PROGRAMAS – OFICINAS E CURSOS IMS PAULISTA 2017.2 Histórias da fotogra a: 1) A fotogra a através da arte PROGRAMA 1) Repercussões entre fotogra a e outras artes (Je Wall, Thomas Ru , Candida Höfer, Mauro Resti e, Gerhard Richter, Miguel Rio Branco, W. G. Sebald, João Castilho, Hiroshi Sugimoto). 2) A nova paisagem: imagens de um mundo de nitivamente urbanizado (Lee Friedlander, Allan Sekula, Edward Burtynsky, Bernd e Hilla Becher, Andreas Gursky, Thomas Struth, Tuca Vieira, Pedro David). 3) O substrato político da fotogra a documental, seguido de comentários sobre arquivos (Henri Cartier-Bresson, Rubens Mano, Miguel Rio Branco, Marcelo Brodsky, Claudia Andujar, John Baldessari, Christian Boltanski, Sophie Calle). 4) Imagens de imagens, imagens reconstruídas, imagens-objeto, imagens inventadas (Luigi Ghirri, James Casebere, Thomas Demand, John Stezaker, Vik Muniz, Rosângela Rennó). Histórias da fotogra a: 2) A fotogra a através das exposições PROGRAMA As aulas irão se concentrar sobre uma seleção de exposições que contribuíram para a assimilação da fotogra a pelo circuito de arte em diferentes momentos entre os séculos XIX e XX, priorizando o universo dos museus na França, Inglaterra, Alemanha, União Soviética, Estados Unidos e Brasil. 1) A história das exposições como área de conhecimento. A exposição como médium. Exibindo fotogra as no século XIX. 2) A fotogra a entre a estética, a política e a comunicação: exibindo fotogra as na primeira metade do século XX.
3) A fotogra a em campo expandido: fotogra a e arte na segunda metade do século XX. 4) Por uma história das exposições de fotogra a no Brasil. Histórias da fotogra a: 3) A fotogra a através da imprensa PROGRAMA 1) Guerras e con itos: O poder da imagem sobre a narrativa histórica. Ascensão e queda das grandes agências de fotogra a e revistas ilustradas. 2) O poder: A difícil arte de captar a alma dos poderosos através de retratos o ciais. De Lincoln a Putin, passando pelos políticos brasileiros. (Platon, Orlando Brito, Annie Leibovitz, Duran etc.) 3) A força de cada um: Minamata e Serra Pelada, o menino sírio Aylan e o tiro no embaixador russo na Turquia, os campos de internação japoneses e a vida no presídio Talavera Bruce. Ensaios longos versus uma única imagem – duas formas opostas de fazer história. 4) A manipulação da história: A fotogra a como ferramenta política (imagens alteradas na era soviética), social (o primeiro lme Kodak a registrar nuances da pele negra data somente dos anos 1990) e individual (quando o fraudador é o próprio fotógrafo). Fotogra a: Princípios PROGRAMA 1) A câmara obscura e a projeção da imagem. Princípio da fotossensibilidade. 2) Atividade em estúdio fotográ co com light painting. Estrutura da câmera de orifício. 3) Captura de imagens. Revelação. Positivo por contato. Avaliação das imagens produzidas com a câmera de orifício.
4) Introdução à câmera fotográ ca 35 mm SLR. Inter-relações: luz, obturador, diafragma e sensibilidade do
lme/sensor de imagem.
5) Diferentes tipos de objetivas. Colocação do
lme na câmera,
con gurações de espaço de cores, formato, tamanho, WB. Exercícios de fotometria e enquadramento. 6) Saída fotográ ca coletiva. 7) Procedimentos de revelação de
lmes preto e branco.
Procedimentos de visualização, seleção, tratamento e armazenamento de fotogra as digitais. 8) Introdução ao contato fotográ co. Introdução à contact sheet. 9) Ampliação. Impressão. 10) Ampliação. Impressão. 11) Ampliação. Impressão. 12) Apreciação e edição coletiva das fotogra as produzidas. Arte e revolução russa PROGRAMA 1) Arte com Ronaldo Brito (4 de outubro) Um mergulho nas relações entre as artes plásticas e os efeitos da Revolução Russa de 1917, partindo dos trabalhos dos artistas Kazimir Maliévitch e Vladímir Tátlin – expoentes, respectivamente, das correntes do suprematismo e do construtivismo. 2) Teatro com Arlete Cavaliere (11 de outubro) No período da Revolução, a arte teatral produziu, no plano da dramaturgia e em sua expressão cênica, uma audaciosa simbiose de variadas tendências estéticas e artísticas, com uma profusão de experiências cênicas inusitadas e uma nova concepção do fenômeno do teatro. Esta aula apresentará uma visão plural do teatro russo de vanguarda, aliada a uma avaliação das experiências artísticas da cena
soviética sob o in uxo do grande furacão de Outubro de 1917. Revolução do teatro ou o teatro da Revolução? 3) Cinema com Marcos Napolitano (18 de outubro) Uma síntese do papel do cinema na Revolução Russa, com foco nos grandes cineastas (Serguei Eisenstein, Aleksandr Medvedkin, Vsevolod Pudóvkin e Dziga Vertov) e suas trajetórias entre a vanguarda e o enquadramento cultural stalinista, bem como a relação destes com as teorias estéticas em jogo na época (a vanguarda, o proletkult e o realismo socialista). 4) Fotogra a com Annateresa Fabris (25 de outubro) Uma análise da produção fotográ ca de Aleksandr Ródtchenko, que se desdobra em dois momentos fundamentais. Defensor convicto da necessidade de uma nova visualidade, em consonância com o momento revolucionário vivido pela União Soviética, o artista distingue-se, no começo, pela busca de pontos de vista fotográ cos inusitados. Tal produção, no entanto, choca-se com as diretrizes culturais do Partido Comunista, obrigando-o a engajar-se numa poética mais realista, colocada a serviço da máquina de propaganda de Stálin. 5) Literatura com Bruno Gomide (1º de novembro) Uma apresentação das linhas gerais dos debates literários entre 1917 e o começo dos anos vinte na Rússia soviética: periodizações, novos autores e temas, o diálogo com a crítica literária, a questão da emigração, o problema da de nição de “literatura soviética”, as novas con gurações e dilemas da intelligentsia, as relações entre prosa e poesia, centro e províncias, escritores e censura. Serão comentados autores como Isaac Bábel, Borís Pilniák, Vladímir Maiakóvski, Vladislav Khodassiévitch e Viktor Chklóvski.
6) Música com Irineu Franco Perpetuo (8 de novembro) Um panorama da produção musical erudita da antiga URSS, com foco nas relações tensas e contraditórias entre o regime nascido da Revolução de 1917 e os compositores. A aula será ricamente ilustrada com gravações, em áudio e vídeo, das obras-primas de compositores abordados, como Dmitri Chostakóvitch e Serguei Prokó ev. Robert Frank e os beats: diálogos PROGRAMA 1) Cinema com Patrícia Mourão (19 de outubro) Depois
de
publicar
Os
americanos,
Robert
Frank
guarda
temporariamente sua câmera fotográ ca para começar um longo envolvimento com o cinema independente. Seu primeiro lme, Pull My Daisy, tem para o Novo Cinema Americano o mesmo impacto que seu livro seminal tem para a fotogra a. Os mais de trinta lmes que realizou desde então permanecem, no entanto, bem menos conhecidos que sua produção fotográ ca. Invalidando noções comuns como aparência e realidade, fato e fabulação e aparentando uma ilusória espontaneidade, esses
lmes atravessam fronteiras e borram os
limites entre o documentário, a cção e a autobiogra a. A re exão sobre o fracasso fílmico e pessoal atravessa sua obra. 2) Literatura com Cadão Volpato (26 de outubro) Robert Frank teve uma profunda ligação com os escritores da geração beat. Amigo de Allen Ginsberg e Jack Kerouac, dois pilares do movimento, Frank dirigiu um
lme que reuniria diversos beats no
elenco a partir de um texto muitas vezes cômico e surreal de Kerouac. O escritor fez o prefácio da primeira edição americana do livro Os americanos, de Frank, enquanto o fotógrafo ajudou a eternizar Kerouac, Ginsberg e amigos com seus retratos em preto e branco íntimos e reveladores.
3) Música com Lorenzo Mammì (9 de novembro) Um dos primeiros críticos do movimento beat, Kenneth Rexroth, escreveu em 1957 que na porta de entrada do movimento estavam dois “delinquentes juvenis” já mortos: Dylan Thomas e Charlie Parker. Este último e a maioria dos jazzistas do novo estilo bebop foram fonte de inspiração para o escritores da geração beat, que chegaram a se apresentar junto com músicos dessa tendência e a de nir seu estilo como “jazz language”. Por outro lado, se o novo jazz era essencialmente instrumental, a poesia beat in uenciou novas formas de canção que estavam surgindo no cruzamento de blues, gospel e folk; Bob Dylan e Leonard Cohen estão entre os artistas que se bene ciaram dessas in uências. Por
m, nos
lmes de Robert Frank, a música
exerce uma função central, muitas vezes com a participação dos próprios músicos (Larry Rivers, Dr. John e Tom Waits, entre outros). 4) Arte com Tiago Mesquita (16 de novembro) Na década de 1950, a pintura abstrata norte-americana se consolida como uma grande vanguarda internacional. Em paralelo a esse processo de legitimação, outras discussões estéticas surgiam nos Estados Unidos. Alguns artistas retomavam e radicalizavam formulações estéticas do entreguerras, e a discussão sobre a cultura e a imagem do homem comum no país se tornam importantes na produção de imagens, como também mostra o trabalho de Robert Frank. Essas discussões serão relacionadas à emergência do trabalho de Jasper Johns e Andy Warhol. OFICINAS
Instrumentos ópticos na arte ocidental METODOLOGIA Neste curso, desenvolvem-se algumas re exões teóricas sobre instrumentos óticos que serviram à produção de imagens de diversos artistas entre os séculos XVII e XIX, no Brasil e no exterior.
Realiza-se, do mesmo modo, uma abordagem prática desses instrumentos, em especial a câmara obscura e a câmara clara. Os acervos fotográ cos e iconográ cos do Instituto Moreira Salles evidenciam o uso corrente que os artistas
zeram de aparelhos
ópticos. Espera-se que as atividades e discussões desenvolvidas possam chamar a atenção para alguns aspectos ainda pouco explorados das produções brasileiras e “brasilianas” do século XIX e do início do XX, e, sobretudo, para alguns traços de uma linhagem artística que foi de contínuo percebida como precursora de uma visualidade fotográ ca. PROGRAMA 1) Teoria dos instrumentos ópticos aplicados à produção grá ca e pictórica: espelhos côncavos, convexos, câmara obscura e câmara clara. Breve comentário sobre a importância desse material na coleção iconográ ca e fotográ ca do IMS. 2) Trabalhos práticos com câmara obscura. Discussão à luz das análises teóricas desenvolvidas na primeira aula. 3) Trabalhos práticos com câmara clara. Discussão dos resultados das aulas anteriores. O ensaio visual em livro PROGRAMA 1) O conceito de ensaio visual e de fotogra a autoral. Apreciação de Os americanos, de Robert Frank. Introdução à produção dos alunos. De nição da agenda de apresentações. 2) Apreciação de Une Fois, de Win Wenders, e American Prospects, de Joel Sternfeld. Apresentação dos ensaios dos alunos. 3) Apreciação de The Lines of My Hand, de Robert Frank, e Instantâneos, de Andrei Tarkóvski. Apresentação dos ensaios dos alunos.
4) Apreciação de Early Color, de Saul Leiter. Apresentação dos ensaios dos alunos. 5) Retomada do conceito de ensaio visual aliado ao suporte livro. Apresentação
nal dos ensaios.
Experimentações no laboratório Fotograma A possibilidade de construção de imagens sem o uso da câmera fotográ ca, somente com a exposição à luz e processamento químico de superfícies fotossensíveis, através de experiências em laboratório fotográ co. Contraste A relação entre a intensidade luminosa e o contraste tonal na captação e processamento de imagens fotográ cas, através de experiências em estúdio e laboratório fotográ co. Negativo/positivo O conceito de negativo e positivo que rege os processos da formação da imagem em fotogra a, através de experiências em estúdio e laboratório fotográ co. Arquivo e barbárie METODOLOGIA Os participantes serão estimulados a discutir e experimentar coletivamente os diferentes status da fotogra a (documento? arquivo? expressão?) tendo em mente o tema geral da violência no contexto brasileiro. A partir da discussão de referências do campo da fotogra a e da arte contemporânea, o grupo elaborará e experimentará estratégias de intervenção sobre materiais de arquivo diversos,
incluindo imagens selecionadas do acervo do IMS. O processo resultará em um conjunto de “obras potenciais” – protótipos ou projetos de trabalhos em artes visuais. PROGRAMA 1) Apresentação dos participantes. Dinâmica de levantamento e construção coletiva de pautas e estratégias de abordagem. Organização de grupos de trabalho. 2) Mergulho no arquivo. Pesquisa e desenvolvimento das estratégias delineadas. Coleta de material. 3) Criação de narrativas. Edição e intervenção no material pesquisado a partir das abordagens escolhidas. Elaboração e apresentação dos projetos
nais.
#aovivo PROGRAMA ●
Breve histórico da mídia independente. Organização e fundação da Mídia Ninja.
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Valores, princípios e metodologias de organização coletiva.
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Pautas, temas, abordagens e linguagens (transmissão ao vivo, redes sociais, fotogra a e vídeo, redação, design e memes).
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Criação de grupo de trabalho para acompanhamento da produção posterior à o cina.
A cidade como percurso e imagem PROGRAMA 1) Introdução aos conceitos de legibilidade e imageabilidade. A fotogra a como reação ao traçado urbano: em meio ao labirinto da cidade portuguesa e diante da racionalidade do plano ortogonal. Saída
às 16h para visitação de locais no centro de São Paulo fotografados por Militão Augusto de Azevedo em 1862 e 1863. 2) A fotogra a a serviço da modernidade urbana em dois momentos: a Paris haussmaniana de Charles Marville e a avenida Central, no Rio de Janeiro, fotografada por Marc Ferrez. Saída às 16h para percorrer a avenida Paulista com base nas imagens presentes na exposição São Paulo: três ensaios visuais, em cartaz no IMS Paulista. Mais informações: cursos.paulista@ims.com.br