INSTITUTO MOREIRA SALLES
CINEMA
JANEIRO 2017
SHOWGIRLS | ELLE | O QUE ESTÁ POR VIR
VERHOEVEN & HUPPERT
O HOMEM QUE CAIU NA TERRA
O desejo da distribuidora Zeta Filmes em alinhar o relançamento de O homem que caiu na Terra (The Man Who Fell to Earth, 1976) com o primeiro aniversário de morte de David Bowie (a semana em torno do 8 de janeiro) parece um desdobramento dos pulos no tempo contínuo sugeridos pelo filme de Nicolas Roeg, e pelo próprio David Bowie como artista durante décadas de persona audiovisual. Sua morte, no início de 2016, foi o mau pressentimento para um ano difícil no mundo, marcado pelas despedidas de outras personas (Prince, Leonard Cohen, Andrea Tonacci) e desmontes políticos num mundo não mais tão distante de uma distopia sci-fi. A morte de Bowie também nos deixou, na mesma semana daquele início de 2016, um novo disco seu: Blackstar, que fora antecedido por um videoclipe chamado Lazarus, onde Bowie parecia dominar a imagem da sua morte iminente, como uma performance de despedida algo de notável. E me lembrou que todas as imagens de tantos Bowies ao longo da sua carreira multidisciplinar têm essa carga forte, de um registro difícil de deletar. O homem que caiu na Terra permanece uma curiosidade memorável capitaneada por esse ícone pop como imagem de cinema, um desses Bowies que fizeram ‘David Bowie’ ser e ter essa imagem que ficou dele. Não é exatamente um filme fácil. Claramente um cinéma fantastique pós-moderno onde o realizador parece estar descobrindo as
De 12 a 25 de janeiro, a Sala José Carlos Avellar exibe O homem que caiu na Terra, de Nicolas Roeg. No filme, David Bowie estreia como ator no papel do alienígena Thomas Jerome Newton.
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David Bowie: O homem que caiu na Terra, de Nicolas Roeg
paisagens americanas de uma forma que apenas estrangeiros são capazes de filmá-la, entre o perspicaz e o deslumbrado. Roeg foi operador de câmera de David Lean em Lawrence da Arábia (1962) e mais tarde tornou-se um autor britânico à frente de um ninho de filmes marcantes, repletos de um sentido peculiar de imagem e de montagem. Performance (1970), A longa caminhada (Walkabout, 1971), Inverno de sangue em Veneza (Don’t Look Now, 1973) são filmes construídos em dobras temporais, pulos de narrativa, solavancos no tempo, algo que Roeg voltou a manipular de forma curiosa em O homem que caiu na Terra. O seu ser alienígena é um misto inusitado de homem jovem e velho, pai de família, business man e turista que interage com locações americanas dos anos 1970. O homem que caiu na Terra é extraordinariamente bem filmado por Nicolas Roeg, um estilo Panavision-vintage de ensaio cinematográfico tão moderno quanto retrô, um filme dos anos 1960 e 1970 pensando o futuro. Acusar o filme de “datado” vai depender muito da sua relação com imagens do passado através do próprio cinema, e talvez seja importante lembrar que no mesmo ano que viu o filme de Roeg chegar às salas, a MGM lançava a super produção frufru Fuga no século 23 (Logan’s Run), de Michael Anderson, e que Star Wars, de George Lucas, estava em pós-produção, prestes a ter impacto duradouro na forma como o cinema popular de fantasia-sci-fi seria visto até hoje. Rever O homem que caiu na Terra em 2017 é entender a influência que essa aventura peculiar tem na cultura pop - o recente e igualmente criptografado Sob a Pele (Under the Skin, 2013), de Jonathan Glazer é um filho direto - e lembrar que Roeg viu em Bowie o seu maior efeito especial. Kleber Mendonça Filho
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SESSÃO CINÉTICA: VIAGEM AO FIM DO MUNDO A VERTIGEM DO DESESPERO
Enquanto soam os acordes dissonantes e as imagens justapostas de Alegria, alegria, uma outra forma de colagem começa a se engendrar no filme que tem início. A canção de Caetano dá o tom de uma aventura cinematográfica vertiginosa, ao mesmo tempo fragmentária, povoada de citações (visuais, sonoras, literárias) e portadora de uma energia íntegra, encorpada num ritmo febril. Viagem ao fim do mundo exibe uma forma dramatúrgica exuberante, sem precedentes e sem herdeiros no cinema brasileiro. Uma viagem de avião reúne uma fauna insólita – uma freira, um jovem leitor de Machado de Assis, uma garota-propaganda, um tarado medroso, um grupo de jogadores de futebol – e opera como um microcosmo-alegoria-dispositivo para as memórias-devaneios de cada passageiro, que, mais que personagem, é um disparador de relações com outros tempos, espaços e regimes de enunciação. O avião turbulento é o instável ponto de ancoragem do drama e a caixa de ressonância de uma proliferação de monólogos interiores que partem de cada rosto para convocar outras cenas, que se multiplicam entre o found footage e as entrevistas, as encenações oníricas e as derivas documentárias pela rua. Cada figura dramática é uma entidade povoada por vozes estrangeiras que se entrecruzam numa harmonia assíncrona. A musicalidade da montagem garante um ritmo contagiante, pontuado por longos movimentos (a meditação da freira que incorpora a angústia religiosa de Simone Weil e se duplica no monge Thomas Merton) e entrecortado por ataques breves, como o inesquecível diálogo entre Jofre Soares e a moça que diz ser um erro de continuidade do filme, pois só aparece nos planos ímpares.
Na quinta-feira (19) às 19h30, o cinema do IMS-RJ exibe, em 35mm, Viagem ao fim do mundo, de Fernando Coni Campos. Após a sessão haverá um debate com os críticos da revista Cinética, disponível em: revistacinetica.com.br
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O título decadentista é só a porta de entrada dos paradoxos. O primeiro longa de Fernando Coni Campos está grávido de começos: “originalíssimo tour de force” (Ewerton Belico), “pioneiro do ensaio cinematográfico na filmografia brasileira” (Jean-Claude Bernardet), “filme de invenção absoluta” (Julio Bressane). A energia inaugural está em cada fotograma, mas o que prometia ser o nascimento triunfal de uma trajetória reluzente terminou por constituir o primeiro passo de uma carreira acidentada, subterrânea, cujo marco inicial permanece “sem lugar em nossa historiografia” (Belico). Viagem ao fim do mundo é ao mesmo tempo “uma das obras mais instigantes e inteligentes realizadas no período” (Ruy Gardnier) e um filme abortado pela historiografia brasileira, que não soube ainda lidar com o cinema de Coni Campos. Também pudera. “Não havia nada semelhante no panorama cinematográfico brasileiro” (Bernardet). Uma sequência pode começar com um plano-detalhe de uma página de revista, convocar uma entrevista farsesca, deslizar por uma experimentação abstrata e retornar à poltrona do avião. Outra pode partir da leitura
de Memórias póstumas de Brás Cubas, derivar para um encontro mítico com Pandora à beira-mar e desembocar numa colagem de cinejornais que narram fatos marcantes do período entreguerras. Nesse “painel de realidade que já não cabe na realidade” (Jairo Ferreira) vibra um furor imaginativo imparável, cuja obsessão desesperada e rigorosa abarca a publicidade, a filosofia, o cristianismo, o século XX. Viagem fundiu a cuca de Jairo à época, inspirou um reconhecimento tardio de influência por Bressane (que fora assistente do filme) e um mea-culpa escrito por Jean-Claude mais de quarenta anos depois da estreia. América Latina, 1968. As esperanças revolucionárias foram varridas para debaixo do tapete da História e, com elas, certo pendor do cinema para o corpo a corpo com um real em vias de transformação. A barra pesou e a tarefa passou a ser a invenção de uma forma espessa de sufoco, em que é preciso multiplicar as mediações, apostar na alegoria, mergulhar nas camadas da interioridade, empreender uma viagem às entranhas do cinema. É o ano das Memórias do subdesenvolvimento (Memorias del Subdesarrollo) de Tomás Gutiérrez Alea, de El Dependiente de Leonardo Favio, do Jardim de guerra de Neville d’Almeida, da Manhã cinzenta de Olney São Paulo, o ano dos filmes que eram estranhos demais para caber nos espectadores de seu tempo. O desespero pré-AI-5 se fez vertigem da forma, o filme tornou-se célula cancerosa em insurreição contra o corpo-cinema vigente e quase ninguém percebeu. O mundo precisa estar em vias de acabar para que o cinema comece. Victor Guimarães
MODERNIDADES FOTOGRÁFICAS 1940-1964 Trabalhos de José Medeiros, um dos fotógrafos do filme Viagem ao fim do mundo, estão expostos em Modernidades Fotográficas, 1940-1964, em cartaz no IMS-RJ até o dia 26 de fevereiro. A exposição reúne ainda obras dos fotógrafos Thomaz Farkas, Marcel Gautherot e Hans Gunter Flieg. Aos fins de semana e feriados às 12h, o curta-metragem Improvável encontro, de Lauro Escorel, complementa a exposição. Inteiramente realizado a partir de fotos de José Medeiros e Thomaz Farkas, o filme narra o encontro, a amizade e as influências recíprocas que contribuíram para a consolidação da moderna fotografia brasileira. Foto: José Medeiros / acervo IMS
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VERHOEVEN & HUPPERT Entre os dias 20 e 22, o cinema do IMS-RJ realiza uma programação especial dedicada à atriz Isabelle Huppert e ao diretor Paul Verhoeven. Showgirls, realizado por Paul Verhoeven será exibido em uma cópia restaurada em DCP. Lançado em 1995, foi considerado à época um dos piores filmes de todos os tempos. Poucos anos mais tarde já era valorizado por críticos e realizadores como Jacques Rivette, para quem Showgirls é "o melhor filme americano de Verhoeven" e "seu filme mais pessoal".
Showgirls (Showgirls), de Paul Verhoeven (1995)
Elle (Elle), de Paul Verhoeven (2016)
Também dirigido por Verhoeven, Elle é protagonizado por Isabelle Huppert no papel da empresária Michèle, que é abusada na própria casa por um agressor desconhecido. Em O que está por vir, de Mia HansenLøve, Huppert interpreta a professora de filosofia Nathalie.
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O que está por vir (L'Avenir), de Mia Hansen-Løve (2016)
TERÇA 3
QUARTA 4
QUINTA 5
15h00: Blow-Up (Blow-Up) de Michelangelo Antonioni (EUA, Itália, Reino Unido, 1966. 111’. Exibição em DCP.)
15h00: Blow-Up (Blow-Up) de Michelangelo Antonioni (EUA, Itália, Reino Unido, 1966. 111’. Exibição em DCP.)
15h00: Blow-Up (Blow-Up) de Michelangelo Antonioni (EUA, Itália, Reino Unido, 1966. 111’. Exibição em DCP.)
17h00: O que está por vir (L'Avenir) de Mia Hansen-Løve Com Isabelle Huppert, André Marcon, Roman Kolinka, Edith Scob, Sarah Le Picard. (França, 2016. 102’. Exibição em DCP.)
17h00: O que está por vir (L'Avenir) de Mia Hansen-Løve (França, 2016. 102’. Exibição em DCP.)
17h00: O que está por vir (L'Avenir) de Mia Hansen-Løve Com Isabelle Huppert, André Marcon, Roman Kolinka, Edith Scob, Sarah Le Picard. (França, 2016. 102’. Exibição em DCP.)
19h00: Sieranevada (Sieranevada) de Cristi Puiu Com Mimi Branescu, Judith State, Bogdan Dumitrache, Dana Dogaru, Sorin Medeleni. (Romênia, 2016. 173'. Exibição em DCP.)
SEXTA 6 15h00: Blow-Up (Blow-Up) de Michelangelo Antonioni Com David Hemmings, Sarah Miles, Vanessa Redgrave, Verushka. (EUA, Itália, Reino Unido, 1966. 111’. Exibição em DCP.) 17h00: O que está por vir (L'Avenir) de Mia Hansen-Løve Com Isabelle Huppert, André Marcon, Roman Kolinka, Edith Scob, Sarah Le Picard. (França, 2016. 102’. Exibição em DCP.) 19h00: Sieranevada (Sieranevada) de Cristi Puiu (Romênia, 2016. 173'. Exibição em DCP.)
19h00: ópera na tela Cavalleria Rusticana de Pietro Mascagni Pagliacci de Ruggero Leoncavallo Festival de Salzburg. Maestro: Christian Thielemann. Direção: Philippe Stözl. Orquestra Staatskapelle Dresden. (Áustria, 2015. 175’. Exibição em DCP.)
SÁBADO 7
19h00: Sieranevada (Sieranevada) de Cristi Puiu Com Mimi Branescu, Judith State, Bogdan Dumitrache, Dana Dogaru, Sorin Medeleni. (Romênia, 2016. 173'. Exibição em DCP.)
DOMINGO 8
13h00: modernidades fotográficas Improvável encontro de Lauro Escorel (Brasil, 2016. 24’. Exibição em DCP.)
13h00: modernidades fotográficas Improvável encontro de Lauro Escorel (Brasil, 2016. 24’. Exibição em DCP.)
15h00: Blow-Up (Blow-Up) de Michelangelo Antonioni (EUA, Itália, Reino Unido, 1966. 111’. Exibição em DCP.)
15h00: Blow-Up (Blow-Up) de Michelangelo Antonioni (EUA, Itália, Reino Unido, 1966. 111’. Exibição em DCP.)
17h00: O que está por vir (L'Avenir) de Mia Hansen-Løve (França, 2016. 102’. Exibição em DCP.)
17h00: O que está por vir (L'Avenir) de Mia Hansen-Løve (França, 2016. 102’. Exibição em DCP.)
19h00: Sieranevada (Sieranevada) de Cristi Puiu (Romênia, 2016. 173'. Exibição em DCP.)
19h00: Sieranevada (Sieranevada) de Cristi Puiu (Romênia, 2016. 173'. Exibição em DCP.)
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TERÇA 10 15h00: Blow-Up (Blow-Up) de Michelangelo Antonioni Com David Hemmings, Sarah Miles, Vanessa Redgrave, Verushka. (EUA, Itália, Reino Unido, 1966. 111’. Exibição em DCP.)
15h00: Blow-Up (Blow-Up) de Michelangelo Antonioni Com David Hemmings, Sarah Miles, Vanessa Redgrave, Verushka. (EUA, Itália, Reino Unido, 1966. 111’. Exibição em DCP.)
17h00: O que está por vir (L'Avenir) de Mia Hansen-Løve Com Isabelle Huppert, André Marcon, Roman Kolinka, Edith Scob, Sarah Le Picard. (França, 2016. 102’. Exibição em DCP.)
17h00: O que está por vir (L'Avenir) de Mia Hansen-Løve Com Isabelle Huppert, André Marcon, Roman Kolinka, Edith Scob, Sarah Le Picard. (França, 2016. 102’. Exibição em DCP.)
19h00: Sieranevada (Sieranevada) de Cristi Puiu (Romênia, 2016. 173'. Exibição em DCP.)
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QUARTA 11
Três dias após o ataque terrorista à redação do semanário Charlie Hebdo e 40 dias após a morte de seu pai, Larry, um médico quarentão, se prepara para passar o sábado em família como homenagem ao falecido. A ocasião, no entanto, não acontece de acordo com suas expectativas. Forçado a confrontar seus medos e seu passado, ele terá que repensar o lugar que ocupa no seio de sua família ao encontrar pouco espaço para contar a sua versão da verdade. "Coisas estranhas aconteceram com esse apartamento", conta Cristi Puiu sobre a locação em que o longa foi rodado. "Encontramos um cujo dono tinha morrido recentemente e, no dia em que o visitei, estavam comemorando os 40 dias de sua morte. Nós deixamos muitos de seus objetos originais para o filme, inclusive muitos dos móveis, das pinturas, até uma foto do dono pode ser vista de vez em quando. A maior vantagem do apartamento era que nós podíamos imaginar a trajetória dos personagens num espaço a cujos limites acostuma-se muito rápido, os limites de cada cômodo, cômodos que contêm um mundo inteiro. Todo um concerto de portas que abrem e fecham. As portas estão muito presentes no filme. Elas não são apenas as portas que se abrem para você passar, elas também são portas que se fecham, são obstáculos. Tudo que constrói minha história visualmente."
Nathalie ensina filosofia em uma escola secundária em Paris. Ela é apaixonada por seu trabalho e gosta particularmente de transmitir a seus alunos o prazer de pensar. É casada, tem dois filhos e divide o seu tempo entre a família, os antigos alunos e a sua mãe possessiva. Um dia, seu marido anuncia que está deixando-a por outra mulher. De repente, Nathalie se percebe em completa liberdade e tem de reinventar a sua vida. 19h00: Sieranevada (Sieranevada) de Cristi Puiu Com Mimi Branescu, Judith State, Bogdan Dumitrache, Dana Dogaru, Sorin Medeleni. (Romênia, 2016. 173'. Exibição em DCP.)
Sieranevada, de Cristi Puiu
QUINTA 12 15h00: O homem que caiu na Terra (The Man Who Fell to Earth) de Nicolas Roeg (Reino Unido, 1976. 139’. Exibição em DCP.) Na ficção científica do diretor Nicolas Roeg, David Bowie é o alienígena humanoide Thomas Jerome Newton, em sua estreia como ator. Newton chega à Terra com a missão de levar água ao seu distante planeta natal que vive uma seca catastrófica. Usando a tecnologia avançada de seu planeta para patentear muitas invenções na Terra e auxiliado pelo advogado Oliver Farnsworth, Newton fica milionário como o líder de um conglomerado tecnológico. Na Terra, vive ainda um relacionamento com a camareira Mary-Lou. 17h30: Blow-Up (Blow-Up) de Michelangelo Antonioni (EUA, Itália, Reino Unido, 1966. 111’. Exibição em DCP.) 19h30: O homem que caiu na Terra (The Man Who Fell to Earth) de Nicolas Roeg (Reino Unido, 1976. 139’. Exibição em DCP.)
SEXTA 13 15h00: O homem que caiu na Terra (The Man Who Fell to Earth) de Nicolas Roeg (Reino Unido, 1976. 139’. Exibição em DCP.) "Substitua aquela parede de televisores por uma parede de monitores de computador e você poderia fazer o mesmo filme hoje", disse Nicolas Roeg em entrevista a David Fear em junho de 2011 [https://goo.gl/QTW295]. "É uma coisa curiosa essa noção de tempo, não? O presente imediatamente vira passado, antes que você se dê conta, e mesmo as noções daquilo que você e eu consideramos passado são um tanto diferentes. Foi algo com que fiquei bastante conectado em O homem que caiu na Terra: a ideia de uma pessoa que estava presa fora do tempo. Mr. Newton era esse alienígena esquisito que veio para cá com noções muito avançadas de ciência e viagem no tempo, até que, no momento em que o mundo o atingiu... ele já não era ninguém, só outra pessoa que se sente distante do mundo, presa nas próprias neuroses. E se você algum dia quiser fazer um filme que inadvertidamente marque a passagem do tempo, apenas ponha 'os últimos' efeitos especiais nele. Nada irá datar o seu filme mais rápido que isso."
SÁBADO 14
DOMINGO 15
13h00: modernidades fotográficas Improvável encontro de Lauro Escorel (Brasil, 2016. 24’. Exibição em DCP.)
13h00: modernidades fotográficas Improvável encontro de Lauro Escorel (Brasil, 2016. 24’. Exibição em DCP.)
Totalmente realizado sobre fotografias de José Medeiros e Thomas Farkas. Narra o encontro, a amizade e as influências recíprocas que contribuíram para a consolidação da moderna fotografia brasileira, inaugurada nas décadas de 1940/50.
15h00: O homem que caiu na Terra (The Man Who Fell to Earth) de Nicolas Roeg (Reino Unido, 1976. 139’. Exibição em DCP.)
15h00: O homem que caiu na Terra (The Man Who Fell to Earth) de Nicolas Roeg (Reino Unido, 1976. 139’. Exibição em DCP.) 17h30: Blow-Up (Blow-Up) de Michelangelo Antonioni (EUA, Itália, Reino Unido, 1966. 111’. Exibição em DCP.) 19h30: O homem que caiu na Terra (The Man Who Fell to Earth) de Nicolas Roeg (Reino Unido, 1976. 139’. Exibição em DCP.)
17h30: Blow-Up (Blow-Up) de Michelangelo Antonioni (EUA, Itália, Reino Unido, 1966. 111’, DCP)
17h30: Blow-Up (Blow-Up) de Michelangelo Antonioni (EUA, Itália, Reino Unido, 1966. 111’. Exibição em DCP.) 19h30: O homem que caiu na Terra (The Man Who Fell to Earth) de Nicolas Roeg (Reino Unido, 1976. 139’. Exibição em DCP.) O alienígena Thomas Jerome Newton chega à Terra com a missão de levar água ao seu distante planeta natal que vive uma seca catastrófica. Usando a tecnologia avançada de seu planeta para patentear muitas invenções na Terra e auxiliado pelo advogado Oliver Farnsworth, Newton fica milionário como o líder de um conglomerado tecnológico.
Um fotógrafo de moda tira fotos de um casal em um parque londrino. Escondido, Thomas fotografa o que aparentemente é uma relação romântica. Quando a mulher o procura e exige os negativos, ele se recusa. Instigado pela insistência dela, ele examina as fotografias e as amplia. Thomas está convicto que resolverá o enigma de um crime a partir das fotos. 19h30: O homem que caiu na Terra (The Man Who Fell to Earth) de Nicolas Roeg (Reino Unido, 1976. 139’. Exibição em DCP.) Blow-Up, de Michelangelo Antonioni
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TERÇA 17 15h00: O homem que caiu na Terra (The Man Who Fell to Earth) de Nicolas Roeg (Reino Unido, 1976. 139’. Exibição em DCP.) Sobre o trabalho com David Bowie, conta o diretor Nicolas Roeg em entrevista a David Fear [https://goo.gl/QTW295]: “Durante as primeiras semanas de filmagem, tinham algumas pessoas do estúdio à espreita – mais para conhecer David Bowie do que por qualquer outra razão, eu imaginei – e eles expressaram algumas reservas. ‘Ele parece um pouco... estranho, você não acha?’ E eu respondia ‘o personagem é um alienígena, como ele deveria atuar? Como se fosse Gary Cooper?’. Não é que David não fosse amigável – nós jantamos juntos várias vezes, e ele guardava uma biblioteca no seu trailer, que estava cheia de livros sobre todos os assuntos imagináveis – mas ele se mantinha reservado até o ponto em que as pessoas começavam a pensar nele como um ‘outro’ misterioso, entende? Boa parte dessa performance é apenas o Bowie sendo ele mesmo – e é isso que é tão brilhante.” 17h30: Blow-Up (Blow-Up) de Michelangelo Antonioni (EUA, Itália, Reino Unido, 1966. 111’. Exibição em DCP.) Um fotógrafo de moda tira fotos de um casal em um parque londrino. Escondido, Thomas fotografa o que aparentemente é uma relação romântica. Quando a mulher o procura e exige os negativos, ele se recusa. Instigado pela insistência dela, ele examina as fotografias e as amplia. Thomas está convicto que resolverá o enigma de um crime a partir das fotos.
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19h30: O homem que caiu na Terra (The Man Who Fell to Earth) de Nicolas Roeg Com David Bowie, Rip Torn, Candy Clark, Buck Henry, Bernie Casey, Jackson D. Kane, Rick Riccardo, Tony Mascia. (Reino Unido, 1976. 139’. Exibição em DCP.)
QUARTA 18 15h00: O homem que caiu na Terra (The Man Who Fell to Earth) de Nicolas Roeg. Roteiro: Paul Mayersberg Fotografia: Anthony Richmond. Montagem: Graeme Clifford. Música: John Phillips. Produção: Michael Deeley, Barry Spikings. (Reino Unido, 1976. 139’. Exibição em DCP.) Na ficção científica do diretor Nicolas Roeg, David Bowie é o alienígena humanoide Thomas Jerome Newton, em sua estreia como ator. Newton chega à Terra com a missão de levar água ao seu distante planeta natal que vive uma seca catastrófica. Usando a tecnologia avançada de seu planeta para patentear muitas invenções na Terra e auxiliado pelo advogado Oliver Farnsworth, Newton fica milionário como o líder de um conglomerado tecnológico. Na Terra, vive ainda um relacionamento com a camareira Mary-Lou. 18h45: ópera na tela Iolanta e O quebra nozes de Piotr Illich Tchaikovsky Ópera de Paris Maestro: Alain Altinoglu Direção: Dmitri Tchemiakov Orquestra e Coro da Ópera de Paris Elenco: Alexander Tsimbaluk, Sonya Yoncheva, Arnold Rutkowski, Andrei Jilihovschi, Vito Priante. (França, 2016. 195’. Exibição em DCP.) Uma vez a cada duas semanas, sempre às quartas-feiras, a Sala José Carlos Avellar, no IMS-RJ, recebe o festival Ópera na Tela. Uma série de programas organizados pela Bonfilm Audiovisual, com filmagens de encenações realizadas na Ópera de Paris, Teatro Alla Scala de Milão, Teatro Regio de Turim, Grande Teatro Liceu de Barcelona, Teatro an der Wien de Viena, Ópera de Los Angeles, e festivais líricos como os de Salzburgo e Baden Baden. A série, iniciada com La Traviata e O trovador, de Verdi segue com a apresentação, entre outros espetáculos, de Rigoletto, Otello, O navio fantasma e Os Dois Foscari.
QUINTA 19 15h00: O homem que caiu na Terra (The Man Who Fell to Earth) de Nicolas Roeg (Reino Unido, 1976. 139’. Exibição em DCP.) 17h30: Blow-Up (Blow-Up) de Michelangelo Antonioni (EUA, Itália, Reino Unido, 1966. 111’. Exibição em DCP.) Em entrevista ao crítico Roger Ebert [https://goo.gl/no6I2t], Antonioni declarou: “Em Blow-Up as pessoas gastaram muita energia tentando decidir se havia ou não um assassinato quando, na verdade, o filme não era sobre um crime, mas sobre um fotógrafo. Aquelas fotos que ele tirou foram apenas uma das coisas que aconteceram a ele, mas qualquer coisa poderia ter acontecido: ele era uma pessoa vivendo naquele mundo com aquela personalidade.” 19h30: sessão cinética Viagem ao fim do mundo de Fernando Coni Campos. Assistência de direção: José Roberto Noronha. Fotografia: José Medeiros, Osvaldo Oliveira, Cliton Vilela, Renato Neumamm. Câmera: Afonso Beato, Cliton Vilela. Montagem: Renato Neumamm. (Brasil, 1968. 95’. Exibição em 35mm.) Sessão seguida de debate com os críticos da revista Cinética, disponível em: http://revistacinetica.com.br "Viagem ao fim do mundo exibe uma forma dramatúrgica exuberante, sem precedentes e sem herdeiros no cinema brasileiro", escreve Victor Guimarães (Cinética). "Uma viagem de avião reúne uma fauna insólita – uma freira, um jovem leitor de Machado de Assis, uma garota-propaganda, um tarado medroso, um grupo de jogadores de futebol – e opera como um microcosmo-alegoriadispositivo para as memórias-devaneios de cada passageiro, que, mais que personagem, é um disparador de relações com outros tempos, espaços e regimes de enunciação."
SEXTA 20
SÁBADO 21
DOMINGO 22
13h00: modernidades fotográficas Improvável encontro de Lauro Escorel (Brasil, 2016. 24’. Exibição em DCP.)
13h00: modernidades fotográficas Improvável encontro de Lauro Escorel (Brasil, 2016. 24’. Exibição em DCP.)
13h00: modernidades fotográficas Improvável encontro de Lauro Escorel (Brasil, 2016. 24’. Exibição em DCP.)
15h00: verhoeven e huppert O que está por vir (L'Avenir) de Mia Hansen-Løve (França, 2016. 102’. Exibição em DCP.)
15h00: verhoeven e huppert Elle (Elle) de Paul Verhoeven (França, Alemanha, Bélgica, 2016. 130’. Exibição em DCP.)
15h00: verhoeven e huppert O que está por vir (L'Avenir) de Mia Hansen-Løve (França, 2016. 102’. Exibição em DCP.)
17h00: verhoeven e huppert Elle (Elle) de Paul Verhoeven (França, Alemanha, Bélgica, 2016. 130’. Exibição em DCP.) "Eu diria que não, não há nenhum desenvolvimento no personagem", declarou Verhoeven por ocasião da exibição de Elle no festival de Cannes. "Eu basicamente não acredito nesta afirmação americana de que é preciso que haja uma evolução no caráter de um personagem. Eu acho que todo mundo permanece a mesma pessoa ao longo de sua vida, então eu me adapto o máximo possível, as coisas más são um pouco escondidas... Mas eu não acho que haja um desenvolvimento real, na verdade. Eu acho que sou a mesma pessoa que eu era aos 6 anos de idade, eu estava sempre fazendo coisas que os meus melhores amigos detestavam. Não há nenhuma evolução aqui. Há coisas que apenas acontecem no romance [Oh..., de Philippe Djain, em que se baseia o roteiro] e no filme. Claro que há elementos que podem apontar para o que há no terceiro ato do filme. Eu e Philippe basicamente evitamos dar qualquer explicação freudiana. Eu acho que deveria ser o público a fazê-lo. Eu senti que este filme, mais do que qualquer outro que eu tenha feito, deixa as coisas em aberto para que o público ‘preencha’, sem revelar e dizer que isso é assim ou assado. Eu e David tomamos do romance esse tipo de narrativa." 19h30: verhoeven e huppert Showgirls (Showgirls) de Paul Verhoeven (França, EUA, 1995. 128’. Exibição em DCP.) Nomi Malone se muda para Las Vegas e começa a trabalhar como dançarina em uma boate de quinta categoria. Ela se torna substituta de uma das strippers e é capaz de tudo para ser a principal dançarina do grupo.
"Eu acho que a grande qualidade desse filme é que Verhoeven nunca tenta dar explicações, ele apenas levanta hipóteses", declarou Isabelle Huppert, que interpreta a protagonista Michèle, por ocasião da exibição de Elle no festival de Cannes. "Isso torna a atuação mais fácil se você não tem que explicar coisas, mas apenas reagir ou não ao que acontece. Esse também pode ser um outro segredo, a maneira com que Michèle reage de uma forma imprevisível. Isso também cria a tensão. Eu acho que o filme é o retrato de uma mulher mas é também um thriller, há suspense e um suspense na própria personagem porque não se sabe o que ela pensa, o que ela é, como eu acho que muitos de nós não sabemos quem somos, o que pensamos." 17h30: verhoeven e huppert Showgirls (Showgirls) de Paul Verhoeven (França, EUA, 1995. 128’. Exibição em DCP.) O realizador e crítico de cinema Jacques Rivette declarou em entrevista a Frederic Bonnaud em 1998 [https://goo.gl/1EnMd0] que Showgirls é "um dos melhores filmes americanos dos últimos anos. É o melhor filme americano de Verhoeven, o mais próximo ao trabalho dele na Holanda, e sua obra mais pessoal. Ele está completamente exposto. Tem uma grande sinceridade, o roteiro é muito franco. E aquela atriz é incrível! Como todo filme de Verhoeven, é muito desagradável: fala sobre como sobreviver em um mundo povoado por babacas, e essa é sua filosofia. De todos os filmes recentes que se passam em Las Vegas, Showgirls é o único autêntico – nunca pus meus pés lá, mas dou a minha palavra!" 20h00: verhoeven e huppert O que está por vir (L'Avenir) de Mia Hansen-Løve (França, 2016. 102’. Exibição em DCP.)
17h00: verhoeven e huppert Elle (Elle) de Paul Verhoeven (França, Alemanha, Bélgica, 2016. 130’. Exibição em DCP.) "É difícil escrever sobre o que Elle é sem escrever sobre o que o filme não é. Não é uma ‘comédia de estupro’, como foi descrito em Cannes – isto implicaria que o filme de Verhoeven mostrasse uma irreverência em relação ao estupro", escreve a crítica Miriam Bale para a revista The New Republic [http://goo.gl/gw5p0s]. "Elle, ao contrário, é um filme completamente sério e profundamente cuidadoso sobre estupro, não apenas do ponto de vista de seu diretor – Verhoeven não analisa seu personagem de maneira fria – mas também da própria Michèlle (e por consequência, Huppert), que conduz uma análise intelectual de seu estupro e de seu estuprador. É uma mudança que passa a responsabilidade do estupro de sua vítima para seu perpetrador." 19h30: verhoeven e huppert Showgirls (Showgirls) de Paul Verhoeven (França, EUA, 1995. 128’. Exibição em DCP.) "Showgirls vira do avesso toda a cultura de celebridades dos EUA no momento em que ela está no auge", escreveu Marilyn Ferdinand para o portal The Beachwood Reporter em 2006 [https://goo.gl/Z4zOMP]. "Não há transformação, apenas desilusão e violência. É uma afirmação radical que talvez só pudesse vir de Eszterhas e Verhoeven, dois europeus. Seguindo a tradição fértil de europeus que se apropriam da mitologia americana – o mais notável deles sendo Godard –, estes dois homens filmaram o mito tendo como cenário uma Las Vegas bem real, e o fizeram com o espanto europeu diante da sofreguidão adolescente dos americanos. O filme é muito divertido e, a seu modo, muito, muito subversivo."
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TERÇA 24 15h00: O homem que caiu na Terra (The Man Who Fell to Earth) de Nicolas Roeg Com David Bowie, Rip Torn, Candy Clark, Buck Henry, Bernie Casey, Jackson D. Kane, Rick Riccardo, Tony Mascia. (Reino Unido, 1976. 139’. Exibição em DCP.) Na ficção científica do diretor Nicolas Roeg, David Bowie é o alienígena humanoide Thomas Jerome Newton, em sua estreia como ator. Newton chega à Terra com a missão de levar água ao seu distante planeta natal que vive uma seca catastrófica. Usando a tecnologia avançada de seu planeta para patentear muitas invenções na Terra e auxiliado pelo advogado Oliver Farnsworth, Newton fica milionário como o líder de um conglomerado tecnológico. Na Terra, vive ainda um relacionamento com a camareira Mary-Lou. 17h30: Blow-Up (Blow-Up) de Michelangelo Antonioni Com David Hemmings, Sarah Miles, Vanessa Redgrave, Verushka. (EUA, Itália, Reino Unido, 1966. 111’. Exibição em DCP.) Um fotógrafo de moda tira fotos de um casal em um parque londrino. Escondido, Thomas fotografa o que aparentemente é uma relação romântica. Quando a mulher o procura e exige os negativos, ele se recusa. Instigado pela insistência dela, ele examina as fotografias e as amplia. Thomas está convicto que resolverá o enigma de um crime a partir das fotos.
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19h30: O homem que caiu na Terra (The Man Who Fell to Earth) de Nicolas Roeg. Roteiro: Paul Mayersberg Fotografia: Anthony Richmond. Montagem: Graeme Clifford. Música: John Phillips. Produção: Michael Deeley, Barry Spikings. Com David Bowie, Rip Torn, Candy Clark, Buck Henry, Bernie Casey, Jackson D. Kane, Rick Riccardo, Tony Mascia. (Reino Unido, 1976. 139’. Exibição em DCP.)
QUARTA 25 15h00: O homem que caiu na Terra (The Man Who Fell to Earth) de Nicolas Roeg (Reino Unido, 1976. 139’. Exibição em DCP.) "Substitua aquela parede de televisores por uma parede de monitores de computador e você poderia fazer o mesmo filme hoje", disse Nicolas Roeg em entrevista a David Fear em junho de 2011 [https://goo.gl/QTW295]. "É uma coisa curiosa essa noção de tempo, não? O presente imediatamente vira passado, antes que você se dê conta, e mesmo as noções daquilo que você e eu consideramos passado são um tanto diferentes. Foi algo com que fiquei bastante conectado em O homem que caiu na Terra: a ideia de uma pessoa que estava presa fora do tempo. Mr. Newton era esse alienígena esquisito que veio para cá com noções muito avançadas de ciência e viagem no tempo, até que, no momento em que o mundo o atingiu... ele já não era ninguém, só outra pessoa que se sente distante do mundo, presa nas próprias neuroses. E se você algum dia quiser fazer um filme que inadvertidamente marque a passagem do tempo, apenas ponha 'os últimos' efeitos especiais nele. Nada irá datar o seu filme mais rápido que isso." 17h30: Blow-Up (Blow-Up) de Michelangelo Antonioni (EUA, Itália, Reino Unido, 1966. 111’, DCP) Em entrevista ao crítico Roger Ebert [https:// goo.gl/no6I2t], Antonioni declarou: “Em BlowUp as pessoas gastaram muita energia tentando decidir se havia ou não um assassinato quando, na verdade, o filme não era sobre um crime, mas sobre um fotógrafo. Aquelas fotos que ele tirou foram apenas uma das coisas que aconteceram a ele, mas qualquer coisa poderia ter acontecido: ele era uma pessoa vivendo naquele mundo com aquela personalidade.” 19h30: O homem que caiu na Terra (The Man Who Fell to Earth) de Nicolas Roeg (Reino Unido, 1976. 139’. Exibição em DCP.)
QUINTA 26 14h00, 16h00, 18h00, 20h00: A morte de Luís XIV (La mort de Louis XIV) de Albert Serra. Roteiro: Albert Serra, Thierry Lounas. Fotografia: Jonathan Ricquebourg. Montagem: Ariadna Ribas, Artur Tort, Albert Serra. Música: Marc Verdaguer. Produção: Thierry Lounas, Albert Serra, Joaquim Sapinho, Claire Bonnefoy. Com Jean-Pierre Léaud, Patrick d’Assumçao, Marc Susini, Irène Silvagni, Bernard Belin, Jacques Henric. (França, Portugal, Espanha, 2016. 105’. Exibição em DCP.) Agosto de 1715. Depois de uma caminhada, Luís XIV sente uma dor na perna. Nos próximos dias, o Rei continua a cumprir seus deveres e obrigações, mas seu sono é intranquilo, ele tem febre, mal se alimenta e está cada dia mais fraco. Albert Serra reconstrói os dias da lenta agonia do maior Rei da França, interpretado por Jean-Pierre Léaud, rodeado em seu quarto por seus fiéis seguidores e pelos médicos, e que marcará o fim de um reinado de 72 anos do Rei Sol. Albert Serra conta à revista Film Comment [https://goo.gl/yb9FYG] que baseou o roteiro “nas memórias de Saint-Simon, um importante escritor francês da época. Essas foram as que eu mais gostei, mas também tivemos mais pesquisa e buscamos outros textos históricos. O filme é bastante fiel à história. Mas também tem alguma licença poética, porque de outro modo ele não pareceria presente. Uma ideia por trás do filme era a de viver o presente a partir do passado. Não viver o passado a partir da memória.” "Outra ideia era: como alguém com poderes absolutos lida com a impotência? Você pode ter todo o poder, mas com a doença e a idade, como você lida com o fim do seu corpo – e, para quem sabe história, com o fim do Estado? Mesmo sendo o Rei Sol, você não tem poder algum sobre esse fim."
SEXTA 27 14h00, 16h00, 18h00, 20h00: A morte de Luís XIV (La mort de Louis XIV) de Albert Serra. Roteiro: Albert Serra, Thierry Lounas. Fotografia: Jonathan Ricquebourg. Montagem: Ariadna Ribas, Artur Tort, Albert Serra. Música: Marc Verdaguer. Produção: Thierry Lounas, Albert Serra, Joaquim Sapinho, Claire Bonnefoy. Com Jean-Pierre Léaud, Patrick d’Assumçao, Marc Susini, Irène Silvagni, Bernard Belin, Jacques Henric. (França, Portugal, Espanha, 2016. 105’. Exibição em DCP.) Agosto de 1715. Depois de uma caminhada, Luís XIV sente uma dor na perna. Nos próximos dias, o Rei continua a cumprir seus deveres e obrigações, mas seu sono é intranquilo, ele tem febre, mal se alimenta e está cada dia mais fraco. Albert Serra reconstrói os dias da lenta agonia do maior Rei da França, interpretado por Jean-Pierre Léaud, rodeado em seu quarto por seus fiéis seguidores e pelos médicos, e que marcará o fim de um reinado de 72 anos do Rei Sol. “Eu tendo a rodar os meus filmes no presente, em tempo quase real, ao menos em termos psicológicos – como um tipo de performance. Às vezes pode ser muito difícil perceber as ideias por trás do filme, ou ver meus intuitos”, diz Albert Serra em entrevista à revista Film Comment [https://goo.gl/yb9FYG]. “Os atores contribuem para esse efeito também, por meio do mistério e do desespero dentro deles. Eles não chegam a trabalhar com ideias. Por conta do meu processo, que é baseado na não-comunicação, pode ser difícil para eles ter alguma ideia do que eu quero. Porque eu posso até mesmo não saber o que eu quero. Eu filmo para descobrir, ou ao menos viver e assistir a essas imagens. A mágica do cinema não está em criar imagens, mas em assistir a imagens. É um instante. É um momento. Não é a ideia de uma imagem, é uma imagem. Elas não são intercambiáveis. Cada uma é única.”
SÁBADO 28
DOMINGO 29
13h00: modernidades fotográficas Improvável encontro de Lauro Escorel (Brasil, 2016. 24’. Exibição em DCP.)
13h00: modernidades fotográficas Improvável encontro de Lauro Escorel (Brasil, 2016. 24’. Exibição em DCP.)
Totalmente realizado sobre fotografias de José Medeiros e Thomaz Farkas, o filme narra suas trajetórias, seu encontro, o desenrolar da sua amizade e as influências recíprocas. Através do diálogo entre as imagens, o documentário nos mostra a contribuição que os jovens José Medeiros e Thomaz Farkas deram para a consolidação da moderna fotografia brasileira, inaugurada nas décadas de 1940/50. As fotografias de Medeiros e Farkas daquele período contribuíram de forma significativa para o estabelecimento de uma nova representação visual do país.
Totalmente realizado sobre fotografias de José Medeiros e Thomaz Farkas, o filme narra suas trajetórias, seu encontro, o desenrolar da sua amizade e as influências recíprocas. Através do diálogo entre as imagens, o documentário nos mostra a contribuição que os jovens José Medeiros e Thomaz Farkas deram para a consolidação da moderna fotografia brasileira, inaugurada nas décadas de 1940/50. As fotografias de Medeiros e Farkas daquele período contribuíram de forma significativa para o estabelecimento de uma nova representação visual do país.
14h00, 16h00, 18h00, 20h00: A morte de Luís XIV (La mort de Louis XIV) de Albert Serra (França, Portugal, Espanha, 2016. 105’. Exibição em DCP.)
14h00, 16h00, 18h00, 20h00: A morte de Luís XIV (La mort de Louis XIV) de Albert Serra. Roteiro: Albert Serra, Thierry Lounas. Fotografia: Jonathan Ricquebourg. Montagem: Ariadna Ribas, Artur Tort, Albert Serra. Música: Marc Verdaguer. Produção: Thierry Lounas, Albert Serra, Joaquim Sapinho, Claire Bonnefoy. Com Jean-Pierre Léaud, Patrick d’Assumçao, Marc Susini, Irène Silvagni, Bernard Belin, Jacques Henric. (França, Portugal, Espanha, 2016. 105’. Exibição em DCP.)
Agosto de 1715. Depois de uma caminhada, Luís XIV sente uma dor na perna. Nos próximos dias, o Rei continua a cumprir seus deveres e obrigações, mas seu sono é intranquilo, ele tem febre, mal se alimenta e está cada dia mais fraco. Albert Serra reconstrói os dias da lenta agonia do maior Rei da França, interpretado por Jean-Pierre Léaud, rodeado em seu quarto por seus fiéis seguidores e pelos médicos, e que marcará o fim de um reinado de 72 anos do Rei Sol.
Sala José Carlos Avellar Programa sujeito a alterações. Confira a programação completa do Instituto Moreira Salles em www.ims.com.br, em nossas redes sociais ou pelo telefone 3284-7400
Jean-Pierre Léaud: A morte de Luís XIV
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DVD | IMS
DVD | IMS
LANÇAMENTO
Vinicius de Moraes, um rapaz de família, de Susana Moraes. Últimas conversas, de Eduardo Coutinho, A viagem dos comediantes, de Theo Angelopoulos, Nostalgia da luz, de Patricio Guzmán, Imagens do inconsciente, de Leon Hrszman, Os dias com ele de Maria Clara Escobar, A tristeza e a piedade, de Marcel Ophuls, e os três volumes da série Contatos: 1 - A grande tradição do fotojornalismo; 2 - A renovação da fotografia contemporânea; 3- A fotografia conceitual são os mais recentes lançamentos da coleção DVD | IMS que reúne os seguintes filmes: Shoah, de Claude Lanzmann. La Luna, de Bernardo Bertolucci. Cerimônia de casamento, de Robert Altman. Conterrâneos velhos de guerra, de Vladimir Carvalho. Vidas secas, de Nelson Pereira dos Santos. Memórias do cárcere, de Nelson Pereira dos Santos. São Bernardo, de Leon Hirszman. O emprego, de Ermanno Olmi. Iracema, de Jorge Bodsnazky. Cerimônia secreta, de Joseph Losey. As praias de Agnès, de Agnès Varda. A pirâmide humana e Cocorico! Mr. Poulet, de Jean Rouch. Diário, de David Perlov. Elena, de Petra Costa. Sudoeste, de Eduardo Nunes. A batalha de Argel, de Gillo Pontecorvo. Libertários, de Lauro Escorel, e Chapeleiros, de Adrian Cooper. Seis lições de desenho com William Kentridge. Memórias do subdesenvolvimento, de Tomas Gutiérrez Alea. E três edições de poesias: Poema sujo, dedicado a Ferreira Gullar; Vida e verso e Consideração do poema, dedicados a Carlos Drummond de Andrade.
Sábado, 4 de fevereiro
TERÇA 31 14h00, 16h00, 18h00, 20h00: A morte de Luís XIV (La mort de Louis XIV) de Albert Serra. Roteiro: Albert Serra, Thierry Lounas. Fotografia: Jonathan Ricquebourg. Montagem: Ariadna Ribas, Artur Tort, Albert Serra. Música: Marc Verdaguer. Produção: Thierry Lounas, Albert Serra, Joaquim Sapinho, Claire Bonnefoy. Com Jean-Pierre Léaud, Patrick d’Assumçao, Marc Susini, Irène Silvagni, Bernard Belin, Jacques Henric. (França, Portugal, Espanha, 2016. 105’. Exibição em DCP.) Agosto de 1715. Depois de uma caminhada, Luís XIV sente uma dor na perna. Nos próximos dias, o Rei continua a cumprir seus deveres e obrigações, mas seu sono é intranquilo, ele tem febre, mal se alimenta e está cada dia mais fraco. Albert Serra reconstrói os dias da lenta agonia do maior Rei da França, interpretado por Jean-Pierre Léaud, rodeado em seu quarto por seus fiéis seguidores e pelos médicos, e que marcará o fim de um reinado de 72 anos do Rei Sol. Albert Serra conta à revista Film Comment [https://goo.gl/yb9FYG] que baseou o roteiro “nas memórias de Saint-Simon, um importante escritor francês da época. Essas foram as que eu mais gostei, mas também tivemos mais pesquisa e buscamos outros textos históricos. O filme é bastante fiel à história. Mas também tem alguma licença poética, porque de outro modo ele não pareceria presente. Uma ideia por trás do filme era a de viver o presente a partir do passado. Não viver o passado a partir da memória.” "Outra ideia era: como alguém com poderes absolutos lida com a impotência? Você pode ter todo o poder, mas com a doença e a idade, como você lida com o fim do seu corpo – e, para quem sabe história, com o fim do Estado? Mesmo sendo o Rei Sol, você não tem poder algum sobre esse fim."
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Homem comum, de Carlos Nader (Brasil, 2014. 103') No sábado, 4 de fevereiro, o cinema do IMS-RJ exibe Homem comum, seguido por um debate entre Carlos Nader e João Moreira Salles.
“Em 1994, eu conheci o protagonista do meu filme”, conta Carlos Nader. “A partir deste encontro, eu iria filmar os 20 anos seguintes da vida daquele homem. Eu nunca imaginaria que esta vida comum iria ter uma relação tão íntima com um dos filmes mais incomuns da história do cinema, A palavra (Ordet), de Carl Dreyer (Dinamarca, 1955). Esse encontro acabou transformando –se num filme que intercala cenas de A palavra e da vida do caminhoneiro".
Vencedor do festival É tudo verdade em 2014, Homem comum é o mais novo título da coleção DVD | IMS. Acompanha o DVD um livreto com ensaio de José Miguel Wisnik.
Instituto Moreira Salles Rua Marquês de São Vicente, 476. Gávea. Telefone: (21) 3284-7400 WWW.IMS.COM.BR
Aberto ao público de terça a domingo das 11h00 às 20h00. Guarda-volumes aberto até às 20h00. Acesso a portadores de necessidades especiais. Estacionamento gratuito no local.
DVD | IMS PRÓXIMO LANÇAMENTO
PHOTO Os grandes movimentos fotográficos
Café wifi
Os pioneiros
Fundado em 1992, o IMS é uma entidade civil sem fins lucrativos que tem por finalidade exclusiva a promoção e o desenvolvimento de programas culturais.
A fotografia surrealista
A sede do Rio de Janeiro abriga espaços expositivos, sala de cinema, sala de aula, biblioteca, cafeteria, loja de arte e ateliê infantil. O Instituto possui também centros culturais em São Paulo e em Poços de Caldas. O IMS conta com um acervo de fotografia (mais de 2 milhões de imagens), de música (cerca de 28 mil gravações), de literatura e de artes plásticas, instalados em reservas técnicas para conservação e restauração. Entre as coleções, fotografias de Marc Ferrez, Marcel Gautherot, Augusto Malta, José Medeiros, Thomaz Farkas, David Zingg, Haruo Ohara, Jorge Bodanzky, Maureen Bisilliat e Mário Cravo Neto, desenhos de J. Carlos, Millôr Fernandes e Glauber Rocha, as discotecas de Humberto Franceschi e José Ramos Tinhorão, os arquivos pessoais de Pixinguinha, Ernesto Nazareth, Chiquinha Gonzaga, Elizeth Cardoso, Baden Powell, Hekel Tavares e Mário Reis, e originais dos escritores Ana Cristina Cesar, Rachel de Queiroz, Otto Lara Resende, Clarice Lispector, Paulo Mendes Campos e Carlos Drummond de Andrade. No site do IMS está hospedada a Rádio Batuta, ponto de seleção, entretenimento e análise da música popular brasileira. O Instituto edita uma revista quadrimestral de ensaios, serrote, uma revista semestral de fotografia, Zum, e uma coleção de DVDs. Superintendente Executivo: Flávio Pinheiro Coordenação do ims-rj : Elizabeth Pessoa Curadoria de cinema: Kleber Mendonça Filho Produção de cinema e DVD: Bárbara Alves Rangel Assistência de produção: Thiago Gallego
A nova objetividade alemã
Sala José Carlos Avellar Ingressos para Blow-Up, O que está por vir, Sieranevada, O homem que caiu na Terra, A morte de Luís XIV e Elle: terça, quarta e quinta: R$ 22,00 (inteira) e R$11,00 (meia) sexta, sábado, domingo e feriados: R$26,00 (inteira) e R$ 13,00 (meia). para as sessões de Ópera na Tela: R$ 22,00 (inteira) e R$11,00 (meia) para Showgirls e Viagem ao fim do mundo: R$ 8,00 (inteira) e R$ 4,00 (meia)
A fotografia encenada
As exibições de Improvável encontro têm entrada franca.
Primeiro volume da série de documentários proposta por Luciano Rigolini, com concepção de Stan Neumann e consultoria de Quentin Bajac.
Meia entrada com apresentação de documentos comprobatórios para professor da rede pública municipal, estudantes, menores de 21 anos, maiores de 60 anos, portadores de HIV e aposentados por invalidez. Cliente Itaú: desconto para o titular ao comprar o ingresso com o cartão Itaú (crédito ou débito). Passaporte no valor de R$ 40,00 com validade para 10 sessões das mostras organizadas pelo IMS. Ingressos e senhas sujeitos à lotação da sala. Capacidade da sala: 113 lugares. Ingressos disponíveis também em www.ingresso.com
O programa de janeiro tem o apoio da Cinemateca do MAM do Rio de Janeiro, da Cinemateca Brasileira, do Instituto Italiano de Cultura do Rio de Janeiro, do festival Ópera na Tela, da Revista Cinética e das distribuidoras Zeta Filmes, Mares Filmes, Bonfilm, Sony Pictures, Pathé International e do Espaço Itaú de Cinema.
Devolução de ingressos: em casos de cancelamento de sessões por problemas técnicos e por falta de energia elétrica, os ingressos serão devolvidos. A devolução de entradas adquiridas pelo ingresso.com será feita pelo site. Sessões para escolas e agendamento de cabines pelo telefone (21) 3284 7400 ou pelo e-mail imsrj@ims.com.br As seguintes linhas de ônibus passam em frente ao ims: Troncal 5 - Alto Gávea - Central (via Praia de Botafogo ) 112 - Alto Gávea - Rodoviária (via Túnel Rebouças) 537 – Rocinha - Gávea 538 – Rocinha - Botafogo 539 – Rocinha - Leme Ônibus executivo Praça Mauá - Gávea
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INSTITUTO MOREIRA SALLES
CINEMA
JANEIRO 2017
O HOMEM QUE CAIU NA TERRA DE COM NICOLAS DAVID BOWIE ROEG 16