novembro de 2009 www.arauto.info circulação em Salto e Itu distribuição gratuita Nº 11
Atire a primeira pedra quem nunca brincou seriamente ou tentou entender o
Foto: Marcelo Baptista / Arte: Murilo Santos
Videogame
Promessa paga pág.10
Robson Nascimento/O Arauto
Veja no Jornal do Ceunsp:
Morre o único brasileiro laureado com a Palma de Ouro de Cannes. Cineasta Anselmo Duarte recebeu homenagens (foto do velório) na terra natal: Salto.
Fatec Conheça as várias oportunidades da faculdade com tecnologia voltada ao mercado.
Pedagogia
Vida universitária fala sobre mudança de curso
Enxergando longe! Eventos e Moda se unem e produzem desfile beneficente e in-pág.03 clusivo: portador de necessidade especial em visão participou.
pág.04
Debate 2: O que criança deve assistir na TV?
Os prós e contras do polêmico processo de ensino sem repetência das escolas paulistas.
pág.03
Debate 1: A usuabilidade na web
pág.02
pág.08
Vinícius Corrêa/O Arauto
Progressão continuada?
Curso ganhou três estrelas de qualidade no Guia do Estudante.
DA MESA DO REDATOR
Ops...
blog, o “Arautomania”, local de ótimos debates originados das nossas reportagens. E outros surgidos/sugeridos pelos participantes. Mas há outros espaços, como no Twitter (siga pelo @Arautomania). Aliás, tudo o que se relaciona as nossas redes sociais tem como palavra-chave “Arautomania”. Se você, caro leitor, for como os integrantes da “geração estúpida”, pode pesquisar, entrar, ser bem-vindo e participar. Os que não sabem o que é tal geração, leiam este O Arauto (página 09). Nesta edição, também tem debates sobre relacionamentos. Não os amorosos. Os da vida... profissão e noite; pai e filho jogando videogame; progressão continuada e abandono de curso. Já que o calor chegou mesmo, ventilador ligado e leitura. Pelo jornal ou nas redes sociais. Até dezembro! (Pedro Courbassier)
expediente
Redes sociais. Para os mais experientes (como eu) isso soa “ir a uma reunião de um clube ou na festa de aniversário de um conhecido importante na sociedade”. Mas depois que a chamada “revolução digital” deixou o e-mail mais comum do que do que cartão de banco e site mais acessado que maçaneta de porta, deve-se saber que redes sociais são locais na web em que as pessoas - ou empresas - se relacionam. Na mesma cesta: Orkut, Twitter, blogs, Facebook e outros tantos espaços já tratados aqui, n’O Arauto. E por que estamos falando disso num editorial? Para fazer saber que as empresas do Núcleo de Jornalismo da AECA (a Agência de Comunicação e Artes da FCA) contam com participação em “rede social”. Aqui ao lado, no expediente do jornal, há o endereço do nosso
Blog: arautomania.blogspot.com
Editando novembro
O Arauto / set.09 pág.02
(As mancadas da edição anterior.)
- A foto com copos de cerveja, da capa, é de Paulo Roger, ao contrário do publicado.
- Suplemento Miss Salto: o nome correto da Miss Salto 2008 é Eduarda Lopes Feliciano.
Trabalho da Agência Experimental (AECA) da Faculdade de Comunicação e Artes (FCA) do Centro Universitário Nossa Senhora do Pastrocínio (CEUNSP) Jornalista Responsável: Pedro Courbassier (MTb.: 23.727). Projeto Gráfico e Diagramação: Prof. Murilo Santos. Revisão e normatização da língua: Profª Maria Regina Amélio. Coordenador de Imagens e Fotografia: Carlos Oliveira (Arfoc-SP 23.862). Conselho Editorial: Prof. Amauri Chamorro; Prof. Edson Cortez; Prof. Ms. Filipe Salles; Profª Ms. Maria Paula Piotto Guimarães; Prof. Esp. Pedro Courbassier; Prof. Dr. Rubens Anganuzzi Filho. Projeto da Agência Experimental de Comunicação e Artes (AECA): Coordenador Geral da FCA: Prof. Edson Cortez. Coordenador da AECA: Prof. Amauri Chamorro. Coordenação Empresa O Arauto: Prof. Esp. Pedro Courbassier. Alunos participantes: Amanda Duarte, Ana Paula Oliveira, Francis Cunha, Jean Pluvinage, Jéssica Bonatti, Lígia Martin, Marcos Freddi, Mariana Campos, Mariana Sugahara, Melissa Castro, Nelson Lisboa, Pedro Brito, Rosana Beatriz Silva, Thuany Martins, Tiago Rodrigues; Adriane Souza, Daniele Bellani, Luana Silva; Adriane Souza, Luiz Pesseudônimo (comunicação em web); Angela Trabachini, Joseane Carvalho, Marcelino Carvalho e Tony Pádua Filho (fotos).
Tiragem: 20.000 exemplares Todos os textos são de responsabilidade de seus autores. Contatos: redator@arauto.info
ACONTECE NA FCA A Faculdade de Comunicação e Artes do CEUNSP mostra todo o repertório de atividades:
Vem ai o 1º “Talentos CEUNSP”: máscaras cairão? A apresentação será dia 23, às 18h, no Teatro Escola Prof. Rubens Anganuzzi Filho (Bloco W - Campus V - Salto). O Concurso “Talentos Ceunsp 2009 – Onde caem as máscaras” quer ser a interação entre os universitários da instituição (tanto os de Itu, como os de Salto), o mercado de trabalho e a comunidade. Para isso, os participantes vão mostrar seus talentos num tipo de show, com entrada gratuita e aberto à comunidade. O encerramento ficará por conta da banda Doctor Jones. Enfim, será uma grande festa, preparatória para o encerramento do ano letivo! Realizado pelos estudantes do curso de Eventos, sob orientação da professora Sandra Keese, o concurso vai apresentar diversos talentos musicais, circen-
ses, teatrais, artesanais, entre outros. Afinal, o mercado quer cada vez mais pessoas versáteis. “Como cada talento tem seu valor, ainda não há posicionamento sobre premiações, mas os patrocínios são bem-vindos caso as empresas queiram ocupar as áreas destinadas pelos organizadores”, diz Sandra. Outras informações podem ser obtidas pelo e-mail contato@talentosceunsp.com.br. (Mariana Campos)
1º Encontro de Relações Públicas Com os objetivos de reunir profissionais e estudantes de Comunicação e Administração; unir conceitos acadêmicos à prática da atuação profissional; e debater a importância da Comunicação Organizacional nas empresas, foi realizado o 1º Encontro de Relações Públicas e Comunicação Organizacional do CEUNSP. Evento comandado pela professora Rayneci Vidal, organizado pelos alunos do 6º semestre de RP e assistido por 280 pessoas, em outubro, no Salão Nobre do Campus V. No palestra inaugural contou com participação ilustre, da professora Cristina Giácomo, doutora em Semiótica, única PhD no país em “cerimonial, protocolo e etiqueta”. Também estiveram presentes Norma Alcântara e Márcia Leite, profissionais com larga experiência de atuação no mercado de Comunicação Empresarial. Os temas das discussões foram “como se comportar, vestir e agir no ambiente de trabalho”, as mudanças nas agências e empresas devido às novas tecnologias e as novas mídias.
No segundo dia, as professoras Silvia Liberatore, mestre em semiótica e Elaine Lima, presidente do Conselho Regional de Relações Públicas, além do presidente da Associação Brasileira de RP, Luiz Alberto de Farias, falaram sobre o que fazer durante uma crise e deram explicações sobre práticas e conceitos dos órgãos e a importância dessas instituições agirem em conjunto e em função estratégica. Já o terceiro e último dia foi com os doutores em Ciências da Comunicação Fabio França, Maria Aparecida Ferrari e Margarida Kunsch. Eles abordaram a transparência na informação; a necessidade de identificação do público de atuação; a importância do embasamento científico e teórico para ser aplicado na prática; e a Comunicação atual.
“A parceria entre Administração e Negócios com RP vai transformar a realidade das empresas da região”, analisou o coordenador da FCA, Edson Cortez.
(Mariana Campos)
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FCA convida para mostras de Cinema e Teatro: é grátis O ano letivo se aproxima e os “trabalhos práticos” gerados a partir da participação de estudantes e professores na Agência Experimental de Comunicação e Artes (AECA) começam a florescer. Em dezembro todos têm a oportunidade de conferir as produções de Artes Cênicas e Cinema. Teatro - Sob o comando dos professores Alexandre Caetano e Eduardo Scorzelli, o público vai poder acompanhar quatro apresentações: duas das classe de Artes Cênicas (2º e 4º semestres) e dois grupos convidados. Eis a programação, com início a partir das 19h30, no Teatro Escola Prof. Rubens Anganuzzi Filho e entrada grátis: - dia 1º/dezembro: Terra: À Vista (2º semestre); - dia 2: O Devagar depressa dos tempos (4º); - dia 3: O Panaca (grupo convidado);
- dia 4: Espetáculo de Dança “ Vão de Passagem”.
Cinema - Também as produções cinematográficas dos alunos, feitas durantes as atividades da AECA, poderão ser acompanhadas no próximo mês. As datas ainda não estão definidas, mas serão anunciadas em breve.
Mauricio Bueno / O Arauto
ACONTECE NA FCA
O Arauto / nov.09 pág.03
Duelo musical: “pesados” do rock tocam e ensinam A FCA recebeu, em 3 de novembro, uma dupla da pesada: Felipe Andreoli, baixista do Angra, e Fernando Quesada, que além de baixista do Shaman é bem conhecido pelos alunos, pois coordena o Laboratório e Estúdio de Áudio. O encontro foi idealizado pelo próprio Quesada, que quis “presentear“ os estudantes com uma mistura de show e workshop, já que se ausentará por algum tempo para fazer uma turnê internacional com sua banda.
O Teatro Escola “Prof. Rubens Anganuzzi Filho” estava completamente lotado. Os participantes, além de curtir o som, tiveram dicas sobre música. Encontro, segundo os presentes, vai marcar a história do CEUNSP.
Quesada (Shaman e FCA) e Andreoli (Angra) transpiram, tocam e ensinam no palco do Teatro Escola
Curiosidade - Convidado a participar com a voz, no que ficou conhecido como “duelo entre contrabaixos”, o vocalista Thiago Bianchi, do Shaman, uma das bandas de heavy metal mais conhecidas do mundo, não seria reconhecido pelo “DNA musical”. A mãe é Maria Odete Bianchi, conhecida cantora de MPB, responsável pela descoberta de Caetano Veloso e Elymar Santos. Já o pai é baterista de samba de raiz. Como pode, não? Thiago cresceu em meio a ritmos brasileiros, mas optou por cantar rock em inglês. Há outra curiosidade sobre o astro: quando adolescente, trabalhou como desenhista nos Estúdios Maurício de Sousa. (Juliana Ferraz)
As disciplinas Jornalismo Digital, Jornalismo Impresso e Redação Jornalística, do professor Pedro Courbassier, receberam durante outubro visitas importantes: profissionais atuantes no mercado. Dos encontros saíram conversas sobre a formação profissional e a realidade nas redações.
O primeiro palestrante foi o jornalista Lincoln Salazar, responsável pela comunicação digital (via internert) da Prefeitura de Sorocaba. Ele contou aos estudantes do 6º semestre como é o dia-a-dia da função e as novidades tecnlógicas, como o “BBB do Zoo”, monitoramento 24 horas dos animais do Zoológico da cidade. Também falou sobre a tendência do fim da versão impressa do Diário Oficial do Município: “Vamos diminuir gradativamente a tiragem impressa, mais cara. É cada vez maior o acesso das páginas onlines, um processo bem mais baato.” - observou. Lincoln ainda abodou sobre o tema segmento do mercado jornalístico digital e analisou os grandes portais da web. O editor-adjunto da revista Época, Leandro Loyola, falou aos alunos do 2º e do 4º semestres sobre o mercado editorial, como estão sendo feitas as contratações do jovem recém-formado e o que seria o ideal para a formação
perfeita: “Leiam, leiam e leiam. As vezes escrevam. Estejam antenados. Esse é o diferencial”, apontou Leandro. Estão programadas também na FCA encontros com outros dois jornalistas. Até o fim do ano letivo, o setorista de política da Rádio Jovem Pan, Marcello Matos, vai conversar sobre Radiojornalismo.
Visitas técnicas No fim de outubro, alunos do 4º semestre de Jornalismo visitaram a Folha de Sao Paulo e o BM&F - Bovespa. “A visita tecnica é uma grande oportunidade de verificar in loco as conexões entre teoria e pratica”, comenta a profª Graziela Jimenez, autora da iniciativa. Na “Folha” (foto: defronte ao prédio onde funciona o jornal) , os estudantes visitaram as redações da Folha On Line e do Jornal Agora, bem como as editorias do maior jornal brasileiro: Folha Ilustrada, Dinheiro, Folha Teen, Mundo e outras. Na Bovespa, os participantes assistiram a uma palestra (mercado financeiro e de ações) e a um filme institucional we passearam pelo museu virtual que conta a trajetoria da Bolsa de Valores de São Paulo.
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Beatriz Silva / O Arauto
Jornalismo: estudantes em contato com mercado
VIDA UNIVERSITÁRIA
O Arauto / set.09 pág.04
Carlos Oliveira / O Arauto
“O que (será mesmo que) eu quero ser quando crescer?”
Escolher uma profissão não é uma tarefa tão simples. É mais do que fazer testes vocacionais adequados para cada perfil, afinal essa escolha é a decisão de qual caminho seguir na vida. De acordo com o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), nos últimos anos, o índice de evasão nas universidades foi de 35% a 40%. Esses números podem representar estudantes que tiveram que abandonar o curso por não conseguir conciliar o estudo e o trabalho, por não poder arcar com as mensalidades ou ainda por verificar problemas de afinidades com a profissão que escolheu. Uma mesma instituição de ensino pode oferecer uma infinidade de cursos. Isso, segundo os especialistas das áreas de pedagogia, sociologia, psicologia e ensino, acaba confundindo o candidato que pode chegar ao vestibular cheio de insegurança com relação ao próprio futuro. Afinal, há de se pensar em uma profissão rentável, no agradar/decepcionar a família e no desconhecimento das aptidões pessoais. Exemplos - Algumas pessoas decidem cedo o que querem fazer. Jéssica Santos, estudante de Administração, conta: ‘’Escolhi e continuo até hoje, pois acredito ser uma profissão ampla. É o que gosto. Se tivesse feito outra escolha, já teria desistido, pois o que quero realmente é Administração.’’ Existem também os que ainda não se encontraram. Daniele Bellani cursa Jornalismo, mas foi a segunda opção. ‘’Fiz fotografia e mesmo gostando, senti que não era aquilo. Esse ano decidi mudar para o Jornalismo, mas ainda não tenho certeza de que realmente é o procuro. Mesmo assim continuarei minha procura’’, comenta a estudante.
Entre o grupo dos “decididos” e o dos “não decididos”, estão os que voltaram atrás. Sem receios, optam por mudarem de curso. Percebem que a carreira anteriormente escolhida não era exatamente o que se esperavam. É o caso de Liliane Damasceno Cunha, que depois de cursar seis meses de Direito, percebeu que não estava satisfeita. ‘’De cara percebi que aquilo não era pra mim, mas como o Direito é uma tradição na minha família, tive medo de expor isso aos meus pais. Demorei um semestre para criar coragem, jogar tudo para o alto e cursar Biologia, que era o que eu realmente queria’’, diz a jovem de 22 anos. As pessoas devem procurar o que gostam. Mas não se deve confundir carreira com hobby. Na hora de fazer a opção profissional, o assunto é sério. “Comigo foi assim. Descobri minha total incompatibilidade com as ciências exatas, e, de estudante de Engenharia Eletrônica da FEI, passei a aluno do curso de RTV do CEUNSP. Jamais havia imaginado cursar algo ligado à Comunicação Social. Hoje não me arrependo da troca. As pessoas não devem ter medo de mudar a própria trajetória de vida. Uma escolha mal feita deve ser corrigida o quanto antes”, diz Allan Tomazelli. Opinião da especialista Segundo a psicóloga e orientadora vocacional Thereza Cristina Vrech, mudanças radicais na escolha profissional podem acontecer por diversas razões. Ela lembra que cada pessoa pode ter motivos absolutamente pessoais para mudar de rumo em relação à sua primeira escolha profissional, e essas mudanças, às vezes, podem ser bem radicais. ‘’Podemos ressaltar o momento precoce em que o jovem é levado a escolher sua carreira. O vestibular - e
por Luana Oliviera e Pedro Henrique Brito
Muitos estudantes não tem certeza se a escolha do vestibular é mesmo para toda a vida. Aqui um debate sobre as constantes mudanças de cursos...
rejeição pode ocorrer nos primeiros semestres quando as disciplinas são genéricas e o conteúdo tem pouca ligação com a especialidade do curso, ou o contrário. A partir do quinto semestre, quando surgem as disciplinas mais específicas, é que o universitário sente que a escolha não foi acertada’’. Segundo ela, a família deve entender o universitário, pois a decisão da escolha de uma profissão acontece muito cedo e, na maioria das vezes, o estudante nem conhece as atribuições da carreira que escolheu. Dora admite que ‘’é muito difícil para a família, que investiu no vestibular, pagou cursinho e muitas vezes, sonhou ou projetou seu sonho no filho, acatar a mudança de curso”. Porém, continua ela, “é necessário se despir de preconceitos e Radical foi o caso do es- adiar a conclusão do curso, tudante L.R.M. Aos 26 anos, endossando o desejo do joele está concluindo o curso vem’’. de engenharia civil. L.R.M chegou a cursar até o último período de odontologia, no interior do estado. Abandonou porque, em suas palavras ‘’não conseguia me identificar com os problemas e reflexões Dicas de quem escolheu propostos’’. O quase dentista o curso “certo” e futuro engenheiro faz uma análise sobre as questões que envolvem a desistência - “Muitos cursos têm disciplinas teóricas bem nas universidades: ‘’Cada chatas no início, mas o currículo costuma evoluir ao área tem seus pressupostos longo dos semestres. Pergunte para estudantes mais inquestionáveis, sejam eles adiantados como são as matérias do 5° período em ideológicos, científicos ou sociais. Se você não compartilha diante. Muitas vezes elas podem agradar“ - Renato de tais pressupostos, fatalSantos, 3° semestre de Fisioterapia. mente não vai conseguir ficar no curso até o fim.’’ - “Observe o cotidiano do profissional que você E como fica a família? Dora Batista Moraes Olivieri, pretende se tornar. Converse com professores e proprofessora com grande expecure estágios que possam te ajudar na confirmação riência em diversas instituido seu pensamento. E se a prática for bem melhor ções de ensino superior, diz do que a teoria? Não dê um passo em falso“ - Helena que ‘’cada estudante tem seu tempo de maturação e isso Morais, estudante de Educação Física. pode implicar na rejeição do primeiro curso escolhido. Tal a pressão que envolve uma escolha que se acredita que carregue o peso de ser definitiva e sem grandes margens para erro, uma vez que ela depende o sucesso ou o fracasso profissional - é sempre cercado de grande ansiedade por parte do próprio jovem e de toda a família. Em muitos casos também, a decisão sofre a influência do contexto familiar. Essa influência nem sempre é exercida diretamente ou mesmo de forma consciente ela pode surgir da identificação com o pai, mãe ou outros membros da família ou fora dela’’, comenta. De qualquer forma, conclui a psicóloga, ‘’sempre que se percebe a necessidade de mudança de rumo, é preciso ter coragem para concretizá - la. Não se deve estigmatizar alguém simplesmente porque resolveu mudar a sua orientação profissional’’.
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DEBATES
O Arauto / set.09 pág.05
A usabilidade na Web Sabe-se que os investimentos depositados no desenvolvimento de conteúdos para Internet, ancoram-se nos anseios de visibilidade, retornos financeiros e fidelidade de acessos. Porém, o que se observa no cenário da Web é que nem sempre os objetivos traçados estão sendo alcançados. A falta de conhecimento sobre o perfil dos potenciais usuários, tem sido um dos propulsores para as falhas constantes no desenvolvimento das páginas Web, refletindo diretamente na queda do número de acessos nos Websites e conseqüentemente no fracasso das empresas. O contexto agrava-se ainda mais com a migração do foco das empresas de desenvolvimento de softwares cliente/servidor para o ambiente Web, uma vez que estas trazem consigo experiências do desenvolvimento convencional que não são compatíveis com as expectativas de usuários de Internet. Usuários de Internet cada vez mais buscam uma navegação que favoreça a produtividade.
Os Webdesigner estão aplicando no desenvolvimento das páginas o que há de mais moderno em tecnologia, recursos visuais e funcionalidades, entretanto pesquisas revelam que o fator usabilidade não está diretamente relacionado a recursos disponíveis e tecnologias aplicadas no desenvolvimento, e sim relacionado ao fato de disponibilizar apenas o que atenda aos anseios daquele público alvo naquela navegação.
Deve-se então pensar no aprimoramento de profissionais capazes de desenvolver um trabalho que conduza a fidelidade do usuário para com o Website, já que a fidelidade é fundamental para qualquer negócio, principalmente para os negócios na Internet.
Por Profa.Esp. Adriana Morais da Silva (Pós-Graduanda em Engenharia de Software. Titular das disciplinas de Programação, Algoritmos e Desenvolvimento Web)
O estudo e a leitura constante é fundamental para entender os conceitos de usabilidade e por isso, aconselho a leitura de livros escritos por Nielsen “o pai da usabilidade na web”. O devido conhecimento metodológico poderia transformar a produção de conteúdo para Internet de maneira a otimizar a comunicação e contribuir para que os reais anseios sejam alcançados.
A qualidadade exigida nas produções audiovisuais para público infanto-juvenil Neste ano tive a oportunidade de participar como votante do “Prix Jeunesse Iberoamericano”, Festival de Produções Audiovisuais Infanto-Juvenis. Foi entre os dias 12 e 15 de outubro, no Sesc-Consolação, em São Paulo. Esse encontro foi criado em 2001 e envolve debate de produções audiovisuais para crianças e jovens.
Canais de televisão e produtores independentes de todos os continentes enviam suas produções para concorrer em cinco categorias. Em geral, a premiação é dada para produções que visem não só divertir o público, mas que estimulem o desenvolvimento cultural e social em todos os desdobramentos que os programas possam ter. Os estudantes de Rádio e Televisão devem se lembrar de um “mantra” que repito sempre em classe: “a televisão deve sempre entreter e pode também informar”. A ele acrescento (por paixão pela audiência infanto-juvenil): e pode também educar! E por que é tão importante discutir as produções audiovisuais para público infanto-juvenil? Porque as pesquisas relatam que no período de um ano, as crianças em idade escolar passam duas vezes mais tempo assistindo televisão do que na sala de aula! Estima-se que uma criança chega à vida adulta depois de ter assistido a 15 mil horas de televisão e mais de 350 mil comerciais, contra menos de 11 mil horas de escola.
Pesquisa realizada pelo Instituto Ipsos (2004) em dez países afirma que as crianças e adolescentes brasileiros são provavelmente os que mais vêem televisão no mundo. E, ainda, são os que têm menos hábito de leitura. Os resultados apontam que no Brasil, 57% das crianças vêem televisão por no mínimo três horas por dia. A pesquisa traz dados preocupantes e que esquentam o debate acerca do papel social que a televisão pode (e deveria) exercer junto a este público. Esta discussão costuma abarcar três posturas: a) os Apocalípticos (aulas de Teorias da Comunicação – socorro!); b) os que vêem a televisão exclusiva-
mente como fonte de entretenimento; e c) os que consideram possível que ela seja um veículo de cultura além do lazer. Quase todos os pesquisadores do tema concordam, no entanto, que a televisão possui grande capacidade de influenciar e transmitir conhecimento. Pois, quando se trata de televisão, tudo é aprendizagem: o noticiário, as inserções, as novelas, os programas de auditório...
E a televisão traz efeitos positivos. Crianças que assistem televisão têm melhores aptidões para construir conceitos de relações espaço-tempo; para compreender as relações entre o todo e suas partes; e até para identificar os ângulos das “tomadas de imagens”, o que significa um reforço das faculdades de abstração. Ela desenvolve também o vocabulário, o raciocínio matemático, instiga a capacidade de resolução de problemas, estimula a criatividade. Quando a criança tem contato com um material de boa qualidade (como os infantis da TV Cultura ou do canal Futura, por exemplo), pode ter estimulada além da criatividade, o senso crítico, a vida em sociedade, a cooperação, a solidariedade, a amizade, o esforço escolar, entre outras qualidades. O que costumamos ver, porém, são conteúdos produzidos sem qualquer preocupação pedagógica. Muitas faculdades de comunicação estão atentas a essa demanda e já incluíram em sua grade disciplinas que tratam da “mídia-educação. Mas, lembrem que isto não dispensa a importância da consulta a um pedagogo quando pretenderem produzir para este público. E também que para todas as produções é preciso estudar, pesquisar, entender a lógica daquele gênero específico e sua concepção e produção.
A audiência infantil é um fenômeno muito complexo e não pretendo apresentar todos os seus aspectos aqui. O que pretendo é levantar a discussão, pois ainda nem começamos a falar em todo o “auê” em torno da publicidade de alimentos e brinquedos... E a discussão sobre o excesso de violência? E os programas sensacionalistas? E a exploração da sexualidade e do consumismo... Nossa! Qual a sua reflexão? Qual o papel da televisão? O que é um bom programa afinal? Para quem?
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Por Profa. Ms. Renata Boutin Becate (Radialista e pesquisadora da relação entre mídia e público infantil)
ESPECIAL
VIDEOGAME por Jéssica Bonatti
Passatempo, jogo, vício, alegrias, problema. O sempre presente
Chegamos à geração em que o pai também brincou de videogame. E qual a melhor maneira de relacionar esse “triângulo amoroso”?
Brincadeira de criança e coisa de desocupados. Assim era o visto o videogame. Mais ele mudou, está mais novo, mais completo e cheio de novidades. Já não importa mais a idade: os “games” são mania entre os jovens e adultos e até estão sendo utilizados no tratamento de reabilitação de pacientes em UTI.
O videogame é um jogo eletrônico. Permite ao jogador vivenciar e controlar personagens em diferentes cenários, que aparecem numa tela ou monitor. O objetivo do jogo pode variar de acordo com a categoria: há desafios de luta, esportes, correr em carros velozes, acertar alvos, simular a direção de máquinas, em diferentes níveis de dificuldades. História - A idéia do videogame nasceu quando o engenheiro alemão Ralph Baer resolveu usar um televisor para brincar. Ao contrário do que muita gente (com menos de 25 anos) pensa o famoso Atari não foi o primeiro a ser desenvolvido. O alemão Baer criou o Brown Box, aparelho que deu origem ao Magnavox Odyssey. Foi o primeiro console de vide-
Tecnologia - Com a evolução dos equipamentos, aqueles botões e controles complicados são coisas do passado. Os games apostam na tecnologia da realidade virtual para atrair mais público. No futuro bem próximo vai bastar o corpo humano para controlar o jogo, com comandos intuitivos. Nos casos de jogos de corridas, as mãos se movimentam como se houvesse uma direção e o pé direito para frente dá a ordem para acelerar. Muitas empresas desenvolvem essa tecnologia. Particularmente a que permite dirigir veículo é da Microsoft, para o console X-Box 360 e tudo está sendo mantido sigilosamente sobre a funcionalidade. Até agora o que se sabe é que o sensor infravermelho traça um mapa tridimensional do ambiente onde está o videogame: reconhece o jogador e os outros objetos em volta. Tudo isso com profundidade de campo. Ou seja, se a pessoa se move para frente ou para traz o
ogame lançado comercialmente - em 1972, nos EUA (chegou ao Brasil no final da década 70).
E o Atari ? - Nos Estados Unidos o game já circulava nas residências desde 1978. Os brasileiros tiveram que esperar até 1983. O console Atari 2600 é considerado um símbolo cultural dos anos 80 e um fenômeno de vendas. “Tenho guardado em meu quarto até hoje. Lembro que não podia tirar o cartucho sem desligar antes. Diziam que estragava a TV. Na época, era demais! Eu me sentia uma pessoa moderna”, conta Márcio Torvano, jornalista de 31 anos. Daí em diante o videogame virou “febre”, um sucesso, até hoje, no mercado. Depois do Atari, outras marcas foram sendo associadas ao produto. Uma delas foi a Nintendo, que lucrou com lançamentos como NES, Nintendo 64, Game Cube e agora aposta no Nintendo Wii. Principal concorrente da Nintendo, a Sega competiu com modelos como o Mega Drive. Quem também entrou na briga foi a Sony, principalmente com a linha Playstation, hoje na terceira versão.
processador do console per- A tecnologia permite aos jocebe os movimentos. gadores competirem com pilotos da Fórmula-1 em tempo Futuro hoje - Há aqueles real, durante uma corrida que games que já podem ser joga- passa ao vivo na televisão. O dor pelo comando do cérebro. jogo desenvolvido pela iOO jogo é baseado em três sen- pener Media capta os dados sores presos na cabeça, onde de GPS da F-1 e os transmite captam os impulsos elétricos para o vídeo game. O sistegerados pelo cérebro. A novi- ma usado é o GPS diferencial dade foi criada pelos japone- (DGPS), o mesmo de controle ses: “As Aventuras no Neuro de aeronaves e navios. O jogo Boy”. O enredo é contraditó- também utiliza uma unidade rio, já que, enquanto o joga- de medida inercial (IMU), que dor relaxa, o bonequinho sai mede aceleração, ângulos e quebrando tudo. Com o mou- guinada dos carros. se é possível escolher uma das potências disponíveis Má influência? - Os ga(incêndio, empurrar, puxar e mes muitas vezes são vicianlevantar). Escolhendo a op- tes e há pessoas que deixam ção de incêndio, por exemplo, de realizar suas tarefas diáé só clicar no automóvel para rias apenas para se divertir. o carro pegar fogo. E ainda se Alguns jogos de violência já quiser levantar uma bola para foram proibidos por serem fora da água, é só selecionar o considerados influentes no ícone da pena, clicar na bola, comportamento das pessose concentrar até que a bola as. Produzido em 2006 pelos levante no ar. japoneses, o Rapelay logo foi proibido devido ao seu conVem mais ai – Outra novi- teúdo, julgado pelas autoridade está sendo desenvolvida dades, como impróprio. Não por uma empresa holandesa. é para menos: O enredo do
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game começa quando um jogador encontra uma mulher numa estação de metrô e começa a molestá-la. A partir daí, acontecem estupros, primeiro no trem e depois em um parque da cidade. Se o autor/personagem conseguir fotografar a vítima nua e chorando, consegue acesso às duas filhas e também as violenta e obriga todas a abortar. E por ai vai: Se o jogador não conseguir que as suas vítimas abortem ele perde e o seu personagem é jogado na linha do metrô para morrer. O jogo permite ainda que vários jogadores “brinquem” ao mesmo tempo com uma mesma mulher.
Boa influência – Nem tudo horror na brincadeira. Algo positivo no uso dos games é feito no Hospital VITA, em Curitiba. A instituição utiliza a tecnologia de entretenimento digital para ajudar na recuperação dos pacientes internados na UTI. A reprodução dos movimentos
reais proporcionados pelo Nintendo Wii em um jogo de corrida é adaptada para que os internados simulem movimentos compatíveis com as atividades diárias, ajudando no tratamento, de uma forma recreativa. Segundo Esperidião Elias Aquim, coordenador geral da Fisioterapia do hospital, o uso do videogame é recomendado para recuperação de diversos quadros clínicos. Entre eles, podemos destacar os distúrbios neurológicos, transtornos de equilíbrio e coordenação, traumas de membros superiores e reabilitação de cirurgias.
Leandro Alamino / O Arauto
O Arauto / set.09 pág.07
Mario x Sonic – Os dois personagens mais conhecidos do mundo dos games são o Mario (Nintendo) e o Sonic (Sega). O primeiro é um homenzinho de bigode, vestido de macacão vermelho, que conquistou milhares de corações com seus jogos. Mario tem a companhia de seu irmão Luigi. Eles são, segundo o fabricante, dois encanadores italianos que depois de algum tempo foram morar nos EUA. Um dia, desentupindo a banheira, eles foram sugados pelo ralo e foram parar no “reino dos cogumelos”, onde conhecem a Princesa Peach, o vilão Bowser, os cogumelos Toads e outros. Mario e Luigi interagem tanto no “reino dos cogumelos”, como na região do Brooklin, em Nova York. O objetivo é salvar a princesinha. Lançado para competir diretamente com o Mario, o Sonic causa dúvidas quanto “ao que é”. Alguns o apontam como uma raposa, outros como um dragão. São apenas palpites, pois para o fabricante é um ouriço azul, bastante veloz e que tem como objeti-
Relação Pai e Filho – Já se passaram pelo menos duas gerações de usuários de videogame. É comum, hoje em dia, pais e filhos se divertirem com o mesmo “brinquedo”. E até joguem juntos. Mas além de “competidores”, é necessário o pai saber – pela função de educador – que muitas vezes esse ‘brinquedinho’ pode mexer com a cabeça de uma criança.
Segundo especialistas, o primeiro cuidado a ser tomado é não deixar o filho ficar escravo do videogame. Isso poderá atrapalhá-lo em outras atividades, como os estudos. Entretanto, “é importante ressaltar que os pais devem sim jogar pelo menos uma vez com os filhos para saberem que tipo de jogo a criança está jogando, se não é violento ou tem cenas impróprias”, aponta o mestre em Tecnologia da Informação e especialista em Educação, Wagner Sanches, como declarou em entrevista para o site Vila Filhos. Por’;em, nem sempre a experiência é querida da juventude: “ Não jogo com meu pai. Acho isso muito chato”, Fernando Aurélio, de 12 anos. O especialista Wagner Sanches dá algumas dicas de como aproveitar o videogame na educação dos filhos. Para ele, os jogos quando dosados adequadamente em relação ao tempo de uso diário e a escolha do tipo de jogo, são significativos no desenvolvimento emocional, cognitivo e até físico das crianças, dependendo do modelo do videogame. Podem ser importantes para o aprimoramento do raciocínio lógico e matemático, para a capacidade de processar informações de forma rápida e para o aperfeiçoamento da concentração e foco.
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vo principal salvar os outros animais do vilão Dr. Robotnik, que os transforma em robôs para trabalharem para ele como escravos. ”Sempre joguei Mário e adorava. Prefiro porque lembra minha infância”, afirma Matheus Moraes, 12 anos.
Outra Mania - Quem nunca jogou ou ouviu falar de Guitar Hero (fotos abaixo), sucesso de vendas no mercado dos jogos? Foi lançado em novembro de 2005, na América do Norte. É um videojogo de musica desenvolvido pela Harmonix Music System e publicado pela RedOctane, para o console Playstation 2.
O jogo apresenta um controlador em forma de guitarra, reproduzindo musicas de rock. O jogador pressiona os botões do controle como se tocasse notas musicais e vai deslocando o comando na tela, atingindo marcas e produzindo sons. O game apresenta 30 canções populares de rock, de 1960 a 2005, além de faixas bônus de artistas independentes.
Gabriela Pizani / O Arauto
EDUCAÇÃO
E a tal da “progressão continuada” ? tenham alguma dificuldade no aprendizado. Passar um estudante de ano também é uma maneira de regularizar a quantidade de estudantes de acordo com a idade e série. A aprendizagem do aluno é avaliada ao longo do ano letivo. A avaliação contínua e cumulativa é um modo que permite a apreciação de seu desempenho em todo o ciclo escolar. É necessária a promoção de atividades de reforço e de recuperação paralelas e contínuas. Se for preciso no final do ano também.
Existe progresso sem aprendizado? Esta é uma questão que professores, pais e alunos tentam responder diariamente nas escolas públicas. A Progressão Continuada foi criada de acordo com a Lei de Diretrizes de Bases (LDB) nº 9.394, do ano de 1996, na gestão do presidente Fernando Henrique Cardoso e como ministro de Educação, Paulo Renato de Souza. A proposta foi criada para avaliar a forma como os professores ensinam e a maneira como os estudantes aprendem os conteúdos em sala de aula. Tem como objeto a recuperação contínua dos alunos promovidos que
Santana Malena, professora e coordenadora pedagógica da rede de ensino do estado de São Paulo.
Outra questão é a perda de autoridade do mestre na classe. Com esta proposta, há uma acomodação dos estudantes, que geralmente sabem que vão passar de ano e deixam de se dedicar. Na progressão, as notas já não são mais importantes, não há mais aquela antiga ameaça de repetir de ano. Para um estudante ser promovido, ter 75% de freqüência nos dia leComo é - Conforme a LDB, tivos é o suficiente. o Ensino Fundamental é dividido em ciclos. Ou seja, da É um tema polêmico. Há 1ª à 4º serie é um ciclo e da muitas críticas de pessoas 5ª a 8ª, outro. Pela proposta, que convivem diariamente os estudantes só podem re- com a progressão continuaprovar durante o final de um da, mas existe também quem ciclo, quando todas as tenta- concorda com o sistema. “Sou tivas de recuperar um aluno favorável. O aluno pode ser estiverem esgotadas. Por isso trabalhado de forma difeque um “concluinte” do an- rente. Ano a ano ele avança tigo ginásio chega tão longe, na série em que frequenta. A sem ter conteúdos de um for- família também deve ajudar. Acredito muito na parceria mando. família e escola”, diz Maria A proposta da promoção Malena. de alunos foi criada para evitar a defasagem dos estudanJá o educador Juliano Rites com relação à idade e sé- cardo Marques afirma não rie. Exemplo: regularmente, ter dificuldades para avaliar uma criança de 12 anos deve um estudante promovido estar matriculada no 6º ano automaticamente: “Avalio o aluno até o ponto em que ele do Ensino Fundamental. consegue avançar durante o Houve impacto na ado- aprendizado. Mas quando me ção da promoção automá- deparo com situações de alutica. Há uma distância entre nos que se negam a tentar a o ideal e o real. Há uma falta aprender por terem dificuldade preparo do educador. “Al- des ou pela acomodação dos guns professores têm dúvida demais alunos que não tem em avaliar um aluno nesta si- problemas no aprendizado, tuação”, afirma Maria Helena porque no final do ano eles
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E os pais? Muitos professores reclamam das atitudes dos pais, que não acompanham o andamento dos filhos na escola. “A maioria dos pais jogam toda a responsabilidade para a escola”, afirma a professora Regina Lúcia, que ainda diz haver situações em que esses pais mais atrapalham do que ajudam: “Há casos em que muitos pais fazem a lição de casa, ou mesmo o irmão mais velho”, desabafa. Para ela o professor também precisa estar sempre se atualizando mais. E ressalta: “É preciso que o estado ofereça cursos gratuitos para os professores irem se aperfeiçoando cada vez mais.” Ou seja: Falta acompanhamento em casa!
por Lígia Martin e Marcos Freddi
não serão reprovados. Estes são exemplos de situações que me deprimem e me faz sair desanimado ao ver como está corrompido o sistema educacional no Brasil e mais especificamente, no estado mais rico da federação, São Paulo”, finaliza o professor de Geografia da rede estadual de ensino.
Reter o aluno consecutivamente custa caro aos cofres públicos. Passá-lo automaticamente e reprovar somente nos chamados ciclos, permite uma redução nesses gastos.
Hoje em dia, para as pessoas conseguirem um emprego com registro em carteira, é necessário ter pelo menos o Ensino Fundamental completo. Mas não é só por isso. Com a retenção, há uma tendência dos jovens abandonarem os estudos. Alunos fora da escola não são muito bons para as estatísticas, como o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do país.
Reprovação = malefício - De acordo com documentos oficiais do estado, a reprovação é considerada pela Secretaria de Educação como um malefício para a autoestima das pessoas. “A Progressão Continuada é um meio de evitar a evasão escolar. Quando o aluno fica retido várias veProblemas - O inicio da zes na mesma série, ele (alu- alfabetização vai da 1ª a 4ª no) cai no desânimo de estu- serie e fica sob responsabidar”, afirma a coordenadora. lidade dos municípios. Este é o período mais importante Na Progressão Continua- do processo de educação do da, mesmo com o aproveita- ciclo escolar. Mas há inúmemento insuficiente, os alunos ros problemas burocráticos passam para as séries seguin- e estruturais que rondam as tes. Porém, este avanço deve- redes públicas de ensino do ria ser acompanhado por um país. E o interessado não preconjunto de medidas pedagó- cisa ir longe para descobrir gicas que garantiria um pro- quais são essas dificuldades. gresso do estudante durante Vários professores fizeram o percurso escolar. Ao invés relatos impressionantes: de converter as diferenças “Existem alunos que pasdos aprendizes em deficiên- sam do primeiro ano só sacias escolares, as diferenças bendo escrever o nome”, são trabalhadas e acredita- revela uma educadora. Em se que o aluno avança a cada algumas escolas até existe ano. um sistema de cotas, ou seja, muitos alunos não reprovam “Vantagens” – A maioria porque o número pode ser dos professores e especialis- excessivo. É o que revela outas ouvidos nesta reportagem tra professora que preferiu diz que, para o governo, exis- não se identificar. “Uma sala tem muitas vantagens na Pro- que era para reprovar nove gressão Continuada. A prin- pessoas, somente duas ficacipal delas é o “econômico”. ram retidas”, diz.
O Arauto / set.09 pág.09 Marcelino Carvalho / O Arauto
Geração estúpida? O professor Mark Bauerlein, 49 anos, da Universidade de Emory, Inglaterra, é autor do livro “The Dumbest Generation” (tradução: ”a geração mais estúpida). Ele se refere às gerações com menos de 30 anos de idade e muito acesso a videogames, televisão e computador.
A partir desse “briefing” foi sugerido a estudantes do 6º semestre de Jornalismo fazer uma dissertação (valia nota na disciplina Jornalismo Opinativo) analisando o tema. A seguir, um deles, eleito por professores de Comunicação como “muito interessante” ou “ uma bela autocrítica”.
Bjomeliga:
por Helga Takano
Não sei se caso ou compro um notebook Geração da comodidade. Do consumismo. Da impessoalidade. Nas nossas redes de amigos como Orkut, Facebook ou MySpace não importa se você conhece a pessoa ou não, o que importa é o número impressionante que você pode ter de “amigos”. Sozinhos? Jamais. Sempre que nos conectamos à internet, acharemos alguém on-line para fofocar, desabafar, ou simplesmente contar piadas. Mas que geração é essa? Somos a geração que tem menos de 30 anos em 2009, pleno séculos XXI. Que cresceu com televisão, vídeo game e computador. E a máxima que diz que para ter uma vida completa é preciso ter um filho, plantar uma árvore e escrever um livro? Já era! O filho é substituído por relacionamentos virtuais. Árvore? Alguém ai sabe como é plantar uma árvore? Ah sim, os livros de Geografia do Ensino Básico dizem (pois o “Primário” já morreu). Livro? Blogs, textos curtos, e descrições elaboradas o eliminam. Afinal, para que ler um livro sobre a vida de alguém que já morreu, se eu posso acompanhar a vida de outras pessoas, em tempo real, com foto e tudo? Saber que fulano invadiu o Orkut do beltrano porque este o traiu, é um romance muito mais interessante.
Bonequinhos que montamos para nos representar, e representar o que gostaríamos de fazer ou o que estamos sentido, são muito mais eficientes para encontrar sua alma gêmea, do que os antiquados flertes. Flerte... que palavra arcaica, e para quem não sabe, isso remete aquela
cena de filme antigo, de olho no olho. Mas esse romantismo exagerado, também é coisa do passado. Agora as revistas e as matérias trazem que a mulher TEM que ter orgasmos, que o homem TEM que ser garanhão. Oras, garanhão antigamente era cavalo. Hoje é aquele homem que quanto mais mulheres consegue beijar, melhor ele fica perante aos amigos. Em plena onda de internet, ainda existe beijar? Claro! Afinal, depois de uma semana inteira, vidrado no computador, o humano ainda tem seus instintos animais de tocar e ser tocado.
“Eles praticamente não leem. Com toda a informação disponível online, como nunca antes na história, eles preferem dedicar uma quantidade inacreditável de tempo a vasculhar vidas alheias e a expor as suas próprias em redes de relacionamento como o Facebook e o MySpace.” - diz o professor Bauerlein
Antes a gente contava, com orgulho, o número de bolinhas de gude ou figurinhas adesivas que ganhávamos naquele dia. Hoje, a gente espalha para os amigos, com orgulho (?!) que ficamos com várias pessoas numa mesma noite. E a isso, chamamos de evolução! Embora, verdade seja dita, estejamos tentando resgatar a parte cultural das pessoas. Veja no São Paulo Fashion Week desse ano... um dos temas foi “nerds”. Então, usar óculos, uma camisa xadrez e um pulôver te transformam em nerd. Estudar, cultuar o habito da leitura, ver bons filmes e pensar, não o levam a nada, afinal, tudo pode ser comprado.
Esse assunto pode ir bem longe, mas como não existe mais o hábito da leitura, você já deve estar cansado desse texto. Esta perdendo tempo aqui, em vez de ir ver as novidades nas suas páginas de relacionamento. Fico por aqui. Bjomeliga!
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´ MEMORIA
Anselmo ensinou que é possível alcançar sonhos distantes e vencer fazendo o que gosta por Thuany Martins
Garoto Saltense, caipira, mal informado e de “pés no chão”. Morreu no dia 7 de novembro um dos maiores cineastas brasileiros – e por que não dizer do mundo? Anselmo Duarte. Com humildade e perseverança, ajudou a revolucionar as artes. Anselmo nasceu em Salto, em 1920. Caçula de sete irmãos, na infância já mostrava dom pela cinematografia. Aos 10 anos montou seu próprio cinema, atividade que ajudava o sustento da família. Honrava a frase “Vença na vida com suas próprias mãos, de forma a poder sempre sustentar quem depende de você”, que sua mãe sempre lhe repetia. Realista e pragmático, realizou tudo por esforço próprio e nunca dependeu do governo. Foi nessa simplicidade que, em 1962, ganhou um dos mais significativos prêmios do cinema mundial, a Palma de Ouro do Festival de Cannes - única concedida a um filme brasileiro. O feito foi com O Pagador de Promessas, da obra do dramaturgo Dias Gomes, estrelada por Leonardo Villar e Glória Menezes. A produção também concorreu ao Oscar de melhor filme estrangeiro daquele ano.
De outra turma - Anselmo divergia da turma do Cinema Novo. Especialistas apontam que essa atitude fez a carreira dele entrar em declínio. “Os que participavam do Cinema Novo eram intelectuais que se sentiam superiores e que al-
mejavam o grande prêmio (a Palma de Ouro), mas quem conseguiu foi o galã de Salto. Eles não entendiam que Anselmo era um homem com uma verdade, com certeza interior e que trabalhava com amor e determinação”, diz o filho do cineasta, Ricardo Anselmo.
Centro Cultural Anselmo Duarte - Por conta de sua extrema importância mundial, Salto o homenageou, ainda em vida, com um centro cultural que ganhou seu nome. “Quando ainda não havia cavado esse terreno, havíamos conversado com o arquiteto. Acertamos colocar uma peça de decoração, a famosa Palma de Ouro (doada à Prefeitura de Salto), como monumento, elemento mais nobre”, diz a secretário de Turismo da cidade, Valderez da Silva. Novos? - Fechou-se um ciclo na história da criatividade do cinema brasileiro do século XX. Começa um novo patamar. Anselmo deixou um legado não apenas com O Pagador de Promessas - a mais conhecida - mas com toda a sua vasta obra. Será que outro gênio das imagens surgirá no interior paulista?
Frases ouvidas de personalidades que estiveram no velório de Anselmo:
“Ele tinha uma notável vocação para o trabalho. Pessoa única, que conseguia transformar as coisas mais banais em um grande e criativo evento. Ele nos fazia rir, alegrava e ensinava.” - ator Tarcisio Meira.
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Kaito Lomartire / O Arauto
“Brincar de cinema com dinheiro alheio é fácil. Quero ver fazer cinema com o próprio dinheiro, como ele fazia.” - humorista Ari Toledo.
Fernando Silveira
O Arauto / set.09 pág.11
HOMENAGEM A ANSELMO NA FCA: PROJEÇÃO DO 1º FILME DO CINESTA No dia 1º de dezembro, às 19h30, no auditório da FCA (Bloco K - Campus V), o professor de cinema Maximo Barro (foto), montador, pesquisador e docente da FAAP há 50 anos, irá proferir uma palestra em homenagem a Anselmo Duarte, que era seu amigo pessoal.
E que homenagem: O Prof. Maximo irá trazer a Salto um filme em 16mm que é o primeiro dirigido por Anselmo. Trata-se de um documentário feito nos intervalos das filmagens em que ele era ator.
Eu e a obra de Anselmo Duarte por Filipe Salles - coordenador de Artes da FCA
Quando eu comecei a estudar cinema, lá pelos idos de 1990, a grande preocupação dos diretores não era escolher um ícone, uma linguagem, um bom roteiro. Era sim como produzir um filme. Época difícil, em que a Embrafilme foi extinta. Não havia leis, nem subsídios. Àquela altura, nem a pornochanchada dava mais lucro. Nenhum filme foi produzido naquele ano. Neste cenário desolador, a discussão estética dos estudantes não era das mais acirradas. Aprendemos que pior que ter um filme ruim é não ter filme nenhum. E nos voltamos para a produção a qualquer custo, espelhada na estética do Cinema Novo.
Cinema Novo... O termo foi cunhado pelo crítico Alex Viany na década de 60, e nas idas e vindas das produções, acabou para nossa geração sendo sinônimo de um cinema de caráter intelectual, hermético e, como elite cultural, na maioria das vezes, maçante. Mas era a grande referência de nosso tempo. Vivíamos na sombra do cinema de Glauber Rocha, Nelson Pereira dos Santos, Ruy Guerra, Joaquim Pedro de Andrade e tantos outros.
Fotos cedidas: site Cinema Brasileiro
Mas, ao ler sobre esses diretores, comecei particularmente e achar que suas idéias eram melhores que seus filmes e que, na verdade, subsistia a lacuna de um cinema genuinamente brasileiro. Eles se autoproclamavam porta-vozes de um cinema simples para o povo, mas que era tão cheio de alegorias políticas que mais afastava do que atraía o público. Criticavam duramente a produção industrial americana e todas as tentativas de fazer um cinema comercial no Brasil. No meio de todo este tiroteio, Anselmo Duarte estava entre os mais mortos do que dos feridos. As críticas a ele vinham por todos os lados: taxação política (alienado, burguês), estética (um ator que não sabe fazer cinema), social (um ex-galã sem cultura metido a diretor). Entretanto, inabalável era o fato de que tinha sido o único diretor brasileiro a conquistar o maior prêmio internacional de Cinema, a Palma de Ouro no Festival de Cannes de 1962.
Então, a certa altura do campeonato, já no final da faculdade, precisava tirar minhas próprias conclusões. Resolvi assistir ao tão falado Pagador de Promessas (fotos de cenas do file, ao lado). Em poucas palavras, fiquei estupefado. Nunca tinha visto um filme brasileiro tão consistente, tão humanista, tão emocionante. Todo um universo de idéias pré-concebidas, erroneamente, desmoronou. Aquele filme era realmente uma obraprima! Desde então me interessei pelo trabalho de Anselmo, agora já vacinado das impressões críticas que antes permeavam nossa formação herdada do Cinema Novo. Assisti Vereda da Salvação (1964) e Um Certo Capitão Rodrigo (1970), filmes posteriores, desiguais, mas que concentram emoções igualmente fortes. Novamente me impressionei. Não tive mais receios, assim como hoje não tenho dúvida: Anselmo Duarte marcou sua presença na história do cinema, brasileiro e mundial, como um dos grandes realizadores desta arte fascinante de gerar emoções com imagens em movimento.
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