Sardinha 18 :: The Portuguese-Slovenian Culture Magazine

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#18

GRATUITO

www.sardinha

SARDINHA

[!1]


PREFÁCIO

UVODNIK

E s t a S a rd i n h a , e m b o r a

do ciclo, a decorrer no

iz tujih dežel dosegle

s e r v i d a e m fi n a l d e

Poligon.

Slovenijo.

SARDINHA #17

setembro, é sardinha de verão. Ainda tem cheirinho a

Esta é uma sardinha em

Ve r j e t n o n a j t e ž j e

Lusofonia,

força, contadora de muitas

pričakovana sardina,

histórias luso-eslovenas.

Sardinha meseca (morda bi

que

se

c o m e m o ro u c o m c a n t e alentejano (e se celebra aqui

celo lahko rekli sezone), je

com cores de Cabo-Verde); a

Jessica; ki smo jo srečali na

Santos Populares e a

enem izmed portugalskih

músicas que do mundo

filmskih večerov. Ne le, da

vieram parar à Eslovénia.

Čeprav postrežena v

nam jo je uspelo prepričati v

A s a rd i n h a q u i ç á m a i s

poznem septembru, je ta Sardinha sardina poletja.

intervju, temveč tudi v o rg a n i z i r a n j e fi l m s k e g a

aguardada, a Sardinha do

Kljub temu ima priokus

festivala, ki se trenutno

mês (ou da época, a bem

Luzofonije, ki so jo slavili s

odvija v kreativnem centru

dizer), é a Jessica; que

petjem iz regije Alentejo (in

Poligon.

conhecemos numa das

sicer v barvah državne

Noites de Cinema Português.

zastave

Republike

Ta Sardinha ima moč in

Não só a cativámos para

Zelenortskih otokov);

je pripovedovalka mnogih

uma entrevista, como

portugalskim ljudskim

portugalsko-slovenskih

também para a organização

svetnikom in pesmimi, ki so

zgodb.

5 10

Sardinha do mês: Jessica Martinez Lima

“Cante Alentejano” para celebrar o dia internacional

Devagar se vai ao longe Počasi se daleč pride

WWW.SARDINHA.TV Sardina meseca: Jessica Martinez Lima

"Cante Alentejano" za praznovanje mednarodnega dneva

da Língua Portuguesa

13

LUME a incendiar o Festival de Jazz de Ljubljana

15

Druga Godba tem Fumaça Preta

19

Arte: Eduardo Bentub

20

Morabeza, Música e Cachupa

21

Aldeia Portuguesa na 2a edição do São João em

portugalskega jezika 10 LUME zažiga na Jazz festivalu v Ljubljani 13 Druga Godba ima črni dim 15 Umetnost: Eduardo Bentub 19 Morabeza, Glasba in Cachupa 20 Portugalska vas ob drugi ponovitvi praznovanja São João v

Ljubljana

23

Acontece em Ljubljana

24

Mas quem é joao Costa? A Entrevista

27

Como se ser Humano?

29

Agenda

29

Receita: Bifanas veganas

30

Salada Russa

5

Ljubljani 21 To se dogaja v Ljubljana 23 Kdo je Joao Costa ? Intervju 24

FICHA TÉCNICA

Kako biti človek? 27 Napovednik 29 Recept: Veganske bifane 29

IMPRESSUM

Editores/Uredništvo Catarina Henríquez Cornejo, Joao Costa Foto de Capa/Naslovnica Luís Quaresma Fotógrafos/Fotografi Luís Quaresma, Joao Costa, Festival sve u jedan glas, Maša Goijc, Niki Lapkovski. Jornalistas/Novinarji Joao Costa, Catarina Henríquez Cornejo, Alja Krašovec Leitura/Lektura Catarina Henríquez Cornejo, Maria Manuela Costa, Dijana Costa Tradução Alja Krašovec, Juš Škraban, Lana Klopčič, Anja Mlakar, Sandra Kert, Saša Sušnik, Nika Kokalj, Neja Berlič, Joao Costa Marketing Joao Pita Costa Redes Sociais / Družbena omrežja Dijana Pita Costa URL www.sardinha.tv Email info@sardinha.tv


Tokratna izdaja posvečena Zelenortskim otokom Zelenortski otoki ležijo v arhipelagu, sestavljenem iz desetih vulkanskih otokov v osrednjem delu Atlantskega oceana. Površina otokov znaša okoli 4.000 km², od obale zahodne Afrike pa so oddaljeni približno 570 km. S 560.000 prebivalci, ki govorijo portugalsko, otoki izstopajo po svoji raznoliki glasbi, kar se lahko opazi na popularnih prireditvah kot je npr. karneval v Mindelu, kjer se mesto za nekaj dni spremeni v »Brazilim« ali majhno Brazilijo. Na tej čudoviti točki luzofonskega sveta, ki je hkrati tudi dom Cesárije Évore in osupljive kulture, Sardinha to izdajo namenja Zelenortskim otokom. V tokratni izdaji se tem čarobnim otokom namenja kar nekaj pozornosti s fotografijo na naslovnici, z besedili, z umetnostjo, itd. Avtor očarljive naslovne fotografije Luís Quaresma, o katerem bomo malo bolj govorili v bližnji prihodnosti, je ljubitelj fotografije s portugalskimi in zelenortskimi koreninami in živi v Sloveniji že leto in pol. Tretji Festival Luzofonije, ki ga je pripravila Sardinha v sodelovanju z Društvom Portugalsko -Slovenskega prijateljstva, se letos osredotoča na Zelenortske otoke. Dogodek se začne z razstavo slikarja Eduarda Bentuba v Kavarni Soteska v Ljubljani, 27.9.2018 ob 19. uri, ob glasbi v živo in še nekaj drugih presenečenj. Na ta večer bo med ritmičnimi zvoki zvrsti funana in toplimi melodijami morne ob koncu poletja izšla tudi #sardinha18. Svečanosti se bodo nadaljevale z literarnim pogovorom o zelenortskih avtorjih in potopisih po Zelenortskih otokih. V kreativnem centru Poligon bomo 8.10.2018 ob 19:00 predvajali film José Carlos Schwarz - Voz do Povo režiserja Adulaija Jamanca, ki je vključen v letni cikel portugalskega filma. Pripravljamo tudi posebno predstavo za otroke v Mali ulici, datum bo objavljen naknadno. Zahvaljujemo se podpori Inštituta Camões pod okriljem portugalskega veleposlaništva na Dunaju..

Edição dedicada a Cabo Verde Cabo Verde, é um país insular localizado num arquipélago formado por dez ilhas vulcânicas na região central do Oceano Atlântico. A cerca de 570 quilómetros da costa da África Ocidental, as ilhas cobrem uma área total de pouco mais de 4.000 quilómetros quadrados. Com uma população de 560 mil habitantes que falam Português, destaca-se pela sua musicalidade, bem expressa por manifestações populares como o Carnaval de Mindelo, cuja importância faz com que a cidade seja conhecida nos dias dos festejos momescos como "Brazilim" (ou "pequeno Brasil"). É a este maravilhoso ponto no mundo Lusófono, casa de Cesária Évora e de uma riqueza cultural deslumbrante, que se dedica esta edição da Sardinha. Estas ilhas mágicas estão um pouco por toda a edição: na fotografia de capa, nos textos, no espaço arte, etc. O autor da fotografia de capa alusiva a Cabo Verde - Luís Quaresma - apaixonado pela fotografia, origens portuguesas e cabo verdianas - está há ano e meio a morar na Eslovénia, e irá dar que falar. A terceira edição da Festa da Lusofonia, realizado pela Sardinha em colaboração com a Associação de Amizade LusoEslovena, que este ano foca Cabo Verde. Inicia-se com a exposição do pintor Eduardo Bentub na Kavarna Soteska, em Ljubljana, a 27.9.2018 às 19.00, que conta com música ao vivo e algumas outras supresas. Essa será também a noite de lançamento da #sardinha18, entre tons ritmados de funaná e quentes mornas de fim de Verão. As festividades continuam com uma tertúlia literária à volta de autores de Cabo Verde e experiências de viagem. A 8.10.2018 também às 19.00 projetamos no espaço Poligon o filme José Carlos Schwarz - a Voz do Povo do realizador Adulai Jamanca, incluído no ciclo anual de Cinema Português. Estamos ainda a preparar uma sessão especial para crianças na Mala Ulica com data a anunciar. Não podemos deixar de agradecer o apoio do Instituto Camões através da Embaixada Portuguesa em Viena. [!3]



SARDINHA DO MÊS SARDINA MESECA JESSICA MARTINEZ LIMA Sardinha do Mês: Jessica Lima

por ficar cá, e acabei por me juntar a outras iniciativas, nomeadamente ao coletivo feminista Rdeče Zore e ao LFU Nesta edição a Sardinha em destaque é a ativista Portuguesa (Lezbično-feministična univerza).

Jessica Lima que já conhecemos principalmente da organização do Ciclo de Cinema Português, apoiado pelo Sardinha: Antes de te mudares para a Eslovénia, vivias na Instituto Camões através da Embaixada de Portugal em Viena. Holanda. Não tens, por vezes, vontade de voltar para Portugal? Aproveitamos para a conhecer melhor. Fica a entrevista.

Como lidas com as saudades?

Jessica: Tenho de confessar que só no último ano é que tive Sardinha: Conta-nos há quanto tempo estás na Eslovénia e mais saudades de Portugal, apesar de já não viver em Portugal como vieste cá parar.

há quase cinco anos. São saudades estranhas. Não é sempre Jessica: Estou na Eslovénia há dois anos e meio. Vim cá parar quase espontaneamente. Mandei-me para um projeto do SVE (Serviço de Voluntariado Europeu) e, na altura, já não estava a viver em Portugal, mas queria mudar de país. Não sabia muito bem para onde ir, e sempre me disseram que o melhor é escolher um projeto de SVE sem

só das pessoas, mas dos lugares, por saber que não posso ir a certos locais até ao Verão seguinte ou até ao natal seguinte, e também por saber que é tão caro ir a Portugal. Não tendo assim tanto dinheiro, parece que é ainda mais longe. É sempre um esforço financeiro, e tenho mais saudades devido a esse sentimento de privação e de

olhar necessariamente para o país de destino. Então, escolhi um projeto que me parecia interessante na altura, que por acaso ficava na Eslovénia. Pensava que ia ficar cá só um ano, mas, entretanto, muitas coisas

saber que não posso ir lá. Muita da música que oiço é em português, maioritariamente Brasileira, mas também portuguesa. Todas as manhãs ouço a rádio Antena 3. Tento também ler bastante em português. O meu

aconteceram e decidi ficar.

português está a deteriorar-se a passo rápido. Saber que vai ficar p i o r s e e u fi c a r n a Eslovénia por mais anos custa-me bastante. Tenho muito medo de não me

Sardinha: Como era o projeto?

Jessica: O projeto fazia parte de uma organização eslovena, o Zavod Voluntariat, e eu estava a dinamizar o grupo de voluntários e a tentar fazer com organizássemos atividades de interesse, tanto para a organização, como para outros

conseguir exprimir em português, e aliás já o começo a sentir. Tenho mais medo ainda de as pessoas não me tomarem por portuguesa. Acontecia muito quando vivia na

jovens; para que eles viessem às nossas atividades e se tornassem voluntários cá e no estrangeiro, e pessoas ativas na sociedade. Durante a semana, estava ocupada com este clube e ajudava em tarefas administrativas da organização. Ao mesmo tempo, fuime envolvendo noutros projetos. Um deles foi em parceria com voluntários de outra organização, a Slovenska Filantropija.

Holanda, e tinha um sotaque ainda menos português quando falava em português do que tenho agora! As pessoas achavam que se calhar os meus pais tinham imigrado, que nunca tinha ido a Portugal e que por isso falava de maneira estranha. Tenho medo de que chegue uma altura em que não caibo em sítio nenhum.

Organizávamos tours para requerentes de asilo que chegavam à Eslovénia e, em vez de lhes mostrarmos sítios turísticos, mostrávamos sítios necessários para o dia a dia deles; ou seja, fazíamos o percurso da casa de asilo até ao centro, passando por pontos de interesse — como os supermercados mais baratos, lojas de especiarias, acessórios de telemóvel etc. Comecei também a envolver-me no Ljubljana Pride quatro

Sardinha: Participas num coro feminista, o Z’borke. Que canções escolhem para o vosso repertório?

Jessica: No nosso coro todas as canções que escolhemos são decididas por consenso. Em geral, alguém propõe uma canção que quer cantar, discutimos, e depois decidimos. Não temos votações, nem nada, mas discutimos muito (no bom sentido).

meses depois de ter chegado à Eslovénia, porque na altura estavam à procura de voluntários. Como estavam a preparar a marcha, fui aos workshops de preparação de cartazes. Foi inicialmente através do meu envolvimento no Pride que acabei

As canções que temos no repertório vão do folk ao pop e à música de intervenção. Cantamos canções tradicionais revolucionárias italianas, por exemplo, e vamos cantar uma música do Zeca Afonso em português. Tentamos ter, pelo

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Foto: Niki Lapkovski menos, uma música de cada nacionalidade das pessoas do coro; ou seja, italiano, esloveno, croata etc. Devíamos ter também macedónio e português. Só cantamos músicas pop, em geral, se ligadas à causa LGBTQ+ e ao feminismo, como a Girls Like Girls da Hayley Kiyoko, uma música pop explicitamente lésbica.

e vamos cantar uma música do Zeca Afonso em português

são, sem dúvida, o coletivo, o coro e o Pride. Recentemente juntei-me ao coletivo LFU, Nele, organizamos workshops e atividades mais vocacionadas para mulheres e, em especial, para mulheres lésbicas e queer.

Sardinha: Ficaste satisfeita com a lei de autodeterminação de género agora aprovada em Portugal?

Type to enterEmbora text Jessica: tenha ficado um pouco desiludida com a alteração da lei [que torna necessário um relatório médico na alteração de género para menores entre os 16 e 18 anos], fiquei contente, porque o PCP deixou de se abster. Fiquei também satisfeita porque tinha ficado com medo de que, depois do veto

do Presidente, esta mudança não fosse aprovada. Para mim, a maior dificuldade continua a ser a necessidade de ter um Sardinha: Achas que funciona bem cantarem em português médico ou alguém competente do sistema de saúde que Type to enter text para um público esloveno?

c o n fi r m e o g é n e r o d a s p e s s o a s t r a n s . E m b o r a a J: Acho que sim. Um exemplo disso é que, em abril ou maio, transgeneridade tenha deixado de ser considerada pela UE fomos a um festival de coros alternativos em Zagreb e, no final, como doença mental, a verdade é que as pessoas têm de todos os coros começaram a cantar espontaneamente — convencer os médicos quando vão a um psicólogo ou a um éramos mais de 50 pessoas. Uma das músicas foi a “Grândola”. médico em Portugal de que são realmente trans. Isso é horrível! Há muita gente que conhece a “Grândola”. A mim, vêm-me as E, além disso, o que é que isso significa para as pessoas nãolágrimas aos olhos cada vez que as Kombinat a cantam. Muito binárias, por exemplo? As pessoas que se identifiquem com da música não são as letras, comovemo-nos com músicas que outro género não são consideradas transgénero o “suficiente”. às vezes nem entendemos…

Continuam a precisar de dois médicos que digam que são Sardinha: Que coisas destacarias no teu percurso ativista em trans, por isso é que precisamos de uma lei sobre a autoLiubliana?

Jessica: Tenho definitivamente de destacar pertencer ao coletivo Rdeče Zore, ao qual me juntei em finais de 2016. Como parte desse coletivo, participei na organização de dois dos festivais, que acontecem sempre por volta do Dia da Mulher (8 de Março). Talvez seja a iniciativa mais DIY e grassroots — a

nível com o Z’borke — em que participo em Liubliana. Destacaria também, sem dúvida, o Ljubljana Pride, do qual este ano fui membro do quadro dirigente e onde também sou mentora dos voluntários SVE. Apesar de ter dois trabalhos parttime em Liubliana, as coisas que me mantêm mais ocupada

determinação do género, que só compete à pessoa em si Pondo isto no panorama europeu, acho bastante progressivo. Na Eslovénia, estamos bastante atrás, embora as organizações LGBTQ+ sejam bastante ativas cá.

Sardinha: Achas que a Eslovénia é um país seguro para pessoas LGBTQ+?

Jessica: É uma pergunta difícil. Sendo que Liubliana é uma cidade segura em geral, acabaria por ser, por associação, segura para pessoas LGBTQ+. Pessoalmente, sinto-me bastante segura, mas acho que nunca tive uma demonstração

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de afeto muito explícita com uma mulher. Nunca senti nada na pele, o que se deve a vários fatores, nomeadamente a ter uma expressão de género mais feminina. Talvez as pessoas não pensem que possa ser lésbica, quem sabe. No entanto, a vivência de uma pessoa LGBTQ+ em Liubliana e a vivência de uma pessoa LGBTQ+ no interior da Eslovénia são muito diferentes. Tenho de confessar que quando ouço pessoas

pensamos em criar mais laços com outras comunidades lusófunas na Eslovénia e também pensar para lá do ciclo de cinema. Quem sabe, mais cooperação com a comunidade brasileira, por exemplo. O nosso público pode esperar muito convívio, empenho e vontade de espalhar as culturas lusófonas!

amigas a comentar situações comigo, penso que, se calhar, tenho uma falsa sensação de segurança, porque não entendo a língua e a forma como as notícias são dadas, por exemplo. Que notícias chegam aos jornais? Como é que as pessoas falam, será que comentam? São coisas que me passam um pouco ao lado. Tenho a ideia de que as pessoas têm mentes

V tej izdaji je Sardinha zlasti portugalska aktivistka Jessica Lima, ki jo že vemo predvsem o organizaciji portugalskega filmskega cikla, ki jo podpira Inštitut Camões preko portugalskega veleposlaništva na Dunaju. Izkoristimo priložnost, da vas bolje spoznamo. Ostanite na intervjuju.

muito mais fechadas do que em Portugal e que são muito mais preconceituosas. Conheço pessoas que sofreram e sofrem muita violência familiar por serem lésbicas ou gays ou transgénero. Às vezes, pergunto-me se em Portugal será assim no interior (sou do Porto). Penso que lá estamos um pouco mais à frente, mas não sei se é produtivo sequer fazer uma comparação.

Sardinha: Povej nam, kako si prišla v Slovenijo in koliko časa si že tu.

Jessica: Tu živim dve leti in pol. Prišla sem skoraj spontano. Začela sem opravljati EVS (Evropsko prostovoljsko službo), a že pred tem nisem več živela na Portugalskem in sem se želela preseliti v novo državo. Nisem vedela, kam bi šla in ljudje so mi

vedno govorili, da si je EVS projekt bolje izbrati brez Sardinha: Está nos teus planos ficar na Eslovénia?

razmišljanja o destinaciji. Tako sem izbrala projekt, ki se mi je Jessica: Definitivamente. A não ser que perca os meus dois takrat zdel zanimiv,in slučajno je bil v Sloveniji. Mislila sem, da trabalhos, mas estou confiante (risos).

bom ostala le eno leto, a v tem času se je veliko zgodilo in odločila sem se ostati.

Sardinha: Estás empenhada na organização do Ciclo de Cinema Português com a Catarina Cornejo e o João Costa. Sardinha: Kakšen je bil projekt?

Como é que está a correr? O que é que o vosso público pode esperar?

Jessica: Comecei há pouco tempo, mas estou bastante motivada! Para já estamos a delinear uma trajetória nova,

Jessica: Projekt je izvajal Zavod Voluntariat, jaz pa sem bila vodja skupine prostovoljk_cev. Poskušala sem organizirati aktivnosti, ki bi bile zanimive tako za organizacijo kot za druge mlade, ki bi prišle_i na naše dogodke in postale_i

[!7] Foto: Maša Goijc


Foto: Festival sve u jedan glas, Zagreb

prostovoljke_ci doma in v tujini, pa tudi aktivne_i državljanke_i. Med tednom sem bila zaposlena s tem klubom in z administrativnimi nalogami za organizacijo, hkrati pa sem se vključevala še v druge projekte. En od njih je bilo partnerstvo s prostovoljkami_ci iz Slovenske filantropije. Organizirale_i smo vodene oglede.

Jessica: Definitivno moram izpostaviti kolektiv Rdeče zore, ki sem se mu pridružila konec leta 2016. Kot članica kolektiva sem sodelovala pri pripravi dveh festivalov, ki so vedno okrog dneva žensk (8. marca). Verjetno je to skupaj z Z’borkami najbolj DIY in ‘grassroots’ iniciativa, pri kateri sodelujem v Ljubljani. Izpostavila pa bi rada tudi društvo Parada ponosa, kjer sem bila letos članica upravnega odbora in kjer sem tudi

Sardinha: Sodeluješ v Feminističnem pevskem zboru Z’borke. mentorica EVS prostovoljkam_cem. Kljub temu da imam v Kako izbirate pesmi za svoj repertoar?

Ljubljani dve službi s krajšim delovnim časom, me najbolj zaposljujejo prav kolektiv Rdeče zore, pevski zbor in Parada Jessica: V našem zboru vse pesmi izberemo s konsenzom. ponosa. Pred kratkim sem se pridružila tudi kolektivu LFU, pri Ponavadi nekdo predlaga pesem, ki jo želi peti, o tem se katerem sem organizirala delavnice in aktivnosti namenjene pogovorimo in sprejmemo odločitev. Ne odločamo z ženskam, predvsem lezbijkam in kvir ženskam.

glasovanjem ali čim podobnim, pač pa veliko diskutiramo, na dober način. Na našem repertoarju so pesmi od folka do popa in do prostestnih pesmi. Pojemo na primer tradicionalne italijanske revolucionarne pesmi, pele pa bomo tudi pesem Zeca Afonsa v portugalščini. Na repertoar skušamo dodati vsaj po eno pesem, ki prihaja iz nacionalnega okolja, iz katerega so članice zbora, torej iz Italije, Slovenije, Hrvaške itd. Zato

Sardinha: Si vesela novega zakona o samoodločanju glede spola, ki je bil nedavno sprejet na Portugalskem?

Jessica: Malo sem bila razočarana nad spremembo zakona [ki za mladoletne osebe med 16. in 18. letom zahteva zdravniško potrdilo], a vesela sem bila, da se je Portugalska komunistična stranka prenehala vzdrževati glasovanja. Vesela sem bila, da je

potrebujemo še makedonsko in portugalsko pesem. Pop pesmi pa pojemo le, če so povezane z LGBTQ+ tematikami in feminizmom, kot je na primer pesem Hayley Kiyoko Girls Like Girls, ki je eksplicitno lezbična pop pesem.

bil zakon sprejet, saj sem se po predsednikovem vetu bala, da so spremembe ne bo prišlo. Po mojem mnenju največji problem ostaja v tem, da mora zdravnica_k ali usposobljen_a uslužbenka_ec zdravstvenega sistema potrditi spol transspolne osebe. Čeprav Evropska unija transspolnosti ne opredeljuje več Sardinha: Se ti zdi, da petje v portugalščini deluje za slovensko kot duševne motnje, morajo ljudje na Portugalskem še vedno občinstvo?

prepričevati zdravnice_ke, da so zares trans.To je grozno! Poleg Jessica: Mislim da. Kot primer lahko povem, da smo se letos aprila ali maja udeležile festivala alternativnih zborov v Zagrebu. Ob zaključku so vsi zbori spontano začeli skupaj peti – bilo je več kot 50 ljudi. Ena od pesmi je bila Grândola. To pesem pozna veliko ljudi. Vsakič, ko slišim, kako jo poje zbor Kombinat, mi stopijo solze v oči. Glasba je veliko več kot le

tega, kaj to pomeni na primer za nebinarne osebe? Osebe, ki se identificirajo s spolom izven binarne delitve na moške in ženske, niso videne kot “dovolj” transspolne. Še vedno potrebujejo dva_e zdravnici_ka, da potrdita, da so trans. Potrebujemo zakon o samoodločanju, ki odločitev popolnoma prepušča posamezniku_ci. V evropskem kontekstu pa se mi

besedilo, včasih se nas dotakne glasba, ki je ne razumemo …

zakon zdi precej napreden. V Sloveniji smo precej v zaostanku, čeprav so LGBTQ+ organizacije zelo aktivne.

Sardinha: Kaj bi izpostavila v svoji aktivistični karieri v Ljubljani?

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Sardinha: Se ti zdi Slovenija varna za LGBTQ+ osebe?

več predsodkov. Poznam osebe, ki so pretrpele in še trpijo Jessica: To je težko vprašanje. Ljubljana je na splošno varno družinsko nasilje, ker so lezbijke, geji ali transspolne osebe. mesto, zato bi lahko bila varna tudi za LGBTQ+ osebe. Osebno Včasih se sprašujem, če je tako tudi na portugalskem podeželju (sama sem iz Porta). Mislim, da smo bolj napredni, toda nisem prepričana, da je primerjava sploh smiselna.

pa bomo tudi pesem Zeca Afonsa v portugalščini

Sardinha: Ali nameravaš ostati v Sloveniji?

Jessica: Definitivno. Razen če izgubim obe službi, ampak verjamem vase (smeh).

se počutim precej varno, res pa je, da nimam izkušenj z eksplicitnim izražanjem naklonjenosti ženski v javnosti. Sama se nisem nikoli počutila ogrožene, kar izvira iz več vzrokov, predvsem iz mojega bolj ženstvenega spolnega izraza. Morda ljudje mislijo, da gotovo nisem lezbijka, kdo bi vedel. Toda

Sardinha: Pridružila si se organizaciji portugaskih filmskih večerov s Catarino Cornejo in Joãom Costo. Kako vam gre?

Kaj lahko občinstvo pričakuje?

Jessica: Pridružila sem se pred kratkim, a sem zelo motivirana! Zaenkrat določamo novo usmeritev, razmišljamo, da bi se bolj povezali s portugalsko govorečimi skupnostmi v Sloveniji, ter izkušnje LGBTQ+ osebe v Ljubljani in LGBTQ+ osebe na razmišljamo izven meja filmskega festivala. Kdo bi vedel, morda podeželju se zelo razlikujejo. Priznati moram, da ko slišim svoje več sodelovanja z brazilsko skupnostjo, na primer. Naše prijateljice_e govoriti o svojih izkušnjah, pomislim, da imam občinstvo lahko pričakuje veliko družabnosti, predanosti in želje morda lažen občutek varnosti, ker ne razumem jezika in na po širjenju portugalsko govorečih kultur! primer novic. Katere novice pridejo v medije? Kaj na to pravijo ljudje, ali komentirajo? O tem ne vem veliko. Vtis imam, da so ljudje veliko bolj ozkogledni kot na Portugalskem in da imajo

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"CANTE ALENTEJANO" ZA PRAZNOVANJE MEDNARODNEGA DNEVA PORTUGALSKEGA JEZIKA “CANTE ALENTEJANO” PARA CELEBRAR O DIA INTERNACIONAL DA LÍNGUA PORTUGUESA Este ano as celebrações do dia internacional da Língua salvaguarda e rejuvenescimento. Aproveitamos a oportunidade Portuguesa em Ljubljana foram dedicados ao Cante para partilhar o texto cedido por Alcides.

Alentejano. Decorreram durante todo o dia, com início na aula de Português (nível avançado), seguindo-se ao final do dia com “Cante Alentejano” por Alcides Murtinheira

uma apresentação formal por Gabriela Droga Mazovec, uma palestra sobre o Cante no contexto da Língua Portuguesa, por Alcides Murtinheira (Instituto Camões em Viena), e da projeção do filme Alentejo, Alentejo. Este evento tem o objetivo de disseminar a Língua e Cultura Portuguesa na Eslovénia. A Revista Sardinha iniciou estas celebrações anuais em 2017, no contexto das aulas de Português, e este ano expande o seu

A 27 de novembro de 2014, um segundo género musical português passou a integrar a lista do Património Imaterial da UNESCO: depois do fado (em 2014), o cante alentejano via reconhecido o imperativo de continuar a ser transmitido às gerações futuras, preservado enquanto expressão musical e lírica de populações ligadas ao trabalho no campo. A

alcance integrando também o ciclo anual de Cinema Português apoiado pela Embaixada de Portugal em Viena. As aulas de Português de frequência bimensal oferecem aos Eslovenos luso-falantes a oportunidade de praticar a Língua e aprofundar conhecimento. Nesta lição abordaram-se algumas das letras populares de canções alentejanas (como o “Eu ouvi um passarinho”) onde os alunos discutiram conteúdos e até

candidatura não mencionou as origens do cante (canto da terra), já que é muito escassa e incerta a documentação passível de as definir, mas antes o contributo que o cante foi dando ao longo dos tempos à formação da identidade de grande parte dos alentejanos (sobretudo do chamado Baixo Alentejo).

praticaram o Cante. A cerimónia oficial só começou mais tarde, já no final do dia, com a apresentação formal das celebrações por Gabriela Droga Mazovec (presidente da Associação de Amizade Luso-Eslovena), que nos brindou com poesia na nossa língua materna, Lusitânea de Sofia de Melo Breiner. Seguiu-se de uma palestra sobre o Cante Alentejano e a Língua Portuguesa por Alcides Murtinheira, responsável pelo

Tratando-se de um canto polifónico essencialmente masculino, aceita-se como muito provável uma ligação inicial a práticas musicais de teor eclesiástico primeiro levadas a cabo no Alto Alentejo, nomeadamente na sua capital, Évora, onde a corte portuguesa chegou a residir durante alguns períodos do séc. XVI. Nesta cidade vivia também uma importante comunidade judaica, em parte formada por judeus fugidos à Inquisição

Centro de Língua Portuguesa na Universidade de Viena, Áustria, e leitor de Português na Universidade Comenius de Bratislava, Eslováquia. No dia consagrado à Língua Portuguesa, 5 de maio, dedicou toda a atenção a esta forma popular de cantar a natureza, as relações humanas, o trabalho e a religião, que a UNESCO fez integrar (em 2014) na sua lista

espanhola – seria, aliás, em Évora que a Inquisição portuguesa também se viria a estabelecer, em 1536. Para alguns musicólogos não é alheia ao cante uma certa cadência melódica que marca os cânticos judaicos da época, preservados até hoje, por exemplo, nas sinagogas portuguesas de cidades como Londres e Amesterdão.

de Património Imaterial da Humanidade, onde também está o Fado e a expressão musical Croata Klape, bem conhecida da audiência Eslovena e com algumas parecenças até com o Cante. A celebração seguiu-se com a projeção do documentário Alentejo, Alentejo, do realizador Sérgio Trefaut, onde se procura traçar um breve panorama histórico deste género musical, um dos últimos exemplos dos chamados

Não é, porém, de excluir uma origem naturalmente mais associada à Igreja católica. O introdutor da música polifónica sacra em Portugal, Pedro de Escobar (1465?-1535), também conhecido como Pedro do Porto, veio da Catedral de Sevilha para a Sé de Évora e percorreu vários pontos de Portugal, procurando vozes de crianças do sexo masculino que

cantos de trabalho, neste momento vivendo uma fase de pudessem integrar o coro da Sé onde agora exercia as suas

Foto: Joao Costa

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funções de mestre de capela. Sabe-se que, mais tarde, já na segunda metade do séc. XVI, frades paulistas sediados na Serra d’Ossa, a nordeste de Évora, foram incumbidos de fundar uma igreja e um convento (de São Paulo), em Serpa, no Baixo Alentejo, que seriam erigidos em 1569, e onde eles próprios começaram a ensinar canto polifónico: a duas vozes paralelas e sem acompanhamento musical, características muito próximas

cinco cordas duplas, originalmente tocado só com o polegar, que durante décadas se considerou em vias de desaparecimento e que tem vindo a viver um “renascimento” desde finais do séc. XX.

A Ditadura Militar implantada em 1926 (e depois o “institucionalizado” Estado Novo”) promoveu a ruralidade – no

das do cante, a par de um chamado “soluço” (pequena pausa fundo, até a própria pobreza – como uma forma de vida digna e para respiração) presente ainda hoje em muitos cânticos os responsáveis pela política cultural incentivaram a criação de religiosos.

grupos folclóricos um pouco por todo o país, que deveriam mostrar as suas tradições em espetáculos regularmente organizados, onde as letras que mais refletissem as duras canções em que a tristeza das suas condições de vida dos trabalhadores eram proibidas pela difíceis condições de vida combinava com censura. Tal implicava um maior cuidado na escolha das vozes e

elementos bucólicos como flores, ribeiros, pássaros ou sentimentos de amor

– pouco surpreendentemente no caso de uma manifestação popular que não incluía dança, como era/é o caso do cante – a ausência de participação feminina, já que, em meios tradicionalmente conservadores, seria impensável que mulheres saíssem à noite das suas casas para irem ensaiar lado a lado Como uma forma de cantar tão elaborada pode ter chegado ao com homens que não seriam da sua família. O cante foi-se povo é também impossível de explicar com exatidão, mas não definitivamente “masculinizando”, confinando-se cada vez mais era invulgar naquela época, na Península Ibérica e nas colónias ao lar a sua variante feminina. Por vezes, os grupos corais da América Latina, usar-se o cântico como elemento de representavam corporações profissionais, sendo o Coro dos propaganda religiosa. Infelizmente datam só de finais do séc. XIX Mineiros de Aljustrel o primeiro deste tipo, datando a sua os primeiros registos sobre o cante alentejano, entoado por fundação de 1926.

trabalhadores rurais, com pouca ou nenhuma instrução. As melodias, por seu turno, eram muito difíceis de reproduzir em pauta, uma vez que os solistas têm liberdade para acelerar ou tornar mais lento o tempo do seu solo. O primeiro solista (chamado “ponto”) apresenta o “tema” da canção, isto é, a sua primeira estrofe (a que costuma dar-se o nome de “cantiga”); seguem-se estrofes musicalmente fixas (quadras ou quintilhas),

A progressiva mecanização dos campos (por exemplo, com tratores e ceifeiras-debulhadoras) fez aumentar o desemprego e

se cantar.

cante alentejano) trouxe consigo a liberdade política, mas não logrou impedir o declínio da agricultura: dificilmente os jovens se

levou à migração para zonas industriais; nos anos 60 a Guerra Colonial levou mesmo à emigração, pelo que o tecido campesino se foi alterando. O cante permanece, porém, e muito relevantemente, como elemento de identidade e de união dos “alentejanos fora do Alentejo”, formando-se grupos corais em iniciadas por um segundo solista (o “alto”, que só canta a solo zonas da cintura industrial de Lisboa ou até nos subúrbios de um único verso) e continuadas pelo coro, que empresta ao cante Paris.

um caráter dramático, de certo fatalismo. O primeiro solista poderá retomar o “tema” com outra “cantiga” quantas vezes O 25 de Abril de 1974 (cuja senha musical “Grândola Vila quiser, o que permite concluir, neste caso sem hesitação, que o Morena”, tocada na Rádio Renascença à meia-noite e vinte cante era espontâneo e dependente do tempo que se tinha para minutos, era uma homenagem do compositor José Afonso ao

Esses primeiros documentos não excluem – muito pelo contrário – a existência de um “cante no feminino”, isto é, entoado por trabalhadoras do campo, por exemplo enquanto faziam longas caminhadas até à parcela de terra onde trabalhavam. Pode com naturalidade surgir a questão de como seria possível

sentiam atraídos pela dureza do trabalho agrícola, situação que se foi agravando com o tempo. A liberdade refletiu-se também nos costumes e, a partir de 1979, criaram-se grupos corais femininos (nesse ano fundou-se o Coro das Camponesas de Castro Verde), cujas interpretações obedecem em geral à trabalhadores(as) criarem e entoarem canções em que a tristeza estrutura das canções entoadas pelos homens, mas que fizeram das suas difíceis condições de vida combinava com elementos “renascer” alguns temas até então cantados a um nível mais bucólicos como flores, ribeiros, pássaros ou sentimentos de doméstico.No entanto, tal como sucede com os jovens do sexo amor, exatamente quando iam ou regressavam do trabalho, mas masculino, também as adolescentes naturais ou oriundas do – por estranho que possa parecer – a ida para o trabalho era um Alentejo têm alguma dificuldade em rever-se nos trajes típicos momento de alegria pelo simples facto de, naquele dia, terem das mães e avós e em letras que falam de condições de vida trabalho… As suas tarefas eram sazonais (monda, ceifa, apanha que (em grande parte felizmente) não experimentaram. Torna-se, da azeitona, etc.) e pagas ao fim do dia e, como tal, podiam não ter lugar diariamente: quando eram chamados a executá-las, a satisfação era grande. No regresso, junto a uma taberna (frequentada por homens, enquanto as mulheres se iam agora ocupar dos afazeres do lar), o cante podia até ser acompanhado pela viola campaniça (ou “viola alentejana”), instrumento com

pois, necessário – e foi esse o espírito da candidatura e da posterior aprovação da UNESCO – preservar esta forma musical eventualmente nascida em meios eclesiásticos, mas enormemente desenvolvida pelo povo, nela expressando alegrias e tristezas, as agruras e a beleza de uma vida campesina que é cada vez mais parte do passado.

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Letošnje praznovanje Mednarodnega dneva portugalskega jezika v Ljubljani je bilo posvečeno Cante Alentejanu. Praznovanje je potekalo ves dan, začenši kot običajno s tečajem portugalskega jezika (napredna stopnja), ki ji je sledil uvodni nagovor Gabriele Droga Mazovec. Nato je sledilo predavanje o Cante Alentejanu v kontekstu portugalskega jezika, ki ga je izvedel Alkides Murtinheira (Inštitut Camões na Dunaju), dan pa se je končal s

prišlo v 16. stoletju XVI. V tem mestu je živela tudi pomembna judovska skupnost, v katero so bili deloma vključeni Judje, ki so pobegnili zaradi španske inkvizicije – portugalska inkvizicija pa je prišla v Évoro leta 1536. Nekateri muzikologi vidijo v melodični kadenci Canta podobnost z melodiko judovskih psalmov iz tistega obdobja, ki so se ohranili do danes, na primer v portugalskih sinagogahv Londonu in Amsterdamu.

projekcijo filma “Alentejo, Alentejo”. Cilj tega dogodka je bilo razširjanje portugalskega jezika in kulture v Sloveniji. Revija Sardinha je pričela ta letna praznovanja leta 2017 v okviru pouka portugalskega jezika in letos razširja obseg, tako da vključuje tudi letni cikel portugalskega filma, ki ga podpira portugalsko veleposlaništvo na Dunaju in Inštitut Camões . Učne ure portugalskega jezika, ki se izvajajo dvakrat mesečno, nudijo

Vseeno ne gre izključiti možnosti, da je lahko izvor Canta povezan s katoliško cerkvijo. Uvajalec polifonične cerkvene glasbe na Portugalskem, Pedro de Escobar (1465? -1535), znan tudi kot "Pedro iz Porta", je prišel iz katedrale v Sevilli v katedralo v Evori in prepotoval Portugalsko, iščoč glasove mladih fantov, ki bi se lahko vključili pevski zbor, kjer je tedaj delal kot

slovenskim govorcem priložnost, da vadijo portugalščino in poglobijo znanje. V učni uri v okviru Mednarodnega dneva je pogovor tekel o nekaterih priljubljenih besedilih pesmi iz Alenteja (na primer "Slišal sem malo ptico"), kjer so prisotni razpravljali o vsebini in celo zapeli. Uradna slovesnost se je začela šele kasneje, ob koncu dneva, z uradno predstavitvijo praznovanj s

kapel mojster. Znano je, da so se pozneje, že v drugi polovici 16. stoletja menihi iz São Paola, ki so se ustalili v Serri d'Ossa, severovzhodno od Évore, razširili na področje Serpe, v nižjem Alenteju, kjer so leta 1569 postavili cerkev in samostan in začeli poučevati polifonično petje. Slednje sta sestavljala dva vzporedna glasu brez glasbene spremljave, kar je značilno tudi

strani Gabriele Droga Mazovec (predsednico Društva portugalsko Cantu, poleg tako imenovanega "kolcanjem" (majhnim premorom - slovenskega prijateljstva), ki nam je v našem maternem jeziku za dihanje), ki je še danes prisoten v številnih verskih pesmih.

“nazdravila” s pesmijo Sofie de Melo Breiner z naslovom "Lusitânea". Sledilo je predavanje o Cante Alentejanu in pesmi, v katerih je žalost njihovih težkih portugalskem jeziku, ki ga je izvedel Alcides Murtinheira, življenjskih razmer tako intimno vzezana z odgovoren za center za portugalski jezik na Univerzi na Dunaju v Avstriji in profesor portugalščine na Univerzi Comenius v elementi kmečkega življenja (kot so cvetovi,

Bratislavi na Slovaškem. Na dan, posvečen portugalskemu potoki, ptice ali ljubezenske tematike) jeziku, 5. maja, je svoje predavanje posvetil temu priljubljenemu načinu petja o naravi, človeških odnosih, delu in religiji, ki jo je UNESCO (leta 2014) vključil na seznam nematerialne kulturne dediščine , kamor sta bila uvrščena tudi Fado in hrvaške Klape Nemogoče je natančno razložiti, kako je tako kompleksna oblika (slednje so slovenskemu občinstvu dobro poznane in imajo nekaj petjalahko prišla vljudsko domeno, vendar v tistem času na skupnega s Cantom). Praznovanje se je zaključilo s projekcijo Iberskem polotoku in v kolonijah Latinske Amerike ni bilo nič dokumentarnega filma “Alentejo, Alentejo”, režiserja Sérgia nenavadnega, da je Cerkev uporabljala pesem in petje kot za Trefauta, ki ponudi kratko zgodovinsko panoramo tega pomoč pri svoji širitvi. Na žalost so prvi znani zapisi o Cantu šele glasbenega žanra, enega zadnjih primerov tako imenovanih iz konca 19. stoletja, kot so ga peli delavci na podeželju z malo delovnih pesmi, ki se sedaj aktivno ohranja in pomlajuje z novimi ali brez navodil. Melodije je bilo iz zapisovzelo težko generacijami. V nadaljevanju objavljamo besedilo, ki ga je reproducirati, saj lahko solisti svobodno pospešijo ali upočasnijo svoje petje. Prvi solist (imenovan "ponto") predstavlja glavno pripravil Alcides.

melodijo pesmi s prvo kitico(ponavadi imenovano "cantiga"); temu sledijo kitice, katerih melodija je bolj stalna. Slednje sprožil “Cante Alentejano” por Alcides Murtinheira

drugi solist ("alto", ki naslednje kitice “otvori” zgolj s petjem 27. novembra 2014 se je drugi portugalski glasbeni žanr uvrstil prvega verza), vse ostale verze pa zapoje celoten zbor, ki Cantu na seznam unesc-ove nematerialne dediščine. Po uvrstitvi fada daje dramatičen značaj in določen ton fatalizma. Prvi solist lahko leta 2014, je Cante alentejano pokazal, da ga je potrebno še po želji nadaljuje melodijo z drugo "cantigo", zaradi česar lahko naprej prenašati na prihodnje generacije, da bi se ohranjal kot brez obotavljanja zaključimo, da je bilo petje spontano in odvisno glasbeni in lirični izraz prebivalstva, povezanega z delom na od časa, ki je bil na voljo za petje.

zemlji. Kandidatura ne omenja porekla canta (“canto da terra”), saj o poreklu obstaja zelo pomanjkljiva in negotova dokumentacija. Kandidatura je namesto tega poudarjala prispevek, ki ga je imel cante na oblikovanje identiteto velikega dela prebivalcev Alenteja (zlasti na področju nižjega Alenteja).

Ti prvi dokumenti ne izključujejo - čisto nasprotno - obstoj

ženskega Canta, ki so ga izvajale delavke na poljih, med dolgimi sprehodi do zemljišč, kjer so delale. Seveda se lahko vprašamo, kako so delavci in delavke lahko ustvarjali pesmi, v katerih je žalost njihovih težkih življenjskih razmer tako intimno vzezana z Zaradi dejstva, da gre večinoma za moško polifonično petje, se elementi kmečkega življenja (kot so cvetovi, potoki, ptice ali je Cante sprva najverjetneje razvil iz cerkvenih glasbenih form, ki ljubezenske tematike), prav takrat, ko so prišli ali se vračali z so se na začetku pojavljale v zgornjem Alenteju, in sicer v dela. Morda se zdi čudno, vendar razlog za veselje je bilo že njegovi prestolnici Évora, kjer se je ustalilo portugalsko sodišče dejstvo, da jih je tisti dan čakalo delo. Njihovo delo je bilo

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sezonsko (košenje, pletje, nabiranje oljk itd.), torej nestalno in plačano ob koncu vsakega dneva. Zato je težko delo spremljalo tudi zadovoljstvo, da je bilo kaj dela. Cante se je pel tudi na poti nazaj z dela, v gostilni (ki so jo obiskovali moški , medtem ko so ženske prevzemale gospodinjske naloge), petje pa je takrat spremljala tudi kitara (“viola campaniça” oz. "viola alentejana"), instrument s petimi dvojnimi strunami, ki so jo prvotno igrali le s

v 60. letih je povzročila kolonialna vojna in tako se je struktura kmečkega prebivalstva in načina življenja spremenila. Cante kljub temu ostajazelo pomemben element identitete in združevanja ljudi iz Alenteja, ki živijo izven svoje regije, o čemer pričajo številne koralne skupine v conah industrijskega pasu v Lizboni ali celo v predmestju Pariza.

palcem. Ta kitara, ki je desetletja štela za izumrli inštrument, je 25. april 1974 (dan portugalske revolucije, katerega glasbeno svoj preporod doživela ob koncu 20. stoletja .

geslo "Grândola Vila Morena" je v 24.20zvenelo na radiju Renascençakot poklon glasbenika Joséja Afonsa Cantu Vojaška diktatura, ki se je začela leta 1926 (ki ji je sledil režim alentejanu), je prinesel politične svoboščine, a ni uspel preprečiti “Nove države” oz. Estado Novo), je kot pravega slavila upada pomena kmetijstva: mlade več ni pritegnilo kruto podeželjski način življenja, vključno z zelo prisotno revščino. kmetijsko delo. Svoboda se je odražala tudi v običajih. Od leta Ljudje, odgovorni za kulturno politiko, so spodbujali snovanje 1979 dalje so bili ustvarjeni ženski zbori (v tem letu je bil novih ljudskih/folklornih skupin, ki so kazale svojo kulturo in tradicijo na redno organiziranih prireditvah, kjer je cenzura prepovedala tista besedila Canta, ki so najbolj odražala stroge delovne pogoje delavcev. –Odsotnost žensk ni presenetljiva, saj Cante ni vključeval plesa, , saj je bilo v tradicionalno konzervativnih kontekstih nepredstavljivo, da bi se ženske ponoči

ustanovljen pevski zbor Castro Verde), katerih interpretacije so na splošno skladne s strukturo moškega petja, vendar so obudile tudi nekatere pesmi, ki so jih do takrat pele zgolj v domačih okoljih. Kot je značilno za vse mlade, se tudi mladi iz iz Alenteja težko prepoznajo v tipičnih nošah svojih staršev in starih staršev, prav tako pa težje vzpostavijo odnos do besedil, ki govorijo o

družile z moškimi, ki niso bili iz iste družine. Cante se je vedno bolj maskuliniziral,, žensko petje pa je ostajalo omejeno na petje v domačem okolju, v hišah. . Včasih so moške zborske skupine predstavljale delavske organizacije, kot je npr. rudarski zbor Al Justrel Choir, ustanovljen leta 1926. Postopna mehanizacija polj (na primer s traktorji in kombajni) je povečala brezposelnost in povzročila selitev ljudi v industrijska območja. Dodatno selitev je

življenjskih pogojih, ki jih (v veliki meri na srečo) že niso več niso doživeli. Zato je nujno - in to je bil duh kandidature in vpis v unescovo dediščino, , ohraniti to glasbeno obliko, ki je verjetno rojena v cerkvenih krogih, ki pa jo je oblikoval ljudski izraz, ki vsebuje radosti in žalosti, stiske in lepoto kmeta življenje, ki je vse bolj del preteklosti.

LUME ZAŽIGA NA JAZZ FESTIVALU V LJUBLJANI LUME A INCENDIAR O FESTIVAL DE JAZZ DE LJUBLJANA Embora este ano Pedro Costa (Clean Feed) não continue a fazer estética não é a de uma big band convencional, muito parte da organização do Festival de Jazz de Ljubljana, continua impactante e textural.

sim a brindar-nos com o melhor que se faz por terras Lusas. Desta vez a ambicioso projeto Lisbon Underground Music Ensemble L.U.M.E., a entusiasmar o público esloveno com tons vindos do funk e da eletrónica numa linguagem jazzística incomparável. Fica a entrevista ao seu mentor Marco Barroso e seus músicos.

S: Que influências são essas e como são trazidas para este contexto?

M: A simbiose daquilo que faço enquanto compositor reflete muitas influências, que passam pelo Jazz e pela música erudita, o pop-rock, muita coisa diferente. E depois também a

S: Como é gerir uma banda das vossas dimensões?

M: Pois, é complicado, são muitas pessoas. Já tocamos desde 2004 e agora já funciona melhor, as coisas já estão mais alinhadas. É difícil conciliar em termos logísticos mas conseguese sempre, porque toda a esta gente tem muita vontade de fazer isto. Todos se unem em redor de um objectivo.

confluência com os sons da banda e dos seus músicos que têm origens diversas, e experiências muitos diferentes da música pop, da música experimental, etc.

L: Na verdade, isto sai tudo da cabeça do Marco Barroso. Já toco com ele desde os tempos do conservatório e já desde essa altura os caminhos musicais vinham dele, ele é que é o cabecilha desta sopa incrível, através de várias fases. Estamos sempre a

L: Não tocamos Jazz standard, mas peças completamente originais de tudo, até trance e funk. Parece uma big band, com 3 saxofones em formação clássica, flauta e clarinete, depois 3 trompetes e 3 trombones, quase como uma big band. Mas a

criar peças novas, que dependem das tournées que fazemos, onde vamos, influências que recebemos, etc. Os músicos são praticamente os mesmos desde início, mas às vezes temos algumas mudanças que também trazem riqueza.

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S: Há alguns elementos culturais Portugueses pelo meio?

band. Toda naša estetika ni enaka kot v konvencionalnih velikih M: Não usamos instrumentos tradicionais, mas por exemplo há skupinah, je zelo izvirna in teksturna.

uma música que tem um bocadinho de uma marcha de Lisboa, e algumas citações de muitos contextos diferentes. O facto de ser S: Kateri so vplivi na vašo estetiko in kako jih vnašate v ta Português e de Lisboa tem um reflexo na na música que fazemos. kontekst?

Mas não há nenhuma referência específica.

M: Gre za simbiozo tega, kar počnem kot skladatelj,v mojem delu se odražajo številni vplivi, od Jazza do kalsične glasbe, pop-rocka, S: Há intenções de ir ao encontro da música eletrónica?

raznolikost je velika. In nato svoje doda še sozvočje skupine in M: Há um espectro disso sim, embora não seja exactamente música para dançar. Há um lado muito futurista da música, de formas muito diferentes, que passa não só por esse encontro com a música de dança, que é o caso da música que escrevi para a discoteca Lux-Frágil, que tem uma alusão direta a isso. Mas por muitas outras coisas, a nossa música tem muita fisicalidade.

S: Como é a aceitação do público a este vosso formato?

njenih številnih glasbenikov z raznolikim poreklom in njihove številne različne izkušnje iz pop glasbe in eksperimentalne glasbe.

L: Pravzaprav vse zamisli izvirajo iz glave Marka Barrosa. Še iz časov konservatorija igram z njim in že takrat je razvijal lastne glasbene poti. On je idejni vodja te juhe zvokov, ki je šla med ustvarjanjem skozi več različnih faz. Vedno delamo nove posnetke, navdih za njih najdemo na svojih gostovanjih, v stavreh, ki jih

L: Esta música que tocamos é muito ilustrativa. Parece-se quase como uma banda sonora, como se estivessemos a mostrar sons de alguma cena. É muito física e impactante, lá está. Não se consegue ficar indiferente a ela. Este tipo de som tem captado outro tipo de público para além da audiência de Jazz. Todo o tipo de pessoas diferentes para além do típico público do Jazz. Especialmente com as faixas quase trance, a puxar para a música

delamo, kadar kam gremo se soočimo z novimi glasbenimi vplivi, dobimo nove zamisli itd. Glasbeniki smo že od začetka praktično eni in isti, včasih pa pride tudi do občasnih zamenjav, ki pa prav tako prinašajo zdravo vzdušje v glasbo.

S: Je kje čutiti vpliv portugalskih kulturnih elementov?

M: Ne uporabljamo tradicionalnih portugalskih instrumentov, ampak

eletrónica, que já não tem nada a ver com Jazz.

obstaja pesem, ki ima malo lizbonskega tradicionalnega pridaha in nekaj citatov iz različnih kontekstov. Dejstvo je, da smo Portugalci S: E a aceitação do público em BeNeLux?

in živimo v Lizboni, kar zagotovo vpliva na naše razmišljanje o L: É sempre muito boa. Sempre que vamos fora temos glasbi, ki jo izdelujemo. Vendar se ne sklicujemo izključno na te experiências muito positivas a nível de público. Agora tocamos no kulturne vzorce.

Largo de São Carlos, em Lisboa. E vamos também estar presentes na European Jazz Conference, com algumas das pessoas que aqui S: Imate namen začeti ustvarjati elektronsko glasbo?

estão. Vamos sempre fazendo aquilo que pudermos.

M: Obstaja spekter tega da, čeprav to ni ravno glasba za ples. Obstaja namreč tudi zelo futuristična stran elektronske glasbe, ki ni pribljubljena zgolj kot plesna glasbo. Primer je pesem, ki sem jo Čeprav v letošnjem letu Pedro Costa (Clean Feed) ni več del napisal za diskoteko Lux-Fragile, ki se neposredno nanaša na to. organizacije Ljubljanskega jazzovskega festivala, nam nazdravlja z Toda za mnoge druge stvari ima naša glasba veliko fizikalnosti.

najnovejšim dogajanjem iz sveta portugalskega jazza. Tokrat slovensko občinstvo razveseljuje z ambicioznim projektom Lizbonski podzemni glasbeni ansambel L.U.M.E.( Lisbon Underground Music Ensemble), ki preseneča z mešanjem tonov funka in elektronike, v jazz jeziku brez primere. Sledi pogovor z njegovim vodjo Marcom Barrosom in sodelujočimi glasbeniki.

S: Kako je voditi tako veliko glasbeno skupino?

M: Ja, zapleteno je, veliko ljudi je. Že od leta 2004 igramo in sedaj delujemo bolje, stvari so že bolj usklajene. Težko se je prilagajti, predvsem je zapleteno reševanje logističnih zahtev, vendar vedno vse speljemo, ker so se vsi člani zelo pripravljeni žrtvovati. Vsakdo se prilagodi skupnemu cilju.

L: Ne igramo standardnega jazza, temveč popolnoma izvirne

S: Kako javnost sprejema tovrsten glasbeni format?

L: Glasba, ki jo igramo, je zelo ilustrativna. Deluje skoraj kot zvočni posnetek, kot da bi prikazovali zvoke iz nekega konkretnega prizora. To je precej fizično in šokantno, vseprisotno. Ne morete ostati ravnodušni do tega glasbenega formata. Ta vrsta zvoka je poleg publike Jazza zajela tudi druga občinstva. Vse vrste različnih ljudi, poleg običajnega jazz občinstva. Še posebej s skoraj trans skaldbami smo pritegnili poslušalce elektronske glasbe, ki nima veliko skupnega z jazzom.

S: In kako vas je sprejela javnost v BeNeLuxu?

L: Kot vedno zelo dobro. Vsakič, ko igramo v tujini, imamo zelo pozitivne izkušnje s civilno družbo. Zdaj bomo igrali na Largu de

komade raznoraznih zvrsti, celo transa in fanka. Izgledamo kot São Carlos, v Lizboni. Tudi na Evropski jazz konferenci bomo velika skupina, s 3 saksofoni v klasični formaciji, flavto in prisotni, a le nekateri od tistih, ki smo danes tukaj. Na nastopih klarinetom, nato sledijo 3 trobente in 3 tromboni, skoraj kot big damo vedno vse od sebe, naredimo, kar lahko.

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DRUGA GODBA TEM FUMAÇA PRETA

DRUGA GODBA IMA ČRNI DIM

Druga Godba je festival glasb sveta, ki v Slovenijo prinaša ritme, ki jih nismo navajeni. Svojo prvo izvedbo beleži v letu 1984, kar ga postavlja kot pionirja tovrstnih festivalov v Jugoslaviji, starejši pa je tudi odportugalskega festivala glasb

glasbene podvige pri že obstoječih malih založbah. Veliko sem hodil po glasbenih trgovinah, kupoval veliko cdjev – kar se ni spremenilo – in dobro sem sledil dogajanju na sceni. Čutil sem, da je bila scena zelo predvidljiva, želel sem si več “umazanije”,

sveta Músicas do Mundo v Sinesu, ki je tovrstna referenca na Portugalskem. 34. izdaja je potekala konec maja in v Piran, Ljubljano ter Kranj prinesla več kot 20 pogovorov in koncertov. Za olajšanje potovanja med prostori je bil urejen brezplačen uradni avtobus za prevoz na relaciji Ljubljana-Piran, namenjen imetnikom splošne festivalske vstopnice. Sardinha je tokrat dogajanje spremljala le v Ljubljani. Prva noč v prestolnici je bila

več norosti v glasbi. Tega nisem našel, zato sem ustanovil svojo založbo, Music with Soul, in začel iskati prve skupine za izdajo cdja. Tedaj sem organiziral tudi koncerte – en prijatelj iz Belgije mi je pisal in predstavil angleško funk skupino, za katero je moral najti prostor za koncert. Poslal mi je njihov stik, njihova glasba se mi je zdela fantastična in zdelo se mi je, da prav taka glasbe manjka. . To je pripeljalo do odprtja založbe. Ta skupina

razpeta med Šiško in centrom. Na Metelkovi so ljudje videli kongovsko zasedbo KOKOKO!, z brenkali in tolkalni, kjer je pustila svoj pečat prav kot publika s svojim energičnim plesom in petjem, ko jo je k temu povabila zasedba na odru. Na vrtu Vodnikove domačije so se predstavili Les Sons of Illighadad, "hčerke" Illighadada, vasi v puščavi Sahara v Nigeriji. Če ta zasedba piše zgodovino s tem, da jo vodi prva ženska, ki na

se je imenovala The Grits in bila skupina mojih kolegov Stuarta in Jamesa, ki se danes igrajo z mano na Fumaça Preta. Organizirali so svoj koncert in med logistiko in izmenjavo mail sporočil sem jih vprašal, kdaj bodo objavili glasbo, ki so jo imeli na svojem Myspacu. Rekli so mi, da ta glasba njihovi založbi ni všeč in me vprašali, če poznam koga, ki bi jo bil pripravljen izdati. In poznal sem nekoga! Torej sem jim objavil cd, postali

Drugi Godbiigra električno kitaro, jo pišejo tudi s svojo revolucionarno preobrazbo tradicionalne tuareške glasbe, kjerženska igra zgolj tolkala. To je bil harmoničen, intimen, vendar poln večerni koncert, ki je ponudil življenjsko priložnost slišati in doživeti zasedbo Illighadad. Ena od bolj razburljivih skupin na tokratniDrugi Godbi je bila zasedba Fumaça Preta

smo prijatelji in organiziral sem jim koncert . Takoj je bilo med nami veliko empatije in imeli smo podoben način ustvarjanja glasbe ter podobne vplive, okus za glasbo itd. V tistem času sem uporabljal eeno garažo, kjer sem jim rekel, da bom naredil svoj studio. Spominjam se, da so gledali garažo in rekli, da bo urejanje studija trajalo dolgo. Trajalo je nekaj časa, vendar sem

(črni dim), anglo-portugalsko-venezuelski trio, ki jo je vodila divja sila, navdihnjena z najrazličnejšimi glasbenimi slogi, od psihodeličnegaa rocka do free jazza in tropikalije . Zasedba je s kričanjem (za publiko razumljivih ali nerazumljivih) besed v španščini in portugalščininedvomno osvojil klub Channel Zero. Skupino trenutno sestavljajo Alex, portugalsko-venezuelski glasbenik, ter Stuart in James, oba Angleža. Sardinha je na dan

to storil v skoraj treh letih. Takrat sem organiziral tudi festival z afriško in latinoameriško glasbo , imenovan Vintage Voudou, na katerega sem vabila tuje DJ-je, ki so mi bili všeč. Nekoč sem povabil Joela Stonsa, Brazilca iz New Yorka, ki je postal naš vokal. Prišel je na festival, jaz pa sem izkoristil priložnost in tja povabil tudi Stuarta in Jamesa, in po zabavi smo vsi odšli v studio. Posneli smo to, kar je postal naš prvi singel. Ker je bil cd

koncerta srečala Alex v času, ko staostala dva člana skupine tako dobro sprejet in smo uživali pri snemanju, smo nadaljevali. šele prihajala. Sledi intervju::

Točno isti način: Joel je prišel na festival, naslednji dan smo šli v studio, naredili drugi singel, ki je bil še bolje sprejet, zato sem S: Zdi se, da je band začel s tvojo spodbudo. Povej nam, kako predlagal, da bi naredili cd.Po tem smo našli založboin v tem se je vse skupaj začelo.

trenutku je Soundway vprašalpo naših prihodnjih koncertih. O: V Amsterdamu sem imel preveč časa in pisarniško službo, ki Takrat smo se začeli zavedati, da moramo postati bend, zato sem jo sovražil. Tudi če bi rad ustvarjali glasbo, je ne bi mogel. smo se odločili, da bomo osnovali trio, ker je Joel živel v New Torej, da bi lahko delal kaj v tej smeri sem odprl založniško hišo, Yorku.

ker sem bil mnenja, da ni obstajal prostor za bolj tvegane S: Ste se takrat odločili za ime Fumaça Preta, ali ste ime že

Foto: Catarina Cornejo


imeli?

O: Ne, prvi singel je izšel kot Fumaça Preta. Ime je bilo že na začetku. Toda tedaj je Fumaça Preta postala skupina, saj smo imeli pred tem praktično samo izkušnjo snemanja v studiui.

S: V katerih jezikih pojete?

O: Prvi cd je v brazilski portugalščini, ker je Joel Brazilec. Na drugem albumu, kjer pojem jaz, se je postavilo vprašanje, v

S: Kot zasedba pišete, da se vaši vpliviraztezajo od Franka Zappe pa vse do psihadeličnega roka iz Baíe v Braziliji. Je Chico Science tudi eden izmed vplivov?

O: Stuart je čisti fen Franka Zappe, Zappa je zanj religija. To je pri meni Chico Science. Njegovo glasbo in glasbo Nação Zumbi sem spoznal še, ko sem bil zelo mlad in sem, živel v Venezueli. Kar je takrat spadalo pod mangue beat, to je bil moj

kateri portugalščini naj bi peli. Mislil sem, da ni smiselno začeti peti vportugalski portugalščini, po prvem albumu v brazilski portugalščini. Mislil sem, da bo to malo čudno, morda bolj zame kot za občinstvo, ker sem veliko časa pel na način, kot jih je pel Joel in, če sem odkrit, mi je tako ljubše. . Drugi album je že v portugalščini in španščini. Tretji - in tega še nikomur nismo

grunge. Še posebej gibanje mangue beat oziroma to, kar je MTV imenoval špansi rock ali “rock mestizo”. To so bile predvsem skupine iz Latinske Amerike, ki so igrale glasbo, podobno tej, ki jo igramo tudi mi. Vzeli so rock in ga zmešali z vsem, s čimer so ga želeli. To je bilo odlično gibanje v devetdesetih letih in to je bila brez dvoma moja šola . Veliko

povedali - je v španščini. Ne vem, zakaj se tako dogaja.

S: Ali nista Stuart in James nikoli želela, da poješ v angleščini?

O: Da, večkrat sta me prosila, vendar sem zavrnil. To ni stvar principa, ampak angleščina tudi to ni nekaj, kar bi mi bilo naravno. Ni mi všeč peti v angleščini, morda zato, ker v resnici ne maram glasbe v angleščini. Poslušam je bolj malo, zato to ni stvar, ki bi prišla iz mene naravno, kot je petje v v španščini ali

tega, kar počnem zdaj, je neizogibno vzeto od tam, to je del mene. Stuart in James imata drugačno izkušnjo, tudi zato, ker sta odraščala drugje in sta starejša. Na primer, v devetdesetih letih, ko sem bil v svojih najstniških letih, sta onadva bila že odrasla, hodila na rave in živela vso norost 90. let z elektronsko glasbo.. To je bilo zame prezgodaj. Nikoli se ne omejujemo. Mimogrede, to je malo snobovsko, vendar imamoveliko pesmi,

portugalščini. Ko se siliš, po mojih izkušnjah, ne zveni tako dobro. Ne pravim, da nikoli ne bom pel v angleščini. Verjetno se bo zgodilo, ne zapiram teh možnosti.

S: Kako d e l u j e ustvarjalni proces?

O: Naš ustvarjalni

ki smo jih dali na stran, ker so podobne nekaterim, ki smo jih ženaredili.

S: To mora biti boleče in naporno.

O: Ustvarjamo nekako takole: gremo v studio, tam ostanemo tri, štiri, pet dni - nikoli več kot pet - in tam začnemo

proces je zelo ustvarjati. Ko mučen, naporen in rečem ustvarjati ne boleč, a je hkrati v mislim na pisanje not. . Foto: Catarina Cornejo zadovoljstvo, ko je končan. Začnemo igrati nesmiselne Med procesom ne čutim velikega stvari dokler ne začnejo dobivati veselja. Obstaja veliko konfliktov idej, imamo precej oblike. Toda sredi vsega tega se rado zgodi, da to, drugačne okuse, čeprav se morda ne zdi tako. Res mi je všeč kar igramo, enemu od treh deluje super, dva pa mislita, da je ta afriška, brazilska, karibska, latinoameriška in podobna glasba. Jamesu je blizu techno, elektronska in angleška glasba iz 70.in 80. letStuart ima resnično rad rock, eksperimentalno glasbo in cviljenje na kitari. Naš kreativni proces je iskanje srednje poti med vsem tem.

S: Na YouTubu je video vašega koncerta na MusicBoxu v Lizboni. Kakšno je igranje v Lizboni, še posebej za tebe?

material najbolje zavreči.

S: In te pesmi hranite v upanju, da jih boste nekega dne uporabili?

O: To je dobro vprašanje, v bistvu mora biti nekje kakšen trdi disk s stotinami na pol dokončanih melodij. Ne vem, kje je, ampak nekje je zagotovo. Če umremo v letalski nesreči in nekdo najde trdi disk, bodo verjetno izdali dvojni CD z

O: Posebno je. To je en od krajev z dodatno čustveno obremenitvijo za mene. Brez dvoma igranje v Lizboni nima nobene zveze z igranjem nikjer drugje, zaradi moje čustvene navezanosti do mesta in ljudi, ki jih tam še vedno imam. In tudi zato, ker se je tam zame začel ves proces, ki me je pripeljal, kjer sem zdaj. Tam sem igral v nekaj skupinah. . Spoznal sem

nedokončanimi komadi. Tam imam stvari, za katere bi raje videl, da jih ne sliši nihče.. Mogoče bi morali poiskati ta disk, ga predledati in malo počistiti. . To si bom zapisal na seznam stvari, ki jih moram narediti, ta seznam nima konca.

S: Ali meniš, da je Druga Godba podobna festivalu "Músicas do Mundo" v Sinesu na Portugalskem?

večji del brazilske in afriške glasbe v tem mestu. Seveda sem svoj proces poglobil kasneje v Amsterdamu, toda v Lizboni sem začel. Zaradi neizogibnih stikov, ki potekajo v Lizboni, kjer je veliko ljudi iz Brazilije, Zelenortskih otokov, Angole in tako naprej.

O: Mislim, da je pristop podoben, a "Músicas do Mundo" ima veliko večji razpon. Šel sem na prve festivale, ko so bili koncerti zgolj na gradu in so je festival trajal le en dan (smeh). Tam smo lani igrali. Festival je pošasten, traja skoraj teden dni in ima štiri odre, nenehne delavnice,... Ampak mislim, da sta


festivala primerljiva in odlično je, da obstajajo taki festivali, ker restantes membros do grupo ainda estavam para chegar. Fica kot glasbenik in kot oseba, ki ji je všeč glasba, čutim veliko a entrevista:

potrebo po tem, da se odpirajo priložnosti in predvsem ponudi raznolikost. Mislim, da je bilo do pred kratkim vse zelo omejeno, da so na sceni vedno isti bendi in isti glasbeni stili. To se je dandanes spremenilo. V Amsterdamu so na primer praktično štiri koncerti afriške glasbe na mesec. Priča smo velikemu širjenju drugih kultur in zvokov, kar mislim, da koristi vsem.

S: A banda parece ter começado por teu incentivo. Conta-nos como aconteceu.

A: Antes tinha pouco tempo em Amesterdão e um trabalho de escritório que detestava. Embora quisesse fazer música, não podia. Então, o que resolvi fazer para poder contribuir e dar

O Druga Godba, literalmente “segunda banda” ou “outra banda”, é um festival de músicas do mundo que traz à Eslovénia ritmos outros que os do costume. Realiza-se na Eslovénia desde 1984, tendo sido pioneiro na Jugoslávia, e

seguimento a essa vontade foi abrir uma editora, porque achava que faltava um ângulo mais arriscado nas editoras pequenas que já existiam. Ia a muitas lojas, comprava muitos discos – e isso ainda não mudou – e estava bem a par do que se estava a passar e achava que estava tudo muito limpinho, muito previsível, e queria um bocado mais de sujeira, de loucura. Como não encontrava, decidi que ia ter de ser eu.

conta mais anos do que o Festival Músicas do Mundo em Sines, referência dos portugueses. A 34.ª edição decorreu no final do mês de Maio, e trouxe a Piran, a Liubliana e a Kranj mais de 20 conversas e performances. Para facilitar a deslocação, existia um autocarro oficial gratuito a fazer o transporte Liubliana-Piran e vice-versa, destinado aos detentores do passe geral do festival. A Sardinha, no entanto,

Então abri a minha editora, a Music with Soul e comecei a procurar candidatos para lançar. Nessa altura, também organizava shows, e um amigo da Bélgica mandou-me um email a falar de uma banda de funk inglês que era muito boa e a dizer que precisava de arranjar um show para eles em Amesterdão. Mandou-me o contacto deles, achei a música fantástica, que ia ao encontro daquilo de que eu sentia falta e

ficou-se este ano apenas por Liubliana. A primeira noite na capital dividiu-se entre Šiška e o centro. Em Metelkova, fomos ver os congoleses KOKOKO!, com instrumentos de corda e percussão que são tão obra deles como a desinibição do público, a dançar enérgico e a cantar sempre que convidado. O jardim da Vodnikova Domačija recebeu Les Filles de Illighadad,

que me levou a abrir a editora. Essa banda chamava-se The Grits e era a banda do Stuart e do James, que hoje em dia tocam comigo no Fumaça Preta. Organizei-lhes o concerto e, no meio da logística e troca de emails, perguntei-lhes quando é que a editora deles ia lançar uma música que tinham no Myspace. Disseram que a editora não tinha gostado e

“filhas” de Illighadad, uma aldeia no deserto Sahara na Nigéria. Se fazem história no Druga Godba por serem a primeira banda liderada por uma mulher que toca guitarra elétrica, estão também neste projeto a revolucionar a música tradicional do Tuareg, em que à mulher cabe apenas fazer percussão. Foi um concerto de fim de tarde harmonioso, intimista mas de casa cheia, em que sentíamos ter a ocasião de uma vida de as ouvir

perguntaram se eu sabia de alguém que a quisesse lançar. Por acaso sabia! Então lancei-lhes eu o disco, ficámos amigos e organizei o concerto. Houve muita empatia desde logo, muita semelhança na maneira de fazer música, nas influências, em gostos por bandas etc. Na altura, eu tinha uma garagem onde lhes disse que ia fazer um estúdio. Lembro-me de olharem para aquilo e dizerem que ia demorar. Demorou, de facto, mas

e através delas, Illighadad. Uma das bandas a atuar no festival acabei, passados quase três anos. Também estava a organizar de músicas do mundo Druga Godba foi a Fumaça Preta, trio nesse momento uma festa de música africana, latinoanglo-luso-venezuelano, movidos por uma força americana etc, que se chamava Vintage Voudou, selvagem, e inspirados por estilos tão para a qual costumava convidar DJs variados como rock psicadélico, estrangeiros de que gostava. free jazz e tropicália. Gritavam Convidei a certa altura o Joel palavras em espanhol e em Stones, brasileiro de Nova português, que compreensíveis ou não, conquistaram irreversivelmente o bar Channel Zero. A banda é

Iorque, que passou a ser o nosso vocalista. Veio tocar à festa, aproveitei e convidei o Stuart e o James e

atualmente composta pelo Alex, músico l u s o venezuelano, o Stuart e o James, ambos ingleses. A Sardinha encontrou-se com o Alex no dia do concerto, quando os

depois da festa fomos todos para o estúdio. Fizemos o que passou a ser o primeiro single. Como o disco foi

Foto: Catarina Cornejo

tão bem recebido, e gostámos tanto de o f a z e r, repetimos.


Exatamente o mesmo esquema: o Joel veio à festa, fomos para o estúdio no dia a seguir, fizemos o segundo, e a receção foi ainda melhor, então sugeri fazermos um disco. Depois de o fazermos, procurámos uma editora para lançar, e só nesse momento — quando a Soundway perguntou quando íamos

barulheira de guitarra. O nosso processo criativo passa por arranjarmos um meio-termo no meio disto tudo.

S: Há um vídeo no YouTube de um concerto vosso no MusicBox em Lisboa. Como é tocar em Lisboa, sobretudo para ti?

A: É especial. É um dos lugares com uma carga emocional extra

tocar — é que percebemos que tínhamos de começar a ser uma banda, e tomámos a decisão de começar a fazer em trio, porque o Joel morava em Nova Iorque.

S: Foi nessa altura que decidiram chamar-se Fumaça Preta ou isso foi antes?

A: Não, o primeiro single saiu como Fumaça Preta. O nome já foi logo de início. Mas foi aí que o Fumaça Preta passou a ser

para mim. Sem dúvida que tocar em Lisboa não tem nada a ver com tocar em qualquer outro lugar, por causa da minha relação afetiva com a cidade e com as pessoas que ainda lá tenho. E também porque o processo todo que me trouxe até aqui começou lá. Toquei em algumas bandas lá, descobri o que era o grosso da música brasileira e africana lá. Claro que depois em Amesterdão aprofundei muito mais, mas foi lá que comecei, por

uma banda, porque antes disso era praticamente só uma experiência de estúdio.

S: Em que línguas é que cantam?

A: O primeiro disco é em português brasileiro, porque o Joel é brasileiro. No segundo disco, em que sou eu a cantar, colocouse a questão de que português é que se ia cantar. Achava que não fazia muito sentido começar a cantar em português de

causa dos contactos inevitáveis que acontecem em Lisboa, onde há muitas pessoas do Brasil, Cabo-Verde, Angola etc.

S: Escrevem que as vossas influências passam por Frank Zappa e rock psicadélico da Baía. E Chico Science é também uma influência?

A: O Stuart é Frank Zappaziano até à exaustão, é dessa igreja. No meu caso passa por Chico Science. Conheci a música dele

Portugal, depois de ter um disco em português brasileiro. Achei que isso ia ser um pouco estranho, inclusive para mim, mais do que para o público, porque passei muito tempo a cantar as músicas da forma que o Joel as cantava, de que, para ser sincero, gosto mais. O segundo disco já é português e espanhol. O terceiro — e isto ainda não disse a ninguém — é em espanhol. Não sei porquê, foi acontecendo.

e dos Nação Zumbi quando era bem novo e ainda estava na Venezuela. Tudo o que era o mangue beat da época, costumo dizer que foi o meu grunge. Esse movimento do mangue beat em particular e o chamado ‘rock em espanhol’, como o MTV lhe chamava, ou “rock mestizo”, que eram basicamente bandas de rock da América Latina que faziam um pouco o que nós fazemos, que era pegar no rock e misturar com tudo o que lhes

S: O Stuart e o James nunca quiseram que cantasses em inglês?

A: Sim, já me pediram várias vezes, eu é que me recusei. Não por uma questão de princípio, mas não é uma coisa que nasça naturalmente, não gosto muito de cantar em inglês, talvez porque não goste muito de música cantada em inglês. Ouço

apetecesse. Foi um grande movimento nos anos 90 e foi a minha escola, sem dúvida. Grande parte do que faço hoje em dia passa inevitavelmente por aí, isso sou eu. O Stuart e o James têm outra viagem, também porque cresceram noutro lugar e são mais velhos. Por exemplo, nos anos 90, quando estava a começar a minha adolescência, já eram adultos, iam a

muito pouco, então não é uma coisa que parta de mim de forma natural, como é cantar em espanhol ou em português. Quando é forçado, na minha experiência, não soa tão bem. Não digo que nunca vá cantar em inglês. Provavelmente vai acontecer, não fecho essa porta.

S: Como é que funciona o processo criativo?

A: O nosso processo criativo é bem tortuoso, desgastante e

raves e faziam aquelas loucuras todas dos anos 90 da música eletrónica que eu gostaria de ter feito. Já cheguei um bocado tarde. Nós gostamos de não nos limitarmos nunca. Aliás, é um pouco snobe, mas muitas das músicas deixamo-las de lado porque são muito parecidas com alguma coisa que já fizemos.

S: Isso deve ser doloroso e cansativo.

A: A maneira como compomos é: entramos no estúdio, ficamos

doloroso, mas ao mesmo tempo reconfortante, uma vez acabado. Durante o processo, não sinto grande prazer. Há muitos conflitos de ideias, temos gostos bastante diferentes, embora não pareça. Eu gosto muito de música africana, brasileira, caribenha, latino-americana etc, o James gosta muito de techno, música eletrónica e música inglesa dos anos 70 e 80; o Stuart gosta muito de rock, música experimental e

lá três, quatro, cinco dias — nunca foi mais do que cinco até hoje —, e pomos tudo pronto a gravar, e depois é que começamos a compor. Quando digo compor não é sacar de um caderno. Começamos a tocar, a fazer disparates, até aquilo ganhar mais ou menos alguma forma. Mas, no meio disso tudo, acontece muito um dos três achar que o que está a soar ótimo e um ou dois acharem que está terrível e vai fora.


ARTE

EDUARDO BENTUB

UMETNOST

Deset Zelenortskih otokov vulkanskega izvora sredi Atlantika, v tradicionalnih afriških etnografskih posebnosti v obliki specifične kreolske kulture, znane po svojih običajih, glasbi in poeziji, predvsem pa po dobrosrčnosti in izjemnem optimizmu komaj pol miljona in nekaj domačinov, kar odseva tudi v delih slikarja Eduarda Oliveire Bentuba. Že kot otrok je kazal nadarjenost za likovno izražanje, vendar je bil zaradi skromnih razmer prisiljen improvizirati z materiali, tako kot večina umetnikov na sicer sušnem otočju, ki pa ne skopari s talenti. Ob prihodu na Portugalsko, kjer nadaljuje šolanje, se seznani s tamkajšnjimi likovnimi ustvarjalci in razvije svoj prepoznavni slog, ohranjajoč značilno žanrsko in krajinsko motiviko svoje domovine. Že na prvi pogled opazimo ekspresivno žarečo, primarno trikromatsko barvitost (rdeča, modra, rumena), ki jo dopolnjujejo sekundarni odtenki zelene in le včasih prisotna nepestra belina, pri čemer imajo barve predvsem simbolni, pogosto tudi psihološki pomen. Presenetljivo je tudi blago geometrijsko stilizirano oblikotvorje z lisastimi poteznimi nanosi in občasno risbo ali grafizmi, s katerimi slikar natančneje opredeljuje detajle. Med neposredno spoznavnimi motivi, poleg krajinskih upodobitev, prevladujejo predvsem figuralne kompozicije iz vsakdanjega življenja otočanov s tipičnimi naslovi, kot so Domačinki s sadjem, Pred obrokom »catchupa« (tradicionalna jed iz koruze, fižola in rib oz. mesa), Tržnica, Glasba in barve, Jazz ipd., kjer je umetnik skušal izraziti sinestetično součinkovanje barve, oblike in zvoka v enotno podobo sicer skromnega, a hkrati izjemno bogatega tamkajšnjega življenja.

Dez ilhas vulcânicas de Cabo Verde no Atlântico, com peculiaridades etnográficos tradicionais africanas na forma de cultura específica crioula conhecida pelas suas tradições, música e poesia, especialmente depois de caridade e otimismo de meio milhão de moradores, o que também se reflete nas obras do pintor Eduardo Oliveira Bentub. Já em criança apresentava um talento para a expressão artística, mas foi devido a circunstâncias modestas é forçado a improvisar com materiais, como a maioria dos artistas no arquipélago árido, mas sem economizar talento. Após a chegada a Portugal, onde a educação foi continuada, familiariza-se com artistas locais e desenvolve o seu próprio estilo distinto, mantendo os motivos característicos de paisagens da sua terra natal. À primeira vista, observa-se um brilhante expressivo, matriz tricromática primária (vermelho, azul, amarelo), suplementada por tons de verde secundários, e apenas ligeiramente presente uma brancura nepestra, em que a cor é principalmente simbólica, e muitas vezes também de uma importância psicológica. Uma modelagem geometricamente estilizada surpreendentemente leve, com layouts de trilha de folhas e desenho ocasional ou desenhos gráficos com os quais o pintor define detalhes com mais precisão. Os temas diretamente cognitivos do mel, além das representações paisagísticas, onde predominam composições figurativas da vida cotidiana dos ilhéus, com endereços típicos como frutas caseiras, antes da refeição de catchup (prato tradicional de milho, feijão e peixe ou carne). Música e cores, Jazz, etc., onde o artista tentou expressar o co-efeito sinestésico de cor, forma e som numa imagem uniforme de uma vida modesta, mas ao mesmo tempo excepcionalmente rica.


MORABEZA, MÚSICA E CACHUPA

MORABEZA, GLASBA IN CACHUPA

Cabo Verde – o país da morabeza, a excelente comida e a cultura encantadora. Quando penso na minha viagem a Cabo Verde, vem me sempre à mente a palavra “morabeza” que não podia definir mais os cabo-verdianos, especialmente aqueles com os que eu tive contacto. Todos eram muito amáveis e hospitaleiros, sem problema

Zelenortski otoki – dežela »morabeze«, izvrstne hrane in očarljive kulture. Ko pomislim na svoje popotovanje po Zelenortskih otokih, mi vedno na misel naprej pade beseda »morabeza«, kar bi lahko prevedli v slovenščino kot »prijaznost«. In res, ta beseda ne bi mogla bolj opisati Zelenortčanov; no, vsaj tistih, s katerimi sem bila

irão acompanhar-te uma parte do teu caminho e partilharão algum conselho sobre as caminhadas, oferecem um pedaço de cana de açúcar ou até te convidam a casa deles para provares a comida típica cabo-verdiana cachupa e aguardente grogue e jogares uma partida de jogo de oril depois da refeição. Desde o ponto de vista culinário, Cabo Verde é um país bastante diverso com muito pratos de peixe ou carne. Uma das comidas típicas, que já mencionei, é

v stiku jaz. Vsi so bili zelo prijazni in gostoljubni, brez problema te pospremijo del poti in dajo nasvet za kakšno pohodniško pot, ti ponudijo košček sladkornega trsa ali pa te kar povabijo k sebi domov na tipično zelenortsko jed »cachupa« in žganje »grogue«, po obedu pa te še povabijo, da z njimi odigraš partijo igre »oril«. S kulinaričnega vidika so Zelenortski otoki dokaj raznoliki, ponujajo pester izbor tako morskih kot mesnih jedi. Ena izmed tipičnih jedi, ki

cachupa e pode-se preparar com peixe ou carne. Fiquei um pouco surpreendida, quando vi que os cabo-verdianos comem-na também para pequeno-almoço. Um dos melhores lanches que provei foi cuscuz assado com queijo de cabra e cana de mel. Que deliciosa mistura de sabores! A sua cerveja Strela e o vinho local, vinho do Fogo, também são uma delícia, mas não fiquem surpreendidos se um copo do vinho local fique mais caro do que o

sem jo že omenila, je »cachupa«, in se jo lahko pripravi z ribami ali pa z mesom. Kar me je morda malo presenetilo, je to, da si jo Zelenortčani privoščijo tudi za zajtrk. Ena izmed boljših malic, ki sem si jih privoščila, pa je bil popečen kuskus s kozjim sirom in sladkornim sirupom. Res odlična mešanica okusov! Izvrstno je tudi njihovo pivo Stela in lokalno vino (vinho do Fogo), ki ga pridelujejo na otoku Fogo, a naj vas ne preseneti, če bo kozarček lokalnega

importado de Portugal. Para não falar somente sobre a comida e a bebida, quero dedicar umas palavras também a sua música e literatura. Mindelo, a cidade na ilha de São Vicente, é um lugar excelente se se quer desfrutar da sua cultura. Assim podem ouvir vários géneros musicais p. ex., morna, funaná e coladera que saem de diferentes bares. Como gosto muito da música cabo-verdiana,

vina dražji od uvoženega iz Portugalske. Pa da ne bom govorila samo o hrani in pijači, namenimo še nekaj besed njihovi glasbi in literaturi. Odlično za kulturno doživetje je bilo zagotovo mesto Mindelo na otoku São Vicente, kjer se iz barov slišijo edinstvene glasbene zvrsti kot so npr. morna, funaná in coladera. Ker mi je zelenortska glasba zelo všeč, sem obiskala tudi muzej Cesárije

decidi visitar o museu da Cesária Évora, onde guardam algumas Évore, kjer hranijo nekaj njenih oblačil, vilico in krožnik, iz katerega

Foto: Luis Quaresma peças da sua roupa, garfo e prato que sempre usava para comer, alguns documentos, certificados e até o molde dos seus pés. No final da visita é possível fumar um cigarro na varanda, em honra da famosa cantora que era uma fumadora apaixonada e podem ouvir a sua discografia. Antes da viagem também sabia que Cabo Verde

je vedno jedla, nekaj njenih dokumentov in certifikatov ter celo odtis njenih stopal. Za konec lahko na balkonu tudi pokadite cigareto v njeno čast, saj je bila strastna kadilka, in poslušate njeno diskografijo. Že pred potovanjem pa sem tudi vedela, da imajo Zelenortski otoki veliko ponuditi tudi z literarnega vidika. Tako je bil

tem muito para oferecer desde o ponto de vista literário. Um dos objetivos principais assim era explorar a sua história e literatura, por isso, aproveitei aquelas seis horas que tive na capital Praia para visitar a Fundação Amílcar Cabral, onde o guia explicou-me alguns factos sobre a sua vida e o seu papel na independização, tanto de Cabo Verde como Guiné-Bissau. A visita acabou com a agradável conversa sobre o movimento literário Claridade e a revista com o

eden izmed ciljev potovanja raziskati tudi njihovo zgodovino in literaturo, zato sem šest ur čakanja v glavnem mestu Praia, izkoristila za obisk Fundacije Amílcar Cabral, kjer mi je vodič razložil nekaj dejstev o Cabralovem življenju in njegovi vlogi pri boju za osamosvojitev Zelenortskih otokov in Gvineje Bissau. Na koncu sva se malo pogovorila še o literarnem gibanju Claridade in istoimenski reviji, ki je nastajala med leti 1936 in 1966 v Mindelu pod vodstvom

mesmo nome que surgia entre 1936 e 1966 no Mindelo sob a direção de Baltasar Lopes da Silva, Manuel Lopes, Jorge Barbosa, etc., e o seu significado para a independência cultural, social e politica deste país maravilhoso. Podia dizer que esse movimento incitava o despertamento da consciência coletiva cabo-verdiana porque até aquele momento estavam influenciados pelas ideologias portuguesas. Cabo Verde é tudo isto e muito mais.

Baltasarja Lopesa da Silve, Manuela Lopesa, Jorgeja Barbose, itd., ter njenemu pomenu na kulturno, družbeno in politično osamosvojitev te prečudovite dežele. Lahko bi rekla, da je to gibanje spodbujalo prebujanje zelenortske kolektivne zavesti, saj so bili pred tem ves čas pod vplivom portugalskih ideologij. Vse to so Zelenortski otoki in še veliko več.


Foto: Joao Costa ALDEIA PORTUGUESA NA 2A EDIÇÃO DO SÃO JOÃO EM LJUBLJANA PORTUGALSKA VAS OB DRUGI PONOVITVI PRAZNOVANJA SÃO JOÃO V LJUBLJANI A segunda edição da celebração do dia de Portugal de das neste país. Neste contexto foram confeccionadas versões da Comunidades, celebrada em Ljubljana, teve lugar este ano no dia 9 de Junho, na capital Eslovena. Foi mais uma vez um sucesso que muito orgulha os Portugueses residentes no país, contado com mais de 170 participantes de todas as idades e nacionalidades, na sua grande maioria Luso-falantes. Lembramos que a primeira edição, realizada no passado 2017, contou com mais de 100 pessoas, entusiasmadas em celebrar a Língua Portuguesa. Este é um evento anual, realizado sempre no sábado mais próximo ao 10 de Junho (este ano celebramos o dia de Portugal à meia noite). Conclui o ciclo anual de eventos de Língua e Cultura Portuguesa promovidas pela Comunidade Portuguesa na Eslovénia, pela Associação de Amizade Luso-Eslovena e pela Revista Sardinha, para voltarem a iniciar atividade depois do Verão.

feijoada portuguesa e da bifana que fizeram as delícias até dos participantes carnívoros que as experimentaram.

Nesta segunda edição foram vários os jogos tradicionais que juntaram Portugueses, Eslovenos e Luso-falantes das mais variadas origens. O programa de animação repetiu com sucesso o jogo das cadeiras, muito apreciado pelo público juvenil; e o jogo da corda, que tem sido sempre um entusiasmante componente deste evento. Este ano foram também incluídos a corrida de sacos de serapilheira, que já não são tão fáceis de encontrar; e o jogo da malha, que foi feito de propósito aqui na Eslovénia pelo Português Fábio Marques e a sua esposa, para deixar saudosos muitos dos que fizeram parte da actividade. A música tocou sempre em língua Portuguesa, passando pelos vários êxitos do pop-rock nacional, a música tradicional e o Fado, pelas mãos do toca-discos da festa, Carlos Sousa, que também encabeçou o comboio de dança quando foi preciso. As decorações que trouxeram uma outra cor à festa, foram trazidas de Portugal e feitas por cá pelas mãos de Paulo Relógio e Daniela Ribeiro.

O grande objetivo deste evento continua a ser a integração através da nossa Língua e Cultura, partilhando com todos a Portugalidade através dos sabores, música e jogos tradicionais Portugueses. É feito por voluntários que se esforçam durante meses a fio para que durante o dia das celebrações tudo seja Este evento inovador e original, o seu formato e conteúdo, foi muito bom para todos os participantes desta festa. Este ano o mais uma vez organizado pela Comunidade Portuguesa em evento foi coordenado por André Viveiros com o apoio de Daniela colaboração com a Revista Sardinha, e com o apoio da Ribeiro, João Pita Costa, Carlos Sousa, João Pires, Gabriela Associação de Amizade Luso-Eslovena e do Instituto Camões Droga Mazovec e Maria Gomes. Contou ainda com o apoio de através da Embaixada de Portugal em Viena. Teve ainda como José Salgueiro, Paulo Relógio e Catarina Cornejo que foram patrocinadores a Mercearia de Portugal (que enviou os enchidos responsáveis pelas iguarias nacionais em versão tradicional e para fazer a feijoada), a cooperativa de Metlika (que já tinha vegan.

apoiado a primeira edição, produtora do vinho esloveno E como não poderia deixar de ser, a culinária Portuguesa tomou um papel importante neste evento de promoção cultural. Uma vez que a sardinha (testada no ano passado) é muito miúda no mar Adriático, este ano optou-se pela feijoada e pela (já experimentada) bifana. A feijoada teve o apoio da loja online Mercearia de Portugal que enviou enchidos de várias origens para tornar possível a confecção desta iguaria. Foi sem dúvida uma

Portugalka), a vinícola eslovena Pečarič e o Pržanček, que concedeu o espaço para o evento.

Este ano houve uma vontade especial de convidar outros Portugueses e Luso-falantes a viver em cidades vizinhas (como Zagreb, Trieste ou Munique) e com eles celebrar este dia importante para todos. Tivemos a cobertura e apoio de vários media nacionais e internacionais incluindo a revista Port.Com, o

estrela da festa, um pouco diferente da variante local chamada jornal esloveno Ljubljanske Novice (que faz parte da maior casa Prebranec. A bifana foi servida já ao fim do dia, depois dos jogos de imprensa nacional Delo), a disseminação de eventos da tradicionais, a par com a muita animação entre participantes. Este Embaixada de Portugal em Viena e a Revista Visão. Todos ano sentiu-se a necessidade de incluir uma opção vegan, popular ajudaram a que esta iniciativa passasse a um outro nível e


atingisse rapidamente a lotação esgotada antes ainda do final de

posodo s prekajenim mesom) in (že preizkušeno) bifano. Feijoada

Maio. A Revista Sardinha foi o parceiro responsável pela disseminação do evento e seus ideais, muito ajudado pelo poster fantástico deste ano, da autoria de João Pires.

je bila pripravljena ob podpori spletne trgovine Mercearia de Portugal, ki je poslala klobase iz več virov, da bi omogočila pripravo te dobrote. Nedvomno je bila zvezda zabave, nekoliko drugačna od lokalne različice, imenovane Prebranec. Bifana je bila že ob koncu dneva po tradicionalnih igrah z veliko navdušenja sprejeta med udeleženci praznovanja. Letos smo

A próxima edição já está a ser discutida e manterá o mesmo formato, ideais e alguns parceiros, embora numa nova roupagem que promete trazer muitas novidades aos participantes e à cidade que acolhe o evento. Entretanto, parece que se está já a preparar um evento similar para Outubro, de menores dimensões, integrando uma participação Portuguesa nas tradicionais festas vinícolas de Metlika a 22 de Outubro, um dos parceiros do evento. Em breve saberemos mais e partilharemos convosco. Até lá boas celebrações.

občutili potrebo po vključitvi veganske različice, priljubljene v tej državi. V tem kontekstu so bile narejene različice portugalske feijoade in bifane potrdilo je mogoče najti v tej izdaji Sardinhe), ki je navdušil tudi mesojede udeležence, ki so jih poizkusili.

V tej drugi ponovitvi je bilo več tradicionalnih iger, ki so vključevale portugalske, slovenske, Lus o-govorce in na splošno vse udeležence najrazličnejših korenin. V animacijskem programu

Druga ponovitev praznovanja ob dnevu Portugalske in portugalskih skupnosti v tujini, je potekala v Ljubljani,slovenski prestolnici, 9. junija. Tako kot preteklo leto je bilo tudi letos praznovanje uspešno in v ponos vsem Portugalcem, ki živijo v Sloveniji, saj se je prijetnega druženja udeležilo več kot 170 ljudi

je ponovno blestela igro s stoli, ki je zelo priljubljena med mlajšimi udeleženci; in igra vlečenja vrvi, ki je bila vedno ena najbolj vznemirljivih trenutkov tega dogodka. V letošnjem letu je bilo vključeno tudi skakanje v posebnih vrečah, ki jih ni več mogoče najti; in igra malha, ki jo je pripravil portugalski par, Fábio Marques in njegova žena. S to igro sta vzbudila domotožje v mnogih, ki so sodelovali aktivnosti. Glasba je bila v portugalska,

vseh starosti in narodnosti, večinoma so bili vsi zbrani portugalsko govoreči. Spomnimo se, da je s eje prevga praznovanja Sao Joao v LJubljani leta 2017 udeležilo več kot 100 ljudi, navdušencev za praznovanje portugalskega jezika. To je vsakoletni dogodek, ki se vedno odvije na prvo soboto, ki je datumsko najbližja 10. juniju (letos praznujemo dan Portugalske

glasbeni repertoar je obsegaal različne žanre, od narodnih poprock hitov, do tradicionalne glasbo in Fada, za glasbo je poskrbel dj, Carlos Sousa, ki je tudi vodil plešoči vlak ljudi, kadar je bilo potrebno. Okraski, ki so praznovanju obarvali v novih barvah, so bili prineseni s Portugalske in so bili tukaj ročno izdelani s strani Paule Relógio in Daniele Ribeiro.

ob polnoči). Ta dogodek obenem zaključuje celoletni cikel portugalskih jezikovno - kulturnih dogodkov, ki jih spodbuja portugalska skupnost v Sloveniji, Luso-Slovensko društvo prijateljstva in revija Sardinha, ki nato nadaljujejo s svojimi delovanjem po predahu v poletnih mesecih.

Glavni cilj tega dogodka je povezovanje s portugalskim-talvez melhor? jezikom in kulturo, na raznorazne načine se portugalskost posreduje skozi okuse, glasbo in tradicionalne portugalske igre. Vse te dejavnosti pripravijo in zvedejo prostovoljci, ki se več mesecev vnaprej trudijo za to, da da v času praznovanja vse poteka kot je treba in da se lahko vsi sproščeno družijo. Letošnji vodja dogodka in koordinator je bil André Viveiros, ki je ob podpori Daniele Ribeiro, João Pita Coste, Carlosa Souse, João Piresa, Gabriele Droga Mazovec in Marie Gomes, pripravil odličen program. Prav tako je bila zelo dobrodošla pomoč Joséja Salgueira, Paula Relógio in Catarine Cornejo, ki so bili odgovorni za pripravo nacionalnih dobrot v tradicionalnih in veganskih različicah.

To inovativno in izvirno prireditev, njen format in vsebino je ponovno organizirala portugalska skupnost v sodelovanju s časopisom Sardinha in ob podpori Luso-Slovenskega društva prijateljstva in Inštituta Camões preko portugalskega veleposlaništva na Dunaju. Sponzorirala jo je tudi Mercearia de Portugal (ki je poslala klobase za izdelavo feijoade), zadruga Metlika (slovenski proizvajalec vina Portugalke, ki je že podprla prvo izvedbo praznovanja Sao Joao), slovenska vinarijo Pečarič in Pržanček, ki je organizatorjem omogočil prostor za izvedbo dogodka.

Letos smo čutili še posebno željo, da bi povabili tudi druge portugalske in luso-govorce, ki živijo v sosednjih mestih (na primer Zagrebu, Trstu ali Münchnu) in bi praznovali z nami ta pomemben dan za vse. Dogodek je pokrivalo in podprlo več

Kot je bilo pričakovati, je portugalska kulinarika odigrala pomembno vlogo na področju promocije kulture. Ker je sardina

nacionalnih in mednarodnih medijev, vključno z revijo Port.Com, slovenskim časopisom Ljubljanske novice (ki je del največje nacionalne tiskovne hiše Delo), razširjanjem dogodkov portugalskega veleposlaništva na Dunaju in portugalskega revija Visão. Vsi so pomagali premakniti promocijo dogodka na tako visoko raven, da so vstopnice pošlje že pred koncem meseca

(testirana v lanskem letu) iz Jadranskega morja zelo majhna, je letošnji organizacijski odbor izbral feijoado (tradicionalno fižolsko

maja. Revija Sardinha je bila kot partnerica odgovorna za razširjanje novic o dogodku in njegovem blišču, pri čemer je k

Foto: Joao Costa


razširjanje novic o dogodku in njegovem blišču, pri čemer je k

kraju, ki bo gostilo dogodek, prineslo veliko novih presenečenj.

uspešni promociji zagotovo močno pripomogel fantastični plakat z najavo letošnejga praznovanja, ki ga je oblikoval João Pires.

Vendar pa se zdi, da se podobno, a manjše praznovanje pripravlja že jeseni, 22. Oktobra, ko bo osrednja nit portugalsko sodelovanje na tradicionalnih vinogradniških prireditvah v Metliki, ki je tudi eden izmed partnerjev dogodka. Kmalu bomo vedeli več in vas obvestili. Do takrat, lepo praznujte.

Naslednja ponovitev je že v pripravi in nameravamo ohraniti enako obliko druženja, dejavnosti in nekatere partnerje, čeprav v novi preobleki, ki obljublja, da bo udeležencem pranovanja in

ACONTECE EM LJUBLJANA

TO SE DOGAJA V LJUBLJANA

Há muito a acontecer em Ljubljana em Língua Portuguesa, mais do que qualquer um podia esperar. Esta edição da Sardinha segue-se às festividades do dia de Portugal e das Comunidades, que aconteceu a 9 de Junho sob o tema dos Santos Populares

International organizado pela editora eslovena Založba Sanje, com o apoio da Comissão Nacional Eslovena para a UNESCO. Foi com um grande prazer a que recebemos no Ziferblat e nos deu a boa notícia da abertura de centros literários PEN nos

(em destaque nesta revista), e antecede já habitual Festa da Lusofonia de fim de Verão, que acontece a partir de 27.9.2018 que já foi anunciada nesta edição. Entretanto a Comunidade Portuguesa recebe a 10.9.2018 o Senhor Secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, José Luís Carneiro, que esteve presente no Fórum Estratégico de Bled, e que aproveitou a oportunidade para conhecer a Diáspora na Eslovđenia. Em

países Lusófonos Cabo Verde e Guiné Bissau. Falamos também da vantagem de integrar elementos de outras línguas na Língua Portuguesa, e no consequente potencial literário dos Portugueses da Diáspora. Ela própria viveu dez anos na Alemanha e conhece de perto a realidade de estar longe da Língua Materna. Teresa é da opinião que mesmo escritores cuja Língua Materna não é o Português (por exemplo Eslovenos)

Outubro, a 22.10.2018 em Metlika, um grupo de Portugueses representará as cores Lusas na festa tipicamente dedicada ao vinho Portugalka, com uma barraquinha onde serão servidos sabores tradicionais.

podem sim criar boas peças literárias na nossa Língua desde que conheçam bem a sua melodia e como a podem manejar. As sessões de Ponto de Encontro da Língua Portuguesa organizadas pela Associação de Amizade Luso-Eslovena irão continuar para ler e rever o “Livro do desassossego” de Fernando O ciclo do Cinema Português está agora num novo lugar Pessoa e “A Pedra do Reino” de Ariano Suassuno.

Poligon em Tobacna, Ljubljana - após o fecho do nosso estimado Ziferblat. É apoiado pelo Instituto Camões através da Embaixada de Portugal em Viena, com filmes selecionados pelo editor e editor convidado desta Sardinha - João Costa e Catarina Cornejo - em conjunto com o leitor atribuído pelo Instituto Camões em Viena - Alcides Murtinheira - e o próprio Instituto Camões . Esta iniciativa é de entrada livre, com todos os filmes legendados em inglês, permitindo que todos possam participar nesta viagem

As actividades da Mala de Herança voltaram depois das férias de Verão, com histórias para crianças sempre na Língua Portuguesa, juntando brasileiros e portugueses numa comunhão de culturas que apetece. Terminamos esta coluna dando os parabéns a Marta Berglez pelo seu prémio de poesia da ACIMA (Associazione Culturale Internazionale Mandala), aribuído na Feira do livro de Turim (foto de Marta no stand com a sua filha e Sonia

cinematográfica a Portugal ao longo do ano.

Miquelin).

Entretanto a segunda edição do Simpósio Internacional de Multilinguismo está a ser preparada pela Associação de Amigos Esloveno-Portuguesa para Novembro, voltando a dar um impulso ao tema e a juntar estudiosos do tema e público em geral para discutir as vantagens e os desafios em ter diversas línguas maternas. Volta a ser apoiada pelo Instituto Camões por intermédio da Embaixada de Portugal em Viena.

Dogodkov v Ljubljani, ki potekajo v portugalščini, je veliko – več, kot bi morda pričakovali. Pred izdajo te številke Sardinhe se je odvijalo praznovanje dneva Portugalske in portugalskih skupnosti, ki je potekalo 9. junija na temo priljubljenih svetnikov (več o tem pišemo v tej številki revije), v enem od zadnjih poletnih dni, 27. septembra 2018, pa se bo odvil že tradicionalni Festival luzofonije, ki smo ga že omenili v tej izdaji. Poleg tega pa je portugalska skupnost 10.9.2018 v svoji sredi gostila državnega sekretarja za portugalske skupnosti Joséja Luísa Carneira, ki je obiskal Strateški forum Bled. To priložnost je izkoristil za to, da se

A 23 de Abril de 2018 foi organizada a Tertúlia da Associação de Amigos Esloveno-Portuguesa, em colaboração com o apoio do Centro Esloveno PEN e da Embaixada do Brasil em Ljubljana, desta vez com a presença da escritora portuguesa Teresa Salema. Este evento faz parte do programa Book Night je srečal s portugalsko diasporo v Sloveniji. 22. 10.2018 pa bo


skupina Portugalcev na dogodku v Metliki, navadno

posvečenemu vinu Portugalka, predstavljala portugalske barve s stojnico, na kateri bodo ponujali tradicionalne portugalske dobrote.

dogajanja v Noči knjige, ki ga organizira Založba Sanje ob podpori Slovenske nacionalne komisije za UNESCO. Veseli smo bili novice o odprtju literarnih centrov PEN v dveh luzofonskih državah – na Zelenortskih otokih in v Gvineji Bissau. Govorili smo tudi o prednostih prehajanja novih elementov v portugalski jezik ter o Cikel predvajan portugalskega filma se bo od sedaj zaradi zaprtja literarnem potencialu Portugalcev v diaspori. Tudi Teresa sama našega dragega Ziferblata odvijal na novi lokaciji – v Poligonu na zaradi izkušnje desetletnega bivanja v Nemčiji osebno pozna Tobačni 5 v Ljubljani. Ti filmski dogodki so podprti s strani Instituta realnost življenja daleč od maternega jezika. Meni, da tudi pisci, Camões preko portugalske ambasad na Dunaju, filme pa izbirata katerih materni jezik ni portugalščina (npr. Slovenci), lahko urednik in gostujoča urednica Sardinhe João Costa in Catarina ustvarijo kvalitetna literarna dela v našem jeziku, če dobro poznajo Cornejo v sodelovanju z lektorjem, ki ga je dodelil Instituto njegovo melodijo in pravila. Na srečanjih Prostori srečevanja Camões na Dunaju, Alcidesom Murtinheirjem ter s samim portugalskega jezika, ki jih organizira Društvo SlovenskoInstitutom Camões. Vstop na te filmske dogodke je prost, filmi pa portugalskega prijateljstva, se bo še naprej prebiralo in razpravljalo imajo angleške podnaslove, tako da lahko prav vsakdo sodeluje o delih »Knjiga nespokoja« Fernanda Pessoa in »Kamen pri tem filmskem popotovanju po Portugalski in to skozi celo leto.

kraljestva« Ariana Suassuna.

Drugi Mednarodni simpozij o večjezičnosti, ki ga bo v novembru Dejavnosti v okviru dogodka Portugalska dediščinska torba se organiziralo Društvo slovensko-portugalskega prijateljstva, ima vračajo po poletnih počitnicah z zgodbami za otroke v namen poudariti pomembnost in spodbuditi raziskovalce ter portugalskem jeziku, pri čemer bo brazilsko in portugalsko splošno javnost k razpravam o prednostih in izzivih tega, da ima skupnost povezovalo tisto, kar njuni kulturi združuje. Ta prispevek oseba več kot en materni jezik. Dogodek prav tako podpira zaključujemo s čestitkami za Marto Berglez, ki je za svojo poezijo Instituto Camões preko portugalske ambasade na Dunaju.

prejela nagrado, ki jo podeljuje ACIMA (Associazione Culturale 23. aprila 2018 je bilo v sodelovanju in s podporo Slovenskega Internazionale Mandala) in je bila podeljena na Knjižnem sejmu v centra PEN in Veleposlaništva Brazilije v Ljubljani organizirano Turinu (fotografija Marte in njene hčerke ter Sonie Miquelin pri srečanje Društva slovensko-portugalskega prijateljstva tokrat v stojnici). družbi portugalske pisateljice Terese Salema. Ta dogodek je bil del

MAS QUEM É JOAO COSTA? A ENTREVISTA

KDO JE JOAO COSTA ? INTERVJU Z

João Pita Costa é um português, que tem vivido por Ljubljana nos lado, gostávamos da vida aqui, e fomos ficando. Uma das últimos dez anos. Pela primeira vez veio como turista, depois grandes diferenças entre Lisboa, de onde venho e que tem dois voltou como estudante através do intercâmbio Erasmus, e depois milhões de habitantes, e Ljubljana é que embora haja muita coisa matriculou-se num doutorado em matemática e ficou por Liubliana. Trabalha agora no desenvolvimento de negócios de projetos científicos europeus no XLAB, e é muito ativo no campo da cooperação luso-eslovena.

a acontecer por cá também, é mais manejável. Se moras no centro, pode ir a qualquer lugar de bicicleta e, portanto, não perdes tempo no trânsito. Eu gosto muito das pessoas em Liubliana, e gosto especialmente da atmosfera da primavera e do verão na cidade. Tem algo de Mediterrânico em si.

Sardinha: O que te convenceu em Ljubljana?

Quando visitei Ljubljana pela primeira vez com os meus amigos, Sardinha: O que exatamente tem em mente?

achei que era uma cidade agradável e queria muito voltar. Naquela Eu gosto do senso de humor, do ambiente relaxado ... podes época também andava interessado na ex-Jugoslávia, o que era outro motivo para voltar. No intercâmbio de estudantes Erasmus, aprendi muito sobre a cidade, o país e a região, mas só estive aqui um semestre e, no entanto, predominantemente rodeado de estrangeiros. Eu queria conhecer melhor as pessoas locais, o meio ambiente e a cultura, e por isso voltei como estudante de

aproveitar a vida e trabalhar bastante ao mesmo tempo. Eu gosto do equilíbrio que se tem cá entre trabalho, vida familiar e vida social com amigos. E desde o passado Novembro que escrevo para uma das principais revistas portuguesas - a Revista Visão sobre a experiência eslovena, como por exemplo, a festa da apanha de espargos em Kras.

doutoramento com uma bolsa da Fundação para a Ciência e Tecnologia Portuguesa.

Sardinha: Os portugueses que vivem na Eslovénia conhecem-se uns aos outros?

Sardinha: Qual foi a chave para ficar aqui?

A maioria conhece-se pessoalmente, e moram cá também cerca Durante os meus estudos de doutoramento, conheci a minha de 150 brasileiros, com quem estamos constantemente em esposa Dijana aqui. Embora pudéssemos ir morar para qualquer


contato. Ultimamente, estamos a tentar o mais possível reunir as duas comunidades, porque temos muitos pontos em comum, o que é apoiado pela Embaixada do Brasil em Liubliana, e desse modo também cooperamos. Em Outubro, estamos a preparar uma celebração da Língua Portuguesa das diferentes partes do mundo.

Sardinha: O quais foram os hábitos de "Ljubljana" que adoptaste?

Anda de bicicleta (sempre no lado direito da estrada), a precisão de pegar a criança às 16:00 no jardim de infância, caminhar e desfrutar do parque tivoli, fazer uma caminhada de fim de

privilégio de lançar as bases da comunidade eslovenaportuguesa.

Sardinha: Também participas na Associação de Amizade LusoEslovena?

É verdade que os nossos eventos são muitas vezes criados numa cooperação entre a Associação de Amizade Luso-Eslovena e a revista Sardinha, que também quer dar voz à Comunidade Portuguesa. E como somos apenas 50 na Eslovénia, decidimos aumentar o nosso círculo de tal forma que incluamos os locais que desejam fazer parte desta Comunidade. Por que é que apenas Portugueses podem fazer parte dela? Afinal, há muitos

semana, fazer um piquenique com os amigos e velejar com os colegas de trabalho ... apenas hábitos agradáveis.

eslovenos que falam português e conhecem bem a cultura portuguesa, lugares a que chamam casa... Eles são quase tão Sardinha: E quais são os espaços que gostas mais nesta cidade? portugueses como eu. (risos) E por que é que eles precisariam de Eu gosto muito do Kinodvor, não apenas por causa de filmes, passaportes portugueses para fazer parte dessa Comunidade?

mas por causa de todos os eventos que eles organizam. Eu Sardinha: E que tipo de eventos têm realizado?

também gosto do bar Magda, que foi criado pelas pessoas que Todos os anos organizamos as Festas dos Santos Populares dantes dirigiam o Bi-ko-fe, cuja influência cultural é saudável uma celebração das comunidades portuguesas fora de Portugal. para Liubliana.

Sardinha: Sentes-te um estrangeiro em Liubliana?

Sim e não. Independentemente do facto de que sempre serei um estrangeiro de alguma forma, já conheço muito bem as pessoas, a cultura local e a cena subcultural. Posso dizer que já me integrei no ambiente como um esloveno. Estamos a fazer muito trabalho no campo da conexão com a Eslovénia e Portugal, e

A segunda edição no passado dia 9 de Junho em Ljubljana foi apoiado pela Embaixada Portuguesa e por algumas organizações. Houve comida portuguesa, música e jogos populares. A ideia, que está no pano de fundo do evento, é a apresentação de nossa cultura para todos que estão interessados nela. Antes, a 5 de Maio, celebramos o dia internacional da Língua Portuguesa, que aconteceu no Ziferblat e

também a editar com a minha esposa a revista bilingue Sardinha, na qual escrevemos sobre os dois países. Recentemente lançamos a 17ª edição da revista Sardinha, que foi criada no ano de 2013 após o encerramento das embaixadas em Liubliana e Lisboa. Eu e a minha esposa estabelecemos esta publicação porque queríamos continuar e desenvolver as interconexões

Joao Pita Costa je Portugalec, ki je zadnjih deset že Ljubljančan.

interessantes entre os países, e também o que de muito temos em comum. Actualmente há cerca de 50 portugueses a viver na Eslovénia, o que não é um número grande, e por isso não queríamos que a revista se tornasse um boletim informativo para os imigrantes, mas que representasse a Eslovénia, Portugal e outros Países de Língua Portuguesa através de vários aspectos. A Sardinha é uma revista bilíngüe e, portanto, permite diversas leituras. Através dela construímos uma comunidade e, com este objetivo, organizamos eventos da cultura portuguesa. E como disse o nosso colega de Munique - editor da TugaMuc - temos o

Foto: Joao Costa

teve música, projeção do um filme e muito mais. Tivemos ainda um convidado especial com uma palestra: Alcides Murtinheira, professor de português da Universidade de Viena.

Prvič je sem prišel kot turist, nato se je vrnil kot študent prek Erasmus izmenjave, kasneje pa se je v Ljubljani vpisal na doktorski študij iz matematike in takrat tudi ostal. Zdaj se ukvarja s poslovnim razvojem znanstvenih evropskih projektov pri podjetju xLab, sicer pa je zelo aktiven na področju portugalskoslovenskega sodelovanja.

Sardinha: S čim vas je prepričala Ljubljana?

João: Ko sem Ljubljano prvič obiskal s prijatelji se mi je zdela prijetna in želel sem se vrniti. V tistem času me je zanimala tudi


zgodovina nekdanje Jugoslavije, kar je bil še en razlog. Na študentski izmenjavi Erasmus sem se veliko naučil o mestu, državi in regiji, vendar pa sem bil tu le en semester in kljub vsemu pretežno obkrožen s tujci. Ker sem želel bolje spoznati lokalne prebivalce, okolje in kulturo, sem se vrnil kot doktorski

Sardinha: Kateri prostori so vam v tem mestu še posebej pri srcu?

João: Zelo imam rad Kinodvor, pa ne samo zaradi filmov, temveč zaradi vseh dogodkov, ki jih organizirajo. Zelo mi je všeč tudi lokal Magda, ki so ga vzpostavili nekdanji Bikofejevci,

študent, ko sem dobil štipendijo portugalske znanstvene fundacije.

katerih kulturni vpliv je za Ljubljano zdrav.

Sardinha: Kaj je bilo ključno, da ste tu tudi ostali?

João: V času doktorskega študija sem sicer tu spoznal svojo ženo Dijano, vendar bi takrat lahko šla skupaj kamorkoli, a ker

Sardinha: Se v Ljubljani še počutite kot tujec?

João: Da in ne. Ne glede na to, da bom tu na nek način vedno tujec, hkrati že zelo dobro poznam ljudi, lokalno kulturo in subkulturno sceno. Lahko rečem, da sem se v okolje že umestil

sva tukaj uživala življenje, sva ostala. Ena od velikih razlik med Lizbono, od koder prihajam in ki ima dva milijona prebivalcev ter Ljubljano je, da se tudi tukaj veliko dogaja, vendar ni gneče. Če živiš v centru, lahko greš kamorkoli s kolesom in tako ne zapravljaš časa v prometu. V Ljubljani imam rad tudi ljudi, še posebej pa mi je všeč spomladansko in poletno vzdušje v mestu. Nekaj mediteranskega je vas.

kot Slovenec. Veliko delate na področju povezovanja Slovenije in Portugalske, urejate tudi elektronsko revijo Sardinha, v kateri pišete o obeh državah.

Pred kratkim je izšla ravno 17. izdaja revije Sardinha, ki je nastala leta 2013 po zaprtju veleposlaništev v Ljubljani in Lizboni. Ustanovili smo jo z moja žena, ker smo želeli z zanimivim povezovanjem med državama, nadaljevati in to tudi

Sardinha: Kaj točno imate v mislih?

João: Všeč mi je smisel za humor, sproščenost … Znate uživati življenje in hkrati tudi trdo delati. Všeč mi je ravnovesje, ki ga imate med delom, družinskim življenjem in druženjem s prijatelji. Od novembra pišem za spletno stran ene od osrednjih portugalskih revij Revista Visão, med temami, ki sem jih do zdaj

razvijati, saj imamo kar precej tudi skupnega. V Sloveniji trenutno živi približno 50 Portugalcev, kar ni veliko število in si zato nisem želel, da revija postane imigrantsko glasilo, temveč da predstavljamo Slovenijo, Portugalsko in druga portugalsko govoreča območja skozi različne vidike. Sardinha je dvojezična revija in tako nagovarja raznoliko bralstvo. Prek nje gradimo skupnost, s tem ciljem pa organiziramo tudi dogodke

lotil, so bili na primer smučarski skoki, naslednji prispevek pa bo o nabiranju špargljadi.

Sardinha: Se Portugalci, ki živite v Sloveniji poznate med sabo?

João: Večinoma se poznamo osebno, okoli 150 pa jih tukaj živi tudi iz Brazilije, s katerimi smo vedno več v stiku. V zadnjem času si prizadevamo, da bi obe skupnosti združili, saj imamo veliko skupnih točk, kar pa podpira tudi brazilska ambasada v Ljubljani in tako z njimi tudi sodelujemo. Za oktobra pripravljamo praznovanje portugalščine z različnih koncev sveta.

Sardinha: V tukajšnje okolje ste vpeti prek profesionalnega in osebnega življenja, vendar pa ima za vas velik pomen tudi portugalska skupnost?

João: Če ne bi imel otroka, bi lahko mirno živel brez nje. Vendar zdaj, ko imava sina, se mi zdi pomembno poudarjati tudi to povezavo, saj ob slovenščini, odrašča tudi ob portugalščini, kar pa zahteva veliko dela. Prav iz tega vidika je pomembno, da srečuje portugalske otroke, sicer bi bila portugalščina samo jezik enega od staršev.

portugalske kulture. In kot je rekel kolega iz Münchna - na revija TugaMuc - imamo privilegij, da postavljamo temelje slovenskoportugalske skupnosti.

Sardinha: Sodelujete tudi v društvu prijateljsko-slovenskega prijateljstva?

João: Drži, dogodki pogosto nastajajo v sodelovanju med društvom slovenskega-portugalskega prijateljstva in revijo Sardinha, ki želi biti glas integrirane skupnosti. In ker nas je v Sloveniji samo 50, smo sklenili, da naš krog povečamo in sicer na način, da vanj vključimo domačine, ki si to želijo. Zakaj bi morali biti del nje samo Portugalci? Veliko je Slovencev, ki govorijo portugalsko, poznajo portugalsko kulturo, kraje … So skoraj toliko Portugalci kot jaz. (smeh) In zakaj bi, da zato, da so del te skupnosti, potrebovali portugalske potne liste?

Sardinha: Kakšen dogodki so pripravljate?

João: Vsako leto organiziramo Festas dos Santos Populares praznovanje portugalskih skupnosti izven Portugalske. Dogodek 9. junija v Ljubljani podpira portugalska ambasada in nekatere

Sardinha: Kaj bi lahko rekli, da so »ljubljanske« navade, ki ste jih prevzeli?

João: Vožnjo s kolesom (vedno na pravi strani ceste), točnost, da otroke poberem ob 16. uri v vrtcu, sprehajanje in uživanju v parku, konec tedna pohod na Rožniku in kava na soncu, piknik

organizacije. Poskrbljeno je bilo za portugalsko hrano, glasbo in popularne igre. Ideja, ki je v ozadju veselice, pa je predstavitev naše kulture vsem, ki jih to zanima. Še pred tem smo 5. maja praznovali dan portugalskega jezika, ki se ga bilo na ta dan mogoče v Ziferblatu tudi učiti, del dogodka pa bodo tudi glasbo, projekcija filma in drugo. Poseben gost pa bo do Alcides

s prijatelji in jadranje z službo … sama prijetne navade.

Murtinheira, lektor portugalskega jezika iz dunajske univerze.


COMO SE SER HUMANO?

KAKO BITI ČLOVEK?

E no encerramento do nosso Ziferblat, que era o lugar especial

Humanos. Quanto mais eu faço isso, mais percebo que há muito

que todos gostávamos tanto, com as portas abertas para a maioria dos eventos da Comunidade Portuguesa, finalmente conseguimos a entrevista com uma de suas pessoas-chave mais importantes e carismáticas, familiar a todos nós: Tom Norman

para aprender, muito para ver. Estou impressionado com a curiosidade de como as pessoas vivem a vida, e quanto mais eu mergulho nela, mais interessante ela fica. Por agora, parece que é isso que eu quero fazer da minha vida. Estamos aqui por pouco tempo e precisamos aproveitar ao máximo. Nos últimos 8 ou 9 anos, tenho tentado tantos projetos diferentes e ideias de negócios, mas isto realmente parece a coisa que eu deveria estar

S: O que é o projecto Como ser Humano, e como é que começou?

T: Esta é minha tentativa de falar com o maior número de humanos possível para tentar entender o que realmente está no núcleo fundamental de ser Humano. Envolve eventos, um podcast, entrevistas regulares sobre café, uma comunidade no Facebook, um site, e esperamos que um livro que eu vou começar a escrever em breve. É um monte de coisas a acontecer

a fazer.

muito espontaneamente. Há dois anos, lembro-me de ter anotado no meu telefone sobre a ideia de reunir as pessoas para discutir como é o amor ou o medo. Logo depois disso, eu decidi que o primeiro evento seria com o tema “a morte” e juntei pessoas para o discutir. Tive mais de 25 desses eventos sobre os mais diversos

uma conversa decente em vez de apenas ir para uma festa. Pessoas que desejam uma melhor autoconsciência.

S: Quem são as pessoas que vêm para estas sessões?

T: Pode ser muito diversificado, com pessoas dos 16 aos 40 anos. São pessoas que gostam de discutir grandes tópicos. Talvez o tipo de pessoa que gosta de passar a noite fora tendo

S: Isso intercepta o problema das gerações mais jovens de não serem usadas para conversar cara a cara com estranhos, fora de suas redes sociais. Isso faz

tópicos. Quando discutimos “o medo”, ficamos sentados por 3 horas, numa sala cheia de estranhos, discutindo sobre o que temos medo e porquê.

S: O que faz uma boa

parte do teu projeto? Ou está pelo menos relacionado?

T: Sim, acho que isto está relacionado. Estamos num momento único de se ser Humano, onde os nossos papéis estão a mudar

sessão How To Be Human?

T: A coisa mais interessante s o b re e s t a s d i s c u s s õ e s acontece quando minha cabeça não está envolvida. Se eu penso demais nestas coisas, sinto um bloqueio e o evento não

rapidamente e de forma dramática. Todos os pontos que costumávamos usar para nos definir, como a religião, o género e o local de trabalho, estão a evoluir e a mudar, e eu acho que nós, Humanos,

flui. Quando eu deixo as coisas estamos a enfrentar uma crise de acontecerem, até as piadas saem identidade em que tentamos pegar os completamente do nada. Então fica pedaços do que é ser Humano. Mais do Foto: Joao Costa muito mais fácil. Vejo pessoas a falar sobre que qualquer outra coisa, acho que coisas e conecto os pontos. Aliás, facilito de tal precisamos estar vulneráveis uns aos outros. maneira que as pessoas sentem que podem falar sobre Costumavas ter a tua "vida social" e a tua "vida qualquer coisa. Na verdade, parece muito intuitivo. Não me lembro se é algo que aconteceu desde o primeiro dia, ou se é algo que se desenvolveu, mas as melhores sessões que já fiz foram totalmente intuitivas.

S: Como escolhes os temas para os teus eventos?

T: Eu olho para as partes centrais do que significa ser Humano. Há dois mil anos atrás as pessoas estariam a sentir ansiedade, amor, etc., Estes sentem-se como as partes fundamentais do ser Humano.

doméstica", que eram realmente diferentes, mas agora que temos canais sociais online, a vida social nunca para. Eu acho que isso se torna muito importante. Ser Humano está a mudar tão rapidamente, e para mim essa é uma das minhas esperanças para o projeto: fazer as pessoas pensarem sobre o que significa ser Humano em 2018, e partilhar isso com os outros.

S: Qual é o impacto de tudo isso em ti mesmo?

T: Estar exposto às pessoas e ter conversas regulares e conscientes desencadeia muitas ideias e realizações sobre

S: Todo o trabalho que desenvolveste no Ziferblat nos dois anos e meio que lá passaste, foi muito centrado em torno deste conjunto de ideias, colocando jovens estranhos interagindo uns com os outros cara a cara. Quão impactante foi isso para ti?

T: Ziferblat era um ambiente muito especial. Ao contrário de qualquer outro café, a conversa não era como “queres um cappuccino?”, mas sim “como pensas sobre a vida?” Ou “do que

algumas de nossas similaridades que compartilhamos como

tens medo?” Ou “o que te excita?” Automaticamente muda

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completamente o ambiente do lugar. Todos os dias eu poderia apenas seguir a minha curiosidade e fazer às pessoas essas perguntas, e foi mesmo isso que fiz. Sou um curioso sobre as pessoas e o Ziferblat foi um local que me permitiu explorar isso. Quando há um espaço que promove ativamente pessoas que se abrem e conversam umas com as outras, as pessoas respondem

resnici izgleda zelo spontano. Ne morem pa se spomniti, če gre za stvar, ki se je zgodila že na začetku ali se je to razvilo kasneje. Popolnoma spontane delavnice so bile najboljše.

bem a ele sem a defesa natural. Se constróis esse ambiente no seu núcleo, ele continua a espalhar-se dessa forma.

Pred dvema tisočletjema bi ljudje tako občutili tesnobo, ljubezen, itd., kar tudi predstavlja temeljni del človeškosti.

S: Quais são os teus projetos que ainda estão para vir?

T: Eu tenho muita coisa a acontecer. Mas o mais importante é o Como ser Humano. Os próximos passos são construir a comunidade, que já está online. Também haverá um livro daqui a

S: Kakšen je vpliv vsega tega nate?

T: Biti izpostavljen ljudem in imeti z njimi redne pogovore, izzove veliko idej in spoznanj o naših podobnostih, ki si jih delimo kot ljudje. Bolj ko to počnem, bolj se zavedam, da je na tem področju

dois ou três anos. O próximo passo será reunir mil pessoas de diferentes países para discutir sobre o que é ser Humano. Eu quero viajar pelo mundo com este projeto e falar com pessoas na Índia, África, etc. Vamos ver o que acontece.

še veliko za odkriti in se naučiti. Navdušen sem nad tem, kako ljudje živijo življenje in bolj ko raziskujem, bolj zanimivo postaja. Zaenkrat izgleda, da je to to, kar si želim v svojem življenju. Tukaj smo samo za kratek čas, ki ga je potrebno maksimalno izkoristiti. V zadnjih osmih ali devetih letih sem se ukvarjal z veliko različnimi projekti in idejami za posel, ampak tole izgleda tisto pravo, kar bi moral početi.

Ob zaprtju našega Ziferblata, ki je bil prav poseben prostor in smo ga vsi imeli zelo radi, saj je bil vedno odprt za večino dogodkov portugalske skupnosti, smo končno uspeli intervjuvati eno izmed pomembnejših oseb, ki jo vsi poznamo: Toma Normana.

S: Kako izbereš teme za svoje dogodke?

T: Nekako se poskusim usmeriti na glavne pomene človeškosti.

S: Kaj pravzaprav je projekt Kako biti človek in kako se je vse

S: Kdo so ljudje, ki pridejo na delavnice?

T: Lahko je zelo različno, pridejo ljudje od 16 do 40 leta. So ljudje, ki se radi pogovarjajo o pomembnih temah. Mogoče gre za tip ljudi, ki večer raje preživijo ob pogovorih, namesto na zabavi. Gre za ljudi, ki si želijo boljše samozavedanje.

začelo?

T: Gre za moj poskus, kjer bi rad govoril s čim večjim številom ljudi in tako poskusil razumeti, kaj je glavni temelj človeškosti. Ta poskus

S: To predstavlja problem mlajšim generacijam, ki se izven socialnih omrežij niso navajene iz oči v oči pogovarjati z neznanci. Je to del

vključuje različne dogodke, podcaste, redne pogovore ob kavi, skupnost na Facebooku in upam, da tudi knjigo, ki jo bom začel pisati v kratkem. Gre za veliko stvari, ki se dogajajo zelo spontano. Spomnim se, da sem si pred dvema letoma v mobilnem telefonu označil idejo, da zberem ljudi in se pogovorim z njimi o ljubezni in strahu. Kasneje, po tej ideji, sem se odločil, da bo tema prvega

tvojega projekta ali pa se morda vsaj malo povezuje z njim?

T: Ja, mislim, da se povezuje s projektom. Trenutno se nahajamo v nekem edinstvenem trenutku človeškosti, kjer se naše vloge hitro in drastično spreminjajo. Vsi kriteriji, ki nas definirajo kot npr. vera, spol, delovno mesto se razvijajo in spreminjajo. Mislim da se vsi mi trenutno soočamo s krizo identitete in poskušamo razumeti, kaj

dogodka “smrt”. Takih dogodkov o različni temah je bilo več kot 25. Na enem izmed teh dogodkov, smo se v sobi polni neznancev, tri ure pogovarjali česa nas je strah in zakaj.

sploh pomeni biti človek. Bolj kot karkoli je pomembno, da si pustimo biti ranljivi. Včasih smo imeli »družabno življenje« in »domače življenje«, kjer sta si bili obe življenji zelo različni. Zdaj pa se naše socialno življenje po zaslugi družbenih omrežij nikoli zares ne ustavi. To se mi zdi zelo pomembno. Pojem »biti človek« se spreminja zelo hitro, a hkrati mi predstavlja tudi upanje za ta projekt: da ljudje razmislijo in delijo svoje misli z drugimi, kaj

S: Kaj naredi dobro delavnico Kako biti človek?

T: Najzanimivejši pogovori se zgodijo, ko ne vpletam svojih misli. Če preveč razmišljam o tem, čutim blokado in dogodek ne steče kot bi moral. Ko pa pustim, da se stvari zgodijo same, celo šale pridejo na plan popolnoma od nikoder. Tako je veliko lažje. Poslušam ljudi in povezujem njihove ideje. Poleg tega zadevo olajšam v tolikšni meri, da lahko ljudje govorijo o katerikoli stvari. V

pomeni »biti človek« v letu 2018.

S: Delo, ki si ga razvil v Ziferblatu v teh dveh letih in pol, se zelo osredotoča na koncepte komuniciranja med mladimi, ki se med


seboj ne poznajo. V kolikšni meri je to vplivalo nate?

T: Ziferblat je imel prav poseben ambient. Z razliko od drugih kavarn, običajen pogovor ni bil samo “želiš kapučino?”, ampak “kako razmišljaš o življenju?” ali pa “česa te je strah?” in “kaj te vznemirja?”. Tako se ambient prostora samodejno popolnoma spremeni. Vsak dan sem lahko sledil svoji radovednosti in se na tak način pogovarjal z ljudmi. Zelo me zanimajo ljudje in Ziferblat

S: Kakšni so tvoji plani za prihodnje projekte?

T: Kar nekaj je projektov, ki še nastajajo, ampak najpomembnejši je projekt Kako biti človek. Naslednji korak je nadaljevati s skupnostjo, ki je že na spletu. Čez dve ali tri leta bo izšla tudi knjiga. Eden izmed naslednjih korakov je tudi združiti tisoč ljudi iz različnih držav, s katerimi se bomo pogovarjali o temi, kaj pomeni biti Človek. S tem projektom bi rad potoval po svetu in govoril z

mi je omogočal pogovor z njimi. Kadar obstaja prostor, ki aktivno ljudmi iz Indije, Afrike, itd. Bomo videli, kaj se bo zgodilo. spodbuja ljudi, da se odprejo in pogovarjajo z drugimi, se ljudje na to odzovejo dobro in brez kakršnekoli samoobrambe. Če že v osnovi gradite tak ambient, se bo tako razvijal še naprej.

SALADA RUSSA

RUSKA SOLATA

Estavam um português, um francês, um esloveno e um macedónio a beber copos — assim começaria uma anedota, mas esta é uma anecdote, uma anedota que aconteceu mesmo — quando diz o português para o francês referindo-se ao macedónio

Portugalec, Francoz, Slovenec in Makedonec sedijo na pijači – zveni kot začetek šale, a gre za resnično anekdoto. Portugalec Francozu predstavi Makedonca ''Moj prijatelj je Makedonec'' čemur se Francoz zasmeji in reče ''Mon cher, nemogoče,

‘Este nosso amigo é macedónio’. Diz o francês a rir: ‘Mon cher, isso não é possível, macédoine não é uma nacionalidade, é uma salada.’. ‘Que tipo de salada é a macédoine?’, pergunta o macedónio. ‘Temos vários tipos de salada na Macedónia’. O francês, não convencido ainda de que a Macedónia seja um país, menciona maionese, ervilhas, cenouras, batatas… ‘Oh, essa também nós temos. É a salada russa.’, diz o português. ‘C’est

Makedonska je vendar solata, ne pa narodnost!''. Makedonec začuden, vpraša ''Kakšna pa je makedonska solata?'' in Francoz, še vedno skeptičen o kredibilnosti Makedonije kot države, začne naštevati sestavine solate, kot so majoneza, grah, korenje, krompir,.. Francoz navdušeno vzklikne ''Oh, pa to je vendar Ruska solata! Zanimivo..''. Ob vsej zmešnjavi določijo slovenca za glavnega razsodnika imena te solate, ta pa izjavi ''Ne Vem. Mi smo

bizarre’, comenta o francês. Para d e s e m p a t a r, perguntaram ao esloveno pela denominação na

temu vedno rekli Francoska solata.''

língua dele. ‘Nós sempre pensámos que era uma salada francesa’.

Surpreendida, a portuguesa neste encontro procurou a origem do prato frio,

imena za dotično solato, odloči poiskati korenine te oboževane, a ned o s l e d n o poimenovane hladne jedi. Ob svojih začetkih je bila solata sestavljena iz

tão universalmente apreciado mas pouco consensualmente nomeado. Na sua génese, era uma salada composta por tetraz, língua de vaca, caviar, alface, caudas de lagostim, alcaparras, pato fumado e um molho segredo onde residia a especialidade. Sofreu depois bastantes

kaper, kravjega jezika, kaviarja, zelja, rakcev, dimljene race in skrivne omake, ki je bila ključnega pomena za posebnost te solate. Solato so seveda ob njenem potovanju po svetu doletele mnoge spremembe, kot na primer ta, da je postrežena brez mesa, kar je navada

Zmešnjava. Tako se Portugalec, edini brez 'kontroverznega'

alterações, foi adotado um pouco por todo o mundo, e hoje é em muitas regiões servido sem carne, como em Portugal e na Eslovénia. O nome mais neutro que lhe é dado é salada Olivier, o nome do criador. Contudo, os restantes nomes não são descabidos. Russa porque era servido num restaurante em Moscovo. Francesa porque o Olivier era um chefe com ascendência francófona e cozinhava pratos franceses. Macedónia

tudi v Sloveniji in na Portugalskem. Še najbolj nepristransko ime solate bi bilo 'Olivierjeva solata', po imenu njenega ustvarjalca. Vseeno, množica imen danih tej solati ni naključna. 'Ruska solata', ker je bila postrežena v restavraciji v Moskvi. 'Francoska solata', ker je imel Olivier Francoske korenine, prav tako je kuhal francosko hrano. 'Makedonska solata', ker njene sestavine spominjajo na raznolikost ljudi v nekdanjem Makedonskem imperiju. A ob tem

porque lembrava a variedade de povos do Reino da Macedónia. Se a lista de nomes já parece longa, há ainda línguas que lhe chamam salada capital, salada de vaca, salada de batata… Antes de pedir uma salada Olivier em viagem, verifique onde está, para não passar vergonhas.

vrtoglavem seznamu imen so tu še 'Glavna solata', 'Kravja solata', 'Krompirjeva solata',.. In kaj se lahko naučimo iz te zgodbe? No, ko potujete, pred naročanjem v restavraciji vedno najprej preverite kako tam rečejo 'Olivierjevi solati', in si prihranite zadrego in zmedo.


AGENDA

NAPOVEDNIK Edu Bentub Razstava 27-25.9.2018, Kovarna Soteska Ljubljana.

3. Luzofonija Festival 27-25.9.2018, Kovarna Soteska Ljubljana.

Sonica Festival 2-14.9.2018, Cankarjev Dom, Čukrarna, Tivoli, Rog Ljubljana, Slovenija.

2. Tinta Festival Stripa 24-29.9.2018, Kinoteka, DobraVaga, Metelkova, etc Ljubljana, Slovenija.

3. Ponto de Encontro da Língua Portuguesa Oct 2018, Kavarna Soteska Ljubljana, Slovenija.

Festival Stiropor 18-20.10.2018, Božidar, Ljubljana, Slovenija.

10. vinski festival Mlada portugalka 20. 10. 2018 Metlika, Slovenija.

M e d n a r o d n i Simposium o Večjezičnosti, Nov

RECEITA

BIFANAS VEGAN VEGANSKE BIFANE

Ingredientes: 2 cebolas

2 dentes de alho

Sal

Pimenta preta

Louro

Molho bbq

Vinho tinto

Piripiri

Concentrado de tomate

Óleo de girassol

Azeite

400g de seitan

6 papo secos

Priprava:

(Se tiver tempo, deixe o seitan a marinar 24 horas em azeite, alho, cebola, louro, molho bbq, concentrado de tomate, vinho, sal e especiarias; que pode reutilizar para o molho). Caso o seitan que tenha à disposição não venha já cortado, corte-o em seis fatias. Frite o seitan numa frigideira com óleo de girassol. Corte a cebola em meias luas finas e pique o alho. Numa panela, coloque azeite, cebola, alho e sal qb — aqueça em lume alto. Quando a cebola começar a dourar, acrescente o vinho, o louro e as especiarias. Mexa e aqueça em lume brando. Barre o seitan já frito com molho bbq e concentrado de tomate. Coloque-o na panela e deixe aquecer. As suas bifanas veganas estarão prontas a ser colocadas no pão — uma fatia em cada papo seco. Para não ficarem secas, junte o molho em que as cozinhou, e eventualmente outros molhos. Na Eslovénia, é possível comprar seitan da marca Evergreen, que já vem cortado em fatias de tamanho ideal para as bifanas.

(Če imate čas, pustite seitan 24 ur v marinadi iz olja, česna, čebule, lovorjevega lista, bbq omake, paradižnikovega koncentrata, vina, soli in začimb, ki jih lahko potem ponovno uporabite za omako) Če seitan ni prednarezen, ga razrežite na šest rezin. Sejtan popečete na ponvi z malo sončničnega olja. Čebulo narežete na tanke krhlje in naseklajte česen. V ponev dajte oljčno olje, čebulo, česen in sol. Ko čebula porjavi, dodajte vino, lovorjev list in začimbe. Mešajte in kuhajte pri nizki vročini. Dodajte BBQ omako in paradižnikov koncentrat k že pečenemu seitanu ter vse skupaj dodajte v ponev in segrevajte. Vaše veganske bifane postrežite v žemljicah - eno rezino v vsaki žemljici. Da bifane ne bi bile presuhe lahko dodate še omako, v kateri se je kuhal seitan in po želji še druge omake.

V Sloveniji lahko kupite seitan znamke Evergreen, ki je narezan na rezine primerne velikosti za bifane.

LIFFE Film Festival

7-18.11.2018, CD + Kinodvor + Kinoteka, Ljubljana, Slovenija

Animateka Festival 3-9.12.2018 Kinodvor + Kinoteka, Ljubljana, Slovenija .

MENT Festival Foto: Catarina Cornejo

Kraftwerk 3D,

22.2.2018, Kino Šiška,

2 čebuli

2 stroka česna

sol

črni poper

lovorjev list

bbq omaka

rdeče vino

čili

paradižnikov koncentrat

sončnično olje

olivno olje

400 g seitana

6 žemljic

Preparação:

2018, Atrium ZRC SAZU, Ljubljana, Slovenija.

30.1-1.2.2018, Kino Šiška, Ljubljana, Slovenija.

Sestavine:

[Sardinha 17 - ! 30]

V Sloveniji lahko kupite seitan znamke Evergreen, ki je narezan na rezine primerne velikosti za bifane.

Catarina Cornejo


Foto: Luis Quaresma

COLABORADORES SODELUJOČI Catarina Henríquez Cornejo - Joao Pita Costa - Luís Quaresma - Alja Krašovec - Maria Manuela Costa - Dijana Pita Costa - Juš Škraban - Lana Klopčič - Anja Mlakar - Sandra Kert - Saša Sušnik - Nika Kokalj - Neja Berlič sardinha_media

@sardinha_media [Sardinha 17 - ! 31]

@sardinha.si

info@sardinha.tv


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