Revista Manutenção & Gestão de Ativos - Edição 151

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Contagem regressiva para os principais eventos de M&GA no Brasil

James Correia, Secretário da Indústria, Comércio e Mineração do estado da Bahia

Na bela Salvador, 28o CBMGA, 5o CMMGA e EXPOMAN 2013 focam na ISO 55000, uma nova concepção de gestão de ativos

entrevista Secretário fala sobre a política de atração de novos investimentos para a Bahia

ano 27 edição 151

INFRA MP dos Portos quer reduzir gargalos na infraestrutura portuária ISSN 0102-9401

IMPRESSO. PODE SER ABERTO PELA ECT

CASE DE SUCESSO Shoppings: boa gestão de ativos se torna grande diferencial



Palavra do Presidente

Régua e compasso

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28a edição do Congresso Brasileiro de Manutenção e Gestão de Ativos, desde o ano passado com o seu escopo mais amplo, abre as cortinas do grande espetáculo que se renova há quase três décadas. Este ano, na Bahia, além da tradicional Expoman, realizaremos o 5o Congresso Mundial de Manutenção e Gestão de Ativos que permitirá uma ampla discussão dos horizontes desafiadores de nossa atividade. O 28o CBMGA, em torno do eixo central Manutenção e Gestão de Ativos: o Impacto das Novas Normas ISO 55000, oferecerá aos participantes experiências privilegiadas sobre a vanguarda do conhecimento. Neste número, em relatos de líderes empresariais e organizadores dos eventos, descrevemos a programação que se desenrolará no virtuoso cenário do desenvolvimento da Bahia e região, cujo vigor tem se sustentado ao longo do tempo e oferece palco privilegiado para nossas reflexões. A Filial II (BA/SE), da Abraman, destaca-se pela exuberância do crescimento econômico, em torno de fortes polos de agronegócio, celulose e papel, automóveis, química e petroquímica e indústria naval, entre outros. Situa-se no estado um dos maiores parques navais do País, o estaleiro Enseada do Paraguaçu. Na malha logística formada pela Ferrovia de Integração Oeste-Leste e rodovias que

João Ricardo Lafraia, presidente da ABRAMAN

interligam a região ao mercado externo através do novo Porto Sul, em Ilhéus, a produção agrícola do centro do País e o minério passam a agregar mais valor à produção nacional. Inclui-se neste quadro o Polo Industrial de Camaçari, o primeiro complexo petroquímico planejado do País, que iniciou suas operações em 1978 e é, hoje, o maior conjunto industrial integrado do Hemistério Sul. Este é o pano de fundo do 28o Congresso Brasileiro de Manutenção e Gestão de Ativos, do 5o Congresso Mundial e da Expoman, que garante um espetáculo que empreendedores com visão de futuro não podem perder. A Bahia, segundo a canção de Gilberto Gil, dará régua e compasso a nossos congressistas. Centenas de palestras e debates com especialistas brasileiros e internacionais formam uma grade de programação com amplo e substancioso cardápio para que competências venham a ser consolidadas ao compasso da nova norma ISO 55000 que está em gestação. Nesta edição debruçamos, também, entre outros assuntos, sobre o crescimento do setor de shopping centers, que atrai cerca de 400 milhões de visitantes por mês em todo o País. Trata-se de um segmento onde Gestão de Ativos reina com metodologia decisiva para o sucesso do negócio. Aquele abraço!

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notas

Novo Marco Regulatório da Mineração é discutido no Congresso Nacional Projeto de Lei cria também Conselho Nacional de Política Mineral (CNPM) e Agência Nacional de Mineração (ANM)

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stá em pauta no Congresso Nacional o projeto de lei que institui o Novo Marco Regulatório para a Mineração brasileira. O projeto foi proposto pelo governo federal em junho e está em análise sob o número 5807/2013 na Câmara. Após aprovado será enviado ao Senado para apreciação e, depois, à sanção da presidente. A nova legislação também cria o Conselho Nacional de Política Mineral (CNPM) e a Agência Nacional de Mineração (ANM), que substituirá o Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM), criado em 1934. O Conselho Nacional funcionará como um órgão ligado à Presidência da República com a missão de fortalecer a participação da Mineração na economia, hoje responsável por 4% do PIB e 23,5% das exportações, segundo dados do Blog do Planalto. A Agência Nacional de Mineração,

por sua vez, será responsável pela regulação, gestão das informações e fiscalização, funcionando com autonomia administrativa e financeira. Especialistas acreditam que medida cria um ambiente favorável aos investimentos privados e à competitividade, com regras claras para as concessões, contratos, aprimoramento de arrecadação e base de cálculo. O setor mineral compreende as etapas de geologia, mineração e transformação mineral e é essencial para o desenvolvimento do Brasil. A nova legislação já é tratada pelo governo como um marco histórico da mineração brasileira,pois proporcionará aumento da capacidade pública de planejamento e melhor aproveitamento do potencial mineral do país, considerado um dos maiores e mais variados do mundo.

ÍNDICE / expediente

Filiais

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Serviços

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Carreira

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Capa

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Certificação

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Infra

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Matéria-Prima

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Artigo

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Case de Sucesso

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Trabalho Técnico

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MEMBRO FUNDADOR DO GLOBAL FORUM

revista

ano 27 - edição 151

é uma publicação bimestral da Abraman Associação Brasileira de Manutenção e Gestão de Ativos Av. Marechal Câmara 160, grupo 320, Edifício Orly - Centro - Rio de Janeiro - RJ - CEP 20 020-080 Tel: (21) 3231-7000 / Fax: (21) 3231-7002 / www.abraman.org.br Críticas, dúvidas e sugestões: revistamanutencao@abraman.org.br Conselho Editorial: Alexandre Fróes (NSK); Antonio Carlos Vaz Morais (PETROBRAS); Arlete Paes (SKF); Bruno Ferreira (CEGELEC); Carlos Alberto Barros Gutiérrez (NM ENGENHARIA); Luciana Corrêa (MANSERV); Eduardo de Santana Seixas (RELIASOFT); Fabiana Gimenez (SKANSKA); Fabio Gomes (ABRAMAN); Joazir Nunes Fonseca (ELETROBRÁS - UNISE); Renata Gonçalves Ramos (COMAU); Thiago Gadelha (METRÔ RIO); Wagner Gorza (ARCELORMITTAL); Produção: Comunicação Interativa Editora - Jornalista Responsável: Jackeline Carvalho (MTB 12456); Consultor Editorial: Antonio Alberto Prado (AAPrado & Associados); Reportagem: Henri Chevalier, Jackeline Carvalho, Luciana Robles e Mayra Feitosa; direção de arte: Ricardo Alves de Souza; ASSESSORIA DE IMPRENSA: RioPress Assessoria de Imprensa. 4

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notas

Abraman e Fundação Gorceix firmam parceria para MBA de Gestão de Ativos em MG

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Presidente da Associação Brasileira de Manutenção e Gestão de Ativos (Abraman), João Ricardo Lafraia, assinou contrato com a Fundação Gorceix, entidade filantrópica voltada para educação, cultura e pesquisas científicas na região de Minas Gerais. O objetivo é levar mais possibilidades de formação na área de manutenção e gestão de ativos pelo Brasil. A primeira iniciativa conjunta das entidades já marca a importância da parceria: o lançamento do MBA em Gestão de Ativos, com turmas em Mariana e Belo Horizonte. O quadro docente do curso terá a presença de João Ricardo Lafraia e será coordenado pelo ex-presidente da Abraman e atual coordenador da Comissão de Gestão de Ativos da entidade, Alan Kardec.

“Estamos estudando parceiras também em São Paulo e Paraná. No Paraná é com a Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR) e em São Paulo é com a Unicastelo. E, em Minas Gerais, foi com a Fundação Gorceix, que tem relação com a Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP)”, afirma Kardec. O curso terá 540 horas, Estudos de Caso e disciplinas sobre Planejamento Estratégico em Gestão de Ativos, Gestão do Processo Decisório de Investimento de Capital, Gestão do Ciclo de Vida do Portfólio de Ativos, Gestão e Avaliação de Risco, e Gestão de Pessoas e Facilitadores do Conhecimento. “O MBA de Gestão de Ativos está de acordo com o Global Forum of Maintenance and Asset Management, instituição internacional da qual a Abraman faz parte”.

Governo prepara regime especial para estimular a inovação na indústria química brasileira

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indústria química brasileira precisa estar fortalecida para encarar os próximos sete anos, período que marcará a transição do atual mercado – fortemente impactado pelo baixo preço do gás de xisto norte-americano – para um cenário de maior oferta de insumos brasileiros, como o gás que é subproduto do pré-sal. A afirmação foi feita pelo presidente da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), Mauro Borges Lemos, durante o Seminário Indústria Química: Uma Agenda para Crescer, ocorrido na Câmara dos Deputados, em Brasília. Segundo Borges Lemos, o governo prepara um regime tributário especial para o setor. Uma das propostas do novo regime é incentivar o investimento na indústria química por

meio da desoneração de desembolsos com IPI, PIS e Confins em investimentos. Outra proposta é a desoneração de PIS e Confins nas vendas dos produtos químicos fabricados a partir de matérias-primas renováveis, com contrapartidas de investimentos em pesquisa e desenvolvimento. A indústria química brasileira alcançou um faturamento de 153 bilhões de dólares em 2012 e é o sexto maior mercado do setor no mundo, atrás apenas de China, Estados Unidos, Japão e Alemanha. Porém, o déficit na balança comercial superou a marca dos US$ 30,2 bilhões nos últimos 12 meses. Em 1990, 7,3% da demanda doméstica por produtos químicos eram atendidos pelas importações e em 2012 essa fatia já aumentou para 30%.

AES Eletropaulo capacita eletricistas para Smart Grid

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AES Eletropaulo está capacitando eletricistas para lidar com Redes Inteligentes (Smart Grid), como forma de preparar os profissionais para o futuro do setor elétrico. O programa será em quatro etapas: a primeira terá cerca de 100 participantes em dois cursos ministrados por profissionais qualificados da própria distribuidora. As outras contemplarão engenheiros, técnicos de operação e gestores até 2015. No total, cerca de mil profissionais serão treinados. Entre as inovações do conceito smart grid estão a iden-

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tificação automática de interrupção de energia, execução remota de comandos e, consequentemente, redução do tempo médio sem energia. Caso seja necessário o envio de equipes, a AES Eletropaulo tem planos de informar o fato ao cliente, via SMS, junto com a previsão de restabelecimento. Na área de concessão da AES Eletropaulo, o projeto está sendo implantado no município de Barueri e em parte de Vargem Grande, beneficiando 250 mil habitantes. O investimento é de R$ 70 milhões, com conclusão para 2015.

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FILIAIS

Filial V (SP/MS)

Curso retoma discussão sobre Programa 5S

Metodologia com foco organizacional visa melhorar produtividade

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filial V (SP/MS) promoverá nos dias 19 e 20 de agosto, no Instituto de Engenharia, em São Paulo, o Curso “A certificação 5S”, com o Seminário Nacional “Como formar a cultura e atingir a excelência do 5S na empresa”. O objetivo do curso é apresentar a importância e as etapas de implantação do 5S por meio de uma metodologia que o trate como um processo de mudança física e cultural em todas as áreas e níveis hierárquicos da empresa. A abertura do seminário será feita pelo diretor da Filial V (SP/MS), Milton Zen, e terá como tema “A importância do 5S para a manutenção”. Haverá, ainda, palestras sobre a importância do 5S para a Segurança do Trabalho, para a Gestão pela

Qualidade, para as Boas práticas de Fabricação e para os Sistemas de Produção e Logística. Na parte da tarde, haverá o debate “Fatores de Sucesso e de Fracasso do programa”, com a presença dos consultores Haroldo Ribeiro, da PDCA,

José Abrantes, da Universidade Federal Fluminense (UFF) e José Maurício Banzato, do IMAM. Para encerrar, haverá a palestra com Haroldo Ribeiro intitulada “Como Formar a Cultura e Atingir a Excelência do 5S na Empresa”, em que Ribeiro relata suas experiências como consultor no assunto desde 1990. O instrutor do curso será Haroldo Ribeiro, professor da Faculdade de Engenharia Industrial (FEI) e fundador da PDCA consultoria em Qualidade. Ribeiro é especialista em 5S e TPM, com experiência e prática em ferramentas gerenciais do Japão, onde se especializou. É autor de 10 livros sobre 5S e 4 livros sobre TPM. Todos os participantes do curso receberão um exemplar de seu livro “A certificação 5S”. Inscrições pelo site da Abraman.

FILIAL XI (ES)

Abraman promove Seminário Espírito-Santense de Manutenção Evento foi paralelo ao Mec Show 2013

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Filial XI da Abraman, responsável pelo estado do Espírito Santo, realizou nos dias 23, 24 e 26 de julho o XXIII Seminário Espírito Santense de Manutenção, com o tema “Manutenção: oportunidades, inovações e tendências”. O primeiro dia foi dedicado ao workshop “Inovações e Tendências na Manutenção e Gestão de Ativos”,

teve a participação de grandes empresas do setor, como ArcelorMittal Tubarão e SKF. O segundo foi dedicado a apresentações de trabalhos técnicos em Manutenção Mecânica e Elétrica e em Gestão de Manutenção. O último teve palestras gerenciais ministradas por Júlio de Aquino Nascif Xavier, diretor da TECEM -Tecnologia Empresarial e Celso de

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Azevedo, Presidente da ASSETSMAN. O evento foi paralelo à Feira da Metalmecânica, Energia e Automação (Mec Show 2013), considerada a principal feira do setor metalmecânico do Espírito Santo. A feira contou com a participação de mais de 180 expositores, entre nacionais e internacionais, que apresentaram as novidades em tecnologia, produtos e serviços para o segmento. l

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CARREIRA

Gestor de Manutenção: é preciso relacionar teoria e prática Formação ainda têm dificuldade em relacionar disciplinas gerenciais e técnicas no ensino da gestão da manutenção

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formação de gestores de manutenção precisa ser atualizada”. A constatação é de Celso Peck do Amaral, diretor-executivo da Apeck Consultorias, professor universitário e consultor da Abraman. O fato é que o mercado já busca há tempos profissionais que consigam se destacar do papel excessivamente técnico atribuído à gestão da manutenção pelos mais incautos. Mais do que colaboradores que compreendam na prática o cotidiano da manuten-

É importante perceber a diferença entre Engenharia de Manutenção, Gestão de Manutenção e Gestão de Ativos Rogério Arcuri, vice-presidente da Abraman e professor de MBA em Engenharia de Manutenção da POLI/UFRJ

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Victor Peck

ção, empresas procuram, hoje, aqueles com formação teórica sólida que saibam relacionar teoria e prática e vejam a gestão como uma complexa ciência que envolve pessoas, técnicas e imprevisibilidades. “É uma questão cultural. Há o grande desafio de transformarmos a visão restrita de gestão de manutenção e ativos e mudar a cultura”, afirma o professor. “Essa mudança, na realidade, vai levar alguns anos. Talvez até gerações”. Para Amaral, o foco da mudança é a graduação. É preciso, já na formação, ter disciplinas humanas para lidar com pessoas e com a gestão de objetivos. “Nós não podemos tirar da engenharia as matérias técnicas, elas são essenciais. Acima de tudo, estamos formando engenheiros com qualificação técnica para fazer o que for preciso dentro do processo”, lembra. “Agora, quando você fala de manutenção, obrigatoriamente nós estamos falando de gestão”, pondera. Existe uma distância prática entre o aprendido na escola e o exercido na empresa. Apesar de haver instituições que fazem esse vínculo durante o ensino, fica claro o distanciamento, segundo o executivo, quando se compara o Brasil com nações consideradas desenvolvidas no assunto, como Alemanha e França. E a questão é mais estrutural do que de boa vontade, na visão de Amaral. “Quando você verifica a grade curricular das faculdades, percebe que elas mudaram muito pouco nos últimos 20 anos. Se considerar que a automação chegou forte no Brasil a partir da década de 90, a grade curricular das escolas não sofreu muita alteração mesmo”, lembra o professor, que defende a revisão das grades curriculares dos cursos de engenharia para a inserção de discipli-

É uma questão cultural. Há o grande desafio de transformarmos a visão restrita de gestão de manutenção e ativos e mudar a cultura Celso Peck do Amaral, diretorexecutivo da Apeck Consultorias

nas voltadas para a gestão de manutenção e ativos como um processo dinâmico e conjuntural. A revisão pode ser complexa dependendo da instituição: envolve diretores, reitores, professores, alunos, legislações, portarias, diretrizes, estados e ministérios. Mas o professor enfatiza: “É preciso essas disciplinas. Ainda que dependa de diretoria e tudo mais. Inclusive, depende de mudar algumas características impostas pelo próprio MEC”. Especialização Como os cursos regulares de graduação, em geral, têm dificuldades em abordar a gestão de manutenção por um viés mais relacionado com outros setores – necessidade percebida pelos novos trabalhadores no mercado e exigida pelas empresas –, e até mesmo pode confundir alunos quanto aos temas de Gestão de Manutenção, Gestão de Ativos e Engenharia de Manutenção, diversas instituições oferecem cursos complementares em forma de especialização. Para Rogério Arcuri, vice-presidente da Abraman e professor do MBA em Engenharia de Manutenção (ENGE-

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MAN) da POLI/UFRJ, é importante não confundir os três temas que, apesar de intimamente ligados, são diferentes entre si. Segundo Arcuri, é possível dizer que o ideal dos cursos de especialização em Engenharia de Manutenção – área que, apesar de intimamente ligada, não pode ser confundida com as outras duas, seria uma união equilibrada entre as questões de gestão e as técnicas que dessem uma compreensão do contexto, tanto ambiental, técnico e teórico, como de segurança e qualidade, além de uma introdução à gestão de ativos. “É preciso ter, na grade, algo ligado à administração da Engenharia de Manutenção, onde entra planejamento estratégico da manutenção e gerenciamento de projetos; depois é preciso abordar a filosofia e políticas de manutenção, abordando manutenções preditiva e preventiva, TPM, RCM, e, por fim, um primeiro contato com a questão da gestão de ativos”, afirma Arcuri. “É importante perceber a diferença entre Engenharia de Manutenção, Gestão de Manutenção e Gestão de Ativos. Por serem muito ligadas, muitos tratam erroneamente como a mesma coisa. E não são”, finaliza. l

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CERTIFICAÇÃO

divulgação

Exames de Qualificação podem ser solicitados In Company

Unidades Móveis do PNQC permitem que a avaliação da qualificação profissional seja realizada diretamente na empresa

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rápida transformação do mercado, em meio à globalização, exige das empresas um investimento cada vez maior no aprimoramento profissional de seus funcionários. Não se exige qualificação apenas no momento de contratar, mas sim uma educação continuada e especializada que influenciará na competitividade das organizações. Para atender à crescente demanda por essa qualificação a ABRAMAN desenvolveu o PNQC – Programa Nacional de Qualificação e Certificação de Pessoal da Área de Manutenção. A missão do Programa é avaliar a qualificação dos profissionais de manutenção, assim como seu potencial para desenvolvimento contínuo na função; certificar aqueles que comprovarem domínio mínimo dos conhecimentos e habilidades estabelecidos em normas de requisitos ocupacionais e agregar significativamente valor às certificações, mediante o aumento da confiança na sua

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metodologia, competência, imparcialidade e integridade. A avaliação da qualificação é realizada nos Centros de Exames credenciados pela Abraman, por meio de instrumentos teóricos e práticos. Há de se destacar a entrevista pedagógica que é realizada com o profissional avaliado para obter uma retroalimentação do processo de avaliação da qualificação e identificar oportunidades de melhoria na metodologia. Neste momento também é apresentado um diagnóstico do perfil do profissional avaliado. Esta “ferramenta” é utilizada como elemento estratégico para que os Gerentes de Manutenção possam melhor dimensionar os investimentos com a capacitação de sua equipe e culminará com a elevação do nível de desempenho das organizações em termos de produtividade, qualidade, segurança operacional, responsabilidade social, preservação do meio ambiente e desenvolvimento sustentável.

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Carretas E para potencializar a viabilidade do processo de avaliação profissional, a Abraman em parceria com a Petrobras, SENAI São Paulo, SENAI Amazonas e SENAI Minas Gerais, criaram as unidades móveis dos Centros de Exames de Qualificação, nas áreas de Mecânica, Caldeiraria, Elétrica e Instrumentação. Os laboratórios são montados em carretas com o objetivo de atender demanda em todo território nacional. Este tipo de atendimento pode ser requisitado por qualquer empresa interessada. “Se temos uma demanda localizada fora das regiões onde existem centros fixos, ou uma grande demanda concentrada, oferecemos o serviço das unidades móveis de forma que a estrutura se desloque até as instalações da empresa. Neste tipo de atendimento, a empresa interessada cobre todas as despesas do deslocamento da unidade móvel e equipe de avaliação”, esclarece Fábio Gomes, Gerente de Qualificação e Certificação da Abraman. Organismos públicos ou privados, de qualquer cidade ou estado brasileiro, podem ser atendidos. “A Petrobrás, por exemplo, já utilizou Unidades Móveis em diversas refinarias do Brasil”, menciona o gestor do Programa. A empresa contratante também tem responsabilidades. Deve garantir, por exemplo, o descarte correto e o destino final das sucatas e resíduos resultantes. Para mais informações, contate o Bureau de Certificação da ABRAMAN, por meio do telefone 21-3231-7014 ou o CEQUAL ABRAMAN SENAI DR SP, por meio do telefone 11-3322-50-26


divulgação

matéria-prima

Funcionários e Rotor do Gerador da Usina de Angra 2

Usinas nucleares brasileiras têm forte estrutura de gestão de ativos O resultado é uma das taxas de maior segurança e disponibilidade do mundo. Em 2011 e 2012, usinas do Brasil obtiveram o segundo lugar do indicador de disponibilidade de geração elétrica por país, segundo a AIEA

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cidentes nucleares são raros. Segundo a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), apenas dois receberam classificação 7, nível máximo na escala que mede a gravidade de um evento do tipo. O primeiro é o caso de Chernobyl, em 1986, considerado até hoje o mais grave da história. O segundo, mais recente, é o de Fukushima Daiichi, causado pelo terremoto de 9 graus na escala Richter que devastou parte do Japão em 2011. “O evento de Fukushima levou a comunidade nuclear a questionar os projetos de todas as usinas no mundo”, lembra Olívio Napolitano, superinten-

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dente de manutenção da Eletronuclear, empresa subsidiária da Eletrobrás responsável pelo setor termonuclear no Brasil, com destaque para as usinas de Angra dos Reis. “No caso da Eletronuclear, a empresa estabeleceu um plano de ação para realizar melhorias em função de um possível evento da natureza, em Angra”, completa. Napolitano lembra que os maiores riscos para o pessoal de manutenção estão nas atividades de equipamentos e sistemas industriais convencionais. Nas atividades que envolvem equipamentos contaminados radiologicamente, ou em áreas de doses de radia-

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ção, são tomadas precauções especiais, como vestimentas, redução de tempo de permanência no local e blindagens, que reduzem os riscos radiológicos ao mínimo possível. “Após 19 paradas para reabastecimento em Angra 1 e 10 paradas em Angra 2, nenhum acidente com trabalhador ocorreu com relação ao risco nuclear”, destaca. As possíveis consequências no caso de um vazamento fazem com que o medo se espalhe. Há quem, inclusive, proponha abolir a geração de potência nuclear, considerando-a poluente e dispensável para a matriz energética do país, que tem seu foco em energia hidráulica. Olívio contesta ressaltando que, para o Brasil, “a geração de potência nuclear pode servir como uma complementação à energia hidráulica, que sempre dependerá das condições do clima para a sua produção e preço”. Além disso, localizada em regiões estratégicas, pode servir para estabilização do sistema elétrico nacional e permitir uma maior flexibilidade operacional. O uso de energia nuclear é importante também na medicina, na propulsão de submarinos, no domínio da tecnologia e na redução de riscos de perda de energia durante problemas em outras estações de geração ou linhas de transmissão. Segundo Olívio, Angra pode evitar, ainda, racionamento de energia como na crise de 2001, causada pela escassez de água nos reservatórios das hidrelétricas. Alessandro da Cruz Gonçalves, coor­ denador do curso de graduação do Programa de Engenharia Nuclear da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), concorda com a importância do setor para o Brasil e lembra que não se pode desprezar o impacto e a importância da energia nuclear em nossa sociedade. O Plano Nacional de

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Não podemos negligenciar o fato de possuirmos, segundo a Agência Internacional de Energia Atômica, a sétima maior reserva de concentrado de urânio do mundo, tendo prospectado apenas 25% do nosso território Prof. Alessandro da Cruz Gonçalves, do Programa de Engenharia Nuclear da UFRJ

Energia 2030 prevê um aumento da geração nuclear na matriz energética, o que, para o professor, obriga o país a estar preparado para desafios. “Além disso, não podemos negligenciar o fato de possuirmos, segundo a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), a sétima maior reserva de concentrado de urânio do mundo, tendo prospectado apenas 25% do nosso território. Ou seja, temos poten-

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cial para estarmos entre os três primeiros países do mundo com a maior reserva de concentrado de urânio. Para isso, devemos consolidar a tecnologia do enriquecimento em larga escala, colocando o Brasil entre o grupo seleto de países do mundo com essa tecnologia”, opina o coordenador. Quando o assunto é meio ambiente, Napolitano reitera que “a usina nuclear já é bem vista ambientalmente, uma vez que não polui como as térmicas à gás ou à carvão, além de não requerer extensões de alagamento como as hidráulicas”. Considerando o ponto estratégico ocupado pelo setor e o teor radioativo do produto principal do sistema, toda falha precisa ser impedida e evitada. E, justamente pelo risco de um vazamento e pela necessidade de manter os sistemas de segurança operáveis, a importância da manutenção, segundo o superintendente da Eletronuclear, se torna central. Manutenção A manutenção e a gestão de usinas nucleares utilizam técnicas que são consideradas as melhores no mundo. Essas técnicas estão “nas linhas de manutenções preventivas (estabelecidas em tempo de vida), preditiva (estabelecidas em condições de trabalho) e as corretivas (durante falha em operação)”, afirma o Superintendente da Eletronuclear. Existe um grande número de atividades de manutenção realizadas diariamente, para manter a segurança das usinas de Angra com a maior confiabilidade e disponibilidade possível. “Em relação à manutenção, é dada uma atenção especial aos geradores diesel de emergência, baterias, equipamentos móveis, etc., assim como a preparação da equipe para atendimento a essas emergências especiais, onde equipamentos adicionais poderão ser requeridos”, complementa.


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Em relação à manutenção, é dada uma atenção especial aos geradores diesel de emergência, baterias, equipamentos móveis, etc., assim como a preparação da equipe para atendimento a essas emergências especiais, onde equipamentos adicionais poderão ser requeridos Olívio Napolitano, superintendente de manutenção da Eletronuclear

Diversos testes são realizados para garantir que todos os sistemas e equipamentos atendam aos requisitos mínimos de projeto. Caso um dos testes dê resultado insatisfatório, é aberta uma ordem de serviço e se estabelece um prazo máximo para realização da ação corretiva. O reparo ou ação não realizada no tempo máximo requerido pode obrigar a alteração da forma de operação da usina, de modo que ela seja mantida sempre na situação mais segura possível. Segundo Napolitano, são realizadas técnicas de observação por inspeção individual, por verificação de pares, por verificação independente e por equipamento remoto, além de outras. Ao se verificar anormalidades nestas observações, um relatório preliminar do evento é emitido para ser analisado na manhã seguinte pelo comitê de priorização de serviços das usinas. Ou, se algum atendimento imediato for necessário, ele é realizado. O representante da Eletronuclear, explica que “são utilizadas também ferramentas especiais de controle de desempenho de equipamentos chamadas ‘Regras de Manutenções’ e ‘Mo-

nitoração da Confiabilidade’, que podem alterar a frequência, escopo e técnicas de manutenção de um determinado equipamento”. O resultado de toda essa estrutura de gestão de ativos é uma das taxas de maior segurança e disponibilidade do mundo. Nos anos de 2011 e 2012, as usinas nucleares do Brasil obtiveram o segundo lugar do indicador de disponibilidade de geração elétrica por país entre as mais de 400 usinas nucleares no mundo, conforme documento publicado pela AIEA. Sono tranquilo Com toda a estrutura voltada para evitar problemas com usinas nucleares, a tranquilidade em relação ao tema deve prosperar. Olívio Napolitano dá seu depoimento pessoal sobre os riscos. “Trabalho em Angra desde 1979, local onde criei os meus dois filhos e onde resido com minha esposa a apenas 10 quilômetros da usina, dormindo tranquilamente. Posso acrescentar que nenhum evento que afetasse a segurança dos trabalhadores ou da população ocorreu nas usinas e que o sistema de proteção do reator das usinas nunca falhou”.

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boa formação Quanto à formação, Napolitano aponta que “o pessoal que trabalha na manutenção de usinas nucleares deve ter conhecimento e treinamento para executar qualquer tarefa. Além disso, são desenvolvidas habilidades especiais para lidar com os equipamentos industriais tradicionais e com os associados à tecnologia nuclear”. Para Alessandro da Cruz Gonçalves, que também é responsável pelo primeiro curso de graduação em Energia Nuclear do país, na UFRJ, a formação é essencial. Para o coordenador, falta uma política nacional de integração de recursos humanos que estimule a formação de profissionais especializados. “Não se forma um profissional no setor nuclear da noite para o dia. Por exemplo, um engenheiro nuclear precisa de cinco anos na graduação, dois de mestrado e ainda, no mínimo, mais um ou dois anos de treinamento na empresa para alcançar formação ideal”, lembra. O especialista também ressalta que a alta qualificação e resiliência dos profissionais do setor os tornam disputados por outras empresas. l

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case de sucesso

OS SHOPPING CENTERS ESTÃO MAIS INTELIGENTES Assessoria CCP

Softwares de gestão de ativos auxiliam a tomada de decisão e determinam a boa imagem dos centros de compras Perspectiva do Shopping Cidade São Paulo, em construção na Avenida Paulista

O

s centros de compras, entendidos como espaços de interlocução com consumidores, podem ter sua origem anterior à antiguidade. Mas a forma como os conhecemos se iniciou nos Estados Unidos, na década de 1920. No Brasil, o setor avança a passos largos, segundo dados da Associação Brasileira de Shopping Centers (Abrasce). Com 27 novos empreendimentos em 2012 e média de 398 milhões de visitantes mensais, o mercado de shopping centers registrou alta de 10,65% nas vendas em 2012,

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em relação ao ano anterior, atingindo R$ 119,5 bilhões. O número é um recorde nos últimos 13 anos e a expectativa para 2013 é otimista: 12% de aumento nas vendas. A expansão, segundo a Abrasce, tem o aumento do salário médio do brasileiro como uma das suas principais causas. Marcelo Avila Fernandes, presidente da Astrein, empresa que desenvolve software para gestão de ativos e facilities voltada para shopping centers, concorda e acrescenta as facilidades que este modelo de negócios traz aos clientes. “O lançamento

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de novos shoppings está relacionado à procura do público por maior conforto, segurança e economia obtidos a partir da reunião de várias lojas em um mesmo local, com estacionamento fácil e ambiente protegido. Estes fatores, aliados ao aumento do poder de compra, formam o ambiente propício para a expansão do segmento”, analisa. Segundo dados da Abrasce, o número de empreendimentos ativos até o início de 2014 passará de 463 para 503, com os 40 shoppings inaugurados em 2013. A associação aponta, ainda, que pela primeira vez outras cidades terão número maior de shopping centers que as capitais. No final de 2012, 51% dos shopping centers estavam localizados em brasileiras e 49% em outras cidades. Ao final de 2013, 261 shopping centers estarão instalados em cidades que não são capitais e 243 em capitais. Ciência A expansão do setor impulsiona lojas, construtoras, incorporadoras e administradoras a realizarem novos investimentos. A Cyrela Commercial Properties (CCP) é um exemplo. A empresa retomou com mais força a linha de investimentos em shoppings que faz desde a década de 1990, passando a trabalhar novos shoppings pelo Brasil. Fernando Bergamin, gerente de Relações com Investidores da CCP, afirma


Centro gastronômico A obra da companhia em estágio mais avançado em São Paulo é o Tietê Plaza Shopping, na marginal Tietê. Mas a que mais chama a atenção é o Shopping Cidade São Paulo, na Avenida Paulista. O novo empreendimento será focado principalmente em alimentação, pois grandes marcas varejistas já possuem lojas de rua na região. “No caso da Avenida Paulista, há carência de shopping e de escritório. Ali faz sentido

Assessoria CCP

que o ponto principal não é a localização do novo empreendimento, mas o estudo que se faz para direcionar os novos investimentos. “Você tem que estudar renda, perfil da população, hábitos de consumo. Tem uma ciência por trás do desenvolvimento de um shopping.”, detalha.

Marcelo Avila Fernandes, diretor-presidente da Astrein

um projeto que maximize a capacidade de servir escritório e a capacidade do setor alimentício”, afirma Bergamin. Dois motivos levaram a CCP a am-

pliar o investimento em shopping centers. O primeiro é o conhecimento do setor. “Já tínhamos dois shoppings, o Shopping D, na Marginal Tietê, e o Grand Plaza, em Santo André, com os quais construímos, ao longo de 20 anos, uma bagagem de administração de shoppings”, afirma o gerente da CCP. O segundo motivo é a boa situação econômica do Brasil, com renda e consumo crescendo. Estratégias de gestão de ativos: informatização e eficiência Nesse contexto de expansão, Marcelo Avila destaca o papel da gestão de ativos como fundamental para a competitividade e a rentabilidade das operações. Para ele, a percepção dos administradores de shoppings sobre a importância da manutenção dos ativos “é um grande divisor de águas


fotos: Assessoria CCP

case de sucesso

Alexandre Siqueira, diretor comercial da Astrein

no segmento, demonstrando que os grupos empresariais estão lançando mão de ferramentas de software para melhor gerir seus bens mais valiosos”. A imagem do shopping tem relação direta com a gestão de seus ativos e deve ser cuidada com a total atenção. Um local que passe a impressão de segurança, conforto e bom atendimento será melhor avaliado e mais frequentado. “A gestão de ativos está diretamente ligada à imagem do shopping, pois cuida em manter os equipamentos em bom funcionamento, como escadas rolantes, elevadores, ares-condicionados, banheiros, etc.”, afirma Alexandre Siqueira, diretor comercial da Astrein. “Normalmente, a área de gestão de ativos só é lembrada quando acontece um problema. Mas pode ser tarde e a imagem do shopping já estar comprometida”, complementa. Para o diretor, prevenção é o foco. Alguns locais sofrem com problemas de imagem e só depois investem nos ativos. Como exemplo é possível citar a inauguração do Shopping Rio Mar, na Grande Recife, na qual o cor-

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rimão de uma escada rolante travou enquanto os clientes subiam para o próximo andar. Quem se apoiava se desequilibrou, caindo na escada ainda em funcionamento. Um dos consumidores presentes na inauguração gravou o acidente em vídeo com seu celular e o publicou na internet. Para evitar problemas de marketing negativo, Siqueira sugere que “a manutenção deve atuar com um plano de manutenção preventiva e um plano de inspeções/auditorias, realizando todas as manutenções preventivas, trocando as peças de desgaste, inspecionando equipamentos, volume de monóxido de carbono nas garagens e, principalmente, analisando tendências e indicadores de manutenção como tempo médio entre falhas (MTBF), disponibilidade de equipamento e avaliação de qualidade dos serviços prestados”.

presa tem que reimplantar o software de manutenção. Com isso, os Gerentes Operacionais ficam sem dados para tomada de decisão”, complementa.

DOMÍNIO DA INFORMAÇÃO André Vitório, gerente comercial da Astrein, destaca a importância de um software para o processo de acompanhamento da estratégia de gestão de ativos. Segundo ele, com a crescente demanda por qualidade, aliado ao grande número de ativos, funcionários e ações, não é mais possível tabelar e organizar o trabalho apenas em planilhas de Excel. É necessário a adoção de softwares específicos para a gestão de ativos. “O motivo pelos quais os shoppings estão adotando o software de gestão de ativos é ter o domínio sobre as informações, pois na grande maioria dos shoppings a equipe de manutenção é terceirizada e o controle das informações estão nas mãos de terceiros.”, afirma Vitório. “Quando há a troca da empresa prestadora de serviço, os dados do software são levados e a próxima em-

É preciso romper com a cultura do quebra-conserta Kivis Souza, coordenador de serviços de implantação da Astrein, analisa que o paradigma de manutenção como ação corretiva ainda não está superado. “Poucos são os empreendimentos que procuram mudar isto”, afirma. “A mudança desta cultura tem que ocorrer rapidamente, principalmente pela rápida ascensão da concorrência entre os empreendimentos. Quem estiver melhor preparado, leva a melhor fatia de clientes”, completa. A cultura ideal, para ele, é aquela em que o profissional conta com gestão de ativos físicos por meio de indicadores, com sistemas informatizados e profissionais preparados, além de ter uma política de melhoria continua. Quanto mais esses passos são seguidos, maior a chance de sucesso do empreendimento. l

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Fernando Bergamin, gerente de Relações com Investidores da CCP


serviços

MANUTENÇÃO “IN LOCO” AUMENTA A PRODUTIVIDADE NA BACIA DE CAMPOS

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Petrobras afretou três novas Unidades de Manutenção e Segurança (UMSs), para operar na Bacia de Campos. A ação é parte do Programa de Aumento de Eficiência Operacional da companhia (Proef) e tem intenção de prolongar a vida útil das unidades de produção de derivados de petróleo da área. Com o programa, a empresa pretende aumentar a eficiência operacional da Bacia de Campos para 90% até 2017. Até o final de 2013, a empresa já prevê um ganho de produção equivalente a 62 mil barris de óleo por dia. As UMSs adquiridas são dotadas de estrutura completa voltada para qualquer necessidade que plataformas de petróleo possam ter, sendo uma categoria acima dos flotéis. Conta, por exemplo, com oficinas de calderaria, soldagem e usinagem. E como as plataformas de exploração podem ser consideradas os pontos centrais no funcionamento da cadeia produtiva, elas precisam funcionar perfeitamente e exigem monitoramento e manutenção constante. “Inicialmente, as estratégias de manutenção são definidas para cada sistema ou equipamento”, afirma a Petrobras à RM&GA, via Assessoria. “No entanto, devido à complexidade dos sistemas de uma instalação de produção offshore, normalmente várias

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Com novas Unidades de Manutenção e Segurança (UMSs), Petrobras quer elevar a eficiência operacional para 90% até 2017 Plataforma de petróleo P-51 localizada na Bacia de Campos

estratégias de manutenção são utilizadas”. Segundo a estatal, a manutenção preventiva é a mais utilizada, e é baseada no tempo ou na condição. Os principais sistemas constantemente acompanhados em uma plataforma de petróleo, são os relacionados às máquinas de fluxo em geral. São aqueles destinados à geração de energia elétrica e ligadas a sistemas de transferência ou exportação de fluidos, de injeção de água e de combate a incêndio. Manutenção preventiva A Petrobras afirma que os equipamentos e sistemas das instalações são bastante robustos, têm alta redundância e são protegidos por sistemas de automação e controle eficazes. O monitoramento é constante e feito por técnicas de monitoramento da condição, contínuas ou discretas. Com isso, o

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resultado é a possibilidade de identificação de possíveis defeitos antes que haja impacto na disponibilidade e, assim, na produção e na economia. Do ponto de vista da manutenção, segundo a estatal, o foco das ações está na rapidez da execução dessas atividades, tanto preventivas como corretivas. A empresa afirma, ainda, que está investindo na gestão de operações integradas. Todas essas ações são feitas de acordo com o planejamento das atividades de operação e manutenção, onde as tarefas de manutenção são planejadas com antecedência para que, no momento da programação dos serviços, todos os recursos materiais e humanos estejam disponíveis. A Petrobras utiliza Unidades de Manutenção e Segurança desde 2005. Até 2014, outras quatro estarão atuando na região. l

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Contagem regressiva para os principais eventos de Manutenção e Gestão de Ativos Henri Chevalier

28o CBMGA, 5o CMMGA e 28a EXPOMAN focam na ISO 55000; norma traz conceitos e diretrizes necessários para nova concepção de gestão de ativos

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Até 2016, o Estado da Bahia estima que receberá investimentos de aproximadamente R$ 70 bilhões da iniciativa privada

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Está vindo, do exterior, uma série de especialistas trazendo uma oportunidade imperdível para não ficar de fora da nova formatação do mundo empresarial que vai vigorar a partir do ano que vem Rogério Arcuri, vice-presidente da Abraman

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ntre os dias 23 e 27 de setembro de 2013, as belas paisagens de Salvador receberão, no Centro de Convenções da Bahia, paralelamente, três grandes eventos da área de manutenção e gestão de ativos. A 28a edição do Congresso Brasileiro de Manutenção e Gestão de Ativos (CBMGA), o 5o Congresso Mundial de Manutenção e Gestão de Ativos (CMMGA) e a 28a Exposição de Produtos, Serviços e Equipamentos para Manutenção e Gestão de Ativos (EXPOMAN), maior feira voltada para manutenção na América do Sul, já estão nos últimos ajustes da programação. Segundo Carlos Wilke Diehl, presidente do Congresso pela segunda vez, “todo o programa já está definido, com os trabalhos técnicos, mesas redondas, palestras e workshop na-


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A nova ISO 55000 vai ser o direcionador de todo o segmento de manutenção para que possamos ter aumento de produtividade e eficiência nas empresas que usam manutenção como um fator estratégico Carlos Alberto Fernandes, coordenador da EXPOMAN

cionais e internacionais. Recebemos mais de 500 inscrições de trabalhos técnicos e foi bastante difícil a seleção para incluir no programa, mas, em compensação, a qualidade está excelente.” Os nomes dos palestrantes e coordenadores também já foram confirmados. O evento, com tema “Manutenção & Gestão de Ativos: o Impacto das Novas Normas ISO 55000” se inicia, em uma segunda-feira, com o Workshop Internacional sobre Assets Management, Culture and Leadership. O encerramento será na sexta-feira, 17/09, com a prova de certificação da Society Maintenance Reliability Professionals (SRMP), que certifica profissionais na categoria de Gestão de Ativos. Entre um e outro, haverá a divulgação do Documento Nacional, estudo da Abraman visando demonstrar indicadores que permitem uma avaliação do desempenho dos órgãos de Manu-

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tenção de Empresas de vários setores da economia, inclusive possibilitando comparação entre empresas. “Esse congresso está sendo muito bem planejado”, elogia Alan Kardec, ex-presidente da Abraman e membro da Comissão de Gestão de Ativos da entidade. “Estão sendo convidadas pessoas de ponta, tanto do Brasil quanto do exterior, fora o número de trabalhos técnicos inscritos e as empresas que vão participar ativamente da EXPOMAN. Haverá muitos contatos e é uma oportunidade ímpar de crescer”, complementa. DE OUTROS CANTOS Entre os palestrantes internacionais confirmados estão Achim Krüger, vice-presidente de soluções SAP na área de Enterprise Asset Managemenet (EAM); Luis Amendola, PhD em Gestão de Engenharia Industrial que desenvolveu sua vida profissional na PDVSA e agora pertence à Universi-

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dade Politécnica de Valência, na Espanha; e John Hardwick, presidente do Conselho de Gestão de Ativos da Austrália e do Fórum Global de Manutenção e Gestão de Ativos (GFMAM), do qual a Abraman, representada por seu presidente, João Ricardo Lafraia, faz parte. PAS 55 e ISO 55000 O grande destaque do Congresso é a PAS 55 e sua transformação na NBR ISO 55000, um marco do setor de manutenção e gestão de ativos. Rogério Arcuri, vice-presidente da Abraman, aponta que a Comissão Interna da ABNT – também presidida pelo presidente da Abraman, João Ricardo Lafraia –, teve como meta o lançamento da norma no Brasil simultaneamente ao lançamento da norma internacional. “A expectativa é que a família ISO 55000 seja lançada internacionalmente em novembro de 2013 e que a Abraman já lance a versão em português”, afirma. A entidade, aliás, segundo Arcuri, acredita que a nova norma “promoverá uma revolução no mundo empresarial, porque vai alavancar a produção industrial dentro de uma nova ótica em que a questão da gestão de ativos se incorpora às diretrizes corporativas, passando a ser um vetor fundamental para melhores resultados. E, quando falo resultados empresariais, falo também em lucratividade, que leva à sustentabilidade empresarial, à perenidade das empresas e, por tabela, à melhoria das condições de vida da população.” Segundo Kardec, o tema foi escolhido para o Congresso justamente pelo papel transformador para o setor de manutenção e gestão de ativos e por proporcionar a oportunidade de aumentar a competitivida-


Estão sendo convidadas pessoas de ponta, tanto do Brasil quanto do exterior, fora o número de trabalhos técnicos inscritos e as empresas que vão participar da EXPOMAN. É uma oportunidade ímpar de crescer

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de da indústria brasileira no cenário internacional. O executivo destaca o papel da Abraman nesse contexto, enfatizando que, “assim como no início deste século, a Abraman liderou a abordagem da Gestão de Manutenção no Brasil, agora está liderando a questão da Gestão de Ativos”. A instituição incorporou oficialmente a Gestão de Ativos em seu espectro de atuação no ano passado, dando o passo inicial para uma mudança de cultura que, segundo Carlos Alberto Fernandes, coordenador da EXPOMAN, é fundamental para garantir o sucesso da competitividade brasileira no setor industrial. Além disso, “a nova ISO 55000 vai ser a direcionadora de todo o segmento de manutenção para que possamos ter aumento de produtividade e eficiência nas empresas que usam manutenção, como um fator estratégico importante”, afirma. “Esse é o ponto principal”. “A diretoria da Abraman foi muito feliz em colocar essa nova meta, de gestão de ativos, empunhando essa bandeira no Brasil”, diz Kardec. “Se queremos, de fato, nos nivelar aos países de primeiro mundo, temos que entender que eles já estão com esse processo avançado e o tempo é muito importante para nós. O tempo não para e, se não fizermos nada, ficamos para trás”, complementa. Segundo ele, algumas empresas já abordam a questão de gestão de ativos de uma forma mais estrutural e completa, concebendo manutenção como uma área que não é mais circunscrita em si, mas parte influenciadora direta do todo. O próximo passo é transformar a atitude de poucas empresas na atitude da maioria, criando uma nova cultura o quanto antes. “Por isso o foco em Gestão de Ativos no

Alan Kardec, ex-presidente da Abraman e membro da Comissão de Gestão de Ativos da entidade.

Congresso, com conferencistas internacionais, cursos e workshops sobre o assunto”, afirma o executivo. EXPOMAN A maior feira do setor de manutenção e gestão de ativos da América do

Sul acontece paralela ao Congresso e, até o fechamento desta edição, já contava com mais de 30 grandes empresas confirmadas. “A Expoman e o Congresso são eventos muito ligados entre si, não se deve separar um do outro”, afirma


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Cultura E Liderança”, que será seguido pela Solenidade e Conferência de abertura do Congresso e pela inauguração da EXPOMAN. No dia seguinte, toda a discussão se centrará na gestão de ativos e não haverá apresentações simultâneas. Seguindo um ordenamento lógico, as mesas-redondas começarão o dia explicando as semelhanças e diferenças entre a PAS 55 e a ISO 55000; abordarão, em seguida, os desafios para a cultura de gestão de ativos; as tendências para a área de gestão de ativos no Brasil e na América Latina; e um case sobre gestão de ativos em portos, com a Vale. Para Arcuri, “a mesa sobre desafios para uma cultura de gestão de ativos é importante para desenvolver o conceito na mente do empresariado”, e ser seguida por uma mesa que apresentará pesquisas desenvolvidas pela Abraman em parceria com a Accenture é importante por mostrar resultados claros e gerenciais aos presentes. Na quarta e quinta-feira os dias serão repletos de apresentação de trabalhos técnicos, conferências nacionais e internacionais abordando os mais variados aspectos e setores da gestão de ativos. Como o evento discutirá a PAS 55 e a futura norma ISO 55000, “o público terá a compreensão de que não se pode realizar a gestão de ativos sem a utilização da análise matemática e estatística de dados”, afirma Cláudio Spanó, diretor executivo da ReliaSoft e palestrante do evento. “A definição da gestão de ativos pela norma é bem clara: aumentar a performance operacional, reduzindo os custos,

João Ricardo Lafraia e demais membros do Fórum Global de Manutenção e Gestão de Ativos, durante o 27o CBM

Carlos Alberto Fernandes, coordenador da Exposição. “É preciso ter um alinhamento muito claro entre empresas prestadoras e tomadoras de serviço, para que estejam alinhadas com a modernidade e o pensamento geral do setor de manutenção e gestão de ativos. E o intercâmbio que a feira e o Congresso proporcionam é fundamental”, complementa. As novidades trazidas pelas empresas participantes em seus stands já têm potencial para indicar os rumos da área nos próximos meses e para perceber como o assunto já está sendo tratado de forma mais moderna pelo mercado. “O público pode esperar novidades. Temos muitas que já estão confirmadas, só não podemos falar isso agora porque são as empresas que precisam divulgar. Mas tem muita coisa nova na área de gestão de ativos, com uma tomada bem mais abrangente do que as que a

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gente tinha até abril do ano passado”, afirma Fernandes. Claudio Spanó, diretor executivo da ReliaSoft, que já participou de 12 edições do evento, atesta a importância da EXPOMAN. “Todo ano o congresso atrai um público qualificado que também circula pela área de exposição. O espaço da feira permite a troca de informações com os visitantes e congressistas e nesse momento temos a oportunidade de nos aproximar dos clientes potenciais e entender suas necessidades, para então oferecer a melhor solução em confiabilidade e gestão de ativos para cada tipo de negócio. Esperamos que a edição de 2013 continue ajudando a atrair novos e bons negócios.” PROGRAMAÇÃO A segunda-feira, primeiro dia do evento, será dedicada ao Workshop Internacional “Asset Management, Culture And Leadership – Gestão De Ativos,

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mantendo os riscos controlados, mas tudo isso de forma sustentável em todo o ciclo de vida do ativo”. CONGRESSO MUNDIAL E BAHIA Para Fernandes, coordenador da EXPOMAN, o Congresso Mundial reforça a importância do Brasil no cenário de gestão de ativos mundial. “O Brasil tem posição de destaque nesse segmento e, mais uma vez, isso fica comprovado isso com a procura dos países e entidades internacionais pelo evento”. “Estão vindo participantes da França, México, Uruguai, Espanha, Inglaterra, Estados Unidos, Japão”, elenca Arcuri. “Uma série de especialistas trazendo oportunidades de trocas de

experiência, oportunidades de intercâmbios futuros, uma oportunidade imperdível para não ficar de fora da nova formatação do mundo empresarial que vai vigorar a partir do ano que vem”, complementa, em referência à ISO 55000, que entrará em vigor no início de 2014. As nacionalidades enumeradas pelo vice-diretor estarão presentes em maior peso no 5o Congresso Mundial de Manutenção e Gestão de Ativos (CMMGA). Na programação do evento, ganham destaque o Workshop Internacional “Asset Management, Culture And Leadership – Gestão De Ativos, Cultura E Liderança”, a ser realizado durante todo

o primeiro dia; a Conferência sobre elaboração e implementação da ISO 55000 no México e a mesa-redonda sobre Certificação de Profissionais de Confiabilidade e Manutenção. O Workshop terá presença de Rhys Davis, coordenador responsável pelo início, em Londres, dos estudos para a elaboração do ISO 55000; John Hardwick, presidente do Conselho de Gestão de Ativos da Austrália e do Fórum Global; o presidente da Abraman, João Ricardo Lafraia; Celso de Azevedo, diretor-presidente da Assetsman franco-brasileira e François Chupot, diretor de projetos da Schneider Electric. “Teremos a presença de todos os

Grandes Empresas estão presentes na Expoman 2013 A 28a EXPOMAN, maior feira voltada para manutenção na América do Sul, não poderia deixar de receber as maiores empresas do setor. Com seus stands, as companhias já se preparam para novas oportunidades de negócio, conhecimento de mercado e forte contato com o público. Veja algumas delas! Acoem Anacom Assestsman Base Naval de Aratu Cadmatic Oy/ Vit Cegelec Comau do Brasil Cpfl Serviços Des-Case Eletrobras Eletronuclear Engelmig Flir Systems Brasil H.Strattner Infor do Brasil Lamons Gasket Meridium Metso Automation do Brasil Powerpoxi Pragma Academy

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Prometheus Group Qualitymark Editora Reliasoft Sil Skf Smiths Brasil (John Crane Brasil) Snc - Lavalin Marte Spes Engenharia de Sistemas Sql Systems Brasil Tecnofass / Spm Tecnofink Totvs Turbo Tech Patrocínio Platina: Eletrobras Eletronuclear Petrobras Patrocinio Bronze: ArcelorMittal Infor

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Potencial Engenharia Produman Engenharia QualiDados SKF Apoio: Abeclin ABTCP Federação Ibero-Americada de Manutenção (FIM) Global Forum International Copper Association M&T Peças e Serviços Parceria de Mídia: AMP - The Association for Maintenance Professionals Confiabildad.net Revista O papel Reliabilityweb.com


Presidentes das entidades de manutenção que compoem o Global Forum (GFMAM), vindos dos Estados Unidos, Europa, Austrália e Golfo Pérsico”, destaca Carlos Dihel, salientando a importância do evento para o setor de manutenção e gestão de ativos não apenas brasileiro, mas também mundial. A sede do Global Forum está no Brasil desde 2012, com a eleição do Presidente da Abraman, João Ricardo Lafraia, como atual secretário da entidade. Carlos Alberto Fernandes lembra que o 1o Congresso Mundial de Manutenção, iniciativa da Abraman, também foi em Salvador, no início da década de 2000. “A Bahia tem uma importância ímpar para o segmento industrial brasileiro por ser historicamente um pólo, não

só petroquímico, desenvolvido em volta do pólo de Camaçari, mas de outros grandes segmentos”, afirma. “A Bahia é uma amostragem importante do que temos, em termos de diversidade de indústrias, no país como um todo”. Além disso, “a indústria baiana tem crescido acima da média nacional”, afirma José Mascarenhas, presidente da Federação das Indústrias do Estado da Bahia (FIEB). “Exemplo disso é que a taxa anualizada referente à produção física do período entre maio de 2012 e abril de 2013, em relação a igual período anterior, caiu 1% no país, enquanto que na Bahia cresceu 4,2%”, complementa. Alan Kardec, presidente da Abraman no período do 1o Congresso Mundial de Manutenção, também

em Salvador, lembra os motivos da cidade ser sempre uma boa opção para um evento desse porte. “Primeiro porque é um pólo atrativo de participantes. O parque na área da grande Salvador é muito atraente, seja em petroquímica, fertilizantes, automobilística, mecânica, celulose, logística, tecnológica, etc., além de ter universidades importantes. Segundo, tem a parte turística. Dá a oportunidade de conhecer a cidade caso chegue antes ou saia depois do congresso”, comenta, lembrando que a programação ocupa todo o dia. Diehl complementa os motivos da escolha com o “excelente espaço existente para realização do evento” e concorda que um fator importante é a beleza natural, histórica e arquitetônica da cidade.


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A política de atração de novos investimentos para a Bahia tem sido um sucesso Em entrevista para a Revista Manutenção e Gestão de Ativos, James Correia, Secretário da Indústria, Comércio e Mineração do estado da Bahia, dá um breve panorama sobre o desenvolvimento do Estado e as perspectivas para os próximos anos

REVISTA MANUTENÇÃO E GESTÃO DE ATIVOS – A Bahia tem o maior complexo petroquímico integrado do Hemisfério Sul, o Polo Industrial de Camaçari, sendo um Estado com grande investimento tanto em petróleo quanto em gás. Como estão o

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setor e os investimentos no estado? JAMES CORREIA – O Governo da Bahia planeja investir mais de U$ 10 bilhões em obras de infraestru-

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28a edição do Congresso Brasileiro de Manutenção e Gestão de Ativos (CBMGA), o 5o Congresso Mundial de Manutenção e Gestão de Ativos (CMMGA) e a 28a Exposição de Produtos, Serviços e Equipamentos para Manutenção e Gestão de Ativos (EXPOMAN), são espaços ideais para prospecção de clientes, contatos de negócios e reconhecimento da infraestrutura de negócios local. E tudo acontecerá na Bahia, Estado com grande desenvolvimento industrial, com o Pólo Industrial de Camaçari, a indústria de petróleo, a automotiva e as novas tecnologias, só para citar exemplos. A Revista Manutenção e Gestão de Ativos traz uma entrevista com James Correia, Secretário da Indústria, Comércio e Mineração do Estado, que traça um breve panorama sobre o desenvolvimento do estado e as perspectivas para o futuro.

O Governo da Bahia planeja investir mais de U$ 10 bilhões em obras de infraestrutura logística e de mobilidade urbana

tura logística e de mobilidade urbana para atrair novos investimentos para a produção de petróleo e gás. Apesar de ser uma indústria relativamente nova no estado, o setor já representa 11,1% dos investimentos realizados, com 19 companhias atuando em terra e mar. Em fevereiro, foi lançado o Prominp (Programa de Mobilização da Indústria Nacional de Petróleo e Gás Natural), que já beneficia diretamente o nosso estaleiro em Maragogipe-São Roque. RM&GA – Outro setor crescente na Bahia é a área de Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC), principalmente depois da criação da FAPESB e Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação. JC – Sim, e o segmento ganhou um novo ânimo depois do anúncio, este ano, de que a Bahia vai receber R$ 51,6 milhões para o financiamento de projetos da Fapesb (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado da Bahia). Além dos editais regularmente lançados, a Fapesb lançou editais inéditos, voltados para temas específicos, como a lavoura cacaueira. Ela já investiu mais de R$ 3 milhões em projetos de 15 empresas do setor de jogos eletrônicos.


RM&GA - A Bahia tem no setor automotivo um dos seus principais focos de desenvolvimento. Como está o setor no Estado? JC – O setor automotivo está se consolidando com a JAC Motors e a Foton em Camaçari. A JAC representa um investimento de R$ 1 bilhão para a produção de automóveis e caminhões. A também chinesa Foton vai montar vans e micro-ônibus com investimentos de R$ 300 milhões. Para completar a diversificação do parque automotivo, em Camaçari também serão investidos R$ 20 milhões para a construção da unidade da Jonny Motos. A Ford vai passar dos atuais 250 mil veículos/ano para 300 mil unidades. Está construindo uma fábrica de motores, onde estão sendo investidos R$ 400 milhões. RM&GA – E quanto ao parque industrial de celulose, um dos maiores do mundo em 2010? Qual a tendência para 2013? JC – A produção industrial do setor tende a se expandir na Bahia e já estão sendo anunciados investimentos da ordem de R$ 8 bilhões até 2015, a exemplo da ampliação da Veracel, que se constitui no maior investimento privado no estado, estimado em R$ 6 bilhões. A construção de três novas fábricas da Suzano também está na pauta do crescimento, além da previsão de novos plantios florestais para fazer frente à demanda. RM&GA – Uma das maiores preocupações de quem quer investir é a logística de escoamento de produção. Como a infraestrutura de transportes pode ser um atrativo? JC – O Governo da Presidenta Dilma, por meio do Ministério dos Transportes, vai investir R$ 5 bilhões nos próximos cinco anos para melhorar a infraestrutura logística da Bahia. As obras envolvem todos os modais de transporte: hidroviário, ferroviário e rodoviário – a Ferrovia de Integração Oeste-Leste, a Ferrovia de Camaçari (ligação ferroviária do Polo Industrial ao Porto de Aratu), e a Hidrovia do São Francisco. O setor ferroviário da Bahia ganhará três ramais ferroviários: de Belo Horizonte (MG) a Salvador; de Salvador a Juazeiro (BA); e de Salvador a Recife (PE). A previsão é que a primeira etapa da Ferrovia Oeste-Leste esteja concluída no final de 2014. RM&GA – Para falar direto às pessoas que querem investir no estado: quais incentivos o estado da Bahia oferece? JC – A Bahia conta com vários programas de incentivos fiscais, fundados em leis e regulamentados por decretos, que concedem redução do ICMS, mas o nosso grande diferencial é a excelente localização geográfica, no meio

do caminho entre o Sul/Sudeste e o Norte/Nordeste. A Bahia conta ainda com um parque industrial consolidado e uma logística projetada para instalações de novos negócios. E somado a tudo isto, possui uma sólida política de incentivos, com regras claras e respeito aos compromissos assumidos. RM&GA – Para encerrar, quais são as perspectivas de crescimento para o estado da Bahia, nos próximos anos? JC – A política de atração de novos investimentos para a Bahia tem sido um sucesso. O Polo Industrial de Camaçari experimenta novo ciclo de expansão, com o maior investimento da Basf em sua história na América do Sul. O complexo acrílico que eles estão montando, com investimentos de R$ 1,2 bilhão, vai produzir ácido acrílico, acrilato de butila e polímeros superabsorventes. Tem ainda a implantação da Kimberly-Clark, inaugurada há dois meses, e da fábrica baiana de O Boticário, que até o final do ano fica pronta. RM&GA – Em termos de valor, quanto será investido? JC – Estão sendo investidos mais de R$ 22 bilhões em empresas em implantação no interior. Até 2016, nossa realidade de investimento privados já supera a casa dos R$ 70 bilhões. l


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Infra

Navio da CMA CGM transporta contêineres pela Baía de Guanabara

MP dos Portos quer reduzir gargalos na infraestrutura portuária Convertida na Lei 12.815/13, iniciativa trará investimentos, modernizações e maior competitividade para os portos brasileiros

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infraestrutura portuária brasileira passará por uma revisão nos próximos anos, graças à transformação da Medida Provisória número 595/12, conhecida como MP dos Portos, na Lei 12.815/13. Essa é a expectativa de especialistas do setor. A Lei se junta à instalação da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq), em 2001, e à criação da Secretaria Especial de Portos (SEP), em 2007, no rol das ações estratégicas propostas pelo governo federal para o desenvolvimento dos portos, fundamental para a logística de transportes e, assim, para a economia. “A MP, agora convertida em Lei, está em linha com o ob-

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jetivo de modernizar o setor portuário”, analisa Cláudio Loureiro, diretor-executivo do Centronave, entidade de classe voltada para o desenvolvimento da navegação e do comércio exterior. Os associados da entidade respondem por mais de 75% do transporte do comércio brasileiro em valor e 95% no segmento de contêineres. “Os vetos do governo às mudanças feitas no projeto, no Congresso, também foram coerentes a esse objetivo, pois os dispositivos afastariam os investidores”, complementa o diretor. “A esperança é que nossos parlamentares entendam a importância desse novo marco regulatório para o desenvolvimento do país”.

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A nova Lei, basicamente, modifica os critérios necessários para a iniciativa privada explorar terminais de movimentação de carga em portos públicos. Enquanto a Lei dos Portos aprovada na década de 1990 determinava que a vencedora da licitação para arrendar um terminal seria a empresa que pagasse o maior valor à União, a aprovada em junho deste ano estabelece que a vencedora será a companhia que garantir o maior volume de movimentação de carga pelo menor preço. Para Loureiro, o novo marco regulatório proporcionará aumento dos investimentos na infraestrutura portuária brasileira, modernizará o setor e eliminará gargalos hoje existentes. Segundo estimativas divulgadas pela Ministra da Casa Civil, Gleisi Hoffman, em entrevista coletiva realizada em maio, já neste ano o governo espera

atrair R$ 27 bilhões em investimentos para o setor, considerando apenas os pedidos de autorização para instalação de novas áreas portuárias que já chegaram à Antaq, além da licitação para o arrendamento das 52 áreas nos portos de Santos e do Pará. Os dois estão no primeiro lote de concessões que, segundo o governo, acontecerá ainda em 2013. “Os portos operarão com mais eficiência e produtividade e toda a economia ganha com isso”, lembra Loureiro, ressaltando que maior produtividade gerará maior competitividade e, assim, maior destaque para o Brasil no mercado externo. Baixada Santista O porto de Santos está no primeiro lote de concessões e é um dos mais importantes do Brasil. Com 13 km de

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cais e especialidade em movimentação de mercadorias de grande valor agregado, em 2012, o porto movimentou US$ 120,1 bilhões e 104,54 milhões de toneladas de cargas, segundo sua assessoria. Investimentos no porto de Santos já vêm sendo planejados antes da nova lei. O PAC Copa – Projeto de Aceleração do Crescimento voltado à Copa do Mundo de 2014 – tem o projeto de realinhamento do cais de Outeirinhos, o que possibilitará o aumento de navios de passageiros, disponibilizando 14 mil leitos a mais do que a capacidade atual. Mas o investimento não é voltado apenas para a Copa. Terá impactos benéficos no transporte de cargas, à medida que possibilitará o atracamento de navios com maior calado, mais pesados e com maior capacidade de cargas.

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A área principal de influência do porto abarca os estados de São Paulo, Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, responsáveis por 50% do PIB brasileiro. Em um segundo momento, também abrange Bahia, Tocantins, Espírito Santo, Rio de Janeiro, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Cerca de 90% da base industrial do Estado de São Paulo, segundo dados de assessoria, está localizada a menos de 200 quilômetros do porto. De acordo com o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), o porto da baixada santista representou 25,7% da balança comercial brasileira, em valor. E, de acordo com informações da Codesp (Companhia Docas do Estado de São Paulo) ao site UOL, o seu movimento de cargas poderia aumentar até 19% se não fossem os gargalos existentes. Hub port de Suape Enquanto o Porto de Santos é primordial na região Sul, Sudeste e Centro-Oeste, o Porto de Suape é considerado fundamental para as regiões Norte e Nordeste do país e, como os outros, será também afetado pela nova Lei dos Portos. Jaime Alheiros, diretor de planejamento e urbanismo do Complexo Industrial Portuário de Suape, afirma que o Complexo, que está no terceiro lote dos processos licitatórios, com previsão de se concretizar no ano que vem, também“entende e concorda com mecanismos que permitam a modernização e a competitividade dos portos brasileiros. Desde o início dos debates sobre a Medida Provisória – que se tornou lei desde o início de junho – Suape é favorável a grande parte dos temas abordados”. O complexo pernambucano é considerado pelo estado como o pólo de investimentos mais dinâmico do país e o grande impulsionador do desen-

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Infra

“Os portos operarão com mais eficiência e produtividade, e toda a economia ganha com isso” Cláudio Loureiro, diretor executivo do Centronave

volvimento local. Suape está conectado a mais de 160 portos em todos os continentes, com linhas diretas da Europa, América do Norte e África, sendo o centro logístico do Norte e do Nordeste do país. “O ritmo crescente da movimentação portuária, que triplicou na comparação com 2010, vem consolidando Suape como um hub port, ou seja, um porto concentrador e distribuidor de carga”, afirma Alheiros. A comercialização de contêineres tem importante destaque na movimentação do porto: em 2012, foi responsável por 28,4% da importação e 44,7% da exportação de mercadorias do pólo. A nova Lei dos Portos também permitirá o aumento de investimentos privados em Suape, permitindo a ampliação da competitividade para a região

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que apresenta constante crescimento em participação no PIB brasileiro. “Atualmente, somamos mais de R$ 50 bilhões em investimentos privados e, entre 2011 e 2014, nossa perspectiva é de R$ 3 bilhões em investimentos públicos”, destaca o diretor do Complexo. O Porto apresenta alguns diferenciais competitivos que permite certa vantagem em relação a outros portos brasileiros: tem posição logística privilegiada pela localização geográfica; aspectos naturais, como águas naturalmente profundas, entre 15 e 20 metros; e o modelo do Porto, que agrega um porto a um complexo industrial. Alheiros explica que “a principal vantagem desse modelo é que a proximidade entre as empresas e o porto diminui bastante os custos logísticos. É benéfico, não só para as indústrias, por utilizarem esse modal, mas também para o próprio porto, já que mais carga é movimentada através dele”. Logística de transportes O discurso de parte contrária à MP dos Portos diz respeito a outras formas de infraestrutura logística, como estradas e ferrovias, que não seriam boas o suficiente para interligar portos aos locais de produção. Para Loureiro, é possível identificar uma preocupação coerente do governo com todos os modais e com a integração da infraestrutura de transportes. “O governo licitou rodovias, ferrovias e aeroportos. Agora, mais recentemente, estabeleceu a nova Lei dos Portos. Com certeza, o trabalho não para aqui”, afirma otimista. “Será preciso um esforço contínuo nos ajustes desses processos. Um aspecto importante que, necessariamente, deverá merecer muita atenção é a integração intermodal. Mas estamos confiantes. E nosso setor sempre acreditou no Brasil”, completa. l



Infra

Metrô de São Paulo em expansão Linhas Amarela e Lilás estão em obras e BNDES apoia expansão nas linhas Verde e Prata

A

ro trecho estão sendo destinados R$ 1,5 bilhão do BNDES e o restante deverá vir do Governo do Estado a título de contrapartida”. O valor do BNDES significa 45,6% do valor total do projeto. A Linha 2 tem capacidade para transportar 515 mil passageiros por dia e, ao final desta expansão, transportará 1,2 milhão, segundo dados do BNDES. A segunda operação aprovada prevê o monotrilho da Linha 15 – Prata, que ligará as estações Vila Prudente e Hospital Cidade Tiradentes, com as estações: Oratório, São Lucas, Camilo Haddad, Vila Tolstói, Vila União, Jardim Planalto, Sapopemba, Fazenda da Juta, São Mateus, Iguatemi, Jequiriçá, Jacu-Pêssego, Érico Semer,

fotos: divulgação

ampliação do sistema do Metrô da capital paulista é uma reivindicação antiga da cidade. Em junho deste ano, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) aprovou empréstimos para dois projetos de expansão (Linha 2 – Verde e Linha 15 – Prata) que podem atender parte do anseio da população. Ainda há um terceiro financiamento em estudo (Linha 6 - Laranja), com previsão de resposta em 2013; e obras em curso em duas linhas (Linha 4 – Amarela e Linha 5 – Lilás). O primeiro empréstimo aprovado em junho é para a expansão da Linha 2 – Verde, no trecho entre a estação Vila Prudente e o estacionamento Rapadura, na Vila Formosa. Com isso, seriam construídas mais quatro estações: Orfanato, Água Rasa, Anália Franco e Vila Formosa, restando apenas três estações para ligar a Vila Prudente à estação Penha, da Linha 3 – Vermelha. Segundo o MetrôSP, “para o primei-

Construção da futura Estação Oratório da Linha 15 – Prata; (no destaque) Estação Santa Cruz da Linha 5 – Lilás

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Márcio Beck, Cidade Tiradentes e Hospital Cidade Tiradentes. O valor aprovado é de R$ 800 milhões que, somados aos 922 milhões cedidos no ano passado, significam 37,6% do investimento total. Também serão adquiridos 54 trens com capacidade de mil passageiros cada. Um terceiro projeto de expansão está enquadrado pelo BNDES. “A operação para a construção de 13,5 km de trilhos do que será a Linha 6 – Laranja, entre a Vila Brasilândia e São Joaquim, além de um pátio e 22 trens com seis carros, tem valor de R$ 3,879 bilhões”, afirmou o BNDES. O trecho contará com quinze estações: São Joaquim, Bela Vista, 14 Bis, Higienópolis-Mackenzie, Angélica-Pacaembu, PUC, Perdizes, SESC-Pompeia, Água Branca, Santa Marina, Freguesia do Ó, João Paulo I, Itaberaba, Vila Cardoso e Brasilândia. O MetrôSP afirma que as Linhas Laranja e Ouro serão realizadas em parceria público-privada, e confirma o valor informado pelo BNDES para a Linha Laranja. Para a Linha 6 já há o projeto enquadrado pelo BNDES com um total de R$ 3,8 bilhões, do qual R$ 1,7 bilhão em negociação avançada. Para a Linha 18 ainda não há definição, mas a mesma está dentro do PAC (Programa de Aceleração ao Crescimento) das Grandes Cidades e deverá contar com R$ 1,2 bilhão de financiamento e R$ 400 milhões do Orçamento Geral da União para implantação do empreendimento. l


artigo

Uma coisa é uma coisa... Outra coisa é outra coisa Por João Ricardo Lafraia, presidente da ABRAMAN

E

m edição anterior de nossa revista, vimos que Gestão de Ativos, o novo conceito que incorporamos à missão da ABRAMAN, desde 2012, ampliando o seu campo de atuação para Associação Brasileira de Manutenção e Gestão de Ativos, resume um conjunto de atividades e práticas sistemáticas e coordenadas por meio das quais as organizações gerenciam, de forma otimizada e sustentável, os seus ativos e sistemas de gestão, avaliando desempenho, riscos e custos ao longo do ciclo de vida desses ativos, com foco nos objetivos estratégicos empresariais. Trata-se, portanto, de uma concepção mais abrangente para aferir a bússola que aponta o norte da missão das organizações. Não é, definitivamente, um outro nome dado à nossa querida e boa Manutenção. A importância de Manutenção continua onde sempre esteve – no topo – e passa a fazer parte de um quadro maior, como parte da administração dos ativos, juntamente com projeto, aquisição, fabricação, compra, instalação, comissionamento, operação e desmobilização para troca. Em resumo, Gestão de Ativos engloba todo ciclo de vida dos ativos e Manutenção faz parte deste ciclo. Gestão de Ativos não é, também, um substituto de Gestão da Qualidade Total porém, assim como outros processos de gestão, está sujeita a avaliações de conformidade e desempenho para assegurar o rigor e acerto de suas práticas. Também não é, apenas, um sistema de gestão de projetos, ou só do interes-

se de técnicos e engenheiros, mas permeia toda a organização e alcança todos os colaboradores, de quaisquer níveis hierárquicos, que trabalham em organizações que possuem, ou operam, ativos. Todos estão envolvidos, desde os que atuam em aquisição e diligenciamento, serviços de apoio, administração, lideranças, até os profissionais de marketing e vendas, entre outros. Como um caleidoscópio, Gestão de Ativos movimenta-se e forma novas figuras, harmoniosas e simétricas, que podem variar segundo o movimento das estratégias empresariais. Seja qual for o movimento, o resultado vital refletir-se-á na confiabilidade, disponibilidade e mantenabilidade dos ativos visando resultados, manifestados no Ebitda, o lucro líquido da operação, antes dos impostos, taxas e depreciação. O monitoramento da produção e da eficiência operacional serve como insumo para análises criticas dos resultados. Se, se por algum motivo, a lucratividade e a rentabilidade se apresentarem muito baixas, a opção poderá ser o descarte do ativo e aquisição de um novo. Assim, avaliação econômica e contábil participa, também, do cenário de interesse de Gestão de Ativos, pois dispõe de instrumentos para aferição do processo de deterioração e, consequentemente, da depreciação dos ativos.

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E, finalmente, Gestão de Ativos é, acima de tudo, “hands-on”. Embora venha despertando o interesse acadêmico e o debate de temas pertinentes em trabalhos teóricos, sua natureza é, eminentemente, voltada para resultados, para soluções de cunho prático, com impacto direto na produção e na eficiência operacional. Em resumo, a abrangência de Gestão de Ativos, diante dos objetivos da organização, envolve um conjunto de atividades, entre as quais: • Identificação dos ativos necessários para a oportunidade, ou negócio. • Identificação de fontes de financiamento e valores. • Definição das estratégias de aquisição e/ou construção • Desenho do suporte para logística, operação e manutenção. • Alinhamento da estratégia para disposição ou renovação dos ativos. O campo de atividades relacionadas com Gestão de Ativos é, portanto, mais abrangente do que as tarefas específicas de Manutenção, cuja função é manter os equipamentos em condições de operação. Mas, Manutenção, como vemos, é um dos pilares que sustenta esta estrutura. Continuamos com a discussão na próxima edição. l

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MCI - MANUTENÇÃO, CIÊNCIA E INFORMAÇÃO

TRABALHO TÉCNICO PREMIADO EM 5o LUGAR NO 27o CBM – RESUMO

FILTRO DE MANGAS – EFICIÊNCIA ENERGÉTICA COM AUTOMAÇÃO DO CONTROLE DE VELOCIDADE Rodrigo Augusto Neves (1) Cleber Volpato (2)

RESUMO

A

indústria necessita cada vez mais estar focada em produtividade e administração dos custos. O custo de produção tem aumentado e a tarefa de exportar tem ficado cada vez mais desafiadora. Neste contexto, reduzir custos com energia elétrica - um insumo de relevância no processo – torna-se uma grande prioridade. Uma análise de um equipamento bastante comum nas plantas industriais, os filtros de mangas mostra um grande potencial a ser explorado na redução do consumo de energia. Além disso, os filtros de mangas possuem uma condição de operação que pode ser variada em função do processo,

mas que normalmente não é visualizada e explorada na indústria (assim, como regra geral não é aproveitada em praticamente nenhum segmento). Entender como funcionava o processo e aplicar soluções similares a já aplicadas a outros segmentos foi o que fez a WEG em conjunto com a Indústria de Móveis Henn. A solução se baseou no ajuste da rotação do ventilador do filtro de mangas a partir da variação do processo. No projeto foi realizada a aplicação do motor de imãs permanentes acionado por inversor de frequência e controlado por um transmissor de pressão, mantendo a igualdade do processo, mas com um grande diferencial, redução de 60,1% no consumo de energia elétrica.

Conheça o trabalho técnico completo no site da Abraman: www.abraman.org.br/27cbm

WEG Equipamentos Elétricos S.A, motores, Engenheiro Eletricista/Eletrônico. Indústria de Móveis Henn, Técnico Eletrotécnico.

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