Revista Manutenção & Gestão de Ativos - Edição 157

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ABRAMAN 30 ANOS Associação completa 30 décadas de inovação e prestação de serviços

Leia também:

Congresso e Exposição

29o Congresso, 3o Semase e Expoman batem recordes de público e de conteúdo

QUANDO A SECA BATE À PORTA

Terceirização do tratamento de água e efluentes se fortalece como uma alternativa real, sustentável e economicamente viável

Gestão

ano 27 edição 155 157

Embraer aplica inteligência artificial na manutenção de aeronaves

ISSN 0102-9401

IMPRESSO. PODE SER ABERTO PELA ECT

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Soluções de serviços inovadoras em automação

Serviços que excedem às expectativas A Metso, tem investido fortemente na expansão de suas operações para atender às crescentes necessidades industriais de seus clientes. No Brasil, a empresa vem investindo em infraestrutura e equipamentos que permitem oferecer a seus clientes em toda a América do Sul melhor atendimento, rapidez e competitividade, especialmente com o apoio de uma rede mundial de especialistas em automação. Com décadas de experiência e profundo conhecimento nas indústrias de processos, os profissionais da Metso sabem como entregar um melhor desempenho do processo, melhoria da produtividade, maior disponibilidade, uma manutenção eficaz e melhoria da segurança. Além da sede em Sorocaba - SP, a Metso possui centros de serviços em Aracruz- ES e Guaíba - RS, todas próximas de seus clientes.

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REVISTA MANUTENÇÃO & GESTÃO DE ATIVOS Metso, Av. Independência, 2500 • CEP 18087-101 • Éden • Sorocaba-SP • Tel.: +55 15 2102-9700 • www.metso.com.br

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Palavra do Presidente

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João Ricardo Barusso Lafraia, presidente da ABRAMAN

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niciamos as comemorações do 30o Aniversário da Abraman. A data corresponde a um marco na nossa história enquanto Associação, pois reflete o momento de absoluto amadurecimento da nossa atividade. Saímos, há 30 anos, de uma função meramente secundária para uma posição estratégica, com reflexos diretos na operação e no resultado de empresas de todos os setores. O IAM (Institute of Asset Management) define Gestão de Ativos como sendo a ação coordenada de uma organização para realizar valor com seus ativos. A Gestão de Ativos reúne boas práticas que podem ser utilizadas pelas organizações que desejam alcançar um resultado sustentável em seu processo de controle dos ativos. Os profissionais ligados a essa atividade ganham relevância ao se especializarem e promovê-la, mostrando ao board das companhias a importância de se adotar e estabelecer a gestão de ativos como prática sine qua non. O lançamento da ISO 55000 deve contribuir para o avanço da Gestão de Ativos como ferramenta capaz de reduzir custos, aumentar a produtividade e, obviamente, melhorar os resultados corporativos. Em 1984, ano de fundação da Abraman, nossos líderes tinham o objetivo de estruturar o desenvolvimento de novas atividades. Hoje, comemoramos essa conquista com a certeza de que, apesar de ainda haver um longo caminho a ser trilhado, talvez uma trilha infinita, estamos na direção correta e alinhados com as mais novas tendências globais. Desejo a todos um excelente 2015, repleto de grandes realizações, bons negócios e, principalmente, que nos permita evidenciar o diferencial da Manutenção e Gestão de Ativos para todos os setores econômicos. Boa leitura!

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GE inaugura Centro de Pesquisas no Brasil

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GE inaugurou oficialmente, em novembro, na Ilha do Bom Jesus, Rio de Janeiro (RJ), o seu novo Centro de Pesquisas Global – a primeira unidade do Centro na América Latina. O prédio tem 24 mil m2 de área construída dentro de um terreno de 47 mil m2, cedido pelo Governo do Estado por 50 anos, num acordo que pode ser estendido por mais 50 anos. A companhia também confirmou a duplicação dos investimentos no local, que saltou de US$ 250 milhões para US$ 500 milhões, além da ampliação de sua capacidade, que chegará a 400 profissionais até 2020. A empresa justifica essa decisão devido à importância que o Brasil exerce sobre seus negócios, afinal o país é o terceiro maior mercado da GE. Por enquanto o Centro trabalha em quatro setores: sistemas de bioenergia, sistemas inteligentes, integração de sistemas, e sistemas offshore e submarinos. A empresa já possui acordos com empresas e entidades como Petrobras, Coppe-UFRJ, IPT e MRS Logística.

ÍNDICE / expediente

Notas

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Artigo - Arthur Capella

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Gestão

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Capa - Tratamento de Água

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MEMBRO FUNDADOR DO GLOBAL FORUM

Expoman/Expomase

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Abraman 30 anos

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Opinião

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Revista

ano 27 - edição 157

é uma publicação bimestral da Abraman Associação Brasileira de Manutenção e Gestão de Ativos Av. Marechal Câmara 160, grupo 320, Edifício Orly - Centro - Rio de Janeiro - RJ - CEP 20 020-080 Tel: (21) 3231-7000 / Fax: (21) 3231-7002 / www.abraman.org.br Críticas, dúvidas e sugestões: revistamanutencao@abraman.org.br Conselho Editorial: Alexandre Fróes (NSK); Antonio Carlos Vaz Morais (PETROBRAS); Arlete Paes (SKF); Bruno Ferreira (CEGELEC); Carlos Alberto Barros Gutiérrez (NM ENGENHARIA); Eduardo de Santana Seixas (RELIASOFT); Fabiana Gimenez (SKANSKA); Fabio Gomes (ABRAMAN); Joazir Nunes Fonseca (ELETROBRÁS - UNISE); Renata Gonçalves Ramos (COMAU); Wagner Gorza (ARCELORMITTAL); Produção: Comunicação Interativa Editora - Tel: (11) 3032.0262 - Jornalista Responsável: Jackeline Carvalho (MTB 12456); EDIÇÃO e REPORTAGEM: Daniel Loeneeff e Luciana Robles; PUBLISHER: Jackeline Carvalho; DESIGN GRÁFICO: Ricardo Alves de Souza (Diretor) e Josy Angélica (Assistente).

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EMBRAER APLICA INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL NA MANUTENÇÃO DE AERONAVES Empresa automatizou a classificação dos eventos ocorridos na frota e registrados por pilotos e times de manutenção na forma de textos livres.

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Algar Tech, empresa do grupo Algar que oferece soluções em TIC e BPO, juntamente com as equipes de excelência no desenvolvimento do produto e confiabilidade da aviação executiva, gerou ganhos qualitativos e quantitativos na operação de manutenção de aeronaves. Por meio do uso de técnicas de aprendizado de máquina foi possível automatizar a classificação dos eventos ocorridos na frota e registrados por pilotos e times de manutenção na forma de textos livres. O desafio proposto foi o de classificar os eventos de forma automática, a partir de um volume de dados analisados. Sem o uso de técnicas de aprendizado de máquina, antes essa classificação era feita por engenheiros altamente especializados que liam todos os registros para associá-los a um dos possíveis códigos de falha. “Com o

uso dessa técnica de inteligência artificial, em parceria com a Algar Tech, houve ganhos de tempo para a análise técnica e redução de trabalho manual, otimizando o processo de manutenção”, afirma Gustavo Tavares Marçon, engenheiro de suporte ao cliente na Embraer. Os resultados alcançados pela equipe foram possíveis pela combinação do uso de uma plataforma analítica (RapidMiner) com o tratamento e análise de dados e a aplicação de milhares de modelos, de forma automática, por meio de técnicas de otimização e aprendizado de máquina. “Os modelos alcançaram assertividade na previsão da falha de quase 80%. Para um contexto com mais de 700 classes a serem preditas, é um resultado brilhante”, destaca Eder Balbino, executivo de Big Data na Algar Tech.

UM LABORATÓRIO DE INOVAÇÃO VOLTADO À EDUCAÇÃO PROFISSIONAL Parte de uma rede criada pelo MIT, o FabLab do Senai Rio conecta alunos brasileiros a pesquisadores do mundo todo

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isando estimular a criatividade e o espírito inovador com vistas ao desenvolvimento de protótipos de novos produtos para a indústria, o Sistema Firjan instalou, em novembro, o Senai FabLab, laboratório que faz parte de uma rede mundial criada no Center for Bits and Atoms, do Instituto de Tecnologia Massachusetts (MIT). É o primeiro laboratório da rede focado em educação profissional no Brasil. Localizado no Centro de Tecnologia Senai Automação e Simulação (CTS), em Benfica, no Rio de Janeiro, o FabLab deve atender a 900 estudantes em 2015. Tanto os alunos dos cursos técnicos

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regulares quanto os que optarem pelo curso específico de qualificação no laboratório (o “Assistente de projetos FabLab-Maker”) terão acesso ao que há de mais moderno em equipamentos como impressora 3D, scanner 3D manual, máquinas de corte a laser e os kits Arduino para montagem de circuitos eletrônicos. Considerando as grandes mudanças verificadas nos processos produtivos, os alunos são estimulados a pensar soluções para problemas reais da indústria, podendo elaborar projetos desde a criação até a programação, além de desenvolver protótipos. O Senai FabLab está conectado a todos os laboratórios da rede mundial, permitindo aos alunos trocar informações e experiências com pesquisadores do mundo todo para que seus projetos sejam executados de maneira colaborativa. Caminhos para o Futuro entrevistou Bruno Gomes, diretor de Inovação do Sistema Firjan, que fala sobre a nova iniciativa.

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Prédios ‘verdes’ já atingem 10% DAS edificações no Brasil Valor total dos imóveis que reivindicam o selo sustentável atingiu R$ 16,6 bilhões

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valor das construções com projetos registrados para receber certificações de obra sustentável, os chamados prédios “verdes”, já atinge 10% do total do PIB de edificações – subdivisão do PIB da construção civil que exclui obras de infraestrutura. Em 2010, os prédios “verdes” não ultrapassavam 3% do PIB setorial. O valor total dos imóveis que reivindicam o selo sustentável atingiu R$ 16,6 bilhões no ano passado, em comparação com um PIB de edificações de R$ 163 bilhões no mesmo período, segundo estudo realizado pela EY (antiga Ernst & Young). O levantamento compreende dados sobre a movimentação econômica da construção verde no Brasil, evidenciando um aumento substancial da participação de empreendimentos sustentáveis na composição do PIB de Edificações ao longo dos últimos três anos.

Ana Rocha Melhado, Diretora da Empresa de consultoria proActive, explica que “quando os projetos certificados começaram a ser desenvolvidos, as construtoras viam esse tipo de investimento como custo adicional. Hoje já entendem que o investimento feito a curto prazo pode até ser maior, mas é recuperado na velocidade de venda das unidades ou na eficiência de gestão na fase de Operação do Empreendimento”. por exemplo, além de reduzir em até 10% os custos de manutenção em um condomínio, em razão da gestão eficiente da água e da energia, por meio da redução do consumo”, revelou. O mercado de construções verdes já atinge diversos segmentos como escolas, hospitais, estádios e edificações comerciais, residenciais, entre outros, os fundos imobiliários têm incluído a certificação como exigência para receber investimentos.

CNI prevê pequeno crescimento em 2015 Segundo a entidade, PIB deve crescer metade dos 2% estimados pelo governo federal

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pós um ano de 2014 “difícil e duro”, durante o qual o setor industrial teve “desempenho frustrante”, a Confederação Nacional da Indústria (CNI) prevê leve melhora dos indicadores econômicos em 2015. A expectativa da entidade é que o Produto Interno Bruto (PIB - soma das riquezas produzidas no país) cresça timidamente ao longo do próximo ano e que os juros continuem em alta, freando o consumo e os investimentos. Segundo o Informe Conjuntural Anual, estudo da CNI com previsões sobre a economia, o PIB deve crescer 1% no ano que vem, ou seja, metade dos 2% estimados pelo governo federal. Este ano, pelos cálculos dos economistas da CNI, o crescimento não passará de 0,3%, resultado que indicaria estagnação da economia. A entidade calcula que os juros terminarão, em 2015, em torno de 12,5% e que a inflação encerrará o próximo ano em 6,2%, quase o limite superior da meta fixada pelo governo de 6,5%. A CNI projeta 6,4% de inflação para este ano. Para o presidente da entidade, Robson Braga de Andrade, o desafio do país a partir de 2015 será restaurar os fundamentos macroeconômicos e aumentar a competitividade

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da indústria, tarefa considerada difícil, já que a confederação prevê que o consumo das famílias crescerá 0,7%. Esse aumento contribuirá para que a atividade industrial cresça 1%, mas não criará as condições sustentáveis de um crescimento maior, avalia a CNI. Segundo a CNI, após uma queda que poderá chegar a 6,7% este ano, os investimentos da indústria ficarão estagnados em 2015. Além disso, a entidade calcula que, em 2014, a indústria registrou retração, com poucos segmentos apresentando resultados positivos – indústria extrativista, farmacêutica, de manutenção e reparação, derivados do petróleo e combustível, informática e eletrônicos, limpeza e perfumaria e bebidas. No estudo, a CNI conclui que, após atingir o menor nível da última década e apesar da fraca atividade econômica, a taxa de desemprego continuará baixa, ainda que com leve alta em comparação a 2014. Enquanto avalia uma taxa de 4,8% da População Economicamente Ativa (PEA) desempregada neste ano, a entidade prevê que 2015 fechará com 5,2%. (Com informações da Agência Brasil)

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PARCERIA ENTRE BRASIL E ARGENTINA AVANÇA NO SETOR NUCLEAR Países têm afinidades estratégicas no setor

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Brasil ainda lidera a capacidade de geração nuclear entres os países da América do Sul, com um domínio avançado do ciclo do urânio, mas a Argentina, o único dos países da região que também possui geração nuclear, também vem apresentando avanços no segmento. O Diretor de Planejamento, Gestão e Meio Ambiente da Eletronuclear, Leonam dos Santos Guimarães, avalia que os dois países vêm traçando caminhos paralelos. A usina de Atucha II que, assim como Angra III, teve suas obras paralisadas por anos, está perto de chegar à sua potência máxima e desenvolve um protótipo de reator modular para aumentar sua capacidade de geração. “Enquanto estamos à frente no quesito geração energética e no enriquecimento de urânio, a Argentina avança na parte de reatores de pesquisa, já sendo inclusive exportadora”, avalia o Diretor. Mesmo que o costume brasileiro seja o de rivalizar com os argentinos, na área nuclear a realidade é o oposto disso. Leonam revela que hoje a parceria entre os dois países só avança e há detalhes, como a ABACC – Agência Brasileiro-Argentina de Contabilidade e Controle de Materiais Nucleares – que poderiam servir de exemplo para o mundo. Apesar das expectativas do setor nuclear com a aprovação de novos projetos, Leonam diz que ainda estamos à espera do lançamento do Plano Nacional de Energia 2050, que deve trazer novidades. Enquanto isso, mesmo sem novas previsões para a construção de outras usinas no país, o executivo avalia que a participação privada no segmento pode ser um fator interessante no futuro. “A Eletronuclear acredita que há várias formas de ampliar a participação privada sem modificação da Constituição, ao menos num primeiro momento. Não quer dizer que não possa haver mudanças, num segundo momento, se essa participação se mostrar muito ativa. O sucesso dessa ampliação pode instigar o setor privado no futuro para que haja interesse até numa participação majoritária, mas isso tem que ser degrau por degrau”, finaliza.

CPFL adquire soluções da SAP A implementação será feita na distribuidora RGE

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CPFL Energia, empresa privada do setor elétrico brasileiro, adquiriu mais um módulo do software de gestão de negócios da SAP específico para o setor de Utilities, com o objetivo de unificar toda a gestão comercial do grupo. A solução Customer Care and Services (ISU/CCS), que faz a gestão comercial (billing) e do relacionamento com clientes, já havia sido implementada em todo o grupo e esta última aquisição será para a RGE, uma das oito distribuidoras de energia elétrica do grupo, que até então usava uma solução desenvolvida internamente.

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Por que a proteção de sistemas SCADA e ICS não é mais uma opção? Por Arthur Capella*

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Arthur Capella é Gerente Geral da Palo Alto Networks no Brasil.

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s frequentes e progressivos ataques cibernéticos, chegando agora aos ambientes de produção, estão forçando os executivos a implantar medidas e sistemas de segurança de dados cada vez mais sofisticados e abrangentes. Por isso, entender essas ameaças avançadas e como mitigá-las é muito importante para todas as organizações. Ataques contra SCADA (Sistemas de Controle de Supervisão e Aquisição de Dados) e ICS (Sistema de Controle Industrial), por exemplo, podem causar sérias paralisações nas operações diárias de ambientes empresariais e industriais. Por que SCADA e ICS são tão visados? Porque SCADA e ICS são amplamente usados em indústrias importantes como a elétrica e o segmento de petróleo e gás, representando um alvo atraente para invasores. O vírus Stuxnet foi o primeiro a expor a vulnerabilidade dos ICS, mostrando como a combinação de engenharia social, aplicativos, tipos de arquivos e vulnerabilidades, tanto para Windows como para software ICS, poderia ser explorada de forma a comprometer um processo de controle industrial. A mais recente campanha de ataques do “Energetic Bear” resultou num aumento de uso desse malware, com trojans hospedados nos instaladores de software ICS, comumente implantados em protocolos ICS

como o OPC (OLE (Object Linking and Embedding) for Process Control). Os negócios têm se tornado mais abertos a relações externas, e nesse sentido, os executivos estão atentos aos ataques baseados na internet. Porém, muitos desses profissionais acabam por negligenciar a proteção contra riscos internos, ou seja, que surgem de redes dentro da própria companhia. Os invasores têm percebido esse descaso e usado links frágeis como SCADA e ICS para acessar fontes de informações valiosas. É importante notar que ameaças aos SCADA podem ser resultado de incidentes não intencionais, cujo impacto na interrupção de serviços, todavia, é o mesmo de eventos maliciosos. O simples monitoramento de itens como temperatura, umidade do fluxo de ar e fontes de alimentação ininterruptas podem vir a ser uma porta de entrada para sabotagem. Por que SCADA e ICS são tão vulneráveis? Um dos problemas está em que boa parte dos sistemas SCADA é gerenciada por servidores e desktops ultrapassados, como Windows XP, que não podem ser atualizados por causa de incompatibilidade de versões ou custo proibitivo de upgrade. Proteger esses sistemas não é uma tarefa simples, o que deixa as organizações expostas e em situação precária em termos de segurança. Para evitar vulnerabilidades, o primeiro

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passo é entender porque os negócios industriais estão atualmente mais frágeis do que no passado. Os motivos são:

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• Protocolos industriais e ferramentas (como o Modbus), em seu desenho original, não tinham a segurança como prioridade, sofrendo falta de recursos básicos de autenticação;

• Redes industriais nunca foram desenvolvidas prevendo uma potencial intrusão;

• Base tecnológica composta por sistemas desatualizados; • Novas tecnologias baseadas no protocolo IP, como a computação móvel, medição inteligente e outras, expõem as redes operacionais a ciberataques, pois não são nativamente protegidas, já que não eram tão altamente conectadas como são agora. Ou seja, sem medidas de segurança apropriadas, sistemas completos podem ser impactados. Por isso, seguem cinco dicas para a proteção desses ambientes:

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Adotar o uso avançado de proteção cibernética: medidas como instalação de firewalls de nova geração protegem ativos e criam micro-segmentos através da empresa, o que desenvolve a visibilidade, diminuindo a ameaça de ataques. rover acesso seguro à zona SCADA: é importante P integrar políticas de segurança a identidades de usuários, negando acesso a usuários não-autorizados. Sistemas como Secure Sockets Layer (SSL) e Virtual Private Network (VPN) podem assegurar isso.

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Eliminar o risco do gerenciamento múltiplo de portas: um único firewall deve proteger múltiplas portas.

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Implantar proteção contra a vulnerabilidade de framework: um framework completo investigará todo o tráfego, atravessando a zona SCADA para explorações contra malware, botnets e ameaças direcionadas. arantir a proteção de sistemas operacionais nãoG -suportados: firewalls de nova geração detectam e defendem as redes industriais contra ataques específicos a aplicações SCADA e Windows XP, com proteção contínua, mesmo na perda de suporte do Windows XP.

A segmentação de redes pode ser um método efetivo de reduzir riscos a SCADA e ICS. Além disso, as organizações devem estabelecer procedimentos contínuos de gestão de risco, rotinas de autoavaliação, auditorias periódicas de segurança e revisões do seu ambiente de rede. Uma vez implantadas essas estratégias, é essencial alertar os seus colaboradores para as ciberameaças e seus impactos e para o que podem fazer para ajudar a proteger o negócio. Registrar e relatar incidentes e potenciais ameaças, usar software para agregar registros de todos os sites e reunir isso num ponto central, obter informações holísticas do uso da rede e de incidentes de segurança, fazer uso de uma solução para facilitar a documentação e completar autorias cibernéticas regulares são outras ações indicadas. Por fim, a equipe de tecnologia deve constituir um ciclo de vida para prevenção e controle de ataques antes da execução do bloqueio de ameaças conhecidas e desconhecidas. Entender de onde vêm as ameaças a SCADA ou ICS e como efetivamente mitigar ou responder a elas não é opcional. Corporações que falharem na proteção destes sistemas podem correr riscos de paralisações e de sofrer prejuízos imensuráveis. l

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ATENÇÃO E CUIDADO O TEMPO TODO PARA SUA EMPRESA NUNCA PARAR.

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O que move a Comau é trabalhar para que o motor de sua empresa nunca pare. Multinacional presente em 15 países no mundo e referência em manutenção industrial na América Latina, a Comau oferece aos seus clientes serviços altamente qualificados que garantem a máxima qualidade e produtividade nos seus negócios.

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PETROBRAS ATINGE PICOS DE PRODUÇÃO MENSAL Companhia também bate novos recordes históricos como operadora de petróleo e gás no país, além de recordes diário e mensal de produção na camada do pré-sal

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novo recorde histórico. A produção total de óleo e gás natural operada pela Petrobras no Brasil, que inclui a parcela operada para seus parceiros, por sua vez, foi de 2,783 milhões de boed em outubro, 1,5% acima do volume obtido em setembro, de 2,743 mil de boed e, uma vez mais, representa a maior produção total operada já atingida pela companhia.

dia (boed) em outubro. Esse volume foi 0,5% superior ao registrado em setembro, de 2,781 milhões. Os dados representam uma média de 2,126 milhões de barris/dia (bpd), 0,4% maior que a média de setembro, de 2,118 milhões de bpd. Essa vazão representa novo recorde histórico, superando o recorde anterior, atingido em dezembro de 2010, em 4,8 mil bpd. A produção total de petróleo e gás da Petrobras no Brasil foi de 2,579 milhões de boed, indicando um aumento de 0,6% em relação à produção obtida no mês de setembro, de 2,565 milhões de boed – um fotos: agencia petrobras

utubro foi o nono mês consecutivo de crescimento da produção de petróleo da companhia no país. A produção total de petróleo operada pela Petrobras no Brasil, que inclui a parcela operada pela companhia para seus parceiros, atingiu, em outubro, seu quarto recorde consecutivo, de 2,268 milhões de bpd – volume 1,3% superior aos 2,239 milhões de bpd que haviam sido alcançados em setembro. A produção consolidada de petróleo e gás da Petrobras, no Brasil e no exterior, alcançou 2,795 milhões de barris de óleo equivalente por

Plataforma de produção de petróleo da Petrobras

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Crescimento da produção O crescimento da produção decorreu, principalmente, do crescimento da produção dos novos sistemas, como as plataformas P-58, no Parque das Baleias (Bacia de Campos); P-55 e P-62, em Roncador (Bacia de Campos), e as FPSO (Floating Production Storage and Offloading – Unidade Flutuante de Produção, Armazenamento e Transferência), Cidade de Paraty, em Lula Nordeste (Bacia de Santos) e Cidade de São Paulo, em Sapinhoá (Bacia de Santos), além da entrada em produção, em outubro, da FPSO Cidade de Mangaratiba, no campo de Iracema Sul (Bacia de Santos). Em outubro, a produção de petróleo da camada pré-sal chegou a 606 mil bpd, 14% acima do volume alcançado em setembro (532 mil bpd), constituindo-se em novo recorde de produção mensal nessa camada. No dia 28 de outubro, foi

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registrada a maior produção diária das bacias de Campos e Santos, de 640 mil bpd, vazões que incluem a parcela operada pela Petrobras para empresas parceiras. Vale destacar que esse recorde foi obtido com apenas 31 poços produtores, sendo 17 na Bacia de Campos e 14 na Bacia de Santos. Novas plataformas em 2014 No mês de outubro, dez novos poços offshore iniciaram operação nas bacias de Campos e Santos, sendo três produtores e sete injetores. Com eles, um total de 63 novos poços já entrou em operação no ano de 2014. Novos sistemas de produção entrarão em operação até o final deste ano para garantir a continuidade do crescimento sustentado da curva de produção. Além do FPSO Cidade de Mangaratiba, que iniciou produção no campo de Iracema Sul em outubro, entrarão em operação, o FPSO Cidade de Ilhabela – que já está ancorado na área Norte do campo de Sapinhoá e com as operações de conexão do primeiro poço em andamento – e a plataforma P-61 – ancorada na locação, no campo de Papa-Terra, no pós-sal da Bacia de Campos, e cuja sonda SS88 (TAD – Tender Assisted Drilling), que permitirá o início das operações do primeiro poço conectado à P-61, já está em montagem. Produção de gás natural A produção de gás natural no Brasil, em outubro, também foi a maior já registrada, atingindo 72,040 milhões de m³/dia, superando em 1,3% a produção no mês anterior, que foi de 71,137 milhões de m³/ dia. A produção de gás operada

Estação de Distribuição de Gás de São Francisco do Conde - BA

pela Petrobras, que inclui a parcela operada para as empresas parceiras, também atingiu novo recorde, de 81,785 milhões m³/dia, 2,1% superior à registrada em setembro, de 80,132 milhões de m³/dia. A produção média de gás natural no exterior foi de 16,631 milhões m³/dia, 2,1% acima do volume produzido no mês de setembro, que foi de 16,293 milhões m³/dia. Esse aumento deveu-se a uma maior produção no Lote 57 do Campo de Kinteroni, no Peru, causada pela demanda por exportação de GNL a partir desse país. Frota completa Com o início de operação das embarcações do tipo PLSV (Pipe Laying Support Vessel, embarcações que lançam e recolhem linhas no mar, utilizadas para conectar plataformas a sistemas de produção de petróleo), Sapura Topázio, North Ocean 102 e Coral Atlântico, no mês de outubro, a frota da companhia

atingiu o total de 18 unidades. Com a chegada prevista da embarcação Estrela do Mar em dezembro, o quadro de embarcações previstas para entrar em operação neste ano ficará completo. Manutenção e eficiência Conforme planejamento da companhia, foram executadas paradas para manutenção em algumas plataformas no mês de outubro, com a interrupção temporária de 68 mil bpd na produção média do mês, dentre as quais se destacam as paradas da P-37, PNA-2, PCH-1 e FPSO Cidade de Santos. Todas essas unidades já retornaram à produção. O Programa de Aumento da Eficiência Operacional (Proef ), por sua vez, continua acumulando excelentes resultados: no mês de outubro, foi responsável por uma produção superior a 200 mil bpd nos sistemas das Unidades Operacionais da Bacia de Campos, Espírito Santo e Rio de Janeiro. l

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PARA CONVIVER COM A seca A terceirização do tratamento de água e efluentes se fortalece como uma alternativa real, sustentável e economicamente viável para as empresas enfrentarem a crise de abastecimento de água

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recente crise hídrica disparou um sinal de alerta entre as empresas e despertou a atenção para o mercado de terceirização da operação e manutenção das estações de tratamento de água e efluentes, uma das tendências mais importantes do mercado global de águas e soluções ambientais, que, pouco a pouco, vem crescendo e se firmando no Brasil. A tendência de custos crescentes da água, a necessidade de ter mais autonomia em relação ao abastecimento público, face aos riscos de escassez, e a preocupação com a sustentabilidade e a regulação ambiental têm despertado o interesse das empresas para esse mercado. “O custo da água está aumentando porque a qualidade da água está pior e a captação está ficando mais longínqua, o que implica mais tubulação e mais gasto de energia”, resume Fernando de Barros Pereira, Gerente Comercial da General Water. De toda a água limpa disponível, 70% é consumida pela agricultura e 8% em uso doméstico. As indústrias consomem os restantes 22% em seus processos. Segundo estimativas elaboradas pela empresa Nova Opersan, o mercado de saneamento industrial movimenta cerca de R$ 1,5 bilhão por ano e tem uma base de ativos instalados no País em torno de R$ 20 bilhões. Terceirização A terceirização é uma solução atrativa não só para indústrias, mas também para empreendimentos que não possuem conhecimento técnico para a operação de estações de tratamento próprias como, por exemplo, shopping centers. “Quanto mais complexo o tratamento do efluente e quanto maior a exigência de qualidade da água de reuso, maior é a tendência das empresas de quererem terceirizar

O custo da água está aumentando porque a qualidade da água está pior e a captação está ficando mais longínqua, o que implica mais tubulação e mais gasto de energia Fernando de Barros Pereira, Gerente Comercial da General Water

esse tratamento. E quem não é do ramo industrial, em geral, nem cogita construir e operar uma estação por conta própria”, diz Pereira. Dentre as modalidades de terceirização, destaca-se o modelo BOT (Build, Operate and Transfer), no qual as empresas contratadas desenvolvem o projeto, operam e implantam as soluções de tratamento de acordo com as necessidades do cliente e se responsabilizam pelos investimentos necessários. A negociação é realizada através de um contrato entre as partes, no qual o cliente paga um valor fixo por m3 de volume fornecido e/ou tratado pelo sistema. Às vezes, o contrato pode estabelecer um valor fixo mensal para amortização do valor da planta. Ao encerrar-se o prazo do contrato, normalmente entre dez e quinze anos, os ativos são transferidos para o cliente sem custo adicional. Caso a empresa contratante queira continuar a manter a operação e manutenção a cargo da contratada, o cliente prossegue pagando somente

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Dicas para a Manutenção de Estações de Tratamento

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ara os profissionais de gestão e manutenção de ativos há três recomendações importantes. A primeira, advém da literatura sobre o asssunto: deve-se avaliar previamente os impactos da operação sobre as peças de reposição e a vida útil da planta. Em seguida, com base nessa avaliação, elaborar uma lista de parceiros e fornecedores qualificados e uma escala de manutenções previstas. É aconselhável firmar em contrato os fornecedores autorizados e essa escala de manutenções. A segunda é não fazer “economia burra” na hora da execução do projeto, tomando o cuidado de selecionar equipamentos com

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a maior vida útil possível. “Use equipamentos de primeira linha. Nossa experiência mostra que o investimento se paga”, aconselha Fernando de Barros Pereira, Gerente Comercial da General Water. A terceira, e mais difícil de seguir, é desenvolver um equilíbrio entre os procedimentos de manutenção que provoquem desgaste dos equipamentos (por exemplo, a limpeza de membranas de filtragem) e a qualidade do produto final a ser entregue. “É um ajuste fino entre o menor número possível de procedimentos e a manutenção do nível de qualidade, que não pode ser comprometido”, finaliza o executivo.

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uma parcela mensal referente aos serviços prestados. Há bons motivos para se adotar a terceirização do tratamento de água e efluentes. O primeiro é a vantagem financeira. Quem defende a terceirização aponta que – diferentemente da modalidade EPC (Engenharia, Projeto e Construção), em que a própria empresa constrói e opera a estação de tratamento – ela oferece um equilíbrio muito melhor entre investimentos e dispêndios operacionais (comumente tratados pelas siglas capex, capital expenditure, e opex, operational expenditure), uma vez que a empresa que assume a terceirização controla ambas as variáveis no planejamento, na execução do projeto e ao longo da operação. Há uma melhoria na gestão dos custos e na previsibilidade de orçamentos e do fluxo de caixa, sem despesas

Dentre as modalidades de terceirização, destaca-se o modelo Build, Operate and Transfer, no qual as empresas assumem do projeto à operação do tratamento de água

imprevistas. Além disso, evita que o cliente invista recursos fora do seu core business: é uma operação com custos de administração próximos de zero para a contratante e que exige menos recursos financeiros ao longo da amortização das instalações do que a construção própria, liberando energias e capital para investimento no negócio. O segundo é a redução de riscos, pois, com a terceirização, a contratante repassa os riscos do projeto para uma empresa especializada que tem experiência, mão-de-obra qualificada, massa critica no domínio das diversas tecnologias e atualização tecnológica para escolher o sistema mais adequado ao caso do cliente, com a melhor relação custo-benefício para o projeto, diminuindo o custo total de propriedade (TCO). Além disso, como nessa modalida-

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de de terceirização quem constrói é também quem opera, não há riscos de se enfrentar os frequentes conflitos entre o construtor da planta e o operador do sistema. A qualidade fica assegurada por indicadores de SLA (Service Level Agreement) estabelecidos em contrato e, em geral, monitorados por laboratórios independentes. “A operação confiável é o segredo do negócio. O risco é todo meu: se o sistema não funcionar, não

tenho receita”, diz o executivo da General Water. O cliente também se livra de ter que lidar com o cipoal legal envolvido nas questões ambientais, que são assumidos pela terceirizada, para quem os procedimentos para manter-se em conformidade com a legislação, com a obtenção e manutenção de licenças e com o controle de documentações são rotina. Sem falar nos riscos de multas, exposição

legal e exposição institucional em tempos de internet e redes sociais. Outra dificuldade da qual o cliente se livra é a de contratar mão-de-obra especializada, tanto para operação quanto para manutenção, que é cara e escassa. “Há escassez de mão-de-obra porque se trata um segmento muito específico. A formação dos engenheiros é genérica, por isso, passamos dois anos treinando nosso quadros no Brasil e no exterior”, diz Pereira.

Veja as siglas e seu significado dos modelos de contratação de estações de tratamento de água e efluentes mais comuns EPC (Engineering, Procurement and Construction – Engenharia, Projeto e Construção) – Não é um modelo de terceirização. É o modelo tradicional em que o cliente contrata o projeto de construção e constrói as instalações por conta própria ou por empreitada parcial ou total. BOT (Build, Operate and Transfer - Construir, Operar e Transferir) – Transfere para um prestador de serviços especializado todo o risco de prospecção, captação e tratamento de água e efluentes. O cliente fica isento de investir recursos próprios ou de assumir responsabilidades sobre a unidade. Todos os investimentos necessários à sua implementação, operacionalização e manutenção são assumidos pelo prestador, desde o conceito, aplicação da tecnologia, desenvolvimento do projeto e instalação do sistema até a operação e manutenção da planta. BOO (Build, Operate and Own – Construir, Operar e Permanecer Proprietário) – A contratada financia, constrói e fica com a planta ao final do contrato. Neste modelo, o valor cobrado por m³ é um pouco menor que no BOT. DBOT e DBOO – Designações alternativas dos modelos anteriores que incluem o projeto (Design). AOT ( Acquire, Operate and Transfer – Adquirir, Operar e Transferir) – A contratada assume uma unidade já existente, implementa melhorias na planta, opera os sistemas e faz a manutenção. Ao fim do contrato, após a amortização dos valores do projeto, ela é transferida para o cliente (ou de volta para o cliente, se a instalação for própria). AOO (Acquire, Operate and Own – Adquirir, Operar e Permanecer Proprietário) – Igual ao caso anterior, com a diferença que, no final do contrato, a planta permanece com a contratada. O&M (Operation and Maintenance – Operação e Manutenção do sistema) – A contratada apenas assume a operação e manutenção da unidade de tratamento existente.

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Pegada hídrica

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o Brasil, cerca de 80% do mercado de água está nas mãos do setor público. A Odebrecht Ambiental detém metade do mercado restante e é a maior empresa de água e esgoto privada do Brasil, com 20 milhões de pessoas atendidas. Na divisão do consumo de água, 70% vão para a agricultura, 22% para a indústria e 8% para as residências. Estudo feito pela ONG Water Footprint Network, indica que cada brasileiro consome 5.559 litros de água por dia ou 2.027 m³ por ano. Essa estimativa considera o volume total de água doce consumida direta e indiretamente para produzir bens e serviços produzidos e consumidos por indivíduos, comunidades e empresas.

Toda a água utilizada nos processos de produção é chamada de água virtual. A soma de todas as águas virtuais relativas a tudo o que consumimos é chamada de pegada hídrica. No caso da indústria, isso engloba, por exemplo, a incorporação da água em produtos, lavagem de materiais e equipamentos e a utilização em sistemas de resfriamento. Imagine quantos litros de água são gastos para produzir uma simples xícara de café, desde a irrigação dos cafezais, passando pela água usada nas empresas beneficiadoras, nas máquinas de embalagem, no transporte e na limpeza de cada uma dessas etapas, até a água utilizada para preparar a xícara e ainda lavá-la.

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Entenda os benefícios da automação do tratamento de água e efluentes Rapidez, segurança e precisão na gestão do processo reduzem custos, eliminam riscos operacionais e mantêm a qualidade do produto final – água sem poluentes.

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adoção e aplicação de tecnologias e sistemas inteligentes para automação, controle e supervisão de estações de tratamento de água e efluentes é uma prática cada vez mais utilizada por companhias de saneamento, indústrias e empreendimentos imobiliários comerciais e mesmo residenciais. Como os próprios nomes indicam, Estações de Tratamento de Água (ETAs) e Estações de Tratamento de Esgoto (ETEs) desempenham funções bastante diferentes: as ETAs captam a água de rios ou represas para tratá-la e torná-la potável, enquanto as ETEs tratam esgotos sanitários e dejetos industriais para escoá-los para a rede de coleta. Nestas estações, o processo é mais complexo, compreendendo várias etapas devido à alta contaminação da água por agentes químicos e resíduos sólidos. As estações também podem gerar água de reuso que pode ser utilizada para inúmeras finalidades, como irri-

gação, geração de energia, refrigeração de máquinas, processamento industrial, limpeza de equipamentos, limpeza urbana e descarga de vasos sanitários, entre outras, o que gera uma grande economia e evita o consumo de água potável. Automação A automação compreende um conjunto de equipamentos e software que integram um sistema capaz de

O Control MPC, controlador de bombas múltiplas da Grundfos, permite modular a pressão da água na rede de distribuição evitando desgastes na tubulação e aumento de fissuras, reduzindo o desperdício.

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monitorar em tempo real os parâmetros físico-químicos da água e realizar, de forma automática, sua purificação para que ela possa ser reutilizada ou lançada no meio ambiente em condições adequadas, sem causar poluição. Todas as operações das estações podem ser monitoradas e controladas remotamente. Para automatizá-las, colocam-se atuadores pneumáticos ou elétricos ligados a sensores conectados em rede (Ethernet, por exemplo) a painéis equipados com Controladores Lógico Programáveis (CLP), sendo desejável que a rede esteja sob o monitoramento de um sistema supervisório. Grosso modo, os sistemas de automação podem ser divididos em dois grandes grupos principais. O primeiro deles reúne os elementos de campo: válvulas, bombas, medidores de fluxos, aeradores, comportas e outros equipamentos que controlam variáveis como nível, vazão, pressão, temperatura etc. O segundo compreende sensores, atuadores, controladores e o software de gestão, responsáveis pela análise de dados da qualidade da água e pela inteligência embutida no processo de tratamento. “A automação analítica da qualidade da água está bem dis-

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seminada, mas a operacional ainda é manual em boa parte das estações, principalmente na área pública. No tratamento industrial, a automação é mais comum”, avalia André Amaral, Gestor de Produtos da Festo. Os sistemas de automação armazenam dados das variáveis envolvidas nos processos de tratamento, criando bases de dados históricos, Indicadores de desempenho baseados em melhores práticas, tais como os recomendados pela IWA (International Water Association), também podem ser incorporados a essas bases de dados. Os algoritmos desses sistemas são parametrizados com esses dados e usam recursos de aprendizado de máquina, registrando combinações ótimas para implementar controles preventivos, preditivos e auto-corretivos dos processos de tratamento. Além da segurança e da precisão na gestão do processo, a automatização possibilita ações online e imediatas: com base nas leituras dos níveis de pureza da água, o sistema compara esses níveis com os parâmetros pré-estabelecidos, acionando equipamentos ou corrigindo instantaneamente a dosagem de produtos químicos. Com isso, evita-se o desgaste desnecessário de peças devido a desbalanceamentos do processo – por exemplo, a falta de coagulantes pode provocar sobrecarga nos filtros, que têm que lidar com uma maior quantidade de partículas. Com a automação, utiliza-se apenas a quantidade exata de insumos e acionam-se os equipamentos tão somente no momento e pelo tempo necessários, diminuindo o consumo de energia elétrica e minimizando o desgaste da instalação. A ação em

tempo real na correção do tratamento da água ou efluente mantém a padronização do produto final, garantindo a homogeneidade da qualidade da água resultante. As reduções de custo proporcionadas pela automação dos processos de tratamento de água e efluentes atingem entre 20 e 40% do con-

As estações também podem gerar água de reuso que pode ser utilizada para inúmeras finalidades, como irrigação, geração de energia, entre outras sumo de energia elétrica e cerca de 20% dos insumos químicos. A automação reduz a praticamente zero o número de paradas das estações, diminui as horas extras de pessoal e elimina riscos operacionais por exposição a gases, produtos químicos e instalações elétricas. Os investimentos em automação de estações também podem ter impactos positivos na redução de perdas na rede de distribuição, que, no Brasil, chega a ser de 40%. Por exemplo, a Grundfos, trabalhando com o conceito de Distribuição Dependendo da Demanda (DDD), lançou um controlador de bombas múltiplas, o Control MPC, que permite modular a pressão da água. “Se a vazão sobe e a pressão

cai, o controlador aumenta a rotação da bomba. Nos horários de menor consumo, a pressão sobe e a bomba é menos exigida. Com isso, não alimento a distribuição o tempo todo de modo uniforme. Com menos pressão na rede, as fissuras da canalização também são menos pressionadas, evitando um desgaste ainda maior e mais desperdício”, explica Renato Zerbatini, especialista em saneamento e Vendedor Técnico da empresa. Manutenção A automação também traz como vantagem o monitoramento do tempo de funcionamento dos equipamentos, possibilitando a implantação de um sistema de manutenção preventiva que informa quando um equipamento atingiu uma quantidade de horas de funcionamento, indicando a necessidade de calibração ou manutenção. “Sem automação não há como fazer um gerenciamento adequado dos ativos. É preciso automatizar a planta com equipamentos conectáveis, redes abertas e gerenciadores de ativos”, resume Amaral, da Festo. Manter a confiabilidade metrológica dos instrumentos de coleta de informações é fundamental para que o sistema de automação funcione a contento, pois todo o seu funcionamento se baseia nos dados coletados: desvios de medição comprometem sua eficiência. Boa parte dos equipamentos envolvidos são sensíveis e sofisticados, por isso procedimentos de manutenção preventiva que atendam às determinações dos fabricantes merecem atenção especial: devem ser executados nos prazos recomendados e – importante – por mão-de-obra qualificada. l

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29o CONGRESSO, 3o SEMASE E EXPOMAN BATEM RECORDES DE PÚBLICO E DE CONTEÚDO DEBATIDO Eventos, realizados no final de outubro, comprovam importância e influência da Manutenção & Gestão de Ativos para os setores público e privado. Debates incluíram as dificuldades enfrentadas pelo setor elétrico

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29o Congresso Brasileiro de Manutenção e Gestão de Ativos (CBMGA) e o 3o Seminário Nacional de Manutenção e Gestão de Ativos do Setor Elétrico (Semase), organizados entre os dias 29 de setembro e 3 de outubro, em Santos, no litoral de São Paulo, trouxeram à baila diferentes problemas e dúvidas de corporações e instituições públicas e privadas sobre como estabelecer uma política de Manutenção de Ativos eficaz e eficiente, além da necessidade de envolver a cúpula das empresas com o tema. Os palestrantes apresentaram metodologias de medição de resultados como uma forma de incluir a Gestão de Ativos nas estratégias corporativas e, consequentemente, contribuir para a redução de custos e o aumento da eficiência. “Gestão de Ativos faz parte de um processo de mudança na maneira como os ativos estão sendo conduzidos e gerenciados nas organizações”, afirmou o engenheiro Lázaro Regonha, da Comau, em sua palestra: “Gestão de Ativos: Modismo ou Necessidade?”. Outro fator importante para uma

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maior efetividade da Política de Manutenção e Gestão de Ativos é a certificação profissional. O tema é foco estratégico da ABRAMAN (Associação Brasileira de Manutenção e Gestão de Ativos), que firmou uma parceria inovadora com a SMRP (Society for Maintenance & Reliability Professionals), dos EUA; o AM Council (Asset Management Council), da Austrália, e a PEMAC (Plant Engineering and Maintenance Association of Canada) para a criação de uma Joint Venture internacional, a World Partners in Asset Management, que irá desenvolver a certificação de avaliadores, visando atestar sua competência, conhecimento e compreensão na verificação da aderência dos Sistemas de Gestão de Ativos (SGAs) aos requisitos das normas. Tal iniciativa foi saudada por Dave Daines, representante do setor de mineração no Comitê de Gestão de Ativos PC-251 da ISO. “Desde 1991, buscamos nos associar com líderes da indústria e pesquisadores de classe mundial para identificar desafios e soluções inovadoras. Agora, podemos fornecer um nível ainda maior

de profissionalismo e atendimento ao cliente”, disse ele. Na primeira etapa desse projeto, e contando com o apoio de voluntários de todo o mundo, foram desenvolvidas mais de 300 perguntas em inglês para uso no futuro exame de certificação de profissionais como avaliadores de SGAs, conforme a ISO 55001. A previsão é de que o profissional aprovado no exame receba um certificado com o título de CAMA (Certified Asset Management Assessor) ou, em português, AGAC (Avaliador de Gestão de Ativos Certificado). O plano da ABRAMAN é que este processo seja acreditado pelo INMETRO, com base na norma ABNT NBR ISO/ IEC 17024 (Avaliação da conformidade - Requisitos gerais para organismos que certificam pessoas), nos mesmos moldes do que é realizado para o PNQC (Programa Nacional de Qualificação e Certificação). A SMRPCO, dos EUA, será a empresa contratada pela Joint Venture para conduzir o futuro exame de certificação AGAC, em virtude de sua reconhecida experiência e expertise na condução dos exames para CMRP

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(Certified Maintenance and Reliability Professional), certificação concedida pela SMRP. Na segunda etapa, o projeto foi aplicado ao exame, em teste beta, com 110 perguntas em inglês selecionadas aleatoriamente a partir do universo preliminar de 300 questões, em formato de múltipla escolha. Os

candidatos devem ter conhecimento das normas ABNT NBR ISO 55000, bem como de Gestão de Ativos em geral, e, para aprovação, é necessário um índice mínimo de acerto de 70%. O teste beta de validação do futuro exame AGAC foi realizado no dia 2 de outubro, durante os eventos. Em paralelo ao 29o CBMGA e ao

3oSemase, houve uma grande exposição de produtos e serviços, a Expoman, Exposição de Produtos, Serviços e Equipamentos para Manutenção e Gestão de Ativos, que contou com a participação de mais de mil visitantes, sendo 619 congressistas. A exposição foi montada em uma área de 1.665 m², com 45 estandes e 41 expositores.

ABNT E ABRAMAN OFICIALIZAM LANÇAMENTO DA NORMA DE GESTÃO DE ATIVOS

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s normas ABNT NBR ISO 55000, 55001, 55002 são consideradas divisores de águas para o setor produtivo brasileiro. Seu objetivo é ampliar a competitividade da economia a partir de processos padronizados que resultem em economia de gastos e ganhos de produtividade. A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) e a Associação Brasileira de Manutenção e Gestão de Ativos (ABRAMAN) anunciaram na segunda-feira, 29/09, o lançamento oficial da Norma Brasileira de Gestão de Ativos – ABNT NBR ISO 55000, 55001, 55002. O anuncio foi feito durante a abertura da 29a edição da Expoman – Exposição de Produtos, Serviços e Equipamentos para Manutenção e Gestão de Ativos – e do 3o Semase – Seminário Nacional de Manutenção e Gestão de Ativos do Setor Elétrico –, que aconteceram entre os dias 29/09 e 03/10, em Santos, litoral de São Paulo. Participaram do lançamento oficial da Norma no Brasil: João Ricardo Barusso Lafraia, Presidente da ABRAMAN;

Roberto dos Santos, Secretário de Comunicação da ABNT, e Marisa Zampoli, também Secretária da entidade. O 29o Congresso de Manutenção e Gestão de Ativos (CBMGA) e o 3o Seminário Nacional de Manutenção e Gestão de Ativos do Setor Elétrico (Semase), que reuniram centenas de profissionais no Mendes Convention Center, têm como objetivo debater as mudanças impostas pelo cenário econômico ao setor produtivo brasileiro e destaca o setor elétrico, que passa por mudanças regulatórias e sofre com a falta de chuva, especialmente em São Paulo. O presidente da ABRAMAN abriu o evento relembrando as principais atividades da entidade desde a sua formação e fazendo um balanço das suas atividades nos últimos 12 meses, com destaque para a participação da Associação na tradução das Normas ISO 55000, 55001 e 55002. “Com o apoio da ABNT, conseguimos publicar a tradução apenas 20 dias após a publicação da Norma Internacional”, frisou Lafraia.

EMPRESAS SE HABILITAM PARA CERTIFICAR ORGANIZAÇÕES NA ISO

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omo próximo passo no avanço da Gestão de Ativos no Brasil, a ABRAMAN (Associação Brasileira de Manutenção e Gestão de Ativos) informa que está em fase de seleção e treinamento de empresas especializadas em certificação de organizações na norma ISO. O objetivo é que, até o final de 2014, as consultorias

estejam prontas para avaliar e emitir certificados no padrão ABNT NBR ISO 55000, 55001 e 55002. “O processo de certificação só avançará com a acreditação de organismos preparados para avaliar as corporações no Brasil”, declarou João Ricardo Barusso Lafraia, Presidente da ABRAMAN.

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ABRAMAN LANÇA MINI-MBA

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Associação Brasileira de Manutenção e Gestão de Ativos lançou, na segunda-feira, 29/09, o mini-MBA em Gestão de Ativos. O anúncio foi feito durante a abertura do 29o Congresso de Manutenção e Gestão de Ativos (CBGMA) e do 3o Seminário Nacional de Manutenção e Gestão de Ativos do Setor Elétrico (Semase), que aconteceram entre os dias 29/09 e 03/10, em Santos, litoral de São Paulo. O mini-MBA tem carga horária variando entre quatro e 40 horas e será ministrado pelas empresas ReliaSoft,

Pragma, Aremas e Fundação Gorceix. A iniciativa visa acelerar a formação de profissionais especializados em Gestão de Ativos, área que deve apresentar alta demanda por mão-de-obra qualificada no Brasil, a partir do lançamento das normas ABNT NBR ISO 55000, 55001, 55002. O público-alvo do mini-MBA inclui, além de engenheiros e profissionais graduados na área de exatas, todo e qualquer profissional que tenha alguma formação superior e experiência com ativos. Durante o processo se-

letivo, os currículos serão analisados. A gestão de ativos refere-se à gestão de todo o ciclo de vida de um ativo, desde sua aquisição até o seu descarte. Neste tipo de gestão, devem ser considerados todos os controles necessários para garantir o registro de detalhes e valores de um ativo, que devem estar condizentes com os dados registrados no sistema ou software utilizado que, por sua vez, deve garantir o controle de entrada e saída, de reposições e a reconciliação do balanço do estoque.

PALESTRA DÁ DICAS SOBRE LIDERANÇA PROFISSIONAL

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specialista em motivação e liderança, Carlos Alberto Júlio abriu o 29o Congresso de Manutenção e Gestão de Ativos (CBMGA) e o 3º Seminário Nacional de Manutenção e Gestão de Ativos do Setor Elétrico (Semase) com a palestra “Velocidade das Mudanças – O Novo Perfil da Liderança”. Sobre liderança, ele foi enfático: “Tomamos decisões em todas as situações e o bom líder, seja ele um empresário ou um líder de equipe, não pode e não

deve terceirizar essa tarefa. Não existe competência mais importante do que a capacidade do líder de tomar decisão.” Pesquisador no campo da Administração de Negócios, Carlos Alberto Júlio é atualmente professor da FGV e da FIA-USP. Além de empresário, Júlio é consultor e palestrante, Vice-Presidente do Conselho de Administração da Tecnisa, membro do Conselho da Camil Alimentos e do Instituto Sidarta.

TRABALHOS TÉCNICOS MOVIMENTAM 29o CBMGA E 3o SEMASE

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urante o 29o CBMGA e o 3o Semase, Trabalhos Técnicos promoveram a troca de experiências entre profissionais de Manutenção e Gestão de Ativos e do Setor Elétrico. Os autores selecionados para o evento fizeram apresentações orais nos auditórios do Mendes Convention Center e também na sessão de pôster, entre os dias 30 de setembro e 02 de outubro. Foram três dias movimentados pela discussão do estado da arte em gestão, métodos e técnicas de trabalho e pela exposição de progressos tecnológicos e de modernos procedimentos de gerenciamento e execução. A premiação dos Trabalhos Técnicos se deu no final da

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tarde do dia 2 de outubro, quando os vencedores foram divulgados e homenageados pela diretoria da ABRAMAN. No 29o CBMGA, foram agraciados os cinco primeiros colocados na apresentação oral e os três primeiros na sessão de pôster. No 3o Semase, os três primeiros de cada modalidade foram premiados. Ao final dos eventos, ficou a certeza da importante contribuição de todos os participantes inscritos nos Trabalhos Técnicos, que apresentaram soluções para os mercados de Manutenção e Gestão de Ativos e do Setor Elétrico, visando à melhoria da qualidade, produtividade, segurança, preservação ambiental e racionalização de custos. (Veja quadro na próxima página)

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PREMIAÇÃO DE TRABALHOS TÉCNICOS 29 CONGRESSO BRASILEIRO DE MANUTENÇÃO E GESTÃO DE ATIVOS o

APRESENTAÇÃO ORAL No DO CLASSIFICAÇÃO TRABALHO 1o Lugar

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AUTORES

EMPRESA

TÍTULO DO TRABALHO

Jimy Prado Mucci de Lima Desafios na Implementação de Gestão de Ativos Manuel Enrique Alvares Almeida AngloAmerican em uma Indústria de Mineração Daisuke Yamaki Marcus Francisco G. Mesquita Desdobramento estratégico para o Planejamento Manoel José Pedrosa Filho Samarco Mineração de Manutençao em Usinas de Pelotização Fabrício Dartengo Hupp Aleçondro Antonio Arcosi Raízen Energia Hibernação de Ativos Rotativos Aplicação de Técnicas Preditivas Carlos Henrique de Oliveira e Eletrobrás - Eletronuclear Indicadores de Manutenção para a Gestão de Ativos Valéria Simões de Marco Gerenciamento de Energia em Acionamentos de Transportadores Leonardo Elias Moschen Chisté Vale de Correia Terminal de Tubarão – Minério de Ferro Vanessa Malaco dos Santos APRESENTAÇÃO PÔSTER Gestão de Ativos com Redução de Custos Rodrigo Augusto Neves WEG Equipamentos Elétricos Operacionais no Segmento Metalúrgico Leandro Ávila da Silva Resultados dos Treinamentos Validados pela Elaboração Leonardo Honório Martins Comau do Brasil de Projetos (Kaizens) – Visão WCM (Manutenção da Classe ndial) Pedro Martins Gilson Rosa Claudiney Gama da Silva Clóvis Giacomozzi Porto Gestão Automatizada de Cadeia Fria Marcelo Hitoshi Nakamura Grupo Fleury em Ambiente Hospitalar / Saúde Rodrigo dos Santos Vieira Maria Emília Gemani Moura Emerson D. Cavassin

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3 SEMINÁRIO NACIONAL DE MANUTENÇÃO E GESTÃO DE ATIVOS DO SETOR ELÉTRICO

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APRESENTAÇÃO ORAL

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Geraldo Rocha Pinhanelli Carlos Oliveira Paulo Franco Douglas Brunismann

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Ricardo Vechin Macedo Aparicio Cesar Camargo

Centrais Elétricas Cachoeira Dourada

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Carlos Alves da Silva Carlos Ossamu Kajikawa

AES Eletropaulo

Schweitzer Engeneering Laboratories

Aumento da Confiabilidade de Esquemas e Controle em IEC 61850 com uso de Message Quality

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Recuperação de Erosão Cavitacional em Turbinas Francis Fabricadas em Aço Carbono com Aplicação de Inoxidável com Cobaltona UHE Cachoeira Dourada Experiência do Desenvolvimento de Transformador para Alta Temperatura Baseado em Isolação Híbrica e Óleo Vegetal Isolante

APRESENTAÇÃO PÔSTER 1o Lugar

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2o Lugar

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Artur Conforti Neto Marcelo dos Santos Viana Ronaldo Conceição Pereira Leandro Alves Ferreira Angelo Simões Mendes Edson Vitoriono Edson Savioli Emerson Chausse Pacheco José Aparecido da Silva Paulo Cesar de Souza Ricardo Vechin de Macedo Juliano Oliveira Hortêncio

AES Eletropaulo

Terminal de Ancoragem em Liga de Alumínio com Haste em Aço Inox

AES Eletropaulo

Procedimento para Retirada de Postes de Madeira em Área de Difícil Acesso

Centrais Elétricas Cachoeira Dourada

Melhoria no Sistema de Lubrificação das Rodas da Comporta de Tomada D´Agua da Unidade Geradora 4

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ABRAMAN COMPLETA TRÊS DÉCADAS DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS Entidade inicia ciclo de comemorações da sua 30a efemérides, com muito a comemorar e planejar

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Associação Brasileira de Manutenção e Gestão de Ativos inicia o ciclo de comemorações do seu 30º aniversário, que se encerrará no 30º Congresso Brasileiro de Manutenção e Gestão de Ativos/ Expoman, em Campinas, no interior de São Paulo, 3 a 7 de Agosto de 2015. A Revista Manutenção e Gestão de Ativos (MG&A) vai contar esta história, entrevistando personagens que contribuíram para a formação e o fortalecimento da entidade desde a sua fundação, em 17 de outubro de 1984. Histórico O surgimento, em meados da década de 70, de associações de manutenção em países como Espanha, México e Portugal fez crescer o interesse dos profissionais brasileiros pelos modernos conceitos, métodos e tecnologias então disponíveis na área. Aos poucos, tornou-se mais forte a convicção de que, também no Brasil, se fazia necessária uma entidade especificamente dedicada ao desenvolvimento da manutenção, entendida como um importante elo da cadeia produtiva. O trabalho persistente de um grupo de idealistas conduziu à realização do III Congresso Íbero-Americano de Manutenção, em 1983, no Rio de Janeiro, evento que se transformou em um importante marco: o lançamento e aprovação da proposta de criação da entidade. Inicialmente restrito à participação de representantes de poucos, mas

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bem estruturados, setores como os de petróleo, eletricidade, siderurgia e transportes, aquele grupo embrionário, em pouco tempo, contava com o apoio de muitos outros, imbuídos do mesmo ideal, trabalhando na concretização daquele grande objetivo. Assim, em 17 de outubro de 1984, numa Assembléia no Clube de Engenharia, em São Paulo, com a presença dos segmentos mais representativos da comunidade, finalmente fundava-se a Associação Brasileira de Manutenção – Abraman. Aos 27 anos de idade, a Abraman, agora adulta e revigorada, deu mais um passo firme para continuar na vanguarda do mercado. No dia 26 de abril de 2012, em Assembléia Geral Ordinária, foi aprovada a mudança de estatuto e do nome da Abraman que desde então passou a ser intitulada de Associação Brasileira de Manutenção e Gestão de Ativos, a fim de estruturar o desenvolvimento de novas atividades e ampliar o escopo de atuação da associação. Personagem Nesta edição, ouvimos Joubert Fortes Flores Filho, presidente da entidade de 2003 a 2005 e de 2005 a 2007, para contar a sua história particular com a Abraman. Flores Filho lembra que começou a participar da entidade em 1986, dois anos após a sua fundação. “Como sempre atuei na área metroferroviária, o presidente da Abraman na época, Aldo Jacomo Zucca, esteve na abertura de um

evento desse setor onde apresentou a Associação e todos ficaram interessados”, relata. Naquele momento, o objetivo de Zucca era atrair público para o 1º Congresso de Manutenção que aconteceria em São Paulo no ano seguinte. “A partir desse Congresso e depois no seguinte, que aconteceu no Rio de Janeiro e foi íbero-americano, comecei a participar efetivamente da Abraman”, continua Flores Filho. Segundo ele, naquela época, o grande foco da Associação eram os Congressos e os cursos de treinamento. Depois dos anos 90, com o Programa Nacional de Qualificação e Certificação (PNQC), a Abraman ingressou no segmento de educação, com o treinamento e a certificação de profissionais, o que, recentemente, ganhou ainda mais força com o envolvimento da entidade com o tema Gestão de Ativos e a ISO 55000, com a Abraman se tornando referência nessas modalidades. Flores Filho destaca que também marcaram a história da Abraman a participação nos Congressos Mundiais de Manutenção, em 2002, na Bahia, e em 2004, no Paraná. “Foram eventos grandes, com mais de mil participantes e uma grande área de exposição”, relembra. Foram, efetivamente, a consagração da Abraman como uma entidade internacional, algo que havia sido tentado em 1996, com uma aproximação da Federação Europeia de Manutenção, e consolidado dez anos mais tarde, quando a Abraman passou a ser a associação

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EX-PRESIDENTES Aldo Jacomo Zucca Ano: 1984 a 1987 Elcias José Ferreira Ano: 1988 a 1990 mais importante nesses Congressos. Atualmente, diz Flores Filho, a Abraman vive a sua terceira onda com a Gestão de Ativos ditando seu diferencial no futuro. “Cada vez mais, o profissional de manutenção está melhor preparado. A manutenção passou a ser mais tecnológica e menos braçal, e a prova disso é que muitas mulheres estão ocupando posições de manutenção, algo que antes era praticamente impossível de acontecer. Quando há mais pensamento e menos força há mais espaço para o universo feminino”, avalia.

Getúlio Cambraia Fonseca Ano: 1993 a 1995 Carlos Vendas Rodrigues Ano: 1995 a 1997 Carlos Alberto da Costa Lopes Ano: 1997 a 1999 Alan Kardec Pinto Ano: 1999 a 2001 e 2001 a 2003 Joubert Fortes Flores Filho Ano: 2003 a 2005 e 2005 a 2007 José Eduardo Gorini Lobato de Campos Ano: 2007 a 2009 e 2009 a 2011

Em 2015, da mesma maneira como à época da fundação da Abraman, foi reforçada a importância da certificação da mão de obra. Flores Filho acredita que haverá uma forte adesão das empresas à ISO 550000, com grandes corporações de setores variados reconhecendo a importância da Gestão de Ativos. Para ele, a Abraman tem o papel essencial de fomentar esse alinhamento, atuando como um canal para a troca de experiências e atualização profissional em relação a grandes tendências e novas tecnologias. “Cada vez mais a manutenção passou a ser algo de diagnóstico e menos de intervenção. A manutenção deixou de ser um fator que representava custo, dentro das plantas industriais, para ser um componente que garante a disponibilidade dos ativos e, ao final, gera receita com produtividade”, finaliza o ex-presidente da Abraman. l

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TRÊS PASSOS PARA A ISO 55001 Gestão de Ativos como “trim tab” da Gestão de Mudança Daniel Lyra*

Gerson Arcos*

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*Gerson Arcos e Daniel Lyra são, respectivamente, Diretor Academy e Gerente Academy da Pragma Brasil

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inventor norte-americano Richard Buckminster Fuller (1895-1983) foi o primeiro a popularizar o conceito de “trim tab” para a gestão de qualquer processo de mudança, ainda no início da década de 1970. Seu epitáfio “Call me trim tab” (“Considere-me como um trim tab”) vem de uma série de declarações fornecidas em entrevistas e palestras ao longo de sua carreira. Esse elemento didático também foi utilizado por outros gurus da administração moderna como o também norte-americano Stephen Covey. O “trim tab” funciona como uma “alavanca fluidodinâmica” nos bordos de fuga de lemes e profundores em navios e aviões, reduzindo significativamente a força aplicada aos comandos, como também auxilia a diminuir tendências indesejáveis de mudança de direção (arfagem) durante o percurso desses meios de transporte. A literatura técnica traduz “trim tab” para o português como “compensador de arfagem”. O conceito de “trim tab humano”, uma vez aplicado com frequência por uma ou mais pessoas em uma organização, seria uma evidência de que tais colaboradores atingiram o nível mais alto de “accountability” pela visão de recursos humanos, ou seja, valorizam efetivamente os recursos partilhados

pela sociedade a ponto de perceber a essência de seu valor e desdobrá-los através do exemplo de condutas que os tornem sustentáveis. Método Os três passos que constituem a proposta de articulação da gestão de mudança através da gestão de ativos e do conceito de “trim tab” são detalhados a seguir:

Passo1:

Formalização da origem, direção e escopo da mudança almejada. Todo processo de mudança possui: “sponsors” ou líderes; facilitadores e público afetado, tanto diretamente como indiretamente. Seja por ação de um visionário, que conseguiu transformar-se em “trim tab humano” e inspirar, pelo seu carisma ou talento, outras pessoas; seja devido a um fato traumatizante que mudou a forma da sociedade encarar um tema, as mudanças afetam as pessoas de formas diferentes e, dependendo do contexto, podemos dividir o seu impacto em: • Mudanças “de fora para dentro”, quando a pessoa afetada pela mudança a aceita apenas como uma obrigação ou contingência inevitável; • Mudanças “de dentro para fora”,

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quando a pessoa afetada realmente é inspirada ou motivada a realizar a mudança por vontade própria porque percebe realmente seu valor, tanto para si, quanto para o grupo ou sociedade. A gestão de ativos, representada mais recentemente pelo PAS 55 e a série de normas ABNT NBR ISO 55000, proporciona uma grande oportunidade para que qualquer líder ou facilitador transforme qualquer processo de mudança em um processo verdadeiramente do tipo “de dentro para fora”. Essa grande oportunidade advém da formalização do portfolio de ativos de uma organização, divididos em ativos físicos, financeiros, humanos, informacionais e intangíveis. Ao formalizar esse portfólio, a organização consegue enxergar com clareza quais são os pontos fortes ou significativos, tanto da sua cultura, quanto de seus resultados. Nunca é demais lembrar, que produtos ou serviços inovadores, cedo ou tarde são copiados. Mas cultura vencedora é um item que até hoje não foi copiado. A gestão de ativos fornece um caminho eficaz para que cada organização reconheça e desenvolva sua cultura vencedora a partir do equilíbrio necessário entre os ativos mais importantes de uma organização.

Passo 2:

Adaptação e engajamento das partes interessadas na mudança almejada. Quando se aprofunda o tema sobre adaptação e engajamento de colaboradores em um processo de mudança, muita vezes, pensa-se somente em ferramentas de recursos humanos relacionadas a comunicação e motivação. Mas, todo processo de mudança, para ser bem sucedido, também depende de descrições claras: • Das necessárias competências, responsabilidades e atitudes, anteriores e posteriores à mudança (ativos humanos); • Do ciclo de vida, tanto de equipamentos e infraestrutura (ativos físicos) quanto de documentos, registros e sistemas de informação (ativos informacionais) que serão substituídos ou adquiridos devido ao processo de mudança. A interação eficaz entre os ciclos de vida de ativos físicos, informacionais e humanos é o segredo que

pode ser reconhecido em qualquer caso de sucesso da administração moderna. Sempre, em qualquer processo de mudança, existirão: • Os “early adopters”, facilitadores eleitos e líderes que se engajam desde o primeiro momento em que a mudança é anunciada ou percebida; • Os resistentes ou contrários, que, inevitavelmente, serão seduzidos, substituídos, isolados ou “doutrinados” à força; • A maioria restante, que poderá flutuar entre níveis de apatia ou participação inconsistente. Excetuando-se uma pequena parte dos “early adopters”, facilitadores eleitos e líderes, que são aqueles que enxergam a mudança almejada como realmente algo “de dentro para fora”, todos os outros tipos de participantes demorarão para consolidar em suas mentes a mudança, gerando riscos e custos adicionais que comprometem a execução dos melhores planejamentos.

Passo 3:

Assegurar a sustentabilidade da mudança almejada. Muitas organizações que competem em um mesmo mercado apresentam diferentes níveis, tanto em seus indicadores de desempenho, quanto na maturidade da aplicação de melhores práticas de gestão. Possuir níveis altos de indicadores de desempenho, sem a consolidação de padrões e melhores práticas de administração, significa ser dependente do conhecimento tácito de seus colaboradores, que inevitavelmente ocuparão posições diferentes no futuro, dentro ou fora da organização. Dessa forma, corre-se um grande risco, pois eles podem sair da empresa levando consigo todo o conhecimento que possuem. Possuir padrões e práticas bem descritos e planejados, mas que não encontram aderência consistente em toda a organização, significa ser dependente de um cenário de mercado que inevitavelmente mudará no futuro. O equilíbrio entre evolução dos indicadores, padrões e boas práticas é o caminho que evita a obsolescência de processos e produtos e os custos, desgastes, riscos e esforços altíssimos em cada movimento de melhoria contínua ou inovação. Ferramentas para realização de um diagnóstico como o AMIP (Asset Management Improvement Plan), desenvolvidas pela Pragma, auxiliam organizações

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Todo processo de mudança possui: ‘sponsors’ ou líderes; facilitadores e público afetado, tanto diretamente como indiretamente

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de qualquer porte e maturidade no diagnóstico do nível de maturidade e do equilíbrio entre indicadores de desempenho e boas práticas de gestão de ativos e na determinação de planos estratégicos e operacionais para atingir níveis de desempenho e maturidade de boas práticas, necessários ao desenvolvimento de suas vantagens competitivas. Todas essas atividades e resultados devem sempre estar alinhados ao PEO (Plano Estratégico Operacional) da empresa e, a cada mudança significativa deste, uma nova avaliação deve ser realizada. Discussão A mudança “de dentro para fora” não é apenas uma figura de linguagem que demonstra a sintonia entre os processos mentais de uma pessoa envolvida em um processo de mudança e os fundamentos deste. Os três passos propostos neste artigo podem ser incluídos como cerne de ciclos PDCA (Plan, Do, Check, Act), ciclos de melhoria contínua e focada. Ao executar o processo de mudança e monitorar o ciclo de vida dos ativos físicos, humanos, informacionais e financeiros, conjuntamente, consolida-se o processo de análise de risco e de monitoramento de desempenho, traduzindo-o em consolidação das vantagens competitivas necessárias à sobrevivência ou liderança de mercado. Tudo isso representará o conjunto de ativos intangíveis, que refletem a organização para si própria, para os seus clientes e para o mercado como um todo, claramente. Verificar ou auditar periodicamente o desempenho do processo de mudança e avaliar continuamente o equilíbrio da evolução entre os indicadores de

desempenho e os padrões e boas práticas relacionados, evita as armadilhas da dependência do conhecimento tácito e dos cenários estáveis de mercado. Ao corrigir a rota ou aprimorar o plano inicial, determinado para a mudança almejada, deve-se identificar corretamente os momentos para acelerar ou desacelerar o processo de mudança para posterior retorno ao ritmo planejado. Normas específicas de riscos, contabilidade, qualidade, meio ambiente, segurança do trabalho e responsabilidade social, ainda que tratadas dentro de sistemas integrados de gestão, não fornecem a profundidade necessária: nem à integração e sincronização dos ativos físicos, humanos, informacionais, financeiros e intangíveis; nem ao entendimento sobre como os itens mais fortes e significativos da cultura de uma organização são traduzidos em vantagens competitivas. Não há razão para culpar organizações que promovem processos de mudança do tipo “de fora para dentro”, pois elas estão tentando apenas manter seu nível de competitividade, apesar dessa alternativa ser pouco sustentável. O erro está no fato de líderes e facilitadores de tais processos esperarem que seus projetos de mudança sejam tão rápidos, profundos e sustentáveis quanto os processos de mudança “de dentro para fora”. Sob o olhar da gestão de ativos, essa profundidade e sustentabilidade é obtida gradual e consistentemente, otimizando esforços e atenuando ou eliminando riscos e desgastes inerentes a qualquer processo de mudança ou evolução, da mesma forma que um “trim tab”, seja no leme de um transatlântico ou nas asas de um avião. l

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