#RioUtópico [em construção], de Rosângela Rennó - trecho

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RECREIO DOS BANDEIRANTES

O C E A N O

A T L Â N T I C O


#rioutópico [em construção] rosângela rennó curadoria e organização: thyago nogueira

Este guia reúne fotografias e informações de localidades do Rio de Janeiro cujos nomes sugerem uma utopia ou situação nem sempre alcançável. As localidades de 1 a 50 foram escolhidas pela artista. As localidades identificadas com siglas vieram de colaboração espontânea de pessoas que também enviaram imagens para o projeto. O mapa no verso da capa localiza todos os lugares.


1. VILA PARAÍSO, SANTA TERESA Assentamento não urbanizado / 7.367 m2 (IPP, 2016) / cerca de 200 moradores, cerca de 50 domicílios (Associação de Moradores) / Acesso principal: rua do Paraíso

A ocupação desordenada de terrenos na rua do Paraíso começou na década de 1970 com desapropriações feitas para a construção do túnel Martim de Sá – ou túnel Frei Caneca –, que liga o largo do Catumbi à avenida Henrique Valadares, no Centro. As apropriações desagradaram aos moradores mais antigos e foram combatidas pelas autoridades. Há registros de que, em 1991, a polícia militar montou um sistema de vigilância para evitar novas invasões. A pequena Vila Paraíso resiste como último foco dessa ocupação que se repetiu ao longo de décadas. O IPP situa em 1991 a chegada dos moradores atuais. (Sabren/lPP; IPPUR-UFRJ; Diário Oficial do Município; lterj; acervo O Globo)



Milena, moradora, Rosângela Rennó

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Rua do Paraíso, 41, entrada da Vila, Gabriela Lima

GABRIELA MILENA, M RENNÓ MARIA RI ROSÂNGE


A LIMA MORADORA, ROSÂNGELA

ITA E SUA NETA, AMANDA, ELA RENNÓ

Maria Rita e a neta, Amanda, Rosângela Rennó

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2. MORRO DOS PRAZERES, SANTA TERESA Assentamento parcialmente urbanizado 49.137 m2 (IPP, 2016) / 6.000 moradores, 1.200 domicílios (Associação de Moradores dos Prazeres, 2017) / Acesso principal: rua Almirante Alexandrino

A ocupação do morro começou na década de 1940, no local conhecido como Colina, em torno da escada principal. Antes disso, havia no local uma chácara, propriedade de parentes do duque de Caxias. Sua sede, uma construção erguida por volta de 1920, onde hoje funciona o centro cultural Casarão dos Prazeres, já abrigou atividades da Ordem dos Dominicanos. Por isso, há quem ainda a chame de Casa dos Pobres. O nome do morro seria uma homenagem à madre Maria dos Prazeres, que realizava cultos ali. No espaço onde isso acontecia, foi erguida uma capela, mais tarde derrubada. Em 2012, a comunidade acolheu as primeiras edições da Flupp (Festa Literária das Periferias) e do baile Black Santa, já levado para outros bairros do Rio de Janeiro. E, em 2013, Morro dos Prazeres virou documentário: Maria Augusta Ramos registrou a rotina local após a instalação de uma Unidade de Polícia Pacificadora (UPP). (IPP; IPPUR­UFRJ; Diário Oficial do Município; lterj; Inês Garçoni e Sergio Bloch, Guia gastronômico das favelas do Rio. Rio de Janeiro: Arte Ensaio, 2013)



Hector Santos

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Hector Santos


“Dois cachorros no buraco”, Saulo Nicolai

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6. PARQUE UNIÃO, MARÉ Assentamento urbanizado / 225.173 m2 (IPP, 2016) / 19.662 moradores, 6.621 domicílios (IBGE, 2010) / Acesso principal: avenida Brasil

Em 1961, era um manguezal ocupado por migrantes que instalaram ali suas palafitas. Segundo a prefeitura, as construções foram garantidas por um mandado de segurança do advogado Magarino Torres Filho, e, no início dos anos 1980, o Projeto Rio, programa de urbanização do governo militar, substituiu as palafitas por casas de alvenaria. A versão levantada pelo coletivo local AMaréVê diz que Magarino demarcou e vendeu os lotes. Os barracos teriam sido substituídos por casas de alvenaria pelos moradores. Ainda segundo o AMaréVê, o governo militar tentou desocupar a comunidade, mas os moradores resistiram e enviaram uma carta de apelo ao presidente João Figueiredo (1979-1985). A ideia de remoção foi descartada, e o projeto urbanístico, implantado. (IPP; IPPUR­-UFRJ; Diário Oficial do Município; lterj)



Ervas na feira, Produtora AMaréVê

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Rua Ary Leão, Produtora AMaréVê


Alan, o bate bola no Carnaval, reprodução, Produtora AMaréVê

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12. MORRO DA FÉ, PENHA CIRCULAR Assentamento urbanizado / 82.798 m2 (IPP, 2016) / 2.483 moradores, 706 domicílios (IBGE, 2010) / Acesso principal: rua Caroem

Uma das favelas mais antigas do Rio, também conhecida como a favela que se situa “atrás do antigo Olimpo”, famosa e extinta casa de shows na Vila da Penha. Os primeiros registros de ocupação datam de 1936, segundo a prefeitura. Fica na elevação a noroeste do maciço da Misericórdia, a extensão de morros que vai de Bonsucesso a Vila Cosmos, e que compreende o Complexo do Alemão. Conhecida como Maturacá, em alusão à rua de mesmo nome, a favela do Complexo da Penha teve maior adensamento demográfico nos anos 1980, quando atingiu o tamanho que tem hoje. Foi delimitada e regularizada em 1999, com o programa de urbanização Favela Bairro. Hoje, o tráfico de drogas é uma presença forte. Há uma comunidade vizinha ao Morro da Fé que é conhecida como Morro do Sereno. (IPP; IPPUR-UFRJ; Diário Oficial do Município; lterj; Nei Lopes, Dicionário da hinterlândia carioca: antigos “subúrbio” e “zona rural”. Rio de Janeiro: Palias, 2012)



Rua Maturaca, Nathalia Menezes

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Nathalia Menezes


Acesso Ă rua Helvetia, Nathalia Menezes

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Nathalia Menezes


17. FINAL FELIZ, ANCHIETA Assentamento não urbanizado / 86.479 m2 (IPP, 2016) / 1 .193 moradores, 361 domicílios (IBGE, 2010) / Acesso principal: rua Sebastião Drummond

A favela já existia em 1976, e só passou a ser acompanhada pela prefeitura em 1999. Em 2003, tornou-se Área de Especial Interesse Social. Faz parte do complexo de 24 favelas do Chapadão, em Anchieta. Em 2008, uma pesquisa feita pela ONG Viva Favela levantou a origem do nome de diversas comunidades cariocas. De acordo com a organização, a favela era chamada de Morro do Chifrudo nos anos 1970, devido a uma suposta história de adultério coletivo. Ao tomarem conhecimento de episódios de traição, homens teriam espancado suas mulheres numa rua que ficou conhecida como rua do Pau Rolou (hoje rebatizada de Severino de Oliveira, em homenagem a um antigo morador). A troca do nome para Final Feliz teria ocorrido depois que as mulheres foram expulsas da comunidade. Há também a versão de que o nome teria sido inspirado por uma telenovela homônima, de lvani Ribeiro, exibida em 1982. (IPP; IPPUR-­UFRJ; Diário Oficial do Município; lterj; Nei Lopes, Dicionário da hinterlândia carioca: antigos “subúrbio” e “zona rural”. Rio de Janeiro: Palias, 2012)



Morro da Pedreira, imediaçþes da favela Final Feliz, Paulo Vinicius

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Beco da Rita, Kamilla Santos


Beco da Rita, Kamilla Santos

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Beco da Rita, Kamilla Santos


19. CONJUNTO RESIDENCIAL JARDIM PROGRESSO, BANGU Conjunto habitacional / 20 mil moradores (Associação de Moradores do Conjunto Jardim Progresso) / Acesso principal: rua Luzia de Macedo Dantas

Fica no sub-bairro Jardim Bangu, uma subdivisão dos bairros de Bangu e Padre Miguel feita pela prefeitura em 2009. Jardim Bangu herdou o nome de um antigo conjunto habitacional criado na década de 1960, às margens do rio Sarapuí. Na época, era cercado por terrenos baldios, laranjais e sítios, que forneciam produtos agrícolas aos operários da antiga Fábrica Bangu (1889-2005). O único residencial na região era a Vila Catiri, mas aos poucos outros foram construídos. Segundo a associação de moradores, tem 25 anos. Hoje é um condomínio fechado, com portões e portaria, e conta com parque aquático e áreas de lazer. (IPP; IPPUR-­ -UFRJ; Diário Oficial do Município; lterj)



Danilo Verpa / Folhapress

VILA ALIANÇA, BANGU

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Leonardo Lopes dos Santos

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Leonardo Lopes dos Santos


Leonardo Lopes dos Santos

AL Leonardo Lopes dos Santos


Danilo Verpa / Folhapress

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Leonardo Lopes dos Santos


20. PRAÇA MIAMI, VILA KENNEDY 22.976 moradores (Conjunto Vila Kennedy), 7.191 domicílios (IBGE, 2010) / Acesso principal: avenida Brasil

Aqui fica um dos marcos da Vila Kennedy: uma réplica oficial e reduzida da Estátua da Liberdade americana, feita pelo mesmo escultor, o francês Frédéric Auguste Bartholdi, em 1899, dez anos depois da Proclamação da República. Moldada em zinco e bronze, foi instalada em 1965, restaurada em 2014 e tombada como patrimônio municipal em 2017. A praça Miami homenageia os Estados Unidos. O conjunto habitacional foi erguido com verba do programa Aliança para o Progresso, criado pelo então presidente John F. Kennedy (1961-1963) para financiar ações sociais em países da América Latina durante a Guerra Fria. Kennedy morreu meses antes da inauguração do empreendimento, que virou bairro oficial em 2017. (IPP; IPPUR-­ -UFRJ; Diário Oficial do Município; lterj)



D. Conceição, reprodução, Junior Sant’ana

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Rua José Gonçalves, Junior Sant’ana

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Quiosques derrubados pela Prefeitura na Vila Kennedy, Márcio Alves


24. NOVA CONQUISTA, COSMOS Assentamento não urbanizado / 82.952 m2 (IPP, 2016) / 1.413 moradores, 395 domicílios (IBGE, 2010) / Acesso principal: rua ltagibá

A comunidade fica no Complexo Vila do Céu. Surgiu de um loteamento feito em 1996 pela Companhia Têxtil Aliança, que se instalaria na região. De acordo com moradores, ao descobrir que o loteamento era irregular, pessoas que viviam nas redondezas engrossaram a ocupação, erguendo casebres nos terrenos. As principais ruas têm nomes de antigos colonizadores, presidentes e políticos, como Martins Afonso, Café Filho, Campos Sales e Marcello Alencar. Numa área onde há muito poucas opções de lazer, soltar pipas ainda é uma recreação comum para as crianças. (IPP; IPPUR-UFRJ; Diário Oficial do Município; lterj; depoimentos colhidos por Nathalia Menezes)



Cruzeiro da Parรณquia Santa Sofia, Lucas Ururah

24 Parรณquia Santa Sofia, Lucas Ururah


Parรณquia Santa Sofia, Lucas Ururah

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30. RECANTO FELIZ, SANTA CRUZ Conjunto habitacional urbanizado / 30.531,64 m2 (Caixa Econômica Federal) / 160 domicílios (jornal Extra, 2011) / Acesso principal: avenida Padre Guilherme Decaminada

O conjunto habitacional é mais conhecido pelos moradores como Casinhas. Foi erguido há pouco tempo, mas poucas casas mantiveram o desenho original. Gerson, de 75 anos, um dos moradores mais antigos, conta que sua avó era de origem tupi-guarani, como os primeiros moradores da região de Sepetiba, e o avô, português. Segundo ele, havia ali uma plantação de aipim, que foi dividida em lotes pelos funcionários. Seu pai, Pedro Sabino, organizou as vendas de lotes e foi homenageado com o nome da rua onde mora. Os coqueiros da rua foram plantados pela família de Gerson. O rio Cação Vermelho, onde crianças tomavam banho, hoje é o esgoto do conjunto. (IPP; IPPUR-UFRJ; Diário Oficial do Município; lterj; depoimentos recolhidos por Lucas Ururah; Caixa Econômica Federal; site do jornal Extra)



Sra. Clรกudia Faria, Lucas Ururah

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Sr. João Lisboa, Lucas Ururah

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31. VILA UNIVERSAL, SANTA CRUZ Assentamento não urbanizado / Acesso principal: rua Cafelândia, Sepetiba

O nome Vila Universal só existe no papel. Situada na fronteira entre Sepetiba e Santa Cruz, esta região com ruas de terra, árvores e ranchos, onde coexistem bares e igrejas evangélicas, é conhecida como Veridiana ou Portelinha – uma ocupação de trabalhadores, a maioria oriunda do Nordeste. Ao final da rua Cafelândia, que demarca a Vila Universal nos mapas oficiais, existe um despenhadeiro, conhecido como Monte, e agora transformado em canteiro de obras do condomínio Espanhol, do programa Minha Casa Minha Vida. (IPP; IPPUR-UFRJ; Diário Oficial do Município; lterj; depoimentos colhidos por Lucas Ururah)



Entorno, Lucas Ururah

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Vista com conjunto Espanhol (Minha Casa Minha Vida), Lucas Ururah

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“O Monte”, Lucas Ururah


35. VILA AMIZADE, RECREIO Assentamento parcialmente urbanizado / 14.239 m2 (IPP, 2016) / 1.424 moradores, 453 domicílios (IBGE, 2010) / Acesso principal: avenida Gilka Machado

Teve início em 1972, às margens do canal das Tachas, na área conhecida como Gleba Finch. Em 1929, o terreno de 1,3 milhão de metros quadrados foi vendido pelo mosteiro de São Bento à família do alemão Joseph Finch. Com a morte de membros da família, os lotes foram sendo negociados de forma irregular, dando origem às favelas que hoje integram o Complexo do Terreirão. Os primeiros moradores do complexo foram migrantes vindos de terras capixabas para trabalhar em lavouras do Recreio. Mas a Vila Amizade formou-se com trabalhadores de outro perfil: jardineiros, domésticas, operários de obras e funcionários de shopping centers e mercados. Hoje é constituída por duas ruas no entorno do canal, que se tornou um valão extremamente poluído. O canal liga as lagoas do parque Chico Mendes e de Marapendi – esta conhecida por ter muitos jacarés, que se alimentam no valão. Em 1996, a comunidade tornou-se Área Especial de Interesse Social. Nos últimos anos, tem recebido obras de urbanização pelo programa Bairro Maravilha. A área é controlada por milicianos. (IPP; IPPUR-UFRJ; Diário Oficial do Município; lterj; O Globo; depoimentos colhidos por Lucas Ururah)



Bruno Magliari

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Lucas Ururah

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Rio das Tachas, Lucas Ururah


36. CONDOMÍNIO MUNDO NOVO, BARRA DA TIJUCA Condomínio / 170 mil m2 / 4 mil moradores, 1.098 domicílios / Acesso principal: avenida das Américas

O complexo de prédios teve sua primeira unidade lançada em 1997. Hoje, o conjunto agrupa seis prédios residenciais, dois apart-hotéis e dois comerciais, somando 145 mil metros quadrados de área construída e uma vasta gama de serviços. O condomínio encarna o estilo de moradia que se tornou marcante na região, oferecendo benesses de clube privativo a famílias de classe média. O marketing do empreendimento exalta a preservação do meio ambiente: durante os trâmites legais do projeto, nos anos 1990, o local virou área de proteção ambiental (APA). (IPP; IPPUR-UFRJ; Diário Oficial do Município; lterj; material informativo do condomínio)



Gabriela Lima

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Gabriela Lima

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42. BAIRRO CIDADE DE DEUS Bairro / 1 .205.800 m2 (IPP, 2014) / 36.515 moradores, 12.285 domicílios (IBGE, 2010)

No século 16, Martim de Sá recebeu uma enorme sesmaria, que deu lugar a engenhos e fazendas. Foi ali que, na década de 1960, começou a ser construído o complexo habitacional Cidade de Deus, com nome de inspiração católica, cortado pelo rio Arroio Fundo. Fruto da política estadual de remoção de favelas, foi habitado, a partir de 1968, por moradores vindos de 63 comunidades cariocas – 70% deles, de seis favelas removidas da Zona Sul: Catacumba, Praia do Pinto, Parque da Gávea, Ilha das Dragas, Parque do Leblon e Rocinha. Os problemas se acumularam desde o início, com o crescimento desordenado gerando mais favelização. Em 1997, a “Cededê” foi cortada ao meio pela Linha Amarela. O filme Cidade de Deus (2002), baseado no romance do antigo morador Paulo Lins, deu notoriedade ao lugar – mas também o estigmatizou. Nos anos 1980, o conjunto se tornou bairro. Hoje, a degradação urbana demonstra como o poder público se mantém longe do bairro, manifestando-se principalmente através de ações policiais recorrentes. (IPP; IPPUR-UFRJ; Diário Oficial do Município; lterj)



Carla Santos

42 Carla Santos


Guilherme Roberto

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Julia Margareth Gomes


Uma cartografia fotográfica e afetiva do Rio de Janeiro Thyago Nogueira

Este livro-guia faz parte do projeto colaborativo #RioUtópico, criado pela artista Rosângela Rennó e exibido na sede do Instituto Moreira Salles do Rio de Janeiro entre dezembro de 2017 e abril de 2018. Rennó nasceu em Belo Horizonte. Graduou-se em arquitetura pela Universidade Federal de Minas Gerais (1986) e em artes plásticas pela Escola Guignard (1987). Em 1990, mudou-se para o Rio de Janeiro, onde vive até hoje. Reconhecida pelo interesse em trabalhar com arquivos fotográficos, Rennó explora neste projeto a paisagem da cidade que assistiu ao desembarque da fotografia em janeiro de 1840, apenas cinco meses depois do anúncio oficial da invenção da técnica na França. A geografia exuberante da capital do Império e o interesse de dom Pedro II pela fotografia desde tenra idade transformaram o Rio em vedete de centenas de imagens e álbuns ilustrados ao longo das décadas seguintes – fascínio que cresceu exponencialmente durante a República. Em 1840, a capital do país tinha ao redor de 200 mil habitantes. O Rio de hoje é produto de uma explosão demográfica e de uma implosão social. A cidade abriga cerca de 6,5 milhões de pessoas, espalhadas em 1,2 mil quilômetros quadrados, das quais 1,4 milhões vivem em aglomerados subnormais, nome que o Censo de 2010 do IBGE dá às favelas e comunidades urbanizadas. Uma simples busca de imagens no Google, ou mesmo no acervo do Instituto Moreira Salles, revela, contudo, que a maior parte das fotografias usadas para divulgar a paisagem carioca forma apenas um belo showroom da zona centro-sul da cidade, área que


corresponde a cerca de 10% do território do município. Baías e orlas sinuosas, vistas aéreas e encostas, praias e pores do sol se repetem, oferecendo as mesmas belas e dramáticas perspectivas. O reconhecimento da paisagem é um elemento importante na construção da identidade local, mas é também necessário perguntar se a reiteração exacerbada desses pontos de vista não esconde um cenário cuja realidade é desafiada por outras estatísticas. Uma imagem sedutora e reconhecível do Rio de Janeiro pode reforçar a autoestima coletiva e unir os moradores em torno de um propósito comum ou de um sentido de comunidade. Mas a repetição exacerbada também pode produzir o efeito oposto, ao fazer com que moradores de outras regiões se sintam excluídos da cidade ou subestimem a importância de representar sua própria realidade. Que imagem, afinal, descreve melhor a cidade: a beleza icônica de seus cartões-postais ou as cenas do dia a dia, capturadas em câmeras e celulares? A história da fotografia urbana acompanha a história da modernização das cidades. Ela começa com os primeiros daguerreótipos e segue até os dias atuais, com as fotografias de escala monumental. A primeira foto de uma figura humana nas ruas é um daguerreótipo do bulevar du Temple parisiense feito em 1838, por Louis Daguerre (1787-1851), o inventor da técnica. Com tempo de exposição de vários minutos, a imagem exibe apenas os vultos distantes de um engraxate e de seu cliente numa ampla via urbanizada; os transeuntes, em movimento, sumiram. Com o passar dos anos, algumas cidades ganharam personalidade

fotográfica marcante, por obra dos fotógrafos que a elas se dedicaram. Um pouco como a Paris de Gustave Flaubert ou o Rio de Machado de Assis, é possível reconhecer a capital francesa pelo trabalho do fotógrafo Eugène Atget (1857-1927), que a registrou antes da gigantesca reforma promovida pelo barão de Haussmann (1809-1891). Ou mesmo percorrer o Rio de Marc Ferrez (1843-1923), que consagrou vistas e acompanhou a renovação arquitetônica da cidade. A relação estreita entre a fotografia e as cidades atravessa o século XX e chega ao século seguinte com ambições renovadas. Qualquer cidade fotografada pelo alemão Thomas Struth se parece com uma cidade fotografada por Thomas Struth, ainda que exiba sua própria personalidade. A cidade é submetida à linguagem fotográfica. Como é possível, então, criar uma produção visual compartilhada e menos determinada pela personalidade do fotógrafo? Uma das experiências urbanas mais interessantes foi pensada pelo japonês Takuma Nakahira durante a Bienal de Arte de Paris realizada em 1971. Nakahira decidiu apresentar um retrato mutante e fragmentado da cidade, despindo-se da pretensão de abarcá-la em toda a complexidade. Enquanto a exposição estava em cartaz, o fotógrafo circulou pelas ruas, documentando-as de forma incessante, muitas vezes sem olhar pelo visor da câmera, com o objetivo de eliminar qualquer resquício de subjetividade. No fim do dia, revelava e ampliava as imagens, que então afixava num painel erguido no espaço expositivo. Em poucos dias, dezenas de fotos se acumulavam, caíam ou eram cobertas por novas fotografias. Em vez de buscar um retrato sintético, Nakahira


Vistas da exposição no Instituto Moreira Salles do Rio de Janeiro, março de 2018


Fotos de Leonardo Wen


visual: fazer com que nos aproximemos de nossa própria imagem. Quando nos reconhecermos integralmente na melancolia rural de Santa Cruz, na distopia ereta de Ilha Pura, no monótono padrão do Minha Casa Minha Vida ou no oceano de lajes indomáveis, teremos enfrentado o contraponto necessário para viver numa cidade que corre o risco de flertar, e de se iludir, com o próprio narcisismo. Um contraponto que poderia e deveria ser estendido a muitos outros lugares.

Thyago Nogueira é coordenador da área de Fotografia Contemporânea do Instituto Moreira Salles e editor da revista ZUM. #RioUtópico integra um programa em que artistas são convidados para desenvolver exposições em torno de assuntos presentes no acervo de fotografia do IMS. A primeira versão do projeto, em 2014, deu origem à exposição e ao livro São Paulo, fora de alcance, do fotógrafo paulista Mauro Restiffe.



marรงo de 2018

dezembro de 2017


Final Feliz! Robert Moses Pechman

Final Feliz é um lugar no Rio de Janeiro, quase na fronteira com o município de São João de Meriti, entre Guadalupe e Anchieta, cercado por outros lugares com nomes igualmente instigantes. Instigantes e, no entanto, poéticos, como Vida Nova, Sossego-Alegria, Pedacinho do Céu, Morro da Fé, Parque Alegria, Morro da Boa Esperança, Morada dos Sonhos e Jardim Paraíso. Final Feliz… Qual terá sido o final de Final Feliz? Terá encontrado a felicidade prometida? E em Sossego-Alegria, a alegria terá propiciado o sossego? Pedacinho do Céu, Morro da Fé, Cidade de Deus, Vila do Céu terão tido a bênção esperada? Terão encontrado, mínima e derradeiramente, a feli(z)cidade? A fotógrafa, arquiteta e artista plástica mineira Rosângela Rennó, passando os olhos pelo mapa da cidade, principalmente pelas partes norte e oeste e nas franjas da periferia, descobriu vários lugares que se destacam por uma verdadeira promessa de utopia urbana impressa nos nomes das localidades. Escolheu 50 deles. Há também Mundo Novo, Vale do Paraíso, Morro dos Prazeres, Vale Encantado, Luz Divina, Vila Arco-Íris, Chave de Ouro, e muitos outros. É possível projetar, nessa cidade tão dilacerada, mas que trescala doçura no rastro de seus nomes, alguma utopia que propicie esperança, quando muito, uma reflexão crítica sobre a cidade ou mesmo a elaboração imaginária de uma contrassociedade que sustente o ideário da igualdade econômica e jurídica dos cidadãos? Ou é possível pensar na possibilidade de uma felicidade pública a partir das formas de se ocupar o espaço, num momento em que esse espaço está se retraindo para a esfera privada? Não sendo isso, estaríamos


diante do fracasso de uma cidade que mastiga sua força de trabalho até triturá-la, e, depois de exaurida, vomita-a, livrando-se dela nas longitudes da periferia? Massacradas por duros e monótonos trabalhos com pífios salários, essas massas são tangidas do core da cidade, atiradas nos seus confins e empilhadas em concentrações de miseráveis sem oportunidades, sem esgoto, água potável, escolas, áreas de lazer, enfim, sem direito a “ser” da cidade, sem direito de expressar seu estar na cidade. No entanto, o Rio é uma cidade com várias cidades dentro. Apesar de todos os dilemas, um outro Rio desponta além das áreas centrais. O escritor, cronista e contista João Antônio, conhecido por suas deambulações pelas áreas populares da cidade, num livro em que exaltava Copacabana a partir de seu bas-fond – Ô, Copacabana! – nos fala de uma periferia com uma cara que nada tem de cosmopolita, mas que teve papel crucial na constituição do que Vinicius de Moraes chamou de “espírito carioca”. O carimbo pretensioso e generalizador se esquece de que o carioca não é apenas o homem da Zona Sul badalada – de Copacabana ao Leblon. Setenta e cinco por cento da população carioca mora nas zonas Norte e Oeste, no Rio esquecido. E lá, sim, o Rio fica mais Rio, a partir das caras não cosmopolitas. E se o carioca coubesse no carimbo que lhe imputam, não se teriam produzido obras pungentes, inovadoras e universais como as de Noel Rosa, Geraldo Pereira, Nelson Rodrigues, Nelson Cavaquinho… Muito do sorriso carioca é picardia fina, modo atilado de driblar os percalços. De costas para a Zona Sul, Chico Buarque nos fez ouvir o gemido

suburbano do Rio na crueza de suas carências, mas também na grandeza de sua altivez: Lá não tem claro-escuro A luz é dura A chapa é quente Que futuro tem Aquela gente toda […] É pau, é pedra É fim de linha É lenha, é fogo, é foda Viver sem utopia é foda! Sem utopia, estaríamos próximos demais da natureza, próximos demais da barbárie, próximos demais da vida nua. Mas que utopia podem ter os moradores da narcísica Cidade Maravilhosa que só veem o Cristo de costas e a distância? Que Canaãs, que Terras Prometidas são possíveis aí sonhar? Seria possível sonhar um outro Rio, que brotasse onde o Redentor não faz sombra? Trata-se de uma cidade partida ou não passa de uma cidade perversa, perversa não no sentido de má, mas na sua incapacidade de reconhecer o seu outro do pacto urbano? Como olhar então para um outro Rio de Janeiro sem o estigma da pobreza, da precariedade e do atraso? E se esse Rio pudesse falar, botar a boca no trombone, o que ele teria a nos contar sobre os seus anseios de vida, o seu sentido de mundo, os seus desejos de cidade? Rosângela Rennó, no afã de conhecer e fazer conhecer esse Rio “profundo”, reuniu jovens moradores de comunidades suburbanas, pedindo-lhes que fotografassem cenas que dessem distinção a seus bairros. Além disso, lançou o desafio para que moradores locais enviassem, pelas redes sociais, imagens das localidades escolhidas


INSTITUTO MOREIRA SALLES

Alfredo Ribeiro coordenador / internet

Walther Moreira Salles (1912-2001) fundador

Bia Paes Leme coordenadora / música

DIRETORIA EXECUTIVA João Moreira Salles presidente Gabriel Jorge Ferreira vice-presidente Mauro Agonilha Raul Manuel Alves diretores executivos CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO João Moreira Salles presidente Fernando Roberto Moreira Salles vice-presidente Gabriel Jorge Ferreira Pedro Moreira Salles Walther Moreira Salles Junior conselheiros ADMINISTRAÇÃO Flávio Pinheiro superintendente executivo Lorenzo Mammì curador de programação e eventos Samuel Titan Jr. Jânio Gomes coordenadores executivos Odette J.C. Vieira coordenadora executiva de apoio

Denise Grinspum coordenadora / educação Elvia Bezerra coordenadora / literatura Gabriel Moore Forell Bevilacqua gestor de acervos Heloisa Espada coordenadora / artes Julia Kovensky coordenadora / iconografia Marília Scalzo coordenadora / comunicação Sergio Burgi coordenador / fotografia Thyago Nogueira coordenador / fotografia contemporânea Elizabeth Pessoa Haroldo Paes Gessoni Joana Reiss Fernandes coordenadores / centros culturais

EXPOSIÇÃO Instituto Moreira Salles, Rio de Janeiro 16 de dezembro de 2017 a 22 de abril de 2018 curadoria / IMS Thyago Nogueira Valentina Tong (assistente) identidade visual Celso Longo + Daniel Trench Manu Vasconcelos e Luisa Prat (assistentes) projeto expográfico Álvaro Razuk (Daniel Winnik, Victor Delaqua, Ligia Zilbersztejn) mapa do rio de janeiro Marcelo Pliger fotos aéreas e informações sobre as comunidades Instituto Pereira Passos, Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro redação e pesquisa dos históricos das comunidades Mariana Filgueiras Juliana Krapp oficina preparatória Ana Luiza Nobre (coordenação) e Ileana Pradilla Ceron (IMS) Agência Redes para a Juventude: Marcus Faustino (coordenação), Karina Rodrigues, Veruska Delfino e Luana Pinheiro participantes nas oficinas Guilherme Vinicius Roberto, Coletivo AMaréVê (Karina Donaria, Mayara Donaria, Jessica Pires), Kamilla Aguiar,

Júnior Sant’ana, Lucas Ururah, Hector Santos, Nathalia Menezes, Thais Alvarenga assistência de curadoria / IMS Beatriz Matuck assistentes da artista Gabriela Massote Lima Daniela Seixas produção / IMS Camila Goulart (supervisão) Lívia Ferraz Emília Estrada (assistente) logística / IMS Odette J.C. Vieira (coordenação) Nadja dos Santos tratamento e impressão das fotografias / IMS Joanna Americano Castilho (coordenação) Carolina Filippo Franco Salvoni Nrishinro Vallabha Das Mahe Thais Berlinsky Daniel Veloso (estagiário) assessoria de imprensa / IMS Marília Scalzo Bárbara Giacomet de Aguiar ação social IMS-RJ Ana Luiza de Abreu (supervisão) Talita Gomes ação educativa IMS-RJ Denise Grinspum (coordenação) Janis Clémen (supervisão) Jhonny Medeiros Maria Emília Tagliari Rafael Lino Mariane Germano


CATÁLOGO

AGRADECIMENTOS

© Instituto Moreira Salles, 2018

Instituto Pereira Passos (IPP): Márcia Sigaud, Adriana Vial, Leandro Gomes Souza, Maristela Medeiros e Luiz Roberto Arueira (diretor de Informações da Cidade do Instituto Pereira Passos – IPP). Agência de Redes para a Juventude: Marcus Faustini; Veruska Delfino; Karina Rodrigues; Marina Moreira; Ana Luiza Nobre; Folhapress – Agência de Notícias do Grupo Folha; Adriana Garcia Fregoso, Paula Coutinho e Mauricio Rosaldo.

organização Thyago Nogueira coordenação editorial Thyago Nogueira Samuel Titan Jr. projeto gráfico Celso Longo + Daniel Trench Manu Vasconcelos, Luisa Prat e Cristina Gu (assistentes) mapa do rio de janeiro Marcelo Pliger assistente editorial Valentina Tong Beatriz Matuck edição e preparação de textos Rafaela Biff Cera revisão Flávio Cintra do Amaral Livia Lima produção gráfica Acássia Correia Denise Pádua (assistente) tratamento de imagens Equipe de fotografia IMS-RJ Joanna Americano Castilho (coordenação) Carolina Filippo Franco Salvoni Nrishinro Vallabha Das Mahe Thais Berlinsky Daniel Veloso (estagiário) pré-impressão e impressão Ipsis Gráfica e Editora

Otávio Alves Barros (Vale Encantado); Wilson Coelho (presidente da Associação de Moradores da Suíça Carioca II); Simone Costa (presidente da Associação de Moradores da Suíça Carioca); Vitor Almeida (presidente da Associação de Moradores da Vila Arco-Íris); Simone Veiga (Vila Arco-Íris); Carla Siccos (CDD Acontece); D. Gilda Alves de Souza (do Conjunto Jardim do Amanhã); Antônio Pereira (Associação de Moradores da Cohab Novo Horizonte); Robson Vieira e Kelly Conceição (Associação de Moradores da Cohab Luz Divina); Alzira Pereira Pires (D. Nenem), D. Esmerina dos Reis, Maria de Lurdes Alvez, Vanderley Pereira de Lucena, Onorício Pereira, Gilmar Silva

e Aluísio Machado (Cohab Vila Esperança); D. Jurema Constâncio (Cooperativa Shangrilá); Claudia Faria, Jerson Sabino, Sr. Belo e Sr. Paulo (Recanto Feliz); Equipe do Abrigo Doce Morada (Vila Universal); Liliane Damasceno (Vila do Céu); Zé Monteiro e Sandro (Nova Conquista); Pedro Fontes, João Fontes, Paulinho, Érica, Joyce e Ângelo (Jardim Paraíso); Paulo Pinheiro (presidente da Associação de Moradores da Morada dos Sonhos); Lhuan Habhrahan (Novo Mundo e Morada dos Sonhos); José Roberto, Rogério, Getúlio e Álvaro Severino (Novo Lar); Juliana Muniz e Sr. Vital Muniz (Associação de Moradores da Vila Amizade); Arthur Lucena (jornal eletrônico Valores da Penha); Claudia Sacramento (jornal eletrônico Vila Cruzeiro RJ); Aninha (presidente da Associação de Moradores do Conjunto do Ipase em Vitória da Conquista); Hedwiges Thalissa (blog Fala Hed); Sr. Alcebíades Belenzinho (coordenador do projeto Pedacinho do Céu); José Petit e Camila Santos (Cohab Vila Esperança); Hercílio Carlos de Oliveira (Sossego-Alegria); ONG Artes e Música WP, Edna Gomes da Silva, Wesley Piedade, Andrews Juan Santos e Viviani Esteves (Jardim Maravilha); D. Maria

(Jardim Frutuoso); Sra. Elenice Querze, Danilo Querze, Nego (Sr. Josinaldo), Sra. Eleni Gomes, Suzane Gomes, Rafaela Carriello, Caio Mendes Ribeiro, Julia Mendes e Dinda Cakes (Vila Progresso); Wesley, Alysson, Fabricio, Luiz Paulo, Adriano (Cacá) e Sr. José (Renascer); Isabel (Associação de Moradores do Morro do Turano); Naldinho (Bloco das Ciganas Feiticeiras); Roberto (presidente da Associação de Moradores do Morro da Esperança); Moisés (Associação de Moradores da Vila Vidigal); Edilene, Janice e Cris dos Prazeres (Morro dos Prazeres); Beto (presidente da Associação de Moradores da Vila da Paz); Rui Zilnet (Praça da Harmonia); Elaine Lira (Associação de Moradores Condomínio Mundo Novo) A todos os fotógrafos que participaram do projeto e nos cederam gentilmente suas imagens, enviando-as via internet e aos jovens que participaram, em 2016, do workshop organizado pelo IMS em parceria com a Agência de Redes para a Juventude e aos que integraram a equipe de comunicadores em 2017 e 2018.


R331r Rennó, Rosângela #RioUtópico [em construção] / Rosângela Rennó. Thyago Nogueira (curador e organizador) – São Paulo : IMS, 2018. 480 p. : il. fots. ISBN: 978-85-8346-045-9 1. Rio de Janeiro – Aspectos sociais. 2. Fotografia – Rio de Janeiro. 3. Exposição – Fotografia. I. Nogueira, Thyago, org. II. Título. CDU 77 CDD 770

capa Masterblank Linho LD 270 g/m² miolo Munken Lynx Rough 120 g/m² fonte Graphik tiragem 1.000 exemplares


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