laboratório de imagens 2023
affonso dalua jamal dutra
joão teodoro jones
lais reverte
affonso dalua jamal dutra
joão teodoro jones
lais reverte
affonso dalua jamal dutra joão teodoro jones
lais reverte organização do e-book janaína damaceno francisco valdean
Renata Bittencourt Diretora de Educação
Jorge Freire
Maria Emília Tagliari Santos
Coordenadores do Projeto IMS
Fruto do encontro entre o Instituto
Moreira Salles e o programa Imagens do Povo – do Observatório de Favelas –, a residência Laboratório de Imagens tem em sua origem o desejo do diálogo, do debate e da expansão de repertórios visuais e conceituais. O projeto vem se constituindo como um espaço de formação, experimentação e troca entre iniciantes na fotografia, em interlocução com pessoas que são pesquisadoras, fotógrafas e profissionais do campo artístico.
A área de Educação e Ação Social do IMS busca se estabelecer como uma plataforma de contato entre o IMS e a sociedade, entendendo a essencialidade desse diálogo na construção de práticas e na promoção de interpretações de seus acervos, alinhados a um compromisso com a democracia e a diversidade. Nesse sentido, o Laboratório de Imagens é uma iniciativa que nos proporciona instigar e estar em contato estreito com o pensamento contemporâneo sobre e a partir da fotografia.
Em especial por trabalhar com pessoas oriundas ou moradoras de territórios populares. A experiência da residência provoca as equipes do IMS, com as quais estabelece conversas, para pensar suas práticas sob perspectivas pouco presentes no campo institucionalizado da cultura.
Em 2023, a residência teve a sua quarta edição, consolidando-se como espaço singular para o desenvolvimento de pesquisas artísticas na área da fotografia. Você agora entra em contato com esta publicação, que compartilha processos vivenciados por cada residente nesse período. O grupo foi convidado a pensar e experimentar suas produções a partir de exercícios individuais e discussões coletivas, com a interlocução de Janaína Damaceno e Francisco Valdean. Este livro (e-book) é um convite para ampliar o diálogo sobre essa produção, que traz novas vozes e lança ao mundo outras perspectivas.
Está feito o convite!
Erika Tambke e Natália Nichols
Coordenadora-geral e coordenadora pedagógica Imagens do Povo/Observatório de Favelas
Em 2023, a residência artística para fotógrafes Laboratório de Imagens chegou a sua quarta edição, reafirmando uma parceria entre duas instituições com trajetórias de destaque no campo da fotografia. Cada edição apresentou características próprias, desde a escolha dos participantes aos objetivos vislumbrados.
Neste ano, assumimos o vínculo entre a residência e a Escola de Fotografia Popular (EFP) e, com isso, fortalecemos o papel de aprofundamento e ampliação da formação. Este processo ocorre principalmente de duas maneiras. Em parte, reforça os princípios da Fotografia Popular compartilhados pela EFP, que preza por uma fotografia feita com respeito, bem-querer e muita cumplicidade com quem se está fotografando. Sem menosprezar outros aspectos fundamentais, busca-se o compromisso com a promoção de uma documentação que valorize a diversidade de temas sobre espaços populares, oscilando do cotidiano ao extraordinário. De outra parte, entendemos que, a partir do acompanhamento da dupla de interlocutores e instituições, o período de quatro meses permite aprofundar projetos de fotografia que buscam testar, arriscar, sonhar e se consolidar nas multilinguagens que o campo da arte proporciona.
Considerando essas propostas, contemplamos o edital com três vagas
dedicadas a ex-estudantes da Escola de Fotografia Popular, enfatizando nosso anseio de ver a continuidade de seus trabalhos e, de igual maneira, por reconhecermos o valor desta formação. Ao mesmo tempo, entendemos como necessário sair de nossos muros, e, por isso, criamos duas vagas de uma chamada aberta para residentes com outros percursos. Esta foi a primeira convocatória mista realizada por chamada aberta que realizamos, e saímos desta experiência mais fortes com essa decisão.
Nessa reunião de ideias, a contribuição presente e precisa dos interlocutores foi notável. O olhar cuidadoso de Francisco Valdean e Janaína Damaceno acompanhou os projetos e estes cinco fotógrafes artistas que, ao longo de meses, apresentaram e dividiram seus desejos artísticos. Cada narrativa demandou uma construção própria, porém desenvolvida em um processo coletivo de muita troca e escuta entre as pessoas que participaram.
Por fim, rever esta edição e o processo desenvolvido em 2023 nos leva a algumas reflexões: a de que não vemos outra residência para fotógrafos com este formato e que, mais uma vez, somos capazes de proporcionar um ciclo único, reafirmando nosso lugar na dedicação à fotografia popular.
As histórias não podem parar, e aqui estamos para conhecer e promover cada uma delas, cada vez mais.
Artista multilinguagem, bissexual e favelado. Mareense. Nascido e criado na Nova Holanda, Maré, ativista LGBTQIAPN+, técnico em Comunicação Visual pelo SENAI-Maracanã, estudante de Marketing pela Universidade Descomplica e formado em Fotografia pela Escola de Fotografia Popular do Imagens do Povo, com diploma de extensão da UFRJ. Já atuou como professor de design gráfico e fotografia do Instituto Vida Real e interlocutor do laboratório Imagem e Narrativa do Maré de Notícias e é coordenador e diagramador do jornal Maré de Notícias da Redes da Maré.
A corpa em movimento é um manifesto imagético com performances e instalações que aprofunda a ideia da corpa LGBTQIAPN+ como ato político de intervenção e resistência cotidiana nos territórios de favelas e periferias.
A pesquisa é um aprofundamento de meu trabalho dentro da fotoperformance LGBTQIAPN+ favelada, que vem sendo costurada em minhas obras desde 2019, com o Projeto Eeer, Entidade Maré, até chegar a minha exposição solo PERFORMANCES.
A ideia de uma corpa maresia que se movimenta pelo tempo e é colocada, hoje, em reflexão acerca dos diversos atravessamentos que uma vida LGBTQIAPN+, em território de favela, experiencia todos os dias diante do olhar de uma sociedade cis-heteronormativa. Encruada de uma visão seca, como deserto, sem o afeto úmido, molhado pelo mangue de uma Maré de 140 mil mareenses.
Por esses motivos, o ensaio
A CORPA EM MOVIMENTO vai passear por duas narrativas que abrem o
afeto e as relações de resistência no território da Maré. As águas e as lajes se cruzam na poesia que transforma essa maresia do tamanho de um bairro em algo único, em uma Maré de movimentos culturais e resistências de uma vida favelada.
Mergulhar nas águas da Maré é como dar um pulo nas memórias de uma vida favelada, memórias como as da minha vó Luiza Maria, que nasceu em 1930 e chegou na Maré acompanhada de meu avô, Cirilo Moreira, em 1965. Retirantes nordestinos que chegam em uma Maré ainda sobre as águas. Memórias como a do meu pai, que nasceu em 15 de setembro de 1967, dentro da palafita, onde o que o separava – ainda molhado da barriga de sua mãe – das águas do mangue eram as madeiras que cobriam o chão do barraco! Então, das mesmas águas que deram vida ao meu pai e a milhares de outros mareenses, nasce o PERFORMANCES – A CORPA EM MOVIMENTO.
As águas da baía de Guanabara cercam o maior conjunto de favelas do Rio de Janeiro: as dezesseis favelas da Maré. Nessa baía manchada pela passagem do tempo e pela falta de políticas públicas de manutenção da vida, nasce o Tio Sereia, que vem como uma explosão de resistência. Tio Sereia representa não só um grito de liberdade, mas o afeto que tenho pelas memórias de um território cercado por água. Por esse motivo, visito quatro colônias de pescadores que ainda resistem pelas favelas da Maré para afirmar que nessas águas ainda existe vida.
Affonso Dalua
Direção Fotográfica, Edição e Tratamento
Gabi Lino
Assistência Fotográfica
Na maioria das experiências LGBTQIAPN+, a família é o primeiro espaço a negar a nossa existência, por isso essas corpas se unem, formando outros laços, outras casas, movimentos de afeto e coletividade que direcionam minha pesquisa para as águas que molham o todo. E esse todo chamamos de “Clube das Gatinhas”, uma explosão de liberdade, afeto e muita chacota que faz das águas, ruas, becos e vielas de uma Maré em movimento um lugar seguro para ser resistência. Nesse sentido, acredito que uma corpa sozinha é só um copo vazio no meio do deserto. Agora, uma corpa em coletivo é uma Maré.
Affonso Dalua
Fotografia, Direção Fotográfica, Edição e Tratamento
Performers
Paulo Victor Lino
Luiz Otavio
Gael Affonso Milla
Kamy Mona
Preta Queenb Rul
Milu Almeida
Vitor Feliz
Wallace Lino
Adrielle Alvez
É um homem negro, tem 26 anos, é pai de um menino negro de 5 anos. Mestre em Ciências Sociais pela UERJ, fotógrafo, antropólogo visual e atualmente cursa o doutorado em Ciências Sociais (PPCIS-UERJ). Seu foco de pesquisa se concentra em torno das questões sociais que atravessam os homens negros, compreendendo a fotografia como um instrumento de dar luz ao que é invisível.
A inspiração deste projeto fotográfico tem por base a continuidade do meu trabalho de pesquisa etnográfica sobre a gestão de “meninos-problema”. Nesse trabalho, analiso a trajetória escolar de estudantes da rede pública municipal do Rio de Janeiro classificados e tratados como os principais “problemas de toda escola.”
Parto do princípio de que a etnografia e a fotografia, enquanto saberes técnicos e interpretativos, combinam convicções poéticas e artísticas junto à produção de conhecimentos diversos. Para mim, a produção de um ensaio fotográfico antropológico é a melhor maneira de comunicar e reproduzir sensorialidades acerca do que é escondido ou ignorado dentro de instituições tão fechadas, embebidas por violências reais e abstratas, como as escolas das periferias que acompanhei.
A escolha da fotografia como linguagem tem por base a decisão de retratar de uma forma criativa
e artística, assim como em meus ensaios fotográficos antropológicos anteriores, as esperanças e expectativas dos olhares, os sofrimentos suprimidos pelo medo, o racismo e a violência testemunhada no cotidiano escolar de jovens negros, de uma forma sublime e engajada, capaz de sensibilizar e produzir saberes por meio dos insights congelados que são as fotografias.
Ao longo da residência artística, tive o prazer e a honra de discutir, desenvolver e reavaliar, com Janaína Damaceno e Francisco Valdean, questões acerca da realização de meu ensaio, como dilemas éticos ao fotografar menores de idade e as possibilidades de abordar um tema que envolve instituições tão protegidas e fechadas como essas escolas. Ao longo da residência, meu projeto inicialmente escrito para o processo seletivo ampliou-se quanto à versatilidade das linguagens utilizadas, sua metodologia e, até mesmo, sua produção.
Problema com escola eu tenho mil, mil fita... Negro drama, Racionais MC’s
De segunda a sexta esporro na escola, (Sába-) Sábado e domingo eu solto pipa e jogo bola Nova geração, Jonathan Costa
Se anteriormente eu pensava em delimitar a fotografia como a única linguagem do trabalho, utilizando modelos convidados para posar e reservar a realização do ensaio em um estúdio interno, a fim de trabalhar recursos técnicos e elementos estéticos capazes de construir um cenário que representasse o ambiente escolar, a partir das discussões e pesquisas sobre trabalhos de outros artistas que se voltaram a produzir sobre temas semelhantes –e que precisaram, da mesma forma, adequar seus trabalhos às limitações legais e éticas de temas que abordam direitos da infância e adolescentes e instituições estatais –, meu trabalho, na busca de uma adequação possível, se revolucionou. Assim, durante o processo de feitura e realização, acabou por adquirir diversas outras linguagens: como a performance coletiva que ocorreu na produção das carteiras enquanto máquinas de dar voz, o registro audiovisual dos relatos de problemas com as escolas citados
diretamente pelas pessoas entrevistadas, que também participaram do ensaio, entre tantas outras camadas, que ainda estão a desabrochar. Devido à dificuldade de acesso a um ambiente escolar para a realização das fotos, me vi desafiado a criar a representação da escola a partir de elementos que, em sua estética, trouxessem a reflexão sobre o espaço escolar. Foi aí que procurei soluções inspiradas no trabalho artístico desenvolvido por Andréa Hygino e a maneira como ela se apropria e opera transformações nas carteiras. Trabalho que se desdobra em reflexões sobre a instituição escolar, desde a observação da disciplina que arregimenta e dociliza os corpos – que enfileira, individualiza e adestra a experiência de estudante dentro da sala de aula –, até a discussão acerca da educação pública no Brasil.
A partir da inspiração em trabalhar com carteiras, tive a ideia de também realizar uma transformação
na carteira escolar. No entanto, em vez de utilizá-la apenas como um objeto de reflexão, propus uma apropriação pelos sujeitos por meio da pichação e das impressões gravadas sobre a carteira, prática comum ao ambiente escolar, ressignificando essa prática enquanto um lugar de transgressão, mas também de voz e de escuta.
Samuel Lima, em seu livro Xarpi: uma diáspora carioca? (ApeKu, 2022), reflete sobre a prática da pixação do espaço público, de paredes, muros, janelas e todas a superfícies que podem ser pixadas, assim como a prática nas carteiras, que, além da linguagem transgressora, por si só, traz consigo vivências e saberes característicos da vida de sujeitos expostos a um não lugar na cidade.
“Xarpi é a piXação, e ser Xarpi é ser piXador, sempre escrito no singular. O negar do viver a vida sem fruição é retratado nessas energias ambiciosas por desfrutes, quando, por intermédio de adjetivos intensos, quebram o ordenamento, o controle do corpo. Deste modo, percebemos o que não é novidade para alguns, mas, talvez, seja para muitos: a piXação/Xarpi exibe um manancial de saberes, vivências e resoluções do fazer.” (Lima, 2022, p. 19)
para entender o que significa a pixação. O que significa uma cidade sem xarpi? E, trazendo a reflexão também para a instituição escolar e para as carteiras escolares, o que significa a ausência de impressões sobre as carteiras, tão comuns em todas as escolas?
“O ‘não existir’ Xarpi, ou qualquer outro traço nos muros da cidade que exiba a fissura da vida humana em diferença, deixará a existência da paisagem, o corpo da cidade, anulada. Marcar a paisagem é se sujar na exibição do corpo da metrópole, da hegemonia disponível à expansão e as maneiras de ser de um lugar, onde ‘um ordena’ e o ‘outro obedece’. Essa atitude parece estar presente nas lógicas do ‘muro limpo’, administradora de um ‘povo mudo’. Muro branco é corpo-paisagem em estado de coma, pois expõe a vida de forma asséptica, anestesiada, neutra, mórfica.” (Lima, 2022, p. 30)
Foi nesse sentido que decidi realizar uma apropriação da carteira escolar, transformando-a em uma máquina de dar voz através da pixação.
mação da carteira escolar em um lugar de voz e escuta.
Sugeri que utilizassem a imaginação para imprimir sobre a carteira reflexões, experiências e sentimentos relacionados ao ambiente escolar sobre as quais dialogamos durante a roda de conversa. E, além da sugestão feita, busquei não interferir sobre o que escreviam na carteira.
A partir dessa dinâmica de apropriação da carteira escolar, dei continuidade ao próximo estágio da construção do ensaio, em que precisava transpor os muros da escola e soltar a carteira pelo território da cidade, para que pudesse escutar o que os “meninos-problema” que não estavam mais na escola tinham a dizer sobre suas trajetórias escolares.
nei a carteira em pontos estética e culturalmente importantes na região, que fossem movimentados para que eu pudesse abordar o máximo de homens negros em busca de uma reposta positiva. Enquanto essa resposta não chegava, percebi que a própria carteira vazia posicionada em meio aos lugares mais comuns da malha urbana já possuía uma carga imagética muito potente, e decidi fotografar.
Lima também nos provoca a pensar no movimento contrário de muitos dos questionamentos que fazemos
Realizando rodas de conversa sobre experiências escolares e fotografia em algumas escolas da rede pública estadual, durante a Semana da Consciência Negra em novembro de 2023, convidei alunos e alunas, ao fim de cada apresentação, para participarem do processo de apropriação e transfor-
A decisão de conversar e fotografar “meninos-problema” que não estivessem mais na escola resolveria algumas das limitações de fotografar crianças e adolescentes vinculando-os a uma abordagem crítica sobre a instituição escolar e uma identidade “problemática” – o que é ainda mais complexo. Decidi, então, que coletaria relatos e produziria fotografias junto ao público adulto, de várias faixas etárias, que se identificasse como “menino-problema” e estivesse disposto a conversar e se deixar fotografar.
Com uma ideia na cabeça, uma câmera na mão e uma carteira escolar nas costas, fui para lugares estratégicos do meu bairro. Estacio-
Depois de muito andar pelas ruas explicando meu projeto e convidando as pessoas para conversar e participar do ensaio fotográfico, consegui poucos aceites. Ainda que não tenha recebido muitas respostas positivas, daquelas que tive, busquei explorar ao máximo para dar conta da entrega total do resultado visual, ainda que tenha tido um resultado parcial na realização do projeto.
A partir da realização deste projeto e do diálogo constante com mentores e parceiros da residência artística, percebi que existem diversas camadas artísticas e etnográficas que podem ser mais exploradas em um trabalho futuro. Uma delas é a elaboração de um documentário que traga tanto as fotografias e o processo de elaboração da produção das fotos quanto um vídeo compilado de relatos dos interlocutores sobre suas experiências escolares. Relatos estes que podem integrar a minha pesquisa de doutorado.
Tem sua produção com base na diáspora negra e a relação de corpos negros na sociedade brasileira, transpassa por temas como o trabalho análogo à escravidão protagonizado por mulheres negras até a documentarização de colônia de férias em espaço de terreiro de uma comunidade afrorreligiosa. Atualmente desenvolvo a discussão em busca da materialidade e o significado da fotografia enquanto um objeto físico e sua relação com os espaços de ruas e galerias.
Em minha pesquisa, busco refletir sobre a fotografia e seus processos, métodos, formas e apresentação.
Na formação da residência, pude explorar em maior profundidade as potências de trabalhos que já desenvolvia.
O tema da “ausência” tornou-se fundamental para entender o que precedia as narrativas basilares de meus trabalhos. A partir da ausência, procurei narrar a religiosidade de matrizes afro-brasileiras para além de sua materialidade, não necessariamente o terreiro, ou até mesmo as pessoas que o frequentam, que estão representadas, como também falo sobre a violência do trabalho análogo à escravidão sem usar a imagem do violentado ou do violentador.
Meu trabalho fotográfico transita entre o realismo e o abstrato, que, por vezes, se misturam, fazendo com que a ausência firme minha presença, mesmo antes dos temas retratados.
A presente série é a confluência da fotografia popular, escultura e arquitetura, a fim de criar um diálogo acerca da arte urbana e da vida do povo preto residente nas periferias de grandes centros urbanos.
Proponho a prática do lambe-lambe e a escultura como a forma final do objeto, e a arquitetura popular como o elemento simbiótico da fotografia, resultando em características pictóricas.
Meu trabalho se dá por meio da observação e reflexão sobre os muros impactados pela ação do tempo, pela interação cotidiana de corpos etc., revelando suas camadas anteriores, transpostas por novas camadas de tinta, intervenções naturais ou azulejos. Sobreposições discute a dinâmica e a relação entre memória, conflitos e afetos encontrados por todo o ambiente urbano e periférico.
entre 16:26 e 17:48
Garrancho é um desdobramento da pesquisa sobre as camadas e texturas que trabalho em Sobreposições, desenvolvida nesta residência, onde produzo fotografias com palavras que atravessam a vivência do povo negro por meio de um processo de múltipla exposição física, criando uma abstração das palavras reais e buscando um novo significado imagético.
Parnapazul não é, sendo.
Parnapazul está na ausência e no vazio… sem estar. entre o existir e o vazio, parnapazul não está presente mas seus rastros demarcam sua não presença. entre a materialidade do preto profundo e o vazio do branco infinito, parnapazul é o conceito gerado que trabalha antes da ideia ou criação.
esta dualidade gera filhos que por vezes nascem na luz e, por outras, nas sombras e muitos deles são gerados na mistura dos opostos.
parnapazul não é o preto
parnapazul não é o cinza
parnapazul não é o branco
parnapazul é o cinza
parnapazul é o branco
parnapazul é o preto
É nascida e criada na Favela da Maré, Conjunto Esperança. É professora de Educação Física, arte-educadora e fotógrafa popular. Em sua pesquisa, tem como tema identidade e memória de famílias pretas dentro do território de favelas, com o intuito de questionar o apagamento histórico ainda em curso, usando seu acervo pessoal de fotografia analógica como ponto de partida para começar a pesquisar identidade e memória. Materializa histórias orais, busca o passado e o reescreve em fotografias, a fim de contribuir para o não apagamento das nossas histórias.
Em minha pesquisa, desenvolvo o tema da identidade e memória de famílias pretas dentro do território de favelas, com o intuito de questionar o apagamento histórico, que ainda está em curso. Decidi usar o meu acervo
pessoal como ponto de partida para começar a pesquisar sobre identidade e memória. Buscando minhas histórias, mantendo minha memória e a dos meus ancestrais vivas para os que vão vir depois.
Assim como o botão, costuro memórias em tecidos até que se prendam no tempo do contar.
Busco o passado, reescrevo em fotografias histórias que antes só eram trazidas de forma oral. Reconstruindo a imagem do povo preto. A fim de contribuir para o não apagamento das nossas histórias.
Fico procurando nos olhos dos meus tios a imagem de minha avó, que com o tempo tem falhado em minha memória.
Na voz de minha tia, tento me aproximar do que vó e bisa foram.
Ser de barro, ser minha origem em meio ao mar de Maré, bem lá no meio, naquela parte do mar em que não dá mais pé.
Alguém lá no fundo me chama Encosta o ouvido e escuta, menina Guardei em uma concha desejos e lembranças
Costurei memórias até que se prendessem no tempo do contar.
É artista visual capixaba, moradora do RJ. É fotógrafa autodidata, cineasta pelo Instituto Cinema Nosso e cursa mestrado em Memória Social na UNIRIO. Morando na Zona Norte do Rio de Janeiro há cinco anos, a artista utiliza diferentes linguagens visuais para discutir a construção da identidade dos corpos negros a partir de uma perspectiva afetiva ancestral e decolonial, a manutenção dos territórios que esses corpos ocupam e as imagens de afeto geradas a partir da interação entre esses territórios e indivíduos. Lais participou, entre os anos de 2021 e 2024, de seis exposições coletivas e, no ano de 2023, foi residente artística no Taller Arte Continuo, Buenos Aires, Argentina. Como fotógrafa, foi selecionada em editais, como o Ilustra Delas, no ano de 2022, promovido pelo Metrô São Bento/SP, e no edital Co.liga de Fotografia no mesmo ano.
do Morro
na
existem as histórias que os livros contam…
... e as histórias que o chão, o corpo e o povo contam.
No início do século XIX, vemos demarcações impressas nos mapas coloniais com os desígnios “Serra dos Pretos Forros”. De acordo com Dreux1 (1990), as primeiras habitações na região foram criadas pelos escravizados alforriados numa encosta, na primeira metade do século XVIII – onde se localiza, atualmente, a Comunidade da Boca do Mato.
Gomes2 (2018) nos apresenta os quilombos urbanos, unidades móveis muito próximas aos centros urbanos que serviam de esconderijo e proteção para milhares de escravizados, principalmente nas regiões do Rio de Janeiro, Salvador e Recife. O Morro dos Pretos Forros é citado como um desses quilombos.
1) DREUX, Wilson. Méier, um século de história (Morro dos Pretos Forros foi aqui que tudo começou). Themis: 1990.
2) GOMES, Flávio S. “Quilombos/remanescentes de quilombos”. In: Dicionário da escravidão e liberdade. São Paulo: Editora Schwarcz S.A.: 2018.
Mas o que há por trás do Mato que a Boca engole? O que há por trás das portas que não entramos?
Os Agudás e as portas no morro habitam o mesmo espaço-tempo místico: a materialização da possibilidade do retorno.
De cá, os palhaços da Folia de Reis Cruzeiro do Sul, do Morro dos Pretos Forros, apresentam a história de quem ficou.
“Tenho 55 anos, sou nascida e criada no Morro, e uma das coisas que mais escutava na infância eram barulhos de correntes arrastando perto do túnel onde o pessoal lavava roupa, no olho d’água lá em cima.
Também cansei de ouvir meu pai contando, quando chegava do trabalho, que via balões voando e, quando ia atrás, não encontrava mais nada, como se desaparecessem, sabe?”
Martirene Camilo, 55 anos, moradora do Morro dos Pretos Forros.
“Nasci no Morro dos Pretos Forros, onde vivo até hoje. É meu território e me traz muita inspiração e memórias, como quando, na infância, pegando coco dos coqueiros no meio da Boca do Mato, escutei de meus amigos que um padre estava ali debaixo poucos minutos antes. Eu nunca vi, mas meus conterrâneos viram e contam essa história.”
Ronaldo Neves, 55 anos, nascido e criado no Morro dos Pretos Forros.
O que é real ou imaginário de uma história? O livro ou a boca estão certos?
Os palhaços se despem da máscara e transitam entre o encantamento e o mundo terreno para revelar que o que existe está inscrito no tempo!
Janaína Damaceno
Professora adjunta da Faculdade de Educação da Baixada Fluminense (FEBF/UERJ).
Francisco Valdean
Graduado em Ciências Sociais pela UERJ, mestre em Antropologia Visual pela UERJ e doutorado pelo PPGArtes-UERJ.
A foto ao lado, tirada em 26 de julho de 2023, registra o primeiro encontro de interlocutores (Francisco Valdean e Janaína Damaceno) com artistas residentes da edição: Affonso Dalua, João Teodoro, Jones, Jamal Dutra e Lais Reverte. Esta foto faz parte do álbum fotográfico da quarta edição da Residência Laboratório de Imagens, projeto criado em 2018 por meio de uma parceria entre o Instituto Moreira Salles e o Observatório de Favelas. A residência é conduzida, desde então, pelos respectivos projetos dessas instituições (Imagens do Povo e Educação do IMS).
Ao longo de quatro edições, a residência consolidou-se como um espaço fundamental para a experimentação e o aprimoramento do trabalho de artistas que exploram poéticas a partir da perspectiva da fotografia popular. Nesta edição, o programa foi estruturado pelos interlocutores para potencializar o intercâmbio entre processos fotográficos individuais e as atuações políticas de cada artista, como narradores de suas experiências corporais.
Durante quatro meses, foram realizados encontros regulares, às quartas-feiras, para a implementação
do programa de residência. Nessas ocasiões, interlocutores estimulavam artistas residentes por meio de contatos com conceitos e poéticas visuais. A residência recebeu, além disso, pessoas de reconhecimento nacional no campo da fotografia, como Walter Firmo e João Roberto Ripper, que trabalham com as temáticas transversais desenvolvidas pelos artistas residentes. Atividades extras, como visitas a exposições e festivais de arte,
foram planejadas para potencializar os estímulos criativos de cada residente.
Em cada encontro, os artistas eram estimulados por meio de exercícios que os desafiavam a criar ensaios visuais ou textuais, explorando suas propostas de projetos artísticos desenvolvidos no contexto do laboratório. Isso incluiu a realização de ensaios de autorretratos inspirados no trabalho de Carrie Mae Weems, assim como a elaboração de manifestos inspirados na obra da artista sul-africana Zanele Muholi.
Uma parte dos encontros ocorreu na Maré, sede do Observatório de Favelas, enquanto a outra aconteceu no bairro da Glória, onde, temporariamente, funciona a sede do Instituto Moreira Salles.
Através deste espaço, as pessoas residentes experimentaram, imaginaram e refletiram sobre conceitos e poéticas visuais que exploram e debatem a política das imagens a partir de diversas experiências emergentes, em variadas periferias do Brasil. Esses processos buscam reivindicar outras formas de representação sobre temas identitários, raciais, de gênero e territoriais aos quais essa classe artística pertence.
A forma fotografia questiona abordagens clássicas de representação, e a Maré destaca-se como uma das favelas com o maior número de fotógrafas e fotógrafos populares atuantes. Em grande parte devido ao trabalho de projetos como o Imagens do Povo, criado pelo Observatório de Favelas e pelo fotógrafo João Roberto Ripper em 2004.
Os residentes e seus processos poéticos
Ao longo da residência, o artista Dalua debateu e aprimorou questões de sua pesquisa “Corpa Movimento”, manifesto imagético que se inscreve a partir de imagens, instalações e performances, e aborda temáticas identitárias LGBTQIAPN+ como ato político. Em uma abordagem, o artista produziu imagens que capturam a cena LGBTQIAPN+ em contexto mareense. Sob outra perspectiva, tornou-se o próprio tema das imagens. Pela proposta, o artista é o personagem retratado e assina a coautoria da produção dessas imagens. Nessa fase de experimentações, Affonso usou ferramentas de inteligência artificial para potencializar o discurso visual empregado em seu processo artístico. Dentro do espaço de criação proporcionado pelo programa da residência, João Teodoro concebeu experimentações que emergiram de seus interesses poéticos. O artista, utilizando a fotografia como meio de expressão, buscou narrar questões existenciais que afetam principalmente a população negra, especialmente as que vivem em periferias urbanas, além de explorar fases cruciais da vida, como a infância e a terceira idade. Navegando com habilidade pelas palavras e imagens, desenvolveu experimentações que incluíram a criação de poemas concretos, mantendo-se fiel à sua poética, que invariavelmente reflete sobre os contrastes do preto e branco na fotografia.
Iniciando seu percurso a partir da fotografia, João concluiu a residência ao apresentar uma peça final materializada em uma expressiva moldura
de madeira, acompanhada por uma performance. Esse projeto final não só encapsula sua jornada artística durante o programa, mas evidencia sua capacidade de traduzir experiências pessoais e coletivas em uma linguagem visual e performática crítica.
Jones, artista e moradora da Maré, dedica-se a uma pesquisa fotográfica que contempla a reflexão sobre a memória de sua família, conduzindo sua investigação artística por meio dos álbuns fotográficos familiares. Nesse processo, as memórias são cuidadosamente localizadas e, posteriormente, reinterpretadas através da criação de novas imagens pela própria artista. No ambiente criativo da residência, Jones imergiu em exercícios que se desdobraram em composições visuais, além de produzir um documentário sonoro. O resultado dessa amálgama de experiências consolidou-se sob o título sugestivo: “Contos do tempo”. Um trabalho em multilinguagem que transita entre imagens, textos e relatos orais das experiências memorialísticas de seus familiares. Foi finalizado com um ensaio fotográfico e uma instalação realizada por meio de uma concha do mar, que abriga o documentário sonoro de 8'12'' minutos.
Em encontro com Ripper, Jones apresenta uma de suas descobertas: uma pequena coleção de fotografias em um álbum deixado por seus avós. Foto: Francisco Valdean
Jamal Dutra apresenta trabalho para grupo de curadores internacionais. Foto: Francisco Valdean.
Jamal Dutra, ao longo do processo como residente do Laboratório de Imagens, revisitou seu próprio acervo, propondo uma reflexão sobre o corpo masculino. Esses exercícios desdobraram-se em uma pesquisa dedicada a repensar a imagem dos “meninos-problema” – jovens negros estudantes frequentemente estigmatizados como desafios para as instituições de ensino. Diante da impossibilidade de realizar o trabalho em uma instituição escolar convencional,
Jamal encontrou uma solução inovadora e criativa ao utilizar o símbolo da escola projetado a partir de uma cadeira. Esse objeto foi fotografado com personagens que carregam em suas biografias experiências escolares enquanto “meninos-problema”.
Lais Reverte tem sua poética fotográfica centrada em cenas de afeto entre pessoas pretas em espaços públicos. Isso traz para seu trabalho o simbolismo da sensibilidade sobre um corpo do qual não se espera esse signo – a artista elabora em suas imagens uma
autobiografia. O trajeto criativo de Reverte surge a partir de um processo de pesquisa realizado no Morro dos Pretos Forros. Ao longo de seu desenvolvimento, o trabalho foi adquirindo camadas políticas muito potentes para o estudo visual, que é desenvolvido por ela no âmbito da residência. Seu trabalho teve como ponto de partida o Morro dos Pretos Forros, Rio de Janeiro, e a jornada da artista culmina projetando-se para os Agudás – brasileiros do Benin. A residência tem desempenhado papel crucial no aprimoramento
Autorretrato de Lais Reverte, na projeção “Corpo – Reflexões fotográficas”, 19a edição do Festival Internacional de Fotografia Paraty em Foco, setembro de 2023. Foto: Francisco Valdean
de artistas dedicados à fotografia popular, oferecendo um espaço que fortalece movimentos em prol do direito de elaborar e gerir as narrativas de suas próprias imagens. Nesta quarta edição, exploramos diversas abordagens, incluindo experiências como a do projeto “Retratistas do morro”, que examina os arquivos de dois fotógrafos populares da favela da Serra, uma das maiores da capital mineira. Além disso, proporcionamos aos residentes um contato direto com produções fotográficas de profissionais oriun -
dos do projeto Imagens do Povo, bem como a obra de João Roberto Ripper, conhecido por seu importante trabalho de fotografia compartilhada, e Walter Firmo, um dos mais renomados fotógrafos brasileiros na discussão das questões raciais contemporâneas. O programa da residência também incluiu o contato e a análise de trabalhos de fotógrafos, como o nigeriano Rotimi Fani-Kayode, as sul-africanas Zanele Muholi e Santu Mofokeng e a estadunidense Carrie Mae Weems.
Residentes e equipes do Observatório de Favelas, Imagens do Povo, Instituto Moreira Salles, que trabalharam na execução da Residência Laboratório de Imagens. Foto: Ratão Diniz
Projeção “Corpo – Reflexões fotográficas” no Festival Paraty em Foco
Os exercícios criativos foram importantes e, por meio deles, interlocutores articularam uma curadoria de 36 fotografias produzidas por artistas residentes. Esse material foi organizado e exibido na Projeção sobre Fotografia Popular no Sesc Santa Rita, como parte da programação do PEF 2023 – 19o Paraty em Foco Festival Internacional de Fotografia.
A projeção de 3 minutos, composta por imagens e textos de artistas residentes do Laboratório de Imagens, contemplou como temáticas: identidade, raça, gênero e território.
A participação de residentes no Festival Paraty em Foco foi organizada com base nos exercícios fotográficos realizados durante as atividades criativas previstas no programa da residência. Essa exposição surge como parte do processo contínuo da residência em conectar os artistas participantes com profissionais consagrados no campo da fotografia. Os curadores acompanharam os residentes até o Paraty em Foco com o objetivo de promover conexões com o amplo cenário da fotografia brasileira e internacional presente no festival.
Encontro de encerramento da Residência Laboratório de Imagens, sede do Observatório de Favelas, Maré. Foto: Vitória Corrêia
Janaína Damaceno é professora adjunta da Faculdade de Educação da Baixada Fluminense (FEBF/UERJ), atua no Programa de Pós-Graduação em Cultura e Territorialidades (PPCULT/ UFF). É doutora em Antropologia Social (2013) pela USP, mestra em Educação (2008) e bacharel em Filosofia (1999) pela Unicamp.
Francisco Valdean é professor, artista e pesquisador das Imagens da Maré, é fundador do Museu MIIM. Autor do livro Imagens da Maré – Narrações fotográficas da favela (2022), é doutor em Arte e Cultura Contemporânea (2023) pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), com mestrado em Antropologia Visual (2017) e graduação em Ciências Sociais (2013) pela mesma universidade.
LABORATÓRIO DE IMAGENS 2023
1A EDIÇÃO / JULHO 2024
Organização do e-book
Janaína Damaceno
Francisco Valdean
Articulação Editorial
Renata Bittencourt
Erika Tambke
Natália Nichols
Maria Emília Tagliari Santos
Jorge Freire
Rafael Braga Lino
RESIDÊNCIA ARTÍSTICA LABORATÓRIO DE IMAGENS
Idealização e Realização Imagens do Povo –Observatório de Favelas
Educação e Ação Social –Instituto Moreira Salles
Artistas Residentes
Affonso Dalua, Jamal Dutra, João
Teodoro, Jones e Lais Reverte
Interlocutores
Francisco Valdean, Janaína Damaceno
Convidados
João Roberto Ripper,
Jonathan Fonseca, Osmar
Paulino e Walter Firmo
IMAGENS DO POVO / OBSERVATÓRIO DE FAVELAS
Direção
Elionalva Sousa, Isabela Souza, Priscila Rodrigues e Raquel Willadino
Coordenação-Geral
Erika Tambke
Coordenação Pedagógica
Natália Nichols
Coordenação Técnica
Ratão Diniz
Gestão do Acervo
Monara Barreto
Indexadora
Vitória Corrêia
Produção Executiva
Cíntia Lima
Educadora
Nayane Silva
Coordenação de Comunicação
Renata Oliveira
Assessoria de Imprensa
Gabriel Gontijo e Naíse Domingues
Assessoria de Mídia
Thais Barros
Designer
Kaléu Menezes e Luiz Almeida
Assistente de Comunicação
Romulo Amorim
Coordenação Editorial
Rodrigo Corrêa, Alex Peguinelli e Fabiana Gibim
Revisão
Alex Peguinelli e Lígia Marinho
Projeto Gráfico e Diagramação
Giovani Castelucci e Guilherme Vieira
As fotografias presentes ao longo da publicação são de autoria de Alana Crem (exceto quando creditadas a outra pessoa)
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
Instituto Moreira Salles
Laboratório de imagens (livro eletrônico) : 2023 / Instituto Moreira Salles ; Affonso Dalua ...[et.al.] ; organização do e-book Janaína Damaceno ... [et.al.]. – Rio de Janeiro : IMS, Observatório de Favelas, Imagens do Povo, 2024.
E-book : il. (fotogr.) : color. p&b.
Projeto Laboratório de Imagens desenvolvido pela área de Educação do IMS em parceria com o Observatório de Favelas.
Dados eletrônicos (1 arquivo : PDF)
Disponível em: https://ims.com.br/escolaescuta/
ISBN 978-65-88251-21-8
1. Fotografia 2. Laboratório de imagens 3. Resistência Artística 4. Rio de Janeiro I. Dalua, Affonso. II. Dutra, Jamal. III. Teodoro, João. IV. Jones. V. Reverte, Lais. VI.Damaceno, Janaína. VII.Valdean, Francisco. VIII Imagens do Povo. IX. Título.
CDD 779.2
Bibliotecária responsável: Enisete Malaquias – CRB-8 5521
Este livro foi diagramado em julho de 2024 com a família tipográfica Satoshi, da Indian Type Foundry.