Manual do aluno - Português - 9 ano

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Unidade 4- A humanidade em cena .....................................03 Projeto: Um, dois, três...ação!........................................................05 Cap. 1– Nos palcos, na vida.................................................................. 06 •

Textos: 1 - Auto da Compadecida – fragmento (Ariano Suassuna).. 09 2 - Cartaz de peça teatral.............................................. 11

Amplie seu léxico (Uso do dicionário; Prefixo des-; Prefixo anfi-).... 12

Integrando com Geografia............................................................ 19 Trabalhando Temas Transversais (A arte de representar).................. 19 •

O autor é você (Texto teatral).................................................... 20

Amplie seu conhecimento linguístico (Estrutura das palavras; Es-

tudo dos verbos de comando)....................................................... 22 Cap. 2– Luz, câmera, ação!.................................................................. 35 •

Textos: 1 – Se eu fosse você – fragmento do filme....................... 37 2 – Storyboard............................................................. 40

Amplie seu léxico (Uso do dicionário; Uso dos porquês)............... 42

Integrando com História............................................................... 48 •

O autor é você (Criação de roteiro de cinema e de storyboard)..... 48

Trabalhando Temas Transversais (Ouse com novas ideias)................. 51 •

Amplie seu conhecimento linguístico (Processo de formação de pa-

lavras)....................................................................................... 52


Nesta Unidade, trabalharemos com você as seguintes competências e habilidades, dentre outras: →→ Utilizar a língua materna para estruturar a experiência e explicar a realidade. • Identificar a finalidade de um texto, seu gênero e assunto principal. • Identificar os elementos organizacionais e estruturais de textos de diferentes gêneros. • Estabelecer relações de causa e consequência entre informações distribuídas ao longo dos textos. • Inferir o papel desempenhado pelas personagens em uma narrativa literária. • Justificar os efeitos de sentido produzidos em um texto literário pelo uso de palavras ou expressões de sentido figurado. →→ Identificar a intertextualidade e estabelecer relações entre textos. • Reconhecer e justificar a forma de apropriação textual como a paráfrase. • Identificar referências intertextuais. →→ Usar os conhecimentos adquiridos por meio da análise linguística para expandir sua capacidade de uso da linguagem, ampliando a capacidade de análise crítica. • Reconhecer as categorias explicativas básicas dos processos linguísticos, demonstrando domínio do léxico da língua. • Aplicar conhecimentos relativos a regularidades observadas em processos de derivação como estratégia de soluções de problemas de ortografia, com base na correlação definição/ exemplo. • Aplicar conhecimentos relativos à estruturação de palavras com base na correlação definição/exemplo.

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A humanidade em cena


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Fique por dentro

Muita gente diz que a arte imita a vida. Ou será que é a vida que imita a arte? Essa dúvida já dividiu muitas opiniões e, certamente, continuará dividindo. Pensar sobre essa questão nos faz refletir sobre qual é o nosso papel no mundo; traz à nossa consciência que o que fazemos pode ser visto por uma grande plateia. Mahatma Gandhi, líder pacifista indiano, é autor de uma frase muito interessante sobre isso: “A arte da vida consiste em fazer da vida uma obra de arte”. A arte tem uma importância e uma influência sobre nós muito maior do que pensamos: nos ajuda a compreender o mundo, as pessoas, nossos medos, a nós mesmos. Quantas vezes você já assistiu a um filme ou a uma peça de teatro e riu ou chorou? Quantas vezes se identificou com um personagem, com uma situação vivida por ele e procurou imitá-lo? E então, é a arte que imita a vida ou a vida que imita a arte? Não importa dar uma resposta a essa questão; o que importa é que você saiba que a sua vida é um grande palco e o personagem principal é você!

Livro Tudo sobre Arte, de Stephen Farthing e Richard Cork. São Paulo: Sextante, 2011. Abrangente e informativa, essa obra será seu guia pelas imagens mais importantes de todos os tempos, aquelas que encontramos ao visitar museus, folhear jornais e revistas ou olhar para a capa de um romance. Organizado cronologicamente e repleto de ícones que encantaram o mundo, esse livro traça um panorama da evolução artística em seus mais importantes estilos e movimentos.

Filmes O Auto da Compadecida. Direção de Guel Arraes. Brasil. 2000. As aventuras de João Grilo, um sertanejo pobre e mentiroso, e Chicó, o mais covarde dos homens. Ambos lutam pelo pão de cada dia e atravessam vários episódios enganando a todos da pequena cidade em que vivem, até conseguirem, através de suas confusões, a ira do temido cangaceiro Severino de Aracaju.

Acesse No site http://oficinadeteatro.com, você terá acesso a muitas informações, como: matérias, dicionário de termos teatrais, críticas sobre várias peças, além de poder baixar peças teatrais. No site www.cinemabrasil.org.br, você poderá acessar acervo de filmes, roteiroteca, notícias sobre festivais, etc.


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PROJETO

Um, dois, três... Ação!

Nesta Unidade, você participará de um Projeto em que você e seus colegas serão grandes produtores de arte. Por meio de um roteiro de cinema e outro de teatro darão vida a personagens que, certamente, despertarão diversas emoções no público.

O Projeto desta Unidade levará você a uma experiência muito interessante: ser um produtor de arte, ou melhor, de cinema e de teatro. Na primeira etapa do Projeto, você e seus colegas escolherão um filme a que tenham assistido e gostado muito. Já imaginou se esse filme fosse transformado em uma peça de teatro? Como seria? É aí que entra o trabalho de vocês. Escreverão, primeiro, um roteiro de peça teatral de acordo com as orientações que serão dadas no Capítulo 1. Roteiro pronto, vocês escolherão quem fará a interpretação de cada personagem e dividirão os papéis de produção: de direção, de figurinista, de cenografia, de direção musical, etc. Depois de vários ensaios, vocês deverão fazer a encenação da peça numa Mostra de Arte. Uma nova etapa do Projeto, então, começa. Agora, você e seus colegas elaborarão um roteiro de cinema e um storyboard. As orientações para esse trabalho são semelhantes às anteriormente dadas para a produção da peça teatral. O resultado deverá ser apresentado, também, na Mostra de Arte. E então? Preparado(a)? Mergulhe fundo nesse Projeto e você, certamente, descobrirá algum talento que nem imaginava ter, e o melhor: poderá se conhecer um pouco mais. A arte tem essa função na nossa vida: revelar que somos muito maiores e capazes do que imaginamos. Bom trabalho!


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Nos palcos, na vida

Deriva dos verbos gregos ver e enxergar. Pode ser entendido como lugar de ver, de ver o mundo, se ver no mundo, perceber-se, perceber o outro e a sua relação com o outro.

Provavelmente, você já assistiu a uma peça de teatro; e talvez não tenha se dado conta das notáveis contribuições que essa arte tem na formação humana. Acha que o teatro é coisa da atualidade? Engana-se! Essa forma de arte é muito mais antiga do que você imagina. Podemos falar em representação teatral desde a época mais primitiva. Isso mesmo, o homem pré-histórico já se valia da representação. No dia a dia, ele imitava o comportamento de um animal a fim de conseguir aproximar-se dele para caçá-lo. Depois, buscava encenar para os companheiros a caçada que havia feito, já que a linguagem nessa época não era como é hoje. Sem dúvida, isso era teatro, mas não um espetáculo, como tempos depois, na Grécia Antiga, passou a existir. É por meio da arte de representar que desenvolvemos os inúmeros papéis que temos: de filho, de mãe, de pai, de aluno, de amigo. E são nesses papéis sociais reais que aprendemos a nos relacionar com os outros nos diversos ambientes, representando nossas tristezas, angústias, alegrias, medos, etc. Como você vê, a nossa vida é um grande palco no qual abrimos as cortinas todos os dias. Você já tinha parado para pensar nisso? 1- Há uma frase bastante conhecida do escritor e pensador alemão Johann

Não existe meio mais seguro para fugir do mundo “ do que a arte, e não há forma mais segura de se unir a ele do que a arte. ”

Goëthe:

Qual é a sua interpretação para ela?

2- O teatro auxilia na compreensão de diversas situações do cotidiano. Você consegue dar um exemplo de alguma peça de teatro a que assistiu e que o ajudou nesse sentido? Comente com seus colegas e o professor. 3- A arte em geral proporciona o desenvolvimento de muitas habilidades tanto para quem a produz quanto para quem a aprecia. Podemos citar, como exemplo, a observação. Que outras habilidades você acredita que são desenvolvidas pela arte, especialmente, a do teatro?


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4- O texto teatral é feito para ser encenado. Então, é lido, inicialmente, pelo diretor, pelos atores, figurinistas, cenógrafos entre outros personagens envolvidos na montagem da peça. Por que essa leitura inicial é importante?

5- Muitas escolas implantaram aulas de teatro em seu currículo. Na sua escola existe essa programação? Em caso afirmativo, você participa da turma que faz as aulas?

6- Quando você assiste a uma peça de teatro, o que mais aprecia nela? Por quê?

7- Dentre os papéis que você desempenha na vida (de filho, de amigo, de aluno, etc.), em qual deles você sente que representa melhor? Por quê?

8- Um dos maiores escritores brasileiros, Ariano Suassuna, o qual você conhecerá um pouco mais por meio de uma de suas obras no texto 1 (página 9), costuma dizer: “Todo professor deve ter um pouco de ator”. a) Você concorda com ele? Por quê?

b) Faça essa mesma pergunta ao seu professor. O que ele acha? Por quê?


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9- Existem vários gêneros de textos teatrais: drama, comédia, suspense, tragédia, etc. Qual é o gênero que você mais aprecia? Por quê?

Curiosidade etimológica: Drama Etimologicamente, drama é oriundo do grego e significa “ação” (especialmente, relativo a algum grande feito, fosse positivo ou negativo), e de dran, que significa “fazer, realizar, representar”. Dramaturgia é, por definição particular, a “arte ou a técnica da composição dramática”. Adaptado de: <http://origemdapalavra.com.br/site/palavras/drama/>. Acesso em: 26 abr. 2018.

• Você conhece outras palavras derivadas de drama?

• Hoje, a palavra drama também significa “desgraça”, “catástrofe”. Qual a relação do significado atual com a sua etimologia?

Saiba mais Você sabe quando surgiu o teatro ocidental? A história do teatro remonta à Grécia Antiga (séc. V a. C.), nas festividades dedicadas ao deus da uva, do vinho e da diversão, Dionísio. Na época, a representação teatral era a principal atividade artística. As encenações mais importantes eram de peças, especialmente, as trágicas, com o objetivo de levar os espectadores a uma espécie de purificação da alma, a que chamamos de catarse. Com o passar do tempo, novas modalidades teatrais foram se incorporando ao gênero dramático, tais como as comédias (representações nas quais a temática trata de fatos do dia a dia; nesse caso, os personagens eram pessoas pertencentes às classes populares); o auto (peça curta e de cunho religioso, cuja temática se relaciona ao amor, à hipocrisia, à bondade, etc.); e a farsa, voltada para a sátira dos costumes sociais. Assim, o objetivo das peças teatrais iniciais (levar os espectadores a uma Ridiculariespécie de purificação da alma) foi cezação de um dedendo lugar a novos objetivos, como terminado denunciar os acontecimentos cotidiatema. nos, mostrando a injustiça social.


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A seguir, você vai ler dois textos que estão relacionados pelo tema. O texto 1 é um fragmento da peça teatral Auto da Compadecida, de Ariano Suassuna. A cena transcrita acontece logo depois da morte do cachorro de estimação da mulher do padeiro da cidade, patrão de João Grilo, homem acostumado a sobreviver de artimanhas. Tanto ela quanto o marido querem que o animalzinho tenha um enterro em latim, rezado pelo padre, que se recusa a realizar tal absurdo. O texto 2 é um dos cartazes produzidos para divulgação dessa peça teatral.

Texto 1 Auto da Compadecida (fragmento)

Personagens que aparecem no trecho: Mulher: esposa do padeiro Padeiro Padre Sacristão João Grilo: nordestino sabido Chicó: companheiro de João Grilo

MULHER: Decida-se, Padre João. PADRE (entra na igreja, correndo): Não me decido coisa nenhuma, não tenho mais idade para isso. Vou é me trancar na igreja e de lá ninguém me tira. JOÃO GRILO (chamando o patrão à parte): Se me dessem carta branca, eu enterrava o cachorro. PADEIRO: Tem a carta. 5 JOÃO GRILO: Posso gastar o que quiser? PADEIRO: Pode. MULHER: Que é que vocês estão combinando aí? JOÃO GRILO: Estou dizendo que, se é desse jeito, vai ser difícil cumprir o testamento do cachorro, na parte do dinheiro que ele deixou para o padre e para o sacristão. SACRISTÃO: Que é isso? Que é isso? Cachorro com testamento? 10 JOÃO GRILO: Esse era um cachorro inteligente. Antes de morrer, olhava para a torre da igreja toda vez que o sino batia. Nesses últimos tempos, já doente para morrer, botava uns olhos bem compridos para os lados daqui, latindo na maior tristeza. Até que meu patrão entendeu, com a minha patroa, é claro, que ele queria ser abençoado pelo padre e morrer como cristão. Mas nem assim ele sossegou. Foi preciso que o patrão prometesse que vinha encomendar a bênção e que, no caso de ele morrer, teria um enterro em latim. Que em troca do enterro acrescentaria no testamento dele dez contos de réis para o padre e três para o sacristão.


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SACRISTÃO (enxugando uma lágrima): Que animal inteligente! Que sentimento nobre! (calculista) E o testamento? Onde está? JOÃO GRILO: Foi passado em cartório, é coisa garantida. Isto é, era coisa garantida, porque agora o padre vai deixar os urubus comerem o cachorrinho e, se o testamento for cumprido nessas condições, nem meu patrão nem minha patroa estão livres de serem perseguidos pela alma. CHICÓ (escandalizado): Pela alma? JOÃO GRILO: Alma não digo, porque acho que não existe alma de cachorro, mas assombração de cachorro existe e é uma das mais perigosas. E ninguém quer se arriscar assim a desrespeitar a vontade do morto. 15 MULHER (duas vezes): Ai, ai, ai, ai, ai! SACRISTÃO (cortante): Que é isso, que é isso? Não há motivo para essas lamentações. Deixem tudo comigo. PADEIRO (entra apressadamente na igreja): Assombração de cachorro? Que história é essa? JOÃO GRILO: Que história é essa? Que história é essa é que o cachorro vai se enterrar e é em latim. PADEIRO: Pode ser que se enterre, mas em assombração de cachorro eu nunca ouvi falar. 20 CHICÓ: Mas existe. Eu mesmo já encontrei uma. PADEIRO (temeroso): Quando? Onde? CHICÓ: Na passagem do riacho de Cosme Pinto. PADEIRO: Tinham me dito que o lugar era assombrado, mas nunca pensei que se tratasse de assombração de cachorro. CHICÓ: Se o lugar é assombrado, não sei. O que eu sei é que eu ia atravessando o sangrador do açude e me caiu do bolso na água uma prata de dez tostões. Eu ia com meu cachorro e já estava dando a prata por perdida, quando vi que ele estava assim como quem está cochichando com outro. De repente o cachorro mergulhou, e trouxe o dinheiro, mas quando fui verificar só encontrei dois cruzados. 25 PADEIRO: Oi! E essas almas de lá têm dinheiro trocado? CHICÓ: Não sei, só sei que foi assim. SACRISTÃO: Se é assim, vamos ao enterro. (João Grilo estende a mão a Chicó, que a aperta calorosamente.) Como se chamava o cachorro? MULHER (chorosa): Xaréu. SACRISTÃO (enquanto se encaminha para a direita em tom de canto gregoriano): Absolve, Domine, animas omnium fidelium, defunctorum ab omni vinculi delictorum. 30 TODOS: Amém. (Saem todos em procissão, atrás do sacristão.) [...] SUASSUNA, Ariano. Auto da Compadecida. Rio de Janeiro: Agir, 1976.


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Ariano Suassuna é romancista, dramaturgo e poeta brasileiro. Formado em Direito e Filosofia, lecionou durante 32 anos na Universidade Federal de Pernambuco. Em 1999, assumiu a cadeira de número 32 da Academia Brasileira de Letras. O Auto da Compadecida é a sua mais célebre obra, escrita em 1955 e publicada em 1957, com base em romances e histórias populares do Nordeste. Buscou inspiração para escrevê-la nos folhetos de cordel ouvidos e lidos nos tempos da infância. Essa peça teatral virou minissérie de televisão e ganhou uma versão para o cinema, ambas dirigidas por Guel Arraes.

Texto 2


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Amplie seu léxico 1- Procure, no dicionário, as seguintes palavras retiradas do texto 1. Escreva seu significado no contexto em que foram inseridas. a) “O que eu sei é que ia atravessando o sangrador do açude...”

2- Agora, releia o seguinte trecho. “Que sentimento nobre.” Veja, abaixo, os significados possíveis para a palavra nobre. Nobre no.bre

b) “na parte do dinheiro que ele deixou para o padre e para o sacristão.”

adj m + f 1 de descendência ilustre. 2 Que é próprio da nobreza. 3 Alto, elevado, magnífico. 4 Digno de estima; brioso. 5 Bravo, valente. 6 Majestoso. 7 Distinto, ilustre, notável. 8 Que revela elevação moral, generosidade, grandeza de alma. (Fonte: www.michaelis.uol.com.br)

c) “Enquanto se caminha para a direita em tom de canto gregoriano.”

a) No trecho acima, a palavra nobre foi empregada com sentido denotativo ou conotativo?

b) De acordo com sua resposta anterior, qual das acepções para essa palavra é a que melhor se adequa ao contexto em que foi empregada no trecho?

d) “Que se tratasse de assombração de cachorro.”


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3- Ainda no texto 1, aparece uma palavra acrescida de prefixo. Veja: “E ninguém quer se arriscar assim a desrespeitar a vontade do morto.” a) Qual o sentido que o prefixo des– traz à palavra?

5- Você já sabe que para formar o feminino de uma palavra, normalmente, trocamos a letra o por a, como em garoto e garota, menino e menina. Porém, no texto, há uma palavra e seu feminino em que a regra é um pouco diferente: patrão e patroa. Dê o feminino das palavras abaixo; se necessário, revise as regras com seu professor. a) Barão:

b) Empregue o prefixo des– nas palavras abaixo. Depois, com o auxílio do dicionário, encontre o significado de cada uma delas. Confortável –

b) Ladrão:

c) Campeão:

d) Leão: Conhecimento –

Encontro –

6- A palavra coisa, no dicionário, significa tudo o que existe ou pode existir. Seu significado é tão amplo que, normalmente, deixa vago o texto. Troque a palavra coisa nos trechos retirados do texto 1 por outra de significado mais específico. a) “Não me decido coisa nenhuma.”

Inflar –

4- Em um dado trecho do texto, aparece a expressão “uma prata de dez tostões”. Você conhece a palavra tostão? Se necessário, faça uma pesquisa para responder.

b) “Foi passado em cartório, é coisa garantida.”


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7- A palavra sacro significa sagrado. Sabendo disto, dê o significado de a) sacristão –

9- No texto 2, aparece a palavra anfiteatro, formada pelo prefixo anfi–. Este prefixo significa duplo, ou seja, anfiteatro é “local de espetáculos duplo, com espectadores dispostos de ambos os lados do palco”. Você conhece outras palavras iniciadas por anfi–? Dê o significado delas. (Caso não conheça nenhuma, consulte o dicionário.)

b) sacrilégio –

c) sacrifício –

Espécie 8- N o f i m d o t e x t o , de reza ou múaparece a expressão em sica especialmente latim Domine, omnium composta para fidelium, defunctorum ab um funeral. omni vinculi delictorum. Trata-se de um réquiem. O vocabulário português se originou do latim; sendo assim, tente traduzir o texto acima. Se necessário, faça uma pesquisa.

Vamos explorar os textos

O texto 1 é um fragmento de uma peça teatral. Nesse tipo de texto, como não há narrador, o diálogo é fundamental. Por meio deles, podemos imaginar o desenrolar da trama, como os conflitos vividos pelos personagens, e os elementos que compõem as cenas. • As questões 1 a 12 referem-se ao texto 1. 1- De todo o diálogo lido no fragmento, qual é o principal trecho que lhe chamou a atenção? Desenhe-o, colocando todos os elementos que compõem a cena. 2- Qual é o conflito vivido pelos personagens no fragmento lido?

O conflito é um elemento essencial nas peças teatrais. No desenrolar do diálogo, a situação conflituosa é criada, revelada por uma oposição e uma luta de vontades entre os personagens. Assim, a plateia ou leitor do texto cria uma certa expectativa em relação aos fatos presenciados ou lidos. 3- Releia as falas relativas aos números 7 a 14. a) Ao lê-las, que características do personagem João Grilo você consegue perceber? Em que momento se destacam essas características? b) Nesse trecho, João Grilo atribui alguns comportamentos e desejos próprios do ser humano ao cachorro. Quais?


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c) “Estou dizendo que, se é desse jeito, vai ser difícil cumprir o testamento do cachorro, na parte do dinheiro que ele deixou para o padre e para o sacristão”; por que o personagem João Grilo não terminou sua fala na palavra cachorro? 4- O diálogo não revelou apenas características do personagem João Grilo. Então, que características é possível perceber quanto a) ao padre e ao sacristão? b) Chicó? c) o padeiro e sua mulher? 5- Ao analisar o texto lido, certamente, você percebeu que ele se assemelha ao narrativo em vários aspectos: personagens, enredo, tempo e espaço. No entanto, também há diferenças, como quanto à interação entre os interlocutores. Como se dá essa interação? E que tipo de discurso é usado para isso? A interação entre os interlocutores num texto teatral é condicionada à ausência do narrador, pois é mediante a desenvoltura dos personagens que o enredo é, aos poucos, revelado. 6- No fragmento lido, os argumentos usados para que se faça o enterro do cachorro com a benção da Igreja e em latim são construídos em cima de mentiras, produzindo o que chamamos de discurso da mentira. Para que esse tipo de discurso exista, assim como o discurso da verdade, deve haver o sujeito e o receptor. a) Quem são o(s) sujeito(s) e o(s) receptor(es) desse discurso no fragmento lido? b) O discurso da mentira é produzido com base em situações existentes; é a partir delas que estes personagens fazem com que os outros acreditem em suas mentiras. Assim, que elementos reais foram usados por João Grilo e Chicó para conseguir convencer os demais personagens?

7- No trecho “Se me dessem carta branca, eu enterrava o cachorro.”, dito por João Grilo, a) justifique o uso do artigo definido; b) a expressão carta branca significa “autorização de plenos poderes conferida a alguém”. Em sua origem, era uma folha branca entregue ao inimigo e assinada pelo comandante dos vencidos para que o vencedor estipulasse os termos da rendição incondicional. Qual a relação da origem da expressão destacada com o significado no texto? 8- Na fala de número 11, podemos saber que o sacristão teve um momento de emoção. O que evidenciou isso? Como foi indicado? Numa peça teatral, são utilizados parênteses para descrever os elementos que compõem uma ação, como movimento dos personagens, postura do corpo, suas atitudes, etc. Essas descrições são chamadas de rubricas. 9- Releia as rubricas dos fragmentos estudados. Escolha um deles para representar a fala respectiva aos seus colegas. Depois, comente: foi difícil fazer a representação? Se não houvesse a rubrica, seria possível encenar de acordo com a intenção do autor? 10- “Foi passado em cartório, é coisa garantida. Isto é, era coisa garantida [...]”. Nesse trecho, por que João Grilo fez a correção do tempo do verbo ser?


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11- Chicó, nas falas 20, 22 e 24, reforça a história contada por João Grilo quanto à assombração de cachorro, inserindo-se no contexto dela. Com que intenção ele teria feito isso? 12- Em relação à disposição e apresentação das falas dos personagens, o modelo seguido é: nome do personagem (em letra maiúscula), uma rubrica (se for necessário e em itálico) e o discurso direto. Escreva um trecho, como continuidade do texto 1, obedecendo a essa estrutura. 13- Leia, agora, outro trecho do Auto da Compadecida. Repare no discurso de Chicó e de João Grilo.

CHICÓ: No dia em que chegou o motor novo do major Antônio Morais o senhor não o benzeu? PADRE: Motor é diferente, é uma coisa que todo mundo benze. Cachorro é que eu nunca ouvi falar. CHICÓ: Eu acho cachorro uma coisa muito melhor do que motor. PADRE: É, mas quem vai ficar engraçado sou eu, benzendo o cachorro. Benzer motor é fácil, todo mundo faz isso, mas benzer cachorro? JOÃO GRILO: É, Chicó, o padre tem razão. Quem vai ficar engraçado é ele e uma coisa é o motor do major Antônio Morais e outra benzer o cachorro do major Antônio Morais. PADRE (mão em concha no ouvido): Como? JOÃO GRILO: Eu disse que uma coisa era o motor e outra o cachorro do major Antônio Morais. PADRE: E o dono do cachorro de quem vocês estão falando é Antônio Morais? JOÃO GRILO: É. Eu não queria vir, com medo de que o senhor se zangasse, mas o major é rico e poderoso e eu trabalho na mina dele. Com medo de perder meu emprego, fui forçado a obedecer, mas disse a Chicó: o padre vai se zangar.

PADRE (desfazendo-se em sorrisos): Zangar nada, João! Quem é um ministro de Deus para ter direito de se zangar? Falei por falar, mas também vocês não tinham dito de quem era o cachorro! JOÃO GRILO (cortante): Quer dizer que benze, não é? PADRE: Não vejo mal nenhum em abençoar as criaturas de Deus. [...] a) Qual a intenção dos personagens nesse trecho? Que argumento eles usaram para atingir seu objetivo? b) Compare o discurso de Chicó e de João Grilo acima com o trecho que você leu no texto 1. O que há em comum? Você deve ter percebido que houve uma conversa entre os dois discursos (o do texto 1 e o do trecho lido nesta questão); ambos têm a mentira como sustentação. A relação entre as intenções dos interlocutores numa situação comunicativa é chamada de interdiscursividade.

14- A peça de Ariano Suassuna foi escrita em forma de auto, um dos gêneros dramáticos mais encenados na Era Medieval. Por meio dos autos, a Igreja, que controlava tudo e todos, doutrinava o povo a fim de cultivar a devoção aos santos e tolerava os autos cômicos como meio de diversão. O Auto da Compadecida pode ser considerado um auto cômico? Justifique. 15- O texto dramático é escrito para ser encenado; por isso, o diálogo apresenta as marcações que informam quem vai falar e como vai falar. E se quiséssemos tirar essa característica, ou seja, eliminar essas marcações? Reescreva as falas de número 5 a 9 em forma de narrativa dialogada não teatral.


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16- Outros elementos são também importantes para a encenação de uma peça teatral além dos já apresentados anteriormente, entre eles, a música, o figurino, o cenário, etc. De acordo com as informações que você teve sobre essa obra de Ariano Suassuna e pela leitura do fragmento do texto, que tipo de música, na sua opinião, combina com o texto lido? E de figurino (para cada personagem)? E que tipo de cenário foi utilizado? 17- Você viu que, por meio do teatro, questões cotidianas podem ser discutidas. No caso do texto 1, que questões seriam essas? • As questões 18 a 25 referem-se ao texto 2. O texto 2 é um cartaz que foi produzido para a encenação da peça teatral Auto da Compadecida. Como você já sabe, possui finalidades específicas, ou seja, serve para instruir, informar ou persuadir o leitor. 18- No caso do cartaz apresentado, qual é a finalidade específica? 19- Um cartaz traz as informações necessárias para atingir o seu objetivo. a) No cartaz lido, que tipo de informação aparece? b) Quais são as informações que estão em destaque? Com que objetivo? 20- No cartaz, há muita ou pouca informação escrita? Por quê? A linguagem verbal utilizada num cartaz deve ser clara, direta, curta e objetiva a fim de passar uma mensagem rápida ao leitor.

21- Atente para a imagem que faz parte da linguagem não verbal do cartaz. a) Quem são os personagens representados? b) De que forma essa imagem se relaciona com o texto 1? c) Se eliminássemos a imagem e todos os elementos gráficos (cores das letras, ícones, etc.) desse cartaz, o texto ficaria incompreensível? d) E se eliminássemos as palavras em vez da imagem? 22- Os textos 1 e 2 dialogam entre si, ou seja, fazem referência um ao outro? Que elementos permitiram que você desse essa resposta? Quando temos um diálogo, uma interação entre textos, dizemos que ocorreu a intertextualidade. 23- Assinale a(s) alternativa(s) que melhor se relaciona(m) ao diálogo entre os textos 1 e 2. ( ) O texto 2 reafirma o sentido do texto 1, ou seja, mantém a mesma ideia. ( ) O texto 2 foi a forma encontrada para contestar e/ou ridicularizar o texto 1. ( ) As palavras foram mudadas no texto 2, porém a ideia do texto 1 é confirmada.


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24- Então, de acordo com os conceitos dados, o texto 2 é uma paráfrase ou uma paródia do texto 1?

Quando, no diálogo entre os textos, um afirma as mesmas ideias do outro, temos um tipo de intertextualidade chamado de paráfrase. E quando as ideias de um texto são contestadas ou ridicularizadas por outro, temos um exemplo de paródia.

Commedia dell’arte

acervo Museu Carnavalet em Paris.

Saiba mais

25- Você se lembra de algum outro exemplo de intertexto? É uma paráfrase ou uma paródia?

Você já ouviu falar em commedia dell’arte? Foi uma forma de teatro que surgiu entre os séculos XV e XVI, na Itália, país que ainda mantinha viva a cultura do teatro popular da Antiguidade Clássica. As companhias de commedia dell’arte eram itinerantes (faziam apresentações em cima de suas carroças, pelas ruas e praças públicas das cidades por onde passavam) e possuíam uma estrutura de esquema Commedia dell’arte, trupe Gelosi, de familiar, excepcionalmente, contratando 1580. um profissional. Ela se fundamentava nos seguintes parâmetros: a ação cênica ocorria no improviso dos atores, que passavam a ser os autores dos diálogos apresentados; seguiam apenas um roteiro, que se denominava canovacci, possuindo total liberdade de criação; os personagens eram fixos e muitos atores viviam seus papéis até a morte. Os personagens da commedia dell’arte mais importantes eram: Arlequim, Pantaleão, Capitão, Polichinelo e a Colombina. O Arlequim possuía habilidades acrobáticas, era um servo astuto e ignorante, um pouco ingênuo e estava sempre envolvendo as pessoas em confusões. O Pantaleão era um comerciante idoso e mesmo com a idade avançada costumava se apaixonar facilmente, no entanto, era avarento. O Capitão era um militar que gostava de festa, fanfarrão, mas com uma enorme insegurança própria dos covardes. O Polichinelo era um criado simples e gracioso, que gostava de uma boa macarronada. Já a Colombina era uma criada com extrema agilidade, esperta e inteligente, que costumava tirar proveito de todas as situações. A maioria dos personagens da commedia dell’arte foram incorporados pelo teatro de fantoches. No século XVIII, a commedia dell’arte entrou em declínio. Adaptado de: <http://www.infoescola.com/teatro/commediadellarte>. Acesso em: 26 nov. 2017.


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Integrando com Geografia Teatro do Japão O Japão é um país com uma rica cultura, muitas vezes desconhecida pelos ocidentais. Entre suas manifestações artísticas, está o teatro, que tem sua origem ligada à religião. O nô, o kyogen, o kabuki e o bunraku, integrantes do teatro japonês, têm como característica, diferentemente do teatro ocidental, a união entre a representação, a dança e a música. A natureza é o tema principal de suas peças. As roupas são muito bonitas e bem trabalhadas e os atores usam bastante maquiagem e máscaras (veja a imagem ao lado).

• Que tal fazer uma pesquisa sobre essa forma de teatro tão diferente da nossa? Sua turma será dividida em quatro grupos, cada um pesquisará um dos tipos de teatro: o nô, o kyogen, o kabuki e o bunraku. • Grande parte da população do Japão mora em Tóquio, cidade que é considerada o grande centro financeiro e cultural. De acordo com os conhecimentos que você está tendo em Geografia, o que podemos afirmar com relação ao PIB dessa cidade?

Trabalhando Temas Transversais

A arte de representar A representação, como você sabe, está presente todos os dias em nossas vidas. Temos vários papéis que mudam de acordo com o ambiente em que estamos. O que fica de verdade em todo relacionamento é o sentimento do que experimentamos na hora, pois viver é uma arte e estamos sempre aprendendo a aprender a arte de representar a vida. Afinal, somos produto do que representamos em nosso palco da vida.


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Que tal pensar em todos os papéis que você representa em seu cotidiano? Para isso, escolha algumas fotos suas em momentos diversos (férias, aniversário, escola, festa) e tente escrever que papel você estava representando naquele momento. Por exemplo, em uma festa de 15 anos, a menina representa uma princesa. Depois, discuta com seus colegas e o professor o que concluiu, explicando de qual dos papéis vividos você gostou mais.

O autor é você Texto teatral Você já deve ter percebido que certos gêneros, como o romance, são produzidos para serem lidos em silêncio e individualmente. Porém, textos como os dramáticos, conhecidos também como teatrais, são produzidos para serem encenados a um público. E é por essa razão que a escritura de um texto teatral tem as suas particularidades. Veja: » O texto teatral pode ser dividido em atos e cenas. Os atos são compostos por uma série de cenas interligadas sobre um mesmo tema. Quando há essa divisão em atos, esta é marcada com o fechar das cortinas e, consequentemente, uma pausa de intervalo. Já as Encenação de A Megera Domada, obra teatral de William Shakespeare, pela Pied Piper Children’s cenas são marcadas de Theater NY. acordo com o número de personagens em ação, que se altera o tempo todo. Por exemplo, quando entram ou saem do palco um ou mais atores, muda cenário, etc.; » Quanto ao tema, o teatro aborda desde questões humanas do dia a dia até os temas mais fantásticos, absurdos que se possa imaginar; » Não é escrito em parágrafos, mas em falas, que possuem marcações chamadas rubricas (indicações do autor sobre algum detalhe da interpretação, do cenário, se é dia ou noite, etc.), que são escritas entre parênteses e em itálico; » As falas são antecedidas pelo nome do personagem (escrito em letras maiúsculas e seguido de dois pontos) que vai dizê-las; » Os verbos sempre serão escritos no tempo presente; » A linguagem deve ser aquela com que a média dos espectadores esteja habituada em seu dia a dia.


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E então? Preparado(a) para colocar o seu lado dramático em cena? A atividade que propomos a seguir é parte do Projeto desta Unidade, que culminará com a apresentação numa Mostra de Arte em data marcada pelo professor. • O primeiro passo é dividir a sua turma em grupos. Cada grupo escolherá um filme a que tenha assistido (procure escolher um dos seguintes gêneros próprios do teatro: comédia, drama ou romance).

Definido o filme, vocês o transformarão em texto de teatro. No entanto, é importante ter em mente que não poderão fazer um roteiro muito longo (siga as orientações anteriores para a escrita do roteiro, que deverá ser de Atenção! apenas um ato); procurem condensar a essência da história em torno de trinta minutos de encenação. Não Façam um rascunho do se esqueçam de que, ao planejar o desenvolvimento da roteiro e mostrem ao profeshistória, o(a) protagonista deve enfrentar um conflito. sor, que fará as devidas corVejam quantos personagens estarão envolvidos, o reções e orientará sobre o que cenário e o figurino. Após, dividam os papéis que serão for preciso alterar. Só depois exercidos: Quem será o diretor? Os atores? Os figurinisdisso é que vocês poderão tas? O diretor musical e de efeitos sonoros? considerar o roteiro finalizado O ensaio é fundamental para o sucesso da apresene começar a ensaiar. tação. Só depois que o grupo se sentir preparado é que deve se apresentar na Mostra de Arte. Bom trabalho!

Se achar necessário, assista a algumas peças de teatro e leia alguns roteiros elaborados antes de produzir o seu. Na Internet, você tem vários à sua disposição, como os do site indicado na seção Fique por dentro da página 4.

Revendo sua produção textual: Texto teatral Releia o roteiro criado por você e seus colegas.

Sim

Não

1- Há indicação da personagem que diz cada fala?

1-

2- As frases estão pontuadas adequadamente a fim de orientar os atores quanto à entonação?

2-

3-

4-

5-

6-

3- As rubricas realmente orientam os atores quanto à sua emoção, movimentação no palco, etc.? 4- O diálogo criado e as rubricas dão condições aos espectadores de compreender o texto, de entender o conflito? 5- Os verbos estão escritos no presente? 6- A linguagem é acessível à média do público-alvo (professores e alunos)?

Parcialmente


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Amplie seu conhecimento linguístico Estrutura das palavras Durante todo o seu estudo nestes anos, você tem trabalhado com a significação de partes das palavras, como prefixo, sufixo e radical. Neste momento, vamos ampliar os conceitos já vistos e conhecer outros que são parte constituinte da estrutura das palavras. E vamos fazer isso, mais uma vez, baseados nos textos estudados no Capítulo. Então, releia o trecho destacado do Auto da Compadecida. “Isto é, era coisa garantida, porque agora o padre vai deixar os urubus comerem o cachorrinho...” Observe a palavra destacada do trecho. Como você já aprendeu em anos anteriores, ela pode ser fragmentada em letras ou fonemas ou, ainda, em sílabas. Veja:

c a c h o r r i n h o (11 letras) /k/ /a/ /š/ /o/ /R/ /i/ /η/ /o/ (8 fonemas) ca – chor – ri – nho (4 sílabas) Mas tanto fonética como silabicamente os fragmentos têm significado? Certamente, você deve ter notado que não. Agora, veja uma outra maneira de a palavra cachorrinho ser separada:

Morfos = forma; portanto, significa “estrutural”.

cachor – inh – o (Aqui temos três elementos mórficos.) a) Forme outras palavras com o elemento cachor-.

b) Qual seria o sentido do elemento cachor- nas palavras que você citou?


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c) Que outras palavras você pode formar com o elemento –inh?

d) Qual seria, então, o sentido do elemento –inh nas palavras formadas por você?

e) Se nós colocássemos o elemento –a no lugar do elemento –o, na palavra cachorrinho, o sentido mudaria? Explique.

f) Que tipo de informação seria acrescentado se colocássemos o elemento –s na palavra?

g) No caso da fragmentação da palavra em elementos mórficos, as unidades possuem sentido?

Ao responder às questões anteriores, você percebeu que as palavras podem ser fragmentadas em elementos menores, certo? Entretanto, as unidades fragmentadas foneticamente ou silabicamente não possuem sentido. Já as unidades mórficas, sim. Por isso, é muito importante conhecê-las. A cada unidade mórfica, que traz consigo um sentido, damos o nome de morfema. Observe outro trecho do texto que você analisou neste Capítulo. “E ninguém quer se arriscar assim a desrespeitar a vontade do morto.” “... botava uns olhos bem compridos para os lados daqui, latindo na maior tristeza.” A palavra desrespeitar destacada do primeiro trecho pode ser separada estruturalmente: des + respeit + ar. Com o elemento respeit–, podemos formar palavras, como respeito, respeitoso, respeitador, respeite, entre outras; com o elemento des–, que significa contrário, negação, como você já sabe, formamos desnecessário, descabido, descontrolado, etc. E com o elemento –ar, formamos verbos da primeira conjugação: amar, encontrar, beijar, colocar, etc.


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Com a palavra tristeza destacada do segundo trecho acontece o mesmo. Então, mostre que você entendeu e ajude a sistematizar o seu conhecimento, preenchendo as lacunas. • Ela pode ser separada, estruturalmente, em:

+ eza; com o elemento trist–,

podemos formar palavras, como

,

,

,

, entre outras. Ele

sempre terá sentido de um adjetivo:

.

Com o elemento –eza, podemos formar:

,

,

,

, etc. Na maioria das vezes, esse elemento trans-

forma o adjetivo em

.

O elemento mórfico portador de sentido, que dá origem a outras palavras, chama-se radical. As palavras derivadas do mesmo radical são chamadas de cognatas. Aos elementos mórficos (também portadores de sentido) que acrescentamos antes ou depois do radical chamamos de afixos. Os que vêm antes do radical são os prefixos; os que vêm depois são os sufixos.

Vamos verificar a sua compreensão? 1- Use os seus conhecimentos prévios e forme palavras com os radicais e afixos propostos. a) cultura

b) logia

c) geo

d) hidro

e) crono

2- Forme palavras cognatas a partir dos radicais abaixo. a) pedr

b) roup


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c) fum

d) escr

e) am

3- Agora, forme palavras com os prefixos a seguir. a) anti

b) bi

c) des

d) hiper

e) a, an

4- Geralmente, o sufixo –ite tem o sentido de inflamação. Então, as palavras abaixo significam a inflamação de quê? Se achar necessário, faça uma pesquisa.

a) Rinite

b) Sinusite

c) Bursite

d) Artrite e) Conjuntivite

f) Gastrite

g) Hepatite

h) Laringite i) Tendinite j) Bronquite k) Gengivite


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• Observe, novamente, um trecho do texto de Ariano Suassuna. “Se o lugar é assombrado, não sei. O que eu sei é que eu ia atravessando o sangrador do açude e me caiu do bolso na água uma prata de dez tostões.” a) Como escrevemos o feminino da palavra bolso?

b) E a palavra prata no masculino?

c) E o plural delas?

d) Em que forma verbal se encaixa a palavra atravessando? Como você pode saber disso?

e) Em que tempo e modo está conjugado o verbo caiu? E pessoa?

Como você notou, para transformar alguns substantivos em gênero (masculino/feminino) acrescentamos os morfemas “o” e “a”; e para colocar no número plural acrescentamos, na maioria das vezes, o morfema “s”; e esse acréscimo acontece sempre depois do radical. Aos morfemas que informam o gênero e o número dos substantivos colocados após radical damos o nome de desinência nominal. Os morfemas que informam o modo, o tempo, a pessoa e o número dos verbos chamamos de desinência verbal. • Observe a sinopse da obra Auto da Compadecida, de Ariano Suassuna, transformada em filme para o cinema.

A premiada peça de Ariano Suassuna ganha vida com Matheus Nachtergaele, na pele de João Grilo, e Selton Mello como Chicó. Grilo é o nordestino sabido e esperto que luta pelo pão de cada dia. Ele vive várias aventuras, provocando muitas confusões e enganando os ricos e poderosos. Ao seu lado está Chicó, companheiro de aventuras e estrada. Com ótima direção de Guel Arraes e a exuberante fotografia de Felix Monti (O Quatrilho), esta deliciosa comédia vai encantar o público de todas as idades. Disponível em: <http://bit.ly/2w0Nb1w>. Acesso em: 26 abr. 2018.


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• A partir do que você já aprendeu, separe os radicais das palavras a seguir retiradas da sinopse lida. a) Premiada b) Sabido c) Esperto d) Vive e) Enganando Leia mais um trecho do texto teatral.

“Tinham me dito que o lugar era assombrado, mas nunca pensei que se tratasse de assombração de cachorro.” Vamos analisar alguns verbos presentes nesse trecho. Observe que há vogais ligando o radical à desinência verbal. TINHAM TINH – A – M

PENSEI PENS – E – I

TRATASSE TRAT – A – SSE

VENDERMOS VEND – E – RMOS

APLAUDIRAM APLAUD – I – RAM

Veja estes outros verbos: INTERPRETANDO INTERPRET – A – NDO

• Agora, junte os radicais dos verbos analisados às suas respectivas vogais temáticas.

Nos verbos, as vogais que ligam os radicais à desinência e informam a conjugação à qual pertencem são chamadas de vogais Existem, também, temáticas. São elas: a (1ª conjugação); e (2ª conjugação); i as vogais temáticas no(3ª conjugação). minais, que determinam a formação do substantivo. Quando juntamos os radicais às vogais temáticas, enconVeja: tramos outro elemento mórfico o qual chamamos de tema. Obs.: O verbo pôr e seus derivados pertencem à 2ª conjugação, pois, antigamente, era escrito como poer.

a: fech a mento e: feix e


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Estudo dos verbos de comando Na resolução de questões em atividades ou avaliações, como você já vem estudando desde o 6º ano, é fundamental que a construção do texto atenda, especificamente, ao conjunto de informações pedidas no enunciado de acordo com o verbo de comando. É muito comum, principalmente nas questões discursivas, que os alunos não atinjam totalmente o objetivo por falta de entendimento do comando que lhes é dado. Assim, vamos analisar o uso de outros 6 verbos de comando neste Capítulo. São eles:

RELACIONAR

REFLETIR

DESCREVER

FUNDAMENTAR

DEFINIR

CONCEITUAR

Relacionar e refletir Suponha que tenha sido pedido que, a partir da leitura do texto Auto da Compadecida, você relacione as personagens envolvidas na história. Como você deve proceder? • Neste caso específico, relacionar é fazer uma relação, uma lista dos personagens que interagiram no trecho do texto. Na resposta, devem constar todos os nomes que estão em letras maiúsculas no texto. Então, quais seriam eles?

Agora, e se a questão pedisse para relacionar o personagem João Grilo com o personagem Chicó no que se refere à mentira? Como você responderia? Se esse fosse o caso, relacionar seria confrontar, correlacionar, verificar o que há de semelhante/diferente entre a postura dos dois personagens quando mentem. Espera-se que o seu texto seja organizado para que as relações que você fizer fiquem claras. • Qual seria, então, a resposta esperada?


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Aproveitando o tema da mentira: geralmente, nas atividades e avaliações que você faz, são propostas questões abertas e pessoais em cujo enunciado aparece o verbo refletir. Como você costuma responder a isso? Como resposta a questões desse tipo, espera-se que você pense melhor, ampliando argumentos, reunindo mais informações a respeito do tema para poder organizar mentalmente e, depois, transformar isso em um texto coerente, coeso e esclarecedor, tanto escrito quanto falado. • E qual seria a sua reflexão sobre as posturas de João Grilo e Chicó?

Descrever Para estudarmos o verbo descrever, responda à questão a seguir. Depois, a partir dos esclarecimentos, verifique se você está no caminho certo! • Observe mais uma vez o cartaz da peça Auto da Compadecida e descreva os elementos que o compõem. (Se achar necessário, volte à seção Vamos explorar os textos.)

Como você já analisou o cartaz anteriormente, tem condições de responder à questão. Quando se solicita descrever algo ou alguém, espera-se como resposta a apresentação de características particulares, distintivas, que possibilitem uma visualização daquilo que está sendo descrito. A descrição é um processo de construção de uma imagem em que o observador mostra sua percepção, sua impressão, seu ponto de vista do objeto que está sendo descrito. E então? A resposta que você deu à questão anterior se encaixa nesses parâmetros?


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Definir e conceituar • Sempre há grandes dúvidas em relação a esses dois verbos; será que, quando solicitados, pedem a mesma resposta? Com a ajuda de um dicionário, procure os significados e, depois, conclua.

Você deve ter percebido que conceituar é mais generalizante, pois requer que se emita opinião (que é sempre mais subjetiva) ou que se defina com suas palavras. Espera-se como resposta um texto claro, coeso e organizado, mas, geralmente, texto próprio. Já definir, que é dizer em que consiste, expor de forma clara e precisa o sentido exato e autorizado de um termo ou assunto, é mais específico e objetivo. Também se espera texto próprio, mas este pode ser baseado em outros textos.

Fundamentar Um verbo de comando muito importante e que você deverá encontrar muito nas próximas etapas de seus estudos é fundamentar. Quando se solicita que fundamentemos uma ideia, um conceito, espera-se como resposta que justifiquemos por meio de bases, leis, argumentos sólidos o que vai no bojo da ideia ou conceito estudado. Assim, texto próprio, claro, organizado é imprescindível, bem como exemplos de autoridade são esperados. • Então, fundamente a seguinte afirmação: A mentira tem perna curta.


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Aplicando seu conhecimento 1- Empregue o prefixo des– nas seguintes palavras e dê o significado de cada uma delas. a) Ilusão. d) Igualdade. b) Medido. e) Estruturar. c) Interessante. f) Entupir. 2- Em qual das palavras abaixo o prefixo des– não traz a ideia de negação? a) Desespero. b) Desilusão. c) Despudorado. d) Deselegante. e) Desmentir. 3- No texto 1 (página 9), você pôde ler que o cachorro teve o enterro em latim. Mas como será que o sacristão conseguiu convencer o padre a fazer isso? Escreva um diálogo revelando esse acontecimento. Indique as falas e rubricas conforme a orientação dada na seção O autor é você. É importante deixar claros os argumentos usados pelo sacristão e a reação do padre a eles. • Leia o texto a seguir para as questões 4 a 8. O trecho é referente ao momento em que João Grilo e outros personagens, após terem morrido, ficam diante de Deus e do diabo para julgamento.

ENCOURADO (diabo): Esse sujeito foi quem tramou a história do enterro. Foi ele quem saiu cantando o trecho da missa atrás do cachorro, com olho nos três contos. Em latim, na língua que você escolheu. Hipocrisia e autossuficiência chegaram e aí ficaram. E, além de tudo, roubava a igreja. PADRE: Ah, patife! MANUEL (Deus): Ah, patife não, Padre João, o senhor devia dizer “Ah, patifes”, porque faz tempo que eu não vejo tanta coisa ruim

junta. E o padeiro? ENCOURADO: Ele e a mulher foram os piores patrões que Taperoá já viu. MULHER: É mentira! JOÃO GRILO: É não, é verdade. Três dias passei... MANUEL: Em cima de uma cama, com febre, e nem um copo d’água lhe mandaram. Já sei, João, todo mundo já sabe dessa história, de tanto ouvir você contar. JOÃO GRILO: Mas eu posso? Me diga mesmo se eu posso! Bife passado na manteiga para o cachorro e fome para João Grilo. É demais! [...] Fonte: SUASSUNA, Ariano. Auto da compadecida. 15.ed. Rio de Janeiro: Agir, 1976. 4- Com base no texto e nos seus conhecimentos sobre a obra, os personagens João Grilo e Chicó podem ser caracterizados como: a) Os bobos da corte da Idade Média. b) Os palhaços dos circos populares. c) Figuras lendárias da literatura popular nordestina, semelhantes a Lampião e Padre Cícero. d) Tipos humanos autenticamente brasileiros. 5- “Em latim, na língua que você escolheu.” A quem o Encourado dirigiu essa fala? 6- Que argumento João Grilo usou para justificar seu mau comportamento em vida com relação aos patrões? 7- Entre os aspectos estruturais do texto dramático, estão as rubricas. No texto acima, elas não aparecem. Sua tarefa, então, será criar uma rubrica para cada fala. 8- Explique por que no texto teatral os diálogos são de fundamental importância.


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Caso você queira ler a

9- Um dos maiores dramaturgos de todos os tempos foi William obra na íntegra, poderá acesShakespeare. Ele escreveu muitas obras que ficaram conhecidas sar http://www.ebooksbra sil.org/adobeebook/sonho no mundo todo. Uma delas é a comédia Sonhos de uma noite verao.pdf. Aproveite para de verão, escrita em meados de 1590, que conta a história da observar, mais uma jovem Hérmia, que ama Lisandro. Acontece que ela foi promevez, a estrutura tida em casamento para Demétrio. do texto teatral.

a) Observe um dos cartazes elaborados para essa peça. Faça uma recriação dele, como se ela fosse ser encenada em sua cidade. b) Comparando o seu trabalho com o cartaz ao lado, que semelhanças e diferenças você percebe? c) Essa recriação pode ser vista como uma paródia ou uma paráfrase? d) A que público esse cartaz pode ser dirigido? 10- Observe a charge e o texto a seguir. Qual é a relação interdiscursiva que há entre eles?

Brasil fecha as Eliminatórias da Copa do Mundo com vitória por 3 a 0 e elimina o Chile Seleção brasileira aproveita o desespero do adversário no segundo tempo e resolve o jogo no talento individual de seus jogadores. Fonte: <http://globoesporte.globo.com/fute bol/futebol-internacional/jogo/10-10-2017/brasil -chile/>. Acesso em: 26 nov. 2017. Texto adaptado para fins didáticos.

11- Leia o texto a seguir. O teatro apareceu na Grécia Antiga, no séc. IV a.C., em decorrência dos festivais anuais em consagração a Dionísio, o deus do vinho e da alegria. A palavra teatro designa uma determinada arte, bem como o local físico em que tal arte se apresenta. A implantação do teatro no Brasil ocorreu em razão do empenho dos jesuítas em catequizar os índios.


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a) Analise as palavras a seguir, retiradas do texto, e indique os radicais. • Teatro • Antiga • Decorrência • Festivais

14- Leia a imagem a seguir.

• Consagração • Local • Brasil • Catequizar

b) Escreva, pelo menos, duas palavras cognatas referentes às analisadas por você. 12- Certamente, você vê esta placa de advertência com frequência. Aproveite as palavras que compõem o aviso para fixar o seu conhecimento a respeito de elementos formadores das palavras.

• Analise estruturalmente as palavras que constituem o texto do cartaz. a) Venha. b) Viver. c) Experiência.

d) Grupo. e) Aberto. f) Universitário.

15- Leia o cartaz de propaganda a seguir.

• Escreva as palavras a seguir separando seus elementos e classificando-os corretamente. – Estacionamento. – Reservado. – Portadores.

– Necessidades. – Especiais.

13- Geralmente, nas clínicas de especialidades médicas, você costuma ver cartazes como os que estão representados abaixo. Você já estudou que o sufixo –logia significa estudo, especialidade. Então, a que se referem os radicais das palavras a seguir? a)

e)

b)

f)

c)

g)

d)

h)

a) A que público-alvo se destina essa propaganda? b) O anúncio vende um produto ou uma ideia? Justifique. c) No texto verbal da propaganda, há a palavra cheirinho. Separe-a em elementos mórficos. d) O que, geralmente, o sufixo –inho significa? e) Tendo por base o anúncio publicitário, que outro sentido tem o sufixo –inho nesse contexto?


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f) Que relação pode existir entre a palavra cheirinho e o produto anunciado? g) A parte verbal do anúncio contém uma ambiguidade. Você já estudou esse assunto. Explique em que consiste essa ambiguidade. 16- Observe as palavras do quadro a seguir.

a) Identifique as que têm prefixos na sua formação. Tente explicar o que eles significam. b) Identifique, também, as palavras que são formadas por sufixos. Que sentidos têm os sufixos acrescentados? c) Indique as palavras formadas por dois radicais, explicando que sentido tem cada um deles. 17- Leia a charge a seguir e faça o que se pede.

a) A charge traz à tona um tema bastante atual: as redes sociais. Relacione as duas cenas apresentadas com base no tema. b) Como você já sabe, a charge é um texto que tem o objetivo de criticar um fato ou alguma pessoa, por meio do humor, constituindo-se, geralmente, de linguagem verbal e não verbal. Descreva os elementos não verbais apresentados nas duas cenas da charge. c) A partir da análise da charge, defina rede e social. d) Agora, conceitue rede social. e) Releia a charge e todas as respostas que você deu às questões anteriores; reflita sobre tudo isso e responda: o que fazer para minimizar o problema da desigualdade social?


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2

o

C

É considerado a sétima arte ao lado de outras seis: Música (som); Dança/Coreografia (movimento); Pintura (cor); Escultura (volume); Teatro (representação) e Literatura No Capítulo anterior, você conheceu uma das formas (palavra). expressão artística mais respeitadas até hoje: o teatro.

apítul

Luz, câmera, ação!

de Pôde ler fragmentos de uma das obras brasileiras mais consagradas e refletir sobre um dos discursos bastante presentes em nosso dia a dia: o discurso da mentira. Além disso, pôde aprender como elaborar um roteiro teatral de modo a garantir a compreensão do público para a mensagem que se deseja passar. Neste Capítulo, seu aprendizado vai se estender um pouco mais; verá que a representação de um personagem pode ir além dos palcos, ou seja, para as telas de cinema ou da televisão. E você sabe quando essa nova arte surgiu? A primeira exibição pública foi em 1895, em Paris. Eram filmes mudos, curtos, sobre a vida cotidiana, com cerca de dois minutos de projeção. Do cinema mudo ao cinema falado, muita coisa mudou e continua mudando, com produções em 3D e repletas de efeitos especiais que beiram à realidade atualmente. O poder que o cinema tem de nos emocionar é tão forte quanto o do teatro, ou será que você nunca derramou uma lágrima ou deu muitas gargalhadas ao assistir a determinados filmes? Ou então sonhou em viver determinadas situações?

O cinema “ não tem fronteiras nem limites. É um fluxo constante de sonho.” Como dizia Oscar Levant, comediante e ator americano:

1- Você concorda com Oscar Levant? Por quê? 2- Nem todo mundo gosta de cinema. E você? 3- Com que frequência e com quem você costuma ir ao cinema? 4- Assim como o teatro, o cinema possui diversos gêneros. Qual é o seu preferido: romance, suspense, terror, comédia, ação, ficção, etc.? 5- Dentre os filmes a que assistiu, há algum que mais marcou você? Comente. 6- Quando vê um filme, o que lhe chama mais a atenção: o cenário, o enredo, os personagens, a música? Justifique.


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7- Muitas pessoas se identificam com os personagens de cinema, muitos deles saídos das histórias em quadrinhos. Você tem algum personagem preferido? Em caso afirmativo, por que o escolheu?

8- Os filmes também podem contar situações do dia a dia, assim como o teatro. Que situações cotidianas você já viu retratadas em filmes?

9- No cinema, é muito comum determinadas frases ditas pelos personagens serem lembradas pelo público. Vamos ver se você se lembra de alguma delas e consegue associar a qual filme elas pertencem? Faça uma pesquisa ou troque ideias com seus colegas se necessário. Depois, verifique as respostas com seu professor e com a turma. a) “Meu nome é Bond, James Bond!”

b) “Hasta la vista, baby!”

c) “Pede pra sair, 01!”

d) “Grandes poderes trazem grandes responsabilidades.”

e) “Não sei, só sei que foi assim!”

f) “Elementar, meu caro Watson.” _____________________________________________________ E então, conseguiu associar as frases aos filmes? Depois desse bate-papo, dá até vontade de fazer uma sessão de cinema com pipoca, não é mesmo? Mas, afinal, de onde veio a palavra cinema?


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Curiosidade etimológica: Cinema Essa palavra vem do francês cinéma, redução de cinématographe, nome dado pelos irmãos Lumière à sua invenção (uma máquina que projetava imagens) em meados de 1890. Tem origem no grego: kinema, que significa “movimento” e vem de kinein, “mexer, deslocar, movimentar”. O cinematógrafo é considerado um aperfeiçoamento que os irmãos Lumière fizeram do cinetoscópio, inventado por Thomas Edison. Fonte: <http://origemdapalavra.com.br/site/palavras/cinema/>. Acesso em: 9 dez. 2017. Adaptado.

• Conhecendo a etimologia da palavra cinema, dê o significado de: Cinéfilo:

.

Cinegrafista:

.

Cinemateca:

.

A seguir você vai ler dois textos. O texto 1 é um trecho de um roteiro de cinema nacional de grande sucesso: Se eu fosse você, dirigido por Daniel Filho. A trama gira em torno de um casal que, em meio a uma crise conjugal, troca de corpos e tenta manter a normalidade de suas vidas até encontrar uma forma de resolver essa situação. O texto 2 é um storyboard, uma sequência de esboços de cenas do mesmo filme.

Texto 1 Se eu fosse você PERSONAGENS PRINCIPAIS Cláudio: 50 anos, publicitário, dono da própria agência. Helena: 40 anos, professora de música e coordenadora de um coral infantil.

13. INT

CASA DE CLÁUDIO / QUARTO

Os dois estão na cama, meio recostados na cabeceira. Clima tenso. Cláudio quebra o silêncio. [...] CLÁUDIO (indignado) Então o que é que eu faço o dia inteiro naquela agência?

NOITE


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HELENA (no mesmo tom) Eu não estou falando do que você faz lá, eu estou falando do que você não faz aqui, na sua casa, com a sua família. CLÁUDIO Já te ocorreu que se eu trabalho o dia inteiro é justamente para conseguir uma série de coisas para a minha família? HELENA Mas então é melhor você trabalhar menos, porque não é de uma série de coisas que sua família precisa. Sua família precisa de você. E eu também não me casei para ter uma coisa. Eu me casei para ter um marido. CLÁUDIO Helena, o meu trabalho não é fácil. Queria que você passasse um dia, um dia que fosse no meu lugar. Você ia ver porque que eu, às vezes, tenho que ficar um pouco ausente. HELENA E eu queria que você passasse um dia que fosse no meu lugar. Você ia ver por que é que eu tenho que estar sempre presente. CLÁUDIO Tem horas, Helena, que francamente, eu preferia estar no seu lugar. Muito mais tranquilo, seguro, sem pressão, sem stress... HELENA E eu preferia estar no seu. Muito mais interessante, movimentado, criativo... e ainda faz sucesso! CLÁUDIO Grande sucesso... O comentário de Cláudio irrita ainda mais Helena, que se levanta. [...] HELENA (segurando a raiva) Olha, Cláudio, vamos parar por aqui que essa conversa não está levando a nada. O fato é que eu sou eu, você é você e, pelo que eu estou vendo, a vida vai continuar do mesmo jeito. Helena volta para a cama. Cláudio, preocupado, tenta conciliar. [...]


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16. INT

CASA DE CLÁUDIO / QUARTO

DIA

O despertador toca alto. [...] Cláudio se levanta, aos poucos, sonolento. Ele tem a expressão cansada pela noite mal dormida e está no lado da cama onde, antes, dormia Helena. [...] Em seguida, balança a cabeça, espantando o sono. Ele calça, com dificuldade, o pequeno chinelo de Helena, levanta-se com esforço e sai. Helena, na cama, continua dormindo.

17. INT

CASA DE CLÁUDIO / BANHEIRO

DIA

Cláudio entra no banheiro ainda sonolento, mas, ao passar pelo espelho, estanca e olha com atenção, aproximando o rosto. Ele balança a cabeça, como se quisesse acordar e abre bem os olhos. Parece estranhar o que vê e sai apressadamente. Entra no QUARTO e vê Helena na cama. Volta correndo. Entra no BANHEIRO, com a respiração ofegante. Vagarosamente, aproxima-se outra vez do espelho. Seu rosto se reflete. Espantado, ele toca com o dedo a superfície do espelho. Depois apalpa o rosto, como se quisesse conferir sua forma. Em seguida, olha para baixo, para o próprio corpo. O que vê o deixa chocado. Ele encara novamente o espelho, abre bem a boca e... GRITA.

18. INT

CASA DE CLÁUDIO / QUARTO

DIA

Helena, num pulo, senta-se na cama. Assustada com o grito de Cláudio, ela corre para o banheiro. Ao entrar no BANHEIRO, vê Cláudio encostado na parede, acuado, o corpo tremendo. Ela estanca imediatamente, perplexa. [...] Em seguida olha o próprio corpo. Toca em seus seios e corre a mão até a cintura. [...] seus olhos reviram, a cabeça inclina e ela desmaia. A tela escurece. Ouvimos o ruído da queda e depois o silêncio.

SE EU FOSSE VOCÊ...

19. INT

CASA DE CLÁUDIO / BANHEIRO

DIA

[...] ATENÇÃO: a partir deste momento, o personagem que chamamos HELENA será realmente a pessoa Helena, mas com o corpo de Cláudio. E CLÁUDIO será também ele mesmo, mas com o corpo de Helena. [...]

O corpo de Helena se recupera do desmaio. CLÁUDIO

Que sonho horrível. Eu não era mais eu, eu tinha me transformado em...

Estanca, ao ver seu próprio rosto diante de si. Imediatamente dá um pulo pra trás, encostando-se na parede, acuado. Pergunta, num fio de voz:


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CLÁUDIO O que é isso? O que é que está acontecendo? Helena responde, também assustadíssima: HELENA Não sei. Eu também tive um sonho estranho e agora, quando eu olho pra você eu vejo eu mesma... (afirmativa) É, deve ser um sonho. A qualquer momento eu vou acordar. Eu tenho certeza que vou acordar. [...] HELENA E se não for um sonho... CLÁUDIO Claro que é! [...] Daniel Filho. Se eu fosse você. Disponível em: <http://bit.ly/2HBcJba>. Acesso em: 26 abr. 2018.

Texto 2 Se eu fosse você


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Amplie seu léxico 1- No texto 1, aparece a palavra casar no seguinte trecho:

3- Dê os significados das seguintes palavras retiradas do texto 1. a) “Cláudio, preocupado, tenta conciliar.”

“Eu me casei para ter um marido.” Nesse caso, o verbo aparece com o pronome me e a preposição para. De que outra forma poderíamos usar esse verbo? Dê exemplos.

b) “Ela estanca, imediatamente, perplexa.”

c) “encostando-se na parede, acuado.”

d) “Depois apalpa o rosto.”

2- Ainda no texto 1, aparecem as palavras ausente e, depois, presente. Trata-se de uma antítese (esse assunto você estudou no Volume anterior). Crie antíteses para as seguintes palavras:

4- No texto 1, aparece o verbo pular. Observe, a seguir, que ele está sendo usado junto à preposição para. “dá um pulo para trás”

a) Sonolento:

b) Fácil:

c) Ruído:

d) Sucesso:

Pular pu.lar (lat pullare) v. int. 1 Desenvolver-se com rapidez; brotar, medrar. 2 Elevar-se do chão por impulso dos pés e das pernas, dar pulos; saltar, saltitar. 3 Derivação: sentido figurado. Passar à posição superior; subir. 4 transpor (algo), saltando por cima. 5 levantar-se rapidamente. Fonte: www.houaiss.uol.com.br

• Levando em consideração o contexto em que foi empregada, encontre e pinte, no quadro acima, um significado possível para essa palavra.


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5- Podemos caracterizar um ser usando um adjetivo ou uma locução adjetiva. Troque as locuções por adjetivos e os adjetivos por locuções.

• Explique, em cada caso, o uso de por que e por quê.

a) Sem stress:

b) Sem pressão:

c) Seguro:

d) Sonolento:

6- Releia o seguinte trecho do texto 1. “Mas então é melhor você trabalhar menos, porque não é de uma série de coisas que sua família precisa.”

Veja mais esta frase: Você não sabe o porquê de trabalhar menos.

• Neste caso, como se justifica o uso de porquê?

• Com base em conhecimentos anteriores, procure explicar a razão de usar porque e não por que.

7- Os advérbios também podem aparecer em forma de locução adverbial. Encontre, no texto 1, os advérbios correspondentes às locuções “com pressa” e “de forma devagar”. Agora, leia as seguintes frases: Por que é melhor trabalhar menos?

Não é de uma série de coisas que sua família precisa, sabe por quê?


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8- Em uma passagem do texto, a personagem Helena diz: “É, deve ser um sonho”. Haveria alguma diferença de sentido se ela dissesse “É um sonho”?

9- Você já sabe que, para intensificar um adjetivo, podemos usar um advérbio de intensidade ou colocá-lo no grau superlativo. Encontre, no texto 1, um adjetivo intensificado e reescreva-o com o advérbio.

Vamos explorar os textos

O texto 1 é um roteiro de cinema. Apesar de contar uma história, não pode ser considerado um gênero narrativo, pois não há narrador. Pertence ao gênero dramático, assim como o texto de teatro. Sua principal característica é que foi feito para ser gravado.

• As questões 1 a 20 referem-se ao texto 1.

4- Por se tratar de um roteiro, o texto registra formas típicas da linguagem oral informal. Quais são essas formas? O roteiro de cinema é dividido em cenas ou sequências, às vezes numeradas. Em cada cena, o roteirista indica ou não o número a ela correspondente; em letras maiúsculas, ele faz a indicação se a filmagem deve ser interna (no estúdio) ou externa (ao ar livre).

1- Como não há narrador, de que forma o público é capaz de compreender a trama?

5- Quantas sequências você pode ver no trecho do roteiro? Em quantos ambientes a história se desenvolve?

2- Se um roteiro conta uma história, isso significa que contém alguns elementos básicos, como enredo, personagens, tempo, lugar. Identifique cada um desses elementos no roteiro lido.

6- Na sequência 13, você pôde observar por várias vezes o emprego das reticências. Qual a função delas nos trechos?

3- Ao ler os trechos do roteiro do filme Se eu fosse você, quais são as suas impressões em relação aos personagens Cláudio e Helena? Por quê?

Precisam ser bem precisas em suas indicações quanto às atitudes dos personagens, da movimentação cênica, etc.

7- No roteiro, as falas dos personagens são acompanhadas de rubricas, que fornecem duas informações essenciais sobre a cena, de modo bem descritivo. Quais são essas informações e para que elas servem?


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8- Assim como no texto teatral, no roteiro de cinema, empregam-se verbos no presente do indicativo. Por quê? 9- O roteiro nos deixa claro que os personagens vivem dois momentos de conflito distintos. Quais são eles? 10- Observe o seguinte trecho: “Eu não estou falando do que você faz lá,

eu estou falando do que você não faz aqui, na sua casa, com a sua família.”

• Em alguns trechos como esse, com que intenção o roteirista destacou algumas palavras? 11- Nos trechos a seguir, foi empregada uma antítese: presente/ausente. Qual foi a importância dessa figura de linguagem nos trechos de diálogo em que foi empregada? “Helena, o meu trabalho não é fácil.

Queria que você passasse um dia, um dia que fosse no meu lugar. Você ia ver porque que eu, às vezes, tenho que ficar um pouco ausente.”

“E eu queria que você passasse um dia que fosse no meu lugar. Você ia ver por que é que eu tenho que estar sempre presente.”

12- Observe agora um trecho omitido no roteiro.

HELENA Ai, que ódio! (Partindo pra cima dele) Olha, não se faz de vítima, que você não é nenhum coitadinho, não. As coisas estão muito boas pra você. Tem um bom emprego que te dá prestígio, tem mulher, filha, empregada e uma

bela casa com tudo funcionando muito bem – como se fosse um relógio! E o melhor é que você não precisa nem dar corda! Cláudio levanta-se também e responde no mesmo tom. CLÁUDIO Não é relógio não, Helena. Para mim isso tudo é uma locomotiva, que precisa de muita lenha pra funcionar. E quem derruba a árvore, corta a madeira e joga a lenha no forno sou eu. Eu derrubo uma floresta inteira todo dia, trabalhando naquela agência. Quem me dera poder ficar em casa o dia inteiro, dando corda no seu reloginho.

Nesse trecho, a personagem Helena utiliza, ainda, uma outra figura de linguagem: a comparação entre o bom funcionamento da casa onde os personagens moram e um relógio. Como resposta, Cláudio faz uma outra comparação. a) Qual? Ao fazer essa comparação, o que, na verdade, ele quis dizer? b) O dinheiro representa qual papel na comparação de Cláudio?


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13- Releia os seguintes trechos da sequência 13.

CLÁUDIO: “Tem horas, Helena, que francamente, eu preferia estar no seu lugar. Muito mais tranquilo, seguro, sem pressão, sem stress...” HELENA: “E eu preferia estar no seu. Muito mais interessante, movimentado, criativo... e ainda faz sucesso!” a) Pelo tom do diálogo, você diria que os personagens estão falando a verdade? Por quê? b) Não há, no trecho, a presença de rubrica para os personagens. Pela leitura das falas, que rubricas poderiam ser acrescentadas a fim de descrever o comportamento e as atitudes dos personagens? c) É possível percebermos uma nova figura de linguagem presente na fala de Helena. Qual? 14- Toda a discussão dos personagens tem, na verdade, o objetivo de valorização do que fazem um pelo outro. Na sua opinião, esse tipo de discussão ocorre entre os casais? 15- Em qual sequência do roteiro fica claro que algo diferente está para acontecer? 16- Em qual das sequências de cenas já houve a troca de corpos? Transcreva um trecho que comprove sua resposta. 17- Na sequência 18, você leu a frase “Se eu fosse você...”. Ela está intimamente relacionada a uma sequência de cenas do roteiro. Qual seria essa sequência? 18- Na sequência final do roteiro, os personagens Cláudio e Helena acham que estão

sonhando e que a qualquer momento vão acordar. Retome esse trecho do roteiro e imagine qual seria a cena seguinte. Escreva-a, não se esquecendo das rubricas. 19- Em roteiros de cinema, existem vários termos específicos cinematográficos que dependem da história e da intenção do roteirista, entre eles: Close – focalização da pessoa ou algo a curta distância para acentuar detalhes. Flashback – cena(s) que remete(m) o personagem ao passado com o objetivo de lembrar, situar ou desvendar algum enigma da trama. a) No trecho do roteiro lido, esses termos cinematográficos estão presentes? b) Se você pudesse colaborar com o roteirista do filme e indicar uma cena em close e um momento de flashback, quais seriam? Não se esqueça de indicar o número da sequência e de que as rubricas devem ser bem precisas e descritivas. 20- O filme Se eu fosse você é nacional. Se ele fosse exibido em outros países que não falam a língua portuguesa, o que deveria ser feito para que o público estrangeiro pudesse compreendê-lo? • As questões 21 a 28 referem-se ao texto 2. O texto 2 é um storyboard. Trata-se de texto em forma de história em quadrinhos, utilizado com o objetivo de planejar visualmente as cenas a serem filmadas e transmitir a toda a equipe de produção o que se espera em cada cena. É uma sequência de quadros na qual são desenhadas as cenas imaginadas pelo diretor, assim como ângulos de câmera, tipo de iluminação que será empregada, etc., criando, assim, uma visão única de como cada sequência será.


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Além disso, cada desenho pode conter anotações sobre a cena, como descrição da ação, movimento dos personagens, som, etc. Esse gênero faz parte do processo de produção de filmes, campanhas publicitárias, documentários, etc.

21- Como todo gênero textual, o storyboard tem uma finalidade. Qual? 22- Embora o storyboard assemelhe-se às histórias em quadrinhos quanto à linguagem e aos recursos gráficos, existe uma diferença entre esses dois gêneros. Você saberia dizer qual é? Todo filme, seja ele feito para um comercial de TV, uma novela, série de TV ou um longa-metragem, tem em comum o fato de, antes de ser finalizado, ser visualizado por uma sequência de quadrinhos. 23- Na sua opinião, o storyboard lido transmite as ideias principais descritas por meio das rubricas e dos diálogos do texto 1? Comente. Acesse o

24- Em um storyboard, site http://entre tenimento.r7.com/ também é possível cinema/glossario/ observar a indicação glossario-1.html e de termos cinemaconheça outros tográficos, muitos termos cinematográdeles estrangeiros. ficos. Veja alguns abaixo e assinale aquele que é possível perceber no storyboard lido. ( ) CLOSE – Plano que enfatiza um detalhe. Tomando a figura humana como base, esse plano enquadra apenas os ombros e a cabeça de um ator, tornando bastante nítidas suas expressões faciais.

( ) FLASHBACK – Cena que revela algo do passado, para lembrar, situar ou revelar enigmas. ( ) SUPERCLOSE – Plano muito próximo que mostra, por exemplo, somente a cabeça de um ator, dominando praticamente toda a tela. ( ) HALO DESFOCADO – Câmara desfoca as coisas em torno do objeto, mantendo-o em foco. 25- Observe as cenas, da direita para a esquerda e de cima para baixo. Será que você consegue relacionar as cenas indicadas abaixo ao trecho a que elas se referem no roteiro lido? a) Cena 3. d) Cena 13. e) Cena 16. b) Cena 8. c) Cena 10. 26- Compare a rubrica da sequência 16 às cenas correspondentes. Uma parte da rubrica não foi representada visualmente. Qual? 27- Releia atentamente o diálogo inicial da sequência 13 no texto 1. Nas duas primeiras falas, há a indicação de uma rubrica, que descreve o comportamento dos personagens. Observando a cena correspondente, responda: essas rubricas foram transmitidas para o desenho? 28- Na questão 18, foi pedido a você que escrevesse a cena seguinte ao final do diálogo. Retome a sua resposta e desenhe a cena correspondente.


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Integrando com História Lei de Incentivo à Cultura O filme brasileiro Se eu fosse você foi criado em 2006, numa época em que as produções cinematográficas já contavam com grande incentivo por parte do governo. Mas nem sempre foi assim. No período da ditadura, como você sabe, a população vivia uma forte repressão. Quem era do meio artístico, por exemplo, sofria muito com a falta de liberdade de expressão. No entanto, no início da década de 1980, já havia indícios de uma abertura política no Brasil. Em 1991, durante o governo de Fernando Collor de Melo, foi criada a Lei de Incentivo à Cultura. A lei surgiu para educar as empresas e cidadãos a investirem em cultura e, inicialmente, daria incentivos fiscais, pois com o benefício no recolhimento do imposto a iniciativa privada se sentiria estimulada a patrocinar eventos culturais, uma vez que o patrocínio, além de fomentar a cultura, valoriza a marca das empresas junto ao público. • Pesquise o nome de alguns filmes brasileiros produzidos a partir da Lei de Incentivo à Cultura.

O autor é você Criação de roteiro de cinema e storyboard Você pôde conhecer um pouco mais os gêneros textuais relacionados ao cinema ao ler os textos deste Capítulo. Agora, é hora de produzi-los. • Em grupo, vocês deverão criar, inicialmente, um roteiro de cinema, que será a base de um curta-metragem (filme com duração de até 15 minutos). Então, prestem atenção aos seguintes passos: - Decidam o tema do roteiro: amor, preconceito, amizade, etc.; - Comecem a esboçar as ideias, pensando no ambiente em que ocorre a história, no cenário, nas características dos personagens, nas ações e nos acontecimentos mais marcantes. Lembrem-se de que um roteiro de cinema não tem a figura do narrador, pois não é uma narrativa.


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Ao começar a escrever o seu roteiro de cinema, observem algumas de suas características específicas. • É organizado em cenas ou sequências, às vezes, numeradas, com indicações sobre o tipo de cena (interna/externa), o local e o momento em que a cena se passa; • Geralmente, apresenta elementos básicos da narrativa, como personagens, tempo, lugar, enredo; • As personagens são identificadas antes de sua fala; • Para indicar ações de interpretação e movimentos, são utilizadas rubricas; • A linguagem é empregada de acordo com as personagens e o contexto escolhido; • É empregado o discurso direto como estrutura básica de construção do texto e desenvolvimento de ações, assim como os verbos no presente do indicativo. Depois de o roteiro pronto, é hora de elaborar o storyboard, a fim de organizar os pensamentos e ideias antes da filmagem. Elejam alguém do grupo que tenha habilidade para desenhar, pois isso facilitará o entendimento de todos nas gravações. Não se esqueçam de que esse gênero é dividido em quadros, cada um representando uma cena. No storyboard, deixem claras as expressões faciais, os movimentos dos personagens, as cenas de close (se houver), as rubricas. Num storyboard, não devemos nos preocupar Num storyboard, também podem apacom detalhes e sim com os momentos mais recer, por escrito, algumas descrições de marcantes do filme. ações, movimentos de câmera, etc. ObserFinalizados ambos os textos, comecem ve o exemplo abaixo: a filmar! Mas antes: - Determinem o papel de cada um na produção do filme: atores, diretor(es), cinegrafista, o responsável pela música, pelos efeitos especiais, etc. - Escolham o local onde será filmada a história; - Listem todos os objetos de que precisarão para compor o cenário, incluindo figurino; - Providenciem a câmera (pode ser um celular ou câmera fotográfica que tenha essa função); - Estudem o roteiro e observem o storyboard. Assim como no teatro, o ensaio é fundamental! Então, marquem alguns momentos para ensaiar antes da filmagem definitiva.


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Revendo sua produção textual: Roteiro de cinema Releia o roteiro criado por seu grupo.

Sim

Não

Parcialmente

1- O roteiro está organizado em cenas ou sequências?

1-

2- Foram definidos personagens, enredo, tempo, lugar?

2-

3- Há identificação dos personagens antes de suas falas?

3-

4- Foram colocadas as rubricas?

4-

5- A linguagem empregada está de acordo com o público-alvo?

5-

6- Os verbos estão no presente do indicativo?

6-

7- Empregou-se o discurso direto?

7-

Revendo sua produção textual: Storyboard Releia o storyboard criado por seu grupo.

Sim

Não

1- O texto está organizado em quadros, cada um correspon dendo a uma cena?

1-

2- As expressões faciais e os movimentos a serem realizados pelos personagens foram bem representados?

2-

3- As rubricas foram colocadas?

3-

No dia marcado pelo seu professor, realizem a Mostra de Arte. Nela, a peça teatral e o curta-metragem deverão ser apresentados. Façam, também, uma exposição dos storyboards criados. Com certeza, será um sucesso!

Parcialmente


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Trabalhando Temas Transversais

Ouse com novas ideias Uma câmera na mão e uma ideia “ na cabeça ”

. Com essa máxima, Glauber Rocha, cineasta brasileiro da década de 1960, revolucionou o cinema. Foi ele quem iniciou um movimento que ficou conhecido como Cinema Novo, que produzia filmes voltados à realidade brasileira e com uma linguagem adequada à situação social da época. Outra característica dos filmes “cinemanovistas” era o fato de conterem imagens com poucos movimentos, cenários simplórios e falas mais longas do que as habituais. Com certeza, foi muito difícil para esses jovens quebrar os paradigmas da época e revolucionar a arte. O ser humano tende a seguir os padrões de sua época, seja no que se refere à arte, ao comportamento ou ao próprio pensamento. Com certeza, você, como jovem, tem muitas ideias novas, tem vontade de revolucionar o mundo, de mudar alguns padrões de pensamento. Que ideias são essas? De que forma você imagina que poderia colocá-las em prática? Discuta esse assunto com seus colegas e o professor.

Saiba mais E o Oscar vai para... Todo ano nos deparamos com vários filmes indicados ao Oscar, o maior prêmio de incentivo a criações cinematográficas. Esse prêmio é dado pela Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood criada em 1927. Na época, os dirigentes dos grandes estúdios de cinema já vinham pensando em uma forma de incentivar a produção de obras de qualidade técnica e artística. A primeira entrega de prêmios foi realizada em maio de 1929. Até 1940, os jornais recebiam a lista de premiados antecipadamente e assumiam o compromisso de só divulgá-la no final da noite. O critério de seleção é demorado e envolve mais de 6 000 pessoas, que têm direito a voto. Todos são profissionais do ramo: atores e atrizes, produtores, diretores, roteiristas, cenógrafos, montadores, fotógrafos, músicos, maquiadores. O sigilo é absoluto. As cédulas são enviadas pelo correio e devolvidas à Academia em envelopes sem identificação do remetente. Já a apuração é feita por computador e colocada em envelopes lacrados, que são abertos apenas na noite da entrega do Oscar. Nem a Academia sabe de quantas estatuetas vai precisar. A simples indicação de um filme pode aumentar sua bilheteria em vários milhões de dólares. Além do aumento da receita, a premiação significa prestígio para o filme, contratos mais vantajosos para os atores e uma garantia de qualidade para o público. Fonte: <http://www.webcine.com.br/oscar/oscar0.htm>. Acesso em: 8 jan. 2018. Adaptado.


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Amplie seu conhecimento linguístico Processo de formação de palavras Você estudou, no Capítulo anterior, quais são os morfemas, ou seja, quais são as partes constituintes das palavras na língua portuguesa. Agora, vamos estudar os processos de formação das palavras. Para isso, leia, com atenção, o texto a seguir, que trata da chamada sétima arte: o cinema.

Silêncio! Apagam-se as luzes. Vai começar o espetáculo. Por umas duas horas, o público ficará boquiaberto com a beleza do cenário e figurinos ou com a interpretação dos atores, dará boas risadas, irá se entristecer com a injustiça sofrida por alguma personagem. Mais do que um passatempo, o cinema permite ao espectador compartilhar das descobertas, ideias, sentimentos e atitudes representadas no palco. O choro, a briga, o grito, o beijo, tudo será também experimentado por ele. É inerente ao ser humano a necessidade de representar, fantasiar-se, mascarar-se, contar histórias, recriar acontecimentos. Dessa forma, um filme constitui um meio de analisar e compreender a realidade em que vivemos e transcender seus limites. As origens do cinema remontam ao século XIX com os irmãos Lumière; anos depois, Charles Chaplin encantava multidões com o cinema mudo. Atualmente, Hollywood é a expressão maior do cinema mundial. No Brasil, vale ressaltar três períodos na história do cinema: as produções da Cia. Cinematográfica Vera Cruz, na década de 1940; o Cinema Novo, conceito de produções com mais conteúdo, mais realidade e menos custo, encabeçado pelo jovem cineasta Glauber Rocha, que tinha como lema “Uma câmera na mão e uma ideia na cabeça”; e as produções atuais que têm garantido muitos prêmios nos maiores festivais de cinema do mundo. 1- Observe as palavras recriar e realidade do 3º parágrafo do texto. a) Quais são as palavras primitivas que deram origem a elas?

b) De que modo se formou a palavra recriar?

c) De que modo se formou a palavra realidade?

d) Acrescente um prefixo à palavra primitiva real.


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e) Acrescente um sufixo à palavra primitiva criar.

Chama-se derivação prefixal o processo de formação de palavras em que se acrescenta um prefixo ao radical ou à palavra primitiva. Ex.: subdesenvolvido, infiel. Chama-se derivação sufixal o processo de formação de palavras em que se acrescenta um sufixo ao radical ou palavra primitiva. Ex.: lealdade, brasileiro. 2- Releia o trecho a seguir. “…irá se entristecer com a injustiça sofrida por alguma personagem.” a) Qual é a palavra primitiva que deu origem a injustiça? b) Qual é a palavra primitiva que deu origem a entristecer? c) De que modo se formaram essas duas palavras?

d) Os radicais dessas palavras poderiam ter recebido apenas o prefixo ou apenas o sufixo? Esclareça.

Podemos também formar palavras acrescentando prefixo e sufixo ao radical ao mesmo tempo. Se houver a possibilidade de usarmos apenas um dos dois afixos, chamamos o processo de derivação prefixal e sufixal. Porém, se só existe a palavra formada com o uso obrigatório dos dois afixos, chamamos o processo de derivação parassintética. Ex.: derivação prefixal ' infelizmente: existe infeli z e sufixal existe felizmente anoitecer: não existe anoite derivação ' não existe noitecer parassintética


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3- Releia mais um trecho do texto sobre o cinema. “O choro, a briga, o grito, o beijo, tudo será também experimentado por ele.” a) Quais são os substantivos abstratos do trecho?

b) Essas palavras são derivadas de verbos. Cite-os.

c) Comparando cada palavra primitiva com a sua derivada, o que se mostra diferente, neste caso, em relação à norma geral de derivação?

Chama-se derivação regressiva o processo em que a palavra primitiva (um verbo de ação) dá origem a uma palavra menor que ela (um substantivo abstrato). Exs.: (a) busca  do verbo buscar (o) voo  do verbo voar 4- Observe o 1º parágrafo do texto: “Silêncio! Apagam-se as luzes. Vai começar o espetáculo.” a) Nesse contexto, qual é a classe gramatical da palavra silêncio?

b) Normalmente, qual é a classe gramatical dessa palavra?

Dá-se a derivação imprópria quando uma palavra deixa a sua classe gramatical original para, num determinado contexto, pertencer à outra. Ela também ocorre quando há modificação de substantivo comum para próprio. Exemplos: Como resposta, ele ouviu um não. (Originalmente, não é advérbio de negação. Neste contexto, aparece como substantivo.) Sérgio Leite é o novo gerente. (Originalmente, leite é substantivo comum. Neste contexto, aparece como substantivo próprio.)


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5- Além da derivação, novas palavras podem ser formadas a partir da soma de outras. a) Volte ao segundo parágrafo do texto da página 52 e copie dois exemplos dessa ocorrência.

b) Quais são as palavras ou radicais que os formam?

Chamamos de composição o processo de formação de palavras em que se juntam duas ou mais para se obter uma nova palavra. São dois os tipos de composição: A. composição por justaposição As palavras ou radicais juntam-se sem perda de nenhum de seus elementos, podendo ou não haver hífen. Exs.: beija-flor girassol B. composição por aglutinação As palavras ou radicais juntam-se, havendo perda ou modificação fonética. A nova palavra é sempre escrita sem hífen. Exs.: planalto (plano + alto) vinagre (vinho + acre) 6- Há, ainda, outros processos de formação das palavras. Veja. A. Onomatopeia Formam-se novas palavras procurando imitar os sons ou ruídos dos seres e objetos, como: trim, tic-tac, zum-zum, etc. • Procure, em HQs, revistas, Internet, exemplos de onomatopeias e copie-as.

B. Abreviação Devido à pressa no falar e até por economia de espaço na escrita, várias palavras são abreviadas. Veja: foto (fotografia), moto (motocicleta), auto (automóvel), etc. • Complete as linhas abaixo com mais exemplos de abreviação.


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C. Hibridismo É a formação de palavras a partir da junção de elementos de idiomas diferentes. São exemplos de hibridismo: automóvel (auto – grego + móvel – latim), burocracia (buro – francês + cracia – grego). • Procure em jornais e revistas outros exemplos de palavras formadas por hibridismo.

Vamos verificar a sua compreensão? • Leia o texto a seguir. Em mais de quatro décadas, o Festival de Cinema de Gramado foi palco de momentos significativos para a história e para a afirmação do fazer cinematográfico no país. Tudo começou em 1973, quando, cumprindo a burocracia, o evento foi oficializado pelo Instituto Nacional de Cinema. A primeira edição aconteceu de 10 a 14 de janeiro de 1973, já com a disputa pelo Kikito, o “Deus da Alegria”, cuja estatueta foi criada por Elizabeth Rosenfeld, grande incentivadora do artesanato gramadense. Embora o cine não seja sempre acessível a todos, o Festival de Cinema de Gramado adquiriu grande reconhecimento internacionalmente e tornou-se palco de debates e importantes encontros entre artistas, realizadores, estudantes, pesquisadores de cinema, imprensa e público em geral. Em sua edição de 40 anos, realizada em 2012, o Festival reinventou-se com um perfil mais democrático e inúmeras mudanças. Um dos fatores fundamentais na construção da nova fase do Festival de Gramado foi a volta de ingressos mais baratos para todas as exibições. Clap clap clap para a organização! Texto adaptado de: <http://www.festivaldegramado.net/historia/>. Acesso em: 26 abr. 2018.

A partir do texto que você leu, relacione as palavras aos seus respectivos processos de formação. 1- DERIVAÇÃO PREFIXAL 2- DERIVAÇÃO SUFIXAL 3- DERIVAÇÃO PREFIXAL E SUFIXAL 4- DERIVAÇÃO PARASSINTÉTICA 5- DERIVAÇÃO IMPRÓPRIA 6- DERIVAÇÃO REGRESSIVA 7- COMPOSIÇÃO POR AGLUTINAÇÃO 8- COMPOSIÇÃO POR JUSTAPOSIÇÃO 9- ONOMATOPEIA 10- ABREVIAÇÃO 11- HIBRIDISMO

( ( ( ( ( ( ( ( ( ( (

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CINE EMBORA INTERNACIONALMENTE RECONHECIMENTO CLAP CLAP CLAP BUROCRACIA ESTATUETA CINEMATOGRÁFICO FAZER REINVENTAR DISPUTA


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Aplicando seu conhecimento 1- Observe a ilustração a seguir. Crie duas frases, uma usando por que e outra porque.

3- Complete as lacunas com o porquê adequado. a) Quero saber estou assim. b) Foi reprovado e não sabe c)

.

você está tão aborrecida?

d) Não vai à aula

?

e) Reagi à ofensa covarde. f) Ignora-se o núncia.

2- Duas amigas conversavam durante o intervalo das aulas sobre o último filme a que assistiram juntas no cinema. Observe o diálogo.

não sou da sua re-

4- Leia o fragmento de texto a seguir sobre o filme brasileiro O homem que copiava, roteiro de Jorge Furtado (2004).

CENA 1 - SUPERMERCADO - INTERIOR/ DIA ANDRÉ, 18 anos, magro, roupas simples, mochila nas costas, está na fila de um caixa de supermercado. Atrás dele, um HOMEM, 50 anos, com dois pacotes na mão. Atrás do homem, uma SENHORA, 40 anos, e uma CRIANÇA de 5 anos, com um carrinho cheio de compras. André tira do bolso sua carteira de dinheiro enquanto a MOÇA do caixa, 18 anos, vai passando as compras de André: esponja para lavar pratos, detergente, leite, pão, margarina, fósforos. André confere o dinheiro na carteira. ANDRÉ Quanto deu até agora? • Justifique o emprego de cada um dos porquês no diálogo.

MOÇA Oito e vinte e cinco.


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ANDRÉ Tudo bem.

MOÇA Um e quinze. Se deixar a carne, dá.

Ela passa a carne e registra.

[...] ANDRÉ Tudo bem, deixa a carne.

ANDRÉ Quanto? MOÇA Onze e trinta. [...] ANDRÉ Não vai dar. Eu só tenho onze e cinquenta. MOÇA Deu onze e trinta. ANDRÉ É que eu preciso levar o álcool. Quanto é o álcool? MOÇA Um e vinte. ANDRÉ Pois é, não vai dar. Desculpe, mas é que eu preciso levar o álcool. [...] SUBGERENTE Quanto é que você tem? ANDRÉ Tenho onze e cinquenta. [...] O Subgerente, visivelmente irritado, examina André enquanto tira uma chave do bolso, mexe na registradora. MOÇA Você vai tirar o quê? ANDRÉ Quanto é o detergente?

A Moça separa a carne, registra o álcool. [...] CENA 2 - TERRENO BALDIO - EXTERIOR/ DIA André sai do supermercado, caminha pela calçada até um terreno baldio ao lado do supermercado. Ele olha para os lados, abre a mochila, revelando uma grande quantidade de dinheiro, notas de cem e cinquenta. Despeja o dinheiro no chão. Derrama álcool sobre o dinheiro e acende um fósforo. O dinheiro queima. [...] • Nesse fragmento, o personagem André compra alguns produtos, especialmente, álcool. a) Em que local(is) os fatos ocorrem? b) No texto, que fato mostra que André não tinha dinheiro para comprar todos os produtos pretendidos? c) A insistência de André é em poder levar o álcool. Em que parte do fragmento fica clara a razão dessa necessidade? d) Na representação da fala das personagens, há a predominância de linguagem culta ou coloquial? Confirme sua resposta com uma passagem do texto. e) Pelo diálogo e pelas rubricas, você conseguiu imaginar as cenas? Se você tivesse de fazer um storyboard delas, como seria? f) Observe, novamente, o cartaz de divulgação do filme. Que relação você faz entre o nome do filme e a imagem que o acompanha?


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5- Observe o seguinte storyboard feito para uma campanha publicitária de um novo tablet.

6- Leia o texto a seguir.

Um filme, enquanto texto, é literatura e, também, pertence ao gênero dramático. Constitui um engano pensar que é impossível conhecer um filme sem ir ao cinema. Pode-se muito bem comprar o livro e, por meio das rubricas, entrar no clima da obra, já que elas indicam o cenário, a movimentação dos atores e, às vezes, até o figurino e a forma de enquadrar a cena. • Analise o processo de formação de algumas palavras do texto e relacione as duas colunas. ( ( ( ( ( ( (

) ) ) ) ) ) )

dramático engano impossível cenário movimentação figurino enquadrar

(a) derivação prefixal (b) derivação sufixal (c) derivação parassintética (d) derivação regressiva

7- Alguém que se referia à cidade em que nasceu, disse o seguinte: “Onde nasci, todos os moradores usam um sistema moderníssimo de comunicação: o telefone molecular. Lá, quando a gente quer se comunicar com alguém, chama um moleque e ele rapidinho leva o recado”. Esse falante faz uma brincadeira baseada numa palavra criada por analogia (isto é, semelhança de forma) com outra palavra de mesmo campo de significação. a) A que palavra estamos nos referindo? b) Explique por que a primeira frase, se considerada isoladamente, induz o leitor a pensar que o sistema é realmente moderno. c) Que processo de formação foi usado na palavra molecular?

• Escreva um roteiro para essa campanha.


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8- Observe o significado de alguns prefixos.

an-, a-: de origem grega, indica ausência; privação; negação. i-, im-, in-: de origem latina, expressa negação. des-: de origem latina, expressa negação; ação contraditória. anti-: de origem grega, significa oposição; ação contrária. re-: de origem latina, significa repetição; para trás; intensidade. bi-, bis-: de origem latina, significa repetição; duas vezes. • Agora, forme palavras com esses prefixos.

9- Em um dos muros de Goiânia, encontramos o seguinte grafite:

• Da forma como está escrita, a palavra loveu não pertence à estrutura da língua inglesa nem à da língua portuguesa. Explique, então, por meio de que mecanismos essa construção se tornou possível. 10- Observe o outdoor abaixo, veiculado quando o STF (Superior Tribunal Federal) debatia a não obrigatoriedade do diploma para o curso de Jornalismo nas universidades.

a) Na sua opinião, por que o diploma do curso de Jornalismo ou de qualquer outro curso universitário é importante? b) O que o anúncio desse outdoor vende: um produto ou uma ideia? Justifique sua resposta. c) No texto do outdoor, há várias palavras constituídas por mais de um processo de formação. Transcreva aquelas formadas por derivação sufixal. d) A palavra democrático é derivada de que palavra?


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e) Como você já sabe, democracia vem do grego e significa demo = povo + cracia = governo – governo do povo. Analise as palavras a seguir e dê os seus significados, a partir da junção dos elementos. • Estudo da vida • Estudo dos animais • Escrita bonita • Medo de água • Medo de altura • Medidor do tempo • Medidor de temperatura 11- (UFMG) Considere o processo de formação das palavras amarelar e avermelhar e assinale a alternativa correta. ( ) Ambas foram formadas por derivação prefixal. ( ) Ambas foram formadas por derivação sufixal. ( ) Ambas foram formadas por parassíntese. ( ) A primeira formou-se por derivação sufixal e a segunda por parassíntese. ( ) A primeira formou-se por derivação sufixal e a segunda por derivação prefixal.

um rio precisa de muita água em fios Para que todos os poços se enfrasem: se reatando, de um para outro poço, [...] a) Interprete o que querem dizer essas palavras no contexto do poema. b) As expressões dicionária e enfrasem têm seu caráter inovador associado a aspectos da estrutura das palavras. No primeiro caso, o autor joga com uma transformação entre classes gramaticais e, no segundo, lança mão de um processo de formação de palavras conhecido por você. Explique cada um dos casos. 14- Observe o quadrinho a seguir. a) Onde reside o humor da cena? b) A palavra descabelada, neste contexto, é sinônimo de quê?

12- Crie frases com as palavras abaixo num processo de derivação imprópria. a) que (utilize-a como um substantivo) b) porque (utilize-a como um substantivo) c) coelho (utilize-a como um substantivo próprio) d) forte (utilize-a como um advérbio) e) joia (utilize-a como um adjetivo) 13- (PUC-RJ-Adaptada) As palavras destacadas abaixo (do texto de João Cabral de Melo Neto) chamam a atenção por seu ineditismo. [...] Em situação de poço, a água equivale a uma palavra em situação dicionária: isolada, estanque no poço dela mesma, [...]

c) Qual é o processo de formação usado para formar a palavra descabelada? d) De que palavra deriva liberdade? e) Qual é o processo de formação usado para formá-la? f) Indique todas as palavras das quais você se lembre que sejam cognatas às palavras descabelada e liberdade. g) Agora, analise os processos de formação das palavras que você indicou.


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15- Observe a imagem a seguir; é a cena final de Se eu fosse você 2, segundo filme dirigido por Daniel Filho e estrelado pela dupla Tony Ramos e Glória Pires.

lista Corinthians em várias ocasiões entre 1959 e 1990. Voluntarioso e falastrão, o uso que fazia da língua portuguesa nem sempre era aquele reconhecido pelos livros. Uma vez, querendo deixar bem claro que o craque do Timão não seria vendido ou emprestado para outro clube, afirmou que “o Sócrates é invendável e imprestável”. Em outro momento, exaltando a versatilidade dos atletas, criou uma pérola da Linguística e da Zoologia: “Jogador tem que ser completo como o pato, que é um bicho aquático e gramático”. (Adaptado de Revista de História da Biblioteca Nacional, jul. 2011, p.85.)

a) Crie uma frase que represente a cena final, utilizando, ao menos, uma palavra formada pelo processo de derivação por sufixação. b) Escolha algum detalhe da cena e crie uma frase que contenha, ao menos, uma palavra formada pelo processo de derivação por prefixação. c) Leia: “A indústria cinematográfica brasileira tem crescido muito e dois dos filmes de maior bilheteria nos últimos tempos foram Se eu fosse você 1 e 2.” Indique os processos de formação das palavras sublinhadas. d) A partir da palavra cinema, forme uma outra derivada por sufixação, uma por composição e outra por abreviação. e) A partir da sua resposta ao item “d”, explique o significado do sufixo que você utilizou na formação das palavras derivadas. 16- (UNICAMP-SP) Os verbetes apresentados em (II) a seguir trazem significados possíveis para algumas palavras que ocorrem no texto intitulado “Bicho Gramático”, apresentado em (I). I

bicho gramático Vicente Matheus (1908-1997) foi um dos personagens mais controversos do futebol brasileiro. Esteve à frente do pau-

II

Invendável: que não se pode vender ou que não se vende com facilidade.

Imprestável: que não tem serventia; inútil.

Aquático: que vive na água ou à sua superfície. Gramático: que ou o que apresenta melhor rendimento nas corridas em pista de grama (diz-se de cavalo). Dicionário houaiss (versão digital on–line).

a) Descreva o processo de formação das palavras invendável e imprestável e justifique a afirmação segundo a qual o uso que Vicente Matheus fazia da língua portuguesa “nem sempre era aquele reconhecido pelos livros”. b) Explique por que o texto destaca que Vicente Matheus “criou uma pérola da Linguística e da Zoologia”.


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