Uma história de gerações: 70 anos do Clube Social e Recreativo 10 de Outubro

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JAIR ELIAS DOS SANTOS JUNIOR

UMA HISTÓRIA DE GERAÇÕES 70 ANOS DO CLUBE SOCIAL E RECREATIVO 10 DE OUTUBRO


Copyright © 2021 by Jair Elias dos Santos Júnior Grafia atualizada segundo o Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa de 1990, que entrou em vigor no Brasil em 2009.

JAIR ELIAS DOS SANTOS JUNIOR

Capa MOAI COMUNICAÇÃO Foto de Capa MUSEU MUNICIPAL DEOLINDO MENDES PEREIRA (CAMPO MOURÃO/PR) Revisão ALI DAVIS DE SOUZA E SILVA Pesquisadores Assistentes DÉRIK MOREIRA DA SILVA GABRIEL HENRIQUE DE SOUZA Edição NOVA HISTÓRIA ASSESSORIA E GESTÃO CULTURAL Projeto Gráfico ANDRÉ LUIZ ALVES Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil) Santos Júnior, Jair Elias dos Uma história de gerações : 70 anos do Clube Social e Recreativo 10 de Outubro / Jair Elias dos Santos Júnior. -- 1. ed. -- Campo Mourão, PR : Nova História Pesquisas Históricas, 2021. ISBN 978-65-993363-4-8

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1. Clube Social e Recreativo 10 de Outubro - Campo Mourão (PR) 2. Clube Social e Recreativo 10 de Outubro - História I. Título.

21-59289

CDD-981.62 Índices para catálogo sistemático:

1. Clube Social e Recreativo 10 de Outubro : História 981.62 Maria Alice Ferreira - Bibliotecária - CRB-8/7964

[2021] Todos os direitos desta edição reservados à NOVA HISTÓRIA ASSESSORIA E GESTÃO CULTURAL Rua João Teodoro de Oliveira, 171 | Parque das Acácias Campo Mourão | Paraná | 44 99923-4760 contato@novahistoriapr.com.br www.novahistoriapr.com.br

1ª Edição Campo Mourão - PR


Um mundo sem memória é um mundo sem alma. Humberto Eco (1932–2016)


Vista aérea do Clube 10 - década de 1980.


SUMÁRIO 31 As origens de Campo Mourão

115 Anos 2000 — entre ter ou não ter um clube

33 A fundação de um clube

124 2010 — Um Clube de Integração Social

36 A busca de uma sede 38 Uma bandeira para o Clube 42 O Clube nos anos 50 49 Clube Sarakis 51 Os anos 60 62 Estatutos: regras para a boa convivência 72 Uma nova sede

Foliões com fantasias no salão do Clube. Começo dos anos 50.

136 A gestão dos 70 anos 146 Coronavírus, a ameaça 148 “Ó abre alas, que eu quero passar...” — A história dos Carnavais do 10 170 Parque Aquático 178 Roberto Carlos em Campo Mourão

77 Uns inícios sobre o Clube 10 de Outubro — Lázaro Antônio Ruiz Parellada

180 Boatinha

81 Os anos dourados — a década de 1970

192 Baile das Debutantes — uma noite inesquecível

88 Os anos 80 — o fortalecimento 104 Os anos 90 — época de grandes eventos

184 Gincana Texana

214 Um Clube de líderes 217 Agradecimentos 219 Referências

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MISSÃO

Promover um espaço de encontros sociais, amistoso, organizado, que ofereça atividades esportivas, recreativas e de lazer, priorizando a qualidade de serviços a seus Associados.

VISÃO

Ser um clube de integração social, proporcionando qualidade de vida, com saúde financeira.

VALORES

Transparência, Honestidade, Probidade Administrativa, Respeito ao Meio Ambiente, Ética e Organização. Uma geração no Clube, com gente bonita presente não só nas festas, mas também na piscina, e nas quadras poliesportivas. Uma tradição que fez e faz do Clube 10 um ambiente familiar, requintado, concorrido e incomparável.

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“Olhe sempre para frente! Pense nas realizações boas do passado e crie alicerces sólidos para o futuro.” Carlos Alberto de Andrade Bezerra Neste ano de 2021, o Clube Social e Recreativo 10 de Outubro completa 70 anos de fundação, por coincidência e força do destino, quis Deus que eu estivesse como presidente do Conselho Diretor nesse ano do septuagenário.

Clube 10 foram imensuráveis.Não podemos deixar de lembrar dos tradicionais bailes de carnaval no qual os Associados desfilavam com suas fantasias ou em blocos, irradiando alegria e dando vida às festividades.

O nosso Clube 10, durante esses 70 anos, vivenciou diferentes histórias que aconteceram e que ficaram gravadas na memória dos Associados das diferentes gerações que por ele passaram e que estão até hoje.

Bailes de debutantes que fazem parte da história do nosso passado, quando jovens de 15 anos eram apresentadas à sociedade em festas a rigor com presença de artistas renomados da época. Memorativos de aniversário de fundação do Clube 10, que eram marcados pela elegância e formalidade, abrigando amigos para momentos de alegria e descontração.

Desde a fundação do Clube, que na época contava com instalações simples, sua sede antiga construída em madeira de peroba vermelha já marcava história, pois abrigava eventos políticos e sociais (entidades) que influenciavam no destino da cidade. Os eventos realizados no salão do

A Boatinha e shows que agitavam os jovens em um passado recente. Os aniversários, formaturas, casamentos, ações beneficentes e gincanas

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que marcaram história. Na área esportiva, partidas de futebol, tênis e campeonatos internos e externos, sempre premiados no final com boa integração dos Associados. Os anos passaram, vieram as inovações tecnológicas e mudanças de costume, ampliaram-se as opções de lazer, e o Clube 10 adaptou-se às realidades, enfrentando vários desafios e contratempos através dos Conselhos Diretores sucessores, empenhando-se para manter o Clube em evidência seja na atividade social ou recreativa. Hoje o Clube 10 de Outubro está bem estruturado e sólido no ponto de vista financeiro, de quadro Associativo e de estrutura física, já pensando em instalações mais modernas.O Conselho Diretor, Deliberativo e Fiscal, atua de forma integrada e democrática, desencadeando ações transparentes, que gera confiança e participação dos Associados que são o alicerce e a alma do Clube. Todo planejamento segue com critérios da Missão de promover um espaço de encontros sociais, amistoso, organizado, que ofereça atividades esportivas, recreativas e de lazer, priorizando 14

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a qualidade de serviços a seus Associados; da Visão de ser um clube de integração social, proporcionando qualidade de vida, modernizando estruturas físicas, com saúde financeira e dos Valores de transparência, honestidade, probidade administrativa, respeito ao meio ambiente, ética e organização. Desde março de 2020, mesmo com todo trabalho de planejamento, acompanhando as variáveis do cenário macroeconômico e do cenário interno que podiam afetar o equilíbrio orçamentário do Clube 10, enfrentamos um desafio inimaginável, de risco biológico relacionado ao Coronavírus, que resultou na primeira onda da pandemia da Covid-19, caracterizada pela alta transmissibilidade e mortalidade, local, regional, nacional e mundial. Nesta mesma fase o Clube 10 alcançou o auge de Sócios, chegando ao limite máximo de 650 Associados nas diferentes categorias de Sócios e com o passar de 6 (seis) meses, em agosto de 2020, chegamos à baixa de 230 Associados, reduzindo nosso quadro Associativo para 420 sócios. Entretanto, devido à solidez, aliada à redução de algumas metas de investimentos em melhorias

de maior montante, atravessamos essa etapa modernizando estruturas, investindo em pessoas e, no final de fevereiro de 2021, já contávamos com 604 Associados e estamos passando pela segunda onda da pandemia, que ainda está muito incerta. O Clube continua conservando e fazendo sua história a cada dia que passa, tudo é muito dinâmico. Na linha de escrever a vasta história que vem desde 20 de abril de 1951, data da fundação do Clube Social e Recreativo 10 de Outubro, foram delegadas as funções ao escritor local Jair Elias Júnior, que utilizou de todos os meios cabíveis para colheita de informações, através de levantamentos bibliográficos, entrevistas e pesquisas nas redes sociais. Fica praticamente impossível transitar por todas as histórias individuais e temporais do Clube 10. Lidamos com contradições e dúvidas que não devem comprometer esta primeira edição, devido sempre ter sido utilizado a boa intenção de quem subsidiou ou escreveu o livro. A história do Clube 10 começou a ser

escrita desde a sua fundação, através da dedicação e empenho de cada Presidente, cada Diretor e cada Conselheiro, que passou ou que estão até hoje. Tenho a certeza que as pessoas escolhidas para administrar o Clube 10 não mediram esforços em trabalhar por algum tempo sem remuneração em prol do Clube, pensando nos acertos e às vezes vivenciando erros. Tudo na medida do possível serão inseridas as histórias do Clube neste livro. Enfim hoje, como Presidente do Conselho Diretor do Clube 10, na gestão 2019/2021, entregarei estes memoriais do Aniversário dos Setenta Anos do Clube Social e Recreativo 10 de Outubro, com honra e entusiasmo das gestões do passado, bem como com a dedicação e empenho do presente, respaldado pelo atual Conselho Diretor, Conselho Deliberativo e Conselho Fiscal. Agradeço a todos por me permitirem desfrutar desse privilégio de ser o Presidente do Ano do Septuagenário do Clube 10 de Outubro! Carlos Alberto de Andrade Bezerra Presidente do Conselho Diretor do Septuagenário do Clube 10 de outubro – Gestão 2019/2021

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Uma cidade nunca nasce pronta. Ela é o resultado do trabalho de gerações. Fundado em 1951, com o intuito de reunir a comunidade mourãoense, o Clube Recreativo e Social 10 de Outubro prestou ao longo de sua história relevantes serviços na construção da cidade que amamos. Podemos afirmar que o clube cresceu com Campo Mourão. Teve momentos gloriosos, com a realização dos grandes eventos e da presença de grandes nomes da música brasileira dos anos 60 e 70.

Vista aérea do Clube 10, da Avenida Irmãos Pereira. Déc. 1980.

O Carnaval promovido durante décadas foi uma das suas principais atrações. Reunia gente de todos os cantos do Paraná e até mesmo de outros Estados, que durante cinco dias buscavam a alegria da vida.

Outra grande festividade promovida nos salões era o Baile de Debutantes, promovido durante duas décadas. O baile era um momento único para as moças da cidade, que o aguardavam ansiosamente. A presença de artistas da Rede Globo de Televisão aumentava o glamour do evento. Evidente que ao longo de sua trajetória o Clube 10 passou pelos ventos fortes dos planos econômicos brasileiros e das mudanças do comportamento da sociedade. A partir dos anos 90, a cidade ganhava associações particulares no perímetro urbano e na Usina Mourão. As famílias passariam a ter piscinas em suas casas, fazendo o Clube sofrer com a queda do número de associados. Em outro momento o livro registra o esforço dos diretores para manter o

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clube vivo, mesmo fatiando seu patrimônio para cumprir com suas obrigações financeiras. Com alegria, mesmo em meio às tristezas da Pandemia da Covid-19, a Nova História Assessoria e Gestão faz chegar às mãos do quadro social um livro que pretende preservar a história do Clube 10 de Outubro ao longo dos últimos 70 anos. Quando iniciamos este trabalho, sabíamos da responsabilidade e o tamanho da árdua e complexa tarefa a ser realizada. Ninguém faz nada sozinho. Graças ao apoio da diretoria e da equipe do Clube e da comunidade mourãoense, foi feito um trabalho meticuloso de pesquisas, buscas e entrevistas. Um povo ou uma sociedade precisa conhecer e admirar sua história para merecer os louros do seu futuro. Acredito que lembrar é a justiça que se defere à memória dos que fizeram e depois se foram. E dos que agora fazem e daqueles que vieram a fazer para partir após, no ciclo inexorável da vida. Jair Elias dos Santos Júnior 18

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GALERIA DOS PRESIDENTES


Sinval Reis Presidente de Honra

Manoel Rodrigues

Capitão Renato Romeiro de Mello Pinto

1952-1953

1951-1952

1957-1958

Sady Parigot de Souza

Jamil de Oliveira Jacob

1953-1954

1954-1955


Aramis Meyer Costa

Lázaro Antônio Ruiz Parellada

1970-1971

1966-1969

1971-1973

Roberto Brzezinski

Joaquim Teodoro de Oliveira

1956-1957

1958-1959

1969-1970

1973-1975

1961-1963

Antônio Toledo da Silveira

João Pessa Júnior

Diógenes Teodoro de Oliveira

1963-1965

1965-1966

1975-1977

1977-1979

Domingos Maciel Ribas 1959-1960 1960-1961


Paulo Roberto Merlin Ribas

Velci Luiz Trombini

Celso Romualdo Ferrari

Tauillo Tezelli

1979-1981

1981-1983

1987-1989

1989-1991

Iran Roberto Brzezinski

Fausto Alcântara de Lima

Antônio Marcelo da Silva Silveira

Irineu Luiz Ferreira Lima

1983-1985

1985-1987

1991-1993

1993-1995


Clermont D’Ávila Sobrinho

Edson Francisco Cardoso

1995-1997

1997-1999

Marco Antônio Kunzler 2003-2005

Getúlio Ferrari Júnior

2005-2007

2007-2009

Marcelo de Oliveira Lima

Luís Gonzaga de Oliveira Aguiar

Ademir Volpe

Fabiano Viúdes

2011-2013

1999-2001

2001-2003

2009-2011

2013-2015


Adriano Michalczeszen Correia

Rui Aranha Figueiredo

2015-2017

2017-2019

Carlos Alberto de Andrade Bezerra

Mauricio Rosin

2019-2021

2021-2023


AS ORIGENS

Campo Mourão no final dos da década de 1940, vista da atual praça Getúlio Vargas.

No ano de 1947, Campo Mourão emancipava-se de Pitanga, no projeto de organização administrativa do Governo do Estado. Anteriormente, o pequeno povoado pertencia à Guarapuava desde 1921. A luta pela emancipação foi intensa. Graças aos esforços de dois homens: Pedro Viriato de Souza Filho e Francisco Albuquerque. O primeiro por ter ligações em Curitiba, conseguiu uma audiência com o governador Moysés Lupion, no Palácio São Francisco, então sede do governo do Estado. Não era intenção do governo criar o município de Campo Mourão. Mas, por força de uma discussão de Pedro Viriato com um assessor do governador – que havia entrado na audiência – Campo Mourão foi incluído no projeto que tramitava na Assembleia Legislativa. O deputado Lacerda Werneck – nome esquecido na história – colocou Campo Mourão no

projeto, que foi aprovado e sancionado pelo governador em 11 de outubro de 1947. Criado o município, o passo seguinte seria dar a pequena cidade estrutura para atrair pessoas de todos os rincões do Brasil. Dezenas de pessoas chegavam diariamente a Campo Mourão em busca de novas oportunidades. Apesar das diversas dificuldades, como falta de estradas, o drama da “poeira” dos dias secos e da “lama” nos dias chuvosos. “Determinação e coragem” são adjetivos que marcaram o começo da história da colonização da cidade. Numa terra sem infraestrutura, sem cultura, onde imperava a lei do “mais forte”, era preciso muito mais. Um ano antes da fundação da entidade, Campo Mou-

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rão era conhecida como o “paraíso de todos os maus elementos do Brasil”. Era também apelidada a “Meca dos criminosos”. A fama negativa afugentava as pessoas que desejavam se instalar na cidade. Um exemplo negativo ocorreu em 1951, quando um acontecimento violento marcaria o carnaval, que terminou em tiroteio pelas ruas da cidade. O episódio foi destaque na edição do jornal Diário da Tarde, de Curitiba em 14 de fevereiro. “O PSD transformou Campo Mourão em uma Coreia. Tiroteio nas ruas durante o carnaval – mortos e feridos – desarmou a polícia – uma família foi dizimada”, era a trágica manchete. A reportagem relata que na terça-feira de Carnaval, enquanto todos festejavam Eugênio Mahikoski, Leniro Linhares e Rogério (Não foram encontrados registros, nem citações escritas ou orais sobre o sobrenome de Rogério)” organizaram um baile. A festa ia animada, quando por volta das 2 horas da madrugada, Newton Albuquerque com mais algumas pessoas entraram no salão e terminaram com a festa. Pouco depois, segundo a reportagem, “o sangue corria a jorros no salão enfeitado 32

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de serpentinas e confetes”. Teve início, então, a um violento tiroteio. Houve interferência policial, que atirou contra o local, acertando também a casa de Francisco Albuquerque. Ninguém da família ficou ferido. A polícia necessitou de reforços e, mesmo assim, três policiais sofreram ferimentos por bala. Segundo a reportagem José Pereira Carneiro, Moacir Albuquerque, Newton Albuquerque, Roget Delatre, Airton Albuquerque e Francisco Albuquerque “investiram contra os policiais e os desarmaram, enquanto, aterrorizadas, várias pessoas deixavam suas casas”. Para conter os ânimos, o Aspirante Espíndola foi designado para presidir o inquérito. No ano seguinte, o juiz Sinval Reis conteve uma situação desesperadora, quando policiais começaram atirar pela cidade inteira. Dentro do Hotel Central, na Avenida Irmãos Pereira, o juiz comandou a retomada da ordem na cidade.

A FUNDAÇÃO DE UM CLUBE A história de Campo Mourão está repleta de sonhos coletivos. Ao longo de sua história foi necessária a participação popular para que a cidade pudesse evoluir. Foi assim com a Catedral São José, Hospital Santa Casa, Ginásio Campo Mourão e a Unespar (Universidade Estadual do Paraná, antiga Fecilcam). A população, por exemplo, se uniu e abriu o campo do Aeroporto Municipal. Em três dias intensos de trabalho, mais de 300 homens abriram o campo. O mesmo ocorreu com a Usina Mourão, onde todos os homens da cidade foram convocados para abrir a estrada até as proximidades do Salto São João, onde o governador Moysés Lupion lançaria a pedra fundamental da primeira usina, que viria a beneficiar a cidade com a energia elétrica. Ainda durante o começo dos anos

50, diversas instituições passaram a operar a cidade, e outras instituições começaram a fincar raízes, umas por pouco tempo, outras até na atualidade, como, por exemplo, o jornal Correio de Campo Mourão (1951) e o Correio do Noroeste (1954), a construção da Catedral São José (1954), Loja Maçônica Luz do Oriente (1953) e a Sociedade Operária e Beneficente 1º de maio (1951), a instalação do 23º Distrito Fiscal do Departamento de Fiscalização de Rendas do Estado (1953), inauguração do Banco do Estado do Paraná (1952) e Banco Comercial do Paraná S/A (1954) — somente para citar algumas. Também naquele decênio as instituições bancárias e educacionais galgaram destaque. A década de 1950 foi o marco de constituição das forças paralelas de Campo Mourão. Isso foi consequência das principais conquistas do município:

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emancipação política (1947); instalação da Comarca (1949) e Diocese (1960). A partir de então, a nossa comunidade passa a contar com seu contexto mais civilizatório para a melhoria urbana, social e econômica.

ski, Alfeu de Paula Xavier, João Vieira, Marins de Castro Pereira e Domingos Maciel Ribas, fundaram o Clube que foi batizado com o nome de 10 de outubro, em homenagem à data escolhida para celebrar o aniversário do município.

No ano de 1951, outra convocação para mais um sonho coletivo: a fundação do Clube Social e Recreativo 10 de Outubro. Com o crescimento da cidade e a vinda de pessoas de todos os cantos do Brasil era necessário um local para que os moradores pudessem ter momentos de confraternização. As festividades eram realizadas nas casas e a população sentia a falta de um espaço apropriado para a promoção de festas. Assim, procuraram o juiz Sinval Reis para encontrarem uma solução para essa questão. O juiz teve a ideia. E os moradores abraçaram seu sonho.

Nesta data foi eleita a primeira diretoria, composta por: Cap. Renato Romeiro Pinto de Mello (presidente), Bento Pinto Ferraz (vice-presidente), Dr. Manoel Andrade (1º secretário), Leniro Linhares (2º secretário), Arthur Moreira de Castilho (1º tesoureiro), Jamil de Oliveira Jacob (2º tesoureiro) e Dr. Daniel Portella (orador).

Em 20 de abril de 1951 reunidos o Dr. Sinval Reis, Cap. Washington Moura Brasil, Dr. Luiz Renato de Morais, Cap. Renato Romeiro Pinto de Mello, Jamil de Oliveira Jacob, Sebastião de Paula Xavier, Diógenes Alves Cabral, Teodoro Metchko, Roget Delatre, Lourival Custódio, Bento Pinto Ferraz, Arthur Moreira de Castilho, João Kowol34

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Primeira sede do Clube 10, em madeira, graças aos esforços da comunidade local.

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fundos para a conclusão das obras de sua sede.

A BUSCA DE UMA SEDE O próximo passo era conseguir um local para que pudesse ser erguida a sede do Clube. A primeira diretoria buscou então o apoio do prefeito Joaquim Teodoro de Oliveira, que administrou a cidade no ano de 1951, após a renúncia de Pedro Viriato de Souza Filho.

inteira participou. Entre os trabalhos realizados consistia na derrubada da madeira e preparo para a construção e a limpeza do terreno. Entre os que participaram da limpeza do terreno, estavam Manoel do Nascimento — “Maneco” — personagem que marcaria a história local.

Sensibilizado com a necessidade da cidade, o prefeito doou para a sociedade uma quadra inteira na área central para que o intento tivesse êxito. A área, apesar de ser considerada distante, foi escolhida pelo juiz Sinval Reis por ter nela um bosque de espécies nativas, que tragicamente foram derrubadas anos mais tarde, na gestão do presidente Manoel Rodrigues, por uma pessoa que teve que sair da cidade, diante das críticas pelo corte das árvores.

No dia 24 de novembro de 1951 foi realizada reunião extraordinária da Comissão de Construção da sede. Estiveram presentes: Leniro Linhares, Manoel Andrade, Diógenes Cabral, Sady Parigot de Souza, Geremias Cilião de Araújo, Cláudio Silveira Pinto, Loando Gabardo e Nelson Bittencourt Prado. A comissão definiu inaugurar a primeira parte da sede no dia 19 de dezembro e que seriam sensibilizados os associados para o pagamento de joias e das mensalidades para que o clube tivesse

Com o local definido, a comunidade 36

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Graças à ação coletiva de vontade, em poucos meses, no mesmo local onde está a atual sede, foi erguido um barracão de madeira, a primeira construção na cidade coberta de telhas, onde a sociedade passou a se encontrar e se divertir. A participação dos associados em ver o Clube crescer foi grande. Um exemplo disso é que até mesmo os espelhos inseridos nos toaletes da nova sede vieram de fora, comprados pela professora Jorinda Santos Portella e Elly, esposa de Sady Parigot de Souza. O primeiro baile foi realizado no dia 19 de dezembro de 1951, em comemoração ao Dia do Paraná. Além do baile, foi promovida uma conferência com o jornalista Augusto Waldrigues, sobre temas de interesse nacional e estadual.

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UMA BANDEIRA PARA O CLUBE Fundado o Clube, o advogado Nelson Bittencourt Prado fez um estudo para a bandeira da agremiação. Prado também foi jornalista e memorialista. Ao longo de sua vida, escreveu vários artigos sobre a história de Campo Mourão. Tencionava escrever um livro, porém, não conseguiu concretizar seu intento. Faleceu em 19 de novembro de 1981, em Curitiba. Um estudo para uma bandeira do clube foi feito, porém acabou não se concretizando. Em 1956, Nelson Prado reaproveitou a proposta para ser a bandeira de Campo Mourão. O estudo de Prado apresentava a seguinte justificativa: A entidade que representa o Clube Social Recreativo 10 de Outubro, fundado em 20 de abril de 1951, merece um elemento de ordem estética, que simboliza a organização do Clube e lhe defina, sin38

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teticamente, os elementos dessa mesma organização, quer no sentido propriamente social, quer quanto à filiação histórica ao próprio nome do município. Assim sendo, no ideal de bem servir, e atendendo aos elementos históricos existentes, religados à origem do povoamento deste município, cremos que a bandeira seja o primeiro símbolo da entidade, eis que nela, em todos os tempos, funciona como efetivo estimulador de convergência, nem só cívica como patriótica, para os povos e para os estados, nos diferentes órgãos sociais. Sendo que o Clube Social e Recreativo (CSR) “10 de Outubro” foi a primeira entidade que a população desta localidade organizou e fundou para a concentração de uma vida social melhor, e sendo que o seu nome deve permanecer ligado à denominação e evolução da comuna, porque nela encontra raízes históricas, parece justo que o simbolismo do CSR

“10 de Outubro”, conduza essa filiação, que, de resto, traz fatores estéticos satisfatórios, ainda mais se considerada a sua religação com o símbolo máximo nacional. Isto exposto e cumprindo um dever de colaboração, como sócio e membro da atual diretoria do Clube, propomos a seguinte bandeira, cujo primeiro exemplar temos a honra de entregar ao senhor Presidente: Em campo verde, simbolizando os campos e a região descobertos ou reconhecidos em 1768/1769 pelas bandeiras de Afonso Botelho de Sampaio e Souza, comandadas por Estevão Ribeiro Baião, atendendo às determinações de Dom Luís António de Sousa Botelho e Mourão — então Governador da Província de S. Paulo, à qual era subordinado o Paraná, com sua 5ª Comarca — visando a defesa e alargamento do território paranaense e em cuja homenagem foram denominados os campos onde hoje se situa a sede municipal de Campo Mourão. Duas faixas, em sentido longitudinal, sobre o campo verde, e em cor de ouro, simbolizando os rios principais que circunscrevem o território municipal e a região, com o potencial hidráulico, emprestando-lhe condições próprias, as

estradas e demais vias de comunicação que se concentram nesta cidade, melhor elemento para o desenvolvimento da riqueza que o ouro representa. Uma estrela central, branca ou em prata, de cinco pontas, no campo verde, representando a novel concentração urbana, fruto do povoamento contemporâneo e o ideal de que ela venha ser, pelo desenvolvimento geral, a principal metrópole da região. Sendo a estrela um símbolo de elevação, sintetiza o ideal de ordem e paz para a sociedade de Campo Mourão e o sodalício do Clube, e, na sua forma de cinco pontas, figura os principais fatores da evolução social: domesticidade, fraternidade, sociabilidade, solidariedade e moralidade. Atendendo-se à proporcionalidade estética, a bandeira deverá ter, originalmente, as seguintes dimensões: pano de 150 cm por 110 cm (campo verde); duas faixas longitudinais de 0,14 cm, cada uma; campos verdes superior e inferior de 0,27 cm; campo verde central, de 0,30 cm. Estrela central, branca ou em prata, de cinco pontas, com diâmetro de 0,20 cm. Ampliações ou miniaturas da bandeira atenderão às citadas dimensões, proporcionalmente.

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Primeira sede, imagem do filme “Como surge uma cidade”, de 1962.


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O CLUBE NOS ANOS 50 Criado em 1951, o Clube começou a escrever sua história. Seus primeiros presidentes:

com tiroteios, o que era comum na época onde a voz do mais forte prevalecia sobre a lei vigente.

1951–1952 — Capitão Renato Romeiro de Mello Pinto

Após a construção da sede, os associados escolheram um local para o campo de futebol. A área, dominada por samambaias, foi aberta na base da enxada. Logo depois, o campo recebeu revestimento asfáltico.

1952–1953 — Manoel Rodrigues 1953–1954 — Sady Parigot de Souza 1954–1955 — Jamil de Oliveira Jacob 1955–1956 — Domingos Maciel Ribas 1956–1957 — Roberto Brzezinski 1957-1958 — Manoel Rodrigues 1958–1959 — Joaquim Teodoro de Oliveira O Clube começou a crescer. No ano de 1953 já tinha 204 associados. Todos os acontecimentos sociais passaram a ser realizados no salão: bailes de formaturas, festas de casamentos e outros. Alguns desses bailes terminaram 42

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Até mesmo eventos políticos foram realizados nas dependências do Clube, por exemplo, a posse do prefeito Antônio Teodoro de Oliveira em 5 de dezembro de 1959 e as apurações dos votos das eleições realizadas no município. Dentro do salão do Clube nasceu a Biblioteca Pública Municipal, que atualmente leva o nome do Prof. Egydio Martello. Em 6 de agosto de 1955 foi

realizado o Baile do Livro, onde cada convidado levava um livro para a formação de uma biblioteca na cidade. A iniciativa surgiu de Roger Miguel Vargas, Alfonso Germano Hruschka e Dornélia Lourdes Huber. Após o baile, o acervo ficou disponível ao público até 1957, quando então, o município acampou a biblioteca tornando-a pública, ficando então responsável por sua manutenção e funcionamento.

Nilson Nogaroli Osnil José Silva Perceberam os associados que o Clube que imaginavam demandava mais espaço, assim começaram a sonhar com uma sede em alvenaria.

Também foi realizado no salão, em 1957, a colação de grau e o baile dos graduandos da Turma Professor Ephigênio José Carneiro, componentes da primeira turma do Ginásio Campo Mourão. A colação ocorreu no dia 8 de dezembro e o baile no dia seguinte. Graduaram-se: Bohdan Metchko Darcy José Costa Eico Kadota Élio Schwab Francisco de Alencar Hirofumi Kadota Maria Lourdes Vieira Mirian Prohmann Nelson Teodoro de Oliveira

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Ação adquirida pelo prefeito Roberto Brzezinski, para a construção da sede em alvenaria no ano de 1957. O desenho mostra como seria a sede, projeto que acabou não saindo do papel.

Diploma de Sócio Remido de Armando Queiroz de Morais, que deu grande contribuição para consolidação do Clube. Armando foi deputado estadual e presidente da Assembleia Legislativa em 1969.


Sociedade mourãoense prestigiando baile promovido pelo Clube nas dependências da primeira sede.

Roberto Brzezinski (prefeito), Harrison José Borges (cartorário) e Joaquim Teodoro de Oliveira nas dependências da primeira sede. Em 1959, Brzezinski e Borges seriam vitimas de um fatal acidente automobilístico, que ceifariam suas vidas.

1959 - foliões do Clube 10.

Posse do presidente Roberto Brzezinski. Da esquerda: Antônio Constâncio de Souza, Leonel Sonsin, Joaquim Teodoro de Oliveira, Alglacir Guimarães, Harrison José Borges, Avelino Piacentini (segurando o microfone), Roberto Brzezinski, Ivo Mário Trombini, Nelson Guimarães Monteiro e José Manoel Garcia.


CLUBE SARAKIS Em 15 de novembro de 1957, foi fundado o Clube dos Sarakis, uma agremiação de solteiros de Campo Mourão. Foram fundadores: Agenor Krukoski Aglacir Rodrigues Prado Caetano Mendes Barleta Chafic Simão David Perdoncini Doracy Scorsato Francisco C. de Araújo Sobrinho Gumercindo Loris Xavier Isnard Constantino Miguel Jayme Francisco Tagliari José Acir de Souza José Kalil Mahfud Lary Calixto Razzolini Lauro Lopes Simões Leonel Sonsin

Luciano Marmontel Mathias Vilhema de Andrade Nabi Assad Orlando Amaral Paulo Vinício Fortes Sérgio Diniz Palma Sérgio Luiz Panceri Vargilio Zaroni Walfredo Nunes Sarakis, palavra de origem Guarani, com significado de livre, solto, desimpedido, foi o nome adotado para o Clube dos Solteiros. O Clube tinha a finalidade de promover e incentivar o entrelaçamento social. No dia 7 de dezembro de 1957 realizaram a Noite Azul, no salão do Clube, animada com Orquestra Penha e seu conjunto de Maringá.

Leopoldino de Abreu Netto

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OS ANOS 60 Sarakis, o clube dos solteiros de Campo Mourão.

No dia 12 de outubro de 1961 foi realizada a eleição para a escolha da nova diretoria. A regra dessa eleição era que a disputa se daria pelos cargos, e não por composição de chapa. A eleição teve a participação de 165 associados. A chapa 20 de abril consagrou-se vencedora. Disputaram:

Orador — Milton Luiz Pereira (eleito)

Presidência — Domingos Maciel Ribas (eleito) e José Edson Salgado

Armando Queiroz de Morais (eleito)

Vice-presidência — Ivo Mário Trombini e Ênio Camargo Queiroz (eleito)

Dr. José Carlos Ferreira

1º Secretário — Jaroslau Onesko (eleito) e Álvaro Gomes

Elias Farhat

2º Secretário — Antônio José Rugoski (eleito) e Getúlio Ferrari 1º Tesoureiro — Leocadio Araújo Sabino (eleito) Fundadores do Clube Sarakis. 50

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2º Tesoureiro — Simas Enéas Martins (eleito) e Carlos Araújo Domingues

Membros do Conselho Deliberativo: Albano Zanini Aldo Casali Alfonso Germano Hruschka (eleito) Antônio Constâncio de Souza Delcides Constantino Miguel Eduardo Portes Rocha (eleito) Joaquim Teodoro de Oliveira (eleito) Miguel Giani Nabi Assad (eleito) Rosalino Salvadori (eleito) A ata da eleição foi lavrada pelo Prof. Egydio Martello, que anos mais

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tarde seria o autor do hino de Campo Mourão. Os eleitos tomaram posse no dia 22 de outubro de 1962. Em 30 de março de 1963 foi realizada a eleição da nova diretoria para o biênio 1963–1965. A chapa única foi eleita com 26 votos e um voto “com discordância”. A nova diretoria tomou posse em 20 de abril de 1963, data do aniversário do Clube. Foram eleitos: Presidente — Domingos Maciel Ribas Vice-presidente — Ênio Camargo Queiroz 1º Secretário — Alfonso Germano Hruschka 2º Secretário — Lauro Theodorovicz 1º Tesoureiro — Manoel Costa Júnior 2º Tesoureiro — José Francisco Silva 1º Orador — Milton Luiz Pereira 2º Orador — Horácio Amaral Conselho Deliberativo: Antônio Constâncio de Souza Dr. Eduardo Portes Rocha Dr. Elias Farhat Ephigênio José Carneiro Ivo Mário Trombini 52

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Joaquim Teodoro de Oliveira Rosalino Mansuetto Salvadori No dia 28 de março de 1965 foi convocada uma reunião da diretoria para avaliar um pedido de impugnação proposto pelo sócio Joel Albuquerque quanto à realização das eleições para a escolha da nova diretoria. Na mesma data, o presidente em exercício, Alfonso Germano Hruschka, convocou uma sessão plenária para às 12h30. Não alcançando o quórum legal para a primeira convocação, a sessão foi suspensa por uma hora. Reaberta às 13h30, foi suspensa para que o Conselho Deliberativo tivesse tempo para apreciar a impugnação proposta pelo advogado Joel. Às 15h30 foi reaberta, sendo presidida por Manoel Costa Júnior, por estarem impedidos Domingos Maciel Ribas e Alfonso Germano Hruschka. O Conselho Deliberativo não aceitou o pedido de impugnação e apontou “uma série de irregularidades que nulificavam as eleições, marcando, por isso, uma nova data para a sua realização”. Alguns sócios estranharam o fato de ter sido colocado na pauta o parecer e o pedido de impugnação. Colocado em votação

o parecer, 44 votos foram dados a favor da competência da Assembleia para deliberar e 61 votos contra. “Face este resultado, o Sr. Presidente declarou a presente sessão da Assembleia incompetente para deliberar sobre o pedido de impugnação de candidaturas e marcação de novas datas de eleição”. No dia 3 de abril de 1965 aconteceu a eleição da nova diretoria, sendo eleitos os componentes da chapa União e Trabalho, composta por: Presidente — Domingos Maciel Ribas Vice-presidente — Antônio Toledo Silveira 1º Secretário — Ephigênio José Carneiro 2º Secretário — Wille Bathke 1º Tesoureiro — Wilfredo Quandt 2º Tesoureiro — Augusto de Oliveira Carneiro Orador — Fernando Mendes Biazoli Consultor Jurídico — Renato Fernandes Silva Conselho Deliberativo: Antônio Constâncio de Souza Germano Traple

Ivo Mário Trombini Joaquim Teodoro de Oliveira Joel Albuquerque José Luiz Tabith Sem apresentar suas razões, em 27 de dezembro de 1965, Domingos Maciel Ribas deixa a presidência. No mesmo ato, Wille Bathke também apresentou sua renúncia ao cargo de segundo secretário. Aceita a renúncia, o vice-presidente Antônio Toledo Silveira foi empossado na presidência. Na mesma reunião foi informado que a dívida do clube seria um título de Cr$2 milhões que estava no Banco Mercantil e Industrial do Paraná S/A. Para ajudar nas cobranças das mensalidades foi contratado Lindório Soares da Silva e decidido que o baile de Ano Novo seria abrilhantado pelo Conjunto do Zé do Trombone. Além disso, a partir do dia 1º de janeiro de 1966, o maestro Biaggio assumiria a direção da Banda Municipal, “tendo decidido que a diretoria do Clube, deverá prestigiar o conjunto local para animá-los a organizarem-se, melhor, unindo-se com os demais músicos locais, apresentando um conjunto musical que preste”.

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Outra questão discutida em 15 de fevereiro de 1966 foi a concessão do bar e restaurante. Duas propostas foram apresentadas por Clementino Farago Filho e Benomi Gomes. A segunda não foi aceita pelo fato de o proponente não ter assinado a mesma. Até então, o bar era administrado por Honório Deitos e um impasse surgiu por o mesmo ter comprado os utensílios e o ganhador da proposta considerou elevado o valor para compra dos mesmos. O impasse teve longa discussão e foi resolvido que o presidente tinha poderes para resolver da melhor maneira possível a questão. Em março de 1966, em reunião da diretoria, decidiu-se colocar à disposição 50 ações a Cr$ 200 mil cruzeiros para comercialização. Também aumentar o valor da mensalidade e a questão da concorrência pública para o bar e restaurante.

grave, medidas urgentes têm que serem tomadas para evitar inclusive o desabamento do teto do salão de bailes, bem como a parte do bar e restaurante”. Devido à ocorrência de chuvas, “há muita penetração de água, daí o apodrecimento dos vigamentos e consequentemente a soltura do forro”. A situação financeira também era delicada. Toledo fez os pagamentos de várias dívidas relacionadas à construção e que a tesouraria não funcionava a contento. O Clube nessa ocasião contava com 132 associados acionistas, num total de 629 associados.

Em 23 de outubro de 1966, o presidente Antônio Toledo Silveira apresentou sua renúncia ao cargo de presidente. Nessa data, os associados decidiram antecipar as eleições para a escolha da nova diretoria do Clube. Na reunião, o presidente Toledo expôs aos presentes a situação do clube que era “bastante

Vice-presidente — Renato Fernandes Silva

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Com a participação de 52 associados, foi eleita em 6 de novembro de 1966, a nova diretoria, empossada em 6 de novembro de 1966. Presidente — Lázaro Antônio Ruiz Parellada

1º Secretário — Marcos Fanckin 2º Secretário — Alcides Bertaia 1º Tesoureiro — Luiz Antônio Tonet 2º Tesoureiro — Pedro Veiga Orador — Milton Luiz Pereira

Conselho Deliberativo: Dr. José Luiz Tabith Ferrucio Manesso José Vezzozo Soares Pedro Slompo Prof. Arthur Tramujas Filho Prof. Haiz Ravache Rosalino Mansuetto Salvadori Um dos desafios da nova diretoria era no tocante ao pagamento das mensalidades. Desde 1965, 159 sócios estavam devendo suas mensalidades. A questão financeira era uma das maiores dificuldades. Naquele período, desde 1965, 159 sócios estavam em débito com a tesouraria, o que era correspondente a 23,6%. O levantamento apontou ainda que os sócios devedores de mensalidades relativos a 1966 eram 338 (55,5%). Já os sócios em dia com suas obrigações sociais representavam o número de 132 (20,9%). Segundo o presidente, esse era “um dos aspectos mais negativos de nossa sociedade, pois pouco ou nada se pode fazer quando apenas 20% dos associados cumprem com suas obrigações”. Na reunião do dia 13 de novembro

de 1966, Álvaro Gomes foi indicado para o Departamento Social. O radialista Doraci Scorsato para o Departamento de Imprensa e Publicidade, e o Dr. Munir Karam para o Departamento Jurídico. A diretoria aprovou a realização de uma campanha de valorização do Clube e a finalização das obras da sede social. Também acolheram a ideia da implantação de um carnê para que os associados tivessem facilidade para o pagamento das mensalidades. O advogado Renato Fernandes Silva foi eleito para o Departamento de Patrimônio. Em Assembleia Geral realizada no dia 13 de abril de 1969 foi aprovada a proposta de prorrogar o mandato da diretoria até o dia 27 de abril de 1969. Com a presença de 55 associados em 27 de abril de 1969, foi eleita nova diretoria composta por: Presidente — Lázaro Antônio Ruiz Parellada Vice-presidente — Aramis Meyer Costa 1º Secretário — Geraldo Boz 2º Secretário — Paulo Geraldo Bastos

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1º Tesoureiro — Antônio Pádua de Oliveira Cunha 2º Tesoureiro — Aymar Soares Souza Lima Orador — Renato Fernandes Silva Conselho Deliberativo: Alberto Barros Arnaldo Braga da Silveira Euvaldo Cordeiro Correa Feiz Farhat, Heinz Ravache Francisco Irineu Brzezinski João Pessa Júnior Ao longo dos anos, o Clube 10 de Outubro nunca ficou sem apresentações nos seus eventos e festividades anuais. A diretoria e todas as pessoas em torno da administração buscava sempre trazer o melhor para os seus sócios. Além disso, diversas autoridades e personalidades importantes também passaram pelas dependências do Clube. No dia 27 março de 1966, Ney Braga, ministro da Agricultura, foi recebido em um almoço preparado pela Prefeitura nos salões do clube. Ney havia recebido na praça São José o Título de Cidadão Honorário de Campo Mourão. Foi recebido com honras militares no 56

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Aeroporto Municipal e nas dependências do Clube foi conduzido pela professora Áurea Margarida Carneiro e recebido pelas moças mais bonitas da cidade. O almoço também contou com a presença de diversas autoridades do estado e da região. Durante os festejos do 21º aniversário de Campo Mourão, em 10 de outubro de 1968, nos salões do clube foi realizado um baile para comemorar a data maior do município, evento que contou com a presença do governador do Estado, Paulo Pimentel e de outras diversas autoridades da região, entre elas, o prefeito de Campo Mourão, Augustinho Vecchi. O baile foi animado por Waldir Calmon e sua Orquestra. Calmon criou um estilo imitado por muitos pianistas que o sucederam. Foi o pioneiro a gravar sucessos dançantes em faixas únicas, ininterruptas, adequados a animar festas, eternizando nos acetatos o som que produzia nas boates de então. Além disso, popularizou o uso do solovox (pequeno teclado incorporado ao piano, precursor dos sintetizadores) no Brasil. A festividade dançante recebeu vários elogios, em especial, de Joel Albuquerque, colunis-

ta do jornal Tribuna do Interior. Ainda em 1968, o clube também recebeu o jantar de lançamento do Sistema de Eletrificação Rural de Campo Mourão, com a presença novamente do governador Paulo Pimentel. No dia 1º de maio de 1969, em meio às discussões sobre os compromissos financeiros do clube, foi decidido que no dia 12 de julho de 1969 seria contratado a famosa orquestra Cassino de Sevilha. Os músicos animaram o salão de danças, com seus variados ritmos dançantes, que lembravam as Big Bands das décadas de 1930 e 1940, boleros, tangos, nos anos 1960, bossa nova e outros ritmos alucinantes com arranjos próprios com talentosos vocais. Além da contratação da banda, nesse mesmo dia, foi aprovado a compra de 48 mudas de árvores ornamentais, que foram plantadas nas calçadas laterais externas do Clube. Nas discussões sobre a situação do Clube, no dia 25 de maio de 1969, foram analisadas as propostas das bandas The Lustang’s e The Fizz-Tones, a qual esta foi escolhida para se apresentar nas dependências do Clube. As

normas sobre as vendas das mesas desse evento demonstram a preocupação com a questão esportiva, pois todos os lucros das cadeiras cativas iriam para fins esportivos, além de que todos os sócios teriam acesso gratuito às competições mediadas pela instituição. Durante o ano de 1969 ainda ocorreram diversos acontecimentos, como um baile promovido pela Associação Médica do Paraná, seção de Campo Mourão. O salão ainda seria cedido para a formatura do Colégio Estadual de Campo Mourão daquele ano, para o Grupo de Bolão Sempre juntos e um baile carnavalesco (18/10), para o baile do Grêmio Estudantil do Colégio Estadual (25/10), para o chá beneficente, que ficaria isento das taxas de aluguel do salão (08/11), para o baile de formatura em conjunto das escolas: Escola Normal Colegial Prof. João Gomes d’Oliveira e Escola Técnica de Contabilidade (06/12), e também seria cedido ao Country Club para realização do Baile do Chopp.

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Ney Braga, então ministro da Agricultura, é conduzido pela professora Áurea Margarida Carneiro nas dependências da sede do Clube. Braga seria homenageado com uma recepção após ter recebido o Título de Cidadão Honorário de Campo Mourão. Março de 1966.

Jovens moças na recepção ao ministro Ney Braga.

Composição da mesa do baile do 21º aniversário de Campo Mourão, com a presença do governador Paulo Pimentel. Na foto, Pimentel conversando com o deputado estadual Armando Queiroz de Morais e ao seu lado o prefeito Augustinho Vecchi. 10/10/1968.


Eliana Pittmann, cantora, dançando com Dr. Morelli Rodrigues, de Curitiba.

Título Patrimonial de Avelino Piacentini, assinado pelo presidente Domingos Maciel Ribas, em 1966. Atriz Márcia Maria em companhia do cantor Agnaldo Rayol, no baile promovido pelo Clube.

Samira e Augustinho Vecchi, prefeito de Campo Mourão, no baile comemorativo dos 21 anos de emancipação do município.

Waldir Calmon e sua Orquestra. Calmon animaram o baile comemorativo do 21º aniversário de Campo Mourão, em 10/10/1968.


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ESTATUTOS: REGRAS PARA A BOA CONVIVÊNCIA Certamente, quando da fundação do Clube em 1951, foi aprovado um estatuto para reger a nova sociedade que surgia em Campo Mourão. Infelizmente, se houve ou não, esse registro se perdeu com o passar dos anos. Em 5 de outubro de 1961, reunidos em Assembleia Geral, os associados aprovaram o Estatuto. Pelo documento os fins principais da agremiação seria: “proporcionar aos associados diversões recreativas em geral e lhes animar o gosto pelos jogos atléticos, os quais possam interessar ao desenvolvimento físico”. Além da realização de conferências, o Clube deveria ter uma biblioteca para “elevação social, espiritual e cívica de seus associados” e “manter uma sede social para reunião e recreação de seus associados, incentivando iniciativas próprias dos seus 62

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fins”. O Clube seria gerido por uma diretoria composta por sete cargos e com mandato de dois anos. Segundo o estatuto também estabeleceu que a diretoria que seria eleita no dia 15 de outubro de 1961 teria o mandato iniciado em 23 de outubro do mesmo ano e concluído em 20 de abril de 1963. O advogado Milton Luiz Pereira elaborou o anteprojeto do estatuto. Na Assembleia Geral realizada no dia 13 de fevereiro de 1962, os associados aprovaram o Regimento Interno para as Assembleias Gerais, estudo elaborado por Milton Luiz Pereira, que também lavrou a ata da reunião. No dia 19 de fevereiro de 1962, os associados se reuniram em Assembleia Geral para aprovar alterações no estatuto. As alterações aprovadas

eram no tocante ao patrimônio, ações e categorias de associados. Foi então aprovado que os associados acionistas tinham o direito de votar e serem votados. Esse item, segundo a ata, “criou-se sério atrito entre os sócios Leocádio Aragão Sabino e Rosalino Salvadori, o que obrigou à enérgica atitude do presidente, pedindo que as discussões não provocassem atrapalho à reunião”. A alteração foi aprovada pela maioria absoluta dos presentes. Outra aprovação ocorrida dizia que os sócios, até então, não seriam obrigados a comprar ações do Clube. O novo texto foi lido — parágrafo por parágrafo — sendo aprovado pelos associados presentes. A receita era constituída por “arrecadação de venda das ações, mensalidades, donativos e mais rendas fixas ou eventuais”. E 5% dela seria destinada ao Fundo de Instruções, à manutenção da biblioteca, assinatura de revistas, jornais e para realização de festejos infantis. As categorias de sócios constituíam em: fundadores, beneméritos, honorários, acionistas, contribuintes, condicionais e remidos. Os fundadores eram os que participaram do histórico ato de

fundação em 20 de abril de 1951. Os beneméritos por “haverem se destacado por sua posição social, ilustração e tendo prestado significativos serviços ao clube ou a coletividade”. A aprovação da categoria de Sócio Benemérito ocorria somente em Assembleia Geral. Os acionistas no que lhe concerne são os que “possuíam ações patrimoniais, e como tais serão considerados desde a data de sua admissão na categoria, adquirindo os direitos estatutários, depois de integralizar o valor das ações”. Acionistas pagavam mensalidade mensal e os seus filhos menores eram dispensados da aquisição de ações patrimoniais, porém, quando atingiam a maioridade civil eram obrigados a comprar ação ou ações do Clube. Sócios contribuintes eram os maiores de 18 anos, que pagavam a joia e as mensalidades, depois de propostos e admitidos. Eram sócios remidos os fundadores que pagaram suas mensalidades no espaço “de quinze anos, e os acionistas e contribuintes que pagarem as suas mensalidades durante vinte e cinco anos”. Na reunião da diretoria ocorrida em 15 de janeiro de 1962, foi aprovado o

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Regimento Interno do Departamento de Cultura e Debates, que tinha como diretor o advogado Milton Luiz Pereira. Milton chegou em Campo Mourão no ano de 1959. Sua fama de orador ultrapassou os limites da cidade. Em 1963, foi eleito prefeito, numa eleição que disputou com o madeireiro Ivo Mário Trombini, que trouxe para sua campanha a presença do senador e ex-presidente da República, Juscelino Kubitschek de Oliveira. Fez o dobro da votação do seu concorrente. A apuração ocorreu nas instalações do Clube. Observando que o resultado apontava a sua vitória, pediu para um grupo de estudantes presentes para acompanhar o concorrente até a sua residência na Rua São Paulo. Ao despedir dos estudantes, Ivo Mário agradeceu a fidalguia do vencedor. Após empossado, estendeu a mão novamente a Ivo, convidando-o para presidir a Associação Comercial, que até então estava desativada. Fez uma gestão pautada pela inovação administrativa. Seus feitos se destacaram no Paraná e em 1966, por seu exemplo administrativo, Campo 64

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Mourão foi escolhida para ser o “Município Modelo do Paraná”. Deixou a prefeitura em 29 de abril de 1967, para assumir o cargo de juiz federal, que era um dos seus sonhos. A população comovida deu de presente ao ex-prefeito um automóvel Volkswagen Fusca, que foi seu único carro até a sua morte, em Curitiba, no ano de 2012. Fez uma trajetória no Poder Judiciário, alcançando em 1992, o cargo de Ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ). Em 2017, 50 anos após ter ganho o veículo, o presente voltou a ser notícia. Desta vez no Jornal Nacional, da Rede Globo de Televisão, um dos principais do Brasil, como exemplo de ética, zelo e conduta na função pública.

Milton Luiz Pereira, com seu fusca, presente do povo de Campo Mourão. 2007. Ata lavrada por Milton Luiz Pereira, que aprovou os estatutos do Clube em 1962.


Planta da sede em alvenaria. Observa-se que no projeto as colunas que imitam o Palácio da Alvorada, em Brasília, estavam ausentes do projeto original. O projeto foi aprovado em 1964, pelo prefeito Milton Luiz Pereira.


Planta da cobertura da sede própria.


A nova sede em alvenaria, sonho concretizado. Na entrada da edificação, colunas imitando o Palácio da Alvorada, símbolo do novo Brasil que nascia nos anos 60. 1965.


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UMA NOVA SEDE A primeira sede já não mais comportava as necessidades da sociedade. Era necessário outra, com mais conforto e espaço para as atividades do Clube. A cidade começava a ter uma transformação urbana, onde as edificações erguidas de madeira davam espaço para as de alvenaria. No dia 13 de novembro de 1961, em reunião do Conselho Administrativo, foi apresentado o projeto. O engenheiro Diógenes Alves Cabral apresentou o anteprojeto da planta da sede social. Na reunião, detalhou cada item do projeto, que analisado pelos membros da diretoria e decidiram ampliar as dimensões laterais da planta “para comportar maior número de mesas”, além da diminuição de colunas. Uma Assembleia Geral, então, foi convocada em 4 de dezembro de 1961 72

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para apreciação do projeto assinado pelos engenheiros Diógenes Alves Cabral e Giuseppe Monteleone. Convidado para a reunião, Monteleone apresentou aos associados os detalhes do projeto, que foi aprovado pelos presentes, rubricando-o. Consultados acerca do valor do projeto acompanhado dos cálculos para a construção e fiscalização da obra, os presentes aprovaram a título de colaboração o valor de um telefone colocado no escritório do engenheiro e ligado à rede da cidade Outra alteração ocorrida foi a inserção de colunas na fachada. Essas imitavam as colunas do Palácio da Alvorada em Brasília (DF), inaugurado em 1958, sendo a primeira edificação da nova capital do Brasil. O prédio, concebido por Oscar Niemeyer, viria a se transformar em uma das obras mais

cultuadas da arquitetura internacional e era, nas palavras do arquiteto, “não uma grande residência, mas um palácio, com o espírito de monumentalidade e nobreza que deve marcá-lo”. As colunas, tanto do Alvorada, como do Palácio do Planalto, foram imitadas em marcos públicos por quase todo o Brasil, em praças, residências e edificações particulares. A construção da nova sede foi destaque no filme Como Surge uma Cidade, exibido no Cine Plaza nos anos de 1960, durante os festejos do aniversário do município. Em 1962, a Prefeitura de Campo Mourão viabilizou recursos para a construção da sede do Clube em alvenaria. No dia 5 de julho de 1963, a diretoria reunida aprovou a realização de empréstimos bancários para que a obra pudesse ter continuidade. Em outra reunião, realizada em 11 de julho de 1963, foi aprovado o empréstimo financeiro no Banco Mercantil e Industrial do Paraná na agência local no montante de Cr$1 500 000,00 (um milhão e quinhentos mil cruzeiros). Em 12 de agosto, novamente reunida a diretoria, o presidente sugeriu a re-

alização de um novo empréstimo com a finalidade de dar seguimento à construção da sede. Por sugestão de Manoel Costa Júnior, fosse feita “por todos os sócios compulsoriamente da ação de Cr$10 000,00 (dez mil cruzeiros) por cada associado, com a possibilidade de pagamento em duas parcelas. ” Até dezembro de 1963, as despesas para a construção da nova sede já alcançavam o valor de Cr$7 786 000,00(sete milhões e setecentos e oitenta e seis mil cruzeiros). Numa reunião extraordinária realizada em 1º de dezembro de 1963, foi aprovada a facilitação do pagamento das despesas. Com as obras em andamento, em 12 de março de 1964, o prefeito Milton Luiz Pereira aprovou o projeto de construção elaborado pelos engenheiros Diógenes Alves Cabral e Giuseppe Monteleone. No dia 2 de junho de 1964, uma reunião dos associados criou a Ala Jovem, composta por sócios solteiros com a finalidade de “colocar títulos de empréstimos resgatáveis entre os sócios”. Aprovou-se então que seriam disponibilizadas duzentas ações de Cr$60 mil

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cruzeiros cada uma com a “finalidade precípua de arrecadar fundos para a conclusão da sede nova da entidade”. Para presidir a Comissão Ala Jovem foi eleito Augusto de Oliveira Carneiro e para presidir a Comissão de Vendas das Ações, o sócio Álvaro Gomes, para tesoureiro das duas comissões, Manoel Costa Júnior. Com as obras ainda em finalização, a diretoria, reunida em 5 de outubro de 1965, decidiu adquirir os móveis para o salão de danças, bar e restaurante, secretarias, biblioteca e outros. Inicialmente, o valor orçado em Curitiba ficou na casa dos “quase dez milhões de cruzeiros, compromisso esse pesado para os cofres sociais”. O presidente então propôs que fossem compradas 400 cadeiras — do mesmo modelo que o Clube já tinha — e oitenta mesas de madeira de pinho para o salão de danças e vinte mesas maiores para o bar e restaurante. Na reunião de 22 de maio de 1965, a diretoria discutiu a necessidade do prosseguimento das obras, que até então estavam paralisadas. Era necessário verificar e arrumar os vazamentos do telhado, complementar os sanitá74

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rios, colocar as portas e os tacos no salão e realizar melhorias na entrada do Clube. Também foi vendido o barracão que serviu como sede do Clube. O comprador foi João Pessa Júnior, que também venceu a concorrência para administração do bar. Evidente que a construção da nova sede do Clube não passou despercebida pela imprensa local. O jornal Piquirivaí, de 17 de março de 1963, publicou a seguinte matéria: Tradição Guarapuava confirma raízes de posse na vida social do Paraná De como Domingos Maciel Ribas, com o melhor dos esforços e concentrada dedicação, constrói, no Clube Social Recreativo 10 de Outubro, o verdadeiro ambiente social do povo mourãoense. Sem dúvida, para quem analisa os foros de cidade que já agora se afirma em Campo Mourão, um fato que mais estranheza vinha causando era a inconcebível ausência de uma sede social condigna, em que o município possa reunir-se e entrelaçar o convívio social. Egressa de todos os pontos do território brasileiro e mesmo do exterior; nós mourãoenses devemos trazer a tradição de seus

clubes sociais e recreativos, nas cidades de suas origens, onde, normalmente, o Clube local é sempre o lugar de aproximação dos homens bons, a presença dos elementos representativos a vibração da vida social e a sala de visitas, onde se recebem, com nobreza singela ou luxuosa os distintos visitantes. Entre nós, infelizmente, não pudemos fazer festa nenhuma a menina moça que é Campo Mourão, desde o dia 27 de dezembro de 1962, porque não tínhamos uma casa decente onde festeja-lá. São decorridos 15 anos do nascimento da cidade de Campo Mourão, e, no lufa-lufa da vida em tumulto em que todos nos envolvemos esquecemo-nos de transformar o provisoríssimo do acampamento que ainda é esta cidade em formação, lhe dando uma condição menos inferiorizada de vida social, pela edificação de seu primeiro e único clube. Em que pesem todas essas condições negativas, hoje podemos refrigerar o sentimento de assistirmos à construção em ritmo célere, da nova sede do Clube Social e Recreativo “10 de Outubro”. Ali está presente, como melhor garantia de sua realização, o caráter e a

compostura de Domingos Maciel Ribas, seu enérgico presidente reeleito, que desdenhoso das críticas destruidoras e do indiferentístico daqueles que se sentem apenas acampados nesta cidade, alimentou o seu ânimo com o vigor das tradições guarapuavanas, onde o respeitoso e bom convívio social faz glória no Paraná. Em breve estaremos adentrando pelos salões de verdadeiro clube, que se levanta firme com a unidade daqueles elementos convergentes que nos eram e se formaram no seio tradicional de uma boa sociedade, sejam eles gaúchos, catarinenses, paulistas ou de que outros pontos deste gigante Brasil que vai se despertando. De muita energia e colaboração precisará o nobre presidente até a conclusão do principal na grandiosa obra, mas não está longe a hora que abrirá os salões do 10 de Outubro para o início da verdadeira era sociocultural desta cidade. Então, entre os festejos e alegria, a acústica daqueles salões fará a harmonia uníssona do povo de bem mourãoense e sem maiores pretensões do que a abertura de nossa primeira sala de visitas, receberá nossos ilustres visitantes

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para o convívio social, a recreação, a cultura. Já não mais nos reuniremos pelas churrascarias entre pingas e trucadas, mas à rigor e sem pejo diante das orquestras caras ou perante os artistas vexados que se assombram de ver, numa terra de fama, um ambiente assim grotescamente rústico. E outra vez, com os aplausos que foi o quinto e agora o sétimo presidente do 10 de Outubro, poderá intimamente sentir a tradição guarapuavana confirma raízes de posse na vida social do Paraná. Avante, senhor Presidente. “Não esmorecer para não desmerecer”.

UNS INÍCIOS SOBRE O CLUBE 10 DE OUTUBRO “Lembro do primeiro baile em que fui com minha esposa ao Clube 10 de Outubro: era um grande barracão retangular de madeira localizado numa lateral da grande quadra em que se situava, paralelo e próximo da rua São José. Mais tarde, quando esta velha sede fora recém-demolida, se deu a crise que levou à renúncia do seu permanente Presidente, cuja obstinada dedicação o qualifica como seu real e verdadeiro ‘estimulador’. Após a renúncia, a remanescente Diretoria, através seu vice-presidente — o professor Ephigênio — decidiu convocar eleições para a renovação. Sabedor disto, e com o decidido apoio do prefeito Milton Luiz Pereira, decidi-me a ser o candidato à presidência, para o que convidei o advogado Renato Fernandes Silva (o mesmo que anos mais tarde seria prefeito da cidade) para meu vice. Creio

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que o Conselho Deliberativo permaneceu o mesmo (ou quase). ‘Chapa única’ obtivemos uma votação unânime, apesar de certamente limitada. A nova sede do Clube já estava erguida, mas não totalmente acabada; das obras do prédio faltava realizar de todas as pinturas superficiais e o concluir dos pisos do Salão de Baile. De mobiliário se tinham as mesas e cadeiras dos amplos salões de Baile e de Restaurante, e neste o grande balcão frigorífico; na cozinha se apreciavam condições de relativo uso. Lembro restar algum dinheiro em caixa, mas o mais significativo era o apreciável valor das ‘não pagas mensalidades’, inclusive várias por anos. Assim na nossa primeira reunião de Diretoria as decisões que tomamos foram — tendo em vista à manutenção dos sócios e ao incremento da

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frequência — não aumentarmos as que se haviam tornado baixas mensalidades, iniciar um esforço de arrecadação das tantas atrasadas, e deixar os ambientes em condições de melhor uso. Como se percebia que a estrutura de cobertura do Salão de Baile era insatisfatória, pois cedera um tanto (eu mesmo a havia inspecionado horas antes e verificado firme, pois aparentemente se estabilizara), mas que não necessitava de uma solução imediata. Quanto à problemática da renovação do ar interno nas grandes reuniões, continuaríamos, de momento, a manter a solução tradicional de abrirem-se as janelas laterais. Eu também considerei exíguas as instalações sanitárias femininas. Assim considerando, nós concluímos que iniciaríamos de imediato os serviços de acabamento. A Diretoria em peso me deu carta branca e apoiou nestes passos iniciais. Rapidamente começamos uma adaptação do salão de Baile com coisas que não haviam sido previstas, então construímos um palco elevado com um espaço restrito (a título de camarim), dispusemos uma tubulação subterrânea para entrada dos ares externos (mais frescos), e a pintura das paredes e te78

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tos. Na cobrança dos sócios em débito tivemos grande receptividade. Com o ingresso destes recursos ampliamos a área reservada para as damas, criando um espaço sensivelmente maior pela inclusão da sala ao lado como antessala (abrimos uma porta, fechando outra), na qual dispomos um grande espelho e amplos bancos acolchoados. Recordo que logo no nosso primeiro baile se conseguiu grande afluência. Com a nova movimentação, nosso entusiasmo cresceu e pudemos comprar duas mesas de bilhar de segunda mão e os móveis que nos faltavam. Igualmente conseguimos instalar um concessionário do Bar e Restaurante, o que incrementou a frequência, principalmente nos fins de semana e nos permitiu cobrir as despesas de limpeza na sede. Em seguida reconstruímos totalmente e a pintamos em painéis azuis e brancos a cerca de ripas que delimitava todo o inteiro quarteirão que então sediava o Clube; arredores que também arborizamos com mudas nativas compradas em Maringá, da CIANORTE (a Companhia Melhoramentos do Norte do Paraná), plantando em cada uma das quatro laterais espécie diferente que me parece

eram flamboaiãs, sibipirunas, tipuanas e espatódeas, aqueles (flamboaiãs) ao longo da avenida Índio Bandeira, estes (espatódeas) na avenida Irmãos Pereira. Ainda nesse ano, logo que possível, construímos uma casa em madeira para o casal zelador, a qual também tinha acesso pela rua São José. Também mantínhamos um cobrador que ia receber nas residências e, continuamente, uma pessoa na Secretaria (era ela que fazia as reservas e vendia mesas, também podia receber mensalidades, etc.). Mais tarde, no ano seguinte, com as mensalidades majoradas e sempre com as contas em dia, implantamos uma cancha polivalente que dotamos de telado galvanizado, iluminação noturna (compramos e instalamos postes, refletores e transformador), erguemos uma bancada com três degraus e contratamos a CODUSA (a Companhia de Desenvolvimento, Urbanização e Saneamento de Campo Mourão) para pavimentá-la (creio que esta foi a primeira cancha de esportes asfaltada em toda a região), e passamos a realizar ali o campeonato de futsal da cidade. Posteriormente, já no final do mandato, começamos a erguer um prédio

em alvenaria (era de tijolos à vista) para instalar duas canchas de bolão, mas não conseguimos concluí-las, pois tive de me demitir por motivo de mudança para o Rio Grande do Sul. Recordo dos grandes bailes que organizamos (cerca de um por mês e meio), pois trouxemos a Campo Mourão muitas das celebridades daqueles momentos, como os cantores Wanderley Cardoso e Jerry Adriani; e as orquestras ‘Os Velhinhos Transviados’ e uma versão brasileira da Casino de Sevilla. Apenas no Carnaval o conjunto musical era mourãoense. Era eu quem verificava as atrações, via os preços e assinava os contratos. Os pagamentos os fazíamos logo após o término dos bailes, ajudado pelo meu vice, o Renato Fernandes Silva. Outro que colaborava bastante era o Nelson Teodoro de Oliveira, nosso Diretor Social in pectore e para nossa satisfação em todos eles fomos bem sucedidos, pois nenhum deles deu prejuízo, mas lucro apreciável somente os de Carnaval.” Lázaro Antônio Ruiz Parellada Presidente 1966–1969 e 1969–1970

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OS ANOS DOURADOS — A DÉCADA DE 1970 Em março de 1970, o presidente Parellada pediu licença e no mês seguinte, em abril, renunciou ao cargo de presidente, devido à mudança de domicílio para o Rio Grande do Sul. Aramis Meyer Costa assumiu a presidência.

Lázaro Antônio Ruiz Parellada e esposa e o casal Maria Terezinha e Renato Fernandes Silva, presidente e vice-presidente do Clube.

A gestão de Aramis Meyer Costa começou viabilizando a reforma do teto do Salão de Danças que ameaçava desabar. Nas reformas foi viabilizada melhorias no sistema de ventilação com a abertura de novos vitrôs e a acústica, com a instalação de alto-falantes laterais. Em abril de 1970 ocorreu a inauguração das pistas de bolão e do restaurante. Em novembro também aconteceu a 1ª Festa do Chopp. Agnaldo Timóteo, grande revelação da música brasileira, animou o baile do Dia das Mães em 1970. O espetáculo foi acompanhado pelo Conjunto Apollo.

Anita Albuquerque, a “mãe mais idosa” presente no show foi homenageada pelo cantor. Segundo a coluna social do jornal Tribuna do Interior “foi a melhor promoção da atual temporada” do Clube. Outra apresentação que se destacou foi com o cantor Agnaldo Rayol, com a participação do conjunto Embalo-R. No ano de 1972 destacou a realização de um jogo de futebol de salão com as equipes do Fluminense e 4ª A. No dia 1º de abril no Baile de Aleluia, presença do cantor Moacyr Franco com animação do Beppi e seus solistas. O traje para o baile era obrigatoriamente o uso de gravatas por parte dos homens. A festa de aniversário do Clube, em outubro de 1971, contou com suas dependências lotadas onde os participantes viram a beleza da mulher brasileira desfilar com Eliane Parreira Guimarães, Miss Brasil e Marize Meyer Costa,

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Miss Paraná. As misses foram recebidas nas proximidades da Churrascaria Tupã por batedores da Polícia Rodoviária até o Santa Maria Hotel onde ficaram hospedadas. Em companhia de Eliane e Marize veio Nicolau Netto, do jornal O Estado de Minas Gerais, acompanhado de sua esposa Maria Cecília Netto, ex-glamourgirl de Minas Gerais. Nicolau Neto, havia sido o coordenador do concurso de Miss Minas Gerais/1971 e apresentou as misses no Clube. As misses foram presenteadas com esculturas em madeira de Conrado Moser. As obras de Moser foram elogiadas pelo jornalista mineiro, que fez questão de que o artista fosse fotografado ladeando as misses. Nicolau foi agraciado com uma escultura que representava um homem carregando telhas, fato típico na região, pois Campo Mourão quase foi dizimada com a chuva de granizo que ocorreu em setembro daquele ano. Em 1970, aconteceu uma apresentação da 3 do Rio e as misses do Paraná e Minas Gerais. A apresentação ganhou as colunas sociais dos jornais Tribuna do Interior e Folha de Campo Mourão. O conjunto Os Sombras foi a grande 82

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atração do baile de Réveillon de 1974. O ano de 1975, novamente o Clube pede por meio da imprensa que os associados em atraso com a tesouraria para que regularizassem seus débitos. A festa junina de 1975 foi animada por Altamiro Carilho e sua bandinha. A festa aconteceu no dia 26 de junho de 1975, com traje a caráter.

Miguel Giani

Em 1975, a diretoria era composta por:

Nelson Amaral

Presidente — Aramis Meyer Costa 1º Vice-presidente — João Pessa Júnior 2º Vice-presidente — Domingos Maciel Ribas 1º Secretário — Daniel Kravchychyn 2º Secretário — João Pacheco Gomes 1º Tesoureiro — Fernando Garnica 2º Tesoureiro — Arthur Andrade Neto Orador — Renato Fernandes Silva Conselho Deliberativo: Antônio Toledo da Silveira Arthur Kuniyoshi Euvaldo Cordeiro Correa Francisco Irineu Brzezinski Joaquim de Oliveira,

Paulo Bastos Sady Parigot de Souza Conselho Fiscal: Arthur Tramujas Filho Aymar Soares de Souza Lima Delordes Daleffe Lázaro Marques de Lima O ano de 1975, segundo relato da Tribuna do Interior, havia sido um ano bom para os clubes da cidade. O 10 inaugurava seu Parque Aquático e o Country Club, por sua vez, fez melhorias na sua sede campestre. Em 1976, os 25 anos de fundação do Clube foram comemorados com um show de Gregório Barrios, em 20 de abril. Também no mesmo ano o baile dos namorados contou com a animação de O Santo Som de Cada Dia. A diretoria do Clube participou das festividades da Semana da Pátria, realizada na frente do Paço Municipal. Os anos de Aramis Meyer Costa foram marcados no tempo pela realização de grandes eventos. Estiveram no 10 a atriz Márcia Maria, durante o bai-

le de aniversário do clube, os cantores Roberto Carlos e Agnaldo Rayol e a cantora Eliana Pittmann. Os bailes de debutantes também foram abrilhantados com a presença de atores globais. A sucessão de João Pessa Júnior foi tumultuada. Segundo o jornal O Estado do Paraná, de 1977, “por ocasião da inscrição de chapas que concorreriam em tempo hábil, mesmo assim com diversas irregularidades”. Diversas assembleias foram convocadas e definiu que seria aceita a inscrição da Chapa União, considerada mais conservadora. Havia sido inscrita uma chapa de “fortes tendências pela ala jovem”. Diógenes Teodoro de Oliveira foi eleito presidente em 1977. Com o novo presidente foram eleitos: Walter Maluf, vice-presidente; Luiz Gonçalves, primeiro secretário; Roberto Galeano, segundo secretário e Wilson Yurk, tesoureiro. A nova diretoria, no dia seguinte à sua eleição, realizou uma reunião para tomar ciência da situação financeira do Clube, que tinha até então uma dívida considerável e com grande inadimplência por parte dos associados que até então não estavam em dia com suas mensalidades. A pre-

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ocupação da diretoria eleita era com os credores, pois se não houvesse receitas, dificilmente teriam condições para quitar as obrigações. Os dois principais clubes sociais — 10 de Outubro e Mourãoense – promoveram em 1977 o baile de fim de férias. Foi animado, respectivamente, pelos conjuntos Os Megatons e Os Modernistas e contou com a participação maciça da elite associada às agremiações. No mês de março de 1978, aconteceu a inauguração da cancha de futebol. Aproximadamente 100 pessoas entre associados, convidados e autoridades se fizeram presentes ao evento que foi animado pela Banda Municipal. Nesse ano, Os Modernistas animaram o tradicional baile do Clube. Em setembro, a situação financeira do Clube levou a diretoria a publicar em quase uma página da Tribuna do Interior uma lista com os nomes dos sócios devedores. No dia 8 de outubro de 1978, foi promovido o Baile de Aniversário do Município, com a presença do governador do Estado, Jaime Canet Júnior, do presidente estadual da Aliança Renovadora Nacional (Arena), Afonso Alves de 84

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Camargo Neto, do chefe da Casa Civil, Armando Queiroz de Morais, do deputado estadual Augusto de Oliveira Carneiro, do prefeito Augustinho Vecchi e de prefeitos da região e outras autoridades local. O baile foi animado pela famosa orquestra Beppi e seus solistas. Em abril de 1979, cerca de 100 associados votaram na eleição para a escolha da nova diretoria do Clube. Somente uma chapa concorreu e foi aclamada. Foram eleitos: Presidente — Paulo Roberto Merlin Ribas 1º Vice-presidente — Velci Luiz Trombini 2º Vice-presidente — Iran Roberto Brzezinski 1º Secretário — Antônio Pedroso Fabri 2º Secretário — Luiz Cordeiro

Diógenes Teodoro de Oliveira Ephigênio José Carneiro Jaime Sidnei Joaquim Teodoro de Oliveira Jofre Brunet Orlando Bedin Walter Maluf O Baile da Saudade realizado em 1979, teve como principal atração a animação de Francisco Egídio e do conjunto Os Vultos. No dia 18 de julho foi promovida a Noche Mexicana, animada pelo Pancho Delgado e sua Orquestra. Os verões transcorriam animados na sede do Clube. O trampolim foi a grande sensação. A juventude se encontrava ao redor da piscina. O Clube estava consolidado como ponto de encontro da sociedade de Campo Mourão.

1º Tesoureiro — Zaluir Pedro Assad 2º Tesoureiro — Osmar Carlos Anghebene Orador — Antônio Sérgio Gabriel Conselho Deliberativo: Aldo José Kaul Aniceto Jorge dos Santos

Matéria da Tribuna do Interior destacando as reformas que se iniciavam no começo da gestão de Aramis Meyer Costa.

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Tradições juninas, festejadas pelo Clube na década de 1970, sendo destaque no jornal Tribuna do Interior. Márcia Maria, artista famosa esteve no Clube com Agnaldo Rayol.

Eliane Guimarães, Miss Brasil 1971, momento antes de participar do baile de aniversário do Clube.

Cantora Eliana Pittmann com Regina Meyer Costa, durante apresentação no Clube.

Baile de aniversário do Clube 10, com as presenças da Miss Brasil, Eliane Guimarães e Marise Meyer Costa, segunda colocada como Miss Paraná. 10/10/1971.

Congresso de Presidentes de Clubes, realizado em Curitiba (PR). Aramis Meyer Costa, presidente do Clube 10, participou do evento.


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OS ANOS 80 — O FORTALECIMENTO A década de 1980 foi marcada com o fim do Regime Militar, depois de 21 anos. O povo foi às ruas para pedir “Diretas Já”. O país passou por duas frustrações: a reprovação da Emenda Dante de Oliveira que resgatava o direito do povo de escolher o presidente da República, e a enfermidade e a morte de Tancredo Neves, o último presidente eleito pelo Colégio Eleitoral. O Clube avançou. Sua história continuou. Passariam pela presidência do Clube: Paulo Roberto Merlin Ribas, que iniciou sua gestão em 1979 e encerrou em 1981. Velci Luiz Trombini (1981–1983), Iran Roberto Brzezinski (1983–1985), Fausto Alcantara de Lima (1985–1987), Celso Romualdo Ferrari (1987–1989) e Tauillo Tezelli, eleito em 1989 e que terminaria sua gestão em 1991. A primeira conquista do novo decê88

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nio veio no dia 21 de abril de 1981, com a inauguração da sauna, evento que contou com a presença de associados e da imprensa local. Como palco de eventos da cidade, em 1982, como nos anos passados, diversas promoções aconteceram nas dependências do Clube, dentre eles, o baile de formandos do Colégio Professor João d’Oliveira Gomes e a 23ª Convenção do Distrito L21 e para o 10º Aniversário do Conselho Nacional de Governadores 1972–1973 do Lions Internacional. A UMES (União Mourãoense dos Estudantes Secundaristas) realizou no dia 12 de junho de 1982, o baile da Rainha dos Estudantes. Até meados de maio de 1982, o patrimônio do Clube era avaliado (de acordo com a Construtora Piacentini e Castor) em: terreno em 90 milhões de

cruzeiros; piscina em Cr$ 50 milhões; a sede em Cr$ 36 milhões, a sauna em Cr$ 5 milhões; cancha de tênis em Cr$ 5 milhões, a casa com salão de jogos em Cr$ 2 milhões e outros, incluindo imóveis, telefone, instalações, utensílios e outros por Cr$ 12 milhões. O Clube 10 no começo dos anos 80 era um dos principais locais de entretenimento da cidade. Os bailes de debutantes eram promovidos a cada edição com requinte e glamour, sempre com a presença de um ator global. Os de carnavais reuniam pessoas de toda a região. Não eram baratos os convites, e era uma grande receita para o Clube. Outros dois bailes marcantes e tradicionais eram realizados no Sábado de Aleluia — véspera da Páscoa — e o de Réveillon. A partir de 1983, com a eleição do advogado Iran Roberto Brzezinski, houve uma mudança na cultura até então em vigor no Clube. Na época, o Clube contava praticamente com mil associados com frequência regular. A eleição de 1983 foi uma das mais acirradas da história da entidade. Disputaram duas chapas lideradas por Iran Roberto Brzezinski e Luiz Carlos Klank.

A chapa 10 de Outubro era composta por: Iran Roberto Brzezinski (presidente), Fausto Alcantara de Lima (primeiro vice-presidente), Moacir Ciulla Porciúncula (segundo vice-presidente), Luciano Andrade Aires (primeiro tesoureiro), Lourival Malho (segundo tesoureiro), Djalma Wilson Franco (primeiro secretário), Marcos Antônio Corpa (segundo secretário) e Zaluir Pedro Assad (orador). A chapa Amor ao 10 era composto por: Luiz Carlos Klank (presidente), Aramis Meyer Costa (primeiro vice-presidente), Lírio Maggioni (segundo vice-presidente), Horley Tadeu Casali (primeiro tesoureiro), Antônio César Caldas (segundo tesoureiro), Osvaldo Broza (primeiro secretário), Raul Cézar Gaertner (segundo secretário), José Elmo A. Linhares (Orador) e Aramis Meyer Costa e Regina Meyer Costa (diretores sociais). Relata o jornal Gazeta do Centro Oeste: A chapa “Amor ao 10” distribuiu um folheto com suas metas de trabalho até 85 e um histórico da gestão de Aramis Meyer Costa, que trouxe nada menos

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de “30 fabulosas atrações, numa média de 6 por ano”. Por outro lado, os adeptos da chapa 10 de outubro, dizem que essa meta um dia fosse realizada, aconteceria o que já aconteceu no passado, uma revisão violenta das mensalidades que poderiam chegar a casa dos Cr$ 15 000,00 (quinze mil cruzeiros). Foi uma grande campanha na cidade, primeiro para encontrar os mil associados e convencê-los a votar. Quando da apuração, a votação foi tão acirrada que a apuração de votos foi presidida pelos juízes Rui Francisco Thomaz e Dimas Ortêncio de Melo, para que a lisura do processo fosse garantida. 499 associados participaram da eleição. Destes, dois votaram em branco, dois tiveram seus votos anulados pelo presidente da mesa de escrutinação, juiz diretor do Fórum, Rui Francisco Thomas, restando então 495 votos válidos, que ficaram assim distribuídos: Chapa Amor ao 10, 246 votos. Chapa 10 de Outubro, 249 votos. Segundo o jornal Gazeta do Centro Oeste, em nota assinada pelo radialista Ely Rodrigues menciona: A chapa Amor ao 10 poderia ter ven90

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cido as eleições para a presidência do clube, caso não faltasse 7 integrantes da chapa no dia das eleições. Pelo menos é o que consta, pois os sócios que estavam integrados na chapa Amor ao 10 não compareceram para votar, fazendo com que a outra chapa vencesse as eleições. Agora resta as lamentações por parte da Amor ao 10 pela ausência dos 7 na eleição. Consta também que três integrantes da “10 de Outubro” não foram sufragar seus candidatos, mas mesmo assim, a “Amor ao 10” teria vencido por um voto de diferença. Vitoriosos na eleição, a nova diretoria demonstrou um grande empenho no trato com o Clube. Era comum os novos diretores passarem a tarde no Clube se envolvendo com seus assuntos. No início, tiveram uma preocupação administrativa muito forte, com a decisões consideradas antipáticas. Uma das primeiras deliberações foi no sentido de promover a recuperação das máquinas da piscina, que estavam deterioradas. Também logo no começo da nova administração, uma forte chuva de granizo na cidade deixou a sede do Clube destelhada e mesmo não tendo recursos, houve um empenho no

sentido de cobrir com telhas as instalações do Clube. O Clube foi intimado pela Prefeitura para pagar o calçamento externo, que até então não havia sido pago. A dívida foi quitada. Outra importante ação da nova diretoria foi promover uma reforma administrativa, com o enxugamento do número de pessoas que trabalhavam no clube. Havia a cultura, criada ao longo da história do Clube, que quando da fundação da entidade “Meu pai deu umas madeiras para a construção do clube”. Se achava no direito de entrar nas dependências, sem pagar as mensalidades. Depois desses episódios, “das madeiras”, a diretoria tomou a decisão de criar uma portaria “decente”, permitindo o ingresso somente do associado em dia com suas obrigações. Teve até o episódio de um certo cidadão que ia pegar o trator e arrombar a portaria caso não entrasse. Evidente que o fato nunca aconteceu. Ficou somente na ameaça infundada. Outra iniciativa da diretoria foi verificar a ficha de cada um dos associados para verificar se a expedição da sua

carteira foi feita legalmente. Havia, até então, muitos parentes frequentando o clube de maneira ilegal. Todas essas carteirinhas foram anuladas. E a partir de então, todas as carteiras de associados foram refeitas para resolver a questão administrativa. Com essas ações de transparência e zelo, acabou ganhando o respeito da comunidade, pois muitos queriam essa reforma ao quererem que todos pagassem. Isso acabou criando um ambiente positivo, tendo ações e obras como resultado. A juventude mourãoense, aos finais de semana, deixava a cidade e se deslocava até Maringá, em busca de uma casa noturna que atendesse o seu gosto. Essas idas e voltas dos jovens, em alguns, terminavam em acidentes. Foi então, com a colaboração do engenheiro Fausto Alcantara de Lima e com projeto da arquiteta Sônia Pessa, a Boatinha, como era conhecida, foi totalmente reformulada. A sua reinauguração foi “uma maravilha”, segundo relata o presidente Iran Roberto Brzezinski. Como essa nova opção na cidade, a Boatinha segurou os jovens e com isso parou os acidentes “das idas e vol-

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tas” até a Cidade Canção. A Boatinha então passou a ser arrojada e elegante, servindo a juventude local por anos. Em 6 de abril de 1985 foi inaugurada então a nova Boate do Clube 10, prestigiada em massa pela sociedade mourãoense. Nessa mesma ocasião eram entregues o jardim interno e um bar executivo. As inaugurações das melhorias foram destaques nas páginas da Gazeta do Centro Oeste que elogiou as conquistas. Para solucionar os problemas financeiros, uma das ideias colocadas em prática veio do presidente da Coamo, engenheiro José Aroldo Gallassini, com a comercialização de títulos patrimoniais para filhos dos associados. O exemplo veio do presidente Brzezinski que comprou um título para seus filhos, na época, menores. A ideia ganhou apoio, pois havia o compromisso de que os menores somente pagariam suas mensalidades quando então chegassem à idade de 18 anos. Até então, os diretores não pagavam suas mensalidades e ainda contavam com certas mordomias nas festas. A regalia foi extinta e contou com apoio 92

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dos associados. Certa ocasião, o presidente Iran Roberto foi indagado por um diretor que disse: “veja bem, estamos trabalhando aqui, como vamos pagar a mensalidade? A resposta foi enfática: seu trabalho vale tão pouco? Ou seja, o desprendimento da diretoria não tinha preço. Todos deveriam ter a igualdade de direitos e deveres, independentemente de participar ou não da diretoria. Os diretores pagavam suas despesas em cheque, para que num eventual questionamento por qualquer associado, teria então os comprovantes. Assim, o clube conseguiu acabar com a ‘cultura de não ter que pagar”’. A gestão 1983–1985 também foi marcada com a realização de campeonatos de sinuca, futebol suíço, com várias empresas patrocinando seus times. Aos sábados e domingos o Clube funcionava “a pleno vapor”. No dia 5 de agosto de 1983 aconteceu a inauguração da bocha, jogo popular na região e que animava os fins de semanas dos associados. Além disso, aulas de natação já eram ofertadas na piscina do clube, e diversos outros

campeonatos, como de voleibol feminino, futebol suíço e de salão, entre outros. No ano de 1983, o clube foi usado pela UMES (União Mourãoense dos Estudantes Secundaristas), Associação das Senhoras Rotarianas, Associação dos Capoeiristas, Associação de Enfermagem, além de diversos casamentos e confraternizações. O clube também promoveu o baile de aniversário do município, no dia 10 de outubro de 1983, animado pelo Beppi e seus solistas. No dia 10 de dezembro foi promovida a Noite do Forró, que contou com a presença do cantor pernambucano Israel Filho e animação pelo Conjunto Norte Sul do Forró. No ano de 1984, o clube se preparou para realizar uma grande festividade para inauguração do Campo de Futebol Suíço, com a presença da Banda Municipal de Campo Mourão. A sede foi utilizada para eventos da Seicho-no-ie, Colégio Afirmativo, Atos Studio de Dança, pela Pinezi Confecções e Associação Médica de Campo Mourão. Nos registros de 1985, as dependên-

cias foram utilizadas para um baile junino da Mocam (Mocidade Católica Mourãoense) e para realização da 9ª Convenção dos Diretores Logísticos do Estado do Paraná, o Baile de Queijos e Vinhos. Além do grande Baile de Miss Universitária de Campo Mourão, com um belíssimo desfile de modas. O Clube contratou o artista plástico Tony Nishimura para retratar até então os seus ex-presidentes. Tony, através da técnica em pontilhismo, desenvolveu uma grande obra de arte, que permanece no hall de entrada, enobrecendo assim as figuras que deram sua parcela de contribuição para o desenvolvimento da agremiação. Tony, pouco antes do seu falecimento em 2006, reformou a galeria inserindo os desenhos em novas molduras. No dia 28 de abril de 1985, Fausto Alcântara de Lima era eleito presidente do clube juntamente com sua diretoria. Na gestão 1985–1987 o Clube oferecia as seguintes atividades para seus associados: ginástica rítmica e estética, massagista, esteticista, aulas de tênis para todas as idades; para crianças até 12 anos: cirandas, brincadeiras e jogui-

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nhos; para os jovens de 13 a 17 anos: Escolinha de Vôlei, Basquete, Futebol, Futsal e Handebol; para adultos: torneios de truco, bocha, futebol, tranca e gincanas. Aos executivos: ginástica e aos sábados a tradicional Boatinha. Um caso fatídico aconteceu no dia 22 de abril de 1986, onde uma briga entre dois membros resultou em tiroteio, assustando diversos membros presentes no dia. Ambos foram investigados pela polícia e a casa do cassino do clube foi fechada por tempo indeterminado. O assunto perdurou até o dia 3 de outubro, onde ficou decidido que a sala do cassino não seria mais utilizada para jogos de aposta, e transformariam na atual sala de estética e massagem, melhorando o bem-estar dos associados e evitando futuros problemas. Mesmo com a solicitação de continuidade do contrato do cassino do clube, a mesma foi recusada pensando na segurança dos membros. Em dezembro de 1986 o Clube promoveu o concurso Garota Verão 87. O baile foi animado pelo Conjunto Eletrônico Studio 3. Concorreram as jovens: Maristela Soberanski, Alessandra Woitas Ladeia, Marta Maria da Silva, Már94

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cia Davantel e Patrícia Juliana Deitos, que foi a vencedora e que representava o Country Club. Ângela Martini, Miss Campo Mourão 1986, eleita como representante do Clube, participou do Concurso Miss Comcam (Comunidade dos Municípios da Região de Campo Mourão), defendendo a beleza mourãoense. No dia 12 de setembro de 1986, a Associação Médica promoveu no Clube o Baile da Esmeralda, animado pela Universal Som Pop, considerada o melhor som das grandes orquestras. E para finalizar o ano de 1986, o clube promoveu seu tradicional baile de Réveillon animado pela banda A Gruta. Em 1987, as dependências do clube foram cedidas para o Sindicato dos Bancários para realização de um baile, para o Clube de Xadrez de Campo Mourão para realização de um campeonato, para o baile Chopp/Cerveja e o famoso Baile de Réveillon. Objetivando mais um carnaval de sucesso, no mês de novembro de 1987, o Clube mandou cartas para que os sócios formassem seus blocos carnavalescos e para que decidisse quem seriam

os membros da comissão organizadora do mesmo. Ainda em meados de 1987, a situação financeira do clube era discutida pela diretoria, pois o mesmo passava por uma crise. Muitos sócios haviam cancelado seus títulos, e o clube já não tinha mais orçamento para realizar determinadas obras. Pensando no bem do Clube, diversas atitudes foram tomadas para contornar a situação. Dentre elas: alterar o preço da compra e venda de títulos, ampliar a divulgação do Clube, convocação de sócios ausentes, cobrar os sócios com atraso no pagamento e maior participação da própria diretoria nos eventos do clube. Tudo isso, bem planejado e pensado, ajudou a instituição a passar por esse momento difícil, voltando à estabilidade pouco tempo depois. Em 1988, em clima de Carnaval, a diretoria decidiu pela contratação de um desenhista que ficaria responsável pela decoração do local. Toda a preparação, tradicionalmente feita pelo clube todo ano, era a época mais aguardada do ano pelos seus membros. No mesmo ano também foram feitas diversas promoções, em homenagem ao Dia da Mu-

lher, baile de Dia das Mães, celebração do Sábado de Aleluia, baile de Dia dos Namorados, além do uso do salão para a Semana de Estudos de Administração e Economia, pela Facilcam (Faculdade Estadual de Ciências e Letras de Campo Mourão), posterior Fecilcam, atual Unespar. Outra promoção discutida pela diretoria em 14 de junho de 1988 era promover um show em homenagem ao Dia dos Pais, com o famoso cantor Wanderley Cardoso. Com o apelido de O bom rapaz, Wanderley foi um grande ídolo da Jovem Guarda, (título do seu grande sucesso gravado em 67). Apresentou diversos programas de rádio e televisão, além de, é claro, fazer shows por várias regiões do Brasil. Também atuou em alguns filmes no cinema, mas sua marca registrada é sua inconfundível voz e talento de encantar a todos que a escutam, como fez em sua passagem pelo Clube 10 de Outubro. A diretoria também decidiu pela construção de uma pista de skate, para que as crianças tivessem segurança ao praticar o esporte. Em 20 de fevereiro de 1987 entra em

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funcionamento o Vídeo Bar, com funcionamento diário das 17h até 22h. No dia 21 de fevereiro foi reinaugurada a boate. A gestão 1985–1987 viabilizou modificações no salão com portas abertas para as piscinas, permitindo assim a utilização de mesas ao ar livre, dando também ao salão melhor ventilação. É adquirido mais um telefone e instalado um PABX (central de distribuição telefônica).

João Sérgio Kffuri

Em 26 de abril de 1987 é aclamada a chapa 1200 pelo 10, composta por:

Henning Baer

Conselho Deliberativo: Presidente — Celso Romualdo Ferrari 1º Vice-presidente — Nilmar José Piacentini 2º Vice-presidente — José Carlos Staniszewski 1º Secretário — José Wierzchon 2º Secretário — Raimundo Spaki 1º Tesoureiro — Walter Rangel 2º Tesoureiro — Teodoro L. Paitach Orador — Miguel Antunes de Oliveira Efetivos: Adalberto Ronauro Alves Gouveia 96

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Lirio Maggione Osvaldo Montanholli Pedro Teixeira Pinto Ricardo Widerski Valmor Barato Suplentes: Almerindo Gehring Antônio Sérgio A. Rebeis Emerson Salvadori Horley Tadeu Casali Valdete Rodrigues de Almeida Walter Baptista dos Santos Júnior Conselho Fiscal — efetivos: Antônio L. Modesto Correia Luiz Pepinelli Márcio Fernando Nunes Nelson José Bizotto Osvaldo Tressa Tauillo Tezelli Suplentes: Alceu Dianin Antônio Carlos Tonet Antônio Kiwel Gilberto Dolci Ione Paulo Sartor Luiz Ferreira Lima

A gestão é marcada por diversas conquistas, entre elas, a pintura da área interna (parcial), pisos e grades nas piscinas que ganhou nova portaria, além de reforma dos motores e filtros; cobertura do chapelão; ampliação da sauna; grama no campo de futebol; reforma e iluminação da quadra de tênis; instalação de som nas piscinas; compra e reforma das cadeiras, mesas, espreguiçadeiras e guarda-sóis. Outra marca dessa gestão é a realização de eventos esportivos promovidos pelo Departamento de Esportes e Recreação, liderado por Getúlio Ferrari Júnior. Foram promovidos a primeira edição dos Jogos de Inverno e Jogos da Juventude, Campeonato Classista de Futebol Suíço, Torneio de Futsal Pré-Mirim, Festival de Futebol de Salão para atletas nascidos até 1972, envolvendo os Colégios Estadual, Integrado, Santa Cruz e Osvaldo Cruz, e o surgimento dos Jogos Interclubes, reunindo os clubes da cidade. Também foi realizada a Colônia de Férias, que teve participação em 1987 de 52 crianças de 4 a 12 anos. A grande atração do ano de 1988 foi o espetáculo O Vison Voador, com a

atriz Marly Marley, que foi diretora de teatro, crítica musical, jurada musical e ex-vedete da época de ouro do rádio e televisão brasileira, personalidade de destaque expressivo no cenário da cultura artística e musical nacional por várias décadas. O texto original, dos escritores ingleses Ray Cooney e John Chapmann, foi adaptado à realidade brasileira por Marcos Caruso, que fez questão de manter as raízes do humor londrino. No dia 15 de abril de 1989, Tauillo Tezelli era eleito presidente com a sua diretoria em eleição por aclamação. A chapa era composta pelos associados que faziam do clube uma extensão de sua casa, com presença diária, assim os diretores estariam envolvidos nas promoções e eventos realizados pela entidade. Como 1º Vice-presidente foi eleito Getúlio Ferrari Júnior, que na gestão que se findava havia mobilizado os associados, principalmente os que se afastaram por qualquer motivo, que retornaram maciçamente. Foi um período que os pais trouxeram os filhos, ou eram os filhos que trouxeram os pais, tanto para participarem como para assistirem as programações.

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Material de campanha da chapa “10 de Outubro”, liderada por Iran Roberto Brzezinski, nas eleições de 1983, a mais acirrada da história da agremiação.

Os campeonatos internos de futebol suíço do Clube 10, nos anos 80 e 90, agitavam o clube, eram disputados com muita lealdade e reuniam numa mesma equipe “craques” da mais variadas idades e categorias. Eventos como esse, uniam os associados e era oportunidade para todos praticarem seu esporte preferido e, também, motivo para que muitos voltassem a jogar. Em pé (da esq.): Silveira Claudino, Joani Teixeira, José Roberto Pretel dos Santos, Roberto Riberiro de Castro e Aldo José Kaul. Agachados: Roberto Teixeira de Oliveira, Getúlio Ferrari Júnior e Marquinhos Pelisser.


Time do Clube 10 de Futsal. Final da década de 1980.

Quadra poliesportiva, jogo de futebol de salão. Final da década de 1980.

Celso Ferrari em audiência com o prefeito em exercício de Campo Mourão, José Pedroso Fabri. 1987.

Quadra de Tênis. Final dos anos 80.


Jardim Interno, uma inovação que foi elogiada e prestigiada pelos associados. 1985.

A boate do Clube era uma das principais referências de entretenimento noturno de Campo Mourão e região. 1985.

Visando o melhor para o associado, a quadra de tênis recebeu iluminação noturna na gestão de Celso Ferrari (1987/89).


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OS ANOS 90 — ÉPOCA DE GRANDES EVENTOS Ao completar 40 anos, o Clube 10 de Outubro se transformou num grande espaço de lazer, reunindo os associados em bailes, carnavais e em outras promoções organizadas pelas diretorias. Tauillo Tezelli terminava sua gestão em 1991. Foi sucedido por Antônio Marcelo da Silva Silveira (1991–1993). Posteriormente, foram eleitos presidentes: Irineu Luiz Ferreira Lima (1993–1995), Clermont D’Ávila Sobrinho (1995–1997), Edson Francisco Cardoso (1997–1999) e Luís Gonzaga de Oliveira Aguiar (1999–2001). Em 1990, na parte esportiva, foi realizada a Copa 10 de Tênis de Campo, que contou com a participação dos melhores tenistas do Paraná. Também foi promovida, em setembro de 1990, a Taça 10 de Outubro de futsal infantil 104

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de 5 a 8 anos, 9 a 10 anos e 11 a 15 anos. Ainda na questão esportiva, a tradição dos Jogos Interclubes foi mantida durante o decênio, envolvendo a Arcam (Associação Recreativa dos Funcionários da Coamo), Clube Mourãoense, Clube dos 30 e Country Club. Também em 1990 foi realizada a Copa Infantil de Tênis, destinada a associados, atletas e convidados de outros clubes. No ano de 1991, o Clube foi representado por dois times, o Clube 10A e Clube 10B, sendo o time Clube 10B campeão do Campeonato Citadino de Futebol Suíço de Campo Mourão. A equipe campeã, que jogava pelo empate, venceu a partida por 4x3. Em 1993, o Campeonato Outono-Inverno do 10 envolveu mais de 300 atletas em cinco modalidades, numa promoção do Departamento de Espor-

tes do Clube. As modalidades foram: tênis misto (para os dois sexos), tranca feminina e futebol suíço masculino. Nesse mesmo ano aconteceu certames internos de truco masculino, tranca feminina, futebol suíço, salão masculino (escolinhas), voleibol feminino e tênis (para os dois sexos). Nesse ano foi promovido o Campeonato de Futsal, com as equipes branca e vermelha. O campeonato era interno das escolinhas. O certame teve a participação de 10 equipes nas categorias mirim e infantil. Ele foi coordenado pelo Prof. Jair Fábio Lençone, que organizou o mesmo com a intenção de “descobrir talentos e levar o associado à prática esportiva e aumentando a sua assiduidade ao Clube”. Em maio de 1993, Antônio Marcelo da Silva Silveira foi empossado presidente conjuntamente com a nova diretoria. A posse ocorreu no Baile das Mães. Tauillo e Hosana Tezelli despediram-se da liderança do Clube. Tauillo recebeu dos funcionários uma placa de despedida pela excelente atuação em sua gestão. Marcelo Silveira, empossado presidente, também foi homenageado pelos funcionários do Clube com

uma placa, lhe desejando sucesso frente à presidência. A gestão de Marcelo Silveira foi marcada por avanços. Foi nela que foi prestada homenagem ao ex-presidente Domingos Maciel Ribas, considerado a alma do Clube, por sua devoção para o crescimento da agremiação. Uma placa de bronze foi confeccionada em sinal de gratidão aos trabalhos realizados por Maciel Ribas. Irineu Luís Ferreira Lima foi eleito em chapa única. Como na eleição anterior, o Clube passava por dificuldades para ter uma pessoa que aceitasse de maneira natural assumir a presidência. As realizações da gestão de Irineu, ou Luizinho, como é popularmente conhecido, foi investir no invisível. Naquilo que salta aos olhos dos associados. Foi realizada a modernização da rede elétrica com cabos e padrões para atender o clube pelos próximos 50 anos, segundo palavras do engenheiro elétrico que fez o projeto e tocou os serviços. Também foi investido em um novo — e caríssimo — filtro para a piscina que, naquela época, ainda era o mesmo desde a inauguração.

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Outro investimento “invisível” foi a aquisição de mesas e cadeiras, que ainda atende às necessidades do Clube até a edição do presente livro. Até então, os eventos realizados no salão contavam com um funcionário que ficava de plantão com martelo e pregos para consertar cadeiras e mesas. Evidente que isso gerava transtornos, principalmente para as mulheres que reclamavam sempre de meias e vestidos desfiados por esses defeitos. Os principais eventos sociais como a Festa Texana e o Carnaval foram mantidos na gestão 1993–1995. Os tradicionais bailes já não eram mais realizados como antigamente, a não ser aqueles em que o salão era alugado. Eventos esportivos eram realizados com frequência, torneios de futebol, vôlei e tênis de campo. Escolinhas de futsal movimentavam a quadra diariamente. Na gestão 1997–1999, o Clube sediou os Jogos Interclubes, além de promover o baile de carnaval e a última edição da Gincana Texana. Na questão interna foram promovidas reformas na Boatinha, sauna, salão social, quadra de tênis, piscina e no salão de jogos. Também foram adquiridos equipamentos para 106

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academia. Outra importante conquista foi a construção do primeiro campo de futebol suíço sintético da cidade. Em consenso da diretoria, assumiu a presidência o advogado Luís Gonzaga de Oliveira Aguiar para o período de 1999–2001. A Boatinha teve sua manutenção e bombava aos sábados à noite. Também foram promovidos os bailes de Aleluia, que antecede a Páscoa e de Virada de Ano Novo e o Carnaval, com participação dos blocos, entre eles, Máfia e Cobra, e as gincanas que movimentaram o quadro de associados. Uma das promoções que marcaram a gestão foi um baile promovido pela Comissão de Apoio Feminino para comemorar a passagem do Dia dos Pais. A decoração do salão foi extremamente elogiada por todos que participaram da festividade. Outra realização foi a Feijoada com Pagode, prato que as mulheres faziam e serviam nas dependências do clube. Outro diferencial da gestão foi para a sauna. Cada associado ganhava um kit, composto por sabonete, chinelo e toalhas. Os pequenos também não ficaram de fora. Era promovido o futebol de sabão para as crianças, que se divertiam com a novidade.

Homenagem a Domingos Maciel Ribas, ex-presidente do clube por várias gestões e a Lázaro Alcântara de Lima. Da esq.: Aroldo Tissot, Sônia Sekscinski, Hosana Tezelli, Domingos Maciel Ribas, Lázaro Alcântara de Lima, Marcos Alcântara de Lima e Tauillo Tezelli. 1993.


Antônio Marcelo da Silva Silveira, na posse como presidente em companhia de sua família. 1991.

Pedro Bismarck, o famoso Nerso da Capitinga, em apresentação no Clube, ladeado pelo presidente Marcelo Silveira.

Toquinho, o grande nome da música popular brasileira se apresentou no Clube. Na foto ao lado de Aroldo Tissot e do presidente Marcelo Silveira e esposa Daisy.

O incentivo ao esporte, começando pelas crianças, sempre foi uma preocupação dos dirigentes do Clube.

Torneio de Tênis, entrega da premiação pelo presidente Irineu Ferreira Lima.

Jair Lençone deu grande contribuição na formação de jogadores. Na fotografia, Lençone aparece com a camiseta com a logo do Clube (esq.).

Jogo de basquete na quadra do Clube, atividades esportivas sempre receberam apoio das diretorias. Década de 1990.


Doação de alimentos para o Provopar pela diretoria liderada pelo presidente Clermont D’Ávila Sobrinho.

Paulo Ricardo, da famosa banda RPM, em apresentação no Clube.

Presidente Edson Cardoso entrega premiação do Campeonato de Sinuca a Tarcísio Sartor.


Diretoria 1999/2001, presidida por Luís Gonzaga de Oliveira Aguiar.

Posse do presidente Ademir Volpe em companhia de sua família. (2001).

Feijoada com Pagode, prato que as associadas faziam e serviam no Clube. O atrativo foi prestigiado pelos associados na gestão de Luís Gonzaga de Oliveira Aguiar.

A manutenção sempre fez parte das preocupações das diretorias da agremiação. Zelar pelo patrimônio foi um dos lemas.


ANOS 2000 — ENTRE TER OU NÃO TER UM CLUBE Nesse decênio foram presidentes do Clube: Ademir Volpe (2001 a 2003), Marco Antônio Kunzler (2003 a 2005, reeleito para a gestão 2005 a 2007), Getúlio Ferrari Júnior (2007 a 2009), Fabiano Viúdes (2009 a 2011).

Assembleia com associados para a venda do patrimônio da entidade. 2005.

sobrevivência. O Clube Social e Recreativo Mourãoense, por exemplo, deixaria de existir nessa fase de alternância.

Com o crescimento da cidade, várias associações recreativas privadas foram criadas. Essas para a construção de suas sedes, em alguns casos ganharam áreas do Poder Público para edificações de seus espaços. A Usina Mourão, que desde a década de 1970 começou a ser frequentada pelos mourãoenses, foi transformada em Parque Estadual na década anterior, ganhando mais investimentos e atraindo ainda mais pessoas que a escolheram como seu refúgio aos finais de semana.

Uma pesquisa realizada em 2005, pela JGV, mostrou que o maior grupo de associados que frequentavam o Clube estava na faixa de 11 a 20 anos (31%) e o dia mais frequentando era a terça-feira (51,9%). A porcentagem de 46,7% respondeu praticar esportes semanalmente e utilizar as quadras poliesportivas. Dos associados que não concordavam em utilizar uma parte do clube para locar salas comerciais e eventos, compreendiam o número de 37,5%. Por outro lado, 63,8% concordavam de o clube utilizar o espaço de um dos campos de futebol para a construção de salas comerciais e boate.

Os Clubes de Campo Mourão também passariam por um duro teste de

A pesquisa também revelou outro dado interessante: para 47,8% o princi-

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pal fator para a desfiliação como associado era a infraestrutura precária do clube. Para os que praticavam esportes, 44,9% mencionaram que a estrutura até então poderia ser melhor. O levantamento avaliou que o “perfil dos ex-associados nos mostra que o nível de exigência é elevado”.

Diretora de Divulgação — Sibelle Menin Esteves dos Santos

No dia 29 de março de 2005 era eleita, por aclamação, a chapa Clube 10 — Um Novo Tempo para o biênio 2005– 2007. Integravam a diretoria:

Vice-presidente — Eloi Ricardo Bonkoski

Presidente — Marco Antônio Kunzler

2º Secretário — Napoleon M. Sandy Saavedra

Diretor Extraordinário — Eduardo Iran Roy Conselho Deliberativo: Presidente — Velci Luiz Trombini

1º Secretário — Mário Pereira Ramos

Vice-presidente — Sebastião Garcia

Suplentes:

1º Secretário — Jorge da Silva Filho

Cézar A. Massaretto Bronzel

2º Secretário — Francisco Aparecido Viúdes 1º Tesoureiro — Nelson José Bizoto 2º Tesoureiro — Honório Tosawa Orador — Miguel Antunes de Oliveira Diretor Cultural — Getúlio Ferrari Júnior Diretor de Patrimônio — Gilmar Kwistchal Diretor de Esportes — Marcelo de Oliveira Lima 116

Diretor Jurídico — Paulo Roberto Merlin Ribas

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Clermont D’Ávila Sobrinho Sebastião Nery Conselho Fiscal: Presidente — Lincoln A. Rodrigues Vice-presidente — Eloi Ricardo Bonkoski Secretário — Nivaldo A. Novack Anízio Marcondes Ferraz Walter S. Damha, Suplentes: Adriano M. Correia

Joani Teixeira José Tomadon No começo da gestão começaram a discutir a terceirização da boate e as dívidas com o INSS e com a contribuição sindical patronal. A diretoria começou também a organizar a incorporação das vagas comerciais da Av. Capitão Índio Bandeira. Em Assembleia Geral Extraordinária realizada em 22 de agosto de 2005, com a presença de 77 associados, foi exposto pelo presidente as dificuldades financeiras que o Clube estava atravessando, que muitas benfeitorias haviam sido realizadas na sua gestão, que o clube precisava atrair mais associados e que havia até então um equilíbrio entre receitas e despesas. Foi então formada uma Comissão de Construção que definiria os procedimentos para a comercialização das salas comerciais. A Comissão foi composta por: Henning Baer, Clermont D’Ávila Sobrinho, Osni de Freitas Menezes, José Marin, Mário Pereira Ramos, Edson Francisco Cardoso, Eduardo Iran Roy. Suplentes: Sebastião Garcia, Honório Tosawa, Marcos A. Koch. Em julho de 2006 a situação financeira do Clube era preocupante. Com

a queda das receitas e o aumento da inadimplência era necessária alguma medida. Foi então aprovada a venda do patrimônio do Clube para pagar a dívida que já estava na casa de R$516 584,00. Foram promovidas diversas assembleias e reuniões para a aprovação da venda do patrimônio. Outro agravante ocorrido foram as várias fiscalizações do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social). Após ver os contratos, o INSS autuou o Clube de todos aqueles eventos que aconteceram. Nesse período o clube arrecadava algo em torno de 300 mil reais por mês. As despesas com IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano) e pagamentos dos funcionários consumia boa parte das receitas. Essa gestão foi marcada pela reorganização, com o pagamento das contas atrasadas. Para diminuir as despesas, por exemplo, foi feita a substituição de um transformador de 225 quilovolt ampere. Até então, o clube tinha uma contratação de energia sob demanda, devido às bandas e das quadras poliesportivas. A conta de energia elétrica caiu 1/3. Mas a conta não fechava. Depois de várias conversas foi decidido

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vender uma parte do Clube. O Clube tinha em torno de 700 a 800 mil de déficit com as despesas de pagamentos de salários, IPTU, energia elétrica, ECAD (Escritório Central de Arrecadação e Distribuição) com um financiamento do Banco Itaú. Outra alternativa encontrada foi a de fazer uma transição com os associados pagantes e sócios remidos. Somente essa decisão possibilitou o cancelamento de dois mil títulos. Permaneceram somente algo em torno de 200 títulos. E outros 80 patrimoniais. A situação estava tão ruim que alguns entregaram formalmente o título de volta, com a condição de dar um título de usuário, para não ficar responsável pela situação do clube. Com a venda do patrimônio, o clube conseguiu de receitas o valor de R$ 1 milhão e as contas pendentes foram negociadas, caindo o valor pela metade, com a exclusão de multas e das ações contra o Clube. Também foi negociado com a Prefeitura a questão dos impostos e com o banco. Com isso, o clube voltou a ter suas certidões negativas e ao final da gestão havia em caixa o valor de 700 mil reais na conta 118

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do clube, com 100% das contas pagas. Além das contas quitadas, foi reduzido o número de funcionários de quase 30 para 18.

Carlos Alberto N. F. Martins

No dia 30 de abril de 2007, foi empossada a nova diretoria, composta por:

Irineu Luiz Ferreira Lima

Presidente — Getúlio Ferrari Júnior Vice-presidente — Marcos Antônio Iurk

Clermont D’Ávila Sobrinho Dairton Luiz Legnani Edson Francisco Cardoso Mário Pereira Ramos Napoleon M. Sandy Saavedra Tauillo Tezelli Velci Luiz Trombini

1º Secretário — Jeison K. Viúdes

Conselho Fiscal:

2º Secretário — Ricardo Edson Maluf

Anízio Marcondes Ferraz

1º Tesoureiro — Walter José de Sou-

Antônio Batista Ladi

za 2º Tesoureiro — Dilma A. Peri Diretora Social e Cultural — Sibelle Menin Esteves dos Santos Diretor de Patrimônio — Lincoln A. Rodrigues Diretor de Esportes — Carlos A. Koch Diretor de Divulgação — Alderi F. Ribeiro Diretor Jurídico — Arno Valério Ferrari Diretor Extraordinário — Gildo Kwistchal Conselho Deliberativo: Antônio Marcelo da Silva Silveira

Jair Grasso e José Tomadon José Amilton Novacer José Tomadon Luiz Alfredo da Cunha Bernardo Marco Antônio Kunzler Marcos Alexandre Koch Nivaldo A. Novack Paulo Roberto Merlin Ribas Walter S. Damha O Clube então contava com 195 associados pagantes. A gestão de Getúlio Ferrari Júnior começou com um número menor de associados, que apresentava queda

desde o presidente anterior. Na questão estrutural foram reformadas o salão social e a piscina, que apresentava vazamentos. Sem o salão e a piscina, o número de associados caiu mais ainda. De atrativos, somente a quadra de tênis. Toda a entrada do salão teve que ser remodelada, pois até então, não havia mais a entrada pela rua. Os banheiros do salão estavam degradados e também foram reformados. A piscina tinha uma tubulação comprometida e antiga. Foi necessária uma reforma completa. Como o dinheiro das vendas dos terrenos não foi suficiente, foi feito um empréstimo em um banco. O próprio presidente Getúlio foi o avalista da negociação. Com os valores, foram concluídas as obras de reformas. Com o salão e a piscina reformados, os associados voltaram a frequentar o Clube com mais assiduidade. As obras de infraestrutura, investimentos de caráter visual e estético foram necessários nesse período para aprimorar a qualidade de serviços prestados pelo Clube 10.

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Sede em 2005.


Entrada da sede própria, em 2005.

Nova entrada do Clube, após a venda patrimonial.

Projeto da nova entrada do Clube, pela Rua Interventor Manoel Ribas.

Vista aérea da reforma da piscina.

Posse de Getúlio Ferrari Júnior, recebendo a presidência de Marco Antônio Kunzler. 2007.

Entrada da Sauna, que recebeu importantes melhorias durante o decênio do ano 2000.


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2010 — UM CLUBE DE INTEGRAÇÃO SOCIAL O novo decênio começou com novos desafios para o Clube 10. Era necessária a reconstrução financeira e da imagem da agremiação. As gestões de Fabiano Viúdes e Marcelo de Oliveira Lima foram marcadas por iniciativas para resgatar a tradicionalidade do clube mais antigo de Campo Mourão e da Região Noroeste do Paraná. A situação não era nada otimista. Com mais de 500 mil reais em dívidas, a primeira iniciativa da administração foi mapear os problemas a serem solucionados, classificando-os entre grave, urgente e tendência. A primeira situação urgente era o pagamento de um débito de R$ 480 mil em um banco. Como a situação financeira do Clube não era das melhores, foi aprovado a venda de um terreno de esquina — entre a avenida Irmãos Pereira e a Rua São José — a área foi ven124

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dida com 50% do pagamento à vista e o restante parcelado em 10 vezes. A dívida bancária teve a ajuda de Henning Baer, que havia atuado com o mesmo advogado do banco para arbitrar a compra da Coopermibra pela C-Vale. Por intermédio de Baer, o valor devido foi reduzido à metade e pode então ser quitado com parte do saldo gerado pelo leilão do terreno, sendo o restante revertido para investimentos em infraestrutura do clube, que ainda estava defasada. Encerrada essa etapa, passou-se então para a reformulação administrativa, encerrando a venda de títulos e oferecendo planos com tempo limitado para associação, cujo pagamento passou a ser apenas por boletos recebidos via e-mail. Apesar da parte de reestruturação

financeira, o clube não deixou de realizar eventos, como a abertura da piscina, jantares dançantes, torneios esportivos e outras atividades. No dia 23 de março de 2013 foram eleitos para o Conselho Diretor: Presidente — Marcelo de Oliveira Lima Vice-presidente — Adriano Michalczeszen Correia Secretário — Luiz Aquino

Presidente — Adriano Michalczeszen Correia Vice-presidente — Rui Figueiredo 1º Secretário — José Bezerra da Silva 2º Secretário — Dairton Legnani 1º Tesoureiro — Carlos Alberto de Andrade Bezerra 2º Tesoureiro — José da Silva Pinto Filho Diretor Social e Cultural — Ademir Volpe

1º Tesoureiro — Rui Aranha Figueiredo

Diretor de Patrimônio — José Roberto Manchenho

2º Tesoureiro — Jorge Silveira Pinto

Diretor de Esportes — Fabrício Moraes

Diretor Social e Cultural — Walter Salles Diretor de Patrimônio — José Roberto Manchenho

Diretor de Divulgação — Joani Teixeira

Diretor de Esportes — José Novack

Diretor Jurídico — Luís Gonzaga de Oliveira Aguiar

Diretor de Divulgação — Fabrício Camargo Moraes

Diretor Extraordinário — Augusto Tezelli Netto

Diretor Jurídico — Luís Gonzaga de Oliveira Aguiar

Diretor de Tênis — Ali Abdala

Diretor Extraordinário — Augusto Tezelli Netto

Diretor Academia — Marcelo Lima

Em 19 de março de 2015, por chapa única, foram eleitos para o Conselho Diretor:

Diretor Piscina — Jefferson Johannes Roth

Diretor Judô — Job Perdoncini Diretor Sauna — Nivaldo Novack

Conselho Deliberativo:

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Alencar dos Santos Antônio Marcelo da Silva e Silveira Eloi Bonkoski Francisco Viúdes Gildo Kwitschal Jair Grasso Marcos Koch Mario Ramos Napoleon Saavedra Nelita Piacentini Nivaldo Novack Walter Salles Damha Wilfredo Saavedra Wilson Iurk Conselho Fiscal: Gilberto Muraro Gilmar Kwitschal Jefferson Roth José Gomes da Silva Filho José Novack José Reginaldo Vieira José Tomadon Lineu Marques Marcelo Nogueira Rocha Maurício Rosin Uma das conquistas da gestão de Adriano M. Correia foi a implementa126

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ção de Planejamento Estratégico bienal e gestão pautada nos seguintes princípios: MISSÃO: Promover um espaço de encontros sociais, amistoso, organizado, que ofereça atividades esportivas, recreativas e de lazer, priorizando a qualidade de serviços a seus associados; VISÃO: Ser um clube de integração social, proporcionando qualidade de vida, com saúde financeira; VALORES: Transparência, Honestidade, Probidade Administrativa, Respeito ao Meio Ambiente, Ética e Organização. Na parte estrutural foi construída a quadra poliesportiva e realizada a aquisição de equipamentos de vôlei e badminton e novas instalações para a academia de musculação. Também foi realizada a cobertura nas áreas de entorno da lanchonete e academia, a manutenção e reestruturação da quadra de basquete e a implantação de sistema informatizado de prestação mensal de contas e os controles de mensalidades, de visitantes e agenda de locações. Para o público infantil foi instalada a sala de atividades pedagógicas e infantil (salão de jogos), com aquisição

de inúmeros brinquedos, jogos, vídeo games, equipamentos de som, pintura das paredes com personagens infantis (super-heróis) e a estruturação do playground com aquisição de novos brinquedos, troca do piso para grama sintética com substrato emborrachado e pintura dos muros com personagens (Turma da Mônica). Conectados com o mundo, foi viabilizada a instalação de rede de internet Wi-Fi em todo o Clube e realizadas adequações nas instalações elétricas para cumprimento de exigências dos Bombeiros e renovação de Alvará. Também foram efetuadas reformas na quadra de basquete com troca das tabelas e a instalação de relógios eletrônicos para regulamentação do uso das quadras de tênis. Foram contratadas duas professoras de educação física e uma estagiária, um professor de tênis de mesa que atuou por um semestre, uma pedagoga para salão kids e foi celebrado convênio com a Faculdade Integrado para acompanhamento de atividades recreativas por alunos estagiários do curso de Educação Física. O Clube participou de eventos espor-

tivos no âmbito estadual, como tênis e sinuca. No âmbito Municipal houve participação de atletas nas maratonas promovidas pela Fecam (Fundação de Esportes de Campo Mourão). A partir de então, o clube voltou a promover eventos, entre eles, um almoço (feijoada), celebração do dia das crianças e abertura do parque aquático com chopp e espetinho, confraternização de final de ano com churrasco e música ao vivo, colônia de férias e Aventura Noturna reunindo 190 crianças. Além do Jantar dançante para comemorar o aniversário de 65 anos do clube, oportunidade em que foi lançado o selo comemorativo pelos Correios. As atividades promovidas tiveram forte impacto na divulgação do nome e da imagem do Clube como uma entidade próspera o que fez crescer o quadro associativo de 310 para cerca de 387 sócios, um acréscimo de cerca de 25%. Também outra conquista da gestão foi a aprovação do Regimento Interno, em 2015, documento registrado no Cartório de Títulos e Documentos da Comarca local. O documento foi amplamente divulgado aos associados, mediante envio eletrônicos, publicação

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nas redes sociais e no Aplicativo para Celular. Outras reformas também aconteceram, entre elas, a estruturação da sauna e a aquisição de equipamentos para academia. A sala de jogos ganhou climatização. A lanchonete foi reformada e estruturada para melhor servir ao associado. Para o biênio 2017–2019, foram eleitos em 20 de março de 2017, para o Conselho Diretor: Presidente — Rui Aranha Figueiredo Vice-presidente — Marcelo de Oliveira Lima 1º Secretário — José Bezerra da Silva 2º Secretário — Dairton Legnani 1º Tesoureiro — Carlos Alberto de Andrade Bezerra 2º Tesoureiro — Jorge Silveira Pinto Diretor Social e Cultural — Adriano Correia Diretor de Patrimônio — José Roberto Manchenho Diretor de Esportes — Marcelo Lima Diretor de Divulgação — Joani Teixeira Diretor Jurídico — Luiz Gonzaga de 128

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Oliveira Aguiar

Jefferson Roth

Diretor Extraordinário — Augusto Tezelli Netto

José Gomes Filho José Novack

Diretor de Tênis — Maurício Rosin

José Reginaldo Vieira

Diretor Judô — Job Perdoncini

José Tomadon

Diretor Academia — Marcelo Lima

Lineu Marques

Diretor Sauna — Nivaldo Novack

Marcelo Nogueira Rocha

Diretor Piscina — Jefferson Johannes Roth Conselho Deliberativo: Alencar dos Santos Antônio Marcelo da Silva e Silveira Elói Ricardo e Bonkoski Francisco Viudes Gildo Kwitschal Jair Grasso Marcos Koch Mário Pereira Ramos Napoleon Saavedra Nelita Cecília Piacentini Nivaldo Novack Walter Salles Damha Wilfredo Saavedra Wilson Iurk Conselho Fiscal: Gilberto Muraro Gilmar Kwitschal

Essa gestão foi responsável pela elaboração de uma Plano Diretor para ter uma forma racional de investir no Clube ao longo dos anos. Logo no início, já entraram em ação e fizeram a solicitação da planta baixa e arquitetônica do clube, utilizando a mão de obra dos formandos de engenharia da UTFPR (Universidade Tecnológica Federal do Paraná). Em sua gestão, viu-se a importância de atrair novos associados para o clube, sendo aprovado a realização de campanha de marketing com o objetivo de alavancar até o máximo de associados que era estabelecido pelo clube, sendo o limite de 550 sócios. Realizaram-se vários eventos, dentre eles, a noite de Caldos; matinê de Carnaval para as crianças; festa junina e julina, sendo esta última realizada com uma parceria com um buffet, dividindo a responsabilidade para ambos. Foram promovidas a realização

de colônias de férias e o aniversário do clube com um jantar dançante e um circuito de pôquer, sendo feito de abril a novembro de cada ano, uma vez por mês. Também foi realizada a abertura da piscina que começou a ser exigido a carteirinha para evitar a disseminação de doenças transmissíveis para quem frequenta o ambiente de lazer. Sua duração era de 180 dias para associados e 150 dias para visitantes, sendo em ambos os casos assinada por um técnico de enfermagem. Tomou-se medidas para evitar problemas para o clube, dentre elas a proibição de alugar o salão social para shows e formaturas e realizaram-se várias melhorias na sauna e outras de menor escala para economizar manter e aumentar o desempenho e também para o conforto dos associados. A gestão iniciou com 439 associados de todas as categorias e foi finalizada com 517 associados. A posse da nova diretoria e aniversário do clube ocorreu no dia 27 de abril de 2019, com animação da banda Caco de Telha, terminando assim, a gestão do Rui Aranha Figueiredo.

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Feijoada promovida pelo Clube em 2013.

Revestimento do campo de futebol Society.

Presidente Marcelo Lima e esposa Márcia (2013).

Presidente Adriano e esposa Adriana no baile dos 65 anos do Clube.


Presidente Adriano M. Correia, colaboradores e familiares do prof. Joani Teixeira, associado remido. 01/05/2015.

Reunião da Diretoria: Carlos Bezerra, Rui Aranha, Marcelo Lima e José Bezerra.

Reunião da Diretoria: Carlos Bezerra, Rui Aranha, Joani Teixeira e Adriano Correia.

Entrega do Título de Associado Remido ao prof. Joani Teixeira (ao centro), ladeado pelo presidente Rui Aranha e José Bezerra.


Comemoração dos 68 anos de fundação do Clube.

Diretores reunidos na comemoração dos 68 anos.

Corte do Bolo dos 68 anos.

Posse de Maurício Rosin, recebendo a presidência de Carlos Bezerra, em 2021.


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Mário Pereira Ramos

A GESTÃO DOS 70 ANOS

Nelita Cecília Piacentini Nivaldo Novack Osni de Almeida Rui Figueiredo Walter Damha

Em 25 de março de 2019, foram eleitos os novos componentes da diretoria do Clube. Com chapa única, uma característica das eleições do clube, a chapa No Rumo Certo foi eleita, sendo composta por:

xeira

Presidente — Carlos Alberto de Andrade Bezerra

Diretora Academia — Nelita Cecília Piacentini

Vice-presidente — Ademir Volpe 1º Secretário — Jefferson Roth 2º Secretário — Jair Grasso 1º Tesoureiro — Maurício Rosin

Diretor Jurídico — Adriano M. Correia Diretor Extraordinário — Dairton Legnani Diretor de Tênis — Cássio Bortoli

Diretor Sauna — Nivaldo Novack Diretor Piscina — José Reginaldo Vieira Conselho Deliberativo:

2º Tesoureiro — Jorge da Silva Pinto Filho

Antônio Carlos Cardoso

Diretor Social e Cultural — José Novack

Evandro Galace

Diretor de Patrimônio — José Manchenho

Gildo Kwitschal

Diretor de Esportes — Marcelo Lima Diretor de Divulgação — Joani Tei136

Napoleon Saavedra

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Augusto Tezelli Netto Francisco Aparecido Viúdes Luiz Carlos Rúbia Malavazi Marcos Koch

Wilfredo Sandy Saavedra Conselho Fiscal: Antônio Marcelo da Silva e Silveira Clélio de Andrade Jr. Gilberto Muraro Gilmar Kwitschal Jorge Tamezawa José Gomes da S. Filho José Tomadon José Vieira Luís Gonzaga de Oliveira Aguiar Sérgio Sandy Saavedra Salvadori A nova diretoria tomou posse no dia 27 de abril de 2019. Durante o biênio 2019–2021 foram realizadas diversas melhorias estruturais e funcionais. A Academia passou por reforma completa do forro ao chão, deixando o ambiente com me-

lhor ventilação e agradável aos usuários. Foi instalada caixas de som, duas televisões e mesa de som para aulas de dança e adquirido seis novos equipamentos (apolete, extensora, banco regulável 90º, estação de rematada v/h, suporte de puxadores e acessórios), além de reformas nos banheiros e área de halteres. Os almoxarifados passaram por adequações nas áreas de manutenção e estoque de artefatos para uso nas piscinas, consertos em geral e aquisição de ferramentas. As áreas livres também tiveram novo paisagismo com aquisição de plantas ornamentais em diferentes áreas com devido manejo e foram adquiridos cinco bancos de praça com mesas. Também foram reformadas as calçadas externas localizadas nas ruas São José e avenida Irmãos Pereira, além das calçadas da “pracinha” da sauna. A quadra de basquete foi construída, com a instalação de tabela em acrílico e pintura nova com ilustrações alusivas na parede, com adequação de alambrado e substituição de lona. O campo de society passou por manutenção total,

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substituição de grama sintética onde existiam falhas, melhoria na drenagem e instalação de placar. O Espaço Churrasqueira ganhou televisão, móveis planejados com tampo de granito e pintura do ambiente. Outro espaço que recebeu melhorias foi o Gourmet, com a compra de eletrodomésticos como: geladeira, fogão industrial, microondas, televisão de 50 polegadas com sinal da Claro Tv e diversos utensílios de cozinha. Pensando nos pequenos, os fraldários que estão dentro da área do banheiro masculino e feminino da lanchonete foram adequados. O Playground teve a grama sintética substituída por piso emborrachado. Também foi adquirido playground infantil em plástico apropriado e pintura alusiva a área. O piso do saguão do salão social foi substituído e o jardim de Inverno reformado, com a troca de portas em vidro temperado e alumínio. A Sauna passou por reforma completa em todos os ambientes, recebendo revestimentos nos pisos e paredes, além de ter sido adquirido um aparelho gerador de sauna a vapor com maior potência. Foi instalado nela um bebedouro de parede, uma 138

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balança digital, novos armários para os públicos feminino e masculino e a instalação de termo-higrômetros. Na Secretaria foi instalado um bebedouro, um revisteiro, uma longarina, adequação de portão de inox e a aquisição de computador de mesa e adequação do bicicletário. A Sinuca recebeu uma nova taqueira, além da troca de tecido das mesas de sinuca e a aquisição de duas novas mesas e a instalação de seis luminárias, além da compra de tacos e jogos de bolas de sinuca. Por sua vez, a área do tênis recebeu manutenção na quadra paredão com pintura alusiva, adequação nas lonas para proteção e pinturas nas arquibancadas. Também foi reformado o triturador de telhas. Foi realizada reforma da quadra 3 e a aquisição de três placares, além do conserto da bomba de água e a instalação de 12 refletores de led. Foi realizada a manutenção dos refletores comuns e a readequação na jardinagem e ornamentação. A quadra de vôlei passou por substituição da rede de proteção e pintura alusiva. A gestão 2019–2021 fez um planejamento estratégico para os próximos anos para atender melhor às necessi-

dades do clube e verificou-se os lugares mais frequentados e os que precisam de medidas para melhorar a frequência ou instalações. Entre os eventos realizados estão: Transmissão de Posse e Aniversário com Jantar Dançante em abril de 2019, Festa do Bacalhau, Colônia de Férias de Inverno realizada em junho de 2019 e janeiro de 2020, Comida de Boteco, abertura das Piscinas, Happy Hour de Carnaval, Matinê Infantil, Gincana Pais e Filhos, Torneio Interno de Tênis, Festival de Natação e Espetáculo de Dança. Apesar da situação inesperada da Pandemia do Coronavírus (Covid-19), que afetou o mundo e o país, o relatório de prestação de contas aponta que: obtivemos resultados acima do previsto nas estatísticas do plano orçamentário elaborado no início da gestão 2019/2021, comprovando que a gestão de negócios sempre deve ser priorizada e aprimorada. Devido à emergência em saúde pública, tivemos restrições nas movimentações sociais e em algumas construções e reformas, porém, sempre agregamos sócios, criando impacto positivo no am-

biente social, com segurança financeira, não deixando distanciar da missão, visão e valores do Clube 10. Os resultados financeiros mostraram que durante os 25 meses da gestão 2019–2021, houve um crescimento geral de 115,35%, resultando em crescimento de 55,37% ao ano. Nos investimentos em fundos de renda fixa houve um crescimento de 132,43%, resultando em crescimento de 63,57% ao ano. Essas sobras que foram aplicadas em conta geral e conta compromisso, se fazem necessárias para construções, adequações e investimentos futuros, a serem elaboradas pelas gestões que se sucederão. Com relação aos investimentos em construção, reformas e adequações de estruturas físicas, foram aplicados R$ 447 910, 60; com relação aos investimentos em reparos e manutenção, foram aplicados R$ 278 280, 95. O relatório de prestação de contas da gestão dos 70 anos aponta como sólida e nítida a saúde financeira do Clube. A gestão começou com 506 associados e terminou com 589 até o momento que escrevemos o presente livro.

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Sala de Sinuca, 2021.

Academia, 2021.

Quadra de Basquete, 2021.

Parque Infantil, 2021.


Quadra de Tênis, 2021.

Parque Aquático, 2021.

Sauna, 2021.

Outro aspecto do Parque Aquático, 2021.


Um Clube consolidado para os novos desafios do século XXI.


JAIR ELIAS DOS SANTOS JUNIOR

CORONAVÍRUS, A AMEAÇA O mundo conheceu uma nova ameaça viral que não demorou a chegar no Brasil, e em especial, em Campo Mourão. A pandemia do coronavírus, Covid-19, chegou com um grande problema, afetando a saúde e a economia mundial, com o fechamento de comércios, clubes e empresas. Após mais de 100 anos, uma pandemia planetária trouxe um período de profundas incertezas à população. Mais de 1 milhão de pessoas em todo o mundo perderam a vida por conta do coronavírus. Até o dia 18 de maio de 2021, 190 mourãoenses perderam suas vidas. As recomendações da Organização Mundial de Saúde (OMS) mostram a importância em evitar aglomerações, manter distanciamento social e utilizar máscara facial de forma correta, a todo momento, para que as chances de con146

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Foi implantada então uma logística interna totalmente voltada à proteção do associado, colaboradores e fornecedores. Um rigoroso controle de acesso foi implantado e, logo na entrada do clube, todos os visitantes têm temperatura aferida e o uso de máscara é obrigatório.

Recipientes de álcool em gel foram espalhados pelas áreas internas e externas do clube. Sempre responsável com a sociedade, foi determinado que cada associado levaria consigo o seu utensílio de uso pessoal para sua própria segurança e dos frequentadores do clube.

taminação sejam reduzidas. No Clube 10 de Outubro as complicações advindas por força do coronavírus alteraram drasticamente a rotina. Desde março de 2020, o clube passou a ter restrições à utilização de algumas estruturas. Houve mudanças também na metodologia de trabalho, determinando à quase totalidade dos colaboradores que cumprissem suas atividades em home office, sem que isso afetasse as manutenções e o atendimento ao associado. O clube permaneceu totalmente fechado em alguns períodos de 2020 e de 2021. Por determinação da Prefeitura Municipal todos os clubes tiveram que fechar as portas e aguardar a redução dos números de pessoas internadas no Hospital Santa Casa.

No combate ao Coronavírus, o Clube colocou um banner com as medidas de prevenção.

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A HISTÓRIA DOS CARNAVAIS DO 10

“Ó ABRE ALAS, QUE EU QUERO PASSAR...” O Carnaval acontece entre os dias de Reis e Quaresma, mais especificamente entre os três dias anteriores à quarta-feira de Cinzas, no mês de fevereiro ou março. No Brasil tivemos também a Serração da Velha, que acontecia no século XVIII, uma herança de lá, realizada durante a Quaresma, principalmente. Há localidades que ainda realizam a festa, que quer dizer regeneração e renovação. A origem da palavra Carnaval é duvidosa, em primeiro momento temos a designação de terça-feira gorda, tempo em que a Igreja evita o consumo de carne. Temos ainda no latim carnelevamen, que depois virou carne vale, que quer dizer: adeus carne, há também a menção em vários outros idiomas. Outra possível interpretação vem do baixo latim carnis levamen, prazer da carne, 148

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antes das tristezas e abstinências que as pessoas teriam durante a Quaresma. A sua origem tem muita controvérsia, podemos voltar lá nas festas romanas, entre elas a Lupercália, que era realizada entre fevereiro e março, a Saturnália, em dezembro e muitas outras festividades em homenagens aos deuses gregos. Na Idade Média, temos ainda a festa dos “inocentes” e “doidos”, com a modificação desses eventos, deu-se nos tempos modernos, o surgimento na Europa, de eventos mais semelhantes ao Carnaval, que conhecemos na contemporaneidade, ocorria em vários países, como Itália, nas cidades de: Roma, Nápoles, Florença e Veneza; na França, em: Nice e Paris e na Alemanha em duas cidades: Munique e Colônia. Ainda na Idade Média, membros da Igreja Católica eram contra a reali-

zação da festa, porém, já era tolerada pelo Paulo II no século XV, permitindo o evento na Vila Lata, rua que fazia fronteira com o seu palácio e era silenciosa durante o ano inteiro. Tinha corridas de cavalos, carros alegóricos, batalhas de confetes, feérica luminária de tocos de velas, corridas de corcundas, lançamento de ovos e outras coisas. Muitas dessas modalidades, posteriormente, entraram em declínio e, foi a vez de festas macabras entrarem em cena com presença de ambos os sexos, quando as pessoas zombavam umas das outras e em sequência, entravam em uma guerra de foice. No Brasil estima-se que a origem foi no período colonial, no século XVI, por festividades denominadas de Entrudos, quando as autoridades permitiam a folia, reunindo homens e mulheres das classes populares, muitos ainda escravizados, os libertos e pessoas das camadas médias. A elite normalmente reunia-se ou ficava em suas casas. A festa ocorria para dar uma aliviada à sociedade hierarquizada, autoritária do tempo da escravidão e patriarcalismo. O Entrudo era marcado por jogos e brincadeiras, com utilização de água,

limões-de-cheiro, ovos e outros artefatos, acontecendo próximo à Quaresma. Aqui difere dos outros países por ocasionar uma euforia coletiva, desabafo popular, momento de revelar as dores e alegrias, sempre obedecendo ao calendário tradicional (início sábado e término na quarta-feira de Cinzas). Em contrapartida, o Carnaval brasileiro é apreciado na atualidade por todas as classes sociais e pessoas vindo dos mais diversos países. Em Campo Mourão as manifestações carnavalescas começaram no período da colonização, pelos primeiros moradores, que organizavam as festividades em suas casas e reuniam as famílias pioneiras. Com a fundação do Clube, veio também à presença dos bailes, reunindo a elite da comunidade mourãoense. A cidade passou a ter o Carnaval de rua, reunindo grandes massas populares. O Carnaval do Clube 10 de Outubro era considerado um dos melhores do interior do Paraná, com a presença de pessoas de outros lugares do país para prestigiar o evento na cidade, ainda havia competição saudável com os clu-

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bes Mourãoense e Country. Era uma correria atrás de fantasias, música boa e de qualidade. O clube realizava o esquenta, antecedendo as festas principais, que era conhecido como Grito de Carnaval. Os participantes corriam atrás para a confecção das fantasias, muitas vezes shorts e camisetas, com o objetivo de diferenciar os blocos um do outro. Outra curiosidade era que mesmo nos bailes noturnos os pais levavam seus filhos, ainda crianças, para prestigiar o evento. No Carnaval de 1954, o Rei Momo foi escolhido o popular Machadinho e a Rainha de Carnaval, Nelci Garcia. Mas nem todas as edições dos primeiros carnavais foram animadas. Um exemplo disso é a reportagem do Jornal do Campo, da segunda quinzena de março de 1960, com a seguinte manchete: “Ecos de um Carnaval Melancólico”, considerado fraco, faltando de tudo, decoração, animação e música. Ele só ocorreu devido à dedicação e vontade de algumas pessoas, como consequência, três dias nada animados. O baile infantil apesar de ter fantasias bonitas e a animação da criançada, teve pouca presença delas ao evento. A suposição 150

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do fracasso do Carnaval de 1960 foi de que a diretoria pecou com os bailes que atraíam os associados para a sede, caindo o engajamento do clube e consequentemente resultou em eventos com pouco destaque, deixando o Carnaval e bailes infantis na mesma situação. Apesar da “pouca animação” relatada pelo Jornal do Campo, a abertura do carnaval de 1960 ocorreu no dia 27 de fevereiro e recebeu os súditos de Momo. No baile foi premiada Neroli Garcia, que recebeu das mãos da sua antecessora, Terezinha Trombini, a coroa de Rainha do Carnaval. O Reinado Momo ficou com Aglacir Prado, um dos responsáveis pelas festividades carnavalescas. A festa de 1960 contou ainda com a presença da Rainha do Esporte, Dirce Nogaroli e do bloco dos Polichinelos, formado por casais em original fantasia e a participação de jovens fantasiadas de Índias. Outro destaque foi um colaborador do Banco do Brasil, conhecido como Mascarenhas, incansável nos seus passos de frevo, como relatava a reportagem do Jornal do Campo. O baile de terça-feira foi considerado o melhor e as jovens Luisa e Ditinha Marques foram elogiadas por

suas belezas. Entre os homens, haviam mascarados, que despertavam risos e curiosidade, até serem descobertos pelo público presente. Durante os anos de 1960, o Carnaval do 10 se transformou numa espécie de festa familiar, onde os amigos se confraternizavam e somente a alegria reinava durante cinco dias. Nos anos 70, o Carnaval no Clube passou pelo seu ápice, a edição de 1970 contou com a animação do grupo The Fuzz Tones, porém, foi um Carnaval de pouca animação e fantasias, segundo a reportagem do jornal Tribuna do Interior. No ano de 1975, a expectativa do clube por meio da imprensa era de realizar um dos melhores bailes do Paraná. Foram convidadas várias pessoas fora do quadro social do Clube, que já era bem numeroso. Foi encomendada uma decoração diferenciada, que ficou por responsabilidade do Departamento Social com a escolha de um tema diversificado. A festa ainda foi animada por duas bandas e teve a presença de onze chacretes e silvestres, que animaram e enfeitaram as quatro noites carna-

valescas. No domingo e na terça-feira, por exemplo, teve o desfile de fantasia das crianças. Nesse ano os jovens, com alegria e descontração, animaram a velha guarda, que, com toda certeza, relembraram dos bons momentos. Os premiados em 1975 foram: Cleso Nogueira e sua esposa, casal que recebeu o prêmio de Foliões nº 1. Na disputa sempre marcante dos blocos, Sucuri levou a melhor com o enredo Índio Brasileiro, a segunda colocação ficou com Os Deslumbrados. Os quatro bailes e as duas matinês foram animados pelo grupo The Crazies e a Super Banda de Presidente Prudente. No último dia do Carnaval, para a felicidade dos associados, ocorreu a inauguração da piscina, mesmo que de maneira não oficial. No Carnaval de 1976 foi contratada a Banda Canecão do Rio de Janeiro para animar o primeiro grito de Carnaval de Campo Mourão no dia 13 de fevereiro. No mesmo ano com quatro bailes e duas matinês com a animação por conta dos Pratas da Casa e a decoração, feita pelos sócios do clube. Em 1978, a diretoria escolheu como tema a palavra Momesmos, evento que ocorreu nos dias 4 a 7 de fevereiro. A pro-

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gramação contou com quatro bailes noturnos e dois infantis nos dias 5 e 7. Além da participação do conjunto carnavalesco Rancho do Amor. Nas décadas de 1970 a 1980, o maior atrativo era a rivalidade entre as escolas de samba Grêmio Recreativo Escola de Samba Unidos pela Fome, conduzida pela família Alcântara de Lima, e a Sucuri, da família Nogueira. O Carnaval de 1983 teve como tema Banho de Cheiro, em homenagem à música lançada pela cantora Elba Ramalho no mesmo ano. Foram cinco bailes com grande animação, com a festa iniciando no dia 2 e terminando na madrugada do dia 7. Os bailes foram animados por Lincoln e sua orquestra, e o clube conseguiu cumprir a expectativa de realizar o melhor baile carnavalesco da COMCAM (Comunidade dos Municípios da Região de Campo Mourão). O Momo sempre esteve presente e foi revivido com todo esplendor. Nesse ano foram premiados os casais animados, dentre eles: Greyce e Pio; Vinícios e Therezinha Vecchi. A pessoa mais animada, eleita como melhor foliã, foi Rosimery Howthorn. 152

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O prêmio de originalidade masculina, de primeiro e segundo lugar, foram Dirceu Kravchychyn (Ariba) e Ivan Sidinei. Na categoria feminina foram destacadas três posições, sendo elas: Giovana, Lucila Menin e Luciane Novik. Entre a disputa dos blocos, em primeiro lugar, Lança Perfume. A premiação para as fantasias luxuosas femininas, que despertaram o efeito pavão no público, na primeira colocação coube a Terezinha Semiguen, na segunda colocação, Tereza Maluf, e na terceira a Claudete Silveira Pinto. O bloco Os Árabes recebeu uma premiação especial com a Medalha de Honra ao Mérito, pelos oito anos de participação no evento. No ano de 1984, o país passava pelo fim do Regime Militar e com uma inflação elevada, que diminuía o poder de compra do brasileiro. Mesmo com a crise, o Carnaval aconteceu do mesmo jeito, contando com a presença dos mourãoenses no evento de seu clube. Em 1985, como tradição, o tema escolhido foi Toque de Malícia, sendo o grupo Lincoln e sua orquestra responsável por animar a festa. Na década de 1980 os carnavais de rua ganharam mais expressão, com desfile das esco-

las de samba e que atraía milhares de mourãoenses. Apesar da boa vontade da diretoria em promover o carnaval em 1987, o mesmo não foi prestigiado pelos associados. O Clube realizou somente duas matinês com baixa participação. Por outro lado, as festividades de momo promovidas no Country Club foram um sucesso, segundo os jornais da época. Venha Sassaricar no 10 foi o tema do Carnaval de 1988, animado pelo grupo Minuano. Sassaricando era o título de uma novela exibida pela Rede Globo de Televisão em homenagem à música de mesmo nome, uma marchinha de carnaval, de autoria de Luís Antônio, Zé Mário e Oldemar Magalhães, gravada em 1952 por Virgínia Lane. Em janeiro de 1990, a Gazeta do Centro Oeste publicava em suas páginas a programação do Carnaval no Agreste. Entre os eventos de destaque, estava o Grito de Carnaval, que aconteceu do dia 11 a 13 de fevereiro, com o concurso Garota da Camisa Molhada, que foi o diferencial dos outros carnavais, uma espécie de complemento, além do Rei Momo e Rainha de Carnaval. Na ter-

ça-feira, dia 13, ocorreu a inauguração do anexo administrativo, palco e camarim do clube. Na sexta-feira, dia 16, a promoção dos blocos Intocáveis, Pé de Cana e Máfia animou os carnavalescos na Boatinha, onde aconteceu o concurso para a escolha da Rainha de Carnaval. No dia 17, sábado, foi a vez do tão esperado concurso Garota da Camiseta Molhada, que teve a participação de 14 mulheres, a maioria delas de Maringá e apenas uma mourãoense (Neide), disputando o título e ainda show com o grupo Sambalanço, que tocou sambas e enredos das grandes escolas do Rio de Janeiro. O Grito de Carnaval ocorreu às 22 horas e o desfile sensual Garota da Camiseta Molhada começou às 2h, anunciado pelo casal Ione e Getulinho Ferrari, que era o vice-presidente do clube. A ganhadora do concurso que deixou os espectadores maravilhados por sua beleza foi a maringaense Giovana, que recebeu a faixa da Rainha do Carnaval de Adriana Michels. A festa ainda teve a participação de 15 blocos, que marcavam sempre pela entrada, devido às bandeiras e enredos, sendo eles: Os Intocáveis, Só Malhando, Pé de Cana,

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Máfia, Tchê Loco, Garotas de Rua, Harmonia, Lança Perfume, Metanol, Madrugada, Boca de Litro, Os Árabes, Triângulo, Fruto Proibido e Bloco B. Toninho e sua orquestra também animaram os cinco dias de bailes do Agreste. A inflação marcou a época, porém, não impediu que o evento fosse um luxo. O fotógrafo Nelson Cerqueira recebeu premiação de destaque devido ao registro da festa e pelo Carnaval ser a maior festa brasileira. A repercussão do Carnaval rendeu vários elogios à diretoria do clube pela imprensa local por sair da mesmice de sempre. O evento foi considerado um dos melhores e maiores de sua história, oferecendo cinco bailes e duas matinês, com a elite da cidade “em peso”, marcando presença. Foi um evento seguro, alegre, animado e repleto de companheirismo. Em 1991 foi a vez do Carnaval dos Descamisados. Como os clubes passavam por dificuldades decidiram reunir-se e promover o Carnaval da União. Os presidentes Tauillo Tezelli (10 de Outubro) e Márcio Nunes (Country Club) em companhia das primeiras damas Hosana Tezelli e Fátima Nunes firmaram a parceria, que foi marcada 154

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pelo sucesso.

harmonia e revelação.

A festa carnavalesca na cidade ganhou a manchete da Tribuna do Interior do dia 10 fevereiro:“acabou a crise: começou o Carnaval”. O Clube promoveu os bailes de sexta, sábado, domingo e a matinê. No que lhe concerne, o Country Club realizou os bailes de segunda, terça e a matinê, com presença de vários blocos. Teve também o show do Tigrão no Country Club, iniciando o Grito de Carnaval dos Descamisados.

O Carnaval nos clubes deixou de existir devido à rivalidade e brigas ocasionadas pelos blocos no final dos anos 1990 e até se cogitou que a queda na qualidade da música também influenciou nos eventos, levando consigo a presença de amigos e familiares que iam prestigiar a festa. O Clube promoveu, mas sem sucesso, algumas edições no transcorrer dos decênios dos 2000 e 2010.

Dois dias após, no dia 13, outra manchete da Tribuna mostrava a nova realidade: “acabou o Carnaval: voltou a crise e, acabou o Carnaval! Olha a crise aí geeente!”, que acabam sendo cômicas na atualidade.

Atualmente o Carnaval em Campo Mourão conta com o grupo Cai Nessa, que se originou do Grêmio Recreativo Escola de Samba Unidos pela Fome.

Em 1992, o Carnaval 10 Beleza entrava em cena e teve a presença do Tigrão e sua banda e do grupo Minuano. No show do Tigrão os portões abriram às 23 horas, mas o espetáculo estava previsto para iniciar à meia-noite. Esse ano contou com cinco noites e duas matinês (domingo e terça-feira). Teve também a premiação para a fantasia mais luxuosa e vários outros como originalidade, animação, criatividade,

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Aldabrair Albuqerque, a primeira rainha do Carnaval do Clube 10. 1952.

Aglacir Rodrigues, Rei Momo em 1954.


Carnaval de 1953 - Entre outros, Lídio Cabrera, Nilo Ragugnetti, Ivo Bichara, Idimão Simão, José Manoel Garcia e Nelson Guimarães Monteiro.

Bloco carnavalesco TanaKara da década de 1950.

Carnaval na primeira sede, alegria contagiante nos dias do reinado de momo.

Foliões no Carnaval do final dos anos 60.


Bloco Unidos pela Fome. Lorenilda Gomes como porta bandeira. 1978.

Foliões dos anos 70.

Carnaval no começo dos anos 70.

Homenagem ao bloco Unidos pela Fome, liderados pela família Alcântara de Lima. Foi um dos blocos mais animados dos carnavais durante anos.


Unidos pela Fome. 1978. Lorenilda Gomes como porta estandarte.

As fantasias faziam a diferença na festa carnavalesca promovida pelo Clube.

Dealmir Salvadori, Claudio Kravchychyn, Vinícius Melo e Luís Gonzaga.

Jorge Ferrari, Maristela Ferrari, Carlos César Salvadori, Márcia Salvadori, Almir Salvadori e Ieda Ferrari Andrade

Ano 1982 - Bloco Tropicália - Ano da Copa de Futebol, com apologia em verde e amarelo, o bloco foi campeão do Carnaval de 1982.


Presença feminina nos bailes, com fantasias coloridas que davam mais animação nas noites carnavalescas.

Lourdes Carolo, Leila Macoski e Fabíola Melo Nogueira.

Carnaval dos anos 80. A decoração do Clube era elogiada pelos participantes e pela imprensa.

Decoração dos anos 80. Os bailes atraiam gente de todos os cantos do Paraná para festejar o Carnaval no Clube. As decorações são de autoria Carlos Salvadori e Ieda Ferrari Andrade.


Rainha do Carnaval 1990.

Rainha e Rei Momo do Carnaval de 1990.

Multidão participando de um dos bailes de carnaval nos anos 90.

Brasil 500 anos - tema do Carnaval de 2000.

Di Volta por Cima, tema do Carnaval de 1997. Clermont D’Ávila Sobrinho, presidente, erguendo a premiação.


A decoração do Clube era um dos principais diferenciais da festa que reunia centenas de pessoas nos cinco dias de carnaval.


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PARQUE AQUÁTICO No dia 8 de junho de 1969, começava a ser discutido um sonho que há anos era almejado por aqueles que administravam o clube, e também que era muito aguardado pelos sócios: uma piscina. A reunião dos membros foi transformada em diligência para tratar com o prefeito Horácio Amaral sobre a questão da piscina do clube, onde todos foram se reunir na casa do próprio. Foi explanado cada detalhe para o prefeito e para o engenheiro da prefeitura, Dr. Élio Rodrigues de Matos, oportunidade que foi solicitada ajuda para a construção da mesma. O prefeito se comprometeu a dar pedras marroadas, que foram entregues de acordo com a disponibilidade da pedreira. Os diretores do Clube afirmaram na ocasião que todos os protocolos seriam seguidos para o uso da mesma, sempre solicitando laudos 170

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médicos de seus associados para que pudessem se banhar com segurança. Em 28 de setembro do mesmo ano, ainda era discutido alguns detalhes para as escavações da piscina. No dia 9 de novembro os detalhes finais eram discutidos, sendo programada a inauguração da piscina no início das férias de verão, o que acabou não acontecendo. Foi então projetado um conjunto de piscinas composta por uma infantil e outra circular com 30 metro de diâmetro. Para a construção do conjunto foi estimado 93 m³ de concreto. Em junho de 1972, o material para construção foi adquirido e a conclusão estava prevista para 10 de outubro do mesmo ano. Para a realização da obra foi contraído um empréstimo no valor de 100 mil cruzeiros com o Banco Bamerindus,

divididos em parcelas, tendo o Banco aberto um crédito sem importância fixa, com a justificativa de “quanto seja necessário para a construção da obra e para a construção de áreas verdes do Clube”.

pelo vice-presidente do Clube, João Pessa Júnior, e pelo tesoureiro, Fernando Cornica. As bandeiras foram hasteadas pelo prefeito Renato Fernandes Silva, Sérgio Chapelin e pelo bispo Dom Eliseu Simões Mendes.

Na gestão do presidente Aramis Meyer Costa o sonho começou a ser concretizado de maneira efetiva. Inspirada no Parque Aquático do Complexo Bradesco, a Comissão de Construção do Parque Aquático era composta por: Aramis Meyer Costa para o setor técnico e Fernando Garnica e João Pessa Júnior para o setor financeiro.

Após a solenidade, ocorreu uma apresentação do Ballet Aquático do Fluminense, apresentado bailados em conjunto e show de Aqualoucos e Baile do Havaí, animado pelos Sombras. O baile foi iluminado por lamparinas e agradou os participantes.

No dia 29 de março de 1975 aconteceu a inauguração do Parque Aquático. As solenidades contaram com a presença do prefeito Renato Fernandes Silva, do bispo diocesano Dom Eliseu Simões Mendes e do jornalista Sérgio Chapelin, da Rede Globo de Televisão, convidado especial para a inauguração. Embora chovesse torrencialmente na cidade no horário da inauguração, a programação desenvolveu-se normalmente, não chegando a apagar o brilhantismo das festividades. A placa inaugural foi descerrada

O evento de inauguração com a presença de Sérgio Chapelin foi destaque em uma página inteira do jornal Tribuna do Interior. A piscina inaugurada tinha a capacidade para 1 400 000 litros de água e podia abrigar 500 pessoas ao mesmo tempo e custou aos cofres do Clube a cifra de 1 milhão de cruzeiros. Além da piscina para adultos e para crianças foram introduzidas novas melhorias, entre elas, a conclusão do prédio onde funcionava o vestiário, sala de médico, salão de jogos e outras benfeitorias. Novas canchas esportivas estavam sendo construídas, por exemplo, o de fu-

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tebol suíço. O projeto previa ainda que o complexo esportivo com canchas de futebol de salão, suíço, voleibol e basquete. O jornal Tribuna do Interior destacou que com o aumento da temperatura, “chegando até os 33 graus na região, a afluência de pessoas nas piscinas de Campo Mourão, tem sido muito grande”. Também destacava a presença de “executivos da cidade é uma constante”. Em abril de 1976, o Clube organizou o Concurso Rainha das Piscinas. O Parque Aquático — uma das principais atrações do clube — sempre recebeu atenção das diretorias que sucederam. O trampolim, com arquitetura arrojada, é considerado um símbolo da entidade e marco histórico de Campo Mourão.

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Início da construção da piscina. 1971.


Descerramento da placa inaugural por João Pessa Júnior e Fernando Garnica.

Renato Fernandes Silva (prefeito), Aramis Meyer Costa (presidente do Clube), Sérgio Chapelin (convidado especial) e Dom Eliseu Simões Mendes (bispo diocesano).

Hasteamento das bandeiras: Renato Fernandes Silva, prefeito (Campo Mourão), Sérgio Chapelin (convidado especial) e Aramis Meyer Costa, presidente (Paraná).

Sérgio Chapelin cumprimentando o vice-presidente João Pessa Júnior.

O Parque Aquático do Clube foi inspirado no Complexo Bradesco, em São Paulo (SP).

Aspectos do Parque Aquático, em abril de 1975.


Parque Aquático na década de 1980. O trampolim é um marco da arquitetura da cidade.


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ROBERTO CARLOS EM CAMPO MOURÃO No dia 25 de julho de 1970, a sociedade mourãoense lotou os salões do Clube no baile de fim de férias, com a presença “envolvente do Rei Roberto Carlos”. Segundo o jornal Tribuna do Interior, quase duas mil pessoas “balançaram o clube chic da cidade na promoção mais quente da história da tradicional entidade ‘10 de outubro”’.

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Tribuna — Contente Roberto? Roberto Carlos — Bastante, está tudo muito bonito. Tribuna — Nice e Segundinho vão bem?

Roberto Carlos em Campo Mourão. 1970.

Roberto Carlos — Graças a Deus. Tribuna — E a saudade?

Roberto Carlos — Quando vocês quiserem!

Roberto Carlos também participou de um almoço na residência do casal Regina e Aramys Meyer Costa, presidente do Clube. Após o almoço, o cantor tirou uma fotografia com os filhos de funcionários do Departamento de Estradas e Rodagem (DER). Em rápidas

Durante o show, Roberto Carlos pediu aos jovens que estivessem na praça São José para realizar uma fotografia de despedida de julho, marcando assim, o final das férias de 1970. Maria Cilião de Araújo foi a anfitriã do cantor em Campo Mourão. Ela o recepcionou em Ma-

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Rei Roberto Carlos embarcou com destino a Cascavel, onde faria outro show.

palavras, o famoso cantor deu uma entrevista ao jornal Tribuna do Interior:

O Clube organizou a comercialização de três faixas na pista: as mesas da pista por cem cruzeiros, a primeira fila por noventa cruzeiros e a terceira por oitenta cruzeiros.

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ringá — onde o cantor fez uma apresentação — até Campo Mourão. Depois o levou até ao aeroporto local, onde o

Roberto Carlos — Demais. Tribuna — Você volta aqui?

O Rei Roberto Carlos com o presidente Aramis Meyer Costa.


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por um bom tempo. Depois da fatídica chuva de pedras, parece que foi relegada à categoria inferior. A Boatinha não é mais aquela. Sua decoração está um tanto deteriorada. Seu acabamento já era. Um “recadinho” aos responsáveis: bota mais cuidado naquela Boatinha”.

BOATINHA Dotar o Clube 10 de uma boate ou Boatinha, como ficou conhecida, foi uma das propostas da chapa liderada pelo engenheiro Aramis Meyer Costa. Em julho de 1970, a Boatinha foi inaugurada com uma “badalada” noturna, com a presença das mais destacadas personalidades do mundo social mourãoense. A decoração ganhou elogios dos participantes e da imprensa local. E segundo a mesma, “sem pretensão nenhuma entre as melhores de clubes, senão a melhor do Paraná. De parabéns à diretoria do Clube pelo empreendimento”. No dia 25, Ângela Maria se apresentou no novo espaço do Clube. Durante duas horas, a Sapoti encantou os mourãoenses presentes no show. No dia 7 de maio se apresentou na Boatinha a fabulosa voz de Altemar Dutra, 180

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com seu violão sentimental. A banda Os Combatentes também era uma das atrações em 1971. No ano de 1972, a Boatinha era um sucesso. Nesse ano foi realizada a apresentação do conjunto Raiz, que se apresentou durante seis dias. O sucesso da promoção mereceu elogios na coluna social do jornal Tribuna do Interior. Em 25 de setembro de 1971, Campo Mourão praticamente foi destruída por uma chuva de granizo. A Boatinha não escapou da destruição. Tudo levou tempo para ser reconstruído na cidade. Meses depois, uma nota na coluna social do jornal Tribuna do Interior cobrava que a Boatinha fosse reconstruída. Essa “Boatinha” foi o cartão de visitas, praticamente de Campo Mourão,

O sucesso da Boatinha foi tão grande nos anos 70, que levou a mesma a funcionar aos sábados e domingos. Era o ponto de encontro obrigatório da juventude mourãoense. No ano de 1982, a Boatinha passou por reformas para abrir novamente suas portas para os associados. Segundo o jornal Gazeta do Centro Oeste: Com uma aparelhagem eletrônica sofisticada, o “engenheiro Som”, como era chamado nos meios radiofônicos, Trevê, garantindo aos jovens de 16 a 80 anos, que as mesmas noites na “boate” do Clube, agradarão em cheio, mesmo aos mais exigentes adeptos da boa música. Em 1985, a Boatinha recebeu novas melhorias para atender os seus frequentadores. Diversas promoções foram realizadas na boate, entre elas, em 1992, a Ala Jovem do Clube organizou

A Noite dos Anos 60. A promoção lotou a Boatinha, concentrando jovens que compareceram interpretando os mais variados tipos marcantes da época. No ano seguinte, em agosto de 1993, foi realizada a Noite Macabra, que transformou a boate em um autêntico ambiente de Halloween, premiando as melhores fantasias e com parte da renda destinada à Associação dos Meninos de Campo Mourão. Com o crescimento da cidade, e com a vinda de novos cursos superiores, novas casas noturnas foram abertas, atraindo então os frequentadores da Boatinha do Clube 10. Até então, havia uma ou duas danceterias na cidade. Por diversas vezes, as diretorias tentaram manter viva a boate, porém, não conseguiram devido à diversificação de oportunidades de entretenimento oferecido aos jovens. Por fim, o clube achou melhor transformar o espaço físico dela em academia, que era uma atividade oferecida que estava em ascensão com a média de 100 a 150 pessoas a utilizando diariamente.

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Na fotografia de Nelson Cerqueira, a praça São José ambientada no clima do Velho Oeste dos Estados Unidos. A Gincana Texana foi uma das principais atrações da cidade dos anos 90.


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Na 4ª Edição da Gincana a festividade estava consolidada, com equipes fortes que haviam mudado a cara da cidade nas férias de inverno, transformando-a então na maior festa da cidade.

GINCANA TEXANA Idealizada por Getúlio Ferrari Júnior, a Gincana Texana surgiu em julho de 1989, com a finalidade de realizar um baile de inverno para mais ou menos um mil a 1200 pessoas. A gincana seria uma maneira de vender os convites, uma vez que contaria pontos para a equipe que mais se destacava na venda dos convites. Por ser uma região agrícola, a primeira edição não era texana, mas por influência da festa de Jacarezinho, que na época era comentada nos meios sociais. A ideia surgiu na gestão 1987–1989. Nesse primeiro ano da Gincana Texana, as equipes participantes eram: Pé-de-Cana, que se consagrou vencedora, Dallas Cowboy, Intocáveis, Laredo e Só Malhando. No segundo ano estiveram: Dallas Cowboy (vencedora), Máfia, Pé-de-Cana e Força Jovem. Na terceira Gincana participaram: Máfia (vencedora), Pé-de-Cana, 184

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Dallas Cowboy, Clube da Terceira Idade e Tatanka. Durante três anos, a Gincana foi crescendo e se fortalecendo, firmando a condição de Gincana Texana. O sucesso foi tanto que levou a diretoria a fazer no ano seguinte a realizar o baile em duas noites. Os prêmios eram transitórios, o troféu de mais ou menos 1,5 metro de altura era passado para a equipe vencedora de todos os anos, prêmio para vencedor e destaque para pessoas que mais realizam provas. A Gincana, além de promover o momento de lazer propriamente dito, tinha a questão filantrópica, onde cada equipe doava medicamentos e mantimentos para entidades da cidade. Em uma das edições foram doados seis mil medicamentos, seis toneladas de alimentos e uma tonelada de roupas.

Dentre as inúmeras provas, havia a prova de busca rápida e a prova desportiva. A primeira tinha como objetivo conseguir uma integração maior e realmente despertar o espírito de equipe, porque era somente assim que as equipes conseguiam o seu objetivo, que, afinal, era vencer. E nessa prova se destacava a prova da mulher de cabelo comprido, onde existiam cabelos maiores que as mulheres, de até o prefeito fazer café com bolinho, de um homem alto com as unhas dos pés pintados, de uma cuia enorme de chimarrão, onde valia até transformar purungo em cuia, do carro mais antigo com documento, de bode fantasiado de bailarina, que fazia apresentação. As provas de busca rápida iam de quem tivesse mais sorte, de chegar mais rápido. E as provas desportivas iam de cabo de guerra, onde não é sempre o mais forte que vence, Ponte do Rio que Cai, que às vezes é o frio que derruba, Guerra do Paintball,

que às vezes virava guerra de nervos. A música também era outro forte da Gincana. Certa ocasião, um dos participantes ao caminhar pelo acampamento, um dos seus amigos começou a cantar uma música no ritmo country, que foi acompanhada pelos demais. Foi então que aconteceu no acampamento a prova que cada grupo tinha 15 minutos para fazer uma música sobre o bloco. Um dos blocos, Tatanka, adotou a seguinte música: “A terceira Gincana já chegou/A Tatanka/Cantamos todos juntos/Iremos muito além/Além da amizade/Ainda vem a emoção/Unido todos os blocos/Iremos muito além”. A letra da Pé-de-Cana era: “Pé-de-Cana/Pé-de-Cana/Você é meu querer/Eu vou falar ‘prá’ todo mundo/Que eu amo você”. Teve mais de três ou quatro músicas, a do acampamento, a das provas, a dos fatos engraçados, principalmente que foi no acampamento contava o que o grupo havia passado. A música começou então a contagiar todas as equipes. Outro alto da Gincana era o teatro. Em uma das edições, a peça do enforcamento foi considerada uma das mais bonitas, surpreendendo a todos

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que participaram. Cada equipe ganhava um tema e tinha que trabalhar em cima do mesmo, com resultados acima do esperado e com profissionalismo. A Gincana dava um encanto à cidade. A participação assistia ao desfile nas ruas, idealizado como uma maneira de atrair a atenção da população para a festa. Era uma das provas mais trabalhosas da gincana e uma das mais bonitas. Desde a primeira edição aconteceu o desfile com carros enfeitados, uma carreata com carroças e cavalos. Na segunda edição, teve a participação de quase duzentos cavalos, carroças, índios, cowboys, moças de saloon, viúvas, músicas, entre outros atrativos. Na praça Getúlio Vargas foram montadas casas rústicas, com cercas e outros adereços texanos. Nelson Cerqueira, uma das referências da fotografia local, perpetuou essas imagens para sempre nas suas lentes. O Baile Texano acontecia no salão do Clube 10 de Outubro, encerrando a gincana. Algumas provas eram realizadas durante o baile: queda do braço, touro mecânico, concurso Garoto e Garota Texana e quadrilhas. A decoração era feita seguindo o tema abordado por 186

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ocasião da festa. Em uma das edições o tema foi uma estação ferroviária e em outra um forte texano. A gincana acabou virando uma tradição e atraia para Campo Mourão visitantes de outras cidades. As pessoas ficavam maravilhadas com a decoração do Clube e alegria da festa. A 5ª Gincana Texana aconteceu em julho de 1993, com a participação de quinhentas pessoas diretamente da comunidade, diretores e associados do Clube 10. Participaram cinco equipes: Comanche, Dallas, Tatanka, Bonanza e Apalaches. Os grupos participaram do Show Sabadão Sertanejo, que marcava o início da competição. A abertura da cidade texana foi marcada com a eleição do prefeito, seus auxiliares e um xerife. Sandro Ricardo Salonski Martins foi eleito prefeito, e teve como auxiliares diretos Eduardo Bertoglim e Luís Carlos Campos. Para xerife foi eleito Artêmio Bareta. O terceiro momento foi a eleição do Garoto e Garota Texana, que, durante 21 dias, tiveram a incumbência de animar os recintos das atividades. A quinta edição foi marcada com as apresentações de quadrilhas, desfiles altos do evento, o Baile Texano.

Antônio Roberto Miranda foi um dos coordenadores da Gincana Texana durante as suas edições. Pelo desempenho e sucesso alcançados, organizando eventos desse gênero, recebeu o convite para visitar o Texas, nos Estados Unidos. Valcir Ferreira Lima e Silvia Ferreira Lima também deram apoio importante para a consolidação da Gincana. A história do surgimento da Gincana foi transformada em um livreto que teve apoio da administração municipal, por meio do prefeito Augustinho Vecchi e da presidente da Fundação Cultural de Campo Mourão (Fundacam), Regina Menin Gaertner. Devido à implantação do Plano Real, que afastou muitos associados e a agressiva rixa entre os blocos participantes, levaram o Clube a não realizar mais as gincanas.

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Desfile das equipes na Avenida Capitão Índio Bandeira.

Carro alegórico desfilando.

Outro aspecto da Cidade Texana.

Prova do Touro Mecânico.

Cidade Texana.

Abertura da Gincana Texana, na frente da sede do Clube.

A decoração era um dos grandes atrativos da festa.

Desfile de uma equipe representando os índios dos Estados Unidos.


Delegacia da Cidade Texana.

Cidade Texana no Parque de Exposições.

Salão do Clube ricamente decorado, com detalhes que impressionava os participantes.


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BAILE DAS DEBUTANTES: UMA NOITE INESQUECÍVEL O baile de debutantes teve origem na Europa Antiga, na metade do século XVI, onde ficam, atualmente, Alemanha, França, Inglaterra, França e Áustria. Na época, as famílias mais nobres faziam um baile para apresentar suas filhas à sociedade no momento em que elas se tornavam mulheres. O significado da palavra debutante vem do francês débutant e significa iniciante ou estreante. Além disso, o baile de 15 anos simbolizava o ritual de passagem da infância para a vida adulta. Oficialmente apresentada à sociedade, as garotas podiam usar roupas mais adultas, ir a reuniões e, até mesmo, namorar. Um dos pontos altos do baile era quando a garota trocava de vestido, tirando um mais infantil e colocando um mais adulto, no momento em que 192

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ia dançar com seu pai. Em muitos países, esse é um costume que se mantém até hoje. A tradição do baile de debutantes começou a ter mais visibilidade após a Revolução Francesa de 1789, quando uma família nobre fugiu da guerra civil. A consequente migração para outros continentes fez com que a festa se propagasse com mais força. No Brasil, os bailes de debutantes fizeram muito sucesso na década de 1950. O primeiro baile de debutante de Campo Mourão foi realizado em 24 de agosto de 1968, e promovido pelo Clube 10 de Outubro e pela Escola Normal Colegial Estadual Prof. João d’Oliveira Gomes. Debutaram: Beatriz Ferri Cleonice Adelaide Tomás Hauagge

Dirce Bortotti Helena Neiva do Rego Jane Terezinha Santos Leila Dolci Lori Salvadori Maria Istela Salles Pinto Marisa Ilairi Nepumuceno Mariza Zanini Marli de Paula Martins Ody Salvadori Otília Peixoto dos Anjos Rita Carlina Campos Xavier Sandra Maria Teodoro de Oliveira O segundo baile aconteceu no dia 31 de outubro de 1970, e foi promovido pelo Rotary Club em parceria com o Clube e foi altamente elogiado pelo jornal Tribuna do Interior. A madrinha foi a Amaraci Costa Marchini, esposa do presidente do Rotary Campo Mourão, Ady Marchini, que entregou os presentes às debutantes, sendo homenageada posteriormente com uma corbelha de flores pela debutante Wanda Picolli Ferreira. As debutantes de 1970, tiveram a oportunidade de conhecer as instalações da TV Tibagi, Canal 11, visita patrocinada pela Expresso Nordeste.

Debutaram: Arlene Maria Netto Célia Bortotti Cleoci Assunção Edmeia Fernandes Eliane Almeida Eliane Cavalli Heloisa Hauagge Izaura Melen Julin Karen Alves Lenita Salvadori Lorene Gomes de Oliveira Maria Aparecida Tramujas Maria Cristina Salonski Maria Terezinha Ferrari Raquel Pinho de Freitas Regina Júlia Barbosa Roseli Pauli Rosemery Brenner Dessoti Rosilene Mazzuchetti Rosinha Coelho Semeire Vecchi Vera Lúcia Quimi Virginia Kloster Wanda Picolli Ferreira

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Em 1972 debutaram: Cláudia Silveira Pinto Greice Mara Hruschka Irene Brzezinski Keia Mazzuchetti Lais Maria da Costa Leila Macowski Lorenilda Gomes de Oliveira Lurdinha Carolo Mara Gimenez Mara Lúcia Valenti Margarida Bichara Maria Luiz Gehring Marilza Godoy Rosa Maria Cardomani Thais Pretel Thais Wronski Vera Minikoski No ano de 1975: Adalmi Terezinha Balabuch Cristiane Sozzo Cyntia Maria Fhilomena de Oliveira Daisy Lucy Dezan Denise Kravchychyn Eli Cecília Salvadori 194

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Elvira Maria Schen Gilvana Geni Hauagge Irani Scaburi Jandira Teixeira Jocênia do Carmo Cordeiro Juceli Ferrari Lilian Aparecida Brisola Galeano Lorice Gomes de Oliveira Márcia Helena Bader Maluf Márcia Silveira Pinto Marise Ringwald Maristela Ferrari Neiva Simão Nilceia Mendes de Oliveira Roseli Ferrari Sandra Mara Brener Sandra Regina Scorsato Silvana Aparecida Gonçalves Tânia Aparecida Kfeazeeski Os anfitriões foram os casais Anadir e Ivo Mário Trombini, e Elly e Sady Parigot de Souza. Os padrinhos: Lilian e Getúlio Ferrari. O artista convidado foi Marcos Paulo Simões, da Rede Globo de Televisão. Para a decepção das debutantes, o galã teve sua mala extraviada durante a viagem e não fez nenhum es-

forço para se apresentar vestido à altura das jovens mourãoenses. A renda do baile foi revertida para a formação da Associação dos Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae) em Campo Mourão. O baile de 1976 teve como apresentadores o ator Gilberi e o jornalista Carlos Campbell, ambos da Rede Globo de Televisão. Debutaram: Carla Ringyalt Gilzete Cardoso de Lima Helena Beatriz de Souza Leila Barakat Maria Alice Garrido Roseli Sozzo Rosimeld Berpoli Tânia Aparecida da Aagheben Valéria Diana Jort Valéria Soavinski Em 1977, o baile foi promovido de maneira conjunta com o Clube 10, Rotary Club e Lions Clube de Campo Mourão. O convidado foi o artista Tony Correia, que no ano anterior participou da novela O Casarão, marco na renovação do estilo das telenovelas, que retratava as questões vividas por cinco gerações de uma família. Quando da realização

do baile, Tony era o galã Machadinho da novela Locomotivas. A decoração do salão do Clube foi feita por uma empresa de Apucarana. O baile foi animado pelo conjunto New Modern Sound. Os padrinhos foram o casal Maria Caldas Carneiro e Augusto de Oliveira Carneiro. Debutaram: Ana Ligia Lipinski Ana Maria Cowal Helena Beatriz de Souza Marlice Akinaga Maristela Pacheco Mariangela Pellizer Maria de Lourdes Claro Isabela Cristina Pancieri Inês Virginia Pancieri Regina Maria Kloster Silva Rosane Ringwald Thais Pascoalin Vanessa Mello O baile de 1978 foi organizado pelo Clube 10, Associação de Senhoras de Rotarianos e Domadoras do Lions Clube de Campo Mourão. O engenheiro agrônomo José Aroldo Gallassini e esposa Marli foram os padrinhos das debutantes. Aconteceu no dia 9 de outu-

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bro e o apresentador oficial foi o ator Eduardo Tornaghi, que fazia o papel Raulzito na novela Dancing Days. Nesse ano debutaram 18 jovens: Ana Cristina Berthier da Silveira Ana Ligia Ferrari Dilma Cecília Kiedezerski Graciela Boz Colita Jaqueline Helmuth Jeicyleien Machado Pereira Juliane de Oliveira Xavier Lenamar Fiorese Márcia Regina Gurgel Balcezak Márcia Regina Machado Márcia Salvadori Mirtes Urbano Leite Rita de Cássia Rodrigues Costa Silvana Coelho Soraya Teixeira Sonsin Vânia Mara Pequito Viviane Ogaha O Baile do Branco fez parte das festividades do aniversário da cidade e segundo o jornal Tribuna do Interior prometia “ser o acontecimento social do ano, visto o trabalho de organização que vem fazendo a Comissão Organiza196

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dora”.

Rotary Club Campo Mourão.

Em 1979 debutaram:

Em 8 de outubro de 1980 debutaram:

Adriana Moreira

Rosicler Perdoncini

Andréia Antunes de Oliveira

Tânia Regina Pasqualim

Angélica Moreira

Jucimara Perdoncini

Carla Regina Rodrigues da Costa

Suely Soberanski

Dalila Barakat

Carla Hruschka

Deise Liz Bonezi

Déborah Cristina Brzezinski

Dione Rita Ribas

Margareth Ferri Medrano

Fábia Nunes Farias

Márcia Campos Teixeira

Gisele Mirley Armelia

Márcia Adriana Karpinski

Lislane Ribeiro

Jaqueline Teixeira Sonsin

Magali Silvana de Mello Magali Trevisan Márcia Cristin Klepa Márcia Fankin Miriam Rosana Balcezak Patrícia Maria Sueli Imakami Rosana Cristina Grossi Rosana Hauagge dos Santos Sandra Luzia Hercule Terezinha de Jesus Pequito Viviane Fluminhan Os padrinhos foram Velci Luiz Trombini e esposa Daisy. A organização do baile coube ao Clube 10, Lions Clube e

O baile foi animado pelo grupo vocal e instrumental 3 do Rio e apresentação pelo ator Antônio Fonzar. No ano de 1981 debutaram: Ana Beatriz Costa Angelica de Paolis Brandali de Fátima Spaki Celise Albuquerque Klank Cybele de Carvalho Denise Brzezinski Eliane Sanfelice Elisa Slompo Fabiola Mello Nogueira Giselle Menim

Lúcia Akinaga Márcia Soavinski Galbieri Meli Salvadori Regina Massaretto Bronzel Rita de Cássia Teixeira Rosane Carolo Silvana Turci O convidado especial foi Pedro Aguinaga, mais conhecido como Pedrinho Aguinaga, ator e modelo, o homem mais bonito do Brasil. Ele chegou ao baile com um carro preto e um copo de whisky nas mãos. Durante o baile, o artista foi substituído por um sósia do ator, que tirou fotos com as debutantes. Aguinaga foi escolhido pelas debutantes. Em 1982 debutaram: Andréia Soavinski Giovana E. Lopes Greice Sonsin Isolde Tonet Leila Mara Riva Sônia Cristina Teixeira Na edição de 1984 o baile foi promovido pela Associação de Senhoras de

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Rotarianos e contou com a presença do ator Irving São Paulo e animado pelo conjunto Itamone Show. Debutaram:

Daniela Gaya Menin Dayse Adriana Daleffe

caiam várias cestas de flores, nas cores branco, rosa e lilás. O apresentador foi Antônio Granado Martinez, a trinta minutos do dia 10, fez a entrada o presidente do clube, Celso Ferrari e esposa Sônia, os pais das debutantes, os príncipes e o apresentador das debutantes André Felippe. A partir daquele momento o ator começava a chamar as debutantes:

Adriana Garcia Leal

Denise Alchôa Claudino

Adriane de Oliveira

Dorlizete Carletto

Ana Maria Daleffe

Elisangela Gurgel

Araci Hermínia Kloster Silva

Emmanuela Cavalcante Teixeira

Sandra Kloster

Karina Kalczuk Pretel

Simone Turra

Lenara Letícia Gallassini

Telma Maria Teixeira

Lisandra Isoppo

Alessandra Capelin

Mariane Beltrão

Cíntia Santos

Thelma Pretel Brandão

Helen Rose Nery

Trícia Vicente

Juliana Cristina Pereira Fraiz Alves

Vanessa Alessandra Thomas

Kely do Carmo Salvador Vieira Bran-

Em 1985, no dia 12 de outubro, aconteceu o baile de debutantes, com as seguintes meninas: Ana Beatriz Riscalli Carla Trombini Ceres Paczkoski Ediliz Vicente Fabiane Rebeis Maria de Fátima Claro Patrícia Juliana Deitos Vânia Mello Em 5 de outubro de 1986, 16 jovens debutaram sendo elas: Ana Paula Bedin Carla Chideroli

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Damaria Albuquerque Klank

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Os paraninfos das debutantes foi Renato e Simone Duarte. O ator Marco Antônio Pamio, da Rede Globo, foi o apresentador e a animação pela banda Fascinação. A decoração do baile desse ano coube a Auri Salvador e Ademir Volpe. No dia 9 de outubro de 1987, sete jovens foram apresentadas à sociedade. Segundo o Jornal Gazeta do Centro Oeste a decoração foi uma das mais belas até então. Foi decorado, a partir do hall da entrada, as colunas e o teto, de onde

co Lilian Araújo Manso Viviane Frossard Migliavacca Maristela Ferrari e Danielle Gaya Menin foram as damas. Os padrinhos Celso Ramos e Maria Idelma, e o paraninfo João Luiz Pessa Júnior e Eliane. Em 1988, debutaram: Angeluci Patrícia Gurgel Knopki Cíntia Araújo Manso Keila Cristina Duarte Luimar Previato Costa

Renata Franco Ferrari Sidriane de Melo Vanessa Iba Vânia Dias Passos Veridiana Mendes Lazzari Marco Antônio Pereira foi o modelo contratado para apresentar as jovens debutantes. Antônio Granado Martinez foi o apresentador do evento, organizado por Sônia Ferrari e Vera Granado. As damas foram: Alessandra Lapezak e Cíntia Santos. Com a presença de Giuseppe Oristânio, ator da Rede Manchete de Televisão, no dia 30 de outubro de 1989, debutaram: Adriana Likes Pereira Aleteia Previato Costa Ana Maria Galbier Caroline Massareto Gouveia Denise Spilka Giselly Aparecida Salvador Helen Cristina Silva Izabelli Semiguen M. Lima Janaína Libório de Ávila Keila Alessandra Roeder Larissa Lorena Gallassini

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Letícia Beltrão

Ana Cláudia Szychta

Luciane Dianin de Lara

Maissy Cristhine Viegas

Andréia Carneiro Camargo

Maria Elisa Laurani

Patrícia Agulhon

Darléia Esteves

Michele Lima Montemezzo

Silvana Aparecido Wierzchon

Denise Massaretto Gouveia

Paloma Couto Piacentini

Thaís R. Castilho Feltrim

Janaina Pereira Ruiz

Raquel Conciani de Campos

Tisciana Louise Araújo

Janice Libório de Ávila

Rejane Mara Salgado de Camargo

Vanessa Alves Ferreira Alves

Kristina de Oliveira Volpe

Thaisa Kloster Salonski

Márcia Farracha Labatu’t

Thereza Cristina Rauen Silvestre

Foram padrinhos: Flávio Bisol Tagliari, Daniel Kravchychyn Neto, Valdenício Zagoto Júnior. As damas eram: Denise, Faetusa e Vanessa. Em 3 de novembro de 1990 o baile foi animado pelo conjunto Os Navarones. Foram apresentadas 14 belas jovens à sociedade mourãoense pelo ator Jaime Periard, da novela Gente Fina, da Rede Globo. A apresentação do cerimonial foi do vice-presidente do Clube, Getúlio Ferrari Júnior. No dia 25 de outubro, aconteceu o tradicional coquetel para apresentação das jovens debutantes na Boatinha do clube. Nesse evento, apresentado por Odenir Colchon Montesino, cada participante ganhou uma lembrança. A coordenação geral do evento foi de Hosana Tezelli. A dama de honra foi Rosana Pescador. Debutaram: Alessandra Chideroli Granado 200

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Maria Virginia Borges de Carvalho Beltrão Rosangela Passadori Tatiana Zaramella Tatiane Cristina Hercoli O último baile de debutantes foi realizado no dia 5 de novembro de 1994, organizado por Cidinha Coletty, Maria Helena Iba e Cybele Pinheiro de Carvalho Tonet. Debutaram: Carmencita de Carvalho Amantini Danielle Machado Geórgia munhós Coletty Jordana Iba Letícia Pedroso da Silva Luciana Couraça Tezelli Luciana Gehring Luciana Miranda Ventura Luciana Pinheiro de Carvalho

O baile foi animado pela Orquestra Universal Som Pop. O projeto e a decoração por Sérgio Garcia de Figueiredo, de Londrina e as damas de cerimônia foram Dayane Iba, Milene Kloster Salonski e Keiti Regina do Vale. Carlos Casagrande, então modelo, foi o artista convidado para a apresentação das jovens mourãoenses.

avós e os pares precederam o momento em que a pista de dança foi aberta para todos que quisessem celebrar o momento. Atualmente, o baile de debutantes não tem mais como objetivo principal apresentar a filha à sociedade ou aos pretendentes. As festas são realizadas segundo a escolha e o estilo das debutantes. Sendo tradicional ou moderno, o baile serve para comemorar uma nova fase na vida destas jovens de forma diferente. Normalmente elas já namoraram ou deram o primeiro beijo. Além disso, elas já se consideram mulheres e não mais crianças antes do baile.

Charme, glamour, elegância. O Baile de Debutantes ficará para sempre na memória das meninas que desfilaram e encantaram a todos nas 17 edições promovidas pelo clube. Após meses de preparação, a tão esperada cerimônia trouxe sorrisos e lágrimas aos convidados, que puderam prestigiar o evento e aproveitar cada um dos detalhes: música, decoração, trajes de gala, e é claro, muita alegria. A valsa com os pais, os

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Debutantes, 1970.

Debutantes, 1968. Foi o primeiro baile realizado pelo Clube.

Debutantes, 1973, na praça São José, na frente do Santa Maria Hotel, o principal edifício da cidade na época.


Debutantes, 1976. Debutantes 1975, com o ator Marcos Paulo.

Debutantes, 1975, no trampolim do Clube.

Flora Leite, ator Marcos Paulo, Lenir Ferrari Andrade e Arthur Andrade Neto.

Lilian e Getúlio Ferrari, casal padrinhos das debutantes de 1975, sendo homenageados pelos organizadores do baile.

Debutantes, 1976.


Diógenes Teodoro de Oliveira, presidente, com o ator Eduardo Tornaghi.

Debutantes 1981.

Debutantes, 1978.

Debutantes, 1981, com Pedro Aguinaga, mais conhecido como Pedrinho Aguinaga, ator e modelo, na época o homem mais bonito do Brasil.


Presidente Paulo Roberto Merlin Ribas e esposa Conceição.

Debutantes, 1984. Fausto Alcântara de Lima, presidente, e esposa no baile de 1988.

Debutantes, 1982.

Debuntantes, 1982.

Iran Roberto Brzezinski, presidente, com a esposa Iara, no baile de 1984.

Debutantes, 1988.


Debutantes, 1989, com o ator Giuseppe Oristânio.

Debutantes, 1989.

Ator Guissepe Oristânio com o casal Hosana e Tauillo Tezelli.

Debutantes, 1990.

A decoração era um dos grandes atrativos da festa.

Debutantes, 1990.


Debutantes, 1994.

A decoração de todos os bailes sempre foi elogiada pelos associados e pela imprensa.

Debutantes, 1994, com as madrinhas Cybele Tonet e Cidinha Coletty.

Baile de Debutantes, momento único na vida das jovens mourãoenses.


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UM CLUBE DE LÍDERES Durante o transcorrer de sua história, importantes lideranças tiveram suas experiências administrativas como diretores do Clube Social e Recreativo 10 de Outubro. Joaquim Teodoro de Oliveira foi prefeito de Campo Mourão em 1951. Foi o responsável pela doação do terreno onde se situa o clube. Joaquim foi presidente da agremiação depois de ter deixado a prefeitura. Roberto Brzezinski, eleito prefeito de Campo Mourão em 1955, foi presidente do Clube durante sua passagem no Executivo local. Paulo Roberto Merlin Ribas e Celso Ferrari foram eleitos vereadores quando exerciam o mandato de presidente. Ribas em 1982 e Ferrari em 1988. Iran Roberto Brzezinski deixou a 214

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presidência em 1985. Logo na sequência, ocupou importantes cargos no governo do Estado. Tauillo Tezelli, logo após ter deixado a presidência em 1992, foi eleito vice-prefeito e posteriormente prefeito de Campo Mourão por quatro vezes (1996, 2000, 2016 e 2020). Regina Bronzel Dubay e Fátima Nunes foram debutantes em 1981 e 1985. Regina foi a primeira mulher eleita vice-prefeita e posteriormente prefeita de Campo Mourão em 2012. Fátima Nunes foi eleita vice-prefeita em 2020. Elvira Schen, debutante de 1975, exerce o mandato de vereadora desde 2013. Outro detalhe curioso: os presidentes Diógenes Teodoro de Oliveira e Iran Roberto Brzezinski são filhos dos também presidentes Joaquim Teodoro de Oliveira e Roberto Brzezinski.

Joaquim Teodoro de Oliveira, Diógenes Teodoro de Oliveira, Roberto Brzezinski, Iran Roberto Brzezinski, Paulo Roberto Merlin Ribas, Celso Ferrari e Tauillo Tezelli. Presidentes do Clube que tiveram participação na vida comunitária de Campo Mourão.


ASSOCIADOS REMIDOS

AGRADECIMENTOS Ninguém faz nada sozinho. Em primeiro lugar devo agradecer à diretoria 2019–2021 pela confiança na nobre tarefa de resgatar a história do Clube Social e Recreativo 10 de Outubro, o mais antigo em funcionamento na região noroeste do Paraná. De modo especial, agradeço ao presidente Carlos Alberto de Andrade Bezerra pela iniciativa de preservar e colocar ao alcance de todos a história das gerações que passaram pelo Clube.

Os Associados Remidos são aqueles que deram significativa parcela de contribuição para o Clube. Joani Teixeira, José Aroldo Gallassini e Maria Auxiliadora Rodrigues Farias são os agraciados com esse título por ocasião dos 70 anos de fundação.

Agradeço a colaboração da equipe da Secretaria do Clube, por meio da Márcia Alves Lima, sempre à disposição para auxiliar nas buscas das informações da longeva história do 10. Muito devo a todos que nos concederam entrevistas e fotografias para a edição da presente obra. Quero desta-

car os nomes de Cidinha Coletty, Joani Teixeira, Lorenilda Gomes de Oliveira, Ody Salvadori, Dirce Bortotti Salvadori, Regina Dubay, Getúlio Ferrari Júnior, Lázaro Parellada, Cláudia Parellada, Arthur Andrade Netto, Regina Meyer Costa, Iran Roberto Brzezinski, Adriano M.Correia, Nery José Thomé, Maria Alice Garrido, Maria Cilião de Araújo, Irineu Ferreira Lima, Marco Antônio Kunzler, Fátima Albuquerque, Luís Gongaza de Oliveira Aguiar, Mara Riva, Augustinho Vecchi, Márcia Regina Gurgel Balcezak e Edson Cardoso. Agradecimentos especiais ao Museu Municipal Deolindo Mendes Pereira, Biblioteca Pública Prof. Egydio Martello, jornal Tribuna do Interior, ao curso de História da Unespar/Fecilcam nas pessoas do prof. Frank Mezzomo e Mara Machado e Biblioteca Pública do

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Paraná. Muito obrigado à brava equipe da Nova História: Gabriel Henrique de Souza, ainda cursando história na Unespar, demonstrou ao longo das pesquisas que será no futuro um grande historiador, por sua capacidade como pesquisador; Dérik Moreira da Silva, nosso pesquisador assistente, que durante semanas navegou nas páginas amareladas dos jornais Tribuna do Interior, Gazeta do Centro Oeste, Folha de Campo Mourão, Folha do Campo e Correio de Campo Mourão, sempre atento a todas linhas que continham o nome do Clube. Graças ao seu esforço o grande quebra cabeça da história do Clube pode ser montado, ou melhor, pode ter suas peças preservadas.

preservação da memória e história local. Muito obrigado a todos que nos ajudaram, de maneira direta ou indireta para a concretização do presente livro. Uma grande contribuição para a história da nossa gente, da nossa Campo Mourão do presente e do futuro.

ENCICLOPÉDIA BARSA, Vol.6, Encyclopaedia Britannica Editores Ltda, Rio de Janeiro, 1995. Companhia de Melhoramentos de São Paulo, Nova Enciclopédia de Biografias, 2ª Edição, 1995. SANTOS JÚNIOR, Jair Elias dos. Campo Mourão: a construção de uma cidade. Campo Mourão (PR):Nova História Assessoria e Gestão Cultural, 2019. VEIGA, Pedro da Veiga. Campo Mourão: Centro do Progresso. Maringá (PR): Bertoni, 1999. Jornais consultados Gazeta do Centro Oeste (1982–2013) Tribuna do Interior (1968-atual) Folha de Campo Mourão (1969–1972)

Gratidão a Ali Davis, pela revisão e apontamentos realizados na primeira versão do livro, cujo trabalho foi fundamental para a concretização desse trabalho. Por fim, agradeço ao André Luiz Alves, responsável pelo projeto gráfico da presente obra, sempre empregando nos projetos da Nova História seu talento profissional, capricho e zelo na 218

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REFERÊNCIAS

Respeito ao passado. A gestão 2019/2021 viabilizou o restauro das placas de inauguração do Parque Aquático e da homenagem realizada ao ex-presidente Domingos Maciel Ribas.

Créditos das imagens Acervo do Clube Social e Recreativo 10 de Outubro Acervo do Museu Municipal Deolindo Mendes Pereira Acervo de Jair Elias dos Santos Júnior Fotos de Nelson Cerqueira Fotos de Edecir Queiroz

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Partindo de 1951, navegou-se nestas páginas até 2021 contando ao associado o que foi e o que é o seu clube na expectativa de inspirar um futuro tão grandioso quanto o passado, extraindo do espírito dos criadores e daqueles que o desenvolveram a decisão de superar incertezas e mantê-lo sempre no Caminho Certo.


Esta obra foi composta nas tipografias Noto Serif e Oswald com suas famílias e impressa para a Nova História Assessoria e Gestão Cultural em Maio de 2021.


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