INSTITUTO MOREIRA SALLES
CINEMA
SETEMBRO 2016
MANOEL DE OLIVEIRA VISITA OU MEMÓRIAS E CONFISSÕES
OS FILMES DE SETEMBRO Aquarius, de Kleber Mendonça Filho, estreia no cinema do IMS-RJ em 1 de setembro.. No fim de semana (10 e 11) de abertura da exposição “Anri Sala: o momento presente” serão exibidos 1395 Days without Red, de Anri Sala, e três filmes utilizados pelo artista na obra Why the lion roars, comissionada pela prefeitura de Paris. A mostra Hollywood e além: o cinema investigativo de Thom Andersen, em cartaz a partir do dia 15, inclui um debate entre os curadores e o pesquisador Lucas Murari.
Aquarius, de Kleber Mendonça Filho (2015)
1395 days without Red, de Anri Sala (2011)
Na quinta-feira (22), a Sessão Cinética exibe História natural, de James Benning, seguido por debate com os críticos da revista. Aos fins de semana e feriados, às 13h, o filme Improvável encontro, de Lauro Escorel, complementa a exposição “Modernidades fotográficas 1940-1964”.
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Sessão Cinética: História natural, de James Benning (2014)
Realizado por Manoel de Oliveira em 1981 e mantido em segredo até sua morte, conforme sua vontade, Visita ou memórias e confissões (1982) é uma obra-testamento precoce e um tanto peculiar. O título duplo e alternativo já nos permite pressentir um de seus traços mais marcantes (e desconcertantes): trata-se de um filme de estatuto ambíguo, quase esquizofrênico, que oscila entre uma ficção ensaística sobre uma visita a uma morada e um documentário-diário em primeira pessoa sobre a vida do realizador, passada em sua maior parte nesta mesma morada. A casa aparece, assim, como um objeto central, um personagem do filme e seu locus solus. Pois se trata igualmente de um testamento para ela, de uma despedida por meio da celebração de sua beleza e riqueza “semântica”. Deste modo, Oliveira fala de si sem falar apenas de si, em conformidade com o pudor manifestado na apresentação: “talvez não devesse fazer um filme assim, mas está feito”.
VISITA OU MEMÓRIAS E CONFISSÕES
A partir de 22 de setembro, o cinema do IMS-RJ exibe Visita ou memórias e confissões, de Manoel de Oliveira.
A visita é construída por meio de um diálogo em off, concebido por Agustina Bessa-Luís, escritora e roteirista de predileção de Oliveira, e interpretado por dois atores que fazem parte de sua trupe: Teresa Madruga e Diogo Dória (que podem ser vistos, aliás, no magnífico Francisca, realizado no mesmo ano). Estabelece-se, assim, o caráter eminentemente ficcional desta primeira faceta do filme, que tem início com a abertura espontânea dos portões externos da casa para a entrada dos visitantes espectrais, olhares sem corpo que vêm ao encontro dos moradores. Adentrando o espaço, ambos divagam em considerações filosóficas sobre a habitação e as plantas que a circundam, estabelecendo uma clara conexão entre aquele espaço domiciliar e a Natureza, o Cosmos – como denota o magistral zoom in na magnólia no coração da árvore que, no jardim frontal, “cruza sinais com as estrelas e o resto do mundo”, segundo o personagem de Dória. O caráter fantasmático dos visitantes determina a visitação como uma experiência essencialmente transcendente, indissociável da natureza testamentária do filme. Imbuídos do princípio da incerteza, eles parecem tentar resgatar a memória vacilante de uma dubitável passagem anterior. Teria sido um devaneio, uma imaginação? Estariam eles simplesmente na casa errada? Essa dupla de olhares externos cumprem assim o papel de nos conduzir, indiretamente, à descoberta da vida de um grande homem, um espírito ilustre que viveu entre nós. E tal como em Cidadão Kane (1941), a entrada na mansão se dá na ausência de seu notável morador e é movida pelo desejo de encontrá-lo e conhecê-lo melhor. No filme de Welles, esta inspeção postmortem não é capaz de decifrar o essencial do personagem, que permanece fugidio; mas em Memórias e confissões, ela “abre” uma outra dimensão, na qual Manoel de Oliveira se faz novamente presente no espaço da casa para narrar e comentar a sua vida, com a eventual contribuição de filmes e fotos familiares. O não encontro entre
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Visita ou memórias e confissões, de Manoel de Oliveira
os visitantes e o cineasta e suas recordações reforça a perspectiva sobrenatural do filme, seu aspecto de narrativa de além-túmulo, aventura metafísica a partir de um passeio em uma casa desertada por seus habitantes, uma morada fantasma.
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E Oliveira parece estimar particularmente a dimensão mística do lar amado que se viu obrigado a deixar, pois faz questão de afirmar que “um certo mistério” ronda a moradia. Vemos um cinzeiro e um porta-retratos se moverem diante de nossos olhos, e alguns comentários dos visitantes corroboram essa representação animista dos objetos: “este sofá não estava aqui”, diz Madruga a certa altura, conferindo ao filme uma ambiência próxima de algumas obras de Raoul Ruiz, em que o espaço parece ganhar vida própria e convidar os homens a alucinações e viagens fora do tempo. Os ruídos constantemente ouvidos aqui e ali, sugerindo a presença elusiva de Oliveira, ou de outros seres, nos demais cômodos, reforçam a percepção de que o filme arquiteta uma experiência espiritual em dois planos paralelos. O que as divagações de Oliveira sobre a morte, o espírito e o Absoluto só reiteram.
Visto de forma menos poética, o filme é uma grande obra auto-reflexiva, cujos créditos lidos em off por Oliveira no início fazem pensar em Jean-Luc Godard na abertura de O desprezo (1963) e atestam, se necessário, seu status de grande cineasta moderno. Suas “memórias” são, portanto, não apenas pessoais como artísticas: elas nos permitem apreciar sua paixão pelo cinema e sua concepção de sua arte. E nada evidencia isso melhor do que os pontos de encontro entre Visita ou memórias e confissões e o restante da obra de Oliveira. Próximo do formato de ensaio-biográficoteatral de O dia do desespero (1992), dedicado a Camilo Castelo Branco e passado na casa do escritor, ele forma com Viagem ao princípio do mundo (1997) e Porto da minha infância (2001) uma espécie de trilogia autobiográfica enviesada. Seu único momento de reconstituição dramática, a prisão do cineasta pela PIDE (polícia política de Salazar), evoca, por sua vez, passagens do grandioso Amor de perdição (1978). Se Oliveira foi plenamente um homem de cinema, é porque sua vida é indissociável de sua arte, e sua memória de seus filmes. Como diz ele a certa altura, “a ficção é a verdadeira realidade do cinema”, é por ela “que melhor se poderá aferir a realidade, ou uma realidade concreta.” E as palavras finais do filme atestam essa impossibilidade de dissociar o homem terreno do artista, sua vida e morte biológica de sua visão poética e filosófica da existência: “Lembro-me da minha infinitesimal presença no tempo e no espaço. E... sumo-me.” Admiravelmente idealizado e construído como uma carta lida do além, Visita ou memórias e confissões é, portanto, um filme único em seu gênero e sua conformação, uma narrativa cujo sentido só poderia se desvelar plenamente uma vez o pré-requisito do desaparecimento físico do autor tendo sido “realizado”. A rede de metáforas elaborada ao longo do filme – a casa como um grande navio atravessando o oceano dos anos, e o cair progressivo do dia, com a chegada do crepúsculo e, em seguida, da noite, como o apagar da vida – coroam o grande projeto de oferecer uma representação cinematográfica de seu próprio desvanecer. A tela branca, já sem imagens, ao som do projetor que embalou até ali as memórias, fecha então de forma fenomenal este testamento em filme. Difícil imaginar uma forma mais bela de se despedir da vida, de uma vida de cinema pelo cinema. Tatiana Monassa
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WHY THE LION ROARS
Em cartaz a partir de 10 de setembro, a exposição Anri Sala: o momento presente, reúne obras de Anri Sala em plataformas diversas que ocuparão as salas e os jardins do IMS-RJ em diálogo com a arquitetura modernista da casa. Realizado pelo artista, o filme 1395 Days without Red estará em cartaz no cinema do IMS-RJ ao longo da exposição. As sessões de 1395 Days without Red, têm entrada franca.
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Em setembro de 2015, durante a visita de Anri Sala ao IMS-RJ para a preparação da exposição “Anri Sala: o momento presente”, foi proposto ao artista que escolhesse um conjunto de 4 filmes, uma carta branca para que ele indicasse as obras e os cineastas de sua preferência como uma espécie de complemento a esta exposição. Diante do convite, Sala fez uma contraproposta: ao invés de listar suas influências, sugeriu que fossem exibidos alguns filmes que fizeram parte de seu trabalho Why the Lion Roars (em português: Por que o leão ruge). No dia 11 de setembro - um dia após a abertura da exposição - serão exibidos em 35mm três títulos que fazem parte desta obra: Nanook, o esquimó (Nanook of the North, EUA e França, 1922), de Robert Flaherty, Ninotchka (Ninotchka, EUA, 1939), de Ernst Lubitsch e Iracema, uma transa amazônica, de Jorge Bodanzky e Orlando Senna (Brasil e Alemanha, 1974). Comissionada pela prefeitura de Paris, Why the lion roars foi montada pela primeira vez no espaço CENTQUATRE-PARIS no ano de 2008. Tratava-se de uma obra com uma projeção audiovisual contínua, composta por uma seleção de 57 filmes, para os quais o artista atribuiu, a cada, uma temperatura em graus Celsius entre -11 e 45. Um termômetro instalado do lado de fora do espaço expositivo monitorava a temperatura local e a cada mudança registrada, um mecanismo de edição simultânea interrompia o filme que estava sendo exibido. Ele era substituído pelo correspondente à nova temperatura marcada, que por sua vez, começava do ponto em que havia parado pela última vez. O leão do título faz referência ao leão que ruge ao apresentar os filmes produzidos pelo estúdio de cinema norte-americano MetroGoldwyn-Meyer; aqui, o rugido do animal precede a troca de cada obra. Em 2011 foi publicado um livro homônimo documentando esta instalação de 2009: uma série de listas coloridas com o nome dos filmes e respectivas tipologias onde as cores, que se dissolvem entre si, também correspondem a uma determinada temperatura. Um exemplo desta lista pode ser visto no site www.whythelionroars.net, que é atualizado diariamente de acordo com o clima em Paris. Em Why the lion roars, cada estação possui sua própria programação: dependendo da quantidade de variações temporais, alguns filmes podem ter apenas pequenos trechos exibidos enquanto outros, beneficiados pela estabilidade térmica (encontrada sobretudo na parte da noite), podem acabar sendo projetados integralmente. A correspondência entre cada obra e sua temperatura atribuída por Sala considera de forma bastante fluída o enredo dos filmes e a relevância do clima em seu desenvolvimento. No caso dos filmes escolhidos para estas exibições, em Nanook, o esquimó (- 8 graus), a relação entre a obra e a temperatura que lhe foi atribuída é mais evidente; o clima se torna um personagem ao observar das especificidades de um cotidiano que só existem em função das baixas temperaturas. A chegada da
primavera amolece a rigidez de Ninotchka (10 graus), a caricatural espiã soviética interpretada por Greta Garbo, que cede aos prazeres do capitalismo em Paris. We have the high ideals but they have the climate diz ela ao constatar a deserção das andorinhas em direção ao oeste. Ao partir literalmente do que está fora do campo visual - o termômetro fora do espaço expositivo mede aquilo que nunca vemos - Why the lion roars submete as narrativas de cada filme a ditames climáticos; ditames estes que, em um processo de interferência mútua, se aproximam do visível neste trabalho. Ao improvisar com o tempo (o climático mas também os múltiplos tempos de cada obra que ele utiliza), Sala explora fissuras e aproximações improváveis entre os filmes, através da justaposição de diferentes narrativas, gêneros e linguagens cinematográficas para criação de um significado particular a cada vez que se entra no espaço de projeção ou que se visualiza o website da obra. Os trabalhos de Sala, nas palavras do próprio artista, propõem ao espectador uma forma de apreensão baseada na experiência sensorial dentro do espaço expositivo. Os conceitos que permeiam cada obra são transmitidos para o espectador através desta experiência, em oposição a mensagens e discursos pré-fabricados. Dentre as várias telas que compõem a exposição em cartaz no IMS-RJ até o dia 20 de novembro, este pequeno programa relaciona estes filmes à obra de Sala, não apenas a Why the lion roars, mas também àquela que busca colocar em conflito a forma habitual de se ver cinema. A sala escura e o anonimato são complementares às novas formas de fruição audiovisual, às narrativas de cada um dos trabalhos expostos e, sobretudo, à narrativa formada por este conjunto em particular, sendo este o conflito que interessa Sala ao longo de seu próprio percurso artístico. Barbara Rangel
Ninotchka, de Ernst Lubitsch (1939)
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HOLLYWOOD E ALÉM
De 15 a 21 de setembro, o cinema do IMS-RJ apresenta Hollywood e além: o cinema investigativo de Thom Andersen, com 19 títulos, que celebram a obra de Thom Andersen e de artistas vinculados a ele. De quinta (15) a domingo (18) as sessões de Hollywood e além serão apresentadas pelos curadores da mostra, Aaron Cutler e Mariana Shellard.
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Thom Andersen leciona na Escola de Cinema e Vídeo no California Institute of the Arts (CalArts), em sua amada cidade de Los Angeles, desde 1987. Durante esse período ele se tornou um dos críticos e cineastas mais importantes dos Estados Unidos. Seu trabalho consiste em estudos sobre as origens do cinema moderno, políticas da indústria cinematográfica americana, construções do imaginário urbano de Hollywood e singelos espaços urbanos. O processo de criação de Andersen (nascido em 1943) se comporta como uma perambulação, na qual as ideias se acumulam e se transformam durante anos à medida em que tomam forma, sendo os mesmos tópicos revisados em sala de aula, palestras, artigos e em diferentes versões do mesmo filme. A mostra Hollywood e além: o cinema investigativo de Thom Andersen traz doze de seus catorze filmes e seis de seus colaboradores, montando uma investigação sobre a memória cultural e a necessidade de sua preservação. Andersen definiu sua temática no início da carreira e tem se mantido leal a ela durante toda sua vida. Um local emblemático documentado de forma naturalista em Olivia’s Place (1966/74), antes de ser destruído pela revitalização urbana, complementa os fragmentos de músicas e imagens da época editados freneticamente em --- ------- (Um filme de rock ‘n’ roll) (--- ------- (aka The Rock’n’nRoll Movie), 1967). A história do recém-restaurado Eadweard Muybridge, zoopraxógrafo (Eadweard Muybridge, Zoopraxographer, 1975, restaurado em 2013) descreve a genialidade de um homem obscuro através de sua principal criação artística e científica sobre o movimento do corpo humano. Hollywood Vermelha (Red Hollywood, 1996, remasterizado em 2013) declara a importância da revisão histórica de temas indevidamente abandonados, a partir de cenas de filmes antigos e entrevistas com cineastas e roteiristas que foram praticamente descartados pela indústria hollywoodiana por questões políticas. Seu filme mais conhecido, Los Angeles por ela mesma (Los Angeles Plays Itself, 2003, também remasterizado em 2013) e os curtas Get Out of the Car (2010) e A trilogia de Tony Longo (The Tony Longo Trilogy, 2014) valorizam os marginalizados pela indústria (sejam eles atores, figurantes ou locações) e fazem com que seu cinema não permita que esqueçamos de que o mundo em que vivemos é o suporte do mundo apresentado na tela. Estudos das ruínas convertidas em habitações privadas e públicas pelo arquiteto Eduardo Souto de Moura, em Portugal, apresentam, em Reconversão (2012), a preservação como uma ação não voltada para o passado, mas para a memória que se constrói dele. Juke - Passagens dos filmes de Spencer Williams (Passages from the Films of Spencer Williams, 2015) compila trechos dos filmes remanescentes de um dos primeiros cineastas negros independentes dos Estados Unidos, ressaltando suas qualidades documentais ao representar a cultura negra da década de 1940. Em seu
Os pensamentos que outrora tivemos, de Thom Andersen (2015)
Um trem chega à estação, de Thom Andersen (2016)
Marseilles Aprés la Guerre, de Billy Woodberry (2015)
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longa mais recente, Os pensamentos que outrora tivemos (The Thoughts That Once We Had, 2015) – um diálogo com a teoria de cinema do filósofo Gilles Deleuze – Andersen condiciona o ato de preservar a serviço do presente e do que nele é construído ao chamar o cinema para a restauração da crença no mundo em que vivemos. Seguindo o espírito colaborativo do cineasta, a mostra apresenta sete filmes envolvendo artistas que trabalharam com ele e compartilham conexões com a CalArts, uma escola vibrante para o cinema experimental e independente onde todos eles estudaram ou deram aula. Adam R. Levine (nascido em 1978) trabalhou em quatro filmes de Andersen, nas filmagens, montagens e remasterizações. Ele é representado na mostra com Koh (2010), um poema visual sobre a interação do homem e a natureza, filmado em 16mm e processado a mão, que rememora um modo de viver artesanal.
No dia 15 de setembro, a sessão de Os pensamentos que outrora tivemos será seguida de debate com os curadores Aaron Cutler e Mariana Shellard e o pesquisador Lucas Murari.
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Peter Bo Rappmund (nascido em 1979) trabalhou com Levine nas remasterizações e foi o cinegrafista de Reconversão. Os seus últimos dois filmes percorrem linhas naturais e artificiais em distintas paisagens míticas dos Estados Unidos. Em Tectonics (2012), as placas tectônicas que dividem os Estados Unidos do México retratam vestígios de uma guerra silenciosa. Em Topofília (Topophilia, 2015), o maior oleoduto norte- americano que atravessa o estado do Alasca registra a intervenção do homem em cenários monumentais. As jornadas são acompanhadas por paisagens sonoras construídas a partir da mixagem de efeitos e sons captados in loco que criam espaço para o espectador refletir sobre as implicações políticas das imagens. Billy Woodberry (nascido em 1950) iniciou sua carreira no movimento “L.A. Rebellion” – homenageado em Los Angeles por ela mesma – que emergiu entre estudantes negros da Universidade da Califórnia, Los Angeles (UCLA), na década de 1970. O trabalho colaborativo entre os estudantes viabilizou a realização de inúmeros filmes de baixíssimo orçamento, todos eles sobre a condição deteriorada dos trabalhadores negros e suas famílias, que posteriormente tornaram-se valiosos registros de uma época. O cineasta e professor universitário da CalArts, desde 1989, também deu voz à narração de Hollywood Vermelha e atuou em Get Out of the Car. Mais de trinta anos após realizar seu primeiro longa-metragem, Woodberry lançou dois filmes que resgatam memórias culturais convenientemente esquecidas. O longa E quando eu morrer, não ficarei morto... (And When I Die, I Won’t Stay Dead..., 2015) retrata a vida do poeta americano Bob Kaufman (1925-1986), explicitando as dificuldades enfrentadas por um homem que não se curvava aos vícios racistas e políticos de um país. Dificuldades similares vividas pelo escritor e cineasta senegalês Ousmane Sembène, que trabalhou nas docas de Marseille no final da década de 1940 e relatou o comportamento colonialista impregnado nas
relações de trabalho, são abordadas no curta Marseille Après La Guerre (2015). Ross Lipman foi responsável pela restauração dos dois primeiros filmes de Woodberry quando trabalhou, entre 1999 e 2015, no UCLA Film & Television Archive, período durante o qual também realizou a restauração de Eadweard Muybridge, zoopraxógrafo e outros importantes filmes de diretores como Kenneth Anger, Charles Burnett, John Cassavetes e Orson Welles. A pesquisa que Lipman realiza durante o processo de restauração dos filmes é usada posteriormente pelo restaurador em palestras, performances e live cinema, nas quais imagens projetadas ao vivo são acompanhadas por sua fala de pesquisador. Em 2011, Lipman concluiu a restauração de Film (1965), o único filme realizado pelo escritor Samuel Beckett, e transformou sua pesquisa em um documentário sobre a história desta produção obscura, intercalando imagens de arquivo e entrevistas recentes com pessoas nela envolvidas. Notfilm (2015) combina esses elementos com reflexões do próprio restaurador, que projetam questões sobre o passado, presente e futuro do cinema. A mostra conta ainda com o filme mais recente de Thom Andersen, Um trem chega à estação (A Train Arrives at the Station, 2016), que estrou este ano no festival de Locarno. O curta é uma envolvente compilação de cenas cinematográficas de trens, começando com uma obra de Yasujiro Ozu e seguindo pela história do cinema por meio de Keaton, Sternberg, Hitchcock, Fassbinder, Jarmusch, Lang, Godard, Gorin, Hou, Akerman, e outros. Assim como todos os filmes da mostra, Um trem chega à estação apresenta o próprio cinema como um registro do desenvolvimento da sociedade humana, e uma obra em constante transformação. Todas as cópias dos filmes provêm dos cineastas e de suas distribuidoras. Gostaríamos de agradecer aos cineastas Thom Andersen, Adam R. Levine, Peter Bo Rappmund, Billy Woodberry e Ross Lipman. Aos produtores Dennis Doros e Amy Heller (Milestone Films), Rui Alexandre Santos (Divina Comédia) e à distribuidora Curtas Metragens CRL. Ao Andrew Kim, montador e assistente de Thom Andersen, por criar a maioria dos DCPs legendados desta mostra. E em especial à Mila Zacharias da Anamauê pelo trabalho de produção que vem realizando conosco. Aaron Cutler e Mariana Shellard
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GET OUT OF THE CAR
Get Out of the Car (2010) é uma resposta ao meu último filme, Los Angeles por ela mesma (Los Angeles Plays Itself, 2003). Eu chamei Los Angeles por ela mesma de “sinfonia da cidade em reverso”, já que foi composto de fragmentos de outros filmes analisados contra suas tendências populares para trazer o plano de fundo para a linha de frente. Visões da geografia e história da cidade, implícitas nesses filmes, fizeram-se manifestas. Apesar de Los Angeles ter aparecido em mais filmes do que qualquer outra cidade, eu acredito que ela não foi bem atendida por esses filmes. São Francisco, Nova Iorque, Londres, Paris, Berlim, Tóquio, todas deixaram impressões mais permanentes. O que acontece é que muitos cineastas, trabalhando em Los Angeles, não apreciam a cidade, e pouquíssimos entre eles entendem muito sobre ela, mas seus fracassos em retratá-la podem ter causas mais profundas. Em Los Angeles por ela mesma, eu declarei que a cidade não é cinematogênica. “Está apenas além do alcance de uma imagem.” Hoje eu não tenho tanta certeza. De qualquer maneira, eu me tornei gradualmente obcecado com a realização de um filme sinfônico apropriado para a cidade de Los Angeles. Eu estava ciente de alguns antecedentes notáveis: L.A.X. (1980), de Fabrice Ziolkowski, Mur murs (1981), de Agnès Varda, Water and Power (1989), de Pat O’Neill, Los (2001), de James Benning. Esses são longa-metragens ambiciosos. Meu filme é mais curto (34 minutos), e se concentra em pequenos fragmentos da paisagem urbana: placas, propagandas, pinturas nas paredes, fachadas de prédios.
Texto originalmente publicado no catálogo da 14ª edição de Views from the AvantGarde (2010) programação paralela do New York Film Festival Tradução de Ana Clara Matta, revisão de Gilda Morassutti.
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Originalmente, era ainda mais restrito. Começou apenas como um estudo das placas gastas pelo tempo nos arredores de Los Angeles. O título era “Propaganda externa”. Eu amava essas placas com seus padrões abstratos e semiabstratos desde minha adolescência, e, às vezes, as fotografava, mas resistia à ideia de colocá-las em um filme porque “já havia sido feito,” notavelmente em fotografias de Walker Evans e Aaron Siskind. O interesse em placas desgastadas se transformou em lugar comum na arte contemporânea. Mas, aconteceu que havia uma placa arruinada muito bonita bem perto da minha casa que permaneceu sem reparos por muitos meses. Eu passava por ela de carro, pelo menos uma vez por semana, e sua presença se transformou em uma censura: “Seu tolo covarde, eu não permanecerei assim para sempre.” Então, em um domingo, 22 de fevereiro de 2009, com meu amigo Madison Brookshire, eu a filmei com a sua câmera Bolex, de 16 mm. Por alguns meses, quando alguém me perguntava sobre o filme em que eu estava trabalhando, eu poderia dizer apenas que era um filme criado para destruir minha reputação como cineasta.
Havia uma outra inspiração: ver um programa de vídeos recentes de Kenneth Anger. Seus novos filmes eram apenas registros de coisas que o interessavam, documentos puros e simples. Ele se sentiu suficientemente seguro de que não precisava buscar realizar sempre uma obra-prima ou até mesmo um “filme de Anger”. Ele havia feito os filmes que estabeleceram sua reputação, e podia dizer, “tenho orgulho deles”. Agora ele poderia fazer o que quisesse e não se preocupar com o que as pessoas pensassem sobre eles. Apesar de Anger ser mais velho do que eu e suas obsessões – memorabilia do Mickey Mouse, garotos jogando futebol americano, uma parede coberta por tributos a Elliott Smith – mais idiossincráticas, ainda senti que eu podia seguir seu exemplo. Thom Andersen
Get out of the car, de Thom Andersen (2010)
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TAXIDERMIA DO TEMPO
SESSÃO CINÉTICA Na quinta-feira (22) às 19h, o cinema do IMS-RJ exibe História natural, de James Benning. Após a sessão haverá um debate com os críticos da Revista Cinética.
Animais empalhados, salas de trabalho, corredores, caixas, escadas, vidros com formol, portas: tudo isso faz parte da exposição que Benning realiza na tela. A dramaturgia do conjunto dos 54 planos e 77 minutos do filme História Natural (Natural History), de James Benning (EUA, 2014) é justamente sugerir relações variadas entre as imagens através das durações. Algumas duram poucos segundos enquanto que outras se aproximam dos cinco minutos. Pela escolha de elementos, é nítido que aqui se quer ir além do que esperamos ver quando visitamos um museu. Há uma clara mistura entre os elementos “pré destinados” à visão, à exposição, e elementos que só quem trabalha na instituição tem acesso. Um dos efeitos do filme é sugerir relações entre estes grupos aparentemente distintos, construir parentescos que transcendam suas funções imediatas e seus sentidos cotidianos. O trabalho de organização e exibição realizado pelo filme é uma dobra da operação que o museu já realiza, selecionando, dispondo e expondo. Filmar é necessariamente organizar as formas do que é visivel, no tempo. O ímpeto de registro e catalogação, de prolongamento da imagem das coisas no tempo, é uma das características mais evidentes aqui. Encomenda do próprio museu, História Natural faz do filme institucional um veículo de pensamento, que reflete sobre a função da instituição “contratante” (o Museu Nacional de História Natural de Viena), ao mesmo que sobre o discurso do “contratado”. As imagens de backstage trazem à tona a dúvida sobre o que faz, materialmente, com que este urso empalhado esteja exposto e aquela porta não esteja. O jogo com as durações termina por revelar uma espécie de irmandade material das coisas, fazendo com que revejamos nossas hierarquias e categorias mentais. É como se, pela duração, víssemos uma porta empalhar-se. A quase completa ausência de seres humanos contribui para esse efeito de um universo que nos questiona qual é o seu centro, qual é a sua escala. Uma atmosfera de múltiplos animismos contamina nosso olhar a cada corte, a cada nova associação ou dissociação. O “pré cinema” do século XIX se encontra com o “pós cinema”, que circula nos espaços das galerias e se alimenta das experiências formais, herdeiras das neovanguardas do século XX. Notamos sua aposta pela tomada única como forma e sentido, um encanto primário da inscrição das coisas num suporte de reprodução, o interesse pelo movimento e suas decomposições, e uma inclinação pela forma das coisas, por uma espécie de anatomia geral do mundo visível. A “história natural” de Benning faz convergir, através de sua construção, todas estas práticas, a partir de pouquíssimos elementos e uma equipe de um homem só, da produção à pós.
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O trabalho de Benning suscita em nós um prazer primeiro pelo fenômeno da imagem como um acontecimento ótico e auditivo, puro. Por outro lado, nos sentimos convidados a tecer relações muito variadas com o ato de estar diante de uma tela, com os rostos voltados para um filme como História Natural – rostos que às vezes se parecem muito conosco, fazendo da tela um espelho. Cada plano é um evento em si, onde quem faz o movimento, em grande parte das imagens, é o nosso olho e nossas sensações, mesmo sobre uma imagem parada. O trabalho com a duração e cortes faz com que os planos variem entre a ilusão perspectiva que gera a sensação de profundidade, e a condição material plana do retângulo da tela, onde cada figura e cada contorno é somente luz e cor. A exposição dessas imagens no tempo as coloca numa tensão constante entre estes estados da imagem. Cada quadro é ao mesmo tempo transparente e opaco. Simultaneamente fotografia, pintura e teatro. É essa riqueza de sensações e situações, criadas com tão parcos meios, que faz de James Benning um artista essencial, como explorador das matérias, dos jogos de camadas das imagens e como um dos grandes cronistas dos nossos modos de viver e de perceber o mundo à nossa volta. Nossa percepção, matéria de trabalho do filme, é agente neste processo. Uma vez finda a história, nada deve parecer natural. Juliano Gomes Em 2013, a Revista Cinética publicou um dossiê dedicado à filmografia de James Benning em http://goo.gl/d9t2RT
História natural, de James Benning (2014).
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QUINTA 1 14h00, 16h45, 19h30: Aquarius de Kleber Mendonça Filho. Direção de fotografia e câmera: Pedro Sotero e Fabrício Tadeu. Montagem: Eduardo Serrano. Produção: Emilie Lesclaux, Saïd Ben Saïd e Michel Merkt. Com Sônia Braga, Maeve Jinkings, Irandhir Santos, Humberto Carrão e Julia Bernat. (Brasil, França, 2016. 141’) Clara mora de frente para o mar no Aquarius, último prédio de estilo antigo da Av. Boa Viagem, no Recife. Jornalista aposentada e escritora, viúva com três filhos adultos e dona de um aconchegante apartamento repleto de discos e livros, ela irá enfrentar as investidas de uma construtora que tem outros planos para aquele terreno: demolir o Aquarius e dar lugar a um novo empreendimento. “Eu lembro de uma vez que assisti de camarote uma casa durante anos com seus moradores”, conta Kleber Mendonça Filho em entrevista a Tatiana Monassa. “Certa vez, ia saindo e vi um caminhão de mudanças, entendi que eles não morariam mais lá. Passaram meses, vi operários entrando e saindo, uma placa foi erguida anunciando um novo prédio. Mais alguns meses, eu cheguei em casa e vi que um trator estava acabando de limpar o terreno onde durante décadas a casa existiu, e que em algumas horas, foi demolida. Eu fui absorvendo cada uma dessas informações sem que ninguém me informasse de nada, apenas testemunhando as ações e mudanças. Eu gosto de aplicar essa lógica de informação obtida através da própria vida no roteiro e no filme.”
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Sônia Braga: Aquarius, de Kleber Mendonça Filho
SEXTA 2 19h30: Aquarius de Kleber Mendonça Filho. Direção de fotografia e câmera: Pedro Sotero e Fabrício Tadeu. Montagem: Eduardo Serrano. Produção: Emilie Lesclaux, Saïd Ben Saïd e Michel Merkt. Com Sônia Braga, Maeve Jinkings, Irandhir Santos, Humberto Carrão e Julia Bernat. (Brasil, França, 2016. 141’) Conta o diretor em entrevista a Tatiana Monassa: “Eu queria fazer um filme sobre arquivos, ou talvez este seja um primeiro passo para fazer um outro filme sobre guardar coisas, ou sobre a discrepância que há entre documentos e lembranças. E me pareceu que seria interessante ter num prédio e numa pessoa, os dois mais ou menos da mesma idade, personagens de uma história, os dois ameaçados, de certa forma. Aquarius vem de uma série de coisas, como geralmente acontece. Houve, por exemplo, algo que a principio pode não ter muita importância, mas hoje eu diria que tem: uma onda de telefonemas que passei a receber na minha casa, ligações comerciais que tentavam me vender cartões de crédito, seguros de saúde, TV por assinatura, jornais, algo muito comum. Eu me sinto atacado por um mercado que força as pessoas a comprarem aquilo que elas não querem.”
Maeve Jinkings: Aquarius
SÁBADO 3 13h00: modernidades fotográficas Improvável encontro de Lauro Escorel (Brasil, 2016. 24’) Totalmente realizado sobre fotografias de José Medeiros e Thomas Farkas. Narra o encontro, a amizade e as influências recíprocas que contribuíram para a consolidação da moderna fotografia brasileira, inaugurada nas décadas de 1940/50. 14h00, 16h45, 19h30: Aquarius de Kleber Mendonça Filho. Direção de fotografia e câmera: Pedro Sotero e Fabrício Tadeu. Montagem: Eduardo Serrano. Produção: Emilie Lesclaux, Saïd Ben Saïd e Michel Merkt. Com Sônia Braga, Maeve Jinkings, Irandhir Santos, Humberto Carrão e Julia Bernat. (Brasil, França, 2016. 141’) “O pesadelo de Clara em primeiro lugar é real, o de entender que é solitária ao sentir-se pressionada desconfortavelmente pelo simples fato de estar na sua casa, onde sempre morou”, diz Kleber Mendonça Filho em entrevista a Tatiana Monassa. “Ela sente que alguém decidiu que aquele espaço não serve mais, está fora de linha, fora de moda e deve ser descartado. Tudo isso decidido sem a sua participação, ou melhor, decidido sob uma tentativa maquiada, artificial, de diálogo democrático que ocorre na porta da sua casa. Esse diálogo foi planejado para surtir efeito positivo apenas para o lado do mercado. Com outras opiniões, inclusive de dentro da sua família, aparentemente contrárias às suas, Clara passa por um momento de sentir-se um pouco louca, embora ela saiba que não está louca. Seu estado de espírito, ao meu ver, passa por uma erosão, e isso abre espaço para sentimentos maiores de desestabilização. Gosto muito que isso nos leve para o mistério e a dúvida, um pouco como ter um pesadelo que faz sentido.”
DOMINGO 4 13h00: modernidades fotográficas Improvável encontro de Lauro Escorel (Brasil, 2016. 24’) Totalmente realizado sobre fotografias de José Medeiros e Thomaz Farkas, o filme narra suas trajetórias, seu encontro, o desenrolar da sua amizade e as influências recíprocas. Através do diálogo entre as imagens, o documentário nos mostra a contribuição que os jovens José Medeiros e Thomaz Farkas deram para a consolidação da moderna fotografia brasileira, inaugurada nas décadas de 1940/50. As fotografias de Medeiros e Farkas daquele período contribuíram de forma significativa, para o estabelecimento de uma nova representação visual do país. 14h00, 16h45, 19h30: Aquarius de Kleber Mendonça Filho. Direção de fotografia e câmera: Pedro Sotero e Fabrício Tadeu. Montagem: Eduardo Serrano. Produção: Emilie Lesclaux, Saïd Ben Saïd e Michel Merkt. Com Sônia Braga, Maeve Jinkings, Irandhir Santos, Humberto Carrão e Julia Bernat. (Brasil, França, 2016. 141’) Clara mora de frente para o mar no Aquarius, último prédio de estilo antigo da Av. Boa Viagem, no Recife. Jornalista aposentada e escritora, viúva com três filhos adultos e dona de um aconchegante apartamento repleto de discos e livros, ela irá enfrentar as investidas de uma construtora que tem outros planos para aquele terreno: demolir o Aquarius e dar lugar a um novo empreendimento.
> Os filmes de setembro Programa sujeito a alterações. Confira a programação completa do Instituto Moreira Salles em www.ims.com.br, em nossas redes sociais ou pelo telefone 3284-7400
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TERÇA 6 14h00, 16h45, 19h30: Aquarius de Kleber Mendonça Filho. Direção de fotografia e câmera: Pedro Sotero e Fabrício Tadeu. Montagem: Eduardo Serrano. Produção: Emilie Lesclaux, Saïd Ben Saïd e Michel Merkt. Com Sônia Braga, Maeve Jinkings, Irandhir Santos, Humberto Carrão e Julia Bernat. (Brasil, França, 2016. 141’) Clara mora de frente para o mar no Aquarius, último prédio de estilo antigo da Av. Boa Viagem, no Recife. Jornalista aposentada e escritora, viúva com três filhos adultos e dona de um aconchegante apartamento repleto de discos e livros, ela irá enfrentar as investidas de uma construtora que tem outros planos para aquele terreno: demolir o Aquarius e dar lugar a um novo empreendimento. “Eu queria fazer um filme sobre arquivos”, conta o diretor em entrevista a Tatiana Monassa, “ou talvez este seja um primeiro passo para fazer um outro filme sobre guardar coisas, ou sobre a discrepância que há entre documentos e lembranças. E me pareceu que seria interessante ter num prédio e numa pessoa, os dois mais ou menos da mesma idade, personagens de uma história, os dois ameaçados, de certa forma.”
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Aquarius, de Kleber Mendonça Filho
QUARTA 7 13h00: modernidades fotográficas Improvável encontro de Lauro Escorel (Brasil, 2016. 24’) Totalmente realizado sobre fotografias de José Medeiros e Thomaz Farkas, o filme narra suas trajetórias, seu encontro, o desenrolar da sua amizade e as influências recíprocas. Através do diálogo entre as imagens, o documentário nos mostra a contribuição que os jovens José Medeiros e Thomaz Farkas deram para a consolidação da moderna fotografia brasileira, inaugurada nas décadas de 1940/50. As fotografias de Medeiros e Farkas daquele período contribuíram de forma significativa, para o estabelecimento de uma nova representação visual do país. 14h00, 16h45, 19h30: Aquarius de Kleber Mendonça Filho. Direção de fotografia e câmera: Pedro Sotero e Fabrício Tadeu. Montagem: Eduardo Serrano. Produção: Emilie Lesclaux, Saïd Ben Saïd e Michel Merkt. Com Sônia Braga, Maeve Jinkings, Irandhir Santos, Humberto Carrão e Julia Bernat. (Brasil, França, 2016. 141’)
QUINTA 8 14h00, 16h45, 19h30: Aquarius de Kleber Mendonça Filho. Com Sônia Braga, Maeve Jinkings, Irandhir Santos, Humberto Carrão e Julia Bernat. (Brasil, França, 2016. 141’) “Acho que a questão do espaço está relacionada à quantidade de informação que você passa ou quer passar através da decupagem e de cada quadro”, diz Kleber Mendonça Filho em entrevista a Tatiana Monassa. “O edifício sempre foi um personagem do filme, e um desafio aqui era apresentar o Aquarius com uma ideia sutil de dignidade, um prédio mais antigo, mas já condenado. Seria importante que ele não parecesse decadente ou problemático, ou seja, que fosse um réu inocente, que ficasse discretamente claro que os problemas dele vinham de fora e não de dentro, não da sua estrutura. Outra coisa é que como num jogo que eu proponho com o espectador, a forma de mostrar o apartamento deveria ser clara o suficiente para que alguém consiga desenhar num pedaço de papel a planta do apartamento, com sala, corredor, cozinha, porta de serviço, sala de musica, rede, etc. Entender onde Clara está e como ela se relaciona com o seu espaço é importante para mim e para quem for ver o filme.”
SEXTA 9 14h00, 16h45, 19h30: Aquarius de Kleber Mendonça Filho. Direção de fotografia e câmera: Pedro Sotero e Fabrício Tadeu. Montagem: Eduardo Serrano. Produção: Emilie Lesclaux, Saïd Ben Saïd e Michel Merkt. Com Sônia Braga, Maeve Jinkings, Irandhir Santos, Humberto Carrão e Julia Bernat. (Brasil, França, 2016. 141’) Clara mora de frente para o mar no Aquarius, último prédio de estilo antigo da Av. Boa Viagem, no Recife. Jornalista aposentada e escritora, viúva com três filhos adultos e dona de um aconchegante apartamento repleto de discos e livros, ela irá enfrentar as investidas de uma construtora que tem outros planos para aquele terreno: demolir o Aquarius e dar lugar a um novo empreendimento. “Eu lembro de uma vez que assisti de camarote uma casa durante anos com seus moradores”, conta Kleber Mendonça Filho. “Certa vez, ia saindo e vi um caminhão de mudanças, entendi que eles não morariam mais lá. Passaram meses, vi operários entrando e saindo, uma placa foi erguida anunciando um novo prédio. Mais alguns meses, eu cheguei em casa e vi que um trator estava acabando de limpar o terreno onde durante décadas a casa existiu, e que em algumas horas, foi demolida. Eu fui absorvendo cada uma dessas informações sem que ninguém me informasse de nada, apenas testemunhando as ações e mudanças. Eu gosto de aplicar essa lógica de informação obtida através da própria vida no roteiro e no filme.”
SÁBADO 10 13h00: modernidades fotográficas Improvável encontro de Lauro Escorel (Brasil, 2016. 24’) Totalmente realizado sobre fotografias de José Medeiros e Thomas Farkas. Narra o encontro, a amizade e as influências recíprocas que contribuíram para a consolidação da moderna fotografia brasileira, inaugurada nas décadas de 1940/50. 19h30: anri sala: o momento presente 1395 Days without Red de Anri Sala (Bósnia e Herzegovina, Reino Unido, 2011. 44’) A Orquestra Filarmônica de Sarajevo pratica o primeiro movimento da Sinfonia Patética, a sexta e última composta por Tchaikovsky, em 1893. Ao mesmo tempo, uma musicista atravessa a cidade sitiada a caminho do ensaio. O filme faz referência aos 1.395 dias do cerco de Sarajevo, entre 5 de abril de 1992 e 29 de fevereiro de 1996, durante a guerra da Bósnia-Herzegovina, quando vestir roupas vermelhas e brilhantes era extremamente perigoso por atrair a atenção dos francoatiradores. 1395 Days without Red faz parte da exposição “Anri Sala: o momento presente”, em cartaz no IMS-RJ até o dia 20 de novembro de 2016. Um filme de Anri Sala em colaboração com Liria Bégéja a partir de um projeto de Šejla Kamerić e Anri Sala em parceria com Ari Benjamin Meyers. Cortesia Marian Goodman Gallery; Hauser & Wirth.
DOMINGO 11 13h00: modernidades fotográficas Improvável encontro de Lauro Escorel (Brasil, 2016. 24’) 14h00: anri sala: o momento presente 1395 Days without Red de Anri Sala (Bósnia e Herzegovina, Reino Unido, 2011. 44’) 15h00: why the lion roars: -8 ºC Nanook, o esquimó (Nanook of the North), de Robert Flaherty (EUA, França, 1922. 79’) Por ocasião da abertura da exposição “Anri Sala: o momento presente”, em cartaz no IMS-RJ até 20 de novembro, serão exibidos em 35mm: Nanook, o esquimó, Ninotchka e Iracema, uma transa amazônica. Os três títulos fazem parte de Why the Lion Roars (em português: Por que o leão ruge), obra de Anri Sala comissionada pela prefeitura de Paris. Tratava-se de projeção audiovisual contínua, composta por uma seleção de 57 filmes, para os quais o artista atribuiu a cada um uma temperatura em graus Celsius entre -11 e 45. Um termômetro instalado do lado de fora do espaço expositivo monitorava a temperatura local e a cada mudança registrada, um mecanismo de edição simultânea interrompia o filme que estava sendo exibido, o substituindo pelo correspondente à nova temperatura marcada. 17h00: anri sala: o momento presente 1395 Days without Red de Anri Sala (Bósnia e Herzegovina, Reino Unido, 2011. 44’) 18h00: why the lion roars: 10 ºC Ninotchka (Ninotchka) de Ernst Lubitsch (EUA, 1939. 110’) 20h00: why the lion roars: 38 ºC Iracema, uma transa amazônica de Jorge Bodanzky e Orlando Senna (Brasil, Alemanha, 1974. 91’)
Nanook, o esquimó, de Robert Flaherty
Iracema, uma transa amazônica de Jorge Bodanzky e Orlando Senna
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14h00, 16h45, 19h30: Aquarius de Kleber Mendonça Filho. Direção de fotografia e câmera: Pedro Sotero e Fabrício Tadeu. Montagem: Eduardo Serrano. Produção: Emilie Lesclaux, Saïd Ben Saïd e Michel Merkt. Com Sônia Braga, Maeve Jinkings, Irandhir Santos, Humberto Carrão e Julia Bernat. (Brasil, França, 2016. 141’)
14h00, 16h45, 19h30: Aquarius de Kleber Mendonça Filho. Direção de fotografia e câmera: Pedro Sotero e Fabrício Tadeu. Montagem: Eduardo Serrano. Produção: Emilie Lesclaux, Saïd Ben Saïd e Michel Merkt. Com Sônia Braga, Maeve Jinkings, Irandhir Santos, Humberto Carrão e Julia Bernat. (Brasil, França, 2016. 141’)
Clara mora de frente para o mar no Aquarius, último prédio de estilo antigo da Av. Boa Viagem, no Recife. Jornalista aposentada e escritora, viúva com três filhos adultos e dona de um aconchegante apartamento repleto de discos e livros, ela irá enfrentar as investidas de uma construtora que tem outros planos para aquele terreno: demolir o Aquarius e dar lugar a um novo empreendimento. “Eu lembro de uma vez que assisti de camarote uma casa durante anos com seus moradores”, conta Kleber Mendonça Filho em entrevista a Tatiana Monassa. “Certa vez, ia saindo e vi um caminhão de mudanças, entendi que eles não morariam mais lá. Passaram meses, vi operários entrando e saindo, uma placa foi erguida anunciando um novo prédio. Mais alguns meses, eu cheguei em casa e vi que um trator estava acabando de limpar o terreno onde durante décadas a casa existiu, e que em algumas horas, foi demolida. Eu fui absorvendo cada uma dessas informações sem que ninguém me informasse de nada, apenas testemunhando as ações e mudanças. Eu gosto de aplicar essa lógica de informação obtida através da própria vida no roteiro e no filme.” “Eu queria fazer um filme sobre arquivos, ou talvez este seja um primeiro passo para fazer um outro filme sobre guardar coisas, ou sobre a discrepância que há entre documentos e lembranças. E me pareceu que seria interessante ter num prédio e numa pessoa, os dois mais ou menos da mesma idade, personagens de uma história, os dois ameaçados, de certa forma.”
“Acho que a questão do espaço está relacionada à quantidade de informação que você passa ou quer passar através da decupagem e de cada quadro”, diz Kleber Mendonça Filho em entrevista a Tatiana Monassa. “O edifício sempre foi um personagem do filme, e um desafio aqui era apresentar o Aquarius com uma ideia sutil de dignidade, um prédio mais antigo, mas já condenado. Seria importante que ele não parecesse decadente ou problemático, ou seja, que fosse um réu inocente, que ficasse discretamente claro que os problemas dele vinham de fora e não de dentro, não da sua estrutura. Outra coisa é que como num jogo que eu proponho com o espectador, a forma de mostrar o apartamento deveria ser clara o suficiente para que alguém consiga desenhar num pedaço de papel a planta do apartamento, com sala, corredor, cozinha, porta de serviço, sala de musica, rede, etc. Entender onde Clara está e como ela se relaciona com o seu espaço é importante para mim e para quem for ver o filme.”
Os pensamentos que outrora tivemos, de Thom Andersen
QUINTA 15 14h00, 16h45: Aquarius de Kleber Mendonça Filho. Direção de fotografia e câmera: Pedro Sotero e Fabrício Tadeu. Montagem: Eduardo Serrano. Produção: Emilie Lesclaux, Saïd Ben Saïd e Michel Merkt. Com Sônia Braga, Maeve Jinkings, Irandhir Santos, Humberto Carrão e Julia Bernat. (Brasil, França, 2016. 141’) 19h15: thom andersen: hollywood e além Os pensamentos que outrora tivemos (The Thoughts That Once We Had) de Thom Andersen. Montagem: Andrew Kim. Montagem adicional: Christine Chang. (EUA, 2015. 105’) Sessão seguida de debate com o pesquisador Lucas Murari e os curadores Aaron Cutler e Mariana Shellard. Inspirado nas aulas que ministrava na CalArts sobre a relação do filósofo francês Gilles Deleuze com o cinema, Andersen conta “uma história pessoal do cinema” como diz o próprio intertítulo de abertura - a partir de filmes que Deleuze aborda nos livros A Imagem-Movimento (1983) e A Imagem-Tempo (1985), e de outros filmes que ilustram os conceitos neles descritos. Os pensamentos que outrora tivemos é conduzido por intertextos que aparecem entre cenas dos filmes, compostos por três vozes distintas: citações dos livros de Deleuze, citações de outros artistas e teoristas como Walter Benjamin e Jack Smith, e comentários do próprio cineasta. Hollywood e além: O cinema investigativo de Thom Andersen conta com 19 filmes entre longas e curtas-metragens (18 deles inéditos no Rio de Janeiro) que celebram a obra de Thom Andersen, um dos mais importantes cineastas americanos da atualidade, e de artistas vinculados a ele. As sessões de quinta (15) a domingo (18) serão apresentadas pelos curadores da mostra.
SEXTA 16
SÁBADO 17
DOMINGO 18
14h00, 16h45: Aquarius de Kleber Mendonça Filho. (Brasil, França, 2016. 141’)
13h00, 14h00: modernidades fotográficas Improvável encontro de Lauro Escorel (Brasil, 2016. 24’)
13h00, 14h00: modernidades fotográficas Improvável encontro de Lauro Escorel (Brasil, 2016. 24’)
20h00: thom andersen: hollywood e além --- ------- (Um filme de rock’n’roll) --- ------- (aka The Rock ‘n’ Roll Movie) de Thom Andersen e Malcolm Brodwick (EUA, 1967. 11’)
15h00: thom andersen: hollywood e além Los Angeles por ela mesma (Los Angeles Plays Itself ) Direção, produção e roteiro: Thom Andersen. Montagem: Yoo Seung-Hyun. (EUA, 2003, 170’)
15h00: thom andersen: hollywood e além Marseille Après La Guerre de Billy Woodberry. (2015. 11’)
Reconversão Direção e roteiro: Thom Andersen. Fotografia: Peter Bo Rappmund. Gravação de som: Christine Chang. Montagem: Adam R. Levine e Christine Chang. Montagem de som: Andrew Kim. Narração: Encke King (Portugal, 2012. 69’) Comissionado pelo festival Curtas Vila do Conde, o filme explora 17 projetos do renomado arquiteto português Eduardo Souto de Moura, nascido na cidade de Porto, em 1952. Souto de Moura especializouse na conversão de ruínas em edifícios modernistas habitáveis, utilizando o próprio material do local. Um trem chega à estação (A Train arrives at the Station) de Thom Andersen (EUA, 2016. 16 min)
Os excluídos de Hollywood persistem como tema diagonal do diretor que desta vez investiga a construção mitológica do cinema hollywoodiano sobre a cidade de Los Angeles. O mito e a cidade são contrapostos por cenas de filmes hollywoodianos e imagens filmadas por Andersen em 16mm para ilustrar o impacto local da indústria cinematográfica e seu desprezo sobre a cidade que a abriga. Com uma narração de tom amargo e pessoal, o filme se estrutura a partir de temas que descrevem a construção do mito. 18h30: thom andersen: hollywood e além A trilogia de Tony Longo (The Tony Longo Trilogy) de Thom Andersen. (EUA, 2014. 14’) Topofilia (Topophilia) de Peter Bo Rappmund (EUA, 2015. 62’) 20h00: thom andersen: hollywood e além California Sun de Thom Andersen. (EUA, 2015. 4’) Get Out of the Car de Thom Andersen. Fotografia: Madison Brookshire, Adam R. Levine e Deborah Stratman. Gravação de som: Craig Smith. Montagem: Adam R. Levine (EUA, 2010. 34’) Tectonics de Peter Bo Rappmund (EUA, México, 2012. 60’)
Thom Andersen
E quando eu morrer, não ficarei morto... (And When I Die, I Won’t Stay Dead...) de Billy Woodberry. (EUA, Portugal, 2015. 90’) 17h00: thom andersen: hollywood e além Notfilm de Ross Lipman. (EUA, Reino Unido, 2015. 129’) Film de Alan Schneider. Concepção e roteiro: Samuel Beckett. Com Buster Keaton, Nell Harrison, James Karen e Susan Reed (EUA, 1965. 22’) 20h00: thom andersen: hollywood e além Juke - Passagens dos filmes de Spencer Williams (Juke - Passages from the Films of Spencer Williams) de Thom Andersen. (EUA, 2015. 29’) Olivia’s Place de Thom Andersen. (EUA, 1966/74. 6’) Eadweard Muybridge, zoopraxógrafo (Eadweard Muybridge, Zoopraxographer) de Thom Andersen. (EUA, 1975. 59’) Primeiro longa-metragem de Andersen, faz uma análise dos estudos sobre o movimento, principal projeto do fotógrafo Eadweard Muybridge (1830-1904). Andersen mostra a abrangente variedade de tipos físicos fotografados por Muybridge, e animados no filme, como homens e mulheres atléticos, gordos, deficientes físicos e mentais, em ações simples e corriqueiras, descrevendo o olhar objetivo e não hierárquico do fotógrafo.
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TERÇA 20 14h00, 16h45: Aquarius de Kleber Mendonça Filho. Com Sônia Braga, Maeve Jinkings, Irandhir Santos, Humberto Carrão e Julia Bernat. (Brasil, França, 2016. 141’) Clara mora de frente para o mar no Aquarius, último prédio de estilo antigo da Av. Boa Viagem, no Recife. Jornalista aposentada e escritora, viúva com três filhos adultos e dona de um aconchegante apartamento repleto de discos e livros, ela irá enfrentar as investidas de uma construtora que tem outros planos para aquele terreno: demolir o Aquarius e dar lugar a um novo empreendimento. 20h00: thom andersen: hollywood e além Koh de Adam R. Levine (EUA, Tailândia, 2010. 2’) Levine filmou em preto e branco, em uma ilha no golfo da Tailândia e posteriormente processou o filme a mão. Sucinto como um haicai, Koh mostra o amanhecer, o mar e pescadores em um pequeno barco. O próprio Levine gerou uma versão digital em alta resolução do filme para esta mostra. Hollywood Vermelha (Red Hollywood) de Thom Andersen e Noël Burch Narração: Billy Woodberry. (EUA, 1996. 114’) O filme nasceu de um artigo controverso escrito por Thom Andersen em 1985, onde ele defende que os artistas incluídos na lista negra hollywoodiana, surgida na década de 1940, eram relevantes e dignos de pesquisa. Em 1994, em parceria com o cineasta e teórico Noël Burch, publicou um livro de língua francesa chamado Les Communistes de Hollywood: Autre chose que des martyrs, e logo depois lançou Hollywood vermelha. O filme utiliza cenas instigantes de filmes da época para retratar como muitos dos artistas foram condenados por defender opiniões socialmente progressistas.
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QUARTA 21 14h00, 16h45: Aquarius de Kleber Mendonça Filho. Direção de fotografia e câmera: Pedro Sotero e Fabrício Tadeu. Montagem: Eduardo Serrano. Produção: Emilie Lesclaux, Saïd Ben Saïd e Michel Merkt. Com Sônia Braga, Maeve Jinkings, Irandhir Santos, Humberto Carrão e Julia Bernat. (Brasil, França, 2016. 141’) 20h00: thom andersen: hollywood e além Os pensamentos que outrora tivemos (The Thoughts That Once We Had) Direção e produção: Thom Andersen. Montagem: Andrew Kim. Montagem adicional: Christine Chang. (EUA, 2015. 105’) Inspirado nas aulas que ministrava na CalArts sobre a relação do filósofo francês Gilles Deleuze com o cinema, Andersen conta “uma história pessoal do cinema” como diz o próprio intertítulo de abertura - a partir de filmes que Deleuze aborda nos livros A Imagem-Movimento (1983) e A Imagem-Tempo (1985), e de outros filmes que ilustram os conceitos neles descritos. Os pensamentos que outrora tivemos é conduzido por intertextos que aparecem entre cenas dos filmes, compostos por três vozes distintas: citações dos livros de Deleuze, citações de outros artistas e teóricos como Walter Benjamin e Jack Smith, e comentários do próprio cineasta.
> Os filmes de setembro Programa sujeito a alterações. Confira a programação completa do Instituto Moreira Salles em www.ims.com.br, em nossas redes sociais ou pelo telefone 3284-7400
QUINTA 22 14h00: anri sala: o momento presente 1395 Days without Red de Anri Sala (Bósnia e Herzegovina, Reino Unido, 2011. 44’) 15h00, 16h30: Visita ou memórias e confissões de Manoel de Oliveira. (Portugal, 1982. 68’) Filme autobiográfico sobre a vida e a casa de Manoel de Oliveira (1908-2015). A partir de memórias e confissões, este documentário póstumo, rodado no ano de 1981 sob a condição de ser apresentado somente depois de sua morte, relata a importância que essa residência teve na vida do diretor. 19h00: sessão cinética História natural (Natural History) de James Benning. (EUA, 2014. 77’) Sessão seguida de debate com os críticos da Revista Cinética, disponível em: http://revistacinetica.com.br Com 54 planos estáticos em 77 minutos de projeção, James Benning retrata o Museu de História Natural de Viena com enfoque nas áreas geralmente fechadas para o público: escritórios, depósitos e corredores vazios. Em presença de Christian Köberl, diretor do museu, Benning conta: “História natural começou quando o diretor do Museu de História Natural de Viena me convidou para almoçar. Ele queria conversar sobre sua segunda paixão: cinema. Como não gosto tanto assim de cinema, mudei imediatamente de assunto para meteoritos, sua primeira paixão. Depois de um bom bife e a melhor parte de uma boa garrafa de vinho tinto, eu já tinha acumulado dois anos de créditos nessa matéria. Então, com um sorriso de garoto, Christian perguntou se eu gostaria de ver os depósitos do museu. Passamos algumas horas observando os itens armazenados e a própria arquitetura do subsolo. Eu disse para o Christian que gostaria de fazer um filme ali, um filme de paisagem e, sem hesitar, ele disse sim.”
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SÁBADO 24
DOMINGO 25
14h00: anri sala: o momento presente 1395 Days without Red de Anri Sala (Bósnia e Herzegovina, Reino Unido, 2011. 44’)
13h00: modernidades fotográficas Improvável encontro de Lauro Escorel (Brasil, 2016. 24’)
13h00: modernidades fotográficas Improvável encontro de Lauro Escorel (Brasil, 2016. 24’)
A Orquestra Filarmônica de Sarajevo pratica o primeiro movimento da Sinfonia Patética, a sexta e última composta por Tchaikovsky, em 1893. Ao mesmo tempo, uma musicista atravessa a cidade sitiada a caminho do ensaio. O filme faz referência aos 1.395 dias do cerco de Sarajevo, entre 5 de abril de 1992 e 29 de fevereiro de 1996, durante a guerra da Bósnia-Herzegovina, quando vestir roupas vermelhas e brilhantes era extremamente perigoso por atrair a atenção dos francoatiradores. 1395 Days without Red faz parte da exposição “Anri Sala: o momento presente”, em cartaz no IMS-RJ até o dia 20 de novembro de 2016.
Totalmente realizado sobre fotografias de José Medeiros e Thomas Farkas. Narra o encontro, a amizade e as influências recíprocas que contribuíram para a consolidação da moderna fotografia brasileira, inaugurada nas décadas de 1940/50.
Totalmente realizado sobre fotografias de José Medeiros e Thomaz Farkas, o filme narra suas trajetórias, seu encontro, o desenrolar da sua amizade e as influências recíprocas. Através do diálogo entre as imagens, o documentário nos mostra a contribuição que os jovens José Medeiros e Thomaz Farkas deram para a consolidação da moderna fotografia brasileira, inaugurada nas décadas de 1940/50. As fotografias de Medeiros e Farkas daquele período contribuíram de forma significativa, para o estabelecimento de uma nova representação visual do país.
15h00, 16h30, 18h30, 20h00: Visita ou memórias e confissões de Manoel de Oliveira. Diálogos: Agustina Bessa-Luís. Fotografia: Elso Rique. Som: Joaquim Pinto e Vasco Pimentel. Montagem: Manoel de Oliveira, Ana Luísa Guimarães. (Portugal, 1982. 68’) Sobre o filme, escreve a crítica Tatiana Monassa: “O título duplo e alternativo já nos permite pressentir um de seus traços mais marcantes (e desconcertantes): trata-se de um filme de estatuto ambíguo, quase esquizofrênico, que oscila entre uma ficção ensaística sobre uma visita a uma morada e um documentário-diário em primeira pessoa sobre a vida do realizador, passada em sua maior parte nesta mesma morada. A casa aparece, assim, como um objeto central, um personagem do filme e seu locus solus. Pois se trata igualmente de um testamento para ela, de uma despedida por meio da celebração de sua beleza e riqueza ‘semântica’. Deste modo, Oliveira fala de si sem falar apenas de si, em conformidade com o pudor manifestado na apresentação: talvez não devesse fazer um filme assim, mas está feito.”
14h00: anri sala: o momento presente 1395 Days without Red de Anri Sala (Bósnia e Herzegovina, Reino Unido, 2011. 44’) A Orquestra Filarmônica de Sarajevo pratica o primeiro movimento da Sinfonia Patética, a sexta e última composta por Tchaikovsky, em 1893. Ao mesmo tempo, uma musicista atravessa a cidade sitiada a caminho do ensaio. O filme faz referência aos 1.395 dias do cerco de Sarajevo, entre 5 de abril de 1992 e 29 de fevereiro de 1996, durante a guerra da Bósnia-Herzegovina, quando vestir roupas vermelhas e brilhantes era extremamente perigoso por atrair a atenção dos francoatiradores. 1395 Days without Red faz parte da exposição “Anri Sala: o momento presente”, em cartaz no IMS-RJ até o dia 20 de novembro de 2016. 15h00, 16h30, 18h30, 20h00: Visita ou memórias e confissões de Manoel de Oliveira. Diálogos: Agustina Bessa-Luís. Fotografia: Elso Rique. Som: Joaquim Pinto e Vasco Pimentel. Montagem: Manoel de Oliveira, Ana Luísa Guimarães. (Portugal, 1982. 68’) Filme autobiográfico sobre a vida e a casa de Manoel de Oliveira (1908-2015). A partir de memórias e confissões, este documentário póstumo, rodado no ano de 1981 sob a condição de ser apresentado somente depois de sua morte, relata a importância que essa residência teve na vida do diretor.
14h00: anri sala: o momento presente 1395 Days without Red de Anri Sala (Bósnia e Herzegovina, Reino Unido, 2011. 44’) 15h00, 16h30, 18h30, 20h00: Visita ou memórias e confissões de Manoel de Oliveira. Diálogos: Agustina Bessa-Luís. Fotografia: Elso Rique. Som: Joaquim Pinto e Vasco Pimentel. Montagem: Manoel de Oliveira, Ana Luísa Guimarães. (Portugal, 1982. 68’) “Uma casa é uma relação íntima, pessoal onde se encontram as raízes”, afirma o diretor no livro Conversas com Manoel de Oliveira, resultado de 22 horas de entrevistas do cineasta a Antoine de Baecque e Jacques Parsi. “A casa que filmei em Visita ou memória e confissões foi feita por mim. Dirigi-me a um arquitecto amigo, José Porto, que tinha estudado em França no tempo dos grandes arquitectos, Le Corbusier, Perret. Tinha uma formação muito boa. É ele que na mesma época, assina os cenários de Aniki-Bobó. Ele imaginou excelentes soluções para a colocação da câmara…quanto à casa, segui de perto o desenvolvimento do traçado, que foi recomeçado três vezes. A minha casa é o lado imaterial. É uma maneira de fixar o espírito. Temos a sensação que isso ficará para sempre. Mas os filmes desaparecem. Tudo desaparece.”
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TERÇA 27 14h00: anri sala: o momento presente 1395 Days without Red de Anri Sala (Bósnia e Herzegovina, Reino Unido, 2011. 44’) A Orquestra Filarmônica de Sarajevo pratica o primeiro movimento da Sinfonia Patética, a sexta e última composta por Tchaikovsky, em 1893. Ao mesmo tempo, uma musicista atravessa a cidade sitiada a caminho do ensaio. O filme faz referência aos 1.395 dias do cerco de Sarajevo, entre 5 de abril de 1992 e 29 de fevereiro de 1996, durante a guerra da Bósnia-Herzegovina, quando vestir roupas vermelhas e brilhantes era extremamente perigoso por atrair a atenção dos francoatiradores. 15h00, 16h30, 18h30, 20h00: Visita ou memórias e confissões de Manoel de Oliveira. (Portugal, 1982. 68’) Filme autobiográfico sobre a vida e a casa de Manoel de Oliveira (1908-2015). A partir de memórias e confissões, este documentário póstumo, rodado no ano de 1981 sob a condição de ser apresentado somente depois de sua morte, relata a importância que essa residência teve na vida do diretor. Sobre o filme, escreve a crítica Tatiana Monassa: “O título duplo e alternativo já nos permite pressentir um de seus traços mais marcantes (e desconcertantes): trata-se de um filme de estatuto ambíguo, quase esquizofrênico, que oscila entre uma ficção ensaística sobre uma visita a uma morada e um documentário-diário em primeira pessoa sobre a vida do realizador, passada em sua maior parte nesta mesma morada. A casa aparece, assim, como um objeto central, um personagem do filme e seu locus solus. Pois se trata igualmente de um testamento para ela, de uma despedida por meio da celebração de sua beleza e riqueza ‘semântica’. Deste modo, Oliveira fala de si sem falar apenas de si, em conformidade com o pudor manifestado na apresentação: talvez não devesse fazer um filme assim, mas está feito.”
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QUARTA 28
QUINTA 29
14h00: anri sala: o momento presente 1395 Days without Red de Anri Sala (Bósnia e Herzegovina, Reino Unido, 2011. 44’)
14h00: anri sala: o momento presente 1395 Days without Red de Anri Sala (Bósnia e Herzegovina, Reino Unido, 2011. 44’)
15h00, 16h30, 18h30, 20h00: Visita ou memórias e confissões de Manoel de Oliveira. Diálogos: Agustina Bessa-Luís. Fotografia: Elso Rique. Som: Joaquim Pinto e Vasco Pimentel. Montagem: Manoel de Oliveira, Ana Luísa Guimarães. (Portugal, 1982. 68’)
15h00, 16h30, 18h30, 20h00: Visita ou memórias e confissões de Manoel de Oliveira. Diálogos: Agustina Bessa-Luís. Fotografia: Elso Rique. Som: Joaquim Pinto e Vasco Pimentel. Montagem: Manoel de Oliveira, Ana Luísa Guimarães. (Portugal, 1982. 68’)
Filme autobiográfico sobre a vida e a casa de Manoel de Oliveira (1908-2015). A partir de memórias e confissões, este documentário póstumo, rodado no ano de 1981 sob a condição de ser apresentado somente depois de sua morte, relata a importância que essa residência teve na vida do diretor.
Filme autobiográfico sobre a vida e a casa de Manoel de Oliveira (1908-2015). A partir de memórias e confissões, este documentário póstumo, rodado no ano de 1981 sob a condição de ser apresentado somente depois de sua morte, relata a importância que essa residência teve na vida do diretor.
1395 days without Red, de Anri Sala
SEXTA 30 14h00: anri sala: o momento presente 1395 Days without Red de Anri Sala (Bósnia e Herzegovina, Reino Unido, 2011. 44’) 15h00, 16h30, 18h30, 20h00: Visita ou memórias e confissões de Manoel de Oliveira. Diálogos: Agustina Bessa-Luís. Fotografia: Elso Rique. Som: Joaquim Pinto e Vasco Pimentel. Montagem: Manoel de Oliveira, Ana Luísa Guimarães. (Portugal, 1982. 68’) Filme autobiográfico sobre a vida e a casa de Manoel de Oliveira (1908-2015). A partir de memórias e confissões, este documentário póstumo, rodado no ano de 1981 sob a condição de ser apresentado somente depois de sua morte, relata a importância que essa residência teve na vida do diretor. Em Conversas com Manoel de Oliveira, resultado de 22 horas de entrevistas do cineasta a Antoine de Baecque e Jacques Parsi, Manoel de Oliveira fala sobre as relações possíveis entre o cinema e o espaço em que se mora: “Penso em Jean-Luc Godard que ouvi um dia, ou então li algures, que dizia: ‘O cinema não é uma arte. O cinema não é a vida. Mas situa-se precisamente entre as duas’. Achei isto muito curioso porque o que ele diz situase justamente na linha das minhas reflexões sobre o cinema, do meu conhecimento, da minha viagem cinematográfica. Para mim, o que Godard disse a propósito do cinema pode, da mesma maneira, aplicarse às casas. Não é, na verdade, uma arte, também não é só a vida, mas a vida está lá dentro. Estão, pois, entre uma coisa e outra. As casas recebem tão bem a vida como as artes (a pintura, a decoração, etc.). Há, por outro lado, na organização de uma casa, diferentes salas, desde as mais secretas, às mais íntimas, até às mais públicas ou sociais. Um filme, por sua vez, é um pouco assim, compartimentado pela planificação das cenas e das sequências.”
OUTUBRO SÁBADO 1
OUTUBRO DOMINGO 2
13h00: modernidades fotográficas Improvável encontro de Lauro Escorel (Brasil, 2016. 24’)
13h00: modernidades fotográficas Improvável encontro de Lauro Escorel (Brasil, 2016. 24’)
Totalmente realizado sobre fotografias de José Medeiros e Thomas Farkas. Narra o encontro, a amizade e as influências recíprocas que contribuíram para a consolidação da moderna fotografia brasileira, inaugurada nas décadas de 1940/50.
Totalmente realizado sobre fotografias de José Medeiros e Thomaz Farkas, o filme narra suas trajetórias, seu encontro, o desenrolar da sua amizade e as influências recíprocas. Através do diálogo entre as imagens, o documentário nos mostra a contribuição que os jovens José Medeiros e Thomaz Farkas deram para a consolidação da moderna fotografia brasileira, inaugurada nas décadas de 1940/50. As fotografias de Medeiros e Farkas daquele período contribuíram de forma significativa, para o estabelecimento de uma nova representação visual do país.
14h00: anri sala: o momento presente 1395 Days without Red de Anri Sala (Bósnia e Herzegovina, Reino Unido, 2011. 44’) A Orquestra Filarmônica de Sarajevo pratica o primeiro movimento da Sinfonia Patética, a sexta e última composta por Tchaikovsky, em 1893. Ao mesmo tempo, uma musicista atravessa a cidade sitiada a caminho do ensaio. O filme faz referência aos 1.395 dias do cerco de Sarajevo, entre 5 de abril de 1992 e 29 de fevereiro de 1996, durante a guerra da Bósnia-Herzegovina, quando vestir roupas vermelhas e brilhantes era extremamente perigoso por atrair a atenção dos francoatiradores. 1395 Days without Red faz parte da exposição “Anri Sala: o momento presente”, em cartaz no IMS-RJ até o dia 20 de novembro de 2016. 15h00, 16h30, 18h30, 20h00: Visita ou memórias e confissões de Manoel de Oliveira. Diálogos: Agustina Bessa-Luís. Fotografia: Elso Rique. Som: Joaquim Pinto e Vasco Pimentel. Montagem: Manoel de Oliveira, Ana Luísa Guimarães. (Portugal, 1982. 68’) Filme autobiográfico sobre a vida e a casa de Manoel de Oliveira (1908-2015). A partir de memórias e confissões, este documentário póstumo, rodado no ano de 1981 sob a condição de ser apresentado somente depois de sua morte, relata a importância que essa residência teve na vida do diretor.
14h00: anri sala: o momento presente 1395 Days without Red de Anri Sala (Bósnia e Herzegovina, Reino Unido, 2011. 44’) 15h00, 16h30, 18h30, 20h00: Visita ou memórias e confissões de Manoel de Oliveira. Diálogos: Agustina Bessa-Luís. Fotografia: Elso Rique. Som: Joaquim Pinto e Vasco Pimentel. Montagem: Manoel de Oliveira, Ana Luísa Guimarães. (Portugal, 1982. 68’) Sobre o filme, escreve a crítica Tatiana Monassa: “O título duplo e alternativo já nos permite pressentir um de seus traços mais marcantes (e desconcertantes): trata-se de um filme de estatuto ambíguo, quase esquizofrênico, que oscila entre uma ficção ensaística sobre uma visita a uma morada e um documentário-diário em primeira pessoa sobre a vida do realizador, passada em sua maior parte nesta mesma morada. A casa aparece, assim, como um objeto central, um personagem do filme e seu locus solus. Pois se trata igualmente de um testamento para ela, de uma despedida por meio da celebração de sua beleza e riqueza ‘semântica’. Deste modo, Oliveira fala de si sem falar apenas de si, em conformidade com o pudor manifestado na apresentação: talvez não devesse fazer um filme assim, mas está feito.”
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DVD | IMS
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Últimas conversas, de Eduardo Coutinho, A viagem dos comediantes, de Theo Angelopoulos, Nostalgia da luz, de Patricio Guzmán, Imagens do inconsciente, de Leon Hrszman, Os dias com ele de Maria Clara Escobar, A tristeza e a piedade, de Marcel Ophuls, e Contatos 1 - A grande tradição do fotojornalismo. Contatos 2 A renovação da fotografia contemporânea e Contatos 3 A fotografia conceitual são os mais recentes lançamentos da coleção DVD | IMS que reúne os seguintes filmes: Shoah, de Claude Lanzmann. La Luna, de Bernardo Bertolucci. Cerimônia de casamento, de Robert Altman. Conterrâneos velhos de guerra, de Vladimir Carvalho. Vidas secas, de Nelson Pereira dos Santos. Memórias do cárcere, de Nelson Pereira dos Santos. São Bernardo, de Leon Hirszman. O emprego, de Ermanno Olmi. Iracema, de Jorge Bodsnazky. Cerimônia secreta, de Joseph Losey. As praias de Agnès, de Agnès Varda. A pirâmide humana e Cocorico! Mr. Poulet, de Jean Rouch. Diário, de David Perlov. Elena, de Petra Costa. Sudoeste, de Eduardo Nunes. A batalha de Argel, de Gillo Pontecorvo. Libertários, de Lauro Escorel, e Chapeleiros, de Adrian Cooper. Seis lições de desenho com William Kentridge. Memórias do subdesenvolvimento, de Tomas Gutiérrez Alea. E três edições de poesias: Poema sujo, dedicado a Ferreira Gullar; Vida e verso e Consideração do poema, dedicados a Carlos Drummond de Andrade.
“Meus filmes começam com a procura de lugares e pessoas. Quando encontro um tema, antes de começar a escrever um roteiro, vou em busca de personagens reais e de um espaço real. Trabalho então com as pessoas ali mesmo, no ambiente em que elas vivem. Peço que se movimentem e digam pequenas frases, coisas simples, para se acostumarem com a presença da câmera. A câmera fica na minha mão, como parte do meu corpo, um prolongamento de meus olhos. Em seguida proponho uma situação não muito definida, apenas dou a entender como eles devem se comportar. Na prática o meu tema estimula as reações deles, o filme que realizamos em conjunto resulta de minha provocação e do envolvimento pessoal deles. Meus primeiros empregos, minha experiência de trabalho, me ensinaram a fazer cinema, e continua a ser assim, aprendo com o trabalho. Nos documentários que fiz por iniciativa própria (além dos trinta ou quarenta que realizei por opção ou compreensível imposição da empresa em que trabalhava) existe uma tentativa de representar o mundo do trabalho de uma perspectiva particular: a observação dos problemas pessoas do trabalhador. Meus três primeiros filmes de ficção, O tempo parou, O emprego e Os noivos, abordam esta questão e registram as mudanças verificadas nas décadas de 1950 e 1960, entre o início e o fim do boom econômico italiano. São três testemunhos intimamente ligados a esses anos, voltados para problemas na época definidos como ‘secundários’, mas a meu ver os mais importantes: os dos homens em seus ambientes de trabalho.” Depoimento de Ermanno Olmi no livreto que acompanha o DVD de O emprego, parte da coleção de DVDs do IMS
Instituto Moreira Salles
DVD | IMS
Rua Marquês de São Vicente, 476. Gávea. Telefone: (21) 3284-7400
PRÓXIMO LANÇAMENTO
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Vinicius de Moraes,
Aberto ao público de terça a domingo das 11h00 às 20h00. Guarda-volumes aberto até às 20h00. Acesso a portadores de necessidades especiais. Estacionamento gratuito no local. Café wifi Fundado em 1992, o IMS é uma entidade civil sem fins lucrativos que tem por finalidade exclusiva a promoção e o desenvolvimento de programas culturais. A sede do Rio de Janeiro abriga espaços expositivos, sala de cinema, sala de aula, biblioteca, cafeteria, loja de arte e ateliê infantil. O Instituto possui também centros culturais em São Paulo e em Poços de Caldas. O IMS conta com um acervo de fotografia (mais de 550 mil imagens), de música (cerca de 28 mil gravações), de literatura e de artes plásticas, instalados em reservas técnicas para conservação e restauração. Entre as coleções, fotografias de Marc Ferrez, Marcel Gautherot, Augusto Malta, José Medeiros, Thomaz Farkas, David Zingg, Haruo Ohara, Jorge Bodanzky, Maureen Bisilliat e Mário Cravo Neto, desenhos de J. Carlos, Millôr Fernandes e Glauber Rocha, as discotecas de Humberto Franceschi e José Ramos Tinhorão, os arquivos pessoais de Pixinguinha, Ernesto Nazareth, Chiquinha Gonzaga, Elizeth Cardoso, Baden Powell, Hekel Tavares e Mário Reis, e originais dos escritores Ana Cristina Cesar, Rachel de Queiroz, Otto Lara Resende, Clarice Lispector, Paulo Mendes Campos e Carlos Drummond de Andrade. No site do IMS está hospedada a Rádio Batuta, ponto de seleção, entretenimento e análise da música popular brasileira. O Instituto edita uma revista quadrimestral de ensaios, serrote, uma revista semestral de fotografia, Zum, e uma coleção de DVDs. Superintendente Executivo: Flávio Pinheiro Coordenação do ims-rj : Elizabeth Pessoa Curadoria de cinema: José Carlos Avellar (in memoriam) Produção de cinema e DVD: Bárbara Alves Rangel Assistência de produção: Thiago Gallego
um rapaz de família de Susana Moraes (Brasil, 1983) Extras: Faixa comentada por Adriana Calcanhotto, Eucanaã Ferraz, Julia Moraes e Tuca Moraes. Livreto com textos de Pedro Butcher, Walter Salles e depoimento de Robert Feinberg.
Ingressos para Aquarius e Visita ou memórias e confissões: terça, quarta e quinta: R$ 22,00 (inteira) e R$11,00 (meia) sexta, sábado, domingo e feriados: R$26,00 (inteira) e R$ 13,00 (meia). para Nanook, o esquimó, História natural, Ninotchka, Iracema, uma transa amazônica e os filmes da mostra Hollywood e além: R$ 8,00 (inteira) e R$ 4,00 (meia) As sessões de Improvável encontro e 1395 Days whithout Red têm entrada franca. Meia entrada com apresentação de documentos comprobatórios para professor da rede pública municipal, estudantes, menores de 21 anos, maiores de 60 anos, portadores de HIV e aposentados por invalidez. Cliente Itaú: desconto para o titular ao comprar o ingresso com o cartão Itaú (crédito ou débito). Passaporte no valor de R$ 40,00 com validade para 10 sessões das mostras organizadas pelo IMS. Ingressos e senhas sujeitos à lotação da sala. Capacidade da sala: 113 lugares. Ingressos disponíveis também em www.ingresso.com Devolução de ingressos: em casos de cancelamento de sessões por problemas técnicos e por falta de energia elétrica, os ingressos serão devolvidos. A devolução de entradas adquiridas pelo ingresso.com será feita pelo site.
O programa de setembro tem o apoio da Cinemateca do MAM do Rio de Janeiro, da Cinemateca Brasileira, do Instituto Italiano de Cultura do Rio de Janeiro, da Cinemateca da Embaixada da França, da Revisa Cinética, das distribuidoras Vitrine Filmes e Filmes da Mostra e do Espaço Itaú de Cinema.
Sessões para escolas e agendamento de cabines pelo telefone (21) 3284 7400 ou pelo e-mail imsrj@ims.com.br As seguintes linhas de ônibus passam em frente ao ims: Troncal 5 - Alto Gávea - Central (via Praia de Botafogo ) 112 - Alto Gávea - Rodoviária (via Túnel Rebouças) 537 – Rocinha - Gávea 538 – Rocinha - Botafogo 539 – Rocinha - Leme Ônibus executivo Praça Mauá - Gávea
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HOLLYWOOD E ALÉM O CINEMA INVESTIGATIVO DE THOM ANDERSEN
ANRI SALA: O MOMENTO PRESENTE | AQUARIUS SESSÃO CINÉTICA | IMPROVÁVEL ENCONTRO 28