HISTÓRIA 3° ANO - MANUAL DO PROFESSOR

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Tainá Nogueira

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Bacharel em História pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Mestre em Multimeios pela Estadual de Campinas. HistUniversidade ór ia Ensino Editora Fundade os Inicias memateriais ntal • Andidáticos.

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São Paulo, 2021

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Universo das Descobertas História – 5º ano

Conselho Editorial Alessandro Gerardi, Alessio Fon Melozo, Luis Afonso G. Neira, Luis Matos, William Nakamura

© UDL Educação

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil) Dados

Internacionais de Catalogação na Publicação Angélica AngélicaIlacqua IlacquaCRB-8/7057 CRB-8/7057

(CIP)

N716u Nogueira, Tainá

Universo fundamental São Paulo : (Universo

das descobertas : História : Ensino : Anos iniciais : 3º ano / Tainá Nogueira. –– Universo da Literatura – UDL Educação, 2021. das descobertas ; 3)

ISBN 978-65-89871-45-3 (aluno) ISBN 978-65-89871-55-2 (professor) 1. História (Ensino fundamental) I. Título II. Série 21-3310

CDD 372.89

Índices para catálogo sistemático: 1. História : Ensino Fundamental I

Direção Editorial Alessandro Gerardi Coordenação Editorial Priscilla Cerencio/Ex-libris Soluções Didáticas e Editoriais Edição Priscilla Cerencio/Ex-libris Soluções Didáticas e Editoriais Revisão de textos Elis Beletti, Débora Tamayose e Luigi Andrade/Exlibris Soluções Didáticas e Editoriais Projeto gráfico Escala Educacional e Ex-libris Soluções Didáticas e Editoriais Capa Todotipo Editorial Ilustração de capa Ilustracartoon Editoração eletrônica e Arte Ex-Libris Soluções Didáticas e Editoriais Licenciamento de textos e imagens Andrea Bolanho Pesquisa e Licenciamento

Todos os direitos reservados: UDL Educação Av. Ordem e Progresso, nº 157, sala 803 - Várzea da Barra Funda CEP 01141-030 - São Paulo - SP – Brasil Phone/Fax: 55 11 3392 3336 www.udleducacao.com.br contato@udleducacao.com.br

Pesquisa iconográfica Andrea Bolanho Pesquisa e Licenciamento


Sumário Apresentação................................................................................................................................. IV 1. Orientações gerais.................................................................................................................. V 1.1 O ensino de História no Ensino Fundamental - Anos iniciais ...................................... V Propostas curriculares de História............................................................................................ VI Os desafios do ensino de História............................................................................................VII Somos sujeitos da História........................................................................................................VII 1.2 Pressupostos teórico-metodológicos da coleção............................................................VII

2. Estrutura e organização da coleção...........................................................................VIII 2.1 Os conteúdos..........................................................................................................................VIII 2.2 A estrutura..............................................................................................................................VIII 2.3 Os graus de dificuldade de cada volume ......................................................................... IX

3. Avaliação...................................................................................................................................... X 4. Planejamento do 3o ano..................................................................................................... XI 5. Referências.............................................................................................................................. XIV Livro do Estudante...................................................................................................................... 1 Apresentação.................................................................................................................................. 3 Conheça seu livro......................................................................................................................... 4 Sumário.............................................................................................................................................. 6 Para começar................................................................................................................................... 8 Unidade 1 - Como as cidades são..................................................................................................... 10 Unidade 2 - Cidades do Brasil.......................................................................................................... 26 Unidade 3 - O campo...................................................................................................................... 40 Unidade 4 - O campo em outros tempos........................................................................................... 52 Unidade 5 - Município: campo e cidade............................................................................................. 68 Unidade 6 - Dia de festa, dia de luta................................................................................................. 82 Unidade 7 - Sem árvores, sem plantas: que calor! ........................................................................... 104 Unidade 8 - Água: conservar para não faltar!.................................................................................. 120 Para finalizar .............................................................................................................................. 141

Referências................................................................................................................................... 144


Caro professor, Elaboramos este manual especialmente para você, com o intuito de contribuir com seu trabalho de educador junto aos estudantes, principalmente no ensino de História. Aqui, nestas páginas, você encontrará as diretrizes teóricas e metodológicas que orientaram a elaboração deste projeto, discussões sobre o ensino e a aprendizagem em História, além de sugestões de como utilizar o material em sala de aula e adequá-lo ao seu planejamento. Esta coleção foi feita conforme as habilidades e competências elencadas pela Base Nacional Comum Curricular (BNCC), seguindo as Diretrizes Curriculares Nacionais e os preceitos da Política Nacional de Alfabetização. Esperamos que este manual seja uma ferramenta útil para suas aulas e atualização docente. Ótimo trabalho! A autora e a equipe editorial deste livro


Orientações gerais O ensino de História no Ensino Fundamental – Anos iniciais Desde os anos 1980, com todas as transformações políticas e sociais vividas no Brasil em decorrência do movimento de redemocratização, a educação e, consequentemente, o ensino de História vêm sendo intensamente discutidos. Nesse cenário político, com as demandas da sociedade mais expostas e discutidas abertamente, foram publicados o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), em 1990, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), em 1996, os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN), em 1996, as Diretrizes Curriculares Nacionais da Educação Básica (DCN), em 2013, e, por fim, a Base Nacional Comum Curricular (BNCC), em 2018, e a Política Nacional de Alfabetização (PNA), em 2019. O ECA representou uma virada histórica na forma de conceber a infância e a juventude. Os direitos da criança e do adolescente, entre os quais está o acesso à educação, passaram a ser considerados de responsabilidade do Estado, das famílias e de toda a sociedade. A LDB reafirma esse princípio ao mencionar, no artigo 32, que é direito de todas as crianças o acesso ao Ensino Fundamental, obrigatório e gratuito em escola pública, tendo como finalidade a formação básica do cidadão. Além disso, reconhece a importância de um ensino de História que leve “em conta as contribuições das diferentes culturas e etnias para a formação do povo brasileiro, especialmente das matrizes indígena, africana e europeia”. Os PCNs e a DCN trouxeram novos horizontes ao segmento e, consequentemente, aos componentes curriculares escolares que os compõem. Nesse sentido, no que se refere à História, eles constituíram um esforço de sistematização do conhecimento na área para um novo tempo, para uma nova infância, para uma nova escola. Para substituir uma História focada na memorização e sem relação com as questões do presente, essas iniciativas conduziram ao diálogo entre passado e presente e também à seleção de acontecimentos históricos relevantes para os diferentes contextos de estudo. Além disso, a concepção de sujeitos históricos deixou de se restringir a indivíduos ilustres, passando a incluir pessoas comuns, diferentes grupos sociais, crianças, mulheres, organizações, e instituições. Embora esses avanços tenham sido significativos, havia ainda a necessidade de diretrizes pedagógicas que garantissem a equidade na educação, tendo em vista a grande diversidade cultural e as desigualdades sociais presentes no país. Assim, com base na LDB, que previa o estabelecimento de competências e diretrizes para a educação básica que norteassem currículos e seus conteúdos mínimos, foi concebida a Base Nacional Comum Curricular.

Entendendo-se competência como mobilização e aplicação de conhecimentos (conceitos, procedimentos, valores, atitudes), de acordo com a BNCC, espera-se tornar o educando capaz de acionar e utilizar seus conhecimentos na busca de resoluções de problemas. Com esse intuito, a BNCC elenca dez competências gerais, que perpassam todos os componentes curriculares da educação básica, e sete competências específicas para História.

COMPETÊNCIAS GERAIS DA EDUCAÇÃO BÁSICA 1. Valorizar e utilizar os conhecimentos historicamente construídos sobre o mundo físico, social, cultural e digital para entender e explicar a realidade, continuar aprendendo e colaborar para a construção de uma sociedade justa, democrática e inclusiva. 2. Exercitar a curiosidade intelectual e recorrer à abordagem própria das ciências, incluindo a investigação, a reflexão, a análise crítica, a imaginação e a criatividade, para investigar causas, elaborar e testar hipóteses, formular e resolver problemas e criar soluções (inclusive tecnológicas) com base nos conhecimentos das diferentes áreas. 3. Valorizar e fruir as diversas manifestações artísticas e culturais, das locais às mundiais, e também participar de práticas diversificadas da produção artístico-cultural. 4. Utilizar diferentes linguagens – verbal (oral ou visual-motora, como Libras, e escrita), corporal, visual, sonora e digital –, bem como conhecimentos das linguagens artística, matemática e científica, para se expressar e partilhar informações, experiências, ideias e sentimentos em diferentes contextos e produzir sentidos que levem ao entendimento mútuo. 5. Compreender, utilizar e criar tecnologias digitais de informação e comunicação de forma crítica, significativa, reflexiva e ética nas diversas práticas sociais (incluindo as escolares) para se comunicar, acessar e disseminar informações, produzir conhecimentos, resolver problemas e exercer protagonismo e autoria na vida pessoal e coletiva. 6. Valorizar a diversidade de saberes e vivências culturais e apropriar-se de conhecimentos e experiências que lhe possibilitem entender as relações próprias do mundo do trabalho e fazer escolhas alinhadas ao exercício da cidadania e ao seu projeto de vida, com liberdade, autonomia, consciência crítica e responsabilidade. 7. Argumentar com base em fatos, dados e informações confiáveis, para formular, negociar e defender ideias, pontos de vista e decisões comuns que respeitem e promovam os direitos humanos, a consciência socioambiental e o consumo responsável em âmbito local, regional e global, com posicionamento ético em relação ao cuidado de si mesmo, dos outros e do planeta. V


8. Conhecer-se, apreciar-se e cuidar de sua saúde física e emocional, compreendendo-se na diversidade humana e reconhecendo suas emoções e as dos outros, com autocrítica e capacidade para lidar com elas. 9. Exercitar a empatia, o diálogo, a resolução de conflitos e a cooperação, fazendo-se respeitar e promovendo o respeito ao outro e aos direitos humanos, com acolhimento e valorização da diversidade de indivíduos e de grupos sociais, seus saberes, identidades, culturas e potencialidades, sem preconceitos de qualquer natureza. 10. Agir pessoal e coletivamente com autonomia, responsabilidade, flexibilidade, resiliência e determinação, tomando decisões com base em princípios éticos, democráticos, inclusivos, sustentáveis e solidários. BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. Brasília, 2018. p. 9-10.

A Política Nacional de Alfabetização, por sua vez, foi criada com o objetivo de melhorar a qualidade da alfabetização no país, combatendo o analfabetismo absoluto e o analfabetismo funcional. Para isso, ela prevê o desenvolvimento da literacia e da numeracia. A literacia é entendida como o conjunto de conhecimentos, habilidades e atitudes relacionados à leitura e à escrita, bem como sua prática produtiva. Segundo essa política, ela deve ser desenvolvida da forma a seguir nos anos iniciais do Ensino Fundamental. • 1o ano: aquisição de vocabulário, desenvolvimento da consciência fonológica, aquisição de habilidades de leitura (decodificação) e de escrita (codificação). • 2o ano ao 5o ano: além das habilidades acima, são desenvolvidas a fluência em leitura oral e a interpretação de textos.

Propostas curriculares de História COMPETÊNCIAS ESPECÍFICAS DE HISTÓRIA PARA O ENSINO FUNDAMENTAL 1. Compreender acontecimentos históricos, relações de poder e processos e mecanismos de transformação e manutenção das estruturas sociais, políticas, econômicas e culturais ao longo do tempo e em diferentes espaços para analisar, posicionar-se e intervir no mundo contemporâneo. 2. Compreender a historicidade no tempo e no espaço, relacionando acontecimentos e processos de transformação e manutenção das estruturas sociais, políticas, econômicas e culturais, bem como problematizar os significados das lógicas de organização cronológica. 3. Elaborar questionamentos, hipóteses, argumentos e proposições em relação a documentos, interpretações e contextos históricos específicos, recorrendo a diferentes linguagens e mídias, exercitando a empatia, o diálogo, a resolução de conflitos, a cooperação e o respeito. 4. Identificar interpretações que expressem visões de diferentes sujeitos, culturas e povos com relação a um mesmo contexto histórico, e posicionar-se criticamente com base em princípios éticos, democráticos, inclusivos, sustentáveis e solidários. 5. Analisar e compreender o movimento de populações e mercadorias no tempo e no espaço e seus significados históricos, levando em conta o respeito e a solidariedade com as diferentes populações. 6. Compreender e problematizar os conceitos e procedimentos norteadores da produção historiográfica. 7. Produzir, avaliar e utilizar tecnologias digitais de informação e comunicação de modo crítico, ético e responsável, compreendendo seus significados para os diferentes grupos ou estratos sociais. BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. Brasília, 2018. p. 402.

VI

Em artigo em que analisa as propostas curriculares nos diferentes estados brasileiros, a professora Circe Bittencourt (1998) identifica como conceitos básicos desenvolvidos nos anos iniciais do Ensino Fundamental o de cultura, vinculado à construção das noções de semelhanças e diferenças, e o de organização social e do trabalho. Também aponta a introdução das noções de tempo e espaço histórico desde o processo de alfabetização. Em relação à noção de tempo histórico, os documentos oficiais que orientam esse componente curricular recomendam que se trabalhe a ideia de antes e depois, com o conceito de geração e o conceito de duração. Dessa forma, os estudantes dos anos iniciais do Ensino Fundamental poderão compreender, de maneira gradual, que a noção de tempo histórico não se restringe ao tempo cronológico. Outra proposta comum para os anos iniciais é a problematização dos temas abordados por meio da história local. Essa prática permite que se contextualizem os problemas do presente, articulando questões locais, regionais, nacionais e internacionais. Assim, a escolha dos conteúdos e problemas deve começar na história local associada à história do cotidiano, possibilitando a introdução de novos objetos, sujeitos e métodos. A BNCC propõe o estudo de História por meio de diferentes fontes (escritas, iconográficas, materiais e imateriais) que proporcionem a compreensão da relação entre tempo e espaço e das relações sociais que as produziram. Registros e vestígios trazem em si as experiências humanas, revelando sujeitos, suas formas de produção, circulação e consumo, que se verifica por meio de processos de identificação, comparação, contextualização, interpretação e análise. Nesse sentido, a BNCC pretende que estudantes e professores incorporem atitude historiadora diante dos conteúdos propostos.


Os desafios do ensino de História O mundo social vivenciado pelos estudantes atualmente é infinitamente mais dinâmico e complexo que o de algumas décadas atrás. Hoje, eles têm acesso às informações por meio do uso mais difundido da internet e das múltiplas ferramentas de busca. Além disso, a comunicação virtual, com a multiplicação de redes sociais, propicia uma nova dinâmica de relações para a nova geração. Cada vez mais, os estudantes se veem diante de questões que desafiam a sociedade e se tornaram parte do cotidiano das pessoas. Dessa maneira, justifica-se a necessidade de se trabalhar em sala de aula temas contemporâneos, como direitos da criança e do adolescente, preservação do meio ambiente, educação alimentar e nutricional, processo de envelhecimento, respeito e valorização do idoso, educação em direitos humanos, saúde, vida familiar e social, educação para o consumo, trabalho, ciência e tecnologia, diversidade cultural, entre outros. Nesse cenário, sistematizar informações acerca de acontecimentos, mudanças e fenômenos sociais contemporâneos, transformando-os em saberes escolares, passou a ser um desafio do ensino de História. Assim, para assegurar as aprendizagens essenciais em cada etapa da educação básica, fazem sentido as ações propostas pela BNCC, como contextualizar os conteúdos, consolidar a interdisciplinaridade entre os componentes curriculares, adotar diferentes metodologias e estratégias didático-pedagógicas, procurar motivar e engajar os alunos na aprendizagem, adotar recursos didáticos e tecnológicos que contribuam para o processo de ensino e aprendizagem.

Somos todos sujeitos da História Nos anos iniciais, é recomendado que o estudo de História propicie aos estudantes o reconhecimento de sua história de vida e da de outras pessoas de sua convivência para que construam as próprias narrativas sobre essas histórias. De acordo com a BNCC: O exercício do “fazer história”, de indagar, é marcado, inicialmente, pela constituição de um sujeito. Em seguida, amplia-se para o conhecimento de um “Outro”, às vezes semelhante, muitas vezes diferente. Depois, alarga-se ainda mais em direção a outros povos, com seus usos e costumes específicos. Por fim, parte-se para o mundo, sempre em movimento e transformação. Em meio a inúmeras combinações dessas variáveis – do Eu, do Outro e do Nós –, inseridas em tempos e espaços específicos, indivíduos produzem saberes que os tornam mais aptos para enfrentar situações marcadas pelo conflito ou pela conciliação. BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. Brasília, 2018. p. 347-348.

Essa forma de estudar História é essencial para alicerçar o conhecimento de outras localidades, cidades, estados e países. Desse modo, os estudantes compreendem pela experiência que a História pode ser escrita sob múltiplas perspectivas. Quando o estudante se coloca como narrador, percebe também que a noção de espaço e de tempo é essencial para a compreensão dos períodos históricos. O ensino de História deve permitir aos estudantes que desenvolvam as próprias representações da época em que vivem e, ao mesmo tempo, pratiquem uma análise crítica sobre a memória coletiva. O principal intuito do componente curricular é favorecer a formação de sujeitos que questionem a realidade que os cerca – aprendendo que podem atuar na transformação da realidade histórica na qual estão inseridos – e reconheçam as multiplicidades de realidades sociais e dimensões vividas.

Pressupostos teórico-metodológicos da coleção No início do século XX, os historiadores Marc Bloch e Lucien Febvre criaram uma perspectiva histórica que posteriormente ficaria conhecida por Escola dos Annales. Contra a concepção linear do tempo histórico e as análises que narravam a sucessão cronológica dos fatos, Bloch introduziu a perspectiva de permanência na análise histórica, alterando profundamente o modo de pensar a relação passado – presente – futuro. Ao admitir que a sociedade é um jogo de interações, Bloch abriu caminho para que se considerassem os ritmos de cada uma das partes, analisando aquilo que se apresenta em termos de continuidade e de mudança (REIS, 1994). O resultado foi o surgimento de novos objetos, novos problemas e de novas abordagens dos fatos sociais. A Escola dos Annales transformou o cotidiano social em objeto de investigação e, assim, a natureza, a alimentação, as práticas de leitura, o corpo humano, os temas étnico-raciais, entre outros, foram anunciados como objetos da História. Enfim, a nova História abria-se para investigações no campo da história econômica, social e cultural, privilegiando a história de sujeitos coletivos. Esse enfoque sugere o estudo de uma sociedade com base em um de seus aspectos particulares. A pesquisa histórica, então, assumiu uma dimensão dialética, na qual a permanência de um aspecto revelava sua mudança, e vice-versa. Ao introduzir os acontecimentos em uma perspectiva de longa duração, os Annales permitiram, portanto, uma nova relação temporal, que passou a ser ordenada por meio da problematização de um acontecimento no tempo presente e da interpretação do que esse acontecimento representa em termos de mudanças e permanências na história. Interrogar o documento mediante os problemas do mundo tornou-se a operação historiográfica. Fernand Braudel, outro importante representante da Escola dos Annales, emprestando categorias de análise de áreas como Antropologia, Economia, Sociologia e VII


Geografia, inseriu a noção de ritmos da temporalidade, dimensionando e diferenciando os eventos que aconteciam no plano imediato (curta duração), no nível conjuntural (média duração) e no estrutural (longa duração). Essas novas orientações no campo historiográfico redefiniram a visão de muitos historiadores sobre o ensino de História e seus objetivos e acabaram incorporadas a muitos dos currículos do ensino básico. Essas perspectivas estão na base desta coleção. Busca-se partir das questões do presente próximas dos alunos e estabelecer as articulações entre o local, o nacional e o geral. O estudo da realidade mais próxima do estudante permite que ele crie vínculos com a memória familiar, com o mundo do trabalho, das migrações e das festas, bases da constituição de identidades individuais, sociais e coletivas. Na coleção, essa história local ou do lugar associa-se à história do cotidiano, sobretudo do cotidiano da criança (seu tempo e espaço). O cotidiano das pessoas torna-se objeto de investigação: as brincadeiras e os brinquedos de hoje e de outros tempos, os hábitos alimentares de diferentes lugares e de épocas distintas, o jeito de se vestir, as tarefas diárias de adultos e crianças, os tipos de moradia etc. Na construção do conhecimento histórico, os conceitos de tempo, sujeito, espaço e acontecimento histórico são essenciais e, por isso, precisam ser trabalhados e avaliados de forma integrada. Desse modo, é fundamental a valorização do cotidiano social que permeia a vida dos alunos e sua relação com a experiência histórica de outros grupos, lugares e tempos. É dessa forma que o estudante poderá situar-se historicamente, ou seja, compreendendo que pessoas, relações e atividades do seu cotidiano se articulam à dinâmica cultural, social, política e econômica de elementos históricos, próximos e distantes espacialmente, simultâneos e anteriores em termos temporais. Em relação aos métodos de ensino, a coleção parte da ideia de que os estudantes têm saberes sobre os objetos de ensino e que é necessário articular esses conhecimentos prévios aos conteúdos que serão ensinados. É preciso considerar que o estudante chega à sala de aula com certas noções sociais de tempo, sujeito e acontecimento histórico. Além disso, o professor poderá identificar e analisar as relações estabelecidas pelos estudantes entre os seus conhecimentos prévios e os novos saberes, para planejar as intervenções adequadas, a fim de ajudá-los a avançar no processo de aprendizagem. Portanto, propõe-se um método no qual o estudante tem um papel ativo na construção do conhecimento sobre conceitos, noções e acontecimentos históricos. Outro aspecto da metodologia adotada diz respeito às relações e comparações estabelecidas entre o presente e o passado, em um mesmo espaço ou em lugares diferentes, com o objetivo de levar o estudante, gradualmente, à compreensão da realidade em uma dimensão histórica. VIII

Estrutura e organização da coleção Os conteúdos A coleção é composta de cinco volumes, cada qual dividido em unidades centradas em um tema específico. O volume do 1o ano desenvolve conteúdos pertinentes ao aluno, ao Eu, tratando de temas como: ser criança, a identidade, família e escola. Por meio desses temas, a ideia é desenvolver a noção de identidade, individual e coletiva, vinculada aos grupos de convívio mais próximos do estudante (a família, os amigos, a escola). O volume do 2o ano, por sua vez, está centrado na ideia do Eu e o outro, abordando assuntos como: crianças de diferentes lugares, crianças no tempo, formas de morar e festas. Começamos, assim, no universo da criança, a realidade mais próxima do aluno, apresentando diferenças no tempo e no espaço, para discutir as moradias, as características do viver e as questões relacionadas à produção de bens, sempre nos preocupando em incentivá-lo a perceber e conhecer as diferentes formas de registro e evidências históricas. O volume do 3o ano tem como base o Eu, o outro, nós. Seus temas estão centrados na cidade, no campo, nas formas de vida, trabalho e lazer que se consolidaram ao longo do tempo nesses espaços. Procuramos, assim, chamar a atenção para a construção dos espaços (cidade e campo), trabalhando diferenças entre urbano e rural. Trabalhamos ainda as comemorações e as questões ambientais relacionadas a esses espaços. Os conteúdos do volume do 4o ano ampliam as temáticas já tratadas até aqui. Deixa de se configurar especificamente ao redor do aluno para abordar temas pertinentes à construção do conhecimento histórico, às origens da humanidade, à formação dos brasileiros, entre outros. O livro tem como pano de fundo a mobilidade e a incessante transformação das culturas e dos modos de viver. O volume do 5o ano, por fim, desenvolve temas como os primeiros povos ao redor dos grandes rios, a formação do Estado, o surgimento da escrita, a cidadania e o patrimônio histórico. Sempre com os olhos no presente, é um mergulho pelos processos históricos que deram origem às sociedades contemporâneas.

A estrutura Cada unidade apresenta estratégias e recursos variados para o ensino de História no texto principal, nas imagens, nos quadros e nas seções de atividades. O propósito é desenvolver a percepção e o domínio das noções e dos conceitos centrais do componente curricular. Porém, tais estratégias e recursos podem ser escolhidos e combinados, conforme os objetivos do curso e, sobretudo, de acordo com o perfil da turma. As aberturas de unidades desta coleção foram projetadas para despertar o interesse do aluno pelo tema a ser desenvolvido, organizar os conhecimentos prévios e a elaborar hipóteses.


O texto principal, por sua vez, é aquele destinado a desenvolver o tema central da unidade e do qual deriva todo o restante do conteúdo. Ele desenvolve o tema da unidade por meio de linguagem adequada à faixa etária dos estudantes. Os intertítulos cumprem papel relevante nessa organização e sistematizam o assunto a ser estudado. Em geral, os conteúdos de cada unidade estão organizados com base em um olhar sobre o tempo presente e a realidade do estudante. Busca-se, então, localizar os assuntos ao longo do tempo e em outros espaços. Considerando a preocupação de formar estudantes com domínio de múltiplas habilidades e competências, foram ainda elaboradas seções de atividades que possibilitam o trabalho em grupo, a leitura de imagens e de textos, a expressão oral ou escrita e a pesquisa, entre outros recursos. As unidades também contêm quadros chamados +História, que oferece sugestões de livros, filmes e sites sobre os assuntos tratados. Cabe destacar as seções que trabalham os conceitos fundamentais para a construção do conhecimento histórico. A seção De olho no sujeito apresenta a diversidade de indivíduos e grupos que são sujeitos da história. A seção De olho no tempo trabalha a noção de tempo histórico sem se limitar ao tempo cronológico. Por meio dela, procura-se apresentar aos estudantes as noções de diferentes ritmos de duração e a ideia de mudanças e permanências. Por sua vez, a seção De olho nas pistas aborda as evidências históricas, destacando a diversidade de materiais utilizados para a escrita da História. Ao final de cada unidade existe a seção Juntando saberes, um conjunto de atividades que propõem desde a sistematização do conteúdo até pesquisas e entrevistas. Nela são trabalhadas habilidades, como a comparação entre passado e presente, a identificação de diferenças e semelhanças, noções de mudanças e permanências e diferentes ritmos e níveis temporais. Essas atividades não são apenas um instrumento de sistematização e assimilação do conteúdo. Elas também foram planejadas para estabelecer debates, incentivar o trabalho coletivo e a pesquisa, contribuindo com a formação integral dos estudantes. Para orientar os estudantes, algumas atividades são identificadas com ícones, informando-lhes se devem ser realizadas oralmente, em dupla ou em grupo:

Ícone

Descrição Atividade oral Atividade em dupla Atividade em grupo

Para dar suporte ao trabalho do docente, o Manual do Professor, além de conter respostas e orientações de encaminhamento dos conteúdos e das atividades, apresenta mais um ícone – Tema contemporâneo – central do volume. Apesar de, ao longo dos volumes, o material perpassar os diversos temas contemporâneos transversais, em cada ano um deles tem um destaque maior, de acordo com a temática principal desenvolvida ao longo do ano. Esses temas podem ser identificados em um ícone visível somente ao professor.

Ícone VIDA FAMILIAR E SOCIAL

Descrição Tema contemporâneo de destaque

Ao longo da coleção, você perceberá que várias atividades não estão acompanhadas por nenhum dos ícones apresentados no quadro acima. Atividades sem ícone são aquelas que sugerimos que sejam realizadas individualmente e, em geral, requerem produção escrita dos estudantes. O Manual do Professor ainda oferece alguns recursos extras para sala de aula, em especial as Atividades complementares e sugestões que o professor pode adaptar às suas condições de trabalho.

Os graus de dificuldade de cada volume Uma característica importante da coleção é a graduação de dificuldade ao longo dos cinco volumes. Nos volumes do 1o ano e do 2o ano, em virtude de os estudantes ainda estarem em processo de alfabetização, preocupamo-nos em oferecer um número maior de atividades orais, com diálogos e debates sobre os temas propostos. Aos poucos, porém, nesses volumes, as atividades escritas vão sendo inseridas em maior quantidade para, nos volumes seguintes, serem cada vez mais requeridas, acompanhando as expectativas de literacia do PNA. O mesmo ocorre com os graus de dificuldade de leitura e resolução de atividades. Nos primeiros volumes, os textos mais longos e complexos foram pensados para serem intermediados pelo professor. Há também um maior número de atividades intercaladas ao longo do conteúdo, de forma a criar maior interação com o pequeno estudante. Esses artifícios vão sendo reduzidos conforme os estudantes avançam no aprendizado. Nos dois últimos volumes, a forma de abordar os assuntos se torna mais complexa, sendo que, no quinto, procuramos nos aproximar dos livros dos Anos Finais do Ensino Fundamental. Assim, com tais estratégias de graduação progressiva de dificuldades ao longo da coleção, acreditamos estar preparando os estudantes para uma transição suave entre os anos e entre os diferentes ciclos de ensino. IX


Avaliação O ensino e aprendizagem não estaria completo sem as avaliações. Avaliar a aprendizagem do conhecimento histórico no espaço escolar envolve tanto a aprendizagem dos conteúdos como a construção de relações sociais mais amplas entre os alunos e as coisas do mundo. No processo de avaliação, mais relevante do que mensurar, atribuir uma nota ou um conceito, é obter informações sobre a aprendizagem do estudante, com a finalidade de ajudá-lo a avançar e aprender. A avaliação deve servir para balizar todo o trabalho desenvolvido em sala de aula, desde a adequação do planejamento até o desempenho dos estudantes. É interessante que a avaliação seja encarada como um processo, isto é, seja composta de diversos instrumentos capazes de avaliar diferentes aspectos e momentos da aprendizagem. É importante, para isso, estimular a participação do estudante, explicitando os critérios nos quais se baseiam a avaliação, os meios utilizados e os objetivos a serem alcançados. O professor Charles Hadji (2001), que trata da avaliação formativa, aponta três características principais desse modelo de avaliação. A primeira é o fato de ser uma avaliação informativa, ou seja, que oferece dados sobre a condução do processo de ensino e aprendizagem. A segunda, decorrente da primeira, é a possibilidade de permitir que o professor reflita sobre o seu trabalho com base nos dados fornecidos, e que o estudante tome consciência de suas dificuldades, assim, ele poderá reconhecer e corrigir seus erros. Por fim, a terceira característica é a função “corretiva” dessa avaliação, que é resultado da variabilidade didática. Sobre isso, Hadji é categórico: [...] o professor, assim como o aluno, deve poder “corrigir” sua ação, modificando, se necessário, seu dispositivo pedagógico, com o objetivo de obter melhores efeitos por meio de uma maior “variabilidade didática”. A avaliação formativa implica, por parte do professor, flexibilidade e vontade de adaptação, de ajuste. Este é sem dúvida um dos únicos indicativos capazes de fazer com que se reconheça de fora uma avaliação formativa: o aumento da “variabilidade didática”. Uma avaliação que não é seguida por uma modificação das práticas do professor tem poucas chances de ser formativa! HADJI, C. Avaliação desmistificada. Porto Alegre: Artmed, 2001.

X

As correções a serem feitas com o objetivo de melhorar o desempenho do estudante, que concernem, portanto, tanto à ação de ensino do professor quanto à atividade de aprendizagem do aluno, são escolhidas em função da análise da situação, tornando-se possíveis pela avaliação formativa. O remédio baseia-se no diagnóstico, o que permite aos atores retificar as modalidades da ação em andamento. A avaliação formativa, portanto, preocupa-se com todo o processo de ensino e aprendizagem, que não é uniforme e depende dos conhecimentos e das competências desenvolvidos anteriormente por cada um dos estudantes. Assim, a avaliação pressupõe certo grau de individualização do processo de aprendizagem. Por isso, para Hadji, o único procedimento que de fato atesta a prática de uma avaliação formativa é a existência da variabilidade didática, que decorre da obtenção de informações sobre o que e como o estudante aprende. Em outras palavras, em um processo de avaliação formativa, obtemos informações que podem ser usadas para ajudar os diferentes estudantes a aprender. Em consequência, é necessário pensar em propostas diferenciadas. Quando a variabilidade didática não é aplicada, o processo até pode ter sido presidido por uma intenção formativa, mas ela não se concretiza de fato. Uma das formas para viabilizar esse tipo de avaliação é a análise das tarefas sugeridas aos estudantes. Hadji propõe a decomposição da tarefa em suas etapas primordiais para a elaboração de critérios de realização, que norteiam os estudantes na execução da atividade e o professor na apreciação dela. Esses critérios também informariam as dificuldades e facilidades encontradas pelos estudantes ao cumprir a tarefa. No fechamento de cada etapa do processo avaliativo, seja a etapa organizada por blocos de conteúdos, seja associada a períodos escolares, enfatizamos a importância da autoavaliação, momento em que o estudante pode fazer um balanço de seu aproveitamento, contando com o acompanhamento do professor. Para viabilizar a autoavaliação, devem ser apresentados, no início do trabalho com a turma, os objetivos mínimos a serem alcançados. Durante a avaliação, pode-se retomar os temas estudados naquele período, assim como as atividades realizadas, e relembrar com os alunos os objetivos preestabelecidos. Esses dados servirão de parâmetros para a autoavaliação, que pode ser oral ou escrita. É importante lembrar que nem todos os estudantes sentem-se suficientemente seguros para se expor diante do grupo e que essa característica deve ser respeitada. É fundamental apoiar-se nos resultados do processo avaliativo para discutir conquistas e dificuldades, a fim de definir posteriores mudanças.


Planejamento do 3o ano Para o 3º ano, a BNCC preconiza que devem ser desenvolvidas as seguintes habilidades:

Descrição

Código EF03HI01

Identificar os grupos populacionais que formam a cidade, o município e a região, as relações estabelecidas entre eles e os eventos que marcam a formação da cidade, como fenômenos migratórios (vida rural/vida urbana), desmatamentos, estabelecimento de grandes empresas etc.

EF03HI02

Selecionar, por meio da consulta de fontes de diferentes naturezas, e registrar acontecimentos ocorridos ao longo do tempo na cidade ou região em que vive.

EF03HI03

Identificar e comparar pontos de vista em relação a eventos significativos do local em que vive, aspectos relacionados a condições sociais e à presença de diferentes grupos sociais e culturais, com especial destaque para as culturas africanas, indígenas e de migrantes.

EF03HI04

Identificar os patrimônios históricos e culturais de sua cidade ou região e discutir as razões culturais, sociais e políticas para que assim sejam considerados.

EF03HI05

Identificar os marcos históricos do lugar em que vive e compreender seus significados.

EF03HI06

Identificar os registros de memória na cidade (nomes de ruas, monumentos, edifícios etc.), discutindo os critérios que explicam a escolha desses nomes.

EF03HI07

Identificar semelhanças e diferenças existentes entre comunidades de sua cidade ou região, e descrever o papel dos diferentes grupos sociais que as formam.

EF03HI08

Identificar modos de vida na cidade e no campo no presente, comparando-os com os do passado.

EF03HI09

Mapear os espaços públicos no lugar em que vive (ruas, praças, escolas, hospitais, prédios da Prefeitura e da Câmara de Vereadores etc.) e identificar suas funções.

EF03HI10

Identificar as diferenças entre o espaço doméstico, os espaços públicos e as áreas de conservação ambiental, compreendendo a importância dessa distinção.

EF03HI11

Identificar diferenças entre formas de trabalho realizadas na cidade e no campo, considerando também o uso da tecnologia nesses diferentes contextos.

EF03HI12

Comparar as relações de trabalho e lazer do presente com as de outros tempos e espaços, analisando mudanças e permanências.

Para contribuir com o planejamento de suas aulas, apresentamos a seguir uma proposta de uso do material ao longo das 40 semanas letivas.

Semana

Páginas

Indicações

1

8e9

Aplicação das atividades diagnósticas da seção Para começar.

2

12 e 13

Unidade 1 – Como as cidades são O município e a cidade • As atividades propõem a diferenciação entre os espaços urbanos e rurais e as produções dos estudantes podem ser utilizadas como avaliação contínua.

3

14 e 15

Diferentes cidades, diferentes modos de vida Cada qual com seu jeitinho. • A atividade de pesquisa pode ser utilizada como avaliação contínua.

4

16 a 21

Deslocando-se: de um lado para outro A vida na cidade Os trabalhadores • A atividade de pesquisa sobre os indígenas e a de entrevistas podem ser utilizadas como avaliação contínua.

5

22 a 25

Os problemas urbanos Juntar saberes • As atividades desta seção podem ser utilizadas como avaliação formativa.

Habilidades da unidade

EF03HI01 EF03HI03 EF03HI09 EF03HI10 EF03HI12

XI


Semana

Indicações

6

26 a 29

Unidade 2 – Cidades do Brasil As primeiras cidades De olho no sujeito

7

30 a 32

São Vicente e São Paulo Viver no interior A disputada Recife

8

33 a 36

As cidades crescem Lugar de contrastes As atividades de observação e leitura de imagens podem ser utilizadas no processo de avaliação formativa e contínua.

8

37

História em ação

9

38 e 39

Juntar saberes • As atividades desta seção podem ser utilizadas como avaliação formativa.

40 a 44

Unidade 3: O campo A vida no campo. De vários jeitos. Plantar e criar. • A atividade de entrevista pode ser utilizada no processo de avaliação formativa e contínua.

11

45 a 47

Os trabalhadores do campo. Pecuária. Extrativismo. • A atividade de pesquisa de impactos ambientam pode ser utilizada no processo de avaliação formativa e contínua.

12

48 a 49

Campo e cidade. Juntos, cada vez mais.

13

50 e 51

Juntar saberes • As atividades desta seção podem ser utilizadas como avaliação formativa.

52 a 56

Unidade 4: O campo em outros tempos Visitar o passado. O açúcar. A produção do açúcar. • Todas as atividades propostas aqui podem ser utilizadas no processo de avaliação formativa e contínua.

57 a 60

Os trabalhadores do açúcar. De olho no tempo. A pecuária.

61 a 63

Um novo produto: o café. Os trabalhadores do café. De olho no tempo • A atividade 1 pode ser utilizada nos processos de avaliação contínua.

17

64 a 67

Juntar saberes • As atividades da seção “Juntar saberes” podem ser utilizadas para a finalziação do processo de avaliação formativa e contínua. História em ação

18

68 a 71

Unidade 5: Município: campo e cidade Descobrindo o nosso lugar: a casa, a rua, o bairro.

72 a 76

Descobrindo o nosso lugar: o município, o estado e o país. Município: paisagens urbanas e rurais. De olho no tempo. • Todas as atividades podem ser utilizadas para iniciar o processo de avaliação formativa e contínua.

10

14

15

16

19

XII

Páginas

20

77 a 79

Espaços públicos e privados. • As atividades envolvendo leitura e interpretação de imagens podem ser utilizadas no processo de avaliação formativa e contínua.

21

80 e 81

Juntar saberes • As atividades desta seção podem ser utilizadas como avaliação formativa.

Habilidades da unidade

EF03HI02 EF03HI04 EF03HI05 EF03HI06 EF03HI10

EF03HI03 EF03HI08 EF03HI11

EF03HI02 EF03HI06 EF03HI07 EF03HI08 EF03HI10 EF03HI11

EF03HI08 EF03HI10


Semana 22

Páginas 82 e 83

23

84 a 85

24

86 e 87

25

88 e 89

26

90 a 91

27

92 e 93

28

94 a 97

29

98 a 103

30

104 a 107

31

108 a 111

32

112 a 115

33

116 a 119

34

120 a 123

35

124 a 127

36

128 a 131

37

133 a 135

38

136 e 137

39

138 a 140

40

141 a 143

Indicações

Habilidades da unidade

Unidade 6: Dia de festa, dia de luta Dia do trabalhador. E no Brasil? • As atividades com leitura e interpretação de imagens podem ser utilizadas para iniciar o processo de avaliação formativa e contínua. Protestos em maio. Do protesto às comemorações. Outros Maios. • As atividades da página 88 podem ser utilizadas no processo de avaliação formativa e contínua. E no campo? De olho nas pistas. • As atividades da seção “De olho nas pistas” podem ser utilizadas no processo de avaliação formativa e contínua. Uma homenagem pelo futebol. Hora de festa: Carnaval. De olho no tempo. As atividades da seção “De olho no tempo” podem ser utilizadas no processo de avaliação formativa e contínua. Controlando a festa. O Carnaval no Brasil. Uma festa e muito trabalho. O Carnaval, a mulher e o trabalho. • A atividade complementar sugerida no MP pode ser utilizada no processo de avaliação formativa e contínua. Juntar saberes • As atividades desta seção podem ser utilizadas como avaliação formativa. História em ação Unidade 7 – Sem árvores nem plantas: que calor! Planeta: problemas e soluções Aumento da população De olho no tempo: na era das máquinas • A atividade da página 129 pode ser utilizada como avaliação contínua. Retirada da vegetação Crescer sem destruir De olho no tempo: a floresta da Tijuca A poluição do ar De olho no tempo: ações para cuidar do planeta Juntar saberes • As atividades desta seção podem ser utilizadas como avaliação formativa. Capítulo 8 – Água: conservar para não faltar A questão da água Água doce Como economizar Como reaproveitar Como tratar De olho no tempo: A oferta de água no tempo • A atividade 2 da página 127 pode ser utilizada como avaliação contínua. Produção e destinação do lixo • A atividade 2 da página 129 pode ser utilizada como avaliação contínua. Reduzir, reaproveitar, reciclar... De olho no sujeito: catadores de materiais recicláveis Conhecer o problema para ajudar a resolver História em ação Juntar saberes • As atividades desta seção podem ser utilizadas como avaliação formativa. Aplicação da avaliação de resultados da seção Para finalizar

EF03HI02 EF03HI03 EF03HI04 EF03HI12

EF03HI01 EF03HI08 EF03HI10 EF03HI11

EF03HI02 EF03HI07 EF03HI10

EF03HI05 EF03HI06 EF03HI08 EF03HI09 XIII


Referências ANTUNES, R. Adeus ao trabalho? Ensaio sobre as metamorfoses e a centralidade do mundo do trabalho. São Paulo: Cortez; Campinas: Editora da Unicamp, 1995. BALAKRISHNAN, G. (org.). Um mapa da questão nacional. Rio de Janeiro: Contraponto, 2000. BARRETO, E. S. (org.). Os currículos do Ensino Fundamental para as escolas brasileiras. Campinas: Autores Associados; São Paulo: Fundação Carlos Chagas, 1998. BITTENCOURT, Circe Maria F. Ensino de História – fundamentos e métodos. São Paulo: Cortez, 2005. A obra aborda aspectos de ensino e aprendizagem de História do ponto de vista dos problemas teóricos que fundamentam o conhecimento escolar e dos problemas das práticas em sala de aula. BITTENCOURT, Circe Maria F. Propostas curriculares de História: continuidades e transformações. In: BARRETO, Elba Siqueira de Sá (org.). Os currículos do Ensino Fundamental para as escolas brasileiras. Campinas: Autores Associados; São Paulo: Fundação Carlos Chagas, 1998. BLOCH, Marc. Apologia da História ou ofício do historiador. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2002. Por meio desse livro, Marc Bloch amplia a noção de documento, a possibilidade de objetos de estudo e quebra paradigmas conservadores no que se trata de fazer ciência. BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. Brasília, DF: Ministério da Educação, 2018. BRASIL. Ministério da Educação. Diretrizes Curriculares Nacionais Gerais da Educação Básica. Brasília, DF: Ministério da Educação, 2013. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_docman&view=download&alias=15548-d-c-n-educacao-basica-nova-pdf&Itemid=30192>. Acesso em: 30 jul. 2021. BRASIL. Ministério da Educação. Ensino Fundamental de Nove Anos. Brasília, DF: Ministério da Educação, 2004. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/ensino-fundamental-de-nove-anos>. Acesso em: 30 jul. 2021. BRASIL. Ministério da Educação. Parâmetros Curriculares Nacionais. Brasília, DF: Ministério da Educação, 1997. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/livro01.pdf>. Acesso em: 30 jul. 2021. BRASIL. Lei no 8.069, de 13 de julho de 1990. Dispõe sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente e dá outras providências. Brasília, DF: Presidência da República, 1990. Disponível em: <www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8069. htm>. Acesso em: 30 jul. 2021. BRASIL. Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. Brasília, DF: Presidência da República, 1996. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/arquivos/pdf/ldb.pdf>. Acesso em: 30 jul. 2021. BURKE, P. A escrita da História: novas perspectivas. São Paulo: Ed. Unesp, 1992. CALVINO, I. Cidades invisíveis. São Paulo: Companhia das Letras, 2003. CARRETERO, M.; ROSA, A.; GONZÁLES, F. (org.). Ensino de História e memória coletiva. Porto Alegre: Artmed, 2007. CAVALCANTE, B.; EISENBERG, J.; STARLING, H. (Org.). Decantando a República: inventário histórico e político da canção brasileira. Rio de Janeiro: Nova Fronteira; São Paulo: Perseu Abramo, 2004. v. 2. CHAUÍ, M. Seminários: o nacional e o popular na cultura brasileira. 2. ed. São Paulo: Brasiliense, 1984. CUESTA FERNANDEZ, R. Clio en las aulas: la enseñanza de Historia en España entre reformas, ilusiones y rutinas. Madrid: Akal Ediciones, 1998. FERNANDES, C. O.; FREITAS, L. C. Indagações sobre currículo: currículo e avaliação. Brasília, DF: Ministério da Educação/ Secretaria de Educação Básica, 2007. FREIRE, José Ribamar Bessa. Aldeamentos indígenas do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro: EDUERJ, 2009. FURET, F. A oficina da História. Lisboa: Gradiva, 1986. XIV


O livro traça um cenário da vida dos primeiros habitantes fluminenses, desde a chegada do colonizador europeu até o século XX. A obra é ilustrada por desenhos de gravuristas como Rugendas e Debret e composta por textos extraídos de diários de exploradores e viajantes, como Pero Magalhães Gândavo, além de registros oficiais da época. FUNARI, Pedro Paulo; PIÑON, Ana. A temática indígena na escola: subsídios para os professores. São Paulo: Contexto, 2011. Voltado para professores das escolas não indígenas, esse livro traz informações, análises e reflexões sobre inquietações recorrentes dos professores a respeito da temática indígena. FUNARI, Pedro Paulo; SILVA, Glaydson José da. Teoria da História. São Paulo: Brasiliense, 2008. GEERTZ, C. A interpretação das culturas. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1989. GONÇALVES, Maria Alice Rezende (org.). Educação, cultura e literatura afro-brasileira. Rio de Janeiro: NEAB/UERJ, 2007. (Coleção Sempre Negro). O livro é composto por um conjunto de textos que abordam uma variedade de temas oferecendo aos educadores vasto e fundamentado material para abordar a temática em sala de aula. GONÇALVES, Maria Alice Rezende (org.). Educação, Arte e cultura africana de língua portuguesa. Rio de Janeiro: NEAB/ UERJ, 2007. (Coleção Sempre Negro). A obra apresenta um conjunto de textos que contribui para as discussões da questão étnico-racial na escola. GORENDER, J. O escravismo colonial. São Paulo: Ática, 1985. HADJI, C. Avaliação desmistificada. Porto Alegre: Artmed, 2001. HALL, S. Identidade cultural na pós‑modernidade. 7. ed. Rio de Janeiro: DP&A, 2002. HEYWOOD, Linda M. (org.). Diáspora negra no Brasil. São Paulo: Contexto, 2008. Essa obra colabora com a compreensão do papel exercido por importante parcela do povo negro em nosso país e abre novos horizontes para historiadores, antropólogos, sociólogos e demais estudiosos da África e sua diáspora. HOBSBAWM, E. Mundos do trabalho: novos estudos sobre história operária. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1988. HOLANDA, S. B. Raízes do Brasil. 26. ed. São Paulo: Companhia das Letras, 1995. KAHN, Marina. ABC dos povos indígenas no Brasil. São Paulo: SM, 2015. A obra busca mostrar que o Brasil indígena é amplo e diversificado. São 234 povos vivendo de norte a sul do país, falantes de 180 línguas distintas, sem contar os grupos que permanecem isolados. Um universo fascinante, que se revela na variedade dos estilos e técnicas de pintura corporal, nos tipos de festas e cerimônias, como as que envolvem ritos de passagem, no sortimento de artefatos, nas formas de relacionamento com a natureza. KARNAL, Leandro (org.). História na sala de aula: conceitos, práticas e propostas. São Paulo: Contexto, 2003. Esse livro lança novas luzes sobre o trabalho do professor, tanto do Ensino Fundamental quanto do Ensino Médio. Com base em discussões das teorias, questiona certas práticas de sala de aula e propõe outras, compatíveis com a responsabilidade social do historiador, visando tornar mais eficaz o despertar do interesse dos alunos pela matéria. LE GOFF, Jacques. História e memória. Campinas: editora da Unicamp, 2003. Nesse livro, Le Goff busca reconstruir o conceito de história, abordando, historicamente, como este conceito foi concebido desde a Antiguidade clássica, com Heródoto, passando pelas concepções de Santo Agostinho e Ibn Khaldun até a contemporaneidade, com Michel de Certeau, Marc Bloch e a Escola dos Annales. MARROU, H. Do conhecimento histórico. 7. ed. São Paulo: Martins Fontes, 1975. MASI, D. O ócio criativo. Rio de Janeiro: Sextante, 2000. MCLAREN, P. Multiculturalismo crítico. 3. ed. São Paulo: Cortez; Instituto Paulo Freire, 2000. XV


MONTEIRO, A. M. Professores de História: entre saberes e práticas. Rio de Janeiro: Mauad, 2007. NOVAES, A. (org.). Tempo e História. São Paulo: Secretaria Municipal de Cultura; Companhia das Letras, 1992. ORTIZ, R. Cultura e mundialização. São Paulo: Brasiliense, 1994. PINSKY, Carla Bassanezi (Org.). Novos temas nas aulas de história. São Paulo: Contexto, 2009. Esse livro pretende aproximar a realidade das pesquisas ao conteúdo escolar. Trata de assuntos como meio ambiente, relações de gênero e direitos humanos, essenciais nas aulas de História. PINSKY, J. O ensino de História e a criação do fato. 10. ed. São Paulo: Contexto, 2002. REIS, J. C. Nouvelle Histoire e tempo histórico: a contribuição de Febvre, Bloch e Braudel. São Paulo: Ática, 1994. RÜSEN, J. Razão histórica, teoria da História: os fundamentos da ciência histórica. Brasília, DF: Ed. UnB, 2001. SANTOS, Joel Rufino dos. Na rota dos tubarões: o tráfico negreiro e outras viagens. Rio de Janeiro: Pallas, 2008. SANTOS, M. Metamorfose do espaço habitado. São Paulo: Hucitec, 1991. SILVA, M. (org.). Repensando a História. Rio de Janeiro: Marco Zero, 1984. SOIHET, R.; BICALHO, M. F. B.; GOUVEA, M. F. S. Culturas políticas: ensaios de história cultural, história política e ensino de História. Rio de Janeiro: Mauad, 2005. SOUZA, Marina de Melo. África e o Brasil Africano. 2. ed. São Paulo: Ática, 2007. A autora traça um panorama do continente africano, com suas diversas sociedades locais, sua história e cultura antes e depois da escravidão. E retrata as consequências da imigração forçada de quase 5 milhões de africanos escravizados ao longo de mais de 300 anos de história do Brasil, mostrando as marcas de um legado cultural que exerce influência fundamental na sociedade brasileira. TELLES, Teresa Silva; MELO, Mariana. Meu Brasil africano. São Paulo: IBEP, 2013. Essa obra trata da importância do legado africano em nosso país. A primeira parte do livro apresenta um amplo panorama do continente africano, antes e depois da chegada dos europeus. Na segunda parte, é discutida a matriz africana de nosso país, identificando o negro como agente da nossa história. WHITE, H. Trópicos do discurso: ensaios sobre a crítica da cultura. 2. ed. São Paulo: Edusp, 2001. ZAMBONI, E. (org.). Quanto tempo o tempo tem? Campinas: Alínea, 2003.

XVI


universo das

DESCOBERTAS

História Ensino Fundamental • Anos Inicias

3

O

ANO

universo das

DESCOBERTAS

Tainá Nogueira

4

O

Bacharel em História pelaHiUniversidade Federal do Rio Grande do Sul. stória Mestre em pela de Campinas. EnsMultimeios cias ino Fundam al • Anos IniEstadual entUniversidade Editora de materiais didáticos. ANO

universo das

DESCOBERTAS 1a edição São Paulo, 2021

História Ensino Fundamental • Anos Inicias

5

O

ANO

1


Universo das Descobertas História – 3º ano

Conselho Editorial Alessandro Gerardi, Alessio Fon Melozo, Luis Afonso G. Neira, Luis Matos, William Nakamura

© UDL Educação

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil) Dados

Internacionais de Catalogação na Publicação Angélica AngélicaIlacqua IlacquaCRB-8/7057 CRB-8/7057

(CIP)

N716u Nogueira, Tainá

Universo fundamental São Paulo : (Universo

das descobertas : História : Ensino : Anos iniciais : 3º ano / Tainá Nogueira. –– Universo da Literatura – UDL Educação, 2021. das descobertas ; 3)

Coordenação Editorial Priscilla Cerencio e Stella Mendes Fischer/Ex-libris Soluções Didáticas e Editoriais Edição Luciana Nogueira, Max Mendes Fischer, Priscilla Cerencio/Ex-libris Soluções Didáticas e Editoriais Revisão de textos Débora Tamayose e Luigi Andrade/Ex-libris Soluções Didáticas e Editoriais

ISBN 978-65-89871-45-3 (aluno) ISBN 978-65-89871-55-2 (professor) 1. História (Ensino fundamental) I. Título II. Série 21-3310

Direção Editorial Alessandro Gerardi

CDD 372.89

Índices para catálogo sistemático: 1. História : Ensino Fundamental I

Projeto gráfico Escala Educacional e Ex-libris Soluções Didáticas e Editoriais Capa Todotipo Editorial Ilustração de capa Ilustracartoon Editoração eletrônica e Arte Ex-Libris Soluções Didáticas e Editoriais Licenciamento de textos e imagens Andrea Bolanho Pesquisa e Licenciamento

Todos os direitos reservados: UDL Educação Av. Ordem e Progresso, nº 157, sala 803 - Várzea da Barra Funda CEP 01141-030 - São Paulo - SP – Brasil Phone/Fax: 55 11 3392 3336 www.udleducacao.com.br contato@udleducacao.com.br

2

Pesquisa iconográfica Andrea Bolanho Pesquisa e Licenciamento


Apresentação Caro estudante, Esta coleção de história pretende “ajudá-lo a olhar” e interpretar o mundo. A história – ciência que estuda as transformações provocadas pelos seres humanos no tempo – auxilia-nos no reconhecimento das relações entre nossas experiências particulares e as experiências das outras pessoas e dos grupos sociais. Ela também nos ajuda a entender nossas experiências dentro do contexto em que vivemos, assim como a reconhecer o que permanece do passado em nós e o que mudou. Assim, o conhecimento histórico possibilita compreender outros modos de vida e outras formas de ver e sentir o mundo. Quem sabe nos ajude a sonhar com um outro tempo mais feliz e abundante para todos. Esperamos que goste. A autora e toda a equipe desta coleção

3


CONHEÇA SEU

LIVRO

1

UNIDADE

HANS VON MANTEUFFEL/PULSAR IMAGENS

UNIDADE O livro está organizado em Unidades, cada qual concentrada no estudo de uma temática, como infância ou moradia. Tudo começa por uma bonita imagem, espalhada em uma dupla de páginas e acompanhada de questões para despertar seu interesse e motivar para o estudo.

Como as cidades são

Para começar... 1. Essa foto mostra um espaço urbano, ou seja, uma cidade. Descreva o que você vê na foto. 2. A área mostrada na foto é do Recife. Será que a cidade é toda desse jeito? Ou será que existem bairros diferentes? Explique sua resposta. 3. Você acha que sempre existiram cidades como a da foto? Explique como chegou a essa conclusão.

Vista aérea da praia Boa Viagem com destaque ao Parque Lindu. Recife (Pernambuco), 2017. 10

11

Deslocando-se: de um lado para outro Nas grandes cidades, e mesmo em cidades menores, muitos moradores vivem na periferia, ou seja, em lugares afastados do centro, onde geralmente se concentram os estabelecimentos de comércio e de serviços. Assim, muitas vezes, para trabalhar, estudar, passear, Deslocando-se: de um lado para outro ir ao banco ou ao médico, Nas grandes cidades, e mesmo em cidades menores, muitos moradores vivem na periferia, ou seja, em lugares fazer afastados do centro, onde compras, as pessoas geralmente se concentram os estabelecimentos de comércio e de serviços. Assim, muitas vezes, para precisam se deslocar por trabalhar, estudar, passear, ir ao banco ou ao médico, e nem longas distâncias fazer compras, as pessoas precisamo se deslocar por sempre transporte é fácil.

HISTÓRIA + Aqui você encontra indicações de livros, sites e TEXTO PRINCIPAL Em muitas cidades, principalmente nas músicas sobre o tema que maiores, o trânsito de carros é intenso, o que dificulta a locomoção das pessoas. Em cada Unidade os assuntos estão está estudando, para se Na foto, Marginal Pinheiros, na cidade de São Paulo (São Paulo), 2017. agrupados em tópicos e são desenvolvidos informar e se formar cheio de Que meios de transporte você e seus familiares utilizam no dia a dia? por um conjunto de textos, imagens e conhecimentos! atividades. A ideia é formar um espaço Quanto você gasta no trajeto de casa para a escola: muito ou pouco? gostoso e divertido para você desenvolver Os meios de transporte que você utiliza são confortáveis e seguros? Justifique sua resposta. seus estudos. longas distâncias e nem sempre o transporte é fácil.

Em muitas cidades, principalmente nas maiores, o trânsito de carros é intenso, o que dificulta a locomoção das pessoas. Na foto, Marginal Pinheiros, na cidade de São Paulo (São Paulo), 2017.

DANIEL CYMBALISTA/PULSAR IMAGENS

1 Que meios de transporte você e seus familiares utilizam no dia a dia? DANIEL CYMBALISTA/PULSAR IMAGENS

2 Quanto você gasta no trajeto de casa para a escola: muito ou pouco?

1

3 Os meios de transporte que você utiliza são confortáveis e seguros? Justifique sua

resposta.

2

HI

IA

STÓR

3

Livro

• Olá cidade, de Anna Fiske. São Paulo: Telos Editora, 2020.

Neste livro, a cada página a cidade muda. Por meio dele você vai poder conhecer histórias e, observando as cenas, criar suas histórias.

16

HI

IA

STÓR

Livro

• Olá cidade, de Anna Fiske. São Paulo: Telos Editora, 2020. Neste livro, a cada página a cidade muda. Por meio dele você vai poder conhecer histórias e, observando as cenas, criar suas histórias. 16

JÚLIA PICCOLI SILVA

Juntar saberes 1 Na página 13, você leu o relato

JUNTAR SABERES Fechando as Unidades, você encontra esta seção, reunindo um conjunto de atividades que o incentiva a agrupar e utilizar todos os conhecimentos conquistados. Antes de tudo, divirta-se com ela!

de Júlia. Veja neste desenho como ela representou o lugar onde mora. Agora, é sua vez: em uma folha avulsa, desenhe o lugar onde mora, mostrando as principais características.

2 Relacione três necessidades diárias de quem vive na cidade e os lugares e serviços

que podem atender essas necessidades. Siga o exemplo.

24

4

Necessidades

Onde conseguir

Alimento

Supermercado, açougue, feira, mercearia.


AS SEÇÕES Ao longo das Unidades, você encontra três seções com textos, imagens e atividades para trabalhar os elementos básicos da construção do conhecimento histórico. São elas: De olho no sujeito

De olho no tempo

Você já sabe que as fotos podem ser importantes registros históricos e fonte de muitas informações. As fotos a seguir mostram dois movimentos de luta por direitos. Observe as imagens e responda às questões.

Embora muitas vezes passem despercebidos, os catadores de materiais recicláveis realizam uma tarefa importante para a conservação do meio ambiente. Eles recolhem materiais que podem ser reciclados ou reaproveitados, os quais, sem seu trabalho, parariam em lixões ou aterros sanitários. Apesar de muito importantes para a manutenção da limpeza das cidades e a redução do lixo, faz bem pouco tempo que o trabalho dos catadores começou a ser socialmente reconhecido. E eles se esforçaram bastante para isso. Há alguns anos, um grupo de catadores percebeu que precisava se organizar para obter melhores ganhos e condições de trabalho. Eles também queriam ser reconhecidos como fundamentais para o processo de reciclagem do lixo e a diminuição dos problemas ambientais. Assim, em 1999, os catadores de materiais recicláveis fundaram uma associação, o Movimento Nacional dos Catadores de Materiais Recicláveis (MNCR). Hoje, esses trabalhadores já obtiveram algumas conquistas: a importância de seus serviços foi reconhecida, assim como conseguiram alguns direitos trabalhistas.

FOLHAPRESS

Catadores de materiais recicláveis

Atualmente, o Brasil é o maior produtor mundial de cana-de-açúcar, com mais de 500 toneladas de produto por ano. No entanto, atualmente a maior parte da produção é feita no interior de São Paulo e não mais nos estados do Nordeste. Outra diferença entre a produção do passado e do presente, está na não de obra utilizada. Se antes pessoas escravizadas eram a mão de obra nos engenhos, atualmente máquinas modernas e pessoas especializadas em agricultura são os principais trabalhadores das fazendas.

VEETMANO PREM/FOTOARENA

CESAR DINIZ/PULSAR IMAGENS

Multidão de trabalhadores manifesta-se pela liberdade de organização sindical no Estádio de Vila Euclides, São Bernardo do Campo (São Paulo), 1979.

A cana-de-açúcar nos dias de hoje

MURILO MAZZO/SHUTTERSTOCK

De olho nas pistas Registros de uma história

Protesto de trabalhadores contra demissões em uma fábrica de automóveis. São Bernardo do Campo (São Paulo), 2016.

Colheita mecanizada de cana-de-açúcar. Pederneiras (São Paulo), 2020.

Trabalhadores separam lixo em associação de catadores de materiais recicláveis em Jequitinhonha (Minas Gerais), 2019.

• Converse com os colegas sobre o trabalho dos catadores. Vocês já observaram

1. Em que ano ocorreu cada uma das manifestações?

o trabalho de um catador de materiais recicláveis? Que opinião tinham a respeito desse trabalho? E agora, o que pensam sobre isso?

2. Aponte uma semelhança e uma diferença entre as duas fotos. 90

133

De olho nas pistas o assunto aqui são as evidências históricas, textos, fotos, documentos, tudo o que o historiador usa para se aproximar das experiências do passado.

História em ação

De olho no sujeito aqui você irá perceber que não tem história sem sujeito, pessoas como eu e você, responsáveis por construir o mundo em que todos vivem.

Por fim, no passado a cana-de-açúcar era basicamente matéria-prima para alimentos, como os diferentes tipos de açúcar e melado. Atualmente, além de ser usada como alimento, ela pode ser transformada etanol, usado como combustível em automóveis e na produção de tipos de plástico e até mesmo de papel. 58

De olho no tempo a história é o estudo das ações humanas ao longo do tempo, dizia um importante historiador. E, de fato, saber história é quase como dominar o tempo.

CIÊNCIAS

Que tal ter, em sua casa, temperos, legumes e verduras fresquinhos, direto da horta? Gosta da ideia? Então, mãos à obra!

Uma horta em vasos Material necessário

• Garrafas PET grandes ou vasos (um para cada produto cultivado). • Pedras pequenas (para o cultivo em recipientes). • Sementes. • Terra. • Água.

RONALDO BARATA/QUANTA ESTÚDIO

1 O município e a cidade Observe estes mapas:

Sergipe: político

50° O

ALL MAPS

ALL MAPS

Brasil: político

37° O

RORAIMA

10° S

AMAPÁ

Equador

AMAZONAS

PARÁ

MARANHÃO

CEARÁ

Aracaju

ALAGOAS SERGIPE

TOCANTINS RONDÔNIA

BAHIA MATO GROSSO

DISTRITO FEDERAL GOIÁS

MATO GROSSO DO SUL

Trópico de Capricórnio

66

RIO GRANDE DO NORTE

PARAÍBA PERNAMBUCO

PIAUÍ ACRE

OCEANO PACÍFICO

HISTÓRIA EM AÇÃO A cada duas Unidades, uma boa surpresa. Você encontra um conjunto de atividades para se divertir e desenvolver um produto, colocar a mão na massa e conferir o que aprendeu.

MINAS GERAIS SÃO PAULO

0

OCEANO ATLÂNTICO ESPÍRITO SANTO RIO DE JANEIRO

PARANÁ

45

OCEANO ATLÂNTICO

km

Fonte: Mapas e cartogramas. Observatório de Sergipe. Disponível em: https://www. observatorio.se.gov.br/app/assets /img/divisao_politica.png Acesso em: 26 jun. 2022.

SANTA CATARINA RIO GRANDE DO SUL

0

490 km

Fonte: Vera Lúcia de Moraes Caldini; Leda Ísola. Atlas Geográfico Saraiva. São Paulo: Saraiva, 2013. p. 30.

O Brasil é dividido em estados. Os estados, por sua vez, são divididos em municípios. Os municípios compreendem uma área urbana e uma área rural. A área urbana do município recebe o nome de cidade. Atualmente, a maior parte da população do país vive na área urbana, ou seja, nas cidades.

Área urbana: é o espaço ocupado por uma cidade. Tem muitas construções, vias de circulação, veículos, serviços (escolas, hospitais etc.) e pessoas. Área rural: é o espaço ocupado pelo campo. Nela se desenvolvem, principalmente, atividades de cultivo agrícola e de criação de animais. Comparando com a cidade, no campo há menos construções, veículos, serviços e pessoas.

GLOSSÁRIO Aqui você encontra os significados de palavras importantes para compreender o conteúdo.

ÍCONES DE ATIVIDADE Estes são os ícones utilizados no livro:

SELOS INTERDISCIPLINARES

Atividade em dupla

12

Atividade oral Atividade em grupo

5


SUMÁRIO Para começar.....................................................................................................8

1

UNIDADE

Como as cidades são

10

1. O município e a cidade .............................................................................12 2. Diferentes cidades, diferentes modos de vida .......................................14 Cada qual com seu jeitinho.......................................................................................................15 Deslocando-se: de um lado para outro....................................................................................16

3. A vida na cidade ........................................................................................17 Os trabalhadores ........................................................................................................................18 Os problemas urbanos ...............................................................................................................22 Juntar saberes .............................................................................................................................24

2

UNIDADE

Cidades do Brasil

26

1. As primeiras cidades ..................................................................................28 São Vicente e São Paulo ............................................................................................................30 A disputada Recife .....................................................................................................................32

2. As cidades crescem ....................................................................................33 Lugar de contrastes ...................................................................................................................35 História em ação .........................................................................................................................37 Juntar saberes .............................................................................................................................38

3

UNIDADE

O campo

40

1. A vida no campo ........................................................................................42 De vários jeitos ...........................................................................................................................43 Plantar e criar .............................................................................................................................44

2. Os trabalhadores do campo .....................................................................45 Agricultura ..................................................................................................................................45 Pecuária .......................................................................................................................................46 Extrativismo.................................................................................................................................47

3. Campo e cidade..........................................................................................48 Juntos, cada vez mais.................................................................................................................49 Juntar saberes .............................................................................................................................50

4

UNIDADE

O campo em outros tempos

52

1. Visitar o passado........................................................................................54 O açúcar ......................................................................................................................................55 A produção do açúcar................................................................................................................56 Os trabalhadores do açúcar ......................................................................................................57

2. A pecuária ...................................................................................................60 3. Um novo produto: o café .........................................................................61 Os trabalhores do café...............................................................................................................62 Juntar saberes .............................................................................................................................64 História em ação .........................................................................................................................66

6


5

UNIDADE

Município: campo e cidade

68

1. Descobrindo o nosso lugar .......................................................................70 Casa ..............................................................................................................................................70 Rua ...............................................................................................................................................71 Bairro ...........................................................................................................................................71 Município ....................................................................................................................................72 Estado ..........................................................................................................................................72 País ...............................................................................................................................................73

2. Município: paisagens urbanas e rurais ....................................................74 Cidade ..........................................................................................................................................74 Campo .........................................................................................................................................75

3. Espaços públicos e privados .....................................................................77 Juntar saberes .............................................................................................................................80

6

UNIDADE

Dia de festa, dia de luta

82

1. Dia do trabalhador ....................................................................................84 E no Brasil?..................................................................................................................................85 Protestos em maio......................................................................................................................86 Dos protestos às comemorações ...............................................................................................87 Outros Maios...............................................................................................................................88 E no campo? ...............................................................................................................................89 Uma homenagem pelo futebol ................................................................................................91

2. Hora de festa: Carnaval ............................................................................92 Controlando a festa ...................................................................................................................94 O Carnaval no Brasil...................................................................................................................95 Uma festa e muito trabalho......................................................................................................96 O Carnaval, a mulher e o trabalho ..........................................................................................97 Juntar saberes .............................................................................................................................98 História em ação .......................................................................................................................100

7

UNIDADE

Sem árvores, nem plantas: que calor!

104

1. Planeta: problemas e soluções ...............................................................106 Aumento da população ...........................................................................................................107 Retirada da vegetação .............................................................................................................110 Crescer sem destruir .................................................................................................................111

2. A poluição do ar ......................................................................................114 Juntar saberes ...........................................................................................................................118

8

UNIDADE

Água: conservar para não faltar!

120

1. A questão da água ..................................................................................122 Água doce .................................................................................................................................123 Como economizar ....................................................................................................................124 Como reaproveitar ...................................................................................................................125 Como tratar...............................................................................................................................126

2. Produção e destinação do lixo ...............................................................128 Reduzir, reaproveitar, reciclar… .............................................................................................130 Conhecer o problema para ajudar a resolver .......................................................................134 História em ação .......................................................................................................................136 Juntar Saberes...........................................................................................................................138

Para finalizar .................................................................................................141 Referências ....................................................................................................144

7


Sobre esta unidade

8

1 Assinale com um X as frases corretas.

a)

X

b) c) d)

Uma das funções da escola é proporcionar a troca de informações e compartilhar aprendizados. Todas as regras de convívio na escola são iguais às regras existentes em casa.

X

A comunidade escolar é formada por estudantes, professores, familiares de estudantes e outros profissionais da educação. A comunidade escolar é formada somente por pessoas que trabalham na escola.

KZENON/SHUTTERSTOCK

MONKEY BUSINESS IMAGES/SHUTTERSTOCK

2 Observe as fotografias e depois faça o que se pede.

Médica. RICARDO AZOURY/PULSAR IMAGENS

Carteiro. ALEKSANDAR MALIVUK/SHUTTERSTOCK

Essa atividade tem como objetivo identificar se os estudantes têm um bom trânsito e compreensão sobre o campo Corpo gestos e movimento. O corpo é o instrumento utilizado para vivenciar experiências que produzem aprendizagens. Identificar o que o estudante sabe sobre o funcionamento do próprio corpo e a forma como vivencia essas aprendizagens é essencial para propor novos desafios pertinentes as capacidades individuais e de grupo. Essa também traz componentes importantes de identidade, pois pede para que o estudante faça uma autodescrição; é importante identificar e analisar se a percepção do estudante faz jus aos dados da realidade. Em caso negativo, é necessário averiguar o que leva a criança não conseguir identificar as próprias características físicas. Essa reflexão pode exigir apoio da orientação educacional ou coordenação pedagógica, pois a partir dos 6 anos é esperado que o estudante consiga responder as questões que compõem esse exercício. Também leve em consideração que a aquisição dos instrumentos cognitivos para se autodescrever tem relação com o trabalho proposta na PNA, por meio do incentivo do desenvolvimento do vocabulário. Essa atividade dialoga com o campo Escuta, fala, pensamento e imaginação. É esperado que, embora o estudante possa sentir dificuldades em compor um texto, ele tenha desenvolvida as capacidades de expressar ideias e desejos de melhora para o personagem Lucas. Trata-se de identificar se os estudantes compreenderam a função social empática do bilhete, na faixa etária para qual o volume foi produzido, é esperado que os estudantes já consigam identificar palavras de consolo para uma situação de tristeza.

PARA COMEÇAR

Motorista.

Artesã.

a) A qual comunidade todas essas pessoas pertencem? Escolar.

X

Trabalhadores.

Artistas.

b) Assinale as fotografias que retratam serviços existentes na comunidade em que você vive. Resposta pessoal. 8

Orientações A avaliação diagnóstica é um importante instrumento que pode colaborar na identificação das possíveis causas de dificuldades específicas dos estudantes na apropriação de diferentes conteúdos e aprendizagens. Estabelecer um marco identificatório que evidencie o que os estudantes já sabem antes de dar início ao trabalho de mais um ano letivo é essencial para produzir o planejamento pedagógico mais adequado. É a partir do diagnóstico que se faz possível organizar um cronograma de ações pedagógicas e elaborar um plano de trabalho, que poderá ser bimestral ou semestral, conforme a tradição da instituição e ou a escolha do grupo docente, em ambos os casos, o diagnóstico tem a função de instrumentalizar o professor para que possa cumprir o plano anual de forma a alcançar o máximo de aproveitamento dos estudantes.


É essencial o comprometimento com a verificação dos conhecimentos prévios de cada indivíduo, pois é a partir dessa verificação que serão constatadas as condições necessárias para garantir a aprendizagem de todo o grupo.

NEW AFRICA/SHUTTERSTOCK

BRUNO0030/SHUTTERSTOCK

3 Nomeie os objetos e depois faça o que se pede.

Calendário.

Relógio.

a) Qual é a função de cada um desses objetos? O calendário tem a função de marcar a passagem de dias, semanas, meses e contabilizar o ano e o relógio nos possibilita marcar as horas do dia.

b) Em qual deles você pode descobrir em que dia da semana cairá seu aniversário? No calendário.

Plantação de cana-de-açúcar ao lado de usina de produção de álcool e açúcar. Monte Aprazível (São Paulo), 2016

LUCIANO QUEIROZ/PULSAR IMAGENS

THOMAZ VITA NETO/PULSAR IMAGENS

4 Observe as fotografias e responda às perguntas. X

Plantação de eucaliptos em área de empresa de produção de papel. Camanducaia (Minas Gerais), 2019.

a) Assinale a fotografia que mostra uma empresa cuidando do ambiente. b) Explique como você chegou a essa conclusão. Resposta pessoal. É esperado que os estudantes mencionem o cuidado da natureza por meio da plantação de árvores.

9

Tendo explicado sua função, podemos compreender a avaliação diagnóstica como uma espécie de raio-X, que mostra para o professor as dificuldades latentes, essas dificuldades, podem ser relacionadas ao currículo formal, ou seja, relacionadas aos conteúdos do currículo – as diferentes necessidades dos estudantes no campo da aprendizagem, mas também pode evidenciar dificuldades no desenvolvimento pessoal, podendo ser uma questão física e ou cognitiva. Assim, podemos afirmar que são 3 as funções básicas desse instrumento pedagógico: • identificar a realidade educacional do grupo de estudantes; • identificar se os estudantes apresentam a aquisição das habilidades e pré-requisitos para os processos de ensino e aprendizagem da faixa etária à qual pertencem; • refletir sobre as causas das dificuldades encontradas, especialmente as recorrentes, definindo ações assertivas para sanar os desafios identificados.

Como atividade dentro do macro, a avaliação diagnóstica contribui como um instrumento de compreensão do padrão existente dentro da escola, uma análise de como está o processo de ensino dentro da instituição, visto que os resultados das diferentes turmas de uma mesma série podem promover reflexões, especialmente se constatada a necessidade de replanejar as propostas de conteúdos e ou atividades que devem ser ofertadas para todos os estudantes da mesma série. Essa atividade dialoga com o campo Escuta, fala, pensamento e imaginação. É esperado que os estudantes tenham desenvolvida a capacidade pensar e imaginar soluções para os problemas apresentados e trata-se também oportunizar a verificação de como o grupo trabalha questões práticas e lógicas. Essa atividade dialoga com campo Escuta, fala, pensamento e imaginação. É uma oportunidade de identificar a forma subjetiva como os estudantes percebem as relações, e o grau de facilidade ou dificuldade em lidar, por exemplo, com a frustração de ter que brincar sozinho. Leve em consideração que essa atividade pode dar uma pista de como trabalhar as solicitações da PNA, especialmente ao que se refere ao desenvolvimento do vocabulário, pois conseguir identificar e nomear sentimentos, trata-se de uma operação cognitiva bastante apurada. 9


Sobre esta unidade A Unidade trata de diferentes elementos que caracterizam as cidades brasileiras, aproximando o estudante de questões que envolvem a formação e a organização das comunidades e dos grupos sociais. Explora as especificidades urbanas e os modos de vida nas cidades. Aborda também questões relativas às condições de deslocamento e às dificuldades de mobilidade.

1

UNIDADE

Como as cidades são

Trata ainda das questões relacionadas aos trabalhadores urbanos, à diversidade de profissões e às condições de trabalho. São discutidos os direitos trabalhistas e sua conquista no Brasil.

Objetivos • Conhecer processos de formação das cidades, das comunidades e dos diferentes grupos sociais. • Perceber diferentes modos de vida em uma cidade. • Identificar problemas urbanos, como os relacionados à mobilidade. • Identificar os diferentes tipos de trabalhadores e a diversidade de profissões nas cidades. Habilidades trabalhadas: EF03HI01 EF03HI10

EF03HI03

EF03HI09

Vista aérea da praia Boa Viagem com destaque ao Parque Lindu. Recife (Pernambuco), 2017.

EF03HI12

10

Tema Contemporâneo Atualmente o estudo sobre o tema “cidade” está muito ligado à discussão sobre o meio ambiente. O crescimento das cidades traz diversos impactos ao meio ambiente, causados pela ocupação de áreas de preservação, aumento do índice de poluição (provocado não só pelas indústrias, mas também pela expansão rodoviária), aumento da produção de lixo, esgoto não tratado, entre outros. A Lei chamada de Estatuto da Cidade, disponível nas páginas 12 e 13 deste volume, pode ser usada como base para o estudo do tema em referência. Um dos maiores problemas da vida nas grandes cidades relaciona-se às questões ambientais. A poluição do ar, da água e dos solos decorrentes, por exemplo, da atividade industrial e da quantidade de carros em circulação.

10


HANS VON MANTEUFFEL/PULSAR IMAGENS

Para começar...

A capacidade de interpretar imagens buscando seus significados em um contexto amplo como, por exemplo, o das grandes cidades, é uma habilidade que deve ser desenvolvida ao longo de toda a escolaridade básica. Dessa forma, além de trabalhar com as imagens propostas nessas atividades, se possível, distribua entre os estudantes outras fotografias ou ilustrações que permitam não apenas a sua identificação, mas também seus usos e importância no ambiente social. Como sugestão, você pode apresentar imagens de semáforos, cestos de coleta de resíduos sólidos, sinalização das ruas e, assim, promover uma reflexão entre os estudantes da importância desses elementos nas cidades levando-os, inclusive, a refletirem sobre o papel das atitudes individuais na manutenção do bem estar em grandes centros urbanos. Essa atividade com as imagens pode ser feita em duplas ou trios e os resultados da discussão sistematizados na lousa e registrados nos cadernos dos estudantes. A sistematização e o registro são fundamentais para retomadas posteriores e para a avaliação final acerca do aprendizado dos conteúdos da unidade.

1. Essa foto mostra um espaço urbano, ou seja, uma cidade. Descreva o que você vê na foto. 2. A área mostrada na foto é do Recife. Será que a cidade é toda desse jeito? Ou será que existem bairros diferentes? Explique sua resposta. 3. Você acha que sempre existiram cidades como a da foto? Explique como chegou a essa conclusão.

11

É fundamental, portanto, que os estudantes sejam levados a refletir sobre as características positivas da vida nas cidades e também dos seus problemas. Se, por lado, a atividade industrial gera empregos e desenvolvimento, por outro, pode gerar situações ambientais perigosas inclusive para a saúde humana. A atividade 4 traz uma possibilidade de reflexão sobre procedimentos industriais responsáveis em relação ao meio ambiente. Caso tenha sido possível o trabalho com as imagens proposto, aproveite a atividade para aprofundar as questões relacionadas aos cuidados ambientais nas cidades enfatizando, sempre que pertinente, o papel das ações individuais e coletivas para a preservação dos recursos naturais e do ambiente urbano.

11


No quadro, anote os estados que os estudantes conhecem e as cidades pelas quais já passaram. Aproveite para perguntar se já viajaram para áreas rurais e incentive-os a compartilharem como foram essas experiências. Peça para os estudantes olharem o mapa do estado de Sergipe, chamando a atenção para as divisões que aparecem nele. Verifique se eles sabem o que são essas divisões, ou seja, se reconhecem que se trata de municípios.

1 O município e a cidade Observe estes mapas: Brasil: político

Sergipe: político

50° O

ALL MAPS

ALL MAPS

A observação de mapas é uma habilidade fundamental e precisa ser desenvolvida continuamente. Assim, a partir da observação atenta, pergunte aos estudantes se eles reconhecem as divisões do Brasil em estados e estudante peça para eles localizarem o estado onde moram e os lugares que já visitaram. Verifiquem se os estudantes sabem como distinguir áreas rurais de áreas urbanas, isto é, quais os elementos que caracterizam essas áreas. Peça, então, para que leiam, em voz alta, as definições de áreas urbanas e de áreas rurais e que verifiquem se está compatível com aquilo que disseram.

37° O

RORAIMA

10° S

AMAPÁ

Equador

AMAZONAS

PARÁ

MARANHÃO

CEARÁ

PIAUÍ ACRE

Aracaju

ALAGOAS SERGIPE

TOCANTINS RONDÔNIA

BAHIA MATO GROSSO

DISTRITO FEDERAL GOIÁS

OCEANO PACÍFICO

RIO GRANDE DO NORTE

PARAÍBA PERNAMBUCO

MATO GROSSO DO SUL

Trópico de Capricórnio

OCEANO ATLÂNTICO MINAS GERAIS

SÃO PAULO

0

ESPÍRITO SANTO RIO DE JANEIRO

PARANÁ

45

OCEANO ATLÂNTICO

km

Fonte: Mapas e cartogramas. Observatório de Sergipe. Disponível em: https://www. observatorio.se.gov.br/app/assets /img/divisao_politica.png Acesso em: 26 jun. 2022.

SANTA CATARINA RIO GRANDE DO SUL

0

490 km

Fonte: Vera Lúcia de Moraes Caldini; Leda Ísola. Atlas Geográfico Saraiva. São Paulo: Saraiva, 2013. p. 30.

O Brasil é dividido em estados. Os estados, por sua vez, são divididos em municípios. Os municípios compreendem uma área urbana e uma área rural. A área urbana do município recebe o nome de cidade. Atualmente, a maior parte da população do país vive na área urbana, ou seja, nas cidades.

Área urbana: é o espaço ocupado por uma cidade. Tem muitas construções, vias de circulação, veículos, serviços (escolas, hospitais etc.) e pessoas. Área rural: é o espaço ocupado pelo campo. Nela se desenvolvem, principalmente, atividades de cultivo agrícola e de criação de animais. Comparando com a cidade, no campo há menos construções, veículos, serviços e pessoas.

12

Atividade Complementar Em continuidade ao importante trabalho com imagens, solicite aos estudantes que tragam imagens de cidades em diferentes momentos históricos, isto é, imagens da mesma cidade em um momento atual e há 100 anos, por exemplo. Oriente-os a pesquisar as imagens em revistas ou na internet e peça que levem o material escolhido para a sala de aula. Em duplas, solicite que os estudantes destaquem os elementos presentes nas imagens com ênfase para as principais mudanças observadas. Promova o compartilhamento das observações das duplas e peça que eles elaborem hipóteses para as mudanças observadas. Essa atividade complementar é um caminho promissor para que os estudantes percebam que a organização das cidades depende dos desdobramentos históricos que nelas acontecem. 12


Leia um texto escrito por Júlia, de 9 anos. Ela descreveu sua rotina na cidade onde mora.

Divida a turma em duplas e peça que leiam o texto e discutam entre si como é o lugar onde Júlia mora; como ela vai à escola e o que observa no caminho; com quem e onde brinca e que respondam à questão proposta. Peça, ainda, que nas duplas, façam o texto solicitado e que compartilhem entre si. Promova uma discussão com toda a turma na qual cada estudante da dupla tem que contar as informações do seu colega de dupla. Nesse momento de compartilhamento, verifique se os estudantes percebem as diferenças entre os espaços públicos e os espaços privados e se reconhecem esses espaços no texto narrado pela personagem Júlia.

MONKEY BUSINESS IMAGES/SHUTTERSTOCK

1 Júlia mora em área rural ou área urbana?

Justifique sua resposta. 2 Faça como Júlia e escreva no caderno um

texto contando como é o lugar onde você mora. No texto, explique: a) como costuma ir à escola e a outros locais; b) onde e com quem costuma brincar.

É importante que fique claro para os estudantes, na discussão, que, por exemplo, a forma de ir à escola é uma relação que os estudantes estabelecem com o espaço público e que brincar e conversar no lugar onde eles moram é uma relação que estabelecem com o espaço doméstico. O objetivo é que eles comparem as diferentes situações e emitam opinião sobre essas realidades. Habilidade trabalhada: EF03HI10

Meninas brincam em área de lazer de prédio. 13

Atividade sugerida Entrevista com funcionário da Escola Divida a turma em grupos de quatro a cinco estudantes. Peça que eles escolham um funcionário da escola para fazerem uma entrevista. Explique que o tema da entrevista deve ser o lugar onde o funcionário mora e sua opinião sobre as grandes cidades brasileiras. Seria interessante que os estudantes usassem um gravador para registrarem a entrevista para, posteriormente, reproduzirem para os colegas na sala de aula. Se não for possível, sugira que os grupos

escolham dois integrantes para registrarem a entrevista. Organize com a turma as perguntas a serem feitas, como por exemplo: • Você mora em uma área rural ou urbana? • Há quanto tempo você mora nesse lugar? • Qual a sua opinião sobre as grandes cidades? Marque um dia para que os grupos apresentem a entrevista realizada. Além dos estudantes praticarem a realização de entrevistas, vão trabalhar também a oralidade e o consenso coletivo. 13


Ao iniciar o estudo, peça que os estudantes observem as imagens e leiam as respectivas legendas. Pergunte se conhecem alguma dessas cidades. Caso alguém conheça, incentive o compartilhamento das informações. Ao confrontarem as características de um grande centro urbano e uma pequena cidade os estudantes serão estimulados a compararem, por exemplo, diferentes estruturas urbanas, identificando diferenças e semelhanças no conjunto de serviços públicos. Habilidade trabalhada: EF03HI09

14

2 Diferentes cidades,

DELFIM MARTINS/PULSAR IMAGENS

diferentes modos de vida

Nesta página, o objetivo é possibilitar que os estudantes reflitam sobre as semelhanças e diferenças entre as cidades. Peça que descrevam as fotos e expressem sua opinião sobre o assunto.

Vista da cidade e igreja Matriz de Santa Maria na praça. Santa Maria da Serra (São Paulo), 2020. CESAR DINIZ/PULSAR IMAGENS

Incentive os estudantes a identificarem as principais semelhanças e diferenças existentes entre cidades diversas. Verifique se eles identificam que uma paisagem (a primeira) é menos urbanizada, talvez até rural, e a outra (a segunda), mais urbanizada. É importante que os estudantes percebam que cada cidade tem sua própria história de formação, além de características, necessidades e qualidades específicas.

Vista do centro político-administrativo da cidade de Cuiabá (Mato Grosso), 2020.

Observando as fotos, você pode notar que as cidades não são iguais. No entanto, elas têm algumas características em comum. 1 Quais são as semelhanças entre as cidades? As cidades costumam ter muitos habitantes e diferentes tipos de construção, como casas e edifícios. 2 Nas pequenas e grandes cidades, as pessoas levam uma vida igual? Explique sua resposta a um colega. As fotografias não oferecem resposta clara a essa pergunta, mas os estudantes podem levantar hipóteses que serão discutidas com o grupo todo. Nas cidades menores, as pessoas se conhecem mais, as crianças 14 têm mais liberdade, o trânsito é melhor, a distância entre os lugares é menor. Nas grandes cidades, as dinâmicas são outras, com maior dificuldade para os deslocamentos, o risco de violência e dificuldades para acompanhar o cotidiano de outros moradores, por exemplo.


Cada qual com seu jeitinho Quase toda cidade tem comércio e serviços, como hospital, posto de saúde, delegacia, correio, banco, rodoviária e escola. 1 Converse com os adultos que moram na sua casa e responda às seguintes perguntas:

a) Que serviços há no seu município? Respostas de acordo com a localidade. Oriente a realização das conversas, pedindo que os estudantes anotem tudo o que for dito, antes de resumir as informações para as questões relacionadas abaixo.

b) O lazer é uma necessidade de todas as pessoas. Que serviços de lazer seu município oferece: parques públicos, bosques, jardim zoológico, parque de diversão, cinema, teatro, livrarias, entre outros?

c) O que você mais gosta no município onde vive?

d) Qual é o maior problema do município onde você mora?

2 Leia para os colegas da classe o resultado da sua pesquisa e preste atenção no que

eles apresentarão.

O objetivo deste conjunto de atividades é apresentar aos estudantes alguns dos serviços e características específicas dos municípios onde moram. Identificar os serviços disponíveis nos municípios é uma forma de apresentar aos estudantes o que os caracteriza. Nesse processo, explique que a oferta de serviços depende de sua disponibilidade e do trabalho desenvolvido por alguém. Sinalize que alguns tipos de trabalho são concentrados nas áreas urbanas e outros nas áreas rurais. A realização das atividades 1, 2 e 3 depende da participação dos familiares ou responsáveis dos estudantes e o envolvimento dos estudantes na realização das tarefas. Se possível, converse com os familiares ou responsáveis previamente, explicando o sentido das atividades. Caso a conversa não seja possível, envie orientações por escrito no caderno dos estudantes. Sugira aos estudantes que anotem tudo o que for dito para que possam resumir as informações e responder as questões. Habilidade trabalhada:

3 Com um colega, faça um cartaz com desenhos, colagens ou recortes de

EF03HI12

jornal que tragam informações sobre o município. Escreva um pequeno texto explicativo. A partir da socialização das informações nas atividades 2 e 3, os estudantes poderão complementar as respostas.

15

15


Registre na lousa as informações fornecidas pelos estudantes durante a atividade 1. Com isso, os estudantes poderão visualizar as conclusões alcançadas durante a conversa. Habilidade trabalhada: EF03HI08

16

Nas grandes cidades, e mesmo em cidades menores, muitos moradores vivem na periferia, ou seja, em lugares afastados do centro, onde geralmente se concentram os estabelecimentos de comércio e de serviços. Assim, muitas vezes, para trabalhar, estudar, passear, ir ao banco ou ao médico, fazer compras, as pessoas precisam se deslocar por longas distâncias e nem sempre o transporte é fácil. Em muitas cidades, principalmente nas maiores, o trânsito de carros é intenso, o que dificulta a locomoção das pessoas. Na foto, Marginal Pinheiros, na cidade de São Paulo (São Paulo), 2017. DANIEL CYMBALISTA/PULSAR IMAGENS

1 Que meios de transporte você e seus familiares utilizam no dia a dia? Respostas pessoais.

2 Quanto você gasta no trajeto de casa para a escola: muito ou pouco? 3 Os meios de transporte que você utiliza são confortáveis e seguros? Justifique sua

resposta.

STÓR

IA

Converse com a turma sobre os meios de transporte do local onde vivem. Se possível, compare as necessidades de deslocamento de quem mora no campo e na cidade. Explique que muitas crianças que moram nas cidades utilizam transporte público ou privado para chegar à escola, enfrentando, muitas vezes, horas no trânsito congestionado; enquanto algumas crianças do campo utilizam o transporte escolar (quase sempre público) para chegar à escola.

Deslocando-se: de um lado para outro

HI

Pergunte aos estudantes se eles sabem o que são áreas centrais e áreas periféricas. É importante que eles percebam que as áreas centrais apresentam uma densidade populacional maior, assim como, geralmente, concentram a maior oferta de serviços para servir a essa maior concentração de pessoas. A região periférica da cidade pode trazer uma quantidade maior de pessoas em números, mas geralmente estão distribuídas em uma área maior, ou seja, a densidade populacional é menor.. Esse é um bom momento para pensar em distâncias, deslocamentos e suas consequências como, por exemplo, o trânsito e o tempo despendido para ir de um lugar a outro.

Livro

• Olá cidade, de Anna Fiske. São Paulo: Telos Editora, 2020. Neste livro, a cada página a cidade muda. Por meio dele você vai poder conhecer histórias e, observando as cenas, criar suas histórias. 16

Você pode tabular as informações dos estudantes, verificando a realidade da turma no que se refere aos meios de transporte do lugar onde vivem. A partir disso, é interessante discutir com eles alternativas para melhorar essa realidade.


3 A vida na cidade

Esta seção traz um panorama dos habitantes e suas ocupações nas grandes cidades destacando ao mundo do trabalho e aos problemas inerentes aos grandes centros urbanos.

CADU DE CASTRO/PULSAR IMAGENS

Vamos refletir um pouco mais sobre como é viver em cidades. Pense: Onde as crianças se divertem? E os adultos, onde costumam passar suas horas de lazer? Que tipos de trabalho realizam? Responder a essas perguntas não é simples. Afinal, em uma mesma cidade vivem diversos grupos de pessoas, cada um com condição e maneira de viver diferentes. Pense neste exemplo: em 2020, moravam na cidade de São Paulo mais de 12 milhões de habitantes. São Paulo é a maior cidade do Brasil. Nela há muitos viadutos, avenidas, centros comerciais e hospitais. Você sabia que nessa grande cidade vivem indígenas? Pois é, na cidade há quatro aldeias dos povos Guarani: duas no bairro de Parelheiros e duas no bairro do Jaraguá.

1 Você vive em uma aldeia indígena ou há alguma aldeia indígena no lugar onde você

a) a que povo indígena pertence essa aldeia; b) em que bairro da cidade ela se localiza.

A atividade proposta sobre os povos indígenas requer pesquisa. Oriente-os a procurar as informações em sites confiáveis como, por exemplo, de universidades, do governo, em organizações não governamentais estabelecidas ou em órgãos ligados aos povos indígenas. Solicite aos estudantes que compartilhem as informações levantadas com toda a turma.

Crianças indígenas da etnia Guarani na Terra Indígena Ribeirão Silveira, no município de Bertioga (São Paulo), 2021.

mora? Se sim, procure responder:

Lance aos estudantes as questões que o texto propõe sobre o lazer nas cidades. Sistematize na lousa as respostas levantadas. Leia com eles as informações trazidas pelo texto e verifique se eles já tinham conhecimento dos dados sobre a cidade de São Paulo. É importante que os estudantes percebam que em uma cidade tão grande quanto São Paulo há uma enorme diversidade de formas de viver e de se relacionar com a cidade.

1. Estas atividades demandam pesquisa e são mais produtivas se realizadas em grupo. Para serem bem-sucedidas, no entanto, é importante orientar bem os estudantes. 17

Para ampliar Revista Ciência Hoje das Crianças. A vida na cidade. Disponível em: http://chc. org.br/vida-na-cidade/. Acesso em: 10 jul 2021. O artigo “A vida na cidade”, da Revista Ciência Hoje das Crianças, procura chamar a atenção para os animais que habitam as cidades. Trata-se de um direcionamento do olhar para formas de vida que usualmente passam despercebidas. .

Para complementar a atividade, se na escola houver acesso à internet, utilize a ferramenta Google maps para localizar essas aldeias: <https:// maps.google.com.br>. Acesso em: 10 jul. 2021. Clicando no ícone “Satélite”, é possível visualizar a aldeia e seu entorno. Essa experiência permite que os estudantes percebam de forma concreta as diferentes paisagens e realidades dos municípios. Essa ferramenta de mapas enriquece bastante o trabalho e pode ser utilizada para os estudantes observarem diferentes localidades, incluindo aquela onde vivem.

17


O objetivo é apresentar aos estudantes os diferentes tipos de trabalho e trabalhadores, bem como suas condições de exercício da profissão.

Os trabalhadores Muitas pessoas vivem e trabalham nas cidades: nas indústrias, nos estabelecimentos comerciais e de serviços. Tem também servidores públicos, como vereadores e prefeito. Conheça o exemplo de uma família que vive em Salvador.

Levante, entre os estudantes, quais as profissões que eles conhecem e que são exercidas nas cidades. Anote na lousa as profissões mencionadas para uma discussão posterior.

A família de Ana Ana nasceu no interior da Bahia, mas se mudou para Salvador, capital do estado, em busca de trabalho. É funcionária da limpeza na prefeitura. Seu marido, Josafá, também é baiano. É operário em uma indústria de peças de plástico. Eles vivem com uma filha, Carina, de 9 anos, e o sobrinho, Elias, de 20 anos. Como não conseguiu arrumar emprego com carteira de trabalho assinada, Elias montou uma barraca de venda de brinquedos no centro da cidade.

Em duplas, peça que os estudantes leiam o texto sobre a família de Ana em voz alta a fim de permitir o desenvolvimento da oralidade, e peça que respondam as questões após discussão na dupla.

Este ano vou voltar a estudar. Quero arrumar um emprego com registro e salário fixo.

FOTOS: FERNANDO FAVORETTO/CRIAR IMAGEM

Gosto do meu trabalho. Sou registrado e tenho direitos, como férias remuneradas, 13o salário e condução. O problema é que trabalho longe de casa e gasto muito tempo no trânsito.

Tenho sorte de morar perto do trabalho. Também sou registrada e consigo chegar cedo em casa para ajudar Carina nas lições de casa.

18

18


BRENDA ROCHA - BLOSSOM/SHUTTERSTOCK

Na família de Ana, cada pessoa tem uma relação diferente com o trabalho. Josafá e Ana têm seus trabalhos em carteira assinada e, com isso, têm benefícios em relação a Elias, como salário fixo, folgas semanais e vale-transporte. Mas por que dois deles têm esses direitos e o outro não? Isso acontece devido ao fato de serem contratados por empresas que assinam a carteira de trabalho deles. Nas décadas de 1930 e 1940 foram criadas diversas leis no Brasil que definiram os direitos e deveres dos trabalhadores. Essas leis surgiram após muita luta dos trabalhadores, que saíam do campo para viver na cidade e não encontravam o mínimo para sobreviver nos centros urbanos. Entre essas conquistas estavam o direito de descansar aos finais de semana, de receber pelo menos um valor mínimo de salário (o salário mínimo), de receber remuneração nas férias e o 13 o salário, um salário adicional no último mês do ano. Esses e outros direitos e deveres foram reunidos na chamada Consolidação das Leis do Trabalho, a CLT, em 1943.

A Carteira de trabalho é o documento onde ficam registradas as experiências empregatícias de uma pessoa. Atualmente esse documento pode ser impresso ou digital.

Atualmente, as expressões “ser registrado” e “ter carteira assinada” significam que o empregador anotou o cargo, o pagamento e a função na carteira de trabalho e a pessoa passou a ter direitos, mas também alguns deveres, como chegar no horário, ser responsável e não colocar outros em perigo. 19

Para ampliar O Museu de Artes e Ofícios (MAO) do Sesi de Belo Horizonte oferece uma série de informações sobre as profissões e apresenta uma seção especial falando sobre as profissões “de antigamente”. Trata-se de uma excelente oportunidade para que os estudantes tenham uma noção de profissões que não existe mais, mas que foram muito importantes. É uma visão histórica que pode ser problematizada a partir de uma visão crítica mostrando o quanto o contexto histórico é fundamental na permanência das profissões e no surgimento d enovas formas de trabalho. Essas informações estão disponíveis no site do MAO no endereço https://www.mao.org.br/. Acesso em: 10 jul 2021.

19


Elias, no entanto, não tem um empregador para assinar sua carteira de trabalho. Ele trabalha em uma barraca vendendo brinquedos no centro da cidade. Ele faz parte dos trabalhadores chamados informais: pessoas que trabalham por conta própria e não tem contrato com nenhuma outra pessoa ou empresa. Além dos empregados (trabalhadores com carteira assinada) e dos trabalhadores informais, há outros tipos de trabalhador. Um deles é o chamado trabalhador autônomo, ou seja, pessoas que exercem as suas profissões sem vínculos empregatícios, mas que têm contratos com outras pessoas ou empresas para exercer seu trabalho por um determinado período. É o caso de muitos vendedores de imóveis, advogados e contadores.

SERGEY CAUSELOVE/SHUTTERSTOCK

LIGHTFIELD STUDIOS/SHUTTERSTOCK

Cabeleireiros e barbeiros são profissionais que podem ser empregados ou autônomos. Quando autônomos eles são remunerados pelo número de clientes que atendem.

Os fotógrafos também podem ser empregados ou autônomos. Quando autônomos eles costumam ser remunerados por hora trabalhada ou por trabalho executado.

É importante lembrar que um trabalho não é melhor do que outro e que cada pessoa tem o direito de escolher como prefere trabalhar. 20

Atividade sugerida A fim de que os estudantes tenham uma compreensão aprofundada sobre o trabalho e as formas de relações trabalhistas possíveis, solicite que façam entrevistas com familiares ou com vizinhos a respeito do tema. Oriente-os a formular questões previamente como, por exemplo: “em que você trabalha?”; “há quanto tempo está nessa profissão?”; “qual o seu regime de trabalho (carteira assinada, autônomo, informal)”; “você gosta do seu trabalho?”; “você trabalha em algo relacionado à sua formação ou não?”; “o que você acha poderia ser feito para que as relações de trabalho sejam melhores?”.

20


1 Ana, Josafá e Elias têm seus direitos trabalhistas garantidos? Apenas Ana e Josafá têm seus direitos garantidos. Elias trabalha, mas não tem emprego com registro. Se julgar adequado, explique aos estudantes que, se Elias não tiver algum tipo de formalização no trabalho, pode não ter acesso aos seus direitos. 2 Na sua opinião, por que Elias afirma querer arrumar um emprego com registro e

salário fixo? Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes concluam que esses são desejos de uma pessoa que busca ter direitos trabalhistas e remuneração estável.

As atividades aqui propostas podem ser utilizadas para ampliar a discussão feita nas entrevistas (atividade sugerida). Assim, verificar no texto se os direitos trabalhistas estão sendo respeitados (atividade 1) e as vantagens de trabalhar com carteira assinada (atividade 2) são situações que também podem ser identificadas nas entrevistas feitas. Dê uma atenção especial às informações sobre a CLT e a carteira de trabalho, pois talvez os estudantes não tenham informações anteriores sobre essa temática.

3 Em casa, converse com um adulto que mora com você para descobrir mais

informações sobre o trabalho que ela realiza e complete o quadro a seguir. Nome

Para a atividade 3, solicite que cada estudante escolha, dentre as entrevistas feitas, as informações pedidas para o preenchimento da tabela.

Idade Atividade profissional

Habilidades trabalhadas:

Empregado registrado.

EF03HI01

Tipo de vínculo de trabalho

EF03HI12

Trabalhador informal. Trabalhador autônomo. Outro:

.

Direitos trabalhistas que possui

21

A elaboração das questões pode ser feita coletivamente, mas as entrevistas são individuais. Cada estudante pode entrevistar duas ou três pessoas registrando as respostas para o compartilhamento posterior. Marque um dia no calendário da turma para o compartilhamento das respostas buscando promover um levantamento das respostas. Esse levantamento pode ser apresentado em uma tabela simples indicando o número de respostas coincidentes para cada pergunta. O trabalho com apresentação de dados de pesquisa deve ser desenvolvido ao longo da escolaridade básica e essa é uma boa oportunidade para promove-lo.

21


Solicite que façam, nas duplas, as atividades sugeridas e, posteriormente, abra a discussão no coletivo da sala para que todos possam refletir sobre os problemas levantados, os apontados pelo texto e aqueles que as imagens deram a pensar. Habilidade trabalhada: EF03HI09

Morar na cidade traz uma série de vantagens em relação ao campo, como mais opções de lazer, transporte, saúde, entre outros. No entanto, morar na cidade também significa enfrentar diversos problemas. São os chamados problemas urbanos. Vamos conhecer alguns deles? Você sabia que existem cidades no Brasil com mais da metade das pessoas sem acesso à energia elétrica? Apesar de contar com diversas usinas espalhadas pelo país, a muitos lugares essa tecnologia ainda não chegou ou, quando chega, o custo dela é tão alto que as pessoas não têm dinheiro para pagar a conta. Em outros lugares, o acesso à iluminação também é prejudicado pela falta de manutenção nos postes, que deixa muitas ruas sem Moradores de Macapá (Amapá) sem luz à noite. energia elétrica. Outro problema urbano é a falta de água encanada. Apesar de, nas grandes cidades, a maioria dos bairros terem acesso à água tratada, muitas pessoas ainda ficam doentes por beberem água não tratada. A falta de sistema de esgoto estruturado também é um problema urbano. Atualmente, mais da metade das famílias no Brasil não têm acesso Córrego com esgoto a céu aberto em Maceió (Alagoas). a rede de esgoto e jogam dejetos em fossas ou a céu aberto. Até mesmo andar pela cidade pode ser um problema em muitos lugares. Como muitas pessoas não têm carro ou moto, dependem apenas dos transportes públicos para chegar aonde desejam ir. E elas enfrentam 22

22

MAKSUEL MARTINS / FOTOARENA

Divida os estudantes em duplas e peça que leiam o texto sobre os problemas urbanos e que discutam entre si prestando uma atenção especial às imagens que permeiam o texto.

Os problemas urbanos

JR MANOLO / FOTOARENA

Levante, junto aos estudantes, os problemas que eles identificam nas cidades. Sistematize as respostas na lousa.


MAURO AKIN NASSOR / FOTOARENA

todos os tipos de problema, como falta de ônibus nas ruas, mal planejamento das linhas de trem e falta de lugar para se sentar no metrô. Fila em ponto de ônibus em São Paulo (São Paulo).

Não se pode esperar, no entanto, que apenas o governo cuide de tudo. Você, seus amigos e sua família também são importantes para resolver alguns desses problemas. Você sabia que desligar a luz do quarto ao sair não apenas faz a conta de energia elétrica ficar menor, como permite que mais gente tenha energia? Ou que não jogar lixo na rua ajuda a evitar alagamentos quando chove mais forte? São pequenas ações que ajudam a diminuir os problemas urbanos para todos, incluindo você. 1 Qual desses problemas não pode ser considerado um problema urbano?

Falta de rede de esgoto.

Falta de energia elétrica.

Falta de agua tratada.

X

Falta de comida.

2 Classifique as afirmações em verdadeiras (V) ou falsas (F). F

Todos os problemas urbanos devem ser resolvidos pelos governantes.

V

Ainda existem cidades que a maioria das famílias não têm luz elétrica.

F

Os problemas que as cidades enfrentam são chamados de problemas rurais.

3 Preencha as lacunas.

Existem vários problemas urbanos. Entre eles, podemos citar, a falta de água

tratada mau

,

manutenção

nos postes das ruas e

planejamento das linhas de transporte público. 23

Atividade sugerida Para a análise das imagens, solicite aos estudantes que observem as três imagens com bastante atenção, sempre imaginando e mapeando o espaço urbano que habitam ou conhecem. Verifique se eles percebem que as três cenas representam problemas presentes em uma cidade. Mas que, nesse caso, é uma obrigação do Estado resolvê-los, além de ser um direito do cidadão. Diante disso, o que eles podem fazer para buscar a resolução desses problemas? Como eles devem atuar durante as eleições e, depois, na fiscalização e cobrança dos governantes eleitos para administrar a cidade?

23


A atividade 1 solicita que o estudante faça um desenho do local em que mora. Incentive os estudantes a fazerem o desenho e, se possível, faça uma exposição na sala de aula com os trabalhos produzidos. Uma exposição desse tipo, no geral, aumenta a autoestima dos estudantes, pois eles se sentem valorizados. A atividade 2, que consiste no levantamento de serviços nas cidades, fica mais proveitosa nas duplas, pois os estudantes podem discutir entre si levantando pontos que sozinhos talvez não levantassem.

Juntar saberes

3. a) Os estudantes devem perceber que, na charge, os ricos comemoram a passagem do ano em uma moradia confortável, e os pobres, sem motivos para comemorar, pegam os restos do lixo. Você pode mencionar que a personagem feminina expressa sua crítica sobre essa situação ao afirmar que “a humanidade caminha para trás”.

1 Na página 13, você leu o relato

de Júlia. Veja neste desenho como ela representou o lugar onde mora. Agora, é sua vez: em uma folha avulsa, desenhe o lugar onde mora, mostrando as principais características. Resposta pessoal.

2 Relacione três necessidades diárias de quem vive na cidade e os lugares e serviços

que podem atender essas necessidades. Siga o exemplo.

Necessidades

Onde conseguir

Alimento

Supermercado, açougue, feira, mercearia.

Os estudantes podem citar saúde (hospital, farmácia, posto de saúde); educação (escola); diversão (parque, praça, cinema). Valorize a resposta e corrija eventuais equívocos.

24

Avaliação formativa A avaliação formativa é processual. Isso significa que não há um momento específico de avaliação, mas, antes, que a avaliação vai sendo feita ao longo do trabalho pedagógico. Nesta unidade, houve várias oportunidades de recolher os conhecimentos prévios dos estudantes e outras de verificar o quanto eles aprenderam e as dúvidas que, eventualmente, ainda persistiram. Esse tipo de acompanhamento avaliativo é fundamental para que mudanças e correções de rotas no planejamento possam ser feitas. Assim, ao final da unidade, todo o trabalho avaliativo pode culminar na verificação das respostas dadas pelos estudantes às atividades bem como de suas falas e relação aos temas trabalhados. Aproveite essa ocasião para voltar ao início da unidade e ao registro feito no caderno, solicitando aos estudantes que complementem as informações que naquele momento inicial foram levantadas. Essa é uma forma de proceder a uma avaliação de toda a unidade.

24

JÚLIA PICCOLI SILVA

O final da unidade é sempre uma oportunidade para rever os conteúdos e verificar o quanto eles foram de fato apreendidos pelos estudantes. Neste momento também é possível perceber as dúvidas que eventualmente ainda persistam. Assim, sugere-se que as atividades sejam resolvidas em duplas e com franco acesso aos registros do caderno e ao livro, pois, em uma avaliação formativa, o foco está em perceber o quanto os estudantes se apropriaram das discussões que foram propostas. Dessa forma, ao rever os materiais e discutir com um colega, o aprendizado se reafirma e as dúvidas podem ser percebidas.


3 Em jornais e revistas, encontramos charges sobre assuntos da atualidade. Os autores

THOMAS LARSON (THOMATE)

procuram fazer uma crítica ao cotidiano de um modo engraçado. Veja a charge a seguir e responda às questões.

A charge utiliza a tradição da contagem regressiva nas comemorações de Ano-Novo para fazer uma crítica ao comportamento humano nos dias atuais.

a) Nas grandes cidades, podemos observar contrastes entre os modos de viver das pessoas. Algumas vivem repletas de conforto; outras, em péssimas condições. Você identifica essa realidade na charge? Explique sua resposta. b) Onde você mora é possível observar bairros muito ricos, com moradias confortáveis e bons serviços? Por outro lado, há bairros pobres, com residências precárias e deficiência nos serviços? Cite exemplos. Resposta pessoal. 4 Junte-se a um colega e respondam às perguntas a seguir.

a) Que opções de lazer existem nas cidades? b) Todas as pessoas podem desfrutar dessas opções de lazer? c) Nas cidades é possível brincar nas ruas? Expliquem sua resposta.

A cidade reflete a sociedade que a construiu e que vive nela. Assim, quanto maiores forem as diferenças no rendimento da população, maiores serão os desequilíbrios observados na paisagem urbana.

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A atividade 3 busca oferecer aos estudantes um exercício de leitura de charges. A leitura de imagens é uma habilidade importante e que precisa ser desenvolvida. Assim, oriente os estudantes a discuti-la nas duplas solicitando que eles elenquem os elementos que usaram para chegar às conclusões sobre a charge. Neste caso, a charge trata especificamente dos diferentes grupos sociais que compõem uma cidade. Verifique se todos chegaram à mesma conclusão e peça que levantem hipóteses sobre como a situação de social foi construída historicamente. A última atividade da unidade busca enfatizar que a cidade também é um espaço de lazer e não apenas de trabalho. Dessa forma, ainda nas duplas, solicite que os estudantes pensem a respeito e respondam à atividade compartilhando, posteriormente, os resultados da discussão com toda a turma. É importante que os estudantes percebam que, ao investigarem o entorno, há realidades distintas e diferentes sujeitos sociais e que isso gera diferenças. Conhecer as diferenças é um primeiro passo para a proposição de soluções. Habilidades trabalhadas: EF03HI01

EF03HI09

Para ampliar A importância do uso de imagens no ensino de história O uso de imagens, com vistas ao aprendizado, tem sido cada vez mais utilizado como ferramenta metodológica. Essa utilização é uma, na verdade, uma necessidade tendo em vista que o mundo contemporâneo é dominado pelas informações imagéticas. Assim, vídeos, cinema, pinturas, fotografias, mapas, histórias em quadrinhos, entre outros meios, podem e devem ser utilizados com proveito nos processos de ensino-aprendizagem em todas as disciplinas e em História, em particular. Isso porque os conteúdos históricos muitas vezes mostram-se de difícil compreensão para os estudantes mais novos. Trabalhar com filmes no contexto da sala de aula aproxima os estudantes de situações reais, levando-os a refletir sobre problemas atuais, mas que têm raízes históricas, como é o caso da desigualdade social apontada na charge da atividade 3. Essa aproximação fomenta o desenvolvimento do pensamento crítico permitindo pensar em soluções para os problemas que afligem a contemporaneidade. 25


Sobre esta unidade A Unidade apresenta as características das cidades brasileiras, com destaque para as primeiras cidades, o seu cotidiano e o processo de crescimento urbano. Analisa também os processos de ocupação e o crescimento de cidades como Salvador, São Vicente, São Paulo e o Recife.

2

UNIDADE

Cidades do Brasil

Busca desenvolver no estudante o interesse pela história dos centros urbanos do país, incentivando-o a reconhecer o espaço e história da região onde mora. Também propicia a reflexão sobre as ocupações das áreas urbanas e seus principais pontos positivos e negativos.

Objetivos da unidade • Conhecer a formação das primeiras cidades brasileiras, localizadas no litoral ou no interior. • Identificar os motivos econômicos que levaram à ocupação do interior. • Conhecer a história do próprio município. • Identificar o processo de crescimento das cidades e os motivos que levam as pessoas que vivem no campo a se mudarem para as cidades. • Perceber as desigualdades sociais urbanas. Habilidades trabalhadas: EF03HI02 EF03HI06

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EF03HI04 EF03HI10

EF03HI05

Bondinho da Leitura na Rua XV de Novembro ou Rua das Flores. Curitiba (Paraná), 2017. 26


CHICO FERREIRA/PULSAR IMAGENS

Para começar... 1. Observe a imagem e identifique o local retratado. 2. Na sua opinião, é bom ou ruim morar nessa cidade? Explique sua resposta. 3. Você imagina como essa cidade se formou? Conte para os colegas. 27

As aberturas de Unidade são sempre boas oportunidades para avaliar o quanto os estudantes já sabem sobre o assunto que será discutido bem como promover o engajamento deles ao longo da a Unidade. Assim, aproveite esse momento para lançar as perguntas da abertura e permita que os estudantes se expressem livremente. Você pode, ainda, lançar outras questões, por exemplo, sobre a formação da própria cidade em que eles vivem, sobre os monumentos históricos dela ou outros aspectos que considerar relevantes, como, por exemplo, as dificuldades em relação ao respeito aos direitos humanos em cidades cujo crescimento se dá de forma desordenada sobretudo no que diz respeito ao direito à moradia. A proliferação de comunidades sem infraestrutura adequada, como rede de esgoto e instalação elétrica segura, é uma das facetas mais problemáticas das grandes cidades. O direito à moradia de qualidade acaba, muitas vezes, sendo comprometido nas cidades desrespeitando não apenas a Declaração dos Direitos Humanos, de 1948, mas também a própria Constituição Brasileira. Assim, é fundamental que os estudantes percebam que a história de formação das cidades acaba por configurar certas características observadas nas cidades até os dias atuais.

27


No Brasil, muitas cidades que se formaram a partir de pequenos povoados com o passar do tempo cresceram em população, casas e ruas. É o caso de Salvador, fundada em 1549 e hoje capital do estado da Bahia. Quem por ali circula percebe várias ruas estreitas com casas antigas, algumas com mais de duzentos anos. Mas há também bairros com edifícios novos e altos. No entanto, no país, há cidades que começaram de outros jeitos. Goiânia, por exemplo, capital do estado de Goiás, foi planejada, ou seja, pensada antes de sua inauguração. Ela tem ruas retas e grandes avenidas. Ao longo do tempo, aqui no Brasil se formaram cidades de tudo quanto é jeito! GEOGRAFIA

Marque um dia no calendário da turma para que todos possam compartilhar seus “achados” no centro da cidade.

HBPRO/SHUTTERSTOCK

Oriente-os para a atividade 1 e, se for possível, mande um recado aos familiares dos estudantes para os ajudem na realização da tarefa. Solicite que registrem as respostas às questões no caderno. Esse é um material que você pode consultar no espírito do processo avaliativo formativo.

1 As primeiras cidades

DANIEL CYMBALISTA/PULSAR IMAGENS

Após a discussão, peça que observem com atenção as imagens da página 28 solicitando que digam as principais diferenças que percebem entre as fotos de Goiânia e Salvador. Leia então com eles o texto que acompanha as imagens.

Avenida Goiás, em Goiânia (Goiás).

Largo do Pelourinho, no centro histórico de Salvador (Bahia).

1 Peça aos seus responsáveis para mostrarem a você fotografias do centro da cidade

onde moram ou para te levar a visitá-lo. Observe com atenção casas, prédios e ruas e responda: 1. c) Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes identifiquem b) Como são as ruas? Resposta pessoal. as diferenças ou semelhanças entre as construções, como em c) Há construções de diferentes épocas? Justifique sua resposta. relação ao estilo, por exemplo.

a) Como são as construções? Resposta pessoal.

d) É possível dizer que esse lugar foi planejado? Justifique sua resposta. 28

Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes utilizem os conhecimentos adquiridos na leitura do texto, como apontar a existência de ruas e avenidas retas e largas no caso dos bairros planejados e a ausência desses traços nos bairros não planejados.

Para o estudante BRAS, Luiz. Os sons de Salvador. São Paulo: Callis, 2007. Cris e Carol são irmãs e moram em Salvador. Elas conhecem Caê, seu vizinho, que lhes conta diversos fatos da história da cidade.

Para ampliar DOREA, Luiz Eduardo Carvalho. Histórias de Salvador nos nomes das suas ruas. Salvador: EDUFBA, 2006. O livro conta a história da cidade de Salvador, tomando como base o significado e a origem do nome de diversas ruas da capital baiana.

28


De olho no sujeito

Leia com os estudantes o texto da seção “De olho no sujeito”. Após a primeira leitura, solicite que leiam em voz baixa grifando as informações mais importantes. Ser capaz de perceber as ideias centrais de um texto informativo é uma habilidade que deve ser desenvolvida ao longo de toda a escolaridade básica. Dessa forma, esse procedimento ajuda a promover essa capacidade facilitando, ainda, a resolução das questões propostas.

Salvador, primeiros passos Durante séculos, Salvador foi a cidade mais importante das terras onde hoje é o Brasil. Leia como foi seu início neste texto: Logo ao desembarcarem na capitania da Bahia, os portugueses ergueram uma cruz na praia. Em torno dela [...] os jesuítas [...] rezaram uma missa. Em seguida começaram as obras de construção da cidade. Ela possuía duas partes principais. Na parte alta, ficava o palácio do governador-geral e as casas dos portugueses mais ricos. Na parte baixa, os armazéns e as casas dos pobres. Em volta de toda a cidade foi construído um muro alto. Salvador precisava ser muito protegida [...].

ACERVO ICONOGRAPHIA

Nóbrega e Anchieta: fundando cidades e escolas, de Ricardo Dreguer. São Paulo: Moderna, 2004. p. 13.

Capitania: nome que os portugueses davam antigamente às suas divisões administrativas nas terras do atual Brasil. Jesuíta: membro da Companhia de Jesus, ordem pertencente à Igreja Católica.

Peça que expliquem, em voz alta, os termos em destaque no glossário a fim de garantir a apreensão dos conceitos de capitania e jesuítas, fundamentais para a compreensão da formação das cidades brasileiras. Solicite, enfim, que respondam às questões propostas e, posteriormente, compartilhem e discutam as respostas. Aproveite ainda para explorar a imagem da cidade de Salvador pedindo que identifiquem nela as características mencionadas no texto.

1. Circule no texto o grupo responsável pela fundação de Salvador. 2. No princípio, como a cidade estava organizada? Quem morava na parte alta e na baixa? Na parte baixa moravam os mais pobres; e na parte

Habilidade trabalhada:

alta, o governador-geral e os portugueses ricos.

EF03HI06

Baixa do Pelourinho, Salvador (Bahia), em cerca de 1860. À direita, a Igreja do Rosário dos Pretos.

29

29


São Vicente e São Paulo

Faça a leitura compartilhada do texto que fala sobre a origem de São Vicente e de São Paulo buscando analisar a imagem destacada. Solicite aos estudantes que façam a leitura da foto, levantando alguns elementos como a arquitetura, a disposição urbana das edificações e a presença humana, aspectos que se diferenciam da atual São Paulo.

HI

COLEÇÃO PARTICULAR

Peça-lhes ainda que comparem os lugares em que vivem com as cidades estudadas.

IA

Caso a escola não esteja localizada em São Vicente ou São Paulo, pergunte aos alunos se conhecem alguma dessas cidades. Caso alguém conheça, peça que a descreva. Procure destacar as características que mais tenham impressionado os estudantes. Anote as informações no quadro.

Há mais de 500 anos, quando os portugueses chegaram a estas terras, não havia por aqui nenhuma cidade. Os habitantes eram os indígenas, que viviam em aldeias. A primeira vila fundada pelos portugueses foi São Vicente, em 1532, no litoral do atual estado de São Paulo. STÓR Anos depois, padres portugueses saíram Livro desse local para subir a Serra do Mar em • Paula de São Paulo, direção ao planalto de Piratininga, no interior de Mariângela Bueno e Sonia do continente. Eles queriam construir um Dreyfuss. São Paulo: barracão para servir de abrigo e escola para Callis, 2009. ensinar a religião católica aos indígenas. Ao visitar a avó, uma menina que Ao redor do Colégio São Paulo de Piratininga, descobre um monte como o local tornou-se conhecido, formou-se de curiosidades sobre a fundação da cidade uma povoação. Essa foi a origem da cidade de onde mora. São Paulo, fundada em 25 de janeiro de 1554. A foto de Militão Augusto de Azevedo mostra rua no centro da cidade de São Paulo (São Paulo), por volta do ano 1860.

Habilidades trabalhadas: EF03HI01

EF03HI06

30

Para ampliar • O site do Pateo do Collegio (www.pateocollegio.com.br), em São Paulo, apresenta diversas informações históricas sobre os jesuítas que se fixaram na região Sudeste, assim como a história do próprio prédio, descrição dos museus que ele abriga e fotos de seu acervo. O site também traz informações sobre visitas agendadas, além das atividades religiosas e culturais que acontecem diariamente naquele espaço. • HOLANDA, Sérgio Buarque de. Caminhos e fronteiras. São Paulo: Companhia das Letras, 1994. Estudo sobre os processos de ocupação do território pelos bandeirantes, dando destaque para os aspectos cotidianos e materiais na região de São Paulo. Trata-se de uma análise sobre as mentalidades paulistas durante o período colonial, relacionando a adaptação dos colonos portugueses aos hábitos e saberes indígenas.

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Viver no interior

Antes de ler o texto com os alunos, pergunte-lhes como eles acham que era viver em uma cidade pequena do interior durante o período colonial. Anote no quadro as sugestões e ideias que forem surgindo.

Durante muito tempo, a maior parte das vilas e cidades que surgiram nas terras do atual Brasil estava no litoral. São Paulo, no interior do continente, era uma das poucas exceções. Naquele período, a população de São Paulo era pobre, vivia de pequenas roças e fazia expedições para explorar recursos naturais. Nessas expedições era comum o aprisionamento de indígenas, que, escravizados, eram também comercializados por esses habitantes.

Divida a turma em duplas e solicite que leiam o texto e que respondam as questões discutindo entre si para verificar se o imaginário e as concepções sobre a vida no interior no período colonial condizem com as informações do texto.

1 Assinale a frase correta.

As primeiras vilas e cidades ficavam no interior do continente para proteger seus habitantes de inimigos que chegavam pelo mar. X

Os portugueses fizeram as primeiras vilas e cidades no litoral para facilitar o embarque de pessoas e mercadorias para locais distantes. 2 Complete:

A cidade de São Paulo surgiu a partir do povoado que se formou em torno do Colégio São Paulo de Piratininga

. O colégio e a cidade receberam esse nome porque foram fundados por

padres católicos portugueses

. Eles escolheram o nome de São Paulo porque a sua conversão é comemorada em 25 de janeiro. Já o

Aprofunde a explicação sobre as expedições dos bandeirantes pelo interior em busca de metais preciosos. Caso a escola disponibilize mapas, use o mapa político do Brasil para localizar os rios e as cidades de Minas Gerais, como Ouro Preto e Mariana. Ao propor a realização da atividade 1, aproveite para pedir aos alunos que reescrevam a afirmação errada, corrigindo-a.

Piratininga nome indígena foi porque o local escolhido ficava em terra indígena

(o planalto de Piratininga). 3 Qual é a relação entre a formação da vila de São

Paulo e a escravização de indígenas? A vila de São Paulo, assim como outras localizadas no interior, estava isolada e, por isso, era pobre. Uma das alternativas encontradas pelos moradores era organizar expedições para explorar recursos e capturar indígenas para serem vendidos como escravizados. 31

Avalie Para verificar o processo de aprendizagem sobre as primeiras cidades brasileiras e sobre a vida no interior, solicite aos alunos que, em duplas, façam um desenho representando uma delas, São Vicente ou São Paulo, durante o período colonial, destacando nele uma região do interior com suas características próprias. Essa pode ser uma boa oportunidade para avaliar, por meio da criatividade artística, o quanto os estudantes conseguem expressar novos conhecimentos podendo, inclusive, servir de base para reformulações no planejamento caso sejam verificadas dificuldades específicas. A revisão e readequação do planejamento é parte fundamental de uma avaliação formativa.

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Para a atividade proposta, divida a turma em duplas e peça que discutam a importância da preservação do passado. Sugira que mencionem monumentos ou museus que eles conheçam na cidade ou em outras cidades do país.

A disputada Recife A cidade de Recife, atual capital do estado de Pernambuco, começou a se formar em 1537. Sua origem foi um porto, que surgiu por causa da instalação de engenhos de açúcar na região. Naquele período, chegaram ao Recife portugueses ricos e pobres, bem como pessoas escravizadas de diferentes povos africanos. A riqueza trazida pelo açúcar atraiu o interesse de outros povos, como os holandeses. Eles tentaram dominar Recife e Olinda, cidade vizinha que, na época, era a mais importante da região. Sem conseguirem se fixar em definitivo, os holandeses se retiraram de Pernambuco em 1654. HANS VON MANTEUFFEL/PULSAR IMAGENS

Faça a leitura compartilhada do texto que fala sobre a cidade de Recife. Peça que os estudantes elenquem, oralmente, as diferenças e semelhanças de formação entre as cidades de São Vicente e São Paulo e a cidade de Recife. Sistematize na lousa as diferenças e semelhanças mencionadas e solicite que registrem no caderno. Esse registro é uma boa fonte para consultas posteriores.

Uma boa indicação, caso haja acesso à internet na escola, para complementar a atividade é visitar a página do Museusbr uma plataforma que traz informações sobre de museus brasileiros. A página está disponível em: http:// museus.cultura.gov.br/. Acesso em: 11 jul 2021. Prédios na Rua do Bom Jesus, em Recife (Pernambuco), 2020. Ainda hoje, nessa cidade, existem antigas construções que mostram como era viver e morar na cidade muito tempo atrás.

• Observe a imagem e leia a legenda. Em muitas cidades há monumentos,

edificações e ruas que são marcas do passado. Converse com um colega: Qual é a importância de preservar os marcos do passado?

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2 As cidades crescem

COLEÇÃO PARTICULAR

Atualmente, a maior parte dos brasileiros vive em cidades. Se o total dessas pessoas fosse representado em uma pizza de dez fatias, cerca de oito fatias e meia representariam os habitantes das cidades. Mas nem sempre foi assim. Há cerca de cem anos, a maior parte da população brasileira morava no campo, onde também se concentravam as principais atividades econômicas, como o cultivo do café. A partir da década de 1930, tudo começou a mudar rapidamente. Em algumas áreas do país, o desenvolvimento da indústria exigia cada vez mais trabalhadores. Com isso, um número grande de pessoas passou a morar nas cidades, principalmente no Rio de Trabalhadores escravizados em uma fazenda de café no Vale do Paraíba (estado de São Paulo), 1882. Janeiro e em São Paulo. 1 De acordo com o texto, pinte de amarelo as partes que correspondem à

população urbana.

MATEMÁTICA

Proponha aos estudantes as questões: “Como vocês acham que as cidades crescem? Por que elas crescem? A maioria da população no Brasil vive em áreas urbanas ou rurais?” Permita que eles se expressem livremente e anote na lousa as respostas. Após esse primeiro levantamento, leia o texto e peça que façam a atividade 1. Essa atividade é particularmente importante para que os estudantes tenham uma noção representacional da distribuição da população no Brasil. Trabalhar com gráficos que representam um conjunto de dados é uma habilidade que deve ser desenvolvida ao longo da escolaridade básica. Verifique quais os conhecimentos que os alunos têm acerca dessa forma de representação. Se possível, proponha a construção de outros gráficos do tipo pizza com dados colhidos entre os próprios estudantes como, por exemplo, quantos meninos e quantas meninas há na turma, quantos são destros e quantos são canhotos, quantos vão para a escola de carro ou condução e quantos vão a pé, entre outras possibilidades. Esse é um bom momento para desenvolver conteúdos de Matemática utilizando dados populacionais da turma.

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Atividade sugerida Grupos de estudos: Direito à moradia × moradias em local de risco Divida a sala em dois grupos de estudos. O primeiro deve aprofundar-se nas pesquisas relativas aos direitos humanos, especificamente o direito à moradia. O segundo deve dedicar-se às pesquisas sobre as regiões de risco na cidade e os grupos populacionais que vivem nesses locais. Faça um desafio para os grupos, propondo que cada um deles busque, com base em seus conhecimentos, somar esforços para propor uma solução para essa questão, usando o argumento do direito à moradia. Convém lembrar os alunos que esse direito é garantido pela Constituição Federal de 1988 a todas as pessoas.

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Oriente-os para a realização da entrevista com os familiares. Eles podem gravar as respostas, mas devem apresentar um texto escrito com as respostas a fim de exercitar a escrita e produzir um registro da atividade. Marque no calendário da turma um dia para compartilhamento das informações recolhidas nas entrevistas.

Para as pessoas deixarem o campo, contribuía o fato de as condições de vida nesses locais estarem difíceis, principalmente pela falta de terra e auxílio financeiro para plantar. Na década de 1970, por causa desse êxodo Êxodo rural: deslocamento da população do campo rural, a população nas cidades brasileiras já era para a cidade em busca de maior que no campo. melhores condições de vida. Construção civil: setor Além do trabalho na indústria, contribuíam para da economia que constrói isso a construção civil e o comércio, que traziam casas, prédios, estradas, pontes etc. emprego para quem se aventurava na cidade. ARQUIVO DP/D.A PRESS

Faça a leitura compartilhada do texto desta página dando particular ênfase às noções de êxodo rural e de construção civil que estão em destaque. Peça que verifiquem se as razões apontadas anteriormente para o crescimento das cidades estão corretas e se precisam de complemento. Solicite que anotem o quadro final das razões do crescimento das cidades no caderno.

Migrantes do Nordeste deixam sua terra de origem para fugir da seca, 1978. 2 Muitas pessoas que vivem nas cidades brasileiras hoje descendem de pessoas que

migraram do campo para a cidade em busca de melhores condições de vida. Faça uma entrevista com seus familiares sobre suas origens. Não se esqueça de perguntar: a) Eles sempre viveram na cidade ou vieram do campo? b) Caso tenham vindo do campo, por que motivo migraram para a cidade? Como era a vida no campo nessa época? E a vida na cidade? c) Caso sempre tenham vivido na cidade, que transformações eles puderam observar na cidade ao longo de suas vidas? Em que época a cidade cresceu mais? Como foi esse crescimento? 34

Peça aos estudantes, divididos em duplas, para lerem o texto da página e observar as fotografias. Solicite que as duplas elenquem as diferenças observadas entre as duas imagens. Verificar diferenças e semelhanças requer a habilidade de perceber não apenas os aspectos mais gerais, mas também os detalhes como, por exemplo, a vestimenta das pessoas que eventualmente estejam presentes nas imagens observadas, a presença dos tipos de transporte (carros, bondes, ônibus), os tipos de comércio e de lojas, os tipos de casas, entre outros. É importante que os estudantes percebam que as construções e suas arquiteturas são frutos, em larga medida, de um dado momento histórico, dos valores e percepções sobre o belo e o funcional, por exemplo. Da mesma forma, os tipos de transporte são indicativos do desenvolvimento tecnológico e o tipo de comércio das mercadorias produzidas em contextos históricos específicos. Esse é o caso mesmo das imagens a serem observadas: o 34


Lugar de contrastes

MUSEU DA REPÚBLICA, RJ

Obras na Avenida Central na cidade do Rio de Janeiro (Rio de Janeiro), 1904.

ROGÉRIO REIS/PULSAR IMAGENS

Com o crescimento, muitas das antigas áreas ao redor das cidades, antes ocupadas por chácaras e sítios, se transformaram em bairros. Muitos desses novos lugares passaram a abrigar as residências dos trabalhadores, assim como fábricas, armazéns e lojas. As áreas centrais de várias cidades, por sua vez, passaram por grandes reformas. Foi o caso de Santos (SP) e Rio de Janeiro (RJ). A ideia era facilitar a circulação de gente e de mercadorias. As cidades brasileiras se transformavam rapidamente!

Avaliar O material que for produzido no processo de levantamento de hipóteses sobre o crescimento das cidades e posteriormente checado com o texto desta página pode ser utilizado como forma de verificação de aprendizado dos estudantes, além de servir de fonte de consulta.

Avenida Rio Branco (Antiga Avenida Central), no Rio de Janeiro (Rio de Janeiro), 2018. 35

café como principal mercadoria da movimentação econômica há século (Bolsa do Café) e nos dias atuais (Museu do Café). Ainda que o café continue sendo um importante produto nacional, ele não tem mais a mesma importância que tinha há um século e isso pode ser percebido por meio da análise cuidadosa das imagens. Dessa forma, sua orientação é essencial para os estudantes possam desenvolver não apenas a capacidade de observação, mas também a capacidade de registrar essas observações. Promova o compartilhamento das observações com a turma toda e aproveite os registros das observações para avaliar se os estudantes conseguiram apreender os conceitos trabalhados e também a capacidade de perceber as mudanças ao longo do tempo dos espaços ou edificações e quanto essas mudanças são contextualizadas e indicativas de mudanças na sociedade.

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O resultado dessas transformações pode ser visto nos dias de hoje. Observe como as cidades do país são compostas de diversas pessoas e grupos diferentes. Nem todos eles têm, por exemplo, as mesmas condições de vida. Nas grandes cidades, principalmente, há bastante gente vivendo com dificuldades financeiras. Por causa do preço da moradia, várias delas têm de morar em áreas distantes do trabalho, do comércio e do lazer. Em geral, são locais que contam com pouca infraestrutura. Muitas vezes estão em área de risco, como encosta Infraestrutura: equipamentos e serviços que trazem de morros ou margens de córregos e rios. Essa qualidade de vida às pessoas, situação, além do perigo que traz às pessoas, como água encanada, luz elétrica, rede de esgoto, coleta provoca grandes danos ambientais. de lixo e transporte coletivo.

Manaus, capital do estado do Amazonas, é um exemplo das mudanças que ocorreram nas cidades com o crescimento das indústrias. Vista aérea da cidade, década de 1950. MARCOS AMEND/PULSAR IMAGENS

Como já mencionado, o desenvolvimento da capacidade de observação é muito importante de deve ser garantido ao longo de toda a escolaridade. Assim, aproveite esse momento para retomar as orientações para a observação cuidadosa das imagens e verificar as eventuais dificuldades dos estudantes buscando supri-las com um atendimento mais direcionado àqueles com dúvidas sobre os elementos que devem ser observados na atividade proposta.

COLEÇÃO PARTICULAR

Ainda nas duplas, repita o procedimento de leitura conjunta, observação das imagens e resposta à atividade 1. Proponha que cada dupla compartilhe o conhecimento com o restante da turma.

Vista de drone da área central de Manaus (Amazonas), 2019. 1 Observe as fotos de Manaus e comente uma mudança que ocorreu na cidade com o

crescimento da indústria. 36

Atividade sugerida Jornal do bairro Monte com os alunos um jornal que discuta as necessidades do bairro em que a escola está localizada. Organize a turma em três equipes. A primeira deve escrever o editorial do jornal, apresentando o propósito do jornal, os alunos, o bairro e o município onde se encontra a escola. A segunda deve fazer uma reportagem sobre a situação das ruas do bairro e suas áreas de ocupação residencial ou comercial. A terceira equipe deve escolher alguém que more na região para fazer uma entrevista.

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Guia histórico

Separe três aulas para a realização do trabalho proposto. Na primeira, faça a divisão dos grupos e selecione quais áreas da cidade cada grupo vai pesquisar.

Nesta unidade e na anterior, você estudou a formação das cidades e seu desenvolvimento. Agora, chegou a vez de você falar um pouco mais sobre a cidade em que vive. Para isso, você vai confeccionar um guia histórico da sua cidade.

Caso a escola tenha biblioteca ou sala de informática, reserve uma aula para os grupos realizarem pesquisas sobre a área da cidade escolhida.

História em ação

Material necessário:

FIGUEI

REDO/Y AN

Folha de sulfite Lápis de cor Canetinhas Tesoura com pontas arredondadas Cola

ULISSES

• • • • •

Passo a passo:

• Escolha três pontos históricos da sua cidade para serem descritos no guia. Pode ser um edifício, uma praça, um monumento ou qualquer outro ponto que você considera que deva estar no seu guia histórico. • Pesquise esses pontos tentando descobrir, por exemplo, a data de fundação e o motivo pelo qual esse ponto histórico foi construído. • Tire fotos ou faça desenhos desses pontos.

Avise os estudantes sobre o material necessário e reserve um encontro para a confecção do guia. Caso a turma manifeste interesse, selecione um dos guias produzidos pelo grupo e realize um passeio com os estudantes visitando os lugares destacados. Habilidades trabalhadas: EF03HI04

EF03HI05

EF03HI06

Como fazer:

• Dobre a folha de sulfite ao meio. Pode ser na vertical ou na horizontal. Seu guia ficará com quatro páginas. • A primeira página será a capa. Nela, escreva o título do seu guia e decore-a como achar melhor. • Nas páginas seguintes, cole fotos ou desenhe os pontos históricos escolhidos. • Ao lado ou abaixo de cada imagem, escreva um pequeno texto com as informações pesquisadas anteriormente e outras que você considerar importantes. Ao final, mostre o seu guia para os colegas. 37

Caso a escola tenha computadores disponíveis, solicite aos alunos que digitem os textos e formatem o conteúdo. Se possível, faça a impressão de pelo menos um jornal para cada estudante. Incentive a turma a mostrar o jornal para os seus parentes ou adultos responsáveis. Verifique o interesse da comunidade escolar em uma possível continuidade do projeto.

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O final da Unidade é sempre uma oportunidade para que os estudantes percebam se apreenderam de fato os conteúdos e para que você finalize a avaliação dos processos desenvolvidos ao longo do estudo dos temas. Dessa forma, em duplas, permita que eles discutam e resolvam juntos as atividades propostas nesta seção com consulta livre aos seus registros e ao livro do estudante. Ao finalizarem as tarefas, promova uma debate com a turma toda verificando as dúvidas e equívocos a fim de saná-los.

Juntar saberes 1 Em grupo, pesquisem em jornais, revistas e na internet e respondam:

a) Qual a atual capital do Brasil? Brasília.

b) Quando ela foi fundada? Ela foi fundada em 21 de abril de 1960.

c) Além de Salvador e da atual capital do Brasil, o país teve outra capital. Que cidade é essa? A cidade do Rio de Janeiro também foi capital do Brasil. 2 Por que as áreas centrais de algumas cidades foram reformadas conforme essas

cidades cresciam? Porque considerava-se necessário para facilitar a circulação de pessoas e de mercadorias. 3 Sobre o êxodo rural no Brasil a partir da década de 1970, responda:

a) Por que naquela época tantas pessoas deixaram os campos em direção às cidades? Resposta possível: Porque as condições de vida no campo estavam difíceis nessa época, por causa da falta de terras e de auxílio financeiro para plantar.

b) Por que as cidades atraíam essas pessoas? Resposta possível: Porque havia mais emprego nas cidades, por causa do crescimento das indústrias, da construção civil e do comércio.

c) Que mudanças esse êxodo rural provocou nas cidades? Resposta possível: As cidades cresceram por causa do êxodo rural e áreas de chácaras e sítios se transformaram em bairros residenciais, nem sempre com planejamento ou infraestrutura. 4 O lugar onde você mora também é um “lugar de contrastes”?

Em grupo, faça uma pesquisa sobre os contrastes que vocês podem observar na cidade em que moram. Para a primeira parte da pesquisa, procurem respostas para as seguintes perguntas: 38

AVALIE A avaliação formativa, por definição, é uma avaliação processual, isto é, ocorre ao longo de toda a unidade a partir das atividades que foram desenvolvidas, sejam elas levantamento de conhecimentos prévios, de pesquisa, de registro ou de resolução das questões propostas. Dessa forma, é importante que você, continuamente, perceba as dificuldades e equívocos que surgiram ao longo do desenvolvimento da unidade. No entanto, uma avaliação final é fundamental para saber se os conteúdos foram apreendidos de forma significativa. Para ter conhecimento dessa

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• Que tipo de bairros há no município (bairros residenciais, industriais, comerciais etc.)?

A atividade proposta exige pesquisa. Assim, se houver sala de informática na escola, leve os estudantes para fazerem as pesquisas nela. Forneça, ainda, livros, jornais e revistas que possam responder às questões propostas.

• Quais são as diferenças entre os bairros residenciais? • Todos os bairros têm infraestrutura? Caso haja bairros sem infraestrutura, que tipos de infraestrutura faltam (água encanada, energia elétrica, rede de esgoto, coleta de lixo, transporte coletivo, áreas de lazer etc.)? • Quais são os principais problemas que vocês identificam na cidade? Para a segunda parte da pesquisa, imprimam ou copiem o mapa da cidade em que vivem. Depois, pintem os bairros de acordo com os dados coletados. Escolham uma cor para os bairros residenciais mais ricos, uma cor para os bairros residenciais mais pobres, uma cor para os bairros comerciais etc. Não se esqueçam de marcar também, com um X, as áreas carentes de infraestrutura.

O trabalho deve ser feito em grupo e o resultado exposto na sala de aula ou lugar conveniente na escola. Dessa forma, os estudantes se sentem valorizados e promovem informações para as demais pessoas da comunidade escolar.

Você pode acrescentar questões, se quiser, a esse questionário. É importante reforçar com os estudantes o conceito de infraestrutura.

5 Vamos pesquisar a história do município em que vocês moram?

a) Consultem jornais, revistas, livros e a internet para descobrir: • o motivo e a época em que o município surgiu; • a origem e a condição de vida de seus habitantes; • como foi organizada a cidade e suas principais atividades econômicas. b) Considerando os dados da pesquisa, escolham um lugar do município para mostrar sua história. Anotem o nome desse lugar e sua importância. c) Registrem o local escolhido. Pode ser por meio de foto, desenho ou colagem. d) Com todo o material elaborado, façam um cartaz mostrando a história do município em que moram. Compartilhem o trabalho com o restante da turma. ULISSES FIGUEIREDO/YAN

Com base no material apresentado, crie com os estudantes um painel sobre a história da cidade. Esse painel poderá ser exposto em uma área comum da escola.

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apreensão você pode propor uma rodada final de atividades que contemplem os conteúdos trabalhados. Complementarmente, você pode solicitar aos estudantes uma autoavaliação na qual eles escrevam o que eles aprenderam na unidade. Para essa autoavaliação, você pode permitir a consulta aos registros e ao livro do estudante para que ela seja não apenas completa, mas também uma nova oportunidade de aprendizado e fixação dos conteúdos. Ao avaliar esses dois instrumentos, você terá condições de verificar as dúvidas que eventualmente ainda persistam e ajudar os estudantes a superá-las.

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Sobre esta unidade A Unidade apresenta as principais características do ambiente rural, com destaque para a vida no campo, os tipos de trabalho agrário e as relações entre o campo e a cidade. Analisa atividades como agricultura e pecuária e o extrativismo mineral.

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UNIDADE

O campo

Busca desenvolver no estudante o interesse pela relação entre o campo e a cidade, incentivando-o a reconhecer como esses espaços estão cada vez mais conectados e dependentes entre si.

Objetivos da unidade • Conhecer a vida e as ocupações. • Perceber a diferença entre a paisagem rural e urbana e entre o trabalho dos agricultores e dos pecuaristas. • Conhecer os diversos jeitos de se locomover nas zonas rurais ou ribeirinhas. • Conhecer atividades como o extrativismo vegetal e mineral, a criação de peixes e o turismo. • Perceber como a tecnologia permite a conexão entre a cidade e o campo. • Conhecer a legislação que proíbe o trabalho infantil. Habilidades trabalhadas: EF03HI03

EF03HI08

Na roça, obra de Francisco Severino de Oliveira, 2017. Óleo sobre tela, 30 cm × 40 cm. 40

EF03HI11

Para ampliar A mecanização no campo O site de notícias do IBGE traz importantes considerações acerca das consequências os processos de mecanização no campo. Em particular, o Censo Agropecuário informa a respeito dos impactos da mecanização sobre os postos de trabalho. Para saber mais sobre esse tema, acesse a página do IBGE no endereço: https://agenciadenoticias.ibge.gov.br/agencia-noticias/2012-agencia-de-noticias/ noticias/25791-com-aumento-da-mecanizacao- agropecuaria-perde-1-5-milhao-detrabalhadores. Acesso em: 12 jul 2021.

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GALERIA JACQUES ARDIES

Para iniciar o estudo sobre o campo, utilize as questões da abertura da Unidade para verificar o que os estudantes já sabem sobre a vida no campo. sabem a respeito. Veja quais deles já passaram algum tempo na zona rural e peça-lhes que comentem como era, ou é, o seu dia a dia. A partir da imagem da abertura da Unidade, enfatize os elementos da paisagem e o tipo de trabalho desenvolvido nesse tipo de espaço buscando que os estudantes mencionem os contrastes coma vida na zona urbana que tiveram a oportunidade de estudar anteriormente. Escreva na lousa as principais diferenças levantadas por eles e solicite que anotem no caderno.

Tema contemporâneo

Para começar... 1. Descreva para os colegas a imagem destacando seus principais elementos. 2. A pintura mostra uma paisagem do campo ou da cidade? 3. Na cena, têm trabalhadores? O que eles estão fazendo? 41

O estudo sobre o campo e os diferentes tipos de trabalho realizados nas zonas rurais traz uma questão importante: o problema do trabalho infantil e a necessidade de se assegurar os direitos de crianças e adolescentes. Apesar de a situação do trabalho infantil ter diminuído no país, atualmente, grande parte das crianças abaixo de nove anos trabalha ilegalmente na zona rural. Essa discussão sobre o trabalho infantil e a legislação que garante a proteção de crianças e adolescentes está presente na Unidade.

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1 A vida no campo Caso tenha passado alguns dias num sítio ou em uma fazenda, ou se vive no meio rural, você sabe: a vida nesses locais é bem diferente daquela que se leva na cidade. Mudam os hábitos, mudam os trabalhos, mudam as paisagens. No campo há diferentes extensões de terra ocupadas por fazendas, sítios, plantações ou pastos. As casas nem sempre ficam próximas uma das outras, como acontece nas cidades. SPUTNIK 360/SHUTTERSTOCK

Faça a leitura compartilhada do texto com os estudantes. Peça que analisem a imagem e indiquem as principais características e que respondam à questão 1. Discuta a resposta com a turma enfatizando o fato de que as moradias são distantes umas das outras justamente porque no entorno delas há atividades agrícolas ou de pecuária.

Vista aérea da área rural do município de Goiânia (Goiás), 2021. 1 Qual é a relação entre as áreas ocupadas pela agricultura e pela pecuária e os locais de

moradia no campo? Espera-se que os estudantes indiquem que no campo, boa parte da terra é ocupada por plantações ou pastos, então as casas muitas vezes ficam distantes umas das outras, ao contrário do que acontece nas cidades.

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De vários jeitos

DELFIM MARTINS/PULSAR IMAGENS

Barco para transporte escolar na margem do Rio Fresco, no município de São Félix do Xingu (Pará), 2016.

TARCISIO SCHNAIDER/SHUTTERSTOCK

No campo, assim como nas cidades, há muitas formas diferentes de viver. Veja o caso das crianças retratadas nestas imagens. Elas moram no campo e estão a caminho da escola, cada qual de um jeito. Observe com atenção as cenas. Imagine os lugares em que essas crianças vivem. Por exemplo, o que faz uma utilizar o barco como meio de transporte e outra, o ônibus? A vida que elas levam em cada um desses lugares é semelhante?

Embarque em transporte escolar de crianças que moram em área rural do município de Rurópolis (Pará), 2016.

1 Você conhece algum adulto que more ou tenha morado no campo? Faça uma

entrevista com esse adulto e pergunte como ele ia à escola morando no campo. Quanto tempo ele demorava para chegar à escola e quais eram os maiores desafios nesse trajeto? Caso essa pessoa não tenha frequentado a escola, pergunte o motivo. Resposta de acordo com a entrevista.

Um importante aspecto sobre a vida no campo é o transporte. Pergunte aos estudantes o que eles conhecem sobre como as crianças fazem para ir à escola em um ambiente rural. Após esse levantamento, faça a leitura compartilhada do texto mostrando as imagens e oriente-os em relação à tarefa solicitada de pesquisa. Marque um dia no calendário da turma para o compartilhamento dos resultados das entrevistas. Caso tenha aparecido nas entrevistas formas de transporte diferentes das mencionadas no texto, destaque esse fato com os estudantes, buscando mostrar que os transportes também mudam ao longo do tempo. Assim, se hoje são usados ônibus, por exemplo, no passado, o transporte era feito por meio de animais. É importante que os estudantes percebam que muitas coisas mudam com o tempo e que os desenvolvimentos econômicos e tecnológicos são grandes responsáveis por várias dessas mudanças. Habilidade

trabalhada:

EF03HI08

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Atividade sugerida Explorando imagens Selecione imagens que representem um tipo de paisagem onde vivem pessoas: um prédio em uma cidade urbanizada, uma casa ribeirinha ou um sítio isolado. Essas imagens podem ser retiradas da internet, de jornais e revistas. Divida a sala em grupos de três pessoas e entregue uma imagem para cada grupo. Proponha aos estudantes que conversem sobre as relações que existem entre o ambiente e os meios de locomoção empregados pelas pessoas. Oriente-os com as seguintes questões: Você acha que as pessoas que vivem nesses lugares usam os mesmos meios de transporte que você? Como você imagina que as crianças que vivem nesses lugares chegam à escola? Por que você acha que elas usam esse meio de transporte? Em seguida, peça aos mesmos grupos que reflitam sobre os meios que utilizam para chegar à escola e as razões disso. Socialize os resultados coletivamente e anote-os na lousa. 43


Solicite-lhes que observem o quadro, leiam a legenda e descrevam a imagem. Habilidade

Plantar e criar Boa parte das pessoas que vive no campo se dedicam à agricultura ou à pecuária. Os agricultores cuidam da lavoura: plantam, colhem e ganham a vida com o que produzem, como arroz e frutas. As pessoas que criam animais, como bois, cavalos, ovelhas, bodes e porcos, por sua vez, são chamadas pecuaristas. Ambos, agricultores e pecuaristas, são responsáveis por produzir a maior parte da alimentação consumida pela população brasileira, em especial daquelas pessoas que moram nas cidades.

trabalhada:

EF03HI11

Avalie Após os estudantes observarem a pintura, ler a legenda e descrever a imagem, peça-lhes que a descrevam em um texto, dizendo o que ela representa. O texto pode ser avaliado como uma forma de perceber o quanto os estudantes estão compreendendo o assunto abordado na Unidade.

Verdureiros, pintura de Lucia Buccini, 2008. Óleo sobre tela, 70 cm × 60 cm. A obra retrata a vida no campo, e, segundo a artista, a pintura foi inspirada nas fazendas de Minas Gerais. 1 Lembre-se da última refeição que você fez no almoço ou jantar. Escreva quais desses

alimentos são resultado do trabalho de agricultores e pecuaristas. Resposta pessoal.

Habilidades trabalhadas: EF03HI08

EF03HI11

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44

GALERIA JACQUES ARDIES

Inicie perguntando aos estudantes quais os tipos de trabalho que existem no campo e se as profissões mencionadas têm algum impacto na vida de quem mora nas cidades. Anote na lousa as respostas dadas e faça a leitura compartilhada do texto, solicitando que os estudantes respondam à questão proposta e, posteriormente, permita que compartilhem as respostas com a turma a fim de enfatizar a importância e as relações que o trabalho no campo tem com a vida urbana.


2 Os trabalhadores do campo

A agricultura familiar é responsável pela produção de boa parte dos alimentos que consumimos. Geralmente, a agricultura familiar produz vários tipos de alimento (policultura) para o consumo dos próprios agricultores (subsistência) e para vender nas cidades próximas. Também se inclui nesse modelo a agricultura orgânica, que tem o compromisso de ser sustentável. No Brasil, a agricultura comercial ocupa um território bem maior do que a familiar. Nesse modelo, é comum que se produza um único produto (monocultura), em grande quantidade e para exportar. Esse tipo de agricultura utiliza mais máquinas, que aumentam a produtividade, mas também substituem muitos trabalhadores. Por isso, 67% dos trabalhadores rurais em 2017 concentravam-se na agricultura familiar.

Pequeno agricultor rural no município de Marília (São Paulo), 2019. MURILO MAZZO/SHUTTERSTOCK

Agricultura

ALF RIBEIRO/SHUTTERSTOCK

Os trabalhadores rurais são responsáveis pelo cuidado com a terra, a irrigação, a colheita e também se dedicam ao extrativismo e à criação de animais.

Ao iniciar o estudo sobre os tipos de trabalhadores do campo, solicite que os estudantes analisem as fotos. Anote na lousa as impressões deles sobre as imagens. Leia as legendas para a turma. Comente o quanto de informações sobre os trabalhadores do campo foi possível aprender apenas observando as imagens. Explique que as fotos têm uma importante função histórica, pois registram acontecimentos que auxiliam na compreensão da realidade. Faça a leitura compartilhada do texto, destacando a importância da agricultura orgânica para o meio ambiente. Solicite que preencham o quadro da página seguinte e compartilhe as respostas.

Grande plantação de cana no município de Pederneiras (São Paulo), 2020.

Habilidade

trabalhada:

EF03HI11

1 Complete o quadro a seguir.

Agricultura familiar Para quem produz Tipo de produção Impacto ambiental Quantidade de trabalhadores

Agricultura comercial

Consumidor brasileiro

Consumidor estrangeiro

Mercados, feiras, quitandas

Mercados, indústrias

Policultura

Monocultura

Menor se for feita a agricultura orgânica.

Maior pelo uso de máquinas, agrotóxicos e uso intensivo do solo.

Mais trabalhadores.

Menos trabalhadores por causa das máquinas. 45

Para ampliar Para conhecer mais sobre a importância da agricultura orgânica e suas principais características, consulte o site da AAO: Associação de Agricultura Orgânica. Nele você encontra artigos e materiais para poder compartilhar. Disponível em: http://aao.org.br/aao/. Acesso em: 12 jul 2021.

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Os pecuaristas podem trabalhar tanto na produção de leite, ovos ou lã como na produção de carne. Os criadores precisam cuidar tanto da alimentação e da saúde dos Fazenda com criação de gado em Bueno Brandão animais, quanto manter a higiene (Minas Gerais), 2016. dos locais onde eles vivem, coletar ovos e tirar leite. A mesma diferença entre a agricultura comercial e a familiar existe na pecuária. As propriedades menores utilizam mão de obra familiar e produzem para os próprios trabalhadores Gado de criação extensiva. Salvador (Bahia), 2016. e para abastecer as cidades próximas. Já as grandes fazendas produzem em grande quantidade, tanto para o mercado nacional como para o mercado internacional. Na pecuária comercial, a produtividade é muito importante, por isso se investe mais em tecnologia e maquinário. Na pecuária também existe uma distinção entre a criação intensiva e a extensiva. Na criação intensiva, os animais são criados em locais fechados, como as granjas de criação de galinhas. Já a criação extensiva é aquela em que os animais são criados em grandes espaços abertos onde podem pastar. 2 A criação de gado está, muitas vezes, ligada ao desmatamento no Brasil. Por quê? Espera-se que os estudantes identifiquem que o gado muitas vezes é criado em espaço aberto e precisa de grandes extensões de terra para isso. Para obter as terras para pastos, algumas pessoas desmatam florestas.

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CAIO PEDERNEIRAS/SHUTTERSTOCK

Pecuária

JOA SOUZA/SHUTTERSTOCK

Dando sequência aos tipos de trabalho no campo, leia com os estudantes o texto sobre as atividades de pecuária destacando as diferenças entre as atividades comerciais e familiares. Peça que comparem com as atividades de agricultura buscando verificar as semelhanças e as diferenças. Essas informações são importantes para responder à questão proposta na página seguinte.


RUBENS CHAVES/FOLHAPRESS

Extrativismo

Durante milhares de anos, a coleta de produtos naturais foi um dos principais meios pelo qual os seres humanos podiam obter alimentos. Mesmo depois da invenção da agricultura e da pecuária, o extrativismo continuou sendo importante, principalmente o extrativismo mineral para a metalurgia. Muitas comunidades agrícolas coletam Extração de minério de ferro e hematita. produtos vegetais ou animais para Congonhas (Minas Gerais), 2017. complementar sua subsistência. Essas comunidades vivem em contato direto com a natureza e desenvolveram técnicas para extrair o que precisam sem prejudicar o meio ambiente. Isso é necessário para a preservação dos recursos dos quais elas dependem, principalmente as florestas. No entanto, o extrativismo vegetal ou mineral também pode ser feito em larga escala para atender a variadas indústrias. É o caso da mineração, a extração de produtos minerais do solo, como bauxita e minério de ferro. Como a demanda por metais é muito grande, a mineração costuma ter um grande impacto na natureza. Esse impacto é causado tanto pelas máquinas e técnicas utilizadas, quanto pelos resíduos produzidos pela mineração. 1 Por que as comunidades que praticam o extrativismo vegetal precisaram desenvolver

técnicas para não danificar a natureza?

Converse com a turma e verifique se os estudantes conhecem outras atividades desenvolvidas no campo, com destaque para a extração de minérios. Comente que foi esse um dos tipos de prática que incentivou os bandeirantes, no período colonial, a avançar pelo interior do país. Explique que, ainda hoje, existem empresas que extraem ouro do subsolo brasileiro, mas que os principais minérios explorados são bauxita, manganês e ferro. Esses minérios são matéria-prima para a produção industrial de automóveis, por exemplo. Outro tipo de serviço ligado ao campo e que provavelmente os estudantes não se lembrem de apontar é o turismo. Pergunte-lhes quem já fez algum passeio que precisava de guia turístico. Incentive-os a conversarem sobre o assunto. Habilidade

trabalhada:

EF03HI11

Porque elas dependem da manutenção das florestas, então precisaram criar maneiras de extrair o que precisassem sem prejudicar o meio ambiente. 2 Com mais três colegas, pesquisem algum desastre ou grande impacto ambiental

provocado pela mineração que tenha ocorrido nos últimos 20 anos do Brasil. Apresentem as descobertas aos colegas e indiquem que medidas vocês imaginam que Resposta pessoal. Acompanhe os estudantes em todos os momentos poderiam ter evitado essas situações. da pesquisa. Você pode dividir a turma em grupos e responsabilizar

cada um deles por uma situação diferente, como o vazamento de óleo na Bacia de Campos em 2011, o rompimento da Barragem do Fundão em Mariana em 2015 e o rompimento da Barragem da Mina do Feijão em Brumadinho em 2019. Sobre as medidas de prevenção, os estudantes podem mencionar também o investimento na reciclagem, que poderia diminuir a quantidade de metais extraídos da natureza.

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É fundamental comentar com os estudantes como as coisas estão interligadas em seus usos e funções. Em duplas, peça que os estudantes releiam o poema e que respondam às questões. Permita que eles compartilhem suas respostas com a turma toda promovendo a discussão sobre o tema. Habilidade

Apesar das diferenças, os moradores do campo e da cidade dependem um do outro. Leia este poema.

UEIREDO /YAN

3 Campo e cidade

ULISSES FIG

Leia o poema para a turma. Depois, inicie uma análise de cada um dos versos. Escreva a primeira estrofe na lousa e pergunte: Quem costura a blusa? Aguarde os estudantes responderem que é a agulha. Depois, pergunte-lhes para que servem a linha, o algodão, a planta e, por fim, o ser humano.

Ponto por ponto Aqui está a agulha, que costura a blusa da Gerusa. Aqui está a linha, que vai na agulha, que costura a blusa da Gerusa. Aqui está o algodão, que produz a linha, que vai na agulha, que costura a blusa da Gerusa. Aqui está a planta, que dá o algodão, que produz a linha, que vai na agulha, que costura a blusa da Gerusa. Aqui está o homem, que cuida da planta, que dá o algodão, que produz a linha, que vai na agulha, que costura a blusa da Gerusa. Ponto por ponto, costura pronta, de Lúcia Pimentel Góes. São Paulo: Evoluir, 2003.

1 Escreva que objetos e produtos são mencionados no poema. Agulha, linha, algodão, blusa.

trabalhada:

EF03HI11

2 Desses elementos que você mencionou, qual é do campo? Explique. O algodão, que é cultivado no campo e serve para fazer a linha e o tecido.

3 Onde são produzidos os outros itens? Deixe os estudantes responderem livremente. Anote as opiniões mais significativas na lousa. Estimule-os a ir além da simples resposta: são feitos na cidade. Aprofunde a discussão ligando os itens produzidos às profissões.

4 Explique, com suas palavras, como o algodão se transforma em uma blusa. 48

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Juntos, cada vez mais GEOGRAFIA

Como vimos, a cidade e o campo estão ligados de forma muito profunda. Boa parte do que é consumido nas cidades tem origem nas áreas rurais. Isso vale tanto para os alimentos quanto para as matérias-primas utilizadas pelas indústrias. O tipo de transporte dessas mercadorias depende da quantidade, das características e da velocidade necessária. Por exemplo, os alimentos estragam mais depressa, por isso são transportados por rodovias, em caminhões. Já os metais são transportados principalmente em trens mais lentos, mas com maior capacidade de carga. Os impactos naturais e sociais causados por essas atividades também são compartilhados. É o caso da poluição de fontes de água por agrotóxicos e da poluição do ar pela indústria. Quanto aos impactos sociais, na unidade 2 estudamos que, na década de 1970, muitas pessoas se deslocaram do campo para as cidades no Brasil. Esse êxodo rural também foi consequência da mecanização nos campos, já que as máquinas podem substituir muitos trabalhadores. Porém, nem todos os impactos são negativos. A relação entre o campo e a cidade também está muito presente na cultura. Graças às modernas tecnologias de comunicação, os moradores desses diferentes espaços podem saber mais do modo de vida uns dos outros. Um bom exemplo é a música, com ritmos urbanos influenciando estilos típicos das áreas rurais, e vice-versa. 1 Cite um exemplo de cada tipo de matéria-prima produzida no campo e utilizada pela

indústria. Há várias respostas possíveis. Uma delas é o algodão, produzido na agricultura e utilizado na

Agricultura indústria têxtil. Pecuária Mineração

Há várias respostas possíveis. Uma delas é o leite, produzido na pecuária e utilizado na fabricação de diferentes laticínios.

Para o desenvolvimento das conexões entre o campo e a cidade, retome o conteúdo da unidade anterior sobre a vida na cidade. Selecione alguns trechos e releia-os com os estudantes. Espera-se que eles consigam estabelecer relações entre vida urbana e vida rural. O objetivo dessa leitura é fazer com que os estudantes identifiquem a ação do ser humano no ambiente e percebam eventos que modificam a paisagem e o modo de vida das pessoas. Aproveite para integrar conteúdos da área de Geografia. Converse com a turma sobre os usos tecnológicos para aproximar as pessoas. Comente como o alcance da internet permite que pessoas se comuniquem a longas distâncias e estejam sempre informadas. Pergunte para os estudantes se eles teriam dificuldades de viver em um lugar sem acesso a meios de comunicação, como telefone, internet ou televisão. Em duplas, peça que os estudantes façam a atividade e compartilhem suas respostas.

Há várias respostas possíveis. Uma delas é que os minerais são podem ser usados na fabricação de equipamentos eletrônicos. 49

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O final da Unidade é sempre uma oportunidade para que os estudantes percebam se apreenderam de fato os conteúdos e para que você finalize a avaliação dos processos desenvolvidos ao longo do estudo dos temas. As atividades das próximas páginas têm essa finalidade.

Habilidade

trabalhada:

no campo. Complete o quadro seguindo as instruções: a) Na segunda coluna, cite o principal produto do campo que deu origem a esse produto. b) Na terceira coluna, cite a atividade rural necessária para a obtenção desse produto.

BIGMOUSE/SHUTTERSTOCK

Artigo final

KATEHOLMS/SHUTTERSTOCK

Em duplas, solicite que os estudantes façam as atividades propostas a partir da consulta de anotações e do próprio livro. Esse é um bom momento para finalizar a avaliação processual buscando perceber as dificuldades e os aprendizados. Se necessário, retome conceitos e temas trabalhados.

1 Os artigos presentes neste quadro foram transformados a partir de produtos obtidos

LEO FERNANDES/SHUTTERSTOCK

Retomando Retome os assuntos estudados e converse com os estudantes sobre alimentos que eles consomem e quais as suas origens. Anote no quadro ao menos um alimento citado por cada um deles.

Juntar saberes

Produto do campo

Atividade rural

Tomate

Agricultura

Ferro

Mineração

Leite

Pecuária

EF03HI11

2 Qual é a importância do campo para quem vive na cidade? Resposta pessoal. A atividade busca estimular os estudantes a pensar na relação entre o campo e a cidade. Contudo, o foco recai especificamente na importância das atividades desenvolvidas no campo para o abastecimento das cidades.

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a) a origem do produto; b) os meios de transporte e comunicação; c) o local de venda.

PILIPPHOTO/SHUTTERSTOCK

3 Explique a foto a seguir, considerando:

Cesto de frutas.

4 Vamos jogar “Desafio”? Diga a um colega uma diferença entre a cidade e o campo.

ULISSES FIGUEIREDO/YAN

Ele deve dizer outra diferença. Ganha quem falar a última, sem que o colega consiga retrucar. O tempo entre uma resposta e outra não pode ultrapassar trinta segundos.

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Atividade sugerida Leitura de rótulos Peça aos estudantes que tragam para a aula rótulos e embalagens de produtos que consomem em casa, tais como leite, pão de forma, suco, manteiga etc. Explique à turma que há, em cada produto, a indicação de onde ele foi produzido. Em seguida, com o auxílio de um mapa, mostre-lhes onde alguns dos produtos foram fabricados, chamando a atenção para a distância que existe entre o local de produção e o local onde a mercadoria foi comprada. Explique as etapas anteriores ao processo de fabricação do produto, como a semeadura, o tempo de germinação e crescimento da planta, a colheita etc. Finalize a atividade solicitando aos estudantes que elaborem um esquema que mostre todas as etapas por trás do produto que trouxeram para a sala. De acordo com o tempo disponível para a atividade, organize-os em grupos para que todas as pesquisas possam ser apresentadas para a turma.

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4

Sobre esta unidade

UNIDADE

Assim, o estudante é incentivado a perceber o papel que essas primeiras atividades econômicas tiveram na formação do país e as transformações pelas quais passaram ao longo do tempo.

INSTITUTO RICARDO BRENNAND, RECIFE

Esta Unidade apresenta as principais atividades econômicas do Brasil desde a chegada dos portugueses até os dias atuais: o engenho de açúcar, a pecuária e a lavoura de café. Aborda também o trabalho no campo ao longo do tempo, o trabalho realizado por africanos escravizados e a vinda de imigrantes para trabalhar como assalariados.

O campo em outros tempos

Objetivos da Unidade • Conhecer as principais atividades econômicas do Brasil colonial. • Reconhecer a estrutura e a organização dos engenhos de açúcar. • Perceber mudanças e permanências nas atividades agrícolas. • Identificar outros tipos de atividades do campo, como a pecuária e a produção de café. • Entender o processo de transição do uso da mão de obra escravizada para a assalariada. Habilidades trabalhadas: EF03HI02 EF03HI08

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EF03HI06 EF03HI10

EF03HI07 EF03HI11

O engenho era uma grande propriedade produtora de açúcar, formada pelos canaviais e pelo setor que transformava a cana em açúcar. Havia, ainda, a moradia dos proprietários do engenho e a senzala, onde ficavam trabalhadores escravizados. Mapa de Pernambuco, 1643. 52


Ao iniciar a aula, chame a atenção dos estudantes para a ilustração. Explique que ela foi feita por Cícero Dias, em 1933, e que representa a disposição de um engenho colonial. Solicite que leiam a legenda em voz alta. Comente que Cícero Dias nasceu em Pernambuco em 1907 e iniciou sua carreira de pintor na década de 1920. Nesse período, a arte brasileira passava por um processo de renovação. Nesse contexto, Cícero Dias ilustra o livro Casagrande & senzala, de Gilberto Freyre. A gravura reproduzida faz parte desse livro.

ARTE

Para começar... 1. Observe essa imagem. O que ela mostra? 2. O que você sabe dos engenhos de antigamente? 3. E dos trabalhadores desses locais?

No estudo da História, o retorno ao passado significa sempre uma tentativa de compreensão do presente. Dessa forma, é importante que as relações entre as formas econômicas do passado e do presente sejam estabelecidas. Verifique se eles percebem, nos dias de hoje, alguma situação semelhante ao que é mostrado nas imagens. É fundamental que, ao longo da Unidade, os estudantes entendam que o passado escravagista do Brasil tem a consequências até hoje e que as relações sociais da contemporaneidade estão assentadas no racismo estrutural.

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Para ampliar O engenho colonial No site da secretaria de educação do Rio de janeiro você encontra informações sobre os tipos de trabalhos da época do Brasil colonial com todas as etapas que envolviam a produção de açúcar a partir da cana e a participação dos negros escravizados nessa cadeia produtiva. Trata-se de um material rico, escrito de forma didática e instigadora. Vale a pena conferir. Disponível em: http://www.multirio. rj.gov.br/historia/modulo01/eng_colonial.html. Acesso em: 14 jul 2021.

53


Ao iniciar o estudo sobre o tema da produção de açúcar no Brasil, retome brevemente o processo de colonização brasileira. Comente com os estudantes sobre o interesse português de ocupar as terras e de desenvolver um negócio lucrativo. Diga-lhes que o açúcar era um produto de muito valor na época e que gerava bastante riqueza. Comente sobre os elementos da imagem. Incentive os estudantes a analisá-los e descrevê-los. Explique que a gravura foi feita pelo holandês Frans Post, durante o período colonial brasileiro. As imagens produzidas por esse pintor são importantes fontes históricas sobre os engenhos na América.

1 Visitar o passado Se hoje a maior parte da população brasileira vive em centros urbanos, no passado o campo concentrava as principais atividades e a maior parte da população. Naquela época, os engenhos de açúcar, como esse que você viu nas páginas anteriores, eram alguns dos locais mais importantes do campo. Eles começaram a surgir nas terras do atual Brasil há cerca de 500 anos, com a chegada dos portugueses. O objetivo dos portugueses era instalar um negócio bem lucrativo, que pudesse produzir uma mercadoria valiosa para ser vendida em lugares distantes. MUSEU NACIONAL DE BELAS ARTES/RIO DE JANEIRO

Orientações

A leitura de imagens deve ser exercitada como uma das formas de desenvolver no estudante a observação atenta, crítica e investigativa. As atividades pretendem oferecer aos estudantes a compreensão dos elementos e dos fatos da história da formação do Brasil. Assim, poderão desenvolver competências importantes, como descrever, comparar e analisar processos históricos e mecanismos de ruptura e transformação social.

Vista de um engenho de açúcar, pintura de Frans Post, em 1647. Óleo sobre madeira, 25,7 cm × 41,4 cm. 1 Quando começaram a surgir os engenhos de açúcar no Brasil? Há cerca de 500 anos. 2 Quem foram os responsáveis por introduzi-los? Os portugueses. 54

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O açúcar

Orientações

O primeiro produto agrícola plantado no Brasil foi o açúcar, que, naquela época, era um dos produtos mais desejados na Europa e em outras partes do mundo. Inicialmente, as regiões das atuais cidades de Salvador e do Recife foram as escolhidas para o cultivo da cana, matéria-prima do açúcar. Essas regiões reuniam boas condições para cultivo, como clima quente e úmido, solo fértil e a possibilidade de instalar portos para embarcar a mercadoria. Nessas áreas, surgiram grandes fazendas destinadas ao cultivo de cana e engenhos de produção do açúcar.

Inicie a temática comentando sobre a localização dos primeiros engenhos. Caso a escola tenha disponível o mapa político do Brasil, utilize-o mostrando onde ficam Salvador e Recife. Verifique com os estudantes se eles conhecem as cidades estudadas; comente sobre o clima quente e úmido da região que, aliados ao solo fértil, são ótimos para a plantação de cana-de-açúcar.

Matéria-prima: a principal matéria usada para fazer um produto.

© FUNDAÇÃO BIBLIOTECA NACIONAL, RIO DE JANEIRO

Após a leitura do texto, leia a pergunta para os estudantes e retome a localização das cidades no mapa. Incentive-os a responder individualmente.

Avaliação Utilize a atividade 1 para avaliar o processo de aprendizagem do estudante. É importante garantir que ele não esteja enfrentando dificuldades ou defasagens. Caso isso ocorra, identifique os pontos que merecem ser retomados na construção do conhecimento.

Mauritiopolis, atual cidade do Recife, gravura de Frans Post, aproximadamente 1637.

• Por que Salvador e Recife foram escolhidas para a produção do açúcar? Por conta das boas condições que apresentavam, como clima quente e úmido, solo fértil e a possibilidade de instalar portos para embarcar a mercadoria.

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Atividade sugerida Manchetes de jornal Solicite aos estudantes que comentem sobre as informações mais relevantes a respeito do início da produção do açúcar em terras brasileiras. Posteriormente, divida a sala em grupos de quatro e peça-lhes que criem manchetes jornalísticas com base na temática desenvolvida. Apresente-lhes um modelo na lousa. Por exemplo: A região Nordeste produzia açúcar durante o período colonial Clima quente e úmido, solo fértil e possibilidade de instalação de portos foram decisivos na escolha da região Acompanhe o trabalho dos estudantes, dando-lhes sugestões e corrigindo eventuais erros. Quando os textos estiverem prontos, entregue a cada grupo uma folha de cartolina e uma caneta hidrocor. Solicite-lhes que transcrevam as manchetes para a cartolina, ocupando todo o espaço do papel. Peça-lhes que deem um título ao jornal e exponha a produção nos corredores da escola. 55


A produção do açúcar

Forme duplas e peça que leiam o texto sobre a produção de açúcar e que respondam à questão proposta. Solicite que compartilhem as respostas focando nas imagens que mostram as etapas da produção de açúcar.

Transformar a cana em açúcar era um trabalho que tinha muitas etapas. Depois da colheita, a planta era moída para que fosse extraído o caldo ou garapa. Em seguida, esse caldo era fervido na casa das fornalhas até se transformar em melaço e, então, colocado em fôrmas com o objetivo de descansar e endurecer. Depois de alguns dias, era preciso tirar essa substância endurecida das formas e quebrá-la. Os pedaços eram colocados sob o sol para secar. Depois, eram acomodados em caixotes, para serem levados aos navios e embarcados à Europa.

Para acompanhar a ilustração, verifique a possibilidade de levar para a sala de aula alguns dos elementos estudados, como a cana-de-açúcar, a garapa, o melaço e o açúcar refinado.

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• Quais eram as etapas de produção do açúcar? Descubra pintando as ilustrações acima. 56

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A atividade é exploratória e pretende incentivar os estudantes a conhecer os conteúdos seguintes. Antes de responder, peça a eles que observem com atenção as imagens desta unidade.

ULISSES FIGUEIREDO/YAN

Orientações


Orientações

Para plantarem a cana-de-açúcar, os portugueses escravizaram os indígenas e os povos africanos, trazidos à força para o Brasil. Quando escravizada, uma pessoa é forçada a trabalhar, em geral, por meio da violência, sem nenhuma forma de pagamento.

Inicie o estudo do tema sobre o trabalho dos africanos escravizados no Brasil descrevendo a imagem. Comece pelos quatro homens que aparecem na pintura, perguntando aos estudantes o que eles acham que essas pessoas estão fazendo. Leia a legenda e comente que os negros representados estão moendo a cana. Destaque que o trabalho nas moendas era muito perigoso, pois era lá onde a cana era moída para extrair o caldo. Havia moendas que eram movimentadas pela força humana.

MUSEU CASTRO MAYA, RIO DE JANEIRO

Os trabalhadores do açúcar

Ao ler o texto com a turma, ressalte a descrição sobre a condição de escravizado. Comente que as pessoas escravizadas eram obrigadas a realizar todos os tipos de serviços mediante ameaças e violências físicas.

Engenho manual que faz caldo de cana, de Jean-Baptiste Debret, 1822. Aquarela sobre papel, 17,6 cm × 24,5 cm. 1 Quem foram os principais trabalhadores do açúcar?

Para responder a atividade 1, sugira que os estudantes releiam o texto.

Eram os indígenas que viviam nas terras do atual Brasil antes da chegada dos portugueses e também os povos africanos. Tanto os indígenas quantos os africanos foram escravizados.

Habilidade EF03HI12

2 Na sua opinião, há diferença entre o modo como os trabalhadores do campo eram

tratados antigamente e hoje em dia?

trabalhada:

EF03HI03

O objetivo da atividade é o de promover um debate sobrem as condições de trabalho na atualidade. Comente

Espera-se que os estudantes indiquem que sim, pois atualmente o trabalho escravo é proibido no Brasil.

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Para o professor FREYRE, Gilberto. Casa-grande & senzala: formação da família brasileira sob o regime da economia patriarcal. 51. ed. São Paulo: Global, 2006. O livro está entre os estudos mais importantes sobre as relações socioculturais na história do Brasil. Freyre apresenta as diversas relações entre a casa-grande (representada pela elite) e a senzala (representada pelas classes mais pobres e de trabalhadores escravizados). Discute também, no contexto das pesquisas culturais dos anos 1930, as relações dos conceitos de miscigenação e da convivência de diversos povos na América portuguesa consagrando a importância dos povos indígenas e africanos escravizados na cultura nacional.

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De olho no tempo

Orientações

Comente a imagem e leia a legenda com os estudantes. Ressalte a informação de que o etanol é uma fonte de energia renovável. Chame a atenção deles de que na foto aparece toda uma estrutura moderna de maquinário e nenhuma pessoa cortadora de cana. A intenção aqui é possibilitar que os estudantes estabeleçam comparações entre o passado colonial e o Brasil atual. Destaque que, atualmente, em muitas usinas do país, o corte da cana é feito de forma mecânica, ou seja, por meio de colheitadeiras e com uso de tecnologia de ponta. Essa mecanização tem causado desemprego no setor. Mas ainda há usinas que utilizam o corte manual. Habilidades trabalhadas: EF03HI11

EF03HI12

A cana-de-açúcar nos dias de hoje Atualmente, o Brasil é o maior produtor mundial de cana-de-açúcar, com mais de 500 toneladas de produto por ano. No entanto, atualmente a maior parte da produção é feita no interior de São Paulo e não mais nos estados do Nordeste. Outra diferença entre a produção do passado e do presente, está na não de obra utilizada. Se antes pessoas escravizadas eram a mão de obra nos engenhos, atualmente máquinas modernas e pessoas especializadas em agricultura são os principais trabalhadores das fazendas. MURILO MAZZO/SHUTTERSTOCK

Leia o texto com os estudantes e relacione o seu conteúdo com a questão do desmatamento. Explique a eles que as grandes propriedades rurais causaram a maior parte da destruição da mata original do Brasil. Aproveite para integrar o assunto com as áreas de Ciências e Geografia, falando sobre sustentabilidade.

Colheita mecanizada de cana-de-açúcar. Pederneiras (São Paulo), 2020.

Por fim, no passado a cana-de-açúcar era basicamente matéria-prima para alimentos, como os diferentes tipos de açúcar e melado. Atualmente, além de ser usada como alimento, ela pode ser transformada etanol, usado como combustível em automóveis e na produção de tipos de plástico e até mesmo de papel. 58

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GERSON FORTES/SHUTTERSTOCK

Atividade sugerida

Indústria de fabricação de açúcar e etanol. Araçatuba (São Paulo), 2020.

Apesar de toda tecnologia, as fazendas de cana ainda geram questões ambientais, como o desmatamento de árvores da região para aumentar a área de plantio e o alto consumo de água, uso de produtos químicos na plantação, entre outros. 1 Localize no diagrama produtos derivados da cana-de-açúcar.

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Produção de manifesto A intenção aqui é desenvolver nos estudantes a habilidade de produzir textos e, ao mesmo tempo, promover a reflexão sobre as condições dos trabalhadores rurais, especificamente do corte manual da cana. Comente com eles as dificuldades de se trabalhar em um canavial, como as longas jornadas de trabalho, a baixa remuneração, os riscos de acidentes com facões afiados, a exposição constante ao sol, a falta de equipamento de segurança individual, como luvas específicas, óculos e chapéu de proteção, botinas, entre outros. Em seguida, estimule a reflexão dos estudantes com perguntas como: Você acha que os trabalhadores de canavial gostam do que eles fazem? Por quê? O trabalho deles parece seguro? Quanto você acha que eles recebem por dia de trabalho? Você concorda ou não com a situação desses trabalhadores? Peça aos estudantes que justifiquem seus posicionamentos. Divida a turma em grupos de quatro e solicite a cada grupo que escreva um texto propondo três mudanças para melhorar a rotina dos trabalhadores da cana. Exponha os trabalhos produzidos nos corredores da escola.

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50° O

Equador

Habilidades trabalhadas: EF03HI11

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EF03HI12

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Vila Boa São Pedro d’el Rei (Poconé)

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Enfatize que a pecuária é uma atividade desenvolvida na área rural, mas tem seus reflexos na cidade. Explique aos estudantes que essa atividade é a que trata de todos os aspectos da criação do gado. Pergunte-lhes se conhecem uma fazenda de criação de gado. Caso a resposta seja sim, peça-lhes, que comentem como é o dia a dia nela. Anote as informações no quadro. Utilize o mapa para explicar o processo de ocupação de terras no interior. Certifique-se de que os estudantes fizeram a leitura correta da linguagem cartográfica.

ALL MAPS

Expansão da pecuária no Brasil – do século XVI ao XVIII

Rio Paraguai

Ressalte que a produção de cana-de-açúcar, apesar de ser a mais rentável na Colônia, não foi a única atividade econômica desenvolvida. Explique que, apesar de importar muitos dos víveres necessários para a região dos engenhos, ainda assim era necessário produzir alimentos para a população das cidades e dos engenhos.

M

Pergunte como eles acham que era a criação bovina naquele período e como é atualmente.

Após o início das plantações de cana-de-açúcar, aos poucos os portugueses foram ocupando o território do atual Brasil e diversificando suas atividades econômicas. Entre as novas atividades estava a pecuária. Os primeiros bois foram trazidos pelos portugueses para serem usados nos engenhos. Os animais serviam, por exemplo, para transportar pessoas e mercadorias e mover as moendas de açúcar. Além disso, o leite e a carne de gado eram usados na alimentação. Conforme a produção de açúcar foi aumentando, toda a área litorânea ficou reservada ao cultivo da cana. Assim, a pecuária teve de ocupar terras do interior, seguindo principalmente o curso dos rios.

Rio

Ao iniciar os estudos sobre a atividade da pecuária no Brasil colonial, verifique os conhecimentos prévios dos estudantes.

2 A pecuária

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Orientações

Rio Grande

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750 km

Fonte: Atlas Histórico Geral e Brasil, de Claudio Vicentino. São Paulo: Scipione, 2011. p. 102.

• Por que os rios eram importantes para a ocupação de terras no interior do Brasil? Converse com os colegas e o professor para chegar a uma conclusão.

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Se puder, promova uma roda de conversa para que os estudantes apresentem suas hipóteses. Espera-se que eles concluam que os rios fornecem água doce e potável, essencial para a vida de seres humanos e animais.


3 Um novo produto: o café

Orientações Pergunte para os estudantes se eles já tomaram café. Converse sobre o sabor dessa bebida tão apreciada por muita gente, sobre o seu cheiro e os efeitos no corpo humano, como manter a pessoa acordada, ou com energia. Ressalte que a produção de café permanece intensa no Brasil até os dias atuais: é um item importante na economia nacional para o consumo interno e para exportação.

MUSEU DA IMIGRAÇÃO DO ESTADO DE SÃO PAULO/SP

Há pouco menos de 200 anos, foi a vez do café se tornar a principal atividade econômica brasileira. A planta começou a ser cultivada no Rio de Janeiro, especialmente nas terras férteis do Vale do Paraíba. Com o tempo, o plantio do café foi se expandindo em direção a São Paulo. Por volta de 1870, o cultivo do café alcançou seu auge. O café continuou sendo o principal produto de exportação brasileiro até o início do século XX e ainda hoje é um produto bastante comercializado.

Trabalhadores colhendo café em fazenda do oeste de São Paulo, por volta de 1910. AMENIC181/SHUTTERSTOCK

• Tomar café é um hábito de muitos brasileiros. Converse com os seus familiares para descobrir quem toma café e quais são as preferências dessa pessoa com a bebida. Depois, traga as suas descobertas para a sala de aula e conte aos colegas.

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Orientações

Os trabalhadores do café

Um fato fundamental da lavoura de café foi a vinda de imigrantes para o Brasil. Enfatize junto aos estudantes o significado amplo que a imigração trouxe para a composição do povo brasileiro. De fato, a cultura de nosso país é permeada pelas influências dos povos originários (os indígenas), os negros escravizados e imigrantes. Nossa formação cultural é múltipla, mas, infelizmente, os indígenas e os afrodescendentes não desfrutam da importância e das mesmas condições que os brancos descendentes dos europeus desfrutam. Apesar de nossa herança múltipla ainda somos uma nação com graves desigualdades sociais que passam pela questão da “raça”. É fundamental que os estudantes percebam isso nas relações sociais contemporâneas a fim de que o preconceito e o espírito democrático possam balizar a vida em nossa sociedade.

O cultivo do café manteve várias características das atividades agrícolas desenvolvidas anteriormente: a monocultura, grandes áreas de cultivo e a produção comercial em larga escala para exportação. No princípio, grande parte dos trabalhadores era composta de africanos escravizados. A eles, depois, somaram-se os trabalhadores livres, em sua maioria imigrantes europeus. Monocultura: sistema de Em 1888, a escravidão foi proibida no Brasil e exploração do solo com os imigrantes passaram a ser maioria na produção especialização em um só produto. do café. Com o tempo, vários desses imigrantes Imigrantes: pessoas que vão optaram por morar nas cidades, que, assim, viver em lugares distantes do seu local de origem. cresciam em população, tamanho e atividades. GUILHERME GAENSLY/FUNDAÇÃO PATRIMÔNIO DA ENERGIA DE SÃO PAULO/MEMORIAL DO IMIGRANTE

Italianos no pátio central da Hospedaria dos Imigrantes, em São Paulo (São Paulo), por volta de 1890. 1 De acordo com o texto, quais são as semelhanças entre o cultivo da cana e o do café? Ambos os cultivos eram feitos em extensas áreas de monoculturas, de propriedade dos senhores; destinavam-se à exportação; no início, utilizavam mão de obra escravizada. 62

Atividade sugerida Releitura de imagem por meio de um desenho Selecione algumas imagens sobre a produção de café no Brasil entre o final do século XIX e início do século XX. Essas imagens podem ser encontradas, por exemplo, no site do Museu da Imigração do Estado de São Paulo: <www. museudaimigracao.org.br/o-museu/sobre/>. Caso não seja possível acessá-las, utilize as imagens disponíveis neste livro para o trabalho. Solicite que escolha uma das imagens impressas do site citado ou alguma das fotos desta dupla de páginas. Eles vão fazer uma releitura da imagem escolhida por meio de um desenho. Mas explique que o desenho produzido deve retratar a colheita de café atualmente. Recolha os trabalhos e organize-os em um painel. Escolha, juntamente com os estudantes, um título para o painel e exponha-o no fundo da sala.

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De olho no tempo

Orientações O texto apresenta as mudanças ocorridas na produção de café no Brasil ao longo do tempo. Em duplas, solicite que leiam e discutam o texto e respondam à questão proposta.

No início do século XX, a maior parte da produção de café saía de grandes fazendas comandadas por poucas famílias, principalmente no interior de São Paulo. Atualmente, no entanto, a produção vem principalmente de pequenos produtores espalhados por todo o país, e o principal meio de venda é direta com a comunidade ou pela internet. Alguns produtores também se unem em cooperativas para negociar a venda de maiores quantidades de sacas com mercados ou fabricantes de café moído. O estado de maior produção é Minas Gerais, com aproximadamente metade da produção nacional ocorrendo em suas fazendas. Outra mudança que ocorreu na economia do café é a relação do produtor com a natureza. Durante a época das grandes fazendas, florestas inteiras foram destruídas para criar mais espaço para plantar mudas de café. Hoje, no entanto, economistas e agrônomos já comprovaram que manter intacta uma parte da vegetação traz benefícios para a qualidade do grão de café, pois o contato com animais e Agricultora colhendo café orgânico de origem arábica. fungos naturais diferenciam o produto, valorizando-o aos olhos do consumidor. O café brasileiro continua, desde aquela época, a ser um produto de importância no mercado internacional. Atualmente, somos responsáveis por 1/3 do total do café exportado no mundo, com uma média de 60 milhões de sacas vendidas todos os anos.

BONGA1965/SHUTTERSTOCK

Vai um cafezinho?

Promova uma grande discussão coletiva do texto enfatizando as mudanças ao longo do tempo no que diz respeito não apenas à produção de café, mas também da importância desse item no cardápio nacional, informando aos estudantes que a Pesquisa de Orçamentos Familiares do IBGE de 2017-2018 aponta o café como o item mais consumido pelos brasileiros: 78,1% da população consome esse item diariamente. Solicite aos estudantes que respondam individualmente a atividade.

• Complete a frase. O Brasil é responsável por grande parte da produção mundial de café. A cada 3 sacas de café vendida,

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é produzida no Brasil.

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Orientações

Juntar saberes

LÍNGUA PORTUGUESA

ARTE

1 Leia a história em quadrinhos. MAURICIO DE SOUSA

As atividades de final de unidade são uma boa oportunidade para perceber as dificuldades e os aprendizados dos estudantes. Dessa forma, sugere-se que eles sejam divididos em duplas e que resolvam juntos as tarefas propostas. Ao final, as respostas devem ser compartilhadas com a turma toda a fim de verificar possíveis equívocos. Vale ressaltar que a atividade com os quadrinhos propicia ao aluno o contato com esse gênero textual, que utiliza desenho, balões de fala, diálogos, onomatopeias, interjeições, entre outros elementos visuais. Além disso, as tirinhas contribuem para despertar nas crianças o interesse pela leitura e pela escrita. Comente com a turma que os personagens de quadrinhos podem ser, entre outras características, dramáticos, engraçados, tristonhos, travessos, curiosos e caipiras, como esse criado por Mauricio de Sousa. Ressalte para os alunos os traços marcantes de Chico Bento: uma criança simples do campo, que adora andar descalço e com chapéu de palha, que gosta de nadar no rio, pescar, dormir na rede e que se diverte com os animais do sítio onde mora. Mas que não gosta muito de estudar. A atividade permite a integração com as disciplinas de Língua Portuguesa e de Arte Ao final, aproveite para complementar os processos de avalição, uma vez que esse momento é privilegiado para que perceba as dúvidas que persistem a fim de rever determinados conteúdos caso seja necessário.

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a) Na sua opinião, essa história acontece no campo ou na cidade? Explique. No campo. Esteja atento à fala dos estudantes. Eles poderão citar, por exemplo, a ausência de edificações altas, automóveis e outros equipamentos urbanos.

b) Essa história é contada por meio de imagens. Agora, transforme-a em palavras e conte para a turma o que você entendeu. 64

b) Caso haja oportunidade, desenvolva uma atividade de produção de texto. É possível sugerir que os estudantes criem texto para o quadrinho, elaborando, por exemplo, um diálogo entre os personagens. Bem como é possível sugerir o desenvolvimento de um pequeno conto que reproduza textualmente a história em quadrinhos.


2 Observe a gravura a seguir. ARQUIVO NACIONAL, RJ

Tema contemporâneo

Moinho de açúcar, gravura de Henry Koster, 1816.

a) O que está sendo representado na imagem? O processo de produção de açúcar. À direita há uma engrenagem movida pela força da água. Ao centro, uma moenda de cana, de onde a garapa é extraída. À esquerda, duas fornalhas onde o caldo de cana é fervido.

b) Quem são as pessoas que aparecem na imagem e o que elas estão fazendo? As pessoas da imagem são africanos escravizados e estão trabalhando.

3 Marque V para as frases verdadeiras e F para as falsas. F

São Paulo foi e continua sendo o maior produtor de café no Brasil.

F

Por volta de 1870, o café era produzido em todo o estado de São Paulo.

F

As primeiras mudas de café no Brasil foram plantadas na divisa de Minas Gerais e Rio de Janeiro.

V

Plantas de café em contato com a natureza são valorizadas pelos consumidores.

F

Atualmente, a maior parte da mão de obra das fazendas de café continua sendo feita por imigrantes. 65

Educação alimentar e nutricional A preocupação com a alimentação das crianças deve fazer parte do cotidiano escolar. O estudo sobre a produção do açúcar permite um diálogo com as questões alimentares, sobretudo porque estamos num país cuja população consome açúcar em excesso, o que pode causar obesidade. Comente que o problema não está no açúcar, até porque ele fornece energia para o corpo (se consumido com moderação), mas na quantidade e nos produtos doces industrializados, como biscoitos, bolos, sorvetes, refrigerantes, balas etc. Acrescente para os alunos que o açúcar entra na composição até de alimentos salgados, como enlatados, ketchups, entre outros. Lembre-os de que as frutas contêm açúcar natural e são altamente saudáveis. Ressalte que os doces são parte da nossa alimentação, mas que é muito importante comer de maneira saudável. A atividade da página 66 é uma boa oportunidade para chamar a atenção dos alunos sobre o assunto. Entre as referências para essa discussão, destacam-se a Lei nº 11.947/2009 sobre educação alimentar e nutricional e o Guia alimentar para a população brasileira, produzido pelo Ministério da Saúde

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Orientações Para a realização desta atividade, integre conhecimentos de Ciências, explicando aos estudantes os itens fundamentais para o cultivo de plantas. Leve algumas plantinhas que já estejam em vasos de garrafa PET para os estudantes compreenderem melhor a proposta.

História em ação

Que tal ter, em sua casa, temperos, legumes e verduras fresquinhos, direto da horta? Gosta da ideia? Então, mãos à obra!

Uma horta em vasos Material necessário

• Garrafas PET grandes ou vasos (um para cada produto cultivado).

Faça uma campanha entre os estudantes para que eles arrecadem pelo menos uma garrafa cada um para a realização da atividade. Seria interessante ver com os estudantes quais plantas eles gostariam de ter e fazer uma seleção de quais sementes serão possíveis de se conseguir.

• Pedras pequenas (para o cultivo em recipientes). • Sementes. • Terra.

RONALDO BARATA/QUANTA ESTÚDIO

• Água.

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CIÊNCIAS


Selecione um dia para a realização da atividade. Garanta que cada estudante tenha ao menos uma garrafa para realizar a atividade.

Vasos em garrafas PET Como fazer Você vai cultivar uma verdura em cada vaso. Uma ideia é aproveitar garrafas PET grandes. Nesse caso, peça a um adulto para que ele corte as garrafas, deixando-as com 30 centímetros de altura. Peça-lhe também que faça furos na base das garrafas.

Caso seja possível, solicite a ajuda de alguns adultos para auxiliar os estudantes na hora de cortar as garrafas. É provável que seja necessário o uso de uma tesoura com ponta para fazer o primeiro corte nas garrafas.

RONALDO BARATA/QUANTA ESTÚDIO

Reserve um espaço na sala caso o estudante decidam manter seus vasinhos de plantas na escola. Aproveite para acompanhar com a turma o processo de crescimento das plantas.

1. No fundo do recipiente, coloque uma pequena camada de pedras para evitar que a terra saia pelos furos. Depois, adicione a terra, deixando cerca de 10 centímetros de espaço na parte de cima. 2. Plante sementes de diferentes tipos, como alecrim, cebolinha, hortelã, rabanete, salsinha. Se quiser plantar alface, rúcula ou tomate, providencie recipientes maiores. 3. Cubra as sementes com uma fina camada de terra e coloque um pouco de água. Deixe seus vasos em um lugar onde haja sol pela manhã. 4. Cuide de sua plantação, colocando água todos os dias, no fim da tarde, e retirando os matos que nascerem. Dentro de algum tempo, você terá produzido delícias para complementar suas refeições. HI

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Livro

• Manual da roça do Chico Bento, de Mauricio de Sousa. Rio de Janeiro: Globo, 2009.

Nesse livro, você encontra inúmeras brincadeiras, atividades, canções, lendas e informações sobre o espaço rural.

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67


Sobre esta unidade A Unidade tem como ponto de partida a temática campo e cidade, suas principais características sócio-histórica e algumas transformações vivenciadas por esses espaços ao longo do tempo. O principal objetivo é que o estudante tenha a possibilidade de compreender quais são os principais elementos que caracterizam as cidades brasileiras, aproximando o aluno de questões que envolvem a formação e a organização das comunidades e dos grupos sociais. Explora as especificidades urbanas e os modos de vida nas cidades. Aborda à identificação de espaços públicos e espaços privados. Esses conteúdos são importantes para que os estudantes consigam perceber as especificidades da cidade e do campo e possam compreender de forma ampla a cultura e as características que constituem o Brasil.

5

UNIDADE

Município: campo e cidade

Objetivos • Conhecer processos de formação das cidades. • Perceber diferentes modos de vida em uma cidade. • Identificar a diferença entre a paisagem rural e urbana. • Reconhecer a existência de espaços públicos e privados dentro da cidade. Habilidades trabalhadas: EF03HI08

EF03HI10

Vista do município de Brasópolis (Minas Gerais), 2020. 68

Proposta pedagógica O tema central desta unidade é a caracterização do campo e da cidade, suas especificidades e suas transformações históricas. Para isso, buscamos proporcionar ao estudante a oportunidade de refletir sobre algumas dessas características a partir de suas vivencias cotidianas. Essa reflexão é incentivada por meio de textos como, Município, que possibilita ao estudante conhecer a infraestrutura básica que o compõe. O texto Município: paisagens urbanas e rurais, que traz um descritivo e a interação pedagógica necessária para que o estudante faça as devidas associações e compreensões. Espaços públicos e privados, que explica as principais características e distinções desses ambientes, e a necessidade de compreender esses conceitos para aprofundar o tema posteriormente nos próximos anos letivos. Ter compreendido esses temas é essencial para que o estudante consiga compreender o uso e as diferentes apropriações dos espaços públicos pelos trabalhadores que formam a cidade, tema que será tratado na próxima unidade. 68


DELFIM MARTINS/PULSAR IMAGENS

Orientações A imagem tem como função despertar o interesse do estudante pelo tema da Unidade, desta forma, ao analisar o conteúdo da imagem, é possível contextualizar os principais processos de urbanização pelos quais a cidade representada passou. Incentive o aluno a observar a imagem e localizar as principais demandas da cidade. Brazópolis, tem sua economia voltada para agropecuária, e na atualidade se tornou um importante fornecedor de banana-prata, essa característica proporcionou um incremento no setor de artesanato, pois objetos de arte e decoração passaram a serem feitos com fibras de bananeira, esses produtos são comercializados com bastante êxito. Outra característica da região, é a produção de eucalipto, utilizado especialmente nas carvoarias.

Para começar... 1. Descreva o que você observa na fotografia. 2. Você identifica moradias na fotografia? Se sim, onde elas estão? 3. Você identifica atividades relacionadas ao trabalho na fotografia? Se sim, quais? 4. Como você imagina que seria um retrato do lugar onde você mora visto de cima?

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Leia as perguntas junto com os estudantes, e peça para que eles se sentem em duplas e observem a imagem. Solicite que releiam as perguntas e incentive-os a conversar sobre elas antes de responder oralmente.

Pré-requisitos • Compreender as principais características históricas da cidade, e compreender como essas características refletem na cidade da atualidade. • Compreender-se as principais características sócio-históricas que explicam as transformações vivenciadas pelo campo. • Demonstrar curiosidade e iniciativa para dialogar, expressar opiniões e compartilhar histórias de seu cotidiano, e do ambiente no qual o estudante vive.

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1 Descobrindo o nosso lugar

Orientações Dialogue com os estudantes sobre o fato de a casa ser mais do que uma construção física, antes ela representa proteção e acolhimento; reflita sobre o fato de muitas pessoas não terem uma situação socioeconômica que possibilitem que tenham uma moradia. Se julgar oportuno relacione o tema ao contexto brasileiro.

Observe o esquema: está em uma casa

que fica em um rua

que é parte de um país

bairro que faz parte de uma

que pertence a um município

cidade

O lugar onde vivemos faz parte de algo bem maior. Vamos conhecer um pouco mais sobre o significado de alguns desses lugares.

Casa

ADRIANO KIRIHARA/PULSAR IMAGENS

JOÃO PRUDENTE/PULSAR IMAGENS

Chamamos de casa o espaço físico onde moramos. Também conhecido como residência ou moradia, é um conjunto de paredes, cômodos e teto construídos pelos seres humanos com a finalidade de servir como um espaço de habitação para uma ou mais pessoas de modo a proteger de fenômenos da natureza (como chuva, vento, calor, frio etc.) e abrigo contra o ataque de animais e de outros indivíduos. Existem diferentes tipos de residências. Observe algumas delas. Moradia em área rural de São Roque de Minas (Minas Gerais), 2021.

POR PLERNZ/SHUTTERSTOCK

SANDRA MORAES/SHUTTERSTOCK

Casa térrea em São Gonçalo do Sapucaí (Minas Gerais), 2018.

Palafitas em Raposa (Maranhão), 2016.

Edifícios residenciais em Barueri (São Paulo), 2020.

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Tema contemporâneo O tema casa possibilita que você reflita com os estudantes, ter uma moradia é um direito humano, universal. Sem uma moradia a pessoa não tem como viver com dignidade, fica vulnerável às intempéries, abusos de toda sorte, podendo correr risco de morte. Busque incentivar a empatia e solidariedade nos estudantes em relação à população em situação de rua, são pessoas que necessitam de uma intervenção do Estado, com políticas habitacionais, e a solidariedade da sociedade civil.

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Rua

Orientações

As ruas são também chamadas de vias, são os espaços por onde circulam pessoas ou veículos, como carros, ônibus e caminhões. As moradias e outras construções se situam nas margens dessa via.

Explique aos estudantes que as ruas são espaços públicos, ou seja, todas as pessoas têm direito de ir e vir por ela. Trata-se de uma via, um caminho utilizado pelas pessoas e por diferentes meios de transportes.

ALF RIBEIRO/SHUTTERSTOCK

LONGJON/SHUTTERSTOCK

Margem: contorno externo de algo, beira, borda.

Rua em Tibau do Sul (Rio Grande do Norte).

Avenida em São Paulo (São Paulo).

Bairro

PCCOELHO/SHUTTERSTOCK

RUBENS CHAVES/PULSAR IMAGENS

Um conjunto de ruas, praças, moradias, comércios e outras construções formam um bairro. Os bairros são partes menores da cidade e podem ter características próprias. Quando os bairros ficam perto do centro da cidade são chamados de centrais, quando ficam mais distantes são chamados de periféricos ou subúrbios. Há bairros também que são mais residenciais, outros comerciais e outros ainda mais rurais ou industriais.

Vista de um bairro na periferia de Salvador (Bahia).

Vista de um bairro comercial em São Paulo (São Paulo).

É importante que os estudantes saibam, que as ruas são diferentes entre si, e apresentam diferentes configurações, largas, estreitas, compridas, curtas e sem saída, entre outras características também podemos mencionar, elas podem ter muito ou pouco movimento, ser arborizadas ou não, ter ou não asfalto, podem ser exclusivamente residenciais, comerciais ou mistas. Quantos aos bairros, explique que os mais afastados do centro formam a zona periférica; enquanto as chácaras, os sítios e as fazendas localizam-se nos bairros da zona rural. Leia o texto para os alunos e peça-lhes que grifem as principais informações. Solicite que releiam os trechos grifados e explique os significados das palavras que estão no glossário.

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Atividade complementar 1. Peça aos estudantes que listem no caderno as atividades de comércio e serviços que conhecem na rua em que moram. Feita a listagem, organize na lousa as informações por tipo de comércio. Dessa forma, será possível identificar o tipo de atividade comercial predomina em cada localidade.

71


Aproveite a oportunidade e conte aos estudantes a importância de sermos pessoas engajadas com os desafios e problemas existentes em nosso município, reafirme a importância de participar de grupos de atuação na comunidade em que se vive, como as associações de moradores e os trabalhos voltados para convivência social e melhorias na qualidade de vida.

O município é uma parte do estado administrada por um prefeito. Em 2020, o Brasil já tinha 5570 municípios, sendo o estado de Minas Gerais o que tinha mais municípios: 853. Os municípios são formados por áreas urbanas (cidades) e áreas rurais (campos).

Leia o texto para os alunos e peça-lhes que grifem as principais informações. Solicite que releiam os trechos grifados e explique os significados das palavras que estão no glossário.

Área urbana do município de Cunha (São Paulo), 2019.

Área rural do município de Cunha (São Paulo), 2019.

Estado

RAINER LESNIEWSKI/SHUTTERSTOCK

Caso a escola tenha um mapa político do Brasil, utilize o material para localizar o estado e a região aos quais a cidade de vocês pertence. Se possível, procure descobrir o tamanho da cidade e sua proximidade com os grandes centros urbanos. Anote na lousa as informações e converse com os estudantes, refletindo sobre os apontamentos.

DENI WILLIAMS/SHUTTERSTOCK

Município

DENI WILLIAMS/SHUTTERSTOCK

Orientações

Os estados são partes de um território delimitadas por divisas, com governo e leis próprias, mas estão vinculados ao governo do país. Alguns estados organizam seus municípios em regiões e sub-regiões com características específicas. Território: extensão de terra que é administrada por um governo. Divisa: linha que separa estados e municípios, divisões internas de um país.

Representação artística destacando alguns municípios do estado de São Paulo.

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Atividade complementar 1. Organize os estudantes em grupos, e peça que elaborem cartazes sobre a cidade onde moram, para isso, é necessário observar as características naturais, prédios históricos, e outros elementos que façam parte da região. Todas as produções deverão ser apresentadas à turma e, individualmente, todos devem elaborar um texto sobre a cidade com base nas informações pesquisadas pela turma. Se possível, faça uma exposição na escola, reunindo alunos de outras turmas.

72


Orientações

O Brasil é dividido em 26 estados e o Distrito Federal, onde está localizada a capital nacional. O conjunto de estados formam um país que, além disso, tem fronteiras que delimitam seu território, governo e moedas próprias.

Caso julgue oportuno, conte aos estudantes que a população brasileira é a sexta maior do mundo. Caso perceba a curiosidade no grupo, informe, que o país com maior população no mundo é a China, seguida da Índia, dos Estados Unidos, da Indonésia e do Paquistão.

RAINER LESNIEWSKI/SHUTTERSTOCK

País

Fronteira: linha que delimita a separação entre países, divisão externa de um país.

Leia o texto para os alunos e peça-lhes que grifem as principais informações. Solicite que releiam os trechos grifados e explique os significados das palavras que estão no glossário. Representação artística destacando os estados brasileiros, suas capitais e as regiões em que estão inseridos. 1 Preencha o quadro a seguir com as informações sobre onde você mora. Respostas pessoais.

Nome da rua Número da casa Nome do bairro

Avaliação Observar as respostas do estudante para essa questão, pois pode ajudar a identificar os conhecimentos prévios do estudante em relação as informações básicas quem compõem seu endereço.

Nome da cidade Nome do estado Nome do país 2 Agora compare as informações que você preencheu no seu quadro com as dos seus

colegas. O que tem de semelhante? E de diferente?

Resposta pessoal. Caso os estudantes não morem na mesma residência, é esperado que haja diferenças nas primeiras informações do quadro enquanto que as informações finais sejam as mesmas.

73

Atividade complementar Para conhecer melhor a origem dos familiares dos estudantes, proponha seguinte atividade. 1. Pesquise se em sua família existem pessoas que tenham vindo de outros países para morar no Brasil. Em caso afirmativo, escreva o nome desses familiares, o grau de parentesco, o país de origem e o motivo da mudança para o Brasil. Na próxima aula, compartilhe com seus colegas e a professora suas descobertas.

73


Inicie o tema da dupla de páginas, 74 e 75, analisando as imagens para destacar as diferenças entre cidades. Aproveite a oportunidade e converse com os estudantes sobre as principais diferenças entre o ambiente rural e o urbano. Questione o que eles identificam como diferenças, as principais características da vida em um sítio ou em uma fazenda em relação ao cotidiano no ambiente urbano.

2 Município: paisagens urbanas e rurais Você já estudou que os municípios são divisões administrativas internas aos estados e que têm uma área urbana que é chamada de cidade e uma área rural, também chamada de campo. Em alguns municípios a área urbana é maior do que a rural e em outros a área rural é maior. Geralmente há mais pessoas morando na área urbana do que na área rural, mesmo quando esta é maior. A população da cidade é mais concentrada, vive mais perto, e no campo é mais dispersa, vive mais espalhada. MARCO PAULO BAHIA DINIZ/SHUTTERSTOCK

Orientações

É importante explicar, os hábitos e o cotidiano das pessoas estão relacionados aos lugares em que elas vivem, pois, em cada um deles, existem exigências específicas que precisam ser realizadas para que possamos viver o mais adaptados possível. Converse com os estudantes sobre os usos da tecnologia como aliada para aproximar as pessoas. Comente como o alcance da internet permite que as pessoas se comuniquem a longas distâncias e estejam sempre informados e conectados com temas e acontecimentos de localidades extremamente distantes, mas que podem impactar diretamente em suas vidas, por exemplo, um produtor rural, sua produção sofre influência nos preços dos seus produtos sempre que ocorre alguma questão com os países que importam sua produção, isso ocorre, pois esses produtos são comercializados em dólares, influenciando diretamente a economia local e também dos países produtores. Leia o texto para os alunos e peça-lhes que grifem as principais informações. Solicite que releiam os trechos grifados e explique os significados das palavras que estão no glossário. 74

Vista aérea de Santa Rita do Sapucaí (Minas Gerais), 2016.

Cidade Nas cidades estão localizadas as sedes dos órgãos públicos, como a prefeitura, a câmara de vereadores, as secretarias municipais e o fórum de justiça. É lá também que estão concentrados os serviços como bancos, hospitais e o comércio.

População: total de pessoas que vivem em uma localidade. Órgãos públicos: instituições relacionadas aos governos municipal, estadual ou federal.

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Tema contemporâneo O tema cidade e do crescimento urbano está profundamente ligado às questões de direitos humanos e direito à moradia, assegurado na Constituição brasileira e discutido desde a Declaração dos Direitos Humanos, em 1948. Esse assunto dialoga com o tema infraestrutura e direito à moradia de qualidade nas cidades. Aproveite a oportunidade, e proponha um momento de reflexão com os estudantes.


JOÃO PRUDENTE/PULSAR IMAGENS

Orientações Peça que os alunos observem as imagens e leiam as respectivas legendas. Pergunte se conhecem alguma dessas cidades. Caso alguém conheça, incentive o compartilhamento das informações.

Campo É no campo que acontecem as atividades ligadas à agricultura, à pecuária e ao extrativismo vegetal, animal e mineral. Os produtos do campo abastecem a cidade de alimentos e outros produtos. Extrativismo: atividade econômica relacionada a extrair, tirar da natureza.

JOÃO PRUDENTE/PULSAR IMAGENS

Vista da cidade de Águas de Lindóia (São Paulo), 2020.

Questione os conhecimentos prévios do grupo a respeitos das características do campo, pergunte se deles já passaram algum tempo na zona rural e peça-lhes que comentem como era, ou é, o dia a dia no campo. Relembre-os que no campo trabalham os agricultores familiares, em pequenas propriedades; o pequeno agricultor familiar produz grande variedade de plantas e abastece o mercado local durante o ano todo.

Área rural de Santa Rita do Sapucaí (Minas Gerais), 2011.

• Observe novamente as fotografias acima. a) O que é possível perceber na fotografia sobre a quantidade de pessoas que moram no campo e na cidade?

Leia o texto para os alunos e peça-lhes que grifem as principais informações. Solicite que releiam os trechos grifados e explique os significados das palavras que estão no glossário.

A população que vive no campo é maior. X

A população que vive na cidade é maior.

cidade, o número de casas e ruas é b) Quais as características da cidade que mostram isso? Na maior.

c) Quais as características do campo que mostram isso? No campo há poucas casas e são distantes umas das outras.

75

75


Peça que os alunos observem as fotografias, e inicie o tema agricultura fazendo as seguintes questões:

Habilidade EF03HI08

trabalhada:

Até cerca de 100 anos atrás, nas grandes cidades brasileiras, como São Paulo, havia diversas No início do século, na cidade de São Paulo era possível chácaras, hortas e outros lugares encontrar muitas áreas como características rurais, como a onde as pessoas produziam Chácara da dona Veridiana, localizada atualmente em um dos bairros centrais da cidade de São Paulo. alimentos. Atualmente as cidades já não abrigam mais tantos lugares que produzem alimentos naturais, pois não existem muitos espaços disponíveis para a produção urbana. JOÃO PRUDENTE/PULSAR IMAGENS

• Os seres humanos sempre praticaram a agricultura? • Qual é a importância da agricultura para a sociedade na atualidade? • Vocês já visitaram uma área de cultivo agrícola? Em caso afirmativo, como é esse local? Essas são questões que ajudam você a identificar os conhecimentos prévios dos estudantes sobre o tema, é importante que eles compreendam tratar-se de uma atividade econômica de grande importância, pois produz alimentos para a população e matéria-prima para as diferentes industrial. Explique ao grupo, que além do solo e do clima, a agricultura depende do trabalho do ser humano e dos investimentos do produtor.

Na cidade também tem agricultura

FUNDAÇÃO BIBLIOTECA NACIONAL, RJ

De olho no tempo

Orientações

Plantação de hortaliças e moradia na área urbana da cidade de Urubici (Santa Catarina), 2017.

Mesmo com iniciativas que estimulam a produção alimentar nas cidades, a quantidade de comida produzida não é suficiente para sustentar muitas pessoas. O mais comum é que pessoas tenham pequenas hortas em suas moradias que produzem poucos alimentos, sobretudo temperos, frutas e legumes para consumo diário. A vantagem desse tipo de produção alimentar é que, normalmente, as pessoas não utilizam produtos químicos e, portanto, não oferece riscos à saúde. 76

Atividade complementar 1. Pesquise os conceitos relacionados à agricultura, e preencha o quadro corretamente.

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Irrigação

Técnica mecânica utilizada para molhar a terra cultivável, em localidades onde chove pouco.

Drenagem

Técnica mecânica usada na agricultura para retirar o excesso de água dos terrenos quando eles ficam encharcados.


3 Espaços públicos e privados

Orientações

MONKEY BUSINESS IMAGES/SHUTTERSTOCK

Os lugares habitados por comunidades humanas, seja em áreas urbanas ou rurais, são formados por espaços privados e espaços públicos. Os espaços privados podem ser domésticos, que são os lugares onde as pessoas vivem e realizam suas atividades particulares, mas também podem ser lugares de uso comum, como empresas, restaurantes, bares, escolas, entre outros. Neles, os proprietários definem algumas normas de conduta, ou seja, as regras e costumes que são aceitos e praticados, e são responsáveis por sua organização e manutenção. Entretanto, essas normas tem que sempre estar de acordo com as leis.

Peça que os estudantes observem as fotografias, e inicie o tema solicitando que leiam o texto, estimule a interpretação do texto, destacando as diferenças entre os espaços público e privado. Explique que a cidade é dividida nessas duas esferas, pública e privada, e que os espaços públicos são os lugares administrados pelo governo e pertencem à toda população, por exemplos, as praças, os parques e as praias, entre outros. Os espaços públicos podem ser de responsabilidade do Estado, do governo dos estados; ou das prefeituras. Quanto aos espaços privados, pertencem a alguém, e pode ser pessoas ou empresas, por exemplo, as casas, as lojas, as escolas particulares e os Shopping, entre outros. Geralmente, esses espaços são custeados pelos proprietários, eles cuidam e fazem a manutenção para a sua preservação.

RUBENS CHAVES/PULSAR IMAGENS

Espaço privado doméstico.

Habilidade

trabalhada:

EF03HI10

Avaliação Espaço privado de uso comum.

1 Qual das fotografias representa um espaço privado doméstico e qual representa um

espaço privado de uso comum? Complete a legenda das fotografias. 77

Observar as respostas do estudante para essa questão, pois pode ajudar a identificar se ele compreendeu o conceito de privado doméstico e o conceito de privado comum; esses conhecimentos são essenciais para que ele compreenda a função dos espaços privados, a forma como são organizados e o modo como operamos em cada um deles.

77


Os espaços públicos são os locais por onde as pessoas circulam e também locais com diferentes funções, como estudo (escolas e universidades), trabalho (sedes administrativas, hospitais) e lazer (praias, praças e parques). A organização e manutenção desses espaços é realizada pela administração pública. Também existem leis que regulam alguns comportamentos nesses locais. Entre os espaços públicos estão a Prefeitura e a Câmara Municipal. Na Prefeitura trabalha o prefeito, responsável pela organização da cidade. Na Câmara Municipal trabalham os vereadores, que elaboram as leis que organizam a vida no município.

Orientações

É função da população pagar as taxas e os impostos que revertem para o custeio desses serviços; conte ao grupo, é por meio do pagamento de impostos que os munícipes acessam creches; postos de saúde; limpeza, calçamento, conserto de ruas, avenidas, praças e jardins; coleta de lixo; hospitais; áreas de lazer e escolas públicas. Habilidade

RAFAEL BERLANDI/SHUTTERSTOCK

Conte aos estudantes que em todos os municípios, é função dos governantes garantir a qualidade de vida da população, mantendo serviços públicos de qualidade em pleno funcionamento.

trabalhada:

EF03HI10

DASAYEV DIOGO/SHUTTERSTOCK

Prefeitura do município de Valinhos (São Paulo), 2020.

Câmara Municipal de Campo Grande (Mato Grosso do Sul), 2020. 78

Atividade complementar 1. Pesquise entre seus familiares adultos se eles estão satisfeitos com os serviços públicos oferecidos pelo município onde vocês moram. Se pudessem melhorar algum serviço, qual seria? Registre as informações em seu caderno, e na próxima aula, compartilhe com a professora e os colegas da turma.

78


Orientações Aproveite a oportunidade e conte aos estudantes que existem cidades muito grandes e populosas, é possível que elas tenham destaque político e econômico, e por isso, influencie as cidades que estão ao seu redor, essas cidades são chamadas de metrópoles.

JOÃO PRUDENTE/PULSAR IMAGENS

ALF RIBEIRO/PULSAR IMAGENS

Outros espaços públicos são delegacias de polícia, corpos de bombeiros, postos de saúde, praças, vias públicas. Há, também, hospitais, escolas, museus, centros de cultura, bibliotecas, mercados, portos, píeres, entre outros, que podem ser locais públicos.

No Brasil, existem algumas metrópoles, como São Paulo, Porto Alegre e Manaus. Em geral, as metrópoles, têm muitas opções de lazer e renomadas universidades. Centro de saúde em Platina (São Paulo), 2020.

Habilidade

Biblioteca municipal em Jaguariúna (São Paulo), 2020.

trabalhada:

EF03HI10

2 No caderno, escreva o nome de três:

a) espaços públicos frequentados por você ou pelas pessoas que cuidam de você. b) espaços domésticos que você conhece. Respostas pessoais.

Respostas pessoais.

ADRIANO KIRIHARA/PULSAR IMAGENS

ERNESTO REGHRAN/PULSAR IMAGENS

3 Compare as fotografias.

Apresentação de bloco de carnaval no Largo de Santa Rita. Paraty (Rio de Janeiro), 2020.

Comemoração dos aniversariantes do mês na SOS Serviços de Obras Sociais. Presidente Prudente (São Paulo), 2019. As duas imagens

3. b) Pelas paisagens e pela organização das b) Como é possível saber em qual tipo de espaço acontece cada cena? funções de manutenção e conservação do espaço público e doméstico. Os estudantes devem reconhecer não só as paisagens das cenas como um elemento que diferencia o espaço público do espaço doméstico, mas também a dinâmica delas, com profissionais 79 exercendo funções da manutenção dos espaços públicos (garis e policiais) na primeira imagem e a atuação conjunta dos membros de uma família para manter a cozinha em ordem após a festa na segunda imagem.

a) Qual é a semelhança entre as duas fotografias? mostram festas.

79


Juntar saberes 1 De acordo com o que estudamos, você definiria que o lugar onde você vive é um

espaço urbano ou rural? Justifique sua resposta. Resposta de acordo com a localidade da moradia do estudante.

2 Existe algum tipo de horta em sua moradia? Se sim, responda às perguntas a seguir.

Se não houver, peça ajuda a seus familiares para descobrir se algum familiar ou vizinho tem uma horta em casa e responda às mesmas perguntas. Respostas pessoais. • Quem cuida dela? • Onde ela fica? • O que ela produz? • Quem come os alimentos produzidos pela horta? • Algum animal de estimação come os alimentos da horta? • A horta atrai animais, como formigas, abelhas ou pássaros? • Por quais alimentos esses animais são mais atraídos? • Você gosta dos alimentos que a horta fornece? 3 Classifique:

1

Espaço público

1

Praça

2

Shopping center

1

Posto de saúde

2

Moradia

2

Cinema

1

Rua

2

Espaço privado

80

Avaliação formativa A realização das atividades desta seção que fecha a Unidade irá continuamente possibilitar que você verifique a aprendizagem dos estudantes. Se os estudantes conseguirem realizar de maneira satisfatória a atividade 1, significa compreenderam os conceitos de urbano e rural, essencial para avançar nas aprendizagens em ciências humanas, especialmente história e geografia. Se os estudantes conseguirem realizar de maneira satisfatória a atividade 3, significa compreenderam os conceitos, espaço público e espaço privado. Caso perceba que os conceitos essenciais não tenham sido compreendidos, é importante que retome os conteúdos, oportunizando uma nova chance aos estudantes, e assim possa equilibrar o nível de conhecimento em sala de aula. 80


4 Para os municípios funcionarem há servidores públicos, ou seja, pessoas que

SERGEY MIRONOV/SHUTTERSTOCK

trabalham para que a população do município viva bem. Reúna-se com mais dois colegas e, juntos, pesquisem a função que os trabalhadores a seguir exercem.

BETO CHAGAS/SHUTTERSTOCK

Bombeira.

ALEXANDRE TOKITAKA/PULSAR IMAGENS

Carteiro.

CHICO FERREIRA/PULSAR IMAGENS

Agente de trânsito.

Policial.

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A unidade trata dos protestos de trabalhadores em prol de melhorias nas condições de trabalho e de vida. Descrevemse algumas manifestações e explica-se a origem do Dia do Trabalhador. A unidade também aborda o Carnaval, explicando sua origem grega e sua evolução ao longo do tempo. Trata do Carnaval no Brasil, enfocando questões como suas influências europeias, o papel das mulheres e a composição de sambas e marchinhas.

Objetivos da unidade • Reconhecer a importância do dia 1o de maio. • Identificar mudanças nos regimes de trabalho, no passado e no presente. • Reconhecer os protestos como formas de expressão dos trabalhadores. • Conhecer as origens mitológicas do carnaval, bem como as do Carnaval brasileiro. • Perceber o papel revolucionário que a compositora Chiquinha Gonzaga teve em sua época. • Conhecer um pouco da história do samba. Habilidades trabalhadas: EF03HI02 / EF03HI03 / EF03HI04 / EF03HI12 /

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UNIDADE

Dia de festa, dia de luta

TARSILA DO AMARAL EMPREENDIMENTOS/ACERVO ARTÍSTICO-CULTURAL DOS PALÁCIOS DO GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO

Sobre esta unidade

Operários (1933), de Tarsila do Amaral. Óleo sobre tela, 150 cm × 205 cm. 82


Orientações Incentive os estudantes a analisarem a imagem. É fundamental que eles sejam sempre confrontados com a necessidade de observar e interpretar imagens. Solicite, portanto, que destaquem os detalhes do quadro que consideram mais significativos. Conte aos estudantes que a pintora Tarsila do Amaral (1886– 1973) fez parte do Modernismo brasileiro, movimento que pretendia renovar a arte no país. Diga-lhes, ainda, que parte da obra da pintora é dedicada a questões sociais e, se possível, apresente-lhes outras telas da artista, tais como A negra (1923) e Morro da favela (1924). Não deixe de mencionar estudante que a tela “Operários” é de uma das principais obras da arte brasileira, com grande circulação entre o público. Constituise, portanto, em um significativo marco de memória e em um patrimônio histórico. As questões propostas têm respostas pessoais, mas peça que aos estudantes que argumentem em favor de suas opiniões. É importante que eles exercitem a capacidade argumentativa e a leitura de imagens.

Para começar... 1. O que chama sua atenção no quadro de Tarsila do Amaral? 2. As chaminés das fábricas estão pintadas na cor cinza. Por que você imagina que a artista fez essa escolha? 3. Há indústrias no município onde você mora? Se sim, como elas são? Os trabalhadores dessas indústrias são parecidos com os trabalhadores da pintura? 83

Verifique se os estudantes já visitaram uma fábrica e peça-lhes que descrevam a experiência para a turma. Questione a respeito do que acharam daquele ambiente e se gostariam de trabalhar ali.

Atividade complementar Peça aos estudantes que observem mais uma vez a reprodução da obra Operários, de Tarsila do Amaral, prestando atenção nas expressões dos rostos e nas diferenças físicas entre as pessoas representadas, como a cor da pele e o formato dos olhos. A intenção aqui é aguçar o olhar das crianças ao trabalhar com imagens. Além disso, é fazer com que elas identifiquem algumas expressões cansadas/tristes dos operários pintados e os diferentes grupos étnicos da sociedade brasileira. Proponha aos estudantes que eles criem suas próprias pinturas inspirados nessa obra de Tarsila. Incentive-os a imaginarem como é a vida dos operários atualmente e quais características do quadro da pintora devem permanecer ou ser excluídas dessa nova obra. Exponha os trabalhos no mural da sala e estimule a comunidade escolar a visitar a exposição. 83


Pergunte aos estudantes sobre o que costumam fazer em feriados e anote as respostas no quadro. Relembre a importância do dia 1o de maio para os trabalhadores e peça-lhes que reflitam sobre o propósito desse dia ter sido transformado em feriado. Verifique se os estudantes se recordam que questões relacionadas ao mundo do trabalho como, por exemplo, a carteira profissional e direitos trabalhistas, apareceram na unidade 1 deste volume. Retome aqueles conteúdos por meio da evocação dos estudantes. Feita a rememoração, pergunte o que eles acham a imagem retrata: há violência? Há confronto? Entre quais agentes sociais? Faça, então, a leitura compartilhada do texto e converse com os estudantes a respeito do uso da violência para reprimir manifestações. Pergunte se eles já viram ou participaram de algum protesto que foi reprimido com violência. Peça que se posicionem criticamente em relação a essa situação.

1 Dia do trabalhador O primeiro dia do mês de maio é conhecido como Dia do Trabalhador. No Brasil, e em vários países do mundo, é um feriado dedicado a festas, manifestações e outros eventos que lembram o esforço dos trabalhadores pela conquista de direitos sociais. Essa data tem origem no ano de 1886, na cidade de Chicago, nos Estados Unidos. No dia 1o de Maio daquele ano, milhares de operários das fábricas da cidade foram às ruas pedir melhores condições de trabalho. Entre elas, a redução da jornada de serviço de treze horas diárias para oito. Nos dias seguintes, as manifestações se repetiram, mas acabaram reprimidas, com a morte de vários trabalhadores. Em 1889, uma reunião internacional de trabalhadores decidiu que, em todo o mundo, a data seria usada para lembrar os acontecimentos de Chicago e lutar por direitos. Desde então, os trabalhadores se reúnem nesse dia para marcar seu empenho por melhores condições de trabalho e de vida. BIBLIOTECA DO CONGRESSO/WASHINGTON

Orientações

Jornada: duração de trabalho diário.

Ilustração de 1886 sobre os confrontos entre policiais e trabalhadores no 1o de Maio daquele ano, em Chicago, Estados Unidos.

• O dia do trabalho foi criado com o objetivo de: Protestar contra as condições de trabalho da época. X

Relembrar e valorizar as conquistas dos trabalhadores. Garantir um dia de descanso para os trabalhadores.

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Para o professor LIMA, Maria Emília Caixeta de Castro. Sentidos do trabalho - A educação continuada de professores. São Paulo: Autêntica, 2007, 240p. Esta obra corresponde à tese de doutorado desenvolvida pela hoje professora da Faculdade de Educação da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Nela, Maria Emília bisca refletir sobre o papel da formação continuada de professores no desenvolvimento das práticas docentes. A autora relata que, se por um lado a formação tem aspectos positivos no que diz respeito ao reconhecimento dos profissionais da educação, por outro, gera invisibilidades. Trata-se de um paradoxo nascido do descompasso entre as reflexões promovidas pelos processos de formação e a realidade da educação brasileira. A tese de doutorado da autora, adaptada e reformulada para o formato de livro, pode ser acessada em: http://repositorio.unicamp.br/jspui/handle/REPOSIP/250723. Acesso em: 15 ago. 2021. 84


Orientações

Entre as primeiras greves de trabalhadores no Brasil, destacam-se as da cidade de Santos. Em 1887, os carregadores de café do porto dessa cidade paralisaram suas atividades. No ano seguinte, foi a vez dos trabalhadores da construção civil. Em Santos também aconteceu uma das primeiras manifestações por ocasião do dia 1o de Maio. Foi em 1894, quando os operários do porto pararam o trabalho para homenagear os mortos em Chicago e para comemorar o Dia do Trabalhador.

Solicite aos estudantes que observem a imagem destacando os elementos principais dela. O que as pessoas estão fazendo? Onde elas estão? Estas são questões que podem favorecer o desenvolvimento do tema. Além disso, na Unidade 4, os estudantes refletiram sobre a importância do café para a economia brasileira na passagem do século XIX para o XX. Faça perguntas relacionadas ao tema. Se necessário, oriente-os a recorrerem aos seus registros e ao texto. É fundamental que eles estudante possam compreender a dimensão das paralisações dos trabalhadores portuários de Santos naquele período.

COLEÇÃO GILBERTO FERREZ/INSTITUTO MOREIRA SALLES

E no Brasil?

Solicite que leiam o texto em duplas e que respondam às questões propostas para posterior compartilhamento. Explique aos estudantes que no período retratado na foto, os trabalhadores portuários (chamados de estivadores) eram formados por imigrantes europeus – principalmente italianos e espanhóis –, além de afrodescendentes.

Trabalhadores portuários em Santos (São Paulo), 1895. Foto de Marc Ferrez. 1 Grife, no texto, onde e quando aconteceram as primeiras manifestações de

trabalhadores no Brasil. 2 Contorne no texto quem foram os primeiros trabalhadores a se manifestarem. 85

Atividade complementar Produção de texto de reivindicações Converse com os estudantes sobre as dificuldades enfrentadas pelos trabalhadores no Brasil no início do século XIX. Instigue-os a pensar sobre a realidade do trabalho naquela época. Faça perguntas como: Quantas horas você acha que uma pessoa trabalhava naquela época? Você concorda com esse período de trabalho? Como você imagina o trabalho feito pelas pessoas retratadas na imagem? Fácil ou difícil? Agradável ou sofrido?

Por quê? Você imagina que a remuneração desses trabalhadores era justa? A seguir, divida a turma em grupos de quatro e solicite que os estudantes escrevam um texto no qual estejam descritas as principais reivindicações desses trabalhadores na luta por melhores condições de trabalho. Recolha o texto e comente a produção dos grupos, mostrando os pontos comuns abordados. Chame a atenção para o fato de que, embora o tempo passe, muitas das reivindicações dos trabalhadores permanecem as mesmas. Esta atividade pode ser utilizada para compor o processo avaliativo. 85


Protestos em maio

Pergunte aos estudantes se sabem o que é uma greve e por que ela acontece. Leia o texto com eles e destaque os principais aspectos que deram origem a uma greve geral no Brasil. Anote no quadro que a greve aconteceu em 1917 e que os trabalhadores reivindicavam, entre outras coisas, melhores salários e diminuição das jornadas de trabalho.

A partir de 1900, aumentou no Brasil o número de trabalhadores que faziam manifestações e reivindicavam seus direitos. No Rio de Janeiro, por exemplo, no início de 1906 ocorreu um congresso operário que decidiu pela paralisação geral dos trabalhadores no mês de maio daquele ano. Muitos operários que participavam desses protestos eram imigrantes europeus com histórico de greves em seus países de origem. Para tentar conter esses movimentos, o governo brasileiro adotou várias medidas, entre elas a edição de uma lei que permitia expulsar do país os estrangeiros que participassem de protestos trabalhistas. Nos anos seguintes, os protestos de 1o de Maio foram se tornando mais intensos. Os trabalhadores paravam suas atividades para reivindicar a redução da jornada de trabalho, salários mais justos pelas atividades desenvolvidas e tempo de descanso, entre outros direitos. Condenavam ainda o trabalho de crianças e jovens e exigiam a regulamentação do trabalho feminino.

A atividade tem por objetivo sondar as experiências do estudante. Caso ele tenha participado de alguma manifestação organizada por trabalhadores ou festas promovidas por iniciativa do poder público, solicite que narre a experiência, dizendo com quem foi, onde ocorreu, como foi. Caso o estudante não tenha participado de nenhuma manifestação ou festa, pergunte se tem interesse em conhecer ou por qual motivo não tem interesse.

ACERVO ICONOGRAPHIA

Orientações

Nos anos 1917 e 1919, as manifestações do dia 1o de Maio deram origem a uma greve geral em várias cidades do país. Nesta imagem, manifestação operária no Rio de Janeiro (Rio de Janeiro), em 1o de Maio de 1919.

• Você já participou de alguma manifestação organizada por trabalhadores? E de uma festa de 1o de Maio? Se sim, conte para a turma como foi essa experiência.

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Orientações

No ano de 1917, na cidade de São Paulo ocorreu uma das maiores greves já registradas no Brasil. Por cinco dias comerciantes e operários da cidade pararam de trabalhar, reivindicando melhores condições de trabalho e aumento de salário. Após essa greve o movimento dos trabalhadores ficou tão forte que, em 1924, o então presidente Arthur Bernardes aceitou uma sugestão que já circulava em outros países de reservar o dia 1º de maio como Dia do Trabalho no Brasil. Desde então, 1º de maio passou a ser feriado nacional. Com isso, o que antes era greve, virou dia de descanso. A partir da década de 1930, as comemorações do dia 1o de Maio foram mudando. O governo da época, comandado por Getúlio Vargas, fazia nesse dia grandes festas e convocava os trabalhadores a participar. Havia desfiles de sindicatos e associações, discursos políticos, espetáculos de dança, jogos de futebol: tudo orientado pelos governantes.

Converse com os estudantes sobre a imagem. Destaque a enorme foto de Getúlio Vargas segurada por dois homens durante o desfile de comemoração do 1o de maio. Relembre, mais uma vez, a Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT), assinada por Getúlio Vargas, e que foi mencionada na unidade 1 deste volume. Esse documento padronizou o regime de trabalho no país, instituindo, por exemplo, o 13º salário e o Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS), benefício que ajuda financeiramente o trabalhador e melhora sua qualidade de vida.

CPDOC/FGV

Do protesto às comemorações

Faça a leitura compartilhada do texto e solicite que os estudantes façam a atividade individualmente para posterior compartilhamento com a turma toda. Retrato do presidente Getúlio Vargas em desfile de comemoração do dia 1o de Maio, no campo do Vasco da Gama, Rio de Janeiro (Rio de Janeiro), 1942.

• De acordo com o que você aprendeu, por que o dia 1o de Maio foi transformado em feriado?

Foi uma medida tomada pelo então presidente Getúlio Vargas para conter os protestos operários e controlar a atuação dos trabalhadores organizados. 87

Discuta com eles os significados de um feriado, em especial o fato de a cada ano rememorar uma determinada data, um acontecimento, construindo desse jeito a memória coletiva. Aproveite para trabalhar a importância dessa data em sua cidade e para os seus habitantes. Esta atividade pode ser utilizada para compor o processo avaliativo.

Atividade complementar Jogo das profissões Organize a turma em dois grupos. Peça que cada grupo selecione 3 profissões para serem adivinhadas pelos adversários. Privilegie profissões comuns ou que façam parte da realidade dos estudantes. Dê exemplos: operário, dentista, professor, médico, jardineiro e vendedor. Anote as profissões em um papel. Em seguida, inicie o jogo. Entregue para um dos grupos o papel contendo o nome de uma profissão que o grupo adversário selecionou. Peça que os estudantes descrevam a profissão para o seu próprio grupo. O tempo para adivinhar é de 5 minutos. Em seguida, faça a mesma coisa com o outro grupo. Ao final da brincadeira, pergunte aos estudantes se eles se identificaram com alguma das profissões e se têm vontade de segui-las. 87


Orientações

Outros Maios

Faça a leitura compartilhada do texto e converse com os estudantes sobre a importância dos sindicatos. Explique o papel dessas instituições na luta por melhores condições de trabalho para cada categoria profissional.

Com o passar do tempo, o dia 1o de Maio se tornou cada vez mais marcante na nossa cultura, e inúmeros trabalhadores continuaram a utilizar a data para reivindicar direitos. Em 1980, por exemplo, os trabalhadores ABCD: conjunto de cidades paulistas, muito próximo da cidade de São Paulo, da região do ABCD reuniram-se para formado por Santo André, São Bernardo do Campo, São Caetano do Sul e protestar contra a prisão dos diretores de Diadema. A região concentra um grande seu sindicato, que consideravam injusta. número de indústrias metalúrgicas. Também reivindicavam outras mudanças: queriam um governo democrático. Naquela época, o Brasil vivia sob uma ditadura comandada por militares. Era um governo bastante autoritário, que não aceitava críticas ou divergências, e sempre as punia severamente. Porém, a partir daquele 1o de Maio, as coisas começaram a mudar e toda a população se uniu em nome do retorno da democracia ao país.

Conte a eles que o Brasil viveu uma ditadura militar. Diga-lhes que esse momento começou em 1964 e durou até 1985. Pergunte se conhecem alguém que viveu essa época. Peça que imaginem como era a vida em uma época em que não era possível protestar.

FOLHAPRESS

Peça para os estudantes relerem o texto individualmente. Solicite que sentem em duplas para responder as perguntas. Para incentivá-los a discutir o assunto, pergunte aos estudantes se eles têm o hábito de questionar e expressar suas opiniões quando discordam de alguma coisa. Explique que é importante que possamos nos manifestar quando discordamos de algo.

Comemoração do 1o de Maio na Vila Euclides, em São Bernardo do Campo (São Paulo), 1980. 1 Você sabe o que é ditadura? É um regime governamental em que todos os poderes do Estado estão concentrados em um indivíduo, um grupo ou um partido e no qual o povo não tem participação. 2 Hoje em dia, as pessoas podem protestar? Sim, as pessoas podem ir às ruas protestar, podem votar e mostrar que não estão satisfeitas com o que acontece onde vivem. 3 Você já viu algum protesto? Qual? É possível que os estudantes tenham visto protestos na televisão, no noticiário. Solicite que narrem o que viram. 88

Atividade complementar Produção de uma carta-manifesto Proponha aos estudantes um passeio pela escola. Solicite-lhes que levem papel e caneta e registrem tudo aquilo que julgarem inadequado. Estimule-os a observar o espaço físico da escola e a situação dos objetos que o constituem: bancos, paredes, portões etc. Chame a atenção também para a organização dos espaços. Retorne com a turma à sala de aula e colete os resultados da pesquisa. Anote-os no quadro e faça um levantamento dos mais recorrentes. Convide a turma a produzir coletivamente uma carta-manifesto reivindicando melhorias nos problemas levantados. Eleja uma comissão para encaminhar a carta à coordenação ou à direção da escola. 88


E no campo?

Orientações

Não são apenas os trabalhadores das cidades que se organizam em busca de seus direitos. No campo há também um histórico de movimentos, principalmente pelo acesso à terra. Esses trabalhadores precisam de apoio financeiro para tornar a terra produtiva, como equipamentos para plantar e dinheiro para investir na criação de animais. Ainda hoje, a defesa do direito à terra provoca conflitos no Brasil, por vezes muito violentos.

Incentive os estudantes a lerem o texto em voz alta. Pergunte quem gostaria de ler e separe um parágrafo para cada um. Após a leitura, pergunte aos estudantes se eles conhecem algum dos movimentos de reivindicação de direitos ou qualidade de vida no campo. Comente com a turma sobre o Movimento dos SemTerra (MST). Pergunte se já ouviram falar desse movimento e se conhecem suas principais reivindicações. Anote as respostas na lousa.

CRÉDITO

ICHIRO GUERRA/FOLHAPRESS

Produtores rurais durante manifestação a favor de um projeto de lei. Brasília (Distrito Federal), 1999.

Trabalhadores rurais fazem manifestação pela garantia de seus direitos, na Esplanada dos Ministérios. Brasília (Distrito Federal), 2012.

• Quais são as reivindicações dos trabalhadores do campo? Os trabalhadores do campo lutam pelo acesso à terra, além de recursos para a produção e distribuição de seus produtos. 89

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De olho nas pistas

Orientações

Registros de uma história Você já sabe que as fotos podem ser importantes registros históricos e fonte de muitas informações. As fotos a seguir mostram dois movimentos de luta por direitos. Observe as imagens e responda às questões. FOLHAPRESS

Peça que metade da turma analise a imagem 1 e a outra metade, a imagem 2. Em seguida, junte os estudantes em duplas de forma que cada um tenha estudado uma imagem diferente. Incentive-os a conversarem sobre as atividades e responderem juntos. Discuta com os estudantes sobre as diferenças entre um desfile comemorativo oficial e uma manifestação espontânea. Leve-os a perceber que, enquanto o desfile oficial é organizado e celebrado pelo governo, existem manifestações espontâneas que podem ser reprimidas pelo mesmo governo.

VEETMANO PREM/FOTOARENA

Multidão de trabalhadores manifesta-se pela liberdade de organização sindical no Estádio de Vila Euclides, São Bernardo do Campo (São Paulo), 1979.

Protesto de trabalhadores contra demissões em uma fábrica de automóveis. São Bernardo do Campo (São Paulo), 2016. 2. A primeira mostra uma manifestação pela

1. Em que ano ocorreu cada uma das manifestações? liberdade de organização sindical e a segunda A primeira foi em 1979 e a segunda em 2016.

2. Aponte uma semelhança e uma diferença entre as duas fotos. mostra um protesto contra a demissão de trabalhadores.

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Uma homenagem pelo futebol

Orientações

Em Santo André (São Paulo), há um time chamado Primeiro de Maio Futebol Clube. O clube foi fundado por 25 operários, que decidiram homenagear o Dia do Trabalhador e deram ao time o nome de Primeiro de Maio Futebol Clube. Fundado em 1913, é o clube mais antigo da cidade. Leia seu hino e veja seu símbolo:

O futebol, grande paixão nacional, oferece, por meio da criação de um time, uma homenagem aos trabalhadores. Trata-se de uma aliança curiosa e importante. Peça que os estudantes, em duplas, leiam o texto da página e o hino. Pergunte a eles se conheciam esse time e o que acharam da homenagem. Caso considere pertinente, pergunte quais outras homenagens poderiam ser feitas ao Dia do Trabalho por entidades ou instituições. Se possível, coloque o hino do time, que pode ser facilmente encontrado na internet, para os estudantes ouvirem e cantarem juntos.

PRIMEIRO DE MAIO FUTEBOL CLUBE

Hino do Primeiro de Maio Vinte e cinco ilustres fundadores, operários de visão. Foi então, a forte engrenagem deste clube tradição. Salve, salve o Primeiro de Maio, nosso nome exaltação. De alta voz e brado juvenil cantamos com o coração: de glórias mil, alto e bom-tom, te exaltamos com fervor. Oh! Clube bom e popular, que o esporte sempre divulgou. Unidos com muito vigor de verde e branco proclamar: Primeiro de Maio a tradição familiar.

Após a discussão, peça que respondam às questões propostas nas duplas para posterior compartilhamento com a turma. Letra de Robson Miguel.

• Identifique no símbolo do clube um objeto que se refira ao trabalho em fábricas. Engrenagem ou roda dentada. Se possível, disponibilize para os alunos imagens de engrenagens e converse sobre a função desse objeto. Depois, esclareça que a roda dentada, a engrenagem que aparece em seu símbolo, representa a indústria e possui 25 dentes, em referência ao número de fundadores do time.

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Para o professor FAUSTO, Boris. Getúlio Vargas: o poder e o sorriso. São Paulo: Companhia das Letras, 2016. (Coleção Perfis Brasileiros). O historiador Boris Fausto propõe uma análise sobre o fenômeno político que foi Getúlio Vargas. O autor dialoga com as duas principais correntes de análise sobre Vargas, entendendo-o interligado aos estereótipos do benfeitor dos humildes e ao mesmo tempo, do manipulador das grandes massas. O conteúdo do livro permite um estudo da trajetória de Vargas, assim como dos processos de formação do país.

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Pergunte à turma se há alguma festa de rua na cidade em que moram e se eles costumam frequentá-la. Peça que descrevam a festa e sua importância para a cidade. Em muitas cidades do Brasil, essas festas, em especial o Carnaval, constituem um dos principais elos de identidade, marcando inclusive a formação do espaço urbano. Se esse for o caso da cidade em que a escola está localizada, incentive o estudante a buscar esses marcos, a perceber sua importância histórica e cultural para a população local.

2 Hora de festa: Carnaval Nem só de trabalho a gente vive. As cidades, e também o campo, são lugares de festa, momentos nos quais as pessoas se unem e se divertem. Se você observar bem, poderá notar que, apesar das dificuldades, sempre há motivos para festejar. Uma das festas populares mais importantes do Brasil, e presente em quase todas as cidades do país, é o Carnaval. Essa festa existe há muito tempo e duas de suas principais características são a dança e o uso de disfarce, isto é, de fantasias. ROBERTO CASIMIRO / FOTOARENA

Orientações

Pergunte aos estudantes se reconhecem a festa retratada na imagem e se já estiveram em alguma festa semelhante. Estimule-os a comparar a festa retratada com os desfiles das escolas de samba do Rio de Janeiro ou de São Paulo, transmitidos pela televisão.

Desfile do bloco carnavalesco “Galo da Madrugada” na cidade de São Paulo (São Paulo). 1 Como é o Carnaval na sua cidade? Resposta pessoal. 2 Você costuma brincar o Carnaval? Como? Resposta pessoal. 92

Para ampliar No site do IPHAN – Instituto do patrimônio Histórico e Artísitico Nacional – você pode encontrar uma listagem de imagens e informações sobre aa mais diversas festas brasileiras, um importante patrimônio imaterial do país. Se possível, faça visite o site junto om os estudantes para que eles possam conhecer mais sobre as diferentes festas populares do Brasil. As informações e fotografias estão disponíveis em: http://portal.iphan.gov.br/fototeca/detalhes/15/fototeca-registro-de-celebracoes. Acesso em: 15 ago. 2021.

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De olho no tempo

Orientações Faça a leitura compartilhada com os estudantes. Pergunte a eles se já viram, pessoalmente ou pela televisão, um carro alegórico. Peça que observem a imagem e tentem estabelecer semelhanças e diferenças entre a mesma e os carros alegóricos que conhecem.

Festa antiga

Carros alegóricos: carros enfeitados com alegorias e enfeites que simbolizam algo ou alguém.

THE BRIDGEMAN/KEYSTONE

Conta-se que, há mais de 3 mil anos, os gregos antigos criaram festas em homenagem ao deus Dioniso, que simboliza mudança e entusiasmo. Para saudá-lo, os gregos cantavam, dançavam e tomavam vinho. As festas de Dioniso se realizavam na primavera e eram muito esperadas. Elas foram crescendo até que um governante grego decidiu fazer uma espécie de desfile em homenagem ao deus: uma imagem de Dioniso era levada em um carro chamado carrum navalis (expressão que significa “carro naval” – assim chamado por ser parecido com um navio – e que pode ser uma das origens da palavra Carnaval). Atrás desse carro vinham os carros alegóricos.

Os carros alegóricos são característicos do Carnaval. Festa para Maximiliano, autor desconhecido, por volta de 1516.

1. Em que estação do ano os gregos antigos comemoravam a festa de Dioniso? Na primavera.

Conte para os estudantes que Dioniso faz parte da mitologia grega e, se for possível, leia para eles a lenda que conta a história desse personagem. Há uma versão adaptada para crianças e jovens da história que está disponível em: https:// www2.ufmg.br/proex/content/ download/2491/16606/file/ Contos%20e%20Lendas%20 da%20Mitologia%20Grega. pdf. Acesso em: 15 ago. 2021. Solicite aos estudantes que façam a atividade. Corrija as respostas oralmente e escreva-as no quadro

2. E o Carnaval no Brasil, ocorre em que estação do ano? No verão.

3. Você percebe alguma semelhança entre a festa de Dioniso e o Carnaval? E diferença?

Espera-se que os alunos percebam que há semelhanças e também diferenças. Algumas semelhanças: na festa de Dioniso as pessoas dançavam e cantavam tal qual no Carnaval; e havia desfiles com carros alegóricos, uma manifestação também presente no Carnaval. A diferença se dá fundamentalmente entre o período do ano em que se comemorava a festa de Dioniso e o período em que se comemora o Carnaval.

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Atividade complementar Construindo carros alegóricos com material reciclado Peça aos estudantes que tragam para a sala de aula materiais recicláveis, como caixas de papelão, embalagens plásticas, papéis de embrulho ou de presentes, fitas, garrafas pet etc. Diga que esses materiais devem ser previamente higienizados antes de serem levados para a escola. Organize a sala em formato circular e disponha os materiais trazidos pelos estudantes no centro do círculo, de forma que todos possam ter acesso a tudo o que foi trazido. Divida a turma em grupos de quatro e diga que deverão construir um carro alegórico com os materiais disponíveis. Auxilie os grupos quando houver necessidade. Disponha cada carro alegórico em uma placa de papelão devidamente identificada com os nomes dos integrantes da equipe que o construiu. Exponha os trabalhos dos estudantes em uma mesa nos corredores ou no pátio da escola. Esta atividade pode ser utilizada para compor o processo avaliativo. 93


Orientações

Controlando a festa

Antes de iniciar a leitura do texto, comente com a turma sobre os antigos rituais primaveris. Explique que esses rituais eram realizados para comemorar os bons resultados das colheitas e para fertilizar a terra para a próxima semeadura.

Por centenas de anos as festas em homenagem a Dioniso foram se transformando, mudando de forma e significado. Há mais de mil anos, na Europa, aconteciam grandes festejos na época da primavera, mas não tinham mais nenhuma relação com o deus grego. Mesmo assim, a Igreja Católica não via com bons olhos essa festa, que não tinha origem religiosa e decidiu limitar os dias de comemoração. Por isso, os festejos passaram a ser realizados quarenta dias antes da Páscoa. HI

FUNDAÇÃO QUERINI STAMPALIA, VENEZA/THE BRIDGEMAN/KEYSTONE

Solicite aos estudanteestudantes que façam as atividades. Incentive-os a conversar sobre o assunto, valorize as experiências deles, suas relações com o Carnaval ou outras festas populares.

STÓR

IA

Pergunte aos estudanteestudantes se já participaram de alguma festa religiosa. Peça que descrevam essa festa e explique as diferenças entre as festividades religiosas e as festas profanas.

LIVRO

• Aula de carnaval

e outros poemas. Ricardo Azevedo. São Paulo: Ática, 2006.

Nesse livro, escrito em forma de poesia e com lindas ilustrações, o autor trabalha os vários elementos do Carnaval: fantasias, cuícas, tamborins, pandeiros e, o que não pode faltar: a alegria dos blocos.

O salão (cerca de 1750), de Pietro Longhi. Óleo sobre tela, 60 cm x 47 cm. 1 No bairro ou na cidade onde você vive acontecem festas de Carnaval? Onde essas

festas acontecem, na rua ou em espaços fechados? Resposta pessoal.

2 Em dupla, façam uma pesquisa para descobrir quando será o próximo Carnaval no

Brasil e por que ocorrerá nessa data. Resposta de acordo com a pesquisa. 94

Tema contemporâneo A questão das festas populares – e, mais especificamente, o Carnaval – se insere no contexto maior da identidade cultural e nacional, articulando-se aos aspectos relativos à vida social e à diversidade cultural. Nesta unidade, essa articulação pode ser notada na página 95, em que se apresentam tanto a influência portuguesa no carnaval brasileiro quanto as diferentes formas que essa festa adquire em regiões como o Rio de Janeiro e o Nordeste.

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Orientações

O Carnaval comemorado no Brasil sofreu influência de uma festa de rua de origem portuguesa: o entrudo. Essa festa consistia em jogar farinha, ovo e tinta nas pessoas. Todos podiam se divertir: os donos de terras, os trabalhadores livres e pobres, as pessoas escravizadas. As comemorações causavam muita confusão, porque nem sempre as brincadeiras acabavam bem. No século XIX, surgiram os bailes de Carnaval, inspirados nas festas francesas, que Pistola de água, limões de cheiro e farinha faziam parte aconteciam em locais fechados. da festa do entrudo. Difícil era escapar da brincadeira. O entrudo no Rio de Janeiro (1823), de JeanOs convidados se fantasiavam, Baptiste Debret. Aquarela sobre papel, 18 cm x 23 cm. ouviam músicas e dançavam. No Rio de Janeiro, no início do século XX, surgiram as primeiras escolas de samba. Nos anos seguintes, elas caíram no agrado da população e se tornaram uma forma popular de comemorar o Carnaval. No Nordeste do país, o jeito mais popular de passar o Carnaval sempre foi brincando nas ruas, mantendo um pouco da tradição Desfile de escola de samba no Carnaval do Rio de trazida pelos portugueses. Janeiro (Rio de Janeiro), 2020.

Pergunte se os estudantes se costumam pular/brincar o Carnaval ou se aproveitam esse período de outras maneiras. Peça que descrevam as atividades que realizam durante os festejos e que justifiquem suas preferências.

BIBLIOTECA NACIONAL/RJ

O Carnaval no Brasil

CELSO PUPO/SHUTTERSTOCK

• Qual é a diferença entre o desfile das escolas de samba e os blocos de rua?

Peça aos estudantes que observem atentamente a imagem e a descrevam em detalhes. Solicite que tentem identificar semelhanças com os atuais festejos carnavalescos. Estimule-os a identificar as diversões praticadas pelas pessoas retratadas. Chame a atenção para a presença de africanos escravizados na aquarela e destaque o caráter democrático do Carnaval, festa em que todos podem se divertir. O desfile é ensaiado, tem começo e fim determinados. Os blocos de rua são manifestações mais espontâneas, entra-se no bloco a hora que se quer. Os desfiles ocorrem em espaços predeterminados, a participação ocorre mediante pagamento, as fantasias seguem os temas apresentados pelos enredos e é preciso também pagar por elas. Nos blocos, em geral, os temas das fantasias são livres e não é preciso pagar para brincar.

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Uma festa e muito trabalho

Comente com os estudantes a respeito dos trabalhadores que tornam o Carnaval possível. Pergunte se sabem o que cada um dos trabalhadores citados no texto faz nessa festa tão popular entre os brasileiros. Questione a turma a respeito de outros tipos de atividades necessárias à realização do Carnaval.

Brincar o Carnaval é gostoso, mas é uma festa com muito trabalho e muitos trabalhadores: sambistas, carnavalescos, costureiras, maquiadores, instrumentistas, fazedores de bonecos, eletricistas, entre outros. Todos eles fazem do Carnaval uma festa pela qual o Brasil é conhecido em vários lugares do mundo. O Carnaval gera trabalho para muitas pessoas.

Espera-se que os estudantes elenquem profissões que estejam diretamente ligadas à organização do Carnaval, como: figurinista, maquiador, cenógrafo, motorista, pesquisador, costureiro, músico, cantor, gari (por causa da história de Renato Sorriso) etc. Mas, eventualmente, os estudantes poderão elencar também profissões que contribuem paralelamente com a festa de Carnaval, muitas vezes ligadas ao trabalho informal, como vendedor, cozinheiro etc. O objetivo da questão é aproximar da realidade do estudante o tema discutido nesta página, permitindo que o estudante reflita sobre si e sobre suas experiências.

Produção de fantasia para a festa do Maracatu Rural. Nazaré da Mata (Pernambuco). CELSO PUPO / FOTOARENA

Lembre os estudantes que, durante os festejos carnavalescos, há também os comerciantes ambulantes, sobretudo no Carnaval de rua, vendendo bebidas e alimentos, além de adereços relacionados à própria festa.

MARCO ANTONIO SÁ/PULSAR IMAGENS

Orientações

Garis trabalham durante desfile das escolas de samba no Carnaval do Rio de Janeiro (Rio de Janeiro). 1 Que profissões você conhece que estão relacionadas ao Carnaval? Resposta pessoal. 2 Você conhece alguém cujo trabalho está relacionado ao Carnaval? Resposta pessoal. 96

Atividade complementar Criação de profissões Divida os estudantes em duplas e peça-lhes que imaginem outras profissões ligadas ao Carnaval. Conte-lhes um detalhe: essas profissões não devem existir. Solicite aos estudantes que criem essa profissão, dando-lhe um nome, descrevendo o trabalho e explicando sua importância para o Carnaval. Peça ainda que desenhem esse profissional. Solicite a cada dupla que apresente sua criação para a turma e justifique a criação dessa profissão. Recolha os trabalhos dos estudantes e organize-os em um painel. Dê-lhe um título juntamente com a turma e exponha-o nos corredores da escola. 96


Orientações

A música “Ô abre alas” foi composta por Chiquinha Gonzaga, em 1899, para um cordão carnavalesco chamado Rosas de Ouro. Chiquinha Gonzaga foi uma mulher à frente de seu tempo. Gostava de música e aprendeu a tocar piano ainda pequena. Aos 16 anos ela se casou, mas o marido não gostava de ter uma esposa tão dedicada à música, e eles acabaram se separando. Mais tarde, a compositora se casou de novo. Além de tocar e compor, ela foi abolicionista, lutando pelo fim da escravidão e participando de movimentos pela liberdade dos negros. Foi também professora de piano e gostava de animar festas com sua música. Naquela época, o comportamento de Chiquinha Gonzaga não era aceito por muita gente.

Ao iniciar o estudo, comente com a turma sobre as antigas marchinhas de carnaval. Informe que “Ô abre alas” foi a primeira marchinha de Carnaval da história e que foi composta quando Chiquinha Gonzaga tinha 52 anos. Se possível, traga para a sala de aula algumas marchinhas antigas e coloque para os estudantes ouvirem. Adicionalmente, você pode imprimir as letras ou escrever na lousa e incentivar os estudantes a aprenderem e cantarem essas músicas.

ARQUIVO AE

O Carnaval, a mulher e o trabalho

Saiba Mais Cordões carnavalescos Em geral, eram grupos formados por brasileiros, africanos e afro-brasileiros pobres que saíam às ruas para brincar o Carnaval. Para marcar o ritmo, esses cordões levavam instrumentos de percussão usados também em outras festas, inclusive religiosas.

Faça a leitura compartilha do texto e promova uma discussão com os estudantes sobre o papel da mulher na sociedade. Explique que antigamente as mulheres eram criadas para serem esposas e mães, e se dedicavam exclusivamente às atividades domésticas. Diga ainda que durante muito tempo as mulheres não puderam estudar nem ter uma profissão.

Chiquinha Gonzaga, compositora, pianista e regente, em foto no final do século XIX. 97

Para o professor DEL PRIORE, Mary (Org.). História das mulheres no Brasil. São Paulo: Contexto, 2004. Coletânea de estudos sobre a mulher brasileira desde o período colonial até a época contemporânea. São abordados temas como as lutas de classe, sentimentos femininos, trabalho, entre outros. Destaque para o artigo escrito por Lygia Fagundes Telles.

97


Orientações

Juntar saberes 1 Você acha importante que os trabalhadores se organizem e possam se manifestar

publicamente? Explique sua resposta. Resposta pessoal.

2 Divididos em grupos, elaborem um cartaz mostrando como alguns trabalhadores

de sua cidade participam dos eventos do 1o de Maio. Cada grupo deve escolher três trabalhadores (funcionários da escola, familiares que exerçam atividades remuneradas ou funcionários do município). Entrevistem esses trabalhadores, perguntando a atividade que exercem e como comemoram o dia 1o de Maio. 3 Observe a imagem a seguir e responda às questões: BETTMANN/CORBIS

O final da unidade é sempre uma oportunidade singular para perceber o quanto os estudantes se apropriaram das discussões feitas sobre os conteúdos trabalhados. Dessa forma, antes de propor a realização das atividades, pergunte a eles o que de mais importante aprenderam, o que mais gostaram de saber, o que foi realmente uma novidade e o que já sabiam. Sistematize as respostas na lousa e peça que eles registrem no caderno a listagem feita. Sugerimos que as atividades sejam realizadas em duplas ou trios, pois, ao compartilharem seus conhecimentos e dúvidas, o aprendizado se torna mais efetivo e mais significativo. A resposta é pessoal, mas espera-se que o estudante reconheça a importância da luta por direitos dos trabalhadores. É fundamental que ele seja capaz de argumentar para compor a sua resposta. Esta atividade busca valorizar as manifestações comemorativas do dia 1 de maio, Dia do Trabalho. Oriente-os a entrevistar pessoas diferentes e na confecção do cartaz. Se possível, promova uma exposição das produções dos estudantes afim de valorizar o trabalho deles e a comemoração desta data. A atividade 3, mais uma vez, propõe um procedimento fundamental: a observação e leitura de imagens. Peça aos estudantes que sejam observadores e que elenquem os elementos da imagem com riqueza de detalhes antes de responderem às questões propostas. É fundamental garantir que eles troquem ideias a respeito dela. 98

Ilustração de confronto entre trabalhadores e policiais em Chicago (Estados Unidos), 1886. Gravura em madeira.

a) Descreva a imagem. Na imagem, vemos um confronto entre trabalhadores e policiais. A arma dos trabalhadores são pedras, enquanto a dos policiais são armas de fogo.

b) De acordo com o que você vê nesta imagem, como a polícia reagiu ao protesto dos trabalhadores? Espera-se que o estudante note que a polícia agiu com violência. 98


c) Você se lembra de alguma manifestação de trabalhadores no lugar onde mora ou em outro lugar do Brasil? Se sim, como foi a participação das autoridades durante esse evento? Resposta pessoal. Auxilie os estudantes a lembrar as manifestações de trabalhadores no último ano e como policiais e governantes reagiram a ela. Ressalte as diferenças entre os dois eventos, destacando as mudanças de postura e o respeito que os trabalhadores adquiriram ao longo dos anos. 4 A origem do Carnaval é bem antiga. Algo semelhante era festejado há milhares de anos

pelos gregos. a) Identifique o deus homenageado durante esses festejos. Os gregos homenageavam o deus Dioniso.

b) Explique como eram essas festas.

A festa grega tinha bebida, dança e música. A festa romana, além desses elementos, tinha desfiles com carros alegóricos.

5 Você já deve ter visto uma apresentação de trio elétrico, ao vivo, pela televisão ou pela

internet. Então: a) Faça uma lista relacionando os trabalhadores envolvidos nas apresentações de trios elétricos. Alerte os alunos que, a cada ano, essas festas marcam a tradição do lugar e alimentam uma memória da comunidade.

b) Compare sua lista com a de seus colegas e complete a sua, se for necessário. Motoristas, metalúrgicos, cantores, dançarinos, eletricistas, músicos, sonoplastas, maquiadores, seguranças, entre outros. 6 Faça uma lista das festas de que você mais gosta no caderno. Depois, com o professor

e seus colegas de classe, organize um calendário de festanças. Escolha uma festa para cada mês e utilize cartolina e os materiais que preferir para criar o calendário.

Esta questão retoma as origens do carnaval e do deus Dioniso. Incentive-os, nas duplas ou trios, a relembrarem e recontarem a história de Dioniso caso tenha sido possível lê-la para eles. estudante<fio que liga a Atividade 5> A importância do trabalho é retomada aqui em consonância com a realização do carnaval. É fundamental que os estudantes realmente apreendam a ideia de que sem os trabalhadores as festas populares não poderiam acontecer. Tratase de uma aliança indissociável. estudante Fazer o levantamento de festas populares e organizar um calendário é uma forma de valorizar o patrimônio imaterial do Brasil e fazer com que os estudantes percebam a riqueza e a diversidade cultural de nosso país. Caso tenha sido possível apresentar o site do IPHAN para os estudantes, eles podem utilizar as informações naquele momento coletas para fazer esta atividade.

7 Música, Carnaval, atuação política e trabalho eram partes entrelaçadas da vida

da compositora Chiquinha Gonzaga. Cite ao menos um episódio da vida dela que comprova essa afirmação. Espera-se que os estudantes percebam que Chiquinha Gonzada ficou conhecida após compor a música “Ô abre alas”, que se tornou um samba-enredo de uma grande escola de samba. Ser musicista naquela época não era bem aceito pela sociedade, portanto o trabalho dela também era uma forma de resistência e atuação política. 99

Avaliação formativa Ao final das atividades, espera-se que os estudantes tenham podido compartilhar suas respostas, suas dúvidas e seus aprendizados. Este momento pode ser utilizado como forma de finalizar o processo avaliativo verificando quais os pontos sobre os quais ainda restam dúvidas. Dessa forma, você poderá retomar os conteúdos que considerar pertinentes a fim de mitigar as dúvidas persistentes.

99


Orientações Converse com os estudantes sobre a origem da máscara. Informe-lhes que esse objeto tem origem na Grécia, onde era conhecido como persona. Diga-lhes que daí surgiu a palavra “personagem”. Faça a leitura das orientações da atividade cuidando para que todos compreendam o passo a passo para realizá-la a contento. É importante que você os ajude a fazer as pesquisas para que possam escolher a festividade a ser encenada, os personagens e as máscaras que devem ser produzidas.

História em ação Agora é sua vez de trabalhar e também de festejar. Escolha com seus colegas uma festividade para representar. Vocês deverão pesquisar sobre ela para poderem decidir que personagens fazer, as roupas que serão necessárias, as músicas, danças etc. Os grupos devem preparar uma apresentação em forma de peça de teatro. Os personagens de vocês usarão máscaras. Vamos lá? Mãos à obra! Durante a atividade, solicite a orientação do professor.

Confecção das máscaras Material necessário: • Bexiga

• Pincel

• Canetas hidrocor

• Jornal

• Tintas plásticas

• Tesoura sem ponta

• Cola branca

• Elástico

BRUNA FAVA

Ao longo do processo, reserve um tempo para que os estudantes possam ensaiar e, ao final, marque uma data no calendário da turma para as apresentações.

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Passo 1: Encha a bexiga até o tamanho aproximado de uma cabeça. Amarre para não esvaziar.

Passo 2: Com canetinha hidrocor, desenhe a forma da máscara que seu personagem irá usar.

Passo 3: Rasgue o jornal em pedaços pequenos.

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Passo 4: Dilua a cola em um pouco de água (se a cola estiver muito líquida não será necessário diluir). Cole os pedacinhos de jornal em cima do desenho que você fez.

Passo 5: Deixe secar. Repita o processo mais cinco vezes.

Passo 6: Depois da última secagem, estoure a bexiga.

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Avaliação formativa Criação de convites para um baile de carnaval Divida a turma em duplas e peça que imaginem um baile de Carnaval na escola. Solicite que eles preparem convites para entregar às pessoas. Explique que deverão criar o layout (projeto visual) do convite e informar local, endereço e traje, bem como criar um slogan (frase curta) para esse convite. Estimule o uso de material de desenho e pintura. Cole os convites em cartazes e exponha-os na sala. Valorize o trabalho dos estudantes, convidando a comunidade escolar para visitar a exposição.

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Passo 7: Recorte a máscara que você desenhou. Faça um furinho do lado direito e outro do lado esquerdo da máscara.

Passo 8: Pinte a máscara com as tintas e, depois que secar, coloque o elástico.

BRUNA FAVA

Passo 9: Boa diversão!

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Sobre esta unidade A unidade apresenta questões ligadas ao meio ambiente, refletindo sobre a importância de cuidar do planeta, o aumento da população, bem como sobre o desenvolvimento industrial e do consumo. Analisa também os processos de ocupação e crescimento das cidades e do campo, que reduzem o espaço da vegetação natural, desmatam florestas, causam a morte de animais silvestres e provocam a poluição da água e do ar.

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UNIDADE

Sem árvores nem plantas: que calor!

Ademais, a Unidade busca desenvolver no aluno a perspectiva de que é possível crescer sem destruir o meio ambiente. Estimula a reflexão sobre as possibilidades de criação de alternativas para cuidar do planeta, ampliando a consciência crítica das crianças.

Objetivos da unidade • Perceber os problemas pelos quais o planeta está passando. • Identificar possíveis soluções para cuidar do planeta. • Entender o problema de aumento da população e seus impactos. • Entender o processo da ocupação humana no planeta. • Conhecer as consequências do desmatamento e da poluição do ar e da água. • Refletir sobre ações sustentáveis para o planeta. Habilidades trabalhadas: EF03HI01

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Vista aérea do Pantanal (Mato Grosso do Sul). 104


CAVAN-IMAGES/SHUTTERSTOCK

Orientações Ao iniciar o estudo da Unidade, chame atenção dos estudantes para a imagem de abertura. Comente sobre a exuberância da floresta nas duas margens do rio. Incentive-os a identificar de onde é a foto. Em seguida, leia a legenda. Ao analisar a imagem com os estudantes, é possível contextualizar os principais aspectos da Floresta Nacional do Tapirapé-Aquiri. Explique que ela está localizada na serra dos Carajás, no Pará. Se possível, disponibilize um mapa e localize a região. Incentive-os a imaginar como seria viver nessa região. Onde eles acham que as pessoas trabalham, moram e do que se alimentam? Comente que a floresta faz parte do bioma Amazônico e que se encontra ameaçada devido à exploração ilegal de madeira, garimpagem de recursos minerais, bem como às atividades de caça e pesca predatórias.

Para começar... 1. O que você observa nessa fotografia? 2. Você considera importante preservar esse espaço? Por quê? 105

Tema contemporâneo O estudo sobre o tema da preservação do meio ambiente está ligado a questões contemporâneas como desmatamento, poluição, ocupação do território, crescimento das cidades. Essa discussão pode ser observada em toda a unidade.

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Ao iniciar o estudo sobre os problemas e as soluções para o planeta, divida a turma em trios. Leia o texto para os estudantes e peça que eles comentem sobre a importância de cuidar da Terra. Incentive-os a ampliar os paralelos entre o cuidado de si e o cuidado com o planeta.

1 Planeta: problemas e soluções Quando não cuidamos direito da nossa saúde nem da nossa higiene e, por exemplo, nos esquecemos de lavar as mãos antes das refeições ou bebemos água sem filtrar ou ferver, podemos ficar doentes. Com o planeta Terra acontece algo parecido: quando não cuidamos do planeta nem o respeitamos, ele “demonstra” que algo não está bem, como se estivesse doente. NELSON ANTOINE/SHUTTERSTOCK

Orientações

Comente que a cada atitude que tomamos para viver melhor e mais integrados com a natureza, nós também cuidamos do nosso mundo. Leia a legenda e peça aos estudantes que observem a imagem. Pergunte se eles já viram uma poluição do ar tão intensa e como eles imaginam que ela afeta a qualidade de vida dos moradores da cidade. Em seguida, solicite que eles leiam as perguntas das atividades e conversem sobre as respostas. Você pode pedir para um representante de cada trio ler os comentários elaborados. Anote as respostas no quadro e corrija oralmente.

Poluição do ar na cidade de São Paulo (São Paulo), vista do Pico do Jaraguá.

• Converse com seus colegas sobre as seguintes questões:

Habilidade trabalhadas:

a) O que a foto mostra?

EF03HI07

b) O que causa esse tipo de problema? c) Qual seria a solução para esse problema? d) Você observa esse tipo de problema ou outros semelhantes no lugar onde mora? Quais? 106

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Aumento da população

Orientações

MATEMÁTICA

Leia o texto sobre o aumento da população para os estudantes e peça para eles grifarem as principais informações. Solicite que a turma releia os trechos grifados.

BRUNA FAVA

Do ponto de vista histórico, o crescimento acelerado da população é recente: começou há pouco mais de 200 anos. Daquele tempo para cá, surgiram inúmeros inventos e técnicas que melhoraram a vida das pessoas, como os remédios, que ajudam a curar doenças. Com o passar dos Projeção da população mundial anos, também o número entre 1950 e 2050 de habitantes do planeta aumentou muito e vem crescendo cada vez mais! Atualmente, vivem no nosso planeta quase 8 bilhões de pessoas.

Fonte: Nações Unidas. World Population Prospects. Disponível em: <https://population.un.org>. Acesso em: 8 ago. 2021.

Reproduza o gráfico no quadro. Leia o título do gráfico e incentive-os a imaginar quais são as projeções sobre a população mundial entre 1950 e 2050. Indique quais as informações dadas no eixo horizontal, no caso, o tempo (em anos), e no eixo vertical do gráfico, no caso, o número de habitantes da população mundial (em bilhões de pessoas). Leia a pergunta e peça para os estudantes que façam as atividades. Pergunte-lhes quais foram as dificuldades que eles tiveram para responder as perguntas. Corrija as questões oralmente e anote na lousa uma versão comum a todos. <página 107 – inferior>

1 Observe o gráfico e responda às questões:

a) Qual o tema desse gráfico? A projeção da população mundial, entre 1950 e 2050.

b) Quantas pessoas vivem atualmente no mundo? Cerca de 7 bilhões de pessoas.

c) Quantas pessoas viviam no mundo em 1950? Pouco mais de 2 bilhões de pessoas.

d) Quantas pessoas viverão no mundo em 2050? De acordo com a projeção, mais de 9 bilhões de pessoas. 2 Todas as pessoas precisam de casa, comida, água e, além disso, têm muitas outras

necessidades. De onde retiramos tudo isso? Converse com seus colegas sobre essa questão. Resposta pessoal. O objetivo é levar os estudantes a refletir a respeito dos modos como utilizamos a natureza. Na conversa, eles deverão perceber que toda a matéria-prima que usamos para construir as casas, os alimentos e a água que ingerimos são recursos naturais.

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Atividade complementar Montagem e análise de gráficos A análise de gráficos é importante para o estudo e a pesquisa histórica. Portanto, o gráfico tem função didática, em especial para auxiliar a compreensão do texto. Monte um gráfico de barras com os estudantes, analisando a frequência deles nas aulas. Peça para a turma contabilizar, durante uma semana, quantos estudantes faltaram em cada dia. Com base nos dados, monte o gráfico, fazendo o seu desenho na lousa. Na coluna horizontal, indique os dias da semana. Na vertical, a quantidade de estudantes faltantes. Incentive-os a escrever um texto, analisando a frequência dos estudantes na aula. É possível repetir o exercício ao longo do mês ou do bimestre letivo, incentivando os estudantes a frequentarem as aulas. 107


Inicie a seção analisando as imagens em destaque. Antes de ler as legendas das fotografias, incentive os estudantes a descreverem seus principais aspectos e pergunte para a turma o que acham que aconteceu. Anote as informações no quadro.

Por volta de 1750, as máquinas começaram a ser utilizadas na produção de mercadorias. Formaramse, então, as indústrias, que hoje empregam milhões de trabalhadores. Nelas, a produção de bens de Ilustração de artista desconhecido mostra um trem consumo era cada vez maior. passando no viaduto de Stockport, em Londres, cerca Se, por um lado, isso trouxe um de 1845. conforto nunca antes imaginado para grande parte das pessoas, por outro, Bens de consumo: tudo o que se trouxe consequências devastadoras para a destina a satisfazer as pessoas, como alimentos, roupas e eletrodomésticos. natureza. Observe as fotos a seguir, leia as legendas e faça a atividade proposta. ANDRE DIB/PULSAR IMAGENS

Peça então aos estudantes que leiam o texto com bastante atenção.

Na era das máquinas

THE PRINT COLLECTOR / ALAMY STOCK PHOTO/FOTOARENA

De olho no tempo

Orientações

Incêndio provocado no Parque Nacional Grande Sertão Veredas. Cocos (Bahia), 2020. 108

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ALEX TAUBER/PULSAR IMAGENS

RAFAEL FELIX/PULSAR IMAGENS

Orientações Divida a turma em três grupos e peça para cada grupo descrever uma das imagens. Leia as legendas para a turma. Pergunte aos estudantes se eles já viram alguma dessas situações representadas, como o esgoto despejado em córregos, indústrias poluentes ou lixões a céu aberto. Leia a questão para os estudantes, peça para a turma conversar sobre o tema e responda a atividade. Habilidade trabalhadas: EF03HI01

Descarte irregular de lixo e de esgoto doméstico em córrego na cidade de São Paulo (São Paulo), 2021.

Usina de cana-de-açúcar com chaminé soltando fumaça. Leme (São Paulo), 2018.

LEO CALDAS/PULSAR IMAGENS

Oriente o grupo na leitura das imagens, integrando conhecimentos de Geografia e Ciências. O objetivo é demonstrar que a interferência humana nos ambientes aumentou significativamente a partir da Revolução Industrial. Por um lado, agravou-se a exploração dos recursos naturais e, por outro, foram sendo devolvidos à natureza poluentes sólidos, líquidos e gasosos. Ao longo da Unidade, serão trabalhados temas como desmatamento, poluição, uso da água, produção e destino do lixo.

Depósito de lixo doméstico a céu aberto nas imediações da praia de Galinhos. Galinhos (Rio Grande do Norte), 2021.

• Com base nas imagens que você observou, explique como o planeta Terra passou a ter graves problemas ambientais.

Avaliação Utilize a atividade para verificar o processo de aprendizagem dos estudantes sobre as questões ambientais enfrentadas pelo planeta. Caso julgue interessante, permita ao aluno que releia o material já estudado. Peça que eles escrevam individualmente as respostas. Essa pode ser uma boa oportunidade para avaliar o quanto os estudantes conseguem expressar dos novos conhecimentos adquiridos. Caso identifique dificuldades por parte de alguma criança, busque meios para que elas sejam superadas e descubra novos caminhos que facilitem a aprendizagem.

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Atividade sugerida Análise de notícias de jornal Leve um jornal diário ou qualquer outra publicação periódica (revista semanal ou mensal) para a sala de aula. Divida a turma em grupos de quatro estudantes. Mostre a eles as diversas seções do jornal, como política, economia, cultura, internacional e meio ambiente. Solicite que cada grupo escolha uma notícia de jornal ou de revista que fale sobre questões ambientais para apresentar para toda a turma. Peça que eles colem a reportagem em uma cartolina e indiquem a data da reportagem e o autor. Marque uma data para a apresentação de cada grupo. Coloque as notícias no mural da sala. Dessa forma, será possível acompanhar e discutir as questões ambientais mais importantes do ano com base no trabalho realizado pelos estudantes. 109


Orientações

Retirada da vegetação

Ao iniciar os estudos sobre a retirada da vegetação de uma região, converse com os estudantes a respeito do assunto e pergunte se eles já viram alguma área desmatada. Caso tenham visto, estimule-os a dizer onde e quando foi o registro. Anote no quadro o que eles disseram.

Há cerca de dez mil anos, os seres humanos passaram a praticar a agricultura, o que significava tirar a vegetação natural e plantar outros vegetais com o objetivo de consumi-los. Entretanto, as transformações nunca foram tão aceleradas como nos últimos tempos. Atualmente, se todas as terras do mundo fossem divididas em quatro partes, três delas estariam modificadas pelos seres humanos. Grande parte dessa interferência ocorre para a produção de alimentos e a construção de cidades. Por conta disso, campos e florestas naturais são destruídos, o que provoca várias consequências negativas, como a extinção de plantas e animais e o aumento da poluição. ANDRE DIB/PULSAR IMAGENS

Após a conversa inicial, leia o texto com a turma, destacando os principais motivos para o desmatamento. Incentive a realização da atividade, comentando as respostas dadas pelos estudantes. Valorize as conexões que eles fizerem entre o gráfico apresentado e o gráfico de barras estudado anteriormente. Habilidade trabalhadas: EF03HI01

Vista da floresta amazônica sendo desmatada para ampliação de área e trecho com soja plantada. Itapuã do Oeste (Rondônia), 2019.

• O texto diz que se todas as terras do

mundo fossem divididas hoje em quatro partes, três delas estariam modificadas pelos seres humanos. Complete o gráfico a seguir, colorindo a quantidade de partes modificadas pelos seres humanos.

110

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MATEMÁTICA


Orientações

É possível produzir alimentos para toda a população do planeta sem destruir a vegetação? Mais do que isso, o que fazer com as áreas que já foram destruídas pela ação dos seres humanos? Há muitas maneiras de produzir alimentos e gerar riquezas para a população e o país sem destruir a natureza. Um exemplo disso ocorre em algumas áreas do sul da Bahia, que, ao invés de destruir a vegetação nativa, plantam cacau em meio à mata, obtendo inclusive melhores resultados na colheita. Além de conservar a floresta e gerar renda, esse tipo de cultivo dispensa o uso de agrotóxicos, que são produtos químicos que trazem vários prejuízos para a natureza e para nossa saúde. Veja, na imagem, um exemplo de ocupação urbana mais preocupada com a preservação ambiental.

Inicie os estudos, perguntando se os estudantes já ouviram falar da cidade retratada na imagem. Peça que eles comentem sobre ela. Na sequência, leia o texto para a turma e solicite que eles observem a fotografia e leiam a legenda.

RUBENS CHAVES/PULSAR IMAGENS

Crescer sem destruir

Destaque a experiência da plantação de cacau da Bahia. Pergunte se os estudantes conhecem outras formas de convivência entre as demandas da sociedade humana e o convívio com a natureza. Caso a escola possua sala de informática ou biblioteca, marque um dia para a turma fazer as suas pesquisas. Procure incentivar ao máximo os estudantes a expressarem seus conhecimentos durante suas reuniões e no momento de escrever o texto coletivo. Habilidade trabalhadas: EF03HI01

Vista do parque Getúlio Vargas, também conhecido como Parque dos Macaquinhos. Caxias do Sul (Rio Grande do Sul), 2018.

• Você já ouviu falar em energia limpa? Em grupo, façam uma pesquisa sobre o

assunto em livros, jornais, revistas, na internet ou converse com adultos. Depois, escrevam um pequeno texto coletivo com as informações que obtiverem.

Energia limpa é aquela que, tanto para ser produzida como para ser consumida, causa menos impactos negativos ao meio ambiente. São exemplos de energia limpa a energia solar e a eólica. 111

Para o professor MESQUITA, Rodrigo Alcantara. Legislação ambiental brasileira: uma abordagem descomplicada. São Paulo: Quileditora, 2012. O autor é professor de legislação ambiental, além de ser bacharel em Direito e engenheiro agrônomo. A leitura do livro permite ampliar a compreensão sobre a legislação ambiental, assim como suas causas e consequências no ordenamento jurídico brasileiro. Com base nessa análise, é possível entender melhor as consequências ambientais que podem advir do não cumprimento da legislação.

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De olho no tempo

Orientações

A floresta da Tijuca Observe a foto a seguir. Ela retrata a floresta da Tijuca, na cidade do Rio de Janeiro, em 2010. BERNARD BARROSO/SHUTTERSTOCK

Ao iniciar o estudo sobre a recuperação da floresta da Tijuca, pergunte aos estudantes se eles conhecem a cidade do Rio de Janeiro e o Parque Nacional. Valorize as vivências dos estudantes e incentive a troca de conhecimento entre eles. Peça que eles descrevam brevemente suas experiências e anote no quadro. Selecione ao menos dois estudantes para lerem o texto em voz alta para a turma. Comente sobre a beleza da imagem e a localização do Parque Nacional da Tijuca. Caso seja possível, leve um mapa político do Brasil para localizar a cidade do Rio de Janeiro para os estudantes. Habilidade trabalhadas: EF03HI01

Pedra da Gávea, no Parque Nacional da Tijuca, Rio de Janeiro (Rio de Janeiro).

Olhando para essa fotografia, você diria que algum dia a mata desse local foi destruída e depois recuperada? Pois acredite! Apesar de todos os problemas que temos visto até agora, existem muitas possibilidades de reparar o que foi destruído. Em 2012, a floresta recebeu o título de Patrimônio da Humanidade e Reserva de Biosfera, atribuído pela Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (Unesco). 112

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Orientações

Leia o texto a seguir e responda às questões:

Solicite aos estudantes que leiam o texto e grifem as partes que consideram mais interessantes. Peça para eles descreverem o assunto ao qual o texto se refere. Estimule a troca de experiência e de informação entre os estudantes.

Plantada no meio da cidade do Rio de Janeiro se encontra a maior floresta urbana do mundo, a floresta da Tijuca, primeira grande restauração florestal do Brasil. Primitivamente, toda a região era ocupada por densa cobertura de Mata Atlântica. Tal floresta foi quase inteiramente substituída, em razão da retirada de madeira de construção para o Rio, lenha e carvão para consumo de numerosos engenhos de cana-de-açúcar, olarias e fins domésticos, bem como da expansão da lavoura cafeeira em quase toda a área. Já em 1658 se falava na defesa das florestas para a proteção dos mananciais, havendo representações populares contra “intrusos e moradores que loteavam as terras e tornavam impuras as águas”. Em 1844, após uma grande seca, o ministro Almeida Torres propôs as desapropriações e os plantios das áreas para salvar os mananciais do Rio. Em 1862, foi nomeado o major Manuel Gomes Archer para tomar conta da área, inicialmente, com a mão de obra de Restauração: restituição das seis escravos [...], um menino de doze anos, características originais de uma vegetação que foi destruída. uma mulher e quatro homens com mais de Mananciais: nascentes, fontes cinquenta anos. Em dez anos, plantaram 76.394 de água. árvores. A partir daí, a natureza restaurou-se e Desapropriações: ato do hoje temos o Parque Nacional da Tijuca quase governo de tomar para si uma totalmente florestal, com uma flora rica e propriedade particular. diversificada com espécies nativas e exóticas. Espécies nativas: espécies Almanaque Brasil Socioambiental. São Paulo: ISA, 2008. p. 290.

Se achar oportuno, explore o texto integrando os conhecimentos de Geografia e de Ciências. Certifique-se de que os estudantes tenham entendido o significado de todas as palavras e expressões do glossário. Leia as perguntas para os estudantes e peça que eles respondam individualmente. Corrija as questões oralmente e anote as respostas no quadro. Habilidade trabalhadas:

animais e vegetais que são originalmente do lugar. Espécies exóticas: espécies animais e vegetais que não são originalmente do lugar.

EF03HI01

1. Por quais motivos a floresta da Tijuca foi quase inteiramente destruída na época da construção da cidade do Rio de Janeiro?

Corte de madeira para construção, lenha e carvão para os engenhos, olarias e residências, além da expansão do cultivo de café.

2. Quando a floresta da Tijuca começou a ser replantada? Isso faz muito tempo? Explique sua resposta.

Em 1862, ou seja, há mais de 150 anos. Os estudantes devem perceber a importância de conservar a natureza, visto que para restaurá-la são necessários altos investimentos, tanto de tempo como de recursos.

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Atividade complementar Plantio de mudas na sala de aula Incentive os estudantes a fazerem pesquisas sobre quais os tipos de planta mais adequados ao ambiente da sala de aula. Faça-os verificar se bate sol na sala, qual o período da luz solar, locais de maior ventilação e de sombra. É provável que plantas como samambaias ou suculentas (que retêm água nas folhas, no caule e na raiz) sejam mais fáceis de cultivar e manter. Uma vez escolhidas as melhores plantas para a sala, verifique com os estudantes estratégias para a doação das mudas. É possível fazer contato com a comunidade escolar e verificar quem poderia doar algumas mudas. Escolham lugares apropriados para as plantas e estabeleçam grupos de estudantes que, em turnos, ficam responsáveis pelo cuidado, como regar ou tirar as folhas velhas. 113


Ao iniciar os estudos sobre poluição do ar, pergunte aos estudantes se eles acham que o ar que respiram é poluído. Solicite-lhes que descrevam o lugar mais poluído que eles já conheceram e o lugar mais limpo. Anote as observações no quadro. Leia o texto com eles e destaque as diferentes formas de poluição do ar nas cidades, como o escapamento dos carros, dos ônibus, dos caminhões e a fumaça das indústrias.

2 A poluição do ar Falamos de desmatamento, mas é preciso falar de outras causas de destruição da natureza. Com a industrialização e o aumento do número de automóveis, a poluição do ar se tornou um problema grave para o meio ambiente. Isso porque os automóveis e as indústrias liberam gás carbônico, que sai dos escapamentos e das chaminés das fábricas. O gás carbônico também é produzido pelas queimadas de plantações e incêndios de florestas. O aumento desse gás na atmosfera diminui a qualidade do ar, principalmente nas grandes cidades, trazendo várias consequências ruins, como doenças respiratórias e de pele. Além disso, por meio da chuva, o gás carbônico da atmosfera acaba poluindo a água e o solo. HUMPHERY/SHUTTERSTOCK

Orientações

Nas grandes cidades do mundo todo, a qualidade do ar vem sendo prejudicada pela grande concentração de indústrias e a excessiva quantidade de carros nas ruas. Nessa fotografia podemos ver o nevoeiro severo e a neblina de poluição na cidade de Jiujiang, na China. A usinas de energia são as maiores emissoras de poluentes, e suas chaminés ficam ao longo do rio Yangtze. 114

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ADRIANO KIRIHARA/PULSAR IMAGENS

No campo também há poluição do ar, apesar de as consequências não serem sempre tão evidentes. Em vários países, as queimadas são usadas para “limpar” os restos das plantações depois das colheitas. E também para eliminar as sobras de raízes de árvores, onde uma floresta foi desmatada para dar lugar a campos para plantações ou pastagens. Na fotofogo em mata de cerrado em Uberlândia (Minas Gerais), 2021.

A cada ano o ar do planeta está mais sujo, quente e carregado de doenças. Estudos revelam que entre os anos de 2000 e 2016, mais de 30 milhões de chineses morreram por doenças desencadeadas pela poluição do ar. A quantidade de incêndios florestais nos Estados Unidos vem aumentando anualmente, entre outros casos. O Brasil, apesar de suas florestas, também sofre com a poluição do ar, devido aos resíduos produzidos pela indústria, pelo transporte e pelas queimadas. 1 Você sabe identificar como é a qualidade do ar do lugar onde mora?

Para descobrir, pode fazer um experimento. Veja: • Coloque um pano branco em um espaço aberto que você frequenta, pode ser ao lado da porta de casa, na janela do quarto etc. • Deixe o pano nesse lugar durante uma semana, sem mexer.

Orientações Incentive os estudantes a observarem as imagens e buscarem as diferenças entre elas. Leia a legenda e explique sobre a fumaça produzida tanto pelo escapamento dos carros queimando combustível na cidade, como pelas queimadas que destroem a mata no campo. Comente que, além de poluir o ar, as queimadas prejudicam o solo, que pode ficar mais fértil num primeiro momento, mas ao longo dos anos pode até mesmo se tornar estéril. As queimadas também podem provocar incêndios nas matas próximas às plantações. Essa observação é importante principalmente no campo, onde a prática ainda é comum, e talvez seja até vivenciada pelas famílias dos estudantes. Habilidades trabalhadas: EF03HI01

EF03HI11

• Traga o pano e compare a cor dele com a cor do pano dos colegas. Quanto mais sujo estiver o pano, mais poluído é o ar. a) Com base no experimento, o que você concluiu sobre a qualidade do ar onde mora? Resposta pessoal.

b) Na sua opinião, o que contribui para essa qualidade do ar? Resposta pessoal.

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Atividade complementar Verificando a poluição do ar Converse com os estudantes sobre a poluição no lugar em que moram. Incentive-os a tentar descobrir quais os locais mais poluídos. Para tanto, sugira que os estudantes espalhem panos brancos em espaços abertos nos locais onde eles acham que o ar é poluído. Após uma semana, peça que recolham os panos e analisem as suas cores. É provável que nos lugares mais poluídos os panos estejam mais sujos de poeira ou de fuligem.

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De olho no tempo

Orientações Ao iniciar a seção, explique aos estudantes que, ao longo do tempo, foram muitos os processos que levaram os governos a se preocuparem com o meio ambiente. Trace uma linha cronológica no quadro e destaque as datas: 1972, 1977, 1987, 1992, 1997, 2000, 2002, 2010, 2012.

Ações para cuidar do planeta A preocupação com o meio ambiente levou governos de vários países e muitas Organizações Não Governamentais (ONGs) a criar ações e emitir documentos cujo objetivo é cuidar do futuro do nosso planeta. Conheça algumas dessas ações. 1972 – Ocorreu em Estocolmo, capital da Suécia, a Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente Humano. Pela primeira vez na história, pessoas de várias partes do mundo se reuniram para discutir como o desenvolvimento das sociedades afeta o meio ambiente. Como resultado, foi criado o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma).

Leia o início do texto e selecione alguns estudantes para continuarem a leitura.

1977 – A Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) definiu a educação ambiental como um processo contínuo. Isso significa que pessoas e comunidades devem conhecer seu ambiente para agir e resolver os problemas nele causados.

1987 – Publicação do relatório Nosso futuro comum, das Nações Unidas (ONU), que destaca o desenvolvimento sustentável como forma de atender às necessidades do presente sem comprometer as necessidades das gerações futuras.

1992 – Foi realizada, no Rio de Janeiro, a Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento. Nesse encontro surge a Agenda 21, um programa de ação para que todos os países possam adotar o desenvolvimento sustentável e utilizar os recursos naturais de forma equilibrada.

1997 – Foi assinado o Protocolo de Kyoto, no Japão. Nele, os países concordaram em reduzir a emissão de gases poluentes até 2012. Um único país se recusou a assiná-lo: os Estados Unidos. O Protocolo de Kyoto se tornou símbolo da luta contra as mudanças do clima no planeta.

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Orientações

2000 – Na Cúpula do Milênio, evento realizado em Nova York, nos Estados Unidos, governantes de 191 países aprovaram 8 metas para o milênio, entre elas garantir qualidade de vida e o respeito ao meio ambiente.

Solicite aos estudantes que releiam as informações referentes a cada ano. Procure incentivá-los a resumir cada uma das informações. Certifique-se de que resumiram corretamente as informações e anote-as no quadro.

2002 – A Cúpula Mundial sobre o Desenvolvimento Sustentável, em Johannesburgo, na África do Sul, também chamada de Rio+10, reuniu participantes de 191 países, que estabeleceram princípios visando a conservação do meio ambiente.

Acompanhe os estudantes na pesquisa a ser realizada. Informe-os que, nos últimos anos houve uma mudança no calendário da Conferência das Partes em virtude da pandemia de Covid-19. Você pode, inclusive, instruí-los a pesquisar sobre esse acontecimento e avaliar os impactos que ele teve no ambienta tanto durante a fase de isolamento social (em que a poluição do ar diminuiu drasticamente) quanto devido ao descarte maciço de máscaras de proteção.

2010 – Em Cancun, no México, ocorreu a 16a Conferência das Partes (COP-16), organizada pelas Nações Unidas. Nessa conferência, as ações previstas no Protocolo de Kyoto foram adiadas. Como forma de reparação, os países ricos se comprometeram a doar até 100 bilhões de dólares por ano até 2020, criando um Fundo Verde. A ideia é combater o desmatamento e preservar as florestas dos países menos desenvolvidos.

2012 – Foi realizada a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20, na cidade do Rio de Janeiro. O objetivo era renovar o compromisso político feito nessa mesma cidade, em 1992. Foram discutidos caminhos para promover o desenvolvimento sustentável e erradicar a pobreza no mundo. • Com os colegas, pesquise informações sobre a Conferência das Partes (COP) mais recente. Procurem descobrir: • onde ocorreu; • quando foi; • quais países participaram; • quais decisões foram tomadas. Depois, em sala de aula, debatam sobre o quanto essas decisões podem ser benéficas para a população mundial.

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Leia a pergunta da atividade para os estudantes, esclareça as dúvidas e peça que eles respondam a questão individualmente.

Juntar saberes 1 Você escreve a lápis e pinta com lápis de cor. Você também escreve no caderno que é

feito de papel. De que material são feitos esses objetos tão comuns no seu dia a dia? Os lápis e os papéis usados na escola são produzidos a partir da madeira.

Leia a pergunta da atividade para os estudantes. Em seguida, desafie-os a analisarem sozinhos a imagem. Incentiveos a conversar sobre a vida dos ribeirinhos e trocar experiências, caso já tenham vivido situações parecidas. Peça que os estudantes elaborem a resposta individualmente.

gerará riqueza ou emprego. No entanto, as populações que dependem daquele espaço para viver são prejudicadas pelo desmatamento. Observe a foto a seguir, leia a legenda e responda a questão.

• Caso a floresta localizada ao redor das populações ribeirinhas seja destruída, quais serão as consequências para essa comunidade?

Habilidades trabalhadas:

Leia a questão para os estudantes e converse com eles sobre a ilustração. A intenção aqui é incentivá-los a comentar quais atitudes estão representadas na imagem e quais eles imaginam que poderiam ser incluídas. Peça aos que escrevam individualmente.

estudantes a resposta

Comunidade ribeirinha na margem do Rio Moa.

Sem a floresta, os moradores não poderão mais coletar frutos Mâncio Lima (Acre), 2021. e outros recursos da mata. Além disso, o rio provavelmente será afetado pela erosão, prejudicando os peixes e outros seres vivos que nele vivem. 3 O uso de combustíveis, como a gasolina e o diesel, é um dos grandes responsáveis

EF03HI01

pela emissão de gases que provocam a poluição do ar. Observe a ilustração a seguir. Escreva duas atitudes que provocam essa alteração no meio ambiente e quatro atitudes que contribuem para diminuir a poluição. RONALDO BARATA/QUANTA ESTÚDIO

EF03HI08

ANDRE DIB/PULSAR IMAGENS

2 Muitas vezes, diz-se que a área desmatada

A circulação de carros e ônibus que usam combustíveis como gasolina e diesel provoca o aumento da poluição do ar, devido à emissão de gases na atmosfera. Algumas atitudes que ajudam a diminuir os impactos gerados pelas emissões de gases poluentes: caminhar ou usar a bicicleta em vez de veículos, quando for possível; dar ou pegar carona com pessoas conhecidas a fim de diminuir a quantidade de veículos que circulam na cidade; usar transportes coletivos, que comportam maior quantidade de pessoas do que os veículos particulares. 118

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2 Faça uma avaliação das atitudes da sua família em relação ao meio ambiente.

Leia as frases a seguir e responda “sempre”, “às vezes” ou “nunca” em cada uma delas. Depois, marque os pontos, de acordo com este quadro: • Sempre = 3 pontos

• Às vezes = 2 pontos

MATEMÁTICA

• Nunca = 0 ponto

Some os pontos para obter o resultado e veja se vocês podem melhorar suas atitudes. 1. Evita usar o carro para percorrer distâncias pequenas, como ir à padaria ou à farmácia perto de casa. 2. Faz uso de bicicleta, transporte público ou anda a pé sempre que possível. 3. Utiliza carro movido a álcool, no lugar de movido a gasolina ou diesel. 4. Dá e pega carona. 5. Faz manutenção periódica no carro, trocando o óleo e os filtros nos prazos indicados, reduzindo a emissão de gás carbônico. 6. Utiliza o automóvel somente quando não é possível usar outro meio de transporte.

Resultados da avaliação De 14 a 18 pontos: Parabéns! Seus familiares têm preocupação com o meio ambiente e tomam atitudes para melhorá-lo. De 8 a 13 pontos: Sua família tem consciência de que vocês podem fazer algo para evitar tanta poluição, mas, se tomarem um pouco mais de cuidado, com certeza conseguirão ajudar ainda mais. De 0 a 7 pontos: Releia o capítulo que acabou de estudar e converse com seus parentes sobre o que vocês poderiam fazer para ajudar a diminuir a poluição do ar. Todos devem contribuir! 119

Avaliação formativa Utilize as atividades para verificar o processo de aprendizagem dos estudantes e suas capacidades de interpretação e análise de imagem. Solicite que eles apresentem respostas completas, valorizando a formação de ideias de suas habilidades de expressão escrita. E observe se eles se aproximaram do que é esperado em sua aprendizagem.

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Sobre esta unidade

UNIDADE

A Unidade tem como ponto de partida a água enquanto recurso natural finito. A proposta é aprofundar essa importante temática ambiental por meio de questões ligadas à preservação das águas e o correto descarte dos resíduos – popularmente chamados de lixo, possibilitando a reflexão sobre a utilização dos recursos naturais e a crescente geração de resíduos.

Água: conservar para não faltar!

O principal objetivo é que o estudante tenha a possibilidade de compreender a importância que tudo o que consumimos envolve a utilização de água e a geração de resíduos, sendo, por isso, importante que tenhamos atitudes mais responsáveis em relação ao consumo. Partindo do entendimento de que a forma como gerimos os recursos naturais foi construída socialmente, a Unidade aborda alguns dos sujeitos e o papel que desempenham em relação a esses recursos. A temática ambiental é interdisciplinar por natureza e, por conta disso, a Unidade proporciona estudo integrado com Ciências, Matemática, Geografia e outras áreas do conhecimento.

Lixo na água da Praia de Tubiacanga na Ilha do Governador. Rio de Janeiro (Rio de Janeiro), 2020. 120

Objetivos da unidade • • • • •

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Identificar atitudes sustentáveis em relação ao consumo da água. Perceber-se como sujeito responsável pelos recursos naturais. Identificar ações humanas que transformam as paisagens naturais. Perceber a relação entre consumo e degradação ambiental. Identificar a coleta seletiva como uma atividade socioeconômica que contribui para a limpeza e preservação do ambiente. Habilidades trabalhadas: E F 0 3 H I 0 2 E F 0 3 H I 0 7


CHICO FERREIRA/PULSAR IMAGENS

Orientações A imagem foi escolhida para estimular o interesse do estudante pelo tema da Unidade, a poluição das águas e a excessiva produção de resíduos. Aproveite e estimule uma reflexão sobre o papel ativo que todos nós precisamos assumir frente aos desafios ambientais; para isso, é preciso fazer o uso consciente e racional dos recursos naturais. O objetivo é contribuir para que o grupo repense a forma predatória como temos nos relacionados com o ambiente. Espera-se que os alunos respondam que a praia está muito suja e poluída e que mencionem que ela não é própria para as atividades que costumeiramente realizamos no litoral.

Para começar...

Os alunos podem mencionar ou inferir ações como: retirada do lixo, atitudes para que esgotos não sejam lançados na praia, ações para que o lixo de outros locais não seja encaminhado à praia, entre outras.

As três atividades propostas nesta página visam tanto sondar a experiência pessoal dos estudantes quanto aproximar o tema desta unidade à realidade dele.

1. Como está a praia desta fotografia?

Espera-se que os alunos se recordem de praias, rios, lagos, córregos com os quais se relacionam cotidianamente.

2. O que poderia ser feito para que a praia não estivesse nessa condição? 3. No lugar onde você mora há praias ou rios em condições parecidas com as da praia desta fotografia? 121

Comente com eles que em algumas cidades, córregos e rios estão encanados, dificultando que as pessoas se recordem de sua existência.

Proposta pedagógica

Pré-requisitos

Nesta unidade temos dois temas centrais, o primeiro é o uso consciente da água, um recurso natural finito. E o segundo tema, é a importância do correto descarte dos resíduos. Ao refletir sobre esses temas buscamos contribuir com a formação cidadã dos estudantes, e proporcionar oportunidades de amadurecimento socioambiental que serão aprofundadas ao longo do percurso escolar.

• Compreender que a água é um recurso natural finito. • Identificar que a excessiva produção de resíduos é causa problemas ambientais. • Mostrar disponibilidade e empatia para refletir sobre temas ambientais. • Demonstrar curiosidade e iniciativa para dialogar, expressar opiniões e compartilhar histórias.

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Após a leitura do texto e observação da fotografia, espera-se que os alunos entendam que a quantidade de água disponível não é igual à qualidade de água própria para o consumo, bem como o fato de que existe desigualdade na distribuição da água para consumo. A proposta é que reflitam sobre a escassez desse recurso natural.

1 A questão da água A maior parte do planeta Terra (cerca de 70% da superfície) é coberta por água, mas apenas uma pequena porção dessa água é apropriada para o consumo humano. A maior parte (97,5%) da água do planeta é salgada ou está congelada (geleiras). Além disso, a água doce é distribuída de forma irregular pelo planeta. Veja o caso do Brasil. Quase 12% de toda a água doce disponível no mundo está no Brasil. Mas, enquanto em algumas regiões ela é abundante, como na Amazônia, em outras ocorrem períodos de seca, como no Sertão. CESAR DINIZ/PULSAR IMAGENS

Orientações

No comentário final da página, os alunos devem dizer se existem problemas frequentes no lugar onde moram: Há falta de água? Há racionamento? Habilidade

trabalhada:

EF03HI07

Vista de leito de rio seco em período de estiagem sob Rodovia Transpantaneira e vegetação atingida por incêndio florestal no pantanal. Poconé (Mato Grosso), 2020.

• A situação mostrada na fotografia também ocorre no lugar onde você mora? Comente.

Observe se os estudantes identificam, em sua realidade, o problema da escassez de água para o consumo humano. 122

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Água doce

Orientações

A água doce pode ser encontrada na superfície da Terra e também embaixo dela. Na superfície, ela aparece em lagos, lagoas, represas e, principalmente, rios. Toda essa água é utilizada para inúmeras atividades humanas.

Antes da realização da pesquisa, converse com os estudantes a fim de verificar o conhecimento que possuem a respeito do tema.

• Pesquise em revistas, em jornais e na internet atividades nas quais utilizamos a água doce. Recorte ou reproduza quatro dessas situações e cole nos espaços a seguir.

Para a realização da atividade, as imagens podem ser pesquisadas em revistas, jornais e na internet, podendo ser depois impressas e coladas. Caso não seja possível, uma alternativa é pesquisar e pedir para os alunos desenharem (ou realizarem a atividade apenas desenhando as situações mencionadas por eles). As imagens podem retratar os diversos tipos de uso da água: uso doméstico, na indústria, na higiene pessoal, na limpeza, na geração de energia, entre outros.

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Como economizar

O texto apresenta situações nas quais se gasta muita água (produção de bens de consumo e geração de energia elétrica). Essas, no entanto, são situações em que não percebemos esse gasto como fazemos com relação à água que despendemos em nossas atividades domésticas.

Sabendo que no planeta Terra vivem mais de cerca de 8 bilhões de pessoas, que a água potável disponível é limitada e que esse recurso é fundamental para todos os seres vivos, não resta dúvida: precisamos nos preocupar com essa situação e mudar algumas atitudes! Pense nas sugestões dos quadrinhos abaixo.

Explore o conteúdo das duas sugestões com os alunos, de forma que eles percebam que existe uma ampla gama de atitudes que podemos tomar para economia de água, lembrando que há ações individuais e coletivas.

Reduza o consumo. Toda vez que você consome qualquer produto, está contribuindo para o aumento do uso de água, pois para toda produção é necessária água limpa. Então, peça a seus familiares que comprem apenas os produtos de que vocês precisam. Esse é o princípio do consumo consciente!

Para a realização das atividades, solicite aos alunos que se organizem em duplas e elenquem sugestões para economizar água.

Diminua o uso da energia elétrica. A água é fundamental para a geração da energia elétrica que você usa para acender a luz, ligar o computador, a televisão, o rádio, o videogame... Então, ligue os aparelhos apenas quando for usar.

Espera-se que os alunos listem situações como: reduzir o tempo de banho, não lavar carros e calçadas utilizando mangueira, fechar a torneira enquanto escovar os dentes e passar o sabão no corpo. Caso necessário, complemente lembrando as ações de redução de consumo de energia elétrica.

• Converse com um colega e encontrem outras mudanças de atitude para

economizar água. Depois, compartilhe as principais conclusões com os colegas.

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Para o professor Todos os produtos que consumimos, os alimentos e os bens de consumo, gastam água em sua produção. Essa quantidade de água é denominada “água virtual”, já que é a água que não percebemos que gastamos para atender às nossas necessidades. As atividades com “água virtual” propiciam a compreensão de que sempre gastamos tal recurso natural, principalmente quando compramos coisas desnecessárias e quando desperdiçamos comidas e produtos. Por isso, ao adotarmos uma postura consciente em relação ao consumo, também economizamos esse bem precioso.

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ULISSES FIGUEIREDO/YAN

Orientações


Como reaproveitar

Orientações

Atitudes para economizar água são muito importantes. Mas há outras medidas que também podem ser adotadas para cuidar da água. Uma delas é reutilizar. Veja alguns exemplos:

Converse com os estudantes sobre as situações descritas no texto, questionando-os se já conheciam algumas delas ou se já praticam atitudes como as que foram citadas.

ULISSES FIGUEIREDO/YAN

• a água do enxágue da máquina de lavar roupas pode ser usada para lavar o quintal ou os banheiros; • a água das chuvas pode ser usada nas indústrias, para a fabricação de produtos; nas moradias, para regar jardins; e nos espaços públicos, para lavar ruas, praças e outros lugares; • em um dia frio, coloque um balde para recolher a água do chuveiro enquanto ele esquenta, assim você pode usar a água limpa para outra atividade; • a água usada no cozimento dos alimentos tem bastante nutrientes, na maioria das vezes ela pode ser reutilizada para fazer sopa ou regar plantas.

Faça uma correção coletiva dessa questão para que toda a classe possa ter acesso às respostas. Registre na lousa as possibilidades de reaproveitamento da água que surgirem durante a correção. Estabeleça com a classe alguns combinados relacionados ao assunto reaproveitamento e economia de água para serem colocados em prática no dia a dia.

• Em sua casa, você e sua família costumam reaproveitar a água? Como? Caso não façam isso, quais atitudes poderiam tomar para reaproveitar a água?

HI

IA

STÓR

Filme

• Kiriku e a feiticeira. Direção de Michel Ocelot. França, Bélgica e Luxemburgo: France 3 Cinéma (e outros), 2000 (71 min). A animação conta a história de Kiriku, um menino muito corajoso que enfrenta uma feiticeira e recupera a fonte de água que abastece a sua aldeia. 125

Atividade complementar Para que as crianças ampliem o conhecimento sobre formas de aproveitar água, solicite que pesquisem sobre o assunto. A pesquisa pode ser realizada via internet junto com os pais/responsáveis, ou mesmo oralmente, pedindo aos adultos informações sobre reaproveitamento. A turma pode ser organizada de forma a fazer perguntas para familiares, funcionários da escola, responsáveis por condomínios e até mesmo para pessoas que cuidam de espaços públicos, sendo que a atividade pode ser adaptada ao contexto da comunidade escolar. Peça aos alunos que registrem as informações obtidas e façam uma lista da sala.

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Como tratar

A leitura do texto deve possibilitar que os alunos compreendam que o esgoto precisa de tratamento e que, caso não haja, é necessário tomar medidas para que os dejetos não contaminem rios, mares, lagos e mananciais. Para tanto, é importante conversar com os alunos a fim de verificar se compreendem as diferentes situações tratadas no texto. Esse tema pode ser integrado com Ciências.

Além da redução e da reutilização da água, outra atitude necessária é tratar a água utilizada. No Brasil, a maior parte de todo o esgoto produzido não é tratado e vai direto para rios e mares, poluindo suas águas. Existem diversos tipos de tratamento de esgoto. Nos grandes centros urbanos, há estações de tratamento que purificam a água em um longo processo com várias etapas. No campo é muito comum o uso de fossa séptica, um jeito simples e barato de tratar o esgoto, ou seja, de separar a sujeira da água. As estações de tratamento, porém, são mais eficientes. ADRIANO KIRIHARA/PULSAR IMAGENS

Orientações

Esta é uma oportunidade para a realização de um trabalho de campo: organize uma visita a alguma estação de tratamento de esgoto da cidade ou apresente o funcionamento das fossas sépticas. Sugira aos alunos que conversem com seus familiares sobre o tema ou auxilie-os na pesquisa.

ULISSES FIGUEIREDO/YAN

Vista de estação de tratamento de água e esgoto em Presidente Prudente (São Paulo), 2020.

Nesta ilustração, você pode observar como funciona uma fossa séptica, as diferentes etapas do tratamento do esgoto.

• Você sabe qual é o processo de tratamento da água no local onde mora? Quais são as etapas contidas nesse processo?

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De olho no tempo

Orientações Pode-se pesquisar, com os alunos ou até mesmo previamente, sobre o tratamento de esgoto da localidade onde a escola está situada. Comente com eles que, no Brasil, o esgoto gerado por quase metade (45%) da população brasileira não recebe nenhum tipo de tratamento, o que causa contaminação de rios, mares, lagos e mananciais.

A oferta de água no tempo FUNDAÇÃO BIBLIOTECA NACIONAL, RJ

Observe as imagens a seguir e leia as legendas.

ROGÉRIO REIS/PULSAR IMAGENS

Carregadores de água, de Johann Moritz Rugendas, 1835. Durante muito tempo, no Brasil, os africanos escravizados foram os principais responsáveis por carregar a água das fontes até as residência de seu senhores.

Ainda hoje muitas pessoas não têm água encanada na moradia e são obrigadas a recorrer a outros tipos de fornecimento. A foto, a população recebe água de caminhão-pipa da Companhia Pernambucana de Saneamento. São José do Egito (Pernambuco), 2013.

1. Cite pelo menos uma diferença e uma semelhança entre as duas imagens. Resposta pessoal. Os estudantes podem indicar, por exemplo, a semelhança de se buscar águas em tonéis e a

Diga aos alunos que a contaminação da água pode causar vários tipos de doenças, como hepatite, febre tifoide, cólera, lombriga, leptospirose, entre outras. Por isso, é importante saber se a água que usamos no dia a dia recebeu tratamento ou se pode estar contaminada. Fale para eles que, no caso de contaminação, é necessário filtrar e ferver a água antes de bebê-la ou de usá-la na cozinha. Habilidade

diferença de que, no passado, a água era retirada de fontes públicas e, na outra fotografia, recebida por meio

trabalhada:

EF03HI02

de um caminhão-pipa que pode ser comprado ou fornecido pelo governo.

Avaliação

2. Como a água para uso diário chega até sua casa? Você sabe de algum local onde isso é feito de forma diferente? Comente. Incentive os estudantes a se expressarem, mas esteja atento para que ninguém seja exposto a situações constrangedoras ao falar de sua realidade.

127

As respostas do estudante para a atividade 2 ajudam a identificar se eles compreendem a sistematização do processo que permite recebermos água tratada em casa. É possível que você identifique estudantes que fazem uso de poço ou que recorram à compra de água em caminhões pipa. Permita o compartilhamento das informações.

127


2 Produção e destinação do lixo

Orientações Antes da leitura do texto, procure verificar o conhecimento que os estudantes têm sobre a questão do lixo, checando se já pensaram a respeito e se conhecem algumas medidas para tratamento ou redução.

Com o aumento da população e do consumo, um grave problema apareceu nas cidades do mundo: a grande produção de lixo. Produzimos lixo o tempo todo: em casa, na escola, na rua, na lanchonete, no trabalho. Quando comemos um chocolate, a embalagem vai para o lixo. Quando compramos um produto, a embalagem é imediatamente descartada. Na cozinha e no banheiro, mais lixo é produzido. E nas indústrias? Nos hospitais? Nos restaurantes? No cabeleireiro? Em geral, paramos de pensar no lixo assim que o jogamos fora. Parece que ele desaparece porque não o vemos mais. Mas não some. O lixo se acumula e demora muitos e muitos anos para se decompor e se reintegrar à natureza. Alguns tipos de lixo não desaparecem nunca.

É fundamental explicar a imagem para os alunos. Dizer que se trata de um lixão, caracterizado pela falta de cuidado para evitar a contaminação do solo e, consequentemente, da água, bem como pelas condições de vida precárias das pessoas que dele tiram o sustento. Certifique-se de que os alunos entenderam bem a legenda da fotografia. Diga-lhes que os aterros sanitários são áreas nas quais os resíduos são compactados e cobertos por terra. Os aterros têm sistema de drenagem para evitar a contaminação do solo por chorume (líquido de cheiro desagradável originado da decomposição de matérias orgânicas que se encontram no lixo). O lixo revela diferenças entre os grupos sociais que formam uma cidade. Produzem mais lixo os grupos de maior poder aquisitivo, por exemplo. Habilidade EF03HI07

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trabalhada:

DELFIM MARTINS/PULSAR IMAGENS

De acordo com a autonomia da leitura da turma, o texto pode ser lido individualmente e, depois, comentado ou lido coletivamente.

No Brasil, a maior parte do lixo produzido é despejada em lixões ou aterros sanitários. Se nos aterros sanitários há preocupação para que o lixo não contamine o ambiente, isso não ocorre nos lixões. Neles, o lixo é despejado diretamente no solo, contaminando o ambiente. Na foto, lixão a céu aberto em Pombal (Paraíba), 2019. 128


1 Durante uma semana, você vai registrar no quadro abaixo toda vez que o lixo da sua

casa for colocado na rua, para ser recolhido. Na primeira coluna, preencha a data de início e a de fim do período de investigação. Depois, na coluna da direita, registre a quantidade de sacos, sacolas ou caixas de lixo que são descartados pela sua família diariamente. Ao final da semana, faça a soma de todo o lixo descartado. Resposta pessoal.

Quantidade de sacos/sacolas/caixas Segunda-feira Terça-feira

Semana do dia

Quarta-feira

____/____/____

Quinta-feira

ao dia

Sexta-feira

____/____/____

Sábado-feira

É uma atividade que permite interdisciplinaridade com Matemática, pois exige do aluno conhecimentos dessa disciplina para a soma dos totais da semana. Também podemos relacionar com estudos de Ciências, visto que a quantidade de lixo nos obriga a buscar soluções mais sustentáveis.

Domingo-feira Total de sacos/sacolas/caixas na semana

Avaliação

2 O que você observou em relação à quantidade de lixo produzido

na sua casa? Podemos afirmar que é grande a quantidade de lixo produzida diariamente em todas as casas? Por quê? Há materiais que poderiam não ter sido descartados? Quais?

MATEMÁTICA

CIÊNCIAS

Resposta pessoal.

HI

IA

STÓR

Converse com os alunos antes da realização da atividade, orientando-os sobre o passo a passo do preenchimento da tabela, de preferência envolvendo o auxílio dos pais/responsáveis. O objetivo da atividade é que os alunos ganhem dimensão concreta da quantidade de lixo que suas famílias geram.

Filme

• Wall-E. Direção de Andrew Stanton. Estados Unidos: Pixar, 2008 (98 min).

Observar as respostas do estudante para a atividade 2 é bastante importante, pois mostra se eles conseguem perceber a quantidade de lixo gerada pela família e se posicionar diante dessa constatação (do grande volume de lixo), refletindo sobre a composição dos resíduos (todos os tipos de embalagens, descartáveis, cascas de frutas e legumes, papéis, restos de alimentos etc.).

Essa animação conta a história de um robô que vive no planeta Terra, no ano 2805. Seu trabalho é compactar o lixo produzido pelos seres humanos. 129

Atividade complementar Quantos metros de lixo? Para realizar esta atividade, é necessário um saco de lixo. Consulte como é o saco usado pela família dos alunos e busque utilizar aquele usado pela maioria (sacos pretos de 10 ou 50 litros, sacolas de mercado etc.). O saco precisa estar quase cheio, o que pode ser feito com materiais que a própria sala descarta. Coloque o saco cheio de lixo no chão e, com auxílio de uma fita métrica, meçam o espaço ocupado pelo lixo (pode-se colocar sobre uma folha de papel Kraft e contornar). Anote uma das medidas. Ao terminar a atividade 1, some com os alunos a quantidade de sacos (ou sacolas) produzidos pela turma e multipliquem o resultado pela medida. Quantos metros de sacos de lixo a turma e suas famílias produziram? Se fossem colocados lado a lado, que espaço da sala de aula ocupariam? E da escola? A atividade tem por objetivo verificar a quantidade de lixo gerada por grupos pequenos como os alunos e suas famílias. 129


Orientações Leia o texto com os alunos e solicite que se atentem às imagens. É fundamental verificar se já conhecem os latões de lixo para reciclagem e se entendem seu funcionamento. É importante esmiuçar com a turma o conceito dos 5 Rs e verificar se os alunos compreenderam bem e se conhecem ações práticas para a concretização de cada um dos Rs.

Reduzir, reaproveitar, reciclar... Para diminuir o problema do lixo, é preciso mudar nossas atitudes e adotar novos hábitos, reduzindo o consumo e reaproveitando os materiais. A redução do consumo e o reaproveitamento de materiais são atitudes que integram a política dos 5 Rs: reduzir, refletir, reaproveitar, reciclar e recusar consumir produtos que causem impactos socioambientais significativos.

Aproveite o momento para dizer às crianças que nem todo material pode ser descartado nos depósitos de lixo e nem misturado com outros tipos de detritos. É o caso das pilhas e baterias de uso doméstico, que não se decompõem e não são recicláveis. São compostas de metais danosos para o meio ambiente e para a saúde humana. Assim, precisam ser descartadas corretamente. Existem locais que as recolhem, mas precisamos encaminhá-las embaladas a esses estabelecimentos específicos. Na internet, você pode consultar os postos de recolhimento do município da sua escola ou os mais próximos da residência dos alunos. Habilidade

REDUZIR

Evite o desperdício e opte por usar objetos que sejam mais duráveis, ou seja, que não precisam ser substituídos com rapidez.

trabalhada:

EF03HI02

130

130

RECICLAR

A reciclagem transforma um resíduo em um novo produto, diminui a necessidade de explorar novos recursos na natureza, custa mais barato que produzir da maneira tradicional, consome menos energia, gera empregos e renda para a população.


KOWITION/SHUTTERSTOCK

REAPROVEITAR

Dê nova utilidade a objetos que já foram usados, aumentando a vida útil deles para evitar um novo processo de produção.

DESPERDÍCIO ZERO

Orientações Explique os estudantes que é possível fazer algumas atividades práticas que contribuem para colocarmos em prática 2 Rs: o reutilizar e o reciclar. Compartilhe com o grupo as seguintes dicas: • Produzir brinquedos utilizando materiais recicláveis. • Fazer uma oficina de customização de roupas que estão guardadas e sem uso. • Criar utensílios, como porta-lápis, porta-joias e caixas organizadoras, utilizando materiais que seriam descartados, como caixas de sapatos e garrafas pet.

RECUSAR

Você pode se recusar a comprar produtos de empresas que prejudicam o meio ambiente.

REFLETIR

Antes de consumir um produto, pense se realmente precisa dele e nos resíduos gerados na produção e no uso dele.

131

131


1 Desenhe uma imagem que sirva de exemplos para cada um dos 5 Rs.

Orientações Para a realização dos desenhos, se achar oportuno, integre conhecimentos de Arte. Converse com os alunos e verifique a compreensão deles sobre o tema proposto na atividade, esclarecendo as possíveis dúvidas. Certifique-se de que eles perceberam que o mundo que queremos para nós é um mundo saudável, em que temos de fazer a nossa parte, agindo como cidadãos conscientes, ou seja, praticando ações que contribuam para a preservação do meio ambiente. Para isso, precisamos reduzir a produção de lixo; não jogar detritos em qualquer lugar, sobretudo em rios, mares e nas ruas; não desmatar; gastar menos água. Enfim, temos que preservar o nosso planeta.

2 Na sua casa, você e seus familiares praticam algum desses Rs? Converse com eles e

conte para a turma suas conclusões. 132

Permita que os estudantes contem suas experiências. Há diversas cidades em que há política pública de coleta de resíduos para reciclagem. Caso a coleta seletiva seja praticada em sua cidade, forneça aos estudantes dados e outras informações sobre esse serviço.

Orientações Após a realização da atividade, explique aos estudantes que alguns dos benefícios dos usos do 5 Rs são os seguintes: • • • • •

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Contribuir para diminuir a poluição do solo, da água e do ar. Melhorar a limpeza da cidade e a qualidade de vida da população. Prolongam a vida útil de aterros sanitários. Geram renda e empregos. Diminuem o desperdício e economizam recursos naturais e energia.


De olho no sujeito

Orientações Pergunte aos alunos se eles têm conhecimento sobre esse tipo de trabalhador e se têm informações e opiniões a respeito das condições de trabalho dos profissionais citados. Visando à promoção do ambiente de respeito a todos os profissionais, é importante citar os funcionários da escola que garantem a limpeza dos ambientes, pois, mesmo não trabalhando com a reciclagem ou o reaproveitamento do lixo, são responsáveis pela qualidade do espaço e, assim como os catadores, costumam sofrer preconceito.

Catadores de materiais recicláveis

CESAR DINIZ/PULSAR IMAGENS

Embora muitas vezes passem despercebidos, os catadores de materiais recicláveis realizam uma tarefa importante para a conservação do meio ambiente. Eles recolhem materiais que podem ser reciclados ou reaproveitados, os quais, sem seu trabalho, parariam em lixões ou aterros sanitários. Apesar de muito importantes para a manutenção da limpeza das cidades e a redução do lixo, faz bem pouco tempo que o trabalho dos catadores começou a ser socialmente reconhecido. E eles se esforçaram bastante para isso. Há alguns anos, um grupo de catadores percebeu que precisava se organizar para obter melhores ganhos e condições de trabalho. Eles também queriam ser reconhecidos como fundamentais para o processo de reciclagem do lixo e a diminuição dos problemas ambientais. Assim, em 1999, os catadores de materiais recicláveis fundaram uma associação, o Movimento Nacional dos Catadores de Materiais Recicláveis (MNCR). Hoje, esses trabalhadores já obtiveram algumas conquistas: a importância de seus serviços foi reconhecida, assim como conseguiram alguns direitos trabalhistas.

Trabalhadores separam lixo em associação de catadores de materiais recicláveis em Jequitinhonha (Minas Gerais), 2019.

• Converse com os colegas sobre o trabalho dos catadores. Vocês já observaram o trabalho de um catador de materiais recicláveis? Que opinião tinham a respeito desse trabalho? E agora, o que pensam sobre isso?

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Ao trabalhar a imagem, informe aos alunos a importância dos catadores para o meio ambiente e para a geração de renda para os envolvidos. Os catadores deram destaque ao Brasil, que chegou a ganhar título de campeão mundial na reciclagem de latinhas de alumínio. Os catadores de lixo devem ser considerados sujeitos históricos de uma transformação devido a seu papel na reciclagem e no reaproveitamento de materiais, bem como em sua atuação na criação de cooperativas e associações. Graças a elas, as condições de trabalho e de remuneração da categoria têm melhorado. O texto pode ser lido primeiro individualmente e, depois, coletivamente, para que os alunos tenham a oportunidade de esclarecer as dúvidas, visto que é importante compreender para realizar a atividade adequadamente. Explique aos estudantes, que a profissão de catador possibilita melhorar as condições de vida de pessoas que viviam ou vivem nas ruas.

133


Orientações

Conhecer o problema para ajudar a resolver

Leia o texto com os alunos, lembrando que o texto permite uma síntese dos estudos ao propor uma retomada de alguns problemas e de possíveis ações que podem ser tomadas.

Você estudou alguns problemas graves que afetam a vida no nosso planeta. Mas também conheceu diversas ações realizadas por diferentes grupos na tentativa de resolvê-los e melhorar as condições de vida no planeta. É importante perceber que todas essas ações positivas são recentes do ponto de vista do tempo histórico. Pois, apesar de termos sérios problemas que precisam ser resolvidos com urgência, antigamente as pessoas não os reconheciam, logo sequer pensavam neles. Hoje diversos setores da sociedade – escolas, religiosos, empresas e governos – vêm se preocupando em chamar a atenção da sociedade para a conservação do ambiente por meio de inúmeras ações, incluindo expressões artísticas. Observe este exemplo.

Para a realização da atividade, é importante que ela seja planejada com antecedência a fim de que os alunos possam trazer os materiais de sucata. Não se esqueça de lembrá-los de que todas as embalagens devem estar limpas. Quanto maior a variedade de materiais, mais possibilidades.

WENILIOU/SHUTTERSTOCK

Procure saber como eles interpretam a criação artística retratada na fotografia.

Convém lembrar que é necessário obter uma cola adequada aos materiais. Com objetivo de inspirar os alunos na produção da atividade, se possível, traga imagens de artistas que realizam obras com sucata, como: Ann P. Smith, Bernard Pras, Vik Muniz, entre outros. Instalação A baleia apaixonada, feita com mais de 15 toneladas de plástico reciclado, é exposta em rio da cidade de Kaohsiung, Taiwan, para alertar da importância de preservar os oceanos e diminuir a emissão de plástico nos mares. Fotografia de 2020. 1 Agora o artista é você! Usando sucata, crie uma obra de arte que retrate atitudes que

contribuem para a conservação do meio ambiente. 134

Atividade complementar Catadores de lixo: uma entrevista Verifique se, em sua cidade, é possível ter fácil acesso aos catadores de lixo por meio de cooperativas ou de outras formas de associações profissionais. Eles podem ser convidados a dar entrevistas para a turma a respeito da questão do lixo e sobre as condições precárias de trabalho a que são submetidos. Seria importante perguntar a eles como é feita a triagem dos materiais reutilizáveis e recicláveis e como é realizada sua comercialização. Considere que profissionais como os catadores de lixo são fundamentais para a implementação da Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), Lei no 12. 305, instituída em agosto de 2010 pelo Governo Federal. Além disso, os catadores contribuem para a construção de uma sociedade sustentável. No entanto, a exemplo do que acontece com outros profissionais, como garis e faxineiros, eles ainda são alvo de preconceito social.

134


2 Todos nós somos responsáveis pela conservação e pela preservação do espaço em

Orientações

que vivemos, portanto cabe a todos nós pensar formas de resolver os problemas ambientais da comunidade das quais fazemos parte. Vamos tentar? Respostas pessoais. a) Reúna-se com mais quatro colegas e, juntos, escolham um lugar do município que vocês consideram que precisa ser mais bem cuidado. Escreva o nome do lugar escolhido. b) Façam uma pesquisa para descobrir quais foram os acontecimentos que resultaram nesse problema (por exemplo, falta de tratamento de esgoto, entulho descartado de forma inadequada etc.). Vocês podem, na companhia de um responsável, entrevistar pessoas mais velhas da comunidade, procurar notícias antigas de jornal, entre outras possibilidades. Anote as descobertas que fizeram.

c) Agora, imaginem que atitudes podem ser tomadas para resolver esse problema e a quem elas cabem. Anote as conclusões no quadro a seguir. Moradores e visitantes do município

Governantes

Conte para os estudantes, que o lixo produzido por uma sociedade pode ser classificado de várias formas, por exemplo, de acordo com a origem: domiciliar, industrial, comercial, público, de serviço de saúde, agrícola e de entulhos de construção. Por outro lado, quando se trata da coleta seletiva, podemos utilizar outros critérios a fim de separá-lo, facilitando a reciclagem dos materiais. Dessa forma, podemos dividir o lixo em duas grandes categorias: “orgânicos”, que possuem origem biológica, como restos de alimentos, carnes, cascas de frutas, de legumes e de ovos, sementes, ossos, plantas e animais mortos, entre outros, e “inorgânicos”, que não são de origem biológica, ou seja, que foram produzidos pela ação humana, como papéis, plásticos, metais e vidros. No entanto, mesmo entre os não orgânicos há materiais que não podem ser reciclados, como porcelanas, celofanes, cortiça, fotografias, embalagens metalizadas, EVA, esponjas, clipes, grampos, fita crepe, tomadas, etiquetas adesivas, entre outros. Nesse caso, devemos reduzir seu uso.

d) Apresentem aos colegas as descobertas e soluções que encontraram para o problema. Vocês podem mostrar fotos do local, elaborar um cartaz ou uma apresentação digital, entre outras possibilidades. 135

135


Orientações

História em ação

Esta seção tem como objetivo estimular a criatividade dos estudantes na produção artística, ao mesmo tempo que propõe um exercício de síntese com base numa pesquisa de campo. Além disso, possibilita aos alunos uma ação prática, indicando que podemos gastar menos recursos e gerar menos lixo se produzirmos nossos próprios materiais, neste caso, uma tinta ecológica. Dessa forma, a intenção aqui é incentivar os alunos a adotarem uma postura de responsabilidade ambiental.

• Que tal conhecer as condições do ambiente no lugar onde você vive e saber quais são as interferências do ser humano nele e seus impactos ambientais? Para isso, em grupo, vocês realizarão uma pesquisa de campo. Conversem com o professor e mãos à obra! a) Com base na pesquisa de campo que você e os colegas fizeram, elabore um desenho cujo tema seja “O mundo que eu quero para mim”. Pinte com lápis, canetas hidrocor, tintas, pincéis ou mesmo a ponta dos dedos. Use colagens dos mais diferentes tipos de material. Enfim, use a criatividade! b) Você estudou que muitas atividades humanas poluem o meio ambiente. Mas é possível também produzir sem causar tantos danos à natureza. Que tal fazer uma tinta natural com terra? Você vai perceber que, com materiais simples e criatividade, qualquer um pode fazer tinta para pintar papéis e o que mais desejar.

Tinta de terra Material necessário: • Terra (providencie terra de cores diversas para produzir diferentes cores de tintas)

• Coador de pano, daqueles usados para fazer café

• Peneira fina

• Óleo

• Vasilha

• Cola

a) Coloque a terra em uma superfície dura (pode ser o chão) e solte-a bem com as mãos. Tome cuidado para não se machucar. Se preferir, você pode pedir a um adulto que faça essa etapa para você.

RONALDO BARATA/QUANTA ESTÚDIO

Como fazer:

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Atividade complementar Por uma vida mais saudável “Desembalar menos, descascar mais” tem sido o lema de campanhas que visam a estimular as pessoas a consumirem menos alimentos industrializados. Dessa forma, ganha-se uma alimentação mais saudável e produz-se menos lixo, já que o resíduo gerado é orgânico. Para a realização da atividade, será necessário obter: embalagens de produtos industrializados que contenham açúcar (biscoitos e refrigerantes), colheres de chá e recipientes transparentes.

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b) Em seguida, passe a terra pela peneira fina várias vezes, até obter um pó bem fininho. Coloque-o em uma vasilha e cuide para não misturá-lo com outros produtos. ILUSTRAÇÕES: RONALDO BARATA/ QUANTA ESTÚDIO

c) Acrescente água, misture bem e passe essa mistura no coador de pano. Deixe a mistura descansar até que a água se separe do restante. Retire o excesso de água e descarte a massa que ficou no coador.

d) Acrescente cola e, se quiser, junte uma colher de óleo à mistura para sua tinta ficar brilhante.

• Sua tinta está pronta! Converse com o professor sobre como você a usará.

HI

IA

STÓR

Filme

• O rei gastão. Direção de Diego Viegas. Brasil: Estúdio Viegas, 2014 (1 min 17 seg). A animação conta a história de um rei que, para construir seu castelo, consumiu todos os recursos naturais de seu reino. O rei gastão pode ser visto em: https://youtu.be/xPLFSMM056M. Acesso em: 10 ago. 2021.

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1- Leia a embalagem e verifique a quantidade de açúcar existente em sua composição. Considerando que cada colher de chá tem 10 g de açúcar, coloque o açúcar em um recipiente, identificando-o com o nome do produto. 2- Converse com os alunos sobre a quantidade de açúcar existente em cada porção dos alimentos. Observem o lixo gerado pelo consumo desses produtos e proponham encaminhamentos para as embalagens. É importante dizer que, apesar de o açúcar ter papel em nossa nutrição, seu consumo pode ser feito pelas frutas, também fontes de fibras e nutrientes. O alto consumo de açúcar industrializado pode desenvolver cáries e obesidade.

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Tema contemporâneo Aproveite a oportunidade e explique aos estudantes, que o acesso à água potável é um direito humano, mesmo assim, muitas pessoas têm esse direito desrespeitado. A falta de acesso à água potável se dá principalmente em regiões de conflitos e crises humanitárias, e impacta as populações mais vulneráveis, especialmente as crianças são afetadas pela falta de saneamento e higiene.

Juntar saberes 1 Leia a reportagem a seguir e, depois, responda às perguntas.

Brasil tem 35 milhões de pessoas sem acesso à água potável Quase 35 milhões de brasileiros não têm acesso à água potável e cerca de 100 milhões não têm serviço de coleta de esgotos no país. Desses, 5 milhões e meio estão nas 100 maiores cidades brasileiras, o equivalente à população da Noruega. Esses dados estão no ranking de saneamento, apresentado pelo Instituto Trata Brasil, neste 22 de março [de 2021], Dia Mundial da Água. O Brasil ainda não trata metade dos esgotos que gera, o que representa jogar na natureza, todos os dias, mais de cinco mil piscinas olímpicas de esgotos sem tratamento [...]. Outro dado que mostra o contraste do saneamento no país é a diferença entre os 20 melhores e os 20 piores colocados no ranking: enquanto a média de tratamento de esgoto nos 20 melhores está em 97%, nos 20 piores, ela cai para 25%. [...] Leandro Martins. Brasil tem 35 milhões de pessoas sem acesso à água potável. EBC. Disponível em: https://agenciabrasil.ebc.com.br/radioagencia-nacional/saude/audio/2021-03/ saneamento-basico. Acesso em: 9 ago. 2021.

a) Considerando a população brasileira no ano de 2021, a quantidade de pessoas sem acesso à coleta de esgoto no Brasil é muita ou pouca? Justifique. b) A coleta de esgotos e o tratamento de esgoto são serviços públicos. Qual é o órgão responsável por esses serviços no município em que você mora? O trabalho realizado por ele atende a toda a população? Reúna-se com mais dois colegas e pesquisem. Resposta de acordo com a localidade e a pesquisa. 2 Nesta unidade, falamos sobre a reciclagem de materiais inorgânicos, como o vidro,

o plástico e o metal. Os alimentos são considerados materiais orgânicos, e é possível raproveitá-los também.

• Em grupo, pesquisem como reciclar e o que fazer com as sobras de alimentos, como talos de verduras e cascas de frutas e legumes.

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Avaliação formativa A realização das atividades desta seção que fecha a Unidade irá continuamente possibilitar que você verifique a aprendizagem dos estudantes. Se os estudantes conseguirem realizar de maneira satisfatória a atividade 3, significa compreenderam o processo de poluição e destruição do rio Tâmisa e as ações que levaram à sua recuperação, e a importância ambiental do reavivamento desse rio.

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3 As águas do rio Tâmisa, na Inglaterra, eram muito poluídas. As indústrias e as casas

CKTRAVELS.COM/SHUTTERSTOCK

jogavam o esgoto no rio. Suas águas eram sujas e malcheirosas, e os peixes morriam. Até que o rio passou por um processo de despoluição, com tratamento de esgoto, e a situação começou a ser revertida. Hoje, suas águas podem ser utilizadas para o lazer da população, e há diversas espécies de peixes vivendo nele.

A atividade tem por objetivo que os alunos compreendam a transformação das paisagens no decorrer do tempo, entendendo, assim, que podemos (mas não devemos) poluir a natureza, mas também reverter alguns desses processos. Para a realização da atividade, os alunos devem localizar e compreender as informações. O interessante seria integrar os conhecimentos de Geografia. Ao observar a imagem com os alunos, é possível questionar o conhecimento que eles têm acerca do aproveitamento dos rios para transporte. É muito importante refletir se essa é uma possibilidade na região da escola.

Barco turístico navega pelo rio Tâmisa em Londres, Inglaterra, 2021.

a) O que causou a poluição das águas do rio Tâmisa?

GEOGRAFIA

O esgoto industrial e residencial poluiu as águas do rio.

b) Pode-se dizer que o Tâmisa estava “morto”? Explique sua resposta. Sim, porque suas águas estavam sujas, malcheirosas, e os peixes morreram.

c) O que foi feito para despoluir o rio? O tratamento de esgoto.

d) Você conhece algum rio que passa ou passou pelo mesmo problema do rio Tâmisa? Comente sua resposta. Resposta pessoal. Estimule os estudantes a refletir sobre a situação dos rios que existem próximos à sua casa e à escola.

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Se os estudantes conseguirem realizar de maneira satisfatória a atividade 4, significa compreenderam medidas simples e eficientes para contribuir com a preservação do ambiente e progressiva melhora das condições ambientais. Caso você perceba dificuldades em responder aos questionamentos, não deixe de retomar os temas, de forma geral, os estudantes gostam de aprender e conversar sobre temas ligados à preservação ambiental, aproveite a empatia comum as crianças para incentivar um posicionamento de cidadania, frente as escolhas cotidianas, uma postura de e empatia com o planeta.

139


2. Depois, dobre cuidadosamente a página na linha tracejada.

Economizar energia elétrica.

Substituir o carro pela bicicleta.

Jogar o lixo nos recipientes apropriados.

140

140

1. Memorize as fotos.

3. Escreva, nos quadrados vazios, as dicas para diminuir os impactos negativos causados pelos seres humanos ao meio ambiente.

EGGEEGG/SHUTTERSTOCK

Economizar água.

T.DALLAS/SHUTTERSTOCK

hábitos de consumo humano, é possível diminuir os danos ambientais com alguns hábitos positivos, como os que são mostrados nas fotos a seguir. Observe com atenção cada uma das fotos da coluna da direita. Depois, leia o que se pede na coluna do meio.

EYEFOUND/SHUTTERSTOCK

Após a realização da atividade, converse com eles sobre as ações, verificando se compreenderam o aspecto positivo delas para o meio ambiente. Esses aspectos podem ser escritos na lousa.

4 Apesar dos impactos negativos causados à natureza, principalmente pelos

GORODENKOFF/SHUTTERSTOCK

Em contraponto aos impactos negativos, ações positivas. As imagens sugerem ações que podem colaborar para a redução desses impactos. A atividade é realizada de maneira lúdica, solicitando que os alunos memorizem as ações.


Orientações

PARA FINALIZAR 1 Vamos relembrar o que você aprendeu sobre o município em que mora e aprender um

pouco mais? Respostas de acordo com a localidade. a) O lugar onde você mora fica na área rural ou urbana do município? Explique como chegou a essa conclusão.

b) No município existem mais construções novas ou antigas?

c) Quando o município foi fundado?

d) Quais são as atividades realizadas na área rural do município?

e) Quais são as principais características da área urbana do município em que você mora?

141

Ao final de um ano letivo é possível perceber o quanto os estudantes se desenvolveram, o quanto foram capazes de aprender e participar ativamente da construção de seus próprios conhecimentos. A percepção dos processos de ensino e aprendizagem fica ainda mais clara quando as avaliações buscaram ser formativas e contínuas, isto é, buscaram caminhar lado a lado com as dúvidas e as conquistas dos estudantes a fim de valorizar e promover um aprendizado realmente significativo com vistas à formação de um raciocínio histórico consistente. A atividade 1, apesar de ter respostas variáveis, busca trazer reafirmar para o estudante as diferenças fundamentais entre as características dos espaços urbanos e rurais. Independentemente do espaço em que o estudante vive, é importante que ele perceba que há elementos que podem ser destacados para identifica-lo como rural ou urbano. Um desses elementos fundamentais é o tipo de atividade que é desenvolvido no município. Assim, por exemplo, se a principal atividade da localidade é agricultura, pode-se dizer que se trata de um ambiente rural. Em contrapartida, se há muitas lojas comerciais, pode-se dizer que se trata de um ambiente urbano. Busque fazer com que os estudantes elenquem o maior número e características possíveis para esses dois espaços a fim de que possam responder as questões propostas na atividade. Além disso, ressalte que todo município tem uma história e que ela pode ser acessada, por exemplo, pelo site da prefeitura. Em municípios mais antigos, as casas e as edificações públicas tendem a ser mais velhas. Oriente os estudantes a observarem esses aspectos em seus municípios. Posteriormente, promova o compartilhamento das respostas entre todos enfatizando os aspectos mencionados anteriormente. 141


2 Ao longo deste ano, você estudou diversos conteúdos relacionados à cidade, ao

DELFIM MARTINS/PULSAR IMAGENS

lugar onde mora e às pessoas ao seu redor. Observe estas imagens da cidade de São Paulo, em dois períodos diferentes. Depois, responda à atividade da próxima página.

Novamente aqui aparece a importância do aprendizado em relação à observação, leitura e interpretação de imagens que foi desenvolvido ao longo de todas as unidades deste volume. Assim, antes de orientar a atividade, solicite que os estudantes observem atentamente as imagens e digam as diferenças que observam entre elas. Conte a eles que se trata de um mesmo espaço em tempos diferentes. O que poderia, então explicar as diferenças observadas? É fundamental que os estudantes tenham em mente que as coisas mudam ao longo do tempo: as pessoas, os lugares, os meios de transporte, os tipos de comércio, entre outros. Se considerar pertinente, faça uma analogia com o desenvolvimento humano: somos diferentes ao longo do nosso crescimento, isto é, vamos nos modificando física e mentalmente, apesar de continuarmos a ser a mesma pessoa. Feita essa discussão, faça a leitura do enunciado da atividade e solicite que respondam ao que é solicitado para posterior compartilhamento.

A

Rua XV de Novembro no centro da cidade de São Paulo (São Paulo), em 2020. IMS, SP

Orientações

B

Rua XV de Novembro na cidade de São Paulo (São Paulo), em 1929. 142

142


Orientações

• Preencha o quadro abaixo. Características

Foto A

Foto B

A imagem mostra a Rua XV de Novembro em São Paulo (São Paulo), em 2020.

A imagem mostra a mesma Rua XV de Novembro em São Paulo (São Paulo), em 1929.

Usam diversos tipos de roupa: bermuda, camiseta, vestido, calça jeans, calça e camisa social etc.

Quase todos usam terno, gravata e chapéu.

A rua aparenta reservada somente para pedestres.

A rua é bastante movimentada, com pedestres e veículos.

Prédios altos e imponentes com portas grandes, em geral fechadas.

Prédios aglomerados que abrigam pequenas lojas no térreo.

Resposta pessoal.

Resposta pessoal.

Local e ano das imagens

Como as pessoas se vestem

Quais são as características da rua

No momento do compartilhamento das respostas, questione os estudantes sobre como saber se uma fotografia ou recente quando o ano em que foi produzida não é conhecido. É bem importante que eles percebam que as fotografia podem ser utilizadas como documentos históricos e que os objetos também contam histórias. Esses dois temas serão tratados no volume 4 desta coleção com maior profundidade, mas é importante que os estudantes sejam capazes de aguçar o olhar para esses aspectos. Se achar pertinente, solicite que tragam fotografias de quando eram bebês a fim de fazerem uma atividade semelhante, mas com sua própria história de vida, fechando, assim, a analogia sugerida anteriormente.

Como são as construções

Quais suas impressões de cada rua

143

143


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144


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