Leite BOLETIM DE TENDÊNCIAS JUNHO | 2014
Melhoramento genético Importância para a competitividade da pecuária leiteira É notório que a obtenção de um leite de melhor qualidade e composição está totalmente associado a um melhor rendimento de derivados lácteos na indústria, resultando na diminuição de custos de produção e em um produto final mais alinhado com a legislação produtiva e com a qualidade aguardada pelos consumidores, aumentando a competitividade da cadeia leiteira e seus derivados no mercado nacional, facilitando, inclusive, o acesso ao tão disputado mercado internacional.
Uma das maneiras de aumentar a produção em qualidade e quantidade é através do melhoramento genético do rebanho. Através desse procedimento é possível identificar animais geneticamente superiores com características produtivas desejáveis para a indústria pecuária leiteira.
O melhoramento genético possibilita:
Produção com qualidade superior.
Produção de leite em maior quantidade.
Produção de leite com características peculiares ao mercado consumidor.
Constata-se ainda a falta de interesse no melhoramento genético por motivos que passam desde a falta de informação e vantagens desse procedimento até a ausência de incentivos financeiros dos processadores quanto à composição e qualidade do leite.
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Melhoramento genético e a produção de leite no Brasil O melhoramento genético propicia melhoria na qualidade do leite através de sua composição, para isso, cabe ao produtor a importante e difícil tarefa de definir corretamente seus objetivos, metas, adoção de tecnologias acessíveis regionalmente, utilização de raças e/ou cruzamentos adequados a sua realidade climática e produtiva e, talvez, o mais importante, a atenção necessária para o manejo correto do rebanho.
“...O melhoramento genético, tanto na cadeia do corte como no leite, é de fundamental importância, pois é o primeiro passo que o produtor tem que tomar visando o aumento da produtividade em seu rebanho”.
25 bilhões de litros de leite produzidos aproximadamente no Brasil em 2013 entre os seis maiores produtores mundiais de leite.
Fonte: Portal do Agronegócio. Parceria público-privada garante avanço tecnológico na seleção genômica do gado Girolando (2014)
15 milhões de cabeças, em sua grande maioria Girolando, o Brasil é responsável por 70% do volume total de leite produzido no Mercosul e possui o terceiro maior rebanho mundial de vacas leiteiras.
12% da fertilização de vacas leiteiras é através da inseminação artificial, índice extremamente baixo se comparado aos 90% ou mais em países com expressivas produções de leite.
Fonte: Associação Brasileira dos Criadores de Girolando (2013)
Case Fazenda Estância Encantada e utilização do melhoramento genético Em São José do Rio Preto, interior de SP, a fazenda Estância Encantada lucra com três atividades: a produção de leite, a venda de animais e a produção de embriões com melhoramento genético. Visando aumentar a produção de leite, o casal Adacir José da Mota e Gecineide Mendes utilizam o melhoramento genético como ferramenta de rotina na propriedade. Todo o rebanho é inseminado com sêmen de touros canadenses, altamente qualificados e comprovados, isso lhes dá a garantia de que as futuras matrizes serão geneticamente superiores. Fonte: G1 Economia. Fazenda usa melhoramento genético para aumentar produção de leite (2011)
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Hoje a propriedade é reconhecida dentro do Brasil. Através dele aumentamos nossa carteira de clientes e recebemos muitas visitas de produtores interessados em fazer um trabalho diferenciado em suas propriedades.” Fonte: Adacir José da Mota
Tendências e balanço no melhoramento genético De acordo com a Associação Brasileira de Inseminação Artificial (Asbia), que representa aproximadamente 91% do mercado brasileiro, ou seja, 13 milhões de doses de sêmen comercializadas em 2013 de um total de 14,3 milhões no total, o ano de 2013 fechou com aumento de 5,5% na quantidade de doses comercializadas no leite. Analisando o balanço de comercialização da Asbia sobre material genético para o gado leiteiro, fica muito claro a prevalência de determinadas raças produtivas:
2%
3% Guzerá leiteiro
Outras raças
6% Jersey
43%
12%
Gir leiteiro
Holandês
34% Girolando
demais estados 21%
O estado com maior participação na compra de material genético.
GO 6%
MG 26% PR 14% RS 16%
SP 11% SC 11%
Fonte: Associação Brasileira de Inseminação Artificial (Asbia). Importação, exportação e comercialização de sêmen (2013)
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...A pecuária precisa aumentar seu nível de tecnologia. Ou ela se intensifica, no mais alto grau desse significado, ou perde a capacidade de competir com a agricultura, como, por exemplo, o que está ocorrendo com o eucalipto, a cana, a borracha e outras cadeias produtivas que estão tomando espaço da pecuária de corte e leite. O maior desafio é tornar a produção de corte e leite mais rentável, e isso se inicia no melhoramento genético do rebanho atual”. Fonte. José Bento Ferras, professor de Zootecnia da Universidade de São Paulo (2012)
Vantagens do melhoramento genético oferecidas através da Inseminação Artificial (IA) 1
Controle de doenças: através da monta natural, o touro pode transmitir doenças às vacas e vice-versa, o que não ocorre quando realizado através de IA com material adquirido de empresas idôneas.
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Cruzamento entre raças: permite ao produtor cruzar suas fêmeas zebuínas com touros taurinos e vice-versa, o que é dificultado através da monta natural pela baixa resistência dos touros europeus a um ambiente desfavorável.
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Prevenção de acidentes: um touro muito pesado pode resultar em acidentes durante a monta natural.
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Prevenção de acidentes com funcionários: a IA evita acidentes com funcionários, muito comum quando se trabalha com animais de temperamento agressivo.
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Uso de touros incapacitados para a monta: touros com idade avançada, problemas de casco não genéticos, fraturas e outros impedimentos poderão ser utilizados na IA.
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Aumento do número de descendentes: considerando 4 anos de vida reprodutiva em monta natural, um reprodutor é capaz de cobrir 100 fêmeas anualmente em regime de monta controlada, totalizando entre 120 e 400 filhos por animal. Com a IA esse número é extraordinariamente aumentado, podendo um reprodutor ultrapassar os 100.000 descendentes, disseminando sua qualidade genética no país e no exterior.
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Controle zootécnico: a união da IA com fichas de controle possibilita a obtenção de dados precisos de fecundação e parto, facilitando a seleção dos melhores animais no rebanho.
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Padronização do rebanho: com a utilização de material genético de poucos reprodutores, obtém-se maior homogeneidade dos lotes.
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Uso de touros após sua morte: com a utilização de congelamento e estocagem do sêmen é possível utilizar o material genético após sua morte por tempo indeterminado.
Vantagens econômicas
Um touro bom (porém sem comprovação genética) custa em média entre R$ 5 mil e R$ 10 mil, dependendo a raça, e emprenha (fecunda) até 30 vacas.
Para um rebanho de 300 matrizes, há necessidade de pelo menos 10 touros, o que resulta em um gasto entre R$ 50 mil e R$ 100 mil.
Com a tecnologia do melhoramento genético, através da inseminação artificial, o pecuarista pode emprenhar as mesmas 300 vacas por cinco anos pelo custo aproximado de R$ 30 mil com touros geneticamente comprovados, que resultarão em um retorno infinitamente maior ao produtor.
Fonte: Heveraldo de Carvalho, diretor da Alta Genética, uma das maiores empresas de melhoramento genético bovino do mundo, com sede na cidade de Calgary, em Alberta.
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AÇÕES RECOMENDADAS
O Senar oferece o curso “Inseminação Artificial”, com objetivo de compreender e aplicar os conhecimentos científicos disponíveis na área de inseminação artificial de bovinos, participando efetivamente de atividades teórico-práticas. O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) lançou um programa destinado a aumentar a produção de leite e carne até 2023. O Plano Mais Pecuária, dividido nos eixos Mais Leite e Mais Carne, pretende aumentar a produtividade do gado leiteiro em 40%, elevando, assim, de 35 bilhões para 46,8 bilhões de litros a produção anual da bebida. Conheça as ações propostas no plano. Em caso de dúvidas, procure o Sebrae próximo de sua localidade. Além disso, em parceria com o Sebrae, o Senar possui o programa Leite Legal, em que são disponibilizados diversos treinamentos gratuitos na área da bovinocultura de leite.
Leite RELATÓRIO DE INTELIGÊNCIA JUNHO | 2014
Coordenador: Marcondes da Silva Cândido Gestor do Projeto: Douglas Luís Três Conteudista: Jardel José Busarello SEBRAE Santa Catarina Endereço: SC 401, KM 01, Lote 02 Parque Tecnológico Alfa - João Paulo CEP: 88030000 - Florianópolis – SC Telefone: 48 3221 0800
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