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MEU GRITO DE LIBERTAÇÃO

Re ro-me a pessoa que convivi durante trinta e três anos, esposo, pai, amigo, padre, professor, lósofo, escritor, ensaísta, conferencista, poeta e em seus últimos 17 anos um homem dedicado à leitura, escrita, palestras e apoio as pessoas que sempre o procuravam, além de honrar com suas ações espirituais. Deixou marcada a sua trajetória literária e espiritual pela Associação Mourãoense de Escritores (AME), Academia Mourãoense de Letras, Academia Mourãoense de Filoso a, Academia Virtual Brasileira de Letras, Academia Literária da Língua Portuguesa, Centro de Letras do Paraná, Fundação São José de Ciência Humanas e Religiosas, Rota da Fé e o Núcleo de Estudos e Pesquisas sobre o Caminho de Peabiru na Região de Campo Mourão (NECAPECAM), entre outras e um carinho especial pela AMEM (Associação Mourãoense de Letras Mirim).

Amani nasceu em 26 de maio de 1952, cidade de Pinhão, Paraná – Brasil, lho de Rozendo Mendes de Oliveira e Maria de Lourdes Spachinski de Oliveira, cumpriu o seu lema: SERVIR, TODOS, SEMPRE de forma ímpar, pois de uma família humilde, pai carpinteiro e mãe do lar, dois irmãos e três irmãs, pessoas bondosas, humildes e sábias. Amani iniciou ainda criança em seus trabalhos, ajudava seu pai em obras de construção, trabalhou como engraxate, auxiliar em mecânica, vendedor, entre outras atividades, sempre de forma versátil e com paixão pelas piadas, brincadeiras, leitura e escrita.

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Quando então, resolveu continuar seus estudos durante 10 anos como seminarista em Londrina e Ponta Grossa, ordenou-se Padre pela Diocese de Guarapuava em 2 de dezembro de 1979. Durante dois anos evangelizou em Pitanga, sempre querido e amado por todos.

Quando em setembro de 2002, após pedir autorização a Dom Frederico, bispo de Guarapuava para a dispensa de suas funções enquanto Padre foi então, autorizada em 6 de janeiro de 1983 a sua dispensa.

Casou-se apenas pelo regime Civil em 15 de janeiro de 1983 com, Rita de Cassia Cartelli e assumiu todas as responsabilidades, entre

elas, a rejeição e julgamentos por algumas pessoas que não concordavam com o casamento de um padre e também em não poder receber a Santa Eucaristia entre outros sacramentos, ocorreram inúmeras di culdades, mas o poeta Amani expressava a sua Amada:

Não ouça os seus aliados de solidão

Nem seja louco de seguir seus reclames

Persista ouvindo a doce voz do coração

Viva você hoje e simplesmente ame.

Na constância dos 33 anos de casamento nasceram dois lhos: Victor de Néri Oliveira (26/05/1983) – Vinícius Emanuel de Oliveira (11/09/1988) o amor sublime dos netos Miguel Egoro Fogolin Oliveira e Nícolas Egoro Fogolin Oliveira.

Em 1999, quando Amani encontrava-se com 47 anos e Rita de Cassia Cartelli de Oliveira com 35 anos, veio inesperadamente, o resultado de um câncer e ainda no leito da UTI, nosso querido e saudoso Dom Mauro Aparecido dos Santos comunica da dispensa das obrigações decorrentes da Ordem Sagrada, datada em 5 de agosto de 1999, observando algumas prescrições, conforme protocolo nº 810/99, resultado da dedicação e apoio de Dom Virgílio de Pauli, do padre Ademar de Oliveira Lins e Dom Mauro Aparecido dos Santos. Ficamos felizes e Dom Mauro que se propôs a ir à Londrina para consagrar nosso casamento quando o Amani se encontrava na UTI, mas, preferimos aguardar para após o momento de cura celebrarmos com familiares e amigos

Em 14 de janeiro de 2000, quatorze anos após o casamento civil, na Catedral São José recebemos pela nossa união, as bênçãos de Deus pela intercessão de Dom Mauro.

Aqui, peço licença aos queridos leitores, para uma homenagem ao amado Dom Mauro Aparecido dos Santos, que marcou fortemente a minha família e também ao Colégio Estadual Marechal Rondon. Em 2001 quando compareceu ao Colégio para efetivar as matrículas de cinco seminaristas para o Ensino Médio, ao cumprimentá-lo, me disse: “Diretora, disseram que é um Colégio muito bom, mas como posso deixar meus lhos aqui? O Colégio está tão feio, velho, sem cui-

dados.” Respondi: “O senhor tem razão, assumi a direção faz poucos meses, mas por favor, me abençoe para que Deus me ajude com a Comunidade deixá-lo bonito e ainda melhor”. Assim me abençoou e hoje o Colégio está ainda com maior qualidade e bonito. Dom Mauro, estaria na inauguração da Biblioteca, mas Deus o levou. Deixo aqui toda a nossa gratidão pelo amor de Dom Mauro Aparecido dos Santos.

Amani consagrou-se a missão de amar e evangelizar, até seus últimos momentos salvou almas, vidas de crianças, adolescentes, jovens e idosos.

Trabalhamos e estudamos arduamente, sempre rodeados de amigos, moramos em Cascavel, Campinas, Pitanga, Guarapuava entre outras, mas escolhemos para viver, desde 1993 em Campo Mourão.

Pela nossa cidade preferida, a Campo Mourão, um sincero e solene agradecimento a este querido Colégio e minha querida cidade, às suas honradas autoridades e aos seus dignos habitantes o poeta Amani em sua última estrofe do poema, referenda:

PREITO DA ALMA À TERRA AMADA... Assim a louvo com estes versos de harmonia E ao expressar meus sentimentos de emoção Desejo acordar em seus braços todos os dias Até morrer em seu seio amada Campo Mourão.

MEU GRITO DE LIBERTAÇÃO “Meu grito Meu grito de libertação Cansado deste silêncio tímido e tolo entre nós Resolvi gritar para a minha e sua libertação Eu amo você”. (Primeiro grito, o único registrado no papel)

A hora é da vida

O último grito...

Tinha que ser dele a ideia profética de realizar uma confraternização conjunta entre os diferentes movimentos ligados as Letras, a Filoso a, a Cultura de Campo Mourão. Assim, na noite de 24 de novembro de 2015, reuniram-se no Restaurante do amigo Peteleco representantes da AML- Academia Mourãoense de Letras, AMF- Academia Mourãoense de Filoso a, AME-Associação Mourãoense de Escritores, Fundação São José e AMEM-Associação Mourãoense de Escritores Mirins.

Num ambiente descontraído de um jantar informal, surgiu a ideia de fazer uma abertura mais formal, com a composição da mesa com presidentes\representantes das diferentes entidades que acolheram prontamente a sugestão bem humorada do companheiro Amani Spachinski de Oliveira que prontamente organizou a programação. Não fosse a alegria, a disposição dele certamente isto não teria ocorrido, pois não era a intenção dos presentes fazerem pronunciamentos.

A companheira Dalva Medeiros foi promovida a mestre de cerimônias, assumindo seriamente o papel, convocando os presidentes para comporem a mesa e como Amani não quis representar duas entidades, convocou-me para representar a Fundação São José da qual não faço parte, mas ele garantiu que não precisaria falar nada...

E neste espírito de alegria, descontração, quase de brincadeira Amani foi a primeiro a usar da palavra fazendo uma explanação histórica das atividades das entidades que fazia parte, que ajudara a fundar, a colocar os primeiros tijolos e das quais foi sempre o grande incentivador e membro mais ativo. Começou falando sobre a Fundação São José, oriunda da antiga Fundação Horácio Amaral, que busca incentivar a cultura, o turismo religioso, as caminhadas intituladas Rotas da Fé, o atendimento as pessoas com problemas através da Filoso a Clínica, através de consultas pessoais realizadas no Centro Catequético, bem como palestras a grupos. Desculpou a ausência do presidente da Fundação Samoel Kozelinski, lembrando também da participação do professor Agenor Krul na fundação Horário Amaral, ausente hoje por estar fazendo diálise, tratamento que ele próprio resistia a fazer, apesar de seus problemas de saúde, revelando inclusive

a companheira inseparável há 16 anos, a sonda.

Relatou entusiasmado sua experiência pessoal na participação das inúmeras Rotas da Fé, das palestras motivadoras, do curso de especialização em Filoso a Clínica, das pessoas por ele ajudadas com esse trabalho voluntário.

A seguir deu uma aula de Filoso a falando como presidente da Academia de Filoso a Mourãoense (primeira do Paraná fundada pelo Amani e pelos seus colegas e também grandes amigos: Assabido, Agenor e Mateus, entre outros), explicando seus objetivos, suas atividades, sua forma de trabalhar, suas dúvidas como todo lósofo e como recorre ao grande mestre Assabido Rhoden na solução das mesmas. Contou com muita graça passagens divertidas de momentos onde vivenciou a certeza losó ca do “tudo que sei e que nada sei” e de como estava aprendendo constantemente com as pessoas com quem convivia como aprendeu com o grande mestre Leonardo Protta, os acadêmicos da Academia de letras também disse que não devemos nos chamar de confrades, pois não somos uma confraria, mas sim uma academia, formada, de acadêmicos. Relatou este fato e toda a sua fala com tamanha humildade, simplicidade e alegria própria das crianças ansiosas por aprender sempre...

Brincou muito com os presentes que se deliciaram com suas colocações bem humoradas que infelizmente não foram gravadas, a não ser pela memória da nossa saudade. E agora, lembrando dos acontecimentos parece mesmo que a sua fala tinha um ar testamentário de prestação de contas de suas atividades...

Parece mesmo que nos dizia: Até aqui eu fui, eu z, eu plantei, cabe agora a vocês darem continuidade...

Apesar da rme intenção de não usar da palavra, após as colocações rápidas do Jair Elias dos Santos Junior, presidente da AML, Gilson Mendes de Góis do presidente da AME, da Ana Aparecida Ceola Ribeiro, em nome da Academia Mirim dos Escritores, me senti impelida a falar do Amani... Percebi na fala dos colegas o grande semeador, incentivador de todos esses movimentos. E tive que fazer de público o meu reconhecimento do seu trabalho, de sua força, de sua luta, lembrando que tinha o visitado em Londrina, quando estava na UTI lutando mais uma vez pela vida. E falei olhando nos seus olhos e para que zesse a leitura labial, pois perdeu 70% da audição

em decorrência de sequelas deixadas pelo câncer), da minha admiração, da sua coragem, das sementes que plantou por todo lado!

Empolgado com lembrança da sua grande luta contra o câncer, pediu novamente a palavra, se desculpando por estar falando muito, segundo ele, e relatou em detalhes tudo que passou, todos os procedimentos médicos, nos deixando a sua grande lição de vida, de como conseguiu enganar a morte, cando na janela olhando a vida, e assim a morte não o encontrou no seu leito da UTI, como escreveu na poesia publicada no livro Amigos da poesia.

Testemunhou como o seu corpo sabiamente rejeitou todos os drenos colocados e a sua volta para casa para viver o pouco tempo de vida que lhe restava. E dos dois anos prometidos de vida pelos médicos, já haviam se passado 16 e ele pode ver seus lhos crescerem, formarem-se, encaminharem-se na vida, a chegada dos netos...

Lembrou a solidariedade que existe entre os que lutam contra o câncer citando o amigo, poeta Constantino Medeiros que teve câncer no mesmo período.

Sentia-se feliz, abençoado por Deus pela vida, pela família maravilhosa, por ser o único entre os presentes a ter recebido os sete sacramentos, a extrema unção por três vezes inclusive. Encerrou nos deixando seu grande segredo, que o ajudou a superar os momentos mais duros até mesmo no duro tratamento de câncer, quando dizia para os médicos que o tratavam a frase que marcou sua vida: EU AMO VOCÊ! Desta vez ele não gritou como costumava fazer. Falou do fundo do coração, com o seu jeito meigo, amigo, menino, pedindo que falássemos sempre uns aos outros, o nosso amor: EU AMO VOCÊS!!! Foram suas últimas palavras ...

Parece que seu coração de poeta intuía a sua partida...

Que ele possa acompanhar a vida da sua janela, mesmo que do outro lado. Nós aqui continuaremos a caminhada, quem sabe mais atentos aos seus convites, aos sonhos não realizados, aos gritos de libertação mesmo que sussurrados... Vai com Deus Amani!

Maria Joana Titton Calderari

Membro da Academia Mourãoense de Letras - AML

A pedido da querida esposa Rita

Texto para a revista CIDADE.

Na noite de 5 de dezembro de 2015 a Academia Mourãoense de Letras prestou sua homenagem ao saudoso acadêmico Amani Spachinski de Oliveira, falecido em 25 de novembro de 2015. Na Sessão da Saudade realizada na sede da AML os acadêmicos puderam prestar suas homenagens ao grande amigo fundador e grande incentivador desta academia, bem como da Academia Mourãoense de Filoso a, da Associação Mourãoense de Escritores, da Associação Mourãoense de Escritores Mirins e da Fundação São José.

Poeta, escritor, lósofo, incentivador das letras, da cultura, da cidadania, dos valores humanos Amani não morreu, pois, as sementes por ele lançadas em toda sua vida continuará germinando, orescendo, gerando frutos, seu grito de libertação continuará ecoando no coração de todos os que o conheceram.

Sua esposa Rita falou em nome da família, testemunhando sobre a vida, o carinho, o amor que Amani tratava a todos e da sua presença simbólica através da sua pelerine e da “camisa da alegria” que usou na sua última noite dia 24 de novembro, quando do jantar de confraternização de todas as entidades. Rita falou que dará continuidade a sua obra, reunindo e publicando seus inúmeros trabalhos. O grito do poeta não pode calar. E da janela da vida ele continuará acompanhando a todos, não importa que seja do outro lado...

Humilde, sábio e sonhador! Sem dúvidas essas são algumas das características mais marcantes do grande amigo Amani. Homem de grande respeito, o qual sempre lutou e incentivou a educação e o desenvolvimento social, para que todos tivessem acesso ao universo literário e conseguissem com a ajuda dele se libertar dos rótulos os quais a sociedade quer nos colocar.

Sem dúvidas foi um grande sonhador, o qual tinha diversos projetos, sendo o que mais marcou para a minha pessoa o de lutar e acreditar no turismo religioso. Onde foi o primeiro e grande incentivador quando eu estava fazendo projetos para poder reunir a família, a religião e o turismo, cujo abriu diversos caminhos para que um

projeto tão maravilhoso como a Rota da Fé (59 edições – presença de gente de outros países) e Congresso Internacional de Turismo Religioso, conseguisse ser concretizado passo a passo, desde I edição no 2006 no Centro Catequético de Campo Mourão a XVII edição vai ser setembro 2021 na Catedral de Pamplona – Espanha.

Graças a este nobre homem, muitas famílias puderam ter momentos únicos, com amor, paz e alegrias imensas, por sua parceria em projetos de cunho religioso, bem como de incentivo a uma família mais unida e harmônica, sendo sempre um incrível conselheiro e terapeuta.

Dividimos diversos momentos juntos os quais nunca esquecerei, sempre me apoiando e estando disposto sempre a ajudar, bem como presenciamos milagres juntos e viagens incríveis e paisagens maravilhosas (Congresso Internacional na Patagonia Argentina), lugares os quais eram o sonho dele conhecer e felizmente pude fazer parte de dividir esse momento ao seu lado, onde a alegria desse incrível amigo contagiaram todos ao seu redor, de tanta luz e sinceridade que ele transmitia em todas suas formas de agir.

Sem dúvidas o Professor Amani, como eu normalmente o chamava, foi uma inspiração de ser humano, o qual exalava bondade, respeito, generosidade e esperança em todas as pessoas que passavam por sua vida. Em especí co, eu fui uma dessas pessoas, o qual sou imensamente grato por ter feito parte da minha vida, bem como sei que seus projetos, literatura e palavras serão eternas e transmitidas de forma a transformar a vida de cada um que por elas passar.

Muito Obrigado Professor Amani, junto a minha esposa, minhas lhas e várias pessoas que souberam cativar com suas re exões, dinâmicas e exemplos.

Ruben Orlando Moyano

Ao Grande Mestre Amani Não existem palavras que consigam descrever com tamanha nobreza e profundidade o quão incrível era o Grande Mestre Amani, homem de imensa fé, bondade e compaixão. Grande amigo, o qual sempre estava disposto a ajudar a todos que solicitassem sua ajuda, bem como propagava humildade e esperança em todos os lugares que frequentava. Este homem ensinou diversas coisas para mim, o qual nos reuníamos todas as terças para losofar e falar sobre a vida, bem como debater o porque da nossa sociedade e encontrar formas de nos libertarmos das ideologias pré-impostas pela sociedade. Por meio de seu amplo conhecimento losó co, mostrou inúmeras formas de como viver melhor e poder fazer a diferença para as pessoas, ensinamentos os quais levarei sem dúvidas para o resto da vida. Sem dúvidas meu eterno amigo Amani ensinou a importância da loso a em nossas vidas, ciência mãe de todas as outras, a qual ensina a re etir sobre quem somos, onde estamos e para onde vamos e queremos ir. Além de re etirmos sobre a nossa importância no mundo e para as pessoas que estão em nossa volta, onde este homem sábio sempre terminava nossas reuniões losó cas com narrativas, muitas delas dando livros como presente e também uma forma de re etir. Este livro tem reunida as suas obras, claro não em sua totalidade, tendo em vista que a totalidade ultrapassa o que está em nosso alcance, porém estão presentes alguns momentos os quais ele dedicou sua vida e desejou transmitir para que outras pessoas pudessem se aventurar e viajar nesse incrível mundo da literatura. Onde sem dúvidas você leitor, irá desfrutar de momentos únicos através dela, momentos os quais sem dúvida caram marcados no seu coração e no de cada pessoa que tiver contato com esta incrível obra o qual o Grande Amani escreveu.

Ailén Marina Moyano

Esta obra foi composta nas tipografias Adobe Garamond Pro e suas famílias e impressa para a Nova História Assessoria e Gestão Cultural em Maio de 2021.

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