Revista ABRANET

Page 1

revista

abranet Associação Brasileira de Internet Ano I | número 02 | 2º trimestre 2012

Para onde vai o

mercado? Provedores de internet trocam experiências e opinam sobre assuntos que podem determinar o futuro do setor

Projeto de lei

América Latina

Inovação brasileira

define pena para crimes cibernéticos

lidera migração para cloud computing

Abranet > 1 se destaca no cenário internacional


Com as soluções de infraestrutura de rede do Grupo Binário, seu negócio

O ecossistema de telecomunicações mudou e este novo cenário oferece oportunidades aos provedores locais para tornarem-se fornecedores das grandes operadoras. redes 3G/4G pode representar um tremendo potencial de receita adicional para sua empresa.

O Grupo Binário auxilia sua empresa a se preparar para estas e outras oportunidades deste novo cenário.

www.binarionet.com.br

Av. Dr. Cardoso de Melo, 1460 | 13º Andar | 04548-005 | Vila Olímpia | São Paulo | SP Tel.: 55 11 3704-0301 | Fax: 55 11 3704-0409 | Email: mktgrupobinario@binarionet.com.br


| editorial |

Desafios e Oportunidades

O

processo de massificação do acesso à Internet segue em ritmo acelerado em todo o Brasil. Destacam-se os provedores locais e o emprego de novas tecnologias que permitem ofertar ao usuário mais velocidade e qualidade em suas conexões. Emergem aplicações inovadoras em serviços de valor adicionado baseados no conceito de computação em nuvem, consolidando o modelo de negócio do “software como serviço”. Sem dúvida, uma importante janela de oportunidades para empresas brasileiras de base tecnológica. Somente a oferta de serviços baseados no conceito de cloud computing, ou computação em nuvem, já deve importar de forma crescente a oferta de empregos no Brasil. Na reportagem sobre o tema que publicamos nesta edição, vimos que calcula-se uma oferta de 85.176 postos de trabalho para o segmento este ano, número que salta para 142.081, em 2013; 242.101, em 2014; e 414.178, em 2015. Com essa disposição, o Brasil supera a Rússia e o Reino Unido. Aliás, poucas tecnologias registraram índices de aceitação tão altos em tão curto tempo. E com um detalhe interessante: a América Latina lidera a migração. Neste contexto de boas oportunidades, a Abranet realizou, em São Paulo, a 6ª edição de seu evento anual, “Desafios e Oportunidades para os Provedores SVA e SCM”. Em um ambiente de negócios bastante otimista, provedores de serviços e representantes de toda a cadeia de valor da Internet brasileira puderam trocar experiências e definir ou esboçar suas estratégias futuras. Falamos sobre tributação, novos serviços e tecnologias, modelos de negócios bem sucedidos e inovação. Contamos com a presença de

profissionais de notório saber, que nos trouxeram indicações sobre os rumos do mercado, dados muito importantes para definirmos nossas estratégias e, no todo, o perfil da Internet brasileira que se quer para os próximos anos. E a agenda da Abranet segue intensa em 2012. Em agosto o evento será realizado em Recife, seguindo uma tradição de eventos da Abranet no Nordeste, iniciada em 2010, em Salvador, e continuada em 2011, em Maceió. Nossos eventos em todas as regiões do País, diretamente ou em parceria com entidades e organizações parcerias da Abranet, não só nos permite expandir o debate de futuro para o setor mas ampliar nossa base de associados, que hoje já conta com representantes em quase todos os Estados do País. Em outubro, a Abranet já confirmou presença na Futurecom 2012, o maior evento de telecomunicações e TI da América Latina, que este ano será realizado no Rio de Janeiro. Será um dos maiores estandes da área de exposições e participaremos do Congresso Internacional. A Abranet também será responsável pela realização de um pré-evento específico para provedores de serviços de Internet. São oportunidades como estas que permitem o encontro dos empreendedores do setor e o desenvolvimento de novos negócios. Fica aqui, mais uma vez, nosso convite à participação de todos. Boa leitura! Eduardo Neger Presidente da Abranet


índice >

6

Gente que Faz

8

Entre aspas

Gil Torquato avalia a trajetória da internet brasileira, sua evolução e tendências

Projeto de lei do deputado Paulo Teixeira define penas para crimes cibernéticos

12

tec de ponta

18

Capa

24

política

28

inovação

34

artigo

América Latina lidera migração para cloud computing

6º Encontro Abranet discute o futuro do provedor de internet

Anatel quer acabar com distorções de qualidade e velocidade de acesso

Startups nacionais chamam a atenção no Brasil e no exterior

Uma onda de otimismo invade o Brasil

Conselho Editorial Eduardo Neger neger@abranet.org.br

Comercial Marcelo Augusto, Vilma Alves de Souza, Rafael Souza de Paula, Marcella Menezes (assistente)

José Janone Junior janone.jr@abranet.org.br

Fotografia Alexis Flores

Gerência Executiva Roseli Ruiz Vazquez (gerente@abranet.org.br)

Projeto Gráfico e edição de arte Marcelo Max

Editora Jackeline Carvalho – MTB 12.456 jackeline@cinterativa.com.br

Impressão Intergraf Soluções Gráficas

Redação Jackeline Carvalho, Luciana Robles, Francine Mendonça Revisão Marcelo Vieira

4 < Abranet

Tiragem 3.000 exemplares Projeto, Produção e Edição Comunicação Interativa Editora contato@cinterativa.com.br Tel.: 11-3032.0262

ANOS

Associação Brasileira de Internet Rua Tabapuã, 627 - 3o. Andar Itaim Bibi - São Paulo - SP CEP: 04533-012 • Tel.: 11-3078.3866 www.abranet.org.br Facebook http://www.facebook.com/abranetoficial Linkedin www.linkedin.com/abranet Twitter @abranet_brasil


Abranet > 5


gente que faz >

Gil Torquato, por Gil Torquato Orgulhoso por participar da criação do maior portal em língua portuguesa do mundo, o UOL, Gil Torquato expõe suas opiniões sobre a trajetória da internet brasileira, sua evolução e tendências

A

pesar de considerar perigosa a facilidade do mundo virtual de tornar “difamações e injúrias” mais explosivas, Gil Torquato comemora o fato de as empresas já terem percebido que a internet, se bem administrada, pode ser uma tremenda ferramenta de negócios. “Acho que o surgimento da internet com o uso do protocolo TCP-IP revolucionou a maneira das pessoas pensarem, trabalharem e se comunicarem”, afirma. E cita como exemplo o surgimento de novos negócios, como o Google, o Facebook, e o próprio UOL. Torquato é bacharel em relações públicas e publicidade pela Fundação Cásper Líbero, pós-graduado em marketing pela ESPM e tem MBA em 6 < Abranet

Os nossos portais, com a abrangência, diversidade e riqueza de conteúdo, são únicos no mundo Gestão Empresarial pela FGV. O Grupo Folha consta em seu currículo desde 1985, quando ingressou na área comercial, passou pelo cargo de diretor de publicidade e, em 1994, chegou a ocupar a posição de diretor de novos negócios. Este último, aliás, o levou a atuar de forma ativa na elaboração do Business Plan do atual portal UOL, no qual hoje atua como diretor corporativo e de relações institucionais, além de ser CEO da divisão corporativa: o UOLDIVEO.Torquato ainda acumula o cargo de diretor do

Conselho Consultivo Superior da Abranet. O gestor é, então, um dos símbolos da internet brasileira. Para ele, abril de 1996 não só marcou sua carreira com a criação do UOL, como é uma data representativa, um “grande marco” na história da internet do País. Torquato também se lembra do nascimento do portal Terra, lançado pela Telefônica, em 1999, por exemplo. “O surgimento, a partir de 2000, dos provedores de acesso gratuito é outro fato memorável”, destaca. Como acontecimento negativo relevante, ele destaca o “estouro da bolha da internet”, em março de 2000. Mas, ainda assim, faz uma ressalva quanto às conseqüências do fato. “As empresas que


conseguiram se manter depois disso, fortaleceram-se e se reinventaram”, diz. Questão de identidade A reinvenção especificamente dos portais de conteúdo contribuiu, inclusive, para a formação da identidade da internet brasileira. “Os nossos portais, com a abrangência, diversidade e riqueza de conteúdo, são únicos no mundo”, afirma Torquato. Os projetos de internet do Grupo Folha (com o UOL) e do Grupo Globo (com a Globo. com) foram, para Torquato, fortes contribuições para elevar o nível da internet no Brasil. Lidando com uma nova realidade As mudanças dos últimos 15 anos são vistas a um clique. Assuntos como segurança do usuário; redes sociais; mobilidade, entre outros, tornaram-se recorrentes não só entre os especialistas da área, como na agenda de debate político. Quanto à segurança da informação, por exemplo, o CEO do UOLDIVEO é categórico: “não acredito que sejam necessárias regras muito específicas”. Como diretor da Abranet, ele ressalta que o setor defende que ela (a internet) continue livre, já que um crime cometido no mundo virtual ou no mundo real é o mesmo crime, opina.

Para ele, a lei deve ser aplicada e seguida da mesma forma, dentro ou fora da internet. No entanto, faz uma ressalva quanto a guarda dos logs. “Isso é bom, tendo em vista que poderá ajudar a encontrar o fraudador”, comenta. Segurança Torquato lembra ainda que há ferramentas e especialistas no mercado capazes de fornecer a segurança necessária para as ações virtuais, como e-commerce utilizando cartão de crédito, ou PagSeguro. O internet banking

Mais usuários Junto com a evolução da qualidade e variedade dos serviços e redes virtuais, está a maior disponibilidade da infraestrutura de acesso. Pequenos e médios provedores de internet atuam como protagonistas do processo de oferecer internet à população de baixa renda, assim como aos moradores de regiões afastadas dos grandes centros. Esse novo público exige, portanto, um conteúdo adaptado. O único problema é que a inserção desses novos

Junto com a evolução da qualidade e variedade dos serviços e redes virtuais, está a maior disponibilidade também merece destaque em sua visão:“hoje é mais seguro fazer pagamento online do que ir a uma agência bancária.” De acordo com a sua visão sobre as características da população brasileira, o aspecto cultural que define o povo como “aberto e comunicativo” é, para Torquato, um ponto crucial para a força com que as redes sociais se inseriram no Brasil. A mobilidade entra como outro aspecto evidenciado pelo profissional. Segundo ele, todas as grandes empresas do setor oferecem serviços no celular. “Em breve, será possível também fazer a sua reservas em restaurantes pelo celular. Essa é uma outra revolução que estamos iniciando”, promete.

usuários - em conjunto com os internautas mais jovens - não necessariamente caracteriza o perfil de pagantes pelo consumido na web. Assim a receita dos provedores de internet acontece de forma menos ortodoxa. “Cada um dos provedores de serviços e conteúdos buscam o modelo mais adequado ao seu perfil”, diz. No caso do UOL, além da assinatura de conteúdo e serviços, o portal conta com serviços de web hosting, pagamentos online, games, comparador de preços e links patrocinados. E também, é claro com a publicidade, que, “continua crescendo dois dígitos ao ano.” Abranet > 7


Entre aspas >

Projeto de lei pretende tipificar crimes cibernéticos Com a proposta de alterar o Código Penal, o PL 2793/11 tem o objetivo de ser uma medida equilibrada e completa de condenação aos crimes praticados na internet

A

Câmara dos Deputados aprovou, no dia 15 de maio, o Projeto de Lei 2793/11, desenvolvido pelo deputado Paulo Teixeira, em conjunto com os deputados João Arruda, Luiza Erundina, Brizola Neto e pelo suplente Emiliano José. O texto visa condenar os crimes cibernéticos, atitude ainda não prevista de forma específica na legislação. “Essa lei é uma alternativa ao Projeto de Lei 84, chamado Lei Azeredo, dada a abrangência daquela lei e os pedidos que estavam embutidos”, explica o deputado Teixeira. O Projeto de Lei 84/99 é caracterizado pelo seu caráter radical, pois obriga os usuários de

8 < Abranet

internet a se identificarem antes de iniciarem qualquer operação que envolva interatividade, como o envio de e-mails e o download de músicas e filmes. Sem a identificação, segundo esse PL, o usuário deve ser punido, de imediato, com reclusão de dois a quatro anos. Histórico Rejeitado por Teixeira, entre muitos outros, o PL 84/99 foi assinado em julho de 1999 pelo ex-deputado Luiz Piauhylino, que recebeu substituições feitas pelo atualmente deputado Eduardo Azeredo, ex-Senador da República. Em 2003, sua proposta foi aprovada na Câmara e em 2008 no Senado.

Conhecido como “Lei Azeredo”, ou até mesmo “AI5 Digital”, o projeto acaba de ser aprovado na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara, no dia 23 de maio. Para tanto, foram eliminados 17 dos artigos mais polêmicos e considerados dúbios. O PL prevaleceu, então, com apenas 4 artigos. O PL alternativo de Teixeira já nasceu curto e enxuto. Na sua justificativa consta como motivo o fato de grande parte das condutas praticadas por meio eletrônicos já ser passível de punição pelo Código Penal. Mas Paulo Teixeira, advogado e mestre em Direito do Estado pela Universidade de São Paulo, explica que não


há legislação no Brasil que dê conta de algumas práticas. Por esse motivo, acredita ser importante uma legislação criminal específica para os crimes cibernéticos.Todavia, ele reitera: “essa legislação criminal somente não pode ser ampla, imprecisa e punir práticas que não devem ser punidas”. A proposta defendida no seu PL, então, é buscar uma maneira equilibrada de repressão a condutas consideradas socialmente indesejáveis, mas sem resultar em criminalização excessiva.

Estamos propondo uma lei muito precisa, no sentido de trabalhar o tema dos crimes da internet e criar um ambiente capaz de punir aqueles que praticam permanentemente criminalidade dentro da internet deputado Paulo Teixeira

O que é crime? Um dos crimes estipulados como passíveis de punição é a obtenção de segredos comerciais e industriais ou conteúdos privados por meio da violação de mecanismo de segurança de equipamentos de informática. Na prática, trata-se do furto do conteúdo de e-mails ou o controle de computadores de terceiros. Algo que, muitas vezes, é feito tornando o computador de outra pessoa em um “zumbi”, quando a máquina obedece aos comandos de terceiros à distância. O PL de Teixeira prevê uma penalidade, para esse crime de seis meses a dois anos, mais multa. Caso haja a comercialização ou divulgação dos dados obtidos ilicitamente, a pena é ainda maior (de oito meses a três anos e quatro meses), visto que há maior lesividade à privacidade. Pena longa, ou pena curta O tempo de penalidade, então, depende da gravidade do crime. Para o crime de devassar dispositivo informático alheio com o objetivo de mudar ou destruir informações, instalar vulnerabilidade, ou obter vantagem ilícita, por exemplo, o projeto de lei atribui pena de três meses a um ano de detenção, além da multa. Os indivíduos que possibilitam a concretização do crime também serão punidos. Produzir, oferecer, distribuir, vender ou difundir programa de computador Abranet > 9


Entre aspas >

destinado a permitir o crime de invasão de computadores ou de dispositivos, como smartphone e tablets, serão atitudes enquadradas na mesma penalidade. O tempo de prisão dos crimes varia entre o mínimo de três meses e o máximo de três anos e quatro meses, mas algumas exceções podem aumentar o tempo de reclusão. Por exemplo: se a invasão resultar em prejuízo econômico, a pena do crime em questão será aumentada de 1/6 a 1/3. Se o crime for praticado contra autoridades públicas, como a presidente da república, governadores, prefeitos, o presidente do Supremo Tribunal Federal, entre outros, o acréscimo da pena será de 1/3 à metade. Duplicidade O projeto altera o Código Penal não só criando novas tipificações, como modernizando artigos já existentes. O crime que prevê pena de um a três anos de detenção para quem interromper serviços telegráficos foi utilizado no PL para a mesma penalidade no caso de serviços de internet. Nos novos moldes, torna-se crime tirar um site do ar, por exemplo. Outro crime também previsto no Código Penal é a falsificação de documento. A adequação, aqui, foi usada para condenar a crescente falsificação de cartão de créditos e débitos executada virtualmente. A justificativa usada no PL para efetuar tal 10 < Abranet

alteração é deixar claro que o crime de falsificação também ocorre quando o objeto é um cartão de crédito ou débito. A pena de reclusão será de um a cinco anos, e multa. O debate na mídia Uma das críticas do PL 2793/11, feita principalmente

pelo próprio deputado Azeredo, foi a suposta pouca discussão do conteúdo na Câmara, seguida de rápida aprovação. Além disso, a votação da lei no plenário e, principalmente, a imediata aprovação da Câmara foram apontadas por muitos veículos da mídia como conseqüência direta do caso

Marco Civil da Internet O PL 2793/11 é uma proposta específica de punir crimes cibernéticos. Outro texto redigido sobre o uso da Internet é o 2126/2011, mais conhecido como Marco Civil da Internet. Este está relacionado aos direitos e deveres dos cidadãos brasileiros no âmbito da internet. É, portanto, mais abrangente. Encabeçada pelo ex-ministro da Justiça, Luiz Paulo Barreto, com contribuições extraídas de duas rodadas de consultas pública, a proposta seria redigir a “Constituição da Internet”. O PL ainda tramita na Câmara dos Deputados. No Explanativo do PL 2793/11, porém, consta ser importante a aprovação rápida do Marco Civil da Internet, já que somente assim os direitos e deveres relacionados à internet poderão ser regulamentados de forma completa. Na justificativa do PL de Teixeira, inclusive, afirma-se que a aprovação do PL 2793/11 deve ser precedida da aprovação do Marco Civil da Internet, pois “não se deve admitir que legislações penais precedam o estabelecimento de direitos e garantias”. Um dos temas discutido no Marco Civil da Internet é o posicionamento dos provedores de internet no país diante da segurança, defesa e proteção dos usuários. Esse assunto, apesar de ser considerado relevante pelo deputado Teixeira, não é discutido em seu PL. Ele explica que seu projeto de lei pretende ser mais específico, mas a temática está inclusa no PL 2793/11, considerada por Teixeira, um dos autores, como uma legislação muito moderna. Segundo o artigo 10 do texto, então, a provisão de serviços de Internet, onerosa ou gratuita, não impõe ao provedor a obrigação de monitorar, filtrar, analisar ou fiscalizar o conteúdo dos pacotes de dados, tampouco de guardar registros de acesso a serviços de Internet, salvo, em qualquer dos casos, por ordem judicial específica. Já o artigo 11, considera que a responsabilização do provedor de serviços de Internet por danos decorrentes de conteúdo gerado por terceiros fica condicionada ao descumprimento dos procedimentos - que foram previstos em outra seção do texto.


Carolina Dieckman. O e-mail da atriz foi violado e suas fotos furtadas dos anexos. Ela teve 36 fotos íntimas divulgadas na internet. Poucos dias após o acontecimento, a discussão do PL 2793/11 foi levada ao Plenário. Teixeira, no entanto, não acredita que esse fato específico tenha sido decisivo para a discussão e a aprovação do PL e argumenta que já havia um apelo geral da sociedade para a sua aprovação. “Isso (o caso da Carolina Dieckman) foi apenas um fato da conjuntura que colaborou para a aprovação, mas não definiu”, diz. O deputado reitera também confiar na capacidade de seu texto, que contou com um

debate prévio caracterizado pela participação de diversos setores do conhecimento. Estavam envolvidos nos estudos: a academia (especialistas e professores da área de Internet e Tecnologia da Informação); representantes do Direito Penal; associações de combate à pornografia infantil; instituições financeiras; entidades de defesa do consumidor; o Ministério da Justiça; a Polícia Federal; entre outras Instituições. Portanto, o deputado acredita que o PL 2793/11 ganhou abrangência suficiente para dar conta de punir todos os crimes cibernéticos. “Estamos

propondo uma lei precisa, no sentido de trabalhar o tema dos crimes da internet e criar um ambiente capaz de punir aqueles que praticam permanentemente criminalidade dentro da rede”, afirma. Segundo ele, porém, algumas questões realmente não foram equacionadas na Câmara. Confiante de que a lei será aprovada pelo Senado rapidamente,Teixeira acredita, porém, que esses pontos poderão ser adequados na Assembléia do Senado. Se de fato concedida a aprovação pelos senadores, todas as mudanças entrarão em vigor após 120 dias da publicação.

Abranet > 11


tec de ponta > cloud

Cloud:

mercado a todo vapor

América Latina lidera migração para um modelo no qual prevalece a opção por um ambiente híbrido

o Brasil, a expectativa é a N que o mercado de cloud computing ou computação em nuvem gere empregos de maneira crescente ano a ano, segundo estudo encomendado pela Microsoft à IDC. Somente este ano serão 85.176; número que salta para 142.081, em 2013; 242.101, em 2014; e 414.178, em 2015. Com essa disposição, o Brasil supera a Rússia e o Reino Unido. Aliás, poucas 12 < Abranet

tecnologias registraram índices de aceitação tão altos em tão curto tempo. E com um detalhe interessante: a América Latina lidera a migração. Um estudo conduzido pela Tata Consultancy Services (TCS) com 600 gestores de TI de grandes corporações, revela que 39% das companhias latinoamericanas já têm aplicativos hospedados na nuvem. O índice supera o registrado na região da Ásia-Pacífico (28%),

EUA (19%) e Europa (12%), onde as empresas se mostram mais conservadoras. A pesquisa da TCS mostra também que o número de aplicativos corporativos baseados em cloud computing tende a crescer em média 18% até 2014, e a expectativa é que, por aqui, em solo latino, as iniciativas continuem à frente em relação ao modelo (56%), seguido por Ásia-Pacífico (50%). Já EUA e Europa ficariam com 34% e 24%, respectivamente. Flexibilidade O diretor de operações da KingHost, Juliano Primavesi, vê os serviços de cloud cada vez mais como uma commodity. “Poucas grandes empresas chegaram ao nível de cobrar por estes serviços preços próximos ao do antigo VPS (Virtual Private Server), que agora possui preço de shared hosting nos EUA. Outras, mais especializadas, usam a tecnologia para redução de custos, distribuição de carga, aumento do SLA


(service level agreement) e a oferta de um melhor serviço a seus clientes”, comenta. O número de empresas que migrarão para infraestruturas de TI em cloud computing como forma de revitalizar modelos de negócios dobrará nos próximos três anos, de acordo com o estudo “O poder da nuvem: inovação nos modelos de negócios”, conduzido em âmbito mundial, junto a mais de 500 executivos, pela divisão de consultoria da IBM em parceria

O mercado está de fato começando a entender que cloud computing proporciona o tipo de inovação fundamental que oferece diferenciação e valor de mercado José Luiz Spagnoulo, da IBM

com o instituto de pesquisa Economist Intelligence Unit. E um dos principais fatores que levarão ao aumento da adoção de cloud será a necessidade de revitalização dos atuais modelos de negócios, porque as organizações estão se preparando para atender aos novos desafios provenientes de grandes volumes de dados e da crescente popularização das mídias sociais. Estudos indicam que as organizações mais rápidas e bem sucedidas na adoção dos modelos flexíveis da computação em nuvem terão uma grande vantagem competitiva no processo de desenvolvimento de produtos e serviços e na captura de novos mercados. Prova disso é que enquanto 16% dos executivos entrevistados afirmam já estarem utilizando funcionalidades em nuvem para promover inovações, como ingressar em novos nichos de negócio ou remodelar um segmento de mercado existente, 35% deles pretendem utilizar a nuvem, até 2015, como ferramenta de transformação de atuais modelos de negócios. Reduzir complexidade, viabilizar novas experiências aos usuários e conquistar maior escalabilidade e flexibilidade de custos são os fatores, segundo o estudo, considerados pelas empresas na hora de optar pela nuvem. “O mercado está de fato começando a entender que cloud computing não

As empresas nem vão para a nuvem privada nem 100% na nuvem pública. Elas trabalharão em um modelo híbrido Antonio Couto, da HP gera apenas aumento de produtividade e redução de custo, mas também proporciona o tipo de inovação fundamental que oferece diferenciação e valor de mercado”, afirma José Luis Spagnuolo, diretor de cloud computing da IBM Brasil. Modelo Segundo especialistas, o mercado se moverá gradualmente para o nicho do ‘pacote fechado’, onde o cliente vai terceirizar o backup com o hospedeiro, se despreocupando com upgrades e bugs, e investindo apenas de acordo com a rentabilidade da operação. O cloud entra nesse pacote como plataforma de infraestrutura, viabilizando um maior SLA e continuidade de negócios, geograficamente Abranet > 13


tec de ponta > cloud

O que mais preocupa os gestores de TI hoje é a operacionalização e adaptação de suas aplicações para a nuvem Henrique Sei, da Dell Brasil

inclusive, e possibilitando um site de disaster recovery sempre atualizado e pronto para ser colocado em operação ao menor sinal de destruição do site principal. Uma preocupação recorrente, no entanto, ainda é a segurança da informação. Especialistas indicam cautela com o que vai ou não para uma nuvem pública, pois é um local, que muda de lugar conforme a operação do provedor do serviço de informação. A nuvem privada está sob o controle da empresa com a agilidade que a cloud se propõe a ter”, afirma Antonio Couto, estrategista de cloud da HP Brasil. Ele comenta que a soberania dos dados, em que as informações são armazenadas em território nacional, está em discussão, mas 14 < Abranet

ainda não há legislação para o tema. Para Couto, as empresas nem vão 100% para nuvem privada, nem totalmente para pública.“Elas trabalharão num modelo híbrido. Por isso a estratégia da empresa é a oferta de nuvens convergentes. Com as companhias construindo suas nuvens privadas mas também usando recursos das públicas, com uma ferramenta de orquestração que consegue dar agilidade às solicitações”. Ricardo Ranieri, diretor executivo da Silicom Solutions Provider, avalia que os serviços de cloud vêm crescendo devido à grande demanda de processamento de dados, com custos atrativos e a elasticidade que o serviço oferece. “As empresas podem crescer ou diminuir seu plano na medida da necessidade”, comenta. Outro ganho é a adequação ao conceito de TI Verde, resultado da virtualização e conseqüente consolidação de servidores, com redução do número de máquinas físicas para executar a mesma tarefa. Com isso, ganha-se em consumo de energia e espaço. “No lugar de 30, 40 servidores físicos é possível operar com apenas dois”, pontua. Confiança Quanto à segurança e à privacidade, Ranieri indica ao usuário procurar provedores de serviços consolidados que garantam a segurança e a continuidade dos negócios

em caso de falhas. A Silicom, por exemplo, mantém parceria com os principais fornecedores de tecnologia como VMware, Microsoft, Citrix e Dell, e está se tornando um provedor de soluções dedicadas, modelo no qual o cliente pode ter um servidor exclusivo, seja para seu site, portal ou até mesmo emails. “Praticamente 90% de nossa estrutura é virtualizada, o que nos garante oferecer serviços com SLA bem agressivo. Como não dependemos mais do legado de hardware, em caso de falha os serviços são rapidamente migrados para

Os serviços em cloud aumentam a eficiência operacional, reduzem custos com ativos de infraestrutura e licenças de software e eliminam desperdícios com hardware ocioso Gilberto Mautner, da Locaweb


Networking

Wireless

8%$ /&5803,4 EJTUSJCVJEPS RVF FOUFOEF PT 1SPWFEPSFT EF *OUFSOFU

FTTH

Com um portifĂłlio completo de produtos voltados para o provedor de internet e para integradores de sistemas de videomonitoramento, a WDC Networks estĂĄ preparada para atender empresas e clientes de qualquer porte. Temos produtos adequados a qualquer necessidade: seja para pequenas redes ou para redes de operadoras proďŹ ssionais. É muito fĂĄcil e prĂĄtico comprar na WDC, veja nossas vantagens: - Equipe tĂŠcnica especializada em redes

VoIP

- Treinamento para clientes em todas as tecnologias - Equipe comercial ĂĄgil e que entende os problemas dos clientes - EscritĂłrios regionais -P Promoçþes exclusivas - Soluçþes ďŹ nanceiras que se adaptam a cada cliente - Preços competitivos

CFTV

IP / ANALĂ“GICO

- Serviços proďŹ ssionais para ajudar em projetos complexos

5PEPT PT DMJFOUFT TĂ?P JNQPSUBOUFT OB 8%$ /FUXPSLT

2VFSFNPT RVF B TVB FYQFSJĂ?ODJB TFKB B NFMIPS DPN B HFOUF

Abranet > 15


tec de ponta > cloud

Os serviços de cloud vêm crescendo devido à grande demanda de processamento de dados, com custos atrativos e a elasticidade que o serviço oferece Ricardo Ranieri, da Silicon Solutions outro equipamento, sem parada para o cliente”, diz Ranieri. Gilberto Mautner, CEO da Locaweb, sumariza as vantagens da nuvem: aumenta a eficiência operacional, reduz custos com ativos de infraestrutura, licença de softwares e elimina desperdícios com hardware ocioso. Mautner diz que, em 2008, a Locaweb foi a primeira a oferecer soluções em cloud com estrutura no Brasil. “No início, nosso foco era principalmente atender ao público de pequenas empresas e usuários pessoa física com pacotes atrativos e preços acessíveis, já que eles

16 < Abranet

precisavam de processamento e flexibilidade e tinham pouca verba para investir”, conta. Hoje, os mais de 5 mil clientes da empresa estão divididos entre pequenos, médios e grandes empreendedores. Na concorrência por clientes de todos os portes e com demandas variadas, a UolDiveo possui em seu portfólio duas estratégias de nuvem: uma pública, representada pelo HOST; e outra privada, representada pelo DIVEO. O objetivo da segunda é atender ao mercado corporativo e, para isso, a empresa está aumentando as opções de produtos. Além daqueles já existentes – servidor virtual (VPS), Email (Microsoft Exchange) e CRM (Microsoft Dynamics) - serão adicionados, ainda nesse ano, Desktop Virtuais (VDI) e Unified Communications (UCaaS). Thiago Luiz Charnet Ellero, diretor de arquitetura de soluções e produtos da empresa, diz que “junto com as parcerias com empresas de aplicativos que estão colocando seus produtos na nuvem, como as plataformas financeiras para atender ao mercado de capitais, a UOL DIVEO mantém a oferta integrada de ambientes físicos e em nuvem, formando ambientes híbridos para o cliente. “Ser provedor de ambientes em cloud requer experiência

e escolha de boas tecnologias. Possuímos essa oferta desde 2008, o que permitiu maturidade no lançamento da nova plataforma v/Care, no final do ano passado, que atende hoje clientes importantes com ambientes de missão crítica”, comemora. Pública ou privada? Henrique Sei, diretor de vendas de soluções da Dell Brasil, analisa que a pressão para que as equipes de TI foquem seu tempo em atividades que agreguem maior valor aos negócios contribui para a migração para a nuvem, visando redução de custos. “Há um certo conservadorismo em relação à utilização da cloud pública, mas as soluções privadas já se provaram eficientes e rentáveis”, comenta. Em grandes organizações, questões de segurança e políticas internas/externas forçam decisões de adoção muito mais criteriosas. “Temos visto muitas empresas partirem para o uso de nuvens privadas e híbridas”, afirma Sei, ressaltando que a preocupação com a segurança tem ficado em segundo plano, em virtude da evolução das ferramentas de controle. “O que mais preocupa os gestores de TI hoje é a operacionalização e adaptação de suas aplicações para a nuvem”, pondera.


Abranet > 17

ESTÚ DIO GUAR Á


capa >

Para onde

vai o mercado? Provedores de serviços de Internet trocam experiências e opinam sobre assuntos que podem determinar o sucesso do setor. Tributação, regulação e novas tecnologias estiveram em evidência no encontro promovido pela Abranet

18 < Abranet


omo manter um negócio C ativo, competitivo e lucrativo, em um ambiente com tantos vieses como o das telecomunicações brasileiras? Essa foi a questão que permeou 100% das palestras apresentadas por especialistas, empresários, consultores e fabricantes no 6º Encontro “Desafios Atuais e Novas Oportunidades para os Provedores de Internet SVA e SCM”, promovido pela Abranet (Associação Brasileira das Empresas de Internet) no mês de maio. Chamaram a atenção os temas relacionados a tributação, regulação e novas tecnologias, juntamente com os diferentes tratamentos e modelos de atuação das empresas instaladas nos grandes centros urbanos e no interior do País. A Telebras, por exemplo, reconheceu sua incapacidade de vencer algumas barreiras burocráticas impostas, muitas vezes, pela vontade política do legislador municipal, ou mesmo de leis nacionais, como a que rege

o meio ambiente, e também as orientações dos parceiros no Plano Nacional de Banda Larga (PNBL), a Eletrobras e a Petrobras, que seguem normas internas independente da vontade ou urgência da universalização da banda larga. “O 6º Encontro, com o tema “Desafios Atuais e Novas Oportunidades para os Provedores de Internet SVA e SCM”, foi uma oportunidade de debates e também um espaço para planejarmos o futuro”, afirmou Eduardo Neger, presidente da Abranet. “Alguns temas do evento nos acompanham desde a primeira edição, mas falamos de fibra ótica e outras tecnologias, fazemos networking e temos oportunidade de fazer perguntas”, completou o vice presidente da entidade, Evandro Varonil. Representatividade Também na solenidade de abertura do evento, o diretor de provedores de conteúdo,

Hoje, quem vai entrar no triple play precisa das outorgas de STFC, SCM e TV. Com SCM dá para fazer telefonia, mas há várias restrições. Dá para começar com SCM, mas não dá para viver assim por longo prazo Marcos Hermann, engenheiro de telecomunicações José Oscar Cícero, destacou as possibilidades das decisões de vanguarda, os questionamentos dos provedores, e disse que a associação “defende os interesses de todos em Brasília, buscando

Da esquerda para a direita: Carlos Bernardi, José Oscar. Eduardo Neger, e Evandro Varonil, todos diretores da Abranet Abranet > 19


capa >

Os provedores devem esgotar as possibilidades de prestação de serviços com a licença SCM antes de partir para uma nova outorga, que exige investimentos, acompanhamento e gera despesas. Edmundo Matarazzo, consultor e ex-superintendente da Anatel

os benefícios da categoria. Fazemos pesquisas, estudamos a respeito da tributação e oferecemos diversos serviços ao associado”, enfatizou. Cícero também destacou a presença da entidade em todo o País e o processo de expansão. Disse que a Abranet já conta com representantes dos provedores da Bahia, Ceará, Distrito Federal, Goiás, Maranhão, Rondônia, Mato Grosso do Sul, Santa Catarina, Minas Gerais, Paraná, Piauí, Rio de Janeiro, Mato Grosso. “A cobertura tem crescido 20 < Abranet

graças à expedição WDC/ Abranet, iniciativa, que está mapeando a qualidade da internet em diferentes regiões para ver como os provedores estão operando”, acrescentou. Oportunidades de negócios Consenso geral entre os palestrantes presentes nos dois dias do encontro foi que os provedores de acesso à internet não têm outra opção senão explorar nichos de mercado e ampliar o mix de serviços. “Até 2008, a maioria dos acessos acontecia em lan houses. Já este ano, a F-Nasca identificou que 19% das pessoas acessam a internet por dispositivos móveis. Pode estar havendo uma substituição, porque como não se consegue alta velocidade em lan house, a pouca velocidade nos smartphones pode estar sendo opção”, declarou Daniel da Hora Alves de Lima, gerente do departamento de telecomunicações do BNDES (Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social). Para provar que está atento às atividades dos provedores de acesso, Hora resgatou pesquisa feita pelo Nic.br no ano passado, segundo a qual existem 1934 provedores de internet no País, sendo que seis deles concentram 80% das conexões; 95% atua em

apenas uma região; e 95% dos municípios possuem ao menos um provedor de acesso. Sobre as lan houses, a pesquisa aponta a existência de 108 mil instalações catalogadas, sendo apenas 28% formais. Quarenta e sete porcento divide espaço com atividades comerciais complementares; e 75% não oferece velocidade acima de 4 Mbps, o que reforça a tese de substituição desse serviço por dispositivos móveis. O engenheiro de telecomunicações Marcos Hermann e o consultor Edmundo Matarazzo, diretor geral da Matarazzo & Associados e exSuperintendente da Anatel, destacaram que a concorrência feroz dos grandes operadores, baseada na visível redução de preços e no crescente empacotamento de serviços, não dá alternativa diferente do triple play ao setor. A primeira opção nessa cesta, obviamente, é o serviço de voz. Porém, sem o plano de numeração, a recomendação de Hermann é que os provedores originem ligações em SCM (serviço de comunicação multimídia) e recebam em STFC (serviço telefônico fixo comutado). “Hoje, quem vai entrar no triple play, precisa das outorgas de STFC, SCM e TV. Com


SCM dĂĄ para fazer telefonia, mas hĂĄ vĂĄrias restriçþes - nĂŁo tem numeração, nĂŁo tem portabilidade, etc. DĂĄ para começar com SCM, mas nĂŁo dĂĄ para viver assim por longo prazoâ€?, alerta Hermann. Edmundo Matarazzo acredita, no entanto, que os provedores possam esgotar as possibilidades de prestação de serviços com a licença do SCM (Serviço de Comunicação MultimĂ­dia) antes de partir para uma nova outorga, como o Seac (Serviço de Acesso Condicionado), que exige investimentos, acompanhamento de obrigaçþes, despesas e nĂŁo, 1

06/02/12

O Brasil nĂŁo estĂĄ preparado para legislar a atividade dos provedores. Falar em internet nĂŁo diz muita coisa para o legislador, e menos ainda para o deputado que produz as leis Luis Henrique Neris de Souza, advogado tributarista

15:17

Ideal para seus clientes. EďŹ caz para seu negĂłcio. e vocĂŞ ainda pode expandir seus horizontes.

Tudo para vocĂŞ ter seu prĂłprio Provedor de Telefonia IP

SIPHost

SIPServer

PLATAFORMA E INFRAESTRUTURA NECESSĂ RIA PARA INICIAR SUA OPERAĂ‡ĂƒO DE TELEFONIA IP, DISPENSANDO INVESTIMENTO INICIAL COM HARDWARE E LINK DE INTERNET.

HOSPEDE VOCĂŠ MESMO SUA PLATAFORMA DE TELEFONIA IP, CONTANDO COM TODOS OS RECURSOS DO SIPHOST E MUITO MAIS.

o 461035& " 5&-&'0/*" 45'$ $41 $ª%*(0 %& 4&-&žš0 %& 13&45"%03"

305&".&/50 %& /Âą.&304 &41&$*"*4 $0. & %¤(*504 305&".&/50 %& ˜6%*0 & &/$".*/)".&/50 %& $)"."%"4 — $0#3"3 %*4$"(&. $ %¤( %*41&/4"/%0 0 $ÂŞ%*(0 %& ˜3&" -0$"o 6/*'*&% .&44"(*/( $)"."%"4 %& 70; & 7¤%&0 70; & 7¤%&0 ."*- $"*9" 1045"- SALAS DE CONFERĂŠNCIA o "%*žš0 %& /¤7&- "%.*/*453"5*70 & )*&3˜326*$0 %*453*#6*%03 $0. 1&340/"-*;"žš0 %& */5&3'"$& 8&#

o */5&3'"$& 8&# ".*(˜7&- & &. 10356(6ÂĄ4 %0 #3"4*o "/˜-*4& & $0/530-& "/5*'3"6%& o 4*45&." %& $0#3"/ž" 13 & 1ÂŞ4 1"(0 o 305&".&/50 103 5&3.*/"%03&4 & /Âą.&304 %& %&45*/0 o .Âą-5*1-"4 5"#&-"4 %& 7&/%" o %*'&3&/5&4 /¤7&*4 "%.*/*453"5*704 & )*&3˜326*$04 (&3"- 3&7&/%" (3610 & 646˜3*0

o )041&%"(&. /0 %"5"$&/5&3 %0 /"1 #3"4*- 155

Conheça todos os recursos atravÊs do QR Code ao lado.

www.alcpropaganda.com.br

devel_fechado.pdf

necessariamente, gera o retorno proporcional em receita. “SĂŁo muitas regras e ainda faltam regulamentaçþes que nĂŁo se sabe como serĂŁoâ€?, diz. Ele comenta que os provedores atĂŠ podem atuar com licenças SMP e STFC, porĂŠm os custos sĂŁo muito altos. “SĂł no leilĂŁo SMP, a Anatel espera recolher R$ 38 milhĂľesâ€?, pontua. Matarazzo reforça que os provedores podem, com o SCM, atuar com vĂ­deo sob demanda,VoIP, acesso Ă internet e transmissĂŁo de dados. “A Net tem um canal, o Now, com filmes armazenados, que pode se fazer pelo SCMâ€?, exemplifica.

Inicie sua

lefonia IP operação de Te

em apenas 48h

Av. Luiz Saldanha Rodrigues, 1201 - Nova Ourinhos Ourinhos - SP 11 2124-7474 14 3512-2222

Abranet > 21 www.develsistemas.com.br


capa >

Não se consegue alta velocidade em lan house, a pouca velocidade nos smartphones pode estar sendo opção Daniel da Hora Alves de Lima, do BNDES Segmentação de clientes Mesmo com a necessária oferta de múltiplos serviços, Hermann aposta que o diferencial dos provedores será mesmo na “fidelização”. Em sua apresentação, ele traçou um mapa do crescimento do mercado, pontuando principalmente o aumento da Classe C e a demanda das micro e pequenas empresas. “A Classe C está cada vez mais seletiva quanto aos gastos. Por outro lado, as pessoas estão passando mais tempo na internet, inclusive os adultos, e o triple play agrada não só pela oferta integrada dos serviços, como também pela unificação das contas”, comenta. Outra sinalização se refere à competição das operadoras na oferta ou publicidades de 22 < Abranet

números cada vez maiores de megabytes transmitidos por segundo. E aconselhou aos provedores de acesso não embarcarem nessa disputa. Na sua visão, o cliente residencial quer uma conexão razoável para consulta e troca de informação, mas só vai medir seu link quando começar a ficar lento. Já no segmento empresarial, ele identifica três alvos para o provedor de acesso: as microempresas, as pequenas e as médias empresas, com faturamento de até R$ 90 milhões por ano. Esses são os clientes que devemos buscar, porque temos tamanho e conhecimento para atendêlos. Os grandes contratam consultorias e provedores internacionais”, indica. Para Hermann, as PMEs desejam receber telefonia com número chave (de 2 a 15 linhas, de preferência SIP), não querem TV, demandam uma conexão que varia de 1Mbps a 5Mbps e, principalmente, a solução rápida de problemas. Tributação e finanças A preocupação da Abranet com a operação dos provedores vai além de conhecer a infraestrutura e o plano de negócio de cada um. Durante o evento, a entidade trouxe especialistas em tributação, o BNDES e outras empresas para apresentar as possibilidades disponíveis de financiamento e também a composição de

impostos, cujo recolhimento é obrigatório para as empresas se manterem em situação legal. Daniel da Hora Alves de Lima, do BNDES, indicou os pontos de presença do Banco, suas linhas de crédito e destacou que o modelo mais adequado para as empresas do setor de internet são as operações indiretas, aquelas abertas pelos parceiros do BNDES, mais comumente os bancos de varejo. Na questão tributária, a situação dos provedores de acesso é um tanto desconfortável. “A atividade dos provedores se encontra em um limbo”, disse o tributarista especializado em telecomunicações, Luis Henrique Neris de Souza. Segundo ele, há situações em que o serviço não está enquadrado entre aqueles tributáveis pelos municípios (ISS) nem pelo Estado (ICMS). “O Brasil não está preparado para legislar a atividade de vocês. Falar em internet não diz muita coisa para o legislador, e menos ainda para o deputado que produz as leis”. O advogado explicou a sua afirmação pontuando que o provimento de acesso à internet não está na lista de serviços tributados pelo ISS (imposto sobre serviço). “Os provedores estão no limbo”, repetiu. Segundo ele, ISS não incide sobre locação, e o provedor de internet inscrito no Simples não deve recolher o tributo, porque não está na lista de prestador de serviços.


Rotas alternativas para

expansão dos serviços Novos provedores de infraestrutura de rede, incluindo Telebras, oferecem serviços no atacado e viabilizam o crescimento dos ISPs

M

ultinacional de conectividade e soluções de telecomunicações do Grupo ISA e dona de uma malha de fibra ótica própria, com mais de 21 mil quilômetros de extensão em toda América Latina, a Internexa iniciou operações no Brasil, em março último, prometendo construir uma nova infraestrutura, também baseada em fibra, sobre a rede de transmissão de energia da Companhia de Transmissão de Energia Paulista (Ceteep). A estratégia da companhia é trazer conteúdos internacionais para o Brasil e possibilitar

aumento de competitividade ao mercado de internet, além de melhora dos serviços prestados pelos ISPs, segundo Rogério Carvalho Antunes, diretor presidente da corporação. Multimídia Outra infraestrutura apresentada aos provedores foi a rede da SAMM - Sociedade Atividade Multimídia, empresa do Grupo da CCR. Nelson Eduardo Margarido, gerente de negócios e operadoras, explicou que organização transmite dados em 2 mil quilômetros fibra ótica 100% subterrânea. O portfólio de serviços é variável, sendo um deles

o backbone de transporte DWDM de 1600 Gbps, ou 40 canais de 40G em todos os anéis. “Começaremos no Rio, Niterói, Dutra, Bandeirantes, Limeira, Anhanguera, Castelo Branco, Raposo Tavares, Linha Amarela do Metrô, 20 a 30 pontos de presença, o que não nos impede de abrir novos”, explicou Margarido. Segundo ele a atuação da SAMM terá foco na parceria com os provedores ISPs, em localidades onde não há serviço disponível. Algo semelhante à proposta da Telebras, que vem enfrentando dificuldades para instalar a rede do PNBL. “Hoje, nosso grande desafio é fazer parcerias com mercado privado, sem afetar a legislação em vigor”, disse Claudio Santana Laranjeira, gerente de contas de pequenas e médias empresas, da diretoria comercial da Telebras. Em 2014, a meta é que o backbone da Telebras tenha 30.800 km de fibra óptica (lançadas sobre as redes das concessionárias de energia elétrica e de gás), com 322 pontos de presença no backbone. No backhaul haverá enlace de rádio ou fibra que poderão chegar a 4.283 municípios. “E aqui que estamos buscando parcerias com a iniciativa privada”, destacou Laranjeira. A ideia é que os ISPs cubram uma determinada cidade ou bairro e a Telebrás ilumine todo o País. Abranet > 23


política >

Velocidade controlada Anatel quer acabar com distorções de qualidade e velocidade de conexões em banda larga ofertada aos usuários brasileiros

A

Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) definiu, sob a tutela do governo, que vai monitorar a qualidade e a velocidade das conexões em banda larga comercializadas no País. A monitoria é válida desde 28 de fevereiro, quando a Anatel anunciou que a PricewaterhouseCoopers foi escolhida como a Entidade Aferidora da Qualidade – EAQ. Mas a decisão ainda é polêmica. Muitos no setor duvidam de soluções “mágicas” ou impositivas para melhorar a oferta de serviços ao usuário final. O consultor e exsuperintendente da Anatel Edmundo Matarazzo, chega a dizer que a iniciativa “seria como verificar a água da Sabesp em um apartamento, sem levar em consideração que eles não controlam a limpeza da caixa d´água. O tipo de navegador, redes e o próprio computador interferem, e o que deveria ser realmente analisado não é”. 24 < Abranet

Determinar um padrão para controlar a qualidade da conexão em banda larga seria como verificar a água da Sabesp em um apartamento, sem levar em consideração a limpeza da caixa d´água Edmundo Matarazzo, consultor e ex-superintendente da Anatel

Vanderlei Rigatieri, da WDC Networks, defende, no entanto, que medir a qualidade do acesso banda larga oferecido aos assinantes é uma das tarefas mais relevantes no relacionamento provedor de serviço/consumidor. Ele acredita que os resultados apurados pela Anatel, apesar de não serem rigorosos do ponto de vista serão uma forma de trazer à tona a conscientizar a sociedade para a necessidade de se aferir a qualidade da internet oferecida. Mas, a experiência pessoal que Rigatieri vem desenvolvendo ao longo da expedição WDC/Abranet, montada para conhecer a infraestrutura de internet em operação no País, mostra que o fato de possuir infraestrutura díspares em cada região, dificulta a padronização das medições de velocidade e qualidade. A expedição WDC/Abranet está percorrendo mais de 35 mil quilômetros de Norte a Sul do País, para conhecer a


realidade de internet. “Uma das coisas que mais sentimos dificuldade neste projeto foi escolher a melhor ferramenta de aferição da qualidade de acesso dos usuários. Realmente é um ambiente complexo, o tipo de dispositivo do usuário, a distância dos servidores, se estão em PTT (Ponto de Troca de Tráfego) ou não, etc, são fatores que pesam no resultado final”, confirma. Variáveis Quando questionado sobre o que precisaria ser levado em conta numa avaliação como essa e o que pode ser considerado erro, Rigatieri afirma que sob

o ponto de vista regulatório e estritamente técnico existem inúmeras variáveis que podem levar a resultados diferentes numa mesma medida. Desde a saturação de tráfego num determinado momento até a capacidade de uma estação radiobase (ERB), se pensarmos em internet 3G. Outra questão a ser ponderada é a distância entre o ponto de conexão e o servidor mais próximo, além dos caminhos e das redes pelas quais os dados trafegarão. Para o usuário, aquele que está pagando por uma determinada banda e não sabe se recebe o que comprou, Rigatieri indica que a melhor ferramenta é

aquela mais simples e fácil de usar e que apresente os resultados em um formato de fácil entendimento. “Se os assinantes fossem instruídos a usar essas ferramentas, a pressão sobre o prestador de serviço seria maior e a qualidade aumentaria por uma questão de competição”, pondera. Gato por lebre? É essa postura mais crítica que, na visão dos profissionais ouvidos para esta reportagem, será desenvolvida a partir da ação da Anatel e das pressões exercidas pelo Comitê Gestor da Internet (CGI. br). “Claro que, se a variação

a

Rentabiliza o OTT

xim

id

a

Melhora a Qualidade de Experiência

et n n r e t

Ve l o c

Reduz Custos de Rede

In



ad e Má

Receba Informações da Rede

Mais de 200 operadores e provedores de internet utilizam PeerApp para solucionar os desafios da entrega de conteúdo em suas redes. A plataforma de cache transparente Ultraband da PeerApp fornece melhoria instantânea na qualidade e na redução de custos para conteúdo OTT (Over-The-Top), e estabelece a base da infraestrutura para entrega de conteúdo, gerador de receitas. É por isso que mais e mais operadores e provedores estão tornando o Abranet > 25 Ultraband parte de suas redes. Além disso, o Instituto Frost & Sullivan reconheceu a PeerApp como a maior empresa global, dedicada exclusivamente ao desenvolvimento da tecnologia de cache de alta performance. Para saber mais, acesse: www.peerapp.com PeerApp, Ltd. | 375 Elliot Street, Suite 150K, Newton, MA 02464 USA | +1 617 975 0977

© 2012 PeerApp Ltd. All rights reserved


política >

Uma das coisas que mais sentimos dificuldade na expedição Abranet/WDC foi escolher a melhor ferramenta de aferição da qualidade de acesso dos usuários. Realmente é um ambiente complexo, o tipo de dispositivo do usuário, a distância dos servidores, e se estão em PTT, são fatores que pesam no resultado final Vanderlei Rigatieri, da WDC

é de 5% ou 10% para cima ou para baixo, não vai mudar muito, o problema é quando o assinante compra 1 Mbps e recebe menos que 100 Kbps”, indica Rigatieri. O modelo definido pela Anatel prevê que o provedor de acesso, seja ele local ou uma grande operadora, disponibilize ferramenta de aferição, que funcione como uma “balança” simples de usar, para dar “poder de fogo ao assinante”. Mas Rigatieri insiste que deve se tratar de forma diferente 26 < Abranet

os diferentes. “Por exemplo: na região Centro-Oeste a dificuldade não é a qualidade, mas a disponibilidade de acesso. Lá os provedores locais sofrem, pois não conseguem comprar links dedicados das operadoras. E, com isso, oferecem a qualidade possível”, indica o executivo da WDC.Em compensação, o Estado do Paraná tem oferta em abundância e a qualidade aumenta, segundo ele. Qual é o modelo? Nilberto Diniz Miranda, ouvidor da Anatel, considera que as regras de medição não podem ser estanques. “Cremos que a Anatel tem consciência disso. O Grupo de Implantação da Aferição da Qualidade continua desenvolvendo os seus trabalhos. As regras ora estabelecidas devem ser consideradas, tão somente, como parte de um processo de exigência qualitativa que está apenas começando”, diz. Em um segundo momento, completa o ouvidor, a Anatel deve observar o desempenho do setor regulado na prestação desses serviços e, principalmente, se atentar para os níveis de satisfação da sociedade, os quais vão orientar a evolução das regras e os futuros patamares qualitativos. Para Miranda, tecnicamente, as influências qualitativas parciais dos sinais em trechos de rede e equipamentos, têm repercussão direta nos valores finais, quando são considerados pontos

extremos. “Erros operacionais de medição podem ocorrer, mas a existência regulamentar de uma estrutura para a aferição qualitativa, devidamente monitorada pela Agência, no nosso entendimento, minimiza os efeitos destes possíveis erros”, sentencia. Ele também afirma que este importante regulamento relativo às Regras Gerais de Qualidade (RGQ/SCM) integra um conjunto de outras iniciativas visando a ampla competição, e cita como exemplos os regulamentos do AICE, EILD, Remuneração de Redes de STFC, Edital de Licitação das faixas de 450 MHz e 2,5 GHz, PGMC, modelagem de custos etc. “Fomentar a ampla competição é dever do Estado e se constitui na principal arma do consumidor”, diz Miranda. Controle O engenheiro Marcos Centeno, diretor da MHemann, lembra que quando contratamos um plano de acesso à internet para uso em nossas casas ou escritórios, o preço varia de acordo com a velocidade contratada, e os preços seguem essa margem, ou seja, quanto mais velocidade mais caro o serviço. “O problema está em como medir se a velocidade contratada está mesmo sendo disponibilizada. Temos dois pontos a serem observados, o real significado de ‘velocidade


contratada’ e como conferir esta velocidade”, diz. “O computador do assinante é conectado à rede da operadora através de uma linha xDSL, rádio, cabo coaxial, ou fibra, e a rede da operadora, por sua vez, se conecta à internet. Logo, ao medir a velocidade entre a residência do assinante e a rede da operadora, estamos medindo somente a velocidade de acesso e desconsiderando a velocidade entre a rede da operadora e a internet”, opina Centeno. De acordo com ele, para realmente medir a qualidade do acesso à internet e confirmar se a velocidade oferecida é entregue, o mais adequado seria avaliar a

conexão entre o computador do assinante e a internet. As principais dívidas que começam a ser quitadas pela nova administração da Anatel são, em primeiro lugar, a instituição do processo de transparência da gestão e, em segundo, o resgate da celeridade no andamento dos regulamentos. “É evidente que o gigantismo do setor e os seus impactos mercadológicos requerem da Agência detidas reflexões antes da edição de medidas importantes, porém na mesma velocidade do impacto das telecomunicações na vida da sociedade”, diz Nilberto Miranda, ouvidor da Anatel. Uma celeridade com

As regras de medição não podem ser estanques Nilberto Diniz Miranda, ouvidor da Anatel a qual a Abranet concorda e está sempre pronta para dar sua contribuição técnica visando a melhoria do acesso a internet no Brasil.

Abranet > 27


conexão >

Inovação está no

DNA brasileiro

Mesmo com recursos ainda difíceis e sob rigorosos critérios de financiamento, startups locais alcançam lugar de destaque no cenário nacional e já registram reconhecimento exterior

O

professor e colunista do Washington Post, o norteamericano,Vivek Wadhwa, está mais impressionado com os empreendedores de Campinas, interior de São Paulo, do que com os de Silicom Valley, nos Estados Unidos. Isso porque as empresas daquele país têm a disposição não apenas a infraestrutura tecnológica como apoio financeiro incondicional para inovação enquanto por aqui, em terras tupiniquins, o esforço para fazer decolar as startups é muito maior. Mas já temos casos de sucesso, como as startups da Softex, que estavam na Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) e optaram por aprender em sessões semanais de brainstorms até ampliar receita, funcionários e conquistar o apoio da Angel Investiment

28 < Abranet

Network - um portal online que conecta empresários e investidores cadastrados. O diretor da Abranet e gestor

O Brasil é muito privilegiado por entusiasmo e criatividade, mas o acesso ao capital ainda é difícil Carlos Sedeh, da MegaTelecom

de vendas e marketing da Megatelecom, Carlos Sedeh compara o mercado local ao norte-americano, apesar de ainda identificar que o filtro para abrir startup é maior no Brasil. “Aqui se investe em empresa que dá retorno. Nos Estados Unidos se aplica em ideia. Ainda não se arrisca tanto aqui. Enquanto lá se espera uma ideia maturar, aqui sofremos com a falta de recursos. “O Brasil é muito privilegiado por entusiasmo e criatividade, mas o acesso ao capital ainda é difícil”, pontua. Sedeh continua dizendo que a startup requer tratamento diferenciado, tem risco de implementação do negócio e, ao contrário de grandes empresas já consolidadas, precisa mitigar riscos por mais tempo. Para Carlos Ribeiro,


Alta capacidade

Temos a soluรงรฃo certa para sua empresa ou provedor. O crescimento da capacidade pode ser programado de acordo com a sua necessidade.

Conheรงa nossos serviรงos: (VWXGR GH 9LDELOLGDGH (VWXGR GH )UHTXrQFLD H ,QWHUIHUrQFLD /LFHQFLDPHQWR MXQWR j $QDWHO &HUWLยฟ FDomR GH 5HGHV 6ROXomR )77; 6LWH VXUYH\

Equipamento Full Outdoor Conexรฃo por meio de interface metรกlica ou รณptica. &RQยฟ JXUDomR SRU PHLR GH LQWHUIDFH ZLUHOHVV Antenas de fabricaรงรฃo prรณpria 0HQRU FXVWR HP VHX SURMHWR

3HTXHQDV OHYHV H GH IiFLO LQVWDODomR (TXLSDPHQWRV KRPRORJDGRV SHOD $QDWHO

Condiรงรตes de pagamento diferenciadas /RFDomR GH HTXLSDPHQWRV HP DWp ; &DUWmR GH FUpGLWR HP DWp ; VHP MXURV 'HVFRQWR SDUD SDJDPHQWR j YLVWD

Fone: 0xx11-2626-1600 'LVWULEXLGRU $XWRUL]DGR

&DOoDGD GDV 7XOLSDV &HQWUR &RPHUFLDO Abranet > 29 $OSKDYLOOH %DUXHUL 63 &(3 YHQGDV#ZD\QHWZRUN FRP EU ZZZ ZD\QHWZRUN FRP EU


Especializada na fabricação de cabos especiais para: links de micro-ondas wireless internet telefonia fixa e celular radiocomunicação radiodifusão sistemas de RF

Conheça também nossa nova linha de cabos para controle, comando, automação e instrumentação.

(cabos de controle)

(cabos de instrumentação)

(cabos para sistemas de detecção de incêndio )

(11) 5645-0900 vendas@afdatalink.com.br afdatalink.com.br

diretor de operações da Telbrax, operadora de telecomunicações que atende a clientes corporativos na região metropolitana de Belo Horizonte, em Minas Gerais, um complicador, é a inexperiência administrativa dos empreendedores mas Ribeiro ressalta, que o ambiente de startups é interessante, porque independe da localização geográfica do empreendedor. “Conheço empresas no interior de Minas Gerais, algumas, inclusive, nas regiões mais pobres”, pontua. Para ele, as deficiências de infraestrutura do Brasil afetam muito menos os negócios do que se imagina. Entre os exemplos de empreendimentos bem sucedidos estão as startups mineiras, como a Sambatech que já ganhou vários prêmios e é hoje uma empresa consolidada. E há as empresas mais novas.

Hoje em dia existe dinheiro no mercado, mas os mecanismos ainda são muito novos e os processos se tornam demorados Carlos Ribeiro, da Telbrax Pão de queijo A capital mineira tem tradição em empreendimentos inovadores, com alguns casos excepcionais de sucesso.

A Hotmart e a Anuncie Lá ficaram entre as quatro vencedoras do concurso ‘Sua Idéia Vale Um Milhão’, promovido pelo Buscapé “Ano passado duas empresas de Belo Horizonte - Hotmart e Anuncie Lá - ficaram entre as quatro vencedoras do concurso 100 Ideia Vale Um Milhão’, ‘Sua promovido pelo Buscapé. 95 Outra empresa local, a 75 DeskMetrics, foi selecionada para o programa oficial de empreendimentos do governo 25 chileno, o Startup Chile. 5

30 < Abranet 0

“O mais importante é sem dúvida a Akwan, que era uma startup formada por ex-alunos e professores da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) e que foi comprada pelo Google em 2005. Até hoje o portal de buscas mantém um centro de pesquisa na cidade, trabalhando em projetos diversos, pontua


% 0 5 Descontos

nos ingressos .

O Futurecom é o maior e mais qualificado Evento do setor de Comunicações da América Latina, e tem como objetivo reunir as forças de Mercado, proporcionando às empresas e aos Profissionais participantes um ambiente adequado e estimulante para o Desenvolvimento de Negócios, de Relacionamentos e de Conhecimentos. No Futurecom Brasil circulam cerca de 15 mil pessoas de 40 países, sendo 72% Presidentes, Diretores e Gerentes. Eles têm escolhido o Evento para balizar o Mercado sobre as novas Tecnologias e as mais modernas Tendências das Comunicações.

2, de 201 Agosto e d 7 1 o s 16 e ambuc Nos dia e - Pern if c e R to em o Even

d ordeste ADES ão n o N RTUNID O 3º Ediç P O E S ERNET IO T F SA S DE IN E R “OS DE O D VE S PRO CM” PARA O ! SVA e S ratuitas

w w w. a b r a n e t . o r g . b r

ção G .br articipa net.org ões e P ww.abra Inscriç cesse w A : s a d Limita Vagas

Abranet > 31

Aproveite esta oportunidade e adquira seu ingresso antecipado à Futurecom 2012, com desconto especial de 50% Acesse o site www.abranet.org.br ou ligue (11) 3078-3866


conexão >

Preferência para equipamentos desenvolvidos no Brasil, mesmo os mais caros Paulo Eduardo Henriques Kapp, da Telebras Carlos Ribeiro, da Telbrax. Nos últimos anos, surgiram diversas outras empresas, como Citybest, Everwrite e Bim.bon. Um dos principais blogs de inovação do Brasil é publicado em Belo Horizonte (Webholic). Outra mania recente, os encontros de startups, começou na cidade ainda em 2010 e hoje se espalhou pelo Brasil. E mesmo negócios de características locais, como as compras coletivas, no caso do Citybest rapidamente cresceu para outras cidades.

32 < Abranet

Um mais um Mas o que explica o sucesso dos empreendimentos mineiros na internet e no segmento de tecnologia em geral? A resposta é única e está na essência da rede: a infraestrutura de internet. Principalmente com os serviços de “cloud computing”, disponibilizados por empresas globais, o código pode ser escrito em Belo Horizonte e rodar em um data center nos Estados Unidos, atendendo a clientes do mundo todo. As startups brasileiras também têm vantagens nas compras governamentais. Paulo Eduardo Henriques Kapp, gerente de inovação e tecnologia da Telebras, dá preferência para equipamentos desenvolvidos no Brasil, mesmo se forem mais caros. O índice de desenvolvimento é muito alto em alguns lugares como Campinas, Campina Grande, São Paulo, na PUC e na UFRS, no Rio Grande do Sul. Em Pernambuco, a Fktec e a Brava Autonomia desenvolveram, com o apoio subvencional da FINEP, o Fone Fácil, produto que permite aos deficientes auditivos se comunicarem com falantes através de um sistema full duplex com tradução texto/voz e também o inverso.

Fontes de Financiamento Boris Wolfenson, da Brava Autonomia, conta que antes do apoio, o projeto não passava de uma excelente ideia sem verba para seu desenvolvimento. A Finep contribuiu com a disponibilização de recursos para as diversas necessidades de pesquisa e desenvolvimento. “O Fone Fácil está na fase de testes de campo e conta com apoio do Governo do Estado de Pernambuco, através da Secretaria de Ciência e Tecnologia. Teremos até 10.000 usuários na região nos próximos 24 meses”. “Principalmente em se tratando de um projeto de cunho social como o da Brava. Ela deve buscar novos nichos de mercado e ser capaz de congregar diversas competências em um objetivo comum”, sentencia. O Estado de Pernambuco, segundo o executivo, tem se destacado sobremaneira, nos últimos 10 anos, como pólo inovador em Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC), tendo promovido um grande incentivo ao terceiro setor com diversos investimentos. “Agrega-se a isto os investimentos efetuados pelo Governo Federal, que através do Ministério de Ciência e


Tecnologia, tem acompanhado com bastante seriedade, não apenas as necessidades financeiras, mas também fornecendo suporte técnico aos investimentos efetuados e à obtenção de resultados pelas empresas e instituições envolvidas”, completa. Rogério Medeiros, chefe do departamento de acompanhamento, avaliação e gestão da informação da Finep, conta que o apoio da instituição abrange todas as etapas do ciclo de desenvolvimento de um projeto: pesquisa básica, aplicada e o desenvolvimento tecnológico

de produtos, serviços e processos inovadores. O Brasil ocupa um lugar diferente da média dos países em desenvolvimento, e tem capacidade de geração própria de tecnologia suficiente para sustentar a competitividade no cenário mundial. Faltam, no entanto, facilidades de acesso ao crédito, o que deve ocorrer, gradativamente, com o maior apoio institucional do governo, além do natural amadurecimento do empreendedor, algo que já desponta no horizonte, constatam as fontes ouvidas para esta reportagem.

Finep apoia todas as etapas do ciclo de desenvolvimento de um projeto, incluindo pesquisa básica aplicada e o desenvolvimento tecnológico de produtos, serviços e processos inovadores Rogério Medeiros, da Finep

Abranet > 33


artigo > Laudalio Veiga Filho

Uma onda de

otimismo invade o Brasil

C

omo sou um otimista por natureza, vejo uma série de aspectos positivos no país e no nosso setor de comunicações como um todo. Ao contrário do clima de instabilidade na Europa, no Brasil há empolgação e grandes expectativas.Vejo um país com baixo índice de desemprego, estabilidade econômica, prosperidade e crescimento. Da mesma forma, estão ocorrendo mudanças que outrora teriam surpreendido os cidadãos, mas que impactam positivamente a produção e o caminho responsável do país rumo ao desenvolvimento como a alteração nos níveis de rentabilidade da poupança que foi Esperamos que o empurrão dos grandes eventos sirva para criar um legado de qualidade à infraestrutura da nossa nação implementada conforme plano de governo. Igualmente importante é o momento positivo com a expectativa e os investimentos crescentes para a Copa do Mundo e com as Olimpíadas não só no Rio de Janeiro, mas na carente infraestrutura do país como um todo. As concessões de grandes aeroportos, por exemplo, colocam alguma esperança numa melhora significativa para termos uma logística compatível com o Brasil. Esperamos que esse empurrão dos grandes eventos sirva para criar um legado de qualidade à infraestrutura da nossa nação. Na esfera federal, um ponto negativo é em relação aos escândalos e a corrupção como assuntos corriqueiros no dia a dia da população e como tema dos jornais e revistas. O processo de limpeza infelizmente é lento. Mas para tudo existe um caminho, e este passa por investimento em educação de qualidade, que

34 < Abranet

renderá benefícios no médio e no longo prazo. No nosso amplo setor de comunicações, a grande expectativa é o leilão de LTE, o que provoca agitação no mercado, e a (grande) possibilidade de novos players participando ativamente, contribuindo para o aumento da competição. Na área de regulação, um sinal de reação positiva vem da reestruturação na Anatel, que mesmo merecendo um orçamento maior, cria formas de melhorar seus serviços. No lado das tecnologias, soluções e aplicações, um turbilhão de novidades inunda nosso dia a dia, e a sopa de letrinhas do mundo das telecomunicações abre um fantástico mundo de oportunidades: FTTx,VAS, MVNO, M-Money, Femtocells, Smart-Cities, M2M, LTE, Cloud, M-health, m-education, PNBL, IPv6, big data, entre tantos outros temas interessantíssimos! Dentre esses, um uso interessante de VAS que chama a atenção e nos faz contentes é o m-education, fornecendo oportunidades a jovens e adultos estudarem inglês e espanhol a custos baixos. Tal aplicação da tecnologia é motivadora, pois além de gerar negócios contribui com uma necessidade de formação de mão de obra. Para encerrar, um outro ponto positivo a destacar é o rápido avanço do M2M communications e as grandes expectativas que advêm do Internet of Things, com o mundo conectado! No exterior, já em polvorosa, esse tópico certamente será destaque nos próximos meses no Brasil, e especialmente durante o Futurecom 2012 começando com aplicações nos mercados de utilities e automotivo. > Laudalio Veiga Filho é o Diretor Geral do evento Futurecom


Abranet > 35


DOMINE A NUVEM

com o poder da convergência. A Infraestrutura Convergente da HP acelera o que está por vir com o HP CloudSystem. A HP pode ajudar você a desmistificar a nuvem e aproveitar seu verdadeiro potencial. Com o HP CloudSystem, baseado na Infraestrutura Convergente da HP, podemos ajudar você a: <jZfc_\i X elm\d Z\ikX gXiX j\l e\^ Z`f Æ gi`mX[X# g Yc`ZX fl _ Yi`[X2 8lkfdXk`qXi# fihl\jkiXi \ XZ\c\iXi X `dgcXekX f [\ efmfj Xgc`ZXk`mfj \ `e]iX\jkilkliX2 <jkXY\c\Z\i ldX ]le[X f j\^liX \ [\ Xckf [\j\dg\e_f Zfd jfcl \j ZfdgifmX[Xj [X ?G \ d\c_fi\j gi}k`ZXj [X iniciativa Intel® :cfl[ 9l`c[\ij2 :fejkil`i ld XdY`\ek\ XY\ikf hl\ \mfcl` Zfd j\l e\^ Z`f% Veja como o HP CloudSystem e a iniciativa Intel® Cloud 9l`c[\ij gfjj`Y`c`kXd hl\ mfZ eXm\^l\ ]XZ`cd\ek\ ef j\l ZXd`e_f ~ elm\d% :fd\Z\ X^fiX%

8 elm\d X df[X fl X gi o`dX gcXkX]fidX [\ K@6 :fe_\ X fj ]Xkfj% FYk\e_X È, D`kfj jfYi\ a Nuvem” em www.hp.com.br/cloud/domine.

:fgpi`^_k )'() ?\nc\kk$GXZbXi[ ;\m\cfgd\ek :fdgXep# C%G% K_\ `e]fidXk`fe ZfekX`e\[ _\i\`e `j jlYa\Zk kf Z_Xe^\ n`k_flk efk`Z\% K_\ fecp nXiiXek`\j ]fi ?G gif[lZkj Xe[ j\im`Z\j Xi\ j\k ]fik_ `e k_\ \ogi\jj nXiiXekp jkXk\d\ekj XZZfdgXep`e^ jlZ_ gif[lZkj Xe[ j\im`Z\j% Efk_`e^ _\i\`e j_flc[ Y\ Zfejkil\[ Xj Zfejk`klk`e^ Xe X[[`k`feXc nXiiXekp% ?G j_Xcc efk Y\ c`XYc\ ]fi k\Z_e`ZXc fi \[`kfi`Xc \iifij fi fd`jj`fej ZfekX`e\[ _\i\`e% @ek\c \ cf^fk`gf [X @ek\c j f dXiZXj Zfd\iZ`X`j fl dXiZXj i\^`jkiX[Xj [X @ek\c :figfiXk`fe \ jlXj jlYj`[`}i`Xj efj 36 < Abranet <jkX[fj Le`[fj \ \d flkifj gX j\j%


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.