Livro Português IOB_28_08_2017

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sumário 01

morfologia

4

10

Acentuação gráfica e Reforma ortográfica

85

02

pronomes

16

11

Interpretação de textos

90

03

verbos

35

12

Sintaxe

04

concordância verbal

44

05

concordância nominal

57

06

regência verbal

61

07

regência nominal

71

08

Crase

74

09

Pontuação

78

108


Ora, certamente lhe serão entregues doze pães, entretanto, caso pedisse uma

ue01

dúzia de pães, tem-se, no mínimo, 24 pães, já que a palavra pães (plural),

Morfologia

É necessário entender que, na construção da Gramática, o substantivo é o

traz a ideia de mais de uma e, portanto, a dúzia seria multiplicada por dois.

termo que mais vale e vem sempre seguido pelo verbo. Frisa-se também, que a Gramática foi desenvolvida em Portugal, época em que o Rei era a figura mais importante e vinha sempre seguido pela rainha. Daí, o surgimento das expressões: regência nominal e regência verbal.

LÓGICA GRAMATICAL

Por fim, dentro da lógica gramatical, necessário entender que quem iniciou o processo de desenvolvimento da linguagem no passado foi o homem (sexo

A lógica gramatical foi criada para entender todo o processo da lógica para

masculino) e, portanto, a gramática nos traz uma carga masculina muito for-

acabar com os traumas criados pela base da formação gramatical.

te, razão pela qual as expressões masculinas sempre superam as expressões femininas, em regra.

Gramática não é, senão, um arranjo de listas de palavras que foram organizadas para facilitar o processo de comunicação escrita, que em dado momento da história da humanidade se fez necessária, criando-se um conjunto de regras comuns para a comunicação. Surgiu-se, assim, um agrupamento de todas as palavras existentes para confecção de um manual comum e, dentro dessa concepção, podemos observar a estrutura se desenvolvendo. Quando a criança passa a ser alfabetizada, o processo de lógica se transforma. São criadas regras para que a criança as decore. Não necessariamente ela vai aprender tudo do sistema gramatical criado, mas inicia-se através do processo de decoração (processo medieval), vez que a gramática foi criada por adultos, para adultos. Pois bem. Todos os elementos gramaticais nascem por semelhança, ou seja, ajeitam-se dentro de grupos existentes.

A morfossintaxe se trata do nível de estrutura/descrição linguística que engloba a morfologia (estudo das formas) e a sintaxe (regras de combinação que regem a formação das frases). Assim, sabemos que a morfossintaxe se relaciona com as subdivisões existentes na gramática, quais sejam, às classes gramaticais e as distintas posições que são ocupadas por uma mesma palavra, a depender do contexto em que é empregada. Dentro da estrutura gramatical, importante estabelecer alguns valores específicos. Senão vejamos: A palavra de maior valor dentro da língua portuguesa é o substantivo. É o substantivo quem manda em todas as palavras e, por outro lado, não obedece nenhuma delas.

Vejamos: Na frase: o homem foi a padaria e pediu 12 pães. 4

MORFOSSINTAXE

Abaixo do substantivo, vem o verbo. Este verbo obedece o substantivo e tem complementos ligados à ele. 5


Após, todos os termos a partir do verbo, ou se submetem aos dois anteriores, ou são termos mortos. Ou seja, através da análise morfossintática, é possível compreender quais funções que uma determinada classe gramatical pode desempenhar em uma oração. Essa estrutura se constrói de forma que você vai poder passar a compreender como a informação principal sempre está concentrada na palavra de maior valor, que é o substantivo

SUBSTANTIVOS – CLASSIFICAÇÕES O substantivo é a palavra que dá nome aos seres, coisas, lugares, ideias, sentimentos, etc. e ele sofre flexão de gênero, número e grau. Assim, o substantivo e toda palavra que o substituir são chamados de nome e todo nome é núcleo. Ainda, as palavras que acompanham o substantivo ou a ele se referem são chamadas de palavras determinantes ou palavras adjetivas, devendo concor-

Em todas as categorias de estrutura de texto, sempre o substantivo é o elemento determinante, estabelecendo, portanto, uma hierarquia de valor. Vejamos: Aqueles dois velhos soldadinhos de chumbo eram da antiguidade.

dar com o substantivo ou nome a que se referem. Vejamos o termo mais importante em cada período a seguir (substantivo): A. Nossa maior fraqueza está em desistir.

Note que quase todas as palavras estão ligadas ao termo soldadinhos. Os

B. O entusiasmo é a maior força da alma.

termos preposicionados não sofrerão alteração nenhuma.

C. O insucesso é apenas uma oportunidade para recomeçar com mais inteligência. D. Perder para a razão, sempre é ganhar.

VARIÁVEIS Sujeito

E. O desejo de conquistas é realmente muito natural e comum. 1. Substantivo

2. Artigo 3. Adjetivo

Concordância Verbal

4. Numeral 5. Pronome 6. Verbo

F. A conquista é um acaso que talvez dependa mais das falhas dos Concordância Nominal

vencidos do que do gênio do vencedor.

Vejamos, na sequência, a classificação do substantivo: 1. Concretos: quando tratam de coisas reais, ou tidas como reais.

INVARIÁVEIS

Exemplo: homem, menino, lobisomem, fada. 2. Abstratos: quando tratam de estados e qualidades, sentimentos

7. Preposição

(regência / semântica)

e ações. Exemplo: vida (estado), beleza (qualidade), felicidade

8. Conjunção

(coesão / coerência)

(sentimento), esforço (ação).

9. Advérbio

(semântica)

10. Interjeição (emoção) 6

3. Simples: quando formados por um só radical. Exemplo: flor, tempo, chuva. 7


4. Compostos: quando possuem mais de um radical. Exemplo: couve-flor, passatempo, guarda-chuva.

Por fim, vejamos o plural dos substantivos compostos. Os formados sem hífen têm plural igual ao do substantivo simples:

5. Primitivos: quando não derivam de outra palavra da língua portuguesa. Exemplo: pedra, ferro, porta. 6. Derivados: quando derivam de outra palavra da língua portu-

Singular

Plural

Aguardente

Aguardentes

Pontapé

Pontapés

Malmequer

Malmequeres

Girassol

Girassóis.

guesa. Exemplo: pedreira, pedreiro, ferreiro, portaria. 7. Comuns: quando se referem a seres da mesma espécie, sem especificá-los. Exemplo: país, cidade, pessoa. 8. Próprios: quando se referem a seres, pessoas, entidades determinados. São escritos sempre com inicial maiúscula. Exemplo: Brasil, Santos, João, Deus. 9. Coletivos: quando se referem a um conjunto de seres da mesma espécie. Flexionam-se em gênero para indicar o sexo dos seres vivos e, quanto aos seres inanimados, a classificação é convencional. Exemplo: álbum (fotografias, selos), biblioteca (livros), código (leis).

SUBSTANTIVOS COMPOSTOS Neste ponto, passaremos a estudar a flexão dos substantivos compostos, por hífen. Aqui, importante lembrar que quando eu tenho um substantivo composto por hífen, as palavras não realizaram fusão, assim, temos características par-

Quanto à flexão dos substantivos, vejamos a tabela a seguir:

Flexão

Definição

Exemplo:

Masculino

O carro, o leão, o conceito

Feminino

Flexionam-se os substantivos, adjetivos, numerais e pronomes

As demais classes gramaticais permanecem invariáveis

Forma singular

Forma plural

Elementos da composição

A casa, a cobra, a ideia

Couve-flor

Couves-flores

Substantivo + substantivo

Singular

Homem, anel, leitão

Amor-perfeito

Amores-perfeitos

Substantivo + adjetivo

Plural

Homens, anéis, leitões

Quinta-feira

Quintas-feiras

Numeral + substantivo

Sempre-viva

Sempre-vivas

Advérbio + adjetivo

Guarda-roupa

Guarda-roupas

Verbo + substantivo

Reco-reco

Reco-recos

Palavras repetidas

O bota-fora

Os bota-fora

Verbo + advérbio

Gênero

Número

Diminutivo

Casinha, homúnculo

Aumentativo

Casarão, homenzarrão

Grau

8

ticulares. Vejamos:

9


Como a composição é realizada com palavras diferentes, temos que lembrar quais palavras que vão flexionar, são elas: substantivos, adjetivos, numerais e pronomes.

ADJETIVOS: Adjetivo é toda palavra que se refere a um substantivo indicando-lhe um

As demais classes gramaticais, incluído o verbo, permanecem invariáveis. Nos casos em que temos dois substantivos e um deles funciona como determinante do primeiro, temos duas opções: ou flexiona-se só o primeiro, quando entendemos que o segundo está submisso ao primeiro, ou flexionam-se os dois se entendo que ambos possuem o mesmo peso. Ambas as formas são corretas, mas o examinador poderá propor a substituição de uma expressão por outra.

atributo. Flexionam-se em gênero, número e grau. Como dito anteriormente, a palavra mais importante é o substantivo, que concentra todas as informações dentro da estrutura gramatical e, em torno dela, giram as palavras que se submetem a ela em relação à concordância, ou seja, as palavras adjetivas e o verbo, quando o substantivo faz papel de sujeito. Assim, é importante estabelecer o sujeito dentro do contexto. Vejamos:

Veja:

O homem

é jovem → Jovem funciona como indicativo de idade

Flexiona-se o primeiro

Flexionam-se os dois

substantivo

adjetivo

NAVIO-ESCOLA

NAVIOS-ESCOLA

NAVIOS-ESCOLAS

sujeito

predicado

BANANA-MAÇA

BANANAS-MAÇA

BANANAS-MAÇAS

LARANJA-PERA

LARANJAS-PERA

LARANJAS-PERAS

Ainda, temos os casos especiais, que são provenientes do costume:

O jovem é homem → Jovem funciona como indicativo de sexualidade substantivo

adjetivo

sujeito

predicado

Adjetivo, portanto, é a classe gramatical de palavras que exprimem qualidade, defeito, origem e estado do ser, ou seja, características.

verbo Louva-a-deus preposição Ora, em que pese a palavra Deus ser um substantivo, esta não flexiona, vez que como a cultura da língua portuguesa é baseada nos valores da Idade Média, entende-se que não existe mais de um Deus. 10

Entretanto, muitas vezes uma característica não pode ser expressada por uma única palavra. Daí, surge a locução adjetiva, que é toda expressão tomada de uma preposição somada a um substantivo, equivalente a um adjetivo. Por exemplo: homens com aptidão (apto); mulher da Irlanda (irlandesa). 11


Grau comparativo:

FLEXÃO DOS ADJETIVOS Um adjetivo simples, é flexionado como o substantivo. O adjetivo composto, temos que observar algumas regras:

Se eu tenho na formação do meu adjetivo apenas palavras adjetivas, ocorre variação apenas no último (em gênero e número). O primeiro ad-

TIPO COMPARATIVO

CARACTERÍSTICA

EXEMPLOS

De Igualdade

Indica o grau de igualdade entre seres. As locuções utilizadas são: tão quanto; tanto quanto; assim como; do mesmo jeito que.

Aquela aluna é tão dedicada quanto a amiga

De Superioridade

Indica o grau de superioridade entre seres. As locuções utilizadas são: mais que; mais do que

Aquela aluna é mais dedicada do que a amiga

De Inferioridade

Indica o grau de inferioridade entre os seres. As locuções utilizadas são: menos que; menos do que

Aquela aluna é menos dedicada do que a amiga

TIPO SUPERLATIVO

CARACTERÍSTICA

EXEMPLOS

Relativo de inferioridade

Grau superlativo de inferioridade = o menos (adjetivo)

Pedro é o menos inteligente da turma

Relativo de superioridade

Grau superlativo de superioridade = a mais (adjetivo)

Ela é a pessoa mais educada deste mundo!

Absoluto analítico

Grau superlativo absoluto analítico – palavra intensificadora (muito; extremamente; excessivamente; imensamente) + adjetivo

A sobremesa é muito doce.

jetivo fica invariável e sua forma será singular masculino. Ex: Uma blusa verde-clara/ duas blusas verde-claras Um tratado franco-russo-espanhol/ dois tratados franco-russo-espanhois.

Se na formação do meu adjetivo tenho um adjetivo somado a um substantivo, ou seja, coloco um substantivo dentro de uma palavra adjetiva, este não aceita a flexão como um adjetivo. Assim, a palavra inteira fica invariável.

Grau superlativo:

Ex: Uma caixa verde-abacate/ duas caixas verde-abacate Gênero dos adjetivos:

TIPO

Adjetivos Uniformes

Adjetivos Biformes

CARACTERÍSTICA

EXEMPLOS

Apresentam uma forma para os dois gêneros (feminino e masculino), e normalmente terminam por a, e, l, m, r, s, z

Simples, feliz, otimista

A forma varia conforme o gênero (masculino e feminino)

Carinhoso, carinhosa; atencioso, atenciosa.

Grau superlativo absoluto sintético Absoluto sintético

= adjetivo + sufixo (-íssimo; -imo; ílimo; -érrimo)

12

A sobremesa é dulcíssima.

13


ADVÉRBIOS 01

LOCUÇÃO ADVERBIAL:

O advérbio é uma palavra invariável e não se relaciona com o substantivo. Geral-

Ocorre quando duas ou mais palavras (geralmente preposição + substantivo

mente são vistas como uma espécie de acessório, que traz uma informação a mais.

ou advérbio) que, juntas, atuam como um advérbio, alterando o sentido de um verbo, de um adjetivo ou de um advérbio. A maior parte das locuções

É uma palavra que, em sua maioria, modifica o sentido do verbo, do adjetivo

adverbiais são iniciadas por uma preposição.

e do próprio advérbio (intensidade para essas duas classes). Denota em si As principais locuções adverbiais são: às vezes, às pressas, vez por outra,

uma circunstância que determina a sua classificação.

de qualquer modo, de propósito, em breve, à toa, às escondidas, à noite, de

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repente, de súbito.

CLASSIFICAÇÃO

EXEMPLO

USO

Afirmação

Sim, perfeitamente, pois, sim, positivamente, efetivamente, certamente

Todos os usuários sabem fazer perfeitamente o acesso

Negação

Não, nunca, nada, jamais

As previsões nunca foram favoráveis a mim

Ela me atendeu com dedicação

Modo

Bem, mal, melhor, pior, certo, também, depressa, devagar e, em gral, os adjetivos femininos

Ela passava os dedos pelos meus cabelos delicadamente.

Fui ao cinema ontem com sua prima

Grau superlativo absoluto sintético = adjetivo + sufixo (-íssimo; -imo; ílimo; -érrimo)

A sobremesa é dulcíssima.

Lugar

Aqui, ali, lá, além, perto, longe, fora, dentro, onde, acima, adiante

Você passou perto da rua em que o assalto aconteceu

Dúvida

Talvez, porventura, provavelmente

Provavelmente tudo aconteceu sob o nariz de todos

Intensidade

Muito, pouco, bastante, menos, mais, tão, tanto, todo, completamente, excessivamente

Você trabalha bastante para conquistar seus objetivos?

Tempo

Agora, já, logo, cedo, tarde, antes, depois, sempre, nunca, jamais, hoje, ontem

Falaremos mais sobre esse tema amanhã.

Interrogativos

Onde (lugar), quando (tempo), como (modo), por que (causa)

Quando você voltará ao trabalho?

Inclusão

Até, também

Você também será incluído no próximo trabalho

Exclusão

Exclusivamente, somente

Somente nós poderemos dar continuidade a esse projeto

Exemplos:

Faça o teste com atenção

15


Exemplo:

ue02 Pronomes

Essa é a minha casa. Essa não é qualquer casa, é a minha casa. Nesse exemplo o pronome “minha” está acompanhando e assim caracterizando o substantivo (casa). Os pronomes podem ser classificados de acordo com suas diferentes funções.

PRONOME PESSOAL DO CASO RETO O pronome é uma classe da Língua Portuguesa de importância inestimável, entre seus empregos está a função de substituir o substantivo (nome) e/ou qualificá-lo. Quando um pronome substitui um nome, é chamado de pronome substantivo. Esse tipo de pronome também é bem visto em redações, quando usados corretamente, pois conseguem manter a redação limpa e livre de repetições.

os verbos em suas conjugações: eu, tu, ele, nós, vós, eles. Eles são usados para substituir o nome das pessoas. Por exemplo: Maria é professora. Ela gosta muito do que faz, ela sempre vai trabalhar muito feliz. Veja que estranho ficaria se o nome “Maria” não fosse substituído: Maria é professora. Maria gosta muito do que faz, Maria sempre vai trabalhar muito feliz.

Por exemplo: Minha prima se chama Julia, ela é médica. Não há necessidade de repetir “minha prima” ou “Julia”, esses termos foram substituídos pelo pronome “ela”. Outro exemplo: Daniel ama cachorros, ele tem muitos em sua casa. Na frase acima o nome “Daniel” foi substituído por “ele” na frase seguinte. Já um pronome adjetivo acompanha o substantivo, ele tem a função de caracterizar o substantivo. 16

Os pronomes pessoais são fáceis de lembrar, são aqueles que acompanham

Os pronomes pessoais são divididos em: do caso reto (como vimos acima) e oblíquo. Os pronomes pessoais do caso reto são os sujeitos das frases, ou seja, eles que executam qualquer ação estipulada, eles que vão os “personagens principais”. Já os oblíquos estão ali para complementar uma sentença, eles podem ser átonos (que são os que não precisam de preposição) ou tônicos (que precisam de preposição). Por exemplo: Eu te amo. 17


No exemplo acima o pronome “eu” é um pronome pessoal do caso reto, ele

Também existem pronomes pessoais do caso reto com função de

executa a ação, é o sujeito da frase. Já o pronome “te” é oblíquo, ele está

predicativo do sujeito, ou seja, função de predicado. Isso acontece se

complementando a sentença.

houver um verbo de ligação.

“Te” é um pronome pessoa oblíquo átono porque não precisa de preposição,

Por exemplo:

mas se o exemplo fosse: A errada da história é ela. Ele comprou um presente para mim. “Ele” é o pronome pessoal do caso reto, “mim” é um pronome pessoa oblíquo, mas ele não faria sentido sozinho, ele precisa do “para” que é uma preposição.

PRONOME PESSOAL DO CASO OBLÍQUO Como visto anteriormente, sabe-se que o pronome pessoal do caso oblíquo

CASO RETO

CASO OBLÍQUO

Átonos

Tônicos

Eu

Me

mim, comigo

Tu

Te

ti, contigo

Ele

Se, o, a, lhe

ele, si, consigo

Nós

Nos

nos, conosco

Vós

Vos

vós, convosco

Eles

Se, os, as, lhes

eles, si, consigo

Os pronomes pessoais do caso reto também podem se ausentar de uma frase porque o verbo já estará especificando que é o sujeito, isso quer dizer que é possível entender quem é o sujeito da frase por causa da conjugação. Por exemplo: Eu como fora todos os dias. Quem “como”? Eu como. Não existe “ele como”, “você como”, então a frase pode ser escrita, ou dita, da seguinte forma: Como fora todos os dias. Essa forma deixa a escrita mais polida. 18

tem função de complemento e se divide em duas categorias: átonos e tônicos. Os Oblíquos Átonos não são usados com preposições. Eles podem ocupar o lugar de um substantivo que tem função de objeto direto (o, a, os, as) ou de objeto indireto (lhe, lhes). Lembrando: os objetos diretos não precisam de preposição e normalmente respondem a pergunta “o quê?” já os objetos indiretos necessitam de preposição e geralmente respondem a pergunta: “para quem?” Os oblíquos átonos me, te, se, nos, vos podem ser tanto objetos diretos quanto indiretos. Os átonos o, a, os e as também sofrem alterações quando seguirem verbos terminados em R, S e Z. Essas últimas letras serão retiradas e substituídas por lo, la, los e las. Existe uma frase muito conhecida (e muitas vezes usada até de maneira cômica) dita pelo ex-presidente Jânio Quadros, que pode exemplificar perfeitamente essa mudança: Fi-lo porque qui-lo. Essa frase tem o sentido, na linguagem comum, de “fiz porque quis”. 19


Uma mudança também ocorre quando os verbos, devidamente conjugados, terminarem em ão, õe, em, am. Nesse caso o complemento da frase será substituído por no, na, nos e nas.

Quando usar CONTIGO E CONSIGO É preciso sempre ficar atento com as dicas que as próprias palavras oferecem quando escritas, essa atenção ajuda a não cometer erros que são drásticos na Língua Portuguesa.

Exemplo: Colocaram o carro na garagem. Nesse exemplo “o carro” é o elemento que será substituído, sendo assim a

“Contigo” se refere a você, tu. Exemplo:

frase passa a ser: colocaram-no na garagem. Onde está o carro? Colocaram-no na garagem. A mudança nas palavras, para a fala ficar mais fluída, sempre aconteceu. Em todos os idiomas, o natural é que elas se modifiquem para facilitar a pronúncia. Uma língua, onde isso acontece simultaneamente dentro da gramática e

Eu preciso falar contigo. Eu preciso falar com você. “Consigo” se refere a ele ou ela. Exemplo: Ela está brava consigo mesma. Ela está brava com ela mesma.

até mesmo no dia a dia, que pode servir como exemplo é a Francesa. Quando usar CONOSCO e COM NÓS Não é necessária complementação para usar “conosco”, não é preciso se referir às pessoas inclusas na frase ou diálogo. Exemplo:

PRONOMES DE TRATAMENTO O pronome de tratamento estipula a forma de se referir a alguém, ele também estipula o nível de educação adequado para certas ocasiões. São eles: senhor, senhora, senhorita (como pronome, é usado quando a mu-

João, você vem conosco?

lher não é casada) sua senhoria (aquele que é formado ou natural do país) vossa excelência (o que inclui políticos, com exceção dos vereadores).

A frase não pede nenhuma referência a “nós” para que o sentido seja completo e entendido.

Ninguém deve chegar perante um juiz e tratá-lo como “você”, por exemplo. Também são incluídos nos Pronomes de Tratamento os termos que estão

Quando “com nós” é utilizado, a frase pede uma complementação para que

de acordo com a sua especialização acadêmica, tais como: mestre, doutor,

esteja inteira. Essa complementação, essa referência a quem diz, pode ser

docente, etc.

um numeral, ou as palavras: todos, todas, mesmos, mesmas, entre outras. O pronome “sua magnificência” é usado para aquele que está acima de todos,

Exemplo: A diretora quer falar com nós três. 20

também pode ser usado o termo “digníssimo”. 21


Exemplo de pronome de tratamento: O papa deve ser tratado como Vossa Santidade, Santíssimo, Sua santidade.

PRONOMES RELATIVOS Os pronomes relativos são relacionados a elementos já citados no texto,

Um cardeal é tratado como Vossa Eminência.

muitas vezes trazendo uma explicação para esse elemento.

Vossa Excelência e Sua Excelência

São eles: que, quem, o qual, onde, cujo.

Usa-se ‘Vossa Excelência’ quando estamos nos dirigindo à pessoa destinada

a esse pronome.

A palavra “que” será classificada como pronome relativo quando puder ser substituído por “o qual” ou “a qual”. É aconselhado fazer essa troca

Por exemplo: a pessoa se aproxima do Ministro do Estado e se refere a ele

em caso de dúvida. Se não der para realizar essa substituição, significa

como “Vossa Excelência”.

que o “que” é uma conjunção integrante.

O termo ‘Sua Excelência’ é usado quando a pessoa destinada ao termo está

Exemplo:

sendo citada. O bolo que você fez estava muito bom. Por exemplo:

O bolo o qual você fez estava muito bom.

“Sua Excelência estava de mau humor hoje”.

Exemplo:

Os verbos e os pronomes sempre estarão concordando na terceira pessoa do

Aquele é o garoto que eu conheci.

singular, não importando se “sua” ou “vossa” é utilizado, também lembrando

Aquele é o garoto o qual eu conheci.

o gênero especificado para formar uma sentença – a concordância de gênero será dada através do adjetivo.

Abreviações:

Exemplo:

Já o pronome “onde” sempre será relacionado a um lugar.

Senhor

mim, comigo

Vossa Alteza

V.A.

Eu fui para uma festa onde todos dançavam.

Senhora

Sr.

Vossa Santidade

V.S.

Quero viajar para um lugar onde eu consiga descansar.

Srª.

ele, si, consigo

V. Ve.mª

Vossa Senhoria

V.Sª

Vossa Reverendíssima

V.mag.ª V.M.

Vossa Excelência

V.Exª

Vossa Magnificência

Vossa Eminência

V.Em

Vossa Majestade

Nota-se que o restante, a explicação, está caracterizando um elemento. No exemplo acima a parte “onde eu consiga descansar” está caracterizando “lugar”, ou seja, “onde eu consiga descansar” é uma frase/oração subordinada adjetiva. É possível perceber essa função de caracterizar em qualquer exemplo citado nessa parte do conteúdo, com qualquer pronome relativo.

22

23


Lembrando:

Eu estudei com a irmã de José, que trabalha no hospital.

uma oração subordinada é aquela que, sozinha, é incompleta. A oração subordinada necessita de uma oração principal para ter

Nessa sentença uma confusão é gerada e não é possível saber com certeza

sentido, ela conversa com a oração anterior.

quem trabalha no hospital, se é José ou se é a irmã.

Cada pronome relativo não tem uma função única, é possível usar que, quem, qual, onde em funções similares sem mudar o sentido da oração. Por exemplo, pode-se substituir o pronome relativo “onde”, utilizado na frase acima, pelo pronome “que”: Quero viajar para um lugar que eu consiga descansar. Percebe-se que o sentido da frase não foi alterado. Para falar de lugares, tanto os pronomes que, qual e onde podem ser utilizados. No caso de coisas e seres, os pronomes que e qual. Quando nos referimos a pessoas, podem ser utilizados os pronomes que, quem e qual.

O pronome relativo “quem” sempre será direcionado a pessoas e sempre será utilizado juntamente com uma preposição.

Por exemplo: Ela é a garota com quem eu estava ontem.

O pronome “qual” tem função de especificar um elemento entre outros citados.

O pronome “cujo” sempre estará presente entre dois substantivos e estará se referindo a pessoas. Exemplo: Esse é o escritor (pessoa) de cujos livros eu gosto muito. Para utilizar o cujo de maneira correta, é preciso posicionar na oração os seguintes elementos: 1. Posse 2. Concordância 3. Regência. A posse se refere, logicamente, a algo que pertence a alguém ou algum lugar, no exemplo citado acima os livros são do determinado autor. A concordância estabelece relação com o substantivo em gênero e número, seria incorreto dizer “cujo livros” ou “cujas livros”. Também é preciso entender que determinantes (o, a, os, as etc) não são uti-

Exemplo:

lizados juntamente com o pronome “cujo”, pois já estão inclusos nele. Não Eu estudei com a irmã de José, a qual trabalha no hospital.

É possível entender que quem trabalha no hospital é a irmã de José. Se o pronome acima fosse substituído por “que” uma ambigüidade seria criada, veja: 24

PRONOME RELATIVO CUJO

seria correto dizer “cujos os livros” ou “cujo os livros”. É preciso também já saber qual será o verbo adequado, é preciso saber a regência utilizada, para que haja correto uso da preposição. Quem gosta, gosta de algo – “de” é a preposição. 25


Exemplo:

“Onde” é o pronome relativo e ele se relaciona com “lugar”, ele concorda com “lugar”. Este é o médico de cujo nome eu me esqueci. Outro exemplo:

O nome pertence ao médico, ou seja, existe o elemento de posse. “Cujo” está concordando com “nome” em gênero e número, então está colo-

A comida que eu fiz está saborosa.

cado de maneira correta. “Que” concorda e se relaciona com “comida”. Quem esquece, esquece de algo, de alguma coisa. Sabendo disso a preposição é posta em seu devido lugar.

O professor com quem tive uma conversa não está aqui no momento. “Quem” concorda e se relaciona com “professor”.

Exemplo: O segredo do pronome relativo “cujo” está na concentração, está na atenção Este é o cantor cujo CD eu quero.

no momento de formular sua frase.

O CD é de tal cantor, posse foi identificada.

Pessoas são vistas com a intenção de maquiar a fala, querendo acrescentar

“Cujo” se refere a “CD” e existe concordância.

a norma culta de alguma maneira, mas por causa da falta de planejamento acabam cometendo erros.

Quem quer, quer algo. “Querer” é um verbo que não demanda preposição.

PRONOMES DEMONSTRATIVOS

Exemplo: Este é o garoto cujo carro eu comprei. Podemos encontrar todos os elementos pedidos neste exemplo. O verbo “comprar”, assim como “querer”, não pede preposição. Um adendo: verbos que não necessitam de preposição são chamados de verbos transitivos diretos. Lembrando: todo pronome relativo conversa, tem relação, com um elemento apresentado na oração. No caso do exemplo acima “cujo” conversa com “CD”.

Os pronomes demonstrativos têm a função de especificar o espaço e tempo, marcando sua posição. Não se esqueça que os pronomes também concordam com gênero e número (este → esta. Estes → estas.) Eles são: este, esse, aquele, o, a, tal, o mesmo, o outro, tal e próprio com suas variações e isto, isso e aquilo que são invariáveis e geralmente relacionados a um elemento citado anteriormente. Deve-se falar “este carro é bonito” se o carro estiver perto daquele que fala, “esse carro é bem caro” se o carro estiver longe, ou não ao lado, de quem fala.

Exemplo: O lugar onde eu moro é bem bonito. 26

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ESTE, ESSE e AQUELE Na relação espacial: Usa-se o pronome demonstrativo “este” para especificar algo que está perto de quem fala.

Na relação temporal: A relação temporal dos pronomes demonstrativos tem ligação direta com o passado, o presente e o futuro – para cada tempo um pronome é utilizado. Quando alguém se refere ao tempo presente, o pronome “este” é utilizado. Exemplo: Esta semana eu vou malhar todos os dias.

Exemplo: Este é o meu celular – Diz o menino com o celular em mãos. Já “esse” é utilizado quando o objeto/pessoa a qual me refiro está perto da-

Se o tempo referido é o futuro, o pronome adequado é “esse”. Exemplo:

quele que estou conversando. Exemplo:

Nessa (em+essa) semana eu irei malhar todos os dias. O pronome demonstrativo “esse” também é utilizado para se referir a um

Esse é o seu celular – Diz o menino, olhando para o celular que está nas mãos do colega.

passado próximo. Exemplo:

“Aquele” é o pronome utilizado para demonstrar algo que está longe do fa-

Nesse ano (que passou) muitas pessoas ficaram desempregadas.

lante (no caso dos exemplos, o falante é o menino) e o ouvinte (o colega).

Já o pronome “aquele” é usado para citarmos um passado mais distante, que

Exemplo:

está bem longe do tempo presente. Aquele celular não é nosso – Diz o menino, apontando para o celular que está nas mãos de outra pessoa, distante deles.

Quando “este” é usado, já está incluído no sentido que objeto (ou a pessoa) referido está perto de quem fala, da mesma forma que já é percebida a distancia quando “esse” e “aquele” são utilizados. Se alguém diz “este livro é meu” sabe-se que o livro está perto da pessoa. Este → Aqui Esse → Aí Aquele → Lá 28

Exemplo: Aquela época que era boa. Perceba que os tempos verbais, utilizados nas orações, estão conectados corretamente ao tempo selecionado. Relação textual: Tem relação com os elementos citados no texto. Se existem apenas dois elementos, os pronomes “este” e “aquele” serão usados, se existir um terceiro elemento, aquele encaixado no meio será “esse”.

29


Exemplo:

Exemplo: Este é João e aquele é Sérgio.

Comprarei uma boneca para minha sobrinha. Comprá-la-ei para minha sobrinha.

Exemplo: 3ª Relação/Próclise: Este é João, esse é Gustavo e aquele é Sérgio.

A Próclise acontece quando há uma condição atrativa que conduz essa atratividade obrigatoriamente – os casos de próclise.

COLOCAÇÃO PRONOMINAL

Condições atrativas obrigatórias/Casos de próclise:

Palavras negativas

A colocação pronominal é a posição do pronome oblíquo em relação ao verbo. Exemplo: Não se deve pisar na grama. Lembrando: pronomes oblíquos são aqueles que cumprem papel de complemen-

Advérbios.

tar uma oração, são eles: me, te, se, o, a, lhe, nos, vos, os, as, lhes. Lembrando: A colocação pronominal pode se estruturar em três relações: ênclise, mesó-

advérbios são elementos modificadores – de verbos, adjetivos e

clise e próclise.

até advérbios - que exprimem circunstancias de tempo, modo, lugar, qualidade etc.

1ª Relação/Ênclise: Exemplo: Ela simplesmente se esqueceu.

A estrutura que compõe a oração possui o esqueleto VERBO + PRONOME se não existir uma condição atrativa. Resumindo: qualquer palavra colocada antes do verbo é uma condição atra-

Conjunção subordinativa (que, quando, como, embora se, para que).

tiva, pois o pronome será atraído e assim posicionado antes do verbo. Exemplo: Comerei quando me der vontade. Exemplo: Pronomes relativos(1), indefinidos(2) e interrogativos(3). Comprei uma boneca para minha sobrinha. Comprei-a para minha sobrinha. 2ª Relação/Mesóclise:

Exemplo1: A Disney é um lugar para onde se viaja sem preocupações. Exemplo2: Alguém me disse que ela mora aqui.

Essa é uma variação da primeira relação, onde o verbo é colocado no futuro. O esqueleto torna-se VERBO + PRONOME + VERBO (não existindo condi-

Exemplo3: Como se faz isso?

ção atrativa). 30

31


Orações iniciadas por palavras exclamativas.

Exemplo: O pai teria levado-o para a festa.

Exemplo: Que Deus o tenha! •

O correto seria: O pai teria o levado para a festa.

Em + Gerúndio.

Lembrando: a construção do particípio se faz pelo final –ADO e –IDO

Exemplo: Em se falando das teorias... Lembrando: Os casos de Próclise se definem de palavras, que se colocam antes do verbo, que são obrigatórias, que não são facultativas – ou seja, a presença de tal palavra é fundamental para o entendimento da sentença, não é opcional.

Pronome oblíquo átono depois do particípio:

Ex: Falado, comido etc. Existem casos facultativos de colocação nominal, ou seja, que o pronome pode variar de lugar e, mesmo assim, a oração estará correta.

Quando a palavra anterior ao verbo é um pronome pessoal do caso reto, porque esses pronomes não são atrativos. Lembrando

COLOCAÇÃO NOMINAL

dos pronomes pessoais do caso reto: eu, tu, ele, nós, vós, eles.

Existe na Língua Portuguesa o que é chamado de adequado e inadequado,

Exemplo: Ela o abraça. Ela abraça-o. Ambas formas estão cor-

esses termos são usados para definir em que momento o uso da norma culta

retas nesse exemplo.

é essencial e em que momento não é.

verbais onde a atratividade não acontece obrigatoriamente:

Normalmente a norma culta não é usada, não é essencial, na linguagem falada, em textos informais, histórias em primeira pessoa, mas em todo o conteúdo

Exemplo: Viemos aqui para te ajudar/ Viemos aqui ajudar-te.

expresso nessa apostila o adequado, e o que deve ser aprendido, é a norma culta – por isso existirão frases faladas, mas que na norma culta estão erradas.

bo, mas isso não é obrigatório, se a atração não acontecer a oração ainda

Iniciar uma oração com pronome oblíquo átono.

estará correta.

Exemplo: Me faz um favor? O correto seria: Faz-me um favor?

Ênclise com verbo no futuro. Exemplo: A boneca? Comprarei-a para você amanhã.

Em construções com tempo composto, em que exista uma palavra atrativa, a atração pode acontecer e o pronome se posicionar anterior ao ver-

Não é aceito perante a norma culta:

Isso também acontece quando, em certos casos, existem duas estruturas

Exemplo: Queremos não o influenciar/ Queremos não influenciá-lo.

Onde existe uma locução verbal, a colocação do pronome acontece por escolha.

O correto seria: A boneca? Comprá-la ei para você amanhã. 32

33


Locução verbal: a combinação entre um verbo que é chamado de auxiliar (ter, haver, ser, ir, ficar etc) e um verbo no infinito, gerúndio ou particípio. Exemplo: Ela vai me ajudar / Ela vai ajudar-me.

ue03 Verbos

O verbo “ir” é um verbo auxiliar, “me” é o pronome (e, como é possível perceber, está correto colocado antes ou depois do verbo) e ajudar é o verbo principal, que está no infinitivo.

Classificação Pode-se dizer que o verbo é a classe mais importante da Língua Portuguesa. É com ele que expressamos ação, que é o coração de qualquer frase. É praticamente impossível encontrar uma frase que não possua um verbo sem antes pensar muito. Os verbos são classificados em regulares, irregulares, anômalos, defectivos, abundantes, auxiliares e pronominais. Os verbos regulares não sofrem alteração no radical, ou seja, em sua raiz. Estão grifados os radicais dos seguintes verbos: amar, comer, gostar, assistir. Note como o radical não muda quando o verbo é conjugado: Eu

amo

Nós

amamos

amas

Vós

amais

Tu

Ele ama Eles amam Mas as mudanças ocorrem nos verbos irregulares, o radical desses verbos é modificado. Exemplos: fazer (eu faço, eu fiz); dizer (eu digo, eu disse, eu direi). Os verbos anômalos possuem mudanças muito marcantes no decorrer de suas conjugações. Essa mudança é facilmente percebida na conjugação do verbo ir, por exemplo. 34

35


Já os pronominais possuem esse nome justamente porque os prono Eu

vou

Nós

vamos

mes pessoais átonos se fundem com o verbo. Como por exemplo: suici-

vais

Vós

ides

dar-se, apiedar-se, queixar-se, orgulhar-se, apaixonar-se, arrepender-se,

Tu

Ele vai Eles vão

queixar-se etc.

O verbo “vir” e o verbo “ser” também são anômalos.

Exemplo:

As mudanças, que afetam verbos irregulares e verbos anômalos, não ocorrem apenas no tempo presente, mas também em todos os outros. Os verbos defectivos não são conjugados por todas as pessoas em todos os modos. Por exemplo, não existe a conjugação para o pronome “eu” no verbo colorir. Não existe “eu coloro”, mas existe no passado “eu colori”. Outros exemplos de verbos defectivos: adequar (que é conjugado erroneamente da linguagem falada), falir, reaver, abolir, banir, ruir, demolir, punir, feder, esculpir etc. Com os verbos abundantes acontece justamente o oposto, esses verbos possuem mais de uma conjugação para a mesma flexão. Exemplo: O cartaz está fixado na parede O cartaz está fixo na parede. Outros exemplos de verbos abundantes: fritar (fritado/frito); limpar (limpado/limpo); aceitar (aceitado/aceito); acender (acendido/aceso); entregar (entregado/entregue) etc. Os verbos auxiliares já foram citados antes. São verbos que não expressam a ação principal de uma oração, eles se juntam ao verbo para ampliar seu significado (por exemplo o verbo ter, haver, ser, estar ir, etc). Exemplo: Eu estou indo. Eu vou te ajudar. 36

Ela vai se suicidar/Ela vai suicidar-se. Eu vou me pentear/ Eu vou pentear-me. Esses verbos necessitam dos pronomes pessoais átonos para estarem completos na estrutura da oração. Os verbos se dividem em três terminações, e cada uma se conjuga de uma forma, são elas: -AR (primeira terminação, como amar, gostar, falar etc) –ER (comer, beber, correr etc) –IR (rir, assistir, etc). Os verbos são flexionados em pessoa (eu, tu ele, nós, vós, eles), número (singular e plural), tempo (presente, passado e futuro) e modo (indicativo, subjuntivo e imperativo).

CONJUGAÇÃO Como já citado anteriormente, os verbos se dividem em três modos: indicativo, subjuntivo e imperativo. É preciso saber que o modo indicativo expressa uma certeza, um fato. O subjuntivo depende de uma hipótese, de uma possibilidade. Já o imperativo, como o próprio nome já sugere, demanda um favor ou uma ordem. Os tempos simples do indicativo são: presente, pretérito (passado) e o futuro. Conjugamos no presente os verbos que queremos posicionar no momento que a ação (expressa pelo verbo) está acontecendo. Exemplos: eu assisto, ele canta, tu choras, nós jogamos etc. 37


Existem três modalidades no pretérito, são elas:

Exemplo: Para que eu faça o bolo, preciso dos ingredientes certos.

Pretérito Perfeito: Quando uma ação foi concluída no passado. Pretérito Imperfeito: Ação que poderia ter sido realizada no passado, Exemplo: eu comi o bolo. Pretérito Imperfeito: Ações não concluídas. O pretérito imperfeito tam-

mas foi impedida por algo ou alguém. Exemplo: Se eu fosse atrás dela, eu poderia me perder.

bém é utilizado para se referir a um costume deixado para trás. Futuro: Não é certo, o futuro do subjuntivo expressa algo que poderá, ou Por exemplo: Eu brincava muito na rua quando eu era criança. Pretérito Mais que Perfeito: Fatos concluídos que ocorreram antes de

não, acontecer. Tem o valor de possibilidade. Exemplo: Quando eu ficar rica, vou comprar muitos vestidos.

outro fato também concluído. Esses são os tempos simples, os tempos compostos pedem mais que um Exemplo: Ele estudara (que pode ser substituído por “ele tinha

verbo em sua composição. Os tempos compostos do indicativo são preté-

estudado) até o momento em que dormiu.

rito, e futuro.

Nota-se que nesse exemplo o ‘estudara’ (estudar) aconteceu antes do ‘dor-

O pretérito se divide em:

miu’ (dormir), mas que também está no passado.

Pretérito Perfeito, por exemplo: Eu tenha feito muitas coisas ultimamente.

Ele dormiu → um fato concluído no passo. Ele estudara → fato concluído an-

Pretérito Mais que Perfeito: Eu tinha/havia feito muitas coisas legais.

tes de “dormiu”. Note a presença de ambos os verbos (tinha e feito) para dar o sentido ideal O futuro também se separa em duas modalidades:

para a frase.

Futuro do Presente: Indica ações que irão ocorrer, fatos que acontecem após a fala, ou seja, no futuro.

Existe também duas formas de futuro, que são: Futuro do Presente: Eu terei/haverei feito o bolo até você chegar.

Exemplo: Eu estudarei. Futuro do Pretérito: Eu teria/haveria feito o bolo, mas não tinha os inFuturo do Pretérito: Indica uma ação futura que depende de outro ele-

gredientes.

mento que está relacionado ao passado. Exemplo: Note que a conjugação acontece no primeiro verbo (“terei”, “teria”). No Eu cozinharia para você, se você não tivesse me deixado magoada.

tempo composto as formas usadas para os verbos principais são: infinitivo, gerúndio ou particípio. No caso dos exemplos acima, os verbos estão

Os tempos simples do subjuntivo são: presente, pretérito imperfeito e futuro.

no particípio.

Presente: Tem sentido de fato duvidoso que pode, ou não, ocorrer. 38

39


Os tempos compostos do subjuntivo se dividem em: pretérito (perfeito

Ou seja, não é possível seguir as mesmas regras citadas acima.

e mais que perfeito) e futuro. Exemplo de verbo no Pretérito Perfeito: Que eu tenha/haja feito muitas coisas boas. Exemplo de verbo no Pretérito Mais que Perfeito: Se eu tivesse/ houvesse feito mais... Lembrando: “SEJE” não existe! Exemplo: Sejamos profissionais melhores.

VOZES VERBAIS FORMAÇÃO DO IMPERATIVO

As vozes verbais estabelecem a separação de quem realiza uma ação e quem recebe tal ação – ou ambos.

O imperativo é modo verbal utilizado para expressar uma ordem ou um pedido. Essas vozes refletem a importância de um elemento dentro da oração – se Existe o modo imperativo na forma afirmativa e negativa. Na afirmativa os

o mais importante é quem fez uma coisa, ou se o mais importante é a coisa

pronomes “tu” e “vós” suspendem o S na conjugação.

que foi feita.

Exemplo: Tu cantas -> canta Vós cantais -> cantai. O restante (você, nós, vocês) vem do presente do subjuntivo. Ex: Façam! (Quem

Existem três vozes verbais: voz ativa, voz passiva e voz reflexiva. A voz ativa, como é possível entender pelo nome, é aquele que realiza a ação.

“façam”? Vocês. O pronome de tratamento você e vocês substitui o ele e eles) Exemplo: Eu fiz um bolo. Na negativa os verbos descendem do presente do subjuntivo (em todos os pronomes) com o “não” adicionado. Exemplo: Não faça isso!

Quem fez? Eu. Ou seja, “eu” é o sujeito ativo/agente da oração. Observação: no exemplo acima o verbo “fazer” é um verbo transitivo direto e “um bolo” é o objeto direto. Quem faz, faz algo. Se

Atenção para o verbo SER

fosse dito apenas “eu fiz” surgiria a questão “fez o quê?” direcionando para a resposta: “um bolo”.

O verbo ser é anômalo, um verbo cuja conjugação muda radicalmente. 40

41


Na voz passiva o sujeito, também como sugere o nome, é paciente. Ele

No exemplo acima o sujeito “eu” realizou e sofreu a ação. Veja outro exemplo

recebe a ação.

onde a mesma situação acontece:

Exemplo: O bolo foi feito por mim. No primeiro exemplo, na voz ativa, a pessoa está atribuindo importância para si mesma – “eu fiz”. Enquanto na voz passiva, o elemento de maior importância é o bolo.

Exemplo: Eles perderam-se. Transposição da voz ativa para a voz passiva: É necessário saber fazer a mudança da voz ativa para a voz passiva (analítica e sintética) e também o contrário, segue o esquema para auxiliar a transposição:

A voz passiva é separada em duas estruturas: analítica e sintética. A forma analítica pode ser representada pelo exemplo acima, ela é composta de: sujeito paciente (o bolo), verbo auxiliar ser ou estar (foi, no passado) verbo prin-

Ativa

sujeito agente

cipal indicando a ação no particípio (feito) e o agente da passiva (por mim). Exemplo: O brinquedo foi amado pela criança.

As alunas

exigiram

a presença da professora

V.T.D

O.D.

Passiva → A presença da professora analitica sujeito paciente

Passiva → sintética A forma sintética é formada por: verbo transitivo direto, pronome “se”

foi

exigida

verbo verbo auxiliar principal (ser) (particípio)

pelas alunas agente da passiva

Exigiu

-se

a presença da professora

Verbo sintetizado

partícula apassivadora

sujeito paciente

(partícula apassivadora) e sujeito paciente. Nessa forma estrutura, o agente da passiva é substituído pelo “se”. Observe a frase: os bolos foram feitos por Maria.

É preciso lembrar que, para a transposição da voz ativa para a voz passiva, é necessário um objeto direto, pois ele vai se tornar o sujeito paciente da voz passiva.

Nessa forma, nota-se que o elemento de maior importância não é quem realizou a ação, mas sim o que foi feito – os bolos. Então é possível substituir o agente da passiva (por Maria) pelo pronome apassivador se. Modificando a frase para: Fizeram-se os bolos. Já na voz reflexiva, o sujeito pratica e sofre a ação. Em termos gramaticais o sujeito é agente e paciente. Exemplo: Eu me machuquei. 42

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é encontrar o sujeito e, para isso, necessário “perguntar” quem ou o que para

ue04

o verbo presente na oração, da seguinte forma:

Concordância Verbal

temos como opção duas variações do verbo ocorrer, quais sejam, ocorreu

______ nos meses de agosto e setembro várias manifestações públicas, e ocorreram. Aqui, temos que observar que, para descobrir qual variação do verbo utilizar, devemos perguntar o que ocorreu. No caso, o verbo remete ao

INTRODUÇÃO A partir desta aula, inicia-se o estudo de estrutura de sintaxe e, dentro deste tema, ainda falando de verbo, passamos ao estudo de concordância verbal. Concordância é o modo pelo qual as palavras alteram suas terminações para se acomodarem a outras palavras. Já a concordância verbal é a relação de hierarquia que existe de submissão de verbo ao sujeito, ou seja, o sujeito quem manda na variação do verbo. Assim, a própria posição do verbo, pode interferir na sua concordância. Portanto, saber das formas como o verbo pode se apresentar, é uma das condições básicas de qualquer concurso, vez que a referida disciplina está constantemente presente nos editais dos concursos nacionais. A regra básica da concordância verbal é o verbo concordar em número (singular e plural) e pessoa (primeira, segunda e terceira) com o sujeito da frase. Os agentes principais desse processo são representados pelo sujeito, que funciona como subordinante; e o verbo, o qual desempenha a função de subordinado. Neste passo, importante a identificação dos conceitos de verbo e sujeito. O primeiro, se trata de uma palavra que indica um fato localizando-o no tempo, enquanto que o segundo é o termo de uma frase sobre o qual se declara algo. Para resolução de questões acerca de concordância verbal, o primeiro passo 44

núcleo “manifestações”. Desta forma, identificado o núcleo do sujeito e que este está no plural, deve ser colocada a variação do verbo “ocorrer” no plural, devendo a lacuna ser preenchida com “ocorreram”. Neste ponto, em se tratando de sujeito simples (apena um núcleo), observamos a primeira regra geral acerca da concordância verbal: o verbo concorda com o núcleo do sujeito em número e pessoa. Entretanto, em se tratando de sujeito composto (dois ou mais núcleos), existem duas formas de concordância verbal, senão vejamos: Na frase: O professor e o diretor __________ a estudante (conheceu/conheceram), temos dois sujeitos (professor e diretor) que praticaram a ação, portanto, estando o verbo após o sujeito composto, ele irá concordar com o plural do sujeito. Já na frase: __________ o exame o enfermeiro e o médico de plantão (realizou/realizaram), o verbo se apresenta antes do sujeito. Neste ponto, em se tratando de sujeito composto e estando o verbo antes deste, a regra geral nos dias que podemos utilizar o verbo tanto no plural, quanto concordando com o núcleo mais próximo, ficando o verbo, portanto, no singular. Aqui, importante destacar que caso ambos os núcleos se apresentem na forma de plural, obrigatoriamente o verbo deverá se apresentar no plural. 45


Conclui-se, portanto, que o sujeito simples, o verbo sempre vai acompanhar

Substituindo o sujeito para o plural, passa para a seguinte forma:

o núcleo, não importando a posição em que se encontra. Observam-se, todos os dias, as manifestações dos descontentes. Já no que se refere ao sujeito composto, deve-se redobrar a atenção, pois o examinador poderá propor na prova a inversão da posição do verbo e modificar,

Quando temos o verbo transitivo indireto, em conjunto com a partícula se,

portanto, a concordância verbal, abrindo as duas possibilidades anteriormente

somado ao termos preposicionado (objeto indireto) = sujeito indetermina-

expostas, quais seja, concordância do verbo no plural ou acompanhamento do

do. Portanto o verbo será sempre trabalhado na terceira pessoa do singular.

núcleo mais próximo, estando ambas as formas de acordo com a norma.

Senão vejamos:

______-se de homens honestos (precisar)

CONCORDÂNCIA: VOZ PASSIVA SINTÉTICA Após análise inicial, aprendemos que o verbo pode flexionar-se em relação ao modo, ao tempo, ao número e à pessoa, entretanto, também pode se flexionar quanto à voz. A flexão da voz, indica a relação que o sujeito mantém com a ação verbal. Quando o sujeito realiza a ação, ele é considerado agente, portanto, voz ativa. O contrário ocorre quando falamos de voz passiva, a qual é definida como aquela em que o sujeito da oração sofre ou recebe a ação ao invés de praticá-la.

______-se de todas as opiniões (discordar) Em ambos os casos, o verbo se apresenta como transitivo indireto. Desta forma, utilizaremos o verbo sempre em terceira pessoa, ficando os verbos como precisa-se e discorda-se, respectivamente. No exposto, vimos dois elementos ligados a partícula se e sua colocação. Assim, deve-se sempre observar a voz passiva sintética e o sujeito indeterminado, pois a partir desses dois elementos, se conseguirá responder as questões propostas pelo examinador.

A voz passiva pode se dividir em analítica ou sintética, sendo a primeira aquela que se expressa mediante um verbo auxiliar (ser ou estar), seguido de um particípio, enquanto que a segunda se utiliza do pronome apassivador

VERBO HAVER

se no lugar do verbo auxiliar. Neste caso, como veremos, o verbo principal é

conjugado na voz ativa, na mesma forma em que conjugado o verbo auxiliar,

É comum observarmos vários erros quando da aplicação do verbo haver,

que é retirado dando lugar ao pronome se.

vez que a concordância deste sempre causa dúvidas.

Assim, toda vez que tivermos um verbo transitivo direto, + partícula SE (pro-

Aqui, importante saber que quando o verbo haver for utilizado no sentido de

nome) + Sujeito = voz passiva sintética.

existir, ocorrer e acontecer, sempre será um verbo impessoal. Isso significa que não tenho um sujeito, ficando o verbo sempre na terceira pessoa do singular.

Dentro deste contexto, o verbo fica no singular, se o sujeito for singular e se o sujeito for plural, acompanha o plural, conforme a seguir:

Isso ocorre pois o verbo haver é um verbo transitivo direito, enquanto que os verbos existir, ocorrer e acontecer são verbos intransitivos. Desta forma,

Observa-se, todos os dias, a manifestação dos descontentes. 46

o verbo haver possui um objeto direto, enquanto os demais terão um sujeito. 47


Quando realizo esta troca, importante entender que o objeto direto do verbo haver vai se transformar no sujeito dos verbos existir, ocorrer e acontecer. Assim, teremos sempre a ideia de que se o objeto direto está no plural, os verbos sofrerão alteração. Senão vejamos: Existirão, no futuro, homens revoltados com suas próprias promessas. Neste caso, o sujeito se apresenta-se no plural. Quando a substituição para o verbo haver ocorrer, o sujeito não mais interferirá na forma do verbo haver, devendo este, portanto, ficar em sua forma no singular, da seguinte forma: Haverá, no futuro, homens revoltados com suas próprias promessas. Observa-se, ainda, que o verbo haver no sentido pessoal conjuga-se normalmente, vejamos: Há de ser um professor Hão de ser heróis Podemos utilizar o verbo haver também no sentido de comportar-se, proceder, sair, da seguinte forma: Eles de houveram bem nas olimpíadas de verão Há aplicação no sentido de ajustar, entender-se: Se ele não ganhar, vai se haver comigo Por fim, observamos sua aplicação no sentido de pensar, achar conveniente, julgar: Assim, houveram por bem dar um fim na conversa.

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VERBO FAZER O verbo fazer, é constantemente utilizado como sinônimo dos verbos realizar, executar e, nesses sentidos, não há confusão quando da concordância. O contrário ocorre quando sua aplicação ocorre para indicar tempo, caso em que gera muitas dúvidas e constantes erros gramaticais. Quando o verbo fazer indicar tempo decorrido, ele também vai ser um verbo impessoal, razão pela qual também teremos um sujeito inexistente, devendo o verbo permanecer sempre na terceira pessoa do singular, ou seja, não há um sujeito que concorde com ele, portanto, a ação que ele exprime não pode ser atribuída a nenhuma pessoa gramatical. Vejamos: Faz dois anos que não trabalho Deve fazer três anos que comprei minha casa Da mesma forma ocorre quando o verbo fazer indica fenômeno da natureza, tais como chover, nevar, garoar, ventar. Cumpre observar, ainda, que em locuções verbais, estando o verbo fazer na função de verbo impessoal, o verbo auxiliar também assume a forma impessoal. Vai fazer três anos que eu não o vejo [assim como fazer, a forma verbal vai, que é auxiliar, permanece impessoal] Pode fazer mil anos, eu nunca vou esquecê-lo Mas quando o verbo fazer exprime a ideia de completar idade, aniversariar, o verbo será pessoal e variará, da seguinte forma: Minhas irmãs gêmeas farão 15 anos na próxima semana Ela fez 20 anos ontem

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Com o fim de definir o que foi exposto em aula, segue o seguinte exemplo:

Ontem foi 1º de abril Ontem foi/foram 10 de abril (neste caso, concorda com o dia 10

Até o meio dia e meia deste domingo, já haviam participado

ou com o numeral 10, razão do plural)

das primeiras competições paraolímpicas cerca de 40% dos atle-

Já é meio dia

tas inscritos. Desse grupo, muitos são atletas sul-americanos que

Daqui a Campinas/SP são 80 quilômetros

faz, semanas, vêm treinando no país-sede UM DOS QUE/UMA DA QUE

VERBO SER

O uso da expressão um dos seguido do pronome relativo que causa sempre muitas dúvidas quando de sua aplicação, vez que não se sabe se o verbo fica no singular ou no plural.

Em relação ao verbo ser, devemos reservar um estudo particular a este no que diz respeito à concordância, vez que, tendo em vista a regra geral de que

Pois bem. O pronome relativo que retoma sempre o antecedente e, por este

o verbo sempre concorda com o sujeito, no que tange ao verbo em questão,

motivo, há a aceitação tanto no singular quando no plural, dependendo da

muitas vezes a concordância se dá com o predicativo.

ênfase a ser dada na frase. Vejamos:

Desta forma, passamos a estudar os casos que norteiam essa ocorrência lin-

Na frase: Marcos foi um dos que lutaram para que houvesse paz, nota-se

guística:

que a intenção é dizer que Marcos foi um dentre muitos que existiram.

Quando o sujeito é representado por tudo, isso, aquilo, isto a concordân-

Agora, se o objetivo é dar ênfase à Marcos, por achar que este se destacou

cia com o verbo ser normalmente se efetiva com o predicativo expresso

dentre muitos, a frase passa a ser: Marcos foi um dos que lutou para que

no plural:

houvesse paz.

Tudo são flores

Ou seja, quando da frase no plural, foram inclusos todos aqueles que possu-

Aquilo eram frutas cultivadas

íam mesma meta e todos se igualavam, enquanto que na segunda frase, no singular, a referência passa a ser o sujeito que dentre muitos, lutou mais do

Quando o sujeito ou predicativo é constituído por um nome de pessoa ou

que todos.

pronome pessoal, a concordância sempre se dará com a pessoa gramatical, da seguinte forma:

Ou seja, quando presente as expressões que aqui são objeto de estudo, podemos concordar o verbo com ambas as expressões, quais sejam: um(a) dos

Beatriz era só tristeza

(as), podendo se apresentar tanto no singular, quando no plural. Veja:

A esperança somos nós.

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O palmeiras é um dos times que mais ganhou/ganharam títuQuando o verbo ser vem como determinação de hora, data e distância,

los no futebol

ele concorda com a expressão numérica que as indica. Exemplos:

Essa equipe é uma das que conquistou/conquistaram o mundial. 51


Observação: •

Quando a expressão tiver a ideia de reciprocidade:

Quando o sujeito é expressão no sentido coletivo, o verbo Mais de um competidor se cumprimentaram com espanto.

sempre vem no singular.

Mais de uma irmã se abraçaram e comemoraram juntas. •

Já quando o sujeito é expressão de sentido coletivo, com adObservação: Quando for utilizada a expressão “menos de dois”

junto no plural, o verbo fica no singular ou no plural.

ou outra que indique quantidade aproximada (cerca de, perto de, etc) e esta seja seguida de um numeral, sempre utilizaremos o

Exemplos:

verbo em sua forma plural. A maioria conseguiu trabalho A maioria dos estudantes conseguiu/conseguiram aprovação

Exemplo:

Em uma manhã muito fria, uma porção de meninas jogavam/ jogava vôlei

Menos de dois alunos foram reprovados Perto de 300 mil pessoas foram ouvir a música.

MAIS DE UM: Quando o sujeito apresenta-se como a expressão mais de um, seguida de um substantivo, o verbo deverá sempre vir em sua forma singular.

NOME PRÓPRIO NO PLURAL: Como exaustivamente explicitado, na regra geral da concordância verbal, sempre se preza pela harmonia entre o substantivo e o verbo. Desta forma,

Por mais que pareça estranho, o verbo deverá sempre vir no singular. Vejamos:

se o nome estiver no plural, o verbo também estará.

Mais de um paraquedista já perdeu a vida em saltos livres

Entretanto, como existem diversas exceções, também há a exceção da con-

É notório que mais de um deputado recebeu a propina

cordância com nomes próprios, que sempre são escritos no plural.

Mais de um cineasta realizou este filme Mais de uma greve está por vir na educação

É comum que as pessoas coloquem o verbo imediatamente no plural quando

o nome próprio está no plural mas, neste caso, de rigor observar como se

No entanto, há duas exceções, nas quais o verbo se apresentará em sua

apresenta o artigo, pois é ele quem determinará como o verbo irá concor-

forma plural:

dar, já que, sem o artigo, a regra diz que o verbo virá no singular.

Assim, para memorizar, devemos pensar da seguinte forma:

Quando a expressão de repetir na oração: Mais de um pai, mais de um marido, desapareceram Mais de um funcionário e mais de um estagiário tiraram férias este mês.

• • •

Nome próprio no plural sem artigo → verbo no singular; Nome próprio no plural com artigo no plural → verbo no plural; Quando o nome próprio no plural é título de uma obra literária → verbo no singular ou no plural.

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SUJEITO INTERLIGADO POR OU

FORMA VERBAL Toda vez que temos a expressão que, o verbo irá concordar coma expressão

Quando temos um sujeito interligado pela expressão ou, o verbo irá concor-

antecedente.

dar com o núcleo mais próximo se indicar exclusão ou retificação, ou seja, irá ficar na forma singular.

Exemplo:

De outro passo, o verbo se apresenta na forma plural se a expressão ou

Não fui EU que fiz este trabalho

indicar adição.

Não foste TU que fizeste este trabalho Não foi ELE que fez este trabalho Não fomos NÓS que fizemos este trabalho

Exemplos:

Não fostes VÓS que fizestes este trabalho Não foram ELES que fizeram este trabalho

O Palmeiras ou o Santos ganhará o campeonato mundial Salvador ou São Paulo são lugares onde se come bem QUEM: SUJEITO ORACIONAL

Quando eu tenho a expressão QUEM, o verbo continua concordando com o

Neste caso, quando o sujeito vem representado por uma oração, estamos fa-

antecedente, ou com a própria expressão.

lando do sujeito oracional e, portanto, o verbo sempre fica na terceira pessoa do singular.

Assim, estando o sujeito realçado pela palavra QUE, o verbo concorda em número e pessoa com o antecedente.

Para exemplificar, vejamos a frase: faltava dar os últimos retoques. Neste caso, temos duas orações, quais sejam, faltava (1ª oração, constituída por

Já quando o sujeito está representado pela expressão QUEM o verbo deverá

um verbo) e dar os últimos retoques (2ª oração – sujeito do verbo faltar).

ficar na terceira pessoa do singular ou concordar com o termo anterior ao pronome.

No caso acima, no momento em que “perguntamos” ao verbo, temos a confirmação de que a segunda oração é o sujeito da primeira, sendo, portanto, a oração dar os últimos retoques o sujeito oracional.

SUJEITO COM LOCUÇÕES PRONOMINAIS

Exemplos:

A. Algum

nós

Nenhum + de/dentre + vós + verbo

Deseja-se encontrar pessoas dispostas a trabalhar fora do país.

Qual

Desejam-se pessoas dispostas a trabalhar fora do país

Quem

eles

Convém dissolver a gelatina antes de colocar a água quente. Concluí os projetos que me convinha encaminhar

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Quando os pronomes estão no singular, o verbo fica na terceira pessoa do singular.

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B. Alguns nós

Poucos

Muitos + de/dentre + vós + verbo

Quais

Quantos

eles

ue05 Concordância Nominal

Quando os pronomes estão no plural, o verbo concordará com as expressões Nós/vós/ eles, ou vai para a terceira pessoa do plural, desde que o primeiro pronome esteja no plural VERBOS TER E VIR

A concordância nominal se baseia na relação entre um substantivo (ou pronome, ou numeral substantivo) e as palavras que a ele se ligam para carac-

Tanto os verbos TER quanto o VIR e seus compostos (deter, conter, reter,

terizá-lo (artigos, adjetivos, pronomes adjetivos, numerais adjetivos e parti-

advir, convir, intervir) funcionam da seguinte forma:

cípios). Basicamente, ocupa-se da relação entre nomes. Importante sempre identificar a quem o pronome se liga.

Pronomes no singular, concordância segue a regra da acentuação gráfica – monossílabas tônicas, só são acentuadas as terminadas em A, E, O e oxítonas terminadas em A, E, O; Quando passamos para o plural, vamos promover o verbo atribuído à acentuação do acento circunflexo. Nos verbos derivados de ter e vir, o acento ocorre obrigatoriamente, mesmo no singular. Portanto, distingue-se o plural do singular mudando o acento de agudo para circunflexo: eles detém – eles detêm.

Ela mesma notificou-me do ofício (mesmo) Foram elas próprias que me entregaram a minha mulher (próprio) Permaneciam anexas ao recibo as notas fiscais (anexo) A principal regra de concordância nominal é que um adjetivo, caracterizando um único substantivo concorda em gênero e número com esse substantivo. Exemplos:

VERBOS CRER, DAR, LER E VER (crê, dê, lê, vê):

Seus olhos castanhos olhavam-me silenciosamente

Os verbos são oxítonas, terminadas em A, E, O. Assim, quando passados

A blusa amarela é minha

para o plural, somamos a terminação EM, transformando as palavras em paroxítonas.

Ocorre, porém, alguns casos de concordância especiais, quando algumas pa-

Assim, de acordo com a regra ortográfica, tais palavras não serão acentuadas.

(variável), ora como um advérbio (invariável). Vejamos:

Ele crê – eles creem Ela lê – elas leem 56

Exemplos:

lavras variam sua classe gramatical, ora se comportando como um adjetivo

1. Quando utilizamos as expressões mesmo, próprio, anexo, quite, obrigado: concordam normalmente com o nome a que se referem em gênero e número. 57


2. Quando temos dois substantivos e um adjetivo: este último pode ficar no plural (se os gêneros forem diferentes, prevalecendo o masculino) ou concordar com o substantivo que é o mais próximo. Exemplos: Devolvi caderno e apostilas rasurados/rasuradas Devolvi caderno e apostila rasurados/rasurada 3. Quando faço a inversão das estruturas anteriores, ou seja, quando tenho um adjetivo seguido de dois substantivos, o adjetivo sempre concorda com o elemento mais próximo. Exemplos:

Exemplo: A atitude prejudicou o comércio francês e o italiano No congresso foi apresentada a teoria americana e a francesa 5. Quando temos o Pronome de Tratamento: a concordância com o pronome de tratamento ocorre sempre na terceira pessoa do singular ou do plural. 6. Quando utilizamos os termos é bom, é proibido, é necessário, a concordância se dá da seguinte forma: a) Se o sujeito vem determinado por artigo ou pronome: o predicativo concorda com ele em gênero e número;

Ela tem boa memória e talento (bom)

b) Se o sujeito não for determinado por artigo ou pronome demonstrativo: o

Ele fez ótima prova e trabalho (ótimo)

predicativo fica invariável (masculino – no singular)

Ele fez ótimos trabalhos e provas (ótimo) 7. Quando utilizamos as expressões meio, muito, bastante, Observação:

caro, barato:

Se o adjetivo se referir a nome de pessoas, o plural é OBRIGATÓRIO a) Quando as palavras são adjetivas, variam em gênero e número; 4. Quando temos um substantivo seguido de dois adjetivos, a concordância se dará da seguinte forma: a) Se o substantivo estiver no plural: Não se usa artigo antes dos adjetivos

b) Quando são advérbios, permanecem invariáveis. Exemplos: Havia bastantes razões para ele faltar

Exemplo:

Ele faltou bastantes vezes A atitude prejudicou os comércios francês e italiano

Ele andava meio preocupada com o resultado

No congresso foram apresentadas as teorias americana e francesa

Meia porta se encontrava aberta Paguei barato estas camisetas

b) Se o substantivo estiver no singular: Usa-se artigo a partir do segundo adjetivo – com paralelismo

8. Quando temos as palavras alerta e menos: essas palavras, embora atuem como adjetivos, são advérbios, permanecendo sempre invariáveis.

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Exemplos: Os cachorros ouviram barulho e ficaram alerta. Assim, há menos confusão 9. Quando temos as expressões um e outro, uma e outra, num e

ue06 Regência Verbal

noutro, numa e noutra: Neste caso, o adjetivo deve ser escrito no plural, embora ao substantivo permaneça no singular. Exemplos:

Quando se trata de regência verbal, o conteúdo se refere à relação entre os

A diretora achou um e outro funcionário cumpridores Você pôs isso numa e noutra gaveta arrumadas Por fim, a concordância nominal pode ser apresentar na forma irregular, ocorrendo a concordância mental (ou figurada) com um substantivo que não está explícito na frase, mas sim subentendido. Exemplos: Minas Gerais é encantador! (a palavra Estado está subentendida) São Paulo é linda! (a palavra Cidade está subentendida)

verbos e seus complementos, assim como suas características. O verbo é um assunto complexo e um tanto quanto polêmico na gramática da Língua Portuguesa, então para deixar esse aprendizado mais fácil, os verbos serão divididos em: sem significado e com significado. Os verbos sem significado também são chamados de verbos de ligação, possuem duas características primordiais: 1. Eles ligam o sujeito a sua característica, por isso a definição “verbos de ligação”. 2. Eles não têm o poder de modificar a estrutura de uma frase, ou seja, ela continua sendo entendida mesmo que esse verbo se ausente. Exemplos de verbos de ligação: ser, estar, ficar, permanecer, continuar etc. Ex: Eu estou cansada. Os verbos com significado, aqueles que não têm apenas a função de ligamento e que são primordiais no entendimento de uma sentença, se dividem em: transitivos e intransitivos. Os verbos intransitivos não dependem de complemento para que haja entendimento sobre a frase.

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Já os verbos transitivos diretos e indiretos vão possuir tanto um objeto Por exemplo: Ele morreu. A frase pode ser complementada, mas o entendimento está no próprio verbo.

direto quanto um objeto indireto. Exemplo: Eu dei dinheiro para o meu sobrinho.

Exemplos de verbos intransitivos: nascer, viver, cair, dormir, levantar etc. Deu o quê? Dinheiro. Para quem? Meu sobrinho. Já os verbos transitivos pedem uma continuidade para que a frase fique completa e entendível, ou seja, necessitam de complemento. Os verbos tran-

Exemplos de verbos transitivos diretos e indiretos: agradecer, devolver,

sitivos podem ser diretos, indiretos ou diretos e indiretos.

informar etc.

Transitivos diretos: responde a pergunta “o quê?”. Quem come, come

É importante analisar uma frase, e não apenas o verbo, para conseguir de-

algo ou alguma coisa; quem compra, compra algo ou alguma coisa.

terminar se o verbo é com ou sem sentido, se é transitivo direto ou indireto. Às vezes o verbo é transitivo direto em uma frase, mas em outra esse mesmo

Exemplo: Eu comi bolacha – comeu o quê? Bolacha. Neste exem-

verbo é intransitivo, dependendo do contexto.

plo, “bolacha” equivale ao objeto direto. Exemplos de verbos com sentido e sem sentido (verbos de ligação): Exemplos de verbos transitivos diretos: ler, fazer, querer, começar, perder etc. Os verbos transitivos diretos não necessitam de preposição. RELEMBRANDO AS PREPOSIÇÕES: a, ante, até, após, de, desde, em, entre, com, contra, para, perante, por, sem, sob, sobre.

- Eu estou com fome. Se o “estou” é retirado da oração, ela ainda pode ser compreendida. - Mariana parece cansada. Seguindo a mesma linha do exemplo anterior, se o verbo “parece” for retirado da frase, ainda será entendido o que se quer dizer. Os verbos de ligação

Transitivos indiretos: necessitam de preposição. Eles respondem per-

fazem a união entre um sujeito e uma característica, ou seja, o elemento mais

guntas que, dentro de sua estrutura, já possuem preposição.

importante da oração é essa característica.

Tais como: para quem? Em quem? De quê? Para quê? O verbo “continuar” é um bom exemplo para retratar a questão do contexto, Ex: Eu preciso de água – quem precisa, precisa DE algo. No caso

pois ele pode ser colocado de forma que seja um verbo com sentido, como

desse exemplo, “de água” é o objeto indireto.

tanto pode ser colocado para ser um verbo de ligação.

Exemplos de verbos transitivos indiretos: precisar, gostar, conversar, lembrar etc. O objeto é o complemento do verbo transitivo.

Exemplo: João continua mal-humorado. “Mal-humorado” está caracterizando João, ou seja, nessa oração o verbo é de ligação.

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Exemplo: Júlia continua cozinhando muito bem.

Ou seja, o verbo “comprar” nessa frase é transitivo direto e indireto, ele possui um objeto direto e um objeto indireto.

Vamos retirar o verbo “continua” por um momento, não é possível entender o sentido da frase sem ele. Sem o verbo, a pessoa pode imaginar “Júlia estava

Exemplos de verbos intransitivos:

cozinhando muito bem”, e isso muda o sentido da oração.

Verbos intransitivos não precisam de complemento.

Exemplos de verbos transitivos diretos e indiretos:

Exemplo: Marcos morreu.

Verbos transitivos são aqueles que pedem complemento para que a frase consiga ter sentido, seus complementos são chamados de objetos diretos e

A frase é completa, não existe preposição e não há resposta para a pergunta

indiretos – cada um para o verbo adequado. Também existem aqueles que

“o quê?”.

são verbos transitivos diretos e indiretos. Exemplo: O bebê chora muito. Exemplo: Eu fiz a lição de casa. Existe um complemento nessa frase: muito. Mas ele não é necessário para O verbo “fazer” pede complemento, se você disser simplesmente “eu fiz”, as

que a frase faça sentido, pode-se dizer simplesmente “o bebê chora” e a frase

pessoas vão indagar: o quê?

será inteiramente compreendida.

A resposta para essa pergunta é o objeto direto. Ou seja, no exemplo acima o

O emprego dos pronomes oblíquos com função de complemento.

verbo “fiz” é um verbo transitivo direto, e “a lição de casa” é seu objeto direto. Verbos transitivos diretos não pedem preposição, enquanto os verbos tran-

Quando um verbo termina em –z, -s ou –r, os pronomes ‘o’, ‘a’, ‘os’ e ‘as’ se modi-

sitivos indiretos pedem.

ficam para que fiquem sonoramente melhores, eles se tornam ‘lo’, ‘la’, ‘los’ e ‘las’.

Exemplo: Maria ligou para Rodrigo.

Ex: fi-lo; qui-lo; dá-la; assisti-lo etc.

Quem liga, liga para alguém. “Para” é uma preposição, isso significa que o

Já quando o verbo termina em som nasal, o pronome assume as formas ‘no’,

verbo “ligar” é transitivo indireto. “Para Rodrigo” é o objeto indireto.

‘na’, ‘nos’ e ‘nas’.

Os verbos transitivos diretos e indiretos pedem um complemento (objeto)

Exemplos de verbos que, quando conjugados, terminam em som nasal: lêem,

não preposicionado e um objeto preposicionado na frase – isso quer dizer

põe, viram, conheceram, abracem etc.

que haverá um objeto direto e um objeto indireto. Os verbos em som nasal possuem as seguintes terminações: em, am, õe e ão. Exemplo: Lúcia comprou uma boneca para Eduarda. Atenção:

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Comprou o quê? Uma boneca – boneca é o objeto direto.

esses pronomes, adaptados para seus devidos verbos, têm função

Para quem? Para Eduarda – objeto indireto.

de objeto direto. 65


O pronome lhe sempre terá função de objeto indireto, ele sempre substitui-

Na língua falada essas pequenas preposições são usadas erroneamente, mas

rá um termo preposicionado – ou seja, um termo acompanhado de preposição.

quando o assunto é gramática, é importante saber usá-las corretamente.

Exemplo: Comprei algo para ela -> Comprei-lhe algo.

Atenção: Se a preposição “para” é usada com o verbo ir, entende-se que é

Já os pronomes ‘me’, ‘te’, ‘se’, ‘nos’, ‘vos’ tem função de objeto direto e

algo definitivo. Já se “a” é usada, entende-se que é temporário.

indireto, sempre estarão estabelecendo a função do complemento faltante. Exemplo: Exemplo: Deram-me um abraço.

Ele vai para Campinas. Ele vai a Campinas de ônibus.

Deram o quê? Um abraço. Para quem? A mim. Nessa frase temos um verbo transitivo direto e indireto, um objeto direto (um abraço) e um objeto indireto (me). Exemplo: Entreguem a tarefa para Lucas → Entreguem-na para Lucas. “A tarefa” tem função de objeto direto, assim como “na” e “para Lucas” tem

Os verbos morar, residir, situar-se, estabelecer-se: Todos são utilizados com a preposição “em”, lembrando que EM+A = NA. Então quando a seguinte frase, por exemplo, é dita: “Eu moro na Rua 09 de Julho” é importante saber que “na” é composto por “em+a”.

função de objeto indireto. Alguns verbos podem ser complicados de se trabalhar, podem ser ambíguos

Exemplo: Eu moro em Indaiatuba, na Rua 09 de Julho.

e terem seu sentido modificado muito facilmente.

O verbo pagar:

O verbo chegar:

a oração desejada precisa de preposição para que seja escrita corretamente.

Quando uma pessoa paga, ela paga algo a alguém. É preciso se certificar que

É possível chegar de algum lugar, chegar em, a, por um meio de transporte.

Exemplo: Lúcia paga as prestações ao banco.

O verbo “chegar” é um exemplo de que o verbo pode mudar seu sentido dependendo da preposição utilizada.

Mesmo que o uso mais popular desse verbo seja o de expressar implicância

Exemplo:

por alguém, esse verbo possui vários sentidos. Uma pessoa pode implicar com Eu chego a Veneza dia 22. Eu chego de Veneza dia 22. Eu chego a Veneza de avião.

O verbo ir: Esse verbo também pode ter seu sentido transformado em cada frase. Afinal, é possível ir para/a algum lugar, ir em/de carro, avião etc (meios de transporte). 66

O verbo implicar:

outra pessoa (ter implicância), mas ela também pode implicar-se em uma situação (se envolver), uma situação também implica um resultado (acarretar). Exemplo: Rodrigo implica com aquele garoto. Rodrigo implicou-se em uma situação difícil. Esse comportamento implica consequências 67


Os verbos informar, lembrar e avisar:

Assistir é outro verbo que possui vários sentidos atribuídos. É possível as-

Quando alguém informa, sempre informa algo a alguém – assim como o avi-

sistir alguém no sentido de:

sar. Quando lembramos, lembramos alguém de alguma coisa ou nos lembra1. Ajudar, prestar assistência.

mos de (sobre) alguma coisa, alguém.

2. Morar, residir em algum lugar. Exemplo: Lembrei-me da conta que eu tinha que pagar. Preciso

3. Pertencer, caber.

avisar à Débora, que também tinha esquecido.

4. Ver algo. Exemplo: O médico assistiu ao paciente.

É preciso informar ao diretor que todos os alunos conseguiram passar na prova. O verbo agradar:

O exemplo quer dizer que médico prestou assistência, ajudou o paciente.

Quem agrada, agrada alguém, no sentido de acariciar, demonstrar carinho. Mas

Não está no sentido de assistiu o paciente fazer algo.

também é possível agradar a alguém, fazer algo para o agrado de outra pessoa. Exemplo: Ricardo assistiu em Paris por muitos anos. Exemplo: Foi dito que Ricardo morou, residiu em Paris por muito tempo. Eu agrado meu namorado. Exemplo: Os meninos assistiram ao jogo.

Eu fiz isso para agradá-lo.

Quer dizer que os meninos presenciaram, eles viram o jogo. Esse sentido do O verbo aspirar:

verbo ‘assistir’ não aceita lhe, apenas a ele ou a ela.

Esse verbo possui dois sentidos muito diferentes. É possível aspirar algo para sentir o cheiro, como também podemos aspirar algo no sentido de desejar,

Atenção:

pretender.

No sentido de prestar assistência, do verbo assistir, a presença da preposição é facultativa, ou seja, ela pode ser usada ou não.

Exemplo: Eu aspiro a uma carreira de sucesso.

Já nos outros casos, a preposição é obrigatória. Poderia ter sido dito “o médico assistiu o paciente”.

Nesse exemplo, o verbo “almejar” tem o sentido de pretensão. A pessoa deseja uma carreira de sucesso, a pessoa pretende ter uma carreira de sucesso. Atenção: Não se usa “lhe” no sentido de almejar, apenas a ele ou a ela. Já no exemplo: Luiza aspirou o perfume de João.

O verbo visar também possui diversos sentidos, são eles:

• • •

Mirar (algo ou alguém). Exemplo: Eu viso o alvo e atiro. Dar visto (algo). Exemplo: Eu viso o passaporte. Ter em vista, objetivar (algo ou alguém). Nesse sentido o verbo não aceita “lhe”, apenas a ele ou a ela. Exemplo: Eu viso ao melhor cargo da empresa.

Luiza aspirou no sentido de cheirar, ela cheirou o perfume de João. 68

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Os sentidos do verbo proceder:

• • •

Ter fundamento. Exemplo: Esse argumento não procede. De algum lugar, origem. Exemplo: O sobrenome procede da Itália. Proceder algo, dar início, executar. Exemplo: Precisamos proceder à aula.

Os sentidos do verbo querer:

• •

ue07 Regência Nominal

Desejar. Exemplo: Eu quero um chocolate. Estimar, ter afeto a algo ou alguém. Exemplo: Eu quero muito ao meu namorado.

Na Regência Nominal, o termo regente sempre será um nome, isto é, um substantivo, um adjetivo ou um advérbio, que sempre será acompanhado de uma preposição, cuja função é intermediar a relação entre o nome e seus complementos. Em outras palavras, são termos que precisam de complemento, preposicionados ou não e, dependendo da preposição, estabelecemos os sentidos das relações. Ao contrário da regência verbal, a regência nominal preestabelece as preposições que devem acompanhar os nomes. O complemento nominal, portanto, pode ser um substantivo, pronome ou, ainda, uma expressão substantivada. É bacharel em direito (se é bacharel, é bacharel em algo) Tenho aversão a altitude (se tem aversão, tem aversão a algo) É preciso ter amor a vida (se tem amor, tem amor a algo) Fico feliz por você (se fica feliz, fica feliz por alguém) Ao estudar a regência de um verbo, entende-se praticamente a regência do nome cognato (que vem da mesma raiz do verbo). É o caso, por exemplo, do verbo necessitar e do nome necessidade. Este verbo exige a preposição “a”, que é a mesma exigida pelo nome derivado do verbo Ex: Eu necessito de sua assistência Eu tenho necessidade de sua assistência.

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Erros comuns no uso da Regência Nominal 1. TV Estamos na era da TV a cores (errado) Estamos na era da TV em cores 2. Igual Outro igual eu você não encontrará (errado)

9. Compatível O doador tinha o sangue compatível ao da vítima (errado) O doador tinha o sangue compatível com o da vítima 10. Confiante Continuava confiante da vitória (errado) Continuava confiante em vitória

Outro igual a mim você não encontrará 3. Bacharel Se formou como bacharel de Direito (errado) Se formou como bacharem em Direito 4. Alienado Estão todos alienados com os últimos acontecimentos (errado) Estão todos alienados dos últimos acontecimentos 5. Curioso Fiquei curioso com o que aconteceu (errado) Fiquei curioso do que aconteceu Fiquei curioso sobre o que aconteceu 6. Recurso Não cabe recurso à decisão (errado) Não cabe recurso contra a decisão 7. Acostumado/habituado Fiquei acostumado de lanches na hora do almoço (errado) Fiquei acostumado a lanches na hora do almoço 8. Ansioso Estava ansioso em conhecê-la (errado) Estava ansioso de ver o cometa Está ansioso por uma nova oportunidade Permaneceu ansioso para falar 72

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3. Em expressões femininas (=locuções adverbiais, prepositivas

ue08

e conjuntivas): Ex: Fique à vontade em minha casa Fez todo o trabalho à mão Paguei as compras à vista

Crase

4. Com os verbos ir e vir indicando movimento regido pela preposição A, contraposto à preposição DE:

SINAL INDICATIVO DE CRASE Crase é uma fusão entre duas vogais.

com regência e, a partir daí, a verificação da segunda vogal e que na construção da fusão, usamos o acento grave, conhecido como crase É a fusão entre duas vogais idênticas: a+a, as quais pertencem a classes gramaticais diferentes. Essa fusão é indicada pelo acento grave (`) nos seguintes casos: Preposição A + basicamente empregada por regência Fui à feira

Pronome demonstrativo aquilo, aquele Vá àquele balcão Pronome relativo a qual (s)

Esta é a cidade à qual me referi

“quem vai a e volta da, crase há” “quem vai de e volta de, crase pra quê?” 5. Com pronomes demonstrativos aquele (s), aquela (s), aquilo introduzidos por termos que têm regência com a preposição A Ex: Entregue o dinheiro àquele aluno Devolvi o dinheiro àquela senhora Faça o relato semelhando àquilo que viu 6. É facultativo o emprego de crase: A) Antes de pronomes possessivos femininos B) Antes de nome próprio feminino C) Quando houver regência facultativa Ex: Entregue o caderno a (à) sua (minha) mãe

Ocorre crase: 1. Antes de palavra femininas: Ex:Este livro pertence à Renata (ao Robson) 2. Antes de palavras femininas subentendidas: Ex: Usa saltos à Luís XV Usa saltos à (maneira/moda) Luís XV Esta caneta é igual à que comprei ontem Esta caneta é igual à (caneta) que comprei ontem. 74

(Voltarei da Bahia, mas não voltarei de Salvador) DICA!

A primeira vogal é uma preposição, o que significa que temos um trabalho

Artigo definido feminino a (s)

Ex: Irei à Bahia, mas não irei a Salvador

Devolva agora o dinheiro a (à) Paula Ele assitiu as (às) pessoas mais pobres (com sentido de dar assistência) Obs.: quando se tratar de nome de mulher famosa, não se deve usar a crase antes de tal nome. Senão vejamos: Devolva o dinheiro a Claudia Gimenez (nome conhecido é uma determinação gramatical) 75


CASOS DE APLICAÇÃO DO SINAL INDICATIVO DE CRASE

Obs.: A: indica tempo futuro/distância Há: indica tempo passado/verbo haver

Existem, porém, outras regras aplicadas ao uso da crase:

A. A menina anda à toa a comprar as laranjas

→ Não ocorre crase antes de substantivos masculinos.

B. Todas as vezes que a encontro, brigamos, porém, às vezes, ela não me dá atenção

Ex: Caminhávamos a pé Pagamos nosso carro a prazo O casado está cheirando a bolor Todos querem falar a respeito de política sem estudar história. → Não ocorre crase antes de verbo

C. Não entregava a ninguém suas chaves, mas ficada a observar o alvoroço. D. Entregarei a seu amigo a qualquer hora o carro a menos à noite. E. A poucos metros da casa há um comércio que às terças-feiras promove uma liquidação a seus clientes especiais F. Daqui a vinte metros, encontrará, logo à esquerda do armário, uma

Ex: O deputado disse não ter nada a declarar Perderam a vida a praguejar contra todos

cadeira que há muito tempo oferecíamos à secretária quando chegava.

Não tenho mais nada a falar com você

G. Dediquei a canção a Vossa Excelência e aguardo a atenção a fim de

→ Não ocorre crase nas expressões formadas por palavras repetidas

H. Após a palestra, alguns foram à sala do café aguardar a preparação

Ex: A bebida que escorria gota a gota manchava o tapete

entregar à produtora que me contratou

do próximo evento

A morte fica cara a cara com quem se descuida da saúde Seguiu seu executor passo a passo até o patíbulo → Não ocorre crase diante da maioria dos pronomes Ex: Entreguei as flores a ela Não contaram a ninguém sobre o ocorrido Entregamos os processos redigidos a Sua Excelência (Obs.: pronomes de tratamento → só aceitam crase para senho ra, senhorita e dona) Exercício de fixação: Complete as frases com A, À, AS, ÀS ou HÁ: 76

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É mais comum do que parece ver, em redações de pessoas que não sabem

ue09 Pontuação

usar a pontuação corretamente, as reticências no lugar de vírgula – isso é errado. As reticências podem indicar dúvida ou hesitação. Elas podem ser usadas também tanto na interrupção de uma frase tornando-a incompleta. Exemplo: É que... Eu queria muito... Sabe... Também podem ser colocadas no final de uma frase completa, para que seu sentido obtenha um ar de prolongamento.

A pontuação é fundamental para uma boa apresentação de texto e também para que a mensagem certa seja entendida, erros de pontuação são comuns e interferem na compreensão de um texto ou mensagem. O ponto é usado na finalização de uma ideia. Ele também separa períodos e anda juntamente com as abreviações. Se, em um texto dissertativo ou outro qualquer, a ideia foi concluída, é necessário colocar o ponto final. Os dois pontos são utilizados para:

Iniciar uma fala de personagem, ele prepara o texto para essa ação (a fala do personagem é iniciada pelo travessão). Exemplo: Lúcia se aproximou de Pedro e cochichou: - Estou com medo, o que devemos fazer?

Anteceder uma sequência de palavras que formam uma explicação, antes de apostos ou orações apositivas, enumerações, como também anteceder uma citação. Lembre-se: Ao escrever uma citação em seu texto, ela sempre precisa estar em parênteses, caso contrário fica entendido que você escreveu aquele trecho e não outro autor, casos assim podem terminam em crime por plágio.

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Exemplo: Deixa pra lá... As reticências também podem ser usadas entre parênteses para resumir uma transcrição, quando aquela ideia não é primordial e pode ser retirada. Os parênteses são utilizados para isolar explicações do resto das frases, mas eles não são os únicos que possuem essa função: vírgulas e travessões podem ser utilizados para esse mesmo fim Para saber se o trecho deveria estar entre parênteses (mesmo vírgulas ou travessões) basta retirá-lo da frase e ver se ela continua completa, se ela continuar significa que o trecho é apenas explicativo e que pode ser isolado - é possível comprovar isso retirando a parte entre parênteses desta explicação. Exemplo: Marcos (que é meu amigo faz muito tempo) se mudou de cidade. O ponto de exclamação jamais deve ser utilizado de forma exagerada, ele é usado após vocativo, imperativo (Exemplo para ambos: Lúcia, pare agora!), interjeição (Exemplo: Ai!) e também para concluir frases que expressam emoções (Exemplo: Amo-te muito!). Ele também pode ser usado junto com o ponto de interrogação, se o objetivo for juntar uma pergunta com emoção. O ponto de interrogação é usado para a realização de perguntas, é mesmo necessário dar um exemplo? 79


A vírgula é uma pausa entre duas frases. Ela:

Lembrando: a conjunção é uma pequena palavra que liga duas orações, elas

Organiza ideias, separa elementos que tem a mesma função sintática,

podem ser aditivas (e, nem, mas também, além de/disto/ aquilo

praticamente tudo que pode ser enumerado em uma lista é separado

etc), adversativas (mas, porém, todavia, entretanto etc), alterna-

por vírgula em um texto – note que, no exemplo abaixo, os elementos

tivas (ou...ou, quer...quer etc), conclusivas (logo, portanto, então

separados por vírgula são todos substantivos.

etc) ou explicativas (que, porque, porquanto etc). Exemplo: Não teria, entretanto, muitas coisas a se fazer.

Exemplo: Lucas precisa comprar batata, cebola, tomate etc. Seguindo essa mesma linha, no próximo exemplo os elementos são todos verbos:

Separar complemento pleonástico antecipado. É interessante lembrar que esse elemento ocorre quando há repetição do objeto direto ou indi-

Exemplo: Ontem Lucas correu, brincou, comeu, cantou, dançou etc.

reto, ele também reforça a ideia que é expressa pelo objeto. Exemplo: A ele, nada lhe cabe.

É utilizada para separar explicações do resto da frase – essa explicação é chamada pela gramática de “aposto”.

A vírgula também: Por exemplo: Joana, minha prima francesa, é muito bonita.

Isola nome de lugar e datas. Exemplo: Indaiatuba, 10 de Agosto de 2017.

Nota-se que é possível retirar a parte “minha prima francesa” da frase e ela continuaria completa, essa parte entre vírgulas é apenas a explicação de quem é Joana. Em vez de vírgulas, seria possível usar os parênteses ou tra-

Separa termos coordenados assindéticos.

vessões para isolar esse aposto. Exemplo: “Cheguei, vi, venci” (Júlio César)

Isola aquele que nos referimos (ou seja, separa o vocativo): Exemplo: João, eu preciso de um favor.

Marcar omissão de um termo.

Separa o adjunto adverbial antecipado ou intercalado (Lembrando: o

Exemplo: Ela prefere ver filmes de terror, e eu, comédia. (não é

adjunto adverbial modifica o sentido de um verbo, adjetivo ou advérbio).

necessário usar de repetição, exemplo: ela prefere ver filmes de

O uso da vírgula nesse sentido evita a ambiguidade e melhora a compre-

terror e eu prefiro ver filmes de comédia).

ensão da mensagem passada. ATENÇÃO! Exemplo: Se você prestar atenção, sem dúvida alguma o tra-

Não se separa por vírgula: sujeito de verbo, predicado de sujeito,

balho será bem executado.

objeto de verbo, adjunto adnominal de nome, complemento nominal de nome, predicativo do objeto direto, oração principal da subordi-

• 80

Separara conjunções coordenativas intercaladas.

nada (a não ser apositiva), antes da oração subordinada adverbial. 81


Reforçando o uso da vírgula entre as orações, é sempre importante lembrar

Ainda estudando a vírgula em meio a orações, usa-se a vírgula para separar

que a vírgula separa orações subordinadas adjetivas explicativas.

orações subordinadas adverbiais inversas ou intercaladas. Ou seja, se o lugar da oração subordinada (que normalmente se situa no final da oração) for

Exemplo: Indaiatuba, uma cidade que gosto muito, não é grande

mudado, é necessário o uso de vírgula.

nem pequena. Ela também é utilizada para separar orações intercalas. É por isso que em Ela também separa orações coordenadas sindéticas e assindéticas. Lembran-

alguns livros o uso dos travessões é substituído pela vírgula.

do que as orações assindéticas necessitam apenas da vírgula e a sindética faz Exemplo: - Maria, disse Juliana, venha até aqui.

o uso de conjunções. Exemplo: Fiz o que pude, mas não consegui passar na prova.

Normalmente a frase acima seria vista da seguinte forma: - Maria – disse Juliana – Venha até aqui.

O exemplo acima se refere a uma oração coordenada sindética, a palavra “mas” é uma conjunção adversativa.

Finalizando o assunto vírgula, passaremos a vez para o ponto e vírgula.

Existem três casos onde a vírgula é utilizada antes da conjunção “e” (lem-

É comum ver dissertações poluídas pelo uso incorreto do ponto e vírgula e,

brando que essa é uma conjunção aditiva), são eles:

como já foi dito anteriormente, a pontuação é fundamental para a compreensão de uma dissertação ou qualquer mensagem que é passada na forma escrita.

1. Quando existem sujeitos diferentes nas orações (como “e” é uma conjunção aditiva, essas serão orações coordenadas aditivas).

Representam uma pausa maior que a vírgula, mas não definitiva como o ponto final.

Exemplo: Mariana trouxe um bolo para a festa, e João, refrigerante. É importante saber que o uso da primeira vírgula é facultativo, ou

O ponto e vírgula são usados para:

seja, não é obrigatório.

• 2. Quando a intenção é dar ênfase e, por isso, a conjunção aparece

Separar itens de lei, decreto, petição ou sequência etc, mas quando a mensagem é exposta no sentido vertical, como uma lista.

repetidamente. Ex: No meu quarto tem:

Exemplo: Eduardo riu, e brincou, e dançou, e pulou a tarde inteira.

Cama;

Essas vírgulas também são facultativas.

Escrivaninha; 3. Quando a conjunção não possuir valor aditivo e assumir, por exem-

Cadeira;

plo, valor adversativo.

Armário;

Exemplo: Julia conseguiu juntar dinheiro para viajar, (vírgula tam-

e uma penteadeira.

bém facultativa) e Lucas não. Nota-se que a conjunção “e” poderia ser facilmente substituída pela conjunção “mas”. 82

Separar orações coordenadas muito extensas ou orações coordenadas onde a vírgula já foi utilizada. 83


Exemplo: Tenho muitos amigos, dez deles moram em Paris; cinco, na Indonésia. Já o travessão é utilizado tanto para dar início à fala de um personagem quanto para indicar o início da fala de outro personagem. Exemplo: Maria então disse:

ue10 Acentuação gráfica e Reforma ortográfica

- Eu quero muito ir ao cinema. - Vamos então – Disse João. Mesmo que o “disse João” não estivesse presente, seria possível saber que a segunda fala não é de Maria. O travessão também é usado para indicar itinerário, ou seja, de onde algo (ou alguém) parte e para onde ele vai. Exemplo: O ônibus faz a rota Curitiba-Campinas. As aspas são utilizadas para:

Isolar palavras ou expressões populares, tudo que foge da norma culta (gírias, estrangeirismos, palavrões, neologismos e também arcaísmos). Exemplo: Eu não conheço esse “fulano” que vocês tanto falam.

A acentuação é um assunto que parece complicado, mas que é muito importante se você deseja dominar a arte da escrita. Muitas palavras mudam de sentido apenas com um acento, veja “e” e “é” por exemplo. Então é fundamental saber quais acentos usar, onde e como. As palavras, quando falamos de sílabas tônicas e acentuação, se dividem em: oxítona, paroxítona, proparoxítonas e monossílabos tônicos. As oxítonas possuem a última sílaba tônica (isso não significa, necessariamente, que essa sílaba esteja acentuada). Exemplos: Sofá, picolé, ruim, alguém, parabéns, feijão, sutil, papel etc. As paroxítonas são as palavras que possuem a penúltima sílaba tônica. Exemplos: Safári, sabonete, colégio, vírus, móveis, gato etc.

Citações. Lembre-se: a ausência das aspas em citações pode ser considerada plágio, ou seja, crime. Usa-se ‘ se for necessário citar algo já dentro

Já as proparoxítonas possuem a antepenúltima sílaba acentuada, uma forma

de um conteúdo com aspas.

fácil de lembrar é perceber que a palavra “proparoxítona” é uma proparoxítona. Exemplos: Lâmpada, médico, quilômetro, árvore, mágico, óculos, péssimo etc. As palavras monossílabas tônicas são aquelas que não se dividem em sílabas, pois são muito pequenas.

84

Exemplos: pá, pé, má, chá, céu, véu, dói, mês etc.

85


Algumas regras de acentuação:

A maioria dessas palavras se adéquam a essa regra, mas não todas. Para es-

• •

sas exceções as surgiram as seguintes regras:

Todas as proparoxítonas são acentuadas. Acentuam-se as palavras monossílabas tônicas terminadas em a, e, o

(com ou sem s)

• •

Os ditongos abertos (éi, oi, eu com ou sem “s”) são acentuados. Exem-

Oxítonas terminadas em a, e, o ou em/ens são sempre acentuadas.

plo: Céu, véu. Mas após a reforma ortográfica, as paroxítonas que pos-

As paroxítonas terminadas em a, e, o em/ens não são acentuadas.

suem ditongo aberto não são mais acentuadas.

A gramática possui os mesmos valores que a sociedade, mas é importante

Exemplo: ideia, heroico – afinal, segundo a regra, paroxítonas

lembrar quando ela foi criada e estipulada – se é que é possível saber quando

terminadas em a, e, o, em não são acentuadas.

isso aconteceu. Note que a maioria das palavras termina em vogal e consoante, independente da ordem. Faça o teste e veja, nesse parágrafo, quantas

A segunda vogal tônica do hiato é acentuada se for i ou u, estiver sozinha ou acompanhada de s, mas não é acentuada se vier seguida de nh.

palavras terminam em consoante e vogal. Agora, poucas palavras terminam em duas vogais – então novas regras foram estipuladas para elas, os gramá-

Exemplo: sair (hiato cujo “i” é a vogal tônica, mas que não está

ticos associaram essas palavras com as paroxítonas.

sozinha, então não é acentuada) saí (hiato com a vogal tônica “i” Então surgiu a seguinte regra:

sozinha, ou seja, acentuada); saúde é um hiato, cuja sílaba tônica

é “u” e está sozinha na vogal, então essa vogal é acentuada.

Paroxítonas terminadas em ditongo são acentuadas.

Lembrando:

Falsos hiatos não são acentuados (nomes próprios são exceções).

duas vogais juntas formam um ditongo. Três vogais juntas formam um tritongo e quando duas vogais estão juntas na mesma

Exemplo: Sereia. Se-rei-a.

palavra, mas se separam em sílabas diferentes, forma-se um hiato. Existe uma hierarquia na gramática e, observando esse valor hierárquico, as palavras que valem mais são acentuadas – essa regra é usada para palavras

O resumo dessas regras se define em:

semelhantes entre sim. É necessário distinguir palavras que possuem a mesma grafia, mas valores morfológicos diferentes, então as palavras de maior

ACENTUAM-SE 1) Proparoxítonas (TODAS) 2) Monossílabas tônicas terminadas em:

A (S) E (S) O (S)

valor são acentuadas. A classe de maior valor é o substantivo, depois o verbo e depois todas as ou-

3) Oxítonas terminadas em:

EM (ENS)

tras classes – complementos e etc. Mas mesmo seguindo essa hierarquia, atualmente por conta a reforma ortográfica, nenhuma palavra antiga derivada de “per” é acentuada.

4) Paroxítonas terminadas em: 86

NÃO DITONGO (SIM)

Observe as palavras: pêlo, pélo, pelo. 87


A primeira é um substantivo, a segunda vem do verbo pelar (que significa

Mesmo que essa base não interfira na forma que as palavras são utilizadas,

tirar o pelo) e a terceira é uma preposição. Seguindo a lógica da hierarquia

quando entende-se historicamente algo, a compreensão se torna mais fácil. É

gramatical, o substantivo e o verbo possuem maior valor, então são acentua-

sempre interessante sabe o porquê das coisas, entender como certos elemen-

dos – mas esse seria um pensamento pré reforma ortográfia, hoje

tos do cotidiano – como as palavras – foram definidos antigamente.

essas palavras não são mais acentuadas. Todas as palavras acima são derivadas de “per”.

Algumas palavras são escritas igualmente e dependem do acento circunflexo para diferenciar o sentido, com a reforma ortográfica, o acento em certas

O verbo “pôr” continua sendo acentuado e o “por” preposição, não. Isso

palavras se tornou facultativo. Exemplo: fôrma, forma. O acento na primeira

acontece porque “pôr” é uma palavra nova.

palavra é facultativo.

Com essa mudança algumas palavras passaram a ser ambíguas, então é pre-

O acento circunflexo continua sendo necessário nos verbos para que o plu-

ciso prestar uma atenção delicada com o contexto para que a mensagem seja

ral seja formado.

entendida corretamente. Quando você precisar escrever um texto, evite palavras ambíguas para que exista a certeza que o receptor da mensagem com-

Exemplo: Ele vem, eles vêm; Você tem, vocês têm.

preenderá o que você quis dizer. Alguns verbos que já possuem acento circunflexo no presente (por exemplos Ainda estudando a reforma ortográfica, é possível observar que:

os verbos dar, crer, ler e ver) tiveram sua vogal final duplicada no plural e, antigamente, continuavam sendo acentuados – mas, com a nova reforma ortográ-

Sumiram os acentos agudos no “u” nos grupos: gue, gui, que, qui de ver-

fica, verbos no plural com a última vogal duplicada não são mais acentuados.

bos como averiguar, apaziguar, arguir, redarguir, enxaguar etc. Exemplo: Ele dê, eles deem; ela crê, elas creem; você lê, vocês Exemplo: ANTES

leem; ele vê, eles veem. DEPOIS

Averigúe, apazigúe

Averigue, apazigue

ele argúi, enxagúe você

ele argui, enxague você

Antigamente esses verbos seriam acentuados no plural, porém esse acento foi retirado. ATENÇÃO: Essa regra não vale apenas para verbos com a última vogal du-

Já foi visto anteriormente que a acentuação, assim como a gramática no

plicada, mas também para qualquer outra palavra paroxítona

geral, tem relacação com os valores anteriormente seguidos pela socieda-

terminada em a,e,o,em.

de. Mesmo que a sociedade evolua com o passar do tempo, velhas regras

88

continuam fixas na gramática, como a diferença entre o acento circunflexo

Exemplo: Enjoo, voo, perdoo etc. Essas palavras eram acentuadas

(^), que representa o homem e toda sua potência, e o acento agudo (´), que

anteriormente, causando conflito com a regra das paroxítonas,

representa a mulher.

hoje não são mais acentuadas exatamente por conta dessa regra.

89


Narração (filme-textual):

ue11

Um texto narrativo é ligado à ação, algo está acontecendo. Já que o foco do texto narrativo é a ação, logicamente o elemento gramatical mais importante é o verbo. Verbos são ações postas em palavras.

Interpretação de textos Exemplo: Luciana estava perdida na floresta. Ela andava de forma atenta, olhando para todos os lados, assustada. Chamava por seus companheiros, mas nenhum deles parecia escutar. Depois de tanto andar, Luciana resolveu parar e sentar-se a beira de um A falta de interpretação de texto é a maior causadora de desentendimentos

lago, a fim de pensar no que fazer.

através de uma mensagem. As pessoas usam da interpretação em todos os momentos da vida e em diversas situações, não precisando ser necessariamente

Enquanto a estrutura do texto descritivo se concentra envolta do sujeito (pa-

em um texto; mas, quando existe um texto, a interpretação fica um pouco mais

lavra substantiva) e o adjetivo, a estrutura da narração se concentra no sujei-

difícil afinal não há expressões corporais ou sons, apenas palavras.

to e nos verbos submetidos a ele.

Saber interpretar corretamente um texto é primordial, principalmente se exis-

Dissertação (suposição de uma verdade):

te o desejo de passar em concursos, pois é uma questão bastante explorada. Quando se trata de Tipologia Textual, como o nome já diz, se trata do tipo do texto. De acordo com sua tipologia, é possível saber o que esperar daquele formato de texto. Existem três tipologias: descrição (texto descritivo), narração (texto narrativo) e dissertação (texto dissertativo).

Quando o assunto é dissertação, é preciso se focar numa ideia (num ponto de vista sobre alguma coisa existente) e defende-la, usar argumentos lógicos com a intenção de provar que essa ideia (sobre qualquer assunto) está correta. Uma dissertação se divide em: introdução, desenvolvimento e conclusão.

do claramente sobre o que a dissertação vai apresentar. É necessário falar, na introdução, apenas sobre o assunto do texto.

Descrição (foto-textual): Nessa tipologia existe a exploração de sentidos e o uso de adjetivos para des-

A introdução deve ser clara. Pode conter apenas três linhas, explican-

O desenvolvimento pode conter parágrafos de cinco linhas. Eles de-

crever um lugar, uma pessoa, uma coisa etc. Como o próprio nome já diz, um

vem ser objetivos, mas não cansativos de se ler, então evite fazer pará-

texto descritivo é aquele que descreve. Se você for fazer um texto descritivo

grafos extremamente longos. Lembre-se que deve ser colocado um pon-

sobre sua cidade, as características e os detalhes devem ser expostos.

to final quando uma ideia for finalizada.

Exemplo: O sol é a maior estrela do sistema solar, o centro do universo. Ele possui uma massa mais de 300 mil vezes maior que a terra. Ele é formado

A conclusão pode também conter apenas três linhas, é nela que você vai finalizar sua dissertação, resumindo o porquê da sua ideia.

por gases e, de acordo com estudiosos, surgiu há quase cinco bilhões de anos. 90

91


Resumindo o esqueleto da dissertação, primeiro um assunto deve ser encon-

Se o texto for narrativo, pergunte:

trado (a legalização da maconha, por exemplo), depois é necessário ver qual dos lados desse assunto será abordado (o autor do texto é contra ou é a favor?) e então argumentos devem ser encontrados para sustentar essa ideia (por que

• •

Quem é o sujeito que realiza as ações do texto? Quais ações são essas?

é contra? Por que é a favor?) e, por final, concluir a ideia (“conclui-se então, de acordo com os dados tal, baseado nos fatos descritos, que a maconha é preju-

Exemplo: A garota entra na cozinha e já amarra o avental envol-

dicial à saúde e, portanto, não deve ser legalizada” por exemplo).

to ao corpo, pega o velho livro de receitas de sua avó e procura o agrado ideal para fazer aos seus convidados. Ela pega os ovos

Exercícios de fixação

na geladeira, o leite, abre o armário e seus dedos dançam pelos mantimentos até encontrar açúcar, trigo e chocolate em pó.

Nos exercícios desta aula, pratica-se o descobrimento do tipo de texto e onde estão seus elementos. Lembre-se que, para interpretar o texto, deve-se fazer algumas perguntas. Se o texto for descritivo, pergunte:

• •

Quem é o sujeito? (quem, ou o quê, está sendo descrito?) Quais são as características? Quais adjetivos se encontram no texto?

Esses adjetivos nem sempre estarão estampados, afinal muitos textos usam uma “maquiagem” para deixar a descrição mais bonita. É importante, em qualquer tipo de texto, tirar uma conclusão daquilo que se está lendo. Isso ajuda a definir se o texto foi, ou não, compreendido. Exemplo: Os olhos do garoto estão cheios de lágrimas, seu coração está partido, seu corpo ainda treme de nervoso pelo recente ocorrido. Seus passos estão pesados e sem destino, como se não importasse para onde vai ou quem vai encontrar, a certeza de um futuro solitário o amaldiçoa. É possível concluir muitas coisas nesse exemplo, interpreta-se que o menino foi rejeitado, a interpretação torna possível saber – ou pelo menos ter uma forte ideia – do que aconteceu, mesmo que esse fragmento (do infeliz ocorrido) esteja faltando. 92

Depois de encontrar o sujeito e verificar o que ele está fazendo, conclui-se que a garota está preparando uma receita, algo doce, possivelmente um bolo. Também é entendido que ela espera convidados, e que eles são especiais para ela – essas informações não são colocadas, sempre, dessa forma no texto, mas é uma interpretação cristalina. Se for uma dissertação, pergunte:

• •

Qual é o tema, a ideia central? Quais argumentos são usados para sustentar essa ideia? Esses argumentos são condizentes com a realidade?

Qual é a conclusão?

Para realizar uma boa interpretação de texto, é necessário unir o seu conhecimento já adquirido com o que é esperado daquele que realiza a ação – daquele que pede a interpretação. Por exemplo, colocando isso no dia a dia de uma forma simples, imagine que você vê uma amiga sua saindo chorando da escola. Se ela tinha uma prova muito importante e estava com medo, talvez ela tenha ido mal. Se ela é muito estudiosa e sempre obtém boas notas, é pouco provável que ela esteja chorando por causa de uma prova. Ela tem poucos amigos? Ela briga freqüentemente?

93


Entende a análise que deve ser feita? Existem milhares de interpretações, mas

Atenção:

é necessário levar em consideração quem, ou o que, está sendo interpretado.

Entre uma dúvida e uma verdade, a verdade sempre prevalece. Se uma alternativa apresenta mais dúvidas e outra apresenta

Interpretar um texto é a habilidade de enxergar além do óbvio, descobrir o

uma verdade, mesmo de forma reduzida, a alternativa que ex-

que está nas entrelinhas, como se pensasse com a cabeça de outra pessoa, se

pressa a verdade é a mais correta.

perguntando: “o que isso quer dizer?”.

Contradição: O item aparecerá de forma contrária ao texto. Se a ideia é

Em um concurso, o objetivo é desclassificar inscritos, é preciso ter isso em

oposta àquela representada no texto, a verdade expressa também é, ou seja,

mente para descobrir as artimanhas utilizadas para que essa desclassificação

tem-se uma mentira. Então, se a alternativa é contraditória, ela está errada.

aconteça. É necessário ter muita atenção para não se enganar em alternativas que parecem certas, mas que estão erradas.

É importante analisar cada alternativa e eliminar aquelas que possuem mais chances de estarem erradas – aquelas que possuem contradições e

Ao fazer um concurso, é necessário buscar qual palavra te deixa em dúvida,

meias verdades. Verifique as informações separadamente antes de chegar

para que você consiga identificar mais facilmente onde você precisa ter mais

a uma conclusão.

atenção e, assim, identificar qual alternativa está certa e qual está errada. É importante eliminar as questões erradas antes de buscar a certa, pois as-

Um texto é como uma obra de arte. Ele é pensado e revisado, maquiado

sim você desvenda a resposta por eliminação. Compare as questões que você

para expor-se de uma maneira mais bonita e, além disso, é recheado de

tem dúvidas e elimine aquela com mais incertezas.

ideias e de informações.

Veja agora alguns erros comuns de interpretação textual e como trabalhar as

Essas ideias, que encontramos dentro de textos, não são colocadas de for-

dúvidas que surgem no decorrer de uma prova:

ma impensada, existe todo um mapa estrutural dentro da mente de cada autor, para que os parágrafos – que são, naturalmente, o corpo do texto –

Extrapolação: Apresenta informação que não pode ser comprovada

ocupem uma ideia e a desenvolva com lucidez.

pelo texto, nem por dedução lógica, coerente. Cada parágrafo expressa uma ideia, dentro desses parágrafos existem palaQuando existem alternativas que possuem informações além do que está es-

vras-chave, que são palavras importantes que facilitam a identificação do

crito no texto, ela não pode ser negada ou afirmada, criando mais dúvidas.

tema, elas que fazem a maior referencia ao tema constituído naquele parágrafo.

Redução: A informação está no texto, mas o item não apresentará a

Buscando as palavras-chave do texto, fica mais fácil entender do que esse

ideia solicitada de forma completa, como aparece no texto ou na questão.

parágrafo está falando. Existem perguntas que precisam ser feitas para que haja essa compreensão:

Esse é o problema contrário do item acima, afinal a informação na questão é reduzida, então existem poucas verdades em comparação ao texto – mas ainda assim, é uma verdade.

94

Do que se trata esse texto? A palavra principal estará dentro desta resposta. Uma vez encontrada, surge a pergunta:

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O que se fala sobre essa palavra?

No primeiro parágrafo, a palavra-chave é: “acidentes”. E a ideia-chave é: É mais barato prevenir do que corrigir (falando sobre os acidentes de trabalho).

Na resposta da segunda pergunta encontra-se a ideia-chave do texto. A ideia-chave nada mais é do que a ideia central, como um resumo do que o

No segundo parágrafo, a palavra-chave é: (falta de) “fiscalização”. E a ideia-

parágrafo está tratando.

-chave é: Por negligência dos responsáveis/ Porque quem deveria fazer, não faz.

Muitas pessoas, durante as provas, fazem a leitura do texto uma vez, depois

No terceiro parágrafo, a palavra-chave é: (falta de) “educação”. E a ideia-

fazem a leitura das perguntas e retornam ao texto para procurar as respostas.

-chave é: A falta de educação gera falta de compreensão.

Se o indivíduo ler o texto de forma atenta, identificando a ideia principal de cada parágrafo, grifando as palavras mais importantes (e assim estará fazen-

No quarto parágrafo, a palavra-chave é: “Terceirização”. E a ideia-chave é:

do um resumo, mas de forma rápida) o texto só precisará ser lido uma vez.

Contratação de mão-de-obra despreparada.

Atenção:

Analisando os parágrafos individualmente, chega-se na ideia geral que os

É necessário identificar do que se trata o texto e, depois disso,

acidentes de trabalho acontecem com freqüência tanto por falta de fiscaliza-

identificar o que cada parágrafo desenvolve.

ção e educação básica, quanto por causa da terceirização, que trás mão-de-obra despreparada para o serviço.

Acompanhe o professor, colocando o que foi explicado acima em prática, no seguinte exemplo:

Um texto bem escrito precisa de coerência e coesão. A coerência é a lógica do texto, a harmonia entre o tema e os argumentos expostos – e é o contexto que determina se o texto é coerente ou não, ou seja, é preciso ver se os argumentos desenvolvidos no texto são coerentes, possuem lógica, com o contexto. Acompanhe o professor na análise do exemplo abaixo:

O texto acima pode parecer coerente se lido de forma apressada e sem prestar atenção, mas ele é incoerente pelos seguinte motivo:

96

97


Dentro do contexto estabelecido, onde se entende que ambos são pessoas

Não há problema em fundir a preposição com o pronome. Exemplo: em +

comuns, a criança de sete anos não conseguiria tirar o pai das ferragens.

este = neste (nisso, naquela, naquele etc). De + este = deste (surgindo, da mesma forma, desta, disto, daquela, daquilo etc).

Já a coesão é a forma que as ideias se entrelaçam no texto, o lugar dos argumentos e como eles se comunicam. Se um texto segue um fluxo de ideias,

Relembrando:

pode-se dizer que o texto é coeso (possui coesão).

este → perto de quem fala (aqui). Esse → perto da pessoa com quem se fala (aí). Aquele → longe de ambos (lá).

Palavras que são consideradas elementos de coesão textual, são aquelas que retomam palavras já citadas no mesmo, essas palavras são chamadas de ele-

Exemplo: Este é meu carro. Esse é o seu carro. Aquele é o carro dela.

mentos anafóricos (elementos que resgatam, por exemplo, uma ideia). Exemplo: esse, essa, isso, aquele, aquilo, aquela, ele... Etc.

Continuando com os elementos de coesão, agora é a vez da relação temporal dos pronomes demonstrativos. Lembrando que os principais são: este,

Acompanhe o pensamento do professor nesse exemplo:

esse, aquele (e suas variáveis).

Este é sempre usado para o presente. Exemplo: Este livro que estou lendo é muito interessante.

O pronome esse pode ser usado tanto para o futuro, quanto para um passado próximo. Exemplo futuro: Nessa semana eu terei muitos com-

Os elementos catafóricos, ao contrário dos anafóricos, são palavras

promissos (note que o verbo “ter” está conjugado no futuro).

referentes a outras, mas que ainda irão aparecer no texto, possuindo um sentido de apresentação. Exemplo: este, esta, isto, tal como, a saber... Etc.

Para exemplificar o pronome “esse” no passado, é necessário colocar um contexto para que a frase faça sentido, então vamos imaginar que duas

Exemplo: Esta sempre foi minha filosofia: viver um dia de cada vez.

pessoas estão conversando sobre a semana passada e um deles fala, por exemplo: Nessa semana eu quase surtei. Ou ainda: Nessa semana que

A palavra “esta” está se referindo a filosofia.

passou eu tive muitos problemas (note que o verbo “ter” está conjugado no passado).

Existem alguns elementos que são primordiais para a coesão e coerência de um texto. São eles:

Usa-se o pronome aquele para um passado distante. Exemplo: Você se lembra de quando cursamos o terceiro ano do ensino médio? Aquele

Pronomes demonstrativos: Eles apresentam a ideia a ser explora-

ano foi muito bacana.

da no texto, substituem um nome e indicam a posição das coisas (e

98

seres) no espaço e tempo. Os principais são: este, esta, isto, esse, essa,

Então é possível perceber que, quando o assunto é relação temporal, as

isso, aquele, aquela e aquilo, e também o plural de cada um deles.

relações de tempo são representadas da seguinte forma:

99


• • • •

Presente (“hoje”).

Cujo concorda com o substantivo posterior e indica que esse substanti-

Futuro (“amanhã”).

vo pertence a outro termo substantivo ao cujo. Exemplo: Ela é a menina

Passado recente (“ontem”).

cujo nome não me recordo.

Passado distante (“anteontem”) É possível acompanhar o professor com a seguinte tabela:

É importante lembrar que, na relação textual, esses pronomes demonstrativos são organizados por distancia, como já foi visto anteriormente. Exemplo: Carlos, Maria e Luciana precisam fazer o jantar. Esta fez o prato principal; essa a sobremesa e aquele lavou a louça Esta representa Luciana, essa representa Maria e aquele representa Carlos. Se existisse uma única pessoa nesse exemplo, tanto o pronome “essa” quanto “esta” estariam corretos, mas a preferência é dada para “essa”. Lembre-se: Pronomes demonstrativos são elementos de coesão.

O ato de reescrever uma ideia em uma estrutura diferente é chamada de paráfrase. Você emite a mesma informação, mas em outro modo, com

Os pronomes relativos também são elementos essenciais em um texto. Eles

outras palavras.

representam elementos já citados no texto, eles introduzem orações subordinadas adjetivas.

Se, em um concurso, aparecer uma questão para você assinalar a alternativa que representa uma paráfrase do texto apresentado, você deve:

• •

Que é usado para coisas, seres, lugares e pessoas. Exemplo: Essa série que estamos assistindo é muito legal.

Primeiramente, identificar os verbos.

Quem é usado apenas para pessoas. Exemplo: Ele é o garoto de quem

Analisar a qual elemento esse verbo está vinculado, qual é o complemento.

Uma vez analisando as alternativas, é preciso ver se há concordância

eu falei.

• •

Qual é usado para coisas, seres, lugares e pessoas. Exemplo: Esse é o

com o texto original. Mesmo que uma alternativa inverta posições de

livro com o qual eu estudei.

frases, o sentido da ideia deve ser o mesmo.

Onde é usado apenas para lugares. Exemplo: A cidade onde moro é muito bonita.

100

Se uma alternativa apresenta um verbo do texto original, mas seu complemento não segue a mesma ideia, a alternativa está errada.

101


Nem sempre esse tipo de exercício vai aparecer citando a palavra “paráfra-

tificar a premissa e a conclusão, mas o contexto sempre deverá ser levado em

se”, mas utilizando essa técnica você vai ser capaz de encontrar as ideias ge-

consideração, pode acontecer de ambas – premissa e conclusão – estarem

rais – mais importantes – do texto e assim identificar do que ele está falando,

com o verbo conjugado no mesmo tempo.

esse é um dos tipos de interpretação textual. Observe um enunciado de exercício que pedirá que o argumento, de uma A interpretação deve ser usada não apenas em textos, mas também no enun-

determinada ideia, seja identificado:

ciado das questões. Não é incomum uma pessoa errar uma questão porque não entendeu direito o que ela pedia, também não é raro alguém se confundir na proposta de uma redação por não compreender corretamente sobre o que se tratava. Esses erros são comuns e podem facilmente comprometer o resultado final de um exame. Uma questão muito importante, dentro da interpretação de texto, é a argumentação. Para entender essa questão é preciso saber que, e cada texto,

A conjunção é uma palavra que une uma frase na outra e muitas vezes possui

existe uma premissa e uma conclusão.

uma estrutura semântica. Existem as conjunções coordenadas e subordinadas.

A premissa é a causa, a explicação, o fator gerador que ocorre antes, ob-

Faz-se o uso das conjunções coordenativas quando existem duas orações

viamente, de sua conseqüência. A conclusão é a própria conseqüência, o

independentes que precisam ser interligadas por qualquer motivo que seja.

problema gerado pelo fator gerador ou, também, a própria compreensão da

Essas duas orações podem ser entendidas separadamente, mas precisam da

explicação dada. A conclusão vem após a premissa.

conjunção para se conectar em período e dar continuação à mensagem que querem passar.

Exemplo: - Luciana tem grandes chances de ficar gripada.

Dentro dessas conjunções, temos relação de:

- Apesar do tempo chuvoso, Luciana saiu de casa sem agasalho e sem guarda-chuva.

Adição. Elas acrescentam (adicionam) mais uma informação. Conjunções: e, nem, não só, mas também etc. Exemplo: Eu tomei banho e lavei o cabelo.

Esse é um exemplo fácil para identificar a premissa e a conclusão. Por que Luciana tem grandes chances de ficar gripada? Porque ela saiu na

Adversidade. Possuem uma ideia oposta àquela já expressa. Conjun-

chuva sem se proteger. Então é possível concluir que a premissa é a segun-

ções: mas, porém, contudo, todavia, entretanto, no entanto etc. Exemplo:

da frase do exemplo, pois sair na chuva sem agasalho ou guarda-chuva gera

Ela estudou para a prova, porém não conseguiu a nota que precisava.

uma gripe, ficar gripada é uma conseqüência.

• Note os verbos do exemplo acima. Na premissa o verbo “sair” está no passa-

Alternância. Expressa alternativa. Conjunções: Ou...ou, ora...ora, quer... quer, seja...seja etc. Exemplo: Ou vamos ao teatro ou vamos ao cinema.

do e, na conclusão, o verbo “ter” está no presente – essa relação ajuda a iden102

103


Conclusão. Finalizam uma ideia, concluem um pensamento. Conjun-

É importante perceber o que veio antes e o que veio depois para saber qual

ções: logo, portanto, por isso, pois (depois do verbo) etc. Exemplo: Re-

é a oração principal. No caso do exemplo acima, a vontade veio antes do ato

cebi uma conta muito alta, logo fiquei sem dinheiro.

de comprar o bolo.

Explicação. Como o nome diz, elas explicam a ideia da oração anterior.

Conseqüência: tão/tanto...que, de modo que, de sorte que etc.

Conjunções: que, porque, pois, porquanto, etc. Exemplo: Eu estudei Exemplo: Eu comi tanto bolo que fiquei com dor de barriga.

muito porque o assunto da prova era muito difícil. Atenção:

Condição: se, caso, desde que, a não ser que, a menos que.

Se surgir dúvida quanto a uma oração conclusiva ou explicativa, substitua a conjunção utilizada por “porque”. Se ela continuar fa-

Exemplo: Caso eu fique com vontade novamente, comparei bolo

zendo sentido, então é explicativa, se a substituição não puder ser

em outro lugar.

feita, então é conclusiva.

Comparação: mais...que, menos...que, tanto...como, assim como.

No exemplo das conclusivas, não faz sentido dizer “Recebi uma Exemplo: O bolo dessa padaria deve ser mais gostoso que o outro.

conta muito alta porque fiquei sem dinheiro”. Note que, juntas, as orações interligadas possuem um sentido maior e com-

Conformidade: conforme, como, segundo.

pleto, mas sozinhas podem ser perfeitamente entendidas. Exemplo: Ela fez tudo conforme foi pedido Já foram vistos alguns elementos de interpretação de texto, hoje as conjunções subordinativas.

Concessão: embora, conquanto, ainda que, mesmo que, apesar de (adicionando um verbo no infinitivo).

Lembrando: Exemplo: Embora eu tivesse lido o livro, não consegui fazer o resumo.

Conjunções subordinativas são palavras que ligam uma frase na outra. Para cada relação (destacada abaixo em negrito) existe uma conjunção que a

Finalidade: a fim de que, para que, para (mais verbo no infinitivo).

comporte, mas pode ser mais interessante observar e entender o contexto do Exemplo: O pai está organizando a festa de aniversário para que

que decorar todas elas.

a filha fique feliz.

Causa: porque, como, já que, visto que, graças a, em virtude de, por (junto com um verbo no infinitivo. Exemplo: Eu comprei um bolo porque eu estava com vontade.

Proporcionalidade: à proporção que, à medida que. Exemplo: As pessoas ficam mais experientes à medida que os anos passam.

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Tempo: quando, logo que, assim que, enquanto, mal. Lembre-se que

Pressuposto: se atrasar para as aulas é um hábito de Maria.

tempo estipula uma relação cronológica. Exemplo: Luiza saiu de casa assim que a chuva parou.

Verbos. Exemplo: Maria continua se atrasando para todas as aulas.

Adjetivos. Exemplo: Está cada vez mais difícil de encontrar alunos esforçados nas escolas. Pressuposto: Nas escolas, a maioria dos alunos não se esforça.

É importante observar o contexto para saber qual conjunção usar em cada situação, lembrando que cada frase precisa de coerência, lógica.

Orações adjetivas. Exemplo: Pessoas que pensam apenas no próprio

É muito importante saber interpretar as informações implícitas de um

umbigo, são egoístas. Pressuposto: Todas as pessoas que pensam apenas

texto. A palavra implícita remete a algo que não foi totalmente explicado, en-

em si mesmas, são egoístas. Pessoas que não pensam apenas nelas mes-

tão se uma informação está implícita, quer dizer que ela não está totalmente

mas, não são egoístas.

clara, ela está subentendida. Existem também as ideias que são subentendidas. São ideias escondidas Ás vezes quando nos expressamos, dizemos coisas de forma implícita, coisas

atrás de uma informação. É responsabilidade do ouvinte, ou do leitor, enten-

que, popularmente falando, estão nas entrelinhas. Acontece a mesma coisa

der essa mensagem, pois não há nenhum elemento gramatical para sinalizá-la.

em um texto, uma informação pode estar lá, mas não de forma transparente. A maior diferença entre o pressuposto e o subentendido é que a ideia Uma ideia pressuposta é uma ideia que não foi expressa de forma explícita,

pressuposta está no texto, ela é guiada por elementos para sua compreensão,

mas que mesmo assim pode ser compreendida através de outras palavras ou

então como está no texto (ou foi falada) não pode ser discutida.

expressões da frase. Já o fato subentendido não deixa resquício, é uma compreensão que não Exemplo: Lucas está insistindo em sua escolha, mesmo sabendo

pode ser cem por cento confirmada – a ideia subentendida sempre poderá

que é inadequada.

ser protegida por: não foi isso que eu quis dizer.

Entende-se que Lucas, no momento, está fazendo uma escolha errada (essa

Dentro desse contexto, existe também o viés, que é tendência do texto, é a es-

é a ideia explícita do exemplo), mas quando a palavra “insistindo” é lida,

colha dos fatos e da ênfase de quem fala ou escreve. Destacando certas partes

percebe-se que Lucas já está fazendo aquela mesma escolha há algum tempo

de um texto, o autor transfere sua opinião sobre o assunto.

(e essa é a ideia implícita). Por exemplo, você pode descrever uma pessoa enfatizando seus defeitos ou Alguns elementos gramaticais ajudam a entender a ideia pressuposta.

suas qualidades, dessa forma deixará claro qual é sua opinião a respeito dela.

Tais como:

Advérbios. Exemplo: Infelizmente, meu amigo não pôde vir à festa. Pressuposto: era esperado que ele viesse à festa.

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Sujeito: É aquele que pratica a ação, é necessário sempre fazer a pergunta

ue12 SINTAXE

“o que?” ou “quem?” para identificar o sujeito e se é uma pessoa ou não. Por exemplo: Regina fez o bolo. Quem fez o bolo? Regina. “Regina” é o sujeito da oração, uma pessoa. Mas, se for dito: “Seu comportamento em sala de aula é indevido” o sujeito é o “ seu comportamento”. Ele é o assunto da frase, a pessoa qual a frase se trata. Ele também pode

A sintaxe estuda as palavras como elementos de uma frase, ou seja, ela estuda a posição das palavras, concordância etc. Para iniciar o estudo desse tema é importante entender o que é frase, oração e período.

possuir mais de um núcleo, ou seja, pode existir mais de um sujeito em uma oração. Por exemplo: Regina e Luiza fizeram o bolo. Atenção: é determinado por “sujeito simples” quando há apenas um sujeito em uma oração, e “sujeito composto” quando há mais de um.

Frase: É um conjunto de palavras que forma sentido, um enunciado, mas não precisa necessariamente da presença de um verbo. Exemplo: Bom trabalho! Oração: É a mesma coisa que uma frase, mas a presença do verbo é obrigatória, não existe oração sem verbo. Exemplo: Você fez um bom trabalho. Período: Um enunciado que se encerre por um ponto, qualquer que seja ele. Um período pode ser simples (contendo apenas uma oração) ou composto (contendo duas ou mais orações). Exemplo período simples: Eu comprei um bolo. Exemplo período composto: Eu comprei um bolo e Mariana comprou uma torta. Atenção: Quando existe, em uma frase, um verbo de ligação mais um verbo no gerúndio (Exemplo: Elas estão comendo. Estão -> verbo de ligação. Comendo -> Verbo comer no gerúndio) o período é simples (pois poderia ser dito apenas “elas comem”), mas o verbo é composto. Existem termos que existem em todas as orações, são chamados de termos

O sujeito também pode ser representado por uma oração subordinada substantiva subjetiva. Nesse caso, em vez de dizer, por exemplo: “sua presença é fundamental” (onde “sua presença” é o sujeito) seria dito: “É fundamental que você que você se apresente - que esteja no local”. Predicado: É a informação atribuída ao sujeito, é dentro do predicado que se encontra o verbo. Existe o predicado verbal, predicado nominal e o predicado verbo nominal. Exemplo: Lucas estudou muito hoje. “Lucas” é o sujeito, todo o restante é o predicado. Dentro desse predicado está o verbo “estudar”, que é o elemento principal, então pode-se dizer que esse é um predicado verbal. Agora, analise o exemplo: Mariana está muito feliz hoje.

essenciais. São eles: 108

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“Mariana” é o sujeito, “estar” é um verbo de ligação, a parte mais importante

Objeto direto: Como já visto anteriormente, o objeto direto é o comple-

da frase é a palavra “feliz”. Quando existe uma característica é dito que existe

mento do verbo transitivo direto, ele pode usar preposição, também pode

predicativo do sujeito, então o exemplo acima se trata de um predicado nominal.

possuir mais de um núcleo, é um termo paciente e ele pode ser representado por uma oração subordinada substantiva objetiva direta.

O predicado também pode possuir mais de um núcleo. Esse tipo de predicaExemplo oração simples com objeto direto: Quero chocolate.

do é chamado de predicado verbo nominal, pois ele une dentro um predicado elementos dos dois tipos citados acima.

Exemplo de oração subordinada substantiva objetiva direta: Quero que você compre chocolate pra mim.

Exemplo: Mariana chegou cansada em casa. Nesse exemplo existem os elementos: “cansada”, que é uma característica,

O objeto indireto também é um termo integrante na sintaxe. O objeto indireto:

e o verbo “chegar” no passado. No exemplo acima, “chegou” é um núcleo e “cansada” é outro núcleo.

Completa o sentido de um verbo transitivo indireto, então ele sempre estará acompanhado de preposição. Exemplo: Eu falei com Maria.

Já os termos integrantes são termos não essenciais, eles podem ou fazer parte do sujeito, ou do predicado. São eles: Predicativo: É uma característica atribuída a um substantivo, também pode ser definido como um estado que é importante no sentido da frase. O predicativo pode ser referente ao sujeito ou ao objeto (Exemplo 1). Lembre-se: a característica é sempre atribuída por um verbo. Exemplo 1: Achei o bolo gostoso.

Pode ter mais de um núcleo. Exemplo: Eu falei com Maria e com Ana.

É sempre o motivo da ação. Exemplo: Preciso da sua compreensão.

Pode ser representado por uma oração subordinada substantiva objetiva direta. Exemplo: Preciso que você me compreenda.

Outro termo integrante é complemento nominal. Ele:

substantivo), o complemento nominal sempre vem acompanhado de preposição (ou seja, é um termo preposicionado). Exemplo: Sinto falta

No exemplo acima a característica está atribuída ao bolo, que é o objeto. En-

da infância. (falta = substantivo. Da infância = complemento nominal).

tão nessa oração existe o predicativo do objeto. Exemplo 2: O bolo é gostoso. Aqui o sujeito é o bolo, então tem-se o predicativo do sujeito. O predicativo também pode ser representado por uma oração subordinada substantiva predicativa. Por exemplo: O importante é que você compareça à reunião. 110

Completa o sentido de um nome (tanto advérbio quanto adjetivo ou

Pode ser representado por uma oração subordinada substantiva completiva nominal. Exemplo: Gostamos da forma que você se comportou hoje (em vez de “gostamos de seu comportamento”.

Temos também o agente da passiva, que pratica a ação da voz passiva. Também um termo que está sempre preposicionado, o agente da passiva corresponde ao sujeito da voz ativa. 111


Exemplo: Luiza fez um bolo (voz ativa). O bolo foi feito por Luiza

O adjunto adverbial:

(voz passiva).

tico. Relaciona-se a um verbo ou a uma oração inteira (relacionando-

Na oração “Luiza fez um bolo”, Luiza é o sujeito. Já na frase “O bolo foi

-se então ao tempo, lugar, modo etc). Exemplo: Os meninos estudaram

feito por Luiza”, “o bolo” é o sujeito da oração, “por Luiza” é o agente da

muito (“muito” é o adjunto adverbial que está intensificando o verbo “es-

passiva. O agente da passiva é quem age na oração, mas que não tem a

tudar” propriamente conjugado na oração).

função de sujeito. Dentro da sintaxe também existem os termos acessórios, que são aqueles

Intensifica o sentido do adjetivo ou do advérbio. Exemplo: Esse filme é muito divertido (nesse caso, o adjunto adverbial “muito” está intensifi-

que podem ou não aparecer. São eles: Adjunto Adnominal:

Não possui uma importância sintática, pois é um modificador semân-

cando o adjetivo “divertido”).

Pode ser representado por um advérbio, uma locução adverbial ou uma

O adjunto adnominal se liga ao substantivo sem o intermédio de um

expressão adverbial. Exemplo: Minha bola caiu na lagoa (“na lagoa” é

verbo. Ele caracteriza o substantivo (concreto ou abstrato), quando for

uma locução adverbial que expressa lugar).

termo agente. Exemplo: A colher de madeira é a melhor para fazer brigadeiro (de madeiro é o adjunto adnominal).

Pode ser representado por uma oração subordinada adverbial. Exemplo: Contanto que não atrapalhe ninguém, você pode coloca música alta

Representa as palavras adjetivas, tais como: artigo, adjetivo, numeral,

(essa é uma oração subordinada adverbial condicional).

pronome adjetivo e locução adjetiva. Exemplo: O meu escritor favorito lançou um novo livro.

As orações subordinadas adverbiais podem ser: causais (indicam causa), consecutivas (indicam conseqüência), condicionais (condição), concessi-

Pode ser representado por uma oração subordinada adjetiva. Exemplo:

vas (expressam um fato contrário), conformativas (indicam conformidade),

O escritor publicou uma obra (oração principal) que emocionou a todos

comparativas (comparação), finais (expressam o objetivo de uma ação), tem-

(oração subordinada adjetiva, ela poderia ser facilmente substituída por

porais (tempo) e proporcionais (ideia de proporção).

“emocionante”). Atenção: Para não confundir adjunto adnominal e complemento nominal:

o adjunto adverbial nunca se relaciona com o substantivo. Ele se re-

O adjunto adnominal está sempre ligado ao substantivo, enquan-

laciona com verbos, advérbios e adjetivos, modificando seus sentidos.

to o complemento nominal pode se juntar ao substantivo, advérbio e adjetivo. Dentro dos termos acessórios, no estudo da sintaxe, também se encontra:

Aposto:

Termo explicativo, ele caracteriza ou detalha o substantivo referido na oração. Exemplo: Antigamente, quando eu ainda estava na escola, as coisas eram diferentes.

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Pode ser representado por uma oração subordinada substantiva apositi-

(sentido de conclusão) e explicativa (explicação). Existem todas essas classes

va. Exemplo: Eu tenho um sonho: ser uma escritora famosa.

de conjunções.

O aposto, quando tem função explicativa, geralmente fica entre vírgulas, mas também pode vir depois de dois pontos. Vocativo:

Representa aquele com quem se fala, a quem se dirige e é sempre isolado

Período composto por subordinação: Ao contrário da oração coordenada, a oração subordinada precisa de uma oração principal para fazer sentido. Se colocada sozinha, não é possível compreende-la. Sempre haverá um conectivo entre a oração principal e a oração subordinada. Ela pode se dividir em três tipos: adverbial, adjetiva e substantiva.

por vírgula. Exemplo: Mariana, venha até aqui. “Mariana” é o vocativo dessa oração.

As orações subordinadas podem ser adverbiais, adjetivas e substantivas. Cada uma delas expressa uma ideia diferente e possui seus próprios detalhes.

É importante também estudar a sintaxe do período composto. Lembrando que o período composto é aquele formado por duas ou mais orações.

A oração subordinada adverbial exerce função de advérbio, lembrando que é sempre relacionada a uma oração principal. A oração subordinada ad-

Ele se divide em dois grupos, são eles:

verbial se une à oração principal através de uma conjunção ou locução.

Período composto por coordenação:

Elas podem ser classificadas em: causal, comparativa, concessiva, condicio-

É formado por orações coordenadas, que são aquelas sintaticamente independentes, não necessitam de outra oração para ter seu sentido compreendido. Essas orações podem ser assindéticas (sem conjunção) ou sindéticas (com conjunção). Exemplo de oração coordenada sindética: Ele comprou um bolo porque era seu aniversário. Exemplo de oração coordenada assindética: Entrou no quarto, deitou na cama, ligou a televisão. Se for dito: Entrou no quarto, deitou na cama e ligou a televisão. Teremos duas orações assindéticas (conectadas por vírgula) e uma sindética (conectada pela conjunção “e”). As orações coordenadas sindéticas podem ser classificadas em: aditiva (sentido de adição), adversativa (oposição), alternativa (escolha), conclusiva 114

nal, conformativa, consecutiva, final, proporcional e temporal de acordo com a conjunção utilizada. Se existem todas essas classes para conjunções, existirão as mesmas classes para as orações subordinadas adverbiais. Exemplo: Meu celular tocou enquanto eu estava no banho. Esse é um exemplo de uma oração subordinada adverbial temporal. “Meu celular tocou” é a frase principal e “enquanto eu estava no banho” é a oração subordinada que foi conectada à oração principal através da conjunção “enquanto”. Note que sem a oração principal não é possível entender a situação. Já a oração subordinada adjetiva tem função, obviamente, de adjetivo. Ela exerce essa função para o termo antecedente, que pode ser tanto um substantivo ou um pronome que estará presente na oração principal e sempre apresentará um pronome relativo. 115


Lembrando alguns pronomes relativos: cujo, quem, que, onde, o qual e suas variáveis, quando etc. Exemplo: Esse é o garoto que eu gosto. As orações subordinadas adjetivas podem ser explicativas ou restritivas. As explicativas são separadas por vírgula e as restritivas não, então a oração acima é restritiva. Enquanto a explicativa esclarece a oração, a restritiva adiciona um fato a uma parte dela. Exemplo de oração subordinada explicativa: O restaurante, o qual é muito gostoso, está fechado. Finalmente, a oração subordinada substantiva possui função de termo sintático (sujeito, predicativo, objeto direto e/ou indireto, aposto, comple-

CLASSIFICAÇÕES

ORAÇÃO PRINCIPAL

ORAÇÃO SUBORDINADA

Subjetiva = Sujeito oracional

Verbo 3ª pessoa do singular

É essencial que vocês estudem

Predicativa = predicativo oracional

Sujeito + verbo de ligação

Meu desejo é que vocês passem.

Objetiva direta = obj. direto oracional.

Sujeito + V.T direto

Quero que vocês passem.

Objetiva indireta = obj. indireto oracional.

Sujeito + V.T indireto

Creio em que vocês passarão

Completiva nominal = complemento nominal oracional.

Sujeito + verbo + subs. abstrato/adjetivo.

Tenho certeza de que vocês passarão.

Apositiva = posto oracional.

Dois pontos ou vírgula

Só queremos isso: que vocês passem.

mento nominal) da oração principal, ela corresponde a um substantivo. Sobre a pontuação: A substantiva não se separa por pontuação alguma, Essa oração subordinada, quando desenvolvida, é conectada a oração prin-

apenas com a exceção da apositiva, assim como a tabela indica – essa pon-

cipal por uma conjunção integrante (“que” ou “se”); quando justaposta é ini-

tuação é representada por dois pontos ou vírgula. A apositiva também pode

ciada por um pronome interrogativo ou indefinido (quem, quem, quanto) ou

proceder antes de: isto é, a saber, ou seja. Nela, a palavra “que” é expletiva

advérbio interrogativo (como, onde, por que, quando) e, quando reduzida,

(produz ênfase) e não conjunção.

não apresenta conectivo e o verbo permanece no infinitivo. Perceba também que as orações subordinadas usam conectivos. Exemplo (desenvolvida): Espero que você aprecie a comida (espero sua apreciação).

Sabe-se que um período é formado por duas ou mais orações, então por mais que nos exemplos seja comum o uso de apenas duas orações para explicar as

Exemplo (reduzida): Eu espero apreciar a comida.

orações subordinadas, é importante entender que elas podem ser coordenadas entre si, usando ou não de uma conjunção, se organizando devida-

Atenção:

mente a um texto.

Para saber quando a palavra “que” é conjunção, basta tentar substituí-la por “o qual” ou “a qual”. Se não der certo, é conjunção.

Exemplo: Espero que você se dê bem na nova escola e faça muitos amigos.

Sobre as orações subordinadas substantivas:

Note que existe uma oração principal, mesmo que composta apenas de um verbo (“espero”) e duas orações subordinadas que são coordenadas entre si.

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Como quem espera, espera algo ou alguma coisa, é correto afirmar que am-

É necessário = oração principal (1)

bas são orações subordinadas substantivas objetivas diretas, as duas completam o sentido do verbo “esperar”.

Que se aprenda Inglês = Oração subordinada adjetiva (2)

Para entender melhor a oração reduzida, basta saber que ela não usa de

A fim de conseguir um emprego melhor = Oração subordinada adverbial

conectivo (conjunção ou pronome) e sim de um verbo no infinito, particípio

de final (3)

ou gerúndio para interligar as orações. Ela pode ser introduzida na oração por uma preposição.

Ou para que viaje com independência = Oração subordinada adverbial de final (4)

Atenção: O tipo de verbo que ela utiliza dará um nome devido. Então a

Note que as orações 3 e 4 são coordenadas entre si.

oração poderá ser: oração reduzida de infinitivo, de particípio ou de gerúndio.

É importante entender as relações que as orações possuem entre si, para saber defini-las separadamente e compreende-las melhor para a análise de

Exemplos:

um texto.

É importante estudar todos os dias – oração reduzida de infinitivo (É importante que se estude).

Gosto de ver homens cozinhando – oração reduzida de gerúndio (homens que cozinham).

Entrei no quarto e vi a cama arrumada – oração reduzida de particípio (a cama que alguém arrumou).

Uma oração coordenada também pode ser reduzida de gerúndio. Exemplo: Recebeu a prova, dando graças a Deus por ter estudado (Recebeu a prova e deu graças a Deus por ter estudado). Quando existem orações adjetivas que se juntam com orações adverbiais em um período, pode-se dizer que esse é um período misto. Exemplo: É necessário (1) que se aprenda Inglês (2) a fim de conseguir um emprego melhor (3) ou para que viaje com independência (4). 118

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