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CARNAVAL, UMA FOLIA LIBERTÁRIA
LXXIII SETENTA E TRÊS
CARNAVAL, UMA FOLIA LIBERTÁRIA
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Para entender o signifi cado e o objetivo do carnaval, é preciso entender o homem na sua estruturação psicossomática. Todo o ser racional compõe-se de estrutura psicológica hermética, que comporta uma quantidade limitada de problemas, transtornos e traumas, com infl uência direta em sua estruturação somática. Ultrapassado o limite emocional, o homem poderá explodir em atos, ações e atitudes fora da normalidade. Essa estrutura emocional pode ser equiparada a um balão de borracha que, aos poucos, vai se enchendo de ar. Se o ar continuar sendo introduzido e não houver uma forma de esvaziamento, fatalmente estourará.
Esse complexo organismo psicossomático do ser humano, ao fi nal de um certo período de atividade intensa, torna-se um verdadeiro barril de pólvora, prestes a explodir. Qualquer fagulha, — seja uma desavença familiar, um problema de trabalho, uma decepção no relacionamento social ou amoroso, uma perda, etc. —, poderá detoná-lo. A explosão de uma pessoa emocionalmente “carregada” provoca consequências imprevisíveis. Por isso torna-se de vital importância a existência de algum dispositivo de descarga, para o extravasamento, pelo menos de alguma parte de seu conteúdo, para evitar que aconteça o pior. Os seres humanos precisam extravasar seus problemas.
Assim explica-se a existência do carnaval, uma festa folclórica, durante a qual se realiza a folia, ou seja, o relaxamento das normas duras aplicadas em tempo diverso, provocando nos participantes uma eclosão de seus recalques. São três dias, onde os foliões que participam diretamente, através de danças, cantos, trejeitos e muito samba, vestidos de forma diversa do habitual e com indumentária própria, relaxam e deixam “escorrer” pelas valetas as coisas torpes acumuladas durante o ano inteiro. E, indiretamente, todo o Brasil participa. Uma pequena quantidade de foliões faz a festa e a Nação inteira é envolvida. Alguns com trabalho nos preparativos, outros com serviços de atendimento direto aos participantes e outros como espectadores e telespectadores. Dessa forma o clima do carnaval para o Brasil alguns dias
que o antecedem, durante sua realização e mais alguns dias depois do carnaval. Só então as coisas voltam ao normal. Já é comum ouvir-se a expressão, “depois do carnaval”
A grande pedida é que o carnaval seja uma festa sadia, limpa, sem drogas, sem violência física e sexual, onde possa rolar somente o amor. Oxalá! seja, essa festa da carne, a possibilidade de libertação do espírito e a conquista do equilíbrio emocional através do encontro de pessoas que querem e precisam se divertir. E, livres dos problemas e dos males, o ser humano poderá ser plenamente feliz.