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ÍNDICE 2 DEGEIT/ UA:
DEGEIT no caminho para o futuro, Professor Carlos Costa
Associativismo (DEGEIT em Rede) Professor Dr.º Rui Costa Programa de Tutoria Programa Learning To Be, Profs. Ana Daniel e Mariana Pita UNAVE, Dr.ºJosé Maximino
8 ENSINO EM PORTUGAL
Drº Júlio Pedrosa (professor da UA e ex-ministro da Educação)
10 ENTREVISTA ENGENHEIRO ANTÓNIO CONDE BOSCH termotecnologia - Mercado de Trabalho
14 “ESTE ANO VAIS SER O MELHOR ALUNO! BORA LÁ?” 16 “PARA QUEM NÃO SABE PARA ONDE VAI, QUALQUER CAMINHO SERVE.”
Prof. Celeste Varum
17 (SAIR DA) ZONA DE CONFORTO E SOCIALIZAÇÃO Drª Laura Alho
18 COMPETÊNCIAS SOCIAIS Dr.ª Dora Ribeiro (GESP)
22 AVEIRO SMART BUSINESS: RECRUTAMENTO 24 DÁGEITO
Prof. Joana Costa
25 ACONTECE(RÁ) NO DEGEIT Em parceria com os núcleos e associações
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DEGEIT E UA
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DEGEIT... NO CAMINHO PARA O FUTURO
Por Carlos Costa, Professor e Diretor do DEGEIT
A Universidade de Aveiro é, claramente, uma universidade de referência em Portugal e a nível mundial. Desde 1973, aquando da sua criação, a UA tem demonstrado capacidade de se posicionar em termos de ensino, investigação e na interface com a sociedade, de uma forma particularmente inteligente, o que lhe tem permitido ascender ao topo dos rankings mundiais. O DEGEIT, apesar de criado mais tarde em 1988, tem vindo a dar o seu contributo para a UA. Com 4 áreas estratégicas de ensino e investigação – Economia, Gestão, Turismo e Engenharia Industrial -, o DEGEIT tem vindo a crescer de uma forma notável. Este ano para as 181 vagas que colocou a concurso no 1º ciclo, concorreram 1571 alunos. O número de alunos para os 2º e 3º ciclos estão igualmente a crescer de uma forma rápida. Mais ainda, o DEGEIT já tem cursos em que as vagas são preenchidas em mais de 80% por alunos de 1ª opção. E as médias de entrada têm subido ano após ano, tornando o departamento já um dos mais procurados a nível nacional nas suas áreas de ensino e investigação A Direcção, os docentes e os alunos do DEGEIT estão a encarar esta nova fase com orgulho, mas igualmente com responsabilidade. Têm-se criado novas estruturas de organização interna em áreas como a empregabilidade, programas de tutoria, internacionalização, organização de eventos, etc. Para se aumentar a eficiência e a eficácia do trabalho interno, as 4 áreas passaram a cooperar umas com as outras, em vez de competirem. Mesmo os alunos passaram a organizar-se e a fazer muitos dos seus eventos conjuntamente entre os 4 Núcleos de Estudantes. Mas o novo fôlego não termina aqui: estão a ser criados novos programas de empreendedorismo, criação de novas ideias e novos projectos, bem como novas ligações às empresas e organizações de todo o país. O DEGEIT encontra-se a crescer, mas não vai ficar por aqui! Acreditamos que estamos a criar as fundações para um futuro ainda mais próspero daquele onde já chegamos actualmente!
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DEGEIT E UA ‘DEGEIT EM REDE’….O ASSOCIATIVISMO NA PRÁTICA!
Por Rui Costa, Docente do DEGEIT
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s núcleos e associações do DEGEIT desenvolvem um papel central de representatividade e mobilização dos seus estudantes …tendo sempre demonstrado ao longo dos anos uma grande capacidade de trabalho e dinamismo. No entanto, o trabalho desenvolvido era realizado de uma forma ‘isolada’, pouco interligada e agregadora, e registava um
baixo aproveitamento e envolvimento dos estudantes nas actividades do departamento, grandes embaixadores da UA e do DEGEIT no exterior. Em 2014 iniciou-se um trabalho de aproximação e interligação entre a direcção do departamento e os núcleos e associações representativos dos estudantes do departamento, que tinha como principal objectivo envolver os núcleos e associações
de estudantes na dinamização de eventos que integrasse as 4 áreas do departamento, promovendo um trabalho conjunto, de maior inclusividade, participação e responsabilização dos estudantes. Este trabalho conjunto, de agregação e conjugação de esforços, originou o desenvolvimento de um evento agregador e mobilizador de estudantes e docentes…o DEGEIT EM REDE.
O DEGEIT EM REDE, que integra, as Jornadas do DEGEIT (3 edições – 925 participantes), o Open Day DEGEIT (2 edições – 335 participantes) e o Young Talents@UA (2 edições – 320 participantes), constitui-se como o evento de maior transversalidade do departamento, com maior capacidade de participação e agregação, e promoção da sua imagem no exterior, tendo envolvido nos últimos dois anos a participação de mais de 1.500 pessoas (entre estudantes e docentes), empresas e organizações convidadas, estudantes do ensino superior e do ensino secundário. Esta nova política de maior proximidade com as empresas e organizações, de trabalho em parceria e em rede, incentiva o espirito crítico e empreendedor dos estudantes, e tem também como principal objectivo melhorar os níveis de empregabilidade e de responsabilidade social.
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PROGRAMA DE TUTORIA: UMA DIREÇÃO, VÁRIOS CAMINHOS Por Denise Ferreira, mentora em EGI
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om o início das aulas, arrancou, pelo 6º ano, o Programa de Tutoria (PT-UA), na Universidade de Aveiro, que fomenta o acolhimento, o acompanhamento, o apoio à integração e a orientação dos alunos de primeiro ano e estrangeiros (tutorandos), por estudantes mais velhos (mentores), sob a alçada de docentes (tutores). A implementação passa por três fases: a primeira, de obtenção de informação acerca do programa e de conhecimento entre os partici-
pantes; a segunda, de acompanhamento dos mesmos, durante todo o ano letivo, e de formação, através de palestras e workshops, com vista ao desenvolvimento de competências transversais e do dinamismo do aluno, para se envolver nas várias oportunidades, de contextos académico, cultural, desportivo, etc., que a vida universitária lhe apresenta; a terceira e última fase centra-se na análise dos resultados conseguidos e na avaliação da iniciativa. O PT-UA nasceu no âmbito do
projeto FICA (Ferramentas de Identificação e Combate ao Abandono), que, através da prática das ações mencionadas, procura a diminuição do abandono e contribuir para o sucesso escolar e bem-estar do novo aluno. As atividades de receção, incluídas no Programa de Acolhimento e praticadas no início do ano, fazem também parte do FICA, funcionando em articulação com o Programa de Tutoria.
Coordenadoras (e também tutoras) do PT-UA, no DEGEIT: Economia: Prof. Margarita Robaina (mrobaina@ua.pt)
Gestão: Prof. Nina Szczygiel
(nina.szczygiel@ua.pt)
EGI: Prof. Ana Moura
(ana.moura@ua.pt)
Turismo: Prof. Maria Carneiro (mjcarneiro@ua.pt)
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DEGEIT E UA LEARNING TO BE
BE ENTREPRENEURIAL! BE CREATIVE! BE EMPATHIC! BE ANYTHING! BE EVERYTHING!
Por Ana Daniel e Mariana Pita, docentes do DEGEIT
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empreendedorismo é muito mais do que criar empresas! É uma forma de estar na vida que permite olhar para os desafios e reconhecer oportunidades. Ser empreendedor é ser capaz de concretizar, de atuar, de fazer acontecer mas, sobretudo, de sonhar. Esta característica individual, com tanta importância ao nível pessoal e profissional, pode ser ativada e desenvolvida em qualquer pessoa, apesar de nem todas as pessoas assim o sentirem. A metodologia adotada tem como base o pressuposto de que todos os indivíduos são possuidores dessas competências empreendedoras, em maior ou menor escala. Por isso, o programa segue uma abordagem learning-by-doing, sempre em contexto real, para fomentar uma experiência mais rica e próxima do mercado de trabalho. O Programa Learning To Be está desenhado para promover o desenvolvimento de competências empreendedoras (criatividade, propensão ao risco, capacidade de decisão, autonomia, liderança, entre outras) com o objetivo claro de aportar maior valor ao perfil de cada indivíduo.
O envolvimento de várias empresas no programa permite que todos os participantes um maior conhecimento da realidade empresarial, possibilita o crescimento das redes de contactos e também a exploração e aplicação prática dos conhecimentos teóricos adquiridos ao longo do percurso académico. O Programa Learning To Be, durante as duas primeiras edições, permitiu que mais de 200 alunos tivessem a oportunidade de trabalhar diretamente com dez empresas: Altice Labs, Bosch, Masemba, IDtour, Centro de Reabilitação do Centro Rovisco Pais, Câmara Municipal de Aveiro, Helifex, Ubiwhere, Sword Health e Adrimag. Atualmente, está a decorrer a 3ª edição do Programa Learning To Be e os mais de 90 alunos envolvidos estão a trabalhar diretamente em desafios lançados por 4 empresas: VODAFONE, EFACEC, SONAE e MCORK. Durante 3 meses os projetos são desenvolvidos maioritariamente em contexto de sala de aula, com recurso a diversas ferramentas. Para além disso os alunos têm acesso a várias iniciativas complementares como seminários e work-
shops, maioritariamente com convidados externos. O Programa Learning To Be conta, ainda, com uma rede de mentores - Be Mentors - que está permanentemente disponível para apoiar o desenvolvimento dos projetos. Finalmente, a BeCommunity, composta por todas as pessoas que estão atualmente e que já estiveram ligadas ao Programa pretende ser uma rede ativa de promoção do espírito empreendedor, capaz de potenciar a construção de novos projetos e parcerias.
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UNAVE: ATUALIZAR COMPETÊNCIAS NUNCA FOI TÃO FÁCIL!
Por José Maximino, Comunicação Social/ Media UNAVE
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comemorar 30 anos de atividade, a UNAVE, Associação para a Formação Profissional e Investigação da Universidade de Aveiro (UA) é a unidade de interface, da UA com a sociedade, em matéria de educação ao longo da vida A UNAVE concebe e realiza ações de formação ajustados às necessidades das pessoas e das institui- ções, assentes nas melhores práticas de university longlife learning, na qualidade do ensino da UA e no diálogo permanente com as empresas e outras organizações da sociedade civil, nacionais e estrangeiras.
A formação da UNAVE é certificada pela DEGERT e pela própria UA naqueles cursos, cada vez mais numerosos, que conferem créditos ECTS, e desenvolve-se em três áreas: comportamental, técnica e cultural. Além da formação presencial, a UNAVE recorre às novas tecnologias para disponibilizar formações à distância (e-learning e b-learning), que dispensam a presença física dos formandos e permitem uma gestão individualizada e flexível do tempo de estudo. A UNAVE privilegia as pessoas, as empresas e as organizações no desenho das suas ações, disponibili-
WORKSHOP SOBRE COLABORAÇÃO EMPRESARIAL
FORMAÇÃO COM ALUNOS MOÇAMBICANOS
Damos crédito à tua formação É o caso de uma linha de crédito especial para a formação, sem comissões nem burocracias, que negociou com o CA | Crédito Agrícola, para apoiar o pagamento das formações mais caras. E foi, também, a
zando formações in loco e à medida das necessidades de uma sociedade em mudança e de uma economia cada vez mais competitiva. A par da diversificação da oferta e do aprofundamento técnico-científico das formações , em linha com a excelência do ensino e da investigação da UA, a UNAVE tem vindo a criar as condições, técnicas, logística e financeiras que facilitem o acesso de todos à formação ao longo da vida.
afetação de novas instalações (a Casa Santa Joana, na avenida com o mesmo nome), bem no centro de Aveiro, a atividades de formação e afins.
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JÚLIO PEDROSA Docente CICECO-UA e Ex-Ministro da Educação
EDUCAÇÃO SUPERIOR EM PORTUGAL: DESENVOLVIMENTOS E DESAFIOS
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comunicado de Bergen (2005), da reunião de Ministros responsáveis pelo Processo de Bolonha, é claro ao afirmar a Educação Superior como uma responsabilidade pública. Isto quer dizer que compete aos Estados, em primeira instância, buscar a resposta para a pergunta: Que Missão, ou Fins, deve uma Rede de Educação Superior assegurar? Uma tal pergunta requer indagações em torno de outras questões: O que é Educação Superior? Que Rede de Educação Superior pode servir melhor o desenvolvimento humano e um desígnio de futuro que seja partilhado pela nação portuguesa? De facto, obtida uma resposta para a pergunta sobre os fins da Rede de Educação Superior, importa saber que propósitos ou missões deve cada instituição prosseguir, considerado o seu contexto.
A UNESCO propôs os seguintes pilares da Educação: aprender a conhecer, aprender a fazer, aprender a ser e aprender a viver juntos, aprender a viver com os outros. Estes são também, certamente, pilares da Educação Superior, justificando-se prestar especial atenção ao último: aprender a viver com os outros, aprender a viver juntos. A procura de uma Educação Superior orientada por este pilar exige que se tenha presente uma ideia estruturadora da vida em comunidade e os princípios orientadores da sociedade que queremos que seja a nossa. Desejamos mesmo uma República baseada na justiça, na liberdade, na solidariedade e na dignidade da pessoa humana? (artigo 1ª da CRP). Onde se aprendem, como se aprendem e usam tais princípios? Que tipo de projecto institucional pode ser pensado para que estas orientações alimentem o dia-a-dia da vida das
pessoas e da comunidade académica? A rede de Educação Superior que hoje temos em Portugal é o resultado de desenvolvimentos de uma ideia que foi pensada a partir de estudos internacionais no final dos anos 1960 e que foi aprofundada e ensaiada na década de 1970. Essa ideia de rede de ofertas sofreu múltiplas transformações, procurando responder ao crescimento acelerado da procura de Educação Superior pelos jovens que terminam a Educação Secundária, a necessidades de qualificação do pessoal docente de todo o sistema educativo, a políticas de Ciência e de qualificação do tecido económico, ao alinhamento com políticas da EU.
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Todas as avaliações e estudos internacionais recentes que conheço apontam para a necessidade de se consolidar um sistema dual, universitário e politécnico de Educação Superior (OCDE, 2006; EUA 2012). O estudo da European University Association (EUA) tem duas proposições que poderíamos aqui usar para exemplificar desafios que devemos assumir: A autonomia e as suas variadas expressões (académica, financeira, de gestão dos recursos humanos, de gestão do património) estão claramente estabelecidas na lei, mas muito menos claramente assumidas na prática, graças aos efeitos da crise financeira. A Lei 62/2007 (RJIES) era para ser revista em 2012. Esta revisão está em curso. Contudo, a baixa velocidade de aplicação, conjuntamente com as disrupções recentes, significam que
as condições para a completa revisão do RJIES ainda não existem (Relatório do estudo da EUA, página 27, minha tradução).
desenvolvimento regional, educação ao longo da vida e internacionalização (Relatório do estudo da EUA, página 27, minha tradução).
O ponto de vista da equipa é que a ES portuguesa requer um quadro de referência estratégico claro na sua visão, objectivos e calendário, que ao mesmo tempo tolere fluidez de actividade de consórcios e dinâmicas de diversidade, sem o que o crescimento intelectual e a transferência efectiva de conhecimento serão muito mais difíceis de conseguir. Um tal quadro de referência estratégico deverá dar a devida importância á garantia de qualidade, a sustentação dos cursos, a diversificação das fontes de recursos, a reforma da educação secundária, a aprendizagem centrada no estudantes, a disponibilização de fundos da EU, a demografia e o imperativo de
O que aqui lhes deixo são propostas de linhas orientadoras para uma Rede de Educação Superior que sirva Portugal e os portugueses. É uma análise e reflexão que faz sentido considerar para definir os fins da Rede e as missões das Instituições de Educação Superior, em Portugal.
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ENTREVISTA ENGENHEIRO ANTÓNIO CONDE BOSCH TERMOTECNOLOGIA
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ientes dos desafios que nos surgem, enquanto es-
tudantes, e futuramente, enquanto
trabalhadores,
no mercado laboral, a Indicium contac-
tou o Engenheiro António Conde, ad-
ministrador técnico da Bosch Termotecnologia de Aveiro, que teve o privilégio de nos esclarecer um pouco
acerca do seu trabalho, da empresa, bem como outras questões, igualmente importantes, na hora de contratar.
Nome: António Jorge França Gonçalves Conde
Cargo Profissional: Administrador Técnico da Fábrica de Aveiro Data de nascimento: 09.12.1975 Naturalidade: Lisboa, Portugal
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“A BOSCH
TERMOTECNOLOGIA DEU-ME A OPORTUNIDADE DE PARTICIPAR EM MUITAS ACÇÕES DE FORMAÇÃO QUE IAM DE ENCONTRO ÀS MINHAS CARÊNCIAS, FACE AO EXIGIDO PARA A MINHA FUNÇÃO E DESENVOLVIMENTO DE CARREIRA.
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ENTREVISTA Relativamente à sua formação: - Pode, por favor, descrever-nos o seu percurso académico? Fiz o ensino básico e secundário em Setúbal, tendo frequentado a então escola comercial, no ramo de mecanotecnia, a partir do décimo ano. Após o secundário, ingressei na Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra, no curso de engenharia mecânica. - Para além da licenciatura de base, que outras formações fez? Porque fez essas escolhas? Já após estar a trabalhar na Bosch Termotecnologia, cerca de quatro anos após, efectuei um curso pós-graduação em gestão na Escola de Gestão do Porto. Senti então que necessitava aprofundar os meus conhecimentos na área de gestão, uma vez que na empresa eu estava também a mudar de funções, com maiores responsabilidades de liderança e de influência no negócio. - Atualmente sente necessidade de estudar mais? Em que áreas gostaria de aprofundar os seus estudos/ conhecimentos e porquê? De que forma? Ao longo da minha vida profissional senti sempre a necessidade de aprofundar diversos temas, muito devido aos desafios profissionais em constante mudança. Actualmente frequento formação na área de “business model innovation”, seguindo um pouco tudo o que se passa com o fenómeno das “startups”.
Recordando a sua entrada no mercado de trabalho: - Que competências sentiu que lhe faltaram quando começou a trabalhar? Essencialmente competências ao nível de funcionamento organizacional, gestão de recursos humanos e gestão de projectos. Saí da faculdade maioritariamente com competências de base muito técnica e demasiado específicas para questões mais abrangentes que normalmente encontramos no dia-a-dia, que normalmente também envolvem a complexidade humana e a sua dinâmica de comportamento. - Como as procurou colmatar? A empresa onde trabalho, a Bosch Termotecnologia, deu-me a oportunidade de participar em muitas acções de formação que iam de encontro às minhas carências, face ao exigido para para a minha função e desenvolvimento de carreira. Tive formações sérias de gestão de projectos, gestão de conflitos, gestão de equipas, de negociação e resolução de problemas. - Qual a competência que sentiu mais útil? Em que domínio achou que tinha uma mais-valia que se destacava em relação aos outros? As capacidades de coordenação, análise estruturada de problemas e atingimento de compromissos que viabilizem uma solução foram determinantes.
Enquanto um líder de projetos, e quando tem de escolher elementos para uma equipa, relativamente a recém-licenciados em Portugal: - Que tipo de formação privilegia numa situação de processos de seleção/ recrutamento? É uma pergunta difícil de responder pelo seu carácter genérico, pois lidero uma organização de 1200 pessoas num espectro de funções do mais diverso possível, que recruta os perfis mais diversos, operadores indiferenciados até especialistas de combustão. - Que tipo de candidato nunca contrataria? Um candidato que não demonstre qualquer energia ou motivação para a posição em questão. - Quão importante é a imagem num candidato? Dependendo da posição, pode ser muito ou nada importante.
“VALORIZAMOS PERFIS MUITO DIVERSOS
“
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- Quais as principais lacunas que identifica no perfil dos recém-licenciados em Portugal com quem tem contactado recentemente na Bosch? Essencialmente a falta de contacto com qualquer experiência empresarial, apresentando-se normalmente apenas com conhecimentos adquiridos de forma académica, sem estágios, ou projectos efectuados de forma relevante a nível empresarial. Relativamente à Bosch: - Para que áreas de formação considera que existirão maiores oportunidades de contratação num futuro próximo? Tudo o que esteja relacionado com tecnologias de informação, “internet of things” e “Industry 4.0”. - Qual o perfil dos colaboradores BOSCH de quadro superior? Que características permitem o sucesso na empresa? Novamente, uma pergunta demasiado genérica para uma empresa que detém funções em toda a cadeia de valor, desde a concepção do produto, à sua produção, passando por toda a logística e distribuição e terminando na gestão de produto e no “marketing”. Valorizamos assim perfis muito diversos, pois um investigador de materiais tem necessariamente um perfil muito diferente de um gestor de produto ou de um programador de software para aplicações.
- Pode dar-nos algumas sugestões para iniciar na Bosch uma carreira internacional? Ao nível da motivação pessoal, é fundamental a vontade e a disposição para sair da sua zona de conforto. Depois existir uma diferenciação, que acrescente valor à organização para que exista um payback natural pelo investimento da empresa nessa carreira do trabalhador - uma carreira, internacional ou não, implica sempre um investimento de ambas as partes, empresa e trabalhador.
Para finalizar, pedimos-lhe: - Referência de uma obra que considere fundamental para os gestores (em termos de formação pessoal). Competitive Advantage de Michael Porter. - Referência de uma pessoa que considere um exemplo a seguir enquanto líder. Nelson Mandela. -Como define sucesso? A capacidade de atingirmos o que esperamos de nós próprios. -Considera-se uma pessoa bem-sucedida? Sim. Bastante.
“AO NÍVEL DA MOTIVAÇÃO PESSOAL, É FUNDAMENTAL A VONTADE E A DISPOSIÇÃO PARA SAIR DA SUA ZONA DE CONFORTO.“
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ESTE ANO VAIS SER O MELHOR ALUNO! PROF. JORGE RIO CARDOSO
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orge Rio Cardoso nasceu em
Lisboa. Começou por ser um aluno sofrível para, no final da adolescência, se tornar num
aluno invejável. No entanto, esta fase da vida não lhe trouxe só desventuras, pois foi um exímio atleta, tendo alca-
nçado vários títulos nacionais de atletismo – de corta-mato e meio-fundo –
pelo seu clube de coração. O Sport Lisboa e Benfica. É licenciado em
Economia e metre em Gestão e Políticas Ambientais
pela
Universidade
Nova de Lisboa. Conclui o doutoramento em Ciências Sociais na Universidade de Aveiro. É articulista em jornais de referência como o Expresso e o
Jornal de Negócios. Desenvolveu a carreira de economista no Banco de
Portugal (desde 1985) e, em simultâneo, a carreira docente, primeiro na
Universidade Nova de Lisboa e depois
no Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas (na Universidade Técnica de Lisboa), onde lecciona.
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o livro procurei também identificar porque razão há maus alunos e identifiquei sete razões. Em resumo são as seguintes: Falta motivação e ausência de resiliência
Isto sucede sempre que o aluno não vê interesse nas matérias e na consequente preparação das mesmas. Associado à desmotivação vem a ausência de resiliência, ou seja, perante um exercício de Matemática, se não consegue resolvê-lo à primeira, desiste imediatamente, não tem a persistência de começar de novo. Noutras tarefas acaba por agir da mesma forma. Falta de foco Aqui pode não ter capacidade de se focar nas matérias que realmente são importantes. Ou, começa uma tarefa, mas não a leva até ao fim. Deixa tudo a meio. Se está a ler um livro, não consegue distinguir o que é importante, do acessório. Por outro lado, pode querer fazer várias actividades (incompatíveis) em simultâneo: prestar alguma atenção na aula, mas, ao mesmo tempo, diverte-se com o colega do lado. Quer fazer as tarefas que o professor mandou para casa, mas não deixa de estar atento ao facebook. Falta de atenção e concentração São os chamados “cabeça no ar”? Aqueles alunos que não tem a capacidade de se concentrar na explicação de um professor. Não conseguem ouvir e refletir sobre aquilo que ouviram. Não são, portanto, capazes de aprofundar qualquer tipo de matéria. Dificuldade de interpretação Ao lerem um texto, mas não conseguem interpretar convenientemente aq-
uilo que leram e, por isso mesmo, não conseguem responder a questões que lhes sejam colocadas sobre o texto, nem, tão pouco, retiram conclusões relevantes. Pouca criatividade Em geral, não conseguem encontrar soluções novas em face daquilo que aprenderam. Dão-lhes um exemplo de aplicação, mas eles não conseguem imaginar outro exemplo diferente desse. Falta sentido da responsabilidade e autonomia Aqui os jovens não conseguem controlar e gerir o seu tempo. Não conseguem, por exemplo, planear o seu tempo entre as atividades da escola e a diversão. Em regra, faltam aos seus compromissos dando desculpas. São capazes de estudar, mas desde que estejam acompanhados dos pais, do explicador ou alguém que já conheça a matéria. Sem estes, desistem, acham que não são capazes. Falta de disciplina e de regras Quando vão estudar, pensam, imediatamente, em fazer pausas para Se distrair. Perante um esforço que lhes é pedido, pensam logo: quando é que isto acaba? Com frequência interrompem quem está a falar. Não ligam aos horários e chegam atrasados com frequência. Portanto, há que em primeiro lugar identificar se um aluno está nalgum destes sete casos para em seguida propor uma solução. O livro “Este Ano Vais ser o Melhor Aluno, ‘Bora Lá?” dá respostas inovadoras a todas estas questões.
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“PARA QUEM NÃO SABE PARA ONDE VAI, QUALQUER CAMINHO SERVE.” Por Celeste Amorim Varum, docente do DEGEIT e membro do GOVCOOP
GATO: “PARA ONDE VOCÊ QUER IR?” ALICE: “EU NÃO SEI, ESTOU PERDIDA” GATO: “PARA QUEM NÃO SABE PARA ONDE VAI, QUALQUER CAMINHO SERVE.”
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ste excerto do diálogo em “Alice no País das Maravilhas” de 1962 de Lewis Carrol (que, diga-se de passagem, é um livro fantástico) é, hoje em dia, mais contemporâneo que nunca para os nossos jovens. Neste contexto, surge-me em pensamento os objetivos e ambições dos nossos alunos de Mestrado em Economia da UA. Temos verificado com clareza que os nossos exalunos conseguem frequentemente chegar a empresas/ instituições de elevado prestígio, apresentandose no mercado como um produto diferenciado. Não só por este facto, mas também, saliento a importância de definirem objetivos ambiciosos, e de trabalharem para os mesmos. Em específico, neste pequeno texto, falovos dos estágios enquadrados no Mestrado em Economia da UA. Os alunos de Mestrado podem, no 2º ano, realizar a dissertação em estágio empresarial. Este estágio anual é realizado em co-supervisão entre a Universidade e a empresa,
permitindo ao aluno um contacto com a realidade empresarial, assim como o desenvolvimento de novas competências. Felizmente, há um número cada vez maior de alunos a seguir esta opção. Acreditando na mais-valia desta opção, alerto, no entanto, para a necessidade de se preparar bem o terreno, ou seja, de se fazer uma escolha criteriosa, quer relativamente à empresa, quer relativamente ao trabalho a ser desenvolvido. Não raramente, os alunos aceitam a opção mais fácil de conseguir, e não lutam por soluções mais ambiciosas. Outros há, que o fazem, demonstrando que “A única forma de chegar ao impossível é acreditar que é possível”. (Alice no País das Maravilhas”, de Lewis Carroll).
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ZONA DE CONFORTO E SOCIALIZAÇÃO
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“zona de conforto” pode ser entendida como um conjunto de comportamentos, atitudes e pensamentos que adotamos de forma rotineira e que não causam nenhum tipo de desconforto, ansiedade ou risco. Pelo contrário! A zona de conforto promove um sentimento de segurança e de acomodação. Por exemplo, se um indivíduo está num emprego há algum tempo e está insatisfeito com ele mas não ousa mudar, ou se tem vontade de conhecer pessoas novas mas não sai de casa, então encontra-se na sua zona de conforto. Aquilo que delimita a zona de conforto é uma barreira psicológica que nos impede de encarar desafios e melhorar a qualidade de vida. É como se ouvíssemos uma voz que nos alerta “é arriscado demais, não vais ser capaz”, “só vais arranjar problemas com essa ideia!”. Mas, para chegar aonde a maioria não chega, é preciso fazer o que a maioria não faz. Todas as pessoas bem-sucedidas sabem que a segurança é uma ilusão.
Por Laura Alho, Psicóloga, Docente e Formadora O desenvolvimento da zona de conforto é influenciado pelos pais, professores e grupos de pares. Quando começas a voar por conta própria, tornas-te o principal responsável pela tua vida, razão pela qual deves explorar as tuas potencialidades! Mas como sair da zona de conforto? Primeiro, identifica os comportamentos que te incomodam. Segundo, age sobre eles, sabendo que qualquer mudança gera resistência. Cada experiência fora da tua zona de conforto vai melhorar a tua qualidade de vida, vai fazer-te superar os teus limites, e vai desenvolver as tuas competências pessoais e sociais. Eis cinco truques para sair da sua zona de conforto: 1. Faz alguma coisa que nunca fizeste antes. Aprende a tocar um instrumento, um novo idioma. Pratica alguma atividade física. Viaja. Experimenta uma comida diferente. 2. Por uma semana, esquece a TV e as redes sociais. Usa o tempo extra para passear, colocar um projeto em
ação, encontrar com um amigo que não vês há muito tempo ou fazer algo que gostes. 3. Desenvolve a capacidade de iniciativa e propõe uma nova ideia. Seja no trabalho, na faculdade ou entre amigos, sugere algo novo, mesmo que sintas medo de a ideia ser rejeitada. 4. Sai da rotina. Ouve músicas novas, faz um caminho diferente para o trabalho ou faculdade. Pensa em alguma coisa que podes fazer durante o dia para estar fora da tua zona de conforto. 5. Conhece pessoas novas. Experimenta conversar com um colega de trabalho ou de faculdade com quem nunca conversaste. Vai ao teatro, a congressos, a workshops e entabula conversa. Tornar-se-á simples à medida que o fizeres. Lembra-te: a tua vida será tanto melhor quanto mais te libertares dos obstáculos, medos e anseios que alimentas. Hoje é o dia perfeito para começares a mudar!
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AS COMPETÊNCIAS SOCIAIS E O TRABALHO Por Dora Maria Ribeiro, responsável pela área de orientação profissional do GESP-UA
O que são? Como poderão influenciar a escolha dos empregadores? Quando terminamos a nossa formação académica, há um conjunto de competências técnicas e profissionais que todos nós adquirimos e que as empresas reconhecem. É também um dado adquirido que todos nós, diplomados numa mesma área, somos tecnicamente muito idênticos. O que é que vai poder distinguir-nos? As nossas competências sociais, ou seja as “soft-skills” para o desempenho daquela profissão. Não basta ser um bom engenheiro, ou bom economista, ou um bom gestor, tecnicamente falando. Ao longo da nossa carreira vamos precisar de conhecer e
estar em contacto com diferentes tarefas e pessoas e a forma como vamos lidar com as diferentes situações, vai fazer a diferença. Num estudo apresentando recentemente, no Consórcio Maior Empregabilidade, foram destacadas, por um grupo de empresários e diplomados, aquelas que eram consideradas as “melhores” soft-skills para o desempenho de uma profissão com sucesso. Foram enunciadas um total de dez. Inicialmente vamos destacar as TOP 4. Ou seja, aquelas que foram mais consensuais entre empregadores e diplomados e que são: Análise e resolução de problemas; Criatividade e Inovação; Adaptação e Flexibilidade e Planeamento e Organização. Vamos explicá-las.
Análise e resolução de problemas: Identificar e priorizar problemas, fazer as perguntas certas para resolver a questão, contribuir com ideias para a resolução da mesma. Para isso é importante que: Identifique o problema; avalie a informação ou situação disponiveis; determine os seus elementos chave e perceba como usar esse conhecimento para a resolução da situação. E lembre-se! Muito provavelmente não há apenas uma solução. A sua capacidade analítica, raciocinio lógico e persistência vão ajudá-lo(a). Atividades que podem ajudar a desenvolver algumas destas capacidades. Os jogos de estratégia, como xadrez, sudoku, cruzadex, bridge, poker... mas também os jogos online que en-
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AO LONGO DA NOSSA CARREIRA VAMOS PRECISAR DE CONHECER E ESTAR EM CONTACTO COM DIFERENTES TAREFAS E PESSOAS E A FORMA COMO VAMOS LIDAR COM AS DIFERENTES SITUAÇÕES, VAI FAZER A DIFERENÇA. volvem planeamento, estatística, avaliação de recursos e situações, etc. Criatividade e Inovação: Criar novas soluções, sugerir propostas inovadoras. Ser criativio é gerar ideias novas e úteis à resolução de problemas do dia-a-dia. Muitas vezes é “agarrar” em algo já existente e “dar-lhe uma nova roupagem”. E é aí que surge a inovação. Só há inovação se houver ação. Podem ser criadas diferentes novas soluções, mas que só serão inovação se postas em prática. Uma das atividades que mais fomenta a criatividade é a conversa. Einstein tinha o hábito de se reunir com colegas para trocar ideias e conversar, sem tentarem mudar a opinião uns dos outros, mas trocando opiniões sin-
ceras sobre aquilo que estavam a fazer e qual a melhor maneira de ser feito. Dica: Apresente o desafio sob a forma de uma pergunta que incite os outros a responderem, sem julgamento, sem críticas, sem elogios. Adaptação e Flexibilidade: Ser flexivel é é aceitar a realidade sem criar barreiras. Ou seja a capacidade de nos adaptarmos e conseguirmos trabalhar, de forma eficaz, nas mais distintas situações e com grupos de pessoas diferentes, sem nos sentirmos ameaçados. Adaptar-se às alterações que surgem todos os dias em maquinaria, em processos , procedimentos, software, etc. Lembre-se no entanto que ser flexível não é ser subserviente! Adquira a pré-disposição de com-
preender e valorizar os diferentes pontos de vista de cada um. Planeamento e Organização: Esta é uma competência que está intrinsecamente ligada à capacidade de gerirmos tempo e tarefas com eficácia e eficiência.
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AS COMPETÊNCIAS SOCIAIS E O TRABALHO Por Dora Maria Ribeiro, responsável pela área de orientação profissional do GESP-UA
Oito pequenos hábitos, enunciados por Stephen Covey, que podem fazer a diferença na eficácia e felicidade, (sim, felicidade) com que encaramos o dia-a-dia no trabalho e até na vida pessoal e que ajudam à eficácia e eficiência.
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Ser proactivo: ter a iniciativa de tomar decisões, assumindo as responsabilidades e as consequências das escolhas feitas. Encare os erros com naturalidade. Só não erra quem não faz.
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Fixe o seu propósito em objetivos: Estes devem ser mensuráveis, claros e concretos. Estabeleça tempos reais para a sua concretização (1 dia, 1 semana, daqui a 6 meses). Se não aconteceu no prazo estabelecido, reveja os objetivos e os procedimentos. Provavelmente alguma coisa falhou. Se necessário e possível reformule e recomece.
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Primeiro o mais importante: Dê mais prioridade à importância e menos à urgência. Muitas vezes o que é urgente não é importante.
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Mentalidade “Win-Win”: As melhores soluções e acordos são aqueles que são conseguidos em conjunto, pela equipa. Valorize e respeite as pessoas entendendo que uma “vitória” é sempre de todos e não apenas sua.
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Procure compreender tanto, quanto deseja ser compreendido: escutar ativamente e prestar atenção aos outros, no que eles têm de me lhor. Influenciar e deixar-se influenciar pelos outros. Esta atitude criará uma atmosfera de cuidado mútuo e que será benéfica no encontrar da melhor solução para um problema.
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Criar sinergias: Combinar forças das pessoas criando uma equipa de trabalho positiva. Só assim poderá alcançar soluções válidas e cumprir objetivos. Nenhuma pessoa trabalhará jamais sozinha.
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Desenvolva o seu “EU”: Equilibre e renove os seus dons. Aposte numa vida saudável e um estilo de vida positivo. Rodeie-se de pessoas sãs de corpo e alma. Ria, converse, faça exercício, meditação...etc. Leia muito. A leitura ajuda à renovação mental. Guarde algum do seu tempo para se dedicar aos outros, em ações de voluntariado ou de responsabilidade social. É sempre mais o que se recebe do que aquilo que se dá!
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Da eficácia à inspiração: A complexidade dos relacionamentos interpessoais, e os novos desafios com que nos deparamos todos os dias nas nossas vidas exigem uma nova atitude mental, um novo conjunto de ferramentas e até a criação de novos hábitos, de forma a inspirarmos outros e deixarmo-nos inspirar por eles. Lembre-se! O seu local de trabalho pode ser um motivo de regozijo ou uma prisão. Fazer a diferença também depende de si. Até já!
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AVEIRO SMART BUSINESS
RECRUTAMENTO OUTUBRO 2016 http://asmartbusiness.pt geral@asmartbusiness.pt https://www.facebook.com/asbusiness/?fref=ts @aveirosmartbusiness
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Prontos para mais um ano a projetar futuro! Mais uma vez realizámos o nosso recrutamento, onde se juntaram a nós mais 20 estudantes com muita ambição, vontade de aprender e de por na prática as suas capacidades. Gestão, Economia, EGI, Contabilidade, Línguas, Engenharias, Design, entre outras, são estas as áreas que compõe as equipas multidiscplianares
da Aveiro Smart Business, sempre preparadas para novos desafios e sempre focadas em Projetar Futuro! A Aveiro Smart Business é uma júnior empresa da Universidade da Aveiro, criada em 2008, composta e gerida por estudantes, que presta serviços de consultoria de apoio ao negócio e branding a preços low-cost.
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DÁGEITO: O PRÍNCIPE Por Joana Costa, Docente DEGEIT
A
obra “O Príncipe” de Nicolau Maquiavel é tão controversa quanto notável nos domínios da estratégia de liderança, na ciência e filosofia política, entre outros. Aliás, disso dá nota a sua actualidade passados que estão quase cinco séculos da sua primeira publicação (1532). Este facto, per se, deverá forçar-nos a abdicar de pré-conceitos e atentar ao seu conteúdo por forma a alcançar a verdadeira essência do seu conteúdo. Efectivamente, existe uma forte conotação deste manuscrito de Maquiavel com uma ética questionável e com a falta de escrúpulos dado que dele se extraiu, ainda que de forma quiçá descontextualizada a célebre frase “os fins justificam os meios”. Esta carta, escrita ao Príncipe visa aconselhá-lo no atinente às características que deve possuir, ou pelo menos parecer possuir, por forma a conseguir exercer o poder político de forma coesa, centralizada e eficaz, sendo por isso uma teoria que pode ser considerada como do Estado Moderno. O desiderato desta obra era a obtenção de favorecimentos do monarca, nomeadamente um cargo na corte. Lamentavelmente tal não foi logrado, contudo atingiu o autor algo maior – uma revolução na ciência política a diversos níveis, mormente na promoção da laicidade do Estado. Maquiavel propõe ao Príncipe algo de revolucionário, a separação entre
a política e a moral, permitindo uma abordagem racional da governação, abandonando as raízes gregas desta concepção, que remontam a Platão, deitando por terra as formas de governação puras e impuras. O autor analisa as estruturas do Governo numa Itália renascentista fragmentada tendo por objectivo promover a sua coesão bem como a manutenção do poder. O livro é rico em exemplos de Governantes de outros reinos e impérios sublinhando os seus sucessos e infortúnios. Desta feita, os ensinamentos que daqui se recolhem tem aplicação actual a estruturas fragmentadas, sejam elas empresas, regiões, nações ou até blocos de países. O livro reparte-se em blocos temáticos, compreendendo um total de 26 capítulos. O primeiro é uma dedicatória ao soberano, seguindo-se uma dissertação sobre as características dos Governos, que na concepção de Maquiavel serão apenas de dois tipos: a monarquia e a república, sendo que o autor claramente advoga em favor da segunda. Adiante, e a partir do capítulo 15, o autor explica ao Príncipe que lhe compete garantir a segurança e bem-estar do seu povo e governar sem ser odiado, sugerindo-lhe como se deve comportar com todos e cada um dos que o rodeiam de forma a ser adorado. Seguramente, explica o autor, que este intento não será logrado apenas com virtudes, sendo o aproveitamen-
to dos vícios igualmente tolerado. Discorre-se por isso nos capítulos seguintes relativamente às demais características que deve possuir a saber: piedoso, fiel, humano, íntegro e religioso. De sublinhar que no capítulo 16, Maquiavel discute a temática das finanças, explicando ao soberano o seu dever de parcimónia, explicando-lhe que seria preferível ser visto como mesquinho em lugar de gastador, já que esta prodigalidade no longo prazo seria suportada por impostos cobrados ao seu povo. Este capítulo parece de especial interesse para reflectir sobre o tempo presente onde nos querem fazer entender a austeridade como medida de transição. O capítulo 17 detalha a importância das consequências – as punições – explicando da sua importância bem como a forma como devem ser aplicadas, explicando ao Príncipe como pode ser temido sem ser odioso. Adiante, o autor reforça a importância do que parece e não do que é; e assim, percebemos que o líder deverá possuir o dom da dissimulação, sem qualquer conotação negativa. Assim, o que realmente importa será a percepção dos demais relativamente a qualquer assunto e a convicção que passa, sublinha no entanto a importância da credibilidade, ou seja, não deverão os demais entender a sua dissimulação.
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ACONTECEU NO DEGEIT A presente rúbrica constitui um ponto fundamental na revista Indicium, pois permite mostrar de uma forma mais específica as atividades do DEGEIT, essencialmente, as realizadas pelos núcleos e associações. Nesta edição o Núcleo de Estudantes de
Gestão da AAUAv, a Associação de Engenharia e Gestão Industrial de Aveiro e a AIESEC contribuíram de forma exímia e por isso deixamos o nosso especial agradecimento.
NÚCLEO DE ESTUDANTES DE GESTÃO DA ASSOCIAÇÃO ACADÉMICA DA UNIVERSIDADE DE AVEIRO Se antigamente, uma licenciatura era uma chave cheia de valor, que abria a porta de quimera, neste momento, não passa de uma pequena chave de fendas, que por si só não tem valor… Foi com esta ideia que a atual coordenação assumiu este mandato, com o objetivo claro de enriquecer os estudantes de Gestão, por forma a facilitar a entrada no mercado de trabalho, nunca esquecendo que para além de ajudar a formar futuros profissionais, o NEG pretende contribuir para que estes sejam cidadãos completos. Analisando o trabalho dos últimos meses, o investimento pedagógico foi literalmente um investimento, e que foi assumido inicialmente. Desvendou-se um mito e neste momento, Gestão em Aveiro é mais próximo do mundo empresarial. Os números dizem tudo: Mais de 100 inscrições, 8 cursos diferentes, mais de 10 sessões, um jantar com 8 empresários e 26 empresas tra-
duzem o sucesso do ano pioneiro do “Conhece Mais, Conhece-te Melhor”. A construção do site e da NEGapp aumentaram os canais de comunicação, procurando estabelecer juntos dos estudantes uma comunicação mais eficaz e segmentada. No desporto, o fomento pela prática desportiva traduziu-se no aumento das inscrições de modalidades, assim como atletas, na nova época da Taça UA . Culturalmente houve uma postura correta e de compromisso com os estudantes promovendo o convívio entre os futuros gestores, valorizando constantemente o simbolismo incrementado na expressão “Aveiro é Nosso”. O NEG está neste momento mais capaz de responder aos estudantes, exigindo apenas que estes continuem presentes nos vários momentos e sempre de olhos postos naquele que será o melhor futuro para todos.
Contactos: http://neg.pt/ www.facebook.com/negestao.ua neg@aauav.pt
26 ENDAEG
O NEG – AAUAv irá fazer-se representar em Coimbra para discutir o futuro dos Estudantes de Gestão. Mensagem dos Anfitriões: “É com tremendo orgulho que o NEG/ AAC e o NEE/AAC se assumem como anfitriões do próximo Encontro Nacional de Dirigentes Associativos de Economia e Gestão, a realizar dia 5 de novembro, em Coimbra. Mais um importante passo na criação
e desenvolvimento do projeto ANEEG (Associação Nacional de Estudantes de Economia e Gestão), em colaboração ativa com os restantes órgãos de representação destes estudantes pelo país fora. É assim que fazemos o mundo girar. Juntos, queremos proporcionar as melhores condições a todos os estudantes de Economia e Gestão. Unidos, vamos procurar fazer a sua
representação numa voz mais forte!” Depois da receção de todos os dirigentes na Cidade de Aveiro, eis que chegou o momento de visitar a Cidade do Conhecimento, Coimbra. Em mais um ENDAEG, irão ser discutidos os estatutos para a criação da Associação Nacional de Economia e Gestão e o NEG, juntamente com o NEEC, irão manter uma postura firme e de interesse aos estudantes de Aveiro.
AEGIA - A FORMAR ATRAVÉS DO ASSOCIATIVISMO
A Associação de Engenharia e Gestão Industrial de Aveiro foi fundada em 1997, desde a sua fundação tem promovido ações de caracter pedagógico, desportivo, cultural e académico, servindo também como elo de comunicação e aproximação com a tecido empresarial, mantendo sempre o princípio base: valorizar o curso de Engenharia e Gestão Industrial e consequentemente os estudantes e profissionais da área. A estrutura da associação é composta por: ESTIEM e JELA. A ESTIEM (European Students of Industrial Engineering and Management) que funciona segundo duas linhas que partilham da mesma base: a relação com os restantes estudantes de Engenharia
e Gestão industrial a nível Europeu. A ESTIEM procura ser uma ponte para toda a Europa dinamizando ao longo do ano dinâmicas que valorizam o curso de EGI. A JELA (Júnior Empresa Lean de Aveiro), tem como objetivo primário explorar a temática Lean segundo uma perspetiva prática e muito próxima daquilo que será o mercado de trabalho. Atividades relevantes: In Touch – Networking Today, a Job Tomorrow Lean Conference Times – Tournament in Management and Engineering Skills
Contactos: www.aegia-lgaveiro.com www.facebook.com/aegia.ua degei-aegia@ua.pt
27 AIESEC
A AIESEC é uma organização não-governamental e a maior gerida por estudantes em todo o mundo. Opera em 126 países com um objetivo comum: promover a liderança. Como? Através dos programas: estágios internacionais e membro. Um estágio da AIESEC é a oportunidade perfeita para quem deseja viver uma experiência internacional, como voluntariado ou mesmo a nível profissional, prometendo experiências inesquecíveis assim como o desenvolvimento de hard e soft skills.
O programa de membro permite que as pessoas façam parte da organização em si, que proporcionem estágios profissionais ou de voluntariado a pessoas de todo o mundo (não impedindo os membros de o puderem fazer também!). Relações externas, estágios, finanças, marketing e recursos humanos são as principais áreas de destaque que a AIESEC tem a oferecer, dando grandes oportunidades para crescer!
Contactos: http://www.aiesec.pt/ www.facebook.com/aiesecinaveiro/ general@aveiro.aiesec.pt
LEADERSHIP TOURNAMENT
A 26 de outubro dezenas de estudantes da Universidade de Aveiro reuniram-se no maior torneio de liderança do país. O Leadership Tournament, organizado pela AIESEC, junta já há 6 edições jovens e empresas líderes em Portugal, permitindo aos
estudantes desenvolver e projetar as suas soft skills através da resolução de case studies relacionados com estratégia empresarial e desenhados pelos parceiros. Este ano a YAZAKI e a Jerónimo Martins foram as empresas que decidiram desafiar os estudantes.
Nas edições anteriores houve já uma ideia patenteada e duas das soluções desenvolvidas pelos participantes foram implementadas por parceiros envolvidos.
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SPORT CHALLENGE
Os núcleos presentes no DEGEIT, juntamente com a AEGIA decidiram unir esforços e criar o “Sport Challenge”, uma atividade dirigida a todos os estudantes da Universidade de Aveiro. O “Sport Challenge” consiste num peddy paper onde se realizarão diversas atividades nos locais mais emblemáticos da cidade de Aveiro, mais precisamente, no Jardim do Rossio,
no Parque da Fonte Nova, na Praça Marquês de Pombal, ou até mesmo, na mais que famosa Praça do Peixe e muitos outros locais de visita obrigatória. Durante este evento os participantes terão a oportunidade de experimentar os mais variados jogos tradicionais existentes no nosso país, tais como, o jogo das caricas, uma variante do
jogo da malha, saltar à corda, e muitos mais. Se achas que este evento está feito à tua medida, não percas tempo! Junta mais 3 amigos, marca na tua agenda o dia 1 de novembro e vem divertir-te no evento que promete pôr todas as tuas capacidades à prova! Escrito por NEG-AAU