Indicium | 2ª Edição | Maio 2016

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EDITORIAL Caros, Avizinha-se o final do ano letivo e as dúvidas quanto ao que fazer no final da licenciatura são mais que muitas. Nesta edição, cujo principal tema é a empregabilidade, damos-te todas as ferramentas para que possas decidir em consciência. Neste segundo número da Indicium há também espaço para os testemunhos dos especialistas do DEGEIT em Gestão de Tempo – Carla Barbosa, Bárbara Henriques, Tiago Silva e Jorge Esteves. Obrigada caros colegas pelos ensinamentos. Um agradecimento especial também a todos aqueles que contribuíram para que não ficássemos apenas pelo primeiro número da Indicium. Faço votos de que apreciem aquilo que temos para vos oferecer nesta edição. A coordenadora da Revista Indicium, Maria Teixeira

aGRADECIMENTOS Esta edição não teria sido possível, sem um conjunto de pessoas a quem gostaríamos de deixar um especial agradecimento: Prof. Dr. Carlos Costa Prof. Dr.ª Anabela Botelho Prof. Dr.ª Marta Ferreira Dias Prof. Joana Costa

Coordenação: (coordenacao.indicium@gmail. com) - Maria Teixeira - Rita Martins Administração: (ad.indicium@ gmail.com) - Carla Barbosa Departamento Comercial: (comercial.indicium@gmail.com) - Letícia Azevedo - Isabel Oliveira Departamento de Comunicação e Imagem: (comunicacao.indicium@gmail. com) - João Silva - Joana Beja Departamento de Recursos Humanos: (recursoshumanos@gmail.com) - Jorge Castro - Mafalda Brito - Marta Pereira Departamento Editorial: (editorial.indicium@gmail.com) - Mariana Madeira - Alexandra Silvano - Ana Campante - Marcelo Teixeira

Os artigos encontram-se escritos ao abrigo, ou não, do acordo ortográfico, conforme a vontade dos autores.


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6 ÍNDICE > 3ª Edição da Simulação do Parlamento Europeu

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> “Aconteceu no DEGEIT: CEO Meetings, Gala AEGIA/ ESTIEM e Palestra Sobre Competências Sociais

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> INGENUA, a nova plataforma online da UA

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> Como elaborar um bom CV

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> Gestão de Tempo: testemunhos de estudantes do DEGEIT

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> Hostels: nova aposta no turismo português

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> “DÁGEITO”: A Arte da Guerra

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> Empregabilidade dos diplomados da UA vista à lupa

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> Psicologia das Organizações

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> Mestrado: Próximo passo?

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ESPECIAL ESTUDANTES/ RÉCEM-FORMADOS por Ana Filipa Campante

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ançado em 2003, o Linkedin é um site de negócios que funciona como uma rede social para profissionais, tratando-se assim de uma plataforma intensa que possui mais de 400 milhões de usuários em todo o mundo.Reunir profissionais (pessoas e entidades) é o seu principal objetivo, que permite a interatividade,

tornando-se assim numa ferramenta para quem procura e/ou oferece trabalho. O Linkedin tem sido uma ferramenta fundamental não só como meio de interação entre os usuários, com também na procura de oportunidades de carreira e contratação de profissionais.

pORQUÊ CRIAR UM PERFIL NO LINKEPORQUÊ CRIAR PERFIL NO LINKEDIN?

Currículo disponível 24 horas online Postar conteúdo relevante para a área de interesse Procurar ofertas de emprego Estar atualizado relativamente a novas vagas que surjam

Aqui ficam algumas sugestões para jovens estudantes: » Contacto com empresas e empresários, relacionados com a área profissional ou de formação permite ampliar o networking, podendo o utilizador ganhar maior reconhecimento, dando início a uma possível entrada no mercado de trabalho » Interação em grupos (de empresas) poderá ser vantajoso na medida em que o utilizador se mostra interessado na área e que realmente pretende aquele cargo » Recomendações de colegas e professores podem (e devem) ser feitas, pois conhecem o desempenho da pessoa (utilizador) e as competências/aptidões, dando um feedback mais “realista”, fatores estes essenciais na hora de contratar. » Descoberta de vários caminhos para a carreira pois os jovens (estudantes) têm acesso a informação sobre carreiras de uma maneira diferente comparativamente às gerações anteriores. Através do Linkedin tem-se acesso “ao caminho” que determinado profissional construiu. As carreiras já não são tão lineares como antes e vermos o “progresso” de alguém pode servir de inspiração para preenchermos a nossa página.

Manter contacto com clientes Realizar novos negócios Encontrar ex-colegas

30% dos recrutadores identificam as redes sociais profissionais como uma das fontes mais importantes para recrutamento 90 empresas da Fortune 100 usam os serviços do Linkedin para descobrir talentos e encontrar as suas futurascontratações


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Dia da Europa. Dia para refletir sobre a integração europeia. por Marta Ferreira Dias, docente do DEGEIT

O Dia da Europa, comemorado a 9 de maio, surgiu no Conselho Europeu de Milão, de 28 e 29 de junho de 1985 e foi celebrado pela primeira vez em 1986. O Dia da Europa é, hoje, antes de mais, um dos símbolos da União Europeia. A data escolhida não foi ao acaso, mas reflete o dia 9 de Maio de 1950 em que o estadista francês Robert Schuman avançou, para a Europa e para o mundo, a proposta de uma entidade europeia supranacional que antecipava um objetivo ambicioso: A paz mundial não pode ser salvaguardada sem uma criatividade à medida dos perigos que a ameaçam. Essa proposta ficou conhecida como a Declaração Schuman e é considerada o embrião da atual União Europeia. A novidade da proposta era a de que não se pretendia só apagar os rancores da guerra, que

estavam ainda presentes, mas também a transformação completa na ordem das relações internacionais, através do exercício conjunto das soberanias numa instituição europeia supranacional incumbida de gerir as matérias-primas que eram a base do poderio militar, o carvão e o aço. Da declaração Schuman surge a CECA (Comunidade Europeia do Carvão e Aço), entendida como o embrião da União Europeia que hoje conhecemos. Este dia serve sempre, ou deve servir, sobretudo para uma reflexão sobre o que a integração europeia é, qual é o nosso papel neste processo. É um pretexto para a formação de jovens sobre o que é o apaziguamento e paz e a união na diversidade, sendo este outro dos símbolos. Mais de 50 anos depois desta decisão parece sempre (e permanentemente) útil usar este dia

para a celebração, mas também para a informação. A UE que, desde essa data, se constrói dia a dia, nasceu de um projeto visionário e deve recriar-se incessantemente, motivada pelos desafios que se colocam aos diversos países que a constituem. Neste ano, a acrescer a esta data ainda temos as celebrações dos 30 anos da integração de Portugal (e Espanha) à CEE, onde se pode fundir os objetivos de reflexão e de consciência da unidade europeia.


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Simulação do Parlamento Europeu por Alexandra Silvano

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os passados dias 21 e 22 de Abril realizou-se a Simulação do Parlamento Europeu. A 3ª edição decorreu durante a tarde de quinta-feira e manhã de sexta-feira, contando com a participação de 52 alunos da Licenciatura e Mestrado de Economia. Contou-se mais uma vez com um excelente painel de oradores: Ana Campina, Gabriela Prata Dias, Vasco Pizarro e Pedro Valente da Silva, que com mais conhecimento de causa, abordaram os temas debatidos este ano. Bastante atuais e relacionados com as prioridades que o Presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker estabeleceu, destacou-se: a Agenda Europeia para a Migração, o Investimento e Criação de Emprego Jovem e

a União Energética e Clima. André Dias, que debateu na comissão da Agenda Europeia para a Migração, foi o que recebeu mais votos com a proposta-lei que visava a implementação de uma linha de controlo migratório mediterrânica e a criação de um programa de asilo para resgatados. Na comissão que debateu o Investimento e Criação de Emprego Jovem, a proposta que mais convenceu ia de encontro à constituição das empresas. Segundo a proposta-lei do José Lino, as empresas devem ter pelo menos 30% de colaboradores que tenham idade igual ou inferior a 25 anos e 20% de colaboradores que estejam no desemprego de longo prazo e devem apostar ainda na formação especializada e na aprendizagem de uma língua. No que

Durante a tarde de quinta-feira, os alunos reunidos em plenário com a respetiva comissão, apresentaram e debatera-m as suas propostas-lei para decidir qual seria a vencedora de cada grupo de trabalhos.


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diz respeito à União Energética e Clima, a proposta-lei que defendia a criação de um plano de adaptação da produção de energia às características e recursos de cada Estado Membro para levar a uma União Energética mais eficiente, foi levada a cabo pela Mafalda Sousa. No dia seguinte, os vencedores das melhores propostas-lei tiveram a oportunidade de as apresentar para todos os participantes das restantes comissões e ainda para painel de oradores convidados. A sessão encerrou com a entrega de prémios às melhores propostas e ao melhor orador, que este ano

foi arrecadado pela aluna Bárbara Monteiro. A 3ª edição da Simulação do Parlamento Europeu foi novamente um sucesso devido também ao empenho e trabalho da professora Marta Ferreira Dias e do Núcleo de Estudantes de Economia mostrando mais uma vez o quão importante é, nos dias de hoje, os alunos estarem informados sobre o que acontece na União Europeia e o quão essencial é desenvolver uma boa capacidade de argumentação para que essa possa ser uma vantagem competitiva, futuramente, no mercado de trabalho.

Testemunhos

“A Simulação do Parlamento Europeu é uma excelente oportunidade para fortalecer o nosso sentido crítico e de debate. A juntar a isso, os temas abordados foram deveras interessantes e apelativos revelando desta forma ser uma experiência enriquecedora.” José Lino, Estudante de Economia “Este género de eventos e organizações potenciadas pelas sinergias entre os docentes e os alunos, neste caso o Núcleo de Estudantes de Economia, só elevam (ainda mais) o bom nome do nosso departamento e nos enriquece para um futuro que se adivinha cada vez mais competitivo. Em resumo: excelentes temas, excelentes discussões e um excelente feedback.” André Alão, Estudante de Economia “A minha experiência na Simulação do PE foi única. Foi a primeira vez que participei e gostei muito. Considero bastante importante que este género de atividades se continuem a organizar porque dessa forma podemos aprender e perceber que é diferente ver e participar ativamente para as decisões relativas a temas europeus! Só assim aprendemos a ganhar consciência política e económica.” Sara Batista, Estudante de Economia “Este dia 21 de abril de 2016 contou com a 3ª edição da Simulação do Parlamento Europeu e a minha 2ª participação. Foi com orgulho que conduzi o fórum de discussão sobre Investimento e Criação de Emprego, e as propostas defendidas este ano pelos euro deputados evidenciam o aumento de qualidade e empenho dos alunos.” Mara Madaleno, docente do DEGEIT


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ACONTECEU NO DEGEIT 18º Aniversário AEGIA e ESTIEM Em primeiro lugar gostava de agradecer à AEGIA por esta gala fantástica que nos proporcionou, e felicitar pelos seus 18 anos de trabalho e dedicação, na formação de todos os estudantes de EGI! Como aluna de primeiro ano é uma honra participar neste evento que nos levou a conhecer a dimensão do nosso curso e o trabalho feito ao longo do tempo. Ver reconhecido o trabalho dos nossos estudantes é sem dúvida uma grande iniciativa que serve também de motivação para continuarmos a trabalhar e a fazer mais e melhor pelo nosso curso. Espero que eventos como este façam parte dos planos futuros da AEGIA pois fomentam relações entre todos os estudantes fazendo de EGI de Aveiro um curso mais unido que trabalha em prol de um objetivo comum, formar através do associativismo! Maria leite, estudante de licenciatura em EGI

Dia JELA Num piscar de olhos, criou-se a Júnior Empresa LEAN. Anunciouse o dia JELA. Junta 2 amigos e dirige-te à sede da AEGIA, foi o convite para um dia que superou as minhas expetativas. Eu, juntamente com, a Carolina Luís e a Sara Silva formámos equipa para participar neste pequena competição, onde vários temas LEAN foram abordados. Coisas simples, mas com bastante conteúdo, muito úteis para o futuro. Desde a comparação de dois tipos de produção e perceber qual a melhor, à construção de bonecos com legos (numa linha de produção), até a oportunidade de desenhar o layout para a nossa AEGIA. Foram premiadas as três melhores equipas. Eu já tinha ganho só por ter participado. Para mim, foi o incrível Dia JELA. Miguel Pereira, estudante de mestrado em EGI


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ceo meeting com carlos costa pina Já dizia Karl Marx no século XIX que “De nada valem as ideias sem homens que possam pô-las em prática.“ Neste sentido um dos objetivos do Núcleo de Estudantes de Economia da Associação Académica da Universidade de Aveiro (NEECAAUAv) passa por aproximar a realidade económica aos seus estudantes, trazendo os protagonistas de histórias de sucesso.Para isso, são realizados uma série de CEO Meetings, em contextos diferentes mas com o mesmo propósito: dar a conhecer casos reais, incentivando os estudantes de Economia e interessados de outras áreas, a investir no seu futuro, fazendo uma ponte de conhecimento entre a formação académica e a realidade. No passado dia 11 de Abril de 2016,

pelas 16h, contámos com a presença de Carlos Costa Pina para participar em mais um CEO Meeting no Departamento de Economia, Gestão, Engenharia Industrial e Turismo. Membro do Conselho de Administração e da Comissão Executiva da Galp Energia desde Abril de 2012, responsável pelos serviços corporativos e pelo segmento de negócio de Biocombustíveis, Carlos Costa Pina apresenta um currículo versátil, procurando sempre adquirir conhecimento no sentido de melhorar. Entre os vários pontos abordados nesta sessão, destacou-se a aposta na produção de biocombustíveis pela Galp Energia. Num contexto de constantes alertas para os atuais problemas ambientais, a Galp Energia como empresa de distribuição de produtos petrolíferos, viu-se na

necessidade de proteger o ambiente, cumprir com as especificações ambientais e de prolongar a cadeia de valor do sector de energia. Sendo um produtor integrado de biodiesel, com presença em toda a cadeia de produção, desde a matéria-prima até à comercialização, será possível garantir a sustentabilidade ambiental e social dos projetos agrícolas e maximizar a redução de emissões ao longo do ciclo de vida do produto. O NEEC- AAUAv agradece desta forma a todos os presentes, garantindo a continuação destas sessões, sendo uma ótima escolha para um contacto mais próximo dos estudantes. Marta Costa, vogal da secção pedgaógica do NEEC

PALESTRA SOBRE Competências Sociais: KIT BÁSICO PARA O MERCADO DE TRABALHO “Não é o mais forte das espécies que sobrevive, nem o mais inteligente. É, sim, aquele que é mais responsivo à mudança.” Está é a forma como termina uma incrível palestra organizada pela revista Indicium, sobre Competências Sociais. Na tarde de 2 de Maio, a Drª Laura Alho, uma profissional de excelência, esteve presente no DEGEIT para conversar sobre competências sociais, técnicas e organizacionais, que são exigidas no trabalho, de modo a que se revele mais produtivo. Gestão de Tempo, Capacidade de trabalho em Equipa e Poder de Comunicação foram os pontos a destacar desta conversa, que foi acompanhada por algumas atividades práticas para que os presentes se autoanalisassem e se conhecessem melhor, questões estas fundamentais para que, num futuro (muito) próximo, sejam excelentes profissionais. por Mariana Madeira


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INGENUA Uma plataforma para estimular o brainpower dos jovens universitários. por Alexandra Silvano

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Ingenua é um recente projeto lançado, em Fevereiro, na Universidade de Aveiro, que pretende estimular o brainpower e, ao mesmo tempo fomentar a capacidade, a habilidade de investigação e o pensamento nas mais variadas áreas científicas, promovendo assim a interdisciplinaridade, ao desenvolver desafios e projetos. Um problema ou um interesse específico pode ser submetido à Ingenua, sendo resolvido por parte dos utilizadores da plataforma através de soluções inovadoras e tecnológicas, com recurso ao know-howe brainpower dos mesmos. Os desafios devem ter um propósito bem defini-

do e a modalidade de participação depende do proponente do mesmo, que pode selecionar uma solução trabalhada em equipa, em regime de consultadoria e prestação de serviços ou a criação de uma start-up, etc. Entre alguns dos desafios mais recentes, existe a criação de um algoritmo de apoio a decisões ou a tradução instantânea de frases em mandarim. Aqui os jovens estudantes podem criar e desenvolver as suas próprias ideias em conjunto com outros colegas, dando a oportunidade de formar uma equipa com as capacidades necessárias para enfrentar os desafios criados pela própria universidade ou por empresas. Durante o processo há um acompanhamento por parte de

uma rede de tutores especializados. A plataforma Ingenua destina-se a todos os membros da Universidade de Aveiro: alunos dos três ciclos de ensino, bolseiros de pós-doutoramento, professores, investigadores e técnicos. Por outro lado, ainda são bem-vindas empresas, associações e instituições públicas que se queiram envolver e submeter desafios aos utilizadores. A Ingenua é assim mais uma prova de dinamismo e inovação presente na Universidade de Aveiro, que inspira toda a comunidade universitária a participar de forma ativa.


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Ana Daniel docente do DEGEIT

A importância das Competências sociais na empregabilidade dos recém-formados

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em-se assistido, nos últimos anos, a alterações significativas no panorama empresarial, em especial nos modelos de negócio de alguns sectores de actividade. Veja-se, por exemplo, o caso em que as novas tecnologias (como os robôs autónomos, a simulação, a ‘internet of things’, a ciber-segurança, a ‘cloud’, entre outras) estão a revolucionar a produção e onde as fronteiras entre o mundo real e o virtual se vão, cada vez mais, esbatendo. Há quem diga, inclusivamente, que está a chegar a 4ª revolução industrial. Estas alterações têm, sem dúvida, repercussões no mercado de trabalho, visto que são cada vez mais necessários profissionais com competências específicas ou especialidades que não existiam à 5 ou 10 anos atrás. Num relatório publicado recentemente pelo World Economic Forum são apresentados os resultados de um estudo que pretendeu identificar as competências mais valorizadas pelos directores de recursos humanos das principais empresas mundiais. Os re-

sultados foram impressionantes: estes profissionais defendem que as competências técnicas dos trabalhadores têm de ser complementadas com fortes competências sociais, como a inteligência emocional, a capacidade de negociação e persuasão, assim como a coordenação de equipas, com vista a fazer face aos desafios dos novos empregos criados nos mais variados sectores de actividade. O mesmo documento alerta para a necessidade de uma revolução na área da educação, no +sentido de haver uma cada vez maior ligação entre a academia, o governo e o tecido empresarial de forma a formar profissionais que sejam capazes de responder aos desafios do futuro. Ciente dos novos desafios, o DEGEIT lançou em 2015 o programa Learning To be que visa contribuir para o desenvolvimento de competências transferíveis nos alunos do ensino superior, através de uma estratégia inovadora do ponto de vista do ensino-aprendizagem. Este programa possibilita a todos os alunos que o integram a formação e

capacitação em contexto empresarial real, suportada em metodologias e ferramentas que permitem a sistematização do processo criativo e de inovação, na expectativa de contribuir para a resolução de desafios colocados pelas empresas e instituições parceiras. A proximidade com as empresas revelou-se uma mais-valia permitindo aferir quais as competências transferíveis mais valorizadas pelas empresas, providenciar casos práticos reais de trabalho e possibilitar aos alunos experiências e ligações ao nível empresarial. Actualmente na sua segunda edição, o programa Learning to Be teve já a participação de 10 empresas e instituições da região, e foi frequentado por cerca de 200 alunos dos vários cursos leccionados na Universidade de Aveiro. Por parte do DEGEIT, o programa permitiu sedimentar as relações entre a universidade e as empresas locais, tendo estas se mostrado disponível para cooperar noutros domínios, como a investigação e a formação.


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CV

DICAS PARA ELABORAR UM BOM

por Dora Maria Ribeiro, responsável pela área de orientação profissional do GESP-UA

Terminado o percurso académico, é necessário fazer um CV que faça a diferença. O seu CV é o seu cartão-de-visita, e não há uma segunda oportunidade para criar uma boa primeira impressão... Por esta razão dedique o tempo necessário à criação de um bom CV!


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Um estudo concluiu que um diretor de recrutamento demora, em média, somente entre 10 a 15 segundos antes de decidir se rejeita ou não um currículo » Aposte numa estrutura sua, algo que seja a sua cara, sendo que se pertence a uma área criativa, como Design, Marketing, Comunicação, Multimédia e similares, espera-se que o seu CV demonstre a sua criatividade (com parcimónia, claro)... Mas nas áreas de engenharia, economia, gestão, finanças... Também se querem pessoas com vontade de fazer mais, melhor e diferente » São muito poucas as empresas que gostam do modelo Europass. Por isso comece pela escolha da estrutura. Às vezes não é preciso muito, basta uma imagem apelativa, um pequeno texto inicial, contar uma história... enfim... faça a diferença. » Obedeça a regra dos 3 C’s- Claro, Concreto, Conciso. Cinja-se ao essencial e importante. Uma página costuma ser suficiente. » Seja rigoroso na informação que coloca no CV. Não invente. Informação honesta transmite a ideia de integridade e portanto de alguém em quem se pode confiar. » Cuidado com os erros ortográficos. No CV de um diplomado não são admissíveis. » A fotografia do seu CV é muito importante. Pretende-se que seja uma foto profissional, tipo passe (ou um pouco maior, mas não muito), com um fundo neutro e com uma indumen-

tária clássica. Esqueça as t-shirts, as swet-shirts, os óculos na cabeça, os decotes profundos, as alcinhas e os caicai. Porquê? As razões parecem óbvias. » Para a informação pessoal tenha o cuidado de fornecer dados claros, com a indicação de contactos que usa regularmente e que portanto vai atender, com um endereço de e-mail profissional, que seja o mais alusivo possível ao seu nome. » Se possui carta de condução faça alusão ao documento na informação pessoal. » É importante que seja muito claro na designação do grau académico que frequenta, utilizando para o efeito a informação sobre as datas de início e conclusão dos diferentes graus (sempre do mais recente para o mais antigo). » É igualmente importante que designe 2 ou 3 competências profissionais (não... não estamos a falar de disciplinas) que estejam muito de acordo com a área de atuação da empresa e que possam ser esclarecedoras da função/funções que poderá desempenhar e em que pode fazer a diferença. » Se realizou alguma formação extracurricular (complementar) deve agora abrir um separador para essa informação. Lembre-se que fazer formação extracurricular transmite a ideia de que gosta de aprender coisas novas,

que está preocupado com o seu desempenho e por isso quer saber mais. » Só agora deve colocar a experiência profissional. Chame experiência profissional ao que efetivamente for experiência na sua área e que tenha estado regulamentada. Se não foi o caso e foram só estágios curriculares, ou pequenos trabalhos de verão, não devem ser chamados de experiência profissional. » É importante que faça alusão às competências informáticas, linguísticas e também cite no CV algumas competências sociais (3 máximo para quem não tem atividades extracurriculares e 5 para quem tem). » Frequentou vários seminários, workshops, congressos, etc. Pois mas no CV basta que coloque 2, e que podem ser os mais recentes, os mais adequados à empresa pelo tema tratado, os que tiveram os melhores oradores na área... enfim escolha de acordo com alguma coisa mas não coloque mais de 2... » Finalmente o seu CV está pronto. Mesmo assim procure a opinião de alguém que já está integrado no mundo do trabalho, de um(a) amigo(a) que possa ajudar a perceber o que está menos bem. E claro procure sempre a ajuda do GESP... Nós podemos ajudar!


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Gestão de Tempo

A forma como gerimos e planeamos é importante na vida de qualquer pessoa, sendo uma componente essencial para uma vida profissional de sucesso. Há que gerir as nossas prioridades, esforço e dedicação, em função do tempo disponível, por isso a Indicium conversou com alguns estudantes que conciliam a vida académica com as várias atividades nas quais estão inseridos.

TEXTO E ENTREVISTAS ORIENTADAS POR MARIANA MADEIRA


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19 anos estudante de licenciatura em gestão aTIVIDADEs EXTRACURRICULARes vice-Presidente Interno na Aveiro Smart Business; 1º Secretário na Mesa de Reunião Geral de Membros do NEG; Representante do 2º Ano da Licenciatura em Gestão

Em média, por semana, dedico cerca de 20 horas por semana às atividades extracurriculares. De forma geral, as situações onde perco tempo, ou seja, onde não realizo nenhum trabalho produtivo não estão sobre o meu controlo e devem-se sobretudo a pequenas tarefas do dia-a-dia como o esperar por pessoas para uma reunião, esperar pelo almoço no bar do DEGEIT, entre outras. A forma como lido com as situações fora da programação diária depende um pouco da gravidade/urgência da situação e da disponibilidade que tenho sendo que um dos meus princípios passa por tentar sempre resolver as situações o mais rapidamente possível mas sem nunca descurar os compromissos assumidos anteriormente.

tIAGO SILVA


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Carla bARBOSA 22 anos estudante de MESTRADO em EGI

aTIVIDADES EXTRACURRICULARES Gestora de Projetos na Aveiro Smart Business; membro da Júnior Empresa Lean aveiro; membro da revista Indicium; participante na Bolsa de Mérito Social; MEMBRO DE UM GRUPO PARTIDÁRIO

Dedico cerca de 12 horas por semana às atividades em que estou inserida. Faço acompanhar-me sempre de uma agenda onde marco todas as reuniões, crio estratégias, como juntar a maior parte delas para o mesmo dia, e de preferência a seguir às aulas. Posso dizer que, onde realmente, se perde bastante tempo é, por exemplo num furo de uma hora entre reuniões, em que o tempo que tenho para adiantar algo é curto mas, analisando bem é imenso. Geralmente, em todas as atividades funcionam com reuniões previamente marcadas, e por isso alterar a agenda em cima da hora não faz o meu género pois sei que posso prejudicar outras pessoas ao estar também a causar-lhes um momento inesperado. Porém, é óbvio que tudo depende da situação e da sua gravidade. Acontecimentos momentâneos que não sejam realmente de extrema importância, normalmente tento sempre resolvê-los num tempo livre.


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JORGE ESTEVES 22 anos estudante de licenciatura em gestão

aTIVIDADE EXTRACURRICULAR negócios

O tempo é dinheiro, diz-se. Num mundo cada vez mais dependente do dinheiro, no qual este se tornou num fim em vez de um meio, tornase cada vez mais imprescindível uma boa gestão deste recurso. A gestão de tempo deve ser uma prioridade num empreendedor, pois normalmente é um recurso escasso e não há dinheiro que o compre. Temos que ter pausas, até porque é nestas pausas que, por vezes, nascem as melhores ideias e as decisões mais ponderadas. Um empreendedor tem normalmente uma vida muito atribulada. Estar constantemente a pensar em coisas novas e tão diferentes não é fácil e não é para todos, assim como lidar com a incerteza e muitas vezes com o fracasso. Confesso que podia gerir melhor o meu tempo. Entre a licenciatura em Gestão e as 3 áreas de negócio que possuo atualmente, gasto entre 25 e 30 horas semanais a trabalhar. Para além dessas 3 áreas de negócio, já estou a pensar nas próximas. Já se imaginaram com o vosso curso e mais três negócios para gerir? Se queremos gerir bem o nosso tempo, temos que ser eficientes. E para mim a chave para a eficiência é o foco. Se queremos ser profissionais em tudo o que fazemos, temos que ter uma grande capacidade de nos focarmos em cada tarefa. Uma gestão de tempo eficaz está também assente em rotinas, num bom planeamento, em estabilidade e, principalmente, no autocontrolo da nossa agenda. A partir do momento que deixámos que os nossos compromissos comandem a nossa agenda, estamos condenados.


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Bรกrbara henriques


aTIVIDADES EXTRACURRICULARES membro na Aveiro Smart Business; formações complementares à educação (curso livre de Inglês e formação em SAP01)

Consoante as semanas e a disponibilidades de outras tarefas, dedico cerca de 15 horas por semana. Assim, estabelecer uma lista de prioridades, de acordo com a urgência de cada uma delas e delegar um horário para cada uma, de acordo com o tempo disponível. Por vezes, preciso de fazer mais do que uma coisa ao mesmo tempo, em tarefas secundárias para rentabilizar tempo e trabalho o máximo possível ao fim de semana. Quando o tempo é escasso, pequenas distrações como o telemóvel e/ou redes sociais ou esperar por alguém podem ser consideradas perdas de tempo, prejudicando a produtividade

Conselhos

21 anos estudante de licenciatura em economia

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Acreditar em nós e nas nossas capacidades é sem dúvida um impulso para o sucesso. Por isso, arriscar em tudo aquilo que nos deixa curiosos é ótimo porque contribui imenso para o nosso crescimento. Porém é necessário ter os pés bem assentes na terra e refletir acerca de questões como: terei tempo para tudo?, conseguirei dar o meu melhor em todas as circunstâncias?, terei o mesmo rendimento no curso?... Se sim a todas as questões então é só avançar, acreditar e trabalhar! Carla Barbosa Criar rotinas, definir horários, não adiar problemas e não procrastinar. Jorge Esteves O principal aliado para uma gestão de tempo eficiente é sem dúvida uma grande capacidade de organização e concentração mas penso que não existe um método infalível de organização pois o que para mim pode ser excelente para outra pessoa pode não funcionar, cada pessoa terá de procurar um método que se adeque às suas necessidades e aperfeiçoa-lo em função exigências do dia-a-dia. Contudo penso que há três recursos, transversais e fundamentais para a gestão de tempo: uma agenda/caderno onde apontamos tarefas e compromissos que temos de fazer, uma planificação do nosso tempo adequada e uma enorme capacidade de perseverança. Tiago Silva Organização, capacidade de adaptação e sobretudo, MOTIVAÇÃO para fazer omelhor possível, porque as atividades extracurriculares são algo que vale a pena e é recompensador, ainda que o tempo para o resto se torne limitado. De modo complementar, a tolerância é igualmente importante, para fazer face a imprevistos. Bárbara Henriques


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Hos por Marcelo Teixeira

TELS A nova aposta no turismo em portugal

A criação do Aveiro Rossio Hostel

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ituado no coração da cidade de Aveiro (Praça do Rossio), mergulhada nos principais pontos de referência da noite da cidade e das suas atividades culturais e turísticas, o Aveiro Rossio Hostel nasceu em março de 2009, durante um passeio entre José Guerra e sua irmã. O primeiro hostel da cidade aveirense aparece como uma nova forma de viajar e de conhecer a tão conhecida Veneza de Portugal, proje-

to este que demorou cerca de dois meses (as obras estavam concluídas abrindo a junho do mesmo ano) apesar dos sacrifícios por parte dos responsáveis. Para o cofundador José Guerra a localização é um fator crucial pois permite que haja facilidade de passagem de turistas, fazendo-se repercutir na escolha do local ideal para criar um negócio hoteleiro como este. O público-alvo é bastante diversificado pois muitas vezes aparecem turistas que não conhecem o conceito deste

meio de alojamento e pernoitam nele como forma de usufruir de experiências diferentes. No entanto, a ligação aos hóspedes é um ponto favorável, transmitindo companheirismo e amabilidade a quem visita, pois o turista gosta da informalidade e de conversar com os donos afirma José Guerra.


INFORMAÇÕES

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Telemóvel: 964398194 Morada: Praça do Rossio, Rua João Afonso de Aveiro nº1 3800-198 Aveiro Website: http://www.aveirorossiohostel.com/ E-mail: aveirorossiohostel@ gmail.com

Os hostels são uma nova forma de alojamento que foi criada em 2007 e que se tem manifestado fortemente em Portugal. A Indicium conversou com José Guerra, um dos fundadores do Aveiro Rossio Hostel, de forma a conhecer melhor a origem deste projeto, bem como o contributo dos hostels para o turismo português.

O contributo dos hostels para o turismo português

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m 2007, surgiram os primeiros hostels que apresentavam uma imagem muito negativa aos olhos da hotelaria, pois ofereciam qualidade a preços mais baixos do que os praticados por esta. José Guerra refere que Portugal assistiu a um boom devido à contribuição dos hostels que acrescentaram valor à oferta, apesar das viagens low-cost em muito terem também ajudado no crescimento do

turismo português. O cofundador do Aveiro Rossio Hostel acredita que a capacidade de falar várias línguas e a sustentabilidade do hostel (o facto de este ser eco-friendly) são atributos que tornam o turismo português mais competitivo. A diversidade de formações tornam a hospitalidade mais genuína, assim como a simpatia. O futuro dos hostels (principalmente dos pequenos) em Portugal passará, segundo José Guerra, pela extinção visto que, caso estes não se con-

seguem adaptar e evoluir serão engolidos por outros, que possuem um maior número de camas. A competitividade é também um fator essencial, no mundo do turismo e se este género de alojamento não conseguir ser competitivo, não será sustentável.


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na china pude provar crocodilo, e no vietname cobra

por Tiago Marques, estudante de Engenheira Eletrotécnica e Telecomunicações - UA

GAP YEAr PORTUGAL Para que este ano mude a tua vida!

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empre sonhei, desde miúdo, em viajar e descobrir o mundo. Via fotografias de locais fantásticos e desejava ser eu, um dia, a estar naqueles países que me apaixonavam. Colocar-me em situações a que não estava habituado, explorar. Penso que é um desejo comum a todos os jovens, mas são poucos os que se aventuram! Aos 18 anos, indeciso sobre o curso a escolher e com mais questões que respostas, decidi colocar a mochila às costas e ir com um amigo, partir para a aventura. Tornei o sonho de miúdo numa realidade e fiz um Gap Year, um ano de intervalo nos estudos. Começá-

mos pela República Checa, depois Alemanha, percorremos os países nórdicos, Europa do Leste e, quando já estávamos "ambientados" a este estilo de viagem, decidimos dar um passo maior: Ásia! Um mundo diferente, uma mistura de culturas fantásticas, uma realidade cheia de contrastes, um local de extrema aprendizagem, que nos fez crescer. Somaram-se experiências de voluntariado: fomos professores na Índia, ajudámos num orfanato em Nepal e trabalhámos em permacultura em Timor. Tivemos oportunidade de passar duas semanas com uma família indiana, vivendo como eles : a comer com as mãos, sentados no chão, a

beber a água que vinha da nascente, a tomar banhos com um púcaro, a ver a novela na única hora do dia a que vinha a eletricidade, a dormir em cima de duas tábuas... Na China pude provar crocodilo, no Vietname cobra, na Tailândia (no calor de Abril) comemorei a passagem de ano “deles”, em Bali saí todas as noites porque, por ser turista, tinha sempre direito a uma “happy hour” bastante “happy” de bebidas gratuitas... Uma enorme quantidade de experiências que me fizeram regressar a Portugal uma pessoa bastante diferente. Consciente do quão importante esta experiência foi para mim e para o meu colega, decidimos criar a Associação Gap Year Portugal,


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que promove o conceito e incentiva os jovens a passarem por este tipo de experiências antes da faculdade ou antes de se estrearem no mercado de trabalho. Quando fiz o meu Gap Year, passei por imensas dificuldades que agora os jovens, com a nossa ajuda, terão mais facilidade a contornar, não tivessemos nós, uma equipa de 29 pessoas, todas elas incríveis. O website - www.gapyear.pt - fornece informações úteis, dicas de viagem, segurança e um fórum para esclarecimento de dúvidas. Tentamos transmitir a ideia que este tipo de experiência não é cara, por isso procuramos assim conversar sobre o assunto em

palestras escolares, em eventos organizados, etc. Ensinamos a viajar com pouco dinheiro. Inspirámos jovens a fazê-lo, sendo um dos exemplos mais incríveis o de uma rapariga que, com 500€, visitou 13 países da Europa em 5 meses. Até na UA já o fizemos: o Bruno Carneiro e a Joana Flores, ambos de Bioquímica, estão neste momento pela América Latina a fazer uma viagem “low cost”. O Gap Year deve ser uma opção a ter em consideração, pois as aprendizagens e as vantagens a nível pessoal, académico e profissional são imensas, e vão surgir, acreditem!

GAP YEAR PORTUGAL ESTÁ A OFERECER UMA BOLSA NO VALOR MÁXIMO DE 6500 EUROS PARA APLICARES NAS TUAS EXPERIÊNCIAS INTERNCIONAIS. SE QUERES SER UM ‘GAPPER’ E PARTICIPAR, VISITA WWW. GAPYEAR.PT


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DáGEITo por Joana Costa, docente do DEGEIT

Sun Tzu | A Arte da Guerra

S

un Tzu (544 a.C.- 496 a.C.) viveu num período designado por a Primavera e o Outono na China, ou a Idade dos Estados Beligerantes. Neste período sete Estados combateram de forma persistente para controlar o extenso e fértil território do Este da China. Um dos generais do Estado de Ch’i conquistou particular fama e poder decorrente da sua estratégia de combate; assim, compilou o seu saber numa obra que sobreviveu ao seu tempo e apesar dos seus milénios de antiguidade, continua a ter difusão Mundial sendo lida por militares, filósofos, estrategas, estudantes de gestão, economia, engenharia, políticos, entre outros. Desta feita, e pela sua importância esta obra deixou de ser considerada meramente bélica passando a ser mais bem um livro filosófico e um manual de gestão. Num contexto de permanente incerteza todos procuravam estratégias de controlo sobre os seus oponentes, visando antecipar comportamentos baseando-se no conhecimento, estratégia e liderança. Diferentemente dos autores Ocidentais, Sun Tzu trata o tema da guerra

A vitória está reservada para aqueles que estão dispostos a pagar o preço

sem recorrer à palavra força atribuindo a vitória a um estado psicológico. Na sua estrutura contam-se 13 capítulos versando diferentes aspectos do combate. No que concerne à táctica, o autor separa a sua explicação entre aquilo que é da nossa responsabilidade e o que é dos demais. Os gestores são como generais, terão de conhecer os seus recursos primeiramente e de seguida terão de conhecer os demais; transversalmente vai mencionando que o mais importante é de facto o conhecimento de si próprios. O grande ensinamento é que um líder terá de combinar duas competências – a da defesa e a do ataque, nunca será vitorioso se só dominar uma das partes. Mais adiante ensina-nos o que são os nossos pontos fortes e pontos fracos. De sublinhar a importância da diferença entre a estratégia e a táctica; desta feita, diz-nos que a táctica poderá ser percepcionada pelos demais, ao passo que a estratégia deverá estar no mais profundo segredo. Para além disso adverte-nos para não repetir tácticas, já que estas deverão ir de encontro às circunstâncias; o inesperado é determinante do sucesso. No capítulo destinado às manobras parecemos estar num manual de gestão,


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se conhecer o inimigo e a si mesmo a vitória será inquestionável

a saber: “não podemos retirar proveito da natureza do terreno se não usarmos guias locais” - quando as empresas actuam em novos mercados, são recomendadas sempre a estabelecer contactos com parceiros locais para minimizar o risco. Magistralmente Sun Tzu resume todo um capítulo de um manual da actualidade num parágrafo. Mais à frente aconselha-nos: “Pondere e planeie antes de avançar”. Também nos avisa “não atacar um exército que se encontra em terreno elevado…” “Há estradas que não devem ser seguidas, exércitos que não devem ser atacados…” – todas as empresas com quotas minoritárias no mercado sabem que não devem afrontar os líderes. “Pântanos salinos deverão ser atravessados rapidamente”, os líderes sabem que tem de tirar as suas organizações de terrenos que não dominam. Muito curiosamente diz-nos “o levantar voo dos pássaros é sinal de emboscada…”, se alguns CEO prestassem mais atenção a estes sinais tão evidentes seriam surpreendidos menos vezes. Os conselhos tocam igualmente a Gestão dos Recursos Humanos, (GRH), é-nos dito “se um general demonstra

confiança nos seus homens, mas insiste que as ordens sejam cumpridas, os benefícios serão mútuos”. Mais curioso ainda é que nos diga que “tirar partido tanto dos fortes como dos fracos é uma questão que envolve o correcto uso do terreno”, esta é uma moderna recomendação da GRH, aproveitar as competências de cada colaborador colocando-os onde são mais produtivos. Também nos sublinha o poder da informação, interna e externa: “Se conhecer o inimigo e a si mesmo a vitória será inquestionável…” Comummente, pensamos que os manuais de guerra incitam soldados e generais à coragem tresloucada, ao nunca recuar e ao batalhar permanente. Neste caso somos surpreendidos, ao longo de todo o livro somos mergulhados num contexto de utilização da inteligência, da bravura com prudência e desaconselhados a praticar actos temerários mesmo que possamos parecer cobardes. Muito importante é a distinção entre a cobardia e a imprudência; da primeira, estamos proibidos de ambas porque a primeira levará à captura e a segunda à actuação por instinto.

Apesar de nos falar da importância dos planos, Sun Tzu incita-nos a agir, atendendo às contingências: “O Governante esclarecido planeia antecipadamente; o bom general optimiza os seus recursos” Por último, também se mencionam as derrotas, e Sun Tzu manda-nos meditar sobre elas, procurar as suas causas. Esta obra é fascinante pela sua abrangência, pela visão de conjunto, pela simplicidade e clareza. Sun Tzu tem uma astúcia fora de série e mormente desenha uma fronteira entre a coragem e a falta de inteligência, convidando todos os líderes a conhecerem claramente todos os dados da batalha. Este fascínio será tanto maior se pensarmos que tudo isto nos é dito em poucas páginas e que foi escrito há 2500 anos.


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Hugo Figueiredo docente do DEGEIT

A EMPREGABILIDADE DOS DIPLOMADOS PELA UNIVERSIDADE DE AVEIRO VISTA À LUPA

O

ensino superior - ES - português vive atualmente um período de forte transformação. Por um lado massifica-se, integrando uma cada vez maior percentagem de jovens em idade universitária nos seus ciclos de ensino. Segundo dados da OCDE, cerca de 30% dos jovens adultos portugueses têm já hoje um curso superior mas a percentagem de jovens que participa no sistema é muito superior. Por outro lado, o sistema reconfigurou-se decorrente da implementação do processo de Bolonha. Aumentou, por exemplo, a mobilidade entre diferentes áreas de formação e generalizou-se o acesso a cursos de mestrado. Como resultado, a diversidade dos públicos estudantis – da sua formação de base e das suas ideias relativamente ao que esperam ser a experiência do ES – aumentou muitíssimo. Ao mesmo tempo, a realidade de

integração no mercado de trabalho não é a mesma do que a vivida pelas anteriores gerações de diplomados. Fenómenos como o desemprego de diplomados, as baixas remunerações ou a possibilidade de vir a trabalhar fora da área de formação tornaram-se mais comuns e necessitam de ser monitorizados. Neste cenário, os indicadores de empregabilidade dos diplomados das várias universidades e institutos politécnicos assumem uma importância decisiva nas escolhas dos candidatos ao ES e dos atuais estudantes. Do ponto de vista da Universidade de Aveiro (UA) são uma arma importante para poder antecipar e gerir potenciais problemas de atratividade e relevância das suas ofertas formativas. Ciente dessa importância, a UA criou o Observatório do Percurso Socioprofissional dos Diplomados da Universidade de Aveiro e o trabalho desenvolvido permite


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5 meses é o tempo médio para encontrar emprego após concluir o curso

80%

80% encontram-se empregados na área de formação

Valor, em média, da taxa de emprego dos diplomados da ua 30% aufere salário superior a 1000 euros

questões para que possam atuar em tempo útil. Estão também aí os primeiros resultados públicos do primeiro Estudo sobre a Empregabilidade dos Diplomados pela UA no Triénio 2008/9 a 2010/11 . A propósito destes resultados deixamos ao público estudantil da UA duas importantes mensagens. Em primeiro lugar, os resultados do estudo mostram que, globalmente, o panorama da UA ao nível da empregabilidade dos seus diplomados é positivo. As taxas de emprego dos diplomados da UA rondam, em média, os 80%. Uma considerável maioria (cerca de 80%) encontra-se também empregada na área de formação dos seus cursos e considera que as competências adquiridas no curso em que se diplomaram são compatíveis com as exigidas no atual emprego (cerca de 85%). A esmagadora maioria dos diplomados parece também encontrar-se satisfeita com a formação obtida e disposta, não só a voltar a escolher a Universidade de Aveiro (mais de 90%), mas também o curso em que se diplomaram (cerca de 80%). Por outro lado, a maior parte dos diplomados da UA encontra emprego até seis meses após a conclusão dos seus cursos (o tempo médio é de cerca de 5 meses). É verdade contudo que apenas uma minoria aufere salários superiores a 1000 euros e assume imediatamente posições de chefia (pouco mais de 30%). A este propósito é importante combater um mito que crescentemente se instala na sociedade portuguesa: o de que não vale a pena completar um curso de ensino superior. Vale, embora não possamos comparar a posição dos diplomados atuais com os das gerações anteriores. Aqueles que hoje não ingressam

> 90% voltaria a escolher a UA

no ensino superior têm, esses sim, a sua vida muito mais dificultada. Um curso é hoje, mais do que tudo uma condição necessária mas não suficiente de sucesso no mercado de trabalho. Em segundo lugar, os resultados do estudo contam uma história interessante ao nível da distinção entre o primeiro e o segundo ciclo de ensino. Além de ser já muito significativa (na ordem dos 60%) a percentagem de diplomados que prossegue os seus estudos imediatamente após a conclusão da licenciatura, os resultados obtidos apontam para que a obtenção de um diploma de 2º ciclo ou de mestrado integrado se configure como uma vantagem muito significativa. As vantagens são visíveis, por exemplo, ao nível da menor incidência de desemprego ou no menor tempo de transição para o primeiro emprego. Mas, igualmente, ao nível da possibilidade de obter remuneração acima dos 1000 euros (mais do que 40%) ou de vínculos de emprego mais estáveis. Estava indeciso quanto a fazer o mestrado? Não esteja!


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Psicologia das Organizações Dicas básicas para uma entrada sadia no mercado de trabalho

A

universidade é um local de aquisição de Saber. É esperado que adquiras conhecimentos específicos que se refletem nas tuas notas. Apesar de serem indicadores da quantidade de informação adquirida (ou decorada!), a verdade é que quando chegas ao mercado de trabalho, as médias estão longe de ser um fator decisivo para a contratação. Além disso, aquilo que aprendeste durante o curso parece insuficiente para dares resposta a todas as exigências práticas. O conhecimento teórico não basta para seres profissionalmente bem-sucedido. É necessário um conjunto de competências pessoais, sociais e organizacionais que possibilitem uma transição sadia e o menos angustiante possível. Alguns dos desafios que se colocam quando entras numa organização passam por: saber lidar com a pressão; saber estabelecer relações; saber comunicar e gerir a informação que te chega e a que tens de transmitir. Se pensas que os métodos que usaste durante a tua permanência na universidade para gerir a pressão e o tempo vão funcionar da mesma maneira no teu novo local de trabalho, desengana-te! Será necessária uma adaptação funcional e inteligente, porque as responsabilidades mudaram. Se antes não tinha importância faltares às aulas quando te apetecesse ou se não tinha importância entregares um relatório em tempo útil, no contexto laboral essas falhas e irresponsabilidades terão consequências imediatas. Toda a mudança gera mal-estar e se a transição não for gradual, irás experimentar altos níveis de pressão que podem comprometer o teu desempenho. Acredita quando te digo que não é possível livrares-te da tensão organizacional. Enquanto profissional, terás de lidar com ela de forma saudável e eficiente. Como? Eis algumas dicas que podes começar a considerar desde já!

[ver página seguinte]

BIOGRAFIA Laura Alho é doutorada em Psicologia pela Universidade de Aveiro, mestre em Psicologia Forense e licenciada em Psicologia pela mesma universidade. É pós-graduada em criminologia e tem várias formações profissionais no âmbito da psicologia forense, da investigação criminal, e do desenvolvimento pessoal e recursos humanos. É professora da Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias, é cofundadora da Peritia – Serviços de Psicologia e Ciências Forenses, e é subdiretora da Peritia – Revista Portuguesa de Psicologia. É docente de cursos avançados, e autora de romances literários (Um Paraíso no Infernoe Anjos Negros). Tem experiência na investigação, tendo colaborado em vários projetos financiados e conta com vários itens de produção científica publicados (artigos, capítulos, livros). É formadora certificada, colaborando em atividades pro bono com diversos núcleos e alunos da Universidade de Aveiro.


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Organiza o teu tempo – faz uma lista das tarefas prioritárias e urgentes

Evita conflitos

Dicas para lidar com a tensão organizacional Faz o teu trabalho com paixão

Organiza o teu espaço de trabalho

Realiza as funções que te competem

Assegura tempo de qualidade para ti

E por falar em conflitos, eles são um dos fatores que mais efeitos prejudiciais acarretam a nível individual e coletivo. Não só criam tensão, como contaminam o ambiente entre colegas e geram mal-entendidos corrompendo o espírito de equipa e comprometendo o ritmo de trabalho. Uma das melhores estratégias de prevenção é administração das emoções e a comunicação bidirecional e assertiva. O local de trabalho não é um local para se estabelecer amizades (embora a determinada altura isso possa acontecer). A mistura dos papéis sociais dentro de uma organização pode gerar conflitos, pelo que deves separar os negócios das relações afetivas. Para o ambiente dentro da equipa ser harmonioso é necessário delimitar funções, haver espírito de entreajuda e saber comunicar. A existência de intermediários na passagem da informa-

ção leva a uma compreensão errónea, a conflitos internos e a esforços desnecessários. As mensagens devem ser claras e inequívocas. Ser-te-á requerido com alguma frequência que dês feedback sobre o teu trabalho e sobre a evolução das tuas funções, ou sobre o trabalho de alguém. O inverso acontecerá com mais frequência e nem sempre o feedback que receberes será positivo. Não é fácil encarar as críticas negativas porque elas nos tornam vulneráveis. Mas, lembra-te: estás a aprender a tornar-te um profissional de excelência por isso encara-as como alavancas para o teu crescimento. O mercado de trabalho é uma selva organizada. Quanto mais te preparares, menores serão os efeitos desse caos (des)necessário.


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Estágio Extracurricular,

uma prova de pro-atividade e dinamismo por Tiago Pimentel, ex-estudante de Engenharia e Gestão Industrial

A Universidade de Aveiro além de oferecer um ensino de qualidade também proporciona experiências no mercado de trabalho com estágios curriculares e extracurriculares. Durante a minha licenciatura em Engenharia e Gestão Industrial na UA, tive a oportunidade de realizar dois estágios extracurriculares protocolados com a UA, sendo que um deles foi também apoiado por um programa de estágios do banco Santander Totta.Tudo começa quando iniciamos a procura pela empresa onde pretendemos realizar o estágio; o estudante aborda a empresa através de um e-mail onde inclui o seu CV e a carta de motivação. Caso a empresa tenha um portal e se encontre aberta uma oportunidade de estágio a candidatura pode ser submetida aí diretamente. O meu primeiro estágio teve a duração de 2 meses e realizou-se numa empresa que fabrica componentes para o sector Automotive, com cerca de 650 colaboradores. Como primeira experiência profissional considero que foi muito importante o acompanhamento e mentoria do orientador de estágio. O contacto e relacionamento com profissionais com mais anos de experiência do que os meus de existência, bem como

a habituação á cultura da empresa que primava pela qualidade e produtividade nos seus processos constituíram as maiores dificuldades, neste desafio. Na segunda experiência profissional que tive, com maior duração, numa PME com boa expressão e presença na zona centro do país, foi me dada a oportunidade de desenvolver competências mais multidisciplinares: desde ferramentas de Lean Management até à análise de contabilidade de gestão. Tratandose de uma empresa prestadora de serviços, a temática de comunicação e relação com o cliente foram pontos importantes durante o desenrolar do estágio. Num currículo, este tipo de experiências profissionais são diferenciadoras na altura de recrutamento e seleção, visto que é uma prova de pro-atividade e dinamismo por parte do estudante. Posso afirmar que um dos melhores outputs que retirei destas experiências profissionais de curta duração foi a capacidade de adaptação a diferentes culturas empresariais. Estes estágios também permitem ao estudante aumentar a rede de contactos e por outro lado o estagiário poderá ficar referenciado para poder ser contratado pela empresa depois de concluir os seus estudos.

shoot for skills, not money

Miguel Gonçalves, Spark Agency


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Após a licenciatura, há certamente vários caminhos a seguir, contudo o mestrado ainda continua a ser o próximo passo para muitos estudantes, de forma a adquirirem mais conhecimento e experiência. Pensando em todos os que querem prosseguir os estudos académicos, apresentam-se os Mestrados que o Departamento de Economia, Gestão, Engenharia Industrial e Turismo tem para oferecer, em colaboração com os responsáveis de cada curso.

MESTRADO:PRÓXIMO PASSO? Mestrado em Economia | Muito bons cá dentro e brilhantes lá fora! Conheces? por Celeste Varum, docente e diretora do ME Abigail Ferreira (Universidade de Cabo Verde); Ana Teresa Pinto (UATEC); Ivo neves (Vicaima); Ricardo Silva (Delloite); Vera Rocha (Copenhagen Business School); Carla Monteiro (Banco de Portugal); Luisa Fernandes Sal (Reitoria da Universidade de Aveiro); João Vencelau (Banco Internacional de Moçambique)... alguns dos Mestres em Economia pela Universidade de Aveiro. Percursos profissionais muito diferenciados, mas igualmente enriquecedores e de destaque. O Mestre em Economia pela Universidade de Aveiro chega ao mercado de trabalho com um Diploma concedido por uma Universidade de grande prestígio, nacional e internacionalmente, despertando a curiosidade e atenção junto dos empregadores, que procuram solidez na formação, competências transversais diferenciadas, mas também uma combinação de

jovens de diferentes origens, com diferentes abordagens, perspetivas e experiências – tal como a paleta de um Pintor. Segundo indicadores recolhidos pela UA junto dos exalunos, a taxa de empregabilidade dos graduados nos anos entre 2008 e 2011 atingiu os 92%. A grande maioria referiu que o emprego se enquadrava muito ou totalmente na sua área de formação. De referir que 76% referiu que voltaria a escolher o mesmo curso, e 84% referiu que voltaria a estudar na UA. De facto, a organização curricular do 2º ciclo de Economia abre diversas possibilidades com interesse no mercado, com especialização nos Ramos de Finanças ou de Economia da Empresa. Os alunos têm acesso a competências analíticas inovadoras e ainda a fortalecer a experiência internacional através do Programa Erasmus, Campus Europae e Programas conducentes ao Duplo

Grau. Na linha das melhores práticas e atentos ao mercado, os nossos alunos podem também completar o mestrado num contexto de estágio. A prioridade nos próximos anos será fortalecer as competências transversais dos nossos alunos. Estejam atentos! Por fim, oferece-se a possibilidade de prosseguir formação integrado num grupo de alunos restrito como elevadas capacidades, onde prospera a concorrência saudável, o espírito de entreajuda e amizade.


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Mestrado em Gestão porDaniel Polónia, docente e diretor do MG O curso de Mestrado de Gestão da Universidade de Aveiro tem como grande objetivo preparar gestores que correspondam às necessidades das empresas, nomeadamente as PME ́s que constituem grande parte do tecido industrial da região de Aveiro. Para além disso, é fornecida qualificação aqueles que tenham como objetivo criar e desenvolver a sua própria empresa, dando uma formação abrangente nas diferentes vertentes envolvidas de lançamento, desenvolvimento e amadurecimento de uma organização empresarial. O curso encontra-se estruturado ao

longo de 4 semestres por forma a que, numa primeira fase, os alunos tenham uma sólida preparação teórica dos temas a abordar, garantindo que a aplicação prática dos conhecimentos é estruturado e assente em sólidas fundações. Depois desta preparação teórica, que decorre ao longo de 3 semestres, os alunos são desafiados a escolher entre uma Dissertação e um Estágio, que decorre ao longo do segundo ano do curso. Neste âmbito, poderá ser escolhido um determinado tema a ser investigado e cujo desenvolvimento dará origem a uma Dissertação de Mestrado. Em

alternativa, os alunos podem optar por um estágio que, para além de os expor ao mercado de trabalho (para muitos pela primeira vez), deverá ser organizado por forma a permitir a apresentação e defesa de um Relatório de Estágio onde, muito mais que a descrição da experiência, deverá analisar e descrever um problema de negócio enfrentado pela empresa e descrever a forma como, com base no conhecimento teórico, o aluno contribuiu para a resolução desse problema de gestão.


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Mestrado em Engenharia e Gestão Industrial por Carina Pimentel e Marlene Amorim, docentes e diretoras do MEGI O curso de Mestrado em Engenharia e Gestão Industrial (EGI) da Universidade de Aveiro visa oferecer uma formação sólida, assente numa visão interdisciplinar e integradora, que tem como objetivo principal formar quadros com capacidade de criar, analisar, modificar e implementar sistemas produtivos, com vista à otimização do seu desempenho, permitindo-lhes desempenhar funções num amplo leque de setores. De facto, dado o seu conhecimento sobre o funcionamento dos processos de fabrico associados a diferentes tipos de setores industriais e os conhecimentos de gestão global, económica e técnica que possuem, ficam aptos a

desempenhar funções na área de gestão das operações em empresas industriais dos mais diversos setores, empresas de serviços ou organismos públicos.O desenvolvimento de competências alinhadas com as necessidades do mercado de trabalho, com reflexo direto ao nível da empregabilidade, constitui uma das principais preocupações deste curso. Um estudo recente realizado no âmbito do Observatório do Percurso Socioprofissional dos Diplomados da UA - aponta para uma boa transição dos mestres em EGI para o mercado de trabalho. Desde logo a maior parte dos alumni contactados pela UA declara ter um emprego regular a tempo inteiro (cerca de 80%), ou ocupações

a tempo parcial (cerca de 10%). Além disso, a análise da situação dos mestres em EGI permite concluir que existe, de facto, uma convergência entre a formação dada e a profissão que os graduados vão depois exercer. Por outro lado, a possibilidade de os estudantes realizarem um estágio curricular, permite-lhes uma imersão num contexto concreto de problemas e desafios que caracterizam as funções de um profissional de EGI e facilita a sua entrada no mercado de trabalho, sendo de realçar que a oferta de estágios pelos empregadores ultrapassa, significativamente, a procura.


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Mestrado em Gestão e Planeamento em Turismo por Zélia Breda, docente e diretora do MGPT

O 2º ciclo de estudos em Gestão e Planeamento em Turismo entrou em funcionamento no ano letivo 2007/2008, no âmbito da adequação ao Processo de Bolonha do Mestrado em Gestão e Desenvolvimento em Turismo, que esteve em funcionamento na Universidade de Aveiro, em parceria com a Universidade do Algarve, desde 2001/2002. A organização curricular deste curso associa uma formação sólida sobre o sistema turístico adaptada às necessidades identificadas no setor, oferecendo três percursos de especialização: “Turismo e Ambiente / Ordenamento do Território; Turismo e Culturae Economia e Gestão em Turismo. Desta forma, o plano curricular integra uma oferta formativa que corresponde à complexidade e transversalidade do sector, aprofundada no perfil de especialização escolhido pelo estudante. Os estudantes têm a possibilidade realizar um estágio (em Portugal ou no estrangeiro) numa organização que exerça funções na área do turismo. Independentemente da realização do estágio (que é opcional), no último ano curricular, os estudantes desenvolvem um trabalho de investigação aplicada, que pode assumir a forma de projeto ou dissertação.Existe ainda a possibilidade de efetuar um período de estudos em mobilidade internacional na Europa, no âmbito do Programa Erasmus + e da rede Campus Europae. Para além disso, a UA tem ainda acordos, na área do turismo, com universidades nos PALOP, Brasil, China e Índia. O curso pretende preparar os estudantes que pretendam desenvolver uma carreira profissional, tanto em organismos públicos como em empresas do setor, bem como os que pretendam prosseguir a sua formação académica. Ambiciona-se, assim, garantir o aparecimento de profissionais capazes de dar resposta aos desafios do setor, o qual necessita de abordagens rigorosas, profissionalizadas e adequadas ao seu crescimento sustentado.


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Mestrado em Sistemas Energéticos Sustentáveis por Gil Andrade Campos, docente e diretor do MSES O Mestrado em Sistemas Energéticos Sustentáveis consiste numa formação internacional integrada nos domínios das tecnologias energéticas, ambiente e desenvolvimento sustentável. A formação tem em atenção a multidisciplinaridade e transversalidade dos problemas energéticos e ambientais, suas soluções e as dimensões económica e social do desenvolvimento sustentável. Este Mestrado, cuja taxa de empregabilidade é de 100%, responde aos problemas atuais da efici ência energética sentidos pelas empresas quer nacionais quer internacionais. A formação encontra-se estruturada no sentido da compreensão dos processos, tecnologias, economia e política associados aos sistemas energéticos, no contexto da sustentabilidade do fornecimento e procura de energia. São abordados conteúdos nos domínios dos processos de conversão de recursos energéticos convencionais e renováveis, materiais e tecnologias em convers ão e utilização de energia, metodologias de utilização eficiente de energia, instrumentação e medida em processos energéticos e ambientais, política energética e ambiental, os conceitos de desenvolvimento sustentável e as políticas conducentes ao desenvolvimento sustentável. A organização curricular composta por disciplinas de opção permite ao aluno, após um 1º ano de formação estruturante, optar por uma formação mais especializada, de entre uma das principais áreas de formação oferecidas. Deste modo, o aluno pode aprofundar e complementar os conhecimentos já adquiridos com uma formação mais orientada para um determinado domínio dos Sistemas Energéticos Sustentáveis. Dado o caráter multidisciplinar da formação, estão envolvidos vários departamentos da Universidade de Aveiro, nomeadamente: o Departamento de Ambiente e Ordenamento, o Departamento de Engenharia Mecânica, o Departamento de Economia, Gestão, Engenharia Industrial e Turismo, o Departamento de Engenharia Cerâmica e Vidro, e o Departamento de Física. Dado o carácter internacional da formação, esta é dada em Português e/ou Inglês.

Período de Candidaturas 2ªfase: 18 julho a 12 de Agosto 3ªfase: 26 a 30 de Setembro Os candidatos devem já ter terminado a licenciatura no momento da candidatura. Todo o processo de candidatura decorre online através de https://paco.ua.pt/Candidaturas. Devem ainda consultar os editais respetivos que são disponibilizados em: http://www.ua.pt/degeit/ course/107/?p=3.


A Indicium é uma revista lançada em Março de 2016, no Departamento de Economia, Gestão, Engenharia Industrial e Turismo (DEGEIT) da Universidade de Aveiro. A equipa, constituída por 14 elementos, juntouse com o intuito destacar o que de melhor se faz no DEGEIT, assim como abordar temas da atualidade envolventes dos 4 cursos, e também aproximar os estudantes do mundo do trabalho, mantendo-os ligados às organizações.


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