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TURISMO
GASTRONOMIA E TRADIÇÃO ACADÊMICA SÃO MARCAS DA CIDADE ITALIANA DE BOLOGNA
Alma Mater Studiorum, a mais antiga Universidade do Ocidente, assim como o título de comida mais gostosa do mundo, são pertencentes à capital da Emiglia-Romagna
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Capital da Emiglia-Romagna, Bologna é carregada de história: marcada pelas construções medievais, datadas desde de 510 a.C., a província está localizada entre os rios Reno e Savena, o que a torna um ponto estratégico para o escoamento da produção agrícola da região. Em termos de população, com cerca de 394 mil habitantes, é a sétima maior cidade da Itália.
Conhecida como La Rossa – A Vermelha – é repleta de edificações em tons de terracota, em grande parte ornamentadas com pórticos que garantem a proteção de locais e turistas que circulam pelas ruas e calçadas nos dias de sol ou de chuva. Ainda sobre a arquitetura, destacam-se as torres Garisenda e Asinelli, construídas no final do século XII como demonstração do poderio econômico das famílias de nobres que nomeiam os monumentos.
Uma das principais atrações da cidade é a Piazza Maggiore, ponto de encontro dos bolonheses e de visitantes de todas as partes do mundo. Além da efervescência de atividades concentradas no local, chama a atenção a estátua de Netuno, o deus dos mares, obra do ano de 1654.
Além dos elementos urbanísticos, Bologna é uma das principais referências culturais da Europa, seja por abrigar a mais antiga Universidade do Ocidente, seja pela rica programação de eventos, que inclui um dos mais reconhecidos festivais de jazz do continente, tradicionalmente realizado no mês de novembro.
Para quem visita a Itália, o aeroporto de Bologna, o Guglielmo Marconi, fica a seis quilômetros de distância do centro da cidade, e para transitar entre os dois pontos há diversas estradas, muito bem pavimentadas, que também permitem o acesso a outras importantes localidades como Milão, Florença e Roma.
Fundada no ano de 1088, a mais antiga Universidade do Ocidente está em Bologna. Atualmente constituída de 11 escolas
Biblioteca da Alma Mater Studiorum: acervo imponente e arquitetura exuberante
Os corredores da Alma Mater Studiorum emanam história
e 33 departamentos, a Alma Mater Studiorum surgiu, naquele ano, como uma organização de estudantes livre e laica. Por meio da arrecadação de doações, os próprios acadêmicos é que mantinham os professores da instituição.
Um dos berços do Direito Romano, afastada de quaisquer interesses políticos e religiosos dominantes à época, a entidade se dedicava, em seus primórdios, ao ensino de Lógica, Astronomia, Medicina, Filosofia, Matemática, Retórica, Gramática e, posteriormente, Teologia, Grego e Hebraico.
É neste cenário que se convenciona a importância da independência das leis que defendem a autonomia do ensino e proteção do Estado em relação à Universidade, princípio que até hoje permeia os ambientes acadêmicos de todo o mundo. É também na Universidade de Bologna que se iniciam as mais importantes discussões sobre o Direito tal qual é conhecido atualmente.
Entre os ilustres acadêmicos que passaram pela instituição estão o teólogo e escritor Dante Alighieri; o astrônomo e matemático Nicolau Copérnico; assim como o semiólogo e escritor italiano Umberto Eco. Ainda, no século XVI, Gaspare Tagliacozzi leva os primeiros estudos de cirurgia plástica, como parte da chamada “idade de ouro” da medicina em Bologna.
Mais recentemente, o alcance da Alma Mater foi expandido, com diversos campus pela Itália, além de um na Argentina. Ainda assim, permanece com a forte presença no centro e nas regiões periféricas de Bologna, desenvolvendo um constante e crescente interesse em novas tecnologias e respeito pelo meio-ambiente, o que é considerado de suma importância para manter-se no mercado e na linha de frente da educação.
Em 2020 a Universidade subiu três posições no ranking mundial da Times Higher Education, tornando-se a universidade europeia mais preparada para o futuro e fazendo história ao ocupar o 6º lugar entre as melhores do mundo. Atualmente, dos quase 100 mil estudantes, cinco mil são estrangeiros, o que demonstra a vocação da Universidade de Bologna com o resto do planeta.
COMIDA MAIS GOSTOSA DO MUNDO
Além dos diversos atrativos arquitetônicos e culturais, a cidade de Bologna tem como um dos principais destaques a gastronomia. Não à toa, o famoso molho a bolonhesa é uma homenagem à província italiana. Por lá, a comida é levada tão a sério, que um dos apelidos carinhosos da capital da Emiglia-Romagna é “A Gorda”, já que sempre é possível se experimentar pratos como tortellini in brodo, o tagliatelle com ragu e uma boa mortadela.
Um dos pontos imperdíveis para quem quer se deliciar por lá é o FICO Eataly World – Fabricca Italiana Contadina ou Fábrica de Agricultura Italiana –, o maior parque gastronômico do mundo. A proposta do local é unir em um só espaço todas as etapas da cadeia de alimentação, desde a área dos animais, hortas e plantações, passando pelas fábricas, mercados, até chegar aos restaurantes. Além disso, o parque conta com espaços educacionais, salas de convenções e até uma sala de cinema.
Outro “prato cheio” é o Mercato di Mezzo, um mercado interno de alimentos, que funciona na cidade desde a Idade Média. Hoje o local é dividido em três andares, onde há quiosques de frutas e vegetais, restaurantes e mercearias de produtos artesanais que passaram de geração para geração.
Em 2022, a província ganhou o título de detentora da melhor comida do mundo, de acordo com a avaliação popular do Condé Nast Traveller. Segundo a publicação, a “capital gastronômica da Itália” é a responsável por dar ao mundo iguarias como o parmesão, o presunto Parma e o vinagre balsâmico. Entretanto, os motivos para a honraria estão ligados à forma como chefs e cozinheiros nativos dominam as habilidades de usar os mais nobres e frescos ingredientes, seja em pratos sofisticados ou na comida de rua. ||
O FICO Eataly World é o maior parque gastronômico do mundo