Araruna: a história de uma cidade empreendedora

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Copyright © 2021 by Jair Elias dos Santos Júnior Grafia atualizada segundo o Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa de 1990, que entrou em vigor no Brasil em 2009.

Capa Moai Comunicação Foto de Capa Foto da primeira capa: Fundação Cultural de Araruna Quarta capa: fotografia de Murilo Santos - MS Produtora. Revisão Dérik Moreira da Silva Edição Jair Elias dos Santos Júnior Nova História Assessoria e Gestão Cultural Projeto Gráfico Moai Comunicação Créditos de Imagens Fundação Cultural de Araruna, Museu da Imagem e do Som do Paraná, Prefeitura de Araruna, Museu Paranaense. Fotografias de Jair Elias dos Santos Júnior, Fundação Casa de Mateus (Portugal), Agência Estadual de Notícias, fotografia de Daniel Garcia Neto. Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil) Santos Júnior, Jair Elias dos Araruna : a história de uma cidade empreendedora / Jair Elias dos Santos Júnior. -- 1. ed. -- Campo Mourão, PR : Nova História Pesquisas Históricas, 2021. ISBN 978-65-993363-8-6 1. Araruna (PR) - História 2. História do Brasil 3. Paraná (Estado) - História I. Título.

21-66159

CDD-981.62 Índices para catálogo sistemático:

1. Paraná : Estado : História 981.62 Aline Graziele Benitez - Bibliotecária - CRB-1/3129

[2021] Todos os direitos desta edição reservada à NOVA HISTÓRIA ASSESSORIA E GESTÃO CULTURAL Rua João Teodoro de Oliveira, 171 – Parque das Acácias Campo Mourão | PR | Telefone: 44 99923-4760 contato@novahistoriapr.com.br https://novahistoriapr.com.br/


Gabriel Henrique de Souza Jair Elias dos Santos Júnior

Araruna: A História de uma Cidade Empreendedora


Marco Rotário, construído pelo Rotary Club de Araruna, obra ressaltando a natureza com a ave que deu origem ao nome de Araruna e o símbolo do Rotary International. Inaugurado em fevereiro de 1995, sendo presidente Saulo Molina.


Para as futuras gerações de ararunenses, acreditando no pensamento: o que não se compartilha, se perde.


Casa da Família Casarin. 1948.


Guardar uma coisa não é escondê-la ou trancá-la. Em cofre não se guarda coisa alguma. Em cofre perde-se a coisa à vista. Guardar uma coisa é olhá-la, fitá-la, mirá-la por admirá-la, isto é, iluminá-la ou ser por ela iluminado. Guardar uma coisa é vigiá-la, isto é, fazer vigília por ela, isto é, velar por ela, isto é, estar acordado por ela, isto é, estar por ela ou ser por ela. Por isso melhor se guarda o vôo de um pássaro Do que um pássaro sem vôos. Por isso se escreve, por isso se diz, por isso se publica, por isso se declara e declama um poema: Para guardá-lo: Para que ele, por sua vez, guarde o que guarda: Guarde o que quer que guarda um poema: Por isso o lance do poema: Por guardar-se o que se quer guardar. Antonio Cicero, Guardar


Os Indígenas, retratados em "Vistas do Brasil", de Jean-Julie Deltil e Johann Moritz Rugendas (1821/29).

Sumário Sumário

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APRESENTAÇÃO Os Primórdios de Araruna Os “Campos do Mourão” A Formação de Araruna A Origem do Nome A Emancipação Sady Silva Dependência Genealógica de Araruna Formação Administrativa Araruva: A Grande Confusão com Araruna Uma Irmã na Paraíba Os Primeiros Registros Símbolos Municipais A Sucessão de Prefeitos Periquito vs Borboleta Galeria de Prefeitos Resumo Biográfico do Primeiro Prefeito Darvino Batista Guimarães Retrospectiva Histórica Anos 50 – Começa a Estruturação da Cidade Anos 60 – O desenvolvimento Avança Anos 70 – Granizo e Educação Anos 80 – Novos Avanços Anos 90 – Primeiros Passos da Cidade Empreendedora A Fé do Povo de Araruna A História de Nossa Senhora do Rocio Intronização da Imagem na Gruta Histórica de Nossa Senhora do Rocio A presença Ucraniana em Araruna Outras Denominações

11 14 17 18 20 21 26 27 27 28 28 29 34 40 43 45 50 64 65 76 87 96 98 108 110 111 111 113 9


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Rotary Club de Araruna Cultura e Tradições Praça Nossa Senhora do Rocio Araruna do Século XXI Comunidades e Distritos de Araruna Distrito São Vicente São Geraldo Lirial de São Luís São Martinho Pinhalzinho São Miguel Outras Comunidades e Centros Urbanos Uma Cidade Empreendedora Dados de Araruna Coronavírus

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AGRADECIMENTOS REFERÊNCIAS OS AUTORES

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A principal função da cidade é converter o poder em forma, a energia em cultura, a matéria inanimada em símbolos vivos de arte e a reprodução biológica em criatividade social. Lewis Mumford

Araruna do presente é o resultado da construção de uma cidade. Sempre digo que cada geração é responsável pela colocação de um tijolo na edificação da cidade que escolhemos para realizar nossos sonhos. A história de Araruna começa em 1769, quando da expedição liderada por Estevão Ribeiro Bayão ao percorrer o Rio Ivaí avistam um imenso campo que batizam de “Campos do Mourão”, em homenagem ao governador da Província de São Paulo, Dom Luís António de Sousa Botelho Mourão. A partir de então, a região começou a ser desbravada pelos homens. Evidente que a história não pode ser romanceada, como os que aqui vieram de maneira pacífica e ordeira. Os indígenas, os primeiros habitantes dessa terra foram dizimados. Uma tragédia que começa a sair do limbo da história. A partir dos anos 40, famílias que até então estavam esparramadas pelo imenso território dos Campos do Mourão começam fixar residência nos novos núcleos urbanos que surgiam: Campo Mourão, Peabiru e Araruna. A emancipação foi o passo seguinte, conseguida atendendo pedido dos moradores liderados por Darvino Batista Guimarães, que na primeira eleição municipal seria eleito prefeito. A partir de então o pequeno Núcleo Urbano começaria a ter perfil de cidade. Ganharia escolas, postos de saúde, templos religiosos e a estrutura necessária para uma vida digna para os seus habitantes. Ao longo de sua história, Araruna foi se destacando na região polarizada por Campo Mourão. Hoje é uma cidade empreendedora, geradora de emprego e renda, com indústrias e fábricas cujos produtos são comercializados em vários estados brasileiros. Esse livro não pretende ser uma fonte única da rica história de Araruna. E nem poderia ser. Uma cidade complexa, com tantos bons exemplos, merece ter novas pesquisas e com elas outros novos livros. Mais do que isso. Ao surgir esses benditos frutos, importantes fontes de conhecimento estarão ao alcance de todos, sendo um legado do presente para que as futuras gerações de ararunenses possam conhecer o trabalho de seus antepassados e dos homens do presente. 11


A etimologia do nome de Araruna se refere a existência de uma ave, que de tão bela levou Sady Silva a batizar com o seu nome o pequeno povoado, hoje lembrada nos mais diversos monumentos esparramados pela cidade. Com o apoio de Gabriel Henrique de Souza, um jovem talentoso, comprometido no que faz e futuro historiador, fez que esse livro pudesse ter esse resultado. Convidamos você leitor a conhecer a trajetória de uma cidade diferente, de uma gente que veio de todos os cantos do Brasil para aqui realizar seus sonhos. Feliz o povo que tem uma história para contar. Feliz de Araruna por ter essa história! Jair Elias dos Santos Júnior

Durante meus 16 anos vivendo em Araruna, nunca tive a oportunidade de conhecer sobre a história da cidade. Mas, durante a pesquisa para este livro, pude me aproximar mais das memórias de seus moradores. Durante as diversas conversas, entrevistas e buscas por materiais, percebi que muitos ararunenses sentiam a falta de chamar um livro de seu. Existia a necessidade de contar sobre o passado da nossa cidade, e mais do que isso, das nossas inúmeras comunidades rurais que também fazem parte do nosso município. Foram tantos os sentimentos durante essa jornada que fica difícil colocar em palavras, mas esse livro, essa pesquisa, além de trazer inúmeros registros para Araruna, também me transforma como ser humano, pois o contato que tive com os moradores será levado por mim para toda a vida. Espero que as futuras gerações que buscarem por esse livro, percebam a pluralidade presente na nossa cidade, com seus campos, indústrias, e diversos povos que aqui habitam, e saibam que a história de Araruna sempre se renova com o passar dos anos. Gabriel Henrique de Souza

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Índio com arco e flecha. Jean Baptiste Debret. (1768-1848).

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Dom Luís António de Sousa Botelho Mourão, 4º Morgado de Mateus, 1722-1798.

Campos do Mourão, uma vasta região batizada em homenagem a Dom Luís em 1769.

Primórdios Os primórdios de Araruna

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O

Paraná nasceu espanhol. Os primeiros núcleos que se instalaram em nosso território (que seria chamado de Paraná a partir de 1853) por iniciativa de europeus, dentro de sua visão de mundo e cultura, foram ligados ao reino da Espanha. Com exceção da região leste, que incluía o litoral, a maior parte do território paranaense estava a oeste da linha imaginária do Tratado de Tordesilhas, pertencendo ao Adelantado de Assunção e, portanto, ao Vice-Reino da Prata. Viviam nessa região, no século 16, diversos grupos indígenas ligados às famílias linguísticas Tupi-Guarani e Jê, calculados em centenas de milhares de almas. Esses povos tiveram uma história rica, porém difícil de ser recuperada, ainda que muitas informações que temos são provenientes de pesquisas arqueológicas e antropológicas. Em 1765, a Coroa Portuguesa decidiu nomear um capitão-general de reconhecida capacidade militar e fidalguia para restaurar a capitania e combater os espanhóis. Membro da pequena nobreza de Trás-os-Montes (norte de Portugal), Dom Luís António de Sousa Botelho Mourão, quarto Morgado de Mateus, nasceu em 22 de fevereiro de 1722, e seguiu a carreira militar desde jovem. Em 1756, casou-se com Leonor Ana Luísa José de Portugal, irmã de Dom Francisco de Sousa Coutinho, governador de Angola. O prestígio do cunhado, aliado a notável atuação do Morgado na guerra contra os espanhóis, em 1762, aproximou-o de Sebastião José de Carvalho e Melo, Conde de Oeiras e futuro Marquês de Pombal, homem forte do governo português. Escolhido como restaurador da Capitania de São Paulo, Dom Luís António desembarcou em Santos em junho de 1765, e tomou posse na Câmara Municipal de São Paulo em abril de 1766. O Morgado de Mateus assumiu um pesado encargo: o de reconstruir São Paulo a partir do estado de penúria que os sucessivos desmembramentos tinham provocados na capitania. Para cumprir este objetivo, organizou o governo, criou vilas em pontos estratégicos, recenseou a população e fomentou a economia. Por outro lado, sangrou as energias do seu governo com projetos ambiciosos, como a manutenção, 15


a Oeste, da praça militar de Iguatemi, criada para desviar a atenção dos espanhóis da região da Prata. Outra missão de Dom Luís, era reconhecer o imenso território da capitania e afugentar os espanhóis que constantemente ameaçavam invadir o mesmo. Em 20 de junho de 1769, foi organizada a primeira expedição (a segunda de Botelho), que saiu do porto de São Bento, no rio Tibagi. Comandou essa expedição, o Capitão de auxiliares da freguesia de São José dos Pinhais, Estevão Ribeiro Baião. O reverendo Frei Antônio de Santa Tereza do Espírito Santo, religioso de São Bento, conventual de São Paulo, foi o capelão. A expedição era composta por 75 homens matriculados de Curitiba e dos Campos Gerais, que utilizaram setes canoas. Os expedicionários andaram perdidos na mata, até descobrirem, no final do mês de novembro, o Rio Ivaí, que rebatizaram como “Rio Dom Luís”. Navegando por ele chegaram à barra de um grande afluente da margem esquerda, a que deram o nome de Rio Mourão, onde existiam grandes bananais e laranjais, heranças dos antigos espanhóis dos tempos da Província de Guairá. Continuaram a navegar pelo rio Ivaí, entraram no rio Paraná, e navegando por este para o sul, reconheceram “a grande boca das Setes Quedas”, isso em 6 de janeiro de 1769. A expedição subiu novamente o rio Paraná, entraram pelo seu afluente da margem direita, o Iguatemi e alcançaram a Praça de Nossa Senhora dos Prazeres, onde estavam os paulistas, em 1770. A expedição se deparou com um imenso campo, o qual foi batizado de “Campos do Mourão”, em homenagem ao Governador Dom Luís António Botelho de Souza Mourão, que instruiu Afonso Botelho para registrar com seus sobrenomes todas as descobertas que seriam realizadas. O desfecho desta expedição para o Capitão Baião foi trágico. Ele havia ficado enfermo na margem do Rio Dom Luís. Com o seu agravamento, foi obrigado a ficar recolhido na sua casa, onde faleceu ao terceiro dia de sua chegada, nos fins de dezembro de 1769. A expedição foi terminada por Francisco Lopes da Silva, que descobriu as ruínas abandonadas de Vila Rica do Espírito Santo, em 10 de março de 1771, na margem esquerda do rio Ivaí, hoje arredores do município de Fênix. Lopes da Silva providenciou o plantio de roças, além de descobrir uma quantidade expressiva de árvores frutíferas. Ele batizou o local como “Vila Real do Rio Mourão”. Em 13 de junho do mesmo ano, por ordem de Afonso Botelho, enviou os tenentes auxiliares, Jeremias de Lemos e João Crisóstomo Pais, determinaram Francisco Lopes e seus companheiros, a socorrer a Praça de Iguatemi, que se achava ameaçada por espanhóis, que reuniram expressivo número de pessoas para uma batalha no Paraguai. 16


O capitão partiu, deixando Inácio da Mota, com dez homens, povoando e conservando a Vila Real. Estes acharam resquícios da antiga Vila, como várias telhas esparramadas pelo mato, os traçados das ruas e becos e uma ferraria. Encontraram também limoeiros, cidras, laranjas e bananas. Com as ruas bem “arruadas”, consideraram o local maior que a Vila de Paranaguá. Tragicamente as três primeiras expedições tiveram seus comandantes vitimados. Outros conflitos também marcariam, por exemplo, a resistência indígena, que se mantinham firmes para não perderem suas terras para os espanhóis e portugueses. Apesar das dificuldades, a primeira fase do plano de Dom Luís tinha sido executada com todo rigor e precisão. O território paranaense estava devidamente reconhecido em 1774.

OS “CAMPOS DO MOURÃO”

E

m 1769, os “Campos do Mourão” foram descobertos. A expedição cumprindo ordens, batizou os campos com o sobrenome do governador de São Paulo, Dom Luís António de Souza Botelho Mourão. Até o Rio Ivaí, passaria a ter o nome de Dom Luís. No período de 1769 até 1880, ou seja, por 111 anos os campos permaneceriam sem registro de ocupação ou colonização. Até mesmo os mapas deste período mostrariam o local como “campos desconhecidos”. No dia 29 de agosto de 1853, o imperador Dom Pedro II, sancionava a Lei nº 704, criando a “Província do Paraná”. O ato do imperador, aprovado pela Câmara dos Deputados, elevava a então Comarca de Curitiba, que era jurisdicionada à Província de São Paulo, à categoria de Província. Na data de 19 de dezembro, o baiano Zacarias de Gois e Vasconcelos tomava posse na presidência da província, cargo equivalente atualmente ao de governador. O Paraná ganhava personalidade própria e a ocupação do território, com o passar dos governos, virava prioridade. A colonização efetiva de Campo Mourão começou em 16 de setembro de 1903 quando Jozé Luiz Pereira fixou residência em definitivo. Após a chegada da mudança, vieram os irmãos Luiz Pereira e Miguel Luiz Pereira e mais três famílias: Américo Pereira Filho, Luiz Silvério e Cezário Manoel dos Santos. Em seguida entrou 17


as famílias de Ananias Luiz Pereira e José Luiz Pereira Sobrinho e posteriormente vieram Bento Gonçalves de Proença e Jorge Walter. A partir de então, nas décadas seguintes, outras famílias se deslocariam para o território do então “Campos do Mourão”.

A FORMAÇÃO DE ARARUNA

S

egundo registros do IBGE, estabeleceram-se no alto de uma colina, iniciando, imediatamente, a derrubada da floresta, para a cultura dos cereais próprios da região, Paulo Toledo, João Antônio Rodrigues, José Ribeiro, Ernesto Martins Tavares, João Martins Tavares, Sebastião Inácio de Faria, José Maria de Faria e Joaquim Emídio de Faria foram os primeiros habitantes da localidade. Estes pioneiros, acompanhados das suas respectivas famílias, se estabeleceram à margem da Estrada Boiadeira que conduzia para o Porto São José e ao Estado de Mato Grosso, e que era um caminho vicinal da antiga, histórica e pequena Estrada de São Tomé, ou “Caminhos de Peabiru”. Em 12 de maio de 1942, Demétrio Casarin entrou no território do atual município de Araruna, procedente de Araruna onde morava a mais de cinco anos. Casarin fez o percurso a cavalo, por meio de uma picada que ligava Guarapuava a Campo Mourão. Antes de fixar-se nas terras a serem colonizadas deparou-se com uma tribo de índios. Havia um total de 50, o cacique chamava-se Vicente Guarani. Os índios obedeciam a seu chefe e passaram a trabalhar para Demétrio Casarin. Recebiam em troca fumo, pinga e outros gêneros. Os indígenas viviam de caça e pesca. Em 1946, eles foram para Serra Dourada, cerca de 70 km de Cruzeiro do Oeste, e posteriormente, foram para Porto Rico. Outro pioneiro de nome de Elias Coltro chegou em Araruna em 9 de maio de 1947, procedente da localidade de Antônio Rebouças. Adquiriu no começo do processo de colonização 10 alqueires, onde produziu café e cereais. Quando se instalou no Núcleo Urbano, haviam somente três casas, conhecidas na época como ranchos. Izidoro Pintro, outro pioneiro, chegou no dia 8 de agosto de 1947, procedente de Joaçaba (SC). Comprou um sítio de 29 alqueires de terras onde produzia café, frutas e cereais. Hermínio Ademar Maioli também se instalou no território do futuro município de Araruna em 26 de maio de 1945, vindo de Jaborá (SC). No ano de 1942 requereu terras do Governo do Estado. No mesmo ano veio a pé de Pitanga a Araruna. 18


O Núcleo Urbano da cidade começou a ser formado em 1948, quando Luiz Casarin ergueu a primeira residência. O segundo morador foi Darvino Batista Guimarães, que posteriormente seria eleito o primeiro prefeito do município. Após se estabeleceram na cidade: Olásio Felipe Rodrigues, Hipolito Myszkollske, Antônio Rangon, Umbelina Maria de Jesus, Elena Riba Wonsik, Zoraido Casarin, Angelino e Pedrinha Tonette, Isidora Primão, Vivina Casarin Maiolli, Luiza Casarin de Oliveira, Paulo Toledo, João Antônio Rodrigues, João Ribeiro, Ernesto Martins Tavares, João Martins Tavares, Sebastião Inácio Faria, José Maria de Faria, Joaquim Emídio de Faria, Amélio Manoel da Silva, Izidoro Pintro, Carlos Pereira Lima, Iraci Alves, Luiz Antônio Rosa, Alberto Toigo, Antônio de Souza Pereira, Lau Badocco, Abelardo Montenegro, Etelvina Camargo, Francisco Freitas dos Santos e Thereza Guarido Ryal Zawadzki. Os primeiros moradores viviam em casas de chão batido cobertas com folhas de palmitos. O fogão era de barro e plantavam variados tipos de cultura para sobreviver. Comiam carnes de galinha e das caças que realizavam, onde abatiam veados, antas e capivaras. Também comiam quirela, canjica e arroz, que eram socados no pilão. Café não havia nos primeiros anos de Araruna. Tomavam chimarrão e doses de aguardentes. A farinha de biju era preparada no monjolo movido a água e para adoçar os alimentos usavam a rapadura, no lugar do açúcar. O sal era comprado por saco. Começamos derrubar o mato, fazer lavoura e criar porcos. As árvores eram grossas e altas. Tinha muita peroba rosa e amarela. Uma madeira muito dura e retorcida. Era no machado. A mão da gente ficava grossa e cheia de calo. Era preciso plantar e colher rápido. Tinha que ter sustento próprio e força para trabalhar, senão não sobrevivia no sertão. (Zoraido Casarin, projeto Raízes, 2001).

Quando os primeiros moradores se adoeciam, o remédio usado era o pau-prá-tudo, que era cozido e formava um chá amarelado e amargo. No ano de 1945, Sady Silva, exercia o cargo de Chefe da 5ª Inspetoria de terras, do Departamento de Geografia, Terras e Colonização do Estado do Paraná, e resolveu iniciar, nas proximidades da Colônia Mourão, por ele organizada, em Patrimônio, com o fim de atrair colonos e povoar a região. Observando que o povoado estava progredindo e que devia ter a sua obra de urbanização coadjuvada pelo poder público, resolveu incluir no seu plano de urbanização às atuais cidades de Campo Mourão e Peabiru. Até o ano de 1947, quando foi criado o Município de Campo Mourão, no governo de Moysés Lupion, a região do Noroeste do Paraná era formada pelos municípios de Guarapuava e Pitanga. Em 11 de outubro de 1947 – por força da lei n.º 19


02 – Campo Mourão oficialmente se tornava município. No dia 5 de dezembro, foi empossado Pedro Viriato de Souza Filho, como primeiro prefeito eleito do novo município. Em 1951, por meio da Lei Estadual nº 790, no governo de Bento Munhoz da Rocha Neto, foi criado o município de Peabiru, sendo a segunda comunidade a ser criada, por desmembramento de Campo Mourão. Por este ato, nascia o distrito de Araruna, subordinado ao município de Peabiru. Já no ano seguinte o povoado de Araruna apresentava grande progresso. Os procedentes de diversas Unidades da Federação, como, São Paulo, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e outros, começaram a chegar ali, através de Guarapuava, Pitanga, Maringá e Campo Mourão, aumentando extraordinariamente as suas atividades. Iniciou-se a cultura do café, algodão, arroz, e de todos os produtos agrícolas propícios ao clima local, em alta escala. Em 1952 a cidade contava com uma população estimada de 2000 habitantes e a zona rural, 16 mil habitantes. Foi Araruna elevada a Distrito, e sua Sede, à categoria de Vila, em 1952, como Unidade Administrativa de Peabiru. Em 1954, pela Lei n.º 253, de 29 de novembro, passou a categoria de Município sendo instalada em 18 de novembro de 1955.

A ORIGEM DO NOME

A

denominação do nome do município foi dada por Sady Silva, então chefe do Departamento de Geografia, Terras, Colonização do Paraná. Havia no local uma ave, da família das araras, de cor azul-ferrete, que vivia na região, admirada pela sua penugem colorida. A pioneira Elena Ribas Wonsik – em trabalho de preservação histórica desenvolvida em 1989 – diz que o município recebeu esse nome devido ao fato de “um dia uma turma de homens estava trabalhando num mato, quando foram descansar, estavam sentados, aí apareceu uma linda arara, daí então tiveram a ideia do nome Araruna”. Isodora Primão Maioli em entrevista, citou que o nome se deu, pois “no centro do atual município existia uma encruzilhada chamada Araruna. Esse foi o nome dado por que existia araras, mas não em grande quantidade”. 20


Segundo o Dicionário Tupi-Guarani a palavra Araraúna significa arara preta (arara, una, araruna). O Dicionário da Língua Portuguesa de Antônio de Moraes Silva, 7ª edição, de 1877, a palavra Araraúna é uma espécie de grande arara de plumagem quase toda preta. Nome dado também a uma árvore do mato virgem. Vale destacar que Sady Silva também foi o responsável pela denominação de Peabiru, homenageando o município com o nome do lendário Caminho Indígena, cujo tronco havia na região.

A EMANCIPAÇÃO

O

suicídio do presidente Getúlio Vargas - ocorrido em 24 de agosto de 1954 - no Palácio do Catete, no Rio de Janeiro causou grande impacto na vida brasileira. Vargas deixou uma carta testamento em que colocava na oposição a conta de seu padecimento: “Deixo à sanha dos meus inimigos o legado de minha morte”. Linhas depois, concluía: “Que o sangue de um inocente sirva para aplacar a ira dos fariseus. Agradeço aos que de perto ou de longe trouxeram-me o conforto de sua amizade. A resposta virá mais tarde”. A resposta veio rápido: em Porto Alegre, Belo Horizonte, Salvador e São Paulo eclodiram motins populares e a população destruiu tudo que estivesse, de alguma maneira, relacionada à oposição a Vargas. Apenas o jornal Última Hora, o único que apoiou Vargas até o fim, circulou nesse dia. No Paraná, o governador Bento Munhoz da Rocha Netto inaugurava a Biblioteca Pública do Paraná e o Palácio Iguaçu. Foi entre esses acontecimentos marcantes que Araruna alcançava a sua emancipação de Peabiru. No dia 26 de novembro de 1954, o deputado estadual Laertes de Macedo Munhoz, então presidente da Assembleia Legislativa, sancionou o projeto de lei nº 479/54, que tornou-se na Lei Estadual n.º 253, de 26 de novembro de 1954, criando o município de Araruna. Na mesma lei são criados os municípios de: Querência do Norte, Loanda, Santa Cruz de Monte Castelo, Santa Isabel do Ivaí, Nova Londrina, Coronel Vivida, Chopinzinho, São Pedro do Ivaí, Bom Sucesso, Cruzeiro do Oeste, Engenheiro Beltrão, Paraíso do Norte, Rondon, São João do Caiuá, Tamboara, Terra Rica, Paranacity, Cândido de Abreu, Guaraci, Cafeara, Califórnia, Sabaúdia, Colorado, Jaboti, Itaguajé, Bituruna e Arapoti. 21


Segundo o Dicionário Tupi-Guarani a palavra Araraúna significa arara preta (arara, una, araruna). O Dicionário da Língua Portuguesa de Antônio de Moraes Silva, 7ª edição, de 1877, a palavra Araraúna é uma espécie de grande arara de plumagem quase toda preta. Nome dado também a uma árvore do mato virgem.


Mapa de Campo Mourão de 1947. Nele aparecem Araruna, Peabiru, Roncador e outras comunidades.


A denominação do nome do município foi dada por Sady Silva (1908-1985), então chefe do Departamento de Geografia, Terras, Colonização do Paraná. Havia no local aves da família das araras, de cor azul-ferrete, que vivia na região, admirada pela sua penugem colorida.


Bento Munhoz da Rocha Neto (1905-1973), foi governador do Paraná de 1951 a 1955. Foi na sua administração que Araruna se tornou município, emancipado de Peabiru. Munhoz da Rocha foi um dos grandes governadores do Paraná. Em 2008 foi eleito o Maior Paranaense de Todos os Tempos, num concurso organizado pelo jornal Gazeta do Povo.


SADY SILVA

N

asceu na cidade de Antonina no dia 1º de agosto de 1908. Filho de Agostinho Ferreira e Silva, dedicado funcionário público estadual e Maria Ermelina Guimarães e Silva, uma professora das primeiras turmas de normalistas do Paraná. Aos quatro anos de idade, veio com sua família residir na Capital do Estado onde cursou o primário e o ginásio em Escolas Públicas, formando-se mais tarde em engenharia civil. Filho de família humilde e de poucos recursos, aos treze anos de idade, empregou-se no Escritório Técnico do engenheiro civil Francisco Gutierrez Beltrão, onde, além de estudante, se fez desenhista técnico até 1930. Neste mesmo ano, como aluno do 3º ano do Curso de Oficiais da Reserva, incorporou-se às forças revolucionárias, compartilhando na campanha de Metralhadoras Pesadas do 9º R.A.M., tomando parte ativa nos combates de Sénges e Morungava. Com a vitória da revolução, retornou com o seu Regimento a Capital do Estado no final do ano de 1930. No ano seguinte, concluiu o seu curso de Oficial da Reserva recebendo a patente de aspirante oficial. Em fevereiro de 1933, aos vinte e quatro anos de idade, foi nomeado Prefeito Municipal de Jataí, no norte do Paraná. Em dezembro do mesmo ano, diplomou-se engenheiro civil pela Faculdade de Engenharia do Paraná. Casou-se com a senhora Mercedes Burigo Silva no ano de 1932, tendo desta união a querida e única filha Lia Zoé Silva. Já em junho de 1934, deixou a Prefeitura de Jataí para ser nomeado Prefeito Municipal de Jaguariaíva, com o fim de dotar a cidade de água encanada. Cumprindo a incumbência que lhe foi atribuída pelo saudoso interventor Manoel Ribas em janeiro de 1936, executou pessoalmente os estudos do projeto e administrou os trabalhos de encanamento de água daquela cidade, procedeu a inauguração da obra, transmitindo o seu cargo ao Prefeito eleito. Após este período, trabalhou como engenheiro civil construindo vários edifícios públicos em diversas cidades do interior do Paraná, principalmente nos municípios de Cerro Azul, Bocaiúva e União da Vitória. Em 1938, foi nomeado Comissário de Terras do Município de Tibagi, onde executou vários trabalhos de topografia. No 26


ano seguinte, iniciou sua carreira como funcionário público na cidade de Guarapuava no cargo de Engenheiro Inspetor de Terras da 5ª Inspetoria. Nesta gestão, trabalhou ativamente no desdobramento dos sertões de Guarapuava, Foz do Iguaçu, Pitanga, Cantu, Goio-Bang e Mourão. Para ligação dessas colônias, abriu estradas de ligação e penetração pelos sertões afora. No Governo Moysés Lupion, foi designado para exercer o cargo de Diretor do departamento Administrativo do Oeste do Paraná, permanecendo até 1951. Nesta direção muito trabalhou e cooperou com dedicação e zelo na resolução dos múltiplos problemas administrativos da vasta região do Oeste paranaense, no que diz respeito aos setores de viação, colonização e edificações. No dia 6 de julho de 1963, foi nomeado assessor do Conselho Estadual de Turismo, onde permaneceu até aposentar-se com trinta e quatro anos de serviços prestados ao Estado do Paraná, tendo em sua folha somente elogios e agradecimentos pela sua atuação na administração pública. Morreu em 23 de abril de 1985 e hoje, Sady Silva permanece na lembrança e no coração de sua filha Lia Zoé, suas netas Ana Lúcia, Lia Beatriz e Tereza Cristina que contam sua história de luta e vitórias para seus bisnetos Guilherme, Carolina, Marcelo, Luana e Gabriela.

DEPENDÊNCIA GENEALÓGICADE ARARUNA

A

raruna, emancipada em 26 de novembro de 1954, de Campo Mourão, que desmembrou-se em 11 de outubro de 1947 de Pitanga, que em 30 de dezembro de 1943 originou-se de Guarapuava, que emancipou-se em 17 de julho de 1852 de Castro, que desmembrou-se em 24 de setembro de 1788 de Curitiba, que em 29 de março de 1693 separou de Paranaguá, criada em 29 de julho de 1648, por Carta Régia.

FORMAÇÃO ADMINISTRATIVA

E

m 24 de abril de 1955, pela Lei Municipal n.º 12, era criado o distrito de 27


Cianorte, o primeiro distrito de Araruna. Cianorte, por meio da Lei Estadual n.º 2412, de 13 de julho de 1955, desmembrou de Araruna e tornou-se município. Pela Lei Municipal n.º 6, de 17 de março de 1956, é criado o distrito de São Vicente e anexado ao município de Araruna. Em 25 de outubro de 1962, por Lei Municipal é criado o distrito de Nova Brasília, nova denominação ao antigo “quilômetro 42”. O distrito de Nova Brasília foi extinto em decorrência da Lei Estadual n.º 4683, de 23 de janeiro de 1963, que criou o distrito de São Vicente.

ARARUVA: A GRANDE CONFUSÃO COM ARARUNA

A

té o ano de 1967, havia uma confusão com os nomes de dois municípios no Paraná: Araruna e Araruva. Era comum os grandes transtornos causados pelas agências dos correios na emissão de correspondência entre às duas cidades. O caso de Araruva começou quando Marilândia foi elevada à categoria de Distrito Judiciário em 1938, que passou a ser denominada com nome de Araruva, pelo fato de havia grande quantidade de madeira naquela região com este nome, na qual servia para fazer cabo de martelo, machado, enxada, etc. Com a mudança em 1967, o nome Marilândia foi acrescido da palavra “do Sul” por já existir uma cidade no Estado do Espírito Santo com o nome de Marilândia.

UMA IRMÃ NA PARAÍBA

A

raruna tem uma cidade irmã com o mesmo nome na Paraíba. As duas são denominadas na língua tupi: “Arara Una”. É um fato interessante, pois mesmo diante das diferenças geográficas e históricas, ocorrem várias semelhanças nos dois municípios. Além da coincidência do mesmo nome, como o fato de ambas estarem no interior de seus estados, por causa da mesma denominação já ocorreram por diversas vezes casos de erros de correspondência e entrega de produtos equivocadamente, ou algo semelhante pela coincidência do nome. 28


Outra curiosidade entre as duas cidades no que se refere a política local, é que da mesma forma em que Araruna na Paraíba apresenta históricas e acirradas disputas eleitorais entre os grupos intitulados “jacarés” e “gatos”, que dividem a cidade em cores e bandeiras, acontece o mesmo em Araruna do Paraná, onde “periquitos” e “borboletas” disputavam o comando da prefeitura e da Câmara de Vereadores.

Cidade irmã de Araruna, com o mesmo, na Paraíba.

OS PRIMEIROS REGISTROS

N

o Cartório de Documentos de Araruna, os primeiros registros são de:

Casamento em 23/06/1954: Celebraram núpcias: Natalicio Estevão da Costa e Maria Custodia do Nascimento Costa Nascimento 14/05/1954: Geremias Barboza de Castro Óbito 14/05/1954: Maria Rita de Jesus 29


Araruna, em 3 de outubro de 1947, começava a formação do Núcleo Urbano.


Um acontecimento inusitado: durante um casamento, os noivos se dirigiram até Campo Mourão para celebrar a união no Cartório do Registro Civil. Quando voltaram, o pai, Marcos Primão, havia morrido. Os convidados se reuniram para a fotografia e no centro colocaram o falecido no caixão para eternizar a sua memória. 28.09.1949.


Araruna, 1947.

Araruna, 1947.

Formação do Núcleo Urbano de Araruna, 1947.

Governador Moysés Lupion em companhia do prefeito de Campo Mourão, Pedro Viriato de Souza Filho, visita o então distrito de Araruna. 1949.


Os primeiros moradores caçando animais.

Derrubada da mata, 1947. Na fotografia um dos moradores com um animal caçado.

Casa de Francisco e Santina Bertucci, 1949.

Família de pioneiros, 1947.


Atual Brasão de Armas de Araruna.

Símbolos Símbolos Municipais

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O

Brasão de Armas de Araruna foi criado pela Lei Municipal n.º 125, de 25 de maio de 1963, sancionada pelo prefeito Avelino Hanel. O município encomendou a empresa Studio Pantheon, de Curitiba, a elaboração do seu Brasão, com a seguinte descrição: “Escudo moderno, tendo por timbre a coroa mural, privativa das municipalidades, de quatro torres, ameadas e sua porta cada uma, a simbolizar a autonomia do município. Suportes. Divisa”. O erário desembolsou a quantia de 60 mil cruzeiros pelo trabalho e em contrapartida a empresa ofereceu ao município uma tela com o desenho do Brasão. A partir de então, o desenho elaborado pela Pantheon foi utilizado nos atos oficiais do município. O desenho apresentava um erro grave de heráldica. A Coroa Mural era de vila e não de cidades, como determinava as regras heráldicas. Em 2020, o município realizou um trabalho de revisão histórica, que foi aprovado pela Câmara de Vereadores, por meio de lei municipal e contou com o apoio do historiador Wellington Rafael da Silva, que exercia a chefia da divisão de Cultura de Araruna, na Paraíba. Pela Lei Municipal o Brasão é descrito da seguinte forma: “Escudo português vermelho circundado com 8 estrelas amarelas, com uma arara azul, espécie de cor azul-ferrete (araraúna), pela presença das aves no período da colonização, se tornando o símbolo do município dando origem ao nome de “ARARUNA”. Encimando a coroa mural de oito torres, de prata. À direita e a esquerda, ramos de cafeeiro frutificados ao natural, formam um registro histórico do produto que marcou o início do progresso da cidade, dos quais se sobrepõe um listel na cor blau (cor azul – que simboliza, em heráldica, a justiça, nobreza, perseverança, zelo e lealdade), inscreve-se o topônimo identificador “ARARUNA” ladeado pelos Ministérios: “26 DE NOVEMBRO DE 1954” data de sua elevação a Município. 35


O brasão tem a seguinte interpretação simbólica: a) A coroa mural de prata de cinco torres, vista três completas e as extremidades pela metade, é na heráldica o símbolo máximo para brasões de municípios do Brasil. b) No centro do escudo apresenta uma arara na cor azul-ferrete (araraúna), que devido ao grande número existente na região originou a denominação atual dada por Sady Silva, funcionário da Inspetoria de Terras e Colonização do Estado do Paraná na época da colonização da localidade. c) Os apoios representam a principal atividade na agricultura no início da colonização. São dois galhos de café frutificados ladeando o escudo. Em cujo a letra do hino nos apresenta a alusão aos verdes jardins de café, que atestavam do povo o intenso labor. d) Nos listel blau (azul), traz escrito o nome do município “Araruna” e a data oficial de sua criação/ fundação “26 de novembro de 1954”.” Foi oficializada ainda, a criação da Bandeira do Município, elaborada pela Enciclopédia Heráldica Municipalista, com desenho composto de um retângulo de proporção largura-comprimento. Composta por duas faixas nas cores verde e vermelho. A faixa verde, representa a fertilidade das terras generosas de Araruna, onde vicejavam os cafezais, salientando o papel preponderante da cafeicultura, como esteio da economia municipal no início da colonização, símbolo de abundância, alegria, sendo a cor da esperança. A faixa na cor vermelha simboliza a audácia, intrepidez, coragem e valentia, sendo esses os atributos dos pioneiros, fundadores e munícipes de Araruna. O Brasão ao centro representa o Governo Municipal. De acordo com as regras vexilológicas (Ciência que se dedica ao estudo das bandeiras), a bandeira de Araruna será reproduzida com as dimensões oficiais que se adota para a bandeira. Apesar de ter inserido o Brasão, a bandeira continua com um erro de heráldica, pois a presença do topônimo “Araruna” caracteriza uma “heresia heráldica”, pois os símbolos são evocativos e representativos, não precisando de indicação formal. Também foram instituídos o Hino Municipal e o Hino Festivo. O Municipal é composto de letra e música de Sebastião Lima e Pe. Luiz Paganini. O Município de Araruna, também tem composto o Hino Festivo, letra de Tereza Ryal Zawadzki e adaptada a música de autor desconhecido. 36


HINO OFICIAL DO MUNICÍPIO DE ARARUNA Letra e música: Sebastião Lima e Pe. Luiz Paganini “Nos albores da colonização Ao procurarem o caminho do sucesso Os pioneiros com fibra e devoção Nos integraram na rota do progresso Nos marcos do civismo aqui plantados Nada existe que maior valor reúna Teus maiores hão de ser sempre lembrados Pelo muito que nos deram Araruna. Das antigas reduções missionárias Que adentraram nos agrestes sertões As valorosas bandeiras Aqui formaram novas civilizações Da ave azul de plumagem multicores Araruna tens o nome abençoado Este hino de amor e de louvores Diz o quanto te quer bem um filho amado. És pela força da mais ardente fé Construída com alma e ardor Verdes jardins de café Atestam do teu povo intenso labor.”

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HINO FESTIVO DE ARARUNA Adaptação:: Tereza Ryal Zawadzki Terra dos meus amores Região de sonhos e de alegrias Em cujo solo resplendem flores Em cujo céu reina poesia Pelos teus campos, loureja a messe, Um sol de paz tudo ilumina. O sino tange em suave prece e com Vigor ressoa o Malho na oficina De tua escola, templo sagrado Partem arautos da instrução De tua terra marcha o soldado Para a defesa do airo verde pavilhão Araruna, airo recanto brasileiro! Chovam-te de azul, as graças de ouro do Cruzeiro.

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Antiga Bandeira de Araruna.

Atual bandeira de Araruna. Em 2020 passou por processo de correção heráldica.

Desenho do Brasão de Armas de Araruna, criado em 1963.

Em 1963, o prefeito Avelino Hanel contratou o Studio Parthenon, em Curitiba, para elaborar o Brasão de Armas do município. A empresa repassou uma tela com o desenho para compor o acervo histórico, atualmente exposta na Casa da Cultura.


Prefeitura Municipal, inaugurada em 1967 pelo governador Paulo Pimentel. Fotografia de 2021.

Prefeitos A sucessão de prefeitos

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C

riado o município, a primeira eleição municipal ocorreu em 3 de outubro de 1955. Com 1267 eleitores, o povo de Araruna elegeu Darvino Batista Guimarães para ser o primeiro ocupante da Prefeitura, eleito pela chapa PTB/PSP e PDC. Guimarães foi eleito com 388 votos. Concorreu com mais três oponentes, sendo eles: Francisco de Lima, 306 votos pelo PSD; Izidoro Pintro, 270 votos pelo PR e Delcidio Francisconi, 244 votos pelo PST. A segunda eleição municipal ocorreu em 4 de outubro de 1959. Avelino Hanel foi eleito com 1096 votos, pelo PSD. Evangelista Dias Santos fez 1033 votos e João Brunett Filho alcançou 439 votos. Foram às urnas 2726 eleitores. A terceira eleição municipal ocorreu em 6 de outubro de 1963. Evangelista Dal Santo foi eleito com 1715 votos pelo PDC. Miguel Arcanjo Pinto fez 1366 votos pelo PTN e Darvino Batista Guimarães 990 votos pelo PTB. 4214 ararunenses votaram. A vitória do PDC em outras cidades paranaenses, a exemplo de Araruna, deve-se ao prestígio de Ney Braga, que governava o Paraná nesse período. Com a instauração do Regime Militar em 1964, o mandato dos prefeitos eleitos em 1963 foi prorrogado. A quarta eleição municipal ocorreu em 15 de novembro de 1968, com a participação de 6130 votantes. Antônio de Souza Pereira foi eleito prefeito com 3785 votos. Abelardo Montenegro obteve 2249. Ambos os candidatos disputaram o cargo pela Arena (Aliança Renovadora Nacional). Miguel Arcanjo Pinto foi eleito o primeiro vice-prefeito, cargo criado em 1964. A partir de 1966, o Brasil passa para o bipartidarismo, é criada a Arena (Aliança Renovadora Nacional) base de sustentação do regime militar, e o Movimento Democrático Brasileiro - MDB, oposição tolerável ao regime, sendo todos os demais partidos políticos proibidos. A ARENA tinha diretórios em todos os municípios brasileiros e, em muitos 41


municípios, apresentava candidato único, ou apresentava sublegendas (até 3) permitidas pela lei eleitoral, lançando dois ou três candidatos a prefeito no mesmo município, o que acomodava as diversas correntes do partido. A quinta eleição municipal deu-se em 15 de novembro de 1972. Luiz Zavatin foi eleito com 3724 votos, pela Arena I. Luiz Batista de Oliveira obteve 1888 votos pela Arena II. Wilson Marangon foi eleito vice-prefeito. A sexta eleição municipal ocorreu em 15 de novembro de 1976 com a participação de 7053 votantes. Valmor Vicente Vecchi foi eleito com 4288 votos pela Arena I. Miguel Arcanjo Pinto alcançou 2613 votos. Fernandes Poyer foi eleito vice-prefeito. A sétima eleição municipal, a última realizada dentro do Regime Militar, elegeu Osvaldo Valarini, com 1839 votos pelo PMDB. Luiz B. Oliveira, pelo PDS, fez 1792 votos. Roberto G. de Azevedo totalizou 1382 votos e Luiz Zavatin alcançou 1347 pelo PMDB. 6846 ararunenses foram às urnas. O PMDB nessa eleição venceu em boa parte dos municípios do Paraná e elegeu José Richa como governador. Antônio de Jesus Rorato foi eleito vice-prefeito. A oitava eleição municipal deu-se em 15 de novembro de 1988. Antônio de Jesus Rorato foi o vencedor com 3426 votos. Valmor Vicente Vecchi fez 2841. 7197 eleitores compareceram às urnas e Anézio Vargas Netto foi eleito vice-prefeito. A nona eleição municipal aconteceu em 3 de outubro de 1992, consagrando-se vencedor Hermes Campos Teixeira, com 4136 votos, pelo PMDB. Contra Osvaldo Valarini, do PST, que fez 3303. Antônio de Jesus Rorato, pelo PTB, foi o vencedor da décima eleição municipal, ocorrida no dia 5 de outubro de 1996. Eliseu Bazuco, do PFL, fez 3238 votos. A décima primeira eleição municipal ocorreu em 1º de outubro de 2000. Renato Toaldo foi eleito pela coligação PPS/PRTB/PMDB/PSL/PL, com 4092 votos. Antônio de Jesus Rorato que concorria pela coligação PTB/PSDB/PFL fez 3704. Foi a primeira eleição depois da aprovação da Emenda Constitucional que permitia a reeleição dos prefeitos. Na décima segunda eleição municipal, realizada em 5 de outubro de 2004, com 4549 votos, Fabiano Otávio Antoniassi, pelo PMDB, foi eleito prefeito. Renato Toaldo, do PPS, que concorria à reeleição fez 4139. A décima terceira eleição municipal deu-se em 5 de outubro de 2008. 9062 42


ararunenses compareceram às urnas. Carlos Carmindo Bonato, pelo PPS, foi eleito com 4462 votos. Fabiano Otávio Antoniassi fez 4159, pelo PMDB. Ambrósio Aparecido Brambilla fez 104 votos. Com 10823 eleitores, a décima quarta ocorreu em 7 de outubro de 2012. Fabiano Otávio Antoniassi, pelo PMDB, foi eleito com 4434 votos. Renê Vieira Duarte, do PPS, fez 3429 e Olímpio de Oliveira Caetano, do PRTB, fez 1046. No ano de 2016 aconteceu a décima quinta eleição municipal. Leandro de Oliveira foi eleito prefeito, como candidato único, com 5961 votos. 8983 ararunenses foram às urnas. O pleito teve ainda 1504 votos em branco, 1518 nulos e 1825 abstenções. Com 66,85% dos votos válidos, Leandro de Oliveira, foi reeleito prefeito de Araruna, com 5777 votos, na décima sexta eleição municipal ocorrida em 15 de novembro de 2020. O concorrente Davi Fávaro obteve 2860 votos. 9154 ararunenses compareceram às urnas. Leandro de Oliveira foi o primeiro prefeito reeleito da história de Araruna.

PERIQUITO VS BORBOLETA

A

s eleições municipais de Araruna sempre foram acirradas e marcadas com a divisão de dois grupos, representados por animais. Evidente que esse fato trouxe diversas histórias e causos pitorescos. As eleições municipais de 1988 seria marcada por bichos também. Antônio de Jesus Rorato foi candidato a prefeito com slogan de “União” e o sua mascote era a “Abelhinha”. Valmor Vicente Vecchi, concorrente de Rorato, teve como música tema uma paródia da canção do Trio Parada Dura, “As andorinhas voltaram”. A eleição foi marcada então pelo embate das Andorinhas versus Abelhinhas. Nas eleições municipais de 1996, na segunda disputa de Antônio Rorato, teve como concorrente Eliseu Bazuco, que tinha como música tema da sua campanha uma paródia da música do Martinho da Vila, “É devagar, devagarinho”. Ele tinha uma Kombi velha e rodava com essa música dizendo que devagarinho chegaria na prefeitura. Logo ficou a disputa entre a Tartaruga, representada por Eliseu e o Coelho, simbolizado por Rorato. 43


A disputa entre os Borboletas e Periquitos surgiu nas eleições municipais de 2000. Renato Toaldo usou slogan do coração, que era o mesmo da sua loja, sendo proibido de usar pela Justiça Eleitoral. Para substituir o slogan, adotou então o desenho de dois corações, um do lado do outro, que acabou virando uma borboleta. Concorrendo com Toaldo, Antônio Rorato usou a cor verde como predominância. Mandou confeccionar uma expressiva quantidade de bonés verdes com uma escrita em branco. Daí surgiu o famoso embate entre Periquitos versus Borboletas. Essa disputa foi mantida nas eleições municipais de 2004, 2008, 2012, e finalmente no pleito municipal de 2016 acabou praticamente a batalha, quando então, por força de consenso, foi lançada somente uma candidatura a prefeito. Na eleição municipal de 2020 a briga entre borboletas e periquitos deixou de existir.

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Galeria de Prefeitos

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Darvino Batista Guimarães

Avelino Hanel

29/11/1955 a 29/11/1959

29/11/1959 a 29/11/1963

Evangelista Dal Santo

Antônio de Souza Pereira

29/11/1963 a 31/01/1969

31/01/1969 a 31/01/1973


Luiz Zavatin

Valmor Vicente Vecchi

31/01/1973 a 01/02/1977

01/02/1977 a 01/02/1983

Osvaldo Valarini

Antônio de Jesus Rorato

01/02/1983 a 01/01/1989

01/01/1989 a 01/01/1993

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Hermes Campos Teixeira

Antônio de Jesus Rorato

01/01/1993 a 01/01/1997

01/01/1997 a 01/01/2001

Renato Toaldo

Fabiano Antoniassi

01/01/2001 a 01/01/2005

01/01/2005 a 01/01/2009


Carlos Carmindo Bonato

Fabiano Antoniassi

01/01/2009 a 01/01/2013

01/01/2013 a 01/01/2017

Leandro de Oliveira

Leandro de Oliveira

01/01/2017 a 01/01/2021

01/01/2021 a 01/01/2025

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RESUMO BIOGRÁFICO DO PRIMEIRO PREFEITO DARVINO BATISTA GUIMARÃES

N

asceu em Palmas (PR), no dia 24 de junho de 1903, filho de Augusto de Guimarães e Ernestina Batista Guimarães. Era casado com Abigail de Oliveira Guimarães, cuja união nasceram os filhos José Rubens de Oliveira Guimarães e Maria Rosa. Descendente de tradicional família no Paraná. A cidade de Coronel Vivida fora construída em homenagem a Firmino Ferreira Batista, avô de Darvino e seu bisavô era o conhecido José Ferreira, conhecido pioneiro de Palmas (PR). Fixou residência no Núcleo Urbano de Araruna, quando existia somente uma casa de propriedade de Luiz Casarin, coberta de sapé e que funcionava também como um boteco. Darvino foi o primeiro comerciante de Araruna com as atividades de seco e molhados. Em 1951 foi eleito vereador nas eleições municipais de Campo Mourão. Ocupou o cargo de 2º Secretário da Câmara Municipal durante o ano de 1952. Em 15 de dezembro de 1952 renunciou ao cargo de vereador, por acreditar que os vereadores deveriam morar na sede do município. Foi eleito o primeiro prefeito de Araruna em 1955, tomando posse em 29 de novembro de 1955. Darvino enfrentou jagunços perigosos, que recebiam ordens para massacrar os humildes lavradores que no amanho da terra, lutavam diuturnamente para o sustento dos seus familiares. Quando dirigiu os destinos de Araruna na Chefia do Poder Executivo, realizou obras que beneficiaram grandemente a população. Conseguiu o desmembramento do então distrito de Araruna de Peabiru, elevando a categoria de município. Construiu dez escolas isoladas. Fez a abertura de todas as estradas. Reconstruiu a estrada que liga Araruna a Peabiru. Conseguiu a instalação de uma agência do Banco Mercantil e Industrial do Paraná S/A em Araruna. Durante a sua administração 50


arrecadou Cr$ 9 milhões de impostos. Organizou a Prefeitura e a Câmara de Vereadores, viabilizando suas sedes e mobiliários para o bom desempenho das atividades administrativas. Adquiriu um trator de pneu marca Zetor (40 HP) e um Jeep 1951 e uma motoniveladora. Abriu a estrada que liga Araruna a São Vicente de 23 km. De São Vicente ao Elemo, pequeno patrimônio que existia, outra estrada de 15 km foi aberta. Construiu pontes e fez a doação de oito mil metros de terras para o Governo do Estado para a construção de prédios públicos. Deixou o cargo de prefeito em 29 de novembro de 1959.

VICE-PREFEITOS Miguel Arcanjo Pinto (1969-1973) Wilson Marangon (1973-1977) Fernandes Poyer (1977/1983) Antônio Rorato (1983-1988) Anézio Vargas Neto (1989-1992) Luiz Zavatin (1993-1996) Davi Carlos do Nascimento (1997-2000) Pedro Zawadski (2001-2004) Claudemir Brambilla (2005-2008) Renato Toaldo (2009-2012) Claudemir Brambila (2013-2016) Romildo Joaquim de Souza (2017-2020) Estefano Bartchechen (2021-2024)

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Posse do prefeito eleito e dos vereadores da 1ª Legislatura, composta por: Isidoro Dala Rosa Filho, Amélio Manoel da Silva, Demétrio Cazarin, Sebastião Alves de Oliveira, Eraclides Alves de Gouveia, João Matheus Tavares, João Brunett Filho, João Borrego Barbosa e Avelino Hanel, que na ocasião foi eleito o primeiro presidente da Câmara de Vereadores. 29.11.1955.

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P

oder Legislativo é o poder do Estado ao qual, seguindo o princípio da separação dos poderes, é atribuída a função legislativa. Por poder do Estado compreende-se um órgão ou um grupo de órgãos pertencentes ao próprio Estado, porém independentes dos outros poderes. A Câmara Municipal de Araruna foi instalada em 29 de novembro de 1955, no Hotel do Comércio. Nessa ocasião foram empossados os vereadores eleitos em 3 de outubro de 1955 e eleito como presidente o vereador Avelino Hanel, juntamente com o primeiro secretário, João Barrego Barbosa e segundo secretário, Isidoro Dala Rosa Filho. Na mesma sessão foi empossado Darvino Batista Guimarães como prefeito, oportunidade que prestou o compromisso legal.

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PRIMEIRA LEGISLATURA 1955-1958 Amélio Manoel da Silva (41 Votos - PTB) Avelino Hanel (61 Votos - PSD) Demétrio Cazarin (62 Votos - PTB) Eraclides Alves de Gouveia (41 Votos - PSTU) Isidoro Dala Rosa Filho - Isidoro (86 Votos - PR) João Borrego Barbosa (58 Votos - PR) Joao Brunett Filho (55 Votos - PR) João Matheus Tavares (52 Votos - PSD) Sebastião Alves De Oliveira (32 Votos - PSTU) SEGUNDA LEGISLATURA 1959-1963 Antonio Taunilli (97 Votos - PSD) Eduardo Dubay (120 Votos - PTB) Eliziario Camargo de Mello (149 Votos - PTB) Francisco Carlos Araujo Wolff - Wolff (257 Votos - PSD) Henrrique Lavezzo (90 Votos - PTB) Miguel Arcanjo Pinto - Milguelzinho (87 Votos - PSP) Nivaldo Borrego Barbosa (78 Votos - PSD) TERCEIRA LEGISLATURA 1964-1968 Antonio Moreira dos Santos (180 Votos - PDC) Estevão Pedro Antoniassi - Estevão (218 Votos - PTN) Gehard Henrrique Kirchesk (174 Votos - PDC) João Gasparini - João Gasparim (160 Votos - PTB) Luiz Batista de Oliveira - Batista (162 Votos - PDC) Luiz Zavatin - Zavatin (161 Votos - PTN) Odonelso Batiato - Batiato (299 Votos - PTB) Providêncio Cataneo - Providêncio (185 Votos - PTN) 54


QUARTA LEGISLATURA 1969-1972 Alfredo Martini - Alfredo (188 Votos - PMDB) Armando Dodorico - Armando (388 Votos - ARENA) Avelino Hanel (406 Votos - ARENA) Francisco Carlos Araujo Wolff - Wolff (334 Votos - ARENA) Henrrique Dodo Cipriano - Henrrique Dodo (233 Votos - PMDB) Jaime Martins Coelho - Jaime (176 Votos - PMDB) Persio Pianho - Persio (258 Votos - ARENA) Valmor Vicente Vecchi - Valmor (387 Votos - ARENA) Zigmundo Dubay - Zigmundo (449 Votos - ARENA) QUINTA LEGISLATURA 1973-1976 Anésio Vargas Neto - Anésio (781 Votos - ARENA) Henrrique Da Graça Martins - Henrrique (307 Votos - ARENA) Ismael Manoel de Oliveira - Ismael (432 Votos - ARENA) Jaime Luiz Muraro - Jaime Muraro (376 Votos - ARENA) João Borrego Barbosa - João Borrego (352 Votos - ARENA) Laurindo Maiolli - Maiolli (304 Votos - ARENA) Lucindo Alves Macedo - Lucindo (352 Votos - ARENA) Orlando Ferreira - Orlandinho (512 Votos - ARENA) Ramiro Rosolém - Ramiro (495 Votos - ARENA) SEXTA LEGISLATURA 1977-1982 Antonio Justino - Antonio Catarina (252 Votos - ARENA) Augusto Bonato (295 Votos - ARENA) Bonifacio Mendes de Oliveira - Bonifacio (606 Votos - ARENA) Cicero Fernandes - Professôr Cicero (246 Votos - ARENA) Denir Ambrosio - Denir Ambrosio (363 Votos - ARENA) Jaime Luiz Muraro - Jaime Muraro (373 Votos - ARENA) José Antonio Do Canto - Zé Do Canto (473 Votos - ARENA) 55


Luiz Batista de Oliveira - Batista (301 Votos - ARENA) Pedro Kochiski - Pedro Kochinski (318 Votos - ARENA) SÉTIMA LEGISLATURA 1983-1988 Alcides Moreira Niza - Niza (250 Votos - PMDB) Antonio de Souza Pereira - Antonio Pereira (231 Votos - PDS) Antonio Laércio Svaigen - Laércio (231 Votos - PMDB) Bonifacio Mendes de Oliveira - Bonifacio (244 Votos - PDS) Euclides Rodrigues de Lima - Euclidinho (237 Votos - PDS) Geraldo Caetano - Geraldo Gaspar (270 Votos - PDS) Gervasio Zanutto - Gervasio (426 Votos - PMDB) Hortencio Marques da Silva - Hortencio (250 Votos - PMDB) Romildo Joaquim Souza - Dr. Romildo (237 Votos - PDS) OITAVA LEGISLATURA 1989-1992 Alcirio Dodorico - Alcirio da Farmácia (215 Votos - PFL) Carlos Roberto da Silva - Carlinho Pintinho (175 Votos - PMDB) Celso Campos Teixeira - Celso Pinduca (276 Votos - PMDB) Isidoro Barczyszyn - Isidoro (276 Votos - PMDB) José Harenas Filho - Zé Harena (227 Votos - PFL) José Pereira da Silva - Zé Bacarin (172 Votos - PMDB) Olimpio de Oliveira Caetano (277 Votos - PFL) Romildo Joaquim Souza - Dr. Romildo (263 Votos - PTB) Virgolino Francisco Viana - Virgolino (206 Votos - PTB) NONA LEGISLATURA 1993-1996 David Carlos do Nascimento - Davisão (294 Votos - PMDB) Eliseo Basuco - Eleiseo (292 Votos - PMDB) João Felipe Rosolém - João Rosolém (411 Votos - PTB) José Luzia Rezende - Zé Rezende (254 Votos - PST) 56


Luiz Batista de Oliveira - Batista (252 Votos - PFL) Natanael Faria - Natanael (243 Votos - PST) Osmar Estellai - Osmar (354 Votos - PMDB) Romildo Joaquim Souza - Dr. Romildo (294 Votos - PMDB) Virgolino Francisco Viana - Virgolino (299 Votos - PTB) DÉCIMA LEGISLATURA 1997-2000 Dinarte Sivirino dos Santos - Dinarte (275 Votos - PSDB) Genésio Marques de Souza - Genpesinho (404 Votos - PFL) Hércilio Sergio da Silva - Saracura (417 Votos - PFL) José Pereira da Silva - Zé Bacarin (388 Votos - PFL) Natanael Faria (424 Votos - PFL) Olimpio de Oliveira Caetano - Olimpinho (552 Votos - PMDB) Osmar Estellai - Osmar (518 Votos - PMDB) DÉCIMA PRIMEIRA LEGISLATURA 2001-2004 Almir Roberto da Silva - Almir (229 Votos - DEM) Claudemir Brambilla (400 Votos - PSDB) Genésio Marques de Souza - Genesinho (382 Votos - PPS) Gilberto de Aguiar Santana - Azulão (385 Votos - DEM) Hércilio Sergio da Silva - Saracura (285 Votos - PPS) Natanael Faria - Natanael (485 Votos - PSL) Osmar Estellai - Osmar (597 Votos - DEM) Samuel Gonçalves - Samuel Boiadeiro (415 Votos - PTB) Virgolino Francisco Viana - Virgolino 12º LEGISLATURA 2005-2008 Almir Roberto da Silva - Almir (490 Votos - PL) Dineuza Bazzo - Dineuza (367 Votos - PTB) Eber Luiz de Campos Furlanetto - Eber (490 Votos - PDT) 57


Genésio Marques de Souza - Genpesinho (467 Votos - PMDB) Natanael Faria (337 Votos - PSL) Olimpio de Oliveira Caetano (368 Votos - PRTB) Romildo Joaquim Souza - Dr. Romildo (438 Votos - PMDB) Samuel Gonçalves - Samuel Boiadeiro (324 Votos - PDT) Wilson Reberti Pedrini - Wilsão (270 Votos - PTB) 13º LEGISLATURA 2009-2012 Antonio Donizete do Canto - Toninho do Canto (348 Votos - PPS) Davi Favaro - Davizinho (791 Votos - PDT) Maria Ângela Thomé de Brito - Ângela (419 Votos - PPS) Maria Aparecida De Silva - Dum (356 Votos - PDT) Natanael Faria (506 Votos - PPS) Nicolau Greco (389 Votos - PMDB) Olimpio de Oliveira Caetano - Olimpinho (536 Votos - PRTB) Rene Vieira Duarte - Rene (638 Votos - PPS) Roberto Cesar Piemontez - Tigela (429 Votos - PSDB) 14º LEGISLATURA 2013-2016 Claudemir Ap. da Silva Ferreira (587 Votos - PPS) Davi Favaro (529 Votos - PDT) Deivini Alves De Souza (322 Votos - PPS) Maria Ângela De Brito (483 Votos - SDD) Natanael Faria (527 Votos - PPS) Nicolau Greco (290 Votos - PMDB) Roberto Cesar Piemontez (443 Votos - PSD) Wagner Malaco (571 Votos - PR) Wellington Aguiar Santana (616 Votos - SDD)

58


15° LEGISLATURA 2017-2020 Antonio Camilo Ramalho Sobrinho - Toninho do Sindicato (343 Votos - PPS) Antonio Preto de Oliveira - Neno (412 Votos - PPS) Cláudio Adão Lima (518 Votos - DEM) Davi Favaro (374 Votos - PDT) José Carlos Caetano - Zequinha (652 Votos - PTB) Reinaldo José da Silva (412 Votos - PSC) Rene Vieira Duarte - Rene (410 Votos - PPS) Valdecir Ribeiro - Deco (609 Votos - ) Wagner Malaco (549 Votos - PR) Suplentes Que Atuaram Na Legislatura Zenovio Istchuk (DEM) Valdecir Ribeiro 06/05/2019 A 31/12/2020 16º LEGISLATURA 2021-2024 Antonio Preto de Oliveira - Neno (325 Votos - CIDADANIA) Cesar Aparecido Antoniassi - Cesão (571 Votos - MDB) Gabriel França dos Santos (284 Votos - PSD) Leonardo Henrique Batista de Limas - Henrique (345 Votos - CIDADANIA) Maria Aparecida da Silva Giovanni - Dum (388 Votos - MDB) Natanael Rosa da Silva - Nata (444 Votos - CIDADANIA) Olimpio de Oliveira Caetano (225 Votos - PRTB) Renê Vieira Duarte - Rene (426 Votos - CIDADANIA) Sirlei Fiorin Fulaneto (252 Votos - PL) PRESIDENTES DO PODER LEGISLATIVO João Borrego Barbosa - 01/01/1957 - 31/12/1957 Avelino Hanel - 01/01/1958 - 31/12/1958 Avelino Hanel - 01/01/1959 - 31/12/1959 Francisco Carlos Araujo Wolff - 01/01/1960 - 31/12/1960 Mário Miguel de Mello Filho - 01/01/1961 - 31/01/1961 59


Mário Miguel de Mello Filho - 01/01/1962 - 31/01/1962 Miguel Arcanjo Pinto - 01/01/1963 - 31/12/1963 Luiz Zavatin - 01/01/1964 - 31/12/1968 Avelino Hanel - 01/01/1969 - 31/12/1969 Alfredo Martini - 01/01/1970 - 31/12/1970 Francisco Carlos Araujo Wolff - 01/01/1971 - 31/12/1972 Anésio Vargas Neto - 01/01/1973 - 31/12/1974 Ramiro Rosolém- 01/01/1975 - 31/12/1976 Bonifacio Mendes de Oliveira - 01/01/1977 - 31/12/1978 Luiz Batista de Oliveira - 01/01/1979 - 31/12/1980 Luiz Batista de Oliveira - 01/01/1981 - 31/12/1982 Antonio de Souza Pereira - 01/01/1983 - 31/12/1984 Romildo Joaquim Souza - 01/01/1985 - 31/12/1986 Antonio Laércio Svaigen - 01/01/1987 - 31/12/1988 Isidoro Barczyszyn - 01/01/1989 - 31/12/1990 Romildo Joaquim Souza - 01/01/1991 - 31/12/1992 Romildo Joaquim Souza - 01/01/1993 - 31/12/1994 David Carlos do Nascimento - 01/01/1995 - 31/12/1996 Olimpio de Oliveira Caetano - 01/01/1997 - 31/12/1998 Genésio Marques de Souza - 01/01/1999 - 31/12/2000 Osmar Estellai - 01/01/2001 - 31/12/2002 Genésio Marques de Souza - 01/01/2003 - 31/12/2004 Olimpio de Oliveira Caetano - 01/01/2005 - 31/12/2006 Olimpio de Oliveira Caetano - 01/01/2007 - 31/12/2008 Renê Vieira Duarte - 01/01/2009 - 31/12/2010 Roberto Cesar Piemontez - 01/01/2011 - 31/12/2012 Natanael Faria - 01/01/2013 - 31/12/2014 Wellington Aguiar Santana - 01/01/2015 - 31/12/2016 Davi Favaro - 01/01/2017 - 31/12/2018 Davi Favaro - 01/01/2019 - 31/12/2020 Renê Vieira Duarte - 01/01/2021 - 31/12/2022 60


GALERIA DOS CIDADÃOS HONORÁRIOS DE ARARUNA O título de Cidadão Honorário é um título entregue a uma pessoa importante, por prestar favores que ajudem no desenvolvimento social local. A pessoa homenageada passa a ser conterrânea da terra natal, mesmo que não tenha nascido ou não resida no local que lhe agraciou com a honraria. O título de cidadão honorário é concedido pela Câmara Municipal por meio de projeto de Lei. Paulo Pimentel – Cidadão Benemérito Armando Queiroz de Morais – Cidadão Benemérito José Lázaro Dumont Deputado estadual – 1976 Darcy Deitos Diretor Administrativo do DER – 1985 Antônio Martelozzo Juiz – 1987 Roberto Requião Governador – 1994 Mário Pereira Vice-governador – 1994 José Zawadzki – 2008 Luiz Zavatin Ex-prefeito – 2008 Theodoro Busso Beck – 2008 José Aroldo Gallassini Paulo Pimentel, governador do Paraná, de 1966 a 1971, foi o primeiro figura a Diretor presidente da Coamo – 2009 configurar na galeria dos homenageados Cícero Fernandes – 2012 com a mais alta condecoração de AraruOtávio Vonsowski – 2014 na. Galeria dos Governadores, Palácio Antônio de Jesus Rorato – ex-prefeito – 2014 Iguaçu, tela de Arlindo Castellane de Carli. João Borrego Barbosa – 2014 Bento José Sant’Ana – 2015 61


Tela de Soeli Dal Santo, filha do prefeito Evangelista Dal Santo, dada de presente para a Câmara de Vereadores.

Sede da Câmara de Vereadores. Década de 1990.


Sede do Poder Legislativo, 2021. As linhas arquitetônicas imitam a sede da Assembleia Legislativa do Paraná, em Curitiba.

Tela dada de presente ao Poder Legislativo pelo prefeito Luiz Zavatin. A obra retrata Moisés com as tábuas dos 10 mandamentos.

Imagem de Cristo, compõe o acervo histórico do Poder Legislativo.


Mesa da primeira eleição municipal de Araruna, 1955. Entre outros, Sady Silva (de paleto sentado ao centro).

Retrospectiva

Retrospectiva histórica 64


ANOS 50 - COMEÇA A ESTRUTURAÇÃO DA CIDADE

A

principal riqueza natural de Araruna na primeira década como município era a madeira em geral, extraída de suas matas. A área do município localizava-se numa zona cafeeira, dando a cidade rápido desenvolvimento, abrigando cerca de 5 mil habitantes. A agricultura produzia, além do café, o arroz, milho, feijão, trigo e a batata inglesa. Agricultores da região deram então início a plantações experimentais de algodão, sendo bastante satisfatórios os resultados obtidos. Os moradores eram atendidos por uma linha de lotação, entre Araruna e Campo Mourão, de propriedade de Antônio L. Vieira e Sílvio Legnani, com o nome de “Expresso do Campo”. A referida linha começou a ser atendida com duas camionetas Ford F-1, especialmente adaptadas para o transporte de passageiros. Um tiroteio marcaria os anos 1950. Um pistoleiro conhecido como Vardico, ou Valdir como era seu nome, estava no centro da cidade. Bastava assobiar que o seu cavalo vinha ao seu encontro. Nesse dia o centro estava cheio de pessoas na rua. Ele avisou que a Polícia de Peabiru estava em seu encalço e estava se deslocando até Araruna para o prender. Vardico gritou: Saiam de perto que o chumbo vai comer solto! Os policiais chegaram e tentaram cercar ele. O delegado agachadinho, deu a volta por trás de um quiosque e quando colocou o rosto, levou um tiro no pescoço. Morreu na hora. A polícia atirava e o Vardico respondia com balas. No tiroteio acertaram um menino que tentou atravessar a rua, que morreu. O pistoleiro foi baleado no braço. Chamou o cavalo, porém, o mesmo estava preso por um policial. Vardico conseguiu fugir a pé, pelo mato e foi parar na casa de um cunhado no lugar conhecido na época como Três Marcos, hoje Janiópolis. Em 1956, segundo dados do IBGE, o setor industrial “não alcançou o destaque esperado”. Dentre as firmas industriais, sete operavam com mais de cinco 65


empregados. O cedro, a peroba e o pinho eram os produtos vegetais em maior quantidade nas suas reservas florestais. A atividade pecuária era de pequena monta, não havendo exportação de gado. Os dados do IBGE apontavam que o município tinha “grandes perspectivas de aumentar sua produção cafeeira para o futuro, pois suas terras podem ser apontadas como das melhores da região”. A cidade contava com apenas uma agência bancária. 31 estabelecimentos varejistas representavam o comércio local. Achavam-se em funcionamento três farmácias, um hotel e três pensões. No ano de 1956 foram registrados, na Prefeitura Municipal, 35 veículos motorizados, sendo oito automóveis e 27 caminhões. A assistência médico-sanitária era prestada por dois dentistas e três farmacêuticos, que também prestavam a população a assistência médica. Em 1956 funcionavam 12 unidades de ensino primário fundamental comum, com a matrícula de 675 alunos. No campo cultural o município contava com o Clube Recreativo de Araruna que mantinha uma biblioteca com cerca de 240 exemplares. A entidade era privativa a seus associados e membros de suas famílias. Funcionava também o Cine Avenida, com 100 lugares. Em 1956, o cinema exibiu 174 filmes, com uma bilheteria para 5229 espectadores. Em junho, a população promovia uma festa em honra a Santo Antônio, considerado como padroeiro do município. No ano de 1956 eram criados, por força de lei, os distritos de São Vicente e Nova Brasília. No dia 28 de outubro de 1955, o governador Adolpho de Oliveira Franco, por um projeto do deputado Aníbal Khury, também beneficiou Araruna com a questão das terras devolutas. Em 10 de novembro do mesmo, o prefeito eleito Darvino Guimarães, com outros políticos, estivera no Palácio Iguaçu, em Curitiba, em visita ao governador Oliveira Franco. O eleitorado de Araruna era de 1489 eleitores. Em 20 de janeiro de 1956, foi instalado o Banco Mercantil e Industrial do Paraná S/A. Era a 30ª agência do Grupo Bamerindus. No dia 4 de maio de 1956, o deputado Jorge de Lima apresentou o projeto para a construção de um posto de saúde em Araruna, pois não tinha um na cidade para atender o povo trabalhador. Abria em 12 de maio de 1956, a primeira casa comercial da cidade. Abelardo Montenegro inaugurava uma farmácia. 66


No ano de 1957, o deputado Jorge de Lima, recebeu um telegrama do prefeito de Araruna, comunicando que a escolta do município estava “agindo, da forma que criava um clima de intranquilidade e alarme na população da cidade”. O deputado pediu para retornar o antigo sargento que atendia em Araruna. No dia 24 de julho de 1957, com uma churrascada, Araruna recebeu a visita de Souza Naves, que tentava disputar o governo do Estado nas eleições de 1960. O governador Moysés Lupion, assinou no dia 9 de agosto de 1957, a lei criando o grupo escolar de 4a classe, projeto do deputado Thadeu Saboeinski. Em 5 de setembro do mesmo ano, o deputado Jorge de Lima propôs um plebiscito, em Cianorte, para a junção em Araruna. O grupo escolar com o nome de “Princesa Isabel” foi criado em 10 de setembro de 1957, pelo governador Lupion. No dia 23 de outubro de 1957, Antônio Tauille foi nomeado pelo governador como delegado de polícia e no dia 11 de dezembro, foi aprovado o projeto elevando o grupo escolar “Marcílio Dias” à escola isolada da cidade. No ano de 1958, em 25 de agosto, o governador Moysés Lupion assinou o decreto criando o curso Normal Regional de Araruna, com o nome de “29 de novembro”. Em 1959 entra em atividade a usina termoelétrica de Araruna, trabalho pioneiro realizado pelo DAEE (Departamento de Águas e Energia Elétrica) do governo do Estado. Outra conquista para a cidade veio no dia 17 de abril, com a instalação do Banco Mercantil e Industrial do Paraná, que iniciava suas atividades. O Banco, mais tarde, seria conhecido como “Bamerindus”. Em 1959 o eleitorado de Araruna totalizava a 2052 eleitores. O governador Lupion autorizou em 1959 a realização de várias obras no interior, dentre elas, a construção de casas escolares nos bairros São Miguel e Fazenda Farquini. No dia 28 de julho de 1959, Antônio Moreira dos Santos foi nomeado para exercer o cargo de Juiz da Paz. Também foi criada inspetorias auxiliares de ensino. No dia 21 de setembro de 1959, o governador Moysés Lupion esteve em Araruna. A visita foi marcada por uma tragédia. Nessa data, o prefeito de Campo Mourão, Roberto Brzezinski, morreu em acidente automobilístico na estrada que liga o município a Maringá. No fatídico acidente morreram Harrison José Borges, candidato a prefeito de Campo Mourão e Aldevino Santiago, de Engenheiro Beltrão. Joaquim Bueno Godoy, prefeito de Engenheiro Beltrão, foi o único sobrevivente. O governador voltaria a visitar Araruna no dia 28 de setembro, onde inaugurou um grupo e duas casas escolares. 67


Celebração em ação de graças após a inauguração da Igreja Matriz de madeira. 1951.

Celebração religiosa na Igreja Matriz. Década de 1950.


Vista de Araruna, 1951.

Hotel do Comércio, década de 1950.

Primeira colheita de café em Araruna, de propriedade de Amélio Manuel da Silva.


Governador sendo recepcionado em visita ao distrito de Araruna. 27.09.1954.

Recepção ao governador Munhoz da Rocha por escolares de Araruna.

Padre Valter Zimovski, governador Bento Munhoz da Rocha Neto e o prefeito de Peabiru, Silvino Lopes de Oliveira. 27.09.1954.


Governador Bento Munhoz da Rocha Neto dentro da Igreja Matriz de Araruna, então distrito de Peabiru. 27.09.1954.

Governador com lideranças políticas de Araruna. 27.09.1954.

Munhoz da Rocha discursando em recepção a sua visita a Araruna. 27.09.1954.


1ª fábrica de bebidas, de propriedade dos Irmãos Toigo, posteriormente vendida para os Irmãos Sartor.

Visita do governador Moysés Lupion, 1959.

1ª Igreja de Araruna - 1ª coroação de Nossa Senhora. 1956.


Informador Classificado do Paraná, de 1955, com as empresas do município.


Capela do Pinhalzinho, construída em 1956.

Cachorro, além de melhor amigo do homem, era usado como auxiliar nas caças nos primeiros anos de Araruna.


Coluna do Palácio da Alvorada, residência oficial do Presidente da República, traço do gênio da arquitetura Oscar Niemeyer.

Chafariz no centro da Praça, imitando as colunas do Palácio da Alvorada, em Brasília. No registro pode ainda observar a Igreja Matriz. Década de 1950.


ANOS 60 - O DESENVOLVIMENTO AVANÇA

N

o dia 24 de junho de 1960 foi iniciado pelo Departamento de Estradas e Rodagem - DER em cooperação com a Rede Ferroviária Nacional S/A e por intermédio da RVPSC (Rede de Viação Paraná-Santa Catarina) foi iniciada a recuperação das estradas de rodagem e de ferro para facilitar o escoamento da safra. Entre os trechos a serem reparados o de Peabiru-Araruna (17 km) e Araruna-Tuneiras do Oeste (44 km). No dia 14 de julho de 1960, o governador Moysés Lupion recebeu em audiência no Palácio Iguaçu, o professor Manoel de Oliveira Franco, Gioconda Bertolli Santos e Alberto Toigo. O grupo fazia parte do PSD, partido do mandatário estadual. Nas eleições de 1960, que elegeram os sucessores de Juscelino Kubitschek e Moysés Lupion, na presidência da República e no governo do Estado, as urnas em Araruna totalizaram o seguinte resultado para presidente da República: Jânio Quadros, com 1376 votos, Adhemar de Barros com 563 e Marechal Lott, 306. Para vice-presidente: Fernando Ferrari 351 votos, João Goulart teve 683 e Milton Campos, 585. Para o governo do Estado: Ney Braga 675 votos, Plínio Franco com 830 e Nelson Maculan, fechando com 730. Araruna tinha nessa eleição um eleitorado de 3120 votantes. O começo dos anos 60 era marcado por uma calamidade: Araruna era assolada pelo bicho barbeiro, como é conhecido popularmente, devido a predisposição a picar próximo a região da barba. Uma das formas de transmissão da doença é pelo inseto triatomíneo responsável pela doença de Chagas de caráter agudo ou crônico. Após a picada do triatomíneo ele defeca, a pessoa coça e leva as fezes contendo o protozoário para a corrente sanguínea, assim, caso não diagnosticada, os sintomas começam a aparecer. Em 27 de agosto de 1960, o Banco Comercial do Paraná S/A (Bancial) iniciou os seus trabalhos na cidade. A Agência de Rendas iniciava suas atividades em 7 de junho de 1961, recolhendo impostos e taxas estaduais. Em agosto de 1962, o secretário de Estado da Educação, professor Jacundino Furtado, esteve em Araruna para ver a situação do ensino na cidade. O secretário 76


liberou na oportunidade aulas suplementares para o Colégio 29 de novembro. Em 2 de setembro, o governador Ney Braga inaugurou o novo conjunto turbina-gerador da usina hidrelétrica de Campo Mourão, liberando mais de 1000 KW para Araruna e vários municípios da região. No mês de janeiro de 1963, Araruna foi considerada um dos municípios que mais produziam menta no estado. O Paraná era considerado o maior produtor de menta do mundo. No dia 11 de setembro de 1963, o prefeito Avelino Hanel pediu socorros urgentes devido a incêndios, destruindo casas, depósitos de viveres e plantações. Para auxiliar os municípios atingidos pelo incêndio, o governador Ney Braga, e de outros estados, como Bahia e Maranhão, encaminharam utensílios de primeira necessidade para ajudar nas geadas e incêndios. Vários parlamentares também ajudaram. Os estados do Rio de Janeiro e São Paulo ajudaram com utensílios. Também foram enviadas pelo secretário da Agricultura, Paulo Pimentel, sementes para a recuperação da agricultura. Várias empresas e particulares ajudaram na recuperação das cidades. Somente em Araruna, mais de 30 famílias ficaram desabrigadas e sem recursos. Uma caravana também foi montada, chamada de “A marcha sobre Brasília”, para ajudar os municípios. O prefeito Avelino Hanel foi um dos integrantes da caravana. No dia 22 de setembro de 1967, Araruna recebe a visita do governador Paulo Pimentel, acompanhado do presidente da COPEL, Pedro Parigot de Souza e dos deputados estaduais Armando Queiroz, Paulo Poli e comitiva. Um dos atos do governador foi a inauguração do prédio da Prefeitura, construída pela administração Evangelista Dal Santo. O governador e o deputado Armando Queiroz, receberam o Título de Cidadão Benemérito de Araruna, em solenidade realizada no cinema da cidade, que ficou lotado para prestigiar as homenagens. Em 1º de julho de 1966, dava início às atividades da Farinha Pinduca, com sede na rua Rui Barbosa, 497, tendo por objetivo a exploração do ramo de comércio e indústria de padronização e refinaria de farinha de mandioca, canjica e fubá de milho. Formada apenas por dois sócios: Deocléscio Manoel Teixeira e Tereza Pereira Teixeira. O fundador da Pinduca, Deocléscio, faleceu aos 38 anos de idade em 1970, deixando a esposa e sete filhos menores de idade. Ele era o único candidato a prefeito, seu vice se elegeu. Com a sua morte, os filhos continuaram à atividade do pai. No ano de 1974, a marca Pinduca chega aos estados do Nordeste do Brasil. Em épocas de seca nordestina a empresa passa a ser uma das maiores fornecedoras 77


da região. Em 29 de setembro de 1977, a empresa Deoclescio Teixeira & Cia Ltda, altera sua razão social para Pinduca Indústria Alimentícia Ltda. Na década de 1990, a empresa agrega valor à farinha de mandioca e passa fabricar a farofa pronta, também inicia a expansão do portfólio de produtos. Era o início do mix que hoje inclui farináceos, grãos, enlatados e alimentos prontos. Na mesma década, a empresa passa a exportar para Argentina, Bolívia, Chile, Colômbia, Estados Unidos, Japão, Paraguai, Portugal e Uruguai. Nos anos 60, a população do município chegou a ter 24 910 habitantes, com 7698 eleitores. O município contava com 44 escolas primárias e três escolas secundárias. A produção agrícola se baseava no plantio do arroz, feijão, café, melancia e milho.

Primeira Delegacia de Polícia de Araruna. Década de 1960. 78


Carro de boi no centro de Araruna. Década de 1960.

Da esquerda: Antônio de Oliveira, José Antônio de Oliveira Neto, João Batista de Oliveira, Sebastião Antônio de Oliveira. Chácara Bom Jardim. Década de 1960.


Desfile escolar. Década de 1960.

Desfile escolar. Década de 1960.


Desfile escolar. 1964.

Posto Ipiranga, de propriedade Miguel Arcanjo Pinto. 1965.


Casas Pernambucanas, presente nos primeiros anos de Araruna. Década de 1960.

Banco Bamerindus, agência de Araruna. Década de 1960.


Praça Nossa Senhora do Rocio. Década de 1960.

Açougue Avenida da direita: proprietário Antônio Marques da Silva, Carlos Marques da Silva e Ademir Montenegro.


Inauguração do prédio da Prefeitura Municipal, pelo governador Paulo Pimentel e prefeito Evangelista Dal Santo. 22.09.1967.

Posse do prefeito Antônio de Souza Pereira. 31.01.1969.


Antônio de Souza Pereira e comitiva sendo recebido no Palácio Iguaçu pelo governador Paulo Pimentel, em companhia do deputado estadual Paulo Poli.

Motoniveladora adquirida pelo prefeito Evangelista Dal Santo. 1966.


Lançamento da pedra fundamental da Escola Natividade de Nossa Senhora.

Casa de Saúde Araruna, construída em 1960, pelo Dr. Teodoro Busso Bek.


ANOS 70 – GRANIZO E EDUCAÇÃO

U

ma tragédia abateu a Araruna e região no dia 21 de setembro de 1971. Uma forte chuva de granizo trouxe destruição e medo. Araruna e Campo Mourão ficaram mais de oito horas sem comunicação, após a chuva. Em Curitiba, no Palácio Iguaçu, o governador Haroldo Leon Peres determinou ao secretário de Estado do Trabalho e Assistência Social, COPEL e Segurança Pública que auxiliassem os necessitados das duas cidades. O prefeito Antônio Pereira de Souza, enviou telegrama ao presidente da Assembleia Legislativa, deputado Wilson Fortes, comunicando que a cidade havia ficado completamente destruída por forte vendaval e chuva de granizo e que foi decretado estado de calamidade púbica. Não houve mortos, porém feridos graves foram diversos, segundo o telegrama. O prefeito ainda solicitou o encaminhamento de Corpo de Bombeiros, medicamentos, recursos financeiros e transportes para enfermos, além de agasalhos. O parlamentar determinou a ida imediata de uma ambulância, enfermeiro e medicamentos de emergência. A população de Araruna foi alvo de ação criminosa de especuladores, pois comerciantes desonestos aproveitaram para vender telhas, vidros e aumentaram até o valor dos alimentos, cerca de dez vezes o valor do normal, gerando revolta pelos moradores. Tudo foi controlado quando a Prefeitura comprou os suprimentos necessários para a recuperação da cidade e financiando às vítimas do desastre. No dia 1º de outubro de 1971, o governador Haroldo Leon Peres, para ajudar às vítimas da chuva de granizo disponibilizou para Araruna Cr$ 100 mil para a recuperação de casas e prédios. Cinco dias depois, novamente o governador disponibilizou mais recursos, junto com ao secretário Cássio Bittencourt Macedo, de Obras Públicas. Em 26 de setembro de 1972, o Departamento de Geografia Terras e Colonização, responsável por esse trabalho, expediu de janeiro a setembro, 503 títulos de lotes coloniais e oito terras devolutas, sendo Araruna e outras cidades beneficiadas. 87


Em novembro do mesmo ano, o governador Parigot de Souza, autorizou a concessão de recursos para as prefeituras municipais, atingidas por chuvas, enchentes ou vendavais. Araruna foi uma das auxiliadas devido as catástrofes ocasionadas em setembro de 1971. Um acidente na estrada Peabiru-Campo Mourão ceifou a vida de Deocléscio Teixeira. O acidente ocorreu por volta das 20h 30min, no quilômetro 11 da referida rodovia. O Jeep Willys, de propriedade de Faustino Elias do Santos, conduzido por Sadi dos Santos Mello, capotou na pista e foi de encontro ao Volkswagen de Deocléscio Teixeira. O violento choque foi fatal. O industrial de Araruna perdeu a vida instantemente e seu acompanhante Mário Tomazoni ficou gravemente ferido. O motorista do Jeep recebeu vários ferimentos, mas sem maiores consequências. A morte do empresário abalou Araruna. Outra importante conquista para Araruna aconteceu em 22 de dezembro de 1972, quando o governador Parigot de Souza, visando tornar 80% dos municípios paranaenses com abastecimento de água, assinou contratos para a execução de obras em mais 31 municípios. Na sede da SANEPAR (Companhia de Saneamento do Paraná), foram assinados contratos pela empresa CIE (Centro Internacional de Engenharia), pelo diretor presidente da companhia de saneamento, Munir Saab e pelo representante da empresa Domingos Sodré para executar os projetos em várias cidades, dentre elas, Araruna. Em 19 de janeiro de 1975, instalava-se o Banco do Estado do Paraná S/A (Banestado), prestando atendimento às pessoas físicas e jurídicas, através de custeio agrícola, investimentos, empréstimos e outros. Foi autorizada a doação de veículos usados do governo do Estado em maio de 1976 para várias entidades assistenciais e de prefeituras paranaenses, através do Secretário João Elísio Ferraz de Campos. Os veículos não atendiam mais os critérios de transporte na área do Poder Executivo. Araruna foi uma das cidades beneficiadas. No dia 15 de julho de 1976, o governador Jayme Canet Júnior participou da inauguração do Ginásio “29 de novembro”, com 12 salas de aula, biblioteca, sala dos professores, secretaria, farmácia e sala da diretoria. Na cerimônia de inauguração o governador convidou dois meninos do novo estabelecimento de ensino para desatarem a fita inaugural do novo estabelecimento de ensino. Com a inauguração, foram abertas 1000 novas vagas para o ensino de primeiro grau. As novas salas de aula foram construídas com recursos da Fundepar 88


(Instituto Paranaense de Desenvolvimento Educacional) e da Prefeitura de Araruna, num investimento total de 900 mil cruzeiros. Na mesma visita, o governador inaugurou um trecho de asfalto na área urbana da cidade e uma ponte sobre o Rio Claro, entre Campo Mourão e Araruna. Em abril de 1977, o prefeito Valmor Vicente Vecchi, conseguiu a inclusão de Araruna no projeto Noroeste de Combate a Erosão. Em novembro desse ano, Araruna recebeu uma ambulância equipada para atender a população, por meio do Fundo de Assistência ao Trabalhador Rural. No ano de 1978, novamente Araruna sofreu com o granizo, que atingiu também várias cidades da região noroeste do Estado. O governador Jayme Canet Júnior inaugurou em 1978 a estrada que liga Araruna a Peabiru, uma antiga reivindicação da comunidade ararunense. No mês de março de 1979, estudantes de Araruna participaram das comemorações do Ano Internacional da Criança, em Brasília (DF). Em 30 de junho de 1979, Araruna foi uma das 57 cidades de pequeno porte que foram beneficiadas pelo FDNU (Fundo Nacional de Desenvolvimento Urbano), com à presença do governador Ney Braga, foram liberados cerca de 108 milhões de cruzeiros na manhã do dia 29 de junho, dinheiro que faz parte de 18% do fundo. O recurso foi utilizado para a pavimentação de vias urbanas, iluminação, construção de galerias pluviais, postos de saúde, praças de esportes e outras melhorias urbanas. Durante os festejos do 24º aniversário de Araruna foi realizado o Grande Prêmio Jayme Canet Júnior, em homenagem ao ex-governador do Paraná, ao senador Afonso Alves de Camargo Neto e ao deputado federal Ary Kffuri. Para o referido prêmio concorrem nove animais, sendo vencedora a “potranca” Gardenia de propriedade de Augustinho e Valmor Vicente Vecchi, prefeitos de Campo Mourão e de Araruna. Em segundo lugar ficou o “potro” Jucar, de propriedade de Helmut Gulligh, do Haras Paraná, de Palotina (PR) e em terceiro o também “potro” Fundador, de propriedade de João Jamim Parolin, do Haras Bororó, da Fazenda Rio Grande, de Curitiba (PR). Grande número de turfistas do Paraná, Santa Catarina, São Paulo e Rio Grande do Sul se inscreveram na promoção realizada pelo Jockey Club Ararunense, presidido pelo médico Joaquim Gomes de Azevedo Neto. O club inaugurou durante o evento a sua sede administrativa, construída anexa a um restaurante, que na inauguração ofereceu um jantar para 600 pessoas convidadas, imprensa, autoridades e os homenageados com o Grande Prêmio. 89


Concomitantemente ao Grande Prêmio, aconteceu no centro da cidade às festividades de aniversário, com barraquinhas, as quais ofereceram as mais diversas iguarias ao grande público presente. Também foram realizadas apresentações, shows de inúmeros artistas regionais, contratados e um desfile cívico, com a participação da Fanfarra do Colégio Estadual Prof. João d’Oliveira Gomes, de Campo Mourão. Uma missa, sob um sol causticante, reuniu cerca de 2 mil pessoas no dia 29 de novembro de 1979. O padre Aripe, então famoso pelo seu estilo em rezar missas explorando o folclore gaúcho, fez uma celebração que durou 130 minutos, onde discorreu sobre os mais graves problemas que afligiam a família brasileira.

Igreja Matriz em outubro de 1974.

Motoniveladora adquirida pelo município. 1974.

Pedras de granizo que destruiu Araruna e Campo Mourão. 25.09.1971. 90


Atendimento ao público no Banco Bamerindus. Década de 1970.

Escola Princesa Isabel. Década de 1970.

Desfile escolar. Década de 1970.

Alistamento Militar. 1974.


Inauguração da atual Delegacia. Presentes na solenidade o padre Elírio Dal Piva, prefeito Luiz Zavatin e o secretario de Segurança Pública do Paraná. 1976.

Inauguração da Delegacia de Polícia. Em primeiro plano o prefeito Luiz Zavatin. 1976.

Desfile escolar. Década de 1970.

Pavimentação da Avenida 29 de Novembro. Década de 1970.


Pavimentação da Rua Rui Barbosa, atual Deoclésio Manoel Teixeira. 1976.

Praça Nossa Senhora do Rocio. Década de 1970.

Governador Jayme Canet Júnior na Igreja Matriz da Paróquia Santo Antônio. 16.07.1976.

Valmor Vicente Vecchi, governador Jayme Canet Júnior e o chefe da Casa Civil, Armando Queiroz de Morais. 16.06.1976.


Inauguração da Colégio 29 de Novembro pelo governador Jayme Canet Júnior. 16.07.1976.

Descerramento da fita inaugural do Colégio Estadual 29 de Novembro. 16.07.1976.

Governador Jayme Canet Júnior discursa do em ato público durante a inauguração do Colégio Estadual 29 de Novembro. 16.07.1976.

Descerramento da placa inagural pelo prefeito Luiz Zavatin e pela professora Regina Mantovani. 16.07.1976.


Desfile de 7 de Setembro. Década de 1970.

Desfile de 7 de Setembro. No fundo o prédio da Prefeitura Municipal. Década de 1970.


ANOS 80 - NOVOS AVANÇOS

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ara saber a valorização do imóvel rural, compare os preços com que a terra produz. Na região de Araruna, em pleno Arenito do Caiuá, 35 alqueires de terra foram comprados em 1983, em junho, pelo valor de 130 bois. No dia 12 de novembro de 1982 entrava em funcionamento a agência do Banco do Brasil. Até então, cerca de 90% da produção agrícola era financiada pelo banco, que além de dar suporte financeiro aos agricultores, fazia com que a produção de bens gerasse impostos em benefício da população. Em maio de 1985, Araruna recebeu Cr$ 15 milhões da Sucepar (Orgão da Secretaria do Interior), para a pavimentação de vias públicas e construção de galerias e combate a erosão. No dia 27 de junho de 1985, durante a instalação da administração estadual, em Campo Mourão, o governador José Richa anunciou convênios entre o Estado e os municípios, passando para as prefeituras os terminais de passageiros do transporte intermunicipal, entre eles, o de Araruna. O município seria beneficiado com a construção de centros de saúde e a manutenção de centros odontológicos e também foi beneficiado pela segunda etapa do Plano de Reparos, que envolveu 52 municípios que juntos receberam a quantia de Cr$ 2 bilhões. No dia 3 de julho de 1985, os produtores de mandioca, fecharam as estradas de acesso às indústrias de farinha, inconformados com os preços. Os produtores de Araruna reuniram-se para elaboração do documento destinado às indústrias farinheiras, buscando melhores preços. Tudo ocorreu após a mudança no preço que antes era de 140 a 150 mil cruzeiros por tonelada, e passou a ser de 110 a 125 mil cruzeiros por tonelada, com o agravante das empresas poderem pagar no prazo de um mês. Em Araruna e região, os produtores reivindicavam o preço para 200 a 220 mil cruzeiros com pagamento para 30 dias e 170 a 190 mil cruzeiros para pagamentos à vista. Caso a proposta fosse rejeitada, os produtores iriam interditar todas as entradas da cidade, impedindo a entrega da raiz nas indústrias e a saída da farinha do município. 96


Em agosto de 1985, a SUREHMA (Superintendência dos Recursos Hídricos e do Meio Ambiente) fiscalizou as farinheiras na região de Cianorte e Araruna, locais que possuem a maior incidência de pequenas e médias fábricas de farinha de mandioca, farinheiras e na microrregião 12. Essas indústrias promoviam transtornos nos cursos de água e não aproveitavam os subprodutos que podiam extrair, além da farinha. Na microrregião 12, ela atingia a 11 352 hectares de plantação registrada com uma estimativa de produção em torno de 213 418 toneladas. Dessa área plantada Araruna e Cianorte tinham 9220 hectares. No dia 7 de agosto de 1985, o deputado estadual Rubens Bueno, esteve visitando Araruna, onde assinou o contrato de empréstimo do Programa de Ação Municipal (PRAM), para reforma de praças públicas, pavimentação com pedra e revestimentos em diversas ruas, no valor de Cr$ 300 milhões. No dia 12 de novembro do mesmo ano, várias pontes foram concluídas, entre elas a municipal de Araruna, Rio Guarita (35), com extensão de 12 m e a municipal de Araruna, Rio Água da Piaba (36) – Córrego Juriti, com 7 m de extensão. Em setembro de 1985, vereadores considerados “teimosos” pela imprensa regional, Antônio de Souza Pereira, pediu ao INAMPS (Instituto Nacional de Assistência Médica da Previdência Social), urgência na contratação de representantes do FUNRURAL nos municípios da região. Por sua vez, o vereador Romildo Joaquim de Souza, solicitou empenho no combate aos morcegos transmissores da raiva bovina na região. Em novembro de 1986, Araruna foi uma das últimas cidades beneficiadas com os recursos do PRAM para obras de infraestrutura urbana. O programa implantado desde 1984, contribuiu para a construção de quase 2500 obras em cidades com menos de 50 mil habitantes na área urbana.

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ANOS 90 - PRIMEIROS PASSOS DE UMA CIDADE EMPREENDEDORA

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TRE - Tribunal Regional Eleitoral, divulgou no dia 4 de agosto de 1990, o número de 5 112 793 eleitores de todo o Paraná, sendo a cidade de Araruna com 8259 eleitores. Com o pensamento de fortalecer e organizar o setor esportivo no município, foi criada a Secretaria Municipal de Esportes. Para comandar a pasta, foi convidado o desportista Dirceu Mendes, atleta do futebol profissional e amador. Dirceu iniciou a sua carreira como atleta profissional na antiga Mourãoense (AERM) na década de 1970, passou em seguida pelo Londrina, jogando ao lado de grandes jogadores. Depois foi para Porto Alegre, jogar no Grêmio, time porto-alegrense, sendo campeão mundial de clubes. Em seguida atuou por outras equipes do futebol brasileiro, tendo encerrado a sua vitoriosa carreira profissional no Cascavel, no campeonato paranaense da primeira divisão. Em 1991, os prefeitos de Araruna, Peabiru e Quinta do Sol obtiveram uma liminar na Justiça Federal os isentando da cobrança do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), cobrado, até então de maneira inconstitucional pelo governo federal. No começo dos anos 90, uma das preocupações da administração municipal era a conservação de estradas primárias pelo interior do município e o combate sistemático aos focos e causas da erosão e voçorocas. Dois fatores naturais contribuíam de forma negativa contra os serviços de conservação de estradas. A caracterização do solo arenoso e a falta de pedras e cascalhos contribuíam para dificultar a conservação. Outra conquista seria a construção do Albergue Noturno, viabilizada pela somatória de esforços de setores da comunidade e auxílio financeiro de instituição filantrópica internacional da Alemanha. O projeto foi elaborado pelo engenheiro 98


João Carlos Klein. No dia 15 de setembro de 1990, o governador Álvaro Dias, passou recursos da ordem de 39 milhões de cruzeiros do PEDU (Programa Estadual de Desenvolvimento Urbano), para quatro municípios, entre eles, Araruna que recebeu o valor de 5 milhões de cruzeiros. No mesmo dia, o governador Álvaro Dias com o prefeito Antônio Rorato, fizeram o maior número de inaugurações, incluindo salas de aula, creche São Vicente, o Centro Social Urbano e uma ponte de concreto na divisa de Araruna e Campo Mourão. Araruna foi beneficiada em 16 de maio de 1992, com autorização do governador Roberto Requião que liberou recursos para o combate a erosão em 153 municípios do Paraná, entre eles, Araruna foi um dos agraciados. Em 1991 foi inaugurada a Vila Esperança, um conjunto habitacional de 108 casas populares, construídas com recursos do Ministério da Ação Social e destinadas para famílias com renda de até cinco salários mínimos. No mesmo ano foi criado o segundo Parque Industrial do município, às margens da rodovia que demanda a Peabiru. O zoneamento da nova área, fora do perímetro urbano, foi para atender os pedidos de três empresas do ramo moveleiro e uma madeireira. Além de dotar a cidade com outro Parque Industrial, a prefeitura fornecia o apoio e auxílio de infraestrutura, isenção de imposto e taxas por vários anos de acordo com o número de empregados contratados. Os parques industriais eram dotados de rede de água, energia e luz elétrica e serviços de telefonia.

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Vista aérea de Araruna. Década de 1980.

Vista aérea de Araruna, destacando a praça Nossa Senhora do Rocio. Década de 1980.

Vista aérea de Araruna, mostrando a expansão urbana com o surgimento de novos bairros. Década de 1980.

Praça Nossa Senhora do Rocio. Década de 1980.


Descerramento da placa inaugural da Estrada Araruna a Campo Mourão. 1988.

Governador Álvaro Dias recebe o carinho e homenagem de estudantes de Araruna. 1988.

O empresário Hermes Campos Teixeira, da Pinduca, entrega ao governador Álvaro Dias, produtos produzidos pela empresa, ao lado do prefeito Osvaldo Valarini.

Prefeito Osvaldo Valarini com o governador Álvaro Dias e o secretário de Estado da Justiça, Trabalho e Ação Social, Rubens Bueno, no Palácio Iguaçu, em Curitiba.


Aquarius Clube. Década de 1980.

Rua Sete de Setembro. 1985.

A pavimentação da Estrada Bento Fernandes Dias, que liga Araruna a Campo Mourão foi um das grandes conquistas nos anos 80.

Praça Nossa Senhora do Rocio e Igreja Matriz. 1988.


Estação Rodoviária de Araruna. Década de 1980.

Antônio de Jesus Rorato, prefeito de Araruna, compõe a comitiva de prefeitos que foram recebidos pelo chefe da Casa Civil, Rafael Greca de Macedo.


Nelson Tureck, deputado estadual, Giovani Gionédes, chefe da Casa Civil e o prefeito Antônio de Jesus Rorato, no Palácio Iguaçu, em Curitiba.

Casa Paroquial, antes de sua demolição.


O presidente da Companhia de Habitação do Paraná, Rafael Greca de Macedo, entrega novas 64 moradias populares, ao lado do prefeito Carlos Bonato. 07.01.2010.

Governador Beto Richa em Araruna, anuncia a construção de uma nova Unidade da Saúde da Família, repassa recursos do Plano de Apoio ao Desenvolvimento dos Municípios (PAM). para a compra de calcário e óleo diesel, entre outros anúncios e repasses. 26.07.2013


Prefeito Leandro Oliveira com o governador Carlos Massa Ratinho Júnior, no Palácio Iguaçu. 2021.

Concurso de Desenho promovido pelo Município em 2018. A vencedora foi a estudante Jeniffer Vitória Silva Sorrequia, de 10 anos, do Colégio Estadual do Campo Joana d’ Arc.


Foto aérea de Araruna em 2017.


A fé do povo A fé do povo de Araruna

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primeira missa celebrada em Araruna na residência de Valter Maiolli, em outubro de 1945, por Dom Manuel Köenner; ocasião em que foi administrado o sacramento da crisma. Neste mesmo ano os moradores do povoado construíram a primeira capela, que foi atendida até o ano de 1953 pelos padres da paróquia São José de Campo Mourão. Essa capela era de pau a pique e coberta de palmito e estava instalada no local da atual praça Nossa Senhora do Rocio. A mesma capelinha serviu também como a primeira escola de Araruna. A partir de 1946 até 1953 esta capela passou a ser atendida pelo vigário de Campo Mourão, padre Aloysio Jacobi, auxiliado pelo padre Martinho. Em 1953 o padre Valter Zimovski passou a residir em Araruna, atendendo a diversas comunidades que foram surgindo na região. No dia 1º de outubro 1956, Dom Manoel Köenner criou a paróquia Santo Antônio de Araruna, nomeando o seu primeiro pároco o padre Luís Paganini, que permaneceu em Araruna até março de 1963. O livro tombo da igreja, importante documento de registro, foi aberto por Dom Inácio Krause em 9 de agosto de 1958. Desde a sua fundação e até 1980 a paróquia foi atendida pelos padres do Verbo Divino, sendo então confiada aos religiosos da Congregação do Sagrado Coração de Jesus e, depois, confiada ao clero diocesano. Padres que atuaram na paróquia como párocos: 1. Luís Paganini (1956-1963); 2. João Adolfo Barendes (1963-1964); 3. Sebastião Marques (1964-1971); 4. Cristiano Wiermann (1971-1973); 5. Elírio Dal Piva (1973-1977); 6. Laurindo Zceyzeck (1977-1978); 7. André Piasecki (1978-1980); 8. Clemente Dingler (1980-1981); 9. Pedro Paulo Dias (1981-1983); 10. Sebastião Pitz (1982- 1985); 11. Inocêncio Warmelling (1985-1986); 12. Afonso Egídio Rauber (1986); 13. Marcos Giarola (1987); 14. Pedro Paulo Dias (1989-1991); 15. Silvino Hoepers (1992-1999); 16. Eliseu 109


Schneider (2000-2001); 17. Gabriel Hellmann (2002-2006); 18. Sebastião Andrade (2006-2010); 19. Carlos Martinenghi (2007-2010); 20. Gerson de Araújo Costa (2010-2012); 21. Pedro Speri (2012-2017); 22. Wagner Amaro Branco (2017-2019); 23. Ricardo Arica Ferreira (2019-2020). O primeiro batizado realizado foi no dia 1º de janeiro de 1955 pelo padre Guilherme Matt. A criança foi Emílio Luiz, filho de Luiz de Paula e Alice Peres de Paula. Os padrinhos foram Joaquim Luiz de Paula e Maria Nazaré. A primeira crisma aconteceu no dia 15 de outubro de 1958 por Dom Inácio Krause. A crismanda foi Maria Mendonça, filha de Augustinho e Glória Glasio de Mendonça, sendo madrinha Sebastiana Magalhães. O primeiro casamento realizado foi no dia 12 de janeiro de 1957. Casaram-se João Ramos da Silva e Aparecida Esbisero. História de Nossa Senhora do Rocio Sabemos que a imagem que é de Nossa Senhora do Rosário, em estilo barroco foi encontrada nas redes do pescador Berê, na baía de Paranaguá. Rocio era o perímetro das Vilas, onde terminava a povoação, e começava a se condensar o orvalho matutino, a palavra Rocio significa orvalho, sereno da manhã, e foi com esse título que a Virgem passou a ser conhecida. Nossa Senhora do Rocio é Nossa Senhora do Orvalho Matutino, Nossa Senhora do Amanhecer. Ela é o sereno silencioso da madrugada que encharca com sua brisa a tudo e a todos. Jesus é o Rocio, mediador de todas as bênçãos, pelas mãos intercessoras de Nossa Senhora do Rocio. A devoção à Nossa Senhora do Rocio teve início no séc. XVII, após a elevação da Vila de Paranaguá, em 1648. Em 1686, o povo de Paranaguá, às margens de sua baia, foi assolado por uma grande peste. Essa gente recorreu aos favores de Maria, Mãe de Jesus, invocada sob o título do Rocio, para que os livrasse desta terrível doença. Em 1977, o Papa Paulo VI declarou para eternidade Nossa Senhora do Rocio como a Padroeira do Paraná. A partir deste fato a Virgem do Rocio vem sendo o socorro das aflições dos devotos católicos paranaenses. Maria, primeira missionária, como o orvalho das manhãs, ela fecunda a caminhada de todos que se dedicam a cultivar bons frutos na vinha do Senhor. Maria, a Mãe Missionária, torna presente diante das necessidades seus filhos.

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INTRONIZAÇÃO DA IMAGEM NA GRUTA HISTÓRICA DE NOSSA SENHORA DO ROCIO

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m 1962, a prefeitura de Araruna recebeu autorização da Câmara Municipal para construir uma praça que recebeu a denominação de “Nossa Senhora do Rocio”. O prefeito Avelino Hanel era devoto da padroeira do Paraná. Em 1998, o bispo diocesano de Paranaguá, Dom Alfredo Novak e missionários redentoristas levaram a imagem peregrina à todas as dioceses e paróquias paranaenses. Com a vinda da Imagem, o diácono Artur Bareta e o padre Silvino, pároco na época, sentiram necessidade de se ter uma imagem da Santa na praça. Foi solicitado ao bispo de Paranaguá permissão para que se fizesse uma réplica da imagem para nossa cidade. Dom Alfredo consentiu, mas na ocasião não dispunha de nenhuma imagem pronta, pediu um tempo de 30 a 60 dias para que a imagem fosse entregue. Em fevereiro de 1999, o diácono Artur foi até Paranaguá buscá-la. A Imagem permaneceu na Praça até 2004, ocasião em que foi retirada por um breve período, com a proposta de construir uma Gruta, posteriormente, em sua homenagem. Em 2005, voltou para a ser colocada na praça. Em 2010, foi construída a Gruta especialmente para acolher a Imagem de Nossa Senhora do Rocio e proporcionar aos devotos um espaço para meditação e oração.

A PRESENÇA UCRANIANA EM ARARUNA

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o dia 4 de julho de 1956, nasceu a primeira comunidade ucraniana em Araruna, sendo assistida pelo padre Mariano Strujak, OSBM (Ordem de São Basílio Magno). A partir de 1959, passou a ser atendida pelo padre Benedito Melnyk, 111


OSBM, que vinha para Campo Mourão. O sacerdote havia visitado as comunidades próximas antes de fixar moradia em Campo Mourão. Os atendimentos dos padres eram insuficientes, isso era ocasionado pela distância entre as comunidades e pelo inexpressivo número dos mesmos. Devido a isso, se fez necessário à presença constante de religiosas. No dia 16 de agosto de 1969, de posse do terreno e com ajuda da comunidade, começaram as obras da primeira escola, que foi denominada de “Natividade de Nossa Senhora das Irmãs Servas de Maria Imaculada”. Em 1979, a construção foi concluída na administração de Estefano Barczyscyn. As divinas liturgias e todos os atendimentos foram realizados em uma das salas do colégio até a conclusão da capela. No ano de 1956, foi constituída a primeira diretoria, por tempo indeterminado, em prol da construção da igreja. Foram eleitos: Presidente: João Retkva Vice: Pedro Oleksen 1° Secretário: Francisco Kelniar Tesoureiro: José Zawadski Conselho Fiscal: Valdomiro Kurek e Augusto Romaniuk. Com o crescimento da comunidade, novas famílias foram sendo constituídas, mantendo viva a herança dos antepassados, e contou com apoio dos religiosos para a preservação da cultura, da tradição e da religiosidade. No ano de 1971, o padre Eugênio Haracemtchuk- OSBM, instituiu os primeiros movimentos eclesiais na comunidade de Araruna, criou o Apostolado da Oração e o Grupo Mariano (filhos de Maria). No dia 12 de dezembro, durante a divina liturgia, aconteceu a preiniatia, recepção e bênção de fitas, símbolo de compromisso junto a igreja e grupos de oração. Na data de 6 de maio de 1990, aconteceu o lançamento e bênção da Pedra Fundamental da nova igreja por Dom Efraim Krevey, OSBM na presença do padre Jovino Ferentz, OSBM – Pároco na época e Tarás Olinek, OSBM, coadjutor da Paróquia. Na data de 11 de setembro de 1994, realizou-se a consagração da nova igreja sob o nome de Igreja Nossa Senhora da Luz - Rito Ucraniano-Católico. 112


OUTRAS DENOMINAÇÕES

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s ararunenses comungam a sua fé em diversas denominações instaladas na cidade, entre elas, algumas que surgiram no começo do povoamento do Núcleo Urbano e outras recentemente. Estão presentes: Congregação Cristã no Brasil, Igreja Presbiteriana Renovada, Salão do Reino das Testemunhas de Jeová, Igreja do Avivamento Ministério da Unção de Compaixão, Igreja do Evangelho Quadrangular, Igreja Só o Senhor é Deus, Igreja Evangélica Assembleia de Deus, Igreja Presbiteriana do Brasil, Igreja Adventista da Promessa, Igreja Adventista do Sétimo Dia, Tenda Espírita de Umbanda Pai Pedro Servino de Angola, Igreja Pentecostal a Grande Seara, Igreja Pentecostal Salvação em Cristo e Igreja da Família Vida em Cristo.

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Igreja Matriz, de madeira. Década de 1960.

Missa celebrada pelos missionários por volta de 1949.

Outro aspecto da Igreja Matriz. Década de 1960.

Primeira turma de crianças da Primeira Eucaristia.


Vista noturna da Igreja Matriz da Paróquia Santo Antônio. 1985.

Estátua de Santo Antônio, padroeiro de Araruna. 2021.

Igreja Matriz Santo Antônio. 1985.

Interior da Igreja Matriz. 2021.


Jardim da Casa da Amizade. 2021.

Rotary Club Rotary Club de Araruna

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Rotary Club de Araruna surgiu por iniciativa de Valdomiro Niza, que era rotariano em Engenheiro Beltrão e abriu um cartório em Araruna, até então não havia um na cidade. Ele convidou cinco pessoas para fundar um Rotary. Rotarianos de Engenheiro Beltrão vieram até a cidade para a fundação. Fundado em 1983, o Rotary Club de Araruna recebeu a sua Carta Constitutiva entregue pelo governador de Rotary do então distrito 463, hoje 4630, João Soares Caldas. A primeira diretoria do Rotary era composta por: Alcides Moreira Niza – presidente Nelson Fiorin – secretário Francisco Maria Marques Dias – diretor de protocolo Toshiro Oyama – Tesoureiro Avenidas de Serviços: Adelino Aparecido Gomes Eliseu Bazuco Hermes Campos Teixeira Antônio de Jesus Rorato. O Rotary Club de Araruna é apadrinhado pelo Rotary Club de Engenheiro Beltrão. No dia 23 de fevereiro de 1991 foi inaugurada a Casa da Amizade. O evento de inauguração reuniu rotarianos de Campo Mourão, Engenheiro Beltrão e de Iretama, e contou com as presenças dos governadores Ademar Batista de Mello (91/92) 117


e Luigi Mori Ubaldini. As obras de construção da Casa da Amizade foram iniciadas na gestão de Hélio Pereira Gonçalves e concluídas na de Eliseu Bazuco. O terreno foi doado pelo prefeito Osvaldo Valarini e a obra foi executada com recursos das promoções realizadas pelo Rotary. O espaço inaugurado contava com amplo salão de festas, palco, dois sanitários, copa, bar, sala de recepção e secretaria. Durante a inauguração da Casa da Amizade foi entregue a Carta Constitutiva do Rotaract Club de Araruna, fundado em 1990. O Rotaract, é um braço do Rotary International, voltado para os jovens e tem por finalidade ajudar a comunidade, na formação de líderes e diversão ao longo do caminho. Em 19 de dezembro de 1999, era fundado o Interact Club de Araruna, entidade voltada para os adolescentes de 12 a 18 anos. O Rotary desenvolveu diversas atividades no município, entre elas, o passeio ciclístico que envolvia a comunidade. O prato típico de Araruna é servido pelo Rotary, o “Porco no Rolete”. As rendas das festas organizadas são destinadas para as entidades assistenciais.

Fachada da Casa da Amizade. 2021.

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Cultura CULTURA E TRADIÇÕES

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ma das principais conquistas culturais de Araruna foi a construção da Casa da Cultura. A obra foi erguida na praça Nossa Senhora do Rocio, com recursos conquistados por meio do deputado federal Rubens Bueno e inaugurada em 2004. Em 1997, o vereador Olímpio de Oliveira Caetano propôs por meio de indicação a construção de uma Casa da Cultura. Antes da Pandemia do Covid-19, o espaço atendia com aulas de música com instrumentos musicais como violão e teclado, além de danças como ballet, jazz, dança livre, dança criativa e outras. Artes visuais também contavam com aulas de desenhos artísticos, pintura em tela, tecido e outros. O local conta com uma exposição permanente de fotos históricas e objetos do cotidiano da população. Esse acervo é o embrião para formação do futuro do Museu Histórico de Araruna. Em 1989 foi criada a Fundação Cultural de Araruna, responsável pela promoção de ações culturais do município. A cidade tem ainda uma Biblioteca Cidadã, que leva o nome da professora Márcia Aparecida Marangon. Em 12 de julho de 1972, por força da lei municipal nº 365, é criada a Biblioteca Pública Municipal Ministro Jarbas Passarinho. Ainda na década de 1970 foi criada a Banda Municipal de Araruna. Nos anos de 1980 se destacava na cidade o grupo teatral “Oferenda”, cuja peça teatral apresentada foi escrita pelo frater João Luiz, de Taubaté (SP) e montada nos escritos de Puebla e na Opereta do padre Zezinho. “Oferenda” foi apresentada pelos jovens que faziam parte da Pastoral da Juventude, com 30 integrantes. A peça foi apresentada em diversos municípios do Paraná, levando o nome de Araruna. O grupo teve a cooperação do padre Sebastião Pitz com apoio da comunidade local.

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Começo das obras de construção da Casa da Cultura.

Trabalhadores que ergueram a Casa da Cultura.


Obras da Casa da Cultura.


Inauguração da Casa da Cultura, pelos deputados Rubens Bueno e Osmar Serraglio, com o prefeito Renato Toaldo e Maura Ferreira dos Santos, do Departamento de Cultura.

Biblioteca Pública Municipal nas instalações da Casa da Cultura.


Biblioteca Cidadã Prof. Márcia Aparecida Marangon. 2021.

Casa da Cultura. 2021.


PRAÇA NOSSA SENHORA DO ROCIO

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Praça Nossa Senhora do Rocio é a principal e melhor estruturada praça da cidade de Araruna. Criada por meio da Lei Municipal nº 107 de 1962, localiza-se na área central entre a Avenida Presidente Getúlio Vargas, Rua Deocléscio Manoel Teixeira, Rua Sete de Setembro e Rua Eráclides Alves de Gouveia, possui forma retangular e se caracteriza como uma praça de recreação. O nome é uma homenagem à padroeira do Paraná e teria sido escolhido pelo prefeito Avelino Hanel (gestão 1959-1963) quando da criação da praça, como devoto e prestando homenagem a Mãe de Jesus, e que mais tarde em 1977, foi declarada pelo Papa Paulo VI, para eternidade como a Padroeira do Paraná. Há nela uma réplica da imagem existente em Paranaguá. Por sua localização e atrativos, a praça é frequentada por diferentes públicos, crianças, jovens, adultos e idosos. A Praça Nossa Senhora do Rocio simboliza aspectos histórico-sociais da cidade de Araruna. O espaço onde hoje se localiza a praça era no início da colonização ocupado por uma igreja, coberta com palha de palmito, como relatado pelos pioneiros entrevistados pela Fundação Cultural de Araruna. Em 1959 a igreja foi transferida para outro ponto, e o lugar passou a ser ocupado por um campo de futebol. Foi somente na gestão do segundo prefeito, Avelino Hanel (1959-1963) que de fato estruturou-se a praça. A primeira versão da praça, a parte central era ocupada por uma fonte e por um monumento que imitava as colunas do Palácio da Alvorada, residência oficial do presidente da República em Brasília e arquitetura de Oscar Niemeyer que era imitada em prédios públicos, monumentos e outros por todos os cantos do Brasil. Para alguns, o monumento simbolizava os três poderes e para outros representava as três Américas. Por volta da segunda metade dos anos de 1980 a fonte e o monumento foram substituídos por uma edificação na qual funcionava uma lanchonete, também tempos de expressivo movimento na praça. Posteriormente, não sendo possível precisar a data, em função do surgimento de episódios de brigas e vanda124


lismos, as instalações ocupadas pelo estabelecimento comercial cederam lugar a um módulo de polícia. Em 2002, estando desativado o módulo policial, a Fundação Cultural, sob a direção de Maura Ferreira dos Santos, passou a utilizar o espaço para um projeto chamado “Arte na Praça”, com a instalação de um palco baixo em madeira ao lado da construção ali existente, que acolhia apresentações artísticas de populares e entidades que eram convidadas como, escolas, Centro de Convivência do Idoso, academias, bandas musicais de jovens da cidade. O evento acontecia uma vez ao mês, aos domingos no período da tarde. A abertura deu-se em julho de 2002, e se sucederam em agosto, setembro, outubro, novembro e dezembro, na praça Nossa Senhora do Rocio, com o objetivo de estimular e dinamizar os dons artísticos de crianças, jovens e adultos, promovendo um encontro com atividades evolvendo: pintura, leitura, teatro, dança, canto, shows e etc. Ainda em relação às intervenções estruturais, no ano de 2004, o então módulo policial foi substituído por um novo prédio, destinado à Casa da Cultura, que se encontra alocado no centro da praça. Iniciou-se a revitalização da Praça Nossa Senhora do Rocio. Com recursos do Ministério das Cidades, Programa Turismo no Brasil, foram liberados R$ 222 506,94 para sua revitalização. Em 2011, retiraram-se alguns arbustos e árvores, tendo como principal justificativa o fato de que a densidade de vegetação tornara a praça um lugar escuro, o que favorece a prática de atividades ilícitas e inibe a sua apropriação pela população em geral. As modificações estruturais mais expressivas ficaram por conta da construção de uma Gruta em homenagem a Nossa Senhora do Rocio com espelho d’água e de uma arara, fazendo referência à origem do nome da cidade, ambas feitas em concreto armado pelo artista plástico Levi Batista e também a obra um monumento que simboliza a evolução temporal. Foram construídos quatro quiosques de alimentação, denominados de praça de alimentação, os quais, segundo relatos informais de representantes da administração pública municipal, têm por objetivo estimular a presença de frequentadores na praça. A Praça Nossa Senhora do Rocio destaca-se pela presença de crianças no parque infantil, pelos frequentadores da Academia da Terceira Idade, por visitação à gruta e fluxo de pessoas que se dirigem à Casa da Cultura. Também durante um 125


tempo foi palco de eventos tradicionais da cidade de Araruna, como a Feira Municipal do Produtor Rural que acontecia semanalmente às sextas-feiras, a Roda de Viola por um tempo aconteciam aos domingos (no auditório da Casa da Cultura), o Dia do Desafio (anualmente), que foram realizados por alguns anos. Também se concentraram em alguns momentos, a festa em alusão ao Dia das Crianças, a comemoração do Aniversário da Cidade que geralmente acontece no entorno da Praça, comemorações alusivas à Pátria, os quais são exemplos das relações socioespaciais estabelecidas entre a população e à praça. A praça Padre Ângelo Bortoline, é o espaço que abriga a Igreja Matriz da Paróquia Santo Antônio, construída na administração do prefeito Valmor Vicente Vecchi e inaugurada em novembro de 1981.

Gruta Nossa Senhora do Rocio. 2021.

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Escultura da Arara na praça Nossa Senhora do Rócio. 2021.

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Parque das Araras, 2021.

Século XXI Araruna do século XXI

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raruna é uma cidade em desenvolvimento constante. De acordo com dados do IBGE de 2010, o esgotamento sanitário adequado estava em 18,1%. A arborização de vias públicas atingia o número de 95,9% e a urbanização de vias públicas na marca de 63,6%. Em 2020, os dados do IBGE indicavam de que a área territorial estava delimitada em 493 191 km2, tanto a região imediata, quanto a microrregião pertence a Campo Mourão. Os estabelecimentos de Saúde SUS, presentes em 2009 eram de 8 unidades. Em 2016, registrou 2,2 internações por mil habitantes em decorrência de diarreia. Em 2017, o IBGE trouxe que a mortalidade infantil estava em 5,26 óbitos por mil nascidos vivos. Número de 190 nascidos vivos e um óbito registrado com idade inferior a um ano. O IDHM (Índice de Desenvolvimento Humano Municipal) de Araruna em 2010, estava em 0,704, representando um desenvolvimento médio. Em 2015, o percentual das receitas oriundas de fontes externas era de 82,6%. No ano de 2017, o total de despesas realizadas foram de R$ 47 109,11, nas despesas empenhadas o valor foi de R$ 41 793, 60, ambos os valores multiplicados por mil. O único dado de 2018 era o de PIB per capita, com valor de R$ 32 538,31. Dados de 2010 do IBGE, apontaram que a taxa de escolarização de 6 a 14 anos de idade foi de 99,1%. Em 2017, registros do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica - Ideb, nos anos iniciais do ensino fundamental foram de 6,6 nos anos finais o número foi de 5,3. Vários foram os dados mostrados em 2018, dentre eles o número de 1652 matrículas no ensino fundamental e 389 no médio. O número de 113 docentes no ensino fundamental e 33 no médio. Fechando com 8 escolas de ensino fundamental e 2 do médio. 129


Em 2010, o percentual da população com rendimento nominal mensal per capita de até ½ salário mínimo era de 29,6%, o que o colocava na posição 302 de 399 dentre as cidades do estado na posição 4751 de 5570 cidades do Brasil. Em 2018, o salário médio mensal dos trabalhadores formais estava em 2,2 salários mínimos, 3330 pessoas ocupadas e população ocupada de 23,9%. Comparando com os demais municípios do estado, ocupava a posição 113 de 399 e 105 de 399, respectivamente. Comparando com as cidades de todo o país, ficava na posição 1289 de 5570 e 921 de 5570, respectivamente. A população de acordo com o último censo do IBGE em 2010, foi de 13 419 pessoas e densidade demográfica de 27,21 hab/km2. Separados por religião, 11 051 ararunenses são Católicos Apostólicos Romanos, 1866 evangélicos e 25 espíritas. Segundo os dados de 2018, todos os veículos da cidade, resultavam na quantia de 8961, na categoria automóveis, com 4393 veículos, 469 caminhões, 2217 motocicletas e 1882 na categoria outros.

Pista de Skate. 2021.

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Centro de Eventos. 2021.

Campo de Futebol. 2021.

Ginásio de Esportes Zé 14. 2021.

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Comunidades Praça de São Vicente. 2021.

Comunidades e Distritos de Araruna 132


DISTRITO SÃO VICENTE

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tualmente no município de Araruna, há vários bairros, comunidades e distritos, dentre eles destacamos o de São Vicente, que foi fundado em 1950, seus primeiros moradores foram Vicente Mendes de Oliveira, Vicente Pereira Paiva, Pedro Salvador, João Dubay, Sebastião Marcãno e Wandico Forêncio Xavier. As terras do Distrito foram doadas pela família Mendes, sendo construída a primeira Igreja em 1951, na qual rezavam missa e utilizavam-na como escola. Na agricultura da época cultivavam café, algodão, além da criação de gado. Para o crescimento do Distrito vieram pessoas de São Paulo, Espírito Santo, Minas Gerais e muitos do Paraná: Irati, Prudentópolis, Guarapuava e outros. O primeiro professor a lecionar nesta instituição foi Sigmundo Dubay, o qual também era agricultor, tendo como primeiro vereador Eduardo Dubay. Vicente Mendes era o dono das terras, que ele loteou e vendeu, surgindo assim, o patrimônio chamado por ele de São Vicente, contendo bares, açougues, máquinas de arroz, padaria e farmácia. No ano de 1969, com o esforço do prefeito Evangelista Dal Santos, inauguraram a Praça Nossa Senhora Aparecida, um sonho dos moradores e também o conforto que eles precisavam. Na época, São Vicente era contornado de plantações de café e mata, atualmente está rodeado de fazendas, pouca plantação de café e a maioria dos seus moradores trabalham em farinheiras e plantação de mandioca, hortaliças, milho e soja, boias-frias e alguns meeiros. Com a melhoria e o trabalho de todos os prefeitos, São Vicente encontra-se bem localizado, porque as pessoas podem usufruir de estradas com saída para os municípios de: Farol, Tuneiras do Oeste e Campo Mourão. A Escola Municipal Vicente Mendes de Oliveira Educação Infantil e Ensino Fundamental, foi fundada no bairro de São Vicente, neste Município. Pela Resolução N° 2792/92 - DOE 20/08/92, no ano letivo de 1993 em decorrência da Resolução N° 3556/93 de 30/06/93 da Secretaria do Estado da Educação que autoriza o funcionamento do Pré-Escolar, passando a denominar-se Escola Municipal Vicente Mendes de Oliveira Ensino do Pré-Escolar e de 1º Grau.

e Distritos

A partir do ano letivo de 1998 com a Resolução N° 3120/98 da Secretaria do 133


Estado da Educação, a Escola passou a denominar-se Escola Municipal Vicente Mendes Oliveira Educação Fundamental. O nome da Escola foi uma homenagem a Vicente Mendes de Oliveira, que na década de 1950 resolveu lotear suas terras e criar o Distrito de São Vicente, assim, doando terreno onde surgia Escola Isolada de São Vicente no ano de 1960, que ao passar dos anos teve várias denominações, permanecendo na contemporaneidade o nome acima citado.

SÃO GERALDO

A

comunidade de São Geraldo, localizada na BR-487, (conhecida como Estrada Boiadeira), faz parte do município de Araruna, ficando a cerca de 8 quilômetros da cidade. De acordo com os moradores locais, a comunidade começou a ser construída por imigrantes, a maioria ucranianos, que vieram para a região. Dentre eles estavam seu Mário Presa, Olímpio Barros, Tadeu Kubrika, Leonardo Krainski, entre vários outros que chegaram para adentrar os matagais da época e fundar com o marco que eles chamaram de “Nova Era”. Assim começava a comunidade de São Geraldo, que só foi ter esse nome algum tempo depois com a vontade dos moradores de homenagear o santo. No início, as poucas famílias que vieram para cá, começaram o cultivo do café, e aos poucos centenas de pessoas vieram para a região, chegando a ter cerca de 175 famílias vivendo em colônias. A igreja erguida pelos moradores levava o nome da comunidade, São Geraldo. Era pequena, de madeira, parecida com uma pequena casinha. Em 1978, começou a ideia de se construir a igreja de material. Porém, a comunidade estava dividida, pois não havia um consenso do lugar que seria construído. Após uma votação, a maioria decidiu que a igreja deveria ser construída no centro da comunidade, mas 2 moradores, ‘influentes’ na época, não deixaram que fosse construída no local escolhido. Houve muita discordância, mas em meados de 1980 começaram a construir a igreja distante do centro, no local onde era a antiga igreja de madeira. O terreno foi doado pelo morador Oscar, e a construção demorou cerca de 5 anos. Com essa discordância, alguns moradores mudaram de igreja e foram para outras denominações. As festas movimentavam a comunidade, trazendo grande renda para a mesma. Boa parte dos recursos para a reforma da igreja em meados dos anos 80 foram arrecadados por meio de festas e confraternizações realizados pela comunidade. Ge134


ralmente eram em nome do padroeiro, mesmo a festa oficial sendo apenas uma vez por ano. De maneira simples, os moradores traziam prendas de suas casas, com bolos, frangos, e outras comidas, faziam churrasco no chão e passavam horas nas festas. O futebol na comunidade era animado. O antigo campo ficava onde hoje é um posto de gasolina. Praticamente todo dia se jogava bola! Quando chovia e não se podia trabalhar nas roças, uma pessoa ia até o meio do campo, chutava a bola para cima, e com o barulho quando ela caia no chão, chamavam os demais para jogar. Geralmente passava dos 30, a maioria descalço, mas dispostos a jogarem até a noite. Ainda existe um campo, mas no centro da comunidade, e sem a mesma quantidade de pessoas para jogar. A Associação de Moradores, criada em 1978, fundada pelo morador Oswaldo Teixeira, também ajudou muito a comunidade. Antigamente, sempre que algum morador tinha algum problema, podia contar com a associação para ajudar. Até mesmo diversas casas foram construídas para os mais necessitados. Durante toda segunda quarta-feira do mês, os moradores se encontravam para discutir as melhorias da comunidade. Passava de 200 pessoas, que se reuniam no barracão da igreja. Com o tempo, construíram um centro comunitário, mas que ainda era pequeno para a quantidade de pessoas que participava das reuniões. Hoje, a associação tem poucos participantes, mas que ainda buscam melhorar a comunidade sempre. A Escola Rural João Pessoa, localizada no centro da comunidade, sempre fez parte dela. Muitos alunos, e também professores, passaram por lá e mudaram suas vidas. Porém, a escola só podia ensinar até as séries iniciais, e antigamente, quem quisesse continuar os estudos no ginásio, precisava ir a pé até a cidade, todos os dias, geralmente com suas mochilas feitas de saco de açúcar e seus guarda-pós feitos de sacos. Não tinha ônibus, nem van, mas a maioria não desistiu e continuaram seus estudos, mesmo dada as dificuldades. Um fato interessante da comunidade São Geraldo é que, antes da existência do posto de saúde, quem cuidava dos moradores era dona Ana. Ela, com seus conhecimentos caseiros, ajudava na aplicação de injeções e chás caseiros para curar os doentes. Porém, com o passar dos anos, começaram a se formar na área da saúde, e Dona Ana passou a perder espaço. Agora, quem cuidava da comunidade em relação a saúde era dona Edineuza, está que já era formada. Com tempo, na gestão do prefeito Valarini, um posto de saúde começou a ser construído na comunidade. Este que por muito tempo ajudou a comunidade, mas que depois ficou pequeno, sendo necessário construir outro maior. A antiga construção do posto ficou para as 135


professoras de hoje, da escola, que podem usar como sala e realizar seus trabalhos. Hoje, a comunidade não tem a mesma quantidade de moradores, mas os que vivem aqui possuem um grande carinho por ela. Para Jair Cerutti, antigo morador de São Geraldo, afirma que nunca vai querer ir embora: É muito bom morar aqui. Eu quando vim para São Geraldo, eu conheci pessoas novas, pessoas boas, fiz amizades. Não tenho ideia de sair. Tem altos e baixos, tem joio e trigo, mas é muito bom morar aqui. (Seu Jair Cerutti, entrevista cedida em 2021).

LIRIAL DE SÃO LUÍS

A

comunidade Lirial de São Luís, localizada a cerca de 10 quilômetros da cidade de Araruna, se encontra próxima a Rodovia Bento Fernandes Dias. Diversas famílias começaram a chegar na região na década de 40, como foi o caso dos Maiolli, que vieram do sul do Brasil em direção ao interior do Paraná. Muitas vezes, eles vinham para a região do Lirial e voltavam para Maringá, até construírem chácaras na região. Não existia mercados na região e era necessário se deslocar até Guarapuava para fazer compras. Mas foi a partir dos anos 50, com a chegada dos Pianha, que diversas famílias vieram para o Lirial, como foi o caso da família Castro, Freitas, Bassani, Esvagem, Parisente, Teodoro, Macarim, Nieiro, Fernandes, Martins, Cabreira, Raimundo, Gois, Granada, Montero, Rocha, Sividanes e tantas outras. O motivo de tantas famílias se deslocarem para a região foi devido a “Venda dos Pianha”, esta que ajudou no desenvolvimento da comunidade. A família era tão importante na época que o local era conhecido como “Pé de galinha dos Pianha”. O nome “Pé de galinha” era devido ao fato de que os cruzamentos de caminhos da comunidade formam algo parecido com um pé de galinha. Este nome é utilizado pelos moradores até na atualidade, mas na época, a região era conhecida apenas por este nome. A primeira escolinha foi construída com madeira de pau a pique, em meados dos anos 50, e posteriormente, nos anos de 1960, passou a ser denominada “Presidente Castelo Branco”. A primeira professora desta escola foi Célia Pianha, parente dos donos da venda com o mesmo nome. Eram três horários de aula, devido à grande quantidade de crianças que moravam na comunidade. Na escola, além das 136


aulas, também eram celebradas as missas, pois não existia uma capela própria da comunidade. Foi apenas em 1959 que construíram a primeira Capela da comunidade, com a doação do terreno feita pelo morador Miguel Arcanjo Pinto, conhecido como “Miguelzinho”, oficializada em 1980. O nome da capela ainda era incerto: como poderiam chamar “Capela Pé de galinha”, como era conhecido a comunidade na época. Foi aí que o morador Luiz Zavatini, comprou uma imagem de São Luís Gonzaga e doou para a comunidade, assim, transformando em padroeiro da comunidade. O nome “Lirial” foi discutido entre membros da diretoria e com o padre da época, onde afirmaram que, o lírio, principalmente o branco, simbolizava grande pureza, assim como era o santo Luís Gonzaga, que morreu jovem, nos seus 21 anos. Com o nome decidido, a Capela São Luís teve como seu primeiro padre o senhor Luiz Paganini. O trabalho coletivo da comunidade foi efetivo para colocar o grande sino de bronze na frente da capela, que foi retirado recentemente. Diversas árvores de Peroba foram erguidas para dar sustentação ao sino, com mais de sete metros de altura, foi necessária muita força manual, pois na época ainda não existiam maquinários para auxiliar. Foi ainda na década de 1970 que a capela deixou de ser de madeira e passou a ser de alvenaria, permanecendo até os dias atuais, passando apenas por reformas. Existiam muitas crianças naquela época. Para se ter uma ideia, para levá-las a cidade, era necessários dois caminhões, um cheio de meninas e outro de meninos. A Escola Presidente Castelo Branco possuía também um ginásio, este que era particular, chamado Cenesisto Felipe Camarão, onde os alunos podiam estudar à noite. Ao longo do tempo, ambas fecharam, e atualmente onde antigamente era a escola, os moradores utilizam para outros fins. Até a década de 1970, Lirial de São Luís era muito movimentado. Além da venda dos Pianha, existia três barraquinhas, onde trabalhava um barbeiro, um bazar e dois açougues. Além disso, grandes máquinas de arroz também ficavam no centro da comunidade, uma de Pércio Pianha e outra do Laércio (que foi destruída a pouco tempo). Dois dentistas também vinham à região para atender a população: Avelino e Idalino. Tudo isso ajudava a movimentar e trazer muitas famílias para a comunidade. O barracão de festas antigamente era pequeno, ainda de madeira, ficava ao lado da igreja. Quando ela foi demolida para construção da nova de alvenaria, o 137


barracão também foi demolido e construído maior. Nele acontecia as festas de São Luís e outras organizadas pela escola e pela comunidade. Muitos jovens começaram seus romances nessas festas, além de se divertirem com vários jogos: argola, corrida de cavalo, pescaria e outros. Além da igreja católica, a comunidade também possui outro grupo que manifesta sua religião: a Igreja Presbiteriana Independente. Em 2001, quando o Pastor Geraldo assumiu o pastorado da Igreja Presbiteriana Independente (IPI, ou seja, não é ligada as outras Igrejas Presbiterianas do país), a família Santos e Cabral frequentavam a Congregação da Igreja Presbiteriana de Araruna (IPB). Após a visita do Pastor Geraldo, que conversou com os líderes das famílias, tiveram a ideia de alugar um salão em Araruna para realizar as celebrações da IPI. Existiam vários membros que participavam de vários lugares, como de Cianorte e de Tapejara. Não tendo acordo para se abrir uma IPI em Araruna, o pastor Geraldo voltou a conversar com as famílias e sugeriu que fosse construído a Congregação no Lirial de São Luís. E assim foi feito. Começaram a construção do templo, e em 25 de junho de 2005 inauguraram o Templo da Congregação. Além do pastor Geraldo, outras duas figuras foram importantes para a construção do templo: o presbítero Joaquim dos Santos e a presbítera Autora Oliveira Ferreira (esposa de Geraldo). Localizada no Sítio Indaiá, a Congregação tem várias celebrações, dentre elas, todo dia 31 de julho é celebrado um culto de ação de graças pelo aniversário de fundação. Além dessa celebração, todo ano após a colheita, a Congregação celebra o Culto da Colheita, uma grande festa para celebrar a gratidão pelos bons frutos. Pastores que já atenderam a Congregação: Pr. Geral M. Ferreira, Pr. Antônio João, Pr. Edilson B. Gomes, Pr. Geová de Souza (pastor atual). O futebol também foi marcante para a história da comunidade. Diversos times foram formados ao longo dos anos, e sempre tiveram um campo para poder jogar, mesmo mudando diversas vezes de lugar. A comunidade era movimentada até meados de 1975, os cafezais e as plantações geravam grande lucro para as famílias da região. Porém, depois da geada negra e do mal tempo que destruiu diversas plantações, várias famílias desanimaram e se mudaram para a cidade. Mesmo assim, para aqueles que ficaram, não há motivos para reclamar. Para Celso Maiolli, que nasceu no Lirial em 1955 e vive na comunidade até os dias atuais, é uma grande alegria viver aqui: 138


“Eu olho pro Lirial e penso: o melhor lugar do mundo para morar. Aqui é lugar de gente boa, uma benção. Lugar sossegado, sem bandidagem, é muito bom morar aqui. Vejo as roças todas verdinhas e bonitas, dá orgulho de ver!” (Celso Maiolli, entrevista cedida em 2020). Diversos moradores pensam como Celso, e veem o Lirial de São Luís, não apenas como um lar, mas como uma grande benção. Hoje, além da igreja e do salão comunitário, os moradores também usufruem de dois bares para realizar suas festas e comemorações.

SÃO MARTINHO

A

comunidade São Martinho, está localizada as margens da Rodovia Bento Fernandes Dias, a cerca de seis quilômetros da cidade de Araruna. Em meados da década de 1940, mais de 50 famílias vieram e começaram a transformar suas vidas nessa região na qual ainda não possuía o nome atual. A história por trás da homenagem ao santo é curiosa. Antigamente, a igreja não era localizada as margens da rodovia, mas sim no interior da comunidade, local de difícil acesso, com uma mata densa que dificultava a vida dos moradores. Nessa época se chamava Capela de Nossa Senhora do Rocio, e era uma edificação de madeira. As missas aconteciam a cada dois ou três meses, pois o padre tinha grande dificuldade de vir da cidade até a região. Às vezes, era necessário um padre vir de Campo Mourão para realização da cerimônia. Além disso, a capela ficava próxima a capela de outra comunidade, Pinhalzinho, e isso acabava dividindo o pessoal que morava na região. Mesmo com tais dificuldades, os moradores nunca deixaram a fé cristã de lado, e sempre iam para todas celebrações. Além das missas, diversas festas aconteciam no pequeno barracão de madeira que ficava ao lado da igreja. Muitos momentos de alegria foram vividos neste local, mas a localidade em que se encontrava estava ficando inviável para os moradores, estes que muitas vezes precisavam ir para a cidade celebrar as missas e as comemorações. Pensando nisso, em meados dos anos 1970, buscando facilitar e melhorar a vida daqueles que viviam na comunidade, Manuel Martinho, dono de uma proprie139


dade à beira de onde hoje se encontra a rodovia (na época, a estrada era de chão e muitas vezes lamacenta devido às chuvas), decidiu doar o terreno para a comunidade construir a igreja. Valdemar Parra, seu vizinho, também doou parte do terreno, e assim, com esforço conjunto da comunidade, transferiram a igreja e o barracão com a mesma madeira em 1972, passando assim a se chamar Capela de São Martinho, homenageando a nome de seu Manuel Martinho. Depois da transferência, a igreja passou por 2 reformas, e na terceira, demoliram e fizeram uma de alvenaria, que permanece até os dias atuais. A Capela São Martinho fez e faz parte da vida dos moradores da comunidade, desde batizados até casamentos. Junto com a homenagem do santo veio um problema curioso: qual São Martinho estava sendo homenageado? Devido a dúvida, por muito tempo, a comunidade celebrava duas festas: uma em abril e outra em novembro. A pouco tempo foi descoberto que o verdadeiro homenageado é São Martinho de Lima, este que agora trouxe outro impasse para a comunidade: sua imagem em estatueta é extremamente rara e difícil de ser encontrada em grande escala, por isso, até hoje os moradores buscam algum local que faça a estátua para que a igreja tenha sua imagem para ser homenageada. O barracão, que até meados dos anos 1980 era de madeira (depois passou a ser de alvenaria), foi palco de incontáveis festas. Além do barracão, existia uma venda, onde centenas de pessoas se encontravam para diversas comemorações. Nela se fazia de tudo: jogavam bocha, apostavam no brinquedo de corrida de cavalos, e se divertiam muito passando horas e horas conversando. O primeiro dono desta venda foi Henrique Martins, depois “seu” Dionizio, posteriormente João Batista, José Neto, seu Joaquim e José Neto novamente, este que fechou o estabelecimento em meados dos anos 2000. A comunidade chegou a ter um time de futebol. Com início em meados de 1962, o time ia para todos os lugares da região para jogar bola, chegando até perto de Maringá para isso. Na época, não existia ônibus para deslocar os jogadores, por isso, eles utilizavam um caminhão (as vezes, era necessário até dois) para levar os jogadores aos jogos. Depois, quando voltavam para casa, a comemoração era no barracão ou na venda. Também jogavam em um campo perto da igreja, este que se foi com o tempo, junto com o time, que foi perdendo forças ao longo dos anos. No início da comunidade, não existia escola ou lugar para as crianças estudarem. Foi em 1957 que Dirceu Romola decidiu tomar uma atitude. Pediu emprestado 140


um pequeno paiol da comunidade, juntou algumas mesas e cadeiras, e começou a dar aulas paras crianças. Em meio ao milho e a precariedade do lugar, o paiol começou a ficar pequeno pela grande quantidade de crianças que vinham estudar. Com isso, em 1959, foi construída a Escola Castro Alves, com uma única professora dando aula para todos os alunos da 1ª a 4ª série. Cada fila era uma turma, e todos aprendiam juntos. Após 10 anos de funcionamento, a escola deixou local onde estava localizada e passou para perto da igreja, onde funcionou até o final de 1991. Depois disso, as crianças passaram a ir de ônibus para a cidade pela rodovia, que fora asfaltada em 1987. Após a década de 1980, devido as geadas e o péssimo clima que acabou com os cafezais e outras plantações, muitos se mudaram, e a comunidade deixou de ter a quantidade de pessoas que tinha nos seus primeiros anos. Mesmo assim, até a atualidade é um lugar tranquilo, e seus moradores tem orgulho de fazerem parte da comunidade. Nas palavras de Antônia Papaet podemos sentir esse amor: “Eu amo este lugar, gosto demais. Sempre falo: só quero sair daqui quando falecer. Todos aqui são unidos, como uma enorme família. Jamais escolheria outro lugar para morar” (Dona Antônia Papaet, entrevista cedida em 2021).

PINHALZINHO

A

comunidade Pinhalzinho fica a cerca de 6 quilômetros da cidade de Araruna. As pessoas começaram a chegar na região já na década de 40, vindas de diversas regiões do sul do país. O nome “Pinhalzinho” foi dado pois existiam várias araucárias angustifólia na região antigamente, e por sugestão do “seu” Nande Rosa, um dos primeiros moradores da comunidade, o nome acabou ficando. Na época, chegar na região era muito difícil, pois não existiam estradas. Tudo era mato, não existia energia, e geralmente as famílias chegavam em carroças. As famílias Bueno, Ferronato, Penáceo, Rocha e tantas outras chegaram aqui para mudarem suas vidas. O centro da comunidade começou a ser moldada pela família de Américo e de Henrique Dodo. Henrique foi quem doou o terreno onde foi construído a capela da comunidade, em 1958, ainda de madeira e muito simples. A capela só foi construída de alvenaria em meados de 1978, após um grande esforço coletivo da comunidade. 141


A santa padroeira da comunidade é Nossa Senhora de Fátima. Ela passou a ser padroeira quando a família Rocha doou uma estátua da santa, que foi restaurada e permanece na capela até os dias atuais. Além da capela, na comunidade também existiu uma escola, chamada Duque de Caxias, construída em 1955, antes mesmo da igreja. Nela se estudava da 1ª até a 4ª série, e as vezes era realizada as celebrações religiosas, até a construção da igreja em 1958. Feita de madeira, a escola atendia a demanda de educar centenas de crianças que viviam na região. Em 2005, a escola não estava mais ativada, pois as crianças eram poucas e iam para a cidade estudar. Muitas festas e comemorações agitavam o Pinhalzinho. No passado, eram feitas três festas por ano: a comemoração do dia da padroeira, Nossa Senhora de Fátima; o dia de São Roque e outra comemorada em um dia aleatório. Todas as festas serviam para arrecadar dinheiro e realizar manutenções na comunidade. Também existia um campo de futebol, construído pela primeira vez em 1955, onde os moradores se encontravam para jogar bola. Vários caminhões saiam da região lotado de jogadores. Durante sua existência, o campo passou por vários locais, e aos poucos, com a falta de jogadores acabou sendo fechado em 2005. Na região também existiam três vendas nas quais moradores compravam alimentos e utensílios para sua sobrevivência. O primeiro que abriu uma venda na região foi o Valdomiro, em meados de 1955, com a venda de secos e molhados. As vendas geravam grande movimento na comunidade. Com o tempo, todas foram fechando, a última encerrou às atividades em 2005. No passado, existiam muitas famílias na região. Para se ter uma ideia, em 1963 foi feita uma missão, por curiosidade do missionário da época, que queria saber quantas famílias viviam na região: mais de 260 famílias foram cadastradas. Essa grande quantidade de pessoas se dava pelo fato de a região ser uma grande produtora de café, o que demandava uma grande quantidade de mão de obra. Infelizmente, após a geada de 1975, isso mudou, e as famílias se dispersaram, algumas mudando de ramo, outras indo para a cidade, e algumas poucas ficando na região. O café não brotava, devido ao clima e as doenças, o custo da lavoura ficou caro e isso acabou desanimando o pessoal. Mesmo assim, os que ficaram na região tem muito orgulho de fazerem parte da comunidade. Para o José Casturino de Oliveira Machado, que nasceu no Pinhalzinho em 1947 e viveu lá até 2007, sendo por 30 anos o Ministro da Eucaristia da 142


Comunidade, o que resta são apenas memórias boas: Tenho saudades do Pinhalzinho. Estou aqui na cidade, mas sempre que posso volto para visitar. É uma comunidade com gente boa, mesmo amor que tenho por Araruna, tenho pelo Pinhalzinho. (Seu José Casturino, entrevista cedida em 2021).

SÃO MIGUEL

A

comunidade São Miguel, assim como as demais de Araruna, começou a ter seus primeiros moradores em meados da década de 1940. Existem relatos de que em 1942, os moradores que aqui chegaram, viviam principalmente da criação de porcos. Em comunidade e unidos, eles tocavam, muitas vezes a pé, outras de carroção, centenas de suínos até a cidade de Pitanga, onde faziam comércio para conseguir recursos para sua sobrevivência. Um dos moradores nos conta que certa vez, um engenheiro do Estado veio para realizar a divisão de terras na região. Os Kurika, família que estava na comunidade desde o seu início, abrigou o engenheiro em sua casa até que terminasse o serviço. Quando estava quase acabando a divisão, o engenheiro se interessou pelos porcos da família, que eram gordos e fartos, e ofereceu 27 alqueires de terra em troca de um único porco. O responsável pela família disse:“Jamais! Eu me alimento de porco, não de terra!”. Isso mostra como a terra era pouco valorizada na época e também como outras culturas tinham muito mais valor do que nos dias atuais. Aos poucos, a comunidade foi sendo estruturada, e várias famílias foram responsáveis por essa construção, como os Calsavara, Espolador, Coutro, Zanete, Pacheco, Romanhuk, e tantas outras que ajudaram no desenvolvimento da comunidade. Em meados dos anos de 1970, viviam em São Miguel cerca de 125 famílias. Na época, a estrada era praticamente uma erosão. Na paisagem o que se via eram grandes lavouras de café, que foram substituídas com grandes plantações de soja, mandioca, criação de frangos e até mesmo bicho-da-seda. Vale ressaltar que dentre as construções feitas pelos moradores, estava a Igreja São Miguel. Em meados de 1978, sua estrutura de madeira foi destruída, para construção de material em meados de 1980. Durante esse tempo, a comunidade 143


realizava as celebrações no barracão, para não perderem o hábito da fé. Quando o relógio apontava 13h aos domingos, centenas de famílias se reuniam para realizar as celebrações. Missas, casamentos, batizados e outras celebrações sempre fizeram parte da vida dos moradores da comunidade. Moravam na região famílias evangélicas e ucranianas também, que mesmo sem participar das celebrações católicas faziam parte da comunidade. O campo de futebol foi palco de diversas partidas futebolísticas. Todos os domingos, depois da missa, os homens montavam seus times, e as mulheres ficavam assistindo e conversando perto da igreja. Quando não tinha jogo, se encontravam e faziam uma confraternização na casa de algum morador, sempre buscando manter o contato e a fraternidade. A escola, que hoje se encontra desativada, também já foi lugar de grandes aprendizados para os filhos de inúmeras famílias. Feita inicialmente de madeira, a escola passou por uma reforma que foi terminada em 1994. Era algo muito simples, com apenas uma sala para todos os alunos e dois banheiros. A Escola Carlos Gomes, como era chamada, ficou poucos meses ativada após sua reforma e logo foi fechada, levando seus alunos para a cidade, como na maioria das comunidades rurais da região. Muitas professoras passaram por essa escola: Valentina Estrassacapa, Neide Carlo, Anair Bareta, Luci Marcia Greco, Davina dos Santos, entre várias outras que ajudaram no ensinamento de centenas de crianças. Hoje a estrutura da escola foi transformada em cozinha comunitária para a comunidade. O barracão da comunidade era lugar de festas e encontros antigamente. O churrasco era uma novidade, então vários membros de outras comunidades, e até mesmo da cidade, vinham até São Miguel para aproveitar a festança. Como toda comunidade, São Miguel já teve sua vendinha de secos e molhados, que hoje se encontra desativada. Por muito tempo, quem comandava essa venda era João Sangregório Perez, e com o tempo e a mudança de donos, ela acabou sendo fechada. Infelizmente, como a maioria das comunidades da região, muitos moradores foram embora devido a geada de 1975, que acabou com as lavouras de café e fizeram que muitos produtores desanimassem de sua vida no campo. Atualmente, a comunidade conta com pouco mais de 18 famílias residindo na região, unidos e dificilmente com vontade de se mudar. Mesmo com o funcionamento apenas do barracão de festas e da igreja, estão voltando a morar em São Miguel, 144


comprando pequenas chácaras e morando em suas humildes residências. Como relata o senhor Gecidio Basane: “Eu não pretendo sair daqui por conta. Os filhos mudam, e vou continuar aqui. Minha comunidade é muito melhor que a cidade, pois aqui tenho tudo e não me falta nada. Morar em São Miguel é o melhor para mim!” (Seu Gecidio Basane, entrevista cedida em 2021). O carinho e amor pela comunidade dos moradores é algo nítido, e que provavelmente durará por séculos no coração da comunidade São Miguel.

OUTRAS COMUNIDADES E CENTROS URBANOS Além das comunidades e distritos já citados, cabe destaque também aos seguintes centros urbanos e comunidades que fazem parte de Araruna: TAQUARIMBÉ, NOVA BRASÍLIA, BEIJA-FLOR, JARDIM VITÓRIA, JARDIM ESPERANÇA, JARDIM ARAUCÁRIA, SAN MARINO, JARDIM CIDADE ALTA, JARDIM PRIMAVERA, JARDIM ALESSIA, JARDIM NOVO HORIZONTE, JARDIM SORRISO, WILLAGE, JARDIM AQUÁRIO, JARDIM BELA VISTA, ARARUAMA, JARDIM FURLANETO, JARDIM SANTA FELICIDADE, JARDIM ITÁLIA, JARDIM SANTA AMÉLIA, VILA RURAL ANDORINHA, VILA RURAL SOL NASCENTE, VILA RURAL.

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Cidade empree Uma cidade empreendedora

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A

raruna é uma cidade empreendedora. O município possui dois parques industriais onde estão sediadas diversas empresas e indústrias, cujos produtos produzidos estão comercializados em diversos estados brasileiros e para o exterior. Uma delas é a A.J. Rorato, cuja história começou em 1969, com uma pequena fábrica de móveis de Aparecido Rorato, Antônio de Jesus Rorato e seu cunhado Pedro Perle, na cidade de Jaci, interior de São Paulo. Devido à crise cafeeira da região os irmãos se mudaram para Araruna buscando novas oportunidades de negócios. Com isso, passaram a atender os serviços funerários do local e criando peças sob encomenda para a região, logo mais, investiram na marca A. J. Rorato. Atualmente é uma indústria de armários e pias para cozinha, situada na rodovia PR. 465 – km 13, chácara Éden, sua fundação deu-se em 20 de julho de 1973, na época uma pequena marcenaria com apenas cinco colaboradores que trabalhavam em um pequeno espaço. Sempre com muito afinco e coragem essa sociedade foi lutando e com o decorrer dos anos foi ganhando espaço e nome, pelo produto hoje conhecido em São Paulo, Mato Grosso, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Bahia. Outra empresa foi destaque é a Helsto - Indústria de Produtos Alimentícios Ltda. (MÁDIA), fundada em 20 de abril de 1980 pelos sócios Augusto Bonato e Hélio Pereira Gonçalves, proprietários da Máquinas Mádia Indústria e Comércio Ltda, fabricante de máquinas para derivados de mandioca, resolveu construir uma indústria de padronização de farinha de mandioca, com a finalidade inicial de ser um mostruário dos produtos a qual a empresa fabricava, logo essa intenção se modificou, porque Araruna tem a mandioca como cultura predominante e, assim a indústria foi colocada em funcionamento, trazendo para Araruna, na época de safra, 90 empregos diretos e 150 empregos indiretos.

endedora

Fundada em 27 de dezembro de 1985, pelos sócios Carlos Klayn, Ermelino 147


Lopes e Disney Klayn, a Stampa Criações ltda. foi uma indústria e comércio de confecções com capacidade de produção de 400 unidades (camisetas) ao dia. A Stampa vendia seus produtos em todo o Brasil, atendendo principalmente o Paraná e o Mato Grosso. A Máquinas Mádia Indústria e Comércio Ltda, fundada no dia 16 de outubro de 1970 pelos sócios Hélio Gonçalves e Diogo Martins Gonçalves com o nome de DOGAS - Indústria de Implementos Agrícolas. Em 1975, a empresa começa a fabricar máquinas para a industrialização de mandioca. Foram surgindo novas ideias e aperfeiçoando estas máquinas. Uma marca conhecida nacionalmente é de Araruna. Trata-se da Pinduca - Indústria Alimentícia ltda., que começou suas atividades na década de 1960, quando Deocléscio Manoel Teixeira deu início à comercialização da farinha de mandioca, produzida, até então, de maneira artesanal e rudimentar. Em 1966, com o crescimento do negócio, Deocléscio iniciou uma nova era no ramo de derivados de mandioca, através de um processo que passou a ser industrial. Esse processo, adotado até hoje, consistia do empacotamento da farinha de mandioca branca e torrada em saquinhos de 1kg hermeticamente fechados. Isso garantia a qualidade e a durabilidade do produto, sem perder as características naturais da planta, que não possui variedades transgênicas. Foi assim que o empresário se tornou pioneiro nacional do empacotamento. Começou então a história de um personagem chamado Pinduca, que, em pouco tempo, traduziria a imagem de vários produtos de sucesso. Esse nome veio para identificar e fortalecer a marca que simbolizaria toda a linha de Produtos Alimentícios Pinduca. Em 1971, com o falecimento de seu fundador, sua família deu continuidade aos negócios, sempre mantendo o princípio ético de só produzir e vender produtos de excelente qualidade, a preços e prazos competitivos. Sentindo a necessidade de evolução, a Pinduca expandiu sua linha de produção no mercado nacional e internacional. Cada vez mais, o compromisso da Pinduca continua voltado para o investimento em alta tecnologia, buscando aprimorar a fabricação de seus produtos e o fortalecimento de suas parcerias. Essa estratégia é condizente com a filosofia de uma empresa que, há cinco décadas, vem se dedicando a fabricar produtos de rápido giro no ponto de venda que hoje são sinônimo de qualidade e que se tornaram preferência nacional. Além de abastecer o mercado brasileiro, a Pinduca, hoje, exporta para: Esta148


dos Unidos da América, Japão, Portugal, Paraguai e Bolívia. O grupo Pinduca, é constituído de quatro grandes empresas: Pinduca Indústria Alimentícia Ltda (matriz e filial); Aipin – Indústria de Produtos Alimentícios ltda; Pinduca Publicidade ltda. e Karimã – Industrial Alimentos ltda. A Dioka Indústria e Comércio de Alimentos Ltda, fundada em 1985 por Pedro Antônio da Silva, com a finalidade de industrializar mandioca, tem colaborado e incentivado no aumento da plantação nesta região, dando apoio aos agricultores, fazendo com que o município seja reconhecido em diversas regiões do país como o maior centro de produção de farinha de mandioca. Um benefício que a empresa vem trazendo ao município é o uso da mão de obra braçal. A empresa Líder Lar Estofados e Colchões ltda., surgiu em 1º de fevereiro de 1986, no ramo de fabricação de móveis residenciais e de escritório para venda no atacado. A empresa foi se especializando em produzir colchões e estofados e mesmo com a mudança de sócios, continuou seu caminho de qualidade e dedicação. A Líder Lar se encontra no mesmo endereço com estruturas maiores e mais modernas, mantendo sua responsabilidade social e o compromisso em fabricar um produto de real qualidade por um preço justo. No mercado moveleiro desde 1995, a empresa Strike Ind. e Com. de Móveis ltda., iniciou suas atividades como fabricante de móveis para copa e cozinha, com visão empreendedora passou a se dedicar à fabricação de esquadrias de alumínio, passando a se denominar Strike Ind. e Com. de Móveis e Esquadrias ltda. A Uniprest foi fundada em dezembro de 1995 para prestação de serviço no ramo metalúrgico. A partir de 2007, iniciou as atividades de produção e desenvolvimento de sua própria linha de equipamentos voltados para o processo de industrialização de raiz de mandioca. Os principais equipamentos são o forno contínuo a vapor e o filtro prensa automática, voltados a fabricação de farinha de mandioca, além de uma linha completa de equipamentos para fábricas de farinhas e equipamentos de fecularias. A empresa atende o mercado nacional e internacional. Com experiência de mais de 15 anos através de seus profissionais, a Fameger atua diretamente no mercado de máquinas para a produção de espumas flexível de PU e na linha de colchões. Com dedicação e trabalho começou a conquistar espaço no mercado de máquinas em um curto espaço de tempo. Atualmente a Fameger atende o mercado nacional e internacional, tendo clientes no Chile, Moçambique, Itália, Angola e Paraguai. 149


Atendendo as exigências do mercado os Produtos Opção Painéis são confeccionados dentro dos altos conceitos mecânicos e tecnológicos proporcionando segurança, versatilidade e durabilidade. Com modelos e acessórios variados atendem as diversas áreas, automação, elétrica e eletrônica. Fundado em 1º de outubro de 2002, a Indaiassu Artefatos tem como atividade a fabricação de artefatos diversos de madeiras. Outras empresas de porte médio e pequeno contribuem com o crescimento da cidade, com a geração de empregos e renda.

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Parque das Araras, localizado no Jardim Primavera, é um antigo sonho da comunidade ararunense, concretizado em 2021.


Dados de Araruna LOCALIZAÇÃO

A

raruna situa-se na mesorregião Centro-Ocidental do estado do Paraná e está compreendida na zona fisiográfica do Rio Ivaí. Ele possui uma altitude média de 660 metros do nível do mar e está localizado na Latitude de 23º 55’ 54” Sul e Longitude de 52º 29’ 47” Oeste. A sede municipal está a 660 metros acima do nível do mar; o clima apresenta-se quente durante todo o ano. A cidade de Araruna é a sede do Município e seu distrito é São Vicente. Os limites políticos institucionais de Araruna são Campo Mourão e Peabiru, com divisas a leste, Farol, com divisas a sul, Tuneiras d’Oeste e Cianorte, com divisas a oeste e Jussara, com divisas a norte. Araruna é Distrito Judiciário pertencente à Comarca de Peabiru e possui uma Zona Eleitoral, a 74ª Zona Eleitoral. O código de Discagem Direta à Distância – DDD é o número 44 e o CEP 87260-000. Os feriados municipais comemorados em Araruna são o dia 29 de novembro, quando se comemora o aniversário da cidade e o dia 13 de junho, o dia do padroeiro.

DEMOGRAFIA

O

município de Araruna possui de acordo com o IBGE (2020) uma população aproximada de 14 000 habitantes, subdivididos em 9134 na área urbana e 3947 na área rural. De acordo com o mapa a seguir, dos 25 municípios da Mesorregião Centro-Ocidental, 18 (dezoito) municípios possuem população faixa de 5001 a 20 000 habitantes, equivalendo a 72% do total; 05 (cinco) municípios possui população na faixa inferior a 5000 habitantes, equivalente a 20% do total. Ubiratã e Goioerê possuem população entre 20 001 a 50 000 habitantes e Campo Mourão possui população entre 50 e 100 mil habitantes. Através destas informações classifica-se Araruna como município com população na faixa de 5001 a 20 000 mil habitantes.

SISTEMA VIÁRIO

A

152

cidade de Araruna é interligada pelas rodovias PR-465 (Araruna – Pea-


biru), PR-567 (Araruna – Cianorte) e PR-558 (Araruna – Campo Mourão), sendo que as duas primeiras foram readequadas e a terceira está em bom estado de conservação. Dentro do território municipal há 23,95 quilômetros de estradas estaduais. O Município de Araruna é cortado pelas rodovias BR-487 e BR-272. Ambas se localizam ao sul da sede. Dentro do território municipal corta 35,30 quilômetros de estradas federais. A BR-487 (Estrada Boiadeira) interliga o estado do Paraná ao estado de Mato Grosso do Sul. Nas margens da rodovia localiza-se o povoado de São Geraldo e Nova Brasília, Araruna dista a 7,80 km do povoado de São Geraldo. A BR-272 interliga Campo Mourão ao oeste do Paraná. A rodovia corta o sul do Município, próxima a tríplice fronteira Araruna, Farol e Campo Mourão. A distância entre Araruna e São Vicente corresponde a 25 km e a distância do distrito de São Vicente da BR-272, corresponde a 5,20 km. Em análise do sistema viário rural do Município de Araruna produzido em 2005, pela Empresa Paranaense de Assistência Técnica e Extensão Rural – EMATER, Araruna tem 348,45 km de estradas municipais, interligando a sede aos distritos e principais comunidades. Dos 348,45 km de estradas ararunenses, 320,05 km foram readequadas. Em porcentagem, significa que 91,8% das estradas estão em boa qualidade de uso. Dos 28,4 km que restam a serem readequados, 57,5% constituem em pequenos trechos de ligação ou simples acesso. A tabela abaixo demonstra as principais estradas municipais de Araruna.

VEGETAÇÃO

A

cobertura vegetal do município de Araruna é caracterizada pela Floresta Ombrófila Mista Alterada e Floresta Ombrófila Mista Original.

HIDROGRAFIA

A

raruna apresenta uma grande rede hidrográfica, servida por uma quantidade significativa de nascentes, córregos e rios. Esta realidade é consequência da formação geológica de nossos solos e do tipo de relevo aqui existentes que difere das terras mais planas de Campo Mourão ou Cianorte, municípios limítrofes de Araruna. 153


Encontra-se em Araruna o divisor de águas da bacia hidrográfica dos rios Ivaí e Piquiri. A Agência da EMATER de Araruna cadastrou as Microbacias e as Bacias Hidrográficas do município: a) Bacia hidrográfica do rio Ivaí: rio Ligeiro e seus afluentes, Córrego Taquarimbé e rio Claro; b) Bacia Hidrográfica do rio Piquiri: rio Goioerê.

SOLO

A

raruna encontra-se numa região de transição no que diz respeito aos materiais que deram origem aos nossos solos. O fenômeno do derrame de Basalto (lavas vulcânicas) que ocorreu a aproximadamente 65 milhões de anos e cortou o Paraná de nordeste a sudoeste, originou as rochas basálticas. A decomposição destas rochas deu origem aos seguintes tipos de solos: Latossolo e Nitossolo, ambas com excelentes fertilidades e muitos propícios à agricultura. Estes solos são encontrados mais frequentemente nas divisas com os municípios de Peabiru, Campo Mourão e Farol, bem como as margens dos principais rios: Goioerê, Claro, Ligeiro e Guarita. Posteriormente, ao derrame basalto ocorreu o fenômeno Decomposição Sedimentar do Arenito Caiuá. Este fenômeno originou a formação de rochas sedimentares, muito mais pobres em nutrientes que as rochas basálticas. As rochas do Arenito Caiuá deram origem aos seguintes tipos de solo: Argisolo, latossolo vermelho escuro e neossolo quartzarênico, todos com baixa fertilidade e muito susceptíveis à erosão, mais aptos as culturas permanentes, como café, pastagens e reflorestamentos. Dos tipos de solos citados, Araruna apresenta aproximadamente as seguintes proporções, em seus 48 798 hectares de área: a) 68% de argissolos; b) 10% de latossolos vermelho escuro; c) 2% de neossolos quartzarênico; d) 15% de nitossolos (terra roxa); e) 5% de latossolos roxo. Todos os solos citados acima são profundos e com ausência de pedregosidade. 154


Conclui-se que são passíveis de uso agrícola com moderadas restrições, sendo necessárias práticas conservacionistas intensas.

RELEVO

O

município de Araruna está localizado no Planalto de Campo Mourão, o qual situa-se entre os rios Ivaí, Piquiri e Paraná, atingindo altitudes de 1150 metros na escarpa da Esperança, declinando para 225 metros no Rio Paraná. Comparando-se os mapas de relevo, declividade e de uso agrícola, observa-se que a maior parte do território é plano, favorecendo a agricultura intensiva. Há uma porção mais a sudoeste, onde apresenta uso para pastagens. A hipsometria do município é de aproximadamente 660 metros de altitude do nível do mar. Pelo relevo existente e considerando a declividade de 15% como limite para a mecanização agrícola, Araruna apresenta aproximadamente 90% da sua área agriculturável. Em aproximadamente 15% da área, com declividade entre 12 a 20%, a pastagem e a silvicultura seriam às atividades mais recomendáveis ou únicas possibilidades de uso.

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Coronavírus Joaquim Romildo de Souza, foi o primeira ararunense a ser vacinado. 2021.

Coronavírus

156


O

nome do novo coronavírus, foi definido pela OMS (Organização Mundial da Saúde), que após os primeiros casos divulgados pelo governo chinês em dezembro de 2019, na cidade de Wuhan, na China, definiu o nome de COVID-19. COVID vem de Corona Virus Disease (Doença do coronavírus) e 19, veio do ano dos primeiros casos. Em Araruna, o primeiro caso suspeito relatado foi no dia 21 de março de 2020, o primeiro descartado foi no dia 26, do mesmo mês e ano. No dia 2 de abril de 2020, foi confirmado o primeiro caso da doença na cidade e no final do mês, dia 23, foi registrado o primeiro óbito. A campanha de vacinação foi iniciada no dia 19 de janeiro e contou com a vacinação de 8 pessoas, o médico Romildo Joaquim Souza foi o primeiro a ser vacinado. De acordo com os dados mais recentes, até o dia 18 de junho, a cidade vacinou 4523 pessoas com a 1ª dose da vacina, enquanto a 2ª dose estava em 1608 pessoas. No dia 18 de junho de 2021, a cidade contava com 1942 casos confirmados, 1787 recuperados e um total de 29 óbitos.

157


Agradecimento Agradecimentos

158


os

E

sse projeto teve o apoio fundamental do prefeito Leandro Oliveira, que incentivou a publicação dessa obra que objetiva compartilhar a história de Araruna. Importante destacar a participação da Maura Ferreira dos Santos, que exerceu a função de diretora de Cultura do Município de Araruna quando do início das pesquisas e cujo trabalho levantado até então foi imprescindível para que as informações históricas do município fossem preservadas e agora ao alcance de todos. Dérik Moreira da Silva, da Nova História Assessoria e Gestão Cultural, deu importante parcela de colaboração nas pesquisas, na elaboração e revisão dos textos. Sua alma de historiador ajudou de maneira importante a concretização dessa obra. André Luiz Alves, filho de Araruna e diretor da Moai Comunicação, responsável pela elaboração do projeto gráfico. Vandersom Vicente Dubinski nos repassou informações sobre a fase contemporânea do município. Olímpio de Oliveira Caetano, vereador, nos cedeu importantes fotografias do início da cidade e devemos agradecer a Átila Assam, que também nos forneceu imagens das várias fases do desenvolvimento da cidade.

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Referências BIBLIOGRAFIA AGUILAR, Jurandir (coord.). Sob o Sinal da Santa Cruz. 1. ed. Maringá - PR: Massoni, 2020. 144 p. ISBN 978-65-87542-13-3. ARARUNA, Câmara Municipal de. Legislaturas. In: Legislaturas. [S. l.], 2021. Disponível em: http://cmararuna.pr.gov.br/legislaturas. Acesso em: 25 maio 2021. ELIAS, Jamil. Fatos do Meu Paraná. 1970. ed. [S. l.: s. n.], 1970. v. 1. FERREIRA, João Carlos Vicente. Municípios paranaenses: origens e significados. Curitiba: Secretaria de Estado da Cultura, 2006. 342 p. INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA, IBGE. Araruna código: 4101705. In: Araruna (PR). [S. l.], 2021. Disponível em: https://www.ibge.gov.br/cidades-e-estados/ pr/araruna.html. Acesso em: 25 maio 2021. SANTOS, Maura Ferreira dos. Banco de Dados Históricos de Araruna. In: Banco de Dados Históricos de Araruna. Araruna (PR), 25 maio 2021. CD-Rom. SILVA, Ademir Ferreira da. Religião e Ensino de História: Representações e Narrativas de Estudantes do Ensino Médio em Araruna (PR). Orientador: Frank Antonio Mezzomo. 2020. 183 f. Dissertação (História) - Universidade Estadual do Paraná, Campo Mourão - PR, 2020. TOIGO, Valmir Antônio. Histórico do Município de Araruna. 1987. 55 f. Monografia (História) Fundação Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Mandaguari, Mandaguari, 1987. MEDEIROS CORNELI, Vanessa. As Praças no Contexto de Pequenas Cidades da Microrregião de Campo Mourão (PR). Orientador: Prof. Dr. Bruno Luiz Domingos De Angelis. 2013. 309 p. Tese (Geografia) - Universidade Estadual de Maringá, Maringá - PR, 2013 MELNISKI, Maria Meskiw. A saga da imigração ucraniana em Campo Mourão e Região. 1ª. ed. Campo Mourão - PR: Nova História Assessoria e Gestão Cultural, 2019. 216 p. ISBN 978-85-9109557-5 JORNAIS CONSULTADOS Tribuna do Interior (1968-atual) Folha de Campo Mourão (1968-1972) Correio de Campo Mourão (1951-1952) Folha de Londrina (1948-atual) ENTREVISTADOS Romildo Joaquim de Souza Gecídio Basane José Casturino de Oliveira Machado Antônia Papaet Celso Maiolli Jair Ceretti 160


Jair Elias dos Santos Júnior

Gabriel Henrique de Souza

Nasceu em Campo Mourão (PR) no ano de 1974. Licenciado em História pela Faculdade Alvorada de Maringá (PR). Autor de 15 livros sobre a história de Campo Mourão e do Paraná.

Nasceu no dia 14 de abril de 2000, na cidade de Campo Mourão – PR. No ano de 2003, juntamente com a família, fixou residência em Araruna (PR), em um pequeno sítio na comunidade Lirial de São Luís, que fica a pouco mais de 10 quilômetros da cidade.

Foi chefe da Divisão de Cultura e Arte Popular da Prefeitura de Peabiru de 2015 a 2016. Membro da Academia Mourãoense de Letras, ocupando a Cadeira 23. Foi eleito presidente da entidade em 2012 e reeleito em 2014. Fundador da Nova História Assessoria e Gestão Cultural, empresa que promove levantamentos históricos e edição de livros.

Cursa História na Unespar de Campo Mourão. Desenvolveu projetos de pesquisas na Nova História Assessoria e Gestão Cultural desde 2020.

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Esta obra foi composta nas tipografias Bodoni e suas famílias e impressa para a Nova História Assessoria e Gestão Cultural em Junho de 2021.




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