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REVISTA
TVS A TO UP
Junho de 2014
Luiz Felipe Pondé
Mario Sergio Cortella
Paulo Vicente Alves
A SOCIEDADE
EM TRANSIÇÃO DA ERA INDUSTRIAL À ERA DIGITAL
EXECUTIVO DE TI DO ANO 2014: CONHEÇA OS VENCEDORES DE CADA CATEGORIA w w w. i t f o r u m 3 6 5 . c o m . b r
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REVISTA IT FORUM
ÍNDICE REVISTA IT FORUM • JUNHO 2014
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IT FORUM DEBATE Analytics, nuvem, diálogo com áreas de negócio, direito digital, integração de sistemas e inovação: o que empresas estão fazendo frente aos desafios de uma TI complexa e onipresente?
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DESCOMPASSO Antes da TI, a Estratégia mostra que as 500 maiores empresas no Brasil caminham para adoção de novas tecnologias – mas a ritmo diferente do que a indústria impõe 6
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DUAS FACES Filósofo Luiz Felipe Pondé chama atenção para benefícios e riscos de uma sociedade controlada por dados
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MOMENTOS Relembre cenas do IT Forum 2014
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EXECUTIVO DE TI DO ANO Conheça os vencedores do prêmio que evidencia não apenas projetos bem-sucedidos, mas a TI alinhada aos objetivos de negócio
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EXPEDIENTE
PRESIDENTE EXECUTIVO ADELSON DE SOUSA • adelson@itmidia.com.br VICE -PRESIDENTE EXECUTIVO MIGUEL PETRILLI • mpetrilli@itmidia.com.br
itforum365.com.br COMERCIAL GERENTE EXECUTIVO DE VENDAS André Cavalli - acavalli@itmidia.com.br GERENTE COMERCIAL Marcelo Nucci - marcelo.nucci@itmidia.com.br GERENTE DE NEGÓCIOS Christian Lopes Hamburg • christian.lopes@itmidia.com.br REPRESENTANTES RIO DE JANEIRO: Sidney Lobato • sidney.lobato@itmidia.com.br (21) 2275-0207 – (21) 8838-2648 USA: Huson International Media Tel.: (1-408) 879-6666 - West Coast | Tel.: (1-212) 268-3344 East Coast • ralph@husonusa.com
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EDITORIAL EDITOR DE TI CORPORATIVA Vitor Cavalcanti • vcavalcanti@itmidia.com.br EDITORA ADJUNTA DE TI CORPORATIVA Gabriela Stripoli • gabriela.stripoli@itmidia.com.br REPÓRTER Karen Ferraz • karen.ferraz@itmidia.com.br ANALISTA DE MÍDIAS SOCIAIS Cibele Lana EDITOR DE ARTE E VIDEO Francisco Yukio Porrino PRODUTOR DE ARTE E VIDEO Bruno Cavini GESTÃO DE RELACIONAMENTO COM CLIENTES GERENTE DE RELACIONAMENTO COM CLIENTES Marcio Lima • mlima@itmidia.com.br OPERAÇÕES GERENTE DE OPERAÇÕES Emanuela Araújo • earaujo@itmidia.com.br MARKETING GERENTE DE MARKETING FÓRUNS Gabriela Vicari – gvicari@itmidia.com.br GERENTE DE MARKETING DIGITAL Eric Ouchi - eric.ouchi@itmidia.com.br CONSELHO EDITORIAL TI Fábio Faria CIO da CSN Lísias Lauretti CIO da Serasa Experian Sérgio Lozinsky SLozinsky Consultoria de Negócios Tereza Cristina Carvalho Professora e coordenadora do LASSU/USP
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EDITORIAL
EM COMUNIDADE,
Foto: Ricardo Benichio
SEMPRE VITOR CAVALCANTI
EDITOR
VCAVALCANTI@ITMIDIA.COM.BR
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ue futuro queremos? Que mundo deixaremos para os nossos filhos? Questões como essas, tão ligadas às discussões sociológicas e filosóficas de uma visão de mundo, permearam boa parte do IT Forum 2014. Sob o tema Sociedade em Transição – da Era In-
dustrial à Era Digital, Luiz Felipe Pondé, Mario Sergio Cortella e Paulo Vicente Alves, que ilustram a capa da Revista IT Forum, levaram cada um à sua maneira um discurso que traz, no mínimo, um alerta para a sociedade que está em criação, muito em função da influência da tecnologia. O narcisismo, tão discutido nas aulas de filosofia, foi trazido por Pondé, que enxerga na sociedade atual comportamentos narcisistas evidenciados sobretudo pela “geração selfie”, que busca popularidade enquanto cria sua rede de contatos. Aos usuários com mais de 30 anos, por já possuírem sua rede de contatos, ele vê até um sofrimento pela “não popularidade” na rede. Alves, da Fundação Dom Cabral, ao tratar do mundo em 2050, relatou como a tecnologia pode e vai melhorar a qualidade de vida das pessoas. Mas trouxe, com preocupação, o dilema do crescimento econômico x qualidade de vida x meio ambiente. Qual caminho essa humanidade seguirá? O fim das discussões ficou a cargo de Cortella, que discursou
sobre o que ganhamos e perdemos nos relacionamentos pessoais na era digital. A fala do filósofo está totalmente atrelada ao tema escolhido para este editorial: “Em comunidade, sempre!”. Para ele, estamos nos distanciando cada vez mais do ideal humano, perdendo contato, o olho no olho, a confiança, características essenciais para se viver bem em sociedade. Assim, ele prega um resgate à vida do campo, que ajudaria na busca pela paciência e respeito ao tempo das coisas, evitando que caminhemos para uma sociedade mesquinha, imediatista, narcisista e que pouco se conhece. Ou seja, o fim da vida em comunidade. Um termo até engraçado usado por Cortella para ilustrar o momento é que vivemos a “despamonhalização da vida”. Precisamos “pamonhalizá-la” novamente. E isso não significa abrir mão da tecnologia e todos os seus benefícios, mas balancear seu uso e retomar nossa essência de viver em comunidade... ITF Até a próxima! Vitor Cavalcanti
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IÇÕ E U T A I IST INST O, S I RC POR NTAD A E S ,N SA DADO ULAM DÉ E U RG O DE E REG PON U E B S DE , O U IVO S FELIP A D A IT CIE IZAD POS LUIZ O S O O IT NA MOD LAD ÓSOF CO TERÁ A FIL SÓ XERG EN
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ois pontos de vista antagônicos sob os quais conduzimos nossas avaliações e julgamentos. Enquanto a persona positiva tende sempre a enxergar o lado positivo da vida, a persona negativa nos leva a encarar aspectos negativos e inconvenientes sobre nós mesmos, situações diversas e sobre o mundo ao redor. “As personas positivas construídas na estratégia de comunicação das empresas são aspiracionais e nos fazem querer chegar a um mundo onde as coisas acontecem, a um mundo onde as coisas funcionam desse jeito, diferentemente da persona negativa”, elucidou o filósofo Luiz Felipe Pondé, ao falar na abertura do IT Forum 2014, na Praia do Forte (BA).
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ESTAMOS NUM MUNDO ATUAL COM UMA BELEZA QUE VOCÊS AJUDAM A CONSTRUIR, MAS UM POUCO PERPLEXOS. VIVEMOS UM SONHO DE MOBILIDADE, SIMULTANEIDADE, TEMPO REAL. MAS HÁ UMA SENSAÇÃO DE UM PESADELO E QUE UMA HORA VAMOS ACORDAR, OU QUE NÃO VAMOS, OU QUE É PRECISO ACORDAR. SE CONSTRUÍMOS ESSE MUNDO E ELE PODE NOS TOCAR DE MANEIRA NEGATIVA, PODEMOS MUDAR” O especialista inaugurou o encontro com uma reflexão sobre o momento de transição vigente na sociedade contemporânea, marcado pela instauração de uma sociedade orientada pelos meios de tecnologia da informação, o que muitos teóricos chamam de hipermodernidade. Nessa nova era, a tecnologia exerce um papel central no direcionamento do modo de vida, especialmente um conceito que empresas de TI e o mundo dos negócios têm discutido bastante nos últimos anos: big data. “O big data, claramente, é a próxima ruptura da sociedade”, vislumbrou, propondo à plateia 1 6 itforum365.com.br
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KEYNOTE | LUIZ FELIPE PONDÉ
composta por CIOs das 500 maiores empresas do País uma reflexão sobre quais as rupturas serão trazidas por uma sociedade dirigida por dados, ou seja, pautada pelo acúmulo de dados. Daí a necessidade de entender a importância da persona negativa nesse contexto. Segundo Pondé, “é ela que nos faz entender o mundo, perceber dificuldade reais e propor soluções”. O próprio conceito de big data apresenta-se nebuloso até mesmo para o mundo dos negócios, onde temos uma pressão evidente nas empresas pela adoção de ferramentas capazes de coletar, armazenar e analisar grandes volumes de dados. Contudo, muitas companhias buscam encontrar formas de extrair valor dessas tecnologias e, mais, esbarram na dificuldade de montar equipes com profissionais capacitados, os cientistas sociais e de dados. Quando pensamos em sociedade em transição, a existência de dúvidas e incertezas são inerentes, considerando o quão recente se deram transformações que alteraram a forma como vivemos e nos relacionamos a partir de tendências tecnológicas, como a mobilidade, redes sociais e computação nuvem. “O caso Edward Snowden, o Marco Civil, são tentativas de construir uma cidadania em torno do big data, mas tudo ainda é muito difícil porque é algo muito novo”, afirmou. O big data é um “big brother” da sociedade descrita por George 1
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KEYNOTE | LUIZ FELIPE PONDÉ
IT Forum 365 - A contradição entre persona positiva e persona negativa permeou toda a sua palestra de abertura do IT Forum 2014 sobre a sociedade em transição. Na prática, como as empresas e gestores de TI devem pensar nesse conceito? Luiz Felipe Pondé - Às vezes as pessoas que ficam somente dentro desse mundo da tecnologia da informação acabam ficando meio cegas, não sabem onde estão inseridas nesse contexto e o que acontece ao redor. E isso vai contra o que chamamos na análise de comportamento da persona negativa. Quando se está no negócio você só pensa na persona positiva, no que é legal. E quando você só pensa no legal você esquece de que a vida também tem uma dimensão negativa. Ela tem uma dimensão de limite, de insegurança, de perdas e na verdade isso domina grande parte da vida. E é por causa disso que as pessoas buscam soluções. ITF 365 -E como o CIO pode aplicar tal conceito em meio às transformações lideradas pela tecnologia na atualidade, especialmente o big data, ao qual você se referiu como a “próxima ruptura da sociedade”? Pondé - Acho que alguém que trabalha e lidera o negócio em tecnologia da informação, lida com essas estruturas, tem que necessariamente construir um repertório e procurar ajuda externa, se necessário, para entender o que é uma persona negativa associada a essas estruturas, considerando inclusive o fato de que a sociedade tende a ter um enorme controle da vida das pessoas, além da invasão de privacidade. E não adianta dizer que não, porque é história da carochinha. Então temos que nos preparar e aprender como vamos lidar com esse lado negativo do big data. ITF 365 - Você falou também sobre a necessidade de uma intuição romântica na análise de dados como caminho que pode ser utilizado pelas em2
presas. Seria um retorno à origem do marketing, em que as ações eram mais pautadas na “arte”, ou seja, na intuição dos profissionais? Pondé - A partir da perspectiva apontada pela empresa de consultoria WGSM, a intuição romântica é cada vez mais importante nesse contexto, ou seja, a capacidade que você tem de se arriscar e propor alguma coisa, ainda que não se tenha a totalidade das informações – isso porque ninguém nunca mais vai ter essa totalidade das informações. As empresas vão continuar precisando de pessoas de estatística, mas vão precisar de alguém dentro da equipe que possua outros conhecimentos. Ou seja, uma pessoa que consiga olhar esses dados sob a perspectiva da intuição. ITF 365 - E como você define essa intuição aplicada ao big data? Pondé - A intuição não é algo que você fala “acho que é isso”, na realidade ela é propiciada pelo acúmulo de repertório que vai além da estatística, além do dado puramente bruto. É a forma como você consegue agregar valor àquela estatística e aquele dado advindo de outros repertórios. É preciso uma gama de experiência de vida, leitura, ciências humanas. Essa capacidade de síntese, de arriscar um juízo em cima de dados. É na verdade uma habilidade que só algumas pessoas têm. A tecnologia não oferece isso ainda, talvez um dia ofereça. ITF 365 - E qual a dica que você dá para as empresas e para os CIOs? Pondé - Buscar consultores em física social e de gente que trabalhe com física social e com intuição, e essa é uma área que ainda está no começo. E também investir mais em análise estratégica de comportamento, como os publicitários fazem. As agências de publicidade descobriram há muito tempo que o conhecimento ampliado é uma ferramenta e é o que, por tradição, falta às pessoas do mundo de tecnologia da informação.
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KEYNOTE | LUIZ FELIPE PONDÉ
O RETRATO DA SOCIEDADE DIRIGIDA PELO BIG DATA PONDÉ APONTA AS PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS QUE MOLDAM A PERSONALIDADE DO SUJEITO CONTEMPORÂNEO VIDA BURGUESA: PAUTADA PELA LÓGICA DA EFICIÊNCIA, DO DINHEIRO E DO ACUMULO MATERIAL. AMBIVALÊNCIA: SINTOMA QUE VAI CONTRA O RACIONALISMO MODERNO E TEM FORTE PRESENÇA DA PERSONA NEGATIVA. “QUANTO MAIS VOCÊ ACHA QUE VAI ESCLARECER AS COISAS, MAIS CONFUSAS ELAS FICAM”, EXPLICA O FILÓSOFO. CULTURA DO NARCISISMO: PSICANALITICAMENTE, O CONCEITO DE NARCISISMO DEFINE UMA PESSOA QUE, POR NÃO CONSEGUIR GOSTAR DE SI MESMA, CHEGA A UM ESTADO QUE CONSEGUE SÓ PENSAR EM SI. “POR ISSO PESSOAS TÃO PREOCUPADAS COM SEUS PERFIS NAS REDES SOCIAIS”, EXEMPLIFICOU. COMODITIZAÇÃO: TUDO É TRANSFORMADO EM BEM AGREGADO VALOR FINANCEIRO. RELATIVIZAÇÃO: ENQUANTO SOCIEDADE EM TRANSIÇÃO, A CERTEZA É SOLAPADA, JÁ QUE TUDO ESTÁ EM MUDANÇA, DANDO LUGAR ÀS INCERTEZAS. PROJETO “SELFIE”: AS REDES SOCIAIS TORNARAM-SE O ESPAÇO PARA OS INDIVÍDUOS TEREM CADA VEZ MAIS NO MUNDO VIRTUAL A VIDA QUE NÃO POSSUEM NO MUNDO REAL.
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Orwell no romance 1984, em que todas as pessoas estão sob vigilância constante de autoridades por meio de telas, comparou o filósofo. Ignorar a existência do acúmulo de dados e da evolução de uma sociedade cada vez mais pautada pelas informações não é mais uma opção. Assim, temos a persona positiva, ou seja, uma sociedade com um enorme potencial de controle para prever doenças, analisar o mercado, identificar perfis de consumo. Mas também temos a persona negativa: o risco de pessoas obcecadas por saúde e do controle do comportamento a partir do big data, apontou Pondé. “Se você somar exames, mensagens, emails, tudo isso descreve um perfil, uma vida, um comportamento, os tipos de relacionamento que a pessoa teve. São muitos dados disponíveis para empresas e governos, e algo vai ter que ser feito em cima disso.” Diante do que chamou de “ciência e economia de troca de ideias”, há uma forma correta de estabelecer as relações pautadas no uso desses dados? No entendimento do filósofo, o caminho será algo assim como a relação que os bancos têm hoje com o dinheiro. Da mesma forma que as instituições financeiras ganharam credibilidade para lidar com o dinheiro, as empresas deverão conquistar o mesmo nível de confiança para controlar a persona negativa do big data. “Para termos um lado positivo, que avance, o uso dos dados deverá ser regulamentado assim como regulamentamos o dinheiro”. ITF
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CONFLITO E R GABRIELA STRIPOLI
ESTAMOS PRESTES A VER A RECONFIGURAÇÃO DA ORDEM MUNDIAL, APÓS UM CONFLITO MARCADO POR FORTE PRESENÇA TECNOLÓGICA QUE CULMINARÁ NA ASCENSÃO DE UMA NOVA POTÊNCIA MUNDIAL
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ão é possível prever o futuro. Mas com base no passado é possível traçar hipóteses viáveis para o caminho do presente. Logo, assim como no passado houve nações dominantes que caíram, guerras que quebraram sistemas econômicos e tecnologias que impactaram consideravelmente os poderes e a ordem mundial, a condição hoje estabelecida na geopolítica e no cenário tecnológico irá ruir. “Hoje vivemos a hegemonia americana. Se a estrutura de causa e efeito não se alterou, o passado é boa evidência de futuro. E em 2065 teremos uma guerra de transição, que durará aproximadamente 30 anos, e uma nova potência surgirá”, defende o professor da Fundação Dom Cabral, Paulo Vicente Alves, no início de sua palestra O Futuro em Quatro Atos, durante o IT Forum 2014.
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PERGUNTAS PARA O PROFESSOR PAULO VICENTE ALVES
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IT Forum 365 - Você reforça a ideia de objetos conectados ao corpo humano. Mas e a tendência de Internet das Coisas, com vários objetos conectados entre si, você a vê nesse contexto de evolução tecnológica e ruptura de paradigmas? Paulo Vicente Alves - As duas coisas vão acontecer ao mesmo tempo. Vejo a lógica da Internet das Coisas, com objetos se comunicando por meio da rede, mas é clara a tendência de “ciborguização” e nós também temos que ficar atentos a isso. Tem muito investimento indo nessa direção. Inicialmente por conta de estágio de guerra, repor braços de veteranos de guerra, uma quantidade grande de dinheiro já... O que se sabe é que, lá na frente, tudo isso irá gerar produtos para medicina. Junto com biotecnologia e nanotecnologia, um interesse muito grande por parte do governo nessas tecnologias para melhorar o ser humano, para sermos mais produtivos e eficientes. Nas próximas duas décadas, na ordem de dezenas de milhões de dólares serão aplicados em pesquisas sobre isso.
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ITF 365 - É interessante mencionar a ligação do “ciborgue” com a guerra... Melhores tecnologias de melhoria humana podem influenciar no resultado dos conflitos que irão apontar a nova potência, numa nova ordem mundial? Alves - Vejo isso ocorrendo já, e uma parcela são os aviões por controle remoto, os chamados drones. Hoje ainda são controlados remotamente, mas alguns já têm protocolos internos em caso de perda de contato, independente do humano. Hoje, o protocolo de inteligência artificial deles é muito simples, é algo como ‘caso perda de contato por um período de tempo, acionar navegação reversa para o ponto de origem’. Só que mostram alguns analistas e estudiosos de guerra que em alguns casos, não há tempo para tomar decisão. Então há uma autorização se o drone vai disparar ou não uma arma. Quer dizer, na verdade já é um robô fazendo uma decisão autô-
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noma de tirar ou não a vida humana. Aí há uma discussão ética. ITF 365 - A tecnologia e a ética sempre vão andar em conflito? Alves - Uma desafia a outra. Sempre foi assim. ITF 365 - Além das máquinas conectadas, como fica a influência da conexão entre pessoas nos conflitos mundiais – até com o maior número de possibilidades de mobilização virtual hoje com redes sociais e disseminação da internet? Alves - Vai ter influência sim, e quando você fala de mídia social e mídias de comunicação em massa, na verdade, para mim a primeira tecnologia que influenciou isso foi o jornal impresso. A imprensa, o chamado quarto poder. Quando isso começou a se transformar o poder? No final do século XVIII, início do século XIX, tem uma frase que se aplica: “Se a monarquia tivesse aprendido a lidar com a imprensa, ela não teria caído”. Poucas pessoas comunicando para muitos já conseguem fazer uma manipulação de um lado para outro, ética ou não ética, você consegue alterar a percepção das pessoas. O que temos agora são novas tecnologias fazendo isso, em vez de poucos para muitos temos muitos para muitos. E, na verdade, você começa a ter o processo de auto-organização. Os grupos se organizam em torno de ideias e interesses comuns, e quando se gera uma massa crítica, isso começa a criar um movimento de manada – é o que a gente viu na Primavera Árabe, o que a gente viu em Occupy Wall Street, nas rebeliões da Europa agora na Ucrânia e até mesmo no Brasil, em junho de 2013. Mais forte, mais intenso, mais rápido, mas não é muito diferente da lógica do século XIX. ITF 365 - Qual é o ponto de ligação das tecnologias sociais, tidas como ruptura tecnológica, e a mídia tradicional? Alves - Ainda é um meio de comunicação sobre o qual as pessoas podem conversar e trocar ideias. Mas não é uma telecomunicação... É mais intenso e menos controlável, por isso mesmo é chamado de auto-organizável, o sistema se controla sozinho – e aí está a ruptura. No final do século XIX e XX, muitos governos tentaram controlar a mídia. E hoje em dia isso é impossível, na prática. Você pode até limitar Facebook, Twitter, etc, mas haverá outro caminho. Na minha percepção, isso é muito positivo. E quem aprender a lidar com isso vai se manter no poder. 2
Em um convite para todos refletirem sobre os caminhos de nossa sociedade, o professor menciona os ciclos de potências hegemônicas que se sucederam desde 1492, na época das grandes navegações. Uma potência – àquela época em Gênova, com os Habsburgos – permanece no topo por período de aproximadamente 120 anos, que é quebrado com uma guerra de transição e então outra potência surgirá. A aposta do professor é que a potência atual, os Estados Unidos, deve começar a enfrentar o período de transição – e isso teria sido antecipado por duas pequenas crises, como a do petróleo, a incerteza econômica mundial que vivemos agora, e quem sabe pequenos conflitos iminentes como a crise generalizada nos sistemas de aposentadorias, com o aumento da expectativa de vida e diminuição do número dos jovens. PROBLEMAS REAIS E qual o sistema que sobrevive a essas rupturas? Um sistema flexível e aberto, que ainda está por surgir. E para você que acha que o setor de tecnologia é alheio a esse cenário macroeconômico, está enganado. Esse ciclo acontece acompanhado de tecnologias, desde a mecanização inicial, passando por vapor e ferrovias, eletricidade e engenharia pesada até chegar, enfim, a telemática e internet. Para provar o relacionamento da tecnologia com conflitos e guerras, basta
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KEYNOTE | PAULO VICENTE ALVES Ciclos de Hegemonia 1618-1648
Guerra dos 30 Anos
Hegemonia
Guerras Napoleônicas
Hegemonia Guerra de Transição
Gênova/ Habsburgo
1914-1945
Guerra de Transição
lembrar que a web nasceu com o Departamento de Defesa dos Estados Unidos, em uma época de rupturas e incertezas frente a uma guerra de desestabilização – uma vez que havia a necessidade de manter-se a comunicação caso a Guerra Fria se tornasse real com batalhas nucleares. DESENVOLVIMENTO HUMANO O caminho para a tecnologia, segundo a aposta de Vicente, é o que se chama de HET, sigla para Human Enhancement Technologies. Trata-se da incorporação de biotecnologia, unindo TI e até mesmo alta tecnologia médica, para melhoria da qualidade de vida e, quem sabe, a imortalidade. “Vocês acham isso es-
? Hegemonia
Guerra de Transição
Reino Unido
1648-1785
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Guerras Mundiais
Hegemonia
Holanda
1492-1618
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1785-1815
Guerra de Transição
EUA
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tranho? Quem aqui nessa sala usa óculos ou lentes de contato? Quem aqui nessa sala já foi injetado com um microcomponente chamado vacina?”, provoca o professor. E novamente chama a atenção para qual país liderará a corrida tecnológica em prol da hegemonia. Nesse ponto, Vicente conta que, no Sudeste Asiático, já existem sinais de “coopetição” a fim de responder a esse desafio com cooperação antes da competição com nações rivais. Trata-se da união de profissionais de diferentes áreas e até mesmo de diferentes países da região a fim de um objetivo em comum. “A pressão de competição é muito superior. Assim, eles cooperam para fazer a tecnologia agir mais rápido. E nós vamos aos pou-
1945-2065?
cos nos ‘ciborguizando’, só que até hoje achamos tudo normal. A tecnologia irá chegar ao corpo e daqui a alguns anos, isso vai ficar cada vez mais frequente”, projeta. O que ele quer dizer é que a tecnologia é um dos caminhos inevitáveis que irão ajudar a trilhar a próxima potência do futuro para resolver o problema mundial atual: preservação do meio ambiente, controle populacional e erradicação da pobreza. Hoje, com os recursos disponíveis, só é possível resolver dois deles, permanecendo a evidência de um conflito iminente. Irão sobreviver os sistemas (tanto tecnológicos como políticos) mais flexíveis e descentralizados, em detrimento de regimes centralizados e não flexíveis.
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KEYNOTE | PAULO VICENTE ALVES Tecnologias
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Mecanização inicial
Eletricidade e engenharia pesada
Vapor e ferrovias
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Nesse sentido, há três correntes para o futuro do ser humano: ciborgues, com aproveitamento de partes tecnológicas no corpo humano; ciberpunks, com pequenos atributos tecnológicos no corpo; e imortais, cuja própria definição está no termo. E isso já está acontecendo, segundo Vicente. Ele menciona os telômetros artificias que, em uma explicação simplista, é a recolocação de partes do nosso DNA que perdemos com o passar dos anos e que causam o envelhecimento. Essa tecnologia já existe e já foi testada em ratos, trazendo um aumento na expectativa de vida. Assim, nos humanos, a promessa de evolução é a melhora física e o retardamento da velhice. “Os pes3
1930-1980
Produção em massa e Fordismo
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simistas dizem que o primeiro ser humano a viver 135 anos nasceu na década de 60. E o primeiro a viver quase mil anos nasceu nos anos 90. Quem aqui tem filho que nasceu nessa época?”, provoca o professor. SINAIS DE MUDANÇA E já vemos sinais de mudança em nossos estilos de vida que evidenciam a entrada no tempo de transição. Até bem pouco tempo atrás, por exemplo, coisas que hoje parecem simples eram impensáveis, como o trabalho e lazer em rede (não ficamos todos conectados em redes sociais?); trabalho em movimento (respondemos e-mail e acessamos sistemas
2030-2080?
Telemática
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1980-2030?
em nossos smartphones); conceito de casa expandida (quantas vezes você não deu aquela paradinha no trabalho para reservar uma mesa para jantar com sua família?); e três faixas de fuso horário (atire a primeira pedra quem nunca checou o e-mail à noite, de casa, para ter certeza se recebeu uma resposta vinda da costa oeste americana). E para quem está curioso sobre quais as apostas do professor sobre quem será a grande potência dos próximos anos? Ele tem algumas apostas: Europa unificada; Estados Unidos “de la América”, formado pela força latina-imigrante; China; Índia aliada a novas colônias africanas... e o Brasil. ITF
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VITOR CAVALCANTI
ESTAMOS EXAGERA N EMBORA ENALTEÇA BENEFÍCIOS TRAZIDOS PELAS TECNOLOGIAS DIGITAIS, MARIO SERGIO CORTELLA SUGERE UMA REFLEXÃO SOBRE O USO EXAGERADO DO ARSENAL TECNOLÓGICO PARA EVITAR IMPACTOS NEGATIVOS NAS RELAÇÕES INTERPESSOAIS
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DENISE CIAVATTA, Líder de TI do Grupo LATAM Airlines no Brasil
S A NDO? O
comportamento das pessoas seja na vida pessoal ou no ambiente corporativo tem sido tremendamente impactado pelo uso massivo das tecnologias digitais. Horas de diálogos e interações diversas são substituídas com frequência por mensagens no WhatsApp, e curtidas e compartilhamentos nas redes sociais, facilitadas por sua vez pela popularização de tablets e smartphones. Um processo que se iniciou de forma lenta e gradual não há uma década, mas há algumas - haja vista que a chegada da TV no final dos anos 1920 modificou hábitos de convivência familiar - caminha para ter consequências talvez irreversíveis para a humanidade. A análise não tem a intenção de amedrontar ninguém e nem de trazer uma mensagem apocalíptica, mas sim de servir de alerta e provocar uma reflexão sobre como cada um de nós temos nos comportado e agido diante de situações simples do dia a dia. E o aconselhamento não vem da reportagem, mas do filósofo Mario Sergio Cortella. Revista IT Forum | Junho 2014 3
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Nascido em Londrina, interior do Paraná, mas radicado em São Paulo há 46 anos, o filósofo, escritor e professor da PUC-SP, ao falar durante o IT Forum 2014, ressaltou por diversas vezes a magnitude do mundo digital e todos os benefícios por ele trazidos. De longe pregou qualquer ódio à tecnologia, mas frisou que cada vez mais nos distanciamos daquilo que é a vida real. Para discursar sobre a problemática “o que ganhamos e o que perdemos nos relacionamentos pessoais na era digital”, o educador recorreu até ao livro Alice no País das Maravilhas. Ele lembrou da primeira passagem da personagem, que logo ao se encontrar no mundo estranho não entende se aquilo é real. Para o filósofo vivemos o mesmo estado atualmente dentro de um espaço como o Facebook. “Estamos num mundo atual com uma beleza que vocês ajudam a construir, mas um pouco perplexos. Será que iremos ou temos que acordar de algum pesadelo?”, indagou em certo momento. “O mundo digital tem coisas magnificas na conectividade, mobilidade, instantaneidade, mas não pode fazer o que fizemos com várias coisas de nossas cidades: tirar a fertilidade. Vivemos um sonho de mobilidade, tempo real, mas há uma sensação de pesadelo. Somos homens e mulheres que construímos o magnifico que é o mundo digital, mas esse magnifico não pode nos soterrar”, refletiu, diante de uma plateia for3
mada por CIOs representantes das 500 maiores empresas do Brasil e executivos das principais marcas da indústria de TI. O imediatismo, bom para tomada de decisão nos negócios, foi transposto para a vida pessoal, causando um sentimento de ‘viva como se não houvesse o amanhã’. Os jovens, como lembrou Cortella, justificam uma festa em qualquer dia da semana tendo isso em mente, como se existisse um desespero por viver, por aproveitar a vida. “Perdemos um pouco da serenidade da existência, da paciência, nos distanciamos do mundo agrícola que oferecia a ideia do tempo de espera. Vivemos a ‘despamonhalização’ do mundo. Por que se fazia pamonha? Para ficar junto. No sábado os homens colhiam o milho na roça, as crianças tiravam a casca e o cabelo do milho, a mulher o cozinhava e se comia pamonha por volta das 4 da tarde. Agora estamos conectados
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ESSA TRANSFORMAÇÃO TROUXE VANTAGENS, MESCLEI TELEFONIA FIXA COM CARTAS PARA AMIGOS. PORQUE O TELEFONE ERA CARÍSSIMO. OU AINDA TELEGRAMA COBRADO POR CARACTERES. MEUS FILHOS DEIXARAM DE ESCREVER PORQUE O USO DA TELEFONIA FOI MAIS INTENSO. ESSA NOVA GERAÇÃO VOLTOU A ESCREVER, ESCREVE NO TWITTER, FACEBOOK, BLOG E MUDOU ATÉ O NOSSO TRABALHO ESCOLAR. SOU DA ÁREA DA EDUCAÇÃO E FUI SECRETÁRIO QUANDO COMEÇOU USO DO COMPUTADOR NO TRABALHO PEDAGÓGICO” e longe, mesmo que na mesma sala e no mesmo espaço.” O filósofo brincou dizendo que em uma casa com seis pessoas, enquanto um dos filhos está conectado pela internet com alguém no Nepal, este mesmo não sabe informar se os pais estão em casa. Outro exemplo é a imersão a um conteúdo distante e ao qual damos importância como se a pessoa do noticiário estivesse ao lado de nossa casa. Ele exemplificou dizendo que o filho sabe o salário de um jogador de basquete no Canadá ou se uma mulher teve quadrigêmeos em Tessalônica, mas não consegue informar qual o gosto musical da mãe. E diante disso tudo, vem a clássica pergunta: o que queremos? O que perderemos ou já deixamos para trás em meio a esse turbilhão de coisas as quais somos expostos diariamente? Para ensaiar uma resposta, o filósofo recorreu ao comediante francês Pierre Dac ao citar: ‘O futuro é o passado em preparação’. “Que passado teremos em 20 ou 30 anos? E volto novamente
ao livro Alice. O personagem que mais aprecio é o gato, que encontra a Alice duas vezes na história. Na primeira nada acontece, na segunda, ela está perdida naquele mundo, como nós nesse, e o questiona: ‘você pode me ajudar. Para onde vai essa estrada?’ O gato responde: ‘para onde você quer ir?’. E a menina diz: ‘não sei, estou perdida’. Ao que o gato devolve: ‘para quem não sabe para onde vai, qualquer caminho serve’. Por isso, a grande questão, junto com o que ganhamos e perdemos, é para onde queremos ir. Que passado estamos construindo.” O filósofo usou parte de sua apresentação também para criticar a forma errada com que se utiliza a palavra evolução para justificar qualquer tipo de mudança comportamental, como essa pela qual a sociedade passa. Ele pede muito cuidado com a interpretação, uma vez que, em sua essência, evolução é mudança e não melhoria. Evoluir pode ser bom ou ruim. Darwin, como lembrou Cortella, usava evolução com significado certo, Revista IT Forum | Junho 2014 3
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QUANDO ENTRO NO HOSPITAL DESEJO UMA TECNOLOGIA ADEQUADA, MAS NÃO QUERO UM MÉDICO QUE NÃO PONHA A MÃO EM MIM E ME VEJA COMO OBJETO. ISSO É EVOLUÇÃO NO SENTIDO DE MUDANÇA, NÃO DE MELHORIA, MUITAS COISAS EVOLUÍMOS PARA MELHOR E OUTRAS NÃO”
ainda que muitos o interpretem erroneamente. Ele ainda provocou dizendo que câncer também evolui e a falência progride. “Não é preciso ter visão catastrofista do futuro, mas não pode ser triunfalista, se essa mudança não for adensada, refletida, se não pensar para onde se quer ir, daqui 20 ou 30 anos teremos dificuldade de imaginar algo decisivo. O mundo que deixaremos para os filhos dependerá dos filhos que deixaremos para esse mundo. É comum 3
ouvir ‘eles são assim, só querem tecnologia, querem ficar a noite toda na internet’. Se o seu filho só quer ficar na internet, trate-o, ele tem obsessão. Toda obsessão é doentia. Alguém que só tem um interesse tem ausência de outros interesses”, afirmou. Por outro lado, ele citou algo positivo dessa transformação: os jovens estão lendo mais e voltaram a escrever, ainda que com textos mais curtos e sob críticas de que escrevem errado. E em-
bora seja verdade que eles cometam erros gramaticais terríveis, abreviam tudo e fazem um uso demasiado de gírias, é preciso olhar para isso de maneira mais positiva. “Todo mundo escreve errado antes de escrever certo. Eles escrevem ‘vc’ em vez de você. Mas há 300 anos seria vossa mercê, há 200 anos vosmecê, depois você e o mineiro ocê. A expressão refri, como diminutivo de refrigerante, ou uma cerva, para cerveja, podem ser incorpo-
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Mundo Digital A cada 60 segundos
+ +
DE 70 DOMÍNIOS SÃO REGISTRADOS
DE 510 MIL COMENTÁRIOS SÃO FEITOS NO FACEBOOK
+
DE 13 MIL APLICATIVOS PARA IPHONE SÃO BAIXADOS
+ +
DE 98 MIL TWEETS SÃO POSTADOS
DE 690 MIL BUSCAS SÃO FEITAS NO GOOGLE
radas como parte da língua formal em 20 anos.” O fato é que realmente a tecnologia tem tomado boa parte da atenção das pessoas. E isso pode criar uma humanidade que estranha o contato pessoal, que está em sua essência de comunidade. Se na explosão do fenômeno móvel e das redes sociais era legal chegar no bar com os amigos e ficar fotografando e postando, esse comportamento que foi moda já começa a incomodar e a 4
Brasil Digital
criar movimentos contrários, nos quais, na mesma mesa, uns pedem aos outros que não atendam ligações ou consultem as redes sociais o tempo todo. Seria uma tentativa de resgate? Talvez. Mas é importante ter em mente que não se pode considerar saudável, normal ou evolutivo a falta de diálogo, o olhar no olho, o aperto de mãos, os jantares em família, o jogar tempo fora com vizinhos ou mesmo com os colegas de trabalho em happy hours.
Em abril de 2014, o País chegou a 273 MILHÕES de celulares e 114 MILHÕES de assinantes de banda larga móvel, segundo a Anatel Em 2012, o brasileiro passou em média 46 HORAS conectado por mês Pesquisa da FGV contabilizou em 2013 118 MILHÕES de computadores pessoais, 3 MÁQUINAS a cada 5 HABITANTES Do total de PCs, 5 MILHÕES são tablets no País, segunda a FGV
“O magnífico mundo que fazemos e precisamos, que é o estupendo mundo digital, não pode de maneira alguma afundar nossa capacidade de relação, retirar nossa humanidade e dizer que é evolução. Não se dispensa o mundo digital, que nos ajuda a ganhar muita coisa, mas nos distrai, nos distancia da conversa, no [IT] fórum a gente vive, dá risada, se cumprimenta, usa crachá e se trata pelo nome. Isso nos preenche, porque no dia a dia deixamos essas circunstâncias anônimas.” ITF
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A TR S M O OM E LI A O D I C IP ÉG DA SÃO A TR T S A N I LA TR S AI S, V O DIA ASIL R IE S B GA A E I, MA NCIA IA N BR , I O A T DA T NDÊ OLOG S D D A E S O TE ENT RE T TECN PRES N T O A ECIM A EN A DE S EM D E E TU R CI ES ADU NÂN A ÁR AIOR AM SSO IO E 0 M DI G Ó C S 5 0 NE A DA DI
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a d e a d t a e d oj r p E xiste crescimento e evolução no papel da tecnologia da informação entre as 500 maiores empresas do Brasil. Fica claro quando olhamos alguns dados trazidos pelo estudo “Antes da TI, a Estratégia”, realizado pela IT Mídia em parceria com o consultor Sérgio Lozinsky: aproximadamente metade dos CIOs prevê aumento de mais de 6% do orçamento para este ano, 42% pautam seus investimentos por um Plano Diretor de TI e mais CIOs (32%) indicam participar amplamente das discussões estratégicas do negócio em comparação com os resultados do ano passado.
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O PERFIL DE INOVAÇÃO NÃO É NOSSO FUNCIONÁRIO PADRÃO. DAR SUPORTE INCREMENTAL É INTERESSANTE, MAS SEMPRE TEM ALGUÉM DE FORA DE NOSSA EMPRESA FAZENDO ALGO DIFERENTE” Esses dados não são tão otimistas quando consideramos as ponderações de Lozinsky, que são: o cenário econômico provavelmente revisará esses percentuais para baixo até o fim do ano; os Planos Diretores muitas vezes não são cumpridos porque “surgem outras prioridades” (em 2012, foram 41% nessa situação); 38% ainda tratam o planejamento de TI de maneira departamental e ainda o percentual de CIOs que afirma participar dos debates estratégicos é considerado baixo. Com a TI acendendo o alerta entre as 500 maiores empresas do País, questionar a inovação é natural. Muitas vezes, para o líder de tecnologia, simplesmente apoiar uma decisão de negócio pode ser classificado erroneamente como algo inovador. “Lançar um novo produto no mercado nem sempre é inovar. Tudo bem, é algo novo, mas o perfil de inovação é outro, 4
não é nosso funcionário padrão... Dar suporte incremental é interessante, mas sempre tem alguém fora de nossa empresa fazendo algo diferente”, pondera Lozinsky. INOVAÇÃO E RUPTURAS Durante o debate promovido no IT Forum 2014, veio à tona o tema da inovação liderado pela TI, já que a tecnologia é capaz de causar quebras de paradigmas e promover rupturas. Vale lembrar, conforme ponderam Lozinsky e o consultor Cezar Taurion, moderador do debate durante o IT Forum, que o conceito de inovação “ideal” é multidisciplinar, com a TI permeando todos os pontos estratégicos da operação. No caso da BRF, empresa formada pela fusão da Sadia com a Perdigão, embora a TI não esteja à frente dos projetos, ela participa por conta da multidisciplinaridade do conceito aplicado na empresa. O CIO Ney Santos conta que a companhia montou um comitê de inovação liderado por marketing. A TI, apesar de
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não causar uma ruptura, entra planejando a demanda de sistemas para cada novidade. “E importante: projeto, inovação, ou qualquer coisa que entra, logo após a aprovação já entra no orçamento do ano ou no do ano seguinte para garantir a entrega de resultado”, conta. Não há aprovação de nenhum projeto, seja ele qual for, sem a TI. “Demorou um tempo para elas [áreas de negócio] perceberem que não tem empresa sem participação de TI. Você não consegue definir o produto na gôndola sem sistema, ou o preço, por exemplo. O sistema financeiro, como é o caso dos bancos aqui, já nasceu entendendo isso – e aos poucos as outras indústrias vão entender também”, pondera. Não é à toa que um dos setores mais “poderosos” da economia, o financeiro, viu na união de concorrentes a tática para combater agentes externos muito pequenos mas que, com inovação tecnológica a seu favor na tendência de mobilidade, despontaram no radar e provocaram essa quebra de paradigma. O exemplo, trazido no painel Antes da TI, a Estratégia do IT Forum 4
APENAS 10% DOS CIOs PRETENDEM SER “PIONEIROS” NA ADOÇÃO E APLICAÇÃO DE NOVAS TECNOLOGIAS
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Antes da TI, a estratégia 2014 – 500 maiores empresas do Brasil
TI
Investimentos 68%
Mobilidade
50%
65%
Segurança
Menos de dos CIO’s entendem que suas empresas percebem TI como estratégica
60%
Mobilidade
Sistemas de Gestão
70%
esperam o maior impacto nos negócios
46%
Risco interno 50%: Estreitamento das margens de lucro*
*Primeira vez que ultrapassa “retenção de mão de obra qualificada”
dos projetos liderados pela TI
Risco externo: Baixo crescimento/ estagnação
INOVAÇÃO
33% + de 50% veem inovação como “departamento” - de 20% enxergam conceito de inovação como
40%
2013
2014
multidisciplinar
63,5% indicam orçamento específico 31% têm acompanhamento da diretoria GOVERNANÇA
Subordinados à Presidência 32% 2011 50% 2014 Diretores ou Vice-Presidentes 52% 2011 64% 2014
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Avaliação do ROI 2013
18%
28% 2014 Gestão de Projetos é o processo que se destaca ( ) em formalização – importante avaliar a eficácia dos projetos, na prática
72%
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Geraldo Dezena, do Banco do Brasil
Marcelo Frontini, do Bradesco
2014, elucida bem o ponto levantado por Lozinsky. Como? Empresas como PayPal e outras carteiras digitais passaram a abocanhar uma importante fatia das transações digitais pela facilidade aos usuários que os bancos tradicionais não eram capazes de suprir. “Em mobilidade, nós [bancos] temos que estar juntos. Nossos maiores concorrentes não são bancos, mas o monte de aplicativos criados pelas empresas que têm a capacidade de ser um novo entrante”, justifica Marcelo Frontini, do Bradesco. Ele se refere à união do Bradesco com o Banco do Brasil para a criação da Stelo, anunciada em abril. NUVEM E MOBILIDADE É importante, contudo, não classificar as companhias tradicionais como “atrasadas” em tecnologia. Na verdade, conforme indicam os dados do estudo, existe um descompasso entre o discurso da indústria de TI em cima das quatro grandes tendências da era digital – mobilidade, nuvem, big data e social – e a realidade do dia a dia dos negócios. Apesar de não 5
Cezar Taurion, consultor
Ney Santos, da BRF
Fernando Birman, da Rhodia
serem termos novos nas conversas do CIO, o dia a dia mostra que as tendências ainda estão começando a amadurecer e, portanto, há muito caminho pela frente. Mobilidade e nuvem parecem ser as que mais tiveram espaço para uma certa evolução. “Do nosso lado temos o parque de dispositivos muito grande. Eu e meus pares estamos investindo em tecnologia para gerir esse parque, mas o que falta são aplicações”, diz o CIO da Rhodia, Fernando Birman. Além dos sistemas, ele se refere aos processos de negócios que poderiam ser aprimorados se smartphones e outros dispositivos móveis chegassem a eles, sem se restringir apenas às mãos de executivos e gestores nos projetos que acabam sendo mais conhecidos e recorrentes. “Se você perguntar o que a indústria está fazendo em mobilidade, muitas vezes a resposta é decepcionante, muito pouco dos processos de negócios é feito em dispositivos móveis. Entendemos que é uma tendência, mas o que há hoje é pouco”, analisa. Até por conta desse potencial, não é de se espantar que o Antes da TI, a Estratégia mostra que mobilidade segue como a tecnologia da qual espera-se o maior impacto nos negócios nos próximos anos. Geraldo Dezena, do Banco do Brasil, menciona que 11% das transações bancárias da companhia financeira já são feitas via smartphone. “Muitas delas não são financeiras, mas já há algumas, como crédito. O que é preciso entender é que, para isso, o investimento que precisamos fazer é grande e existe todo um trabalho de aprendizado”, pondera. E mais uma vez enfatiza a condição do mercado: “Estamos em um nível que há um mundo todo pela frente”. Birman complementa que a nuvem se mostra um pouco mais desenvolvida ao lado da mobilidade por conta de uma certa imposição de ritmo pelo mercado. “Está virando uma espécie de padrão, é algo muito bom para a indústria de software, resolve uma série de questões como licença e para a gente é muito práti-
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co, simplifica o investimento e toda a arquitetura”, detalha o executivo. E assim, até o setor financeiro, tradicionalmente conhecido por muitas regulamentações, já adota algumas de soluções de nuvem. Frontini, do Bradesco, lembra que o “core” irá sim continuar dentro de casa até pelo volume. “Pela quantidade de transações que o Bradesco tem, já possuímos essa alta escala. Mas já sentimos que vão nos forçar – os fornecedores falam ‘ou a gente vai para nuvem, ou não terão mais como oferecer’ [uma determinada solução]”, conta. BIG DATA E SOCIAL: O DESCOMPASSO Agora, quando consideramos os temas da TI que ainda não demonstraram confirmação dos ganhos, big data e social business ganham destaque com 68% e 71% das menções entre os participantes do estudo, respectivamente. E aí as impressões de lideranças experientes trazem luz a essa questão. Dezena, do Banco do Brasil, reconhece que o departamento de TI vê o potencial justamente porque o big data promete retirar importantes insights de dados não estruturados, como de redes sociais, trabalhando em decisões em cima disso, e por isso a TI já está se organizando para tal. E sua opinião é compartilhada por Birman, da Rhodia. “Sobretudo big data, do lado industrial, está longe de ser uma realidade. Tem mui5
tos tesouros escondidos, mas não é só começar a cavar para achar. Precisamos planejar, pensar, verificar se realmente há chance de encontrar alguma coisa. Não é só começar a torturar os dados para que eles confessem”, brinca. PIONEIRISMO E PARCERIAS Entre tantas tendências e esse diagnóstico, não é de se espantar que apenas 10% dos CIOs consultados pelo estudo pretendem ser “pioneiros” na aplicação de novas tecnologias. E já que as palavras cloud, mobilidade, social e big data estão na boca dos fornecedores, é interessante observar a relação dos executivos com a indústria. “Estejam os fornecedores conscientes disso ou não, o fato é que os CIOs das 500 maiores empresas ainda não os veem como parceiros na demonstração do valor estratégico das soluções de tecnologia”, alerta Lozinsky. Somente 22,6% dos líderes de TI sinalizaram isso, o menor número nos quatro anos do estudo. Para quase 90% dos respondentes, os fornecedores ficam nos “bastidores”, eventualmente apoiando a TI na venda interna da ideia, ou à parte das discussões na empresa. Isso mostra que o alerta está acendendo para a indústria. Quase metade dos consultados afirma que as empresas de tecnologia não conseguem e evoluir seu discurso – centralizado no produto que vendem. “A situação do fornecedor é mais confortável quando o assunto é técnico e envolve somente a TI. Mesmo assim, os números ainda são modestos”, pondera Lozinsky. Outro aspecto relevante é que o CIO, pessoalmente, não se envolve no relacionamento direto com todos os fornecedores. Muitos mantêm contato com as posições abaixo do líder da área, e isso dificulta ainda mais o lado do fornecedor para posicionar suas soluções de maneira estratégica ao negócio. Por fim, o estudo neste ano acrescentou três perguntas para se ter uma ideia mais ampla de como ocorrem as escolhas dos fornecedores e a decisão de liberar orçamento da TI. A concorrência formal é adotada em 55% dos casos, mas há várias exceções para fornecedores “preferenciais” por conhecer o segmento de negócios, ter um histórico positivo com a empresa ou ser destaque de mercado na tecnologia que está sendo adquirida. “É interessante saber que uma parte (ainda pequena, menor do que 15%) tem preferência por fornecedores que já comprovaram sua qualidade, ou que estejam bem posicionados no mercado”, finaliza Lozinsky. ITF
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ANALYTICS: ANTES DE
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Ilustração: Shutterstock
INTELIGÊNCIA FERRAMENTA KAREN FERRAZ
TECNOLOGIA SOZINHA NÃO FAZ MILAGRE. ENCONTRAR AS PESSOAS CERTAS PARA ANALISAR DADOS É O GRANDE DESAFIO DE PROJETOS DE BUSINESS INTELLIGENCE E BIG DATA
A
profusão de informações não estruturadas disponíveis na internet propiciou novas formas de conhecer melhor quem é o consumidor que está na ponta. Mas antes de evoluir para esse estágio, o do big data, é imperativo deixar a casa em ordem e encontrar os parceiros certos para extrair valor dos dados nessa nova jornada da TI e do analytics, incluindo talentos para lidar com tudo isso.
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IT FORUM DEBATE | ANALYTICS
CARLOS BUSS, da Mondelez
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Essa é a lição compartilhada pelos CIOs da Anhanguera Educacional, Mondelez e Banco Volkswagen, que participaram do IT Forum Debate “Analytics: transformar dados em informação”, durante o IT Forum 2014. Apesar de pertencerem a indústrias bem distintas, as três empresas têm hoje nos dados uma fonte importante para a tomada de decisões e conduzem abordagens com pontos em comum. No mercado de educação, como é o caso da Anhanguera Educacional, a entrega das áreas é recorrente porque todo mês o estudante tem a decisão de pagar ou não a mensalidade. E para suportar a estratégia de retenção de 500 mil alunos, entre cursos presenciais e a distância, a instituição desenvolve um projeto de business intelligence com base no cruzamento de dados sobre o perfil de cada aluno, bem como na análise comportamental de aprendizado a partir de sua plataforma de ensino. Essas informações têm sido decisivas para o negócio, tanto para captação de novas matrículas quanto para retenção das atuais, e são utilizadas para reduzir a inadimplência e diminuir a taxa de evasão escolar. Contudo, o CIO Luciano Possani ressalta que o projeto só faz sentido graças à existência de uma inteligência estratégica. Além da formação de uma equipe responsável por implantar o projeto, o gestor de TI da Anhanguera destaca que houve em paralelo a criação de uma equipe para analisar os metadados. “O desafio é entender a riqueza dos dados, conseguir formular as hipóteses e testar se elas são válidas”, 6
evidencia Possani. Nem sempre é fácil, contudo, encontrar as pessoas com essas capacidades analíticas. E o CIO contou que busca esse perfil de profissional constantemente no mercado. “A questão é entender aonde eu quero ir, por isso você precisa de gente formulando hipóteses, vendo como o negócio se comporta e buscando essas informações em seus dados internos e, se precisar, ir para fontes externas”. Já o Banco Volkswagen começou há três anos um projeto de dados estruturados que visava inicialmente deixar a casa em ordem para que no futuro seja possível evoluir para o conceito de big data. “Hoje, o big data está mais na fase de conhecimento na empresa. Investimos na preparação da base na gestão de dados corporativos e implantamos uma plataforma de gestão de dados mestres”, explica o CIO Rafael Rolla. Além de impactar decisivamente na análise de crédito para a compra de automóveis, o projeto de dados estruturados da instituição financeira, atrelada ao do Grupo Volkswagen, conta com um time de inteligência de negócio responsável por entender o perfil de compra e recompra de cada cliente para que a estratégia de negócio seja elaborada. “Atualmente conseguimos entregar à equipe de vendas uma lista com clientes no período de recompra para montar uma oferta em cima do que temos, e isso já está dando retorno”, disse. Segundo ele, o desafio iminente está no aculturamento do negócio para explorar o potencial muito
LUCIANO POSSANI, da Anhanguera Educacional
Queiro
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“A QUESTÃO É TÃO SIMPL É SIMPLES NA NUVEM VOCÊ TERÁ Q GERENCIAR, COM REC DESASTRES
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IT FORUM DEBATE | ANALYTICS
RAFAEL ROLLA, do Banco Volkswagen
maior que a ferramenta é capaz de fornecer, mas big data ainda não está em vista por enquanto: há muitas informações nas áreas de negócios que ainda não são exploradas. “Existe uma confusão entre arquitetura de informações com falta de informações. Muitas empresas têm dados muito relevantes dentro de casa que não são aproveitados. Primeiro temos que atacar a capacidade analítica das pessoas do que gastar milhões em ferramentas”, opinou o executivo. O mesmo diagnóstico foi compartilhado por Carlos Buss, CIO da Mondelez. A empresa do ramo alimentício conquistou a habilidade de tomar decisões em três momentos cruciais para a natureza do setor: quando o produto chega à gôndola, quando o consumidor efetua a compra e quando ele interage com as marcas nas redes sociais. Porém, o projeto esbarrou em dificuldades logo no início da implantação, pois estava mais centrado na TI. O BI hoje tem importância crucial no negócio da Mondelez, uma vez que os produtos de bens de consumo oferecidos envolvem compras por impulso. No primeiro momento, o desafio é entregar os itens para 700 mil lojas; no segundo, garantir que isso está sendo feito da melhor maneira e se o pro6
duto está posicionado no lugar certo no ponto de venda; e por fim o terceiro, ainda em estágio inicial de implantação, envolve o conceito de big data na compreensão experiência do consumidor com as marcas na rede social. “A discussão não avançava porque não era uma discussão de tecnologia, e sim de negócios. Nós achávamos que o desafio era implantar novas tecnologias, mas o desafio estava em achar pessoas para extrair a análise certa desses números”, revelou. Assim, a opção foi criar uma equipe focada em inteligência de negócio com objetivo de analisar esses dados, buscando cada vez mais oferecer informações para embasar decisões no ponto de venda. “A Mondelez começou o projeto e viu que não estava no caminho certo. Assim, criamos uma área para dar ênfase a essa mudança organizacional e cultural. E essa nova mentalidade tem que passar pelo board da empresa”, finalizou Buss. ITF
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NOVOS NEGÓCIOS QUE VÊM DA NUVEM
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s argumentos em defesa da economia trazida pela computação em nuvem, em compasso com o orçamento cada vez mais enxuto do departamento de TI, são conhecidos. Eles passam por desde a troca do capex pelo opex, até na vantagem de expandir as arquiteturas sem a necessidade de investir altas cifras em hardware como servidores e afins. Esse não é, contudo, o grande diferencial da cloud para os CIOs. Sobretudo quando a nuvem é o agente viabilizador de novos projetos, e até mesmo de novos modelos de negócio em companhias tradicionais.
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Gabriela Stripoli
A computação em nuvem permite muito além do que otimização de custos ao propiciar novos modelos de negócio e operações – mas sem deixar de lado questões importantes de gerenciamento e governança
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“A QUESTÃO DO CUSTO NÃO É TÃO SIMPLES ASSIM. NÃO É SIMPLESMENTE ‘JOGUEI NA NUVEM’ E ESQUECE... VOCÊ TERÁ QUE MONITORAR, GERENCIAR, SE PREOCUPAR COM RECUPERAÇÃO DE DESASTRES, SEGURANÇA” Queiroz, da Globo
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É justamente nesse tipo de situação que vem à tona seu principal benefício, responsável pelo desenvolvimento de projetos de cloud no País. Um bom exemplo é a fabricante de produtos cosméticos Natura que, sem a estrutura de nuvem, não conseguira colocar em prática o e-commerce e oferecer novas possibilidades de venda a suas consultoras. “Usamos nuvem para nosso e-commerce, pensando na possibilidade de criação de lojas virtuais para cada uma das consultoras. A nuvem deu muita velocidade para alavancar isso, a partir de dois pilotos em duas cidades, e permitiu que nós lançássemos o projeto ‘para valer’ no prazo que precisávamos”, conta o CIO Agenor Leão, que participou do debate Cloud: Viabilizando Novos Modelos de Negócio, durante o IT Forum 2014. Por isso, Leão é taxativo ao listar o principal atributo positivo do modelo: flexibilidade que, na carona, traz escalabilidade. Isso porque a capacidade de escalar a arquitetura para atender à demanda crescente de consumidores virtuais, além da flexibilidade e rapidez com a qual ela foi implantada, a Natura pôde criar um modelo de negócios diferente da tradicional venda em catálogos. O executivo contou que foi desenvolvido um estudo de ROI em cima do projeto piloto, esse feito com estrutura em nuvem pública. Assim, depois do período de testes, a nuvem ainda se mostrou viável – porém, na modalidade privada. “Precisamos de cases comparativos em grandes volumes. Vejo que [a nuvem] ainda deve ser estudada muito bem caso a caso, mas é conveniente principalmente quando você precisa colocar algo em prática rápido. Você minimiza muito os custos em relação a isso”, conta Leão. Para ele, outro caso que atrela a cloud à criação de novos modelos operações e de captação de receita é justamente a criação de novas empresas de tecnologia que, sem ela, seriam completamente inviáveis de começarem a atuar. São aplicativos de táxi, por exemplo, que surgiram nos últimos anos: “Para quem está começando hoje, não vale comprar um centavo de
hardware. Para nós que temos um legado, a história é um pouquinho diferente”, compara. LIDAR COM O IMPREVISÍVEL Já o CIO da Rede Globo, Carlos Queiroz, compartilha da opinião e tem dentro de casa outro exemplo de como a nuvem permitiu a redefinição das relações com a audiência da emissora. Foi a cloud que garantiu a realização do programa musical SuperStar, com apresentação de bandas ao vivo e com o qual a audiência interage em tempo real com o conteúdo apresentado na telona, via internet. O executivo classifica como “completamente inviável” a realização do produto sem uma arquitetura de computação em nuvem estável. “Hoje eu viabilizo toda a esteira do programa na nuvem. Porque existe todo um ‘timing’ de infraestrutura. Eu não sei se naquele horário terei milhões ou milhares de usuários participando num mesmo momento”, detalha, evidenciando a imprevisibilidade do número de in-
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44% É A ALTA ESTIMADA DO MERCADO DE NUVEM NO BRASIL EM 2014, SOMANDO US$ 473,3 MILHÕES
51% EM 2013, A RECEITA CRESCEU 51%, CHEGANDO A US$ 386,7 MILHÕES
100%
AMAZON WEB SERVICES (AWS), MICROSOFT, E SAP ELEVARAM AS VENDAS EM 100% OU MAIS EM 2013 Fonte: Frost & Sullivan, 2014
terações de acordo com cada apresentação. Tanto o comércio eletrônico da Natura quanto o programa da Rede Globo são dois grandes projetos bem-sucedidos que nasceram com a nuvem. Ainda assim, Queiroz define o momento do modelo como “infância”, e por isso a indústria de TI ainda se apoia na questão mais fácil na hora de argumentar a fim de fechar negócio: o custo, o preço baixo, a economia. “A questão do custo não é tão simples assim. Não é simplesmente ‘joguei na nuvem’ e esquece... Você terá que monitorar, gerenciar, se preocupar com recuperação de desastres, segurança. Claro que há uma otimização de custo, mas 6
existem outros gastos associados com seus processos de governança”, pondera. E por isso aconselha outros CIOs a não deixarem a área de TI como a única responsável por qualquer instabilidade, falha ou queda no convencimento das lideranças executivas, que levantam questões como segurança, privacidade, entre outras. Afinal de contas, um projeto desse que conta com cloud tem o subsídio de TI, mas ainda é um projeto de negócio. “Se o negócio não quer, melhor não fazer”. O executivo evidencia a importância de se manter um forte controle de governança das operações em projetos pilotos desse tipo. E não é necessário fazer adequações ou adoção de novos modelos de governança históricos adotados pela companhia ao integrar a nuvem com o legado. Queiroz divide sua experiência: “Não tenho padrão para todo tipo de dado. Tenho desde coisas que extraio de consoles e ‘inputo’ isso na ferramenta de governança interna, e tenho extratores automáticos que o provedor já fornece. Mais uma vez, ainda não há padrão definido. Se eu definir isso, faço com todos os provedores”. Por fim, o caminho para a nuvem é inevitável. “É uma tendência da qual não vamos fugir, seja orquestrada ou não por TI. O melhor é que a gente exerça essa liderança, e minha recomendação é: abrace, não fuja”, resume Leão. ITF
“VEJO QUE [A NUVEM] AINDA DEVE SER ESTUDADA MUITO BEM CASO A CASO, MAS É CONVENIENTE PRINCIPALMENTE QUANDO VOCÊ PRECISA COLOCAR ALGO EM PRÁTICA RÁPIDO” Leão, da Natura
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A CULPA
É DA TI O PROJETO É MULTIDISCIPLINAR, MAS NO FINAL QUEM ESTÁ NA BERLINDA É A TI. COMO RESOLVER ESSE CONFLITO?
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KAREN FERRAZ
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FABIO FARIA, da CSN
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NELSON CARDOSO, da Distribuidora Petrobras
ão é preciso mais discutir o quanto a TI tornou-se substancial para os negócios no contexto da economia digital. Praticamente todos os departamentos dentro de uma empresa dependem de sistemas para operar processos e entregar resultados, e a tendência é que isso seja crescente. Projetos envolvendo tecnologia deixaram de ser responsabilidade exclusiva do departamento de TI e hoje têm participação conjunta de outras áreas. E nesta nova realidade, será cada vez mais comum que departamentos de negócios, como o de marketing, conduzam projetos em que a tecnologia exerce papel crítico e decidam a compra de suas próprias ferramentas.
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Por natureza, habilidades comunicacionais são pontos fracos de profissionais do mundo da TI. No entanto, nos últimos anos, gestores da área tiveram como desafio aprender a negociar melhor com seus clientes internos e, sobretudo, a ouvir o outro lado para gerenciar demandas e conciliar expectativas. “Hoje vejo muitos CIOs liderando grandes projetos em companhias e acredito que os executivos que ficarem na área nos próximos anos terão que conversar melhor com todos os seus parceiros”, dividiu Nelson Cardoso, CIO da Petrobrás Distribuidora, que participou como debatedor do IT Forum Debate “Diálogo entre áreas: como o CIO transita entre seus pares”, juntamente com Fábio Faria, CIO da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), durante o IT Forum 2014. Nem tudo são flores. Os executivos presentes na discussão compartilharam a mesma ideia de que sempre existe o conflito da TI com as outras áreas, seja marketing, financeiro, jurídico, ou, principalmente, vendas. Porém, esse embate fica mais evidente quando um projeto multidisciplinar está em jogo. “O que antes era pautado pelo discurso ‘todos juntos’, na hora de implantar um projeto, quando vemos só resta a TI”, mencionou Mendel Szlejf, da Leroy Merlin. Para contornar a situação, às vezes inevitável, Fábio Faria acredita na construção de um diálogo transparente entre as áreas, tomando como premissa a governança, isso proporcionou resultados positivos na relação com os pares nas empresas em que atuou anteriormente, como o Grupo Votorantim, e hoje buscado à frente da TI da CSN. “Temos que arrumar a casa para pres7
tar um bom serviço, e isso passa por inúmeros processos da TI. E a tendência é que os problemas irão mitigar muito. Além disso, o papel da TI fica mais alinhado quando passa pelo board da companhia: o projeto deixa de ser só de tecnologia e passa a ter o compromisso de outras áreas. A chance de sucesso é muito maior”, destacou. NEGOCIAÇÃO No geral, foi consenso entre os CIOs a necessidade de adotar uma postura positiva (a tal da “persona positiva”, abordada na palestra conduzida por Luiz Felipe Pondé) no conflito por meio de um diálogo transparente com seu cliente interno para
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encontrar soluções. Eles defendem, por exemplo, que caso a TI atrase na entrega de um projeto, essa realidade seja passada para as áreas envolvidas. “A função do CIO é fazer a parte positiva, fazer reunião, buscar resolver soluções. E isso os problemas vão sendo resolvidos, criando um clima melhor”, destacou Cardoso. No entanto, muitas vezes os interlocutores que acabam fazendo esse meio de campo no dia a dia são os mais técnicos – que geralmente não conseguem traduzir situações para as outras áreas de maneira simples. Para contornar essa barreira, o CIO da Ipiranga, Plínio Figueiredo, compartilhou uma iniciativa da TI de criar 7 4 itforum365.com.br
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uma área de relacionamento para entender e antecipar a demanda do outro lado, que tem apresentado bons resultados. O fluxo contrário, ou seja, identificar alguém de negócios que entenda da área TI também pode ser uma solução, como apontou Faria. Mas esse relacionamento é cultural, e não acontece do dia para a noite e encontrar as pessoas certas na equipe pode ser o caminho, apontou o executivo. Construir um relacionamento de proximidade com as outras áreas é o caminho vislumbrado pelos CIOs para a TI ser incluída nas decisões dos outros departamentos e impedir o surgimento de outras TIs. “A relação não deve ser a ferro e fogo e, se assim for, eles vão continuar decidindo TI sem a gente”, enfatizou Regina Pistelli, CIO do Grupo ABC. Mapear os usuários para entender como funciona o outro lado e treinar a equipe para atender a essas demandas e uma boa dose de humildade para assumir os erros e disposição para ouvir, integra a solução vislumbrada por Faria, da CSN. Porém, não há um modelo certo para melhorar o relacionamento entre as áreas. O fato é que essa necessidade e habilidade de conversar melhor com os pares será um imperativo para a TI daqui para a frente, afinal, temos tendências tecnológicas disruptivas que pretendem chacoalhar ainda mais as fronteiras entre os departamentos com projetos interligados – como o conceito de Internet das Coisas, lembrado por Cardoso, da Petrobrás Distribuidora “O CIO precisa estar sintonizado cada vez mais com as mudanças que estão acontecendo na TI e ampliar sua visão do negócio, pois ela será cada vez mais necessária na conversa tanto com clientes internos como com fornecedores nos projetos inovadores que estão por vir”, pontuou Cardoso.
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“O DEPARTAMENTO JURÍDICO TEM POR TRADIÇÃO DIZER ‘NÃO’ AO BYOD” Mendel Slejf, da Leroy Merlin
“JURÍDICO BEM ORIENTADO SE CONVERTE TOTALMENTE À MOBILIDADE” Patrícia Peck, advogada
“A questão não é mais aderir ou não. Por mais que a TI não ofereça, essa realidade vai existir e os funcionários vão utilizar seus dispositivos no trabalho”, comentou a advogada especialista em direito digital Patrícia Peck durante o IT Forum Debate Direito Digital. O encontro reuniu também Mendel Szlejf, CIO da Leroy Merlin, e André Schneiter, CIO da Odebrecht, para discutir as implicações jurídicas dessas tendências digitais. As duas empresas que participaram da mesa aderiram à mobilidade e ao BYOD, com o suporte de uma política de uso que define claramente quais as regras do que pode ser feito ou não pelos colaboradores com o uso de smartphones e tablets, no que diz respeito à segurança de informação corporativa e regras trabalhistas. Para tanto, a implantação dos projetos contou com a ajuda de orientação jurídica especializada para superar, antes de tudo, desafios internos: o alinhamento entre TI e o departamento jurídico. “O departamento jurídico tem por tradição dizer não ao BYOD. Só que se ele disser não, isso vai extrapolar os limites e as pessoas vão usar mesmo assim”, afirmou Mendel Szlejf. Isso acontece, na opinião dos debatedores, pelo próprio desconhecimento do jurídico sobre a mobilidade. 7
“SÓ FOMOS PARA O BYOD COM A POSSIBILIDADE DE GERENCIAR AS INFORMAÇÕES” Andre Schineiter, da Odebrecht
Desde que assumiu a TI da Leroy Merlin, Szlejf levantou a bandeira da mobilidade na corporação. Aderir à tendência, segundo ele, implica necessariamente em assumir os riscos inerentes a ela. “Hoje a empresa tem plena confiança no que a TI está fazendo, dos riscos à segurança. E, para isso, montamos uma equipe composta por pessoas da TI e do jurídico, assumimos os riscos, e implantamos. Até hoje não tivemos muitos problemas”, conta. Na Odebrecht o desafio da TI é gerenciar cerca de 7 mil smartphones utilizados pelos colaboradores – e não dava para fazer isso sem uma regra, destacou Schneiter. “Os riscos no BYOD existem e,
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BLINDAGEM EM 4 PASSOS
A ADVOGADA PATRÍCIA PECK INDICA O ROTEIRO PARA IMPLANTAÇÃO DO BYOD CAPAZ DE ENDEREÇAR QUESTÕES DE NÍVEL TECNOLÓGICO, QUANTO NORMATIVO E CULTURAL
REGRA CLARA: AS REGRAS DE USO DEVEM ESTAR BEM CLARAS E EXPLÍCITAS AOS COLABORADORES, O QUE PODE SER FEITO COM A AJUDA DE RECURSOS HUMANOS
ACULTURAMENTO: AQUI TAMBÉM ENTRA O SUPORTE DO RH PARA INCENTIVAR O USO CORRETO DOS MECANISMOS DE ACESSO ÀS INFORMAÇÕES
por meio de uma orientação jurídica, fizemos nossa política de BYOD e a partir dela conseguimos limitar acesso a serviços e definir as regras de uso”, contou o CIO. Com apoio do departamento jurídico, Schneiter explica que a TI criou algumas “vacinas jurídicas” para se resguardar no caso de eventuais problemas que possam ocorrer no futuro. Dessa maneira, ele afirma que foi possível avançar nas questões sobre segurança da informação, sobretudo na proteção corporativa para eventuais questões trabalhistas. Houve até determinação de investimento por parte do departamento jurídico, em soluções que permitem a discriminação do acesso de determinados serviços de acordo com o perfil dos usuários. “Só fomos para o BYOD com a possibilidade de ge8
MONITORAMENTO: IMPLANTAR FERRAMENTAS DE MONITORAMENTO É A ÚNICA FORMA DE GERIR COMO AS INFORMAÇÕES ESTÃO SENDO TRATADAS PELOS USUÁRIOS
PENALIDADE: EM CASO DE DESCUMPRIMENTO DAS POLÍTICAS DE USO, A COMPANHIA DEVE COBRAR AS CONSEQUÊNCIAS JUNTO AOS USUÁRIOS
renciar as informações e separá-las nos dispositivos para tratar o que é pessoal como pessoal e o que é corporativo como corporativo. Além disso, montamos políticas de uso diferentes para prevenir riscos trabalhistas de acordo com o acesso e os serviços dados ao colaborador”, acrescenta. A empresa que não dá regras à informação corporativa dentro desses ambientes móveis uma hora ou outra irá enfrentar questões como vazamento de informação ou cobrança de hora extra. Isso não significa, contudo, que a melhor opção é virar às costas para esse movimento que já acontece. Manter uma postura contra a mobilidade, concordam Patrícia, Szlejf e Schneiter, não é medida preventiva, mas sim a possibilidade de criar um ambiente que não é gerenciado dentro da organização. Outra questão que merece alerta, segundo a advogada Patrícia, é o compliance, indo além de simplesmente responder à auditoria as medidas necessárias. Segundo ela, é preciso ter procedimentos de coleta de logs, pois a TI é responsável por guardar todas as provas que acontecem na empresa, por exemplo para identificar uma fraude interna. “A informação tem que estar alinhada entre TI e jurídico. E um jurídico bem orientado se converte totalmente para a causa da mobilidade. E para dar o primeiro passo, o CIO deve conscientizar o board da empresa de que o maior risco hoje é não ter uma regra específica para uso desses dispositivos”, afirmou a especialista em direito digital. Em resumo, os riscos existem, contudo, é possível estar preparado para quando eles chegarem, ter as respostas e mitigar – ou minimizar – as perdas. ITF
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INTEGRAÇÃO: DESAFIO ETERNO?
ENTRE LEGADO E MUNDO DIGITAL, GESTORES DE TECNOLOGIA SEGUEM COM DESAFIO DE INTEGRAR A ANTIGA TI COM AS POSSIBILIDADES OFERECIDAS POR MODELOS COMO O DE NUVEM
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Fot os:
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Augusto Carelli, da Pif Paf
VITOR CAVALCANTI
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um passado recente, o problema era o hardware. Depois, a evolução dos aplicativos – pessoais e empresariais – trouxe para a pauta do dia o software e uma série de possibilidades que ele trazia, passando por automação de processos, agilidade na tomada de decisões e até transformação de modelos de gestão. Hoje, com o mundo do hardware comoditizado e o software corporativo consolidado, integrar volta a ser uma palavra no dicionário dos desafios dos executivos de TI. Isso porque, o ambiente onde antes imperava duas opções (infraestrutura própria ou terceirizada) foi totalmente transformado pelo modelo de computação em nuvem, onde praticamente tudo passou a ser vendido como serviço. Data center próprio, outsourcing, colocation, dados e sistemas armazenados internamente, rodando em algum lugar pelo mundo passaram a conviver e a exigir monitoramento e integrações antes inimagináveis.
Paulo Cesar Imelk, da Azul Seguros
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“Vejo muitos desafios quando falo em ambientes externos, sobretudo, provedores de nuvem. Quando pensamos em ambientes desse tipo, temos desafios inerentes como telecom, e outros de sempre como segurança. Já temos exemplos recentes sobre eventos de segurança. Temos que entender se nosso ambiente interno está seguro, qual nível temos e os desafios do próprio ambiente corporativo. O usuário quer disponibilidade e é um desafio tão grande quanto segurança, envolve ainda privacidade de funcionários e clientes”, refletiu Augusto Carelli, CIO da Pif Paf, convidado a debater o tema Integração durante o IT Forum 2014, ao lado de Paulo Cesar Imelk, da Azul Seguros. À frente da TI de uma empresa com oito mil funcionários e sistemas que vão desde centros de criação até fábrica e distribuição, Carelli entendeu que a melhor forma de lidar com a complexidade de trabalhar com os dois mundos era a partir de um alinhamento do plano de TI ao plano estratégico da companhia e também com a criação de frameworks que facilitam a integração e implantação de algumas plataformas. “Na Pif Paf, a estratégia é crescer via fusão e aquisições, por isso, busco padronização e criamos templates para implantar um novo abatedouro rapidamente. A tendência dos sistemas é um ciclo de vida amplo, mas deprecia integração e resulta em mais custo. Balancear com CFO se compensa aumento de custo pelo alinhamento empresarial ou se parte para uma nova plataforma é algo também necessário”, aconselha. E O LEGADO? Criação de templates para padronização da área de sistemas e facilitar inte8
Paulo Cesar Imelk, da Azul Seguros; e Augusto Carelli, da Pif Paf
A TENDÊNCIA DOS SISTEMAS É UM CICLO DE VIDA AMPLO, MAS DEPRECIA INTEGRAÇÃO E RESULTA EM MAIS CUSTO”
grações de todos os tipos, especialmente quando existe uma estratégia forte de crescimento via aquisições, tem sido uma prática recorrente de CIOs representantes das 500 maiores empresas do País. Existem cases em diversos setores e tal estratégia tem se mostrado bastante eficiente. Mas como lembrou o próprio Carelli, em alguns momentos, é preciso refletir se vale a pena seguir com integrações ou abandonar um sistema legado por mais estável que seja e partir para uma plataforma mais digital, até por questões de custos. “O problema de mexer no legado é: quem terá peito de mudar isso? Mas não precisa mexer de uma vez, é questão de estratégia. Tem que fazer conta, as vezes vale a pena levar muita coisa para a nuvem e às vezes não”, comentou Imelk, da Azul Seguros, segmento altamente regulamentado e que lida com sistemas de diversos tipos. O executivo, ao fazer uma analogia com a padronização de tomadas, lembrou que diversos fornecedores tem buscado desenvolver um padrão que facilitaria a integração entre diferentes nuvens e infraestruturas próprias fornecidas por diferentes provedo-
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INTEGRAR COM O QUÊ? TI COM ÁREAS DE NEGÓCIO EXTREMAMENTE IMPORTANTE PARA QUE OS SILOS NÃO VOLTEM A FAZER PARTE DA ROTINA CORPORATIVA EM SUA VERSÃO MAIS DIGITAL. ATUAR JUNTO COM OS DEPARTAMENTOS EVITA, OU AO MENOS REDUZ, O NÚMERO DE INICIATIVAS TOTALMENTE INDEPENDENTES E QUE POSSAM GERAR PROBLEMAS À TI NUM FUTURO PRÓXIMO, ESPECIALMENTE AQUELAS QUE ENVOLVEM USO DE NUVEM PÚBLICA
INFRAESTRUTURA PRÓPRIA COM TERCEIROS A ISSO VOCÊ, CIO, JÁ ESTÁ HABITUADO: AS ONDAS DE TERCEIRIZAÇÃO DOS ANOS PASSADOS DEIXARAM MUITAS LIÇÕES SOBRE COMO INTEGRAR APLICAÇÕES QUE RODAM DENTRO E FORA DE CASA E ISSO CONTINUARÁ EXISTINDO. A QUESTÃO É QUE A TENDÊNCIA É DE QUE AUMENTEM APLICAÇÕES FORA DE CASA E EM TODO TIPO DE INFRAESTRUTURA. LEGADO COM NOVOS MODELOS TALVEZ, DENTRO DO DESAFIO DE INTEGRAÇÃO, ESTE SEJA O MAIS PROBLEMÁTICO, PORQUE ENVOLVE NÃO APENAS A BUSCA DE MEIOS PARA FAZER COM QUE ESTRUTURAS TÃO DÍSPARES CONVERSEM, MAS TAMBÉM A QUESTÃO DE ABANDONAR OU NÃO UM SISTEMA LEGADO QUE ATENDE À DEMANDA, EM PROL DA ATUALIZAÇÃO TECNOLÓGICA DA COMPANHIA. ALÉM DISSO, O ESFORÇO EM INTEGRAR LEGADO COM SISTEMAS MODERNOS E NUVEM É NÃO APENAS DA TI CORPORATIVA, MAS TAMBÉM DO FORNECEDOR.
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res de tecnologia. “O ideal é partir para padrão de mercado para essa convergência e existe uma preocupação nesse sentido. E da mesma forma que a indústria precisa, as empresas têm que trabalhar internamente a sopa de sistemas para se adaptar ao padrão. Troco tudo que é arriscado e demorado ou crio adaptações para meus sistemas conversarem, dando sobrevida e um fôlego para pensar em trocas?”, provocou, lembrando do dilema citado por muitos participantes do debate. Presente na plateia do debate, Cristiano Barbieri, CIO da SulAmérica Seguros, empresa reconhecida por suas experiências com cloud computing, lembrou que nuvem está presente na companhia
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há pelo menos três anos, mostrando que, embora existam sim desafios na integração e até em disponibilidade, os pontos positivos, pelo menos pela experiência da seguradora, acabam por suplantar os riscos. “Temos pelo menos 100 projetos no mundo nuvem, um portal com 1,5 milhão de acessos e não para nunca. O problema que tive foi falta de link redundante em vários lugares. Minha experiência tem sido fantástica, não para e com zero incidência de segurança. Não conseguíamos fazer nada com menos de seis meses e hoje fazemos coisas muito mais rápido. Tem empresa que implanta versão nova a cada 15 e 20 dias por conta da nuvem, temos várias experiências no mercado”, compartilhou. Ao final do bate papo, foi pedido para Imelk e Carelli darem algum dica do que eles têm feito em suas companhias para melhor lidar com a complexidade que o mundo digital traz, que é um mix de revisão de estratégia, pressão das áreas de 8
O PROBLEMA DE MEXER NO LEGADO É: QUEM TERÁ PEITO DE MUDAR ISSO? MAS NÃO PRECISA MEXER DE UMA VEZ, É QUESTÃO DE ESTRATÉGIA”
negócios e necessidade de atualização tecnológica. O CIO da Pif Paf reforçou a premissa de que manutenção sempre é onerosa e quando envolve sistemas legados antigos as integrações são sempre mais complexas. “Se vai trabalhar com mobilidade, você pode criar padrões em webservices, APNs específicas, mecanismos de auditoria até para adquirir e integrar novos sistemas. Facilita a compra, a integração e a manutenção”, pontuou Carelli. Já Imelk, da Azul Seguros, lembrou que integrar pode ser nuvem, DC próprio, sistemas de empresas adquiridos e que muitas vezes isso esbarra até na entrega do serviço de telecom. “Algumas operadoras não conseguem entregar a depender da região. Na Azul temos sistemas legados e também o desejo da área de negócio querendo caminhar para frente. Mas não podemos simplesmente nos levar apenas pelo modismo, apesar de muitas vezes sermos altamente influenciados.” ITF
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DICA: Formalize a inovação Cultive a colaboração Mensure o sucesso
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Vitor Cavalcanti
Num mundo que caminha rapidamente para uma economia digital, inovar surge como ato mágico para resolver todos os dilemas. Mas a TI precisa sofrer tanto com isso?
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ão faz muito tempo que inovação e tecnologia passaram a ser tratados quase como sinônimos, ainda que inovar seja uma ação presente em qualquer área e passível de acontecer a qualquer instante. O problema é que a associação à tecnologia e consequentemente ao departamento de TI tem criado uma pressão um tanto exagerada sobre os CIOs. Afinal, a área liderada por eles pode sim ser um canal de inovação corporativa, no entanto, o mais importante é que eles não sejam cobrados apenas por isso. Isso porque o ideal é que a equipe de TI atue como um canal habilitador e parceiro da inovação, lado a lado de outras áreas, de maneira multidisciplinar. Revista IT Forum | Junho 2014 9
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DOIS CAMINHOS PARA ENFRENTAR:
INVESTIR EM UMA ESTRATÉGIA ÚNICA E INOVADORA QUE O RESULTADO POSSA SIGNIFICAR PERDA DE TEMPO, DINHEIRO E RECURSOS
A B
Tais pontos foram tratados por Sérgio Alexandre Simões, da PwC, durante um bate-papo sobre inovação no IT Forum 2014. A consultoria, parceira da IT Mídia na realização do estudo e premiação As 100+ Inovadoras no Uso de TI, compilou dados importantes extraídos da pesquisa de 2013 e os relacionou também com alguns estudos globais sobre o tema conduzidos pela própria PwC. Para Simões, embora a TI tenha capacidade de inovar e deva destinar parte do tempo para pensar o tema de maneira um pouco mais estruturada, ela precisa também estar mais aberta às novas tecnologias e saber encarar essa pressão até como oportunidade, já que muitas empresas apostam mesmo que novos modelos de negócio podem surgir a partir da aplicação transformadora da tecnologia. Não é à toa que o mundo digital é um dos terrenos mais férteis nesse quesito, com startups e novos negócios nascendo em novas empresas de tecnologia até mesmo em setores muito tradicionais, como o financeiro. Alguns CIOs presentes até refutaram a ideia de focar sempre nas quatro macro-tendências que têm direcionado a maior parte das discussões em TI: mobilidade, social, big data e cloud. Mesmo sendo esses elementos senso comum, em certo ponto, os CIOs estão corretos. Até porque inovação não necessariamente está atrelada às tendências. Ela pode vir de uma aplicação diferente de algo já existente ou de uma associação de ferramental a algum conceito trabalhado pela indústria. Mas de uma maneira ou de outra, é preciso que o departamento de TI não encare inovação como um peso. Obviamente, no melhor dos dois mundos, um orçamento deveria ser destinado para experimenta9
ESPERAR POR CONCEITOS MAIS ESTABELECIDOS E POTENCIALMENTE PERDER O MARKET SHARE PARA OS CONCORRENTES INOVADORES
SÉRGIO ALEXANDRE SIMÕES, da PwC
Fotos: Photogama
LÍDERES APOSTAM EM INOVAÇÃO OUSADA E RADICAL PARA SERVIÇOS, PRODUTOS E MODELOS DE NEGÓCIO PARA CRESCIMENTO AGRESSIVO, APONTA O LEVANTAMENTO DIGITAL IQ, DA PWC
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IT FORUM DEBATE | INOVAÇÃO AFIRMAM VER A TI COMO ÁREA INCUBADORA DE PROJETOS DE INOVAÇÃO
ENXERGAM A TI COMO AGENTE COM PARTICIPAÇÃO INTENSA NOS PROJETOS DE INOVAÇÃO
23%
58%
APONTAM QUE A TI SE ENVOLVE DE MANEIRA INFORMAL E INDIRETA NESSE TIPO DE INICIATIVA
16% DIZEM QUE TI
3% NÃO SE ENVOLVE
A TI PARTICIPA DA INOVAÇÃO?*
NOS PROJETOS DE INOVAÇÃO, SENDO AVISADA QUANDO HÁ NECESSIDADE DE SUPORTE TECNOLÓGICO
*Informações extraídas do estudo As 100+ Inovadoras de 2013
93% DOS EXECUTIVOS OUVIDOS NO ESTUDO BREAKTHROUGH INNOVATION AND GROWTH, DA PWC, APONTAM CRESCIMENTO ORGÂNICO VIA INOVAÇÃO PARA DIRECIONAR CRESCIMENTO DA RECEITA” 9
ção. Em tempos de orçamentos enxutos, no entanto, são poucas as empresas que se dão a esse luxo. Assim, a melhor das abordagens é tentar, por exemplo, aplicar um conceito de inovação aberta, compartilhando conhecimento com alguns parceiros da indústria e agindo mais em conjunto com as áreas de negócios para, também, suportar tecnologicamente projetos inovadores que possam estar espalhados pela empresa e precisam apenas de um empurrão tecnológico para vingar. ITF
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01 - ADELSON DE SOUSA, PRESIDENTE EXECUTIVO DA IT MÍDIA. 02 - LUIZ FELIPE PONDÉ, FILÓSOFO E KEYNOTE SPEAKER DO IT FORUM 2014. 03 - PROFESSOR PAULO VICENTE, DA FUNDAÇÃO DOM CABRAL; E MIGUEL PETRILLI, VICE-PRESIDENTE DA IT MÍDIA. 04 - NO SÁBADO (3/5), CORTELLA FALA A PÚBLICO DO IT FORUM 2014. 05 - MARIO SERGIO CORTELLA, FILÓSOFO. 06 - PLENÁRIA DO IT FORUM 2014. 07 - PAINEL DO ANTES DA TI, A ESTRATÉGIA. 08 - PLENÁRIA DO IT FORUM 2014. 09 - SÉRGIO LOZINSKY, CONSULTOR. 10 - PLENÁRIA DO IT FORUM 2014.
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Momentos REDAÇÃO
RELEMBRE OS MOMENTOS DO IT FORUM 2014
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01 - FERNANDO DONIZETI, da Tibério. 02 - CESAR BOENO, da Usiminas. 03 - ELIEZER MARIN, da Votorantim Metais. 04 - EDUARDO RABONI, da Algar Telecom. 05 - ADRIANA VALERIO, da Dow. 06 - CELIA POLIAKOVAS, da Ultracargo. 07 - ANDRE CAMPOS, do Assaí. 08 - BERNARDO TAVARES, da Johnson & Johnson. 09 - ALESSANDRA BOMURA, da GVT. 10 - ANTONIO NAVAREZ, da AES Eletropaulo. 11 - ANGELO FIGARO, da Renault. 12 - ALDO DE PALMA, da Magnetti Marelli. 13 - ANTONIO FOSCHINO, da ECT Correios. 14 - ANA VEIGA, da Transpetro. 15 - FELIPE SOARES, da AGCO. 16 - CARLSON JANES, do PROCERGS. 17 - ADEMILSON ABREU, da Zona Sul.
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01 - HARLEN DUQUE SILVA, do Grupo VDL. 02 - JANET SIDY DONIO, da Vicunha. 03 - JOテグ DONIZETI, da Votorantim Industrial. 04 - KLAITON SIMテグ, do Hospital Sテ」o Camilo. 05 - LUCIANO POSSANI, da Anhanguera Educacional. 06 - MARCOS CALDAS, das Lojas Marisa. 07 - PAULO BIAMINO, da Kimberly Klark. 08 - PAULO CHIARLONE, da Positivo Informテ。tica. 09 - PAULO JANSEN, da Giassi e Cia. 10 - REGINA PISTELLI, do Grupo ABC. 11 - SANDRA DIAS, do Inmetro. 12 - TELMO PEREIRA, da Amil. 13 - WALTER SHIMABUKURO, da Central Nacional Unimed. 14 - WILSON LOPES, da Fibria Celulose. 15 - XIANCLEBER CRUZ, do Ale. 16 - AMERICO CAVALLIERE, da C. Valle. 17 - ANSGAR PINKOWSKI, da Merck.
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01 - MICROCITY. 02 - EMC. 03 - CAPGEMINI. 04 - SAMSUNG. 05 - ATIVAS. 06 - BT. 07 - IBM. 08 - CISCO. 09 - SIMPRESS. 10 FURUKAWA. 11 - VIVO. 12 - SAP. 13 - HUAWEI. 14 - SONDA IT. 15 - XEROX. 16 - RED HAT. 17 - CLARO. 18 - TIVIT. 19 - OUTSYSTEMS
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20 - Dell. 21 - BRQ. 22 - Unify. 23 - Aceco TI. 24 - Avaya. 25 - UOL Diveo. 26 - Wipro. 27 - TIM. 28 - Informatica Corporation. 29 - CI&T. 30 - Microsoft. 31 - T-Systems. 32 - Autodesk. 33 - Algar. 34 - Thomson Reuters. 35 - BlackBerry. 36 - HP. 37 - CA Technologies. 38 - Embratel.
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A 16ª EDIÇÃO DO IT FORUM, REALIZADA ENTRE OS DIAS 30 DE ABRIL A 04 DE MAIO DE 2014 NO IBEROSTAR BAHIA HOTEL, ALCANÇOU IMPORTANTES RESULTADOS.
CONFIRA ALGUNS NÚMEROS QUE FIZERAM DESSA EDIÇÃO UM GRANDE SUCESSO! A sua participação foi fundamental nesta, e em todas as outras edições que ao longo desses anos consolidaram o IT Forum como o mais importante encontro de TI da América Latina. Obrigado!
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EXECUTIVOS PRESENTES
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MAIS PATROCINADORES DE 2.100 REUNIÕES DE NEGÓCIOS ONETO-ONE NAS BUSINESS SUITES E LOUNGES
25 AÇÕES
ESTRUTURADAS DE RELACIONAMENTO
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HORAS DE CONTEÚDO
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TEMA CENTRAL
A SOCIEDADE EM TRANSIÇÃO 27 A 31 DE AGOSTO DE 2014 IBEROSTAR BAHIA HOTEL - PRAIA DO FORTE - BA
KEYNOTE SPEAKER MARIO SERGIO CORTELLA Foto: Divulgação
Formado em filosofia, com mestrado e doutorado em Educação, Cortella é professor titular da Graduação e da Pós-Graduação em Educação e em Teologia e Ciências da Religião da PUC-SP e professor convidado da Fundação Dom Cabral. É Consultor e Conferencista nas áreas de Educação e Filosofia e autor de diversos livros.
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CLOUD COMPUTING
IT FORUM DEBATES
SEGURANÇA DA INFORMAÇÃO
GESTÃO DE TALENTOS
GESTÃO DE
CONTRATOS
Informações sobre patrocínio ou
MOBILIDADE
E MAIS: Apresentação de Cases dos patrocinadores.
participação: 11 3823-6600 itforummais@itmidia.com.br
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MÍDIAS SOCIAIS
A CONVERSA CONTINUA ONLINE CIBELE LANA
Reginaldo José Monteiro de Assis, Sada
Lisias Lauretti, Serasa Experian Inovação é quase que invariavelmente dependente de TI e a área tem que trabalhar com este espírito. É uma batalha/ oportunidade infindável!
Janet Sidy Donio, Vicunha Têxtil
Big Data, Analytics, BI, CRM, temas muitos importantes que fazem e deverão fazer parte de nosso dia a dia e que foram amplamente debatidos no ótimo fórum pela manhã.
Parabéns a toda equipe IT Mídia pelo grande evento! Uma ótima oportunidade para estreitar relacionamentos, conhecer novas soluções e possíveis parceiros, trocar ideias com outros profissionais. E é sempre bom demais rever amigos, fazer novos, estar num lugar maravilhoso, curtir palestras sensacionais e ser duplamente sorteada no evento de encerramento..... Valeu demais!!! Até a próxima!!!!
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Cláudio Antônio Fontes, Solar Coca-Cola Gestão pela educação é o caminho.
Luiz Carlos Souza de Almeida, Chubb Brasil
Inovação ainda gerando muita controvérsia. O fato é que a definição é ampla e a interpretação depende do ponto de vista. Uma coisa é certa: inovação não é e nem deve ser monopólio de IT. A inovação vem do negócio e o IT, parte importante de sua concretização.
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Acesse: HTTP://BIT.LY/LINKEDINITFORUM
@ITFORUM365
WWW.ITFORUM365.COM.BR Fotos: Divulgação
/ITFORUM365
Klaiton Simão, Rede São Camilo
Harlen Duque Silva / CIO Grupo VDL
Alguém já disse que se você é o mais inteligente da sala, é hora de mudar de sala... Pois hoje, depois de Pondé, Paulo Vicente e Mário Cortella, saio com a alegre certeza de que tenho muito a aprender, o que me deixa muito feliz. Carlos Buss, Mondelez
Fernando Donizeti, Tibério Construções e Incorporações
Parabéns, Adelson, Miguel e a todos os colaboradores da IT Mídia. O evento está sendo sensacional, ótimo conteúdo, inúmeros relacionamentos. Desejo que este sucesso dure por muitos e muitos anos. Obrigado pelo convite para participar desta grande família chamada IT Mídia.
Foram 2 super sessões de debate com muita troca de ideias e discussões produtivas ... Valeu!
Renata Marques, Whirlpool
Eduardo Rabboni, Algar Telecom
Parabéns ao time ITMidia. A cada ano a dupla Adelson e Miguel vêm conseguindo oferecer um evento de qualidade crescente e sempre com um conteúdo atualizado e relevante. Abraços
Roberto Zambom, Caixa Econômica Federal (sobre palestra do professor Pondé)
Interessante é um adjetivo pequeno para a palestra do Paulo Vicente !!
Parabens Adelson, Miguel e time IT Midia pela organização deste evento memorável onde podemos conhecer melhor nossos parceiros e serviços, como também trocar figurinhas com outros CIOs ! ADOREI #itforum2014 .... Abc
Novamente, um espetáculo dado para nossa reflexão. Parada importante no dia-a-dia “triturante”. Reflexão necessária.
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EXECUTIVO DE TI DO ANO
Gabriela Stripoli
A TI na Liderança Em sua 16ª edição, o Prêmio Executivo de TI do Ano homenageia os CIOs que se destacaram à frente das empresas no Brasil. Realizada pela IT Mídia, pela primeira vez em parceria com a Korn Ferry, a premiação foi dividida em 15 categorias setoriais, que receberam 154 inscrições válidas
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m vez de uma “simples” substituição de ERP (pois nenhuma implantação dessa é simples, convenhamos), o Makro conseguiu revisar e otimizar todo seu estoque com o projeto. À frente da equipe, Paulo Fernando Rodrigues. Foi proposta a revisão completa do modelo de negócio para posterior definição da ferramenta, com o desafio de convencer as demais áreas sobre a importância de se definir todo um processo integrado com participação de todos os departamentos para três objetivos em comum: aumentar o nível de serviço das lojas, reduzir as rupturas e diminuir o valor de estoque total da empresa.
Com implantação no início de 2013, foi feito um business case com implementação da solução em 18 meses com melhora de pelo menos 5% no nível de serviço, redução de R$ 50 milhões de estoque e diminuição das rupturas das lojas. Ao fim do mesmo ano, o projeto já estava em fase final de rollout – e os resultados são animadores. “Atualmente, temos cinco categorias em produção, as quais apresentaram um resultado direto de oito pontos porcentuais no nível de serviço, consequentemente aumento de 5% no volume de vendas e redução do valor total de estoque nas categorias”, descreveu o executivo. itf
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“ATUALMENTE, TEMOS CINCO CATEGORIAS EM PRODUÇÃO, AS QUAIS APRESENTARAM UM RESULTADO DIRETO DE OITO PONTOS PORCENTUAIS NO NÍVEL DE SERVIÇO, CONSEQUENTEMENTE AUMENTO DE 5% NO VOLUME DE VENDAS E REDUÇÃO DO VALOR TOTAL DE ESTOQUE NAS CATEGORIAS” Rodrigues, do Makro
PAULO FERNANDO RODRIGUES, CIO DO MAKRO
Foto: Photogama
COMÉRCIO ATACADISTA E VAREJISTA
2º JULIO BAIAO VIA VAREJO
1º PAULO FERNANDO RODRIGUES MAKRO
3º
NELSON CARDOSO PETROBRAS DISTRIBUIDORA
BANCOS E SEGURADORAS
2º ITALO FLAMMIA PORTO SEGURO
1º GERALDO DEZENA BANCO DO BRASIL
3º CARLOS PESTANA BRASILCAP
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EXECUTIVO DE TI DO ANO UTILITIES
2º VANDERLEI FERREIRA EDP ENERGIAS DO BRASIL
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RUY PIMENTEL MARQUES JÚNIOR LIGHT SERVIÇOS DE ELETRICIDADE
BENS DE CONSUMO DURÁVEIS E NÃO DURÁVEIS
1º
2º BERNARDO TAVARES JOHNSON& JOHNSON
SERGIO BUENO M CASSAB
3º AGENOR LEÃO NATURA
2º LAÍS MACHADO ROCHE
RODRIGO AGUIAR ASTRAZENECA
3º JOSÉ SIMÕES UNIÃO QUÍMICA
INDÚSTRIA DE ALIMENTOS, BEBIDAS, FUMOS, AGROPECUÁRIA E SERVIÇOS RELACIONADOS
2º LEANDRO CRESTA BIMBO DO BRASIL
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1º SÉRGIO BAMBACE VIGOR
LUIS FERNANDO LINO
FURNAS CENTRAIS ELÉTRICAS
ROBERTO CARLOS PEREIRA CURRAIS ENERGISA
CONSTRUÇÃO E MATERIAL DE CONSTRUÇÃO
2º FERNANDO DONIZETI
TIBERIO CONSTRUÇÕES E INCORPORAÇÕES
1º
GILDASIO ROCHA SOARES PENIDO PARTICIPAÇÕES E EMPREENDIMENTOS
3º
RENATO BLANCO VOTORANTIM CIMENTOS
INDÚSTRIA AUTOMOTIVA, AUTOPEÇAS E ENERGIA
FARMACÊUTICA
1º
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AUGUSTO ANTONIO CARELLI FILHO PIF PAF ALIMENTOS
2º EDUARDO MAURICIO ZALAMENA MMC AUTOMOTORES DO BRASIL
1º
SERGIO AVELLAR TRINDADE BARRETTO GRUPO CORNÉLIO BRENNAND
3º
ALVARO MARTINS PETROLEO BRASILEIRO
PLÁSTICOS, BORRACHA, PAPEL E CELULOSE, QUÍMICA, PETROQUÍMICA, ÓLEO E GÁS
2º WILSON LOPES FIBRIA
1º RONALDO RIBEIRO CELULOSE NIPO BRASILEIRA
3º VANDERLEI ANDRADE QUÍMICA DO BRASIL
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Acesse: A COBERTURA COMPLETA DOS CASES INSCRITOS VOCÊ ENCONTRA NO IT FORUM 365: WWW.ITFORUM365.COM.BR
SERVIÇOS DIVERSOS (EDUCAÇÃO, TURISMO, CALL CENTER, COMUNICAÇÃO, CONSULTORIAS, FINANCEIRAS, BPO, ETC)
SAÚDE
1º
2º CARLOS RIOTTI YAMASHITA HOSPITAL NOVE DE JULHO
TELMO PEREIRA AMIL
3º
HAROLDO PEON GRUPO SH BRASIL SAÚDE
2º ADEMIR PICCOLI PODER JUDICIÁRIO DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL
CARLSON JANES AQUISTAPASSE PROCERGS
3º
SANDRA DIAS
INSTITUTO NACIONAL DE METROLOGIA QUALIDADE E TECNOLOGIA
TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO E TELECOMUNICAÇÕES (TICS)
2º ALESSANDRA BOMURA NOGUEIRA GVT
1º EDUARDO RABBONI ALGAR TELECOM
JOSÉ PIRES ECAD
LISIAS LAURETTI SERASA
3º MARCO BASILIO DEAL TECHNOLOGIES
SIDERURGIA, METALURGIA, MINERAÇÃO E MECÂNICA
SERVIÇOS PÚBLICOS
1º
2º
1º
3º TIAGO SPRITZER IBM
2º EDUARDO MAGALHÃES KINROSS BRASIL MINERAÇÃO
1º
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WALTER SANCHES
TERMOMECÂNICA SÃO PAULO
WELLINGTON COELHO TEKSID DO BRASIL
TRANSPORTE E LOGÍSTICA
2º LUIZ EDUARDO RITZMANN GRU AIRPORT
1º GUSTAVO BUSNARDO OURO VERDE LOCAÇÃO E SERVIÇO
3º
DIEGO NEUFERT AMÉRICA LATINA LOGÍSTICA (ALL)
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IT FORUM + 2014
VOCÊ ESTÁ FICANDO PARA TRÁS? JÁ TEMOS SINAIS DE UMA SOCIEDADE EM TRANSIÇÃO, DA ERA INDUSTRIAL PARA O MUNDO 100% DIGITALIZADO. É O MOMENTO DE QUESTIONAR: ESTAMOS INDO NA DIREÇÃO CORRETA?
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A
REDAÇÃO
hora de mudar é agora. Por tantas vezes consultorias ou até seu CEO alertaram você disso, e de quebra sobre os impactos para a área de tecnologia: amparar o negócio, mitigando riscos e levando a companhia na direção correta.
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IT FORUM + 2014
No momento atual, contudo, a mudança não está ocorrendo apenas em uma vertical da indústria, ou em uma companhia que passa por uma alteração estrutural ou de gestão. Diversos sinais evidenciam a Sociedade em Transição – Da Era Industrial à Era Digital, tema central do IT Forum + 2014, que reunirá os CIOs das 501 a 1000 maiores empresas do Brasil entre os dias 27 e 31 de agosto, na Bahia. O impacto disso ultrapassará as fronteiras do ambiente corporativo e chegará às vidas pessoais de todos. E sinais de que esse movimento já começa a acontecer aparecem quando checamos nosso e-mail do trabalho um pouco depois de ver um filme com nossa família, ou quando aproveitamos um momento entre uma reunião e outra para marcar uma reserva num restaurante para uma data especial com nossos entes queridos. As fronteiras entre esses espaços estão sendo derrubadas – em grande parte devido à tecnologia. O filósofo Mario Sergio Cortella tratará desses impactos em sua apresentação. Ao mudar nosso comportamento, estamos modificando nossas ações e, consequentemente, o que nos define. E, assim, engana-se quem pensa que parar para refletir sobre essas questões é perda de tempo. Em um mundo totalmente conectado, cabe a nós
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entender se estamos caminhando à socialização ou ao isolamento. Ao conversar com uma pessoa no whatsapp, estamos nos distanciando do mundo ao redor ou nos aproximando de alguém fisicamente longe? Ao mesmo tempo, esse aspecto relacional também emerge como importante fator para o CIO em mudança. Afinal de contas, gestão de talentos e de contratos são expoentes dessas relações humanas no ambiente profissional.
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IT FORUM + 2014
Apesar de lidarem com redes, softwares, arquiteturas e infraestrutura, sua equipe, seus pares, sua empresa e seus fornecedores são pessoas. Com essa reflexão permeando o encontro, as empresas começam a repensar suas operações e decisões e a TI apoia as mudanças que, juntas, constituem esse momento de passagem. Tendências como mobilidade e nuvem são exemplos de como a TI nos leva a um novo mundo. Para onde você está caminhando? ITF
MOBILIDADE:
quais benefícios atuais e o que esperar do futuro? KEYNOTE SPEAKER: MARIO SERGIO CORTELLA
GESTÃO DE CONTRATOS:
negociar com inteligência para extrair o melhor à empresa
CLOUD COMPUTING:
o uso da nuvem para ampliar sua eficiência operacional
GESTÃO DE TALENTOS:
SEGURANÇA DA INFORMAÇÃO: os desafios para ciberproteção no mundo digital
extraia o potencial de sua equipe e trabalhe na retenção dos melhores profissionais
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REGIONAL SUMMIT SAO PAULO 2014
CIO E SUA EQUIPE NO FOCO DO CONHECIMENTO! CONFIRA ALGUNS RESULTADOS DA EDIÇÃO ANTERIOR E FAÇA PARTE DESSE GRANDE SUCESSO!
>> MAIS DE 120 MARCAS, envolvendo os principais fabricantes e grandes distribuidores da indústria do setor
puderam se relacionar e fazer negócios com os 2.800 visitantes que estiveram presentes na mostra do evento
>> EXPOSITORES NACIONAIS E INTERNACIONAIS exibiram suas novidades, lançamentos e tendências do setor
de TI e Segurança da Informação
>> 85% DOS EXPOSITORES ESTÃO SATISFEITOS e muito satisfeitos com a sua participação no evento 25 E 26 DE NOVEMBRO DE 2014 TRANSAMERICA EXPO CENTER – SÃO PAULO
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INFOGRÁFICO
TRANSFORMAÇÃO DIGITAL A CONSULTORIA ALTIMETER PROPÕE UM OLHAR DIFERENTE PARA A TRANSFORMAÇÃO DIGITAL NAS EMPRESAS A PARTIR DO ESQUEMA ABAIXO QUE ELES CHAMAM DE “RODA DA DISRUPÇÃO”.
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D OU
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AD
GA RT
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CL
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TENDÊNCIAS DISRUPTIVAS + TECNOLOGIAS
OL
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TEMPO RE AL
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A
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APPS
E NT
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PA R T IL H A M EN T O
DENTRO DA RODA DA DISRUPÇÃO, O “TRIÂNGULO DOURADO” É CERCADO POR OUTRAS TENDÊNCIAS EMERGENTES E SETORES AFETADOS POR SOCIAL, MOBILIDADE E TEMPO REAL, COMO BIG DATA, GEOLOCALIZAÇÃO, CLOUD COMPUTING, ENTRE OUTROS.
BENEFÍCIOS DA TRANSFORMAÇÃO DIGITAL
ATUALIZA A VISÃO DA COMPANHIA
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