Livro férias julho 2012

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DE UMA ESCULTURA À FOTO OFICINA DE FÉRIAS – EXPOSIÇÃO HORACIO COPPOLA



Uma escultura, o que é? Do que pode ser feita? Pode ser pintada? Qual é o seu tamanho? Pequena, grande? Como ela pode ser olhada? Muda alguma coisa se eu mudar de lugar para olhá-la?

Fotografias de esculturas de Aleijadinho feitas Horacio Coppola

De uma escultura à foto – a descoberta do olhar de Coppola


Estamos em roda e vamos fechar os olhos... Não vale olhar… Enquanto todos estão sem ver, uma escultura é colocada no meio da roda e um dos participantes é escolhido para abrir os olhos e contar aos outros o que está vendo.

O que é isso? Tem cores? Um bicho, qual seria? “Serpente-DragãoCalango-Dinossauro-Iguana-Lagarto-Banana…”, eis aqui algumas de suas nomeações por todos que o viram e descreveram para os outros colegas que estavam vendados. Tem olhos, sorriso, dentes, quatro patas, um chapéu, um chifre, uma crista, bolas brancas e um rabo com a pontinha preta…


Agora todos podem ver. E que tal experimentarmos mudar nossa posição na roda e olhar para a escultura de um ponto diferente? Ops, de um lugar não é possível ver os dentes, somente a parte de trás do animal que lembra uma banana…

De outro, um sorriso que alguém descreveu que não parece ser tão bonito assim. De outro, posso ver um dos olhos, olhando de cima parece até uma serpente com um chapéu cheio de bolinhas brancas ou um bicho com crista…




E se pudéssemos fotografar nossa “Serpente-Dragão-Dinossauro…”, como seria? Experimentemos com nossa “máquina compacta”, multicolorida que tem um pequeno visor para mirarmos e um botão para clicarmos. Se eu quiser fotografar somente o olho, como faria? E o bicho todo? E a barriga dele? E a pata? Vamos explorar, deitar, ficar em pé, mudar de lugar com o amiguinho da frente e dos lados. Ufa, quantas fotos tiramos e quantas possibilidades de enquadramentos existem para o nossa “Serpente-Dragão-Dinossauro…”.


Mas peraí, já que vimos tudo isso, do que se trata a exposição presente no espaço do Instituto? Deem uma olhada, o que estão vendo? “Quadros, quadros de pedras, deuses…”. Mas como será que esses quadros foram feitos? Será que foram pintados? São fotografias de esculturas (e ornamentos) que Horacio Coppola fez quando visitou algumas cidades de Minas Gerais e pôde ver os trabalhos de um escultor brasileiro conhecido por Aleijadinho.


Debrucemo-nos sobre um mapa e acompanhemos um pouco esta história – Brasil, Argentina, São Paulo, Minas Gerais, máquina fotográfica, cidades, igrejas, esculturas, fotografia… – por entre transparências colocadas no mapa e objetos para contar o percurso que Coppola fez e o que veio fazer em Minas Gerais.



Agora que já conhecemos um pouco sobre o fotógrafo, que tal olharmos algumas de suas fotografias? E que tal emprestarmos os olhos de Coppola para viajarmos por esta exposição? Viajar de avião: olhos de Coppola na mão, todos a postos, voamos.


Comecemos por alguns profetas, vejamos duas fotos (de profetas diferentes) enquadrados de maneira similiar. São iguais? “Sim.” Certeza? Olhem bem, vejam o rosto dessa escultura. Não tem nada diferente? Opa, “um tem barba o outro não. Um tem botões na roupa, o outro não, um olha para o lado, o outro para frente, dá até pra ver que é feito de pedra…”. Investiguemos mais algumas imagens. Esta aqui (em que aparecem todos os profetas vistos de cima), como será que o fotógrafo fez esta imagem? Ela tem alguma coisa em comum com as duas que acabamos de ver? Era dia? Era noite? “O fotógrafo tirou a foto de perto e de longe…” “Tem sol por causa da sombra…” etc. etc. etc.


Para finalizar, vejamos algumas outras fotografias, desta vez das esculturas de madeira. Os passos de Cristo. Existem diferenças entre as fotografias, quais? “Tem foto de perto… foto de longe… em uma tem sangue… deve ser de tinta vermelha, né?” E, por fim, uma foto de uma das igrejas que Coppola visitou. “Uma de longe”, “outra de perto” com destaque para uma parte esculpida do lado de fora. Ufa, cansamos. Mas antes de voltarmos às nossas casas/escola vamos sentar mais um pouquinho e conversar sobre o que fizemos. (…)


Agora, cada um com sua mala de viagem na mão para guardar “a máquina fotográfica”, “os olhos de Coppola” e retornar ao seu destino para contar o que vimos e falamos – “pintagem, demorante, cobra com crista, lacinho, homens de pedra, deuses, perto, longe, fotografia…”.



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