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REVISTA IT FORUM
ÍNDICE REVISTA IT FORUM • ABRIL 2014
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INTEGRAR É PRECISO complexidade ao unir sistemas e pressão por eficiência foi o cenário de Denise Ciavatta, do Grupo Latam Airlines, em uma das principais fusões de empresas de aviação na América Latina
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NOVAS RELAÇÕES Líderes de negócio ganham poder de negociação e compra de tecnologia, com impacto na indústria e na TI Corporativa – principalmente para o CIO 6
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ANTES DA TI, A ESTRATÉGIA A evolução do papel do CIO brasileiro que, cada vez mais, reporta-se diretamente à presidência executiva local
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PARABÉNS, WWW! World Wide Web completa 25 anos. O que esperar dos próximos 25?
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CONEXÃO PARA VESTIR Os dispositivos vestíveis, ou wearables, dão sinais de rápido crescimento. Já é hora de se preparar para o impacto no mundo corporativo
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EXPEDIENTE
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EDITORIAL
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INFO
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ENTREVISTA
Foto: Ricardo Benichio
Mundo novo VITOR CAVALCANTI
EDITOR
VCAVALCANTI@ITMIDIA.COM.BR
T
rabalhar com o mercado de tecnologia talvez seja um das atividades mais prazerosas. Trata-se de uma indústria que te abre uma série de possibilidades, te abraça com novidades o tempo todo e, ao mesmo tempo, te insere num contexto de regras e governança que auxilia na formação pessoal e profissional. É verdade, também, que esse
mundo novo a que somos convidados a experimentar diariamente pode assustar. Ele nos traz desafios muitas vezes impensáveis. Há dez anos a indústria pensaria em levar um discurso de tecnologia mais parrudo, envolvendo ERP, sistemas de recursos humanos ou CRM, para um departamento que não a TI da maneira que faz hoje por meio do que eles chamam de LoB (line of business)? O CIO há dez anos ou mais imaginaria que seu posto seria colocado em teste por tendências tecnológicas que, por diversos momentos, ele titubeia em aceitar, como redes sociais, mobilidade, cloud e todo o universo da economia digital? Da mesma maneira, o mercado é chamado a repensar modelos de negócio pelo cenário que se cria a partir de tendências que são abraçadas pela população. Exemplos conhecidos vêm da indústria de mídia, onde se enquadra a própria IT Mídia. A forma de consumir conteúdo foi completamente impactada pelo comportamento das pessoas nas redes sociais e também em dispositivos móveis, obrigando mudanças no estilo dos profissionais do editorial e também no formato final de entrega, seja com
lançamento de aplicações móveis, no formato da revista e até no site de notícias. Resolvi trazer para o editorial esse contexto de mudanças e transformação porque ele está permeado em toda esta edição da Revista IT Forum que você, leitor, tem agora em mãos. A reportagem gerada a partir do IT Forum Debate, por exemplo, fala sobre essa migração de orçamento da TI para outros departamentos e como tudo isso tem sido encarado. No especial Antes da TI, a Estratégia, a prévia do estudo retrata desafios e a evolução do papel da TI nas grandes corporações e mesmo o texto que trata dos wearables, ou tecnologias vestíveis, te convida à uma reflexão sobre uma nova revolução que está por explodir. Espero que você goste do conteúdo e tenha em mente que essa transformação e o processo de digitalização das empresas ainda serão bastante discutidos ao longo do ano, seja em nossos fóruns e debates presenciais, em nossas próximas edições impressas e também em nossa plataforma digital IT Forum 365. ITF Até a próxima!
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30 DE ABRIL A 04 DE MAIO DE 2014 IBEROSTAR BAHIA HOTEL - PRAIA DO FORTE - BA
TEMA CENTRAL
A SOCIEDADE EM TRANSIÇÃO
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CONTEÚDO: KEYNOTE SPEAKERS LUIZ FELIPE PONDÉ Foto: Divulgação
Pondé é graduado em medicina e filosofia, tem doutorado pela USP em parceria com a Universidade de Paris e pós-doutorado pela Universidade de Tel-Aviv
MARIO SERGIO CORTELLA Foto: Divulgação
Formado em filosofia, com mestrado e doutorado em Educação, Cortella é professor titular da Graduação e da PósGraduação em Educação e em Teologia e Ciências da Religião da PUC-SP e professor convidado da Fundação Dom Cabral. É Consultor e Conferencista nas áreas de Educação e Filosofia e autor de diversos livros.
PAULO VICENTE ALVES Foto: Divulgação
Professor da Fundação Dom Cabral (FDC) e doutor em administração pela FGV.
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NOVIDADE! Luciano Boseggia
Fotos: Divulgação
A gastronomia do fórum será comandada por notórios chefs! Além de muito conteúdo, relacionamento e negócios, você irá saborear grandes novidades!
Edinho Engel Tereza Paim
Vinicius Rojo
Carlinhos Awoki, com seu famoso churrasco.
GRANDES SHOWS, GRANDES ARTISTAS Fotos: Divulgação
Após os jantares, grandes artistas nacionais se apresentam em shows exclusivos.
Fernanda Abreu
Toni Garrido
Margareth Menezes
Baile do Ben (Vários artistas tocam repertório de Jorge Ben: Toni Garrido, Margareth Menezes, Fernanda Abreu e Serjão Loroza)
Informações sobre patrocínio ou participação: 11 3823-6600 | itforum@itmidia.com.br
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ENTREVISTA
GABRIELA STRIPOLI
EFICIÊNCIA ACIMA DE TUDO O
LÍDER DE TI DO GRUPO LATAM AIRLINES NO BRASIL, DENISE CIAVATTA FALA SOBRE OS DESAFIOS DE INTEGRAÇÃO E DO TRABALHO CONSTANTE PARA GARANTIR ESTABILIDADE E EFICIÊNCIA À OPERAÇÃO DE TECNOLOGIA
mercado de aviação é sensível. Uma operação complexa, com forte pressão para eficiência operacional, logística e também automação. No caso da TAM, a fusão com a chilena Lan e a formação do Grupo LATAM Airlines em 2010 evidenciou o trabalho da TI – não apenas para garantir a estabilidade operacional na integração de sistemas e operações, mas para estabelecer também uma governança única sem perder a peculiaridade local, dado o tamanho das operações. Tanto que a decisão foi manter as duas marcas distintas. No Brasil, Denise Ciavatta está à frente da tecnologia como diretora Sênior de Processos e Sistemas comercias do Grupo LATAM Airlines. Em entrevista à revista IT Fórum, a experiente executiva, que está há pouco mais de um ano de volta à empresa (ela foi gerente de TI da TAM por 11 anos, até 2007), falou da fusão e da estratégia de TI do grupo, às vésperas da Copa do Mundo, quando a estabilidade será ainda mais exigida para a empresa.
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Foto: Bruno Cavini
DENISE CIAVATTA, LĂder de TI do Grupo LATAM Airlines no Brasil
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ENTREVISTA
IT Forum - A gente sabe que, principalmente em sistemas, uma fusão do porte da LAN com a TAM representa uma operação sensível em função do volume e criticidade. Como a TI foi inserida nesse processo de integração? Denise Ciavatta - As empresas como operação na indústria estão separadas, mas a gente já tem várias áreas que são corporativas e já começam a ser um ambiente de estrutura do Grupo LATAM. A estrutura de TI é uma dessas áreas. Dentro dela, temos uma vice-presidência de TI no Chile, com meu chefe direto, o Francisco [Francisco Guimpert, vice-presidente de Processos
e Sistemas do Grupo LATAM Airlines]. E fizemos um desenho em que pudéssemos privilegiar o conhecimento das equipes, tanto no Brasil como no Chile, por isso, mantivemos uma estrutura importante aqui para garantir o atendimento da estrutura da TAM, que é muito grande. Então, hoje tenho duas responsabilidades: pela TI no Brasil, sou ponto focal dos executivos, e como um centro de excelência dentro da TI, um conceito de especialização que eu faço para a área comercial da LATAM. Tenho equipes nos dois países para garantir a empresa unificada.
ITF - E na camada da própria tecnologia, falando em sistemas e toda a plataforma por trás da operação? Denise - Nesse sentido, considero que a Latam executou um processo bem interessante. A gente buscou até benchmarking com outras empresas. Considero que estamos num estágio bem avançado. Logo após a fusão, quando as duas áreas de TI já podiam se falar, trabalhamos num projeto de conhecimento das duas empresas tanto em processos, quanto em sistemas, e fizemos um desenho do que a gente entende que seria a plataforma ideal. Claro que ainda estamos na proporção 80-20, porque muita coisa ainda tem que ser defi-
nida, mas já temos as grandes definições, um guidance d o que fazer. Isso ajuda naturalmente para um desenho de roadmap de integração e anualmente definimos as prioridades para a migração à plataforma conjunta. A LATAM tem muitos desafios de consolidação. Olhamos para arquitetura e as prioridades do negócio e definimos o que a gente leva. É um roadmap que não é de curto prazo. ITF - Uma das primeiras mudanças comunicadas ao mercado após a fusão foi a mudança do
programa de fidelidade [A TAM deixou a StarAlliance e se juntou ao programa OneWorld]. Como a TI participou disso, bem como de outras decisões estratégicas de negócio? Denise – Como TI, participamos do projeto com a contribuição que é esperada da TI em qualquer decisão de negócio: implementamos as mudanças consideradas críticas para
harmonização. A TI participa das decisões de negócio da LATAM porque é uma governança levada para o grupo. É uma coisa que já vinha da TAM, da maneira de alinhar as iniciativas de TI ao negócio. ITF - E como as soluções da TI apoiam as decisões de negócio da LATAM? Denise - Tanto a TAM como a LAN já eram empresas altamente automatizadas. Nossa indústria exige isso, com muitas soluções voltadas para
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gestão e BI, cada um com sua plataforma. O que naturalmente aconteceu durante a fusão foi que em cima das informações mais importantes, mais relevantes para tomada de decisão do negócio, nós construímos soluções, algumas delas temporárias, para ter uma visão da operação LATAM conjunta. Em paralelo, vamos buscar no mercado alternativas que sejam soluções definitivas para LATAM – e a área de BI é uma grande candidata. ITF - Hoje a aviação passa por um momento de pressão
para eficiência operacional muito forte. Como isso chega para a área de TI? Denise - São dois aspectos. Quando a gente fala de eficiência operacional, a TI tem que contribuir com soluções. Então a gente passa por discussões de como pode contribuir para redução de custos, de tempo de atendimento no aeroporto... Tudo isso, na perspectiva de negócio, faz parte da TI. E o outro ponto é que, como área, temos próprios desafios de ser mais eficientes e mais otimizados como LATAM.
ITF - Há algum exemplo prático de solução criada pensando nisso? Denise - A operação de um projeto recentemente divulgado, o Checkin Antecipado, exclusivo na América do Sul. Hoje, o cliente já tem opção de escolher, no momento da compra da passagem, se vai realizar o checkin. Ou seja, ele pode comprar hoje um voo para daqui a seis meses e já fazer checkin porque cabe a nós, com até 72 horas de antecedências, identificar a escolha dele e realizar a operação. Considero um serviço bastante interessante e inovador. ITF - E a cobrança para a TI, na LATAM, a respeito da malha aérea
da Copa do Mundo? Denise - Eu considero a TI totalmente envolvida. A gente tem feito um trabalho preparatório para a Copa do Mundo em todos os aspectos, operacionais, de melhorias, o que a gente puder fazer antes da Copa para melhorar a experiência do cliente, simplificar a vida dele, a gente pode fazer, com total prioridade para a estabilidade da operação. Estamos reforçando nossos times de plantão, nossas equipes de apoio em campo, sistemas de backup para operação no aeroporto... Tudo isso faz parte do Plano
Copa. A prioridade total é garantir a estabilidade da operação. ITF - E infraestrutura? Denise - Os próprios aeroportos passam por obras e temos alguns investimentos associados com um aeroporto novo, como o de Natal. ITF - E como alcançar o equilíbrio entre eficiência operacional e inovação, já que os passageiros exigem melhorias e novas tecnologias para checkin e uso a bordo? Denise - Quando você estrutura e tem um direcionamento estratégico das suas prioridades, isso é automati-
camente direcionado. Na LATAM, a prioridade é oferecer melhores serviços ao cliente e a eficiência operacional é uma busca constante. Na verdade, são em frentes de trabalho que a gente se organiza. Tanto as frentes de negócio como a TI em si são robustas o suficiente para levar esses projetos em paralelo. O que vai sempre existir é o momento ideal de estar com uma coisa ou outra no ar. Voltando ao tema Copa, por exemplo, a prioridade é a estabilidade, claro. Então não faz sentido nenhum uma mudança ou transformação nesse período. Mas essa é uma decisão pontual, ou seja, quando você olha para um contexto de um ano, dois anos, acaba se tornando algo pequeno. ITF Revista IT Forum | Abril 2014 1
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Quem compra aqui sou eu
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Foto: Shutterstock
Gabriela Stripoli
O uso cada vez mais intenso de tecnologia e acesso fácil à nuvem dá a líderes de negócio autonomia na contratação de soluções de TI, moldando um novo cenário do mercado corporativo
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em toda a compra de tecnologia é feita no departamento de TI, quer o CIO goste ou não. Com a tecnologia cada vez mais presente no dia a dia das pessoas, somada à facilidade com a qual usuários abrem o navegador e iniciam um software na nuvem, é possível que executivos das áreas de negócio sintam-se à vontade para contratação de soluções e serviços de TI sem consultar o diretor de tecnologia.
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Paulo Garcia, diretor de RH da WTorre
O CIO pode até citar governança e outras regras corporativas que barrariam esse fluxo, mas consultorias já calculam esse movimento – a IDC, por exemplo, projeta o investimento de US$ 6 bilhões das áreas de negócio em TI e telecomunicações neste ano, apenas no Brasil. E esse panorama foi o assunto do primeiro IT Forum Debate 2014, realizado na sede da IT Mídia, em São Paulo. Paulo Garcia, da W Torre, vem do mercado de TI, pois ocupou o cargo de CIO da incorporadora da área imobiliária por mais de quatro anos, e antes de chegar à empresa atual havia ocupado a mesma posição na Itautec por aproximadamente o mesmo período. Agora, como diretor de RH, ele relembra sua carreira e tenta buscar o CIO da companhia quando se vê face a uma solução tecnológica. Mas assumiu: “É difícil saber onde está a fronteira da TI”. Isso porque os próprios fornecedores o procuram, ou seja, querem falar com o líder da área usu2
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ária para oferecer um produto. “O que eles querem apresentar numa solução é interessante porque ela não é puramente tecnológica. Eles podem vender um serviço, um outsourcing, até pesquisa e conteúdo”, enumera o executivo. E há casos em que o CIO pode ser até um “entrave” numa negociação, nas palavras da diretora de vendas da SAP, Carolina Bastos. “Ele pode não ser o líder do projeto, mas no fim, quem executa é a parte de TI. E tem que dar certo, porque se não rolar, é ruim para todo mundo”, enfatiza. A companhia trabalha com estratégia de vendas para cada
Carolina Bastos, diretora de vendas da SAP
setor – marketing, vendas, RH, cada departamento recebe diferentes abordagens da fornecedora alemã. Segundo a executiva, pesquisas conduzidas pela própria SAP dão conta da participação da linha de negócio em 80% dos novos projetos que envolvem tecnologia; sendo 53% liderados por esses executivos. E esse aspecto é justificado. “A decisão final é sempre do usuário. Se ele não comprar a ideia, não vai ter sistema”, complementa Garcia. Prejuízos É claro que esse cenário traz uma série de desdobramentos – guerra
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Fotos: Bruno Cavini
Carlos Morais, presidente da Avanxo Brasil
Pesquisas conduzidas pela própria sap dão conta da participação da linha de negócio em 80% dos novos projetos que envolvem tecnologia; sendo 53% liderados por esses executivos
por orçamentos, descontrole das soluções de tecnologias adotadas pela empresa, e até um certo “ciúme” do líder de TI por não ser mais o decisor final na contratação. O problema mais mensurável, contudo, está no custo financeiro de soluções, seja por perda de produtividade ou de tempo no gerenciamento de ambientes tecnológicos, realizado por esses “gestores de TI involuntários”. E esse prejuízo pode alcançar US$ 24 bilhões ao ano, de acordo com um levantamento realizado pela AMI-Partners a pedido da Microsoft, com pequenas e médias empresas de todo o mundo. O montante contrasta
com os US$ 83 bilhões investidos por companhias desse porte em tecnologia e comunicações. Na prática, há inúmeras possibilidades que acarretam essa cifra. O presidente da Avanxo no Brasil, Carlos Morais, diz que possui alguns clientes os quais os gerentes de cada área de negócio usam marketplaces de tecnologia para a compra de assinaturas de softwares e soluções de cada área na nuvem. A integradora vende soluções da Salesforce.com há anos, e por isso está habituada às facilidades que a computação em nuvem inseriu no cotidiano das áreas, e às imensas Revista IT Forum | Abril 2014 2
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possibilidades de compra de soluções de nicho. Apesar da facilidade e agilidade, o alerta soa alto. “Isso não é a recomendação nunca. Tem maneiras e maneiras de se fazer isso. Às vezes, [a solução comprada] não conversa com o que a empresa tem, e precisaria de integração”, conta.
tre a TI e as áreas de negócio e um novo set de habilidades que o CIO precisa desenvolver para essa etapa do mercado. “Hoje, eu não sou um vendedor de software. Eu vendo soluções. E, assim como eu, o CIO precisa ter um discurso em conjunto com o que a empresa precisa e as necessidades do negócio, e passar isso para o CMO, COO”.
e que muitas vezes não dá ouvidos para a demanda de negócio. E até por isso a indústria reconhece que a entrada no mercado está em outras portas. No caso da SAP, isso se reflete no posicionamento de marca da companhia para o mercado. Há dois anos, a empresa criou uma iniciativa intitulada “Novas Rotas de Ida ao
Para identificar quando marketplaces e a compra independente pode ser boa, simplificadamente, Morais recomenda manter duas áreas sempre sob o guarda-chuva do CIO: infraestrutura e segurança. “Se não tem integração, não tem interferência para o negócio, é algo ‘spot’. Eu, por exemplo, comprei os serviços de RH do Linkedin por minha conta, sem consultar a TI”, exemplifica Garcia, da W Torre.
E caso o diretor de tecnologia não se aproxime do contato com as outras áreas, conhecendo a disponibilidade de soluções e ferramentas para cada uma delas, seu papel se reduz a um gerente de contratos. “As áreas de TI se reduzem ano a ano e os serviços estão sendo passados para fora. Fica o CIO sozinho, cuidando dos contratos”, observa Garcia. E essa postura é compartilhada por outros profissionais na TI Corporativa. Na plateia, Marcelo Câmara, gerente de segurança do Bradesco, enfatizou que o CIO está tão envolvido na manutenção da rotina
Mercado”. Antes conhecida como uma fornecedora de ERPs, a alemã passou a adotar o discurso de soluções e resultados para cada departamento, sedimentada pela aquisição de empresas de tecnologias específicas para cada área – a compra da SuccessFactors, fornecedora de soluções de recrutamento e recursos humanos, feita em 2011 por US$ 3,4 bilhões; e da Ariba Network, de processos de negócio em nuvem, realizada em 2012 por US$ 4,3 bilhões, são alguns exemplos. “O CIO perdeu importância sim. Hoje, as posições que eram direto-
Um novo papel para o CIO O presidente da Avanxo fala em um “equilíbrio de forças” en2
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res viraram gerentes, tem empresas nas quais ele não senta mais no board. É a realidade, porque o ERP virou um commodity, não traz diferencial nenhum”, entende o diretor de RH. Ele cita ainda a existência de muitos diferenciais competitivos gratuitos na internet, facilmente adotados pelos departamentos, eliminando a participação do dire-
são um tremendo diferencial para o dia a dia”, acredita o diretor de RH. O negociador Tudo isso, no entanto, não significa que o CIO irá desaparecer e que cada área terá a decisão por si própria da compra de tecnologia. Regina Pistelli, CIO do Grupo ABC, companhia da área de mídia – jus-
Hoje não sou vendedor de software. Eu vendo soluções. E, assim como eu, o CIO precisa ter um discurso em conjunto com o que a empresa precisa e as necessidades do negócio, e passar isso para o cmo, coo tor de TI na negociação. “Isso você não vai passar para o CIO antes de adotar. Serviços do Google, para o pessoal do marketing, por exemplo, 2
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tamente o setor citado por Garcia frente a tantas possibilidades gratuitas e na nuvem – vê essas mudanças como “um caminho sem
volta”, mas o fato de cada vez mais os negócios dependerem do mundo digital é crucial para a existência de um líder de tecnologia. “O que acontece no Grupo ABC é primeiro procurar sua solução, depois procurar a TI. Você tem que se relacionar muito com seus pares, se comunicar muito bem. Senão, é isso mesmo: a área está fazendo al-
guma coisa com TI, mas não te consulta”, expôs a executiva, da plateia. Ela mencionou um caso recente, quando a diretora de RH teve contato com a SAP. E foi então que o bom relacionamento com a liderança em TI permitiu a condução de uma negociação clara, traduzindo as especificidades tecnológicas para o departamento, quando tanto o fornecedor quanto o usuário e o mercado estavam alinhados nos objetivos e linguagens. O líder de negócio e a indústria estão alinhados e já negociam juntos. Cabe a você, líder de TI, participar dessa mesa. itf
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Um ano Ú como qualquer outro (mas um pouco diferente) Felipe Dreher
Cenário apontava para muitas incertezas no mercado brasileiro para 2014. Indústria preparou as estratégias e vem enfrentando um trimestre atípico de arrancada 2
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EDUARDO GALLO, DA SERVICE IT: “Fala-se muito de inovação, mas o mercado acaba comprando o feijão com arroz”
ltimo trimestre de 2013. Havia certa apreensão no ar, executivos olhavam o horizonte com dúvidas a respeito do que esperar de 2014. O CEO da BRQ IT Services, Benjamin Quadros, chegou cunhar, na ocasião, o termo “o ano de cinco fevereiro” para definir o futuro próximo que se desenhava. A frase, uma alusão ao mês tradicional pelo carnaval (evento que, quando acaba, informalmente marca o reinício da vida econômica do País), resumia um pouco a sensação geral na indústria.
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Foto: Ricardo Ben
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As reticências pairavam e não era só pelo calendário: possibilidade de termos um ambiente estranho até o fim do carnaval, que caiu em março; muitos dias de interrupções no trabalho e na produção em junho/julho por conta da Copa do Mundo; e ainda um contexto de instabilidade até a definição nas urnas que elegerão o político que governará o País pelos próximos quatro anos, em pleito programado para o segundo semestre. Na verdade, o sinal de alerta se acendeu na indústria antes mesmo do terceiro trimestre do ano passado. Outro fator surgia para compor o contexto: economistas vinham rebaixando sistematicamente suas previsões de crescimento da economia nacional. Mas as previsões do futuro são interessantes por diversos fatores. Nem sempre estão certas e permitem adotar uma postura mais adequada para as tempestades que se formam ao longe. E é basicamente esses pontos que, de certa forma, vêm dando a tônica para o ano que se desenrola. Até o momento, um mix entre esses dois fatores permeia as rotinas de quem vende TI.
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indústria Foto: Caroline Bittencourt
Rodrigo Parreira, da PromonLogicalis: três componentes movem projetos e impulsionam a indústria de TI no mercado brasileiro: crescimento orgânico, compensação de demandas reprimidas e inovação
O fator psicológico Muitos acusam que 2014 se inicia bem interessante. “Começou melhor do que esperávamos”, reconhece Benjamin Quadros, citado no início desse texto e presidente da BRQ IT Services, quando questionado sobre o desempenho de sua empresa em janeiro e fevereiro. A promessa de um ano ruim, pelo menos a princípio, não se concretizou. Diversos executivos com quem conversamos revelaram situação similar. Se essa reportagem fosse feita há seis meses, Roberto Dariva, CEO da Navita, possivelmente estaria com uma bandeira levantada em meio ao bloco dos empresários pessimistas. “Mas 2014 começou surpreendendo”, pondera. “Algumas coisas 3
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de dezembro espirraram para o começo desse ano”, comenta o executivo que, mesmo com economia difícil, espera crescer 25% até dezembro. A Service IT também sentiu essa continuidade de projetos. 2014 começou como se 2013 não tivesse acabado para a integradora, que pretende crescer 20% e faturar R$ 86 milhões este ano. Há, contudo, algumas diferenças que valem ser salientadas. Eduardo Gallo, presidente da provedora, cita que não concordava com seus pares que previam que o ano seria atípico ou extremamente ruim. Em visita a clientes, na hora do cafezinho, até ouvia seus interlocutores citarem Carnaval, Copa, eleições, “mas quando sentávamos para conversar, os projetos continuavam de pé. Ninguém me dizia que iria investir menos”, comenta. Trimestre a trimestre No curso normal das coisas, o segundo semestre é sempre mais agitado para a indústria de tecnologia em comparação ao primeiro. Um componente interessante é a sazonalidade. Questionamos na pesquisa Radar TI, realizada em parceria com a Advance Market, empresários da área para compreender suas expectativas e, na sua percepção, não haverá impactos dos grandes eventos em sua sazonalidade de vendas.
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INDÚSTRIA
A opinião de Rodrigo Parreira, CEO da PromonLogicalis para a América Latina, é diferente do que mostrou a pesquisa: “Se olhar minha estrutura, nossa análise aponta que a demanda do Q2 [junho/julho/agosto] vai ser antecipada e não prorrogada, revertendo um primeiro trimestre forte em vendas, um segundo trimestre forte em receita e uma retomada de vendas no Q3”, detalha. A mesma percepção é compartilhada por Dariva, da Navita. Como várias empresas relataram uma ótima arrancada de ano, nada mais justo questionar o motivo para esse aquecimento nos negócios, atípico ao primeiro trimestre. “Não tenho essa resposta, mas tenho algumas suspeitas”, reflete Gallo, que não descarta algo relacionado a antecipação por parte dos compradores. “Acho que projetos não comprados no ano passado, foram tratados agora”, opina. Ele cita que, historicamente, negócios prospectados e não fechados até o final de dezembro normalmente somem das prioridades das companhias para o exercício seguinte. Isso, na sua visão preliminar, está diferente agora. Mas o “fator Copa” pode estar envolvido nesse comportamento? “Pode ser, mas talvez seja algo muito mais psicológico do que real. O CIO não diz que compra projeto agora por conta do evento”, adiciona o líder da Service IT. De fato, o executivo se assume um pouco cético quanto ao planejamento na América Latina. Aí pode estar outro ponto para responder à questão (que traz ainda um alento para quem vende tecnologia). “Nós, os latinos, somos muito mais instintivos e inventivos. Acho que se o cliente está antecipando o investimento e aquele investimento der um resultado para ele, duvido que não continue fazendo outros investimentos ao longo do ano. Óbvio que todo cliente começa o ano com orçamento X para gastar. Se comprou mais agora, é possível que compre menos depois.” CHOQUE DE REALIDADE Aparentemente, a expectativa de um calendário difícil e a possibilidade real do baixo crescimento econômico fez os provedores de tecnologia prepararem suas estratégias para o ano. “Lá por setembro tinha muita coisa para acontecer e ninguém tomava decisão. Na ocasião, parece que houve um freio nos investimentos”, recorda Dariva. “O que fizemos? Mudamos a estratégia”, resume. O executivo detalha que a empresa mexeu em processos, adequou margens, mirou maior volume e criou uma abordagem modular para suas ofertas. Segundo ele, esse conjunto, preparou a empresa para um cenário turbulento. A preparação na Promon considerou também fortalecimento do portfólio e adição de conceitos que considera relevante para o momento pelo qual passa a indústria. Afinal, aos poucos percebe-se uma mudança no papel 3
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Setores vistos como promissores pela indústria • Varejo • Serviços • Telecom • Logística
Verticais vistas com investimento médio em TI • Finanças • Utilities
Segmentos encarados com investimento fraco este ano • Manufatura • Governo
Fatores internos e externos que devem impactar negativamente a empresa em 2014 • Falta de mão de obra qualificada • Economia fraca, inflação e câmbio • Falta de planejamento e marketing
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13,17%
1,92%
7,37%
13,9% 3,7%
1,9%
3,2%
1,6%
2,5%
10,3%
14,3%
20,98
indústria
Expectativas quanto ao crescimento do PIB Crescimento do mercado de TI Crescimento das empresas entrevistadas
Abril
Julho
Setembro
Fevereiro
2013
2013
2013
2014
Pib brasileiro realizado 2013 Projeção para 2014 dos empresarios Projeção do pib para 2014 / governo
2,3* 1,96 1,70**
Expectativa de crescimento do mercado de TI para 2014
7,17%
Expectativa de crescimento do mercado de TI para 2014
do gestor de TI. Esse novo CIO, na visão de Parreira, atuará mais como um gestor de portfólio de serviços, com discurso alinhado à estratégia das organizações. Apesar dessa inevitável mudança em quem compra tecnologia nas corporações, por enquanto, os projetos concretizados são conhecidos: outsourcing, virtualização, banco de dados, infraestrutura para rodar ERP. A indústria assume a missão e reconhece a importância de levar no discurso questões como cloud, big data e social. O primeiro conceito de certa maneira já decolou, o restante ainda soa como algo um pouco distante. “Fala-se muito de inovação, mas o mercado acaba comprando o feijão com arroz”, comenta Gallo. 3
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15,77%
No mesmo questionário que indagamos sobre a sazonalidade esperada de vendas, perguntamos aos executivo à frente de empresas que vendem tecnologia o sentimento quanto à economia nos próximos meses. Eles apontaram uma expectativa de crescimento da economia brasileira na casa de 2% sobre o ano passado. “No fundo, tem um lance que, quando dizem que o país vai crescer 1%, é preciso considerar que isso se trata de uma média. Algumas indústrias avançarão 10% e outras encolherão. Quem se posiciona tem chance de ser bem sucedido”, pondera o CEO da PromonLogicalis. Nesse cenário, um fenômeno que não se pode esquecer é que a indústria de TI vem registrando desempenho descolado do PIB. Os mesmos executivos que apontaram para uma taxa baixa de expansão econômica acreditam em crescimento de 7% nos resultados do setor de tecnologia da informação no País, afinal, o discurso é: tecnologia é uma arma poderosa para reduzir custos e garantir eficiência em tempos de crise. Parreira faz uma breve análise do que vê Brasil afora e que resume essa questão. Na sua avaliação, em mercados de TI não tão maduros, como é o caso do brasileiro, há três componentes que movem a indústria e geram projetos: crescimento orgânico, compensação de demandas reprimidas e inovação. “São vetores que se somam”, julga, para adicionar:
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Sazonalidade de vendas 24,26%
23,14%
22,36%
2013
26,5%
25,76%
Q1 Q2
2014
26,09%
26,85%
Q3 Q4
25,02%
Faturamento por categoria de oferta hardware
15%
software
35%
serviço
50%
“Ainda tem muita lenha para queimar nessas frentes”. O segredo para captar isso tem sido uma postura realista/pessimista nas projeções durante o planejamento. E aí, como diz Quadros, o empresário precisa “trocar a cabeça de um cenário de crescimento para um de conservadorismo”. A provedora de serviços, mesmo assim, espera crescer 20% este ano e atingir um faturamento de R$ 550 milhões. A projeção da BRQ não destoa muito da taxa de crescimento do mercado. As empresas brasileiras de TI, em média, esperam que seu faturamento cresça em torno de 16% esse ano em comparação com 2013. Tudo bem então? Temos visto que as coisas andam
*Ainda não confirmado pelo governo **Relatório Focus/Banco Central
animadas no lado da indústria, mas isso significa que será um ano como qualquer outro? “Não. Vai ser um ano cheio de emoções. Com inseguranças econômicas, políticas e sociais”, comenta o líder da BRQ. Perceba que falou-se bastante em planejamento estratégico, mas, talvez, mais importante que isso, tempos incertos pedem execução. Não podemos esquecer que “o papel aceita praticamente tudo”. Agora, colocar em prática o que foi planejado é algo para profissionais. “O que fazemos? Gestão financeira na vírgula e valorizar e reter os melhores profissionais”, afirma Quadros, cuja empresa direciona bastante atenção à execução da estratégia. Se o Carnaval passou batido, talvez seja bom a indústria manter o sinal amarelo ligado para Copa do Mundo (não dá para descartar greves, manifestações e outros fenômenos) e eleições. Apesar de ser um evento que ocorre a cada dois anos e, ao que tudo indica, não haverá rupturas estruturais independentemente de quem levar o pleito, trata-se de algo que mexe com o cenário macroeconômico brasileiro. Ainda é cedo para afirmar com precisão como as coisas tendem a se desenrolar até dezembro. Possivelmente, 2014 será um ano como todos os outros, isto é, cheio de peculiaridades, oportunidades, desafios, vitórias e derrotas. O importante é não perder o foco nos objetivos e correr atrás das metas. itf Revista IT Forum | Abril 2014 3
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ANTES DA TI, A ESTRATÉGIA
Presença Vitor Cavalcanti
estraté g 3
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Ilustração: Shutterstock
é gica
Apesar dos desafios crescentes à posição de CIO, nos últimos quatro anos, aumentou o número de executivos de TI entre as 500 maiores empresas do País que respondem diretamente ao presidente
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ANTES DA TI, A ESTRATÉGIA
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izer que o CIO tem ampliado seu papel estratégico dentro das empresas em um momento em que se enxerga grandes desafios à carreira nesta posição pode parecer apenas mais um texto motivador ou de embasamento raso. Mas, ao menos entre as grandes corporações, se observa uma guinada ao digital de tal forma que o executivo de TI – aquele preparado ou aberto ao novo – ganha um papel fundamental, seja na busca por inovação tecnológica que possa ser aplicada numa transformação empresarial ou numa virada no modelo de negócio, na integração das tecnologias e dos anseios tecnológicos dos demais departamentos. O assunto em questão virou pauta da Revista IT Forum quando, na análise dos resultados prévios do estudo Antes da TI, a Estratégia, produzido pela IT Mídia em parceria com o consultor de TI Sérgio Lozinsky, e comparando os números com os resultados dos três anos anteriores, observou-se, entre as 500 maiores empresas do Brasil, um aumento no porcentual de executivos de TI que respondem diretamente à presidên4
É VERDADE QUE MUITOS DEPARTAMENTOS TÊM GANHADO UM ORÇAMENTO ESPECÍFICO PARA INVESTIR EM TECNOLOGIA MESMO SEM PASSAR PELO CRIVO DA TI
cia. É verdade, também, que nesse perfil de corporação muitos executivos já assumiram uma postura de ‘homem de negócio’ há algum tempo e muitos deles acumulam outras responsabilidades, como operações e supply chain. Vamos aos números. Quando questionados sobre como a TI estava posicionada na empresa, 47% dos CIOs participantes deste ano disseram que reportavam diretamente à presidência. Em 2011, primeiro ano do estudo, esse índice era de 35,4%. Ao mesmo tempo, caiu o porcentual de executivos que respondem diretamente à área financeira, saindo de 33% em 2011 para 27% em 2014. Houve ainda queda entre os que respondem a uma TI regional ou global, e isso pode ser reflexo de mudanças no mercado - diversas empresas se reestruturaram nos últimos anos e criaram no Brasil suas lideranças regionais. E está praticamente estável, na casa dos 17%, os CIOs que respondem para uma área de negócio que não finanças. Talvez este último item seja de importante observação. Como
muitos departamentos têm conquistado um orçamento próprio para compra de aplicações tecnológicas, fala-se muito na perda de importância do CIO ou em uma mudança tão radical no perfil do executivo hoje líder de TI que culminaria até com o fim da posição no formato que conhecemos atualmente. Alguns radicais arriscam a dizer que, a depender do andar das coisas, a área voltaria ao status de gerência, respondendo para alguma área de negócio, deixando de ser compradora exclusiva e até perdendo o posto de consciência tecnológica da corporação – algo muito difícil de acontecer. É verdade que muitos departamentos têm ganhado um orçamento específico para investir em tecnologia sem mesmo ter que passar pelo crivo da TI, diversos estudos de mercado apontam essa tendência, mas não há nada de apocalíptico nisso. O marketing surgiu como um dos precursores desse movimento, por trabalhar com prazos diferentes de outras áreas e ter, em diversas ocasiões, a agilidade como fator fundamen-
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COMO A TI ESTÁ POSICIONADA NA ORGANIZAÇÃO?
2014
2013
47,4%
37,9%
27,4%
33,3%
17,9%
16%
7,4%
11,5%
0%
1,3%
2012
2011
32%
35,4%
Subordinada à presidência
37%
33%
Subordinada à área financeira
21%
17,7%
Subordinada a outra diretoria de negócios
9%
10%
Subordinada a uma área de TI regional ou global
1%
3,8%
Funciona como uma empresa à parte, prestando serviços ao grupo
tal de sucesso. E quando se fala em uma era mais digitalizada com iniciativas em analytics, redes sociais e CRM, os prazos impostos pela TI tradicional são considerados demasiadamente morosos, culminando em ações mais independentes. Hoje, inclusive, já despontam comportamentos similares no RH e supply chain, por exemplo. Quando se olha o lado do fabricante, os desdobramentos também são visíveis. As grandes empresas têm investido em uma abordagem
AINDA QUE O ORÇAMENTO ESTEJA EM OUTRO DEPARTAMENTO, O TRABALHO EM CONJUNTO É IDEAL PARA A CORPORAÇÃO.
chamada em inglês de LoB (sigla para Line of Business), ou executivos que atendem especificamente as linhas de negócio. Mas é interessante observar que, apesar dessa configuração, o discurso da indústria não fala em abandonar o contato com o CIO, que, para eles, continua sendo uma figura importante no sentido de trabalhar integração, garantir mais inteligência ao negócio e mesmo em muitos casos referendar a solução do ponto de vista tecnológico. Ou seja, ainda que o orçamento esteja em outro departamento, o trabalho conjunto é ideal para a corporação e até para o futuro do projeto. Em uma breve análise, o consultor parceiro da IT Mídia para o Antes da TI, a Estratégia, Sérgio Lozinsky, lembrou que o tema tecnologia da informação tem se tornado cada vez mais complexo, com multiplicidade de técnicas, processos, fornecedores e áreas funcionais atendidas – ressaltando que essas áreas não ficam passivas esperando uma ação da TI, mas vão atrás, testam e muitas vezes têm orçamento para compra de determinada solução. “E
isso requer uma liderança mais bem preparada, com muita experiência e integrada ao negócio. O diretor da área, portanto, precisa ter um status similar aos dos demais executivos da empresa”, resumiu. Muitas companhias, lembra o consultor, já reconhecem e praticam a ideia de que o departamento de TI é extremamente estratégico ao negócio e capaz de liderar ou suportar grandes mudanças. Já em relação à subordinação financeira, Lozinsky entende que os números mostram uma evolução natural do mercado, uma vez que o controle financeiro sob a TI podia representar conflito de interesses já que outras diretorias poderiam demandar projetos maiores, mais caros e mais importantes e não necessariamente conseguirem aprovação, já que a análise levava em consideração apenas a questão financeira. Voltando um pouco ao próprio perfil desse CIO, que participa do conselho, de discussões altamente estratégicas e circula bem entre as áreas de negócio – algo que levamos para o IT Forum 2013 sob o tema “O CIO que Revista IT Forum | Abril 2014 4
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ANTES DA TI, A ESTRATÉGIA você precisa ser: mudar ou mudar, essa é a realidade do executivo de TI. Mas como fazer essa virada?” -, poucos executivos conquistaram o posto de destaque atual apenas por mérito próprio ou pelo valor agregado ao negócio, como ressaltou Lozinsky. Muitos vieram de outras empresas, alguns assumiram e estão em processo de transição, alguns ainda estão em preparação, embora já ocupando espaço, e outros, sim, previram algo diferente pelo caminho, buscaram conhecer cada vez mais de negócio e se converteram no CIO padrão que o mercado quer: um executivo de negócio que se comunique bem, tenha
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espírito de liderança, saiba reter e trabalhar talentos, tenha ótimo relacionamento com os demais departamentos (até para garantir uma integração ao negócio), seja capaz de fazer as perguntas corretas em reuniões de planejamento estratégico e, obviamente, conheça TI, mas com a sensibilidade de entender quando e como determinada tecnologia pode ajudar a suplantar um desafio e saber expor esse posicionamento de maneira clara e entendível por quem não detém o conhecimento técnico. Assim, voltamos ao início do texto. Mesmo com pressão por redução de custo, mais eficiência e necessida-
de de trabalhar integração cada vez maior com as áreas de negócios, não foi uma surpresa constatar o crescimento de CIOs que respondem diretamente à presidência. Existe, sim, um espaço para evolução do departamento e do líder da área, como pontuam diversos especialistas. E entre corporações que atingiram um nível elevado de maturidade de TI, a área não é vista como centro de custo há tempos, assim como já é encarada como braço estratégico, sobretudo, em momentos de transformações como o atual, marcado por um acelerado processo de digitalização dos negócios. itf
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ANTES DA TI, A ESTRATÉGIA
Força
Móvel Desde o início do estudo, mobilidade e segurança estiveram na lista das dez tecnologias foco para CIOs das 500 maiores do Brasil, com destaque para 2013 e 2014, quando esses dois tópicos ocuparam o topo da lista. Isso pode ser traduzido da seguinte maneira: além de todo o movimento de se investir em tecnologias móveis de maneira geral, segurança ocupa um espaço cada vez maior na estratégia corporativa, culminando inclusive com
uma liderança de SI independente da TI. E mais que isso, muitas empresas entenderam que, para o sucesso de um projeto móvel, segurança precisa estar presente desde a sua concepção para evitar problemas com vazamento de dados e até mal uso do dispositivo. Voltando à lista, na prévia de 2014, pela primeira vez surgem nuvem pública e redes sociais, mostrando mudança no comportamento dos executivos e até na estratégia corporativa.
2014
4
Tecnologia
Porcentual
Mobilidade
70,10%
Segurança da Informação
65,40%
Sistemas de gestão empresarial (ERP + CRM + BI)
61,70%
Backup site / data center / Contingências
52,30%
Aplicações web
51,40%
Virtualização
43,00%
Cloud computing (private cloud)
42,10%
Ferramentas de colaboração
39,30%
Redes sociais
29,90%
Cloud computing (public cloud)
28,00%
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2013 Tecnologia
Porcentual
Mobilidade
81,40%
Segurança da Informação
69,20%
Sistemas de gestão empresarial (ERP + CRM + BI)
59,60%
Backup site / data center / Contingências
53,80%
Aplicações web
52,60%
Virtualização
50,60%
Cloud computing (private cloud)
48,70%
Ferramentas de colaboração
45,50%
Gestão do Conhecimento
36,50%
Storage
30,10%
2012 Tecnologia
Porcentual
Segurança da Informação
72,83%
Virtualização
63,04%
Sistemas de gestão empresarial (ERP + CRM + BI)
57,61%
Aplicações web
57,61%
Backup site / data center / Contingências
56,52%
Mobilidade
55,43%
Ferramentas de colaboração
50,00%
Cloud computing (private cloud)
35,87%
Gestão do Conhecimento
33,70%
Storage
31,52%
2011 Tecnologia
Porcentual
Segurança da Informação
72,83%
Aplicações web
63,04%
Mobilidade
57,61%
Virtualização
57,61%
Sistemas de gestão empresarial (ERP + CRM + BI)
56,52%
Backup site / data center / Contingências
55,43%
Ferramentas de colaboração
50,00%
Cloud computing (private cloud)
36,96%
Gestão do Conhecimento
33,70%
Storage
31,52%
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ANTES DA TI, A ESTRATÉGIA
Quem é esse CIO? Ele ganha mais, ampliou seus conhecimentos via MBA, especialização ou mestrado e, em sua maioria, tem formação em TI e assumiu o cargo atual ao mudar de empresa. Vale observar nos gráficos também o fato de que quase 50% dos respondentes enxergam o departamento como uma área preparada para liderar ações planejadas, mesmo com a participação de entes terceiros.
2014
2013
MBA
58,20%
56,00%
Especialização
18,70%
16,90%
Mestrado
15,40%
14,20%
Graduação
6,60%
10,20%
Doutorado ou Pós-Doutorado
1,10%
2,20%
Técnico
0,00%
0,40%
Formação do Gestor de TI*
2014
2013
44,00%
40,30%
Formação tecnológica e oriundo da própria TI
31,90%
36,40%
Formação na área de negócios e oriundo da própria empresa
15,40%
10,80%
Formação na área de negócios e oriundo de outra empresa
8,80%
12,50%
Perfil do Gestor de TI* Formação tecnológica e oriundo de outra empresa, mas também da área de TI
No ano de 2013, as iniciativas previstas no Plano de TI*
2014
2013
40,90%
44,70%
28,40%
20,30%
Foram integralmente realizadas
11,40%
9,80%
Foram parcialmente realizadas, por falta de capacidade
11,40%
13,00%
8,00%
12,20%
Foram parcialmente realizadas, mas outras necessidades ganharam prioridade e também foram executadas Foram integralmente realizadas, e ainda houve outras necessidades também atendidas por TI no período
de execução ou por restrições no orçamento Foram integralmente realizadas, mas alguns projetos foram estendidos para o ano de 2013 4
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Em relação à execução do Plano Estratégico de TI você considera que
2014
2013
2012
47,90%
41,20%
45,90%
29,80%
26,40%
22,95%
22,30%
32,40%
31,15%
2014
2013
Acima de 501 mil
27,50%
17,80%
301 mil - 400 mil
26,40%
16,90%
201 mil - 300 mil
24,20%
27,60%
401 mil - 500 mil
13,20%
16,00%
Até 200 mil
8,80%
21,80%
(marque a resposta que melhor se aplica)**
A estrutura atual da TI está bem qualificada e capacitada para conduzir as ações planejadas, ainda que com alguma participação de terceiros A TI funcionará como uma gestora dos projetos, que serão conduzidos por provedores de serviços e soluções selecionados Há necessidade de reforçar a estrutura de TI para executar o Plano Estratégico, tanto em quantidade quanto em capacidade para desenvolver as ações previstas
Salário anual em R$*
* questão incluida no estudo em 2013 ** questão incluida no estudo em 2012
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MUNDO DIGITAL
REDAÇÃO*
FERRAMENTA INDISPENSÁVEL AO COMPLETAR 25 ANOS, A WORLD WIDE WEB CAMINHA PARA SUA MATURIDADE, MAS AINDA HÁ MUITO O QUE EVOLUIR, SEJA EM ENTENDER O POTENCIAL, MODELO DE NEGÓCIO, SEGURANÇA OU APLICABILIDADE SOCIAL
A
World Wide Web chegou aos 25 anos e, diferente do que você deve ter ouvido falar, isso é bom para você. Não importa o malware, a fraude, toda a pornografia gerada, a desinformação, os discursos de ódio, o Rickrolling (considerado um dos primeiros memes da internet, quando uma pessoa clica num link que a redireciona para o clipe da música Never Gonna Give You Up, de Rick Astley), a perda de tempo, ou a questão social que extrapola para a interação humana. Temos que nos envergonhar apenas de nós mesmos.
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A web se tornou um meio de comunicação indispensável, capaz de abrigar conteúdos que vão do banal ao brilhante, do mais bobo ao sublime. Ela tornou-se uma interface para a participação democrática, para o comércio, ciência, saúde, publicidade e entretenimento. É a porta para conexão e contenção, um motor econômico. Como você deve saber, a web não é a internet, como muitas pessoas imaginam. Ao digitar “25th anniversary of the” no Google, o algoritmo de autocompletar irá sugerir primeiro “25th anniversary of the Internet”, antes de “25th anniversary of the World Wide Web”. Isso acontece, em parte, porque em 2006 comemorou-se os 25 anos da internet. Na ocasião, houve um reconhecimento da padronização do protoloco IP e do TCP (transmission control protocol), por meio da publicação da RFC 791 e RFC 793, em setembro de 1981. Mas você poderia selecionar outras datas relevantes para celebrar, como 1º de janeiro de 1981, quando a ARPANET, precursora da internet, mudou de NCP para os protocolos TCP/IP. A internet, como rede das redes, não tem um ponto único de origem, mas tem diversos marcos. E o mesmo pode ser dito da web. Alguns devem se lembrar que, em 2013, houve uma celebração de 20 anos da web, mas com base no primeiro site, publicado pelo CERN em 1993. Revista IT Forum | Abril 2014 4
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MUNDO DIGITAL 1. O big data influenciará
2. A internet irá facilitar
“Quando o custo para coletar informações de todas as interações virtuais ter reduzido a zero, os insights que iremos ganhar sobre nossa atividade no contexto das ações de outras pessoas irá alterar significativamente a forma como nos relacionamos, tanto com instituições quanto com o futuro. Nós nos tornaremos mais entendidos sobre as consequências de nossas ações”, Patrick Tucker, futurista, editor da revista “The Futurist” e autor do livro “The Naked Future: What Happens In a World that Anticipates Your Every Move?”
“Com as tecnologias móveis e aplicativos de compartilhamento de dados se tornando onipresentes, podemos esperar melhora significativa na consciência das populações rurais, analfabetos e pessoas com acesso restrito à informação prejudicadas por oportunidades perdidas pelos governos graças à manipulação e corrupção. Assim como a Primavera Árabe, veremos mais revoltas emergindo”, Rui Correia, diretor de NetDay Namíbia, organização africana que defende o acesso livre à computação como promoção do desenvolvimento social
mais ações e comportamentos do público
a consciência política
O mundo social http://bit.ly/1kEL2sK
O mapa traz em formato gráfico as interações dos usuários do Facebook ao redor do mundo. Trata-se de uma combinação de informações de usuário, localização e latitude e longitude de cada cidade. Vale lembrar que essa é apenas uma amostra do mapa de conexões sociais na web, algo já previsto há alguns anos. 5
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3. Segmentações
perigosas surgirão
“Temos de pensar seriamente sobre os tipos de conflitos que irão surgir em resposta à crescente desigualdade, produzidos e ampliados por meio de transações na rede que beneficiam segmentos cada vez menores da população global. A mídia social irá facilitar e ampliar os sentimentos de perda e abuso. Ela também irá facilitar o compartilhamento de exemplos e instruções sobre como desafiar, resistir e/ou punir o que será cada vez mais visto como sendo injusto.” – Oscar Gandy, professor de Estudos da Comunicação da Escola Annenberg, da Universidade da Pensilvânia
4. A internet vai trazer
5. Novos modelos de
“A internet está se transformando de uma biblioteca global para um supercomputador global. Em 2025, quase todas as aplicações ou serviços que podemos imaginar serão melhorados por uma enorme capacidade computacional que permitirá aplicações generalizadas para mineração, inferência, reconhecimento, tomada de sentido, modelagem, bem como a computação contextual proativa.” – Mike Liebhold, pesquisador sênior do “Instituto para o Futuro”
“Haverá aumento de franquias e compartilhamento de informações. Teremos mudanças nos modelos de negócios para se adaptar à economia de comunicação digital e armazenamento. Podemos finalmente começar a votação pela internet, mas só se tivermos realmente fortes métodos de autenticação disponíveis. A privacidade deve ser aprimorada, mas a transparência sobre quais informações são retidas sobre os usuários também tem que aumentar. Mais negócios vão nascer no mundo online dentro de um contexto de mercado global”, Vint Cerf, vice-presidente e evangelista-chefe de internet do Google
a era do “supercomputador mundial”
negócios vão nascer
O impacto da Web Dados de 81 países, incluindo indicadores de gênero, direito de privacidade, censura, open data, entre outros.
http://invent.ge/1dr0J77
A web foi desenvolvida sobre a internet, com base em uma proposta escrita em 12 de março de 1989 por Tim Berners-Lee. Ela nada mais é que uma forma de apresentar informações – textos, imagens e sons – a partir de um software chamado navegador por meio da linguagem HTML e do protocolo de transferência HTTP.
“Na internet, as conexões são cabos entre computadores; na web, as conexões são links de hipertexto”, explica Berners-Lee em seu site. “...A web tornou a internet útil, porque as pessoas estão realmente interessadas em informação e não querem saber de computadores e cabos”.
Berners-Lee lançou o primeiro navegador, chamado WorldWideWeb antes de ser rebatizado de Nexus, em dezembro de 1990. Outros browsers vieram, sendo o NCSA Mosaic 1.0, lançado em abril de 1993, um dos mais notáveis por ter sido o primeiro a mostrar texto e imagens juntos, na mesma página. Revista IT Forum | Abril 2014 5
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Mundo digital
A web visualizada pelo tráfego
O site tem a capacidade de mostrar o tráfego da web por país. Ao acessar, basta digitar o nome da nação e esperar o resultado. O site de busca do Google, normalmente, está entre os principais acessos http://bit.ly/1gBP6ea
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Isso mudou tudo. Abriu um mundo habitado anteriormente apenas por especialistas em computação para pessoas menos técnicas, ainda que muitas daquelas pessoas se retiraram da grande web para a simplicidade da rede social que oferece uma forma de expressão simples e comercialmente amigável: o botão “Curtir”. Na esperança de que todo esse movimento sobreviva e dê um salto com a revolução móvel, separamos cinco gráficos que mostram um pouco do resultado da transformação da WWW. itf *Com informações da InformationWeek EUA
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MUNDO DIGITAL 1989
1996
TIM BERNERS-LEE CRIA A WWW No laboratório europeu de física CERN, Tim Berners-Lee cria a World Wide Web com a ajuda de Robert Cailliau para uma proposta de financiamento. Mais tarde, Cailliau desenvolve junto com Nicola Pellow o primeiro navegador web para o Mac OS. PRECURSOR DAS BUSCAS Brewster Kahle inventa o primeiro sistema publicação da internet, o WAIS, sigla para Wide Area Information Server. Foi um dos primeiros programas a indexar grandes quantidades de dados de modo que eles pudessem ser “buscáveis” em grandes redes.
1990
LINUX Linus Torvalds cria o Linux e se torna um dos principais apoiadores de softwares open source
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Pela primeira vez, são enviados mais e-mails do que cartas nos Estados Unidos.
1991
World Wide Web aberta ao público pela primeira vez
1993
MOSAIC O Centro Nacional para Aplicações de Supercomputação (NCSA) cria o navegador Mosaic, ajudando a popularizar a World Wide Web entre o público em geral.
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1998
Primeiro blog surge na internet com o advento de ferramentas de publicação para usuários não-técnicos. INTERNET DNS Tan Tin Wee funda o sistema de nomes de domínio multilíngue, o DNS, bem como seu instrumental na internacionalização. Nos anos 90, sob sua liderança, Cingapura hospeda os primeiros websites chineses.
2001
Jimmy Wales lança Wikipedia, quando havia meio milhão de usuários de internet
2010
China domina o uso da internet, com mais de 450 milhões de usuários no país
1999
Introdução do DNSSEC, protocolo que garante acesso a sites seguros
2011
Casamento real entre o príncipe William e Kate Middleton bate recorde e se torna o maior evento assistido na internet. A UCLA, universidade onde a rede ARPAnet surgiu como precursora da WWW, abre seu primeiro centro histórico da internet.
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TEMA CENTRAL
A SOCIEDADE EM TRANSIÇÃO 27 A 31 DE AGOSTO DE 2014 IBEROSTAR BAHIA HOTEL - PRAIA DO FORTE - BA
KEYNOTE SPEAKERS LUIZ FELIPE PONDÉ Foto: Divulgação
Pondé é graduado em medicina e filosofia, tem doutorado pela USP em parceria com a Universidade de Paris e pósdoutorado pela Universidade de Tel-Aviv
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MARIO SERGIO CORTELLA Foto: Divulgação
Formado em filosofia, com mestrado e doutorado em Educação, Cortella é professor titular da Graduação e da Pós-Graduação em Educação e em Teologia e Ciências da Religião da PUC-SP e professor convidado da Fundação Dom Cabral. É Consultor e Conferencista nas áreas de Educação e Filosofia e autor de diversos livros.
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IT FORUM 2014
SOCIEDADE TRANSIÇÃO EM
REDAÇÃO
NUM MUNDO CADA VEZ MAIS DIGITALIZADO, EMPRESAS, PESSOAS E INSTITUIÇÕES GOVERNAMENTAIS SE DEPARAM COM NOVOS DESAFIOS. ONDE TUDO ISSO VAI PARAR?
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G
randes rupturas sempre provocam a criação de novos modelos de sociedade. Foi assim na era medieval, na época das grandes navegações, depois com a Revolução Industrial e, mais recentemente, com o advento da tecnologia. Hoje, contudo, o mundo vive um momento de transição, na qual a sociedade ainda convive com nuances de um modelo pós-industrial, mas já desponta para o que diversos especialistas chamam de era digital. Ainda não chegamos lá totalmente, é verdade, mas tudo sofrerá – e já sofre - grande impacto por esse mundo digital que já dá mostras do que deve ser. Empresas precisarão repensar seus modelos de negócios, profissões desaparecerão e novas surgirão, a forma como a sociedade está organizada e a maneira como nos relacionamos uns com os outros também passará por transformações. Toda essa reflexão será levada para o IT Forum 2014 dentro do tema “Sociedade em Transição – Da era industrial à era digital”.
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IT FORUM 2014 Foto: Photogama
MARIO SERGIO CORTELLA, FILÓSOFO
Na abertura do encontro, o filósofo Luiz Felipe Pondé terá a missão de criar uma grande reflexão sobre os modelos de sociedade que surgem a partir de grandes rupturas. A ideia do especialista é iniciar uma abordagem a partir do que acontecia na era medial, passando por outros marcos históricos até chegarmos ao momento atual, onde as tecnologias digitais assumem papel de grande importância na vida cotidiana. Até por sua formação - graduado em medicina e filosofia, tem doutorado pela USP em parceria com a Universidade de Paris e pós-doutorado pela Universidade de Tel-Aviv -, ele usará de conceitos filosóficos, como narcisismo, ambivalência e efemeridade para contextualizar esse mundo digital. Dando sequência à discussão do tema central, o filósofo Mario Sergio Cortella tratará dos impactos desse novo modelo de sociedade nos relacionamentos. O que ganhamos e o que perdemos com o advento de um mundo cada vez mais digitalizado? Como ele mesmo diz: “Antes estávamos longe, mas estávamos perto; hoje estamos perto, mas estamos longe”. E para constatar isso de maneira muito simples basta olhar o comportamento de um grupo de amigos em bares, um momento tradicional de reunião que, muitas vezes, ganha um vazio pela interação com os dispositivos eletrônicos. 6
ANTES ESTÁVAMOS LONGE, MAS ESTÁVAMOS PERTO; HOJE ESTAMOS PERTO, MAS ESTAMOS LONGE
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5 debates Integração - Depois do software, o desafio da integração no mundo convergente
As ondas no mundo de TI não param. Houve a época de se fazer tudo em casa, depois o momento de terceirizar toda a operação, a hora de apostar em infraestrutura, depois em aplicações avançadas... Agora, com tudo baseado em software e a nuvem sendo o novo outsourcing, o desafio é integrar. Você está preparado?
Analytics - Transformar dados em informação
Depois da euforia em torno de BI, analytics e outras ferramentas que propiciam análise de dados, o momento é de refletir sobre esses projetos e entender o valor que essas iniciativas geraram ao negócio.
Direito Digital - Riscos legais da implantação da mobilidade na força de trabalho
Todos querem mobilidade e não importa como será o processo – se com aparelho fornecido pela empresa, ou via programas de traga seu próprio dispositivo (BYOD, da sigla em inglês). Mas quais cuidados precisam ser tomados legalmente nesse tipo de iniciativa?
Cloud - Viabilizando novos modelos de negócio
Use o poder da computação em nuvem para gerar benefícios que vão além da economia de recursos ou mesmo eficiência, mas gerando novas oportunidades e até outros formatos de negócio para sua empresa.
Diálogo entre áreas: como o CIO transita entre seus pares
Cada vez mais áreas de negócios envolvem-se em projetos de TI, seja liderando compras e contratando provedores ou mesmo na concepção do projeto junto ao departamento de tecnologia. Como o CIO tem lidado com isso? Revista IT Forum | Abril 2014 6
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IT FORUM 2014 Foto: Nadson Carvalho
PAULO VICENTE ALVES, DA FUNDAÇÃO DOM CABRAL
4 plenárias Diferentemente dos anos anteriores, o IT Forum 2014 terá quatro sessões plenárias: 1 - Abertura, por Luiz Felipe Pondé 2 – O Futuro em Quatro atos, por Paulo Vicente Alves, da FDC 3 – O que ganhamos e o que perdemos nas relações pessoais, por Mario Sergio Cortella 4 - Painel Antes da TI, a Estratégia. Serão apresentados os resultados da quarta edição do estudo produzido pela IT Mídia em conjunto com o consultor Sérgio Lozinsky.
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Afora o contexto histórico e toda a discussão em torno do impacto nos relacionamentos, a IT Mídia convidou o professor da Fundação Dom Cabral (FDC) Paulo Vicente Alves para traçar um panorama de futuro. A partir da apresentação “O Futuro em Quatro Atos”, ele mostrará diversas transformações que aconteceram no planeta ao longo da história e concluirá com um retrato do que podemos esperar dessa sociedade até 2040. ITF
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TENDÊNCIA Mesmo antes de acontecer, wearables são reais - o iPod, com uma pulseira, se transforma em relógio
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Karen Ferraz
revolução anunciada Apesar de estar em seu estágio inicial, tendência deve invadir mundo corporativo nos próximos anos e empresas precisam se preparar para mais uma onda
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o presente a mente, o corpo é diferente. E o passado é uma roupa que não nos serve mais”. Esses versos entoados por Belchior na canção Velha Roupa Colorida, lançada em 1976, podem muito bem retratar o momento em que vivemos. A necessidade de renovação e inovação se faz urgente como tentativa de acompanhar a velocidade das mudanças tecnológicas que irrompem nossas vidas e modificam a forma como interagimos com outras pessoas e coisas, e também na maneira como trabalhamos. Revista IT Forum | Abril 2014 6
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TENDÊNCIA
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dos vestíveis mais comentados do mundo, o “Google Glass”. Enquanto isso, outras companhias entram nessa corrida, dando pistas sobre projetos semelhantes. Tudo isso pode soar muito geek, mas o fato é que à medida que barreiras e preconceitos forem quebrados por consumidores, a adoção ganhará novas proporções e, consequentemente, impactará o mundo corporativo. USO NAS EMPRESAS E mesmo com esse estigma futurista, o mercado faz previsões positivas. A Deloitte estima que 10 milhões de produtos da categoria serão vendidos até o final de 2014, gerando US$ 3 bilhões de receita. No entanto, antes de se pensar em adoção no mundo corporativo, existem diversos pontos a serem resolvidos, como a duração da bateria, popularização dos preços, segurança e privacidade das informações, dentre outros. E como você, leitor sabe, todos esses tópicos são críticos dentro das empresas. Contudo, como salienta Angela McIntyre, diretora de pesquisa do Gartner para mobilidade, tecnologias vestíveis e outras tendências, os preços cairão com a ampliação do uso entre consumidores e a disseminação dos wearables no ambiente empresarial será inevitável mesmo assim, de médio a longo prazo.
Telefónica aposta na expansão de vestíveis De olho no potencial dos aparatos vestíveis, a Telefónica já selou uma parceria global com Samsung, Sony e LG para permitir a integração de serviços e aplicações com os dispositivos dessas fabricantes. Os serviços foram desenvolvidos com objetivo de permitir o melhor aproveitamento de dados gerados por wearables.
Foto: Divulgação
Se voltarmos alguns anos, nem imaginávamos o quanto seríamos dependentes de aparelhos para operar tarefas básicas, como encontrar um endereço. O fato é que as ondas de tecnologia trazem consigo promessas de revoluções inevitáveis, como já vimos com o telefone, a televisão, o computador e, mais recentemente, smartphones e tablets. E você já deve ter percebido qual é o hype da vez: estamos falando das tecnologias vestíveis, ou wearables. O conceito engloba qualquer aparato tecnológico que possa ser vestido, como óculos, relógios e pulseiras. Eles também carregam o conceito smart, sugerindo a capacidade de integração entre corpo e ambiente, bem como outros dispositivos e sensores conectados à internet. Estaríamos, então, mais próximos de acessar gadgets que conferiam capacidades adicionais a personagens da ficção, como o agente secreto James Bond e o inspetor Dick Tracy, para executar nossos trabalhos? Basta olhar os lançamentos que dominam diversos eventos de tecnologia: anúncios de relógios inteligentes (ou smartwatches) de fabricantes como Samsung, LG, Motorola e Sony, além do sistema operacional lançado pelo Google para rodar nesse tipo de dispositivo, o Android Wear. Por sinal, a empresa é a criadora do que talvez seja um
A operadora já possui um serviço para smartwearables, o “Tu Go”, lançado este ano no Reino Unido. Trata-se de um aplicativo que permite realizar e receber chamadas em múltiplos dispositivos pelo Wi-Fi, tudo integrado em uma única linha telefônica, e já conta com 300 mil clientes naquele país, podendo ser expandido para os mercados da América Latina e Europa. Atualmente, a telco trabalha no desenvolvimento de algumas aplicações baseadas em serviços de saúde e bem-estar e fitness, em sensores biométricos e em entretenimento. A oferta de aplicações destinadas ao mercado de B2B para o gerenciamento de produtividade a partir de dados coletados por essas tecnologias também está em análise. “O que temos hoje em termos de vestíveis é apenas uma pequena ponta do iceberg e acreditamos na forte expansão desse mercado”, avaliou Daniel Hernadez, diretor global de compra de dispositivos do grupo espanhol, em entrevista durante o evento.
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Foto: Divulgação
TENDÊNCIA O mundo dos vestíveis
Wearables estão entre as 10 tecnologias que mais impactarão o mundo em 2014 (Fórum Econômico Mundial)
2013 2014 primeira cirurgia com apoio do Google Glass no Brasil, em Salto (SP)
Uma extensão do corpo
Enquanto as utilidades para os wearables ainda têm sido bastante questionadas, as aplicações para fins de saúde talvez sejam as mais bem resolvidas. Sendo assim, as indústrias de saúde e fitness são as mais avançadas na proposta de produtos, serviços e aplicações nessas tecnologias. No ano passado, a indústria faturou U$1,6 bilhão, de acordo com a Gartner, que estima que a receita para vestíveis (dispositivos, aplicativos e serviços) deve alcançar U$5 bilhões em 2016. As funcionalidades mais evidentes são oferecidas por relógios e pulseiras inteligentes, equipadas com sensores e medidores capazes de ler informações sobre o corpo e atividades em tempo real, bem como sobre o entorno. Além disso, o Google Glass já está sendo testado por médicos em cirurgias, de modo que informações, diagnósticos, orientações técnicas e opiniões de outros especialistas podem ser visualizadas na tela do acessório por comandos de voz, sem necessidade de manuseio, deixando as mãos livres durante operações.
10 milhões de unidades serão vendidas, gerando
U$3 bi
US$500 preço médio (Deloitte)
Usuários
Menos de um milhão atualmente 10 milhões em 2016 100 milhões em 2020 (Deloitte)
Principais desafios
• Alto preço de mercado • Peso dos dispositivos • Maior duração da bateria • Desenvolvimento do ecossistema de apps • Integração com dispositivos • Conectividade com rede (Wi-Fi e 3G)
“O que temos hoje de concreto são alguns projetos-piloto em andamento, e as conversas sobre wearable estão começando a acontecer entre empresas e fabricantes”, mensura Angela. Dentre as principais aplicações, a especialista destaca o potencial de crescimento para uso de câmeras vestíveis em serviços de campo ou seja, empresas que possuem funcionários realizando operações remotamente. Por exemplo, durante o reparo de peças valiosas de equipamentos, em que é possível transmitir imagens sobre a situação e contar com opiniões de especialistas. “Essas câmeras estão sendo propostas nas tecnologias vestíveis, mas talvez a forma mais otimizada está nos óculos inteligentes que, por meio da realidade aumentada, fornecem acesso a informações adicionais em seu display”, acrescenta. As indústrias mais beneficiadas por esses óculos incluem companhias que possuem técnicos, engenheiros e outros funcionários de campo,
indústrias de manutenção, saúde e manufatura, aponta o Gartner. A companhia prevê um impacto na economia de US$ 1 bilhão por ano até 2017 em trabalhos de campo, proporcionados pela capacidade de identificação e solução de problemas mais rapidamente a partir desses dispositivos, dispensando a necessidade de deslocar outros especialistas a lugares remotos. Outra aplicação possível para os óculos vestíveis está em segurança e policiamento, de modo que as primeiras cenas de operações poderão ser registradas, bem como a atuação dos agentes envolvidos, fornecendo subsídios para outras ações investigativas. A provedora de software de segurança Digitfort, por exemplo, concluiu recentemente a integração de sua solução de segurança VMS (Video Management Software) com o Google Glass. No início deste ano, a empresa foi convidada para fazer parte do programa de desenvolvimento de aplicativos para os óculos do Google, após
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TENDÊNCIA
GOOGLE GLASS, óculos inteligente do Google
SMARTGLASSES
O acessório em forma de óculos tem conexão com internet e permite interagir com diversos conteúdos com realidade aumentada. O mais famoso é o Glass, do Google, até agora restrito somente à comunidade de desenvolvedores. A expectativa de lançamento é ainda para este ano, Enquanto isso, outras empresas também estão nessa corrida, dando pistas sobre projetos semelhantes.
APLICAÇÕES
Saúde, trabalhos de campo, monitoramento de vídeo e segurança, comunicação
INDÚSTRIAS
Empresas que possuem técnicos, engenheiros e outros funcionários de campo; indústrias de manutenção, saúde, farmacêutica, manufatura, óleo e gás; varejo e companhias que possuem grandes equipes de venda
PULSEIRAS INTELIGENTES
PULSEIRA FITBIT, da empresa de mesmo nome, monitora atividades físicas
Esses dispositivos digitais, também chamados de smart fitnes bandsm, são equipados com sensores voltados principalmente para aplicações de saúde e fitness, como medidores cardíacos, pedômetros e outros monitores de atividades.
APLICAÇÕES
Planos e programas de saúde para colaboradores
INDÚSTRIAS
Saúde e fitness, comunicação, moda, entretenimento, serviços, varejo
SMARTWATCHES
GEAR 2, o novo smartwatch da Samsung
Relógios computadorizados que vão além de simplesmente mostrar as horas. São capazes de executar aplicativos e se integrar com outros dispositivos, como smartphones e tablets. Por enquanto, a conexão dos modelos disponíveis é feita via bluetooth, mas fabricantes como Samsung têm planos de lançar esses produtos com conexão móvel ou wi-fi. Além de câmera, GPS e outros recursos, muitos trazem sensores internos e externos, como monitores cardíacos.
APLICAÇÕES
Monitoramento de saúde para colaboradores, monitoramento de vídeo e segurança, comunicação
INDÚSTRIAS
Saúde, fitness, comunicação e utilities (especificamente para casas inteligentes)
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despertar atenção da fabricante de ferramentas para desenvolvedores Embarcadero com seu aplicativo destinado a smartphones. Por meio do software, é possível capturar imagens da câmera Glass em tempo real e transmiti-las diretamente via 3G ou wireless para uma central de monitoramento, onde são armazenadas. Dessa maneira, a solução pode ser utilizada para ajudar a polícia em operações, transporte, inspeções de carga para empresas portuárias, aeroportos, estacionamentos, e entre outros, detalhs Carlos Bonilha, presidente da Digifort. “A aplicação é muito nova no mundo e somos a primeira empresa a utilizar software de segurança VMS no Google Glass. É o futuro, mas o dispositivo ainda está sendo aperfeiçoado e a expectativa é que ele seja lançado até o fim do ano”, comenta Bonilha. O executivo aposta na disseminação do Glass tanto para segurança, quanto para outras aplicações nas empresas, apesar do preço alto. “As empresas que viram o projeto ficaram muito interessadas, já que o sistema de monitoramento móvel hoje é muito precário, pois as câmeras são grandes e precisam de muita bateria. E o Google Glass, apesar de sofisticado, funciona em um sistema simples e é uma alternativa eficiente para monitoramento onde não há câmeras”, acrescenta.
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DESAFIOS PARA ADOÇÃO CORPORATIVA
PREÇO: o valor inicial desses dispositivos será alto, especialmente os smart glasses. Analistas sugerem que o uso começará por executivos de alto nível
PRIVACIDADE: políticas de uso deverão ser pensadas especificamente para os vestíveis. Analistas sugerem as políticas do BYOD como ponto de partida SEGURANÇA: como essas tecnologias ainda não são maduras, ainda não está claro o quanto as informações transmitidas por elas estão seguras
REGULAMENTAÇÃO: não há até o momento nenhuma regulamentação específica
sobre uso de vestíveis em ambientes públicos e corporativos, mas o assunto desperta muita polêmica, especialmente quanto ao uso de smartglasses
APLICAÇÕES E SOFTWARES: é imperativo para que esses gadgets sejam úteis nas empresas a existência de aplicativos e softwares específicos para cada indústria e suas necessidades
PREPARE-SE PARA O FUTURO O mercado de wearables ainda está em seu estágio inicial, nem mesmo as tecnologias estão maduras o suficiente. Enquanto fabricantes lançam e testam conceitos, tentando medir o potencial do mercado, consumidores e empresas buscam compreender quais benefícios poderão ser extraídos na prática. “Em primeiro lugar, o desafio das empresas será identificar como o negócio poderá ser beneficiado e demonstrar a razão para a adoção”, evidencia Ignacio Perrone, consultor de serviços e tecnologias de comunicação e informação da Frost & Sullivan para a América Latina. O especialista também acredita que a adoção irá acontecer gradualmente, assim como se deu na mobilidade, com smartphones e tablets. “Apenas os executivos do topo terão acesso no início, depois cairá para outros níveis hierárquicos.” Segundo ele, em dois em anos os wearables já serão uma realidade
no ambiente corporativo, com grande uso para comunicação, como, por exemplo, para envio de alertas e executar outras tarefas através de aplicações de negócios. A segurança, por sua vez, deve preceder a questão do preço, realça Angela, do Gartner. “As companhias devem assegurar que as informações captadas e transmitidas por esses dispositivos estão criptografadas, como serão armazenadas nos servidores e como será o acesso a elas.” Como primeiro passo, os dois analistas sugerem uma adaptação das políticas de BYOD para os vestíveis, educando usuários e explicando as consequências de usos indevidos e divulgações de informações, como um vídeo gravado por um óculos inteligente. “O melhor a fazer é estar preparado para o futuro e sua imprevisibilidade. Por isso, os CIOs devem focar nos desafios imediatos, que já foram apresentados na tendência do BYOD, recomenda Perrone. ITF Revista IT Forum | Abril 2014 7
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TI em SaĂşde
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Dados que valem uma vida Gabriela Stripoli*
Tecnologias analíticas avançadas representam uma quebra de paradigma para o setor de saúde – que ainda enfrenta problemas na base no mercado brasileiro
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uando falamos em big data, analistas citam saúde como uma das áreas promissoras na adoção da tendência ao lado do setor financeiro. Na ponta, tecnologias de análise de dados são fundamentais para pesquisas científicas. É o caso do projeto Genoma, decodificação genética do ser humano. “Há um imenso valor e ainda estamos descobrindo como usar esses dados, onde será o impacto para prevenção e cura de doenças. O que sabemos é que é imensamente importante capturar esses dados”, resume o vice-presidente de plataformas HealthShare da Intersystems, Robert Nagle.
A fornecedora de tecnologias e plataformas possui forte atuação na área médica e possui, inclusive, um projeto de pesquisa em parceria com a Global Alliance for Genomics and Health que usa os dados do genoma já mapeados para auxiliar no tratamento de doenças. Hoje, de acordo com Nagle, são 3 mil doenças para as quais já existem testes genéticos. O executivo admite, contudo, o estágio “primitivo” do projeto, ainda longe de capitalização. A grande promessa, contudo, reside nos dados não estruturados. Em primeiro lugar devido à importância que os dados têm para o desenrolar de cada caso, seja para o paciente quanto para a instituição. Em segundo lugar, pelo imenso volume de informações não estruturadas disponíveis – descritivo de médicos e da equipe de enfermagem, exames de imagem, descrição de terapias, entre outros. A chave é: muitos deles já estão disponíveis. “Há enorme benefício em encontrar maneiras de tirar proveito dessa informação. Procurar episódios similares e prevenir tratamentos custosos, tanto para o paciente, quanto para a instituição médica. Olhar para registros, detectar padrões e identificar se algo parecido já ocorreu antes”, exemplifica Nagle. Exemplos práticos A organização Parnassia atende de pacientes com problemas psiquiátricos e tinha como objetivo reduzir Revista IT Forum | Abril 2014 7
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os casos de isolamento de alguns deles. Após a implantação do prontuário eletrônico do paciente (PEP), pela primeira vez a instituição se viu com dados que possibilitavam um projeto piloto analítico, com fins de pesquisa clínica para determinar padrões de pré-isolamento com vistas a evitar essa medida, considerada o último caso no tratamento de pessoas com problemas psicóticos. A meta do projeto era determinar quais palavras ou frases, na descrição do corpo médico e de enfermeiros, precediam um caso de reclusão – tendo assim valor preditivo. As informações coletadas entre outubro e abril de 2011 foram analisadas com o iKnow, ferramenta de analytics para dados não estruturados da Intersystems, em registros de 524 pacientes. Desses, 21% eram de pacientes isolados. Foi possível determinar, então, o uso de palavras mais frequentes no caso de isolamento, como caótico, conflito, estado psicótico maníaco, falta de cuidado motor, impressões sem empatia, discussões, entre outros. Assim, de acordo com a Parnassia, o corpo clínico concluiu que o método de análise de texto oferecido pela ferramenta foi suficiente para prever riscos, complementando a terapia e o tratamento e, assim, evitando a reclusão. “Hoje, apenas 20% das informações médicas estão disponíveis em dados estruturados”, contabiliza o conselheiro sênior para informática biomédica da Intersystems, Dirk Van Hyfte. Formado em psiquia7
dirk van hyfte, conselheiro para informática da Intersystems
Apenas 20% das informações médicas estão disponíveis em dados estruturados” Dirk Van Hyfte, da Intersystems
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tria, ele conta que para conseguir essa precisão na “análise preditiva” a tecnologia tem que partir das peculiaridades das descrições e assim estabelecer um padrão. Assim como os preceitos da computação cognitiva e inteligência artificial, o sistema “aprende” a linguagem utilizada em um smart index, para depois ser relacionado com um dicionário de ontologia e só então fazer as correlações. Essa abordagem é oposto do método tradicional top-down, que parte de um conhecimento pré-estabelecido. “Na saúde, especificamente em analytics, para construir um sistema de alerta com o smart index você deve considerar as palavras usadas em um contexto. E por isso o sistema é tido como baseado em linguagem real”, resume o cientista. “Para fazer sistemas, temos que ter a certeza de que eles não sejam algo desconexo da realidade. Temos que partir do nosso mundo: a gente sempre pensa em procurar algum termo, mas em analytics na saúde temos que pensar diferente, em grupos, para que os termos em si sejam evidenciados”, ele diz. Van Hyfte vê muitos outros casos onde o iKnow e outras tecnologias analíticas para dados não estruturados podem ser aplicados. É o caso do diagnóstico e prevenção da hepatite C, câncer de mama, entre outros. REALIDADE BRASILEIRA No Brasil, são poucos os hospitais, clínicas, laboratórios ou instituições que já contam com aplicação
de inteligência analítica avançada. O Fleury, por exemplo, chegou até a testar um piloto com a tecnologia da Intersystems para a segmentação de pacientes com base em critérios complexos, combinando dados estruturados e não estruturados, a exemplo do que já ocorre em alguns hospitais e instituições médicas na Bélgica, Holanda e Luxemburgo. O momento em que a companhia vive, contudo, com estudos de ofertas de compra de parte do grupo e outras operações administrativas, adiou a execução do plano. Outro cliente da Intersystems, o governo do Distrito Federal, vê analytics como uma “segunda fase” após a informatização da rede de 20 hospitais, 69 centros de atenção primária e 20 laboratórios. Neste ano, contudo, o processo eleitoral deixou esse andamento para segundo plano. “O Brasil, embora seja um mercado em crescimento, não tem o primeiro passo para analytics que é a informação clínica eletrônica, em comparação com os níveis de Estados Unidos, Europa. É algo muito recente, e casos como o do DF são primários”, opina o diretor geral da América Latina da Intersystems, Carlos Eduardo Nogueira. De fato, a presença do PEP é exceção de tal modo que é difícil encontrar dados precisos onde ele esteja presente. De acordo com o estudo Antes da TI, a Estratégia na Saúde 2013, realizado pela IT Mídia em parceria com Sérgio Lozinsky, consultor em gestão de negócios e TI, e com o apoio de ClauRevista IT Forum | Abril 2014 7
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No Brasil, são poucas as instituições com PEP, além de enfrentar problemas infraestruturais como redes que suportariam um projeto de Big Data
dio Giulliano Alves da Costa, diretor de TI da Bionexo e diretor-presidente da FOLKS eSaúde, 65% das instituições já utilizam de algum modo o prontuário eletrônico. O número, no entanto, não pode ser tomado como parâmetro para a saúde nacional. A amostragem de respondentes é de 167 instituições, a maioria delas privadas, com forte predomínio no Estado de São Paulo (40,7%). A questão é que aproximadamente 70% da rede é representada pelo Sistema Único de Saúde (SUS), ou seja, há uma enorme base não medida que ainda mantém dados valiosos em papel, impossibilitando a TI de chegar até eles. Uma nova abordagem A questão do uso de tecnologia analítica é crucial para a mudança de abordagem do setor de saúde frente a tecnologias. De acordo com Nogueira, é uma tendência mundial que os negócios da área se voltem a terapias e políticas preventivas. “É uma gran8
robert nagle, VP de plataformas HealthShare da Intersystems
de mudança. Você deixa de olhar para a doença e olha para a saúde do paciente. E isso ajuda enfrentar o momento de crise que o setor de saúde está vivendo”, analisa o executivo. Claro que a viabilidade também esbarra em problemas de infraestrutura. É necessário capacidade de rede e armazenamento para que toda essa informação seja utilizada e trafegada, de modo a impactar até mesmo o dia a dia dos médicos, enfermeiros. Nogueira cita um exemplo trivial, como o programa do governo federal Saúde da Família, pelo qual alguns médicos visitam os pacientes em seus domicílios e já utilizam tablets e smartphones para o input de informações. “A tecnologia é meio e está acontecendo. Isso não só no Brasil, mas na América Latina como um todo. A tecnologia é um meio, e será necessária a mudança de gestão das instituições para amarrar isso tudo”, conclui. itf *A jornalista viajou a Orlando para o Intersystems Global Summit, onde a reportagem foi produzida, a convite da Intersystems
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INFOGRÁFICO
O PAPEL DOS CIOS DE EMPRESAS
MAIS INOVADORAS QUE A SUA UMA PESQUISA DA HARVARD BUSINESS ANALYTIC SERVICES PATROCINADA PELA RED HAT DESCOBRIU QUE COMPANHIAS QUE ABRAÇAM A INOVAÇÃO COM A ÁREA DE TI ESTÃO TRANSFORMANDO SUAS OPERAÇÕES NO ENGAJAMENTO COM CONSUMIDORES, CRIANDO NOVOS MODELOS DE NEGÓCIO, E DESENVOLVENDO NOVOS SERVIÇOS E PRODUTOS. TODAS ESSAS COMPANHIAS POSSUEM UM CIO COM ESSAS SEIS CAPACIDADES PARA AJUDAR SUAS EMPRESAS A ATINGIREM RESULTADOS ACIMA DA MÉDIA. SÃO ELAS:
LIDERANÇA INOVADORA COMEÇA NO TOPO NOS NEGÓCIOS LIDERADOS PELA TECNOLOGIA, CIOS ASSUMEM MAIS RESPONSABILIDADE LADO A LADO COM O CEO
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DOS CIOS EM COMPANHIAS INOVADORAS USAM UMA ABORDAGEM ESTRUTURADA, PORÉM RÁPIDA, PARA PREVENIR A SOBRECARGA NA TI E CRIAR UMA ORGANIZAÇÃO CAPAZ DE ENTREGAR E RESPONDER ÀS MUDANÇAS MAIS EFETIVAMENTE
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CIOS SÃO ESTRATEGISTAS DE NEGÓCIO QUASE METADE (46%) DO TEMPO DE SEUS CIOS DEVE SER GASTO DIRECIONANDO A INOVAÇÃO DE NEGÓCIO VERSUS “MANTER TUDO RODANDO”
ESTRUTURE A INOVAÇÃO E AJA RÁPIDO
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FAÇA TODO MUNDO PENSAR COMO LÍDER COLABORAÇÃO É CRÍTICA PARA O CIO FOCADO EM INOVAÇÃO. 61% USAM TIMES MULTIFUNCIONAIS
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SUPORTE NOVAS OPORTUNIDADES DE NEGÓCIO DOS LÍDERES EM COMPANHIAS INOVADORAS DIZEM QUE SEUS CIOS E DEPARTAMENTOS DE TI ENTENDEM OS OBJETIVOS GERAIS DO NEGÓCIO E SÃO VISTOS COMO DECISIVOS
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INVESTIR E RECOMPENSAR A INOVAÇÃO CIOS EM COMPANHIAS INOVADORAS SÃO DUAS VEZES MAIS PROPENSOS A INVESTIR EM TECNOLOGIAS EMERGENTES
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