KUBRICK o iluminado dr. strangelove BARRY LYNDON
instituto moreira salles | Cinema | JANEIRO 2014
No sábado 18 de janeiro, os jornais publicavam a íntegra do decreto de regu-
EM 1964 Para mapear o ano em que se impôs a ditadura militar no Brasil. o ims apresenta uma série de filmes, debates, espetáculos musicais, uma exposição e um website dedicado aos fatos culturais que marcaram o ano de 1964. No sábado 18 e domingo 19, dois filmes em exibição nos cinemas do Rio em janeiro de 1964, Harakiri, de Masaki Kobayashi, e Cleópatra, de Joseph Mankiewicz, e um filme curto que marcou a produção brasileira daquele ano, A velha a fiar, de Humberto Mauro.
lamentação da Lei de Remessa de Lucros, assinado na véspera pelo presidente João Goulart. Na cerimônia, Goulart repeliu os rumores de golpe de estado. Seus inimigos, disse, eram os mesmos que já haviam tramado contra a posse de Getúlio Vargas e se unido para impedir, mais recentemente, a sua posse depois da renúncia de Jânio Quadros. Três dias antes, Carlos Castello Branco comentava no Jornal do Brasil: “o mês de março está sendo visto pelas rodas políticas da oposição como o mês do golpe e de uma ‘marche aux flambeaux’ de trabalhadores articulada pelo governo e pelos sindicatos em favor das reformas de base”. Uma semana antes, Jânio Quadros e Juscelino Kubitschek haviam se encontrado para discutir as eleições presidenciais previstas para 1965. Enquanto o Presidente assinava a regulamentação da Lei de Remessa de Lucros, o governador do Estado da Guanabara, Carlos Lacerda, distribuía um manifesto à Nação acusando o Governo Federal de desencadear a desordem como prelúdio à implatação de um governo sindicalista” e anunciara o início de sua campanha como candidato à presidência: “sem dramaticidade, se o resgate da dignidade da Nação Brasileira tiver como preço o sacrifício de minha vida, não hesitarei em oferecê-la”. O Panamá denunciava o acordo de soberania dos Estados Unidos sobre a Zona do Canal e, diante dos conflitos entre panamenhos e os soldados norte-americanos na cidade do Panamá, acusava o governo dos Estados Unidos de agressão no Conselho de Segurança da onu. A França notificava o reconhecimento diplomático da China comunista, decisão recebida com reseervas pelo governo italiano, considerada “um ato infeliz” pelo Departamente de Estado norte-americano e “um ato extremamente inamistoso” pelo Governo de Formosa. O goveno brasileiro dizia-se pronto para reconhecimento diplomático da China entre março e maio seguintes. Em Genebra, o embaixador Josué de Castro discursava na Conferência de Desarmamento em favor “de prosseguir sem demora no caminho da eliminação total de todas as experiências nucleares”. Aumentava a presença norte-americana no conflito no Vietnã. Começava nos Estados Unidos o julgamento de Jack Ruby, matador de Lee Oswald.
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No Rio, o custo de vida subira 80,7%, informava a Fundação Getúlio Vargas. Terminara a greve dos empregados da Light – a cidade ficara sem gás durante quatro dias. Recomeçam os cortes de luz, duas horas todos os dias, por determinação da Coordenação de Racionamento de Energia Elétrica. Portuários, servidores civis do Ministério da Marinha, motoristas do serviço público e servidores do dner
estavam em greve. A Faculdade Nacional de Filosofia voltava a funcionar, por ordem do reitor da Universidade do Brasil, Pedro Calmon, depois de permanecer fechada desde 30 de dezembro, quando os estudantes ocuparam o prédio para impedir a entrada do governador Carlos Lacerda, convidado como paraninfo da turma de Jornalismo. Os ingressos para o desfile das dez melhores escolas de samba na avenida Presidente Vargas, no domingo de carnaval, 9 de fevereiro, estavam esgotados. Na revista Manchete, Paulo Mendes Campos, dedicava sua crônica ao Rio de Janeiro, Cidade suja. “(...) Ao contrário das criaturas humanas, que se educam de pequenas, as cidades se educam depois de velhas. Em princípio, só a tradição cimentou os bons usos da civilidade. Em nosso tempo, entretanto, os meios de propaganda permitem transmitir ao povo, em prazo curto, noções que levavam anos a ser incutidas no passado. Bastaria que existisse propaganda de fato. As campanhas humanitárias, quando patrocinadas por jornais de grande tiragem, estações de rádio e televisão, mostram de que maneira rápida e eficiente pode-se criar em uma cidade como o Rio uma profunda identidade de opinião com respeito a um problema. Falo mas não creio. Sei que, se o governo e particulares se metessem de fato em uma campanha a favor da limpeza e da urbanidade do Rio, a coisa daria bastante certo. Mas não acredito que se faça. Acredito que uma comissão de boa-vontade poderia redigir uma espécie de regulamento da urbanidade, contendo indicações objetivas e ensinamentos sobre o que fazer e não fazer para que se eleve o nosso gabarito de educação. Não apenas as medidas de higiene e de limpeza seriam recomendadas, mas a oportunidade seria aproveitada para se traçar um verdadeiro diagrama da boa educação coletiva. Mas não vejo muito jeito. Contando com o apoio de jornais, rádio e televisão, a emulação poderia funcionar mais uma vez. Mas não acho que irá funcionar. Ninguém quer começar, os jornais não querem ceder espaço, as transmissoras não querem ceder tempo, as autoridades são mais teóricas do que práticas, é possível, mas não se faz. Nossa geração viverá e morrerá em uma cidade suja, barulhenta, de tráfego hostil, sem qualquer espírito de cooperação. Resta-nos o consolo Joyciano: uma vez, uma senhora suíça disse para James Joyce que não gostava de Paris, uma cidade suja (para ela). O complicado romancista irlandês suspirou: “Ah, como a sujeira é maravilhosa!” No Rio desde o dia 7, Brigitte Bardot reuniu jornalistas numa entrevista coletiva no sábado 18, no Copacabana Palace, para dizer que gostaria de conhecer a cidade mas que só poderia fazer isso se pudesse “passear tranquila, como uma turista qualquer”. A perseguição começara no aeroporto, logo que Brigitte e o namorado,
Nos primeiros dias de 1964, os jornais dedicaram grande espaço à visita de Brigitte Bardot, famosa em todo o mundo desde as nudez de E Deus criou a mulher (Et Dieu... créa la femme, de Roger Vadim, 1956), e admirada por suas recentes atuações em A verdade (La verité, de Henri Georges Clouzot, 1960); Amores célebres (Amours célèbres de Michel Boirond, 1961); O repouso do guerreiro (Le repos du guerrier, de Roger Vadim, 1962; Vida privada (Vie privée de Louis Malle, 1962) e O desprezo (Le mépris de Jean-Luc Godard, 1963).
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Bob Zaguri, desceram do avião. “O tiro de partida foi a entrada de Bob e BB no carro. Os corredores eram os repórteres e fotógrafos. No instante em que o volks partiu, partiram, também, correndo pela pista os jornalistas. Os jipes e peruas dos jornais já estavam em frente do aeroporto, numa formação semelhante às largadas de Le Mans. E assim começou a caça a Bob e BB. Houve de tudo” – conta Carlos Leonam em Diário de BB, a chegada, na primeira página do Caderno B do Jornal do Brasil. Na mesma página José Carlos Oliveira comemorava: Viva a mulher nua! “Oba! Chegou a mulher nua! Estas palavras, pronunciadas por um carioca de dentadura postiça e gogó saliente, ali num boteco da Avenida Brasil, provocaram grande comoção popular. Os automóveis buzinavam impacientes, os guardas de trânsito que não optaram resfolegavam atrás dos apitos, de todas as janelas aparecia gente e todos só sabiam repetir a terrível pergunta, cheia de esperança: Cadê a mulher nua? Aonde?”. Na entrevista no Copacabana Palace Brigitte contou que de noite mandara, através de Bob, “duas garrafas de cerveja para os jornalistas que passaram a noite de plantão” na avenida Atlântica, em frente ao apartamento de Afraninho Nabuco, onde ela se hospedou. Armando Nogueira (Na grande área) argumentava que os jogadores do Santos “deviam deixar de conversa e começar logo a retribuir, na ficha, o que por eles tem feito esse moço chamado Pelé. Cada um, do Gilmar ao Pepe, podia muito bem autorizar a tesouraria do clube a descontar de seus salários, em favor de Pelé, uns trinta a quarenta por cento, todo mês”. Chacrinha retornava com seu programa na tv Rio e Alfredo Souto de Almeida inaugurava Rio Quatrocentão, “a primeira contribuição da televisão para as comemorações do quarto centenário da cidade” no ano seguinte. O Ministro da Educação e Cultura, Júlio Furquim Sambaqui, prometia a criação da tv-Rádio Educação, “executada pela Diretoria de Ensino Secundário, para ministrar aulas pelo rádio e pela televisão”. Na tv Excelsior, Projeto 20 o primeiro de uma série de documentários produzidos em parceria com o Jornal do Brasil, dava início às comemorações do quarto centenário de William Shakespeare. Barbara Heliodora assinalava: “Shakespeare é só um ano mais velho que a cidade do Rio de Janeiro, que irá comemorar seus 400 anos em 1965”.
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No Teatro da Maison de France, Sérgio Brito, Isabel Teresa, Napoleão Moniz Freire, Maria Esmeralda, Milton Morais, Yan Michalski e Hélio Ari interpretavam Histórias de muitos amores, “segunda experiência dramática de Domingos de Oliveira”, comentava Van Jafa no Correio da Manhã, “a outra andou por aí com pro-
blemas com a censura, e durante algum tempo montada em casas e varandas para um público fechado, Somos todos do jardim da infância”. Jafa destacava também o espetáculo de Vinicius de Moraes e Carlos Lyra no Teatro de Bolso, Pobre menina rica. “A ideia de Vinicius é bastante interessante e, como não poderia deixar de ser, poética. Para que esta ideia chegasse ao público fez-se necessário um mestre de cerimônias, chamado no programa de narrador. É Roberto Cleto que se desencumbe dessa tarefa com muito savoir faire estando à vontade e pondo também a plateia no mesmo estado. Carlos Lyra em pessoa faz o mendigo poeta; já não fosse ele um excelente compositor, acrescenta mais esta faceta estrear na área dramática, mesmo que durante o espetáculo somente cantasse. Carlos Lyra também estende até nós a sua simpatia, além de possuir uma figura comunicativa. É um prazer vê-lo brilhando em tantas áreas”. Ivan Serpa inaugurava uma exposição de pinturas na Galeria Tenreiro. Fayga Ostrower acabara de ser convidada pela Fundação Whitney e pela Comissão Fullbright para ministrar um curso de desenho e pintura na Universidade de Atlanta. Lygia Clark, “depois das pesquisas com Caminhando e do grande sucesso de seus Bichos partia para Europa, para um encontro com Max Bense em Stuttgart e para realizar exposições em Berlin, Zurique e Paris”, noticiava Jayme Mauricio no Correio da Manhã. Na sexta-feira dia 21, a inauguração do Zicartola: “Um delicioso feijão-mateiga com lombo de Minas, caprichosamente preparado por sua mulher, foi a atração maior que o sambista Agenor da Sila – o Cartola – ofereceu ao inaugurar ontem o seu restaurante, montado com a ajuda de três amigos admiradores incondicionais dos pratos de D. Zica”, noticiou o Jornal do Brasil no dia seguinte. “À inauguração do restaurante, situado na rua da Carioca 53, primeiro andar, compareceram os compositores Zé Keti, Carlos Moreira e Nelson Cavaquinho e sambistas da Escola de Samba da Mangueira, que relembraram sucessos de Cartola, como Divina, Sim, Quem me vê sorrindo etc. A partir de agora, toda sexta-feira, jantar e samba”. No auditório da Maison de France, a Cinemateca do Museu de Arte Moderna promovia uma homenagem a Humberto Mauro, duas sessões diárias, às 18h15 e às 21h00, com os filmes longos do cineasta que preparava-se para filmar o curta-metragem A velha a fiar. Mauro estaria presente ainda na Retrospectiva do Cinema Brasileiro no Palácio de Cultura, inaugurada com a exibição de O canto da saudade. Para a sessão de encerramento, 16 de abril, estava prevista a exibição de Vidas secas de Nelson Pereira dos Santos. Além dos filmes, um seminário para discutir “as dificuldades de toda ordem que o gênero curta-metragem enfrenta no Brasil, propondo medidas que facilitem o seu desenvolvimento; a abordagem dos proble-
Pouco depois de Glauber afirmar (em Revisão crítica do cinema brasileiro) que era preciso estudar Humberto Mauro e nesse processo repensar o cinema brasileiro, o diretor foi duplamente homenageado em janeiro de 1964. Na Cinemateca do Museu de Arte Moderna do Rio, Ganga bruta e as Brasilianas, Manhã na Roça, Engenhos e usinas, Meus oito anos, Casinha pequenina e Carro de bois. E na abertura da Retrospectiva do Cinema Brasileiro do Ministério da Cultura foi exibido O canto da saudade.
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mas econômicos do cinema brasileiro e a focalização dos problemas culturais de nosso cinema, detendo-se na análise da formação da cultura cinematográfica do país e da utilização do cinema na complementação do ensino”. Lançado pela Civilização Brasileira em setembro de 1963, no instante em que o Congresso instituía uma Comissão Parlamentar do Inquérito para investigar a indústria cinematográfica, Revisão crítica do cinema brasileiro, de Glauber Rocha, continuava a ser comentado nos jornais. A CPI dedicou maior atenção ao último capítulo, Economia e técnica, em que Glauber observa como as leis que regulam o mercado de cinema, “habilmente, e procurando não ferir os interesses das firmas distribuidoras estrangeiras instaladas no Brasil do mais longínquo município gaúcho à mais remota aldeia do Amazonas, não se concentram nos problemas essenciais”. Nos projetos em discussão, sublinha, “nada existe que detenha o truste americano. Nada existe que interesse aos independentes”. O importante, conclui, é “um mercado desafogado (…), facilidades de importação de película virgem, facilidades de importação de material técnico moderno”. Nos cinemas, Cleópatra (Cleopatra, 1963) de Joseph L. Mankiewicz, com Elizabeth Taylor, Richard Burton e Rex Harrison, Talhado para campeão (Kid Galahad, 1962) de Phil Karlson, com Elvis Presley, Artimanhas do amor (Tammy and the Doctor, 1963) de Harry Keller, com Sandra Dee e Peter Fonda, Mothra a deusa selvagem (Mosura, 1961) de Inishiro Honda, Em busca de um sonho (Gypsy, 1962) de Mervin Le Roy, com Nathalie Wood, Rosalind Russel e Karl Malden – e também: Harakiri (Seppuku, 1962) de Masaki Kobaiashi. “Nos momentos mais difíceis da história – justamente aqueles em que as paixões humanas estão para explodir, completamente – é que o filme sabe atingir a dignidade maior. O instante em que o cadáver do rapaz é devolvido ao pai e à esposa é um dos mais belos e tragicamente poéticos do cinema moderno. E é nesse instante que a mulher, depois de alguns momentos de silencio e perplexidade, chora até a última lágrima, num pranto digno e desesperado. Raramente, pode-se dizer que um filme é perfeito. Pois dou este adjetivo a Harakiri, caía forma e cuja história estão repassados daquela pulsação, daquela humildade dramática que preserva uma obra para a eternidade. E é tão perfeito que o bom gasto não o atrapalha, nem lhe diminui o ímpeto demoníaco que o atira para a frente, numa maravilhosa agressão ao nosso bom comportamento estético” (Claudio Mello Souza, Jornal do Brasil)
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“Recomendado pela critica europeia e pelo Prêmio Especial do Júri do Festival de Cannes, este Harakiri (Seppuku) vem inscrever-se desde já ao lado das melhores realizações do cinema japonês, que parece ganhar mais em autenticidade quando
Tatsuia Nakadai
Elizabeth Taylor
Sean Connery
Anthony Perkins
Em janeiro de 1964, nos cinemas do Rio, entre as estreias, quatro filmes inspirados em obras literárias: Harakiri, de Masaki Kobayashi, baseado em Yasuhiko Takiguchi, Cleópatra, de Joseph L. Mankiewicz, baseado no livro de Carlo Mario Franzero, O satânico Dr. No, de Terence Young, baseado em Ian Fleming, e O processo, de Orson Welles, baseado em Franz Kafka.
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mergulha no passado, quando vai buscar a legenda dos samurais no tempo do Japão feudal, dividido em suseranias, governado por clãs despóticas. O sopro épico que perpassa em Os sete samurais e Sanjuro, de Akira Kurosawa, encontra um equivalente de igual quilate na cena quase final de Harakiri, quando um samurai errante, vingando a memória do filho adotivo, enfrenta, a espada, mais de dez adversários. No mais, Harakiri segue outros rumos – seus próprios rumos – porque é um filme de ambientes fechados, à feição teatral, não lhe faltando mesmo uma longa cena melodramática (a decadência e a morte dos três membros mais jovens da família de Tsgumo) que talvez tenha sido tratada assim de propósito pelo diretor Masaki Kobayashi a fim de descansar o espectador da tensão das cenas precedentes e prepará-lo para a tensão das cenas posteriores. Porque o filme, vazado na base de um realismo naturalista, não raro expõe os nervos do espectador, fazendo-o experimentar revolta, desespero e náusea”. (Hélio Pólvora, Jornal do Brasil) Em fevereiro, no sábado dia 8 abertura da exposição
Em 1964 e apresentação das músicas do espetáculo que marcou o ano de 1964 – Opinião – interpretadas por Joyce e pelo grupo Casuarina
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O processo (Le Procès, 1962) de Orson Welles, filme em que diretor “soube captar bem e recriar o absurdo lógico de O processo (...) Sabendo-se que o forte em Kafka é a inventiva e que de inventiva se nutrem os bons filmes, conclui-se que Welles não precisou afastar-se muito do plot da novela para adaptá-la ao cinema (...) Para melhor acentuá-la, imprimiu um ritmo dinâmico à narrativa e utilizou um mesmo cenário: como nos sonhos, a paisagem interior é a mesma, só as situações mudam. As cenas se superpõem, quais folhas de um calendário. A interpretação de Anthony Perkins começa veemente em demasia como Josef K (o personagem de Kafka é mais resignado, mesmo nas cenas iniciais na pensão, já ciente da indiferença com que a engrenagem se move ao seu redor), mas se abranda na medida em que se desenvolve o processo” (Hélio Pólvora, Jornal do Brasil) “A lógica de O processo é a lógica de um sonho (Welles), a linguagem do sonho é uma linguagem simbólica, ‘que tem uma lógica diferente da convencional, usada durante o dia, uma lógica na qual nem tempo nem espaço são forças reguladoras, mas intensidade e associação: é a única linguagem universal desenvolvida pela raça humana, a mesma para todas as culturas e através de toda a história’ (Fromm). Será, todavia, uma linguagem esquecida? Não para magos e psicólogos, não para Freud, Joyce, Kafka e Welles (...) A paisagem mental, não à custa da simbologia física e não raro frívola do onirismo à Cocteau ou à Dali (Spellbound). Em O processo (e em várias outras obras de Kafka), ‘como em muitos sonhos, os fatos são apresentados concretos e realísticos em si mesmos; no entanto o todo é impossível e fantástico’ – observa Erich Fromm” (Antônio Moniz Viana, Correio da Manhã)
Desejo que atormenta (Senilità, 1962) de Mauro Bologini. As virtudes diretor, “já reveladas ao publico carioca através de Um dia de enlouquecer e Caminho amargo, estão neste poderoso e belíssimo Desejo que atormenta. Bolognini é um dos mais perfeitos e acabados diretores italianos. São raros aqueles que, como ele, palmilham com tanta segurança o caminho que nos leva das linhas da paisagem até aos horizontes mais remotos da alma e do desespero humanos. Com mãos delicadas e firmes, ele veste seus personagens de roupas e sentimentos de alto poder dramático. De roupas também, leitor, e digo isso de propósito, para lembrar-lhe a maestria com que Bolognini consegue inculcar na paisagem, no vestuário e nos cenários as luzes e as sombras das paixões que se chocam e explodem dentro de cada personagem. Nas vestes brancas e leves, sopradas de vento, com que Amélia passeia pelas ruas de Trieste já não estão a imperceptível mensagem da morte e o clima de delírio?” (Claudio Mello e Souza, Jornal do Brasil) O satânico Dr. No (Dr. No, 1962) de Terence Young, “animadora a primeira amostra. Em ritmo e sofisticação de imagem Dr. No revitaliza esquemas enxovalhados pelo abuso e que hoje não impressionariam sem a distensão e a mixagem agora promovidas. A distensão conduz a narrativa a paroxismos no campo da violência e do sexo. Na mixagem o Dr. No funde elementos de gêneros normalmente comunicantes ou divorciados em objetivo e estilo, assim percorrendo, numa estrada contínua, a trama policial e a de espionagem, as relações Leste-Oeste em matéria de foguetes interplanetários, os requintes asiáticos na arte de matar, as capitais da física nuclear, num décor tão estilizado quanto o de uma história de science-fiction que se desenrolasse em Marte ou no futuro” (Antônio Moniz Viana, Correio da Manhã) O indomado (Hud, 1963) de Martin Ritt, filme que, “ao invés de contar propriamente uma história, é um estudo de caracteres, um confronto entre duas gerações, um problema de pais e filhos, o problema da juventude e da velhice. O conflito resulta do desencontro de quatro personagens para quem a convivência se tornou dolorosa. Em primeiro lugar a figura do velho Bannon, já em idade avançada – um homem de princípios. Criar gado, para ele, era uma atividade mais estética do que lucrativa, a exigir a humildade e o contemplativismo do pastor. A ele se opõe seu filho Hud, violento, pletórico, ambicioso, pouco sensível à lei e aos princípios, e que não hesita em afastar obstáculos. O velho Bannon simboliza o Sul dos velhos tempos, das atividades agropastoris. Do seu alpendre ele contenta-se em contemplar as terras, o gado. Só ambiciona a paz do seu mundo, o respeito à velhice com dignidade. Hud é a nova geração impetuosa que deseja perfurar a terra em busca de petróleo”. (Hélio Pólvora, Jornal do Brasil)
Janeiro de 1964: na praia de Copacabana, a estrela do cinema francês, Brigitte Bardot. Nos cinemas da cidade, dois heróis de Hollywood: Elvis Presley em Talhado para campeão e Paul Newman em O indomado
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presente dos céus
O que de verdade cresce na China, a economia ou a violência? Ou a segunda em consequência da primeira? pergunta-se Jia Zhangke em seu novo filme, no original Tian Zhun Ding, em tradução aproximada, Caído do céu ou Presente dos céus – um modo de sugerir que o céu mandou um presente de grego para os chineses. No título escolhido para distribuição internacional, A Touch of Sin / Um toque de pecado – uma referência a A Touch of Zen,(Xia nü, 1971) de King Hu, diretor que em seu primeiro filme adaptou para o cinema a clássica ópera chinesa mostrada na cena final, O interrogatório de Su San (Yu tang chun, 1964). Em Um toque de pecado quatro histórias se entrecruzam (aqui e ali comentadas por trechos de clássicas óperas chinesas), histórias inspiradas em fatos reais e ocorridas em diferentes províncias chinesas – “é impossível não se sentir mal com a enorme quantidade de relatos de incidentes violentos na internet”. Na fábrica, o jovem trabalhador desvia a atenção para o novo gps no smartphone do companheiro ao lado e a lâmina da máquina corta o seu dedo. Ele terá de ficar quinze, vinte, talvez mais dias, sem poder trabalhar. Enquanto isso, determina o diretor da fábrica, irá receber o salário do companheiro que desrespeitou as normas de serviço, parou para conversar no meio do trabalho e provocou o acidente. Responsável pelo ocorrido, terá de trabalhar de graça para manter o operário acidentado e compensar o prejuízo da fábrica com um trabalhador a menos. Na sauna, um cliente exige ser massageado pela recepcionista e como ela não o atende, tira do bolso um maço de notas e passa a agredir a recepcionista com dinheiro. Usa o maço de notas como uma arma para esbofeteá-la. Na mina, um trabalhador revoltado com a corrupção, depois de seguidos protestos contra o desvio de dinheiro e o não atendimento dos benefícios prometidos aos mineiros e suas famílias, é agredido a golpes de bastão na cabeça pelo segurança do chefe da empresa de mineração que passa a chamá-lo ironicamente de “Mr. Golf ”. No vilarejo em que vive sua família, em visita para o aniversário da mãe e para a festas do ano novo, um homem se confessa desinteressado por tudo: no bar acompanha indiferente à briga violenta numa conversa sobre a aids trazida pelos estrangeiros; na noite de ano novo dispara contra os fogos de artifício no céu que anunciam o ano do tigre. Sente-se bem apenas quando usa o seu revólver.
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A violência sugerida pelos pequenos incidentes tomados como exemplos é quase nada perto da sensação efetivamente recebida da imagem. O filme aceso na tela desenha o incômodo maior sentido pelo diretor diante do inesperado, do extremo, do cotidiano, de cada uma dessas explosões – “numa sociedade em que faltam canais de comunicação, a violência começa a se tornar um meio rápido e eficaz do indivíduo conservar a dignidade pessoal”.
No centro da cidade, no meio da rua, na frente de um banco, um homem mata um casal para roubar a bolsa da mulher. O filho acaba de perder o emprego, a mãe não acredita e reclama no celular exigindo que ele mande o dinheiro do mês para a família – o filho corta a ligação e se mata num gesto de raiva. A esposa enganada vai discutir com a amante do marido, mas não vai sozinha - dois homens a acompanham para agredir a mulher a socos e pontapés. A violência é incômoda e feia. Intencionalmente feia de ver. Nenhum efeito especial para coreografar a coisa bruta, para torná-la suportável para os olhos, para distanciá-la e fazer dela uma forma abstrata e decorativa ou justificável para o olhar. É feio o corpo do suicida que se arrebenta no chão. Feia a briga no bar. Feia a perseguição e agressão ao motorista que se recusa a pagar um pedágio para seguir viagem na estrada. Feia a imagem do corpo da vítima de um tiro de fuzil de caça. Feias as imagens do noticiário na televisão por trás dos personagens – choques de trens, acidentes em minas, desabamentos de prédios, acidentes em fábricas. A sensação de feiura contamina pouco a pouco a aparente modernidade das fábricas e a elegância dos clubes noturnos para recepcionar investidores estrangeiros ou a nova elite econômica chinesa. Feia e repentina, a violência explode a todo instante e depois de um certo momento fica no ar, não sai da tela mesmo nos momentos em que tudo está, se não em calma pelo menos parado. Instala-se então no espectador um malestar antecipado, uma espera desconfortável de um próximo incidente brutal que a qualquer instante pode despencar do céu. Tian Zhun Ding prossegue (em ficção) o que começou (em documentário) em Cidade 24 (24 City, 2008), um registro da “radical e rápida mudança da sociedade chinesa nos últimos vinte ou trinta anos”. Para Zhangke a mudança impôs um “aumento das diferenças entre ricos e pobres e em consequência um crescente descontentamento diante do aumento de riquezas e de injustiças sociais. No tempo em que a economia coletiva reinava, as pessoas não tinham consciência de suas individualidades. As reformas despertaram nas pessoas uma nova consciência de individualidade ao mesmo tempo em que acumularam problemas sociais: cresceu a desigualdade, cresceu a corrupção. Esses problemas não foram tratados a tempo. O acúmulo desses problemas e uma crescente consciência da liberdade individual criaram um clima de descontentamento. Os chineses esperam, cada vez mais, mudanças no país“. Neste quadro, o filme pergunta se a brutalidade transformou-se na forma de expressão usual, do dia a dia, numa sociedade em que faltam canais de comunicação e propõe: discutir a violência abertamente, num filme, talvez seja o único modo de eliminá-la. \ José Carlos Avellar 11
1. STANLEY KUBRICK
Cinco notas para manter os olhos bem abertos no cinema
“Comecei como fotógrafo. Trabalhei para a revista Look entre 1945 e 1949. Tinha 17 anos quando comecei como aprendiz de fotógrafo na Look. Foi um milagre conseguir esse emprego recém-saído do ensino médio. Devo muito ao editor de imagem de então, Helen O’Brian, e também ao editor-chefe, Jack Guenther. Os temas que me davam para fotografar eram bem tolos. Ocasionalmente tinha a oportunidade de fazer uma história interessante. Uma delas foi sobre Montgomery Clift, que estava no início de sua carreira. Mas foi uma enorme experiência para mim, e não só por tudo que aprendi sobre fotografia, foi um aprendizado intenso sobre as coisas do mundo. Na verdade, o que eu queria mesmo era fazer cinema. A fotografia foi um primeiro passo. Para o que eu queria fazer no cinema talvez não fosse preciso saber muita coisa, mas era essencial saber tudo sobre fotografia. Minha experiência como fotógrafo profissional foi essencial para fazer filmes, embora nem todo mundo com quem trabalhei pense assim. Quando eu estava dirigindo Spartacus, Russel Metty, o fotógrafo, achava, digamos, engraçado que eu dissesse a ele como queria a iluminação ou que pegasse a câmera para filmar. Prefiro fazer eu mesmo os planos com a câmera na mão. Quando a câmera está num tripé ou num carrinho podemos ir até o espaço da cena com o fotógrafo e mostrar-lhe como deve ser o enquadramento. Mas não é possível trabalhar assim quando fazemos um plano com a câmera na mão – e alguns imagens só podem ser conseguidas com a câmera na mão. Às vezes, filmar com a câmera na mão é a única maneira de se mover num espaço confinado ou por cima de obstáculos”.
2.
“Para mim, as melhores cenas dos melhores filmes são aquelas feitas com imagens e música. Sem dúvida uma boa história é fundamental, os grandes romancistas constroem seus trabalhos em torno de enredos fortes. Mas é difícil determinar se o enredo é apenas um modo de manter a atenção das pessoas em todas as outras coisas verdadeiramente importantes, ou se o enredo é realmente mais importante do que qualquer outra coisa na obra.
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Não passo o tempo todo em busca de histórias para filmar. Leio qualquer coisa. Aposto no acaso para escolher um livro. Na primeira leitura sou apenas um leitor. Não leio para fazer filmes. Leio de modo quase inconsciente, deixo-me levar pelas emoções propostas pelo texto. Se o livro sugere uma ideia para um filme, volto ao texto e geralmente começo a tomar notas. Mas é fundamental guardar nesse novo contato com a história, e nas seguintes etapas de sua transformação em filme, as impressões da primeira leitura, a emoção do primeiro encontro.
Grande parte dos filmes produzidos hoje são peças de teatro com mais cenários e um pouco mais de ação. São filmes que contam suas histórias por meio dos diálogos. As narrativas poderiam ser mais fortes se tomássemos por empréstimo algo da estrutura do cinema mudo, quando as ações podiam ser apresentadas num letreiro e numa imagem. Algo assim: Letreiro – ‘o tio de Billy’. Imagem – ‘tio dando um sorvete para Billy’. Em poucos segundos era possível apresentar o tio de Billy e dizer algo sobre ele, não precisávamos compor uma cena para apresentá-lo. Esta expressão econômica deu aos filmes mudos uma agilidade maior que a do cinema falado. A maioria dos filmes sonoros, mesmo aqueles considerados obras-primas, poderiam ser apresentados com idêntica eficácia num palco de teatro – desde que contassem com uma boa cenografia, mantivessem o mesmo elenco e a mesma qualidade de interpretação. Não podemos fazer o mesmo com um grande filme silencioso”.
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“Laranja mecânica explora a dificuldade de solucionar o conflito entre a liberdade individual e a ordem social. Alex é um criminoso violento até ser transformado pelo Estado numa espécie de zumbi inofensivo, incapaz de escolher entre o bem e o mal. De quando em quando os governos se servem das pessoas mais violentas e estúpidas para controlar todas as outras. A última fala de Alex – Eu estou realmente curado – pode ser vista como um outro modo de recitar a última frase do Dr. Fantástico: Mein Führer, eu posso andar! A imagem de Alex transformado em uma criança mimada e a milagrosa cura do Dr. Strangelove são diferentes expressões dramáticas de uma mesma ideia”.
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“No cinema, a imagem, a música, a montagem e a emoção dos atores são as principais ferramentas. Os diálogos são importantes, mas num segundo momento, depois da imagem e da música, depois do ator e da montagem. Deve ser possível, hoje em dia, fazer um filme sem qualquer diálogo – somente imagem e música. É difícl explicar como e por que escolhemos determinado trecho de música e por que tal música para tal imagem. Surgem algumas ideias, não sabemos de onde vem, experimentamos, e em determinado ponto descobrimos que estamos no caminho certo. Na montagem, trabalho sempre com músicas de referência. Não é algo possível de se fazer durante a filmagem, mas na montagem temos a oportunidade de experi-
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mentar tal música com tal imagem e algumas vezes cortar a cena de acordo com a música. Música orquestral, do passado ou do presente, usada em sua forma original como o Also sprach Zaratrusta de Strauss em 2001, uma odisseia no espaço, ou sintetizada, como a Nona de Beethoven em Laranja mecânica e o Dies Irae, clássico tema da idade média, em O iluminado – estas duas peças foram retrabalhadas no sintetizador por Wendy Carlos e Rachel Elkind. Há um pouco de acaso, de busca inconsciente, e de uma procura obstinada, experiências e experiências, erros e acertos, até chegarmos à música que se relacione em harmonia com tudo o mais no filme. Dr. Fantástico termina com uma canção [we’ll meet again, do’nt know where, do’nt know when]. Nascido para matar começa com uma canção [goodbye, sweetheart, hello Vietnam] e termina com uma canção [all around the world / we’ll go marching]. Entre uma coisa e outra, a música orquestral de Laurie [Johnson] e Vivian [Kubrick, filha do diretor] colada nas imagens. Mas às vezes não tem sentido contratar um compositor. Temos uma vasta escolha na música orquestral – os clássicos, Mozart, Beethoven, e os contemporâneos, Béla Bartók, György Ligeti ou Krzysztof Penderecki”.
5.
“O realismo do cinema não deve enfraquecer a ação dos filmes sobre o inconsciente do espectador. A força de uma história de fantasmas, por exemplo, vem de sua promessa de imortalidade. Você se assusta com uma história de fantasmas pelo realismo da cena e também porque aceita a possibilidade de existência de seres sobrenaturais. Se eles existem, então alguma coisa além do esquecimento nos espera além do túmulo. Quando ocorre um qualquer acontecimento sobrenatural, saímos à procura de uma explicação. No caso de O iluminado, por exemplo, a explicação mais evidente e facilmente aceita é a de que as coisas estranhas que acontecem são produtos da imaginação de Jack. Mas o melhor do enredo desse filme é que ele não permite que nos tranquilizemos tão facilmente com essa explicação. Não existe explicação, apenas o sobrenatural. De fato, é sempre assim em todo filme.
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montagem de depoimentos diversos de Stanley Kubrick ao longo da década de 1980
Um diretor de cinema jamais vive uma experiência igual à do público ao ver um filme pela primeira vez. Por isso, é fundamental que o espectador expresse sua primeira impressão, para ele mesmo, assim que acaba de ver um filme. Essa impressão irá conduzir o espectador na análise da história contada no filme mais tarde. Um diretor de cinema, por maior que tenha sido o seu empenho, por mais consciente que tenha sido o trabalho de elaboração do filme, corre o perigo de passar por uma experiência semelhante à de alguém que ao olhar para uma floresta não se dê conta das árvores. A primeira vez de um diretor é a primeira leitura da história, é o primeiro encontro com a questão que vai abordar em seu filme”.
Elisha Cook Jr. \ O grande golpe
Adolphe Menjou \ Glória feita de sangue
Keir Dullea \ 2001, uma odisseia no espaço
Sterling Hayden \ Dr. Fantástico
A última fala de Alex em Laranja mecânica “Eu estou realmente curado” pode ser vista como um outro modo de recitar a última fala do Dr. Fantástico: “Mein Führer, eu posso andar!” Stanley Kubrick
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OS FILMES DE JANEIRO
QUINTA 2 14h00: A Medida das Coisas J G de Tácita Dean (Alemanha, EUA, 2013. 26’30”) Versão original, sem legendas. Entrada franca.
Wu Jiang \ Um toque de pecado
Tatsuia Nakadai \ Harakiri
14h30, 17h00 e 19h30: Um toque de pecado (Tian zhu ding) direção e roteiro de Jia Zhangke. Fotografia de Yu Lik-Wai. Montagem de Lin Xudong e Mathieu Laclau. Música de Lim Giong. Som de Zhang Yang. Com Jiang Wu, Wang Bangiang, Zhao Tao, Luo Lansham, Zhang Jiajy e Li Meng.(China, 2013. 133‘) Percorrendo a weibo, equivalente chinês do twitter, Zhangke supreendeu-se com a quantidade de casos de violência em situaçnoes banais. “A rápida transformação da China está sendo feita em favor de determinadas regiões e em detrimento de outras. A distância entre ricos e pobres está cada vez maior. As pessoas vivem deprimidas, porque são constantemente confrontadas com exemplos de injustiça social. Faltam canais de comunicação na sociedade – weibo é uma excessão. Para os mais fracos, os que normalmente não têm canais de comunicação, a violência pode tornar-se o meio mais rápido e eficiente de manter ou recuperar sua dignidade. Senti que precisava discutir o problema num filme. Discutir a violência pode ser a única maneira de reduzir seu papel em nossas vidas. Em lugar de uma única história, de um único protagonista, preferi montar uma série de retratos de violência para ilustrar a China moderna como eu a entendo”.
Programa sujeito a alterações Confira a programação completa do Instituto Moreira Salles em www.ims.com.br ou pelo telefone 3206 2500
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Virginia Leith \ Medo e desejo
SEXTA 3
SÁBADO 4
DOMINGO 5
14h00 : a medida das coisas J G de Tácita Dean (Alemanha, EUA, 2013. 26’30”) Narração inspirada em obras de J.G. Ballard –The Voices of Time, 1960; Prisoner of the Coral Deep, 1964; Robert Smithson as Cargo Cultist, 1997 – e na correspondência do autor com a diretora. Versão original, sem legendas. Entrada franca.
14h00 : a medida das coisas J G de Tácita Dean (Alemanha, EUA, 2013. 26’30”) Narração inspirada em obras de J.G. Ballard –The Voices of Time, 1960; Prisoner of the Coral Deep, 1964; Robert Smithson as Cargo Cultist, 1997 – e na correspondência do autor com a diretora. Versão original, sem legendas. Entrada franca.
14h00 : a medida das coisas J G de Tácita Dean (Alemanha, EUA, 2013. 26’30”) Narração inspirada em obras de J.G. Ballard –The Voices of Time, 1960; Prisoner of the Coral Deep, 1964; Robert Smithson as Cargo Cultist, 1997 – e na correspondência do autor com a diretora. Versão original, sem legendas. Entrada franca.
14h30, 17h00 e 19h30: Um toque de pecado (Tian zhu ding) de Jia Zhangke. (China, 2013. 133‘)
14h30, 17h00 e 19h30: Um toque de pecado (Tian zhu ding) de Jia Zhangke. (China, 2013. 133‘)
14h30, 17h00 e 19h30: Um toque de pecado (Tian zhu ding) de Jia Zhangke. (China, 2013. 133‘)
TERÇA 7
QUARTA 8
QUINTA 9
14h00 : a medida das coisas J G de Tácita Dean (Alemanha, EUA, 2013. 26’30”) Versão original, sem legendas. Entrada franca.
14h00 : A Medida das Coisas J G de Tácita Dean (Alemanha, EUA, 2013. 26’30”) Versão original, sem legendas. Entrada franca.
14h00 : A Medida das Coisas J G de Tácita Dean (Alemanha, EUA, 2013. 26’30”) Versão original, sem legendas. Entrada franca.
14h30, 17h00 e 19h30: Um toque de pecado (Tian zhu ding) de Jia Zhangke. (China, 2013. 133‘)
14h30, 17h00 e 19h30: Um toque de pecado (Tian zhu ding) de Jia Zhangke (China, 2013. 133‘)
14h30, 17h00 e 19h30: Um toque de pecado (Tian zhu ding) de Jia Zhangke. (China, 2013. 133‘) Quatro histórias para compor uma reflexão sobre a Cgina contemporanea”, diz o dietor: Um trabalhador agredido ao denunciar a corrupção dos líderes de seu povoado. Um revólver como um instrumento de trabalho para os dias de festas do ano novo. Um maço de dinheiro como arma para agredir a recepcionista de uma sauna.Um jovem obrigado a mudar de cidade para não ser forçado a trabalhar de graça.
Baoqiang Wang
Zhao Tao
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SEXTA 10 14h00 e 18h00: Stanley Kubrick A morte passou por perto (Killer Kiss) com Frank Silvera, Irene Kane, Jamie Smith e Jerry Jarret (EUA, 1955. 67’) 15h15 e 19h30: Stanley Kubrick De olhos bem fechados (Eyes wide shut) com Tom Cruise, Nicole Kidman, Todd Field, Madis e Sidney Pollack (EUA,1999. 159’)
TERÇA 14 14h00 e 20h00: Stanley Kubrick O grande golpe (The Killing) com Sterling Hayden, Coleen Gray, Vince Edwards e Jay C. Flippen, Ted de Corsia e Marie Windsor (EUA, 1956. 85’) 16h00 : Stanley Kubrick Lolita (Lolita) com James Mason, Shelley Winters, Sue Lyon, Gary Cockrell, Jerry Stovin, Diana Decker e Lois Maxwell (EUA, 1962. 152’)
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Sue Lyon \ Lolita
SABADO 11 14h00 e 18h00: Stanley Kubrick Glória feita de sangue (Paths of Glory) com Kirk Douglas, Ralph Meeker, Adolphe Menjou, George MacReady, Wayne Morris, e Christiane Kubrick (EUA, 1957. 88’) 16h00 e 20h00: Stanley Kubrick Nascido para matar (Full Metal Jacket) com Matthew Modine, R. Lee Ermey, Vincent d’Onofrio, Adam Baldwin e Dorian Harewood (EUA, 1987. 116’)
QUARTA 15
DOMINGO 12 14h00 e 20h00: Stanley Kubrick Dr. Fantástico, ou como aprendi a não me preocupar e a gostar da bomba (Dr. Strangelove or: I Learned to Stop Worrying and Love the Bomb) com Peter Sellers, George C. Scott, Sterling Hayden, Slim Pickens (EUA, 1964. 95’) 16h00: Stanley Kubrick Barry Lyndon (Barry Lyndon) com Ryan O’Neal, Marisa Berenson, Patrick Magee, Hardy Krüger, Steven Berkoff, Gay Hamilton e Marie Kean (EUA, 1975. 184’)
QUINTA 16
14h00 e 19h45: Stanley Kubrick Laranja mecânica (A Clockwork Orange) com Malcolm McDowell, Patrick Magee, Michael Bates, Warren Clark, John Clive e Adrienne Corri (EUA, 1971. 136’)
14h00 e 20h00: Stanley Kubrick Glória feita de sangue (Paths of Glory) com Kirk Douglas, Ralph Meeker, Adolphe Menjou, George MacReady, Wayne Morris, e Christiane Kubrick (EUA, 1957. 88’)
16h30: Stanley Kubrick 2001: Uma odisseia no espaço (2001: A Space Odissey) com Keir Dullea, Gary Lockwood, William Sylvester, Daniel Richter, Leonard Rossiter e Robert Beatty (EUA, 1968. 160’)
16h00: Stanley Kubrick O iluminado (The Shining) com Jack Nicholson, Shelley Duvall e Danny Lloyd (EUA, 1980. 144’)
Matthew Modine \ Nascido para matar
Shelley Duvall \ O iluminado
SEXTA 17 14h00 e 20h00: Stanley Kubrick Medo e desejo (Fear and Desire) com Frank Silvera, Kenneth Harp, Paul Mazursky, Stephen Coit e Virgina Leith (EUA, 1953. 62’) 16h00: Stanley Kubrick Barry Lyndon (Barry Lyndon) com Ryan O’Neal, Marisa Berenson, Patrick Magee, Hardy Krüger, Steven Berkoff, Gay Hamilton e Marie Kean (EUA, 1975. 184’)
SABADO 1 14h00: Em 1964 Cleópatra (Cleopatra) de Joseph L. Mankiewicz. Roteiro de Mankiewicz, Ronald MacDougall e Sidney Buchman, baseado no livro de Carlo Mario Franzero. Com Elizabeth Taylor (Cleopatra), Richard Burton (Marco Antônio), Rex Harrison (Julius César), George Cole (Flavius), Kenneth Haigh (Brutus), Cesare Danova (Apollodorus). EUA, 1963. 192’. Para o estúdio, apenas mais uma super produção, mas entre o começo da filmagem, 1958, e a estreia de Cleópatra, junho de 1963, em Nova York, muita coisa deu errada. O filme passou por dois presidentes da Fox, Spyros Skouras e com visões bem diferentes: Skouras pensava numa refilmagem do Cleópatra de 1917, dirigido por Gordon Edwards e interpretado por Theda Bara, e levou ao produtor Walter Wanger o roteiro do filme mudo, baseado numa peça de Émile Moreau. Wanger não concordou e adquiriu os direitos do livro The Life and Times of Cleopatra de Carlo Mario Franzero. Pouco depois de iniciada a filmagem o diretor Rouben Mamoulian, foi demitido. Seu substituto, Joseph L. Mankiewicz, reescreveu e ampliou o roteiro para montar dois filmes de três horas. Mas Darryl F. Zanuck, que retornara à direção do estúdio para controlar os gastos, confiscou as cópias de trabalho e para edição e cortou duas horas do projeto de Mankiewicz. Com um orçamento inicial de 2 milhões, Cleópatra custou mais de 40 milhões de dólares. 17h00: Em 1964 A velha a fiar de Humberto Mauro, com Mateus Colaço (Brasil 1964. 7’) Entrada franca. 18h00: Em 1964 Harakiri (Seppuku) de Masaki Kobayashi. Roteiro de Shinibu Hashimoto baseado no livro Ibun Roninki de Yasuhiko Takiguchi. Com Tatsuya Nakadai (Hanshiro Tsugumo), Rentaro Mikuni (Kageyu Sato), Akira Ishihama (Motome Chijiiwa) e Shima Iwashita (Miho Tsugumo). Japão, 1962. 133’.
Elizabeth Taylor \ Cleópatra
DOMINGO 19 14h00: Em 1964 Harakiri (Seppuku) de Masaki Kobaiashi (Japão, 1962. 133’) “Quando jovem, estudei arte asiática, em particular a escultura budista”, diz o diretor. “Passei horas a olhar estátuas em nossas cidades antigas. Ao fazer Harakiri trazia na memória a estética tradicional japonesa. Era o meu primeiro filme de época, meu primeiro Jidai-Geki, filmei a partir de meu fascínio pela beleza estilizada de nossas formas tradicionais. Lutei muito tempo com a cena em que o jovem samurai comete harakiri com uma espada de bambu. Tentei várias abordagens, nenhuma convincente. Lembro de ter passado uma noite bebendo sake e pensando. Dormi cansadíssimo e quando despertei, de repente, vi o que deveria ser feito. Impossível apunhalar-se com a espada de bambu. Só havia uma maneira: a espada apoiada no tatame, o homem atirava-se sobre ela. A partir daí, tudo foi fácil, filmamos rapidamente. Fiquei muito satisfeito com o resultado da cena e com seu efeito sobre as sequências vizinhas. Este exemplo explica como a mente de um artista trabalha. Criar é um desafio, mas uma operação simples se o lampejo de uma idéia brilha, tudo se revela como uma epifania. Mas, claro, esse tipo de revelação só acontece depois de muitos dias de luta, depois de cuidadosas análises – que devem ser esquecidas assim que filmagem começa. A partir daí, o filme é em grande parte uma projeção da mente do diretor. Trabalha-se então guiado pelo instinto, a sensibilidade passa a ser o único guia que um diretor de cinema obedece ao longo do trabalho”. 17h00: Em 1964 A velha a fiar de Humberto Mauro, com Mateus Colaço (Brasil 1964. 7’) Entrada franca. 18h00: Em 1964 Cleópatra (Cleopatra) de Joseph L. Mankiewicz, com Elizabeth Taylor, Richard Burton, Rex Harrison, Pamela Brown e Martin Landau (EUA, 1963. 192’)
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TERÇA 21
14h00 e 18h00: Stanley Kubrick A morte passou por perto (Killer Kiss) com Frank Silvera, Irene Kane, Jamie Smith e Jerry Jarret (EUA, 1955. 67’) 15h15 e 19h30: Stanley Kubrick De olhos bem fechados (Eyes wide shut) com Tom Cruise, Nicole Kidman, Todd Field, Madis e Sidney Pollack (EUA,1999. 159’) Último filme do diretor, que morreu uma semana depois de completar a montagem. Como vários outros trabalhos de Kubrick, também esse é baseado num romance, Traumnovelle, de Arthur Schnitzler (Breve romance de sonho” na edição brasileira da Companhia das Letras, 2008). Em diferentes ocasiões ele se definiu um leitor como qualquer outro –”não leio um livro para fazer um filme, na primeira leitura sou apenas um leitor, me deixo levar pela emoções propostas pelo texto. Se o livro sugere uma ideia para um filme, volto ao texto e geralmente começo a tomar notas. Mas é fundamental guardar nesse novo contato com a história, e nas seguintes etapas de sua transformação em filme, as impressões da primeira leitura, a emoção do primeiro encontro”. De olhos bem fechados foi inteiramente filmado na Inglaterra, entre novembro de 1996 e junho de 1998, numa Nova York reconstruída nos Estúdios Pinewood em Londres. Harvey Keitel e Jennifer Jason Leigh, depois de terem filmado algumas cenas foram substituídos por Sydney Pollack e Marie Richardson. Em 2 de Março de 1999 mostrou a versão final do filme para os executivos da Warner, e cinco dias depois morreu enquanto dormia.
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QUARTA 22
14h00 e 20h00: Stanley Kubrick Medo e desejo (Fear and Desire) com Frank Silvera, Kenneth Harp, Paul Mazursky, Stephen Coit e Virginia Leith (EUA, 1953. 62’) 16h30: Stanley Kubrick 2001: Uma odisseia no espaço (2001: A Space Odissey) com Keir Dullea, Gary Lockwood, William Sylvester, Daniel Richter, Leonard Rossiter e Robert Beatty (EUA, 1968. 160’)
QUINTA 23
15h00 : Stanley Kubrick A.I Inteligência artificial (A.I. Articial intelligence) de Steven Spielberg, com Haley Joel Osment, Frances Connor, Sam Robards, Jake Thomas, Jude law, William Hurt, Ken Leung e Clark Gregg (EUA,2001. 146’)
18h30 : Stanley Kubrick Spartacus (Spartacus) com Kirk Douglas, Laurence Olivier, Jean Simmons, Charles Laughton, Peter Ustinov, John Gavin, Nina Foch, Herbert Lom, Woody Strode. (EUA, 1960. 197’)
Dr. Fantástico, de Stanley Kubrick. Peter Sellers em três diferentes personagens, Dr. Strangelove, o presidente Merkin Muffley e o capitão Lionel Mandrake, como uma modo de sugerir, por trás das aparentes diferenças, as semelhanças entre a loucura do cientista, a fria racionalidade do presidente e a sofrida emotividade do capitão, forçados a aprender como não se preocupar e a gostar da bomba
SEXTA 24
SÁBADO 25
DOMINGO 26
14h00 : Stanley Kubrick A morte passou por perto (Killer Kiss) com Frank Silvera, Irene Kane, Jamie Smith e Jerry Jarret (EUA, 1955. 67’)
14h00: Stanley Kubrick De olhos bem fechados (Eyes wide shut) com Tom Cruise, Nicole Kidman, Todd Field, Madis e Sidney Pollack (EUA,1999. 159’)
14h00 : Stanley Kubrick A morte passou por perto (Killer Kiss) com Frank Silvera, Irene Kane, Jamie Smith e Jerry Jarret (EUA, 1955. 67’)
15h30 : Stanley Kubrick Medo e desejo (Fear and Desire) com Frank Silvera, Kenneth Harp, Paul Mazursky e Virginia Leith (EUA, 1953. 62’)
17h00 : Stanley Kubrick Nascido para matar (Full Metal Jacket) com Matthew Modine, R. Lee Ermey, Vincent d’Onofrio, Adam Baldwin e Dorian Harewood (EUA, 1987. 116’)
15h30 : Stanley Kubrick Medo e desejo (Fear and Desire) com Frank Silvera, Kenneth Harp, Paul Mazursky e Virginia Leith (EUA, 1953. 62’)
16h30: Stanley Kubrick O grande golpe (The Killing) com Sterling Hayden, Coleen Gray, Vince Edwards e Jay C. Flippen, Ted de Corsia e Marie Windsor (EUA, 1956. 85’) 18h30 : Stanley Kubrick Glória feita de sangue (Paths of Glory) com Kirk Douglas, Ralph Meeker, Adolphe Menjou, George MacReady, Wayne Morris, e Christiane Kubrick (EUA, 1957. 88’) 20h00: Stanley Kubrick Dr. Fantástico, ou como aprendi a não me preocupar e a gostar da bomba (Dr. Strangelove or: I Learned to Stop Worrying and Love the Bomb) com Peter Sellers, George C. Scott, Sterling Hayden, Slim Pickens (EUA, 1964. 95’)
Kirk Dougkas \ Glória feita de sangue
19h30 : Stanley Kubrick Laranja mecânica (A Clockwork Orange) com Malcolm McDowell, Patrick Magee, Michael Bates, Warren Clark, John Clive e Adrienne Corri (EUA, 1971. 136’) “Discute-se aqui a questão de livrearbítrio” – diz Kubrick. “Perdemos a condição humana se privados da escolha entre bem e mal? Nos tornamos, como o título sugere, uma laranja mecânica? Experiências de condicionamento e controle da mente em prisioneiros voluntários na América têm levado essa questão além da esfera da ficção científica. O impacto dramático do filme tem a ver principalmente com o extraordinário personagem Alex, concebido por Anthony Burgess. Aaron Stern, o antigo chefe do conselho de classificação da mpaa na América, que é também um psiquiatra praticante, sugeriu que Alex representa o inconsciente, o homem no seu estado natural. Depois do ‘tratamento’ Ludovico, ele foi ‘civilizado’, e a doença que se segue pode ser vista como a neurose imposta pela sociedade. De quando em quando os governos se servem das pessoas mais violentas e estúpidas para controlar todas as outras. A última fala de Alex – Eu estou realmente curado – pode ser vista como um outro modo de recitar a última fala do Dr. Strangelove: Mein Führer, eu posso andar! Alex transformado em uma criança mimada e a milagrosa cura no final do Dr. Fantástico são diferentes expressões dramáticas da mesma ideia”.
16h30: Stanley Kubrick O grande golpe (The Killing) com Sterling Hayden, Coleen Gray, Vince Edwards e Jay C. Flippen, Ted de Corsia e Marie Windsor (EUA, 1956. 85’) 18h30 : Stanley Kubrick Glória feita de sangue (Paths of Glory) com Kirk Douglas, Ralph Meeker, Adolphe Menjou, George MacReady, Wayne Morris, e Christiane Kubrick (EUA, 1957. 88’) 20h00: Stanley Kubrick Dr. Fantástico, ou como aprendi a não me preocupar e a gostar da bomba (Dr. Strangelove or: I Learned to Stop Worrying and Love the Bomb) com Peter Sellers, George C. Scott, Sterling Hayden, Slim Pickens (EUA, 1964. 95’)
Irene Kane \ A morte passou por perto
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Shoah La Luna Cerimônia de casamento Cerimônia secreta São Bernardo Vidas secas Memórias do cárcere Poema sujo As praias de Agnès O emprego Consideração do poema
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Conterrâneos velhos de guerra
dvd coleção ims à venda nas principais livrarias e na loja do site do ims: http://www.lojadoims.com.br/ims/
Instituto Moreira Salles Rua Marquês de São Vicente, 476. Gávea. Telefone: (21) 3206-2500 www.ims.com.br
O programa de janeiro conta com o apoio da da Cinemateca do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro da Cinemateca da Embaixada da França, da Warner Bros Studios e do Instituto Goethe
Aberto ao público de terça a domingo das 11h às 20h Acesso a portadores de necessidades especiais. Estacionamento gratuito no local. Café wifi
e com a parceria da Videofilmes e do Espaço Itaú de Cinema.
Fundado em 1992, o ims é uma entidade civil sem fins lucrativos que tem por finalidade exclusiva a promoção e o desenvolvimento de programas culturais. A sede do Rio de Janeiro – o ims tem centros culturais em São Paulo e em Poços de Caldas – abriga espaços expositivos, sala de cinema, sala de aula, biblioteca, cafeteria, loja de arte e ateliê infantil.
para as sessões de Um toque de pecado,
O ims possui um acervo de fotografia, com mais de 550 mil imagens, de música, com cerca de 28 mil gravações, de literatura e de artes plásticas, instalado em reservas técnicas com padrões e tecnologia para a conservação e a restauração. Entre as coleções destacam-se as fotografias de Marc Ferrez, Marcel Gautherot, José Medeiros, David Zing e Maureen Bisiliat, os desenhos de Millôr Fernandes, as discotecas de Humberto Franceschi e José Ramos Tinhorão, os arquivos pessoais de Pixinguinha, Ernesto Nazareth, Chiquinha Gonzaga, Elizeth Cardoso e Mário Reis, e as bibliotecas dos escritores Ana Cristina Cesar, Rachel de Queiroz, Otto Lara Resende e Carlos Drummond de Andrade. No site do ims está hospedada a Rádio Batuta, um ponto de seleção, entretenimento e análise da música popular brasileira. O Instituto edita uma revista quadrimestral de ensaios, Serrote, uma revista semestral de fotografia, Zum, e uma coleção de dvds, com doze títulos já editados: Shoah de Claude Lanzmann. La Luna, de Bernardo Bertolucci. Cerimônia de casamento, de Robert Altman. Conterrâneos velhos de guerra, de Vladimir Carvalho. Vidas secas e Memórias do cárcere, de Nelson Pereira dos Santos. São Bernardo, de Leon Hirszman. O emprego, de Ermanno Olmi. Cerimônia secreta, de Joseph Losey. As praias de Agnès, de Agnès Varda, e duas edições de poesias: na primeira, Ferreira Gullar lê seu Poema sujo; na segunda, Consideração do poema, artistas lêem poemas de Carlos Drummond de Andrade. O próximo dvd da coleção ims será lançado em fevereiro e reúne dois filmes de Jean Rouch, A pirâmide humana e Cocorico Mr. Poulet. Superintendente Executivo : Flávio Pinheiro Coordenação do ims - rj : Elizabeth Pessoa Curadoria de cinema : José Carlos Avellar Produção de cinema e dvd : Amanda Amorim
Ingressos terça, quarta e quinta R$ 18,00 (inteira) R$ 9,00 (meia) Sexta, sábado, domingo e feriados: R$22,00 (inteira) e R$ 11,00 (meia) para todas as demais sessões de terça a domingo: R$ 16,00 (inteira) e R$ 8,00 (meia) Passaporte : Com validade para 10 sessões da mostra Stanley Kubrick podem ser adquiridos na recepção passaportes no valor de R$ 40,00 Capacidade da sala: 113 lugares. Ingressos e senhas sujeitos à lotação da sala. Ingressos disponíveis também em www.ingresso.com Sessões para escolas e agendamento de cabines pelo telefone (21) 3284 7417 As seguintes linhas de ônibus passam em frente ao ims: 158 – Central - Gávea (via Praça Tiradentes, Flamengo, São Clemente) 170 – Rodoviária - Gávea (via Rio Branco, Largo do Machado, São Clemente) 537 – Rocinha - Gávea 538 – Rocinha - Botafogo 539 – Rocinha - Leme Ônibus executivo Praça Mauá - Gávea Capa: Malcolm McDowell, Laranja mecânica de Stanley Kubrick Quarta capa: Tatsuia Nakadai, Harakiri de Masaki Kobayashi
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EM 1964 HARAKIRI A VELHA A FIAR CLEOPATRA