Apicultura - Apiterapia

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Apicultura boletim de tendências MARÇO | 2014

Apiterapia Oportunidade de acesso a novos mercados A apiterapia consiste em uma terapia alternativa e holística, ou ciência (medicina) alternativa, e corresponde à utilização de qualquer produto derivado da apicultura (larvas de zangão, apitoxina – veneno das abelhas, cera, própolis, mel, pólen e geleia real) para fins terapêuticos em animais e humanos.

A apiterapia, assim como outras terapias denominadas alternativas, não é embasada em evidências científicas e por isso não validadas e reconhecidas pelos Conselhos Regionais e Federal de Medicina, porém os medicamentos apiterápicos são reconhecidos pelo Ministério da Saúde. Fonte: Técnica de apiterapia não tem uso reconhecido (2013).

O emprego da técnica está relacionada à utilização de produtos 100% naturais. Dessa forma evita efeitos colaterais (com exceção de pacientes alérgicos) e também dependência química, comum a alguns medicamentos tradicionais.

Sua utilização é indicada, segundo o apiterapeuta Luiz Pereira da Silva, em doenças articulares (tendinites, artrites e artroses) e em infecções, doenças pulmonares e cardiovasculares.

Fonte: R7 Notícias. Apiterapia usa veneno de abelha para curar doenças (2010)

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Histórico Os relatos de estudos da apiterapia para a saúde humana e de animais é recente, não ultrapassa os 100 anos, tempo relativamente curto se compararmos aos relatos das propriedades terapêuticas de 5 a 6 mil anos deixados pelos povos chineses, egípcios, gregos, romanos e persas, dentre outras antigas civilizações. Há relatos da utilização de produtos apícolas em campos de batalha na década de 40, quando, durante a II Guerra Mundial, o exército russo começou a utilizar a própolis no tratamento de feridas de seus soldados. Formava-se uma espécie de “unguento” com própolis e abelhas moídas e aplicava-se como antibiótico para tratamento de infecções, o que anos mais tarde o deixou conhecido como “Penicilina Russa”. Fontes: Abelha saúde: Apiterapia e Dawn Leslie - eHow Brasil: Uso do própolis pelos russos antigos.

Produtos

Mel

como o própolis, mel, geleia real e pólen, além de suas propriedades terapêuticas, são mais difundidas e reconhecidas como métodos complementares à nutrição, destacando importante parcela do mercado consumidor.

Própolis

Geleia Real

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Pólen


Veneno da abelha

Origem

Função

Produção

É oriundo das fêmeas operárias, produzido pelas glândulas de veneno e armazenado no “saco de veneno” situado na base do ferrão.

O veneno é utilizado para a defesa da colônia, para quando as abelhas se sentirem ameaçadas.

Cada operária produz cerca de 0,3 mg de veneno, que é uma substância transparente e se dissolve em água.

Essa toxina reúne quatro componentes distintos, principalmente a melitina e a apamina, que são peptídeos de baixo peso molecular. As duas substâncias estimulam os sistemas adrenal e pituitário a produzirem cortisol e outros esteróides naturais sem produzir as complicações médicas associadas aos esteróides sintéticos.

Fonte: Daiane Rodrigues Moreira. Revista F@pciência. Apiterapia no tratamento de patologias (2012).

Apitoxina A apitoxina é a utilização do veneno da abelha como fonte principal de terapias. O método de terapia mais utilizada nas clínicas especializadas é o veneno processado e industrializado por laboratórios credenciados. Esse processo consiste na extração do veneno e seu beneficiamento, transformando-o em pomadas ou gel, dessa forma, obtém-se uma toxina menos ativa. Porém, há também tratamentos em que o paciente é submetido a picadas direto do animal, contudo nesta técnica, são necessárias poucas picadas, visto que a concentração do veneno é maior, tornando o tratamento mais ativo. Nesse tratamento a maior contraindicação é a comprovação da ausência de alergenicidade do paciente, ou seja, paciente alérgico a toxina. Fonte: Francisco Leandro de Paula Neto e Raimundo Moreira de Almeida Neto. Principais mercados apícolas mundiais e a apicultura brasileira. Banco do Nordeste do Brasil (2005).

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A técnica da apitoxina

Aplicação da apitoxina Pode ser sublingual ou subcutânea com agulhas através de injeções localizadas. Ou ainda através de picadas de abelhas, sendo indicada pequenas quantidades devido sua alta concentração. Nesse caso, a abelha é localizada próxima à pele e, quando se sente agredida ou em perigo fixa seu ferrão e injeta uma pequena quantidade de veneno, o qual é imediatamente absorvido pela pele e enviado à corrente sanguínea.

Contraindicações As principais contraindicações, segundo a Sociedade Brasileira de Apiterapeutas, são pacientes que apresentam gravidez, alergia ao veneno, diabetes, doenças hepáticas, doenças da suprarrenal, úlceras gástrica e duodenal com tendência a hemorragias, neoplasias malignas, período menstrual recente, afecções cardiovasculares crônicas, insuficiência cardíaca, febre, estresse emocional, astenia e doenças psíquicas.

Essa técnica pode ajudar no tratamento e cura de indisposições do aparelho respiratório, dermatológicas, neurológicas, entre outras, e possui quatro atuações fundamentais: imunoativação, analegésica, anti-inflamatória e vasomotor. Fonte: Daiane Rodrigues Moreira. Revista F@pciência.Apiterapia no tratamento de patologias (2012).

Fornecedor de veneno de abelha As empresas devem investigar a idoneidade e qualidade do fornecedor, visto que nem todos cumprem os requisitos para manipulação, embalagem/acondicionamento, conservação e armazenagem. Produtos derivados apícolas tendem a ser produtos fotossensíveis, termolábeis, sensíveis à umidade e também têm um prazo de validade.

Oportunidade para o apicultor Esta técnica alternativa de tratamento representa uma oportunidade de conquista de um mercado em plena expansão, pois é possível comercializar produtos (geleia real, própolis, pólen, cera, mel e apitoxina) diretamente para clínicas de tratamento especializadas em apiterapia, podendo realizar vendas fracionadas e esporádicas ou mesmo se tornar um fornecedor potencial a laboratórios de manipulação desses produtos. O veneno comercializado para laboratórios em gramas é utilizado na fabricação de diversos produtos terapêuticos e cosméticos. O mercado é ainda bastante incipiente, mas com grande potencial de crescimento. Atualmente, a demanda está concentrada em laboratórios especializados e localizados em grandes centros, porém a comercialização organizada e em conjunto com outros apicultores pode ser uma solução para a logística e viabilidade, pois há grande carência de fornecedores, também especializados.

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AÇÕES RECOMENDADAS

Há entidades representantes do setor, que além de fornecer informações, também organizam cursos e palestras sobre o tema. A maior organização no país é a Sociedade Brasileira de Apiterapia (SBA). Procure uma associação ou federação próxima a sua região; Procure participar de eventos relacionados a apiterapia. Em 2013 aconteceu o 1º Seminário Nacional de Apiterapia da Sociedade Brasileira de Apiterapia

A Fundação de Apoio ao Desenvolvimento e Ensino Superior de Machado (Fadema), localizada na cidade de Machado/MG, oferece curso de Apicultura Holística, para mais informações, clique aqui;

A Escola Superior de Terapias Alternativas, localizada em Taubaté/SP, oferece curso de Apiterapia Holística, clique aqui e confira; O Centro de Produções Técnicas (CPT), oferece curso em DVD sobre Apiterapia: tratamento com produtos das abelhas. O curso apresenta 6 módulos, clique aqui e confira mais informações.

Apicultura boletim de tendências MARÇO | 2014

Coordenador: Marcondes da Silva Cândido Gestor do Projeto: Douglas Luís Três Conteudista: Jardel José Busarello SEBRAE Santa Catarina Endereço: SC 401, KM 01, Lote 02 Parque Tecnológico Alfa - João Paulo CEP: 88030000 - Florianópolis – SC Telefone: 48 3221 0800

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