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Jornal da Juventude Comunista Avançando | Janeiro de 2020 | Edição Especial | R$1,00 | a bs jcabrasil.org | f ffacebook.com/jcapclcpbrasil
A COLUNA PRESTES
A MARCHA INVICTA A chamada coluna Prestes foi uma marcha que atravessou, a pé e a cavalo, 25 mil km em 13 estados do país para denunciar a carestia e exigir o fim da República Café com Leite. Liderados pelo então capitão Luiz Carlos Prestes, cerca de 1.500 militares, vindos do movimento tenentista, venceram 53 batalhas. Durante dois anos, o movimento exigiu o fim da dominação oligárquica no país e a realização de eleições limpas. Reivindicavam o voto secreto, reforma do ensino público, com a obrigatoriedade do ensino primário e a moralização da política. Em resposta, o governo de Artur Bernardes enviou uma tropa de 14 mil homens para conter a rebelião. Enquanto o governo adotada um tática de “guerra de posição”, estabelecendo uma base em São Luís Gonzaga (RS), Prestes e o tenente Mario Portela Fagundes assumem a técnica de “guerra em movimento”, espécie de lógica de guerrilhas.
OBJETIVOS > Percorrer o território brasileiro, incentivando o povo a se rebelar contra o governo e as elites agrárias; > Derrubar a República do Café com Leite e o governo de Arthur Bernardes; > Implantar o voto secreto e o ensino fundamental obrigatório no Brasil; > Acabar com a miséria e a injustiça social no Brasil. Prestes aboliu os castigos corporais, preocupou-se com a qualidade da alimentação de seus comandados, contratando cozinheiro e padeiro. Mais do que isso, organizou as atividades e o tempo dos seus subordinados de maneira que todos pudessem estudar, receber educação física e instrução militar, além de trabalharem na construção da linha férrea que ligaria Santo Ângelo a Giruá (RS). Prestes tornou-se professor e criou 3 escolas: uma para alfabetização e outras duas de primeiro e segundo graus. Cada soldado analfabeto foi entregue a um alfabetizado, que devia ensiná-lo a ler. Liquidou-se assim com o analfabetismo na companhia em três meses. Ao final, fizeram uma festa para entrega de diplomas e todos assinaram numa bandeira do Brasil, com dedicatória a Prestes. Disse Prestes: “Eu, estando conspirando, resolvi dar instrução aos soldados.” A Coluna, apesar de invicta, não conseguiu aglutinar o apoio popular necessário para derrubar o governo Bernardes. Liberados por Prestes, que dissolveu oficialmente o movimento em 3 de fevereiro de 1927, o grupo terminou dividido, uma parte foi para a Bolívia, enquanto outro partiu para o Paraguai.
z 25 mil km percorridos maior marcha da história
13 estados b 53 batalhas vencidas m 18 generais derrotados
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Apesar do caráter revolucionário da façanha desses homens que realizaram a maior marcha da história, os tenentistas defendiam um programa político de caráter liberal para o país. Durante a longa travessia, Prestes pôde conhecer melhor a realidade brasileira, especialmente dos agricultores pobres do Nordeste. Até o final de sua vida se compadecia e se emocionava ao falar de trabalhadores rurais pobres do Nordeste cultivando o solo duro da seca com facas, trabalhando de joelhos, pois não tinham implementos. Nessa longa jornada Prestes se deu conta de que já não bastava trocar Arthur Bernardes, eram necessárias mudanças mais profundas nas estruturas econômicas e sociais.
EM NÚMEROS Em 2 anos e 3 meses
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