O Arauto 06

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Arauto

maio/junho de 2009 www.arauto.info circulação em Salto e Itu distribuição gratuita Nº 6

O Jornal O Arauto é uma publicação da Faculdade de Comunicação e Artes do Centro Universitário Nossa Senhora do Patrocínio - CEUNSP

Bar sinônimo de tradição, Itu e parmegiana

ALEMÃO pág.07

REPÓRTERES NA CADEIA

Nossa equipe entrou na Cadeia Pública de Salto. Em processo de reestruturação, local apresenta marcas de angústias, rebeliões e fugas.

MEU LAR É UMA BAGUNÇA

CURRICULUM VITAE

GALERIA DE FOTOS

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E MAIS:

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Como é a vida de estudantes que, além de livros, aulas e provas, têm de encarar a aventura de morar em uma República.

Enem x Vestibular

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A discussão sobre o novo formato de acesso ao ensino superior brasileiro.

Twitter

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Portfólio Pessoal

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O que é e como funciona a mania do momento na internet?

Apresentamos a história de um estudante de Cinema que ganhou prêmio... mas como ator de teatro.

Homossexualismo

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Tão antigo como a vida em sociedade, comportamento foi muito estudado e pouco debatido.


DA MESA DO REDATOR

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O Arauto sobe palco paulistano O grupo Teatro Mágico, em apresentação na capital paulista, nos dias 5 a 10 de maio, comprovou que O Arauto e cultura estão intimamente ligados. A apresentação dos poetas circenses contou com a presença do jornal. Na foto, a artista Gabriela Veiga mostra a reportagem sobre a trupe, publicada na primeira edição. Outras fotos de apresentações podem ser conferidas no site www.oteatromagico.mus.br.

Por dentro do “zoo humano” Por Melissa Castro Nelson Lisboa Tiago Marciano A população de Salto convive com a Cadeia Pública em pleno centro da cidade. Criada para 48 presos, por muitos anos abrigou centenas. Foi palco de tentativas de fugas, quando os fugitivos invadiam casas próximas. Até rebelião já houve, com dois presos decapitados. Esta história começou a mudar há dois meses, graças à interferência política do secretário estadual da Casa Civil, Aloísio Nunes, que - em visita a Salto - foi provocado pela imprensa sobre o assunto e decidiu agir. “Além de estar no centro de Salto, o prédio não tem as mínimas condições hidráulicas, de rede elétrica e de estrutura para abrigar presos”, revela o delegado Luciano Carneiro, que recebeu a reportagem de O Arauto. Em Salto há quatro meses, transferido de Itapeva, o delegado revela que a cadeia não serve mais para seu propósito. Ele afirma que o ideal é manter em Salto apenas uma cela para abrigar presos em flagrante até a transferência para um Centro de Detenção Provisória (CDP). A Cadeia de Salto hoje abriga menos de 40 presos. Eram 105 no começo de abril, durante a visita do secretário. Há a expectativa de que até o fim do mês só permaneçam ali pessoas com problemas como pensão alimentícia ou em vias de serem soltas. Autoridades esperam que o Estado entregue logo o CDP de Iperó para a extinção definitiva da cadeia.

Rotina – Os detentos vivem hoje à espera da mudança. Embora a maioria seja de Salto, eles sabem que em breve terão outro destino. As transferências, por segurança, não são comunicadas a eles com antecedência. Enquanto isso, passam o dia jogando bola, conversando ou ouvindo rádio. À noite se juntam em apenas seis celas, as que estão em melhores condições, quando então as grades são fechadas pelo único carcereiro de plantão. O local é imundo, escuro, sujo, com pichações e desenhos nas paredes. O odor que vem do banheiro contagia o local. Nada ali lembra (além das inscrições nas paredes) que seres humanos foram abrigados naquele local. Quase todas as grades têm marcas das infindáveis tentativas de fuga dos presos. Na rotina da cadeia, a quinta-feira é o melhor dia para os detentos, pois as visitas familiares são liberadas. É dia de convivência pacífica. Facções criminosas, que agem em todas as cadeias do Estado de São Paulo, também têm influência em Salto. A confirmação é do delegado Luciano: “Existe pressão, mas isso não atrapalha a rotina nem as funções da Polícia”, explica. Mesmo aparentando tranquilidade na Cadeia, com os menos de 40 presos, não foi autorizada a entrevista com algum detento, pois é comum eles defenderem o ponto de vista de suas facções.

“O homem em sua forma mais frágil” A estudante de Jornalismo (1º semestre) Melissa Castro esteve na equipe definida para cobrir a pauta da Cadeia de Salto. Como a única mulher do grupo, ela revela sua experiência ao entrar em uma cadeia:

Perfil do preso: idade média de 22 anos, trabalhador do tráfico

O delegado Luciano (acima) traz um dado preocupante: a grande maioria dos presos de Salto (e do Brasil) tem idade média de 22 anos e foram presos por algum envolvimento com drogas, normalmente prestando serviço para o tráfico.

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“A curiosidade leva as pessoas a lugares totalmente diferentes. Foram comigo mais três pessoas: dois repórteres e um fotógrafo. A cadeia está em processo de desativação, contudo ainda comporta cerca de 38 presos. Tive uma sensação de medo ao entrar lá apesar de não ter tido nenhum contato mais próximo com os presos. Fui autorizada a subir na torre, que dá uma visão total da parte de cima das celas. Essa hora foi o pior momento, é de lá que pude ver o ser humano em sua forma mais frágil. Me senti em um zoológico, onde seres humanos é que estavam nas jaulas. Tudo o que conseguia ver eram grades e pessoas presas a elas. Eles gritavam e gesticulavam. E se escondiam conforme a máquina fotográfica disparava. Buscavam coagir quem estava lá em cima, uma forma, talvez, de se preservarem. O que os levou até aquela situação foi o que mais pensei depois daquele momento. Talvez a curiosidade, a necessidade. Não tenho essas respostas. A percepção daquele lugar foi totalmente única”, observou a jovem estudante universitária.

Felipe Botelho / O ARAUTO

Vinicius Campos

Por André Brandão


VIDA UNIVERSITÁRIA

A vida (em república) como ela é Por Alan Vianni ser chamado, conta que a dificuldade na “Maria Joana” é ainda maior por ser mista, com homens e mulheres. “Há sim problemas, mas a relação com as quatro mulheres da casa é das melhores”. Quem visita a “Maria Joana” não pode deixar de reparar em muitos objetos e móveis fora de lugar. Assim, uma das primeiras questões era saber como todos se organizavam na casa: “É problema sério. Todas as repúblicas vivem meio bagunçadas”, explica o futuro arquiteto, jogando o chinelo no meio da sala. Sentado na varanda, Serginho explica

que na casa não há tarefas definidas para cada morador. Lembretes estão por todos os cantos: “Ao sair apague a luz” ou “Se usar, limpe”. O jovem conta que as despesas da casa - aluguel, luz, água - são divididas. “Alimento, cada um tem o seu, mas, se autorizado, você pode comer o miojo do outro”, explica, rindo. O assunto saudade da família faz desaparecer o sorriso do rosto de Serginho. “É um problema sério. Sentimos saudade do cafuné da mãe ou da conversa com o pai”, diz, completando: “Mas temos que ser fortes, levantar a cabeça e esquecer.” Os moradores se ajudam em relação aos problemas pessoais? “Quando você mora junto acaba formando uma família. Se um está com algum problema todo mundo sabe e todo mundo ajuda”. Viver em república, enfim, não quer dizer apenas morar com pessoas diferentes. É conviver e compreender pensamentos contrários ao seu. Uma lição de vida.

Enem ou Vestibular O Ministério da Educação (MEC) divulgou recentemente proposta de mudança no vestibular para ingressos nas universidades federais. O MEC quer transformar o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) como a primeira etapa do processo seletivo. Tudo será reformulado. As questões serão mais extensas e passam de 63 para 200, mais a redação. Serão dois dias de prova. Para o MEC, o mais vantajoso é que, com a nota obtida, o aluno pode pleitear vagas em até cinco universidades. Exemplo: quem está na região Sudeste pode escolher uma da região Norte e vice-versa, sem precisar se deslocar para fazer a prova. Não apenas a nota do Enem assegurará vaga. Muitas universidades devem ter uma segunda fase de seleção, como já acontece hoje, principalmente para cursos que exigem habilidades específicas. Nesse caso, ficará por conta da instituição aplicar a prova. Áreas - As disciplinas estão agrupadas em quatro grandes áreas do conhecimento: Linguagens de Códigos (Língua Portuguesa, Redação e Inglês - futuramente Espanhol também) Ciências Humanas (Geografia e História), Ciências da Natureza (Biologia, Física e Química) e Ciências Exatas (Aritmética, Geometria e Cálculo). O conteúdo a ser estudado ainda não foi definido. Mas um diferencial da prova será a relação interdisciplinar que deve ocorrer entre várias matérias, priorizando mais o raciocínio.

Por

Marcos Vinicius Freddi

Por enquanto os estudantes devem ter como modelo de prova o formato do vestibular e do Enem atuais.

Cronograma - Cada universidade poderá adotar ou não o novo vestibular (as instituições não são obrigadas a seguir determinações do Ministério da Educação). Pelo menos 25 das 55 universidades federais já confirmaram a adesão da proposta que devem colocar em prática ainda este ano. O MEC deu prazo final até dia 31 de maio para as outras instituições se pronunciarem. Se o modelo funcionar na rede federal existe a possibilidade de expansão para as ela estudar para uma prova sem saber como vai ser, “não redes estadual e privada. é nada bom”, analisando ainAdaptações - A mudança da que “estamos em uma pointerfere no cronograma es- sição vulnerável”. Compartilha a mesma opicolar principalmente dos cursinhos pré-vestibulares, que nião a aluna Gabriela Cavazabaseavam todo o material ni, 17. Segundo ela, o modelo didático no modelo anterior antigo de prova era mais jusde vestibular. Com a mudan- to. ”Não sei se será uma prova ça, muitas escolas serão obri- tão eficiente. Até por eu não gadas a rever seus planos conhecer o modelo novo, prepedagógicos. Não se fala em firo o antigo”. Ângelo Rafael, 21, que está números, mas espera-se um leve aumento de gastos por em seu segundo ano de cursiparte dos cursinhos para que nho e quer ser dentista, acretodas consigam reformular dita que o modelo antigo era o ensino e adaptar apostilas melhor, pois a quantidade de questões exigidas na prova Opiniões - Para alunos de do Enem será maior: ”Acho cursinhos vestibulares, a mu- que vai ser uma prova cansadança é vista com cautela. O tiva.” Já André Luis, 21, que prefato que mais preocupa é de não conhecer a nova prova. tende cursar Engenharia, Alguns, por estarem acostu- acredita que o novo vestibumados com o formato atu- lar mostrará uma realidade al, querem descobrir qual o que o Enem esconde. “Muitos amigos meus gabaritavam a novo “estilo de estudar”. A estudante Isabela Ma- prova e com a mudança havechado, 19 anos, que pretende rá uma outra realidade, mais fazer Medicina, diz que para competição. Acho que (a mu-

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Giuliano Miranda / O ARAUTO

A trajetória humana tem muitas fases. Uma é o fascinante mundo dos universitários. Nesse período, muitos optam por uma experiência extra aulas e livros: encaram uma república, a moradia estudantil. Por meio de uma entrevista descontraída, O Arauto mostra como são as divisões de responsabilidades que sempre aparecem para irritar os integrantes dessa “grande família”. Quem fala é o estudante de Arquitetura Sergio de Camargo, 21 anos. Ele mora na República Maria Joana, em Salto. “Serginho”, como ele preferiu

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dança) vai ser boa.” O aluno Rodrigo Cossi, 19, diz ser contra a mudança: “Ninguém sabe como vai ser o novo Enem. Eu acho que a mudança é ruim.” Ele também destaca que todo o processo seletivo deveria priorizar somente matérias relativas a cada área. “Acho que o aluno deve estudar o que vai fazer.” Já para Guilherme Fernandes, 19, esse ano será um período de mudança e acredita que a prova não deva ser diferente do padrão atual dos vestibulares, “só fazendo a prova para saber. Não tem como ter uma base.” Ensino Médio - Para os alunos que estão prestes a terminar o Ensino Médio, a repercussão foi positiva. José Ricardo tem 16 anos e diz que todos devem estar preparados para vários tipos de provas. “Temos que encarar a mudança não como algo desesperador, mas como algo

que vai trazer consequências melhores”, diz. Para Alison Mandolin, 17, que pretende cursar Medicina, o diferencial está no conteúdo. A prova deve ser encarada como as anteriores, “vai depender muito de cada pessoa.”

Modelo made in USA - A mudança proposta pelo MEC é baseada no sistema americano de ingresso nas universidades, o SAT. O Brasil adaptou o conceito de usar a nota para o ingresso. Com uma única nota, cada aluno terá chance de entrar em qualquer universidade federal, com opção limite de até cinco instituições. A diferença do sistema norte-americano é que lá não é avaliada apenas a nota obtida na prova e sim todo o histórico escolar do aluno ao longo da High School (ensino médio). Outra diferença é que nos EUA o test é aplicado sete vezes ao ano, já no Brasil apenas um teste será feito.


ESPECIAL Vôo do 14 Bis, Revolução de 32, guerras mundiais, viagem do homem à Lua, Diretas Já, queda do muro de Berlim, eleição de Obama. É difícil imaginar um empreendimento que tenha acompanhado tantos acontecimentos sem perder a identidade. Por isso o Bar do Alemão é uma tradição: tem história centenária sob direção contínua da família dos imigrantes Steiner.

Palmeiras”, explica. O Bar do Alemão passou também por outras crises. “Da minha geração, as épocas mais difíceis foram as do governo Sarney e do governo Collor. Difícil dizer qual foi a pior. No Plano Cruzado chegou a faltar carne de boi. Sempre trabalhamos com filet mignon, mas com a escassez de carne na época tivemos de comprar contrafilet, mas o contra-filet também se esgotou e compramos Adolf e Maria Steiner, ale- alcatra, depois coxão-mole, mães da região de Nowawes, depois lombo”, recorda. arredores de Berlim, desembarcaram no Porto de Santos Clientela selecionada - O em 1889, com seus quatro comerciante diz que momenfilhos. Em São Paulo, Adolf tos de economia ruim não montou um açougue de su- afetam o movimento no resínos, negócio que teve con- taurante. O motivo da prospetinuidade ao mudar-se para ridade está no estilo de vida Itu. Em 1902 a família muda de seus clientes - empresários de atividade: Adolf e seu fi- e bem-sucedidos, não apenas lho Max montam a Padaria e de Itu, como de toda a região. Confeitaria Alemã – o futuro Nos fins de semana as mesas Bar do Alemão. Na década de são ocupadas por turistas, 30, sob a direção de Max, foi que chegam para conferir a agregada à padaria o serviço fama dos pratos da casa. O de bar e restaurante. A fama estabelecimento chega a ter do restaurante cresceu: foi 14 mil serviços de mesa num a primeira a vender chope mês. O movimento é tão granno interior e é reconhecida de que o espaço físico da casa por seu Filet à Parmeggiana. está em obra para a construQuatro gerações depois, Her- ção de um novo salão (a rebert Steiner, bisneto de Max, forma não está atrapalhando gerencia o empreendimento. o atendimento atual). Ele revela, numa agradável Preferências - E o prato conversa de bar, como man- favorito de Herbert Steiner? tém a tradição de seus ante- Ele escolhe duas opções e diz passados e as novidades do como são preparados: “Gosto presente. muito do Filet Calabrês (gre-

Herdeiros - Quando perguntado se a quinta geração da família estaria se preparando para continuar a tradição, ele responde com ironia: “Não faço a mínima ideia. Preciso perguntar para meus filhos. O futuro a Deus pertence. No meu caso foi uma tendência natural por ser o primogênito e pelo interesse que fui desenvolvendo.” Uma prova que Hebert ama o que faz é sua biblioteca com cerca de 2 mil livros e 700 filmes sobre culinária e gastronomia.

Como O Arauto é desenvolvido no CEUNSP e o Centro Universitário tem curso de Gastronomia, seria natural a pergunta sobre dicas aos alunos do curso. O dono do Bar do Alemão diz que prefere aconselhar a instituição e não os estudantes diretamente: “Invistam o máximo. Façam convênios com grandes chefes envolvidos com o aprendizado. Uma instituição de ensino tem que sair da sala de aula e mostrar o que acontece de importante no circuito. Tem que trazer as coisas de fora. A qualidade dos que se formarem em gastronomia irá depender do valor que a faculdade dá para o curso. Se houver retorno da faculdade, então quem se formou trará mais qualidade para a cidade e o turismo.”

Sabor centenário Bar do Alemão Quando se pergunta para Herbert Steiner como foram seus anos antes de assumir a gerência do bar de sua família ele responde que “o bar sempre esteve ligado à minha vida desde os primeiros anos.” Ele comenta também que, quando pequeno, ficava sob os olhos dos pais numa caixa de papelão, embaixo do balcão. Quando tinha por volta de 16 anos, “pegava o carro emprestado de um garçom chamado Teca para sair com amigos”, lembra Hebert rindo. Antes de assumir a gerência do bar, passou por vários cargos no estabelecimento: “Só não toquei piano e entreguei bilhetes de banheiro”, fala sorrindo. Momentos difíceis - A Segunda Guerra Mundial foi um momento difícil para os Steiners. Houve pressão para que fechassem o bar. “Tivemos de mudar o nome de Padaria Alemã para Padaria Ituana assim como o Palestra Itália teve que mudar de nome para

lhado recheado com queijo provolone, cebola batida e calabresa). Mas também adoro o Eisben Pururuca (joelho de porco acompanhado de purê de ervilha e chucrute, batatas cozidas e linguiça branca). O Eisben é feito em nosso forno alemão e não envolve nenhuma fritura.”

Anzu - Apesar de ser o mais conhecido, o Bar do Alemão não foi o único empreendimento da família Steiner. A casa noturna Anzu Club, também em Itu, foi construída por Hebert, que investiu cerca de US$ 3 milhões de dólares na boate (hoje o local pertence a outro poprietário). O herdeiro Steiner diz que é mais fácil administrar uma casa noturna do que um restaurante, por que a primeira abre apenas às sextas, sábados e vésperas de feriados. “O restaurante fica aberto durante toda a semana e envolve a gerência de bebida, comida e entregas. Tem muito mais detalhes para administrar”, revela.

Como é o restaurante onde é feita uma das mais famosas parmegianas do país

As lanchonetes do CEUNSP de Itu e Salto são gerenciadas pelos ex-funcionários do Bar do Alemão Jean Salviano e Francisco da Costa. Tudo começou em 2003, quando os dois vendiam lanches num trailer, na entrada do Campus V. “O pessoal gostou do serviço e então o trailer acabou dentro da faculdade. Hoje atendemos em Salto, na antiga cantina da Brasital e em Itu, com um trailer” diz Jean, citando ainda que mil clientes por dia passam pela lanchonete.


Murilo Santos / O ARAUTO

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Herbert Steiner, proprietário do Bar do Alemão, passou uma receita para os leitores de O Arauto:

SALSICHÃO FRANKFURT

01 gomo de salsichão equivalente a 150 gramas 40 gramas de queijo prato 20 gramas de bacon picado e frito 300 gramas de batata 100 gramas de maionese 30 gramas de cebola ralada ¼ de limão 3 pitadas de mostarda amarela sal 1/3 de repolho roxo picado 1/3 de pimentão vermelho fatiado em meia lua 25 gramas de calabreza picada 25 gramas de bacon picado 30 ml de azeite ½ tablete de caldo de legumes

Modo de Preparo 1º passo : cozinhar as batatas, deixe esfriar, descasque e fatie 2º passo : Junte a um recipiente a batata, maionese, cebola, mostarda, limão e sal a gosto. 3º passo : Numa panela coloque o azeite, junte o bacon a calabreza frite, ate o ponto desejável. Junte o repolho, pimentão o caldo de legumes e sal a gosto.

Evandro Ananias / O ARAUTO

Ingredientes

4º passo : Abra o salsichão ao meio sem separa-lo. Leve para grelhar. Coloque o queijo por cima do salsichão, junte com o bacon já frito anteriormente e leve para gratinar.

Garçons: histórias a parte O “Alemão” é reconhecido não apenas pela tradição, requinte e bom paladar, mas também pelo tipo diferenciado de atendimento. Os garçons são facilmente reconhecidos pelo uniforme inspirado em roupas e chapéus típicos da Alemanha. João Leme é o funcionário com mais histórias para contar - completa 40 anos de serviço em novembro. Ele começou trabalhando para o pai de Herbert. “Nosso atendimento é feito com simpatia, conversando com os clientes. A gente afasta a imagem fria que as pessoas têm dos alemães: Não podemos ser secos. Sempre atendemos sorrindo”, revela.

Outra “figurinha” bastante conhecida é Antonio Salviano, o “Teca”, e que tem 34 anos de casa. Ele é conhecido pela paixão por colecionar objetos. “Tenho moedas de todo o mundo. São dez anos de coleção, feita tudo aqui no restaurante, com a doação dos fregueses que viajam para fora.” A coleção, que tem mais de 5 mil peças, já foi exibida em espaços culturais e até programas de Tv. “Tenho todas do Brasil e notas do mundo inteiro. Até do Haiti, Paquistão, Cazaquistão, Nepal, Butão e do Iraque.”, conta. A mania de Teca inclui ainda coleções de xícaras, bonés, bolachas de chope e fotos com artistas famosos.

”Domine todas as teorias, conheça todas as técnicas; Mas quando tocar uma alma humana, seja apenas outra alma humana.” (Carl Jung)

- Quem frequenta o Bar do Alemão já foi recebido por esta e muitas outras citações de grandes pensadores. Elas são ditas pelo maître Nelson Pinheiro de Azevedo, 32 anos de serviços no restaurante. Ele é conhecido pelo amplo repertório literário: “Sei, de cabeça, cerca de 1.700 pensamentos”. A origem de tanta sabedoria vem da dedicação aos livros. O hábito da leitura é cultivado há 24 anos. “Leio cerca de 120 livros por ano. E gosto de tudo. Tenho um gosto bem eclético” explica o maître, que tem apenas a formação primária (até a 4ª série). Nelson revela que leitura constante lhe abriu muitas portas: “Quando adquiri o gosto pelos livros mudei minha vida em todos os aspectos. Deixei de julgar os outros e a ter cuidado com pensamentos extremistas. A leitura também ajuda minha vida profissional, pois trabalho com pessoas e é preciso saber se comunicar.”

Filipe Salles / O ARAUTO

A sabedoria do maître


PORTFÓLIO PESSOAL

Ele estuda Cinema. Ciça Victal / O ARAUTO

Por Lígia Martin

E faz (bem) teatro O aluno Renato Rozendanz, 24 anos, estudante do 5º semestre de Cinema do CEUNSP, recebeu o prêmio de melhor ator coadjuvante no Festival Nacional de Teatro de Goiânia. Ele atuou no espetáculo “Wilde Censurado”, com direção de Sandro Bérgamo, juntamente com a Cia. Teatral Vernáculo, de Salto. O festival movimentou a capital goiana na primeira semana de abril e contou com a participação de 18 grupos de todo país, que fizeram a apresentação de 19 espetáculos. Ao todo, estiveram em Goiânia 230 participantes entre atores, diretores, bailarinos e outros profissionais relacionados ao meio artístico.

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por Sandro Bérgamo (que também ganhou o prêmio de melhor ator no festival) do texto “De Amor Encarcerado”, de Murilo Dias. O enredo mostra a glória e a decadência do escritor irlandês Oscar Wilde. Fala das discriminações e preconceitos que a Inglaterra viveu no final do século XIX, onde não era permitido manter relacionamentos homossexuais (Wilde era homossexual assumido). Também relata a felicidade e o respeito adquirido pelo autor, na sociedade, por suas obras literárias. Uma das cenas do espetáculo mostra a tristeza e a prisão de Wilde por revelar uma paixão - proibida na época pelo jovem inglês Alfred Douglas. É bom lembrar que o autor irlandês é ainda elogiado por seu trabalho, mais de um século depois de sua morte.

Negociação salarial

Como estudante da Faculdade de Comunicação e Arte, Renato pratica o aprendizado nos Grupos de Trabalho, as atividades práticas do CEUNSP. Ele explica por que escolheu cursar Cinema, ao invés de Teatro: “É que no Brasil, infelizmente, é muito difícil viver atuando, mas espero, a partir da formação em Cinema, abrir um bom leque de opções profissionais.” O ganhador do prêmio de ator coadjuvante diz que a conquista abriu portas e é um grande incentivo. “O lado ruim é você ganhar um prêmio e achar que é ‘o grande’. Vale lembrar que é preciso ter humildade e nunca parar de estudar, visando sempre melhorar”, comenta Renato.

“A peça é bastante pesada, mas não vulgar. Os atores são compenetrados, com destaque ao Renato, que fez mais de um papel: de policial, muda para um professor, A peça Wilde Censura- parece que são dois atores do é uma adaptação feita diferentes. É um espetácu-

Currículo - Mesmo estando no teatro há pouco mais de um ano, Renato já atuou em outros dois espetáculos: “O Casamento da Joaninha” (Companhia Vernáculo) e “Os Inimigos Não Mandam Flores” (Simati).

valor bem acima do que recebia antes. A atitude, inocente para alguns, audaciosa para outros, pode colocar em risco a conquista da vaga. Antes de mencionar sua pretensão, é importante você saber que, em muitas situações, este pode ser um fator de eliminação de candidatos, caso a concorrência pela vaga seja alta, o que é bastante comum. Portanto, caso sugira algo muito acima da média, pode perder a chance. Por outro lado, você tem de citar uma pretensão, quando este dado for obrigatório no anúncio. A melhor solução é fazer uma boa pesquisa de mercado antes de estipular a nova remuneração. Para esta finalidade, consulte cadernos de empregos dos jornais, que fornecem este tipo de informação atualizada, ouça amigos e familiares que exerçam a mesma função. Examine o seu currículo com imparcialidade e, finalmente, compare-o com o de outros profissionais. Desta forma, conseguirá chegar a um valor razoável. Outra questão importante é compreender que a remuneração inclui além do salário - pagamento mensal - benefícios, e eventual participação nos lucros e bônus, quando a empresa tiver essa prática. Desta forma, numa negociação salarial, você deve considerar a possibilidade de uma oferta em que ocorra

salário quando na posição de desempregado. E se você tinha uma remuneração maior em seu último emprego? Responda que seu último salário estava fora do mercado, deixando espaço para oferecerem uma proposta mais concreta. Pergunte se há alguma possibilidade futura de aumentar um pouco a oferta apenas para manter a faixa salarial registrada em carteira. A menos que diga o contrário, o empregador vai entender que você está satisfeito com o que foi oferecido na contratação. Portanto se almeja algo a mais, mesmo que uma alteração salarial não seja possível, pelo menos pergunte se haverá a possibilidade de conseguir vantagens como ajuda para pagar a faculdade, pedágio ou quilometragem – se residir muito distante - um período extra de férias ou pagamento de determinadas despesas. Conhecer a empresa é essencial. Isso facilita a negociação. Por isso, pesquise tudo o que puder antes da entrevista! Finalmente, mostre uma postura firme e segura assim terá maiores chances de se mostrar um bom negociador. Se tudo isso vier acompanhado por uma pretensão salarial justa, ou seja, dentro das expectativas do empregador, não tem erro: a vaga será mesmo sua!!!

CURRICULUM VITAE A empresa interessada entra em contato, realiza uma entrevista e em um dado momento... a temida pergunta: Quanto você quer ganhar? A resposta depende da situação em que você se encontra: Empregado ou desempregado. Negociar a remuneração durante uma entrevista de emprego não é para pânico. O ideal para se realizar uma negociação de maneira tranquila é encará-la com serenidade e de modo automotivador. Talvez este seja um dos momentos mais embaraçosos de todo o processo seletivo, partindo do princípio que você tem uma estimativa de quanto vale o seu trabalho, mas não conhece quanto a empresa pode oferecer. Questionado sobre pretensão salarial, devolva a pergunta para o entrevistador: Qual a faixa salarial oferecida pela empresa? Caso não obtenha a resposta, posicione-se abrindo uma faixa que demonstre sua disposição para negociar e Profª. Ms. Cátia que, ao mesmo tempo, corresGuillardi ponda aos valores praticados pelo mercado de trabalho. é consultora organizacional em Gestão de Prepare-se para não ser Pessoas, professora de MBA, pós-graduação e graduação, palestrante, articulista, surpreendido por propostas especialista em Desenvolvimento Humano e que possam estar além ou Organizacional, Orientação de Carreira e em aquém de suas expectativas, assuntos da área de Gestão da Qualidade e Responsabilidade Social Empresarial. situação que põe em risco o “fechamento do negócio”. Na maioria dos casos, é comum o candidato responder a uma proposta com um

lo dinâmico”, afirma o aluno Leonardo Bagarolo, do 5º semestre de Cinema, que assistiu ao espetáculo.

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um aumento dos benefícios oferecidos pela última empresa, sem necessariamente um aumento no salário, o que pode ser afinal até mais interessante. Portanto, você deve estar atento para novas formas praticadas pelo mercado de trabalho, quase sempre envolvendo participação em resultados, bônus por cumprimento de metas, salários indiretos representados por carro, viagens, premiações e auxílio educação. Algumas pesquisas recentes demonstram que, tanto do lado dos empregadores quanto do lado dos candidatos, a questão de salários e benefícios é negociável. Na maioria das vezes, os candidatos preferem aumento em dinheiro. As empresas preferem oferecer benefícios, como apoio na recolocação em caso de demissão, bônus por produtividade e férias extras. Como negociar a remuneração quando se está empregado? Estando empregado, seu poder de negociação é maior. Se possível, diga que vai analisar a proposta e que no máximo em um dia dará sua resposta. E estando desempregado? Nesse caso seu poder de negociação é praticamente zero. Responda que quer ganhar de acordo com a faixa salarial oferecida pelo mercado. Em média, muitos candidatos aceitam uma remuneração até 20% inferior ao último


CONTRACULTURA

Giuliano Miranda / O ARAUTO

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O assunto é HOMOSSEXUALISMO Por Mariana Sugahara Nem todas as coisas são tão contemporâneas quanto parecem. Homossexualismo, por exemplo. Logo depois de Adão e Eva o mundo ficou mais povoado e desde a Antiguidade há manifestações homossexuais. Até na religião: no Hinduísmo, Ganesha, o deus da fortuna, teria nascido de uma relação entre duas divindades femininas. De Alexandre, o Grande, ao cantor e compositor Renato Russo, a preferência ou “uma bricandeira” com alguém do mesmo sexo está presente entre nomes reverenciados pela sociedade. Sócrates, o importante filosofo da Grécia Antiga, era – dizem as escrituras - adepto do amor homossexual. Lei punitiva - Não vamos achar fácil a vida de um (ou uma) homossexual. Na França, por volta de 1270, a legislação era punitiva: “O homem que mantiver relação homossexual deve ser castrado e, se reincidente, morto. A mulher que tiver relações com outra mulher perde o membro”, dizia a lei. Qual “membro” seria cortado em tal infração o código não especifica.

Evolução - O tempo e a ciência ajudaram a dar mais luz à questão. Em 1848 foi criada a expressão “homossexual”, autoria do psicólogo alemão Karoly Maria Benkert. “Além do impulso sexual normal de homens e mulheres, a natureza, do seu modo soberano, dotou à nascença certos indivíduos, masculinos e femininos, do impulso homossexual. Esse impulso cria uma aversão direta ao sexo oposto”, re-

velou Karoly Maria Benkert.

Segundo o psicólogo e professor Jamiel de Oliveira Lopes, “Freud (pai da Psicanálise), considerava um problema na formação da personalidade, um Complexo de Édipo mal resolvido”. Na primeira metade do século XX, o homossexualismo foi catalogado como doença anormal genética, associada a problemas mentais na família e hereditária. Em 1979, a Associação Americana de Psiquiatria tirou o homossexualismo da lista de doenças mentais. “Os profissionais que a encaram como tal, podem sofrer sanções do Conselho de Psicologia, podendo ser cassados”, declara o psicólogo. Dificuldades sempre Apesar de avanços, ser homossexual não é simples. Hoje, pleno 2009, a sociedade ainda é preconceituosa. Além disso, há os conflitos internos, “Muitos homossexuais tem problemas de autoaceitação”, diz Jamiel Lopes. Com o estudante de Cinema Bruno Dorato, não foi diferente: “O que machucava não era me chamarem de gay, mas a vontade de ser hetero.” A aceitação não é rápida e nem existe poção mágica.

Para um entrevistado que não quis se identificar, a autorejeição faz parte de sua história. “Muitas vezes eu chorava, perguntando a Deus por que nasci assim”, lembra.

Outro problema é o relacionamento familiar: “Eu me retraí, tentei mascarar... É um peso que você carrega”, conta o estudante Bruno. Quem está do lado de fora ‘desse mundo’ não compreende as adversidades que os homossexuais enfrentam. E ser chamado de “boiola” é um dos problemas mais suaves: “Quando você sorri, você confunde as pessoas”, lembra um homossexual. Mesmo conquistas recentes não resolve a situação. “Na Parada Gay não mostram a realidade, os problemas do dia-a-dia”, explica um entrevistado. Ele completa lembrando que “por dentro dessa couraça, existe um ser humano frágil, cheio de ilusões e sonhos”. Tomando como parâmetro esta frase, é notável que, no quesito emoções, são iguais homo e heterossexuais. Por Adriane Souza Outro fenômeno agita a web. Rapidez e interatividade, é isso que a rede de relacionamento social Twitter oferece a seus seguidores. A nova mania surgiu nos Estados Unidos, há dois anos, e conta hoje com seis milhões de usuários. O funcionamento do Twitter é bem simples. Além de ser uma rede social, é também um servidor para microblog, uma mistura de blog com chat. Os usuários enviam atualizações pessoais com um texto de apenas 140 caracteres. O primeiro passo para ingressar nessa rede é fazer

www.ceunsp.edu.br

”O que machucava não era me chamarem de gay, mas a vontade de ser hetero.”

Twitter.com o cadastro no site. Depois, é digitar o que está fazendo naquel momento. Exemplo: “de saída para a faculdade”. Encontrar os amigos facilita o “intercâmbio de conversas”. Quando um amigo é adicionado, recebemos todas as suas mensagens e vice-versa: é interatividade total. O envio de mensagens pode ser feito de celular, e-mail, msn ou blog. A conexão entre os internautas vai além do “reality show” pessoal. Cobertura de eventos são feitas pelo Twit-

ter: durante um festival ou feira aparecem informações sobre a programação. Como em todo tipo de comunicação a propaganda vem junto. Os seguidores de determinadas marcas recebem mensagens sobre as promoções dos produtos. A ‘epidemia’ do Twitter afetou o mundo todo. Ninguém escapou. Nem mesmo o popular político americano Barack Obama, que postou durante toda a campanha presidencial. A febre pegou. E você, já “twitta”?


GALERIA DE FOTOS

O Arauto / mai-jun.09 pág.08

Formação de luz e sombras sobre o corpo, criação da sensualidade, domínio da composição. É com sensibilidade e apuração técnica que Gabriela Pizani, formada na primeira turma do curso de Fotografia do CEUNSP, se destaca na produção fotográfica do nu artístico.

Gabriela Pizani: Novo Olhar da Sedução

expediente

www.gabrielapizani.multiply.com

Coordenador Geral da FCA: Prof. Edson Cortez / Coordenador da AECA: Prof. Amauri Chamorro / Projeto Gráfico e Diagramação: Prof. Murilo Santos / Redator Universitário Chefe: Jean-Frédéric Pluvinage Colaborador: Edvaldo Santinon, Vinicius Campos Conselho Editorial: Prof. Amauri Chamorro; Prof. Edson Cortez; Prof. Ms. Filipe Salles; Profª Ms. Maria Paula Piotto S. Guimarães; Prof. Pedro Courbassier; Prof. Dr. Rubens Anganuzzi Filho. Projeto de Trabalho Integrador - O ARAUTO Alunos participantes: Ariane Campos, Nelson Lisboa, Tiago Cézar e Thiago Cruz (chefia/edição); Natalia Esteves, Tiago Rodrigues, Gabriel Alves, Ligia Martin, Thales Puglia, Luciana Tambeli, Melissa Castro (pauta); André Brandão (ilustração). Editoria de Fotografia: Evandro Ananias, Giuliano Miranda e Maurício Bueno. Coordenação: Prof. Pedro Courbassier. Todos os textos são de responsabilidade de seus autores. Jornalista responsável: Pedro Courbassier (MTb.: 23.727).

Contatos: redator@arauto.info

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