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SET | OUT 2015
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Ficha Técnica Direcção: INDIEROR Redação: Diogo Martins Martins, Marta da Costa, Rúben Sevivas, Tiago Ribeiro Colaboradores (Residentes): Manuela Rainho, Paulo Coimbra, Tânia Santos, Wilson Pinto Colaboradores (Convidados): Eduardo Moreira Design: INDIEROR Grafismo: Tiago Ribeiro, Diogo Martins Martins Revisão: Marta da Costa Fotografia: Marta da Costa, Tiago Ribeiro Impressão: Gráfica Sinal Rua Doutor António de Carvalho e Sousa 5400 - 570 Chaves Tiragem: 50 4ª Edição | 2015
A ROR DE COISAS é propriedade da INDIEROR. O conteúdo apresentado é da inteira responsabilidade dos seus autores. É proibida a reprodução total ou parcial de textos, fotografias ou ilustrações da revista ROR DE COISAS para quaisquer fins, incluido comerciais, sem autorização expressa da Direção.
Índice Se a Vida Não te Sorri, Faz-lhe Cócegas
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Transmontanos pelo Mundo
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Soem as Gaitas! É Hora de Festejar
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Entrevista a Manuel Araújo
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A Cara Tropical da Cidade Flaviense Buvette das Termas de Chaves
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O Misticismo de uma Terra Prometida
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Miasmas
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Poluição Luminosa
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Entre Aspas “ ”
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No Dia em que a Cultura Morrer
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Coordenadas: Dixtinto
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Agenda Cultural
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bilhรณ| s.f. substantivo feminino [Portugal: Beira, Trรกs-os-Montes] 1. Castanha assada ou cozida e descascada. 2. Crianรงa de peito, gorda e muito baixa.
Se a Vida Não te Sorri, Faz-lhe Cócegas Setembro é sinónimo de regresso às aulas e, para muitos, este mês representa também o início de uma nova caminhada. Os números divulgados pela DireçãoGeral do Ensino Superior (DGES) relativos à primeira fase do concurso de acesso ao ensino superior, mostram um aumento de 11,4% do número de candidatos colocados em relação ao ano passado. No entanto, o mais difícil de contabilizar é a quantidade de mudanças que a vida universitária acarreta, sobretudo quando o ciclo de estudos chega ao fim. Com o desemprego a marcar tantas vezes a atualidade, os três, cinco ou seis anos de estudo universitário dão-nos a sensação de distância face ao futuro sombrio que tanto ouvimos falar. E é talvez essa resignação face à realidade que nos leva a viver um maior choque quando somos catapultados para a vida adulta: arrancam-nos os livros e as canetas das mãos, enfiam-nos um canudo no bolso e lançam-nos aos lobos. Muitos são presas fáceis, no entanto há ainda quem seja astucioso.
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A criação deste projeto INDIEROR foi, para os quatro fundadores, uma forma de não fugir dos predadores (como tantos parecem fazer), mas sim de os fintar. Reunimos os alicerces necessários, assentámos os pés no chão e partimos para a construção de uma produtora capaz de nos proporcionar o tipo de projetos que mais nos apraz realizar. No entanto, a burocracia tem um papel preponderante, pelo que foi necessário dar um passo maior e deveras importante. A INDIEROR é, oficialmente aos olhos da lei, uma associação sem fins lucrativos, pelo que está predisposta a receber possíveis associados. Alguém disse, uma vez, que “se a vida não te sorri, faz-lhe cócegas”. O nosso conselho para todos aqueles que iniciam agora uma longa e árdua caminhada em direção à vida adulta reflete-se no nosso exemplo. É importante agir, e renunciar ao comodismo e ao destino que muitos definem como inevitável. Somos aquilo que pensamos, que fazemos e, acima de tudo, aquilo que escolhemos ser.
Transmontanos Por Eduardo Moreira pelo Mundo 22 anos Cork | Irlanda Fotografia | Eduardo Moreira
Ir para Cork foi aquilo que são, na minha opinião, quase todas as grandes decisões na vida: um misto de deliberação e intuição. Terminada a minha licenciatura em Produção e Tecnologias da Música na Escola Superior de Música e Artes do Espectáculo (onde, de resto, tive uma formação de grande qualidade) , as questões mais lineares e comuns como “o que vou fazer” ou “onde vou fazer” aliaramse a questões não tão superficiais como uma necessidade de reinvenção. Reinvenção a nível académico/profissional, intelectual e pessoal. Gostaria de mencionar que, não sendo propriamente um patriota por excelência, gosto muito do meu país e vejo nele um potencial enorme. Não escondo, no entanto, que a realidade portuguesa
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me deixara cansado a vários níveis, pelo que procurava uma forma de iniciar um novo tempo ligando-o a outro espaço. Após conversações com o Gabinete de Relações Internacionais da ESMAE, colocámos (eu e o colega com quem viria a fazer o programa de mobilidade) em perspectiva os potenciais locais onde poderíamos rumar. A Irlanda nem sequer era, em primeira instância, a hipótese mais plausível, mas as boas relações entre as duas instituições (ESMAE e Cork School of Music) facilitaram imenso o processo de comunicação. Juntada a deliberação a uma boa dose de intuição, embarcámos neste estágio ao abrigo do Programa Erasmus +, rumo a Cork City.
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Não levou muito tempo até percebermos que muitos dos estereótipos se dissolvem. Ao integrarmos a comunidade que nos acolheu percebemos que a “frieza” a que muitos associam o Reino Unido e a Irlanda não pode ser generalizada. Muito provavelmente as pessoas que encontrámos são mais imediatamente espontâneas e comunicativas do que a média em Portugal. Acresce ainda que Cork é cada vez mais um centro urbano multicultural e a ideia de que a Europa pode ser toda ela uma “macro-cidade” fica bem patente.
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No que diz respeito à nossa actividade propriamente dita, a primeira diferença é, desde logo, o volume de trabalho a que fomos sendo sujeitos e as oportunidades de aprendizagem com que fomos sendo confrontados. Os eventos musicais sucedem-se e o suporte que lhes é dado em termos de audiência justifica plenamente os meios existentes. Neste sentido importa referir que tive a sorte de trabalhar em infraestruturas e com equipamentos de qualidade superior diariamente o que, do ponto de vista do know-how, foi absolutamente decisivo na minha evolução enquanto potencial profissional na área da produção musical. Experiências desta natureza reflectem a natureza das experiências que ansiamos ter no futuro e mostram-nos que as zonas de conforto podem, em última análise, ser
altamente desconfortáveis. Estando todos estes parâmetros à mercê de uma análise quase forçosamente subjectiva, o receio de sair não deve, por si só, constituir um entrave a uma tentativa de mudança de paradigma relativamente drástica e o quão drasticamente se muda de vida é um parâmetro sobejamente subestimado. A “zona de desconforto” pode ser altamente produtiva e a variabilidade das situações que podem ocorrer acaba por tornar esse “desconforto”, invariavelmente, numa rotina (ou na falta dela). Daqui podem emergir numerosas apreciações e reações, de acordo com a natureza de cada pessoa. Uns acabam por rejeitar a vulnerabilidade (sim, ela existe) inerente à “saída”; outros abraçam-na quando a entendem como uma nova “entrada”.
“Vulnerabilidade” é uma palavra-chave no contexto destas experiências pois, de facto, o grau de imprevisibilidade emerge e questionamos conceitos basilares até então dados como adquiridos, como por exemplo o simples ideal de “casa”. “Home is where the heart is” (casa é onde o coração está) é uma frase repetidamente usada entre aqueles que (aparentemente) a ela regressam. Não lhe retirando veracidade, facto é que para quem abraça estas experiências, o coração passa a estar em múltiplos lugares e o conceito de casa pode dissolver-se à frente dos nossos olhos. Se expandirmos esta ideia poderemos atingir um ponto em que o próprio Mundo poderá ser a derradeira casa e é, quanto a mim, a melhor de todas elas.
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Depois de umas férias em Portugal (sim, porque o coração também lá está) regressei recentemente à Irlanda para começar o meu mestrado em Music Technology. É certo que agora “sei para o que venho”; É certo que agora “conheço os lugares e as pessoas”. Mas nada disso é certo onde e quando a mudança é a única coisa que não muda. Voei para a Irlanda para refrescar a minha vida e só mais tarde me apercebi de que tinha, em sua vez, ganhado uma nova.
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Soem as Gaitas! Por Marta da Costa É Hora de Festejar! O titulo já ninguém lho tira. Após três longos anos de muita persistência, a Academia de Artes de Chaves torna-se na primeira instituição do país a incluir nos seus planos de estudos, a aprendizagem de instrumentos de Gaita-de-Foles e de percussão tradicional. O feito foi alcançado em parceria com a Associação Projeto Enraizarte, que organizou ainda um evento no passado dia 20 de Agosto, no Largo General Silveira, em Chaves. O motivo? Incluir a população nos festejos e realçar a importância da façanha conseguida.
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Identidades – denominação atribuída ao evento - abriu com Roncos do Diabo, que acordaram e prenderam o público logo desde o início, apesar da hora de atraso. Projecto Enraizarte, a “prata da casa”, participou com o seu projeto de rua, animando as transições necessárias para a troca de bandas em palco.
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Seguiu-se Fadomorse que, com o único concerto de 2015, brindou os presentes com os seus 16 anos de carreira. Com um concerto que dividiu o público, a banda de Mirandela não se mostrou indiferente às centenas de pessoas que enchiam o Largo General Silveira.
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A noite terminou com os bem conhecidos Diabo na Cruz, a banda que a maioria esperava. Apesar do concerto ter começado depois das doze badaladas, o público não arredou pé. Ao som de êxitos como Os Loucos Estão Certos ou Ganhar o Dia, a festa prolongou-se pela madrugada fora.
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Entrevista a Por Manuela Rainho Manuel Araújo
Manuela Rainho: Como definiria Manuel Araújo enquanto pessoa de cultura e de escrita? Manuel Araújo: Considero-me uma pessoa que escreve por necessidade. Escrevo... Já o disse uma vez noutra entrevista, escrevo para me equilibrar. Nunca escrevo como alguns escritores o fazem, regularmente; escrevo com frequência e quando estou a escrever depois é com regularidade, mas só escrevo quando tenho necessidade de equilíbrio. Para mim a escrita é um processo catártico que me ajuda a enfrentar a vida. Há outra coisa importante na minha escrita, e por isso escrevo, que tem a ver com as carências. A escrita de certo modo preenche carências de toda a ordem que vou tendo. Por exemplo, não é por acaso
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que as mulheres estão presentes nos meus livros. E não é por acaso também que elas são as personagens mais importantes. Esse aspecto, curiosamente é um bocado antagónico em relação ao modo como existo, porque as mulheres acham-me profundamente antipático. No entanto, não é verdade. Não sou antipático ou sou-o por ser tímido. Na minha obra, elas têm um papel muito importante. E voltando ao começo da pergunta, defino-me como escritor de carências. M.R.: Para si o que representa escrever? M.A.: Representa principalmente isso: criar mundos onde de algum modo gostaria de estar. Camilo disse que em todas as obras há bocados de autobiografia; Marguerite Duras, em todas as obras
tem bocados dela; nas minhas também, porque para mim, escrever é como estar em palco. Por exemplo, outra coisa que tenho e quem me conhece nunca diria que tinha: gostava de ter sido actor. E como não sou actor, sou um actor comum na vida. Escrever, para mim, é uma forma de representar e é também uma espécie de teatro, uma forma de representação. M.R.: Considera-se um ser criativo? Como decorre o seu processo criativo? M.A.: O modo como crio tem muito a ver com a realidade. Há pouco tempo acabei um livro que ainda não tem título e que é baseado em factos. O que lá está aconteceu de facto. A única coisa que fiz foi ficcionálos. Mas o processo criativo tem sempre que ver com carências; por exemplo, vou
responder-lhe pegando no livro “A Aldeia das Mulheres”. Como surgiu esse livro? Sempre considerei as mulheres seres muito interessantes; tive sempre vontade e imaginei que deveria ser engraçado haver uma aldeia onde só houvesse mulheres… portanto, fui amadurecendo a ideia, fui pensando, às vezes a ideia regressava. Um dia abri o computador e deparei com uma frase que é justamente a frase com que abre o livro: «A enorme varejeira guiou o padre Julião até ao cadáver». Foi uma frase que apareceu, que era minha e que deixei lá, não sei porquê. Peguei nela, fui desenvolvendo e apareceu “A Aldeia das Mulheres”. O meu processo criativo não é criação no sentido literário, no sentido académico. Uma pessoa que cria porque lhe chega a inspiração. O meu processo criativo é lento, reflexivo. Agora tem outra
coisa que talvez não permita que eu seja um grande escritor. Como é que eu escrevo? Sento-me à mesa, por volta da meia-noite e começo a escrever. E aquilo não vem logo. Agora escrevo no computador, mas dantes escrevia à mão. Escrevia folhas e aquilo não estava bom. E rasgava ou se não rasgava punha de parte. Quando começava a engrenar, quando a coisa começava a funcionar, estava cansado. Iame deitar. No momento em que o processo criativo começava a chegar já estava cansado. Ou seja, o processo criativo é uma coisa dolorosa. E sendo doloroso, eu talvez não tenha uma resistência física muito grande, talvez nunca chegue a escrever um grande livro porque, quando o processo acontece e demora a chegar, é uma espécie de convocação, de amor à vida. Gasto horas a escrever coisas, a não
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gostar, a parar, a fumar um cigarro, a voltar, e quando começo e sinto que a coisa está a funcionar, sinto que estou cansado. O meu processo criativo é muito doloroso, demora muito tempo, embora acredite na inspiração; Saramago disse uma coisa que achei ser falsa modéstia: «um escritor e um carpinteiro têm o mesmo problema: ambos precisam de trabalho». Segundo ele, os livros escrevem-se se houver trabalho. Não concordo. Acredito que seja necessário noventa por centro de trabalho mas dez por cento de inspiração. E estes dez por cento é que distinguem os escritores. Ou eles têm inspiração ou não. Por isso é que há gente que escreve, escreve, escreve e não há nada de especial no que produz e há gente como por exemplo, a Duras, que num livro de noventa e oito páginas, ganhou
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o prémio Goncourt. Esse momento de inspiração não vem de repente é preciso puxá-la, mas tem que lá estar. No meu caso, quando ela chega já estou cansado. Por vezes acontece-me escrever um texto e quando acabo acho-o fantástico. No outro dia volto a lê-lo e acho-o horrível. Isso angustia-me imenso. Em relação aos livros, interrogo-me frequentemente sobre o facto de o livro ser ou não bom. O escritor Miguel Sousa Tavares disse que escrevia a pensar no leitor. Considero isso errado. Nós devemos escrever sem pensar em ninguém; escrever o que pensamos, escrever para nós. M.R.: Pensa que existe uma crise de identidade cultural transmontana? De que forma ela se manifesta na sua obra?
M.A.: Na minha obra não há uma crise de identidade transmontana. Nela está perfeitamente plasmada essa identidade. Por exemplo, na obra “A Aldeia das Mulheres! a aldeia é uma aldeia onde vivi. Na minha obra há a identidade transmontana. É muito interessante porque quando escrevo vou buscar coisas que se passaram na minha infância transmontana; mesmo o meu livro que é menos transmontano, “O Rapaz que Lia Rimbaud”, passa-se em três cidades: Chaves, Coimbra, Figueira da Foz. Mesmo nesse há aspectos de Trás-os-Montes. Quanto de haver identidade transmontana, penso que há algo que trava as cidades transmontanas e o transmontano e que de certo modo o define. Nós somos muito invejosos. Essa inveja de algum modo trava a força criadora dos transmontanos.
De resto não há nenhuma razão para não haver identidade transmontana. Por exemplo, Torga era transmontano; Bento da Cruz era transmontano. Mas identidade enquanto poética sólida da cultura transmontana, penso que é quase inexistente, a não ser nestes casos isolados. Como diz Umberto Eco, «massa transmontana» em termos culturais, não existe. Mas como não há massa crítica, a criatividade é prejudicada. Por exemplo, um livro pode ser muito bom, mas se for ignorado perde-se. M.R.: Enquanto pessoa de cultura que vive na era da globalização, de que forma ser transmontano o condiciona e/ou integra? M.A.: Ser transmontano, a mim, prejudica-me. Não desgosto de ser transmontano mas isso prejudica-me muito. De certo modo sou sinédoque daquilo que se diz sobre a província e Lisboa. Lisboa ignora a província e eu, como escritor, sou ignorado. Vou darlhe exemplos vivos práticos. Em 2001 ganhei o prémio Revelação na modalidade de Ensaio, instituído pela Associação Portuguesa de Escritores. Esse prémio dava a publicação automática do livro premiado na Editora Difel. Naquele
ano, a secretaria de Estado da Cultura cortou o subsídio da publicação da modalidade Ensaio. Mandei o livro para várias editoras, dizendo que tinha sido premiado com o prémio Revelação. Nem responderam. O livro foi publicado pela editora do Porto, Campo das Letras, mas patrocinado pela Câmara Municipal de Chaves. Depois do livro “A Aldeia das Mulheres” ter sido publicado, o Jornal O Público veio a minha casa e a revista Ípsilon ocupou quatro páginas com a divulgação do livro e comigo. No ano seguinte, após a saída do livro “O Rapaz que Lia Rimbaud”, O Público voltou a fazer uma reportagem comigo. O editor ficou pasmado porque achou que o livro ia vender imenso por causa das reportagens, porque foram reportagens com um protagonismo de um escritor que ganhou um prémio importante. Apesar de tudo, continuo a ser um escritor regional conhecido até Vila Real e a partir daí ninguém me conhece. E tudo isso porque sou transmontano, porque estou cá. Quem opta por ficar cá é claramente ostracizado. Paga-se um preço muito alto. Portanto, gosto de ser transmontano, gosto disto; mas estar cá, viver em Trás-os-Montes, é um estigma muito grande.
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A Cara Tropical da Cidade Flaviense Por Tânia Santos Buvette das Termas de Chaves
Numa tarde de Verão decidi revistar o buvette das Termas de Chaves. Entrei, pedi um copo de água quente e senteime. Enquanto conversava com amigas, observava o ambiente: deslumbrei-me novamente com o espaço e decidi que esta obra era digna de ser divulgada. O buvette, construído em 1952, encerra a fonte de águas termais, sendo assim parte integrante do complexo das termas. Com uma cobertura em forma de “cogumelo” assente em colunas, a estrutura em betão armado e de planta circular, “vira costas” às pontes (Romana e Eng. Barbosa
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Carmona); pela sua singularidade, nasce aqui um novo espaço nuclear da zona das Caldas. Sempre me despertou imensa atenção este pequeno edifício que julgo distinguirse pelo carácter arrojado que apresenta em relação às arquiteturas da envolvente. Mais intrigada fiquei quando soube que a autoria da obra pertence ao arquiteto Januário Godinho (o mesmo que nos anos cinquenta ficou responsável pelo projeto da escola industrial, hoje conhecida por Escola Secundária Dr. Júlio Martins). Percorrendo o percurso deste arquiteto,
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facilmente “saltará à vista” a diversidade de abordagens com que nos presenteia. Também pela feição alternativa se destaca este buvette. À semelhança do escultor que idealiza a sua obra, o arquiteto Januário Godinho encarou a obra como um objecto escultórico. Curvas e rectas funcionam em harmonia, caraterizando os muros que se desvinculam da envolvente. A disposição desses muros encaminha o visitante até ao núcleo funcional do conjunto - a fonte - situada a uma cota rebaixada. Como elemento de acesso, desenvolvese uma rampa sinuosa que acompanha a curvatura das paredes. Entrar no espaço interior significa pisar um mundo novo, cujo cenário é valorizado por um jardim que acompanha o percurso do visitante até ao patamar inferior.
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A decoração é assumida como estratégia de enriquecimento do projeto: “grelhas hexagonais, estrias na cobertura, desenhos na calçada de calcário, azulejo, mosaico hidráulico, argamassa com seixos”. Estamos de facto perante uma obra com uma extrema riqueza decorativa (consegue ser bonita, sem ser excessiva) que só pode resultar da mão de um artista com uma sensibilidade muito peculiar (considerando que os arquitetos frequentemente minimizam os motivos decorativos - “less is more”). A influência da arquitetura tropical brasileira está aqui bem evidente, enfatizada tanto no tratamento plástico dos materiais, como no arranjo paisagístico do interior. O buvette das Termas de Chaves é de certo modo uma pequena riqueza da arquitetura moderna portuguesa.
Convido então todos os leitores a (re) visitarem esta obra que muitas vezes passa despercebida, mas que tem o potencial de oferecer à nossa cidade romana a descontração de um ambiente tropical.
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O Misticismo de Uma Por Rubén Sevivas Terra Prometida
Mal Nascida
(2007) João Canijo 118min Realização: João Canijo Produção: Paulo Branco Argumento: João Canijo, Céline Pouillon, Mayanna von Ledebur Música: Gabriel Gomes Imagem: Mário Castanheira Intérpretes: Anabela Moreira, Fernando Luís, Gonçalo Waddington, Márcia Breia, Olivier Leite, Tiago Rodrigues Local: Codessoso – Boticas
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O interior de Portugal é negro! João Canijo explora uma ruralidade agreste, escondida e deserta em “Mal Nascida”. A atmosfera que paira sobre a aldeia de Codessoso é augural. Adivinha-se um desfecho trágico e vimos, somente, um minuto de filme. João Canijo é um cineasta que consolida a sua carreira nos anos 2000. Os seus filmes têm características e traços autorais comuns que o tornam num dos cineastas portugueses mais reconhecidos e estudados nesta primeira década do século XXI.
“Mal Nascida” explora as três principais marcas autorais do realizador: uma tentativa de analisar a identidade nacional (aqui presente num meio rural recôndito e esquecido); o trabalhar a narrativa da tragédia grega – “Mal Nascida” é influenciado por “Electra”, de Eurípides, “Electra”, de Sófocles e “Coéforas”, segunda peça de “Oresteia”, de Ésquilo – e a sua abordagem realista que, por vezes, toca o hiper-realismo. Lúcia (Anabela Moreira) é a eterna viúva do seu pai e a testemunha incómoda do assassinato do mesmo cometido pela mãe, Adelaide (Márcia Breia), e pelo padrasto, Evaristo (Fernando Luís). Espera o regresso do irmão, que em criança ajudou a fugir, para que possam juntos vingar a sua morte.
O Trás-os-Montes apresentado pelo filme está longe de ser o idílico de outras representações feitas pelo cinema. Antes pelo contrário, é um rural remoto em tempo e em espaço. Se estivéssemos num outro ano tudo seria igual – salvo a escassa tecnologia presente no filme. A visão pessimista de Canijo sobre Portugal é, mais uma vez, aqui reforçada. Existe um desconforto permanente em “Mal Nascida”, uma depressiva atmosfera que asfixia e mata a esperança. O passado é imundo, o presente inquieto e o futuro trágico. Para além da narrativa que vive de uma violência extrema, as imagens da aldeia onde se passa o filme são violentamente dececionantes. Existe apenas uma criança. O gado é conduzido por idosos que se arrastam pelos caminhos desertos.
Dos jovens adultos, vemos dois: Lúcia, que já conhecemos; e Jusmino, o rapaz que apresenta nitidamente algum tipo de deficiência. Não existe futuro. Apenas um baile de velhice, despovoamento e morte. O filme é, portanto, um retrato escuro, depressivo e esgotante da vida no campo, onde os segredos do passado são horrendos e onde a lei se aplica pela mão humana. “Mal Nascida” é uma obra que, por entre o negro da noite, suga toda a humanidade presente no ar.
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Das coisas mais curiosas que destaco no filme é a distribuição de espaços físicos por género. A certo momento, no funeral de uma personagem, temos as mulheres na igreja a prestar culto ao morto; enquanto isso, os homens estão no café, de igual modo, a pesarem a morte do mesmo. Existe um mal-estar em relação ao ser português nos filmes de João Canijo. São frequentes os diálogos contra o país e contra a sua situação. “Mal Nascida” centra-se no seio familiar de intrigas, segredos e rumores que povoaram o imaginário de qualquer pessoa. Desde
cedo ouvi contar, por exemplo, sobre o homem da aldeia que pontapeava a mulher para que esta abortasse. Passados que não se querem rever, que não se querem pensar, mas que um dia foram (e talvez ainda o sejam) realidade. “Porque fazer a Escola de Cinema ensina a ver os filmes tentando perceber o porquê das coisas. Na aprendizagem prática das rodagens só aprendes a ver como. O como é muito menos importante do que o porquê.” - João Canijo
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Miasmas Por Wilson Pinto
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Poluição Luminosa Por Paulo Coimbra Fotografia | Chaves Imporal
Poluição luminosa é um tipo de poluição resultante da luz excessiva criada pelo homem, alterando os padrões naturais de iluminação do meio ambiente. Infelizmente, na ânsia de tudo iluminar, transformando a noite em dia e iluminando tudo com uma intensidade desmesurada, estamos a provocar imensos danos na fauna e a destruir um património universal – o céu noturno!
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iluminação péssima
iluminação má
iluminação boa
Impacto no meio ambiente
Impacto no céu noturno
Desde o aparecimento da vida na Terra, sempre a mesma se regeu por ciclos previsíveis de luz/escuridão. Essa alternância está incorporada no ADN de animais e plantas. Ao alterarmos este ciclos estamos a colocar o sistema em desequilíbrio – são as aves migratórias que se desorientam com as luzes das cidades, provocando anualmente milhões de mortes, são as tartarugas recém-nascidas que caminham em direção à terra em vez de se dirigirem para o mar, acabando por morrer desidratadas ou devoradas por predadores, são os insetos que, atraídos pela luz dos candeeiros acabam por morrer, alterando o equilíbrio de outros animais que deles se alimentam…
Desde tempos ancestrais que o ser humano observa o céu noturno. Seja pelo simples prazer de observar, seja para servir de orientação – as viagens dos navegadores portugueses não seriam possíveis sem a preciosa ajuda das estrelas –, seja para efetuar observações astronómicas, o céu noturno é um património universal que não podemos destruir!
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céu muito poluído
céu poluído
céu escuro
Pergunto: Quando foi a última vez que observou as estrelas?
Impacto nos recursos
E a solução é tão simples:
O dispêndio de energia e dinheiro para conseguir este elevado padrão de iluminação é brutal. Quantos milhões de toneladas de dióxido de carbono deixariam de ser enviadas para a atmosfera se conseguíssemos uma redução deste consumo? Se os nossos governantes enxergassem esta vertente, quantos milhões de euros não se poupariam ao erário público?
Iluminar o estritamente essencial Optar por lâmpadas adequadas Escolher a luminária certa Desligar as lâmpadas desnecessárias Orientar o fluxo luminoso exclusivamente para a zona a iluminar Diminuir a potência das lâmpadas Implementar sistemas inteligentes de iluminação
Milhões de pessoas em todo o mundo nunca tiveram oportunidade de ver a Via Láctea! Recordo, quando criança, como era belo o céu da aldeia onde nasci. Agora, para conseguir observar um céu medíocre, temos que nos afastar dezenas, ou até centenas de quilómetros dos grandes agregados populacionais.
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Apague estrela!
uma
lâmpada,
acenda
uma
O direito a um céu noturno não poluído que permita desfrutar da contemplação do firmamento, deve ser considerado um direito inalienável da humanidade, comparável a outros direitos ambientais, sociais e culturais, devido ao seu impacto sobre o desenvolvimento de todos os povos e a sua repercussão sobre a conservação da diversidade biológica.(*) (*) In “La Palma Declaration” - “Conferência Internacional em Defesa da Qualidade do Céu Nocturno e do Direito de Observar as Estrelas” (International Conference in Defence of the Quality of the Night Sky and the Right to Observe the Stars), La Palma – 2007.
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Rua de Santo António, 37 5400-069 Chaves Tel. 276 318 460 | Fax. 276 318 461 email: opticaliachaves@gmail.com
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Av. 25 de Abril, 42 5430-420 Valpaços Tel. 278 714 093 | Fax. 278 714 094 email: opticaliavalpacos@gmail.com
Av. Nuno Álvares Pereira, 498 5470-203 Montalegre Tel. 276 518 097 | Fax. 276 518 098 email: opticaliamontalegre@gmail.com
Entre Aspas “ Por Manuela Rainho ”
«Na banheira a água subia… a editora recusara-me o livro, a minha mulher insultara-me e acabar de saber que fazia amor com Ricardo. Três acontecimentos simultâneos e suficientes para um homem se matar.» P.22 , É tão Cruel ter Memória!
Neste novo número da revista, vou falar-lhe daqueles aspectos que me parecem mais pertinentes relativamente à obra de Manuel António Araújo. Do que escreveu, li “É Tão Cruel Ter Memória!”, “A Cidade Do Patriarca”, “O Rapaz Que Lia Rimbaud”, “A Aldeia Das Mulheres” e “As Contrabandistas”. Em todas as narrativas me deparei com pormenores de cariz cultural e social que remetem o escritor para uma realidade social específica: a identidade transmontana. Se essa componente sociocultural me parece ser de grande importância, há
outros aspectos que me entusiasmam e me levam a recomendar a leitura dos livros de Manuel Araújo. Como o espaço de que disponho é limitado, seleccionei dois deles que considero imprescindíveis: a forma como o escritor aborda o universo das personagens e a «voz» do romancista subentendida na voz narrativa. Se nas obras iniciais as personagens masculinas usufruem de algum protagonismo apesar de serem frequentemente apresentadas como seres aparentemente comuns, conturbados por um percurso de vida que se vai
desconstruindo conforme o romance avança, as personagens femininas são essencialmente seres fortes e pragmáticos, de personalidade vincada. Assim, Lívia, ainda adolescente, no romance “As Contrabandistas” refere, «Eu acho que tenho um papel no Mundo, a sério, acho que tenho que cumprir um desígnio. Eu fiquei muito esclarecida sobre o meu papel quando falei no primeiro dia com a mulher dele; (…) Eu adoro fazer com carinho, ser meiga, mas com aquele velho, aquele comedor de crianças, fico histérica, se me visses nua com ele nem me reconhecerias, juro-te.» pp.90.
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«A custo abriu um livrinho imundo, com o título desbotado e ilegível, e leu com aqueles olhos desbotados, ruínas, ruínas de outro corpo do rapaz que me levava para o quarto da Antero de Quental…» P.126 , O Rapaz que lia Rimbaud
«Caminhar sozinho pelas ruas, ir aos patos, voltar pelos caminhos mais desertos, falar sozinho consigo, comas personagens dos seus textos, arbitrar conflitos entre elas, Miguel era quase feliz, à parte o percalço com Carolina.» pp. 67 , A Cidade do Patriarca
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Já o segundo aspecto, a «voz» do escritor por trás da do narrador ou da personagem, é uma realidade evidente. Por isso, seleccionei alguns excertos dos vários romances onde autor e narrador coincidem: «Não diga tolices. A metáfora só funciona se o objecto com que há identificação for bem conhecido, a extensão e a eficácia da metáfora têm a ver com isso.» in A Aldeia das Mulheres, pp. 80; «Debruçou-se para aquelas palavras que iriam ser ditas, as últimas, talvez as palavras de ouro. São sempre de ouro as palavras dos condenados, as últimas palavras dos condenados à morte na cama da morte, caso queiram
falar.»; in É tão Cruel ter Memória!, pp. 45 «Falámos muito da escrita, dos escritores e dos seus humores. “Os escritores, quando escrevem, são como as galinhas no choco. Isolam-se, comem frugalmente, bebem muita água, ou muito uísque, fumam pilhas de cigarros, e muito são intratáveis.». Reler Manuel Araújo foi uma excelente experiência que recomendo vivamente. Atrevam-se!
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No Dia em que a Cultura Morrer Por Diogo Martins Martins Morrem as Fronteiras
Linhas, barreiras, paredes e fronteiras. São o que separam aquilo que somos, daquilo que queremos ser; que nos protegem do medo de não saber, de não conseguir ou de não querer. Transformam fraquezas em vantagens. Transformam diferenças em intercâmbios. Criam raças, inimigos, parceiros de guerra e de paz. Insinuam que com elas a cultura floresce e só com elas podemos ser o que realmente somos. Têm pretensão de afastar o exótico e o desconhecido.
No dia em que a cultura morrer, só o medo sobreviverá. O medo de que aquilo que não somos possa um dia prevalecer. O medo de perder ou de ficar para trás. Mas como tudo o que nos amedronta, as fronteiras dão-nos a oportunidade da coragem, de deixar morrer um pouco de nós para que um pouco dos outros possa sobreviver.
Quando a cultura morrer não teremos fronteiras. Nem nós, nem os outros. Entenderemos que todos estaremos a fugir de algo, e que estaremos dispostos a fazer de tudo para que possa sobreviver algo de nós. No dia em que a cultura morrer, não valerá a pena fugir.
No dia em que a cultura morrer, morrerão as raças e os credos; morrerão as cores, as vestes, os géneros e os dialectos.
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Coordenadas | Dixtinto Por Tiago Ribeiro
41.74144 -7.47657
Somos transmontanos. Estamos habituados ao tradicional, ao que é nosso e a não fugir à regra. Gostamos dos nossos sabores e gostamos de os mostrar e também de os dar a provar. No entanto, de vez em quando, sabe bem reinventar os sabores que nos são tão familiares. Chaves tem agora um espaço que torna tudo isso possível: o restaurante Dixtinto.
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rústica envolve os clientes num ambiente acolhedor e convidativo.
Bastou chegarmos à porta deste restaurante para entendermos rapidamente a escolha do nome. Este espaço é, sem dúvida alguma, distinto de todos aqueles que já conhecemos, não havendo nada parecido na cidade de Chaves. Situado não muito longe do centro da cidade, a decoração moderna e
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O espaço divide-se por dois andares: no primeiro existem expositores que contêm as opções de refeições para o dia (a ementa é distinta a cada dia da semana); e no segundo andar existe um agradável espaço de restaurante. Depois de ficar algum tempo a olhar para a vitrine, tentando perceber o que iria comer, decidi dirigirme até ao andar superior e acomodar-me para fazer o pedido. Com a comida na mesa apercebo-me que independentemente do que escolhesse, não sairia decepcionado.
Todos os pratos apresentados primam pela diferença, alcançada não só pela apresentação mas também pela reinvenção de sabores. Dixtinto chegou para ficar. Os bons paladares aliados à simpatia e bom serviço de quem nos serve, tornam este restaurante num marco de excelência para a cidade de Chaves. Caso seja daqueles que não gosta de ir comer fora e que prefere ficar por casa, pode optar pelo serviço take-away. Com este serviço que o Dixtinto lhe oferece, poderá provar toda a panóplia de sabores no conforto de sua casa.
Dixtinto Av. da Raposeira Edifício Joframar loja 4 Chaves Tlf. 276 328 097
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Agenda Cultural
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Exposição Fotografa! Raid Fotográfico 1 a 10 de Outubro Sala Multiusos do Centro Cultural Chaves Exposição de 46 fotografias apresentadas a concurso no raid fotográfico da cidade de Chaves - FotoGrafa! Org. Município de Chaves, Intemporal e Ass. Chaves Viva
Chaves
Exposição Coletiva de Fotografia “Olhares no Feminino”
Cineclube de Chaves 6 e 20 Outubro | 21h Cine Teatro Bento Martins Chaves
2 a 28 de Outubro Adega Faustino Chaves Diferentes olhares que nos levam a diferentes registos mas todos com a mesma sensibilidade conjugada no feminino. Coletiva de fotografia de cinco fotografas da Associação Lumbudus: Carminho Videira, Fernanda Serra, Madalena Branco, Paula Dias e Tânia Oliveira. Org.: Lumbudus – Fotografia e Gravura
Associação
Apresentação e exposição do filme, seguido de debate e convívio. Reservado a sócios do Cineclube. Apareça e inscrevase! Org.: Teatro Experimental Flaviense
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Lançamento da revista “Aquae Flaviae” nº 50
Apresentação do livro “Um Amor Inexplicável”
Espetáculo “Uma Espécie de Musical”
9 Outubro | 21h30 Centro Cultural Chaves
15 Outubro | 18h30 Biblioteca Municipal de Chaves Chaves
16 Outubro | 21h30 Auditório do Centro Cultural Chaves
Sessão de divulgação do número 50 da revista “Aquae Flaviae – A Grande Guerra e a participação do militares do RI19 e do Alto Tâmega no conflito”, da autoria do Dr. António Sousa e Silva.
Apresentação do livro de Ana Ribeiro, que estará a cargo de Ana Gonçalves.
Trabalho desenvolvido e criado no Agrupamento de Escolas Dr. Júlio Martins, que inclui canções do Coro de Professores “Melodia Decente”, coreografias do Grupo de Ginástica Acrobática de Desporto Escolar – Acrojulinhos – e representação dos alunos de teatro da Escola Sec. Dr. Júlio Martins.
Org.: Gupo Aquae Flaviae, Município de Chaves e RI 19
Org.: Município de Chaves
Apoio: Ass. Chaves Viva | Município de Chaves
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Exposição retrospetiva de Paulo Fontinha 17 a 31 de Outubro Sala Multiusos do Centro Cultural Chaves Inauguração a 17 de outubro às 16h. Retrospetiva da evolução artística, entre 2010 e 2015, do artista Paulo Fontinha. Org.: Ass. Chaves Viva | Município de Chaves
Tertúlia de Lua Cheia 27 Outubro | 21h Cine Teatro Bento Martins Chaves
Em cada momento de reflexão total da lua, o TEF convida-o a uma tertúlia informal. Com a presença de convidados e amigos, convive-se com a partilha de ideias sobre a sociedade, a cultura e as artes e o papel que estas representam na nossa cidade.
Sabores de Chaves Pavilhão do Vinho 2015 30 Outubro a 1 Novembro Pavilhão Expoflávia Chaves
Venha visitar este espaço e degustar os sabores de Chaves e os bons vinhos da região, acompanhado por boa música. Org.: Município de Chaves | Apoio: Ass. Chaves Viva
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Feira dos Santos 2015 30 Outubro a 1 Novembro Chaves
Mais um ano com as tradicionais barracas e stands espalhados pelas principais ruas da cidade, a par da tão famosa Feira do Gado, da 13ª Edição do Concurso Nacional de Pecuária, do Festival Gastronómico do Polvo e da animação de rua. Org.: ACISAT | Apoio: Município de Chaves
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