REVISTA ABRANET - EDIÇÃO 05

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revista

abranet Associação Brasileira de Internet Ano II | número 05 | 1º trimestre 2013

O futuro do A mobilidade além do home Office

Marco Civil Neutralidade de rede gera debates acalorados

Entrevista Terra: o planeta internet de olho na consumerização

Campus Party Internet é terreno fértil para o empreendedorismo IMPRESSO. PODE SER ABERTO PELA ECT


| editorial |

O Provedor, o Milho e a Pipoca

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s provedores de acesso e conteúdo, desde o início da operação comercial da Internet no Brasil sempre foram essencialmente empresas prestadoras do chamado SVA (Serviço de Valor Adicionado). Tudo começou no acesso discado, onde as redes de telecomunicações das operadoras de telefonia fixa davam suporte ao serviço. Com o advento da banda larga e a limitação do acesso à infraestrutura das operadoras de telecomunicações, alguns provedores foram obrigados a construir suas próprias redes para ofertar seus serviços. Constituíram-se desta forma centenas de novas empresas, pequenos operadores regionais de telecomunicações, detentores da licença denominada SCM (Serviço de Comunicação Multimídia), utilizando tecnologias como rádio e fibra óptica para dar suporte aos serviços de banda larga fixa. Os negócios prosperaram e muitos destes empreendedores obtêm hoje expressivas receitas destas operações. E acabam deixando de lado a essência de suas empresas: a Internet. Motivados por projeções de resultados futuros, agregam ao seu portfólio serviços como telefonia fixa e TV por assinatura. São prósperos projetos, mas que em última análise nada mais são do que cópias em miniatura das operadoras de telecomunicações convencionais. A diversificação do portfólio é sempre uma estratégia saudável para qualquer empresa, mas até que ponto vale a pena se distanciar da cadeia de valor da Internet e ingressar em novos mercados? Dependentes do ganho de escala e intensivas de capital, as operações de telecomunicações e TV por assinatura convencionais representam enormes desafios aos novos entrantes. Há quem vislumbre nestes desafios uma grande oportunidade de negócios. Não são poucos os associados da Abranet que operam com êxito em

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nichos de mercado. São referências e casos de sucesso que inspiram novos empreendedores. Mas há quem pense diferente, considerando o acesso uma simples commodity. Se aposta na acelerada obsolescência das operações de telefonia e TV a cabo convencionais. Em um cenário onde serviços de valor adicionado como o Skype já representam um terço de todo o tráfego telefônico internacional, vale a pena pleitear um plano de numeração ao estilo Graham Bell? Em um mercado onde as novas gerações de consumidores querem mobilidade e vídeo sob demanda, ainda vale a pena apostar em grades estáticas de programação de TV e dispositivos fixos? Os provedores estão olhando com mais cuidado para suas próprias operações, identificando o que de fato é commodity e o que pode de fato agregar valor aos seus produtos. E nesse ponto, sabemos que o empreendedor brasileiro é criativo e inovador. Já são inúmeros casos de sucesso em todo o Brasil, onde uma simples conexão de Internet acaba se transformando em um novo serviço, mais qualificado, com maior valor agregado, enfim, mais útil para demandas específicas dos consumidores. Ao invés de milho, oferta-se pipoca. Neste sentido, a Abranet prossegue promovendo os debates do setor, que além da questão mercadológica envolve políticas públicas e regulamentação. Dia 18 de abril promoverá em Brasília o Congresso Brasileiro de Internet e nos dias 16 e 17 de maio promoverá em São Paulo a 7ª edição do evento “Novos Desafios e Oportunidades para Provedores SCM e SVA”. Contamos com a presença de todos. Boa leitura! Eduardo Neger Presidente da Abranet Abranet > 3


índice >

06 Fique por dentro

Nuvem, um passo estratégico para os provedores

08 Entre Aspas

Terra: o planeta internet de olho na consumerização no Brasil

12 Tecnologia de Ponta

Pagamentos móveis: novo comércio, nova carteira

16 capa

Será o fim do congestionamento dos celulares?

24 Conexão

Mercado de CDN crescerá 400% até 2015

28 Política

Neutralidade de rede gera debates acalorados

30 Sustentabilidade

Cloud Computing e responsabilidade ambiental

32 Inovação

Internet é terreno fértil para o empreendedorismo

36 Gestão Empresarial

Mão de obra qualificada: capacitação sobre para as empresas

40 Artigo

Fraudes em VoIP, como se proteger de golpes na telefonia

41 Casos e “Causos” Descobri a “América”

42 Espaço Conselho Jurídico

Um memorável congresso, brasileiro e de internet

Conselho Editorial Eduardo Neger neger@abranet.org.br José Janone Junior janone.jr@abranet.org.br Gerência Executiva Roseli Ruiz Vazquez (gerente@abranet.org.br) Editora Jackeline Carvalho – MTB 12.456 jackeline@cinterativa.com.br Redação Jackeline Carvalho, Luciana Robles, Marcelo Vieira e Mayra Feitosa Revisão Comunicação Interativa

Comercial Marcelo Augusto e Rafael Souza de Paula ADMINISTRATIVO Mônica Bernardo (assistente) edição de arte Cinthia Behr e Evelyn Leine Impressão Neoband Tiragem 9.000 exemplares Projeto, Produção e Edição Comunicação Interativa Editora contato@cinterativa.com.br Tel.: 11-3032.0262

Associação Brasileira de Internet Rua da Quitanda, n. 96, Cj 31 Centro - São Paulo-SP CEP: 01012-010 Tel.: (11) 3078.3866 www.abranet.org.br Facebook http://www.facebook.com/abranetoficial Linkedin www.linkedin.com/abranet Twitter @abranet_brasil

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Fique por dentro >

CONCORRÊNCIA MAIS LEAL

NUVEM, UM PASSO ESTRATÉGICO PARA OS PROVEDORES

Governo quer equilibrar competição entre grandes e pequenas telcos

Para Abranet, novas aplicações podem fidelizar clientes

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compartilhamento de infraestrutura pode beneficiar usuários finais e empresas do setor de Telecom. Assim, Artur Coimbra, diretor do departamento de Banda Larga da secretaria de telecomunicações do Minicom (Ministério das Comunicações), resumiu a visão do governo sobre o setor de telecomunicações, em palestra apresentada no Congresso RTI de Provedores de Internet. A meta do governo é chegar a 40 milhões de acessos até 2015 e, para isso, além do compartilhamento de infraesturutra, ações regulatórias e incentivos fiscais podem ajudar o país a alcançar o objetivo e melhorar a concorrência entre grandes e pequenas telcos. “O compartilhamento de infraestrutura precisa ser feito com medidas regulatórias”, disse, ao afirmar que nesse mercado quase todos dizem ser a favor do compartilhamento. “Talvez só a indústria de equipamentos não seja”, analisa. A Telebras foi citada como a “gênese” do PNBL (Plano Nacional de Banda Larga), pois ativou redes de fibra óptica para melhorar a competição na ponta. Porém, Coimbra explicou que a empresa brasileira tem problemas de redundância, pois a rede está sujeita a falhas por causa de um anel aberto, mas que deve ser fechado até a Copa das Confederações, o que promete melhorar os serviços. A redução no valor do direito de passagem também está nos planos.

RNP AMPLIA CAPACIDADE DE REDE EM SÃO PAULO Infraestrutura óptica chegará a 40 Gpbs

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oi celebrada em Brasília a ampliação da capacidade de enlaces das instituições de ensino e pesquisa do estado de São Paulo, que fazem parte da rede IP operada pela Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP). A

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melhoria da capacidade beneficiará 13 municípios de São Paulo, que passarão a contar com uma rede de 40 Gbps (ante os 150 Mbps anteriores). Participaram do evento os ministros da Ciência, Tecnologia e Inovação, Marco Antonio Raupp, e das Comunicações, Paulo Bernardo, além do diretor geral da RNP, Nelson Simões, e do presidente da Telefônica Vivo, Antonio Carlos Valente. A ampliação decorre de uma contrapartida imposta pela Anatel à

O compartilhamento de infraestrutura precisa ser feito com medidas regulatórias” Artur Coimbra, diretor do departamento de Banda Larga da secretaria de telecomunicações do Minicom

operadora espanhola em 2010, como parte das obrigações relativas à fusão das duas operadoras. Segundo o ministro Paulo Bernardo, o aumento da capacidade da rede IP tornará as conexões das entidades beneficiadas mais adequadas ao uso científico. As redes da RNP e da Telebras, disse ainda, poderão fazer parte do esforço do governo de ampliar a infraestrutura óptica no País, cuja expansão deve exigir investimentos de R$ 100 bilhões em 10 anos.

presidente da Abranet (Associação Brasileira de Internet), Eduardo Neger, abriu a primeira edição do Congresso RTI de Provedores de Internet, que aconteceu em São Paulo. Em sua palestra, a computação em nuvem foi apresentada como parte da estratégia para a criação de novos serviços – essenciais para a sobrevivência dos pequenos provedores de internet, que enfrentam a concorrência de grandes empresas. No Brasil, o número de operadores locais do SCM autorizados pela Anatel chega a 3,6 mil, e eles são responsáveis por 15% das conexões de alta velocidade no País. Neger destacou que os provedores SCM no País investiram em infraestrutura para atender regiões remotas, onde não há penetração de grandes concorrentes. Agora, com o aumento da competição, Neger indica que o objetivo dessas empresas seja fidelizar os usuários antigos, que demandam mais banda, serviços e aplicações. Para ele, os serviços em nuvem podem ajudar nessa estratégia. “A nuvem está gerando bons resultados para o crescimento de aplicações”, disse, citando como exemplo a criação recente de um serviço de backup de nota fiscal eletrônica baseado em nuvem, dedicado em atender microempresas. “Este é um serviço importante, visto que nesse segmento muitas (empresas) guardam notas fiscais em pendrives e estão sujeitas a perder o documento eletrônico que deve ficar arquivado por cinco anos”, emenda. “Gargalos de acesso, banda larga, infraestrutura limitada e tributação elevada podem prejudicar essa adoção. Sem uma infraestrutura com capacidade e capilaridade, os serviços em nuvem, que consomem mais banda, não serão viáveis para o público”, pondera. Mas Neger afirma que as empresas não devem se conformar, e devem buscar saídas. “Os órgãos de fomento estão disponíveis e as empresas podem investir em P&D para tentar criar novos projetos e, consequentemente, casos de sucesso”, incentivou. Para ele, as empresas precisam pensar com a cabeça do mundo IP, pois a geração atual já se comporta de forma diferente em relação ao acesso. “O mercado deve saber aproveitar as oportunidades”, destaca.

Sem uma infraestrutura com capacidade e capilaridade, os serviços em nuvem, que consomem mais banda, não serão viáveis para o público” Eduardo Neger, presidente da Abranet

eventos 2013 18 de Abril – Fórum em Brasília O Futuro da Internet no Brasil 22 a 25 de Abril – São Paulo III Semana NIC.br de Metodologias de Pesquisa TICs 13 a 17 de Maio – Rio de Janeiro WWW2013 - 22nd International World Wide Web Conference 16 e 17 de maio – São Paulo Os desafios e oportunidades para os provedores de internet SVA e SCM 22 e 23 de Agosto – Fortaleza Os desafios e oportunidades para os provedores de internet SVA e SCM 21 a 24 de Outubro – Rio de Janeiro Futurecom 2013

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Terra: o planeta internet de olho na consumerização

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Abranet: Sua chegada ao Terra foi em um momento estratégico, em que algumas mudanças 8 < Abranet

consolidaram a companhia como líder na área de mídia digital na América Latina. Pode nos contar mais sobre esse desafio? Rafael Davini: Mudei para o segmento digital, pois sempre tive o sonho de trabalhar com esse meio. Vejo na internet um caminho sem volta – uma via de mão única, com um futuro promissor onde todas as plataformas, como rádio, TV, vídeo on-demand, TV conectada, celular e cinema convergem, e esse é o meio onde o Terra está inserido. Para nós, o grande desafio como um player de internet, que passou – e passou bem – pela bolha da internet, é buscar inovação tecnológica e relevância para o consumidor, para que a audiência continue conectada. Como o portal se prepara para os próximos eventos esportivos? Tivemos uma experiência positiva nos Jogos Olímpicos de Londres e ficamos “na boca do povo” de maneira positiva, por entregar vídeo e informação de qualidade. E esse serviço não ajudou apenas o Terra, mas a internet no Brasil, e nos colocou em um novo patamar de visibilidade e percepção

Rafael Davini, diretor-geral do Terra no Brasil

foto Leo Pinheiro

Rafael Davini, diretor-geral do Terra no Brasil, em entrevista exclusiva à Revista Abranet conta sobre a liderança e atuação do portal na entrega de conteúdo em diversas plataformas, e comemora as oportunidades de gerar receitas com as novidades tecnológicas, que atraem anunciantes ao segmentar a comunicação para cada público

m dos líderes do segmento de mídia digital no Brasil, o Terra, empresa associada Abranet, tem focado sua atuação na entrega de conteúdo em diversas plataformas e na experiência do usuário – que valoriza os vídeos – uma das principais tendências e apostas da companhia - e que enxerga nos dispositivos móveis e na quinta tela, tecnologia conhecida como “Digital Out of Home”, instalada em estações da linha amarela do metrô de São Paulo e em estabelecimentos comerciais, oportunidades de negócios que podem alavancar as receitas no Brasil. Em entrevista exclusiva à Revista Abranet, Rafael Davini, que em julho de 2012 foi nomeado diretor-geral do Terra no Brasil, conta as estratégias para fidelizar o público-alvo, as apostas para os próximos anos e detalha algumas novidades e expectativas do portal com a cobertura dos próximos eventos esportivos, como a Copa das Confederações e a Copa do Mundo de 2014.

Para nós, o grande desafio como um player de internet, que passou – e passou bem – pela bolha da internet, é buscar inovação tecnológica e relevância para o consumidor, para que a audiência continue conectada”

por parte do consumidor. Na Copa das Confederações e na Copa do Mundo de 2014, teremos uma pegada muito diferente e queremos proporcionar ao internauta uma experiência de televisão – pois a televisão é aquele momento em que as pessoas estão juntas na sala, no bar, sendo a primeira tela acessada antes ou logo após os jogos, para que as pessoas vejam o que está acontecendo. Vamos fazer de uma maneira diferenciada dos outros anos, com uma cobertura transversal, com links de informações sobre os jogos com outras editorias, como moda, por exemplo. Então, enquanto o time do Sene-

gal estiver jogando, por exemplo, falaremos sobre os uniformes, as cores, a cultura, costumes. E isso vai alavancar nossa audiência e pode motivar as pessoas a assistir os jogos. Nesse sentido, a transmídia estará presente em nossa estratégia de cobertura. Como avalia a concorrência com outros provedores de conteúdo, e qual o papel do Google e Redes Sociais na audiência? Devemos tentar conhecer e entender bem nosso consumidor, que busca o que é relevante para ele. Independe do meio, não importa se é um portal, emissora de TV aberta ou jornal, o desafio é fazer com que o


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dia de formas diferentes, e dividem o tempo com outras plataformas, e essa mudança na forma de consumo de conteúdo leva as pessoas a comprarem dispositivos capazes de passar vídeos, o que é positivo para nós.

Redação do Terra

consumidor permaneça. As métricas, pesquisas e experiências jornalísticas mostram se estamos ou não no caminho certo. No Terra, conseguimos mensurar a audiência na home e dos canais. Para quem escreve, isso ajuda a saber se a matéria está ou não cativando o público, se a audiência começa a cair a matéria é substituída; então, a tecnologia favorece o portal nesse sentido. Por outro lado, temos um movimento claro de novas empresas que falam que o Google e as redes sociais são nossos concorrentes. Até um determinado ponto sim, mas eles também são nossos fornecedores, pois utilizamos os serviços deles para dar mais relevância aos nossos consumidores. Essas plataformas não estão disponíveis apenas para nós, mas para qualquer empresa de mídia digital, pois eles desenvolvem tecnologia acessível para todos, basta saber utilizar. Acho que o segredo 10 < Abranet

é saber explorar essas plataformas para aumentar a audiência. A internet, diferente dos outros meios, tem zero barreira de entrada e não tem fronteiras, então as empresas que querem se destacar precisam se dedicar, entender a dinâmica de mercado para monetizar e crescer, esse é o grande desafio de qualquer empresa. O Terra tem investido na entrega de conteúdo de vídeo com a adoção de novas tecnologias, e é clara a expansão da companhia nesse segmento. Quais as expectativas com esse mercado no Brasil? O vídeo é uma tendência clara na internet, e hoje a tecnologia permite a entrega de conteúdo por esse meio bem perto da perfeição e precisão. É um canal estratégico, inclusive para lidar com nossos parceiros, pois podemos direcionar a publicidade ao consumidor. Hoje, as pessoas consomem mí-

E como avalia a entrega de conteúdo por diversas plataformas? Vou falar um pouco dos televisores conectados; dados recentes confirmam que essa indústria vai crescer e chegar a 15 milhões de acessos esse ano, então, a plataforma estará presente na vida e no dia a dia das pessoas, que começarão a criar o hábito de usar a TV como mais um canal para acessar conteúdo, e isso não vai demorar 100 anos. Essa geração interage com as mídias de maneira diferente e precisamos estar atentos para saber onde o público está, o que quer e o que podemos entregar de relevante. A tecnologia ajuda a atrair empresas que buscam oportunidades de se comunicar, por meio de mensagens direcionadas a essa audiência, e nosso desafio é saber utilizá-la a favor do nosso público e do nosso anunciante. O que pode ser considerado inovação na sua área e de que forma o Terra tem trabalhado com as novidades tecnológicas, como smartphones, tablets, por exemplo? Temos uma linguagem específica de tablet, mobile, PC, TVs conectadas e para quinta tela – são quase mil na linha amarela do metrô em São Paulo, e mais de 2.2 mil telas em estabeleci-

mentos comerciais como bares, restaurantes, farmácias e cafés em algumas capitais. E essa rede de locais com conteúdos chama anúncios específicos. Então, a quinta tela é uma das plataformas que nos ajuda a trabalhar e conectar a audiência, e somos praticamente o primeiro portal que tem essa tecnologia funcionando a todo vapor. Essa tecnologia apoiará, inclusive, o pacote de Copa do Mundo, alavancará nossa audiência e promoverá nossa marca, inclusive nas redes sociais, pois a quinta tela, principalmente no metrô de São Paulo, nos ajuda a alcançar milhões de pessoas por mês. Especialistas e usuários criticam a infraestrutura de Telecom no Brasil, alegando ainda ser muito cara e de baixa velocidade. Como o Terra lida com esses desafios? Isso é uma barreira não apenas para nós. Obviamente o assunto está na imprensa de uma forma extensa. Falando como consumidor e não como Terra, isso nos deixa infelizes, pois a banda larga entregue é bem inferior ao que se contrata, mas a Anatel está em cima e vai exigir que operadoras entreguem o mínimo, que é muito mais do que se entrega agora. Então, existe esse gargalo somado a dois grandes eventos nos próximos anos, com uma promessa de infraestrutura de telecomunicações, em que o 4G vai começar a ficar disponível. Por outro lado, a internet está popularizada e eu tenho que come-

Na Copa das Confederações e na Copa do Mundo de 2014 teremos uma pegada muito diferente e queremos proporcionar ao internauta uma experiência de televisão, sendo a primeira tela acessada antes ou logo após os jogos. Vamos fazer de uma maneira diferenciada dos outros anos, com uma cobertura transversal” Rafael Davini, diretor-geral do Terra no Brasil morar isso, mas a má experiência é perigosa, pois as pessoas ficam bravas com a demora na entrega do serviço e largam o dispositivo por não conseguir acessar conteúdos como vídeos. Além da oferta de conteúdo, quais outros serviços estão no plano de negócio da companhia no Brasil? Temos boas ofertas com esportes, como a F1 (Fórmula 1), os direitos de futebol de vários campeonatos como alguns da Europa; as semanas da moda em SP e RJ, e outras programações, como o blog do Tas. Estamos abertos a avaliar oportunidades de programação que estão disponíveis hoje. Fomos pioneiros nos programas ao vivo na home e o internauta consegue assistir futebol e deixar a janela do tamanho que quiser, o que atrai pessoas que gostam desses canais. Como o Portal avalia a oferta de conteúdos pagos, livres e mistos. Essa multiplicidade impacta no crescimento da base de assinantes? É impossível segurar o internauta

com o novo hábito de consumo e interatividade, e é preciso saber trabalhar com todas as frentes, apostando nas pessoas qualificadas para levar algo relevante para os que buscam informações específicas. Dessa forma, a audiência não apenas do canal, mas do Terra, pode ser mantida. E não é diferente de qualquer outro modelo de negócios de conteúdo, é preciso saber monetizar, caso contrário, você perde receita - e essa oferta deve ser rentável. Quais as apostas do Terra no Brasil? Nos produtos de vídeo, pois a tendência é clara, e investimos no segmento; queremos embarcar tecnologia para a entrega de um produto eficaz e que otimize os investimentos dos nossos parceiros; agregar serviços de internet ou outros produtos convergentes. Também pensamos em serviços de e-wallet, capital de compra, e outros produtos que possam proporcionar oportunidades de negócios e geração de receitas para nós. Essas são nossas vontades e grande desafio. Abranet > 11


entre aspasde tecnologia > ponta >

Novo comércio, nova carteira

O Gartner prevê que até 2015 cerca de 33% das marcas de consumo globais utilizarão aplicativos de pagamentos móveis

Crescimento do comércio online no Brasil impulsiona oferta de soluções de compra e pagamento em dispositivos móveis

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ispositivos móveis inteligentes são cada vez mais comuns. E esta afirmação é fácil de verificar: em qualquer grande aglomeração haverá sempre pelo menos uma pessoa – ou várias – deslizando os dedos em uma tela brilhante. Segundo um relatório divulgado pela Cisco em fevereiro, o número de smartphones, tablets, laptops e telefones conectados ultrapassará o de pessoas no mundo até o fim de 2013, ou seja, serão pouco mais de sete bilhões de dispositivos. Este número atrai a atenção de um ecossistema de empresas que vai muito além das fabricantes de dispositivos e das operadoras de telecomunicações. Entre os segmentos que mais apostam na mobilidade estão o de comércio eletrônico e, na rabeira, o de pagamentos online e móveis. Seria hora de aposentar a velha carteira de couro? “É um pouco cedo para afirmar isto. O pagamento móvel é um mercado promissor, mas ainda bastante embrionário”, pondera a gerente de desenvolvimento de negócios para ecossistemas da Nokia, Izabel Zafrolim. Segun-

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do ela, já existem várias empresas desenvolvendo projetos-piloto de pagamento via celular, mas ainda não existem soluções massificadas disponíveis no Brasil. Ricardo Dortas, diretor do PagSeguro (empresa do grupo UOL especializada em pagamentos online), concorda que o potencial do telefone celular como ferramenta para troca de valores é grande. “Ele traz alguns dos atributos necessários: alcance universal (é difícil encontrar quem não tenha um celular), alta tecnologia (hoje smartphones são um computador portátil), segurança e custo acessível”, explica. Esta tendência é confirmada por consultorias e institutos de pesquisa. O Gartner, por exemplo, prevê que até 2015 cerca de 33% das marcas de consumo globais utilizarão aplicativos de pagamentos móveis, movidos principalmente pela necessidade de acompanhar a busca por uma nova experiência de compra que parte dos próprios clientes. Até mesmo o governo brasileiro aposta na ideia. O ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, anunciou no ano passado que o governo estuda um sistema

O mercado brasileiro é um dos mais promissores do mundo para pagamentos móveis” Ricardo Dortas, diretor do PagSeguro de pagamento eletrônico móvel integrado, chamado de “carteira eletrônica”, que visa facilitar o acesso da população ao sistema bancário nacional. Bernardo justifica a ideia dizendo que o Brasil possui atualmente 120 milhões de brasileiros com contas bancárias. Enquanto isso, o número de conexões móveis é mais de

duas vezes maior (262 milhões). O Ministério das Comunicações, em parceria com o Banco Central, será responsável pela elaboração da proposta legal para inclusão da nova modalidade no Sistema de Pagamentos Brasileiro. “O mercado brasileiro é um dos mais promissores do mundo para pagamentos móveis. A principal razão é pelo número de aparelhos celulares existentes no País, que supera o da própria população”, concorda Dortas. “O progresso do nosso mercado também tende a acelerar na medida em que aumente o número de smartphones.” Iniciativas

NFC: boa parte do futuro dos pagamentos móveis passa por esta sigla. A tecnologia de comunicação de dados por proximidade (tradução livre para near field com-

munications) permite transações financeiras entre smartphones compatíveis. Quase como uma tradicional compra com dinheiro, mas sem as notas de papel. Muitas empresas já possuem projetos ou produtos relacionados à tecnologia NFC. O PagSeguro, por exemplo, lançou em 2012 o PagSeguro NFC, fruto de uma parceria entre o integrador de pagamentos do UOL e a fabricante Nokia. Assim, ao realizar compras em estabelecimentos que possuem equipamentos compatíveis, o pagamento pode ser realizado com a aproximação do aparelho celular ao terminal. No sistema utilizado atualmente pela Nokia, o comprador e o vendedor devem ter instalado no celular o aplicativo gratuito PagSeguro NFC, desenvolvido pelo INdT (Instituto Nokia de Tecnologia). No momento

da compra, o vendedor digita o valor da transação no celular do estabelecimento e solicita que o comprador aproxime o aparelho para a validação. “O consumidor brasileiro está começando a buscar alternativas de pagamento móvel que facilitem e agilizem sua rotina”, explica Izabel Zafrolim, da Nokia. “Atualmente temos vários aparelhos compatíveis com NFC no Brasil, inclusive os novos smartphones com Windows Phone 8 da família Lumia”. O novo sistema operacional móvel da Microsoft, aliás, é a grande aposta da Nokia para tomar a dianteira não só no mercado de celulares, mas também no de pagamentos móveis. Izabel explica que, além de compatíveis com NFC, os aparelhos com Windows Phone 8 trazem embarcado o aplicativo Carteira, em que o usuário pode armazenar cupons, ingressos, cartões de crédito e afiliações. Comodidade

“Sim, o consumidor brasileiro espera fazer e pagar pelas compras no celular ou no tablet, e já utiliza esses aparelhos para buscar produtos, comparar preços e obter informações”, enfatiza Abranet > 13


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o diretor do UOL PagSeguro, Ricardo Dortas.“Na medida em que a navegação nos celulares for facilitada, eles esperam finalizar os pagamentos no mesmo aparelho, o que torna o processo mais rápido e a experiência significativamente melhor.” O executivo explica que, uma vez que o interesse dos consumidores por esta modalidade de pagamento cresce, também aumenta o interesse dos lojistas online. O entendimento é de que, conforme as pessoas acessem cada vez mais a internet por meio de dispositivos móveis, o comércio eletrônico também evolua nesse sentido. “O PagSeguro tem todas as páginas adaptadas para aparelhos móveis, incluindo o checkout. Isso significa que nossos clientes têm uma experiência de navegação apropriada para celulares e tablets”, explica Dortas. A empresa adota na web e nos dispositivos o mesmo modelo de negócio e os mesmos princípios de oferta de serviço. Todas as fichas

Outra empresa que aposta fortemente na influência dos dispositivos móveis no varejo do futuro é o Buscapé: recentemente a companhia lançou o serviço Comprar Agora, que permite ao consumidor finalizar uma compra dentro do próprio buscador com apenas dois clicks, ou seja, sem a necessidade de visitar o site do varejista. O novo produto encontrou grande adesão dos usuários de dispositivos móveis. 14 < Abranet

Atualmente, o centro de pesquisa e desenvolvimento do Buscapé direciona 80% dos recursos para produtos de mobilidade, e os demais 20% para a web “O ticket médio das compras feitas pelo celular chega a ser três vezes maior que o das compras pela web”, diz o vice-presidente do Buscapé Company, Guga Stocco. “Fizemos algumas ligações para as pessoas que compraram pelo celular e percebemos algumas variações”, conta. Entre os clientes móveis do Buscapé estão pessoas que não tem computador, ou não o usam com frequência. Em outros casos, o cliente estava em uma situação em que o uso do computador não era cômodo. Na cama, por exemplo, antes de dormir. “A comodidade vence qualquer barreira”, pondera Stocco. Atualmente, 10% dos acessos dos consumidores registrados pelo Buscapé acontecem em dispositivos móveis. Apesar de expressiva, a empresa considera essa penetração pequena devido à baixa qualidade das conexões de banda larga móvel no País. Stocco prevê que, em três anos, 50% do faturamento do Buscapé virá de plataformas móveis. Para alcançar este objetivo, a empresa trabalha no desenvolvimento de novas tecnologias móveis. O centro de pesquisa e desenvolvimento do Buscapé atualmente direciona 80% dos recursos para produtos de mobilidade, e os demais 20% para a

web. A estratégia agressiva inclui inclusive a possibilidade de aquisição de novas empresas. “Temos um roadmap com várias características que precisam ser desenvolvidas ou empresas adquiridas para que completemos a visão que temos do futuro do comércio móvel”, diz Stocco. “Isso mostra que teremos muitas novidades vindas desta área.” Empresas associadas à Abranet: UOL PagSeguro, Nokia e Buscapé

A comodidade vence qualquer barreira” Guga Stocco, vice-presidente do Buscapé Company


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Será o fim

do congestionamento dos celulares? Bares, restaurantes, vias públicas e universidades começam a receber instalações de redes WiFi, mas País ainda é tímido na adoção de soluções Offload das redes móveis e dos Hotspots

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m grande aumento no tráfego de dados móveis é esperado para os próximos quatro anos: cerca de 13 vezes mais do que a rede recebeu até 2012. É o que diz a pesquisa da Cisco, Visual Networking Index (VNI) Móvel, que afirma que o tráfego global pode chegar a 134 exabites por ano até 2017, ou seja, 134 vezes mais do que todo o tráfego IP gerado durante o ano 2000. Para dar vazão a este alto volume de informação, as redes WiFi estão sendo cotadas como ferramentas complementares às redes móveis.

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Para especialistas em telecom, a tecnologia deve entrar no pilar das estratégias de operadoras. Segundo Luiz Lima, diretor da área de consultoria estratégica da Cisco, o WiFi é uma alternativa, que traz a vantagem de ser uma “rede consolidada”, pois atende a maioria dos dispositivos e as necessidades de mobilidade. “É mais prático, e de baixo custo”, complementa. A tese é confirmada em um estudo feito pela Amdocs, segundo o qual 89% das operadoras em todo o mundo já enxergam

no WiFi a oportunidade para aumento das receitas. “Em 60 segundos acontecem quase 60 mil pesquisas no Google e 168 milhões de emails são enviados, há 13 mil horas streaming no Pandora e 370 mil minutos de chamadas de voz no Skype. Então os dados estão cada vez mais críticos e isso vai mudar a forma de trabalho das operadoras, pois quase tudo será visto sobre IP”, analisa Nelson Wang, vice-presidente da Amdocs. E isso não está restrito apenas aos países desenvolvidos. No estu-

do da Amdocs, na América Latina, Ásia-Pacífico, Europa e América do Norte, a busca por aprimorar a tecnologia é a mesma. Outra pesquisa da Cisco, intitulada “O que as pessoas esperam do WiFi”, afirma que a disponibilidade do serviço pode reduzir o churn nas operadoras, pois a rede tem se tornado parte integrante das comunicações, provando ser, o investimento inclusive prioritário para os players de SVA e SCM. “O WiFi ainda é um investimento tímido no Brasil, por causa de outras prioridades como o 4G. Mas as oportunidades são claras tanto para as operadoras grandes quanto para as pequenas”, afirma Lima, da Cisco. Segundo ele, há áreas onde os grandes players não têm interesse em entrar, abrindo espaço para os menores.“Embora a aquisição de um hotspot seja relativamente simples, os custos da banda larga se tornam um gargalo para esses pequenos provedores e acredito que deveria haver uma política para ajudar a tornar viável o custo do backhual e backbone”, analisa o executivo da Cisco. O estudo feito pela fabricante também destaca que para os usuários, as principais vantagens são a velocidade (75%), segurança (55%), cobertura (35%) e baixo custo (25%), sendo que os entrevistados podem até mudar de operadora se a concorrente incluir hotspot gratuito em sua oferta.

Efeito cascata

A popularização de dispositivos móveis no Brasil trouxe o aumento no tráfego 3G em congestionamentos na rede em horários de pico mas, por outro lado, resultou em novos investimentos em WiFi em locais públicos e acelerou a chegada do 4G, prevista para 2013 em algumas cidades.“Vemos as redes 3G super lotadas, e a chegada do 4G no Brasil vai trazer capacidade e experiência que existe em outras partes do mundo. Mesmo assim, o WiFi não deve ser apenas um acessório para complementar essas redes”, analisa Jussi Koria, diretor de vendas para operadoras da Ruckus Wireless. Wang, da Amdocs, complementa: “o principal desafio para o Brasil é atender os dois extremos - regiões pouco povoadas e extremamente densas. Em shopping centers, aeroportos e vários locais em São Paulo, há usuários demandando dados de forma intensa, então, um dos maiores problemas é a capacidade da rede”. No Brasil, dos 63 aeroportos administrados pela Infraero (Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária), 43 já possuem WiFi, e em 12 desses terminais, situados nos Estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná, Ceará, Rio Grande do Sul, Bahia, Minas Gerais, Amazonas, Rio Grande do Norte e Pernambuco, a internet é gratuita nas salas de embarque. Segundo a empresa,o serviço

O WiFi ainda é um investimento tímido no Brasil por causa de outras prioridades como o 4G. Mas as oportunidades são claras tanto para as operadoras grandes quanto para as pequenas” Luiz Lima, diretor da área de consultoria estratégica da Cisco

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Revista Abranet 5 - NEGER Anúncio 2-1.pdf 1 20/3/2013 11:32:32

Embora o WiFi esteja ganhando espaço no Brasil, os gargalos técnicos desafiam as empresas, e questões de autenticação, roaming e infraestrutura entram em pauta

O principal desafio para o Brasil é atender regiões pouco povoadas e extremamente densas. Em shopping centers, aeroportos e vários locais em São Paulo, há usuários demandando dados de forma intensa. Então, um dos maiores problemas é a capacidade da rede” Nelson Wang, vicepresidente da Amdocs

foi disponibilizado após uma convocação pública, em dezembro de 2011. Tim, Net e Linktel oferecem o serviço. Atualmente uma nova convocação já está nos planos, segundo a Infraero. “Pretendemos ampliar o serviço para outros aeroportos, devendo, para isso, realizar outra convocação pública”, afirma a assessoria de imprensa da Infraero em comunicado enviado à Revista Abranet. Grandes players da internet também enxergam nas redes WiFi oportunidades de investimentos. Não é novidade que o Google, por exemplo, tem investido na formação de uma infraestrutura dentro e fora dos Estados Unidos – onde a empresa adquiriu a ICOA e oferece o serviço em áreas públicas de alta densidade, como em aeroportos e universidades – como também no Brasil. O grupo disponibilizou internet gratuita em 150 bares nas regiões Sul e Sudeste que promete atender mais de dois milhões de usuários. Por outro lado, também começa a crescer a conectividade em praias e universidades. “Veremos o WiFi em mais lugares como ruas e praças, um movimento que começou, há um tempo, como forma de inclusão digital em ambientes abertos e fechados”, diz Lima, da Cisco. A demanda, segundo ele, existe em qualquer lugar. “Até igre-

jas e agências bancárias. No fundo, este é apenas um reflexo de como as pessoas vêem o uso da internet. Por isso cada vez mais haverá disponibilidade em qualquer lugar e a qualquer hora”, conclui o executivo da Cisco. Recentemente, a orla do Rio de Janeiro ganhou internet gratuita da Linktel e, ainda esse ano, a tecnologia estará disponível nas praias do Leblon, São Conrado, Arpoador e no início da Barra da Tijuca. Em Salvador, o carnaval também teve destaque e o serviço foi instalado pela prefeitura local, com um projeto que contou com 18 pontos de acesso, incluindo pontos turísticos, como Farol da Barra e o Largo do Pelourinho. As universidades também estão se mobilizando para oferecer conexão a professores, alunos e visitantes. Um movimento que impacta, inclusive, no relacionamento dos alunos com a instituição, segundo os especialistas. Entre os projetos, está o feito pela Aerohive, que implantou na Unimep (Universidade Metodista de Piracicaba) pontos de acesso para atender cerca de oito mil alunos. A Ruckus Wireless instalou o serviço na faculdade de tecnologia Bandtec e, no ano passado, firmou um acordo com o projeto EducarBrasil para instalar redes sem fio em 25 escolas no País.

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Usuários utilizam WiFi no aeroporto do Galeão, no Rio de Janeiro

segundos

acontecem quase 60 mil pesquisas no google

Usuários podem até mudar de operadora se a concorrente incluir hotspot gratuito na oferta

Segurança e mobilidade

Mas, embora a tecnologia esteja ganhando espaço no Brasil, os gargalos técnicos desafiam o setor de telecomunicações, e questões de autenticação, roaming (nacional e internacional) e infraestrutura entram em pauta, pois muitas vezes a instabilidade do serviço afasta os usuários. Wang, da Amdocs, explica que os problemas com roaming são antigos, e ressalta que é preciso haver investimentos por parte das operadoras móveis. “Caso contrário, isso será crítico nos eventos esportivos, pois os custos elevados do serviço também deixam usuários insatisfeitos”. Ele ressalta que o roaming deve multiplicar 10 ou 15 vezes mais com esses eventos. “É preciso se preparar e buscar soluções para li20 < Abranet

dar com a rede, tarifação e atendimento. E, além disso, será preciso saber lidar com o pico de consumo de voz, dados e vídeo”, alerta. Um dos problemas gerados pelo alto consumo é a interferência, que se justifica pela atual infraestrutura de telecomunicações do País. “Acho que um dos principais gargalos é a infraestrutura de transporte, pois o WiFi é uma tecnologia de acesso e quanto mais pessoas usarem, maior será a demanda por infraestrutura comum, que suporta todos os acessos”, diz o diretor da área de consultoria estratégica da Cisco do Brasil, Luiz Lima. Segundo ele, será preciso investir fortemente no backbone ótico. Um aporte que, por um lado, deve ocorrer por parte das operadoras e, por outro, deve ser

Investir em soluções mistas com small cells e WiFi pode ser uma forma de aliviar o tráfego de dados na rede, mas apesar de os dispositivos móveis já terem sinal de WiFi, eles usam uma frequência diferente e sofrem interferências” Fabiano Chagas, gerente de produtos da DragonWave para América Latina

13

mil horas

de streaming no Pandora

feito pelo governo, que pode criar mecanismos de incentivo para esse tipo de investimento. Fabiano Chagas, gerente de produtos da DragonWave para América Latina, dá a solução para reduzir interferências em locais de grande concentração de pessoas: “é possível balancear a rede com células inteligentes em grandes eventos, como shows e jogos de futebol, por exemplo”. Essas células, diz ele, podem distribuir o tráfego e dar mais capacidade para as demais até o evento acabar. “Depois disso, elas voltam a ter o mesmo mecanismo e capacidade de antes. E isso ajuda a dar mais fluidez à rede”, ressalta. O especialista também defende o uso das small cells, tecnologia que usa pequenas “células” para ampliar a largura de

168 milhões de emails são enviados

370 mil

de chamadas de voz no Skype

banda e melhorar a qualidade na transmissão de dados, em conjunto com o WiFi, que pode desafogar o tráfego na rede móvel e melhorar a comunicação do usuário com a rede. “Investir em soluções mistas com small cells e WiFi pode ser uma forma de aliviar o tráfego de dados na rede, mas existem vantagens e desvantagens. O WiFi usa uma frequência diferente do small Cell, que ainda precisa fazer uma regulação de interferência para funcionar, e os dispositivos móveis já têm o sinal do WiFi, mas por usar uma frequência diferente, a tecnologia sofre interferências”, explica Chagas.

No meu ponto de vista as tecnologias deverão coexistir, pois o 4G não será suficiente para suprir a demanda. Acredito que, em 2013 e 2014, haverá um “boom” das redes WiFi no Brasil” Jussi Koria, diretor de vendas para operadoras da Ruckus Wireless

Internet grátis em 12 aeroportos, nos estados de: São Paulo Rio de Janeiro Paraná Ceará Rio Grande do Sul Bahia Minas Gerais Amazonas Rio Grande do Norte Pernambuco

Empresas associadas à Abranet: Google e Linktel

Abranet > 21



conexão CDN >

Mercado de CDN crescerá

400% até 2015 Content Delivery Network, ou Rede de Distribuição de Conteúdo, ajuda a reduzir o custo de investimentos em recursos computacionais e melhorar a experiência do usuário final

Q

uem nunca enfrentou lentidão na hora de ver um vídeo na internet, que atire a primeira pedra. Independentemente da velocidade de conexão, o internauta invariavelmente sofre com isso e se ressente de um amor mal resolvido. Por isso que, há 10 anos, houve um grande crescimento de um segmento de mercado muito específico dentro da área da internet e que aproveitou as deficiências do sistema ao ajudar os provedores de dados a melhorar a experiência do usuário com a qualidade da informação que é fornecida em vídeos, fotos, textos e até softwares. Pelo fato de criarem soluções para a entrega da informação, esse mercado ficou conhecido como CDN, sigla que em inglês significa Content Delivery Network, ou Rede de Distribuição de Conteúdo. De acordo com dados levantados pela empresa brasileira CDNBR, 1,2 milhão de websites utilizam essa tecnologia.

24 < Abranet

A estimativa é que o tráfego de dados que passam por um sistema de CDN cresça 400% até 2015. O baterista Fernando Baggio é um exemplo de alguém que precisa usar vídeos muitas vezes em suas aulas na Escola de Música Souza Lima. Segundo ele, apesar de ter uma internet de 10 megas ele enfrenta problemas. “Como eu uso muito o YouTube, todos os dias tenho problemas. Sempre que um aluno quer tocar ou me mostrar um vídeo, trava”, explica o músico, que também é baterista da banda de jazz contemporêneo RdT. “Para transferência de arquivos pesados então, acabo sempre fazendo à noite. Tem rádios europeias, por exemplo, que pediram o novo cd do RdT para tocar por lá, e pediram para enviar digitalmente! Vou dizer que é quase mais fácil mandar por carta.” Segundo Eduardo Parajo, dono da CDNBR e diretor Presidente do Conselho Consultivo Superior da Abranet, o CDN pode colabo-

Além de distribuir conteúdo próximo do usuário, você ajuda os grandes provedores de conteúdo a não precisar investir tanto em recursos computacionais para responder à demanda, porque tira a carga do servidor de origem” Eduardo Parajo, dono da CDNBR e Diretor Presidente do Conselho Consultivo Superior da Abranet

rar para reduzir esses problemas. O sistema, explica ele, é composto de uma rede com vários servidores espalhados ao redor do mundo. E quando um internauta acessa um conteúdo como um vídeo no YouTube, o sistema identifica a localização geográfica do usuário, colocando o PC do usuário em contato com um servidor que esteja mais próximo de sua localização. A ideia é ter servidores espalhados em regiões de um país ou no mundo que “espelham” o conteúdo gerado pelo servidor fonte. Esse espelhamento ajudaria a carregar as informações para o cliente. “Cada dia vem crescendo mais esse mercado”, explica Parajo. Abranet > 25


conexão CDN >

Content Delivery Network (CDN) razões para usar CDN • não tenha mais problema com alta demanda de tráfego

definição Content Delivery Network (CDN) é um sistema de computadores que contém cópias de dados divididos em vários pontos da rede. Quando adequadamente planejado e implementado, o CDN melhora a performance do acesso aos dados aumentando o cache pelo aumento da banda disponível, provendo uma grande melhora.

Fato

1.206.138 websites usam CDN

usos • Distribuição de mídia • Distribuição de arquivos grandes • Distribuição para sites

• proteja seu site de ataques DoS (Denial of Service) • Suporte para novos mercados, produtos, serviços e informação

Direção • é esperado que o tráfego mundial cresça até 2015

400%

• em 2015 o tráfego de vídeos na internet atingirá o patamar de 1.000.000 de vídeos por minuto

1.000.000 • cerca de 32% dos ataques hackers utilizam o método de DoS (Denial of Service) CDN reduz o efeito dos ataques

resultados

5x mais rápido

CDN entrega o conteúdo pelo menos 5x mais rápido

benefícios

100% do tempo no ar

• Velocidade • Diversidade geográfica • Capacidade • Escala • Segurança

CDN é geograficamente dividido em pontos por todo o mundo, e o tráfego pode facilmente ser redirecionado em caso de problemas

De acordo com dados levantados pela empresa brasileira CDNBR, 1,2 milhão de websites utilizam essa tecnologia “Além de distribuir conteúdo próximo do usuário, você ajuda os grandes provedores de conteúdo a não precisar investir tanto em recursos computacionais para responder à demanda, porque tira a carga do servidor de origem. Se você é uma Microsoft e lançou a atualização do Windows, se todo mundo for lá para baixar, o recurso computacional teria que ser gigantesco. Quando se usa CDN, ele reduz as chamadas e os recursos computacionais, minimizando o investimento em servidores no seu site principal.” A redução do custo de investimentos em recursos computacionais é válida, mas na visão de Parajo o importante do sistema é melhorar a experiência do usuário final com a utilização dos dados que está buscando na internet, reduzindo a chamada latência, que são os milisegundos que podem fazer a diferença no momento da transmissão. “Acho que a métrica de valor é uma coisa até interessante, mas a métrica de você ter o seu usuário melhor atendido e recebendo informação rapidamente é muito mais eficiente do que você reduzir o custo ou não. Empresas associadas à Abranet: CDNBR

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A possibilidade de compartilhar redes de dados e mídia é hoje uma realidade que dá mais dinamismo aos produtos ao mesmo tempo em que oferece a chance de redução dos custos operacionais. Mas junto vêm três desafios: Segurança: A internet é uma ferramenta extraordinária de conexão de pessoas e negócios e por isso mesmo alvo de tentativas incansáveis de fraude. Serviços de voz sobre a internet não são diferentes: Alvo constante de tentativas de fraude, requerem protocolos de segurança cada vez mais sofisticados.

Confiabilidade: Qualidade e Disponibilidade são questões que não podem faltar em seus serviços. Apesar de exigir inovação, o mercado não aceita os riscos associados a ela.

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26 < Abranet

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política marco civil >

Neutralidade

de rede gera debates acalorados

Na Campus Party, princípio coloca em lados opostos operadoras e empresas de internet; ativistas pedem pressa na aprovação do Marco Civil

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ternet no Congresso Nacional. Castro criticou o artigo 9 do projeto do MCI, que estabelece a neutralidade de rede. Para o executivo, a redação deveria ser mudada, pois ela limita o leque de serviços possíveis de serem oferecidos pelas operadoras. O representante do SindiTelebrasil acusou o texto do MCI de limitar a competição e a livre iniciativa entre as empresas de telecomunicações, pois não seria possível ofertar serviços customizados para diferentes perfis de usuários.“As empresas poderiam oferecer serviços diferenciados para empresas que pudessem pagar por eles, sem prejuízo para os demais usuários”, ponderou. Segundo ele,estas limitações afetariam a capacidade de investimento das operadoras em infraestrutura de rede, cada vez mais necessária devido a popularização dos acessos.

neutralidade. Mas quem comprar capacidade de acesso deve poder fazer o que quiser”, defendeu. Além disso, segundo o membro do CGI.br, a proposta do SindiTelebrasil causaria enorme prejuízo às novas empresas, que não poderiam pagar por acesso privilegiado à rede. Parajo ressaltou que a própria Lei Geral de Telecomunicações estabelece entraves que não permitem a discriminação de tráfego, e que o papel do Marco Civil é trazer o mesmo conceito para a internet.

Castro defendeu que o texto do projeto passe a incluir a possibilidade de restrição de conteúdos com consentimento dos usuários. Contragolpe

Os argumentos das operadoras foram questionados pelos outros debatedores e por ativistas. Para Eduardo Parajo, da Abranet, o conceito de neutralidade é bastante claro, e o atendimento das exigências das operadoras geraria um no risco de censura baseada no tipo de pacote trafegado entre os usuários da rede. “Os planos como existem atualmente incluem as diferenciações necessárias, disse Parajo. Segundo ele, do jeito que está, o Marco Civil ainda torna possível às operadoras oferecer serviços conforme o perfil do usuário. “Um plano que preveja acesso apenas a redes sociais não fere a

Segundo a deputada federal Manuelda d’Ávila (PCdoB/RS), a legislação deve voltar ao plenário para votação em abril

Marco Civil

Cristiano Sant’Anna/indicefoto

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eutralidade da rede: apesar de um certo consenso entre as empresas de internet em todo o mundo, parece que, no Brasil, o tema ainda deve gerar debates bastante acalorados entre os defensores do princípio – contido no projeto do Marco Civil da Internet (MCI) – e as operadoras de telecomunicações. Foi exatamente o que aconteceu durante a Campus Party 2013. Um dos debates do evento antepôs Alexander Castro, diretor de regulamentação do SindiTelebrasil (Sindicato Nacional das Empresas de Telefonia e de Serviço Móvel Celular e Pessoal), e Eduardo Parajo, integrante do Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br) e presidente do Conselho Consultivo da Associação Brasileira de Internet (Abranet), além de Carlos Afonso, integrante do CGI.br e diretor do Instituto Nupef. O assunto, é claro, foi o princípio de neutralidade de rede, que emperra desde o ano passado a votação do Marco Civil da In-

Artigo 9 do Marco Civil é ponto de discórdia entre operadoras e defensores da web

Embora parte dos ativistas presentes durante a Campus Party tenha acusado frontalmente as operadoras de emperrarem, por meio de lobby, a aprovação do Marco Civil da Internet no Congresso, a deputada federal Manuelda d’Ávila (PCdoB/RS) disse que a demora pela tramitação na Câmara se deve à complexidade da matéria e à falta de conhecimento dos deputados. No entanto, reconheceu que houve pressão. “Há interesses econômicos sobre o projeto, mas ele foi a Plenário em uma época na qual já se tinha um direcionamento para não votar mais nada”. Segundo ela, a legislação, uma das “mais avançadas do mundo”, deve voltar ao Plenário para votação em abril. Demi Getschko, diretor-presidente do Núcleo de Informação e Coordenação (NIC.br), do Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br), defendeu a aprovação rápida do projeto, inclusive da neutralidade de rede. “A Constituição diz que todos são iguais perante a Lei, por isso acreditamos que a rede deve ser neutra”, defendeu.


sustentabilidade >

Sustentabilidade

O Facebook está construindo um data center na Suíça usando energia limpa, e empresas como a Dell e a HP têm 56,3% e 19,4% de energia renovável, respectivamente

nas nuvens

Redução do lixo eletrônico e de energia elétrica são algumas das vantagens

O

uso da computação em nuvem (Cloud Computing, em inglês) pode contribuir com os principais pilares da sustentabilidade, ajudando na redução do consumo de energia elétrica, na busca por fontes renováveis de energia e na redução do lixo eletrônico. Ana Cerqueira, diretora de Vendas da Dimension Data Brasil, lembra que muitas empresas estudam a alocação de seus dados em data centers em países que possuem fontes de energia renováveis ou seguem o conceito “Seguindo o Sol” (Following the Sun, em inglês), e direcionam automaticamente dados para data centers onde a energia é mais barata à noite. Mas o Greenpeace, em relatório de 2012 (How clean is your cloud?), diz que as grandes empresas do setor de falta de transparência na divulgação de dados sobre o uso de energias renováveis, e acusa algumas delas de sustentar suas

30 < Abranet

nuvens com energia suja, como carvão, embora o Facebook esteja construindo um data center na Suíça usando energia limpa e empresas como a Dell e HP têm 56,3% e 19,4% de energia renovável, respectivamente. Camila Kamimura, gerente de marketing de produtos IaaS&PaaS da Locaweb, concorda com os impactos positivos da computação em nuvem para a sustentabilidade. Segundo ela, antes dessa tecnologia uma empresa precisava planejar a criação de um data center de forma a prever o crescimento da companhia e o aumento da demanda pelo serviço. Os data centers eram superdimensionados e a empresa, além de desembolsar mais para colocar o projeto em prática, pagava pela manutenção de servidores que nem sempre eram necessários até aquele momento. A própria Locaweb, que oferece o serviço de computação em nuvem para clientes e tem hoje oito mil servidores virtualizados, teve uma redução de 80% na sua conta de energia, o que tem relação também com a evolução tecnológica do servidor. Além da alta capacidade de processamento das novas

Ana Cerqueira, Diretora de Vendas da Dimension Data Brasil, lembra que muitas empresas estudam a alocação de seus dados em data centers em países que possuem fontes de energia renováveis

A capacidade computacional que se consegue hoje em um metro quadrado do data center, equivalia a quase um campo inteiro de futebol anos atrás Camila Kamimura, gerente de marketing de produtos IaaS&PaaS da Locaweb

valia a quase um campo inteiro de futebol anos atrás. O ‘cloud’ consegue concentar uma capacidade maior em menor espaço físico. Com uma economia de 80% no gasto de energia e a redução de espaço físico, eu tenho muito menos esforço para fazer manutenção da área em data center e consigo reduzir custos e repassar para o cliente.” Com a evolução da tecnologia e a virtualização de servido-

res há também a perspectiva de se reduzir o número de servidores obsoletos descartados. De acordo com estudo “O Impacto Global do Lixo Eletrônico: Lidando com o Desafio”, da Organização Internacional do Trabalho (OIT), cerca de 40 bilhões de toneladas de lixo eletrônico são acumulados todo ano. Empresas associadas à Abranet: Facebook e Locaweb

Ana Cerqueira, Diretora de Vendas da Dimension Data Brasil

máquinas, o uso inteligente reduz o processamento para um número menor de máquinas, dissipando menos calor e otimizando os gastos com o ar-condicionado para manter a temperatura ideal aos equipamentos. “Para exemplificar, a capacidade computacional que se consegue hoje em um metro quadrado do data center, equi-

Pontos de Troca de

Tráfego Uma Internet Os pontos de troca de tráfego mais eficiente, promovem a infraestrutura com menos necessária para a interconexão entre as redes que custos direta compõem a Internet Brasileira. Entre em contato com nossa equipe e conheça as principais vantagens deste modelo. Acesse www.ptt.br

Abranet > 31


inovação >

Terreno fértil para o

Quase 44% dos brasileiros querem abrir um negócio, frente aos 25% que pretendem seguir carreira em empresas já estabelecidas

empreendedorismo

entre 25 e 34 anos, que respondem pela criação de 33,8% das empresas. “Entretanto, não basta ter uma boa ideia: as coisas têm seu modo de funcionar. Entre os jovens empreendedores que estão se lançando na Campus Party há uma carência muito grande de técnicas de gestão, no caso de negócios já constituídos. Entre os novos há de se discutir muito o modelo, passando por identificação de possibilidades de mercado, pesquisa etc”, explica o diretor-técnico do Sebrae, Carlos Alberto dos Santos. Pelo terceiro ano consecutivo,

D

ezenove anos era a idade de Mark Zuckerberg quando colocou no ar, em fevereiro de 2004, com alguns colegas de alojamento da Universidade de Harvard, a rede social Facebook. A plataforma, nascida para permitir o contato entre os alunos da instituição, alcançou a expressiva marca de 1 bilhão de usuários globais em menos de 10 anos. As receitas anuais ultrapassaram US$ 5 bilhões em 2012. Tamanho sucesso dependeu não só do espírito empreendedor dos estudantes, mas também de um ambiente de estímulo à inovação e ao surgimento de novos negócios.

32 < Abranet

E a Campus Party, evento tecnológico que atrai anualmente gamers, cientistas, políticos, empresários e outros atores do setor digital, tem o empreendedorismo como um dos principais temas. Grande palco exclusivo para discussão do assunto, o evento reuniu representantes de startups de sucesso, entidades de apoio e aceleradoras. “A importância de apoiar e oferecer oportunidades para startups é uma das razões da Campus Party existir, mostrando ao público-alvo que seus projetos e ideias podem sim dar certo e tornarem-se um negócio”, pondera Mario Teza, diretor-geral da Campus Party.

Fomento

Empreender não é tarefa fácil. Mesmo assim, não para de crescer no Brasil o número de pessoas interessadas em ter um negócio próprio. Segundo uma pesquisa feita em 2012 pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), em parceria com o Instituto Brasileiro da Qualidade e Produtividade (IBQP), quase 44% dos brasileiros quer abrir um negócio, frente aos 25% que pretende seguir carreira em empresas já estabelecidas. Outro dado relevante é que os novos negócios estão cada vez mais concentrados nas mãos de jovens

ção vai permitir que os empreendedores mantenham o trabalho de aprimoramento dos projetos, começado com a assessoria técnica na própria Campus Party. Além disso, participarão gratuitamente do Empretec, programa de capacitação oferecido pelo Sebrae, também concedido aos três primeiros colocados do Hackathon - competição que desafiou programadores a desenvolver em 17 horas aplicativos em software livre que ajudassem empreendedores a desenhar modelos de negócios.

foto camila cunha/indice foto (divulgação http://www.flickr.com/groups/campuspartybr)

Jovens brasileiros investem cada vez mais cedo no sonho do negócio próprio; eventos como a Campus Party ajudam a encontrar o caminho

a entidade participou da Campus Party com painéis, palestras, orientação técnica aos interessados e premiações. Uma destas ações foi a Maratona de Negócios, competição em que os participantes desenvolveram protótipos ou modelo de projetos para apresentação a investidores. As ideias deveriam ser úteis para a realização dos grandes eventos esportivos que o Brasil sediará nos próximos anos.Todas as 36 equipes finalistas foram laureadas pela comissão julgadora. Segundo o Sebrae, a premia-

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O Facebook, nascido para permitir o contato entre alunos da Harvard, alcançou a marca de 1 bilhão de usuários em menos de 10 anos Renovação “Temos no Brasil diversas dificuldades, mas há uma evolução muito positiva. A própria Campus Party é um reflexo disso”, defende Santos. “Nas edições anteriores as empresas participavam para identificar talentos e contratá-los como empregados. Aos poucos isso foi mudando, e mesmo aquelas já estabelecidas encontram espaço para identificar parceiros, fornecedores, prestadores de serviço etc.” Esta evolução exigiu uma mudança de imagem do próprio Sebrae, que participou da Campus Party com uma imagem visual jovem e atrativa. O slogan ‘Like a Boss’, utilizado pela instituição durante o evento, serviu para diminuir a postura “séria” e atrair os jovens empreendedores. “As pessoas dizem ‘não sabia que o Sebrae podia me ajudar também’”, conta o diretor-técnico. “A gente aprende com isso mudando a forma de ser. Contratamos muito jovens, especialistas em todo o País oriundos desta nova geração. Isso revitaliza nossa empresa também.” Construção Lyncon Lemes é um empreendedor digital precoce: em 2003, enquanto se graduava em engenharia de produção em Maringá, no Paraná, abriu a E-comprar.com, e-commerce 34 < Abranet

Temos no Brasil diversas dificuldades, mas há uma evolução muito positiva”

do, pois desde o início eu só havia sido patrão”, explica. Assumiu um cargo em uma operadora de telecomunicações, depois foi para os EUA estudar. De volta ao Brasil, passou a atuar em uma empresa de engenharia naval no Rio Grande do Sul. Dez anos depois da primeira iniciativa virtual, Lyncon decidiu que era hora de voltar. O Iamamu.com.br, projeto que Lyncon mostrou durante a Campus Party 2013, é um portal que tenta “viralizar” campanhas de vídeo na internet de grandes marcas do País. Explica-se: o site oferece benefícios e premiações para os usuários que compartilharem e opinarem sobre campanhas de marketing nas principais redes sociais. Também oferece às empresas espaço para hotsites e relacionamento. O objetivo é dar mais visibilidade às campanhas com a ajuda dos próprios consumidores. Na Campus Party, Lyncon buscava desenvolvedores que pudessem integrar a equipe do Iamamu e, finalmente, tirar o site do papel. Com pouco mais de um ano e meio de maturação, o projeto recebeu apoio do Sebrae e exposição em diversas mídias. “Poucas empresas no Brasil estão na web. Há muito espaço para crescer na internet. É hora de fazer a coisa acontecer”, diz o jovem e otimista empreendedor. O Iamamu.com.br deve entrar no ar ainda nesse trimestre, com investimento inicial de cerca de R$ 200 mil.

Carlos Alberto dos Santos, diretor-técnico do Sebrae

Empresas associadas à Abranet: Facebook

especializado em produtos para arquitetos e engenheiros. “A ideia veio quando vendi pelo Mercado Livre uma calculadora por um preço mais alto do que havia comprado”, explica. Depois de sofrer um golpe de uma quadrilha de cibercriminosos e amargar um grande prejuízo – “na época não existiam ferramentas de segurança para pagamentos como agora”, explica –, Lyncon voltou ao mundo real. Abriu duas lojas físicas de roupas femininas também em Maringá. Após o período como chefe, decidiu que era hora de inverter a equação. “Eu queria ver o outro lado da moeda, ser emprega-

foto Bernardo Rebello/Agência Sebrae

inovação >


gestão empresarial >

Mão de obra:

capacitação sobra para

as empresas Especialistas explicam que a formação acadêmica em tecnologia está desatualizada. O ideal, portanto, seria a união entre academia e empresas em prol de um modelo mais próximo à realidade, mas, no geral, as empresas assumem a responsabilidade sozinha

O

setor de Tecnologia da Informação (TI), segundo a Brasscom, precisará, até 2020, de 750 mil novos trabalhadores para alcançar a meta de elevar o PIB de 4,5% para 6,5%. A Instituição conclui que a alta demanda de profissionais provém de uma série de fatores, sendo um deles o crescimento do segmento a taxas superiores ao PIB nacional. Por exemplo, em 2011 (o dado mais recente) em São Paulo, 19 mil profissionais foram contratados, mas as universidades formaram 13 mil estudantes. E há um aspecto ainda mais preocupante que o baixo índice de profissionais diante das necessidades existentes: aqueles que se formam na área deTI não têm a qualificação almejada pelas empresas.

36 < Abranet

Segundo o diretor do Sindicato dos Trabalhadores nas Empresas e Cursos de Informática do Estado de São Paulo, Sindiesp, e representante da Baixada Santista do Sindicato, Julio Encinas, após algumas reuniões realizadas com a diretoria do Sindiesp, os profissionais concluíram que a raiz do problema é a má formação acadêmica. “As faculdades estão desatualizadas, formam profissionais despreparados para o mercado”, explica Encinas. O diretor administrativo e financeiro da Abranet, Carlos Bernardi, concorda. “Tem surgido cada vez mais cursos na área de TI, mas eu sinto que esses cursos são muito básico: muito teóricos e pouco práticos”, defende. Problema, inclusive, que tem data

gasta menos que R$ 15 mil a R$ 20 mil”, alega Bernardi. Encinas defende também a união entre empresas e Instituições de ensino para criar um programa de capacitação do profissional adaptado ao que o mercado de trabalho, de fato, precisa. No entanto, ele adverte: essa dificuldade de capacitação deve ser superada a partir de um planejamento a médio e longo prazo.

longa, como lembra o gerente de pesquisas da IDC Brasil, Anderson Figueiredo, que se formou há 35 anos na Unicamp, onde o ensino “continua muito acadêmico. Mesmo nas escolas boas, o ensino é acadêmico”, avalia. Evasão escolar

Em 2011, a Brasscom registrou 87% de evasão escolar nos cursos superiores de TI. Como razões, a Instituição elencou aspectos como a falta de perfil dos estudantes em tecnologia; falta de base matemática na escola regular; e, como o mercado é demandante, os estudantes são contratados antes mesmo de se formarem. Esse último aspecto, inclusive, é reforçado por Bernardi. De acordo com ele, os jovens funcionários da CTI Soluções em Tecnologia da Informática, costumam relatar a vontade de desistir do curso quando estão no segundo ano. “O que eles estudam é mais teoria, não se aplica na empresa, o que eles aprendem na prática do dia a dia é muito mais útil”, explica. E as experiências pessoais de Encinas provam o mesmo. Ele comenta, por exemplo, que estudantes de tecnologia da Baixada Santista relatam: algumas Universidades ensinam Clipper e Pascal, “que são linguagens (de programação) totalmente ultrapassadas”, afirma. Ele aponta, então, o despreparo dos professores como motivo para desestimular

Na prática

Em 2011, em São Paulo, 19 mil profissionais foram contratados; universidades formaram 13 mil os estudantes, “porque o aluno quer estar pronto para o mercado de trabalho, e quando percebe que está aprendendo coisas da década de 80, prefere sair”. Grade curricular

De acordo com os profissionais, uma estratégia que pode minimizar é tornar a grade curricular dos cursos mais atual e aplicável à realidade das empresas. No entanto, há um entrave: o conteúdo dos cursos obedece às normas estipuladas pelo Ministério da Educação, MEC. A burocracia e o tempo necessários para reformulação das matérias costumam ser grandes. Por esse motivo, Bernardi sugere: “as faculdades não podem fazer menos, ou alterar, mas podem fazer mais: inserir uma

carga horária mais prática com profissionais da Cisco, da Microsoft, e outros do mercado; isso vai tornar o curso teórico o suficiente para atender o MEC e interessante e prático para atender o mercado”, afirma. Ele explica que o modelo de capacitação mais próximo do cotidiano do profissional de tecnologia é oferecido por algumas empresas fornecedoras, como Cisco e Microsoft. São cursos, geralmente, rápidos: duram, por exemplo, uma semana. Todavia, o preço é um obstáculo que inviabiliza a entrada massiva dos jovens nesses cursos: o preço. “Esses cursos são muito práticos e eficientes, mas muito caros. Para obter três ou quatro certificações importantes, hoje, no mercado, não se

O ideal, porém, nem sempre está próximo do concreto. Para que as empresas e instituições de ensino criem alianças em prol da

O que eles estudam é mais teoria, não se aplica na empresa, o que eles aprendem na prática do dia a dia é muito mais útil” Carlos Bernardi, diretor da Abranet Abranet > 37


gestão empresarial >

Anderson Figueiredo, gerente de pesquisas da IDC Brasil melhor qualificação de mão de obra em tecnologia é necessário o empenho de ambas. No entanto, a segunda, de forma geral, deixa a desejar. “Há um certo comodismo das instituições de ensino”, alega Bernardi, argumentando que o MEC liberou muitos cursos de duração rápida (dois anos) e mais baratos, facilitando assim o acesso, mas, muitas vezes, não pre38 < Abranet

De imediato

Por ora, portanto, enquanto o quadro não se reverte, a principal opção das empresas, que precisam de mão de obra qualificada, tem sido se responsabilizarem pela capacitação. O diretor de Tecnologia da Informação do Hospital Israelita Albert Einstein, Ricardo Santoro, por exemplo, crava: “eu entendo que um modelo mais efetivo para resolver o problema de mão de obra é trabalhar com grupos de iniciantes (estagiários e/ou trainees), que são preparados durante

A Brasscom registrou 87% de evasão escolar nos cursos superiores de TI, em 2011 um período para suprir eventuais perdas de profissionais. É uma estratégia mais de médio/longo prazo, dá mais trabalho, mas é mais efetiva e normalmente estas pessoas se adaptam melhor à cultura da instituição, e permanecem por mais tempo”, explica. Bernardi também adota essa estratégia, ressaltando que prefere formar seus profissionais dentro da empresa. “Eu admito na base: garotos novos, sem experiência nenhuma, e vou promovendo os demais. Hoje, o meu coordenador de suporte técnico veio da base. É o que eu tenho feito para tentar amenizar o problema dentro da empresa”, explica. E a opção é compartilhada pelos CIOs de empresas de diversos segmentos, como confirma Figueiredo, do IDC. “Cada vez mais temos visto acontecer, em vários lugares do País, os jovens abandonando cursos de informática, indo para cursos noturnos, um pouco mais fáceis, porque têm emprego, dinheiro e a empresa topando formá-los tecnicamente”, afirma.

Empresas associadas à Abranet: CTI Soluções em Tecnologia da informática e Microsoft

03/2013

Cada vez mais temos visto acontecer, em vários lugares do País, os jovens abandonando cursos de informática, indo para cursos noturnos, um pouco mais fáceis, porque têm emprego, dinheiro e a empresa topando formálos tecnicamente”

zando qualidade. “O pessoal faz mais para ter o canudo, a qualidade acaba não sendo grande, mas eles (instituições de ensino), infelizmente, não estão muito preocupados com isso. Se preocupam mais em encher as salas e cumprir o custo”, afirma. Como consequência, o analista sênior da Frost & Sullivan, Fernando Belfort, relata que o apagão de mão de obra qualificada gera inflação de custos de executivos de TI, o que acaba, muitas vezes, impulsionando o mercado de terceirização de tecnologia. “O Brasil, hoje, em muitos segmentos conta com uma das mãos de obra mais caras do planeta”, comenta. E, de acordo com ele, “por mais que o governo federal e a Brasscom tenham feito um excelente trabalho para justamente baratear tributos, forte demanda e baixa oferta causam inflação salarial”, considera.

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artigo VOIP > Flávio E. Gonçalves

casos e causos >

Fraudes em VoIP, como se proteger de golpes na telefonia Denúncia: hackers quebram a segurança de sistemas de telefonia e geram inúmeras chamadas de tráfego falso

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mundo da internet está carregado de ameaças e fraudes. A própria liberdade que a natureza da internet exige é um chamariz para este cenário. Neste artigo vamos explorar os problemas em telefonia que tem sido responsáveis por prejuízos, às vezes acarretando a falência de operadoras e/ou usuários finais. Um dos esquemas mais comuns utiliza “organizações” estabelecidas em locais onde, além da liberdade da internet, há pouca ou nenhuma legislação que coíba ou puna tais feitos. Um agente malicioso adquire no exterior, pela internet, um Premium Rate Number (ex. +31XX021212). É um número comum internacional, legalmente estabelecido no país de origem. Mas este número paga ao seu detentor até 20% da receita total da chamada. Por ser um numero no exterior, quando a ligação nasce no Brasil, a operadora de destino recebe uma parcela da tarifa cobrada ao “número de A” (origem da chamada). Assim, o hacker, tenta por todos os meios quebrar a segurança de seu sistema de telefonia e gerar inúmeras chamadas de tráfego falso, em geral uma gravação. Para cada chamada uma quantia que varia de 10 à 20 centavos é paga por meio eletrônico ao criminoso. A fraude pode chegar facilmente na casa de 30 a 40 mil reais por dia em tarifas internacionais. Em nossa opinião, um agravante é a falta de um mecanismo para limitar o crédito dos clientes por parte das grandes operadoras. Em outras palavras, quando você contrata um circuito telefônico, dá a operadora uma espécie de cheque em branco. Se o valor for de 1 milhão de reais, será devido e a controvérsia irá inevitavelmente para a justiça.

Flavio E. Goncalves é CEO da SIPPulse - Routing Billing Solutions for SIP e-mail: flavio@sippulse.com 40 < Abranet

Como evitar a fraude? Existem diversas medidas que podem ser adotadas tanto em empresas como em operadoras de telefonia.

Operadoras: 1. Use senhas fortes, uma senha de no mínimo 8 dígitos com caracteres especiais. 2. Use contas pré-pagas com limite de crédito ao invés das pós-pagas. Lembre-se você pode controlar a segurança do seu lado, mas não do lado do seu cliente. 3. Não habilite todos os destinos internacionais para todas as contas. A maioria dos clientes tem pouco uso em rotas internacionais e quando precisa é normalmente para um conjunto limitado de países. 4. Bloqueie IPs que estão presentes em listas negras e àqueles que falharem a autenticação mais de 5 vezes. 5. Monitore, Monitore e Monitore. Designe alguém para verificar o seu CDR todos os dias.

Empresas: 1. Use um Session Border Controller para proteger o seu PABX e limitar as chamadas. 2. Habilite apenas os destinos internacionais necessários e/ou implante dupla autenticação para internacional. 1. Cuide da segurança do seu PABX IP, não exponha ele na Internet. 2. Bloqueie IPs que falharem a autenticação mais de 5 vezes no seu sistema. 3. Monitore, Monitore e Monitore. Designe alguém para verificar o seu CDR todos os dias.

Conclusão As fraudes não são novas e continuam ocorrer, por isso muito cuidado com o fornecedor do seu PABX IP ou softswitch. Este é um assunto que eu gostaria de ver a Anatel regulamentar. A conta telefônica não pode ser um “cheque em branco”, sem limite. Não há como barrar todos os hackers. O que temos obrigação de fazer é reduzir as chances e limitar os prejuízos.

Descobri a “América” O professor Synclair Luiz, diretor comercial do Grupo Directweb e diretor de Relações com Instituições de Ensino da Abranet, conta uma divertida história dos tempos em que se conectar a internet nem sempre era tarefa fácil

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udo começou assim: eu era contador e auditor contábil e precisava agilizar meus relatórios e minhas ações de contabilidade e auditoria, e tudo isso com máquina de escrever. Quando errava era terrível, dá-lhe borracha. Brotavam rasuras em profusão, papel carbono de um lado, borracha do outro, e lá íamos nós escrever tudo novamente. Uma tarde, quando estava visitando um cliente que era engenheiro eletrônico, vi o projeto que ele desenvolvia: máquinas para ler e imprimir cartões da Caixa Econômica Federal. Além disso, o danado ficava brincando com um computador portátil, o que me deixava maravilhado. Não resisti e pedi para ele me trazer um igual. E ele trouxe! Encurtando a história, eu suava para fazer funcionar o computador, pequeno mas resistente. E ele funcionou! Assim, saí contando ‘misérias’ para os meus amigos auditores e contadores, que logo me pediam um computador igual. Aí tudo começou. Virei representante da Prológica, Polymax, Basic. Era muito defeito e virei fabricante, mas a evolução

rápida dos computador XT para o AT e outras máquinas visionárias me derrubou. Virei então Assistência Técnica e Provedor de Internet. Contratei um link internet via RF – Rádio Frequência -, na época um monstro alado em cima do nosso prédio, e lá fomos nós atendendo clientes e crescendo. Tudo corria em perfeita paz e harmonia, até que um dia tudo parou. Varamos a noite procurando os problemas – os computadores não funcionavam, os roteadores também não, e nada dava certo. As linhas telefônicas não constatei, mas acho que ficaram vermelhas de tanto funcionar ou de vergonha. Olhávamos tudo novamente, os técnicos diziam que o problema não era no rádio instalado em nosso teto, já que as luzes do rádio estavam acesas e ele estava operando. Era sempre a mesma resposta. Como última alternativa, ligamos para a empresa do link do rádio, talvez fosse a comunicação do rádio que estivesse parada. E era! Tudo por que a construtora do prédio ao lado construiu uma sacada nova, que impedia a passagem do sinal para o backbone

da internet da nossa operadora. E quem podia imaginar, naquela época, que uma escada nova pudesse fazer tanto estrago? Enfim, até hoje temos medo de sacadas... E você, tem um ‘Caso’ interessante? Compartilhe conosco a sua história!

Contratei um link internet via RF – Rádio Frequência –­, na época um monstro alado em cima do nosso prédio” Synclair Luiz, diretor de Relações com Instituições de Ensino da Abranet Abranet > 41


espaço jurídico >

Um memorável Congresso

Brasileiro e de Internet

Evento vai marcar a história da internet no Brasil e definir os próximos passos do setor

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esde a virada do ano, o Conselho Jurídico da Abranet se dedica a apoiar a diretoria na organização do primeiro Congresso Brasileiro de Internet, um marco na história de nossa associação e do setor. Assim como na trajetória de um jovem, após 16 anos de internet comercial no Brasil e 15 da nossa associação, ainda no ano passado acreditamos que era hora de planejar um grande evento que, para além de comemorar mais um aniversário, representasse um debut do setor no assunto eventos, ou seja, que conseguíssemos externar à sociedade nossa certeza de que o setor está preparado para dialogar de forma madura, não mais apenas entre seus membros, mas também e principalmente com os diversos atores. E a participar de forma cada vez mais ativa dos debates que são tendência mundial quando se fala da internet. Nosso crescimento inter-

no, no Conselho Jurídico, tem sido marcante: a cada reunião dedicamos mais e mais tempo a discutir e absorver os diversos movimentos do poder público que nos exigem uma organização consistente enquanto associação representante do setor. Temos buscado, acima de tudo, ouvir e nos preparar para responder de forma organizada e adequada aos grandes desafios que enfrentamos e enfrentaremos com a expansão e relevância cada vez maior do nosso diversificado, inovador e competitivo mercado, cuja história se confunde muitas vezes com as próprias marcas que representamos no Conselho. Como é salutar em todo e qualquer ambiente democrático, muitas (para não dizer todas) as reuniões têm sido tomadas por acalorados debates, ainda mais acentuados pela jovialidade dos membros, que, sem exceção, exercem seus ofí-

“Era hora de planejar um grande evento que conseguisse externar à sociedade nossa certeza de que o setor está preparado para dialogar de forma madura” cios com efervescente paixão. Ganha com isso a Abranet, que se amolda ao difícil, porém sempre perseguido consenso, extraído de diferentes olhares sobre uma mesma questão. Ganha também, e acima de tudo, o setor, que vê na voz de sua associação um espelho da própria natureza da rede: plural, crítica e, sobretudo, munida de uma força incomensurável, porque formada de inúmeras forças individuais, distintas e angulares, que se conjugam em prol de um objetivo comum: defender a liberdade na rede. Em nome do nosso Conselho, saúdo a todos que aceitaram estar neste evento, no qual teremos a oportunidade de fazer uma retrospectiva e um balanço da internet comercial em nosso país, discutir políticas públicas, falar sobre as inovações, desafios, liberdade de expressão e tantos outros temas que farão do dia 18 de abril próximo um dia memorável para os entusiastas da rede.

Carol Conway é presidente do Conselho de Estudos Jurídicos da Abranet 42 < Abranet


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