O Arauto 09

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Arauto

setembro de 2009 www.arauto.info circulação em Salto e Itu distribuição gratuita

O Jornal O Arauto é uma publicação da Faculdade de Comunicação e Artes do Centro Universitário Nossa Senhora do Patrocínio - CEUNSP

Nº 9

Foto: Felipe Botelho/ Arte: Murilo Santos

Na frenética busca pela satisfação a todo instante, podemos ser vítimas do fácil acesso aos produtos contemporâneos.

Memória

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No mês que marca os 70 anos do início da Segunda Guerra Mundial, uma sobrevivente do Holocausto conta como sobreviveu à máquina de matar da Alemanha nazista.

jornal CEUNSP

Moda brilha no Iguatemi e Teatro ganha prêmio

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Seriam digitais os livros do futuro? O debate vai além: esses equipamentos são mais ecologicamente corretos do que usar papel?

A camiseta ao lado é mais que uma vestimenta. A frase nela contida debate Arte e Comunicação: Criar é ócio? Conheça a história dessa manifestação.

Hospitalidade: a faculdade que ensina a bem-receber

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Num mundo globalizado, falar idiomas é vital. Mostramos por que e como ir atrás desse aperfeiçoamento.

E-books

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Veja também no Jornal do CEUNSP:

Jean Pluvinage/O Arauto

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Vagabundos?

Intercâmbio

De passatempo a uma fábrica de manifestações: entre no universo dos que desafiam, com roupas largas, a lei da gravidade.

jornal CEUNSP

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Tony de Padua/O Arauto

Skate


DA MESA DO REDATOR Entrando na primavera O tempo começa a esquentar. A temperatura sobe também na sala K-19, da FCA, nossa Redação. Ideias e planos são lançados e constantemente renovados em busca do melhor conteúdo para esta publicação. Nesse clima, em setembro, oferecemos aos leitores debates contemporâneos. O Arauto aborda - sem que, talvez, você perceba numa primeira leitura - a atualidade. Afinal, o que são os humanos hoje senão pessoas em frenética busca por satisfação, profissional ou psicológica. Temos reportagens que mostram a necessidade de falar (principalmente) o inglês e estar globalizado no escritório, tanto como a que mostra a desenfreada busca pelo prazer em atos como comer doces ou estar on-line

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Eis o CINECLUBE CEUNSP 24 horas. Os vícios modernos são apenas projeções atualizadas de válvulas de escapes doentias. Troca-se a pinguinha no balcão do bar por jogar vídeo-game compulsivamente. Outro esporte viciante é o skate: uma das modalidades que mais expressam comportamento diferenciado. Esta popular atividade dos jovens brasileiros é - segundo os praticantes - para se soltar. Em vários sentidos. Por falar em sentir, percebemos um debate sadio que começou na lanchonete do Campus V do CEUNSP: “Os criativos parecem vagabundos por que pensam demais ou pensam demais por que são vagabundos criativos?” Quem sabe se mais no futuro não debateremos isso lendo e-books... Boa leitura!

Com a presença do cineasta Andrea Tonacci, ‘Serras da Desordem’ (prêmio de melhor diretor no Festival de Gramado 2007 - foto) foi o primeiro filme exibido no recém-instalado CINECLUBE CEUNSP. O espaço cultural é gratuito - aberto a toda a população - funciona no Bloco K do Campus V, em Salto, mesmo local do curso de Cinema. A programação é feita pelo aluno Paulo Ernesto Rodrigues e pela professora orientadora Fernando Cobo. As exibições são todas às terças-feiras, 19h30, até o inicio de dezembro.

Banheiro é lugar de informação Outro projeto da FCA é o Curtas no Intervalo, sessões de curtas-metragens exibidas às quartas, quintas e sextas-feiras, durante o intervalo das aulas e também com entrada grátis. A programação em setembro é:

Este é o JWC, o Jornal do Banheiro. Mais uma produção da Agência Experiemental de Comunicação e Artes (AECA) da FCA. O objetivo é misturar informação, opinião e humor, nos banheiros do CEUNSP.

Dia 17 - Andrômeda a Menina Que Fumava Sabão (Carlosmagno Rodrigues, Brasil/Argentina, 2009, 15’ - cor 35mm).

Sinopse: Não tenho poder de mudar ninguém e, caso tivesse, faria força para manter o livre arbítrio das pessoas que amo.

Dia 18 - O Soco Silencio (Lucas Moreira, RS, 2009,15 min).

Sinopse: Dialogo surreais entre dois homens em um ambiente claustrofóbico.

Do lixo ao luxo nografia, que já está em exposição no bloco E, na entrada principal do bloco K (onde criaram uma imagem de vídeo-game Atari), ao lado da Sala de Edição, na entrada do bloco K-Inferior (um “chuveiro ecológico”), além de usarem espaços externos, como próximo ao estacionamento e em frente à Biblioteca. Carlos Oliveira/O Arauto

A foto (abaixo) mostra uma das instalações, no Bloco K, feitas pelos estudantes (Arquitetura, Decoração e Design, Teatro e RTV) da disciplina Cenografia Técnica, com o professor Eduardo Scorzelli. O tema é ‘Do Lixo ao Luxo’. “Eles fizeram um trabalho de pesquisa e colheram todo o material para compor a ce-

“Itu, pelos Ituanos” é tema de concurso literário A Academia Ituana de Letras (Acadil) lançou o concurso literário “Itu, pelos ituanos”. A iniciativa faz parte das comemorações pelos 400 anos de fundação da cidade, que serão completados em fevereiro de 2010. O concurso é aberto e envolve prosa ou verso. Os interessados devem enviar os trabalhos até 14 de novembro, em mãos, ou via correio, para Editora Ottoni – rua Garcia Moreno, 55 – Centro – CEP 13.300-095 – Itu-SP (A/C do Concurso “Itu, pelos ituanos”).

Dia 23 – Malabares (Maithê Lorena & Secy Jannuzzi, documentário, RJ, 2008). Sinopse: A arte de jovens malabaristas, nas ruas do Rio de Janeiro.

Dia 24 - Quem Matou Charles? (Maithê Lorena e Secy Jannuzi, RJ, 2005, 8 min). Sinopse: Suspense que mostra as injustiças sofridas pelos bons atores, neste Brasil dos apadrinhados... Crítica ao trabalho da seleção de atores.

Dia 25 – Nosferatu (Rodolfo Carvalhaes e Heloa Fernandes, GO, 2007, 9 min).

Sinopse: Um agente imobiliário faz uma visita de negócios ao misterioso proprietário de um castelo perdido no sertão de Goiás. Releitura e homenagem ao filme de F. W. Murnau (1922).

Professor da FCA tem filme no Cine MuBe Vitrine O Cine MuBE Vitrine Independente, festival de cinema que, segundo os organizadores, preza pela pluralidade, anunciou a lista de filmes selecionados para a 1ª edição, a partir do dia 19 de setembro. Entre os escolhidos está o média-metragem “Angélica Saint-Tropez e um Café Globalizado”, de Paulo Pedroso, com direção de fotografia do coordenador da FCA, professor Filipe Salles.

Os textos deverão ter no mínimo uma e no máximo três laudas, inéditos, digitados em papel A4, fonte em tamanho 12, espaço 1,5 em duas vias assinadas, com nome completo do concorrente (que pode mandar até 2 textos), endereço, telefone e e-mail, juntamente com uma cópia em CD. Segundo o presidente da Acadil, Bernardo Campos, serão selecionados os cem melhores trabalhos para a composição de um livro específico e comemorativo, que será editado em 2010.

expediente

Trabalho da Agência Experimental (AECA) da Faculdade de Comunicação e Artes (FCA) do Centro Universitário Nossa Senhora do Pastrocínio (CEUNSP).

Jornalista Responsável: Pedro Courbassier (MTb.: 23.727). Projeto Gráfico e Diagramação: Prof. Murilo Santos. Revisão e normatização da língua: Profª Maria Regina Amélio. Coordenador de Imagens e Fotografia: Carlos Oliveira. Conselho Editorial: Prof. Amauri Chamorro; Prof. Edson Cortez; Prof. Ms. Filipe Salles; Profª Ms. Maria Paula Piotto S. Guimarães; Prof. Esp. Pedro Courbassier; Prof. Dr. Rubens Anganuzzi Filho. Projeto da Agência Experimenta de Comunicação e Artes (AECA): Coordenador Geral da FCA: Prof. Edson Cortez. / Coordenador da AECA: Prof. Amauri Chamorro. / Coordenação Empresa O Arauto: Prof. Esp. Pedro Courbassier. Alunos participantes: Ana Paula Oliveira, Mariana Campos, Jean Pluvinage, Marcos Freddi, Nelson Lisboa (editores); Thuany Machado,Luiz Pesseudônimo, Mariana Sugahara, Lígia Martin, Melissa Castro, Tiago Rodrigues, Jéssica Bonatti, Francis Cunha, Rosana Beatriz Silva (reportagem); Adriane Souza (coordenação em web); Amanda Duarte, Daniele Bellani, Luana Silva, Pedro Brito (pautas), Toni Pádua Filho e Angela Trabachini (fotos).

Tiragem: 30.000 exemplares

Todos os textos são de responsabilidade de seus autores.

Contatos: redator@arauto.info

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DEBATE

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Por Prof. Amauri Chamorro

“As tenções não se encontram muito longe. Elas já batem a nossa porta. O Brasil, com seu tamanhão e sua característica pacífica, não costuma resolver problemas no grito. Mas, se preciso for, teremos de nos defender.”

A nova geopolítica na

América do Sul A America do Sul está pronta para a guerra. O Brasil acaba de indicar a compra de helicópteros, aviões e até um submarino nuclear da França. A Venezuela, de 2007 até agora, gastou mais de R$ 8 bilhões em helicópteros, tanques e rifles da Rússia. A Colômbia autoriza a utilização de sete bases militares norteamericanas em seu território, além dos bilhões de dólares que recebe anualmente para supostamente combater a produção e o tráfico de drogas. Devemos compreender essa corrida armamentista entre países dentro do contexto econômico, político e cultural. Neste momento, a América do Sul é o continente mais importante economicamente para o mundo. Os fatos são simples: donos de 70% da água doce e potável do mundo, têm dentro de seu território a Amazônia e têm petróleo. É... o mesmo combustível fóssil que gerou tantas guerras ao longo do mundo. O Brasil, a Venezuela e o Equador são donos de uma reserva petrolífera tão grande e lucrativa quanto à do Oriente Médio. O Chile, a Bolívia, o Brasil e o Equador são donos de uma incalculável reserva de minerais essenciais para o desenvolvimento da economia mundial. Principalmente para a produção de componentes para a indústria da telecomunicação. Desde que os europeus desembarcaram na América, a história da sociedade e a política daqui foram construídas sobre esses pilares. A riqueza natural do continente foi muito bem utilizada pela metrópole europeia e o resto do lucro se dividiu entre algumas famílias crioulas locais. As mesmas famílias divi-

diram a presidência dos países durante 100 anos. No começo dos anos 2000, as coisas mudaram. Governos populares e populistas ganharam as eleições em praticamente todos os países. Chile, Michele Bachelet. Equador, Rafael Correa. Paraguai, Ivan Lugo. Venezuela, Hugo Chavez. Argentina, Nestor Kichner. Brasil, Lula. Apenas o governo Lula se manteve alinhado à elite que sempre esteve no poder. Exemplo disso, parcerias com Sarney, Renan Calheiros e Fernando Collor. Mas o resto dos governos citados rompeu violentamente com essas famílias e, naturalmente, com as metrópoles europeias e norte-americanas. Somos agora um continente incalculavelmente rico e não subordinado politicamente aos homens que o dominaram durante séculos. Ou seja, os ratos ganharam legalmente o direito de comer o queijo e administram a ração do gato. A natural ação é a de tomar tudo à força. Invasões, ditaduras, assassinatos, boicotes são algumas das ferramentas utilizadas pelos EUA na América do Sul. Invadiram o Panamá, El Salvador, Nicarágua, Honduras. Mataram Allende, Gaitán e Hurtado. Tudo isso há 30 anos. Parece que o povão que elegeu esses presidentes populistas e populares não vai deixar isso acontecer tão facilmente. Por isso, esses governos se armam. Eles temem, com motivo justo, que os EUA e a Europa invadam o continente. A eleição do Obama não diminui a característica bélica norte-americana. Eles ainda continuam no Iraque, aumentaram as tropas no Afeganistão, apoiam o golpe em Honduras, pensam em invadir o Irã e a Coreia do Norte, nada fazem pela África e pelo povo palestino. Para quem vive no Brasil, reconhecido mundialmente pela sua capacidade de diálogo para promoção da paz, uma guerra parece distante. A última vez que nos envolvemos inteiramente num conflito foi no do Paraguai há 140 anos. Em nosso continente as coisas são diferentes. Mas não esqueçamos a história. O mundo acabou de passar pela recessão mais forte desde 1929, quando a bolsa de valores em Wall Street quebrou. Em 1995 houve um conflito que durou alguns meses entre o Equador e o Peru que matou quase um milhar de pessoas. Ano passado a Colômbia invadiu ilegalmente o território equatoriano e matou o segundo homem na hierarquia das FARC. Peru tem problemas territoriais com o Chile, Colômbia, Equador e Bolívia. A própria Bolívia esteve ao pé de uma guerra civil. Ou seja, as tensões não se encontram muito longe. Elas já batem a nossa porta. O Brasil, com o seu tamanhão e sua característica pacífica, não costuma resolver seus problemas no grito. Mas, se preciso for, teremos de nos defender. Este continente tem muito o que oferecer ao mundo. Mas o mundo não tem tanta vontade assim de pagar por isso. Devemos proteger o queijo e as rações.

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VIDA UNIVERSITÁRIA

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va.ga.bun.do

Vagabundos? Vagabundos Sim! Por Mel Castro

“Esse pessoal da comunicação é o mais vagabundo do CEUNSP”. Esse foi o co-

(FCA):

mentário que ouvi outro dia enquanto dirigia-me à lanchonete. Era hora do intervalo e os estudantes, como sempre, aglomeram-se em frente da FCA (Faculdade de Comunicação e Artes). Povo estranho. Cabelos esquisitos e coloridos. Índios com desenhos ou símbolos tatuados pelo corpo. Alguns com metais fincados, até onde a visão alcança, no rosto. O som que ecoava dessa inconfundível tribo “ceunspiana” era uma mistura de risos, gritos, espantos e novidades, tudo embalado pelo som do rock’n roll, que duas grandes caixas de som, colocadas logo na entrada do bloco K, reproduziam. Ao contrário do que ouvi, o sentido da visão proporcionou-me outra interpretação daquele quadro. Meus olhos viram jovens que enfrentavam com alegria o mundo das aparências, o mundo do certo e do errado... “o mundo cartesiano”. Essas palavras tentam

explicar o debate desencadeado no Campus V, com foco na FCA: um comentário ouvido por uma professora fez com que estudantes de Artes e Comunicação tentassem mostrar aos cartesianos que criar é sim trabalhoso. Surgiu assim o “movimento Vagabundos Sim!” Quem frequenta as proximidades do prédio da FCA pode observar muitas tribos: os tatuados, os ecléticos, aqueles que estão na moda ou os que estão fora dela. Figuras que, talvez, não estão dentro dos padrões da sociedade comum e que prefere o que é mais cômodo. A razão dos adjetivos usados na frase anterior é pelo simples fato de que muitos julgam os comunicadores e artistas como vagabundos, no sentido mais negativo da palavra. Quem trabalha com comunicação ou com arte pode não fabricar produtos industrializados (às vezes sim) ou curar doenças, mas desenvolve a cultura, o entretenimento, a informação e a diversidade. E isso dá um trabalhão. Pior: normalmente é menos remunerado em relação a quem atua em outras áreas.

Mas o que é trabalho? Para ajudar nesse debate, necessário se faz entender o significado do substantivo no dicionário: 1 - atividade profissional, remunerada ou não. 2 - Atividade produtiva e CRIATIVA. O trabalho não está associado apenas à produção. Segundo a definição dos dicionários, criar também é trabalhar. E o que querem fazer os estudantes de Comunicação e Artes? Querem criar. Portanto, estão trabalhando. Portanto, não são vagabundos no sentido negativo da palavra. Ao contrário. “Para ser remunerado pelo mercado, quem faz Jornalismo tem de cursar 4 anos, estagiar outro, e se destacar muito, pois há poucas vagas. Já quem estuda algo relacionado a tecnologia ou finanças acaba virando estagiário de uma boa empresa no meio do curso e tem boa remuneração. Ou seja, dá muito mais trabalho fazer Comunicação do que Engenharia, por exemplo”, aponta o professor Edson Cortez, coordenador geral da FCA. Apesar do incidente aqui abordado ter sido em junho, a polêmica continua: “Como eu não conheço os rapazes que fizeram o comentário, não posso afirmar se havia ou não algum preconceito no que disseram. Talvez só estivessem cobiçando a atitude do povo da Comunicação, que, no limite, tem por objetivo unir trabalho, diversão e realização profissional em um só pacote”, explica a docente autora do “manifesto”.

Sobre a existência ou não de preconceito no comentário sobre os alunos da FCA é preciso sair do ambienteCEUNSP para entender que há pré-conceitos (no sentido “puro” da palavra) sim. “Éramos chamados de estudantes de curso vago”, diz o professor Pedro Courbassier, se referindo ao tempo em que era universitário na Unesp de Bauru (1989-1992). “Lá é um campus muito grande, com dezenas de curso e o pessoal da Engenharia vivia provocando. Mas demos o troco, pois nosso time, o Curso Vago Futebol Clube, eliminou duas equipes de Engenharia no campeonato interno da universidade. E gritávamos, comemorando ao final da partida de futebol: “É curso vago! É curso vago!”, lembra, divertindo-se, o professor Pedro.

E as manifestações entre perfis de cursos diferentes não ficaram apenas em partidas de futebol ou no texto manifesto de uma professora. Houve - novamente na FCA -

uma “auto-organização” dos alunos. A manifestação começou com o pessoal de Rádio e TV e de Publicidade, que poucos dias depois do “incidente na lanchonete” apareceu com camisetas escritas ‘Vagabundos Sim’.

Pedro Baptistella (foto), estudante do 2° semestre de RTV, explica o movimento: “A ideia surgiu porque gente do CEUNSP conhece nosso espaço como bloco dos vagabundos, já que sempre tem gente na frente e rola um som nos intervalos. Então tivemos a idéia de fazer as camisetas, porque todo mundo fala, mas esquece que as grandes ideias surgem em momentos vagabundos, quando a pessoa está ali, viajando.”

É bom lembrar que a intenção do texto da professora nunca foi a de criar “confusão” com outras faculdades. Mas alguns estudantes de Comunicação aproveitaram a deixa: “Tudo começou como forma de protesto e para mostrar que não ligamos para o que dizem. Porque sem nós, o resto entra em colapso”, diz, esbanjando confiança, o estudante de RTV, sobre o início do movimento. Quem tem afinidades e quiser assumir que “é vagabundo” pode ter uma dessas camisetas. Basta procurar os estudantes Pedro Baptistella ou Caleu Neves, do 2° semestre de RTV.

Mandem seus comentários sobre essa reportagem para:

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André Brandão/O Arauto

Começamos com o texto “Vagabundo”, da professora Maria Regina Amélio, de Língua Portuguesa, lido aos estudantes da Faculdade de Comunicação e Artes

adj. (lat. vagabu ndu) 1 Que vagabundeia. 2 Err ante, nômade. 3 Vadio. 4 Inconsta nte, leviano, VERSÁTIL. 5 D e qualidade inferior; ordinário, reles. sm 1 Indivíduo vadio. 2 Indivíduo que não tem residê ncia habitual conhecida.


MEMÓRIA

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Tony de Pádua/O Arauto

Emocionante encontro com sobrevivente do holocausto

{

Por Nathalya Mendonça e Pedro Courbassier Com promoção da Faculdade de História do CEUNSP de Itu e marcando os 70 anos do início da Segunda Guerra Mundial (a Alemanha Nazista invadiu a Polônia num 1º de setembro de 1939), uma sobrevivente do Holocausto esteve no Teatro Escola “Prof. Rubens Anganuzzi Filho” (Bloco W do Campus V, em Salto) - foto abaixo. Passaram pelo local estudantes dos cursos de História, Comunicação e Artes, professores, funcionários. Também esteve presente no local muita emoção, sentimentos - de revolta com o pior e de alegria com o melhor do comportamento humano. Nascida em 1929, Amsterdã, na Holanda, Nanette Konig teve uma infância feliz. Estudou em boas escolas, passava férias na casa de parentes na Inglaterra ou nos Alpes Suíços. A vida em famí-

lia seguiu tranquila até os 13 anos, menos de um ano após o início da Segunda Guerra Mundial e a chegada das tropas da Alemanha ao seu país. A política de Adolf Hitler, embasada na idéia de superioridade da raça ariana e do inimigo comum (os judeus), forçou todos os descendentes de Davi, mesmo sendo cidadãos holandeses, a serem identificados por um detalhe na roupa, demitidos de seus empregos e terem seus bens confiscados. Aos poucos, foram sendo levados a campos de extermínio. Pior: antes da morte - muitas vezes o alívio - a convivência era com a falta de dignidade. “Nosso cérebro não tem o delete. O trauma foi tanto que quase enlouqueci. Ainda tenho pesadelos, seria mais fácil ter enlouquecido”, disse Nanette durante a palestra, quando questionada se havia superado tudo o que tinha visto sem enlouquecer.

“Nosso cérebro não tem o delete. O trauma foi tanto que quase enlouqueci. Ainda tenho pesadelos, seria mais fácil ter enlouquecido” Os estudantes de Jornalismo, particularmente os do 2º semestre, foram convidados a escrever sobre o tema do encontro com Nanette. Valia como exercício para as disciplinas “Redação Jornalística” e “Reportagem e Entrevista”. Os textos foram aparecendo. Surgiram também belos relatos. Injusto escolher um. Selecionamos alguns trechos:

Tony de Pádua/O Arauto

- Antes do início da palestra foi exibido o documentário francês ‘Noite e Neblina’, do diretor Alain Resnais, produzido em 1955 e com 31 minutos de duração. Mostrou imagens chocantes dos campos de concentração para que os presentes soubessem pelo que Nanette havia passado. (Roberto Capato Jr.) - Nanette conta que chegou a ficar 36 horas de pé, no campo de concentração Bergen-Belsen. Os trabalhos eram muito pesados. Os nazistas

não tinham pena dos judeus, que eram tratados como escravos. Havia um oficial que fazia abajures com a pele de pessoas que tinham tatuagens. Muitas das mulheres não tinham mais nem menstruação por conta da falta de nutrientes no corpo. As famílias eram separadas: cada membro ia para uma parte da Europa e, distantes, morriam sem saber noticias um do outro. Com os pais de Nanette não foi diferente. (Jaqueline Santos)

- Nanette era amiga de Anne Frank – do livro “O Diário de Anne Frank”, que retrata os horrores do Holocausto - ainda no campo de Bergen-Belsen, Nanette e Anne se encontraram lá, anos depois de estudarem na mesma escola. ”Nos assustamos em vermos nosso estado físico. Soube do seu diário e do seu plano de usá-lo para um livro. Um mês depois dessa conversa ela morreu”, disse a palestrante. (Jéssica Bonatti)

- No fim da guerra os ingleses entraram no meu campo de concentração. Um major foi fazer um levantamento da situação. “Pedi a ele que avisasse a família da minha mãe, na Inglaterra, que eu tinha sobrevivido aos ataques. Ele pensou que eu fosse inglesa, já que falava muito bem o idioma e cumpriu com meu pedido. Graças a ele fui levada para um hospital e depois para a Inglaterra.” conta Nanette. Na Grã-Bretanha, ela estudou e trabalhou como secretária bilíngue em um banco. Em 1951 conheceu o marido. Namoraram até 1953, casaram-se na Inglaterra e em seguida embarcaram para o Brasil, onde vivem há 57 anos. (Amanda Duarte) - Uma mulher de coragem, que decidiu vir a público e contar sua história. Sobreviveu ao Holocausto, à fome, à saudade, sobreviveu ao inferno e ainda assim não se abateu. Muitas pessoas passam por situações de tragédias e tudo o que querem é esquecer. Mas não Nanette. Como ela mesma diz: “Falo por aqueles que não têm mais voz.“ (Jaqueline Santos)

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ESPECIAL

Por Luana Oliveira

Quando se fala em vício, logo pensamos em drogas, cigarro e álcool. Porém, a questão

não se restringe a poucos aspectos, ainda mais hoje em dia, alertam os especialistas.

Uns comem descontroladamente; outros amam demais. Há os que jogam vídeo game por dias e os que compram o que podem e o que não podem. Em comum, as pessoas que agem assim, são dominadas por um impulso que não conseguem controlar.

Maurício Bueno/O Arauto

nados por hábitos repetitivos a partir do momento em que a frequência do ato acarreta consequências físicas e mentais que modificam a rotina da pessoa, geralmente de forma negativa. A verdade é que o vício não distingue idades (até crianças podem se tornar viciadas), crenças ou classes Especialistas não gos- sociais. tam de utilizar a palavra vício. Preferem falar em Chocólatra - Para a vendependentes químicos ou dedora Suellen Vitorino, de vítimas de comportamen- 19 anos, viciado era quem tos compulsivos, tema que usa álcool ou drogas. Mas diz vêm despertando cada vez que mudou o conceito quanmais a atenção não só de do se viu muito dependente terapeutas mas também da de chocolate. “Aí entendi que não existem limitações para sociedade em geral. Os chamados ‘vícios mo- os vícios”, conta a jovem. As “manias exageradas” dernos’ tornaram-se comuns em nossa sociedade porque podem estar nas coisas mais são considerados uma manei- simples como no caso de ra de fugir das tensões e pro- Suellen. Isso faz com que os próprios viciados insistam blemas do dia-a-dia. na ideia de que, quando estão Como saber diferenciá- alimentando seus vícios, não los de pequenas manias ou estão fazendo nada fora da vontades? Manias são al- normalidade. “Para mim não guns hábitos ou costumes havia nada de diferente em caracterizados por alguma comer bastante chocolate. É fixação, repetição exagerada claro que as pessoas ao meu de gestos; curtir algo, colecio- redor deviam perceber. Hoje, nar coisas por diversão. Tudo consegui controlar meu imbem que, certas vezes, as ma- pulso e sei que fazia de tudo nias são expressas em exces- para conseguir o chocolate a so. Mas elas não afetam a vida todo momento. A quantidade das pessoas de forma que que consumia era absurda”, confessa a vendedora. transformem seu cotidiano. Colecionadores - Poliana Andrade, de 21 anos, estudante de Fisioterapia, afirma que seu hobby preferido, desde os 14 anos, é fazer enfeites de porcelana. Ela faz miniaturas de canecas, anjos, meninas e pequenos animais. Revela que já perdeu a conta de quantos fez em 7 anos. Questionada se é vício, ela revela que jamais deixou de fazer suas coisas e comprar o que precisava por conta dessa mania de colecionar os objetos que faz.

O vício atinge muitas pessoas, porém existem aqueles que conseguem disfarçar o problema, “maquiando-o” da melhor forma possível. O hábito de frequentar bares, por exemplo, pode servir como uma desculpa para o alcoólatra sair com amigos e “tomar uma cervejinha”. Mas, na verdade, por trás disso, pode existir um hábito repetitivo de beber. E isso gera uma das mais graves dependências químicas.

vícios. A maioria costuma dizer que não são viciadas e que a qualquer momento podem largar seus vícios. “Infelizmente a prática é bem diferente do que o discurso”, diz a psicóloga Marta Minopoli.

Difícil convivência - A vida das pessoas que convivem com viciados normalmente é bastante complicada. Algumas se sentem responsáveis e culpadas pelo problema, outras ignoram e excluem o viciado. As pessoas que convivem com eles acabam participando de todo o processo, desde o início do vício, da piora do estado da pessoa, das recaídas, dos altos e baixos e, talvez, da cura. Especialistas afirmam que a pessoa que convive com o viciado deve participar ativamente de seu processo de recuperação, indo inclusive às sessões de psicoterapia, para que possam entender melhor as questões do vício e, assim, ajudar a pessoa.

Medicamentos – No rol dos vícios modernos temos a dependência a medicamentos. O que fazia bem pode começar, pelo excesso, a fazer mal. É muito comum a dependência de analgésicos, calmantes ou inibidores de apetite. Os remédios começam a ser receitados pelo médico para algum problema específico, mas as pessoas prolongam o uso por conta própria e acabam se viciando.

Esporte – Quem já imaginou que uma atividade física, tão comumente recomendada como algo saudável, pode viciar? Pois é! Existem as pessoas que se viciam em atividade física e acabam comprometendo o seu físico com o excesso de atividades. “A maioria dos meus alunos vem O mesmo acontece com pra academia na intenção de pessoas com outros tipos de melhorar o condicionamento, Os vícios são denomi-

mas sempre os alerto a respeito de excesso de exercícios por que sei que isso também vicia”, afirma o treinador físico Diego Martins, de 28 anos.

Tratamento – Cuidar do vício é uma ação demorada e muito difícil. Aqui, como em tudo na vida, vale o ditado: cada caso é um caso. O vício, em seu estágio inicial, pode ser controlado ou superado com terapia psicológica e apoio familiar. Nos casos mais graves, quando já se instalou a dependência orgânica ou psicológica, os medicamentos associados à psicoterapia costumam surtir um bom efeito e até mesmo eliminam o vício. “Uma forma das pessoas voltarem a controlar suas vidas é querendo e reconhecendo que têm um problema. Se elas não quiserem, nada mudará. Depois desta aceitação do problema, aí sim entra a psicoterapia, que pode ser associada ao tratamento medicamentoso”, ressalta a psicóloga Marta.

Comunicadores - Especialistas entendem que a mídia pode alimentar os viciados. Publicidade sempre está relacionada aos padrões que as pessoas sonham em atingir. Mas num mundo competitivo, esse alvo nem sempre é atingível de forma saudável. A psicóloga alerta: “Os meios de comunicação contribuíram para isso. Só recentemente foram proibidas as propagandas de incentivo ao consumo do cigarro. Infelizmente o que normalmente assistimos em horário nobre é propaganda de bebida alcoólica, na qual mostram pessoas bonitas, sensuais, bem acompanhadas. Isso acaba incentivando o consumidor a querer ser igual e, consequentemente, comprar bebida e alimentar diversos vícios”. E ainda nem falamos em consumismo.


Angela Trabachini/O Arauto

O Arauto / set.09 pág.07

Mãe conta o drama da filha que se viciou no uso do MSN “Só consegui entender que isso era um problema sério quando ela já não prestava mais atenção no que eu e meu esposo falávamos.” (mãe de uma viciada em internet que passa por tratamento)

A vida de um viciado não é fácil. Nem de quem convive com eles. E esse vício pode vir de lugar que não se imagina, como a internet. No mundo virtual a atração é grande, pois há possibilidade da pessoa modelar-se, imaginar-se e aparecer na internet melhor do que é na vida real.

O limite da internet, quando ela vicia, é a geração de uma pessoa compulsiva, que não se vê em outra vida que não em frente ao computador. O número de pessoas assim cresce assustadoramente, na mesma proporção em que aumenta o número de pessoas conectadas ao mundo virtual.

Ângela tem 42 anos, é professora e mãe de Ana Cecília, uma jovem de 16 anos, hoje considerada uma ex-viciada em internet. Ângela diz que a filha foi uma criança bastante agitada. Um acontecimento difícil na vida familiar a tornou uma adolescente bastante tímida e reservada. A mãe diz que o vício começou a surgir quando a jovem, se julgando tímida, procurou substituir o mundo real pelo virtual. E o MSN (programa de troca de mensagens e imagens instantâneas) virou uma febre.

“No começo eu até entendia o entusiasmo da minha filha. Afinal, o que poderia haver de errado dela manter contato com seus colegas, pelo computador?”, relembra a mãe. “Mas após algum tempo comecei a notar que ela ligava o computador antes mesmo de acender a luz do quarto, quando acordava. Minha filha passou a tomar seu café da manhã enquanto navegava na rede. Quando fui me dar conta da situação, percebi que praticamente todas as suas refeições eram feitas em frente o computador”, conta.

O caso - Por mais que as atitudes da adolescente mostrassem que estava havendo algum problema, demorou para a família notar que o simples uso da internet poderia causar dependência. “Só consegui entender que isso era um problema sério quando ela já não prestava mais atenção no que eu e meu esposo falávamos. Quando perguntávamos algo a ela a resposta era sempre seca e ela só respondia sim ou não. Sentia que algo poderia estar acontecendo, pois ela começou a se afastar de seus amigos. Notamos que ela já não mantinha mais sua antiga paixão pela leitura e que havia deixado os estudos meio de lado. Resolvi entrar em contato com seus professores e foi aí que descobri que ela estava muito desatenta nas aulas e que muitas vezes dormia em sala de aula. Depois de procurar entender o que estava acontecendo, chegamos à conclusão que ela não estava fugindo de nós e sim fazendo questão de estar conectada o tempo todo”, explica, emocionada.

Nessa época a adolescente começou a frequentar lan houses e passou a atribuir sua ida a esses estabelecimentos que disponibilizam internet, à falta de liberdade que tinha em sua casa. Por várias vezes, Ângela chegava de seu serviço e precisava ir buscar a filha na lan house, pois ela perdia a noção do tempo e passava praticamente o dia inteiro fora de casa e do mundo real. “Ela chegou a dizer que a sufocávamos como se tivéssemos que saber de tudo a todo o momento. Ela ainda disse que apenas seus amigos virtuais conseguiam entendêla. Isso foi me deixando cada vez mais irritada e deprimida. As coisas aqui em casa já não eram como antes e isso me aborrecia demais”, conta Ângela. A mãe revela que chegaram a tirar o computador de casa, mas sabiam que a medida não resolveria, pois a filha iria usar a internet em qualquer outro lugar. Solução: diálogo – diante da situação, pai e mãe tentaram conversar com a jovem e nessa hora ela pareceu bastante irritada com a possibilidade de ficar sem seu computador. A filha chegou a gritar, xingar, brigar, temendo o pior, a perda de seu vício. “Proibí-la de acessar a internet foi uma decisão muito precipitada. Hoje sei que essa não é melhor solução num caso desses, afinal não dá pra se livrar de um vício em um curto período de tempo. Também não seria assim que encontraríamos a saída”, diz. Aos poucos Ângela foi percebendo que talvez o controle da situação pudesse ser obtido em atitudes simples. A filha foi levada a uma psicóloga indicada pela escola. “Foi um momento que exigiu muita paciência, afinal não dava pra resolver tudo sozinha e de uma hora pra outra”, explica.

Terapia - Nas primeiras sessões a filha reclamava muito na hora de ir, dizendo que não era justo o que seus pais estavam fazendo com ela. “Parecia que só ela não havia entendido a gravidade do problema. Mas ao longo das consultas ela foi percebendo o quanto isso a ajudaria. Quando conseguiu admitir que precisava manter seu tratamento psicológico para o seu próprio bem e para o bem de sua família as coisas começaram a se encaminhar”, conta a mãe.

Hoje, pouco mais de um ano do início do tratamento, Ângela se diz mais aliviada, principalmente quando vê sua filha saindo com os amigos, praticando esportes e voltando a fazer o que havia deixado de lado por conta de seu vício. “É muito bom vê-la como era antes: sorrindo, lendo, se divertindo.”


EDUCAÇÃO

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Globalização rima com intercâmbio

O estudante Állan Guimarães, 4º semestre de Jornalismo do CEUNSP, esteve em Toronto, no Canadá. Foram seis semanas dedicadas somente para estudos. “A experiência adquirida não tem valor”, diz o estudante de 19 anos. Ainda fora do mercado de trabalho, Állan já tem armas: possui um bom conhecimento em outra língua e uma ótima bagagem em conhecimentos internacionais e culturais. O aluno enfatiza a importância de conhecer outro idioma para a profissão de jornalista “Para um curso relacionado à comunicação é sempre bom ter mais Por Lígia Martin de um idioma. A possibilidade de comunicação com outras Depois que a globalização passou a fazer parte do cotidiano pessoas é muito maior”. das pessoas e depois que a comunicação adquiriu status de ferramenta primordial tanto para empresas como para as Mercado - Segundo o jornal ‘O Estado de São Paulo’, o pessoas, conhecer mais de um idioma na ponta da língua mundo volta a crescer após 19 meses de recessão. Alguns tornou-se imprescindível para a sobrevivência profissional. países já se estabilizaram. O mercado de intercâmbios também Pelo menos é o que dizem os especialistas do mundo sofreu com a época de instabilidade econômica. Mais eis que globalizado. surgiu uma oportunidade: “Com a crise, muitas escolas de vários países reduziram as mensalidades, devido à queda no Intercâmbios internacionais: uma das maneiras de número de alunos viajando, então o mercado está bastante aprender um novo idioma. O método, incentivado por quem receptivo”, afirma Ronaldo Alcântara, agente de intercâmbios, ensina línguas, cresce a cada dia. No dicionário, intercâmbio no ramo há 9 anos. “Porém, houve mudanças de planos de significa “troca”. É uma relação comercial ou cultural entre muita gente que queria estudar fora. As pessoas tinham a ideia povos. Ou seja: todos os tipos de aprendizagem no exterior. de tentar trabalhar para manterem os estudos. Com a crise e

Tipos de intercâmbio Profissional - É quando

um funcionário de uma empresa recebe uma proposta para representar ou trabalhar em alguma filial estrangeira. Tem como finalidade o retorno de informações aprendidas pelo “intercâmbista” durante o período de estágio. Todo o aprendizado é aplicado na empresa em que o estagiário trabalha.

Au Pair - Outro exemplo

de intercâmbio profissional, mas destinado somente às mulheres. As jovens têm a oportunidade de morarem com uma família e ficam encarregadas de cuidar das crianças da casa em que estão vivendo. É um aprendizado sem grandes investimentos.

Científico

– Destinado a acadêmicos com conhecimentos técnicos ou intelectuais elevados. Estudam em uma unidade de ensino superior no ramo desejado. Ou trabalham em uma empresa com tecnologia de ponta.

Trocar de país é um procedimento muito antigo. O desenvolvimento dos intercâmbios aconteceu paralelamente ao desenvolvimento industrial, na Europa, e a busca por novos mercados. Naquela época, como hoje, ter uma visão mais ampla do mundo era essencial para acompanhar a evolução científica. Os jovens eram incentivados a sair de seus países para aprimorarem os estudos e conhecerem novas culturas.

O que é - Intercâmbio é a realização de uma viagem para outro país com objetivo de conhecer costumes, tecnologias, tradições ou idioma de uma nação diferente. Geralmente os “intercambistas” ficam hospedados em casas de famílias. Com a convivência diária, o estudante aprende mais sobre o local em que está vivendo. A idade da pessoa que normalmente faz intercâmbio varia entre 18 e 30 anos. Este grupo geralmente é composto por estudantes que viajam para estudar em universidades conceituadas. Procuram aprender outro idioma. Há os que priorizam aprender sobre novas culturas. Representar a empresa é outro objetivo dos que se aventuram em uma nação diferente. Também é grande o número de adolescentes que vão praticar outro idioma ao final do ensino médio e cresce a cada dia o número de adultos, na faixa entre os 45 e 60 anos, que querem ver o que há do outro lado do planeta. Os locais mais procurados para troca de costumes são Canadá, Irlanda, Inglaterra, Austrália e Estados Unidos. Isso por causa do idioma inglês falado nesses lugares. O Canadá é o país mais procurado devido ao custo benefício: são oferecidos cursos de ótima qualidade a preços acessíveis. Outra vantagem: dependendo da região, como Quebec, é possível aprender francês também, já que é uma província bilíngue.

a escassez de empregos no mundo, essas pessoas decidiram adiar por um pouco mais os planos de estudar no exterior”, explica Ronaldo.

Sonho - Para o professor de inglês e estudante de Relações Públicas Stefano Demarchi, fazer um intercâmbio é um dos seus objetivos de vida. “Deve ser uma experiência muito boa. Conviver com pessoas falando inglês é mais fácil aprender. Sem contar a experiência adquirida e a bagagem cultural”.

Outras Maneiras

Nem todos têm a oportunidade de estudar fora do país. Os preços ainda não são acessíveis a todas as classes sociais. Um pacote do programa Study and Work pode custar em média R$ 6,5 mil, sem incluir as passagens. Mas há outras formas de aprender outra língua. Uma jeito é fazer o intercâmbio Inbound (receptivo). Ao invés de sair para o exterior, a pessoa recebe em casa um estudante estrangeiro. O morador brasileiro se encarrega de oferecer acomodação e alimentação e, em troca, ganha a possibilidade de conhecer outros costumes. E há o mais tradicional, que é aprender numa escola de ensino de idiomas. “Ver filmes em inglês também é uma boa opção. Verificar se alguém de convívio fala outra língua, para que seja uma prática diária, ajuda”, comenta a professora de inglês Fernanda Regina Paro, para finalizar: “Existem muitos meios de aprender inglês. O que não pode ocorrer é deixar de aprender um novo idioma. Principalmente por falta de dinheiro.”

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Universitário - É quan-

do um aluno sai de seu país de origem para estudar em uma universidade no exterior. Os interessados podem concorrer a bolsas de estudos.

High School - É o “En-

sino Médio” dos países do Hemisfério Norte. Adolescentes têm a oportunidade de aprender outro idioma. A vantagem, na volta desse “intercambista”, é muita experiência na bagagem mesmo com pouca idade.

Study and Work

- É um programa que combina curso de inglês e trabalho remunerado. O aluno com visto de estudante trabalha nas horas vagas. O curso pode durar de 12 a 52 semanas, variando de acordo com o destino de cada país.


INFOTEC

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E o que é melhor para o meio-ambiente? É preciso analisar outro lado da modernidade, o lado de que temos de ser ecologicamente corretos. Como tudo na vida tem dois lados, O Arauto analisa as possibilidades:

- Árvores: Com a popularização dos leitores digitais de livros, capazes de armazenar mais de 1.500 títulos, os humanos gastariam menos papel e, consequentemente, árvores, matéria-prima para a produção das folhas. Porém, a indústria de celulose sempre diz que madeira oriunda de área de reflorestamento é pró meio-ambiente já que transforma gás carbônico em oxigênio. Divulgação

os livros do futuro?

Por Lígia Martin É claro que o mercado de tecnologia portátil também agrada os fascinados por leitura: existem os leitores de e-books. Mais leves e práticos de serem transportados, são uma tendência e passam a ser chamados de “os livros do futuro”. Esses aparelhos também podem ser de interesse para quem gosta de estar antenado com as informações do dia-a-dia. Por meio desses leitores digitais é possível assinar jornais e revistas. O The New York Times já disponibiliza uma versão de seu jornal para esses equipamentos. Alguns acreditam que livros eletrônicos são apenas uma tendência para o futuro. Sentir o cheiro da folha de um livro ainda é preferência de muitas pessoas apaixonadas por leitura. “É interessante. Pode ser que daqui muito tempo as pessoas utilizem os livros eletrônicos. Mas não há nada melhor que folhear um livro”, comenta Nathalya Mendonça Antonio, aluna do 2º semestre de Jornalismo. “Igual acontece com o jornal, ficar com as mãos sujas de tinta de jornal é mais gostoso”, diz a estudante. Para Maria José Saracini, bibliotecária do CEUNSP, no ramo há 26 anos, as pessoas não deixarão de folhear os livros. “É mais gostoso ver um livro e folheá-lo. Eu recomendo a leitura por meio dos livros impressos. Porém sou a favor de tudo que incentive a leitura”. Os aparelhos - Em maio deste ano, a empresa norte-americana Amazon apresentou o Kindle DX. Este leitor de e-books, com 3 GB de memória, é capaz de armazenar 1.500 livros. Ele ainda pode ler os formatos PDF, MP3 e TXT e tem como foco textos acadêmicos, jornais e revistas, que exigem maior espaço para visualização por mostrar imagens, tabelas e gráficos.

Os japoneses também têm uma versão para esses equipamentos. Da empresa Sony, o PRS Reader possui várias gerações, cada vez mais atualizadas. O Reader PRS 505, uma das versões, é visível na luz solar direta. Não necessita de energia para manter uma imagem estática. Pode ser utilizado na orientação retrato ou paisagem. Tem memória de 8 GB e pode exibir arquivos no formato Adobe PDF, documentos pessoais, blogs, RSS newsfeeds, JPEGs entre outros.

Por aqui - “No Brasil, o lançamento e posteriormente o ‘estouro’ deste produto nas lojas deve demorar um pouco, devido ao fato dos brasileiros não terem a leitura como hábito e também por causa dos preços, ainda poucos acessíveis”, afirma Leandro Alamino Ramos, professor da Faculdade de Comunicação e Artes (FCA) do

CEUNSP. “Nunca utilizei um aparelho para ler e-books, mas com o tempo teremos que nos acostumar com este tipo de tecnologia”, prevê o professor. Acesso - Para adquirir um desses aparelhos modernos é preciso ter paciência. As empresas fabricantes não estão dando conta dos pedidos. Outro problema: o preço, que varia de US$ 490 a US$ 650. Eles são vendidos pela internet e em lojas especializadas. Os títulos para e-books também são adquiridos pela internet, da mesma maneira como é adquirido um livro comum. A diferença é que ao invés de receber a publicação em casa, de modo convencional, é feito o download direto para o leitor. O valor de um título baixado custa em média US$ 10,00, mas não é possível passar um título de um e-book para o outro.

Em uma recente parceria, a Sony disponibilizou para seus clientes mais de 600 mil títulos gratuitos para download (no site de buscas Google). As obras disponibilizadas são de domínio público, escritas há décadas, o que não é de muito interesse para a maioria dos consumidores, que geralmente buscam os best-sellers do momento. A estudante Anelise Zaninetti Zaqueo, do 2º semestre de Cinema, é a favor do uso de leitores de e-books devido à praticidade que estes proporcionam. “A tecnologia é maravilhosa! Estou esperando um preço acessível quando começar as vendas no país. É necessário que todos tenham acesso, se for mais barato, pode ser também um incentivo às pessoas adquirirem o hábito da leitura”, anima-se a futura cineasta.

No Jornalismo - Algumas empresas jornalísticas investem em versões para leitores de e-books. Em fevereiro, a revista americana Computerwork apontou o declínio da indústria de jornal impresso. Segundo a publicação, os jornais que não adotarem versões para este equipamento, não sobreviverão: “O jornal impresso está com os dias contados. A saída para isso são os jornais criarem parcerias com empresas de internet e leitores de e-books.”

Mas há quem diga que esse recurso vai demorar “a pegar”: “Muita gente ainda tem o prazer folhear um jornal, sentir o cheiro de uma revista”, afirma Rayneci Vidal, jornalista e professora da FCA. “Leitor de e-books é uma proposta apresentada agora. Não acredito que o fim do jornal impresso será tão rápido”, complementa a professora.

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- Consumo de Energia: tanto para a produção como para o funcionamento, livros eletrônicos consomem energia (proveniente de recursos naturais). Mas também é comprovado que consumo de eletrecidade em e-books é pouco comparado a outros eletrodomésticos. Produzir livros impressos “também gasta”, porém não é necessário carregá-los na tomada para lê-los. - Descarte: Um livro, se conservado, tem uma vida útil imensurável. E não deve ir para o lixo: pode ser reciclado. Equipamentos eletrônicos têm um tempo de uso reduzido. E sendo descartados produzem “lixo eletrônico”. Especialista - Rodrigo Legrazie, coordenador do curso de Engenharia Ambiental do CEUNSP, comenta a ideia: “Vai diminuir a produção de papel. Porém, haverá mais lixo eletrônico, devido à vida útil destes equipamentos. Por que não criar um produto que dura anos? Como fica o capital de giro? As empresas de tecnologia buscam isso?”, questiona. “Quanto aos livros, as empresas podem repensar e imprimi-los em papel reciclado ou em folhas provenientes de árvores de reflorestamento. Por questões ambientais, não é necessário somente utilizar livros eletrônicos, pois quanto menos resíduo tecnológico, melhor para o meioambiente”, finaliza o professor.

e-book = eletronic book (livro eletrônico, em inglês)

Editoria de Arte/O Arauto

E-books: serão esses


RADICAL Muito mais do que um esporte: Por Beatriz Silva

Foi inventado na década de 60 por jovens californianos que buscavam uma nova maneira de surfar. Criaram a chamada ‘side walk surf’, com o diferencial de poderem praticar a modalidade pelas ruas da cidade na época de maré baixa. Com o tempo, foram buscando melhorar a técnica e obter melhores resultados, tanto no skate como no surf.

Em 1965 surgiram os primeiros campeonatos. Nessa época, até o final dos anos 70, no Brasil, skate era apenas relacionado com lazer. No início dos anos 80 houve mudanças no processo de fabricação do equipamento, melhorando ainda mais as possibilidades de desempenho. A fabricação passou a usar novos materiais em sua composição, deixando tudo mais leve. Isso possibilitou aos skatistas ultrapassar mais obstáculos, criar novas manobras e ter domínio cada vez maior da técnica.

Os grunjes - Paralela às manobras, os skatistas ficaram conhecidos por criarem uma cultura própria, com características marcantes e contrárias aos padrões sociais da época. Roupas largas, boné usado com a aba par atrás fazem parte do figurino clássico da tribo, denominada pela mídia como grunje, que vivia embalada pelo rock do Nirvana. “Depende de cada um, mas a maioria usa roupa larga para ter mais flexibilidade ao andar e ajuda na hora de fazer as manobras. Outros usam por achar confortável”, diz o estudante, e praticante da modalidade, Victor Henrique Andriotti Silva, de 16 anos.

Muitas vezes, por causa do aspecto, os grupos eram associados à marginalidade. “É comum, dentro de supermercados, os seguranças me acompanharem até o caixa. Acredito que o motivo seja porque me viram entrar com o skate ou por estar usando roupas largas. Eles desconfiam”, desabafa Paulo dos Santos Vieira, 22 anos, estudante de Publicidade e Propaganda do CEUNSP. Mas com o

passar do tempo a popularidade do skate foi aumentando e de “marginaiszinhos” os praticantes foram encarados como “apenas” radicais e rebeldes. Nos dias atuais, são tantos os skatistas pelas ruas e praças, que não se consegue associá-los a um tipo específico de roupa, música, comportamento.

e t a k S

No Brasil o esporte tem crescido de forma considerável e é apontado em pesquisas como a segunda modalidade mais praticada pelos jovens. Em geral, aqueles que optam por esportes radicais na adolescência continuam a praticar na vida adulta, podendo profissionalizar-se, fazendo do esporte uma carreira de sucesso.

Lado cabeça - “A partir dos 14 anos o adolescente sente a necessidade de por para fora todas as mudanças hormonais e comportamentais. Quando esse jovem tem estrutura familiar ele encontra o caminho do esporte, sem estrutura pode buscar o álcool e as drogas”, explica a psicóloga Aparecida da Silva. Além do amadurecimento físico e psicológico, a genética também pode predispor o interesse por esportes. A prática do skate, segundo a psicóloga, possibilita que o adolescente melhore seu comportamento dentro de casa e aumente seu desenvolvimento escolar, pois trabalha inteligência, equilíbrio, raciocínio lógico, percepção, disciplina, ética e paciência. “Muitas vezes a família não percebe as mudanças e os benefícios da atividade física, fazendo críticas e agindo de forma preconceituosa, o que leva a uma revolta dos jovens contra os pais. Aí, eles usam o esporte como uma forma de fuga para seus problemas”, comenta Aparecida da Silva. “O skate me proporciona, em primeiro lugar, satisfação pessoal, uma busca de superação dos meus próprios limites; depois trouxe também muitas amizades, simplicidade e humildade, me fez perceber que quem é skatista pratica o esporte e não segue o caminho das drogas”, conta o ajudante de construção civil Murilo Augusto São José, 24 anos, praticante do skate há 10. “O lado bom desse esporte é que ele funciona como uma terapia e todas as vezes que eu estou com grandes problemas procuro andar de skate. E é como se ele me entendesse”, explica o praticante Paulo Vieira. Contra a Lei da Gravidade - Skate é um esporte que

Carlos Oliveira/O Arauto

Por alguns instantes imagine desafiar a gravidade. Imagine equilibrar-se em uma tábua de madeira com dois eixos e quatro rodas. Deslizar com velocidade sobre o solo e vencer diversos obstáculos. Todo esse esforço para executar manobras radicais em um esporte criativo, somado ao alto grau de dificuldade nos movimentos: assim é a prática do skate.

ensina a cair, evitando que o esportista de machuque. Os skatistas aprendem a utilizar as partes do corpo com mais carne como forma de proteção para diminuir os riscos de lesões graves. “Aprendi a perceber quando vou cair, mas nem sempre isso acontece, pois evito. Fraturei o braço em uma manobra no half-pipe e precisei parar. Foi o momento mais triste, o de me afastar de meu melhor amigo”, conta Douglas Fernando da Silva, 25 anos, estudante de Logística.

de sobrevivência, aventura, emoção, superação e conquista. Sem medida, o que começou como prazer passa a ser uma dor”, explica a psicóloga Aparecida. Radical livre – A reportagem de O Arauto esteve na pista de skate da cidade de Indaiatuba, inaugurada em 2004. Lá, dizem os praticantes, é uma boa opção para aqueles que gostam da prática do skate de rua, ou ‘street style’, como é conhecido no meio. Os praticantes utilizam a arquitetura das cidades reproduzidas nas pistas como banco, corrimão e escadas para executar suas manobras. O ‘vert’ ou vertical é uma pista com curva em forma de U, chamada de ‘half-pipe’. Já o ‘freestyle’, estilo livre, é geralmente praticado no chão.

Quedas - Os problemas mais comuns são aqueles quando o esporte se torna uma obsessão e é preciso parar (por problemas financeiros ou de saúde). Nos casos mais extremos há o uso de drogas. Outro ponto negativo é o uso de doping por skatistas profissionais para superar os limites físicos. “O skate faz Mesmo com tantos perio homem voltar às suas ori- gos, não diminui o interesse gens mais primitivas, a busca dos jovens pelo esporte. “As

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pessoas pensam que somos bandidos ou drogados, Minha família tinha muito preconceito. Hoje eles mudaram a forma de pensar e apoiam muito e eu continuo com meu amor ao skate, que acalma e me completa”, revela o estudante Lucas Dantas Denny, de 16 anos. Um diferencial na prática do skate é que você joga mais contra você mesmo do que contra algum adversário: combina a aventura da radicalidade (e para isso é preciso ter personalidade) com a superação dos limites. O objetivo não é apenas ganhar, e sim tentar. Conseguir realizar as manobras traz admiração. Não conseguir gera o apoio do grupo, que é sempre muito unido. Os skatistas conseguem fazer do skate não só um esporte como também o transformam em uma bela forma de manifestação cultural.


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Partes de todo um universo: os componetes de um skate

O skate é formado basicamente por cinco partes: tábua, eixo, rodas, rolamentos e lixa.

Rodas Podem ser feitas de poliuretano, derivado da borracha, e variam de tamanhos. Shape É a tábua que serve como base para as manobras, composta de madeira leve e resistente. Existem atualmente vários tipos: com pouca ou muita inclinação, menor ou maior largura, que se adaptam a cada tipo de manobra. A parte dianteira é o “nose” (nariz) e a parte traseira o “tail” (rabo).

Rolamentos Permitem que as rodas girem: formados por pequenos discos que ficam dentro das rodas. Existe uma classificação dos rolamentos nas suas dimensões e pela resistência, seguindo normas internacionais.

Brasileiros são referência mundial

Sandro Dias, o

Robert Dean Silva

‘Mineirinho’:

‘Bob’ Burnquist:

Skatista profissional da categoria vertical, é conhecido como “Rei dos 540” (graus virando no ar). Sandro também se notabilizou por ser o primeiro skatista da história a acertar a manobra 900º em uma volta de competição. Ele é pentacampeão mundial.

Conhecido como Bob Burnquist, filho de mãe brasileira e pai americano, ele vive nos Estados Unidos. Ganhou seu primeiro skate aos 11 anos e estreou em competições aos 13. Profissional na categoria vertical, Bob já virou personagem de jogos eletrônicos para Game Boy e Playstation.

Lixa É como um adesivo colocado em cima da tábua (shape) para aumentar o atrito com o calçado, possibilitando assim maior exatidão da manobra, impedindo escorregões.

Entre os mais admirados praticantes profissionais do mundo estão alguns conterrâneos. Saiba um pouco mais sobre estes “brazucas sobre rodas”:

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Divulgação de evento

Trucks Os eixos dos skates são as partes onde se encaixam as rodas, os rolamentos e os amortecedores que amenizam os impactos de um pulo.


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