Quando lemos Atos 2:42-47 não temos dúvida de como Deus atuou no início da igreja cristã, mas duvidamos de como nossa igreja local tem o mesmo desempenho e princípios de crescimento. A igreja de Atos recebeu uma promessa, a do Espírito Santo; e uma missão, ir por todo o mundo. Receber a promessa dependia dos cristãos, porque Deus já estava disposto a dar. Alcançar o mundo com o evangelho dependeria de Deus, porque Ele teria que abrir portas para uma igreja perseguida pelo Império e pela liderança de Jerusalém. Dependeria também dos cristãos estarem dispostos a seguirem os princípios de crescimento indicados pelo Céu. O livro de Atos registra o sucesso daquele movimento, porque os membros seguiram valores desconhecidos, até então, mas que provaram ser relevantes para a expansão do evangelho.
A igreja precisa seguir o padrão de Atos 2, precisa ser uma igreja discipuladora, da qual surjam novos líderes constantemente. Um povo de oração que lê a Bíblia, que tem comunhão com Deus e com as pessoas ao redor, e que possua forte desejo de salvá-las. Isso requer atividades nos templos, nas casas e nas ruas. Nas casas, nós nos reunimos informalmente para nos edificarmos espiritualmente e planejarmos como alcançar os amigos. Nas ruas, nós atendemos às necessidades das pessoas de acordo com os dons espirituais do pequeno grupo e convidamos intencionalmente as pessoas para irem aos PGs e templos. Nós precisamos buscar e salvar essas pessoas. Feito isso, nós temos as reuniões no templo para celebrarmos.
Está em suas mãos a tão esperada lição exclusiva para o pequeno grupo de jovens. Ela é altamente moderna e contém uma linguagem contemporânea. O seu conteúdo tem o formato de séries. São quatro séries, de treze episódios divididos em três temporadas cada. Ou seja, a cada trimestre a discussão do grupo vai girar em torno de um assunto intrigante. Basta conferir as sinopses e, certamente, você se encantará. Neste material você encontrará, além dos textos para discussão, alguns detalhes importantes: 1. QR CODE contendo o spoiler de cada lição. 2. QR CODE contendo o spin-off. Aqui você terá um material adicional. 3. Desafios práticos semanais.
4. Desafios mensais com datas pontuais. Existe um “DIA D”, a cada mês, onde nossa juventude irá às ruas para impactar a comunidade. O pequeno grupo de jovens que realizar os desafios e postar nas redes sociais indicadas, estará concorrendo, automaticamente, a placa de “PG DESTAQUE” do mês. Paralelo a este material, cada líder de pequeno grupo de jovens receberá, semanalmente, um vídeo com dicas do autor para dinamizar o estudo da lição. E aí, curtiu? Agora, é só partir para os encontros semanais e se deliciar nas MELHORES SÉRIES DA SUA VIDA!
Pr. Rafael Santos Ministério Jovem União Nordeste Brasileira
Não há como negar: os jovens de hoje são apaixonados por séries! A chamada “geração Netflix” está tão ligada nesse tipo de programa que, de acordo com uma pesquisa divulgada pela Morning Consult, 45% dos jovens entre 18 e 29 anos já cancelaram saídas para ver streaming, e 86% deles já perderam a hora de dormir por estar vendo séries. As séries encantam por levarem a mergulhar em dramas existenciais de pessoas que se assemelham a nós. É exatamente por isso que a Bíblia é tão relevante hoje em dia. Suas histórias, divididas em capítulos são como séries empol-
gantes sobre a vida de pessoas comuns que viveram o extraordinário. A Bíblia foi por muito tempo o Netflix do povo de Deus. Suas histórias encantavam e a vontade de conhecer os próximos capítulos levava os homens de Deus a maratonar por suas páginas. O propósito da nova lição do PG My Style de jovens é justamente este: resgatar a paixão do povo de Deus pelas melhores séries que já foram escritas. Espero que você curta e compartilhe esse novo jeito de estudar a Bíblia em comunidade!
Pr. Diego Rafael Barros Ministério Jovem Associação Pernambucana
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À beira do mar da Galileia há um homem. Alguns dizem que ele é um profeta, outros afirmam ser ele um curandeiro. Uma multidão se reúne ali para ouvir aquele célebre desconhecido. As sinagogas locais estavam ficando pequenas demais para suas pregações. Ao ar livre, concorrendo apenas com o barulho das ondas que arrebentavam na praia, ele contou uma história encantadora sobre fracassos e sucesso. A primeira parábola que Jesus contou fala sobre os obstáculos da fé e as frustrações daqueles que abandonaram a igreja. O primeiro grupo torna-se vítima dos enganos de Satanás e sucumbe. O segundo, recebe o evangelho com euforia, mas não resiste a perseguição. O terceiro, é asfixiado por cuidados mundanos, pela sedução da riqueza e pela cobiça. O último grupo é formado por aqueles que permaneceram na fé, livres de impeditivos externos e frutificaram. Na versão da parábola contada por Lucas, há um indício da razão do êxito da semente que germinou: “[eles] a retém e dão fruto com perseverança” (Lc 8:15). Embora a parábola descreva três situações que impossibilitam a semente (que é palavra de Deus) germinar, o seu foco não está no fracasso dos que abandonaram o Evangelho, mas na vitória daqueles que perseveram. Não se deve ler a parábola pensando: “Que pena! A maior parte das sementes são desperdiçadas.” Ao contrário disto, a ideia central é: se três sementes se perdem,
a que perseverou e sobreviveu produzirá exponencialmente trinta, sessenta ou cem frutos.
1. Qual você acha que é o papel da perseverança na vida cristã? 2. Leia Marcos 4:14-20 que tipo de solo você acha que predomina hoje? Com qual deles você se identifica? 3. Se o brotar da semente tem mais a ver com o tipo de solo que a recebe do que com a qualidade da semente ou a habilidade do semeador, qual é o meu maior impedimento para crescer na fé? Como resolver isso?
Esta é a primeira parábola contada por Jesus, e isso não é acidental. A parábola do semeador é uma reflexão de como será o ministério do próprio Jesus e a vida dos seus seguidores. O primeiro quadro do evangelho em parábolas apresenta o drama
de perder irmãos que desistirão da fé, mas também a gigantesca grandeza daqueles que haverão de permanecer imparáveis. Algumas sementes irão se perder, mas o que importa é que cada semente que germinar e crescer se multiplicará. Não há prejuízo para o Reino de Deus. Uma semente que germina, brota e produz tantos frutos compensa a morte de outras três. O reino de Deus é formado por sobreviventes. Campeões que perseveraram. Esta é a lição da primeira história. Na próxima semana, veremos uma história que nos lembrará que as aparências enganam. Desafio Prático: Que tal juntar o PG para visitar alguém que está enfrentando obstáculos e orar por essa pessoa? Aproveite e convide-a para o próximo encontro do seu #pgmystyle.
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Os grandes feitos não são conseguidos pela força, mas pela perseverança. Samuel Johnson
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As histórias do Contador estavam incomodando os líderes locais. As pessoas se reuniam para ouvi-lo e praticamente não apareciam mais nos intermináveis debates sobre a lei que eles travavam entre si. Então, eles tentaram minar a confiança da população nas palavras do Contador dizendo que eram apenas fábulas infantis, apenas para serem ouvidas e não praticadas. A resposta viria também em forma de uma história sobre homens construindo suas casas. Ao imaginar a parábola descrita em Mateus 7, pensamos que a primeira casa está situada visivelmente sobre uma rocha e a segunda, sobre um terreno arenoso. Mas não é bem assim. Existe um detalhe na versão de Lucas sobre esta história que nos leva a uma compreensão mais profunda do tema. É dito que o homem pudente, ao edificar a sua casa, “cavou, abriu profunda vala e lançou o alicerce sobre a rocha” (Lc 6:48). A rocha não estava na superfície. Não estava à vista. No dia ensolarado, ambas as casas são indistinguíveis. Ninguém consegue enxergar o perigo. Mas na hora da enchente e da tempestade, só restam ruínas daquele que tinha se preocupado mais com a fachada do que com o alicerce. Essa é uma parábola que fala do engano das aparências, que só os acidentes de percurso na vida podem desfazer. Ela fala sobre o fundamento, o que está embaixo, o que ninguém pode ver.
É aí onde muitos de nós falhamos. Não é uma história simplesmente sobre escolher o terreno; é sobre o quão disposto você está a cavar fundo. E aqui, cavar mais fundo significa praticar.
1. Você acha que hoje nós estamos mais preocupados com a fachada da nossa fé ou com o alicerce dela? Por quê? 2. Leia Mateus 7: 24-28. Você percebeu que as tempestades recaem sobre ambos? O que isso nos ensina sobre a vida? 3. A história é sobre a diferença existente entre pessoas que praticam a palavra e as que apenas a ouvem. Na sua opinião, o que é praticar a palavra de Deus?
Cavar mais fundo não é estudar mais teologia. Cavar mais fundo não é ler ou conhecer mais. Cavar mais fundo não é assistir pregadores famosos. Embora tudo isso seja muito bom, no fundo, no fundo, o que importa não é o quanto você sabe. É o quanto você pratica do que
sabe. Quando falamos em praticar, não estamos falando sobre cantar, pregar ou coisas do tipo. Lembre-se que a prática nessa história está relacionada com o alicerce, que é uma coisa que fica oculta nas construções. São as práticas secretas as que mais importam. Aquelas que você faz quando ninguém está vendo para aplaudir. Não tem problemas em ter uma bela fachada, mas se o alicerce não for a principal preocupação, a casa vai cair! Na próxima semana veremos até onde o Contador estava disposto a chocar seu público para lhes contar uma grande verdade. Desafio Prático: Faça uma lista com as coisas do evangelho que você não conseguiu praticar ainda, em seguida, ore para que Deus lhe ajude a praticar!
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Só se conhece o que se pratica Barão de Montesquieu
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As histórias do Contador muitas vezes chocavam o seu auditório. Depois de seus discursos polêmicos, as pessoas ficavam por horas discutindo. Na opinião de alguns, ele se excedia e passava dos limites no seu discurso. Para outros, ele trazia de volta os limites que foram perdidos. Isso aconteceu com muitas de suas histórias, mas, se existe uma parábola que até hoje ecoa o incômodo do auditório, esta é a que retrata o mordomo infiel. Quem olha para a história registrada em Lucas 16:1-15 superficialmente, pode ser levado a acreditar que ela confirma o ditado popular: o mundo é dos mais espertos. No contexto de fraude e corrupção que vivemos, essa parábola nos deixa certamente incomodados. As piores histórias que podemos ouvir são aquelas em que os maus se dão bem. Se a maldade é recompensada, qual motivação eu teria para permanecer justo? Se você também fica chocado com essa história e ela incomoda a sua mente e os seus valores morais, saiba que o objetivo da história era exatamente esse. Para que você respire aliviado, saiba que Jesus não elogiou o mordomo infiel por sua desonestidade. A razão do elogio se devia a “sua percepção de que o dinheiro não é um fim em si mesmo” (Lawrence Richards). Na verdade, o louvor de Jesus beira à ironia: “os pecadores
são mais espertos e diligentes em relação ao seu bem-estar temporal do que os santos em relação ao trabalho de acumular tesouros para a eternidade” (John MacArthur).
1. Leia Lucas 16:8. Como você acha que os filhos das trevas são mais sábios que os filhos da luz na administração dos recursos? 2. No Novo Testamento, Jesus falou mais sobre dinheiro que sobre amor. Você se sente incomodado com sermões que tratam sobre dinheiro? Por qual motivo? 3. Seja sincero, você tem consciência de que tudo que possuímos é de Deus, ou você se comporta como se tudo fosse unicamente seu? Neste caso, o que fazer?
No desfecho da parábola, fica claro o protesto daqueles que eram o alvo das críticas de Jesus: “Os fariseus que eram avarentos, ouviam tudo isso e o ridicularizavam” (Lc 16:14). A parábola não parabenizava o aproveitador. Antes, ela re-
provava aqueles para quem o dinheiro era um fim em si mesmo. Aqueles que fariam qualquer coisa para possuí-lo e que não estavam dispostos a sacrificá-lo, mesmo em função do seu bem-estar eterno. De certa forma, Jesus ironiza a atitude dos cobiçosos, dizendo-lhes que não são espertos o suficiente nem para serem corruptos. A conclusão da cena é com certeza um golpe naqueles que faziam do dinheiro um objeto de adoração: “aquilo que é elevado entre homens é abominação diante de Deus” (Lc 16:15). Na próxima semana, veremos uma história radical, na qual a incapacidade é mais valorizada que a competência. Você não pode perder! Desafio Prático: Faça uma planilha com os seus gastos, depois veja quanto da sua renda está dedicada ao serviço de Deus. Se o resultado chocar você, faça já uma mudança em sua vida!
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Se você tratar o seu dinheiro como seu deus, logo ele te atormentará como um demônio Henry Fielding
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Os fariseus eram os queridinhos do judaísmo do século I. Eles eram religiosos ordeiros, pragmáticos e bons cidadãos. Moralistas destacados, cumpriam a lei à risca, sem pestanejar. Os publicanos, em contrapartida, eram os grandes vilões da época. Eles cobravam impostos abusivos dos quais se aproveitavam para ampliar as suas riquezas. Na Judeia, eram considerados traidores, estavam na mesma categoria que os assassinos e ladrões. Corruptos de má reputação. Perto deles, políticos envolvidos na Lava-Jato eram anjos. Ambos agora oravam. A oração do fariseu mostra como ele mandava bem! Ele passou a oração inteira contando vantagens para Deus. Basicamente, ele dizia: “Deus, parabéns por mim! Graças te dou porque eu sou o cara!” O fariseu da parábola é um fariseu raiz. A lei exigia o jejum uma vez ao ano, mas ele jejuava duas vezes por semana. Ele dizimava de tudo que ganhava, o que na linguagem da época significava que ele dizimava inclusive dos presentes que eram recebidos. Ele era, sem dúvidas, um fariseu máster avançado! Já o publicano repetia para Deus os insultos que sofria por parte da população enquanto, de cabeça baixa dizia: “Deus, eu sou um pecador, um vacilão!” O publicano não foi ao templo para lembrar Deus de seus méritos, ele foi para encontrá-lo.
1. Quando você se compara com os pecadores da sociedade, como você se sente? 2. Numa era de intolerância à hipocrisia, você não acha que é perigoso adotarmos o “orgulho do publicano”, uma reação de repulsa à santidade e pecaminosidade declarada, sem causar vergonha? 3. Como equilibrar a busca pela santidade com a graça superabundante para com os que erram?
pode ser contado conta.” O Contador de histórias não se preocupava com a opinião pública. Seu discurso era emocionante, justamente por não ser politicamente correto. Ele deixou claro que “a luz do evangelho que se acende para nós não é para iluminar as nossas virtudes, é para nos mostrar a nossa miséria” (Ed René Kivitz). A próxima história vai mostrar um outro contraste: agora entre os omissos e os desinteressados. Mais uma vez o Contador vai chocar o mundo. Será que ele também irá chocar você? Desafio Prático: Você já praticou discurso de ódio contra algum político corrupto? Ore por ele essa semana. Ore também por você, lembrando que é tão pecador quanto ele(a).
Nossas orações falam mais sobre nós mesmos do que imaginamos. “A postura do fariseu é descrita de forma breve, ao passo que sua oração é longa; a oração do publicano é breve, mas a sua postura é exaustivamente descrita” (Klyne Snodgrass). A maneira como nos aproximamos de Deus, importa tanto quanto as palavras de nossas orações. O fariseu tinha uma religião calculada, ele contava as vezes que jejuava, a quantidade de dinheiro que dava, além de seus acertos religiosos. Todavia, como atestou Albert Einstein: “Nem tudo que conta pode ser contado, e nem tudo que
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O coração do problema, é o problema do coração John Stott
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As histórias do Contador não falavam apenas de uma transformação religiosa. Elas também anunciavam uma inversão nas prioridades da sociedade. Num mundo que era pautado pela bajulação, o serviço agora reestabeleceria a ordem social. Em uma parábola sobre o juízo final que está em Mateus 25: 31-46, ele mais uma vez estava prestes a chocar aquela sociedade autossuficiente. Nessa parábola, a humanidade é dividida em dois grupos. A expectativa dos religiosos era: os que têm a mesma fé que eu e os outros. Mas, contrariando o senso comum, o Mestre das histórias começou a falar sobre cuidado com o outro. O juiz da parábola não utiliza como critério a guarda do sábado, o dízimo, ou o cuidado com a saúde, como pontuou George Knight. Embora estas coisas fossem importantes, havia algo que não seria deixado de lado no juízo final: o amor ao próximo, o cuidado com o semelhante. Alguém pode pensar que aqui encontramos um indício de que a salvação seria pelas obras, pelo que fazemos. Contudo, o que a parábola nos ensina é acerca da verdadeira fé. Não simplesmente a fé que professamos, mas sim a fé que vivemos. E mais, não é a fé que vivemos na igreja ou em um dia na semana. É a fé que define nossa conduta de amor com relação ao semelhante. Amor esse, que é descrito no original grego em
I Coríntios 13 não em adjetivos, mas sempre com verbos, demonstrando que sua natureza está mais ligada com ações do que com qualidades. Passividade nem de longe é um atributo do amor.
1. Com base nessa parábola, você concorda que o oposto do amor é o egoísmo e não o ódio? 2. Se o juízo final fosse hoje, e nós estivéssemos no contexto dessa parábola, como seria avaliado o nosso #pgmystyle? Estaríamos salvos ou perdidos? 3. O que podemos fazer para que o nosso #pgmystyle tenha atos sistemáticos de compaixão, como os que estão descritos nessa parábola?
A parábola do julgamento é um golpe fatal na fé formalista de pessoas que se importam apenas com os importantes e, isso muda radicalmente nossa forma de enxergar o mundo: não são os famosos ou poderosos que merecem a nossa aten-
ção. “Quando as nações se reunirem diante dEle, não haverá senão duas classes, e seu destino eterno será determinado pelo que houverem feito ou negligenciado fazer por Ele na pessoa dos pobres e sofredores” (Ellen G. White, O Desejado de Todas as Nações, p. 637). Em um mundo onde idolatramos o sucesso, as histórias do Contador causam espanto. Sua próxima história vai nos encantar com uma nova forma de ver o perdão. Desafio Prático: Estabelecer com o nosso #pgmystyle um ministério de cuidado aos necessitados, fazendo o que Jesus ensinou.
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Deus se enfurece quando temos uma cara para Ele e outra para os necessitados Timothy Keller
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“Somente os fortes têm a capacidade de perdoar.” Quem disse isso? Gandhi. Ele não era cristão. Me impressiona que, às vezes, as pessoas que não aceitaram Jesus como Senhor de sua vida, tenha mais fé no perdão, que nós, que provamos o perdão divino. No fundo, no fundo, não queremos perdoar. Perdoar é perder. É levar desaforo para casa. Segundo C. S. Lewis, todo mundo diz que o perdão é algo maravilhoso, até que tenha algo para perdoar. Nos dias do grande Contador de histórias, o perdão era incentivado, porém, dentro de um limite aceitável: até três vezes. Foi quando lhe perguntaram sobre quantas vezes se deveria perdoar alguém que ele inflacionou o perdão em uma parábola que causa incômodo até os dias atuais, fazendo do cristianismo, a religião do perdão. Um homem devia dez mil talentos a um soberano. Dez mil talentos é uma fortuna considerável. Klyne Snodgrass explica isso: “um talento é uma medida de peso em ouro, prata ou cobre. Ele variava entre 27 e 41 kg. Dez mil talentos não seriam menos do que 270 toneladas de metal. Dependendo do tipo de metal utilizado, um talento era equivalente a cerca de 6.000 denários e, à base de um denário por dia (cf. Mt. 20:2), um trabalhador precisaria de 164.000 anos para quitar a dívida”. Aquele homem devia quase duas mil e qui-
nhentas vidas ao seu patrão! E, de uma hora para outra, plim! A dívida some, ela é perdoada! Poucas horas depois, lá está nosso recém perdoado agredindo um pobre coitado que lhe devia uma mixaria de 100 denários. Agora, na sua vez de perdoar, o que ele faz? Ele cobra cada mísero centavo! E, por causa disso, pagou um preço alto pela sua insensibilidade e falta de compaixão.
1. Você acha que perdoar é esquecer uma ferida ou deixá-la cicatrizar? Por quê? 2. Você já teve que perdoar alguém? Conte para nós o que você sentiu? 3. Você já foi perdoado por algo de errado que você fez? Como foi a sensação?
No reino anunciado por Jesus, a nossa própria misericórdia estabelece o padrão pelo qual seremos julgados. Ao ligar a cena desta palavra com as imagens do juízo final, Cristo nos mostra que só vai obter perdão aquele que perdoar. A resposta ideal ao evangelho é perdoar como Deus nos perdoa. É tratar os outros como Jesus
nos tratou. A revista Galileu publicou uma matéria intitulada: “8 razões pelas quais o perdão faz bem para a sua saúde.” Segundo a matéria, “perdoar alivia o stress, reduz a pressão arterial e fortalece o sistema imunológico: todo mundo ganha ao fazer as pazes.” Como disse Fábio de Melo, “Perdoar é jogar fora o lixo que outros jogaram em você.” A próxima história do Contador vai responder a uma pergunta que muitos têm em sua cabeça: O que Deus espera de mim? Você está pronto para descobrir? Desafio Prático: Pratique o perdão essa semana e conte pra nós como foi a experiência.
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Errar é humano. Acusar é desumano. Condenar é satânico. Perdoar é divino Diego Barros
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O que Deus espera de você? Você já se fez esta pergunta? No último episódio, vimos a grandiosidade do perdão divino. Mas uma vez perdoado, o que devo fazer? Qual a minha missão nesta terra? Para responder a essas questões, o Contador tinha uma outra história na manga. Uma história sobre mordomia. A parábola dos talentos é muito conhecida. Segundo ela, um homem rico ao ausentar-se de seu país deu uma certa quantia a três de seus servos. Cinco talentos ao primeiro, três talentos ao segundo e um talento ao terceiro. O primeiro servo e o segundo colocaram a mão na massa e fizeram as suas somas renderem. Já o terceiro, covardemente o escondeu. Seu pensamento era compreensível: é melhor guardar que perder. Quando o senhor retorna, ele se ira contra o terceiro servo e o pune. Pode parecer que a punição seja severa, afinal, ele não deu prejuízos ao seu patrão. Contudo, ao analisar a resposta dada ao seu senhor, “aqui tens o que é teu” (Mt 25:25), podemos perceber o que há de errado com sua postura. Ele não se esforça para que seu patrão seja beneficiado. Sua única preocupação é com o seu conforto e segurança. Este é o mesmo comodismo que se alastra como uma epidemia em nossos dias.
1. Deus confiou os Seus bens em suas mãos e espera que você faça o Reino dEle avançar. Como você se sente em relação a isso? 2. Leia Mateus 25: 19 e 23. Você já se deu conta que Deus não espera os mesmos resultados de todo mundo? Os dois servos receberam a mesma bênção. Como você se sente ao ler isso? 3. Você tem multiplicado aquilo que Deus colocou em suas mãos? Se não, como você pode fazê-lo?
que não temos habilidades iguais. Ele não nos premia pela produção, mas sim pelo esforço. Não importa quantos talentos você rendeu, você é um servo fiel porque fez o seu melhor para o avanço do Reino. Jesus nos ensinou a correr riscos e a sair da zona de conforto. Mas, e quando encontramos portas fechadas diante de nós? O que Ele tem a nos dizer? É exatamente isso que vamos saber na próxima semana. Desafio Prático: Esta semana saia da zona de conforto utilizando seus talentos para servir a Deus, depois conte para nós como foi!
Fidelidade é a capacidade de arriscar tudo o que se tem e até o que não se tem para agradar a Deus. É isso que Ele espera ver em nós. Ele vibra com o nosso esforço para o avanço da obra dEle, escolheu contar conosco, confiar em nós. Nos fez seus mordomos e nos permitiu unir nossas mãos às dEle para a construção do seu Reino. Perceba que um ensino intrigante dessa parábola é que “o povo de Deus é recompensado, não com grandes somas de dinheiro, mas com uma responsabilidade ainda maior” (Edward Schweizer), assim, servir a Deus é recompensado com mais serviço, uma prova inequívoca de sua confiança em nós, a despeito de nossas fraquezas. Outro detalhe importante é que Deus sabe
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As pessoas não são iguais em suas habilidades, mas elas podem ser iguais em esforço George Knight
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Uma pobre viúva grita tentando chamar a atenção de um corrupto juiz: “Julga a minha causa contra o meu adversário” (Lc 18:3). O juiz não lhe dá atenção. Mas ela é imparável. Ela insiste, persiste e não desiste. Todos já enfrentamos o dilema da oração não respondida. E como isso dói! Às vezes nossos motivos são pecaminosos, às vezes nos falta sinceridade, mas outras vezes, nos falta perseverança. Contudo, antes de entrar neste tema, é importante ressaltar que Deus não quer que vivamos num estado de paranoia espiritual, procurando os motivos pelos quais nossas orações não são respondidas. É melhor acreditar que Ele sabe o motivo de estar negando ou adiando a resposta dos nossos pedidos. Além do mais, a oração não deixa de ser um exercício. Orar é malhar os músculos da fé. E qualquer pessoa que já foi a uma academia sabe que o princípio da hipertrofia é a repetição. Da mesma forma, se você quiser fortalecer a sua fé, você vai ter que repetir este ato até que um dia sua fé será capaz de mover as montanhas em seu caminho. É importante perceber também, o motivo da oração da viúva. “Ela gritava a fim de remover o seu “adversário”, não o seu problema. Nós nos confundimos, às vezes achando que só por que nós temos uma necessidade, Deus deve nos res-
ponder ao nosso modo e no nosso tempo. Isso significa deixar a necessidade nos governar e não o Senhor. Independentemente do que você está passando agora, a sua necessidade pode até ser a sua resposta!” (Sandra Querin).
1. Como você lida com as suas orações não respondidas? 2. Você já desistiu de orar por algo ou alguém? Por quê? 3. Você ora mais quando tem problemas? Você acha isso certo?
8:26). Por quanto tempo Elias ficou de joelhos em oração perseverante após três anos de seca? Até aparecerem nuvens no céu (I Rs 18:44). Por quanto tempo Jesus orou no Getsêmani? Até Satanás ser derrotado. Por quanto tempo os discípulos permaneceram em oração no cenáculo? Até o Espírito Santo ser derramado sobre eles. Não importa qual é o nosso pedido de oração, se Deus nos guiou a orar por uma necessidade que cremos ser da vontade dEle, por quanto tempo devemos orar? Até chegar a resposta. A próxima história do Contador vai desafiar o preconceito e a religião. Até que ponto podemos ficar vulneráveis para ajudar a outros? Você precisa vir para saber! Desafio Prático: Vamos eleger um motivo de oração em nosso #pgmystyle e orar por isso até que Deus nos atenda.
Wesley Duewel escreveu: Por quanto tempo os discípulos se demoraram em Jerusalém? “Até serem revestidos de poder do alto” (Lc 24:49). Por quanto tempo Moisés permaneceu com as mãos erguidas a Deus em oração? Até Amaleque ser completamente derrotado (Êx 17:13). Por quanto tempo Josué segurou sua lança na direção de Ai, enquanto o exército a atacava? Até ela ser destruída (Js
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A oração [...] comove o céu Ellen G. White
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Um astuto intérprete da Lei tem uma pergunta para Jesus: “O que farei para herdar a vida eterna?” (Lc 10:25). A pergunta era estranha. O critério para que alguém herde algo é o DNA, e esse era o maior motivo de orgulho dos judeus. Jesus devolve-lhe a pergunta indagando o que estava escrito na Lei e como ele a interpretava (Lc 10: 26). Depois de fazer papel de bobo, mostrando que já tinha as respostas para a pergunta que havia feito, o homem então lança outra pergunta: “quem é o meu próximo” (Lc 10: 29)? Respondendo a isso, o Mestre das histórias contou uma parábola que fez pesar o clima. Um judeu foi assaltado e ficou gravemente ferido, à beira da morte. Um sacerdote e um levita, autoridades de sua nação, ignoraram seu estado e, afastando-se dele, seguiram seu caminho. Entretanto, contrariando a lógica do preconceito, um samaritano se aproxima dele, cuida de seu estado e ainda financia o seu tratamento. O Contador parecia ter ido longe demais. Os judeus se gloriavam de seu DNA, de seu pedigree. Eles eram filhos de Abraão, o pai da fé! Já os samaritanos, eram mestiços e sua religião era uma versão pirateada do judaísmo. Para os judeus, eles eram uma aberração da natureza, uma vergonha para os patriarcas. O que faz um samaritano como herói de uma história judaica? O desfecho da parábola é ainda mais perturbador. A questão levantada pelo intérprete da
Lei era “quem é o meu próximo?” (Lc 10:39); a reposta dada por Jesus foi “Qual destes três te parece ter sido o próximo do homem que caiu nas mãos dos salteadores?” (Lc 10:39). A moral da história era radical: Não importa quem é o seu próximo. Importa mesmo, quem é você! E se você se parece com alguém nessa história, certamente é com o homem caído, pois essa é a condição que iguala toda a humanidade.
1. O sacerdote e o levita eram apenas personagens, encenando a religião. Como corremos o perigo de nos parecer com eles, meros personagens da religião? 2. O que você acha do preconceito? Como Jesus nos ensinou a combatê-lo? 3. Nessa parábola, hoje, quem seria você?
Jesus é o samaritano que estendeu a mão para a humanidade caída na estrada. Ele sarou as nossas feridas, cuidou de nós, pagou o preço pela nossa recuperação e garantiu que vai voltar (Lc 10: 35). A sua graça aplica-se aos nossos méritos insuficientes para herdar a vida eterna. A
sua misericórdia aplica-se à nossa aflição, mostrando-nos a compaixão que nenhum homem, por mais religioso que seja teria coragem de demonstrar. A sua compaixão ultrapassa as exigências da Lei e serve de modelo para nós. Os heróis das histórias contadas por Jesus são figuras que estavam à margem da sociedade judaica. Mas, e quando a história é sobre uma família de nobres judeus? Será que ainda assim, podemos ser pegos de surpresa? Descubra no próximo episódio. Desafio Prático: Poste em sua rede social, uma mensagem contra o preconceito e a discriminação.
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A misericórdia fez o Samaritano enfaixar as feridas da vítima. A graça fez com que ele deixasse seu cartão de crédito como pagamento pelos cuidados com a vítima Ellen G. White
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De acordo com Hernades Dias Lopes, existem quatro estágios na vida do pródigo. Na casa do seu pai ele vivia insatisfeito, ele era feliz e não sabia , esse é o primeiro estágio. Ele queria ir em busca da felicidade, que certamente estava longe de sua casa, de sua família, onde ele se sentia um estranho. Sua postura é chocante, do tipo: “Pai, eu não quero seu amor, quero seu dinheiro”. Aquele filho já tinha matado o pai dentro de si. Ele não queria esperar para enterrá-lo. Por isso ele pede a herança. Pedir a herança é o mesmo que dizer que a vida seria proveitosa se o pai estivesse morto. Então ele parte para um país distante, para viver a ilusão de seu sonho de felicidade. Longe de casa, ele era infeliz e não sabia . De balada em balada, no país distante, o mais novo playboy da região tinha dinheiro no bolso e se entorpecia com o prazer. Falsos amigos interesseiros (como ele) o cercavam e o copo sempre estava cheio. Ele confundiu prazer com felicidade e pagaria muito mais por isso. Mas chega aquele dia que o dinheiro acaba, o copo seca e o prazer se torna a prisão. E como as coisas sempre podem piorar, “depois de ter consumido tudo, sobreveio àquele país uma grande fome, e ele começou a passar necessidade” (v. 14). Em sua miséria, ele era infeliz e sabia , mas também era orgulhoso demais para pensar em
voltar. Ele precisou ir ao fundo do poço, conviver com os porcos e desejar a sua comida para poder pensar na burrada que havia feito. Foi então que ele caiu em si (v. 17). Quando decidiu voltar para casa, nem queria ser aceito como filho, bastava ter o que comer. Ele voltou para casa e, para surpresa dele, o pai correu, o abraçou e beijou. Ao invés de um sermão, ele recebeu uma festa. Agora, ele era feliz, e sabia !
1. Por quais estágios da história do filho pródigo você já passou em sua vida espiritual? Em qual você está hoje? 2. Você já caiu em si alguma vez? Conta pra gente como foi. 3. Se o pai está sempre de braços abertos para nos receber, por que para alguns é tão difícil voltar para ele?
“Vou me livrar do meu pai!” Uma história que começa assim atrai a atenção do público em
segundos, por um motivo óbvio: ela desperta em nós sentimentos diversos, da indignação à empatia. Esta parábola mexe com a gente, especialmente em uma era dominada por filhos pródigos. Certa vez, alguém disse que a melhor queda é cair em si. O filho pródigo é alguém que pode confirmar isso. Foi quando caiu em si que ele levantou, sacudiu a poeira e deu a volta por cima. Não seria a hora de você fazer o mesmo? A volta daquele filho causaria ainda alguns desconfortos para alguns. Quer saber como? Descubra na próxima semana em mais um episódio de “O contador de histórias”. Desafio Prático: Faça uma postagem em suas redes sociais sobre o valor do arrependimento para você.
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Deus fez do arrependimento a virtude dos imortais Autor Desconhecido
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Aquele pai havia sido profundamente desrespeitado. Agora, seu filho está voltando. É hora do acerto de contas. Mas, espere! O que ele está fazendo? Ele levantou a barra de suas vestes e está correndo?! No Oriente Médio, homens de respeito não correm. Ao encontrar o rapaz, o pai o abraça e beija repetidamente. Ao invés de uma lição de moral, o pai tem uma declaração de amor. As ações do pai para com o pródigo nessa parábola representam, segundo Yohan Ignas, os três atos da redenção: o resgate, a restauração e a responsabilização do filho. Em primeiro lugar, o pai resgatou seu filho. Para aquela comunidade, o pródigo era extremamente indesejado em função de sua conduta e corria o risco até de ser apedrejado pelos moradores. Por isso, o pai tinha que correr. Ele cobriu-se de vergonha e foi motivo de zombaria por amor a seu filho. Quando o pai o abraça, ele está disposto a protegê-lo tanto do discurso de ódio da comunidade, quanto de possíveis pedras atiradas. Em segundo lugar, o pai restaurou a vida de seu filho. Na Palestina do século I, as sandálias eram um artigo de uso quase exclusivo da nobreza. Escravos, porém, geralmente andavam descalços. No momento em que o pródigo diz que não é digno de ser chamado filho, o pai ordena ao servo: “tragam já, sandálias para o meu filho!
Deem também a ele a melhor roupa, quero que todos vejam sua distinção”. Você consegue captar isso? Ao retornar para casa, Deus não faz de nós seus servos, ele nos reintegra imediatamente à família, faz de nós seus filhos! Como disse John MacArthur, “ignorando a própria reputação, o pai estava cobrindo o filho pródigo com honra sobre honra”. Por fim, o pai aproveitou a festa para responsabilizar o ex-pródigo, presenteando o filho com o anel da família. Se o calçado representava que o garoto era filho, a melhor roupa significava que ele era um filho de prestígio e o anel representava que o filho era o representante legal do próprio pai, ele era o mordomo da casa.
1. Por quais estágios da história do filho pródigo você já passou em sua vida espiritual? Em qual você está hoje? 2. Você já caiu em si alguma vez? Conta pra gente como foi. 3. Se o pai está sempre de braços abertos para nos receber, por que para alguns é tão difícil voltar para ele?
Se uma pessoa não assume responsabilidades no reino de Deus, é provável que ela não tenha experimentado o resgate e/ou a restauração, essa é a óbvia conclusão. A graça de Deus para com os pecadores arrependidos chega a ser escandalosa. Mas ela ainda vai te surpreender no último episódio de “O Contador de histórias”. Desafio Prático: Assuma uma nova responsabilidade em sua igreja local ou com o seu #pgmystyle.
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A misericórdia deu ao filho pródigo uma nova chance. A graça deu a ele uma festa Max Lucado
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Alguém, certa vez, disse que vitimismo é autopromoção. Dar uma de coitadinho é a estratégia favorita dos cínicos, lobos em pele de cordeiro que destilam veneno enquanto choram lágrimas de crocodilo. Assim, é o irmão do pródigo, perito em se fazer de vítima. Para tirar a máscara de coitadinho do irmão mais velho, precisamos avaliar suas ações e omissões na parábola. Ele, por exemplo, não é contra a partilha dos bens de seu pai – preste atenção que o pai reparte a herança entre ambos, o pronome está no plural (“lhes”. v. 12). O irmão pede a herança, mas ele também recebe. Ele diz que o pai nunca havia lhe dado um cordeiro, quando já tinha toda uma herança garantida nas mãos! Além do mais, ele passa na cara do pai os árduos anos de obediência melancólica, que na verdade só engordava a sua conta bancária, enquanto seu irmão estava fora da jogada. Ele era o único herdeiro e tudo que fosse construído era dele, o pai mesmo o lembrou “tudo que é meu é teu” (v. 31). Em sua indignação, ele não demonstra amor, respeito ou honra pelo pai e é incapaz de compartilhar de sua felicidade. Ao dirigir-se ao irmão como “este teu filho” (v. 30), o mais velho se aparta de sua família. Ele só pensa em como o retorno do seu irmão vai manchar a valiosa re-
putação da sua casa. Ele é como aquelas pessoas que se preocupam mais com o nome da igreja do que com aqueles que carregam o nome dela.
1. Você já sentiu pena do irmão do pródigo ao ouvir esta parábola e compartilhou dos sentimentos dele? O que isso revela sobre você? 2. O filho mais velho cumpria os mandamentos (v. 29), mas não amava seu pai e seu irmão. De que vale a obediência sem amor? 3. O filho mais velho termina no fim da história fora da festa. O que isso nos ensina sobre a salvação dos vitimistas autossuficientes?
Existem pessoas que são santas demais para ocupar o mesmo lugar que pecadores na igreja. Elas se levantam e vão embora, quando veem alguém que elas reprovam no púlpito. Sempre com ar de reprovação, criticam os mais jovens por sua conduta irreverente. Se acham merecedores de aplausos e favores pois trabalham arduamente
na causa de Deus. Vivem ameaçando entregar seus cargos para que as pessoas os adulem. Essas pessoas precisam urgentemente compreender a graça de Deus! O orgulho por ser irrepreensível impedia aquele filho de se misturar com seu irmão pecador e participar do banquete que celebrava a salvação. Talvez a maior lição já deixada pelo Contador está no paradoxo de que, às vezes, nossas boas ações nos separam mais de Deus que nossos pecados. Desafio Prático: Se você lembrou de alguém enquanto estudava essa lição, ao invés de acusar essa pessoa, experimente orar por ela.
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Perante Deus, ‘o que fazemos’ é menos importante do que o motivo ‘por que fazemos’ Amin Rodor
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A grande maioria dos adventistas já ouviu pelo menos um sermão na vida ligando a parábola das dez virgens à volta de Jesus. É na volta de Jesus que repousa a esperança do povo de Deus e é dessa promessa que deriva o nome da nossa igreja (adventista é aquele que aguarda a segunda vinda). Nós cremos nisso, nós esperamos por isso, nós cantamos sobre isso. Eu arriscaria dizer que “Breve virá” deve ser a estrofe mais cantada pelos adventistas a gerações, e, em nossa experiência religiosa, nós sempre associamos o virá com o breve. É exatamente por isso, que o versículo que nós lemos me deixou perplexo. Um dia, ao ler esse versículo, meu sistema bugou e eu pensei: “tem alguém me trolando!” Como assim “tardando o noivo”? Não pode! Como é que eu vou cantar “não tardará” quando eu leio na Bíblia “tardando o noivo”? A solução para esse paradoxo tem a ver com a ênfase da nossa pregação. Em nossa obsessão com o tempo, o breve acaba se tornando mais importante que o virá. Nós ficamos mais preocupados com os ponteiros do relógio do que em viver o evangelho. Vou tentar explicar melhor. Um dia sem ver seu crush parece uma eternidade, porém, um dia ao lado dele ou dela, passa voando. Uma coisa é passar o sábado confinado, esperando para fazer
uma prova; outra coisa é passar o sábado em um campori top das galáxias . O tempo é o mesmo, mas nós o sentimos passar de forma diferente nas distintas situações. Pode ser que agora você esteja meio tenso por que já sentiu que Jesus está demorando. Mas relaxe! Lembre-se que todas as dez virgens – as prudentes e as néscias – sentiram o efeito “demorou”. Todas elas dormiram! É normal sentir a demora, mas você precisa estar consciente disso para reordenar seus pensamentos nessas situações.
perde de viver a vida assistindo o movimento dos ponteiros. William Barclay escreveu: “Devemos viver de tal forma que não importe o dia da volta de Cristo.” Só assim, o evento vai se tornar mais importante que o tempo. A neurose do futuro não combina com a dádiva do presente, pois, como disse C. S. Lewis, “o presente é o ponto no qual o tempo toca a eternidade.” Hoje eu consigo cantar de boa “Não tardará” e “Breve virá”, porque eu sei que quando eu sinto que o noivo está demorando o problema está em mim e não nEle. As histórias do Contador mudaram o mundo, mudaram a minha história e, se você chegou até aqui, com certeza elas também mudaram você!
1. Como você se sente em relação à volta de Jesus? 2. Você já sentiu que Jesus está demorando? 3. O que você tem feito para se ocupar e não ser vítima do efeito “demorou” enquanto aguarda a volta de Jesus?
Desafio Prático: Arrumar algo para me ocupar espiritualmente enquanto aguardo a volta de Jesus!
Quem tem pressa, geralmente está orientado para o futuro. Quem fixa os olhos no relógio,
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Assim que eu descobri que o tempo voa, eu decidi fazer de Deus o meu piloto Diego Rafael Barros
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Vivemos em uma época na qual a geração acredita que ser feliz é mais importante do que ser correto. Nesta busca neurótica pelo prazer imediato, ninguém se nega à felicidade momentânea. Mas afinal, qual seria a melhor definição de felicidade? De acordo com as pesquisas do psicólogo Martin Seligman, professor da Universidade da Pensilvânia, a felicidade é algo baseado em 3 pilares: prazer, engajamento e significado . Para Seligman, o fracasso das sociedades ocidentais na busca pela felicidade é que elas se agarraram exclusivamente ao pilar do prazer, o mais frágil dentre os três. Em uma entrevista à revista Time, Seligman declarou que “engajamento e significado são bem mais importantes”. A felicidade, fruto exclusivo do prazer, tem curtíssimo prazo de validade, ela evapora rápido demais. Sem engajamento (se doar enquanto participa de algo, seja na família, no trabalho, ou na igreja, por exemplo) e significado (a consciência que você está fazendo parte de algo maior que sua vida), a felicidade será sempre um projeto arruinado. Chamamos a busca incessante pelo prazer de hedonismo termo que descreve o estilo de vida pautado pela tentativa de encontrar a felicidade através do prazer individual e egoísta. O hedonismo é o caçula mimado da egolatria; é a neurose do prazer, que causa uma espécie de inconsciente automutilação da vida. Gente que quer ser feliz a todo custo, não liga que está
destruindo-se quando sacrifica a consciência no altar do prazer. Não se pode ignorar, a felicidade pautada exclusivamente sobre o prazer exige um preço alto demais. Quando alguém se embriaga, nocauteia sua consciência. Enquanto alguém se droga, dilacera a sua vida. Se alguém leva o sexo para longe do terreno das recomendações de Deus, mutila seus relacionamentos. O hedonismo silencia a voz da consciência, escraviza a liberdade da vida e assassina a inocência do amor.
1. Na sua opinião, quais são os limites do prazer e como não ultrapassá-los? 2. Leia Gênesis 3:6 e responda, quais as consequências de valorizar mais o prazer do que a Palavra de Deus? O que aprendemos com a tentação de Eva? 3. Como viver em comunidade, através do #pgmystyle , pode nos ajuda a equilibrar prazer, engajamento e significado?
O prazer é a rota de fuga mais comum dos covardes que querem escapar das frustrações da vida e evitar dor, tristeza e sofrimento. Contudo, só dá valor ao sorriso quem sabe o preço de uma
lágrima. Quando a busca pelo prazer viola a consciência, o preço a pagar é o sentimento de culpa, um vampiro que suga a vida até a última gota, gerando o reverso do prazer: a depressão. Nem toda depressão é produto do hedonismo, mas, sem dúvidas ele foi o responsável por transformá-la em uma epidemia mundial. Em um raio-X da atualidade, Pascal Bruckner declarou: “A depressão é o mal de uma sociedade que decidiu ser feliz a todo preço”. Aqueles que passaram pelo Experimento da Graça aprendem a não demonizar o prazer, mas lidar com ele. O prazer é um ingrediente da felicidade e deve ser aplicado na dosagem correta para não estragar a receita. Desafio Prático: Decida com o seu #pgmystyle uma ação que leve significado e prazer que só podem ser achados em Cristo para uma instituição, grupo ou pessoa que esteja precisando.
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Não permita que a miragem do encanto distraia você do que vale para sempre Odailson Fonseca
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“Espelho, espelho meu!” E é assim que o conto de fadas vira pesadelo. Quando o espelho se torna o confidente e a balança passa a medir não apenas o peso, mas também a autoestima, nos tornamos escravos das aparências que tanto enganam quanto maltratam. A obsessão pela beleza dilacera a saúde mental e física, trazendo consigo algozes cruéis como ansiedade, baixa autoestima, anorexia, bulimia e o desconhecido TDC, transtorno dismórfico corporal, ou dismorfofobia, que é a preocupação exagerada com a aparência. Em casos mais graves, tudo isso pode levar à um quadro de depressão e, até mesmo, ao suicídio. No século XXI, a beleza se despiu do pudor e adotou a sensualidade como forma de comportamento místico. Agora, o corpo que antes exigia cuidado, demanda adoração, trazendo à existência uma nova religião: a do culto ao corpo. Muitos de seus adeptos utilizam o argumento da saúde para esconder a sua doença, uma obsessão compulsória pela beleza. Na religião do culto ao corpo, academias viraram santuários, dietas são a variante do jejum e as selfies tipo “antes e depois” são o testemunho de uma vida transformada no altar da aparência. A Bíblia, todavia, diz em Provérbios 11:22: “Como anel de ouro em focinho de porco, assim é a mulher bonita, mas indiscreta” (Pv 11.22 NVI). Talvez você ache meio machista essa de-
claração destinada exclusivamente às mulheres, mas lembre-se que na época bíblica não havia metrossexuais, e a beleza masculina não era explorada como hoje. No tempo em que vivemos, contudo, esta é uma mensagem para ambos os sexos. A regra de ouro para o belo é ser discreto. Não há problemas em querer ser mais bonito ou bonita. O problema é querer transformar o templo do Espírito Santo em objeto de desejo sexual. O que isso significa? Quando exibir os músculos for mais importante que testemunhar da fé, chegou a hora de reavaliar. Quando cuidar da aparência ocupa mais tempo que cuidar da alma, é hora de mudar de rumo. Quando me preocupo mais com rugas e culotes do que com pecados interiores, é hora de repensar. Quando o projeto verão se torna mais importante que o projeto céu, é hora de parar.
1. De zero a dez, quanto sua aparência física é importante para você? 2. O Brasil lidera o ranking mundial de cirurgias plásticas entre os jovens, ocupa a segunda posição em cuidados com o cabelo e é o terceiro no consumo de cosméticos. O que isso significa para você? 3. Como ser belo (a) sem ser vulgar e sem apelar para a sensualidade?
Quem passou pela metamorfose do Experimento da Graça sabe que seu corpo é um templo do Espírito Santo, e não uma vitrine de si mesmo. Quem é nova criatura, não se preocupa tanto em ter um corpo sarado, uma vez que está mais empenhado em ter uma alma sarada. Em suma, cuide de si, seja uma pessoa bonita e elegante. Invista nisso! Mas, sobretudo, cuide do seu caráter; ainda não inventaram maquiagem para o coração, nem cirurgia plástica que embeleze alma feia. Fica a dica: Jesus é o caminho, não a passarela. Desafio Prático: Planeje com o seu #pgmysytle um #projetocéu. Coloque os pontos indispensáveis para uma alma bela. Divulguem em suas redes sociais. Influenciem outros a cuidarem não só do corpo, mas da alma também.
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Melhor do que ter grande beleza é ter um grande coração Leonardo Da Vinci
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Alguém definiu o consumismo como “o ato de comprar o que você não precisa, com o dinheiro que você não tem, para impressionar pessoas que você não conhece, a fim de tentar ser uma pessoa que você não é”. Em essência, a alma do consumismo é a valorização do ter em detrimento do ser. Para o consumista, são as posses que definem a identidade, e são os produtos que lhe revestem de valor. Por ignorar a tendência da vida humana de oscilar entre “a ânsia de ter e o tédio de possuir” (como disse Schoppenhauer), o escravo do consumo vive preso em um loop infinito de querer, ter, entediar-se e querer de novo. O simples ato de consumir não pode ser designado como consumismo. O consumo é um produto legítimo das necessidades humanas que são limitadas, universais e objetivas (comer, beber água, vestir-se, etc.); já o consumismo, por sua vez, foge da realidade das necessidades para a ilusão dos desejos, que, por sua vez, são ilimitados, pessoais e subjetivos (fome de chocolate, sede de refrigerante, etc.). Assim, o consumismo é a doença do consumo, uma espécie de delírio inconsciente que convence o seu portador que desejo é necessidade. Essa forma adoecida de consumo acabou tomando contornos de religião. Marcas são símbolos sagrados que representam uma filosofia e um estilo de vida. Balcões de lojas são altares, onde se sacrificam salários para aplacar a ira de
uma divindade que exige tudo que você tem. O fast-food se tornou a santa ceia de um povo que celebra, nas praças de alimentação, o prazer de saciar o próprio apetite. Não é de admirar, portanto, que o consumismo também invadiu o cristianismo e tem ditado as regras da adoração de muitos. Aqueles que estão acostumados a uma semana de consumo, não terão uma postura diferente nas igrejas no sábado pela manhã. O consumidor do século XXI é exigente, por isso, o adorador consumista considera o culto como um espetáculo de boa música e pregação inspiradora. Assim, a religião do consumo tem causado o consumo da religião. O religioso consumista inverte o evangelho e vai à igreja para ser servido e não para servir; ele vai à igreja para ter uma bênção, mas não sai de lá para ser uma bênção.
1. De zero a dez, qual sua nota na escala do consumismo? 2. O consumismo fez surgir a era dos descartáveis, diminuindo a vida útil de muitas coisas. Como isso afeta os nossos relacionamentos? 3. Como o consumismo afeta o ato de adorar e a missão da igreja?
O vazio que o consumismo tenta tapar, para C. S. Lewis, é a prova de que não fomos feitos para este mundo: “As criaturas não nasceriam com desejos se não existisse a satisfação para esses desejos. [...] Ao descobrir em mim um desejo que nenhuma experiência no mundo poderia satisfazer, a explicação mais provável é que eu tenha sido feito para outro mundo”. Aqueles que passaram pelo Experimento da Graça não são consumidos pelo consumismo. Para estes, a sexta-feira do calvário sempre terá mais valor que qualquer Black Friday pois eles sabem que não são peças de liquidação e que seu valor incomparável é definido não pela marca do seu tênis, mas pelas marcas no corpo do Salvador. Desafio Prático: Nessa semana, junto com o seu #pgmystyle, faça a terapia do desapego: Separem e doem coisas que serão úteis para outras pessoas.
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A marca da cultura do consumo é a redução do ‘ser’ para o ‘ter’ John Piper
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Descartáveis. Eles fazem parte do nosso dia-a-dia. Copos, talheres, sacolas, embalagens, canudos... Estamos cercados por eles, e, embora tenham facilitado nossa vida, constituem 70% do lixo marinho. Nós pensamos que nos livramos deles em poucos instantes, mas temos sempre que encontrar um lugar para eles longe dos nossos olhos. Mas, e quando pessoas se tornam descartáveis? E quando essas pessoas somos nós? É exatamente nisso que as pessoas se tornam quando o ficar faz parte do seu estilo de vida. Elas se conhecem, se tocam, trocam carícias e intimidades, se usam e depois são descartadas na lixeira do inconsciente do outro, como se não tivessem valor. Elas são apenas embalagens, depósitos de hormônios e sensações, cujo conteúdo é totalmente ignorado. Ficar é transformar relacionamento em entretenimento; é prostituição 0800. Alguém te pega, te usa e te descarta no lixão da sua vida. Quem fica , coloca a sensação acima do sentimento e o momento acima da história, fazendo da vida uma colcha de retalhos emocionais. Pessoas assim, desgastam sua capacidade de amar e olham para as demais apenas como meios de atingirem uma excitação ou um orgasmo. Definitivamente, não foi isso que Deus sonhou para os seus filhos. Algumas pessoas se entregam a esse tipo de relacionamento instantâneo por medo de se decepcionar ou por frustração com outros
relacionamentos. O que elas não sabem é que, enquanto tentam guardar o seu coração, elas estão desumanizando ele. Pelo medo de sofrer, elas estão se privando de encontrar a verdadeira alegria e o amor autêntico. Uma vida centrada na satisfação dos desejos da carne é a contradição do evangelho (leia Gl 5: 16-19, 24), e torna o indivíduo em um mero escravo do prazer. A pessoa que fica, se esquece que seu corpo é o santuário do Espírito Santo (leia I Co 6:18-19), propriedade do Deus que a comprou por um alto preço e deve ser glorificado em nós (leia I Co 6:20).
1. O que leva pessoas a ficarem ? Quais as consequências disso? 2. Como o hábito de ficar pode nos impedir de viver o verdadeiro amor? 3. Como ser tratado como descartável pode ferir nossa autoestima e nos confundir no tocante ao nosso verdadeiro valor?
Encontrei na internet um texto de um autor desconhecido que acho que vale a pena ser compartilhado: “Ao ficar com alguém, não esqueça que essa
pessoa também ficará com você – não só algumas horas – mas ficará com partes suas que jamais serão restituídas: o seu tempo, a sua moral, alguns conceitos de família, parte da sua pureza, ou até mesmo a sua virgindade, seja você homem ou mulher. E o pior é que depois de algum tempo você se sentirá usado, com a autoestima baixa, como se não fosse capaz de provocar um real e constante interesse em alguém”. Quem passou pela metamorfose do Experimento da Graça , tem consciência que, como disse Ellen White, “brincar com corações não é um crime de pequena magnitude aos olhos de um Deus santo”. Se esta prática autodestrutiva faz parte da sua vida, é hora de reavaliar e fazer as escolhas certas. Lembre-se: quem muito passa o rodo, um dia vira pano de chão. Desafio Prático: NÃO FIQUE! Decida ter relacionamentos sérios. Em oração, peça a Deus que o ajude nessa decisão.
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O verdadeiro amor nunca se desgasta. Quanto mais se dá mais se tem Antoine de Saint-Exupéry
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NOMOFOBIA (abreviação do inglês no-mobile-phone phobia ) é o novo vício do momento: a dependência do uso do celular. É nessa hora que você pensa: “Que exagero! Nada a ver comigo. Sou controladíssimo! Vamos discutir outro tema”. Que tal analisarmos os sintomas e descobrir se isso tem a ver com você? É rapidinho! Sintoma 1: Fissura . Quando você está pra baixo, na bad, você usa o celular para se sentir melhor? Você fica horas vendo memes , batendo papo no whatsapp ou stalkeando no instagram ? Já perdeu o sono assim? Se a resposta é sim, você começou mal. Sintoma 2: Abstinência . Não consegue ficar uma hora sem checar seu smartphone? Dorme com o celular do lado da cama e a primeira coisa que faz ao acordar é pegar o celular? Fica com ele mais tempo na mão do que no bolso? Sim? Mais um sinal de que as coisas não estão indo bem para o seu lado. Sintoma 3: Prejuízos . Já recebeu multa por usar o telefone no trânsito? Já se atrasou para compromissos porque perdeu a hora enquanto utilizava o celular? Fica doido por um aparelho novo e gasta mais do que pode para adquiri-lo? Fica navegando enquanto deveria estar fazendo outras coisas? Sério?! A parada está sinistra, hein? Sintoma 4: Descontrole . As pessoas próximas a você vivem reclamando que você não desgruda do celular? Já teve briga em relacionamento por
causa disso? Passa mais tempo conectado do que gostaria? Sim? Então a casa caiu!
1. E aí? Pelo que você viu aqui, você sofre ou não de nomofobia? 2. Você acha que o quadro de nomofobia é perigoso? Em que sentido? 3. Como ajudar pessoas, na igreja ou fora dela, que sofrem deste mal?
Quer se livrar da nomofobia? Aqui vão algumas dicas de um especialista, o Professor José Alexandre Crippa do departamento de neurociências e ciências do comportamento da FMRP-USP, para cair fora dessa! Não perca o seu sono! Jamais leve o celular para a cama. Deixe ele fora do seu quarto. Se a sua desculpa é que você usa ele para despertar, compre um despertador. Use a regra dos primeiros 45 minutos. Ao acordar, você deve se preparar para o dia que terá. Os primeiros 45 minutos são seus. Não cheque o celular antes disso. Carro ligado, celular desligado. Você vai economizar em multas e reduzir as chances de ter um acidente sério. Proteja você e os outros, motoristas e pedestres.
Desligue o celular no seu período mais produtivo. Enquanto executa tarefas que exigem concentração, desligue o seu celular e coloque longe do seu alcance. Saia da Matrix! Em qualquer reunião; nas refeições; brincando com seus filhos; confraternizando com os amigos, tudo isso é mais importante que o seu celular. Viva no mundo real e dê atenção ao que há a sua volta e a quem te ama e se importa contigo. Se nada disso der certo, procure rápido um profissional, antes que a coisa piore! Aqueles que passaram pelo Experimento da Graça, sabem que a única coisa da qual não podem desconectar é da graça de Cristo, caso isso aconteça, então há um verdadeiro motivo para entrar em pânico. Desafio Prático: Em dupla, façam uma analise se vocês sofrem de nomofobia. Apliquem as 5 dicas para que se livrem desse mal. Cada um será o suporte do outro nessa luta. Orem por isso agora e durante a semana acompanhem um ao outro nesse processo.
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O celular aproxima quem está longe, mas afasta quem está perto Autor Desconhecido
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Desde o censo de 2010, o IBGE incluiu uma nova categoria religiosa em sua pesquisa: os evangélicos não praticantes – gente que concorda intelectualmente com a Bíblia e até a defende nos círculos sociais, mas não age conforme o que acredita. Quando descobri isso, eu tomei um choque. Aí eu pensei nos inúmeros adventistas não praticantes que conheço, e vi que a coisa é séria. Gente que vive pedindo oração, mas quase não ora. Que defende a Bíblia e o Espírito de Profecia, mas quase nunca os leem. Pessoas que acreditam que o sábado é o dia do Senhor, mas passam esse dia dormindo ou alimentando o vício nas redes sociais. Irmãos que soltam améns altos ao ver um batismo na igreja, mas não mexem um dedo para compartilhar a sua fé. Foi então que, assustado, percebi que eles estão entre nós. Adventista não praticante para mim é uma contradição ambulante, do mesmo tipo que água seca e bola quadrada. Contudo, a mesma Bíblia que profetizou o surgimento dos falsos Cristos (Mc 13:22), também nos alertou sobre a aparição de falsos cristãos, que têm “aparência de piedade, mas negam o seu poder” (2 Tm 3:5). Adventistas não praticantes entram em uma classificação ainda mais ousada: a dos cristãos ateus. O cristão ateu é um livro de Craig Groeschell,
que trata desse dilema atual da nossa fé. Segundo Groeschell, cristãos ateus afirmam crer em Deus, mas não o conhecem de verdade, são mais fãs de Jesus que seus discípulos. São pessoas que se dizem perdoadas, mas não toleram o mínimo erro das pessoas. Eles não acreditam na mudança de outros, vivem voltados para o próprio sucesso e felicidade, e desesperam-se ao menor sinal de instabilidade. Eles se afastam da igreja, tentando se lançar em uma espécie de carreira solo da fé. São os que honram com os lábios, mas o coração está longe de Deus (Mt 15:8). O Senhor não espera de nós mera confissão de fé – até os demônios creem e tremem, e o próprio diabo cita as Escrituras ao conversar com Jesus! A diferença entre os verdadeiros cristãos e os falsos não está em suas convicções, mas em suas ações.
1. Como você identifica as pessoas que não vivem o que pregam? Como reage diante delas? 2. Seja honesto, você se considera um adventista não praticante em algum aspecto da sua vida? Qual? O que fazer para mudar? 3. Qual a diferença que a fé em Jesus Cristo faz na minha vida e na vida das pessoas ao meu redor?
Cristianismo não é um rótulo que você recebe ao frequentar cultos. Temos que tomar cuidado para não nos tornarmos o tipo de pessoa que define a sua religião, apenas porque tem um certificado de batismo pendurado na parede. Os que passaram pela metamorfose do Experimento da Graça compreenderam que crer é agir, fé é ação. Se você encontra hoje, alguma dificuldade em lidar com aspectos práticos da sua fé, ore a Deus e se aprofunde mais em seu relacionamento com Ele. Em breve, você verá os resultados. Desafio Prático: Foque em exercer a sua fé! Comece essa semana. Na sua família, na vizinhança, na faculdade, com os seus amigos, em suas redes sociais.
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Ir à igreja não faz de você um cristão, assim como ir à Disneylândia não faz de você o Mickey Mouse Diego Barros
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Viktor Frankl, psiquiatra judeu, ex-professor da Universidade de Viena e adepto do determinismo proposto pela psicanálise de Freud, acreditava que as circunstâncias provocavam respostas previsíveis nos indivíduos. Contudo, quando foi levado prisioneiro para o campo de concentração de Auschwitz, na II Guerra Mundial, Frankl teve uma mudança radical em sua teoria sobre a psicologia humana. O trecho abaixo é composto por recortes extraídos de seu livro Em Busca de Significado : Sigmund Freud afirmou em certa ocasião: “Imaginemos que alguém coloca determinado grupo de pessoas, bastante diversificado, numa mesma e uniforme situação de fome. Com o aumento da necessidade imperativa da fome, todas as diferenças individuais ficarão apagadas, e em seu lugar aparecerá a expressão uniforme da mesma necessidade não satisfeita.” Graças a Deus, Sigmund Freud não precisou conhecer os campos de concentração do lado de dentro. Seus objetos de estudo deitavam sobre divãs de veludo desenhados no estilo da cultura vitoriana, e não na imundície de Auschwitz. Lá, as “diferenças individuais” não se “apagaram”, mas, ao contrário, as pessoas ficaram mais diferentes; os indivíduos retiraram suas máscaras, tanto os porcos como os santos. O homem não é uma coisa entre outras; coisas se determinam mutuamente, mas o homem,
em última análise, é autodeterminante. Aquilo que ele se torna - dentro dos limites dos seus dons e do ambiente - é ele que faz de si mesmo. No campo de concentração, [...] testemunhamos alguns dos nossos companheiros se portarem como porcos, ao passo que outros agiram como santos. O homem tem dentro de si ambas as potencialidades; qual será concretizada, depende de decisões e não de condições. Nossa geração é realista porque passamos a conhecer o ser humano como ele de fato é. Afinal, ele é aquele ser que inventou as câmaras de gás de Auschwitz; mas ele é também aquele ser que entrou naquelas mesmas câmaras de cabeça erguida, tendo nos lábios o Pai Nosso ou o Shema Yisrael [principal oração do judaísmo].
1. Seu caráter depende mais das decisões que você toma ou das circunstâncias às quais você é submetido? 2. Qual deve ser o limite da fidelidade de alguém a Deus? Você crê de verdade no que está dizendo?
Lembre-se de Abraão no Moriá e de José – seu bisneto – no poço e na prisão. Lembre-se de Rute, em sua viuvez e de Raabe, nos muros de Jericó. A lista se estende: os três hebreus na fornalha, Daniel na cova dos leões, Ester diante do Rei e os apóstolos diante das autoridades romanas. Todos imperfeitos, porém, imparáveis. Fracassados em muitos pontos, entretanto, donos de uma vontade insaciável de honrar a Deus. A crise não afetou o caráter deles, apenas serviu de pano de fundo para que a sua luz brilhasse mais intensamente. Assim são aqueles que passaram pelo Experimento da Graça. Desafio Prático: Faça agora um pacto com Deus de se manter fiel, mesmo que você erre ou caia, continue tentando.
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Quem tem um ‘porquê’ enfrenta qualquer ‘como’ Viktor Frankl
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A Comissão de Direitos Humanos de Nova Iorque reconheceu, em meados de 2016, a existência de 31 gêneros diferentes. Curiosamente, a lista não inicia com masculino ou feminino, mas sim com bi-gênero e cross dresser . As designações mulher e homem, só aparecem na lista ocupando respectivamente as posições 17 e 18. Ao que parece, o documento não quis dar a entender que os outros gêneros são derivações destes, para não colocá-los em algum tipo de posição privilegiada. Achou pouco? Se 31 gêneros forem insuficientes, o documento oficial ainda deixa espaço para a adição de novas identidades! Diante disso, a pergunta que não quer calar é: como a humanidade pode sair de uma identidade binária de gênero para uma multiplicidade tão complexa? A base desta confusão é uma distinção feita pelos proponentes da ideologia de gênero, segundo a qual o sexo é definido biologicamente, mas o gênero seria uma construção social. Entretanto, para considerarmos esta distinção, é necessário pensar a Bíblia como um livro retrógrado e ultrapassado. Pois, se a Bíblia for levada à sério, veremos que não há menção de nenhum tipo de construção de papéis sociais relacionados aos gêneros em nenhuma linha da Escritura. Se este assunto é tão importante, por que Deus silenciaria sobre isso e permitiria a humanidade agonizar sem esse conhecimento
– alegadamente tão libertador – por milênios? O texto bíblico que lemos conecta a imagem de Deus aos sexos biológicos da humanidade (homem e mulher). De alguma forma, a perfeita imagem de Deus é revelada no encontro entre o macho e a fêmea, tornando-se um (Gn 2: 24), assim como Deus é um (Dt 6:4). A discussão de gênero é fruto de uma espécie de esquizofrenia social, impossível de ser harmonizada com o relato da Bíblia, que em nenhuma ocasião incentiva uma conduta sexual que desvirtue o sexo biológico.
Segundo o American College of Pediatricians, as taxas de suicídio são vinte vezes maiores entre adultos que usam hormônios do sexo oposto e passam por cirurgias de mudança de sexo, mesmo na Suécia, que é um dos países de maior ação afirmativa LGBQT. Além do mais, de acordo com a mesma entidade, depois da puberdade, 88% das meninas e 98% dos meninos aceitarão o seu sexo biológico naturalmente. A ideologia de gênero é um cavalo-de-troia multicolorido que ameaça a saúde mental tanto de indivíduos como da sociedade. Aqueles que passaram pelo Experimento da Graça não se definem pela identidade de gênero, mas pela identidade do Gênesis.
1. Quem você acha que deve ter a palavra final sobre questões de gênero, a Bíblia ou os teóricos contemporâneos? 2. Como a ideologia de gênero confunde a nossa sociedade? 3. De que forma podemos ser contra tais ideologias sem discriminar pessoas?
Desafio Prático: Decida amar e respeitar todas as pessoas, mesmo quando elas pensam e agem diferente de você.
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Devemos defender e compartilhar a verdade de forma compassiva e humilde Joshua Harris
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Em maio de 2017, o Instituto Barna revelou os dados de uma pesquisa sobre a influência que cosmovisões não-cristãs têm exercido sobre o cristianismo de alguns no século XXI. Todos os entrevistados eram cristãos praticantes e os resultados do estudo foram impressionantes. De acordo com a pesquisa, incríveis 61% concordam com ideias da Nova Era, 54% aceitam pontos de vista pós-modernos, 36% estão alinhados com o marxismo e 29% acreditam em teorias baseadas no secularismo. Absurdamente, somente 17% dos entrevistados demonstraram estar harmonizados com a cosmovisão bíblica sobre esses assuntos. Tais dados constatam uma estranha tendência de pessoas que baseiam mais sua fé na autoridade do “eu acho” do que na Palavra do “Eu Sou”. Infelizmente, estamos assistindo o desenvolvimento de fé customizada, totalmente adaptada às preferências pessoais dos cristãos atuais. Deixe-me dar um exemplo. Você já deve ter visto alguém que coloca na descrição do seu perfil no Instagram sua religião em uma linha e seu signo logo abaixo. E talvez você esteja se perguntando agora: qual o problema com isso? A questão é que para a Bíblia, a culpa não é das estrelas – geralmente é sua, mesmo. Para os astrólogos, o movimento dos astros interfere no seu futuro, mas para a Bíblia, é o nascimento do
Sol da Justiça (ver Ml 4:2) que define a sua eternidade. E, quando essas duas visões colidem, elas não se misturam. Qualquer pessoa que diga acreditar em ambas as coisas, não leu a Escritura o suficiente, e está buscando apenas uma fé cool num Jesus pop e viver um cristianismo self-service. Na ânsia por aceitar tudo como sendo da mesma fonte espiritual, a única coisa que esses indivíduos vão conseguir é possuir uma fé contraditória, baseada na subjetividade de um coração enganoso (ver Jr 17: 9).
A religião bíblica não é um sistema operacional que necessita ser constantemente atualizado para suportar e ser compatível com os mais novos aplicativos do mercado da fé, atendendo as preferências de uma sociedade histérica que raramente sabe o que quer. Tome cuidado com isso. Os que passaram pelo Experimento da Graça sabem que misturar a verdade da Bíblia com as crenças populares é perigoso demais. Desafio Prático: Visite o site adventistas.org/pt/institucional/crencas/
e relembre as 28 crenças da Igreja Adventista do Sétimo. 1. Você discorda de algum ensinamento da igreja? Se sim, você faz isso baseado no que a Bíblia diz ou no que você acha? 2. Quais os riscos de uma fé contraditória baseada no achismo? 3. Como levar a outros, a mensagem de um cristianismo puro, numa época em que as pessoas acreditam que todas as religiões se complementam?
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A pessoa que seleciona da Bíblia o que quer e rejeita o que não quer, acredita em si e não na Bíblia Agostinho
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O exército iraquiano era o quarto maior do mundo na ocasião da Guerra do Golfo (19901991). Seus soldados eram bem-treinados e equipados, a força aérea era precisa, os tanques de última geração, as armas de todos os tipos e eles levavam certa vantagem por conhecerem melhor o território. Não seria fácil enfrentá-los, nem mesmo para a superpotência militar americana. Assim, para vencer aquela guerra, os EUA tiveram que utilizar uma estratégia inovadora: eles bombardearam as bases de comando e controle. Os aviões norte-americanos não fizeram dos depósitos de armas o seu alvo, nem tampouco do palácio do governo. Eles atacaram os centros de comunicação e o exército, incomunicável, não pôde organizar suas estratégias de combate. Assim, quando as tropas norte-americanas atacaram por terra, o exército iraquiano foi incapaz de mostrar resistência. Não se pode vencer uma guerra sem comunicação efetiva. Quando ficamos incomunicáveis, o inimigo invade nosso território. Situações como estas levaram Leonard Ravenhill a escrever: “Contamos com muitas pessoas que sabem organizar, mas poucas dispostas a agonizar; muitas que contribuem, mas poucas que oram; [...] muitos que interferem, mas poucos que intercedem”. Entretanto, não deveria ser assim. Se fracassarmos na oração, fracassaremos em todas as frentes de batalha.
Nós jovens, costumamos ter uma vida agitada. Trabalho, estudos, saídas com a galera, horas batendo papo nos grupos do whatsapp ou stalkeando o crush em alguma rede social... quase não sobra tempo para orar. Nossa comunicação com o céu está sendo drasticamente afetada pelos ruídos de nosso excesso de comunicação com a terra. Não tem o que questionar! Estamos precisando dedicar mais tempo para falar a sós com Deus!
esquecer que Deus não responde a uma oração que não tenha sido feita. Todos aqueles que passaram pelo Experimento da Graça entenderam que o Criador do universo está ao alcance de uma prece. Lembrem-se do que disse Ellen White, “Mais oração e menos conversa é o que Deus deseja, isso transformaria seu povo em uma torre forte” (Testemonies to Southern Africa, p. 53). Desafio Prático: A partir de agora, mantenha um diário de oração, escrevendo todos os seus pedidos e agradecimentos a Deus.
1. Quais são os maiores impedimentos para que você passe tempo em oração com Deus? 2. Como superar o desafio das distrações na oração? 3. Você acha que orar é mais “pedir para” ou “estar com”? Qual destes padrões suas orações seguem?
É impressionante que na era da comunicação, o maior perigo para o povo de Deus é fracassar em se comunicar com o céu. Nós aceleramos a comunicação, ampliamos os meios para isso, inventamos novas formas, investimos bilhões neste setor, mas raramente temos tempo para uma oração de qualidade. Todavia, não podemos nos
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A oração pode fazer o que Deus pode fazer Odailson Fonseca
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Na década de 1980, em San Diego, Califórnia, vândalos depredaram uma estátua de Jesus em frente à igreja do Cristo Rei, deixando-a sem as mãos. Os fiéis daquela igreja arrecadaram fundos para a reparação do monumento, mas o sacerdote local recusou as ofertas e decidiu apenas colocar na base da estátua uma placa com a inscrição: “Eu não tenho mãos, senão as suas”. As imagens artísticas de Cristo, quando não apresentam suas mãos pregadas na cruz, geralmente retratam suas mãos estendidas para abençoar a humanidade. Todos nós queremos ser abençoados por essas mãos, mas a maior lição da história acima é que nós somos essas mãos que abençoam. A maioria das pessoas só conhecerá o toque de Cristo pelas mãos de seus filhos. Mas, como fazer isso de forma eficiente e organizada? No livro Ministério com Jovens , o pastor Marcos Madaleno apresenta uma ferramenta para que cada Jovem encontre um propósito para seu ministério chamada de F.O.R.M.A., um questionário simples para tirar a galera da arquibancada e fazê-la entrar no jogo: • Formação Espiritual: Qual dom espiritual Deus te concedeu? (Ef 4:1) • Opções do Coração: O que você mais ama fazer e o que mais provoca dor em seu coração? (Pv 4:23) • Recursos pessoais: Quais são suas habilidades naturais? (Êx 31:3-4)
• Modo de ser: Como é sua personalidade? Ela se encaixa melhor em qual tipo de serviço? (1 Co 12:18) • Áreas de experiência: Quais experiências marcaram a sua vida? (I Pe 4:10)
1. Respondam individualmente ao questionário F.O.R.M.A acima. 2. Como podemos, agora, organizar nossos dons para salvar e servir?
O pastor Dwight Nelson contou que uma vez viu uma pequena menina que tremia de frio na rua e passava fome. Indignado, orou a Deus perguntando-lhe como Ele podia permitir aquela situação sem fazer nada. “Por que o Senhor não faz nada?” – era seu questionamento. Não demorou para que Deus o respondesse: “Filho, eu fiz alguma coisa. Eu fiz você”. Enquanto alguém questiona por que Deus não age em favor dos oprimidos, Deus questiona por que o seu povo
parece não se importar com eles. Ser as mãos de Jesus nesta Terra é uma honra para aqueles que passaram pelo Experimento da Graça. Eles sabem que uma vida de passividade é desperdiçada, e é no serviço do Reino que a sua existência ganha sentido de verdade. Desafio Prático: Juntamente com o seu #pgmystyle, encontre sua área de atuação para o reino de Deus e dedique tempo durante sua vida para isso. Comece esse semana!
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Ó Deus, perdoa as vezes que olhamos o mundo com os nossos olhos enxutos Frank Laubach
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Van Gogh, Abraham Lincoln, Albert Einstein, Winston Churchill, Jim Carrey, Princesa Diana, Bethoven e Santos Dumont. O que todas estas pessoas têm em comum? Em algum momento da vida, eles tiveram que lutar com alguma forma de depressão. A humanidade nunca ouviu falar tanto sobre essa doença como no século XXI. Atualmente, cerca de 400 milhões de pessoas convivem com o distúrbio da depressão e, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), esta será a doença mais comum do mundo em 2030. A depressão lidera a lista de doenças incapacitantes no mundo e os gastos com ela estão na casa dos 800 bilhões de dólares anuais. Alguns pensam que esta doença é simplesmente a falta de capacidade de sorrir e se alegrar, mas, como disse Andrew Solomon, “O contrário da depressão não é a alegria, mas, sim, a vitalidade”. Em suma, a depressão está ligada à falta de vontade de levar a vida adiante, o que por muitas vezes resulta em atentados contra si, e, até mesmo suicídio. No Brasil, a taxa de mortes ligadas a episódios depressivos (incluindo suicídios) aumentou 705% nos últimos 16 anos. No mundo, especialistas calculam que 90% dos casos de suicídio estão relacionados com a depressão. Em nosso país, o suicídio é a quarta maior causa de morte entre jovens na faixa dos 15 aos 29 anos. É
impossível olhar para estes números de forma passiva. Precisamos fazer algo, afinal, estima-se que 9 em cada 10 suicídios podem ser prevenidos, uma vez que para cada suicídio, houve 26 tentativas.
1. Você já teve depressão ou conhece alguém próximo que passou por isso? Como você reagiu a esta situação? 2. Na sua opinião, por que é importante falar de depressão e suicídio no ambiente da igreja, atualmente? 3. O que o nosso #pgmystyle pode fazer para ajudar pessoas que sofrem de depressão e tem tendências suicidas?
Depressão não é pecado. Mas pode ser pecado aceitar a depressão como estilo de vida. Não se adquire depressão por estar longe de Deus, mas essa condição pode sim afastar alguém dEle. O quadro depressivo pode te incentivar a desistir de muitas coisas, mas lutar contra ele faz parte do plano daquele que sabe que Jesus veio trazer vida em abundância. Para prevenir e
tratar a doença, ocupe seu tempo com o que te faz feliz, pratique exercícios físicos, tenha conversas positivas, ajude outras pessoas, tenha uma alimentação saudável e não tenha receio de recorrer à ajuda profissional. Em uma época em que se joga com a vida através dos desafios de morte da Baleia Azul e da Boneca Momo , é necessário entender que a vida é mais que um jogo. Em uma geração que sofre danos irreparáveis por ser vítima de bullying e fortes traumas emocionais, ninguém pode se dar ao luxo de achar que isso é bobagem ou capricho. Aqueles que passaram pelo Experimento da Graça estão dispostos a mostrar aos outros que para todo game over existe um play again. Desafio Prático: Pratique hábitos saudáveis para se livrar ou prevenir a depressão. Reúna o seu #pgmystyle e visite pessoas que sofrem desse mal.
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A depressão é uma prisão na qual você é tanto o prisioneiro como o carcereiro cruel Dorthy Rowe
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Na década de 1960, na Universidade de Stanford, um estudo conduzido por Walter Mischell submeteu crianças em idade pré-escolar a um dilema árduo. Os pequeninos escolhiam em uma mesa um doce de sua preferência – marshmallow, cookie, pretzel, etc. Em seguida, cada um era conduzido a uma sala onde ficaria isolado e teria que optar entre comer um doce imediatamente ou aguardar o retorno do pesquisador (que demoraria cerca de 15 minutos) e receber, então, dois doces. O experimento ficou mundialmente conhecido como o Teste do Marshmallow (suspeito que se o teste fosse aplicado aqui no Nordeste, ficaria conhecido como o Teste da Rapadura). A grande maioria das crianças que passou pelo Teste do Marshmallow se propôs inicialmente a esperar pelo retorno do pesquisador, mas, muitas delas não obtiveram sucesso. Algumas conseguiram aguardar por 5 minutos, outras por 10, mas apenas um terço dos pequenos conseguiu resistir por 15 minutos e receber o segundo doce. Você deve estar pensando: O que eu tenho a ver com esse experimento? Qual o sentido de prender criancinhas em uma sala e ficar “torturando-as” com a espera? A parte mais interessante do estudo não é o teste em si, mas o que se seguiu a ele. As crianças que passaram pelo teste foram acompanha-
das até a idade adulta e os índices de sucesso daqueles que conseguiram retardar a recompensa foram muito maiores em diversas áreas da vida: maior desempenho escolar, melhores empregos, salários mais altos, controle de peso, relacionamentos mais duradouros, etc. Não é de admirar que, na Oração do Senhor, um dos sete pedidos essenciais da vida cristã é: “não nos deixe cair em tentação”. Isto nos garante duas coisas. A primeira é que a tentação vai vir, não sabemos como nem quando, mas ela vai chegar. A segunda, é que quando ela chegar Deus pode me ajudar a vencê-la. Esta não é uma oração para escapar da tentação, é para resistir a ela. Esteja certo: nós não precisamos fugir, nós podemos vencer.
1. Você é do tipo que prefere recompensas imediatas ou sabe esperar? 2. Você pode compartilhar alguma história pessoal de vitória sobre alguma tentação? Como você se sentiu? Qual a sua estratégia para vencer as tentações?
Tempos depois do experimento do marshmallow, Walter Mischell voltou aos vídeos dos testes e percebeu que todas aquelas crianças passaram pela agonia da tentação. Os que conseguiram esperar também tiveram que lutar para resistir. O que fez a diferença foi que eles acharam formas de se distrair da tentação: eles cantarolavam, brincavam, fantasiavam e até falavam sozinhos. Eles não se concentraram no doce, eles ocuparam o seu tempo com outras atividades. Aquelas criancinhas nos ensinam que se você manter o foco na tentação, você vai cair. A melhor maneira de evitar a queda, é se afastar – mental ou fisicamente – da tentação. Aqueles que passaram pelo Experimento da Graça, sabem que a tentação de hoje pode virar o testemunho de amanhã e se recusam a trocar a doçura do céu pelo sabor decepcionante do pecado. Desafio Prático: Procure alguém que esteja enfrentando tentação e ajude essa pessoa. Se essa pessoa for você, peça ajuda.
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O que vale a pena possuir, vale a pena esperar Marcelo Pereira
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Violentas manifestações ocorrem na capital. Um terço dos moradores do Reino protesta contra o governo, alegando que o sistema é abusivo, manipulador e controlador. O líder da rebelião é alguém que até pouco tempo atrás ocupava uma das mais altas funções do gabinete do Rei. O discurso da oposição é uníssono: “O Rei não se preocupa com a nossa individualidade, suas leis são controladoras. Ele abafa nossos desejos e sufoca nossa liberdade. Queremos um regime mais democrático, já! É necessária uma análise do código legal”. Em virtude disso, foi instaurado um inquérito para analisar a legislação do Reino. Os assessores do Rei, contudo, informam que ele permanece em silêncio, como uma ovelha muda, e prefere dar tempo ao tempo para mostrar de que lado está a verdade. Essa pode parecer uma manchete de um telejornal atual, mas, na verdade, é uma descrição de um conflito político que está além da esfera terrestre. Antes que houvesse tempo, nos primórdios da eternidade, um querubim da mais alta patente levantou-se contra o Rei do Universo. Suas acusações eram exatamente essas. Ele se posicionou contra a Lei de Deus e levantou suspeitas gravíssimas sobre o Rei do universo. Acusou suas leis de tirania e seu governo de ditatorial. Então, Deus foi levado ao banco dos réus e agora os efeitos de suas leis sobre a criação são o
principal ponto de controvérsia sobre a natureza do seu regime de governo.
1. Imagine por um instante um mundo sem leis. Como você acha que seriam as relações entre os seres humanos em uma sociedade assim? 2. O que o silêncio de Deus, diante das acusações sofridas, revelam sobre o seu caráter? 3. Via de regra, chamamos de tirano alguém que utiliza coerção e ameaças para controlar pessoas, punindo-as caso elas não se sujeitem à sua vontade arbitrária. Qual, então, seria a diferença entre um governo tirano e o governo de Deus?
Com o poder que tem, Deus poderia ter executado seus opositores. Ao deixar os anjos rebeldes livres para formar uma sociedade à parte de suas leis, Deus lhes concedeu o benefício da dúvida. Tudo teria que ficar claro, mesmo em face de sua humilhação, tendo que se justificar diante do tribunal universal. Ou era assim, ou não have-
ria justiça. E a justiça seria feita mesmo que isso custasse ao Rei um preço alto demais a se pagar. As provas estão sendo reunidas, testemunhas sendo convocadas para depor, e você precisa escolher um lado. Na semana seguinte, você conhecerá a primeira evidência em favor do Rei. Perder isso pode impedir você de fazer a escolha correta. Desafio Prático: Gravar e postar nas redes sociais um vídeo tratando do caráter de Deus.
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Liberdade é o direito de fazer tudo o que a lei permite Montesquieu
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A rebelião iniciada na capital do Reino logo ganhou apoio da humanidade. Os humanos, embora fossem conforme a imagem de Deus (Gn 1:27), decidiram unir-se ao motim iniciado pelo querubim. Todavia, desde que eles aderiram ao motim, começaram a ter um comportamento jamais visto no universo. Em sua perversidade, eles inventaram muitos males: guerra, prostituição, canibalismo e a asquerosa prática da escravidão. Por alguma razão especial, o Rei decidiu intervir na Terra, iniciando um movimento de resistência à rebelião. O Soberano fez então, uma aliança com um grupo de humanos conhecidos como hebreus e os libertou da escravidão que viviam no Egito. Ao declará-los livres, apresentou-lhes as mesmas Leis que regiam a capital do Reino. Os anjos desertores prontamente ampliaram as suas acusações contra o Rei: – Vejam o que Ele está fazendo com esses hebreus! Ele prometeu liberdade, mas logo que possível ordenou que obedecessem àquelas leis hediondas da capital. Ele os tirou das mãos do rei do Egito para tornar-se seu novo Faraó! Em defesa do Rei, um homem hebreu conhecido como o Profeta declarou: – Ouça, ó Israel: O Senhor nosso Deus é o único Senhor. (Dt 6:4) As palavras do Profeta ecoavam o primeiro artigo da constituição divi-
na: “Não terás outros deuses diante de mim” (Êx 20:4). O Profeta e os hebreus sabiam que o Deus que os libertara era diferente dos deuses que eles haviam conhecido até então. Eles eram inconstantes, irados, arbitrários, escravizavam os humanos, e o pior, eram falsos! Era impossível se relacionar com eles. O Rei era diferente. Ele era amoroso, os havia libertado sem pedir nada em troca. Operou milagres incontáveis e provou que, além de tudo, era verdadeiro.
1. Existem coisas que nos escravizam hoje? Como Deus pode nos libertar delas? 2. No início dos mandamentos Deus relembra o povo que ele os libertou da escravidão. Para você, qual a relação entre lei e liberdade? 3. Ao iniciar o seu ministério na Terra, Jesus disse que veio libertar os cativos. De que maneira a Lei ajuda nesta libertação?
A exclusividade que Ele requer não é fruto de egoísmo, mas sim de cuidado. Uma vida baseada em mentiras é, no mínimo, perigosa. Se os outros deuses são fruto da imaginação corrompida da humanidade, permitir que pessoas vivam com base nesse teatro de ilusões seria crueldade. Deus nos protege, nos dando liberdade através da verdade (Jo 8:32) e um caminho a seguir através de suas Leis protetoras. O inquérito se desenrola. Na semana seguinte, você conhecerá mais sobre a Lei que o Rei concedeu aos hebreus. Perder isso impedirá você de fazer a escolha correta. Desafio Prático: Faça uma lista das coisas que Deus libertou você, depois faça uma lista com as coisas que você ainda precisa ser liberto. No final, ore e converse com Deus sobre isso.
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Onde não há lei, não há liberdade
O primeiro mandamento mostra que Deus, como autor e mantenedor da vida, é necessário.
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Mesmo depois que os rebeldes foram expulsos da capital, após o conflito com as tropas do Príncipe, os anjos desertores continuaram com as suas reivindicações. Eles insistiam que o artigo segundo da constituição, que proibia a utilização de imagens, era uma arbitrariedade do Rei e uma norma fútil demais para se preocupar: - “Isso é abuso de autoridade!” – diziam eles – “São apenas figuras! Por que a Lei condenaria algo tão irrelevante? Existem tantas coisas mais importantes com as quais o Rei deveria se preocupar!” Entretanto, o Rei insistia que esta era uma lei necessária. Os humanos não deveriam fazer imagens de Deus simplesmente porque eles já eram a Sua imagem (Gn. 1:27)! Um Deus vivo precisa ser representado por imagens vivas. Utilizar matéria sem vida – por mais suntuosa que esta seja – fere o principal atributo do Senhor: Ele é Deus dos vivos (Lc. 20:38). Além do mais, ídolos são insuficientes. Pois eles apenas demonstram umas poucas características da divindade. Se você constrói um ídolo, logo vai perceber que precisará de outros. É um ciclo vicioso. Uma hora você precisa de um deus para o amor, na outra você precisa de um para a guerra, e assim por diante. Foi exatamente por isso que João Calvino concluiu: “O coração humano é uma fábrica de ídolos”.
1. Você acha importante ter um mandamento só para falar sobre a idolatria? Por quê? 2. Um ídolo é tudo o que ocupa o lugar de Deus na vida de alguém. Refletindo nisso, quais são os novos ídolos a quem nossa geração tem adorado? Justifique sua resposta. 3. Se nós somos a imagem de Deus (ainda que desfigurada pelo pecado), qual atributo da humanidade, na sua opinião, mais reflete a glória de Deus?
Na antiguidade, ter acesso à imagem de uma divindade também significava que você podia manipulá-la. Na cultura nordestina, algumas mulheres colocavam a imagem de Santo Antônio de cabeça para baixo para castigá-lo porque o pobre santo não havia encontrado um marido para a donzela encalhada. Com a proibição da idolatria, Deus estava demonstrando que Ele não poderia ser controlado pelos homens. Era como se dissesse: “Eu não quero que vocês me carreguem em suas costas. Podem deixar que eu mesmo carrego vocês.” A lei continua sob ataque. No próximo encontro, você conhecerá o ponto mais mal compreen-
dido da Lei de Deus. Perder isso pode impedir você de fazer a escolha correta. Desafio Prático: Encontrar quais são os ídolos que possuo e me livrar deles. No próximo encontro, relatar a experiência.
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Somos uma miniatura daquilo que Deus é em sua forma infinita A. W. Tozer
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As tentativas de invalidar a Lei não tiveram sucesso. Contudo, os desertores não desistiriam de sua revolta. Ao invés de atacar a Lei, seu plano agora seria deturpá-la. Se eles fizessem com que os humanos não compreendessem a Lei, promoveriam a sua transgressão com base na ignorância. E, se havia um mandamento que ao ser adulterado provocaria danos à credibilidade dos demais, este era sem dúvidas o terceiro, uma vez que Deus não consideraria inocente quem falhasse nesse ponto (Êx 20: 7). Provavelmente, você aprendeu que o terceiro mandamento ensina a não falar ou pronunciar a palavra “Deus” com frivolidade. Entretanto, se você prestar atenção, vai perceber que o mandamento não diz: “Não falarás o nome de Deus em vão.” O que está escrito é: “Não tomarás o nome do Senhor, teu Deus em vão”. A expressão ‘tomar’ utilizada aqui tem o sentido original de ‘tomar sobre si’, ‘levar consigo’. Biblicamente, o povo de Deus carrega consigo o nome dEle, sendo chamado pelo Seu nome (II Crôn 7:14; Is 43:7; Ef 3:14-1). Outro ponto que chama atenção é que a palavra no texto original para ‘em vão’ tem o sentido de ‘vaidade’, uma vaidade do tipo que gera arrogância. Assim, o terceiro mandamento é um manifesto contra os religiosos que em nome de Deus agem com arrogância religiosa. Certamente, não existe
pior desonra ao céu que esse padrão de comportamento. Deus não inocentará esse tipo de pessoas, pois elas causam um enorme prejuízo à obra de Deus.
1. Por que você acha que Deus não inocenta aquele que toma o seu nome em vão? 2. De que forma nós ferimos pessoas em nome de Deus? 3. O que estamos fazendo ou podemos fazer para sarar pessoas que foram feridas em nome de Deus?
No decorrer da história, guerras santas, sacrifícios humanos, supostas bruxas queimadas nas fogueiras, homens torturados por sua fé, e inúmeras outras atrocidades foram praticadas por pessoas que alegavam fazer isso para agradar ao Senhor. Eles tinham Deus nos lábios, mas o diabo no coração. Estes fatos embasam argumentos utilizados por muitos neoateístas para descredi-
bilizar toda sorte de religião. Entretanto, o Deus da Bíblia já havia assinalado em seus mandamentos que pessoas que cometessem esses tipos de crimes contra a humanidade não seriam deixadas impunes. O Senhor não terá por inocente aqueles que carregarem consigo o Seu nome, mas agem com a arrogância dos perversos. A Lei continua sob ataque. No próximo encontro, você conhecerá o aspecto trabalhista da Lei de Deus. Perder isso pode impedir você de fazer a escolha correta. Desafio Prático: Procure alguém que foi machucado e ofereça conforto para essa pessoa.
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O pior de todos os pecados é fazer o mal em nome de Deus Dennis Prager
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De todos os mandamentos da Lei de Deus, o quarto é, sem dúvidas, o mais cercado por controvérsias e polêmica. A vigência deste mandamento chega a ser questionada até mesmo por muitos cristãos. A proposta de anulação da Lei por parte dos anjos rebeldes, embora não tenha sido bem-sucedida em sua totalidade, foi de certa forma efetiva em relação a este mandamento. Talvez, por ele ser o maior dos estatutos, ocupando cerca de trinta por cento do texto da Lei, virou o alvo principal do ataque dos anjos desertores. Entretanto, o mandamento do sábado talvez tenha sido o preceito mais transformador para a humanidade. Pela primeira vez na história, a sociedade saberia que todos têm direitos humanos fundamentais. Não há distinção entre homens e mulheres, pais e filhos, patrões e empregados, nativos e estrangeiros. Não são as relações de poder que os definem. No sábado todos são iguais, todos são, apenas, filhos de Deus. Além do mais, este mandamento não apenas igualou a humanidade, mas também foi a primeira Lei na história ditada em benefício dos animais, garantindo dignidade também a estes. Guardar o sábado também é uma vacina contra um mundo workaholic, um alerta contra o risco de colocarmos o nosso valor nos cifrões que produzimos. No Egito, o valor do escravo hebreu
era medido pela quantidade de tijolos que ele era capaz de fabricar para as construções faraônicas daquele império. Ele era tratado como uma propriedade, não como um ser humano. O sábado é o dia para que o povo recorde que não está mais no Egito. Seu valor não está em sua produção, mas no amor de seu Libertador. Pessoas que insistem em trabalhar sete dias por semana continuam sendo escravos de um sistema que valoriza o dinheiro em detrimento a vida.
Aquele que nos criou sabe que nossa natureza desgovernada facilmente nos leva a cometer excessos. O mandamento nos lembra que a autoridade dos pais, dos patrões, das nações e até dos criadores de animais tem um limite. Lembrar da santidade do sábado, é lembrar de quem realmente governa a vida. Por isso somos convidados a parar. Parar é um ato de fé que indica confiança nAquele que pode governar a minha vida melhor do que eu posso, mesmo com todo meu esforço. A Lei e o Rei permanecem sob ataque. No próximo encontro, você verá o efeito da Lei dentro de um lar. Não saber disso, pode impedir você de fazer a escolha correta.
1. Para você, guardar o sábado é algo pesado ou prazeroso? 2. Você concorda que um milionário que trabalha sete dias por semana não passa de um escravo rico? Se sim, escravo de quê? 3. O que nós estamos fazendo aos sábados para mostrar às pessoas que todos são filhos de Deus, iguais perante Ele? Se não estamos fazendo nada, o que vamos fazer?
Desafio Prático: Junto com todos do PG, ir às ruas e falar sobre o sábado de maneira criativa.
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Seis dias por semana procuramos dominar o mundo; no sétimo dia, tentamos dominar o eu Abraham Heschell
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No regime que os anjos rebeldes queriam implantar, as figuras de autoridade deveriam ser evitadas, ou até mesmo, abolidas. Eles argumentavam que o governo baseado na Lei tinha um acúmulo de figuras de autoridade. Para eles, se já era um absurdo honrar o Rei, imagine honrar figuras humanas apenas pelo vínculo genético. Honrar o pai e a mãe era um ultraje a vida comum, em que todos deveriam ser iguais. Aqueles que permaneciam fiéis ao Rei, contudo, argumentavam o óbvio: a segunda parte do quinto mandamento não é apenas uma promessa, é também uma consequência. Se estas figuras deixassem de ser honradas em uma sociedade, ela estaria fadada a autodestruição. Pais e mães que não são honrados, deixam de ser base de autoridade e se tornam, essencialmente, amiguinhos adultos para seus filhos, anulando assim, os referenciais de autoridade moral desde a infância. O egoísmo se apossaria da humanidade e o “Eu” se tornaria a base das decisões. Para evitar isso, logo depois dos mandamentos que nos ensinam a amar a Deus, a seção de amor ao próximo começa com a honra aos pais. Isso significa que eles são os mais próximos de nós e, ao mesmo tempo, são os mais próximos de Deus. Honrar os pais é uma forma de reconhecer desde o início da vida que existe uma autoridade moral acima da nossa, que deve ser respeitada e acatada.
1. Para você, por que o mandamento ordena honrar os pais e não amá-los ou obedecê-los? Quais são as diferenças entre estas três atitudes (honrar, amar e obedecer)? 2. Alguém pontuou que antes a sociedade estimulava a honra e o respeito aos pais, já hoje, os filhos se tornam as figuras a serem honradas. Na sua opinião, quais as consequências disso? 3. Jesus, sem dúvidas, era muito melhor que seus pais. Ele era perfeito, eles imperfeitos. Ainda assim ele os honrou. Diante disto, que desculpa aceitável alguém pode ter para desonrar o seu pai ou a sua mãe?
Ser filho é talvez o único relacionamento universal, porque, nem todas as pessoas se casam ou tornam-se pais. Por isso, o mandamento é para os filhos e não para os pais. É preciso, portanto, aprender a ser filho. Honrar os pais não é uma sugestão dada para aqueles que concordam com eles. É um mandamento para todos. Honrar seus pais é tratá-los de forma única. Isso significa que cuidado, respeito, atenção, ca-
rinho e até mesmo perdão para eles devem ser em doses muito maiores que para outros. Quem age assim, não só vive melhor como melhora o mundo. O Rei e a Lei continuam sob inquérito. Na próxima semana, mais um ponto da Lei precisa ser esclarecido. Participe! Perder isto, pode impedir você de fazer a escolha certa! Desafio Prático: Ao chegar em casa, agradeça a seus pais por tudo que eles fizeram por você. Peça perdão, se necessário. Em seguida, ore com eles e por eles.
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Uma criança a quem se permite ser desrespeitosa com seus pais não terá verdadeiro respeito por ninguém Billy Graham
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É impressionante como em apenas uma geração, o pecado na Terra passou de comer um fruto proibido para um homicídio. O poder avassalador da transgressão da lei demorou poucos anos para se revelar. Matar sempre foi algo que esteve nos planos dos líderes da rebelião celestial. Para eles, o extermínio dos opositores produziria uma sociedade sem conflitos, na qual, seus ideais poderiam ser disseminados entre os sobreviventes. Para eles a paz deveria ser conquistada através da guerra. A partir de então, formas violentas de extermínio tiveram lugar em nome do desejo egoísta por superioridade. Nazistas promoveram o holocausto em nome da raça superior. Espartanos executaram seus bebês em nome de uma nação superior. Inquisidores e jihadistas ceifaram vidas em nome da religião superior. Comunistas fuzilaram em seus paredões milhões de inocentes em nome de um sistema de governo superior. Entretanto, a Lei que rege o universo, é clara: “Não matarás.” Até então, os mandamentos estavam acompanhados de recomendações, promessas, sentenças ou justificativas. Entretanto, o sexto mandamento inaugura uma seção de proibição absoluta e direta. Sem promessas ou justificativas, o Rei apenas ordenou: “Não matarás!” De acordo com esse mandamento, a vida humana possui valor intrínseco. Ou seja, ela deve
ser valorizada, não pelo que ela produz de positivo ou negativo. Seu valor está na imagem que ela reflete, no molde segundo o qual ela foi feita: a imagem de Deus. Assim, o mandamento não é um mero imperativo para a boa convivência social. É um imperativo da valorização da vida em todas as suas formas.
1. Leia Mateus 5:21-22 e discuta, por que sentir ranço de alguém é perigoso para nós e nos leva a infringir a lei de Deus? Como controlar esse ranço? 2. Você acha que é compromisso da igreja de Deus falar de epidemias sociais contemporâneas de morte, como, por exemplo, o aborto e o suicídio? 3. O indivíduo que comete homicídio o faz por sentir-se superior, já o que comete suicídio o faz por sentir-se inferior. Como a maneira como nos sentimos influencia o nosso estilo de vida e chega a ser perigosa para nós mesmos?
Nos planos do Rei, a morte sempre foi um intruso extremamente indesejado. Os humanos que aderiram à rebelião, contudo, tornaram a morte parte de um sistema lucrativo: eles passaram a financiar guerras e clínicas de aborto; criaram instrumentos de tortura e promoveram o comércio de substâncias mortais. A morte é o salário do pecado (Rm. 6:23), mas a Lei que está sob inquérito no universo sempre será a favor da vida. Na semana seguinte, o inquérito analisará mais um ponto da Lei e sua relação com caráter do Rei. Perder isso, impedirá você de fazer a escolha correta. Desafio Prático: Utilize suas redes sociais para promover a luta contra o aborto, infanticídio ou contra o suicídio. E utilize na legenda #naomataras.
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Conheço muitas razões pelas quais eu morreria, mas não conheço nenhuma pela qual mataria Mahatma Gandhi
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À medida que o inquérito avançava, a rebelião levava adiante a sua propaganda contra o governo celestial. Utilizando os humanos como cobaias, eles criaram um cativeiro na Terra para apresentar a sua proposta de felicidade. Uma de suas armas publicitárias mais vigorosas era o apelo sexual. “O Rei é perverso” – diziam eles – “Ele colocou desejos na humanidade apenas para reprimi-los! Monogamia é monotonia”! Os adeptos do Rei encontram nessas declarações um absurdo perigoso: “A humanidade tem desejos sim. Mas nem todos estão ligados ao sexo. Os maiores desejos do homem estão ligados ao amor. Eles querem ser amados, ser especiais. A infidelidade desintegra estes desejos e torna a humanidade, que nasceu para a liberdade do amor, em uma escrava do sexo”! Pense um pouco! Nossa sociedade pouco tem a dizer contra o adultério. O que muita gente ignora é que, graças a isso, estamos vivendo uma epidemia de paranoia social. A infidelidade ameaça nossa segurança emocional. Se não podemos confiar em quem dorme ao nosso lado, em quem vamos confiar, então? Um mundo que tolera o adultério terá de conviver com um sentimento de desconfiança generalizado. Além do mais, o adultério não deixa de ser uma relação pirata. Se você prestar atenção, vai perceber que no jogo do adultério a trapaça é a única regra. O traidor nunca quer ser traído, o
trapaceiro não deseja ser enganado. Ninguém quer ser a próxima vítima.
1. Na Bíblia, o pecado da idolatria é comparado com o adultério. Na sua opinião, adulterar é uma espécie de egolatria, ou seja, adoração de si mesmo? 2. Como as redes sociais e aplicativos de relacionamento disseminam a prática do adultério em nossa sociedade? Como podemos nos proteger disso? 3. Segundo o episódio da mulher flagrada em adultério (Jo 8: 1-11), como Jesus tratou os adúlteros? É assim que nós temos tratado essas pessoas em nossas igrejas? O que fazer para melhorar?
Uma pesquisa realizada na Universidade de Tilburg, na Holanda, apontou que a traição está ligada a um jogo de poder. Segundo esta pesquisa, as pessoas que tem uma imagem exagerada sobre si mesmos estão mais predispostos a cometer adultério. Isso nos leva à conclusão que o adúltero é uma pessoa que tem a tendência de se enxergar maior que a pessoa com quem esco-
lheu ficar, pois ela é insuficiente para abarcar a sua grandeza. Encontramos aí a ligação entre o comportamento adúltero e o ego doente. A infidelidade conjugal torna-se então, motivo de vanglória para o ególatra. Quem trai, não o faz por simplesmente menosprezar seu cônjuge, mas sim por ter uma percepção elevada demais de si mesmo, como sendo alguém que é melhor e merece mais. O adúltero se sente superior. Quanto mais ele engana, mais ele tem. Afinal, segundo a lógica consumista, “quanto mais, melhor”. O que a pessoa que comete adultério ignora é que quanto mais ela tem de outros, menos tem de si mesma, menos inteira ela é. O fim do inquérito se aproxima. Não pense em perder o próximo episódio. Você ainda precisa fazer a escolha certa. Desafio Prático: Examine as suas redes sociais e blinde-as contra o adultério.
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No adultério há, pelo menos, três pessoas que se enganam Carlos Drummond de Andrade
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Os anjos rebeldes não demoraram para descobrir o apetite do homem por coisas. Acusando o Rei de injustiça, eles argumentaram que não era correto ver alguns tendo mais coisas que outros. “Além do mais” – diziam eles – “em um mundo justo, todos devem possuir o que quiserem. Se houver conflitos por isso, que vença o melhor”. Enquanto o inquérito seguia, os analistas observavam as provas. O Rei tinha ao seu favor os fatos. Em todos os lugares onde tentaram repartir os bens de uma população por meio do saque, os humanos ficaram mais agressivos, o convívio entre eles ficou mais difícil e não poucos assassinatos tiveram lugar. Logo, as coisas se tornaram mais importantes que as pessoas. Enquanto objetos ganhavam valor, a vida o perdia. Pessoas que agiam assim tinham comportamento autodestrutivo e eram um perigo à criação. Para o oportunista, a ocasião faz o ladrão. Mas caráter não é modificado pelas circunstâncias. Na verdade, a honestidade não torna um homem rico, mas o torna livre. O furto pode assumir muitas formas, incluindo o roubo (Marcos 10.19), o sequestro (Êxodo 21.16), o tráfico de seres humanos (1 Timóteo 1.10), a própria receptação do furto (Provérbios 29.24), as transações fraudulentas (1 Timóteo 3.8), o uso de pesos e medidas falsos (Provérbios 20.10), a violação dos marcos de propriedade (Deuteronômio 19.14), a injustiça nos contratos (Deuteronômio
24.15), a extorsão (Salmo 62.10), o plágio e assim por diante. Contra todas essas coisas, Deus simplesmente diz: “Não furtarás”.
1. Na sua opinião, qual deve ser o posicionamento dos cristãos em relação a falsificação e a pirataria? 2. O ladrão apropria-se do que é de outro por se sentir mais merecedor ou mais esperto que a sua vítima. Nesse sentido, levar vantagem em negociações fraudulentas também carrega esta mesma intenção? 3. Leia Malaquias 4:8-10. Você acha que roubar a Deus é tão grave quanto roubar um ser humano?
Este mandamento também é, indiretamente, uma santificação do trabalho, uma vez que proíbe a obtenção de coisas por meios ilícitos. O trabalho é elevado à condição de único meio pelo qual algo deve ser obtido. Assim, o trabalho honesto, torna-se a defesa da sociedade contra o furto em qualquer que seja sua forma. Segundo Dennis Prager, o mandamento que
diz “Não furtarás” engloba todos os outros. “Assassinato é o roubo de uma vida. Adultério é o roubo da confiança. A cobiça é o desejo de roubar algo de alguém. Dar falso testemunho é roubar a justiça, e assim por diante”. Por isso, quem observa o oitavo mandamento em sua totalidade, trata de observar toda a Lei. Estamos chegando à fase final do inquérito. Apenas mais duas provas serão analisadas antes do veredito. Acompanhe na próxima semana mais uma fase da investigação. Perder isso, ainda pode impedir você de fazer a escolha certa. Desafio Prático: Assuma um compromisso contra o furto. Faça um pacto com Deus de ser fiel nos dízimos e nas ofertas, você verá que a honestidade liberta!
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Viver feliz nada mais é que viver com honestidade e retidão Cícero
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A principal luta da rebelião tinha relação com um aspecto da Lei que era sua espinha dorsal: a verdade. Por isso, eles tentaram relativizá-la e destruí-la. A verdade era o principal ponto de contradição entre os rebeldes e o Rei. Para os anjos caídos, a verdade era cruel, insensível e exclusivista. O líder do movimento de oposição ficou conhecido como Pai da Mentira (Jo 8:44), um título que demonstrava aberta rivalidade contra a natureza daquele que é a própria Verdade (Jo 14:6). Há muitos valores importantes para a manutenção da sociedade, mas nenhum deles é mais importante que a verdade. Os crimes mais hediondos da história da humanidade foram cometidos sob a bandeira da mentira. O primeiro pecado foi incitado por uma mentira: “é certo que não morrereis” (Gn 3: 3:4). De lá para cá, traficantes de escravos, nazistas e terroristas cometeram inúmeras atrocidades sempre baseando suas ações em ideologias mentirosas contra suas vítimas. Em pleno século XXI, a mentira virou uma epidemia viralizada nos principais meios de comunicação e principalmente, nas redes sociais. A mentira digitalizada ganhou um nome elegante: Fake News. Elas são as vozes de aproveitadores que manipulam sentimentos coletivos de indignação e a credulidade de muitos. As fake news criam uma sociedade ilusória, espalham medo e
difamação e suas consequências são devastadoras.
1. Você já foi vítima ou espalhou sem querer Fake News? Como você se sentiu ao se dar conta que aquilo não era verdade? 2. Alguém já espalhou boatos sobre você que prejudicaram a sua reputação ou a sua vida? Como você reagiu? Você seguiu os princípios de Mateus 18: 15-17? 3. Você já falou mal de alguém, sem conhecer essa pessoa, apensas influenciado pela opinião dos outros? Isso não seria transgressão deste mandamento?
Pode ser que acreditemos que o nono mandamento proteja apenas o próximo, evitando que ele seja vítima de injustiça, fraude ou calúnia. Entretanto, ele também é um manifesto de autoproteção. Ele evita a nossa deterioração. Em um mundo onde a verdade é ausente, multiplicam-se impostores. A verdade é o componente
básico da justiça. Sem a verdade, as relações humanas serão lesionadas ou mutiladas. Mentiras e fake news causam na sociedade feridas que só a verdade das Boas Novas poderão restaurar. Resta apenas uma prova a ser analisada no Inquérito. Em breve, teremos o desfecho desta história. Mas na reta final do inquérito, podem surgir surpresas. Se desconectar delas, pode impedir você de fazer a escolha certa. Desafio Prático: Se você está sendo alvo de fake news, que tal praticar Mateus 18: 15-17? Esse não é um desafio para essa semana, é para a vida toda!
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A paz se possível, mas a verdade a qualquer custo Martinho Lutero
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A última evidência é analisada. Inesperadamente, a defesa do Rei havia guardado um trunfo na manga. Agora, era hora de expor a rebelião: “Eles sempre quiseram o lugar do Rei e o que pertence a Ele. A Lei é contra isso, e por isso eles são contra a Lei. Toda a motivação da rebelião é o desejo desenfreado de ter o que não é deles. A cobiça, proibida na Lei, é a mola propulsora da rebelião”. Aquele era o golpe de misericórdia nos revolucionários. Todos sabiam que a rebelião não era simplesmente uma oposição às Leis. Era uma tentativa de usurpação, motivada pela cobiça. E, se esse sentimento tomasse conta do universo, não haveriam limites para a corrupção. Por isso, a Lei não se preocupa apenas com as nossas ações, mas também com as nossas intenções. O décimo mandamento é singular. Todos os outros mandamentos proíbem atos. Este é o único dos dez que proíbe pensamentos. Do sexto ao nono mandamentos temos a proibição expressa do assassinato, do adultério, do roubo e do perjúrio. O décimo mandamento, em contrapartida, proíbe a causa de tudo isso: a cobiça. Cobiçar não é apenas querer ou desejar. É querer o que não se pode ter e desejar o que é de outra pessoa.
1. O décimo mandamento avalia as nossas intenções e não apenas nossas ações, o que isso nos ensina sobre a religião bíblica? 2. Qual a ligação entre cobiça e consumismo? Você se considera uma pessoa consumista? Por quê? 3. Você acha que corremos o perigo de viver uma relação cobiçosa com Deus, mais preocupados com os seus presentes que com a sua presença em nossas vidas?
O décimo mandamento não está nesta posição ocasionalmente. Ele é um arremate da Lei, uma lembrança final de que é na mente onde se originam os pecados que nos destroem. Além do mais, este é o único mandamento em que a mesma ordem (não cobiçarás) é utilizada duas vezes para acentuar a sua importância entre os demais. Se o décimo mandamento fosse observado, os principais males causados à sociedade (assassinato, adultério, roubo e perjúrio) estariam à beira da extinção. Entretanto, parece que hoje em dia nos preocupamos apenas com os pecados exteriores, como o adultério, o assassinato e a
quebra do sábado. Pouca ou nenhuma atenção é destinada ao décimo. No entanto, Ellen White escreveu: “O maior pecado que há presentemente na igreja é a cobiça” (Testemonies, vol. 1, pág. 194). A defesa do Rei praticamente aniquilou as chances da rebelião. A lei foi analisada e passou no teste. Entretanto, antes que o veredito seja dado, os rebeldes têm um argumento que pode virar a mesa. Não perca o próximo episódio do inquérito.
Desafio Prático: Ore essa semana sem pedir coisas a Deus, apenas desfrutando sua presença.
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A cobiça é a mãe do pecado e a avó da morte Hernandes Dias Lopes
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“Ninguém consegue cumprir esta Lei absurda!” – replicaram os rebeldes – “Uma lei que não pode ser obedecida não passa de mera farsa legal; é apenas uma boa desculpa para uma aniquilação global da humanidade. Somos contra a Lei porque somos a favor da vida”! Os líderes da rebelião argumentaram que, como nenhum humano poderia obedecer a Lei, seria mais sensato que ela nem existisse. Pare para pensar, se nenhum de nós é capaz de cumprir a Lei, como ela pode fazer sentido? Se a Bíblia diz que “não há um justo, nem um sequer” (Rm 3:10) e que se alguém descumpre apenas um ponto da Lei se torna culpado de todos (Tg 2:10), por que observar a Lei, então? Se somos todos culpados, qual seria nossa esperança? Essas dúvidas aparecem porque, na maior parte das vezes, nós interrompemos a nossa leitura do decálogo no último mandamento. Por isso, não percebemos que logo depois que a Lei é pronunciada, a próxima ordem de Deus é exatamente a construção de um altar de sacrifícios. É como se Deus dissesse: Lembrem-se que não são as Leis que me unem a vocês, nem que purificam vocês. Como disse o teólogo Roland De Vaux, é no altar que a aliança é conservada ou reestabelecida entre Deus e seu povo. Anular a Lei criaria uma sociedade permissiva. A Lei estabelece um padrão, um referencial.
Sem ela, nem sequer poderíamos tentar construir um mundo melhor. A base da Lei é a misericórdia. Exatamente por isso, a construção do altar apontava para a singularidade do sistema legal celestial: caso você peque, alguém tem que pagar, mas esse alguém não é você. O Deus das oportunidades está disposto a assumir as consequências do nosso pecado e nos dar sempre uma nova chance de recomeçar.
1. Se eu não consigo cumprir a Lei, por que me sinto no direito de acusar os outros, que como eu, também não conseguem? Não seria isso desumano? 2. O que o fato de Deus sempre estar disposto a perdoar as nossas falhas nos ensina sobre a maneira como devemos viver e tratar o nosso semelhante? 3. Por que nos traz esperança saber que depois dos Dez Mandamentos há uma ordem para construção do altar de sacrifícios?
Estamos acostumados com um sistema legal punitivo. O descumprimento das leis deve resultar inevitavelmente em uma pena. Quando Deus instituiu suas Leis, contrariando a lógica do castigo, ele já estabeleceu o altar como local de perdão. Uma prefiguração da cruz de Cristo, o altar de madeira onde o Cordeiro de Deus foi sacrificado para nos reconciliar com o Pai, pagando a pena por nossa transgressão da Lei. A rebelião foi então sufocada, o inquérito foi encerrado, o Rei foi inocentado. Assim que o juízo terminar, se você fizer a escolha certa, poderá desfrutar de um mundo perfeito onde a Lei de Deus será mantida para sempre. Mas há algo mais que você precisa saber. Por isso, não perca, na próxima semana, o emocionante final do inquérito. Desafio Prático: Experimente a graça e o perdão de Deus passando isso adiante para outra pessoa.
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Você errou? Freud Explica. Jesus perdoa! Diego Barros
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Dennis Prager, fundador da Prager University, atestou: nenhum documento na história mudou tanto o mundo para melhor como os dez mandamentos. Segundo ele, “a civilização ocidental, os direitos humanos universais, a igualdade de direitos alcançada pelas mulheres, o fim da escravidão, e a democracia não teriam sido desenvolvidos sem os Dez Mandamentos.” Antes do decálogo, as religiões pagãs acreditavam que os indivíduos deveriam fazer algo para seus deuses, a fim de agradá-los ou aplacar sua ira. Em outras palavras, os deuses exigiam sacrifícios para aplacar a sua ira, ou para alimentá-los. O que há de mais revolucionário no Deus apresentado pela Bíblia é que o conjunto de regras morais que ele prescreve nos Dez Mandamentos são em grande parte normas para facilitar o convívio social. Em outras palavras, o que podemos fazer para Deus? Tratar sua criação e suas criaturas com dignidade. Os dez mandamentos inauguram na humanidade uma nova forma de ser humano. Não é à toa que a Lei foi dada a ex-escravos. A escravidão é uma condição inumana em sua essência. Ter dono e ser tratado como propriedade roubava do povo a dignidade e honra de ser humano. O que Deus inicia no Sinai, com os Dez mandamentos, é o longo processo de ensinar pessoas que são vis-
tas como objeto em como ser humanos de novo, indivíduos que aprenderão a viver em autêntica comunidade humana.
1. No paganismo, as pessoas faziam sacrifícios para atrair a atenção de seus deuses irados. Você acha que às vezes nós vivemos uma espécie de paganismo nos dias atuais? 2. Se a maior parte da Lei (pelo menos seis dos dez mandamentos), está ligada ao nosso relacionamento com o próximo, você não acha que a maneira como nós tratamos o nosso próximo é o fator mais importante da nossa religião? 3. Depois de tudo que você aprendeu nesta lição, como você acha que os Dez mandamentos podem ajudar a formar um mundo melhor?
Durante séculos, os judeus celebram o recebimento da Lei na festa de Pentecostes. O Pen-
tecostes celebrava a colheita, a liberdade, a visitação de Deus no Sinai e a ordem que veio com o decálogo. Foi exatamente no meio da celebração de gratidão pela Lei Moral que o Espírito Santo desceu sobre os discípulos e os habilitou para expandirem o Reino de Deus, pregando o evangelho para todo mundo. Isso demonstra que o verdadeiro povo de Deus tem as suas leis no coração (Jr 31:33) e são gratos por terem recebido dentro de si um desejo ardente de propagar para todos a grandeza, a bondade, a misericórdia e o amor que jorram da Lei de Deus. Desafio Prático: Planejar uma ação evangelística continuada para o nosso PG mostrar ao mundo o amor que jorra da Lei do nosso Senhor.
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A Lei dos dez mandamentos é uma prescrição médica de Deus para uma sociedade doente Rabino Bejamin Blech
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O império romano havia declarado os cristãos como uma ameaça à segurança do império. Eles eram tidos como insubordinados, uma vez que se recusavam a participar do culto ao imperador e, embora eles fossem cidadãos exemplares, Roma desconfiava que sua existência era perigosa. Por causa disso, muitos seguidores de Jesus foram queimados vivos, entregues às feras, mortos na arena do Coliseu. Os líderes do movimento, conhecidos como apóstolos, foram brutalmente executados. Houve apenas uma exceção: João, também conhecido como o discípulo amado. João fora sentenciado a viver em Patmos, uma ilha localizada no Mar Egeu que se tornou uma prisão de segurança máxima. O coração do escritor do Apocalipse estava entristecido pelo martírio de seus companheiros, cheio de nostalgia por sua terra natal e por sua igreja local. Seu desejo de reencontrar seus queridos era tão grande quanto a sua solidão na ilha-prisão. Embora João estivesse isolado em uma ilha, as dores da igreja no continente o incomodavam mais que a sua própria. Contudo, foi em Patmos que João compreendeu que todo o planeta Terra está ilhado do universo e que todos nós somos prisioneiros de um governo tirânico e maléfico. Seu exílio mostrava o isolamento que a raça humana enfrentava distante do seu Criador e do resto da sua criação.
1. Você já se sentiu sozinho em algum período da sua vida? 2. Em algum momento da sua vida, você já teve sua dor amenizada enquanto deixava de lado seus problemas e se concentrava em ajudar a outros? 3. Como nós (a igreja) podemos ajudar pessoas que se sentem solitárias?
A situação de João não era nada fácil. Ele estava velho, separado das igrejas que havia fundado, era o último sobrevivente entre os apóstolos e estava em uma prisão de segurança máxima. Todavia, ele enxerga a sua própria condição como uma peça de uma obra maior. Ele é um “companheiro na tribulação”. Jon Paulien escreveu: “Só aqueles que sofreram verdadeiramente sabem como confortar os que sofrem.” João encarava seu exílio e sua condição de isolamento como sendo muito mais que um mero problema. Aquele era o seu testemunho. Ele utilizava a própria dor para aliviar os sofrimentos da igreja. Ele não era apenas “companheiro na tribulação”, ele também era um “companheiro na perseverança”. Em sua experiência de aflição e solidão, ele tinha autoridade para
dizer: “aguentem firmes! Estamos juntos nessa!.” Contudo, João não ficaria solitário na ilha por muito tempo. Mal sabia ele, que estava prestes a receber a visita de um estrangeiro, que será descrito no nosso próximo encontro. Nem pense em perder. Desafio Prático: Que tal visitar um local onde pessoas estejam se sentindo solitárias? Pode ser um asilo, um orfanato, um hospital, um presídio... Junte seu PG e seja a companhia que muitos precisam!
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Encontrei o significado da minha vida ajudando outros a encontrar o significado das suas vidas Victor Frankl
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“Patmos, uma ilha árida e rochosa no mar Egeu, havia sido escolhida pelo governo romano para banimento de criminosos; mas para o servo de Deus, sua solitária habitação tornou-se a porta do Céu” (Atos dos Apóstolo, p. 319). Foi quando João se encontrava no auge da sua solidão, longe de tudo e de todos que ele amava, cheio de interrogações em sua mente que o Senhor lhe apareceu. Era chegada a hora daquele que disse “nunca te deixarei” (Hb 13:5) trazer uma nova revelação ao mundo. O mar revolto de Patmos não pôde conter Aquele que caminhava sobre as águas. Na ilha-cativeiro, João recebeu um visitante desautorizado pelo império. Mas Aquele que agora adentrava a ilha não precisava de autorização da guarda romana, uma vez que era o soberano dos reis da Terra (v.5). Foi o criador das galáxias e das ilhas que apareceu a ele. O próprio Jesus, a Fiel Testemunha (v. 5), o Primogênito dos mortos (v. 5) o Alfa e Ômega (v. 8), o Todo Poderoso (v. 8). Sua voz era como a de uma trombeta (v.10) e seus olhos como chama de fogo (v. 14). Muitos pensam que o Apocalipse é um livro sobre estruturas religiosas, bestas, ou 666. Quando pensamos no Apocalipse imaginamos feras, dragões, anjos, cavaleiros e coisas do tipo. Essa é apenas meia verdade. Outra meia verdade
na qual costumamos acreditar é que o Apocalipse é um livro sobre o futuro. O Apocalipse não é um livro sobre feras, anjos ou 666. Estas figuras são coadjuvantes. Tampouco esse é um livro sobre o futuro. O futuro é apenas parte da história. O Apocalipse é um livro sobre Jesus. Duvida? Veja quais são as palavras iniciais: “Revelação de Jesus Cristo”.
1. O Apocalipse te assusta? Por quê? 2. Na sua opinião, quais os riscos de estudar o livro do Apocalipse apenas para conhecer as profecias sobre bestas, 666 e coisas do tipo, e não para conhecer Jesus? O que seria do Apocalipse sem Jesus? 3. Por que o livro do Apocalipse é tão impopular em nossos dias? O que podemos fazer para mudar a visão que as pessoas têm sobre o livro da Revelação de Jesus Cristo?
Como disse Jon Paulien, “Se tudo o que soubéssemos acerca de Jesus fosse apenas o que vem dos Evangelhos, perderíamos algo importante. O Apocalipse ‘desvenda’ Jesus de Nazaré.
Mostra-nos que Ele já não é apenas um ser humano vindo de Nazaré, mas Aquele que senta-se no trono no Céu e que governa o Universo inteiro. Se não tivéssemos o livro do Apocalipse, não teríamos uma imagem completa de quem Jesus é”. A visita inesperada do Filho de Deus se deu em um dia especial. Era um sábado. Por que isso é importante para a compreensão do livro? É isso que você vai ver no próximo episódio de “A Ilha”. Desafio Prático: Grave um vídeo e poste em suas redes sociais falando quem Jesus é para você!
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O Apocalipse não é apenas um livro de profecias, mas a revelação do amor e do cuidado de Deus Erton Köller
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Se existe algo que chama a atenção nos adventistas do sétimo dia, com certeza é a guarda do sábado. Contudo, para a maioria esmagadora da população mundial essa questão é irrisória. Que diferença faz parar suas atividades cotidianas um dia por semana? As pessoas compreendem porque não matamos, não roubamos, não desonramos nossos pais... Mas todos nós já fomos abordados com perguntas do tipo, “por que vocês não fazem nada no sábado?” (como se não trabalhar fosse não fazer nada...). A polêmica que envolve a guarda do sábado não se concentra apenas na sua guarda. Para os adventistas do sétimo dia, o repouso sabático não tem a ver apenas com um estilo de vida sem stress, tem a ver com o fim do mundo. Isso parece um exagero sem tamanho. O que é que tem a ver descansar em um dia com o fim dos tempos? O Apocalipse é a revelação de Jesus por toda a história. Esta revelação de Jesus Cristo é dada, não de forma casual no dia do Senhor. Na Bíblia, existem dois eventos que são chamados de dia do Senhor. O primeiro deles é o sábado semanal (Isaías 58:13), o outro, o dia do juízo final (2 Pedro 3:10). Não por acaso, João recebeu a visão do dia do Senhor (dia do juízo final) durante o dia do senhor (sábado), estabelecendo uma conexão entre ambos, de alguma forma. Assim, para nós que entendemos o quarto mandamento, a forma como guardamos o sábado mostra como estaremos no dia do juízo final.
1. O que o sábado significa em sua vida? 2. De que forma você avalia a maneira como tem guardado o sábado? O que fazer para melhorar? 3. Se o mandamento do sábado está conectado com o dia do juízo, é muito importante mostrar para as pessoas a importância da guarda do sétimo dia. O que o nosso PG tem feito ou pode fazer para pregar isso para as pessoas?
“Foi no sábado que o Senhor da glória apareceu ao exilado apóstolo. O sábado era tão religiosamente observado por João em Patmos como quando estava pregando ao povo nas cidades e vilas da Judéia. Considerava como sua propriedade as preciosas promessas feitas em referência a este dia” (Atos dos Apóstolos, p. 581). As circunstâncias não alteraram a fé de João. Patmos era a prisão de seu corpo, mas sua mente era livre para adorar ao Senhor do sábado. Quando João recebe a visão do dia do Senhor (dia do juízo final) no dia do Senhor (sábado), é como se Deus estivesse dizendo: “O sábado realmente importa no tempo do fim.” Se a ilha era o cenário que lembrava que a humanidade estava afastada de Deus, o sábado foi o tempo que Deus escolheu para representar a sua aproximação. Por isso, guardar o sábado é reverter
o afastamento, a alienação do divino. Mas falta um detalhe na composição desta peça: a ilha é o cenário, João o redator, Jesus o protagonista, o sábado é o tempo da revelação, mas quem é a plateia? Para quem importava que Jesus se revelasse? É isso que vamos descobrir no próximo episódio de “A ilha”. Desafio Prático: Junte o seu #pgmytyle e promova um flash mobi para falar do descanso no sábado.
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Não somos nós que guardamos o sábado, mas é o sábado que nos guarda Amin Rodor
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A igreja vivia tempos difíceis. Externamente, estava ensanguentada, vitimada pela perseguição do império. Internamente, enfrentava a ameaça de heresias que se disseminadas, contaminariam a sua mensagem e corromperiam a sua identidade. Foi exatamente neste cenário de crise que Cristo invadiu a ilha-cativeiro para dizer a João que o destino da igreja estava em suas mãos. Jesus pediu para que João endereçasse cartas às sete igrejas específicas da Ásia Menor. “Os nomes das sete igrejas são símbolos da igreja em diferentes períodos da era cristã. O número sete indica plenitude, e simboliza o fato de que as mensagens se estendem até o fim do tempo, enquanto os símbolos usados revelam o estado da igreja nos diversos períodos da história do mundo” (Ellen White, Atos dos Apóstolos, p. 585) Quando Cristo se apresenta caminhando entre os castiçais que representam as igrejas da visão (Ap 1:20), é como se Ele tivesse traçado uma rota simbólica para falar de Sua presença na igreja por toda a história e para nos informar que a sua vinda está cada vez mais próxima. Por isso, em cada carta há um lembrete progressivo do Seu retorno: na carta de Éfeso Ele diz “venho a ti” (Ap 2:5); na carta a Esmirna, Ele relembra “estive morto e revivi (Ap. 2:8); para Pérgamo, Jesus falou “venho a ti” (Ap 2:16); Tiatira recebeu uma mensagem de ânimo “ conserva o que tens até que eu venha” (Ap. 2:25); Sardes ouviu do
Salvador “virei como ladrão” (Ap 3:3); Filadélfia foi consolada: “venho sem demora” (Ap. 3:11); por fim, Laodiceia é surpreendida: “eis que estou à porta e bato” (Ap. 3:20), que diz em outras palavras, “eu voltei”. De fato, o retorno de Jesus é o elemento que conecta as cartas, que dá sentido à história da igreja, motivo da sua esperança e mola propulsora de sua perseverança.
hoje se decepciona com a igreja, não entendeu que as igrejas dos dias apostólicos também eram problemáticas. Agora que todas as peças se encaixaram, João está prestes a viver uma experiência única em sua vida: uma espécie de abdução sobrenatural. O invasor agora o leva consigo. Mas para onde ele vai? É isso que vamos ver na próxima semana. Desafio Prático: Tire uma foto da sua igreja local e poste em suas redes sociais uma mensagem de gratidão a Deus por ter dado a você um lar que não é perfeito, mas é seguro.
1. Você já ficou desanimado com a situação da sua igreja local? Por quê? 2. O que a visão de Cristo entre os castiçais, caminhando entre as problemáticas igrejas da Ásia Menor, pode nos ensinar? 3. Como a fé na volta de Jesus pode evitar nossas decepções com a igreja?
“A igreja era defeituosa, e necessitava de severa reprovação e advertência [...]. Mas as palavras de repreensão que Deus acha necessário enviar são ditas sempre em cativante amor, e com a promessa de paz a cada crente contrito” (Ellen White, Atos dos Apóstolos, p. 587). Quem
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Fraca e defeituosa como possa parecer, a igreja é o único objeto sobre o qual Deus concede em sentido especial Sua suprema atenção Ellen G. White
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Uma nova experiência aguardava João. Por alguns instantes ele deixaria a ilha. Seu destino não era o continente, era a própria sala do trono divino. Entrando na sala do trono, João vê cenas que intercalam diálogos e músicas. Uma peça dividida em cinco atos, nos quais cada parte do drama é seguida por uma canção. Na meditação matinal intitulada O Evangelho de Patmos , Jon Paulien registra estas músicas sensacionais e seus propósitos: (1) em Apocalipse 4:8, os quatro animais dirigem o seu hino para “Aquele que Se assenta no trono”, presumivelmente, o Pai; (2) em 4:11, os 24 anciãos louvam a Deus pela Sua ação na criação; (3) em 5:9 e 10, os quatro animais e os 24 anciãos louvam, juntos, o Cordeiro pela Sua morte na cruz; (4) em 5:12, incontáveis anjos juntam-se a eles num coro de louvor ao Cordeiro; (5) por fim, em 5:13-14, Aquele que Se senta no trono e o Cordeiro recebem, juntos, louvores, enquanto o Universo inteiro oferece uma única harmonia de louvor. O último dos cinco hinos é o clímax. Alguns detalhes aqui merecem a nossa atenção. As duas primeiras canções são dedicadas ao Pai, as duas seguintes ao Cordeiro e a última é um louvor a ambos. Também percebemos a progressão da quantidade de seres envolvidas no louvor: a primeira canção é entoada por um quarteto (Ap 4:8); a segunda, por um grupo masculino de vinte e quatro vozes (Ap. 4:11); na terceira, temos a junção do grupo com o quar-
teto (Ap. 5: 9-10); na quarta, eles são acompanhados por um coral de anjos (Ap 5:12); a última canção é interpretada por todos os seres do universo. Um verdadeiro espetáculo! Toda a sequência de Apocalipse 4 e 5 move-se para o grande clímax em que o Cordeiro Se junta ao Pai no trono, mostrando que aquele que cuida da igreja, é o mesmo que reina sobre as centenas de bilhões de galáxias espalhadas pelo universo.
apenas a soberania de Cristo sobre a igreja. O domínio de Cristo ia além. Ele se estendia por todo o universo. Na ilha, João vê Jesus caminhando entre os castiçais. Na sala do trono, João vê Jesus sentado no trono e regendo todo o universo. Mas ainda assim, ele chora desesperadamente (Ap 5: 4). Qual a razão do seu clamor? É o que estamos prestes a descobrir no próximo episódio de “A Ilha”. Você está preparado? Desafio Prático: Junte o seu #pgmystyle e faça uma serenata para um irmão que esteja afastado ou sofrendo.
1. Qual música faz você lembrar da soberania de Deus em sua vida? Você poderia cantar um trechinho? 2. É fato que Cristo senta-se no trono do universo e reina. O que impede que ele reine soberano em meu coração? 3. Todos os seres no universo anunciam a vitória do Cordeiro e a sua soberania. O que o nosso #pgmystyle está fazendo ou pode fazer para anunciar isto aos perdidos?
A igreja parecia estar sob ameaça e isso incomodava João. Jesus veio a Patmos e lhe assegurou que cuidava da igreja. Só que a visão não terminava ali. Se terminasse, João entenderia
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Um lugar em pé diante do trono, no Céu, é a consequência de ter estado sempre de joelhos, diante do trono, na terra Dwight Moody
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O capítulo cinco contém, sem dúvidas, uma das cenas mais emocionantes do Apocalipse. João está na sala do trono e vê na mão direita do Pai um livro com sete selos que ninguém é digno de abrir. A partir desse momento João começa a chorar desesperadamente. Mas, espere! É só um livro fechado. Por que tanto drama? O que esse livro representa, afinal? A resposta pode estar em detalhes do cotidiano daqueles tempos. Leia Jeremias 32: 9-14 e você vai perceber o que um rolo selado representa: um documento, muito provavelmente, uma escritura de posse. Nesse caso, o rolo selado nas mãos do que se assenta no trono do universo representa o documento de posse da terra. Agora o motivo do desespero de João começa a fazer sentido. Se ninguém pode tomar para si o documento selado, significa que a Terra não tem um dono, ninguém pode cuidar dela. É por isso que ela se encontra nesse caos. A Terra, que havia sido dada a Adão, foi invadida por um inimigo e ilhada do seu Criador. Segundo a Lei judaica, apenas um parente próximo poderia resgatar a propriedade perdida (leia Lv 25:23-25). Mas não havia ninguém (Ap 5: 3) que pudesse resgatar o documento e recuperar a posse da terra. Foi então que um dos anciãos lhe disse: “o Leão da tribo de Judá [...] venceu para abrir o livro” (v. 5). Porém, ao olhar para o trono, não foi um Leão que João viu, mas um “Cordeiro, como
tendo sido morto” (v. 6). Este Cordeiro, pagou o preço pela Terra. Ele é digno porque morreu e comprou com seu sangue a Terra e os seus habitantes (v. 9). A esperança é renovada através de um cordeiro que morreu para resgatar a Terra, lutando como um leão feroz pela salvação da humanidade. João agora pode enxugar as suas lágrimas. A terra não está abandonada. Ela tem um dono. Ele pode celebrar pois tem alguém que morreu como um cordeiro e lutou como um leão para que este planeta não fosse uma ilha isolada do restante do universo. Alguém que se interessou por nós e vai fazer dos oprimidos habitantes da terra, reis e sacerdotes por toda eternidade.
1. Você já se sentiu abandonado por Deus? Como a mensagem de Apocalipse 5 pode te ajudar a se sentir melhor? 2. Na nossa pregação corremos o risco de apresentarmos Jesus apenas como o manso Cordeiro ou como o Leão feroz. Por que é importante equilibrar as duas visões? Quais os riscos de mostrar Jesus apenas como Cordeiro ou como Leão? 3. Pessoas se sentem abandonadas e desesperadas em vários lugares, assim como João. O que nosso #pgmystyle está fazendo ou vai fazer para ajudá-las?
“O quinto capítulo do Apocalipse precisa ser detidamente estudado. Ele é da maior importância para os que haverão de participar da obra de Deus nestes últimos dias” (Ellen White, Testemunhos Seletos, vol.3, p. 414). O capítulo cinco da Revelação de Cristo é de suma importância porque mostra para nós que não estamos abandonados, que não somos órfãos de Deus. Contudo, se não estamos abandonados, o que dizer daqueles que morreram em nome do evangelho? É isso que descobriremos na próxima semana. Desafio Prático: Essa semana junte seu #pgmystyle e visite um lar de crianças órfãs. Leve pra elas conforto, alegria e esperança.
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O mundo não O pode conter; Universidades não O podem explicar; Circunstâncias não O podem parar; Prisões não O podem deter. Porque Ele venceu! Parlamentos não O podem depor; Exércitos não O podem vencer; Suplicantes não O podem esgotar; Líricas não O podem completar. Porque Ele venceu! Historiadores não O podem apagar; Skinheads não O podem desfigurar; O Islã não O pode destituir; Papas não O podem substituir. Porque Ele venceu! Filósofos não O podem ignorar; Adolescentes não O podem aborrecer; Anjos adoram-nO com prazer. Porque Ele venceu! O tempo não O pode diminuir; A morte não O pôde liquidar. Porque Ele venceu! LESLLIE POLLARD
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“Tudo de mim em resposta ao tudo de Deus” . Esta é a filosofia que impulsiona o trabalho do Ministério da Mordomia Cristã, departamento da Igreja Adventista do Sétimo Dia responsável por promover a fidelidade junto ao povo de Deus. Mas, e quando o tudo de mim significa morrer? Estima-se que 75% dos atos de intolerância religiosa são direcionados a cristãos. E, de acordo com o Pew Forum on Religion and Public Life, os cristãos sofrem assédio estatal ou da sociedade em 133 países (2/3 dos países do mundo), ou seja, em mais lugares que qualquer outro grupo religioso. De acordo com Paul Marshall, em seu livro Perseguidos , os cristãos são o grupo religioso mais amplamente perseguido desde o seu início até os dias de hoje. A perseguição sempre fez parte do cotidiano da igreja. Contudo, fidelidade incondicional à mensagem de Cristo, ao longo dos séculos também foi um ingrediente fundamental da fé cristã. Por isso, Tertuliano, bispo da igreja de Cartago no século II afirmou: “O sangue dos mártires é a semente do evangelho”. Quando você estiver sendo provado em sua fé para abandonar os princípios da Palavra, lembre-se que desde o início do cristianismo as pessoas confirmaram a sua fé com seu próprio sangue em situações extremas. Pense nos mais de 215 milhões de cristãos que sofrem perseguição extrema ao redor do globo. Lembre-se dos 8.800 cristãos que foram mortos por conta de sua fé na Nigéria nos últimos três anos. É verda-
de que temos nossos problemas e dramas, mas se olharmos ao redor, veremos irmãos em todo o mundo sendo torturados e fuzilados apenas por adorarem o mesmo Deus que eu e você.
1. Por que não costumamos orar por nossos irmãos que são vítimas de perseguição em outros países? Você considera isto importante? 2. Você consegue lembrar de algum problema que enfrentou por causa da sua fé? Conte para nós e diga como você conseguiu superar essa barreira. 3. Sabia que uma boa parte dos dízimos e ofertas que são recolhidos em nossas igrejas ajuda irmãos que estão sofrendo perseguição? Que tal fazer agora (ou aumentar,) um pacto sistemático de ofertas e ajudá-los ainda mais?
Já dizia Martinho Lutero, “a única fé que salva é a daquele que se atira em Deus, para viver ou morrer.” Vivemos hoje uma realidade dura na qual, enquanto parte dos cristãos morrem por sua fé, outros a negociam em troca dos favores do mundo. Nossa vida precisa estar no altar,
como diz a canção, é hora de ser Fiel à Toda Prova. A recompensa da nossa fé pode não vir em vida, contudo, ela vale à pena. Quando o sétimo selo for aberto, cada segundo de fidelidade terá recompensa. É disso que trata o próximo episódio de “A Ilha”. Desafio Prático: Acesse www.portasabertas.org.br/categoria/noticias/ lista-mundial-da-perseguicao-2018 e escolha um desses países para orar nos encontros do #pgmystyle por nossos irmãos que lá residem e sofrem perseguição.
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Se você está à procura de uma religião que o deixe confortável, definitivamente eu não lhe aconselharia o cristianismo C. S. Lewis
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Leia Apocalipse 8:1-6 e você perceberá que, para nós que vivemos no século XXI, esta porção da Bíblia não parece fazer sentido. Contudo, um antigo tratado rabínico intitulado Tamid, que detalhava o ritual diário do templo de Jerusalém, pode nos ajudar a compreender melhor as imagens contidas nesta e em outras cenas do Apocalipse. Segundo o Tamid , diariamente um sacerdote era sorteado para oferecer o sacrifício pelos pecados do povo. Ao raiar do dia, quando a grande porta do Templo era aberta (cf. Ap 4:1), aquele sacerdote imolava um cordeiro (cf. Ap 5: 6-10) e derramava seu sangue nas bases do altar (cf. Ap 6: 9-11). Em seguida, o sacerdote pegava o incensário de ouro, o enchia com brasas ardentes retiradas do altar de sacrifício e entrava no templo para oferecer o incenso ao Senhor, sobre o altar de ouro. Enquanto isso, outro sacerdote atirava uma pá entre a entrada do templo e o altar de sacrifícios, interrompendo os cânticos do templo, causando um grande silêncio (Ap 8:1). Depois, sacerdotes tocavam trombetas (cf. Ap 8:2), assinalando o fim da cerimônia e o sacerdote que oferecia o incenso saía do templo para abençoar o povo no pátio exterior. Em Apocalipse 8:4, o incenso representa as orações dos santos oprimidos (cf. Sl 141:1-2). O toque das trombetas no verso 5, nos recorda da intervenção divina nos episódios mais críticos da
história do povo de Deus (cf. Js 6: 20; 2 Cr 13:1415), como também nos lembra do dia em que o Senhor julgará a Terra (Is 27:13; Jl 2:1; Sf 1:6). Agora o quebra-cabeças está montado e a imagem que aparece é a do juízo divino. Nós costumamos associar a intervenção final de Deus ao nosso trabalho, mas Apocalipse 8 deixa claro que o juízo não é uma resposta à nossa pregação, mas às nossas orações. O céu silencia para ouvir as orações agonizantes dos filhos de Deus. Não orações voltadas a receber coisas, mas orações que clamam por justiça, por salvação.
“Por mais erudito que um homem seja, por mais perfeita que seja sua capacidade de expressão, mais ampla sua visão das coisas, mais grandiosa a sua eloquência, mais simpática sua aparência, nada disso toma o lugar do fervor espiritual. É pelo fogo que a oração sobe aos céus. O fogo empresta asas à oração, dando-lhe acesso a Deus [...]. Sem fogo não há incenso; sem fervor não há oração” (E. M. Bounds). Aguardamos você no próximo encontro para falarmos sobre a Guerra das Estrelas. Até lá! Desafio Prático: Comprometa-se com o seu #pgmystyle em assumir a responsabilidade de ajudar pelo menos uma quarta-feira por mês no culto de oração.
1. Nossas orações são o fator determinante para o juízo de Deus. Suas orações se parecem mais com uma lista de compras ou com uma carta de amor? 2. Costumamos dizer que muita oração gera muito poder. Mas poder para quê? Qual o nosso intuito em querer esse poder? 3. Quanto tempo faz que você não participa do culto de oração? Por quê? Como o nosso #pgmystyle pode ajudar a melhorar a realidade do culto da quarta?
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A pregação pode sensibilizar pessoas; mas a oração move o coração de Deus Leonard Ravenhill
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Star Wars é uma franquia cinematográfica dirigida por George Lucas de amplo sucesso internacional. Na época da sua estreia, em 1977, o filme arrecadou US$ 775,398,007 de dólares e ganhou sete prêmios no Oscar. Já em 2015, Star Wars – O Despertar da Força , alcançou a terceira posição entre os filmes de maior sucesso em bilheteria na história, chegando a impressionante cifra de US$ 2,068,223,624. O personagem de referência mais conhecido do universo de Star Wars é Darth Vader, primeiramente interpretado por David Prowse. A história de Darth Vader e de Satanás muito se assemelham no ponto de partida. Ambos eram destacados membros de uma ordem que promovia o bem, a justiça e a paz, mas se corromperam por meio de suas ambições, optando pelo lado sombrio. Contudo, há uma enorme diferença entre Darth Vader e Satanás. O primeiro é um personagem da ficção; o segundo, infelizmente é real. O problema do mal é um dilema cósmico, que chegou até a terra, mas começou no céu, mostrando que mesmo o melhor de nós está sujeito à queda. É certo que o pecado está ligado à desobediência, mas, o que é a desobediência senão o sentimento daquele que pensa que está acima daquele que tenta lhe dar ordens? O pecado nos leva a transgressão da lei (I Jo 3:4), pois ele faz com que nos sintamos acima da lei, no lugar de Deus.
No Apocalipse, estrelas simbolizam anjos (Ap 1: 20) e, no capítulo 12, vemos uma batalha entre anjos. Uma guerra entre estrelas que, ao contrário da fantasia de George Lucas, interfere diretamente na nossa vida. Esta é a batalha que deve prender sua atenção.
1. O que para você significa ser igual a Deus? 2. Você consegue lembrar de situações em que os nossos pecados provam que queremos ser iguais a Deus? 3. Como o nosso #pgmystyle pode contribuir para que o máximo de pessoas sejam resgatadas na Guerra das Estrelas?
A história do pecado é sempre repetitiva: no céu, um anjo quis ser igual a Deus (Isaías 14: 12-14); na Terra, ele prometeu que os homens poderiam ser “como Deus” (Gn 3:5). De lá para cá, cada pecador acredita que não precisa de Deus, que ele mesmo pode decidir o que é certo ou errado na sua vida, que ele pode ser o seu próprio Deus.
Foi então que Cristo veio, e para vencer o pecado ele adotou a estratégia reversa. Se a criatura desejava ser superior e estar no mesmo patamar que o Criador, então o Criador veio se fazer inferior, e chegou no nível mais baixo de sua criação (Leia Filipenses 2:5-11). A guerra é vencida não pela força dos trovões e relâmpagos de Deus, mas pela fragilidade adotada por Deus, torturado em uma cruz, agonizando e entre gemidos, bradando: está consumado! Todos se envolveram na Guerra das Estrelas, cada um escolheu um lado. Os que optaram pelo lado sombrio receberam uma marca, um número de série, 666. Quer saber qual o significado disso? Não perca o próximo episódio de “A ilha”. Desafio Prático: Junte seu #pgmystyle e participe da Missão Calebe, anunciando que a guerra chegará em breve ao fim.
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O pecado é o amor de si mesmo, até o desprezo por Deus Agostinho de Hipona
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O Apocalipse é uma obra cheia de suspense e um dos maiores mistérios deste livro está no número 666. Motivo de superstição e especulação, alguns supõem ser ele um chip a ser implantado na pele, um documento único contendo todas as nossas informações pessoais, ou até mesmo o código de barras em alguns produtos. Pura balela! No início da minha experiência religiosa fui ensinado que o 666 era a codificação de uma mensagem secreta em um título utilizado pelo papa romano: Vicarius Filii Dei, que em latim é o mesmo que vigário (substituto) do Filho de Deus. O número 666 seria a soma dos algarismos romanos contidos no suposto título papal e apenas os estudantes da Bíblia mais competentes poderiam decifrar essa mensagem secreta. Eu acreditei naquilo, defendi aquela teoria e a ensinei. Entretanto, eu só estava propagando fake news por aí. O 666 não poderia ser associado com o suposto título papal por algumas razões. A primeira delas é que este título, Vicarius Filii Dei, N-U-N-C-A foi utilizado por um papa. Além do mais, seria uma violação da razão interpretar que o texto bíblico, escrito em grego, estaria se referindo a uma conta feita somando algarismos romanos em palavras escritas em latim! Mas, se o 666 não é um microchip, um documento, um código de barras, uma soma obtida através de um título papal, qual seria então o
significado deste número? O número da besta “é descrito como um número de homem”, uma vez que tradicionalmente, o número seis é identificado com o homem criado no sexto dia. Segundo Jacques Doukhan, a tripla repetição do número seis tem por objetivo promover o humano ao patamar de Deus, uma vez que três, na Bíblia é o número de Deus (trindade). Portanto, a marca da besta está em um sistema religioso que, no tempo do fim, coloca o homem no lugar de Deus, um sistema que substitui mandamentos divinos por ordens humanas, que aponta para o domingo em lugar do sábado como dia de guarda.
1. Estudar a Bíblia através da especulação é perigoso. Como evitar o risco de estudar a Bíblia desta maneira? 2. Por que você acha que há tanta especulação em relação ao 666? 3. De que forma colocamos o homem em lugar de Deus? Como evitar isso?
Há uma certa esquizofrenia religiosa em relação ao 666. O medo faz com que as pessoas se preocupem muito mais em saber o significado do número da Besta do que em conhecer a Jesus. Contudo, é de suma importância saber que a partir do momento que eu paro de dedicar a minha adoração ao Deus verdadeiro, eu recebo em minha vida a tal marca da Besta. Mas, quem vai informar isso ao mundo? Vamos descobrir isso no próximo episódio de “A ilha”. Desafio Prático: Coloque um propósito diário de buscar a Deus em primeiro lugar e adorá-lo verdadeiramente.
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O número 666 é a marca de uma versão pirateada da religião bíblica Diego Barros
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Você já ouviu falar nas três mensagens angélicas? Entende o seu significado? Elas estão contidas em Apocalipse 14:6-12 e são extremamente importantes para os adventistas do sétimo dia. Porém, não se pode dizer que tais mensagens são populares em nossos dias. Para entender o porquê, precisamos detalhá-las, ainda que brevemente. A mensagem do primeiro anjo, que voa acelerado pelo meio do céu, convida a humanidade a adorar o Criador, pois o julgamento divino já começou (cf. Ap 14:6-7). O segundo anjo, que o segue, anuncia a falência da Babilônia, um sistema religioso fake que prostituiu a mensagem da Bíblia, criando um evangelho pirata para seduzir a humanidade (cf. Ap 14: 8). O terceiro anjo grita bem alto que se alguém adorar a besta e receber a sua marca provará da ira de Deus (Ap 14:9-11). Agora dá para entender por que essas mensagens não são populares hoje em dia. Juízo, denúncia, ira de Deus... a pregação desses temas não é simples. É mais fácil falar do amor do que da ira, falar de salvação do que de juízo. Por isso, muitos hoje, covardemente recuam diante da polêmica causada por temas assim. No entanto, nosso chamado ao evangelho nos convida a sacrificar muitas coisas para servir a Deus, e a reputação é uma delas. As mensagens anunciadas por estes três anjos são a parte central da pregação adventista, elas fazem parte do tesouro que Deus nos confiou como seus mor-
domos. Negligenciá-las é ser infiel para com o nosso Senhor.
1. Como podemos falar sobre o juízo final sem cometer o erro de julgar as pessoas? 2. Por que é tão difícil sacrificar a reputação em prol da pregação do evangelho? 3. De que forma podemos equilibrar em nossa pregação temas como o amor e a ira de Deus; a salvação em Cristo e o juízo final?
“Desperdiçamos tempo demais imaginando Deus como um idoso vovô sem dentes ou como um personagem fictício da literatura infantil que distribui doces a todos aqueles que forem bons. C. S. Lewis retrata muito bem a questão ao sugerir que o que a maioria das pessoas quer ‘não é um pai no Céu, mas um avô no Céu’, uma espécie de ‘benevolência senil’. O Apocalipse de João é um julgamento de tais pensamentos. [...] O julgamento da mentalidade pós-moderna, que evita qualquer certeza a respeito da verdade religiosa e procura em seu lugar uma espiritualidade nebulosa” (George Knight, A visão Apocalíptica e a Neutralização do Adventismo, pág. 27). Nós nos acostumamos a uma pregação de
meias verdades, cuja única figura de Cristo que aceitamos é a do manso Cordeiro. Quando o assunto é o Leão de Judá, infelizmente, nós rapidamente tentamos aparar as suas garras, serrar as suas presas, alisar a sua juba e domesticá-lo a ponto de torná-lo um gatinho inofensivo. Esta pregação ignora um lado importante do evangelho que não podemos negligenciar, afinal, meia verdade, é uma inteira mentira. Precisamos de uma pregação equilibrada que fale sobre a centralidade do amor de Deus, mas também sobre a ira que brota desse amor. Precisamos apresentar ao mundo tanto o Cordeiro de Deus, morto por nossos pecados, quanto o Leão de Judá, que em breve exterminará o pecado na Batalha do Armagedom, tema do nosso próximo encontro. Esperamos por você! Desafio Prático: Essa semana, estude em sua Bíblia temas referentes ao juízo de Deus, para entendê-lo melhor.
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Se você crê somente no que gosta do evangelho e rejeita o que não gosta, não é no evangelho que você crê, mas, sim, em si mesmo AGOSTINHO DE HIPONA
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Armagedom. Uma palavra que atrai a curiosidade de muitos, que já foi título de filme hollywoodiano, e que para muitos é o sinônimo para Terceira Guerra Mundial. Mas, afinal, o que significa esta palavra e por que devemos nos preocupar com ela? O termo é a versão grega da expressão hebraica Har-Megiddon, que pode ser traduzido como “Montanha de Megido”. Estranhamente, Megido não é uma montanha, mas uma cidade de Canaã que formou uma grande resistência à colonização israelita, na época da conquista da terra prometida. A montanha mais próxima de Megido é o Monte Carmelo, palco do desafio de Elias aos profetas de Baal para descobrir quem deveria ser adorado, Deus ou Baal. Esta história está no capítulo dezoito de 1 Reis. Assim, o Armagedom evoca a cena do Carmelo, uma batalha decisiva que vai mostrar de uma vez por todas quem é o Deus verdadeiro que reina sobre as nações. Comparação entre a batalha de Elias (I Rs 18 e 19) e a batalha do Armagedom (Ap 12-19) Monte Carmelo
Monte de Megido (Armagedom)
Yahweh x Baal
Trindade divina x trindade satânica
Elias “Todo o Israel” Elias “ajunta” o povo Idolatria a Baal
Remanescente “Habitantes da Terra” Espíritos “ajuntam” os reis Adoração à besta
Altar de Deus é restaurado Jezabel controla Acabe
Verdade é restaurada na Terra Meretriz domina a besta e os reis
Rei Jeú mata Jezabel Elias mata os profetas de Baal
Os reis destroem a meretriz Cristo lança os inimigos no lago de fogo
1. Se Deus luta pela verdade, que postura devemos adotar quanto a ela? 2. Você já percebeu como o tema da adoração é central no livro do Apocalipse? Por que você acha esse tema tão importante assim? 3. A batalha do Armagedom é pela restauração da verdade. Como nós podemos ajudar a restaurar essa verdade através do nosso #pgmystyle?
Bruce Metzger aponta Megido como o palco de batalhas decisivas nos tempos bíblicos, como as que ocorreram em Juízes 5:19-21 e 2 Reis 9:27 e 23:29. Outro detalhe importante é que o texto de Apocalipse 16:16 nos faz lembrar do Salmo 2:2, onde lemos: “Os reis da terra se levantam, e os príncipes conspiram contra o SENHOR e contra o seu Ungido.” É bem provável, portanto, que João utilize Megido como um símbolo para o confronto final entre o bem e o mal, onde os poderosos desta terra unem forças para confrontar o Ungido de Deus. O Armagedom é a guerra de Deus para acabar com todas as guerras. Depois desta batalha, segue-se a volta de Jesus, o milênio e a restauração da Terra, coisas que você vai ver nos últimos episódios de “A ilha”. Desafio Prático: Publique algo em suas redes sociais que exalte a adoração ao Deus verdadeiro.
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Adoração é mais que se agitar dentro de um templo, é sacudir o mundo com uma vida que agrada a Deus Anderson Oliveira
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Quando eu li Apocalipse 21: 1 pela primeira vez fiquei perplexo. Como assim, sem mar? O mar é uma parte da criação de Deus que causa muita admiração. Muitos de nós somos atingidos por sentimento profundo de louvor ao observar a grandeza do mar. Por que então João diz que não haverá mar no céu? Parece que para João a figura do mar representava muita coisa. Em 4:6 e 15:2, o apóstolo fala de um mar de vidro, o que aponta para existência de um mar na nova criação. Em outras palavras, o apóstolo está dizendo que o mar como o conhecemos já não existe. Mas por qual razão isso se tornou digno de uma nota sobre uma visão da Nova Terra? Não surpreende o fato que a palavra mar aparece 25 vezes no Apocalipse – o número de ocorrências supera a quantidade de capítulos do livro –, afinal, João estava em uma ilha cercado por águas marítimas. Enquanto para nós uma visita à praia representa um momento de prazer, para João, em Patmos, o mar era a extensa muralha de sua prisão. As ondas bravas que golpeavam a praia rugiam contra ele, lembrando-lhe que do outro lado estava tudo o que amava. O que o impedia de visitar a igreja? O mar. O que o impedia de ver seus queridos? O mar. O que o afastava do seu lar em Éfeso? O mar. Para João era sinônimo de afastamento, de distância, de saudade. Mar para João era a quilométrica fronteira que o separava de tudo e de todos.
Quando João vê a Nova Terra, ele não vê uma ilha, ele vê uma cidade. É como se ele estivesse dizendo: “Uau! Nessa Nova Terra, nessa cidade santa, o Mar não separa mais as pessoas”. E ele suspira: “O mar já não existe”! Não haverá afastamento, não haverá saudade, não haverá distâncias que nos separem de Deus e de seu povo! O mar já não existe, em certo sentido, significa que a morte já não existe, pois ela não pode mais nos separar. O mar já não existe, também significa que o choro já não existe, pois não há razão para lágrimas. O mar já não existe, ainda significa que a dor já não existe, pois tudo passou, tudo se fez novo.
1. Como anda a sua esperança na volta de Jesus? Você tem vivido por isso? O que fazer para manter sempre acesa essa esperança? 2. Qual a principal lição que você aprendeu ao estudar o Apocalipse neste trimestre?
O mar já não existe, significa que não haverá ilha. Nem a ilha de Patmos, nem as ilhas de isolamento que criamos. A própria terra deixará de
ser uma ilha. Não conversaremos mais com Deus na praia olhando para o horizonte. Nós o veremos face a face. Na ilha, ele estava cercado pelo mar. Na Cidade Santa, ele estará cercado pelo amor de Deus. Daquele dia em diante, a Terra deixará de ser uma ilha e ninguém mais estará ilhado de Deus. Meu único desejo diante disto se resume em uma palavra: MARANATA! Vem, Senhor Jesus! Desafio Prático: Finalize o ano junto com o seu #pgmystyle levando a mensagem da Volta de Jesus e a esperança de um futuro melhor para alguém que sofre.
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O Grande Conflito terminou, pecado e pecadores não mais existem, o universo inteiro está purificado, dAquele que tudo criou emana vida, luz e alegria. Desde o minúsculo átomo até ao maior dos mundos todas as coisas animadas e inanimadas declaram em sua serena beleza que Deus é amor Ellen White
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Direção de Arte - João Carlos R. Souza ( jc.mkt7 )