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ESPIRITUALIDADE E VIDA
LXXV SETENTA E CINCO
ESPIRITUALIDADE E VIDA
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A vida espiritual, como característica essencial do ser humano, é individual, pessoal e intransferível. É uma característica própria e inerente ao homem, que o distingue das demais criaturas e o eleva à condição de fi lho de Deus e, como tal, recebe a prerrogativa da unidade e da eternidade. Unidade o classifi ca como único e eternidade como imortal, eterno. A virtude da espiritualidade é conferida ao homem através do batismo de água, de fogo, de sangue ou de desejo.
Espiritualidade é parte sine qua non da natureza humana. Ela não pode ser distinta de outros aspectos da existência humana. Esse é o erro de grande parte dos homens, querer separar a espiritualidade das outras realidades que os compõem. Ela permeia o ser, o inebria, o lubrifi ca e o ilumina, além de o alimentá-lo com os valores necessários para o verdadeiro signifi cado de sua existência.
É preciso entender a própria origem e a forma de estruturação do ser. Entender que o homem faz parte de existência divina, que é espiritual e, compreender que a espiritualidade é a essência da vida humana. Essa dimensão implica na constatação de que o homem é parte de Deus, ou seja, é sua “imagem e semelhança”, como unidade espiritual.
A espiritualidade é a vida a que o homem é chamado por Deus. É como se ele fosse uma criança abandonada e alguém, passando por ele, o chamasse e dissesse, a partir de agora você será meu fi lho e terá direito a tudo o que tenho e sou. Você não só herdará meu nome, como também minha personalidade, meu espirito e meu reino e, a partir daquele momento, passa-se de fi lho de ninguém a fi lho de alguém. Esse é mais importante chamado de Deus para as criaturas. É o chamado à vida.
Então pode-se entender que a vida para ser completa deve fundir os dois aspectos essenciais a espiritualidade e materialidade. O homem deve responder ao chamamento divino alimentando sua espiritualidade, com oração, meditação, refl exão e outras práticas
que alimentem o espirito. A espiritualidade deve ter como motivo, não o fato de agradar aos outros, mas de servir a Deus e ao próximo, com a intenção de descobrir a verdadeira felicidade. E, para motivar isso, nada melhor que uma afi rmação simples, porém poderosa, “estou cada dia melhor e mais santo”.