Sardinha 19 :: The Portuguese-Slovenian Culture Magazine

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#19

GRATUITO/BREZ PLAÄŒNO

www.sardinha.tv

SARDINHA

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www.sardinha.tv GRATUITO/BREZ PLAČNO

#19 Sardinha escolhida / Izbrana sardina: Matilha Cycle Crew (Micaela Vieira Neto, Patrick Ferreira dos Santos e Fernando Augusto)

A capa da Sardinha #19 é um original de Kaja Avberšek com o título Peixinho Búlgaro

Naslovnica Sardinhe # 19 je delo Kaje Avberšek naslovljeno Bolgarska Ribica


PREFÁCIO

UVODNIK

Nesta edição de Verão a

do muito que tem sido feito

koncertom fado glasbe v

Sardinha veste-se de cores

por cá, com um foco na

zivedbi k v a r t e t a M a s c a

mais extrovertidas para

música do futuro e na artista

r a

apresentar aos mais distraídos

Surma que foi candidata ao

Caroline Silveira o ‘Saudade'.

a artista eslovena luso-falante

Festival da Canção e esteve

V tej številki revije

e luso-amante Kaja Avberšek

por cá no Festival Ment.

predstavljamo še na

que oferece a capa. Para

Obrigado a todos os

Madžarskem živečega avtorja

lembrar a Amália Rodrigues

voluntários que têm tornado

Joséja Reisa Santosa in

20 anos após a sua morte,

tudo isto possível.

delovanje Inštituta Camões v

SARDINHA #19

i n s projekcijo filma

fala-se sobre o novo fado

Budimpešti, kamor se je

esloveno que poderá

pred kratkim preselil tudi naš

experimentar já a 5 de Maio

V svoji poletni izdaji se je

na Kavarna Soteska com o concerto do Quarteto Máscara

revija Sardinha odela v drzne barve z naslovnico, ki jo je

korespondent Paulo Relógio. Predstavljamo še portugalsko pevko Surmo, ki je sodelovala

e o novo filme de Carolina

pripravila ljubiteljica

na slovenskem festivalu Ment

Silveira sobre a Saudade. Há

portugalske kulture in jezika,

in ki je nastopila tudi na

também um foco sobre a

slovenska umetnica Kaja

Festival pesmi za izbor pesmi

Hungria para apresentar o

Avberšek. V tej izdaji ne

za Evrovizijo (Festival da

autor José Reis Santos e, em

moremo mimo obhajanja 20.

Canção). Preden zaključimo,

paralelo, o excelente trabalho

obletnice smrti Amálie

bi se radi še enkrat iz srca

do Instituto Camões em

Rodrigues, česar se bomo

zahvalili vsem prostovoljcem,

Budapeste. Como tem sido

spomnili na dogodku v kavarni

ki nam pomagate vedno znova

habitual apresentamos algo

Soteska dne 5. maj, s

pri ustvarjanju revije.

5 8

Sardinha do mês: Juš Škraban

Amália Rodrigues: mais do que uma voz do Fado

11 13

Já se houve o Fado na Eslovénia

O Amor que fica

14

LIFFE 2018 traz-nos cinema em Português

14 14

Anima-te Ljubljana: Animateka 2018

Cinema em Português todo o ano

16 17

MENT 2019 traz SURMA aos palcos Eslovenos

Música independente portuguesa no mundo

22 24

Mile <3 Disko: a entrevista

Arte: Kaja Avberšek

25

Foco Hungria: Entrevista a José Reis Santos

29 31

Entrevista ao Instituto Camões em Budapeste

Estivemos no SILA Bazar 2018

31 32

2. Simpósio Internacional de Multilinguismo

3. Festa da Lusofonia em Ljubljana

33 34

Parabéns Mona Oliveira!

Movimento associativo das comunidades

35

Receita: pastel nata

36

TOP 5 de delícias veganas em Liubliana

FICHA TÉCNICA

Tuja šega domačo zbega. O hábito estrangeiro confunde o hábito caseiro. Slovenski pregovor

WWW.SARDINHA.TV Sardina meseca: Juš Škraban

5

Amália Rodrigues: več kot samo glas Fada 8 V Sloveniji že odmeva fado 11 Ljubezen, ki ostane 13 Na LIFFE-ju 2018 tudi filmi v portugalščini 14 Animiraj se, Ljubljana: Animateka 2018 14 Zaključil se je Ciklus portugalskih filmov 14 MENT 2019 je pripeljal SURMO na slovenski oder 16 Portugalska neodvisna glasba v svetu 17 Mile <3 Disko: intervju 22 Umetnost: Kaja Avberšek 24 Madžarska v fokusu: intervju z José Reis Santos 25

Intervju z Inštitutom Camões v Budimpešti 29

Bili smo na SILA Bazaarju 31

2. Mednarodni simpozij o večjezičnosti 31

3. Festival Luzofonije v Ljubljani 32 Čestitke Moni Oliveira! 33

Obiski lokalnih oblastnikov portugalskih skupnosti po svetu 34 Recept: kremna torta 35

TOP 5 vegetarijanskih ponudnikov v Ljubljani 36

IMPRESSUM

Editores/Uredništvo Joao Costa Foto de Capa/Naslovnica Kaja Avberšek Fotógrafos/Fotografi Joao Costa, Eduardo Pinto, Hannah Kuhn, Kaja Brezocnik, Ales Rosa, Mascara Quartet. Jornalistas/Novinarji Joao Costa, Catarina Henríquez Cornejo, Juš Škraban, Gabriela Droga Mazovec. Leitura/Lektura Maria Manuela Costa, Dijana Pita Costa Tradução Ana Groznik, Anja Mlakar, Juš Škraban, Alja Krašovec, Nika Perne, Nika Vremšak, Joao Costa Marketing Joao Pita Costa Redes Sociais / Družbena omrežja Dijana Pita Costa URL www.sardinha.tv Email info@sardinha.tv



SARDINHA DO MÊS SARDINA MESECA

JUŠ ŠKRABAN

Nesta edição de Verão da revista, viemos apresentar uma cara pouco meu para sempre. Fui parar lá por um convite para já conhecida da Comunidade Luso-falante aqui em Ljubljana. jantar de um amigo meu e lá fiquei. Primeiro fui aparecendo ao Juš tem feito parte da dinamização de muitos dos eventos de jantar e aos poucos fui integrando a dinâmica da casa onde há promoção da Língua e Cultura Portuguesa que se popularizaram em 2018. Ele contou-nos da sua proximidade, principalmente com o Minho, das suas fortes experiências académicas em Coimbra, e do que é ter lá deixado o coração. Fica a entrevista.

sempre lugar para mais uma pessoa.

S: Fizeste parte da dança e música tradicional Portuguesa. Como foi isso?

J: Entrei para o GEFAC (Grupo de etnografia e folclore da Academia de Coimbra) completamente por coincidência – vi-os S: Qual foi o teu primeiro contacto com Portugal e porquê a num ensaio aberto num dos parques em Coimbra. No início do escolha desse destino numa altura em que era menos popular ano letivo precisavam de novos sócios. Estava um pouco do que o é agora?

reservado com folclore que não me era próximo na Eslovénia. J: Pela primeira vez fui a Portugal com uma amiga depois de Mas depois acabei por perceber que o GEFAC leva as danças termos acabado o liceu. Numa viagem de três semanas e músicas tradicionais apenas como uma base para consegui aproximar-me de Portugal e vice-versa. A ideia desenvolver a sua própria maneira de dançar e cantar, e inicial era visitar a Macedónia, mas acabámos que não tem medo de »mexer« com a tradição. por optar por Portugal, já não sei porquê. I s t o c o n s i d e r o b o m . N o G E FA C É verdade, na altura, Portugal ainda não era um destino turístico tão popular como hoje em dia. Uns anos mais tarde decidi fazer Erasmus e escolhi ir para Lisboa. Mais tarde ainda decidi tirar o mestrado em

maioritariamente dancei e acabei por integrar o elenco do espetáculo De Novo Mar com que enchemos várias salas. O espetáculo foi g r a v a d o n o Te a t r o Académico Gil Vicente em Coimbra. A república Bota-

Coimbra onde fiquei dois anos.

Abaixo e o GEFAC são a minha segunda casa.

S: Foi difícil aprender a falar a língua?

S: Deixaste o coração no Minho na última vez que estiveste em Portugal, não é? Como aconteceu?

J: Lembro-me de ter tido alguns problemas com a língua no primeiro semestre

J: No verão passado fiz

em Lisboa, porque não percebi a maior parte das aulas e conversas. Tive sorte de ter amigos que me apoiavam quando insistia em falarmos só em português, mesmo que isso tenha

uma viagem de duas semanas pelo Minho. Foi a primeira vez em que tive tempo suficiente para explorar bem a paisagem e viajar de bicicleta é, a meu ver, a maneira mais adequada para

implicado que nas nossas conversas não nos compreendemos bem e foi preciso muita paciência até eu dizer qualquer coisa de jeito. Lembro-me de que no final do primeiro semestre fui a Lubliana por uma ou duas semanas – quando voltei a Lisboa era mais fácil perceber e falar português. Pelos vistos precisava duma pausa lá no meio.

isso. Subir até Castro Laboreiro e andar no vale do rio Lima foi mesmo bom! Em geral acho o Norte do País muito interessante – queria tirar mais tempo para explorar Trás-os-Montes e a Galiza espanhola. Na minha viagem tive tempo suficiente para andar de bicicleta sozinho e para conviver com amigos. Por exemplo, em Mondim de Basto S: Como foi a tua experiência pelas Repúblicas de Coimbra? E acabei a minha viagem na conhecida festa de aldeia chamada Romeiros de São Tiago.

como foste lá parar?

J: Fiz parte da Real República do Bota-Abaixo e fui S: O que trazes contigo quando voltas de Portugal? (3 items)

conhecendo outras repúblicas a partir da minha. Todas são diferentes, mesmo que pareçam iguais quando se olha para elas de longe. Repúblicas são casas geridas por estudantes há décadas. São uma das ilhas da vida comunitária hoje em dia, o que se verifica em refeições comunitárias, em cocriação do

J: Sempre algo diferente, mas nunca muitas coisas desde que voos baratos têm restrito o peso de bagagem de mão. Da última vez que voltei de Portugal trouxe uma garrafa de aguardente velha, uma garrafa do moscatel e o Público. Levo sempre o Público no avião – algures em casa vou juntando

quotidiano da república, em atividades políticas do Conselho todos os exemplares para um dia poder ver quantas vezes e das Repúblicas. A Bota deu-me muito – posso dizer que esta quando é que voltei de Portugal.

casa e a comunidade a ela associada são algo que será um

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Foto: Eduardo Pinto S: Quais são as tuas ocupações profissionais hoje em dia?

J: Tenho um trabalho part time no Instituto nacional de saúde pública e um outro part time na associação Kralji ulice. Há uns anos faço parte do projecto Ouvir vozes. No final de Abril saiu o livro com título Mundo, que se consegue ouvir – nele juntámos nossas

prišla blizu in jaz njej. Sprva sva s prijateljico želela iti v Makedonijo, potem pa sva se odločila, zdaj že ne vem, zakaj, za Portugalsko. Res je, takrat še ni bila tako popularna turistična destinacija kot zdaj. No, ko sem se nekaj let zatem odločal za Erasmus izmenjavo, sem se odločil za odhod v Lizbono, kasneje pa sem se vpisal na

experiências de apoio a pessoas que ouvem vozes (que outros não ouvem) e contributos pessoais.

magisterij v Coimbro, kjer sem ostal dve leti.

S: Em 2018 houve um crescendo da comunidade Luso-falante em Ljubljana e das atividades de Língua Portuguesa. Ajudam a matar a saudade?

J: Spomnim se, da sem imel v prvem semestru kar nekaj težav z jezikom, saj nisem razumel večine vsebine predavanj in vsakdanjih pogovorov. Prijatelji so me k sreči upoštevali, ko sem vztrajal, pri pogovarjanju v portugalščini – čeprav se verjetno sprva nismo dobro razumeli in so morali imeti kar nekaj potrpljenja. Spomnim se, da

J: Gosto de manter contacto com a língua e com a cultura portuguesa. É interessante fazer parte da comunidade Luso-falante onde cada um mantém este contacto numa maneira diferente. Acho que é impossível matar a saudade. Para mim, a comunidade Lusofalante na Eslovénia é algo que me possibilita encontrar palavras para minhas experiências de Portugal e Eslovénia em ambas as línguas e para fazer entre elas uma espécie de ponte.

S: Se je bilo težko naučiti jezika?

sem ob koncu prvega semestra prišel v Ljubljano za teden ali dva – ko sem se vrnil v Lizbono, se mi je vse zdelo lažje. Očitno sem potreboval nek odmor, potem pa je jezik bolj tekel.

S: Kakšna je bila tvoja izkušnja v »republikah« v Coimbri? Kako si jih sploh spoznal?

J: Bil sem del Repúblice Bota-Abaixo, ostale republike pa sem

Acho que é impossível matar a saudade.

V tej poletni izdaji revije smo se odločili predstaviti obraz, ki je že znan v portugalsko govoreči skupnosti v Ljubljani. Juš je sodeloval pri izvedbi nekaj dogodkov promocije portugalskega jezika in kulture v letu 2018. V intervjuju nam je povedal nekaj o svoji bližini z regijo Minho, o svojih študentskih izkušnjah v Coimbri in o tem, kako je tam pustil del sebe. Sledi intervju.

S: Kakšen je bil tvoj prvi stik s Portugalsko in zakaj si se odločil zanjo v obdobju, ko še ni bila tako popularna kot zdaj?

J: Prvič sem šel na Portugalsko po končani gimnaziji. Šlo je za tritedensko potovanje in to je bilo dovolj časa, da mi je Portugalska

spoznaval preko stikov, ki jih je imela naša z drugimi. Vse so si med seboj različne, čeprav navzven deluje, da gre za eno in isto stvar. Republike so stanovanja ali hiše, ki jih vzdržujejo študentje že nekaj desetletij. So eden izmed otokov skupnostnega življenja, kar se kaže od vsakodnevnih skupnih obrokov in soustvarjanja notranjega življenja v hiši do skupnega sodelovanja v političnih aktivnostih sveta republik. Bota mi je dala ogromno – lahko rečem, da sta to hiša in skupnost, ki bosta za vedno tudi moji. V Boto sem prišel na predlog prijatelja in tam kar hitro ostal – sprva sem hodil na večerje, potem pa sem se počasi začel vključevati v dinamiko republike, kjer je vedno prostor za še eno osebo.

S: Bil si del skupine, ki je igrala portugalsko tradicionalno glasbo in plesala tradicionalne plese. Kako je bilo tam?

J: V GEFAC (Grupo de etnografia e folclore da Academia de Coimbra) sem se vključil čisto po naključju, ko sem jih enkrat videl nastopati na odprti vaji v enem izmed parkov v Coimbri. Ob začetku

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študijskega leta so ravno iskali nove člane. Malo sem bil skeptičen glede folklornih plesov, saj jih v Sloveniji nisem plesal. Kmalu sem ugotovil, da GEFAC tradicionalne pesmi in plese vzema kot osnovo za svoje lastne izraze, ki se te tradicije ne bojijo spreminjati, kar se mi zdi dobro. V GEFAC-u sem predvsem plesal in sodeloval v nekaj uprizoritvah predstave De Novo Mar, s katero smo napolnili kar nekaj dvoran in predstavo posneli v Teatro Académico Gil Vicente v Coimbri. Bota in GEFAC sta skupaj moj drugi dom.

Mislim, da se tega hrepenenja ne da nahraniti.

v Mondim de Basto, kjer sem končal pot na znani zabavi tega kraja, Romeiros de São Tiago.

S: Kaj prineseš s sabo, ko se vrneš iz Portugalske (naštej 3 stvari)?

J: Vedno nekaj drugega, a navadno ne dosti – še posebej, odkar težo prtljage na nizkocenovnih letih odmerjajo bolj skopo. Nazadnje sem prinesel steklenico aguardente velha, steklenico moscatela in en izvod časnika Público. Imam navado, da na letalu vedno preberem časopis – izvode teh časopisov hranim (ne vem, kje) doma, da bom enkrat lahko videl, kdaj sem se vračal iz Portugalske.

S: S čim se ukvarjaš trenutno?

J: PPolovično delam na Nacionalnem inštitutu za javno zdravje in polovično na društvu Kralji ulice. Nekaj let sem del projekta Slišanje glasov. Konec aprila je izšla knjiga z naslovom Svet, ki se sliši – v njej smo zbrali dosedanje izkušnje podpornega dela z ljudmi, ki slišijo glasove (ki jih drugi ne) in njihove osebne zgodbe.

S: Zadnjikrat, ko si bil na Portugalskem, si pustil del sebe v regiji S: Leta 2018 je interes za aktivnosti, ki jih organizira portugalsko govoreča skupnost v Ljubljani, postal večji. Ti je to pomagalo, da Minho, ne? Kako to?

Portugalsko pogrešaš manj?

J: Prejšnje poletje sem šel na dvotedensko kolesarjenje po Minhu. Prvič sem imel več časa za spoznavanje pokrajine, potovanje s J: Dobro se počutim, ko vzdržujem stik z jezikom in posledično s kolesom pa je za to po mojem mnenju še najboljše. Kolesariti po kulturo. Zanimivo je biti del te skupnosti, kjer ta stik vsak vzdržuje strminah do Castra Laboreira ali pa po dolini reke Lima je bilo res na svoj način. Mislim, da se tega hrepenenja ne da nahraniti, lepo. Nasplošno mi je sever Portugalske zelo zanimiv – nekaj časa portugalsko govorečo skupnost v Sloveniji pa razumem kot nekaj, bi si rad vzel še za Trás-os-Montes in za špansko Galicijo. Imel sem kar mi omogoča, da svoje izkušnje iz Portugalske in Slovenije dovolj časa tako za samotno kolesarjenje kot za druženje s prijatelji ubesedim v obeh jezikih in med njima naredim nekakšen most.

Foto: Hannah Kuhn

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AMÁLIA RODRIGUES: MAIS DO QUE UMA VOZ DO FADO

AMÁLIA RODRIGUES: VEČ KOT SAMO GLAS FADA

Há quase 20 anos Portugal perdia um dos seus ícones: a 6 de outubro de 1999 morria a cantora portuguesa mais internacional de sempre. Amália Rodrigues levou a sua voz a todos os continentes, quando a divulgação musical não se fazia com os meios de hoje, num tempo em que um país pequeno (e cuja política era olhada com pouca simpatia por diversos estados) dificilmente se distinguia na cena artística mundial, numa época em que a língua portuguesa pouco se difundia fora dos meios académicos. Para muitos (e para a própria) o seu êxito explica-se pela autenticidade das suas interpretações, pela saudável incapacidade de cantar a mesma melodia duas vezes da mesma forma. Porém, não foi só uma voz do fado, que, graças a ela, saltou fronteiras: foi também uma personalidade dotada de grande intuição, capaz de fugir ao convencional. Pred skoraj dvajsetimi leti je Portugalska izgubila eno svojih ikon: 6. oktobra 1999 je umrla najbolj mednarodno uveljavljena portugalska pevka vseh časov. Amalia Rodrigues je ponesla svoj glas na vse kontinente in to v časih, ko se je glasba širila drugače kot danes in ko majhna država (katere politika večinoma ni uživala simpatij drugih držav) ni izstopala na svetovni umetnostnem odru, portugalski jezik pa je bil omejen predvsem na akademske kroge.Mnogi (in tudi sama) so njen uspeh pojasnjevali z avtentičnostjo interpretacij, njeni pristni nesposobnosti zapeti isto melodijo dvakrat na isti način. Kljub vsemu pa ni bila samo glasnica fada, ki se je po njeni zaslugi širil prek meja – Amália je bila tudi osebnost obdarjena z izjemno intuicijo, ki ji je uspelo ubežati konvencionalnosti.

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“Coimbra”, ainda hoje a melodia portuguesa mais conhecida no

Alcides Murtinheira

mundo, com mais de cem versões internacionais. Atuou em prestigiadas salas de espetáculos de Nova Iorque, mas foi por cantar no Olympia de Paris, em 1956 (após uma participação de Tudo no seu início de vida apontaria para uma grande sucesso no filme francês Les Amants du Tage) que se existência “anónima”. Oriunda duma família pobre da província, tornou uma estrela internacional. Manteve-se fiel ao fado, mas nasceu no bairro da Mouraria, em Lisboa, onde os pais tinham também cantou outros estilos e noutras línguas, cuja pronúncia procurado uma vida melhor. Como os registos de recém- apreendia com facilidade.

nascidos se processavam sem rigor, nunca soube exatamente em que dia de julho de 1920 nascera. Escolheram-lhe 1 de julho para No início da década de 60, conheceu o compositor luso-francês o primeiro documento oficial, mas, muitos anos depois, decidiu Alain Oulman, que a desafiou a cantar textos de poetas que 23 seria um “dia melhor” por corresponder a um “signo portugueses de diferentes épocas. Para os meios mais melhor”: Leão. Mas essa irreverência e determinação só as conservadores era uma heresia alguém sem estudos atrever-se a conquistou quando já era uma mulher independente. Os pais dar voz a poemas de autores clássicos, como Luís de Camões, deixaram Lisboa e Amália ficou com os avós noutro bairro típico mas os poetas vivos que também passou a cantar (José Régio, Instituto Camões em Viena.

Universidade de Viena

da cidade, Alcântara, em cujo porto já vendia fruta aos 7 anos e ia cantando o que ouvia junto de músicos de rua (cegos que pediam) ou na rádio, encantando outros vendedores, clientes e turistas. Aos 9 anos foi para a escola, mas saiu aos 12 para continuar a trabalhar: foi bordadeira, engomadeira, operária numa fábrica, aprendiz de costureira e até descarregou carvão no mesmo cais onde vendera fruta. Convidaram-na para integrar a marcha do bairro onde residia no tradicional desfile da noite de 12 para 13 de junho e em breve começaria também a cantar em casas de fado.

A sua voz era diferente, alongando as vogais iniciais dos versos, e a sua presença invulgar: vestia de preto, com um xaile, para não se notar que a roupa era pobre e usada; fechava os olhos por não se sentir à vontade ao ser observada pelos clientes dos espaços onde cantava. Sem imaginar, criava hábitos presentes em muitos fadistas de hoje. Rapidamente passou ao teatro musicado e à primeira atuação internacional, em 1943, na Espanha, onde se apaixonou pelo flamenco, que viria também a cantar. Um ano depois atuava no Brasil, aí gravando os seus primeiros discos. Regressada a Portugal, estreou-se no cinema em 1947, com os filmes Capas Negras e Fado. Os papéis exigiam sobretudo que cantasse, mas revelou capacidades como atriz, mais bem aproveitadas na coprodução luso-brasileira Vendaval Maravilhoso (1949), que, no entanto, teve muito menos sucesso comercial, porque… só cantava um fado. Em 1950 foi convidada para integrar vários espetáculos com outros artistas europeus, transmitidos pela rádio a partir de diferentes capitais, nos quais se promovia o Plano Marshall. Neles popularizou a canção

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Pedro Homem de Melo ou David Mourão-Ferreira) defenderamna. Foi arrojada, até na participação num filme experimental lusofrancês, As Ilhas Encantadas (1964), mas continuou a ser idolatrava pelo público. Em locais de culturas tão diversas como a Itália, Israel, o Líbano ou o Japão houve mesmo quem começasse a aprender português para entender os seus fados.

Atuou inclusivamente em países com os quais Portugal não mantinha relações diplomáticas, como a Roménia ou a União Soviética. Após a Revolução de 25 de Abril de 1974, foi acusada de ter obtido benesses do regime anterior, acusação que muito a magoou. Continuou a sua carreira, no país e no estrangeiro, e, com o passar dos anos e a estabilização da democracia em Portugal, foi feita justiça e reconheceu-se o seu papel de divulgadora da música e da poesia portuguesa, recebendo as maiores condecorações do país. Dois anos após a sua morte, por pressão dos admiradores, os seus restos mortais foram transladados para o Panteão Nacional, em Lisboa. Todos os nomes que atualmente dão popularidade ao fado reconhecem terem sido de algum modo influenciados pelo canto de Amália Rodrigues e pela forma como transformou o fado.

V začetku njenega življenja pa je vse kazalo na anonimno usodo. Rojena v revni provincialni družini v lizbonskem okolišu Mouraria, kjer so se njeni starši trudili za boljše življenje. Ker se evidence rojstev niso skrbno vodile, je natančen datum njenega rojstva v juliju 1920 neznan. Za prvi uradni dokument so izbrali 1. julij, toda mnogo let kasneje se je odločila, da bi bil 23. julij “boljši” dan za


“boljše” horoskopsko znamenje. Levinja. Toda ta nonšalantnost in odločnost jo je zajela šele kot odraslo žensko. Starši so zapustili Lizbono in Amália je ostala s starimi starši v drugem lizbonskem okolišu, Alcântara, kjer je v pristanišču prodajala sadje že pri

najbolj svetovno znana portugalska melodija z več kot sto mednarodnimi verzijami. Nastopala je v prestižnih dvoranah v New Yorku, a mednarodna zvezda je postala 1956 z nastopom v pariški L’olympia (po sodelovanju pri zelo uspešnem francoskem filmu

sedmih letih in prepevala pesmi, ki se jih je naučila pri uličnih glasbenikih (pri slepih beračih) ali z radia – ter tako navduševala ostale prodajalce, kupce in turiste. Pri devetih letih je šla v šolo, šolanje pa je zapustila pri dvanajstih, da je delala: vezla je, likala, delala v tovarni, bila šiviljska vajenka in celo razkladala premog na istem pomolu, kjer je kot otrok prodajala sadje. Povabili so jo na

Les Amants du Tage). Ostala je zvesta fadu, pela pa je tudi druge stile in v drugih jezikih, ki se jih je z lahkoto naučila.

Na začetku 60. let je spoznala portugalsko-francoskega skladatelja Alain Oulmana, ki jo je vzpodbudil k petju poezije portugalskih pesnikov iz različnih obdobij. Za najbolj konzervativne medije je bilo pravo krivoverstvo, da nekdo brez izobrazbe

nastopanje na procesijo mestnega patrona svetega Antona v noči z 12. na 13. junij v okolišu, kjer je živela, in kmalu je začela prepevati tudi v fado lokalih.

Imela je poseben glas, zategovala je začetne vokale verzov, in bila je nenavadna pojava: oblečena v črno, ovita v šal, da je zakrila svojo skromno in ponošeno obleko, pela je z zaprtimi očmi zaradi

interpretira poezijo klasičnih avtorjev, kot je Luís de Camões, toda sodobni pesniki, katerih dela jih je tudi prepevala (José Régio, Pedro Homem de Melo ali David Mourão-Ferreira), so ji stopili v bran. Izzivali so jo zaradi tega, celo pri sodelovanju v eksperimentalnim portugalsko-francoskem filmu As Ilhas Ecantadas (1964), toda publika jo je še naprej oboževala. V najrazličnejsih kulturnih okoljih kot so Italija, Libanon ali Japonsko

nelagodja, ko so jo opazovali med prepevanjem. Ne da bi hotela, je tako ustvarila navade mnogih sedanjih fadistov. Kmalu je prešla v glasbeni teater in na svojem prvem mednarodnem nastopu v Španji 1943 se je zaljubila v flamenco, ki ga je kasneje tudi prepevala. Leto kasneje je nastopala v Braziliji, tam je tudi posnela svoje prve plošče. Ob vrnitvi na Portugalsko se je 1947 poskusila v v filmih Capas Negras in Fado. Njene filmske vloge so zahtevale

so se pojavili taki, ki so se začeli učiti portugalsko, samo da bi razumeli njen fado. Nastopala je tudi v državah, s katerimi Portugalska ni imela mednarodnih odnosov, kot sta bili Romunija ali Sovjetska zveza. Po revoluciji nageljnov 25. aprila 1974 je bila obtožena, da jo je prejšni režim podpiral in se je zato okoristila, in ta obtožba jo je zelo prizadela. Nadaljevala je s svojo kariero tako doma kot na tujem, in s časom in uveljavljanjem demokracije na

predvsem petje, toda dokazala je tudi igralske sposobnosti, ki jih je izkoristila v portugalsko-brazilski koprodukciji Vendaval Maravilhoso (1949), ki pa ni bil komercialno uspešen film, kajti... zapela je eno samo fado pesem. Leta 1950 je bila v okviru promocije Marshallovega načrta povabljena na nekaj nastopov z drugimi evropskimi umetniki, kar so prenašali po radiu iz različnih

Portugalskem so ji priznali njeno pomembno vlogo pri širjenju portugalske glasbe in poezije, prejela je tudi najvišja državna priznanja. Dve leti po njeni smrti so pod pritiski njenih občudovalcev prenesli njene posmrtne ostanke v Panteão Nacional v Lizboni. Vsa sedanja popularna imena fada priznavajo, da so bili tako ali drugače pod vplivom prepevanja Amálie

prestolnic. Pri tem je popularizirala pesem Coimbra, ki je še danes

Rodrigues in njenega preoblikovanja fada.

O QUE DIZEM OS ESLOVENOS DO FADO

KAJ MENIJO SLOVENCI O FADU Para mim uma das melhores fadistas que te leva para outro mundo com a sua voz e a interpretação das canções.

Slišim Fado in jokam.

Oiço o Fado e choro.

Zame ena izmed najboljših fadistk, ki te s svojim glasom in interpretacijo pesmi

Kaja Avberšek

popelje v povsem drug svet.

Alja Krašovec O fadu se pravzaprav ne da prav veliko napisati, lahko ga le občutiš. Fado je hkrati odgovor in vprašanje.

Só oiço o Fado ao vivo, e com um copo de vinho na mão.

Na verdade, não se pode escrever muito

Rad poslušam Fado, ko ga poslušam v

sobre o Fado, só se pode sentir. O Fado é tanto a resposta como a questão

živo in ko imam v roki kozarec vina.

Lana Klopčič [!10]

Juš Škraban


JÁ SE HOUVE O FADO NA ESLOVÉNIA

V SLOVENIJI ŽE ODMEVA FADO

Há muitos sabores Portugueses que nos fazem falta estando tão longe de casa, e sem dúvida que o Fado é um deles. Afinal, é um importante representante da nossa cultura e muitas vezes o seu embaixador pelo mundo inteiro. Foi uma conquista importante que tivesse chegado a património mundial da Humanidade promovido

P: Eu gosto desta língua, e de alguma forma comparo-a com o Sérvio-Croata. Acho que tem algumas semelhanças no som. E até acho que a paixão e o temperamento são comuns às duas, um pouco como no tipo de música Sevdah da Bósnia. Nós somos Balcãs e temos isto no nosso sangue.

pela Unesco. Isso faz também que a sua projeção no mundo aconteça de forma consistente e natural. Foi com grande entusiasmo que se ouviu Fado em Português na capital eslovena na sala de espetáculos Poket Teater Studio. Foi trazido pela voz de Polona Udovič que, acompanhada do quarteto Mascara fez brilhar os olhos dos presentes. Este quarteto é nacional esloveno e lista os eslovenos como estrangeiros amantes e cantantes do fado.

S: Qual foi o teu primeiro Fado?

P: Foram muitos. Por exemplo, Estranha forma de vida, O meu fado, A canção do mar, ...

S: E qual é a reação do público esloveno a este tipo de música?

P: Não há muitas pessoas na Eslovénia que ouvem este tipo de música. Algumas dizem que é aborrecida. Mas os que vêm ao Para além de Polona, que estudou na academia de música de concerto gostam mesmo. É muito raro que alguém venha ao Ljubljana, conta também com os músicos Timi Krajnc, Mitja concerto e diga que não é excitante. O público é ainda em Režman, Vojko Vešligaj. Já tinha apresentado o seu album Barco pequeno número, mas está a ficar cada vez maior. O concerto no Negro nas terças-feiras de Jazz no klub Cankarijev Dom, e veio Poket Teater, por exemplo, foi ótimo. Muitos Portugueses brindar a audiência com um concerto bem mais íntimo como o disseram-me que tenho boa pronúncia e que gostaram das Poket Teater já nos tem vindo a habituar. Polona conta com a sua emoções, “já não ouvia aquela canção há tanto tempo”. Muito presença no documentário de Carolina Silveira - O Amor que Fica - positivos.

que se apresenta mais à frente nesta edição. Para já fica a entrevista.

S: Como é que o (vosso) Fado aconteceu?

É muito raro que alguém venha ao concerto e diga que não é excitante.

P: No início cantava Tango Argentino, o que também foi uma coincidência pois o meu amigo precisava de uma cantora e convidou-me. Então cooperamos com Terrafolk e nesse contexto o S: O que achas do novo Fado que está a aparecer com novos guitarrista escreveu uma canção que era quase Fado. Muitos anos formatos?

depois voltamos a encontrar-nos agora como Mascara Quartet e P: Gostamos e até estamos a preparar uma das canções da Mariza tocamos juntos há alguns anos. Não conhecia o Fado antes de que é um pouco mais pop. Nós próprios não tocamos Fado começar a tocar com eles. Acho que na Eslovénia não havia ainda clássico, mas sim “Fado Nuevo” como o foi o Tango Nuevo. Temos quem cantasse o Fado.

um outro arranjo apenas com três guitarras e sem a guitarra S: Porque é que deram o nome Mascara ao vosso quarteto?

Portuguesa.

P: Quando tocas e cantas dás ao público e à música tudo o que S: Qual é a tua fadista favorita?

tens, todas as tuas emoções, contas-lhes tudo. És muito honesto, P: A Mariza é a resposta mais óbvia, mas gosto muito de outras mas eles não sabem o quanto estás a partilhar com eles. Esta é a também. O filme da Amália tocou-me muito, foi a primeira a dar-lhe máscara.

aquele impacto. Depois ouvi muitos outros fadistas e cada um tem S: Sabendo que ainda não falas a língua, é difícil para ti cantar em o seu próprio toque. Mas até agora a escolha é a Mariza, mas Português?

ainda estou a aprender sobre o Fado.

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S: E como é que foi fazer parte do documentário de Carina Silveira S: Ali ti je težko peti v portugalščini?

sobre a Saudade?

P: Portugalsko ne govorim, a mi je zelo všeč in ga nekako P: Foi ótimo. Primeiro porque as pessoas que o fizeram são primerjam s srbsko-hrvaškim. Mislim, da je v zvoku nekaj fantásticas. Depois, porque o Vojko da nossa banda atravessou podobnosti. Mislim, da sta strast in temperament skupna obema, metade da Eslovénia para fazer parte e tocar comigo duas kot v Sevdahovi glasbi v Bosni. Smo Balkan in to imamo v krvi.

canções no filme. A energia foi excelente. Quando fazes qualquer S: Katera je bila tvoja prva fado pesem?

coisa com este entusiasmo é ótimo. E quando vi o trailer adorei, P: Bilo jih je veliko. Na primer, čuden način življenja, moj fado, mas ainda não vi o filme.

pesem morja, ...

S: E será que os estrangeiros também conseguem sentir a Saudade e o Fado?

Toda tistim Slovencem, ki pridejo na koncert, je res všeč.

P: Acho que sim. Como é que posso saber? Sinto-o da minha maneira. E acho até que diferentes Portugueses sentem-no de maneira diferente.

S: Kakšna je reakcija slovenske javnosti na tovrstno glasbo?

P: V Sloveniji ni veliko ljudi, ki bi poslušali to vrsto glasbe. Nekaterim se zdi dolgočasna. Toda tistim Slovencem, ki pridejo na Ko smo tako daleč od doma pogrešamo veliko stvari iz Portugalske koncert, je res všeč. Občinstvo je še vedno majhno, a se zlagoma in brez dvoma je fado ena izmed njih. Navsezadnje je pomemben veča. Koncert v Pocket Teatru je bil odličen. Mnogi Portugalci so del naše kulture in pogosto njen ambasador po vsem svetu, kar je me nato pohvalili, češ, da imam dobro izgovorjavo in da sem prepoznal tudi Unesco z njegovo razglasitvijo za uspela dobro izraziti čustva.

svetovno dediščino človeštva.

Z velikim navdušenjem smo prisluhnili fadu odpetem v portugalščini v dvorani Pocket Teater Studio. Zapela ga je

S: Kaj meniš o novem Fadu, ki se pojavlja z novimi skupinami?

P: Všeč nam je in t a k o pripravljamo

P o l o n a Udovič, ki je v spremstvu kvarteta M a sc a r a navdušila prisotne. Vsi člani kvarteta so Slovenci, kar ta narod uvršča med ljubitelje in pevce fada.

Poleg Polone, ki je študirala na glasbeni akademiji v Ljubljani, sestavljajo kvartet še glasbeniki Timi Krajnc, Mitja Režman, Vojko Vešligaj. fadistka?

Svoj album Barco Negro so že predstavili v torek v Jazz klubu v Cankarjevem domu, in v Pocket Teatru. Polona je ob tem nastopila v dokumentarcu Carolina Silveira - O Amor que Fica -, ki je predstavljen na drugih straneh te številke revije. Vabljeni k branju.

eno od Marizinih pesmi, ki je malo bolj pop. Mi sicer i g r a m o predvsem "Fado Nuevo". V kvartetu so samo tri kitare, portugalske kitare pa še nimamo.

S: Katera je tvoja najljubša pevka fada -

P: Mariza zagotovo. Ob njej pa tudi drugi fadisti, saj ima vsak svoj način petja fada.

S: Kako je bilo na snemanju dokumentarca Carine Silveira o ‘saudade’, v katerem si tudi sama sodelovala?

S: Kako si se spoznala s fado glasbo?

P: To je bila super izkušnja. Prvič zato, ker so ljudje, ki so to P: Na začetku sem pela argentinski tango, s fadom pa sem se naredili, fantastični. Potem, ker je Vojko iz našega kvarteta prečkal spoznala, ko je tekom sodelovanja s skupino Terrafolk, kitarist polovico Slovenije, da bi sodeloval in igral z mano dve pesmi v napisal pesem, ki je bila skoraj fado. Veliko let kasneje sem se s filmu. Energija je bila odlična. Ko narediš kaj s takšnim temi glasbeniki ponovno našla in ustanovili smo Mascara kvartet. navdušenjem, je rezultat zagotovo super.

Fado sem spoznala ob igranju z njimi. Mislim, da v Sloveniji takrat S: Ali tudi tujci razumejo ‘saudade’?

vsaj, še ni bilo nikogar, ki bi pel to glasbo.

P: Mislim, da ja, na svoj način. In mislim tudi, da celo Portugalci to S: Zakaj se imenujete ‘Mascara’?

vsak po svoje občutijo. P: Ko igraš in poješ, daš občinstvu in glasbi vse, kar imaš, …vsa svoja čustva. Zato smo na nek način kot ena maškara, maska.

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O AMOR QUE FICA

LJUBEZEN, KI OSTANE

Quando se é português cresce-se a ouvir e a usar a palavra saudade. É usada desde as situações mais triviais, como a saudade do mar, até às de maior angústia, como a saudade alguém que está longe. Mas o que é a saudade? E também a sentem os de outras nações ou é a capacidade de a sentir é exclusiva dos portugueses? A Zé tem saudades da infância, o João do país que deixou para trás

Portugalci odraščamo ob poslušanju in uporabljanju besede saudade. Uporablja se tako za najbolj običajne situacije, kot je saudade za morje, kot tudi za najbolj stresne, kot je saudade za nekom, ki je daleč stran. Toda kaj je saudade? Ali ga občutijo tudi drugi narodi ali pa je zmožnost občutenja tega občutka omejena le na Portugalce? Zé pogreša svoje otroštvo, João pogreša državo, ki

há 11 anos, a Sara dos avós que ainda moram com ela e a Polona conheceu a saudade através do fado, cantando-a e sentindo-a como se tivesse nascido com alma lusitana. O Amor que Fica mostra a individualidade e a universalidade deste sentimento. Os portugueses não são os únicos a senti-la, talvez a diferença resida em que a consigam expressar com mais facilidade e demonstrar amor e afeto com um “tenho saudades tuas” – porque um “sinto a

jo je zapustil pred enajstimi leti, Sara pogreša stare starše, ki še vedno živijo z njo in Polona je spoznala saudade preko fada, poje ga in ga čuti, kot da bi se rodila z luzitansko dušo. Ljubezen, ki ostane pokaže tako individualnost kot univerzalnost tega občutka. Portugalci niso edini, ki ga občutijo, mogoče je razlika v tem, da ga Portugalci izrazijo z večjo lahkoto ter pokažejo ljubezen in naklonjenost s “čutim saudade zate” - saj se samo “pogrešam te”

tua falta” não sabe ao mesmo. Carolina estuda Media Arts and Practices na Academia de Artes da Universidade de Nova Gorica, na Eslovénia. Estando eu fora de Portugal é claro que tenho imensas saudades. "E quando tento explicar estes sentimentos a amigos meus, que não são portugueses, torna-se difícil, sinto que não entendem que não é algo necessariamente triste, mas que também não é necessariamente feliz. Assim, quando me foi pedido

temu ne približa.

para uma cadeira, como trabalho final do primeiro semestre, que fizesse um documentário, a ideia de tentar explicar, mas mais que explicar, mostrar o que é a saudade veio com uma incrível naturalidade."

sem morala za zaključno semestrsko nalogo pri enem od predmetov narediti dokumentarec, je ideja, da bi skušala razložiti, in ne samo to - da bi pokazala, kaj je saudade - prišla z neverjetno lahkoto." Glasba skupine Mascara Quartet je v veliko pomoč pri izražanju občutka ljubezni, ki ostane. V Poloninem glasu je saudade, čeprav ni bila rojena s to besedo v svojem besednjaku. Odzivi so bili odlični,

A música do Mascara Quartet é uma grande ajuda no que toca a expressar o que é isso de sentir o amor que fica, a Polona carrega saudade na voz, apesar de não ter nascido com uma palavra para tal no seu vocabulário. As reações têm sido muito boas, as pessoas dizem-me que ficaram a entender melhor o que é este sentimento tão português e eu fico com a sensação de missão cumprida.

Carolina študira medijske umetnosti in prakse na Akademiji umetnosti Univerze v Novi Gorici v Sloveniji. Ker trenutno nisem na Portugalskem, me preveva velikanski občutek saudades. "Ko skušam ta občutek razložiti svojim neportugalskim prijateljem, ugotovim, kako je to težko storiti, saj mislim, da ne razumejo, da ta občutek ni nujno žalosten, vendar ni niti nujno, da je vesel. In ko

ljudje mi povedo, da zdaj ta portugalski občutek veliko bolje razumejo in zato menim, da sem svoje poslanstvo izpolnila.

um filme de Carolina Silveira [!13]

Carolina Silveira


CINEMA / KINO LIFFE 2018 traz-nos cinema em Português Mais um novembro de filmes muito bons oriundos de todo o mundo para a grande tela eslovena, um pouco por toda a cidade. Na sua 29ª edição, o festival internacional de cinema LIFFE abre a janela para o mundo para nos fazer vibrar com realizadores sobejamente conhecidos, como o dinamarquês Lars Von Trier, ou o italiano Matteo Garrone, autor de Gomorra que nos traz o misterioso e cómico Dogman. Como tem vindo a ser habitual, contou também com filmes menos comuns às telas de cinema da capital Eslovena. O Cinema Português esteve representado pelo novo filme de Jorge Jácome, Flores, que nos relata um cenário hipotético de crise natural nos Açores provocada por uma incontrolável praga de hortênsias, em que a população açoriana se vê forçada a abandonar as ilhas. Em Português esteve ainda o filme Benzinho, do realizador Brasileiro Gustavo Pizzi, que esteve presente durante a projeção para conversar com o público sobre as suas vivências no sul do Brasil, que aliás inspiraram esta longa metragem.

Na LIFFE-ju 2018 tudi filmi v portugalščini Še en november je na slovenska velika platna pripeljal odlične filme iz celega sveta in to v različne kotičke mesta. V svoji 29. izdaji nam je mednarodni filmski festival LIFFE ponovno omogočil vpogled in vznemirjajoče doživljanje izdelkov filmskih ustvarjalcev, kot sta Danec Lars Von Trier ali pa Italijan Matteo Garrone, avtor znamenite Gomore, ki nam tokrat prinaša skrivnostni in komični film Dogman. Kot ponavadi pa nam je LIFFE omogočil tudi ogled filmov, ki jih sicer manj pogosto vidimo na filmskih platnih slovenske prestolnice. Portugalsko kinematografijo je predstavljal novi film Jorgeja Jácoma z naslovom Flores, ki nam ponuja hipotetični scenarij naravne katastrofe na Azorih, ki jo povzroči nalezljiva kuga izhajajoča iz hortenzij. Zaradi te krize je prebivalstvo primorano zapustiti otoke. Drugi film v portugalščini je bil tudi Benzinho brazilskega režiserja Brasileira Gustava Pizzija, ki je bil tudi osebno prisoten tekom predvajanja filma, da se je pogovarjal z občinstvom

para ver desenhos-animados (tecnicamente, filmes de animação) na grande tela. E isto para miúdos e graúdos, uma vez que as projeções vão desde longas metragens como o polémico Breadwinner, sobre as limitações da vida quotidiana no Iraque de hoje, até ao cinema experimental. E já são uma tradição as noites de animação da Animateka, e em particular o karaoke pós cinema que tem sido um sucesso nos últimos anos. Como é habitual, há sempre espaço para a criançada, até nos eventos dos mais velhos. Organizam-se vários ateliers e projeções para as crianças se integrarem nesta festa. Há um pouco de tudo e para todas as idades. Há também várias exposições pelas galerias e museus da cidade para dar a conhecer ao público as criações de cenários e personagens que vemos nos filmes.

Animiraj se, Ljubljana Vedno je prijetno, ko se december v Ljubljani začne z mednarodnim festivalom animiranega filma Animateka, ki na veliki ekran vsako leto prinaša nova presenečenja. Festival predstavlja dobro priložnost za obisk kina, a tokrat zaradi ogleda risank (oz. bolje rečeno animiranega filma). Namenjen je tako otrokom kot odraslim, saj so filmi zelo raznoliki, od dolgometražnega in kontroverznega filma Breadwinner, ki govori o omejitvah življenja v današnjem Iraku, do eksperimentalnega kina. Animirane noči so postale že tradicionalni del festivala, kot tudi Animatečne karaoke, ki so postale velik hit v zadnjih letih. Kot vedno pa je prostor tudi za najmlajše, tudi na dogodkih, ki so namenjeni odraslim. Številnim projekcijam filmov se lahko pridružijo tudi otroci oz. se zanje predvajajo posebni filmi. Najti je torej nekaj za vsakega, ne glede na starost. Organizirajo se tudi različne razstave po galerijah in muzejih po mestu z namenom, da se javnost bolje spozna s scenskimi upodobitvami in liki v teh filmih.

Cinema em Português todo o ano

o svojih izkušnjah življenja na jugu Brazilije, ki so pravzaprav bile navdih za ta film.

Foram 12 os filmes Portugueses que a Revista Sardinha projetou

Anima-te Ljubljana: Animateka 2018

em 2018. Também a revista tem tido a preocupação de trazer o melhor da 7ª arte em Português ao seu público, com uma boa seleção de filmes Portugueses que contou com contribuições pelo leitor do Instituto Camões em Viena, Alcides Murtinheira, e pelo diretor do festival de cinema Português de Viena - Inquietudo, David Almeida Ribeiro. O ciclo de Cinema em Ljubljana teve

Acaba hoje o festival internacional de animação de Ljbuljana Animateka - que nos traz todos os anos boas surpresas ao grande ecrã. É uma boa oportunidade para ir ao Cinema, mas desta vez

duração anual e foi apoiado pelo Instituto Camões através da Embaixada de Portugal em Viena. Foi acompanhado por eventos


paralelos de promoção da Cultura Portuguesa. Um bom exemplo Zaključil se je Ciklus portugalskih filmov foi a celebração do dia internacional da Língua Portuguesa, com a projeção do filme Alentejo, Alentejo, antecedido pela palestra V letu 2018 se je zaključil Ciklus dvanajstih portugalskih filmov. Gre sobre o Cante Alentejano pelo proóprio Alcides Murtinheira. Este za dogodek, ki je nastal na pobudo revije Sardinha in pod okriljem evento aconteceu no já extinto espaço cultural Ziferblat onde as portugalskega veleposlaništva in Inštituta Camões iz Dunaja. projeções tiveram início. Em sintonia com esta temática, a 18ª Namen je bil javnosti predstaviti najboljše iz sveta portugalskega edição da Revista Sardinha apresenta uma capa de autor do filma z izbiro kvalitetnih filmov, ki so jih prispevali (vsi iz Dunaja): fotógrafo Luís Quaresma, e alguns artigos que apresentam Caboinštitut Camões, professor portugalščine na Lektoratu za Verde simultaneamente em Português e Esloveno. Houve ainda portugalščino Univerze na Dunaju Alcides Murtinheira in direktor um evento literário dedicado a Mia Couto na Vodnikova Hiša portugalskega filmskega festivala - Inquietudo, David Almeida Kultura, de que já falamos nesta rubrica. Para terminar, o Ribeiro, in vodji filmskega Ciklusa v Ljubljani, Catarina Cornejo ter português Filipe de Almeida organizou um pequeno almoço de Jéssica Lima. Projekcije filmov so se prikazovale eno leto, najprej v Portugal e Namíbia no espaço infantil Mala Ulica, onde prostoru kavarne Ziferblat in nato v centru Poligon. Spremljali so jih confecionou pastéis de nata com a criançada. Esta Festa da vzporedni dogodki s ciljem slovenski publiki še bolje predstaviti Lusofonia é já um evento tradicional em Ljubljana, juntando lusorazlične vidike portugalske kulture. Tak primer je bilo recimo falantes das mais variadas origens na capital eslovena. É um fator praznovanje Mednarodnega dneva portugalskega jezika s de enriquecimento cultural que todos apreciam, de cariz projekcijo filma "Alentejo, Alentejo" in predavanjem o napevih iz integrador e do qual a Sardinha tem o prazer de fazer parte. Até pokrajine Alentejo (Cante Alentejano) profesorja Alcides para o ano #Luzofonija.

Murtinheira.


SURMA, MENT E A MÚSICA QUE VEIO DO FUTURO SURMA, MENT IN GLASBA PRIHODNOSTI MENT 2019 traz SURMA aos palcos Eslovenos Este ano o festival MENT chegou à sua quinta edição trazendo consigo um programa bastante diverso e dando a conhecer muita desta música do futuro, num formato muito convidativo de curtos concertos um pouco por toda a cidade. Abriu a primeira noite com Kukla, uma das mais proeminentes artistas eslovenas, que conheci neste mesmo festival em 2017 e que neste ano voltou a mostrar o grande potencial da música que se faz por cá. A artista portuguesa SURMA, candidata à edição deste ano do Festival da Canção, apresentou as suas mais recentes criações, entre uma nova pop muito fresca, com sintetizador e guitarra, numa combinação de efeitos sonoros e loops, e num formato one-man-band que muito agradou a um público que não queria que aquela noite acabasse. Teve sala cheia e rapidamente ganhou os corações eslovenos. Será muito bem-vinda numa próxima visita. Tivemos o prazer de falar um pouco com ela.

Sa: O que significa Surma?

Su: Surma é o nome de uma tribo indígena originária da Etiópia! Tinha várias ideias de nomes num velho caderno, até que, determinado dia estava a ver um documentário na Discovery sobre tribos indígenas em que “Surma” era a principal tribo a ser falada nesse mesmo documentário! O nome ficou-me de tal maneira na cabeça durante semanas e semanas e semanas que não pensei em mais nada e atirei-me de cabeça com ele! Achei imensa piada e adorei todos os costumes que eles têm no dia-a-dia e toda a rotina que eles levam. Não pensam em bens materiais, são um

povo em que a família está em primeiro lugar para tudo, de uma humildade genial! E foi isso também que me puxou ainda mais em dar o nome Surma ao projeto! Ligar a simplicidade do Universo a tudo o resto!

Sa: Porquê “Antwerpen” como nome do teu novo disco?

Su: O Hugo Ferreira (Manager | Omnichord Records) quando gravei Maasai teve uma ideia louca de ir gravar o videoclip à Bélgica, mais especificamente, em Doel! Lá fui eu de malas às costas durante 3 dias gravar o vídeo com o grande Eduardo Brito juntamente com o grande Helder Wasterlain! São grandes amigos do Hugo, eu fui no avião sozinha e só os conheci lá pela primeira vez! Foi como que uma ligação cósmica entre os 3, uma química inigualável e uma explosão de ideias entre todos nós, foi incrível! Entre esses dias ficámos a dormir em Antuérpia, que ficava a 30 min de Doel indo de carro…toda a atmosfera sentida na cidade, a arquitetura, o dia-a-dia das pessoas, sente-se uma vibe única e mágica. Abriu-me bastante os horizontes para o novo álbum e foi por isso mesmo que quis dar o nome de “Antwerpen” ao álbum! Como que uma homenagem à cidade e a toda a felicidade e magia que senti naqueles dias!

Sa: Como é a cena de música alternativa em Leiria de onde vens?

Su: Tem crescido a olhos largos, não só a cena de música alternativa, mas toda a cena musical no geral e até mesmo cinema, artes plásticas, teatro! Tudo o que toca a artes e cultura tem crescido a olhos vistos em Leiria! Temos também pessoas com um Amor do tamanho do Mundo que nos ajudam a crescer todos os


MÚSICA /GLASBA dias e a ver as coisas com outros olhos, associações com uma energia incrível que apoiam tudo e todos, a nossa Omnichord que sem o Hugo não sei onde estaríamos hoje! Tem sido um orgulho ver o crescimento tão grande da nossa cidade! Há um sentimento de família e de união entre todos nós, o que nos ajuda imenso a crescer e a aprender todos os dias com pessoas tão talentosas e tão únicas!

Sa: Do que fala a tua música?

Su: Fala de muita coisa de uma maneira um pouco fora do comum eheh… fala de experiências pessoais, de histórias inventadas na minha cabeça, do simples facto do silêncio e do isolamento me inspirar imenso, viagens que faço, culturas e pessoas que conheço, de um modo geral é a minha Vida e a minha Pessoa por completo na Surma. Sou uma pessoa muito transparente!

Sa: Como foi o Ment 2019?

Su: Posso dizer que o Ment 2019 foi dos melhores concertos e dos melhores festivais em que tive o prazer e a hora de tocar até hoje! O Amor que se sentia na sala foi inigualável, nunca vi um público dançar tanto num concerto de Surma. Estive arrepiada do início ao fim com o Amor que levei do Ment! Foi das melhores experiências da minha vida.

Sa: Já tinhas estado na Eslovénia? Chegaste a apanhar neve?

Su: Era dos meus objetivos ir à Eslovénia, foi a minha primeira vez e só tenho a agradecer pela oportunidade incrível e pelo convite de outro Mundo! Tive a sorte de apanhar neve e tive a sorte de estar a nevar enquanto estivemos o pouco tempo a passear pela cidade eheh! É uma cidade mágica com uma atmosfera de outro Mundo! Senti-me num filme da Disney <3

Sa: O que aconteceu depois de “Hemma” ser premiada pela SPA2017?

Su: Quando recebi o email por parte da SPA não acreditei assim que o vi! Que HONRA ser nomeada juntamente com músicos tão talentosos e tão incríveis! Fiquei felicíssima quando soube da notícia! Ficámos todos muito orgulhosos e sem a equipa extraordinária que tenho a meu lado nada disto seria possível! Nunca tenho palavras para agradecer o suficiente às pessoas maravilhosas que me rodeiam todos os dias!

Sa: O que esperas do Festival Da Canção?

Su: Espero dar tudo o que tenho dentro de mim e chegar a um outro público! Acima de tudo divertir-me, vai ser uma experiência de outro Mundo!

Sa: Qual foi a tua favorita na edição de 2018?

Su: Joana Barra Vaz - Anda a estragar-me os planos, sem sombra de dúvida!

MENT je pripeljal SURMO na slovenski oder Peti festival MENT nam je prinesel izjemno raznolik program, usmerjen v prihodnost, z zanimivo obliko krajših koncertov na številnih lokacijah v Ljubljani. Prvi večer se je na festivalu MENT predstavila Kukla, ena izmed najbolj opaznih slovenskih umetnic, ki smo ji na festivalu že prisluhnili v letu 2017. Tudi letos je bil nastop Kukle dokaz za velik potencial glasbe, ki se predstavlja na festivalu.

Portugalska umetnica SURMA, ki je letos sodelovala na portugalskem izboru za predstavnika na Pesmi Evrovizije (Festival da Canção), je na festivalu MENT predstavila svoje najnovejše stvaritve. Svež novi pop, kot lahko označimo glasbo Surme, ustvarja s kitaro in sintetizatorjem ter kombinacijo zvočnih učinkov in loopov. SURMA je nastopila sama, kot je to zanjo značilno, in očarala številno slovensko občinstvo, ki ni želelo, da se noč konča. Verjamemo, da bo umetnica zelo lepo sprejeta tudi ob prihodnjih obiskih Slovenije.

Sa: Kaj pomeni ime Surma?

Su:

Surma

je

ime

avtohtonega plemena iz Etiopije! V svoji beležnici sem imela zapisanih veliko zamisli, nato pa sem nekega dne gledala dokumentarec o domorodcih, v katerem je imelo pleme Surma osrednjo vlogo. Ime je ostalo v mojih mislih več tednov in ker ga nisem mogla pozabiti, sem ga sprejela. Všeč so mi njihovi običaji, dnevni rituali in njihov vsakdan. Ne razmišljajo o materialnih dobrinah, so ljudstvo, pri katerem je družina vedno na prvem mestu. Ljudstvo, ki je ponižno in skromno. Vse to me je navdušilo in zato sem se odločila za ime Surma - povezovanje preprostosti sveta z vsem ostalim!

Sa: Zakaj si svoj zadnji album naslovila Antwerpen?

Su: Ko smo posneli Maasai, je imel Hugo Ferreira (Manager | Omnichord Records) noro idejo. Želel je, da video za pesem posnamemo v Belgiji, natančneje v mestu Doel. Pripravila sem potovalke in za tri dni odšla snemat video, pri čemer sta se mi pridružila fantastična Eduardo Brito in Helder Wasterlain! Oba sta Hugova dobra prijatelja, ki sem ju sama spoznala šele po pristanku letala. Med nami je prišlo do čudežne kozmične povezave, ujemanja brez primere in eksplozije idej. Bilo je nepozabno! V času snemanja smo spali v mestu Antwerpen, ki je od mesta Doel


oddaljen 30 minut vožnje … Atmosfera v mestu, vsa arhitektura,

toliko ljudi plesati na svojem koncertu. Ljubezen me je prevevala od

vsakdan ljudi. Vse skupaj je bilo magično in edinstveno in je odprlo številna obzorja novemu albumu. Prav zato sem ga želela poimenovati Antwerpen, kot poklon mestu ter vsej sreči in čarobnosti, ki sem jo čutila v tistih dneh.

začetka do konca festivala. To je bila ena najboljših izkušenj v mojem življenju.

Sa: Kakšna je alternativna glasbena scena v mestu Leiria, od koder prihajaš?

Su: Odraščala sem s posluhom za številne stvari, ne le alternativno glasbeno sceno, ampak glasbo nasploh, film, umetnosti, gledališče. Vse, kar je povezano z umetnostjo in kulturo, ima v mestu velik pomen. V Leiri imamo zelo ljubeznive ljudi, od katerih se učimo iz dneva v dan in zaradi katerih svet opazujemo z druge perspektive. Imamo organizacije z izjemno energijo, ki podpirajo vse in vsakogar, ter založbo Omnichord Record pod taktirko Huga. Ne vem, kjer bi bili danes brez njega! Zelo sem ponosna, da sem lahko priča temu neizmernemu razvoju v mestu. Občutek skupnosti in enotnosti med vsemi nami nam pomaga, da se učimo in rastemo ob vseh teh nadarjenih in izvirnih ljudeh.

Sa: O čem govori tvoja glasba?

Su: O številnih stvareh na neobičajen način. Govori o mojih izkušnjah, zgodbah, ki nastajajo v moji glavi, o tišini in izolaciji, ki me navdihujeta. O mojih potovanjih, kulturah in ljudeh, ki jih spoznavam. Surma je odraz mojega življenja. Sem zelo odprta in transparentna oseba in moja glasba je izraz tega.

Sa: Kakšne vtise imaš o Festivalu Ment 2019?

Su: Lahko rečem, da je festival Ment 2019 eden izmed najboljših festivalov, na katerih sem nastopila do današnjega dne. Ljubezen, ki sem jo čutila na odru, je bila edinstvena, še nikoli nisem videla

Música independente portuguesa no mundo A Sardinha encontrou-se também durante o MENT2019 com Nuno Saraiva, cofundador e presidente da Associação Portuguesa de Músicos, Artistas e Editoras Independentes (AMAEI), e diretor da label / publisher Lusitanian. A AMAEI fundou, por sua vez, o gabinete de exportação da música portuguesa, WHY Portugal. Falou-nos das mudanças que estão a acontecer no mundo da música, da iniciativa Europeia Europe in Synch em que está envolvido, no contexto da rede Europeia de Showcases (INES). Prometeu até ajudar a trazer mais música Portuguesa à Eslovénia. Fica a entrevista.

S: Fala-nos um pouco do que vieste apresentar à conferência MENT Pro.

NS: Apresentamos hoje de manhã o conceito do Europe in Synch que se baseia em pegar nos produtores, os artistas, as labels, e os publishers do mundo da música, e sentá-los à mesa com a indústria audiovisual que precisa de licenciar música para, por

Sa: Si že kdaj obiskala Slovenijo? Ti je uspelo videti sneg?

Su: Obisk Slovenije je bil eden izmed mojih ciljev. Tu sem prvič in lahko se le iskreno zahvalim za to neverjetno priložnosti in povabilo iz “drugega sveta”. Imela sem srečo, da sem ujela sneg. Ko smo se sprehajali po mestu, je snežilo, hehe. Ljubljana je magično mesto. Počutila sem se kot v kakšnem Disneyevem filmu <3

Sa: Kaj se je zgodilo potem ko je “Hemma” prejela nagrado SPA2017?

Su: Ko sem prejela elektronško pošto SPA-ja (Sociedade Portuguesa de Autores / Portugalsko združenje avtorjev, op. prev.), nisem mogla verjeti! Kakšna ČAST je biti nominiran ob tako talentiranih in izjemnih glasbenikih. Novice sem se zelo razveselila. Vsi smo bili zelo ponosni in za to se lahko zahvalim predvsem čudoviti ekipi, ki je ob meni! Brez njih bi bilo nemogoče. Nikoli ne najdem pravih besed, ki bi lahko opisale, kako zelo hvaležna sem, da imam ob sebi takšne ljudi.

Sa: Kaj pričakuješ od portugalskega izbora za predstavnika na Pesmi Evrovizije?

Su: Želim si, da bi dala vse od sebe in dosegla neko drugo, drugačno občinstvo. Predvsem se želim zabavati. To bo res izkušnja iz “drugega sveta”!

Sa: Kdo je bil tvoj favorit v letu 2018?

Su: Joana Barra Vaz in njena pesem Anda estragar-me os planos, brez dvoma!

exemplo, spots publicitários ou reclames de televisão, cinema e videojogos onde se precisa de sincronizar a música do audiovisual. Para tal, em termos jurídicos, precisa-se dos direitos do master e dos direitos do publishing, ou edição musical. Eu acho que há uma janela de oportunidade na Europa onde temos cada vez mais produtores e artistas independentes que são titulares das suas próprias letras e músicas, como também da gravação, e nesse caso temos um fenómeno que se chama one stop licensing. Só se tem que falar com uma pessoa para licenciar o conteúdo. Isso é uma grande vantagem que os independentes na Europa têm perante as grandes multinacionais.

S: Isso tem um grande impacto no mundo da música hoje não é?

NS: Sim. Nós em 2012 fundamos em Portugal a AMAEI precisamente para divulgar este conhecimento de campo e capacitar os nossos artistas autoeditados, e as editoras independentes em Portugal para terem mais conhecimento de campo nestes assuntos. E em 2016 a AMAEI fundou a Why Portugal que é o gabinete de exportação da música Portuguesa,


dedicado à celebração de protocolos como o MENT aqui em Ljubljana ou o EuroSonic na Holanda, o maior Showcase Festival na Europa, para que Portugal possa ser o país destaque pelo menos num evento a cada ano. Organizamos também missões de

(AMAEI), in direktorjem založbe Lusitanian. Z njim smo se pogovarjali o spremembah v svetu glasbe ter o evropski pobudi Europe in Synch, s katero sodeluje v okviru mreže showcase festivalov INES. Nuno nam je prav tako obljubil, da bo v Slovenijo

internacionalização da música Portuguesa em parceria, por exemplo, com o AICEP e o Ministério dos Negócios Estrangeiros para colocar mais música Portuguesa no mapa, fora de Portugal.

pripeljal več portugalskih glasbenikov.

S: E a nós interessa-nos muito ter mais música Portuguesa em eventos na Eslovénia. Como podemos conseguir isso?

NS: Enquanto a AMAEI é uma associação de música independente

NS: Danes zjutraj smo na konferenci predstavili koncept Europe in Synch, ki temelji na izboru producentov, umetnikov, založbenih hiš in založnikov glasbenega sveta. Slednji so se srečali s predstavniki

gravada, como falamos, mas a Why Portugal é para toda a indústria. Até para as grandes multinacionais em Portugal. Faz com que eventos profissionais como o festival esloveno MENT possam ter um parceiro em Portugal para organizar os outros apoios necessários à construção de uma missão de internacionalização. Mas temos sempre que ir à procura dos apoios para cada missão. Quando fizemos o foco em Portugal no

iz audio-vizualne industrije, ki potrebuje glasbo z dovoljenjem za različne oglaševalske vložke ali televizijske reklame, video igre, filmsko industrijo, skratka povsod, kjer je glasbo potrebno sinhronizirati z vizualno komponento. Za to so v pravnem smislu potrebne različne pravice - pravica za distribucijo, avtorske pravice. V Evropi imamo trenutno čedalje več neodvisnih producentov in umetnikov, ki ustvarjajo lastna besedila in pesmi,

EuroSonic 2017, tivemos o apoio da fundação GDA para a gestão dos direitos dos artistas, o Fundo Cultural da Audiogest, a AICEP com o Portugal Lounge, a Direção Geral das Artes com o apoio às viagens dos artistas, canalizados por via da AMAEI, e vários outros apoios para esta missão. Apoiamos de acordo com o formato e as limitações dos eventos, mas também criamos programas de apoio à circulação dos artistas.

hkrat pa skrbijo tudi za snemanje. To je izvrstna priložnost za one stop licensing, kjer je treba pravice za uporabo v tem primeru dobiti le od ene same osebe. To je ena izmed velikih prednosti, ki jo imajo neodvisni ustvarjalci pred velikimi multinacionalkami.

S: Qual é o evento similar ao MENT em Portugal?

Portugalskem veliko samozaposlenih umetnikov in neodvisnih založb. Leta 2016 je organizacija AMAEI ustanovila urad Why Portugal. Glavni name urada je

NS: O Westway Lab é o primeiro showcase festival Português. Já decorre em Guimarães há seis anos. No Westway Lab já tivemos o rapper esloveno Ntoko, Bowrain, convidamos a Neomi mas que ainda não conseguiu por razões de calendário. Tentamos fomentar o intercâmbio através das parcerias que o Westway Lab nos proporciona. E este festival faz outra coisa que é absolutamente inédita neste circuito de showcase festivals que foi uma ideia do Rui Torrinha, diretor do Festival em Guimarães, que para além da conferência e festival também proporciona a artistas estrangeiros trabalhar novos temas em parceria com artistas Portugueses para serem apresentados pela primeira vez durante o festival. O esloveno Bowrain esteve lá em residência com o Pedro Lucas e criaram um projeto paralelo que continua ainda hoje, e o Nelson dos We Bless This Mess que nesse âmbito criou o projeto paralelo The Melonas com o grupo húngaro Ivan & The Parazol, que aliás já foram a Budapeste gravar um disco. Isto começou em Guimarães. E está a correr bem.

Portugalska neodvisna glasba v svetu Sardinha se je na festivalu MENT2019 srečala tudi z Nunom Saraivo, soustanoviteljem in predsednikom portugalskega združenja glasbenikov, umetnikov in neodvisnih založnikov

Foto: Joao Costa

S: Nuno, povej nam kaj več o tvoji predstavitvi na konferenci MENT Pro.

S: To ima dandanes velik vpliv v svetu glasbe, kajne?

NS: Da. Leta 2012 smo na Portugalskem ustanovili AMAEI. Organizacija skrbi za ozaveščanje na tem področju, saj imamo na

predstavljanje portugalske glasbe po svetu. Skrbi za prepoznavnost države kot recimo tukaj, na festivalu MENT, ali na festivalu EuroSonic na Nizozemskem, ki je eden izmed največjih showace dogodkov v Evropi. Portugalska je na takšnih dogodkih vsaj enkrat letno izpostavljena država. Prav tako organiziramo različne projekte, ki se osredotočajo na internacionalizacijo portugalske glasbe skupaj s partnerji, kot sta AICEP in Ministrstvo za zunanje zadeve, saj si želimo, da bi predstavljali portugalsko glasbo zunaj državnih meja.

S: V Sloveniji si želimo, da bi lahko prisluhnili večim portugalskim glasbenikom. Kako to dosežemo?

NS: Medtem ko je AMAEI neodvisno glasbeno združenje, Why Portugal skrbi za celotno industrijo, tudi za velike multinacionalke na Portugalskem. Pripravlja strokovne dogodke s številnimi partnerji, med katerimi je tudi festival MENT, ki pripomorejo k večji mednarodni prepoznavnosti. Kljub temu moramo za vsak dogodek še vedno iskati dodatno podporo. Ko smo postavili Portugalsko v središče na dogodku EuroSonic 2017, smo imeli podporo organizacije CDA za upravljanje pravic umetnikov, Kulturnega sklada Audiogest, AICEP s stojnico o Portugalski, Generalnega


direktorata za umetnost, ki je poskrbel za pot umetnikov, ter drugih. Umetnike podpiramo v skladu z obliko in omejitvami dogodkov, prav tako pa pripravljamo programe, ki skrbijo za podporo za umetnike.

S: Kako lahko portugalska skupnost izven Portugalsek pripomore k takšnim iniciativam?

S: Ima Portugalska dogodek, ki je podoben festivalu MENT?

raznih nesporazumov z drugimi institucijami, kot je na primer Instituto Camões, saj Surma in We Bless This Mess svojih pesmi ne izvajajo v portugalskem jeziku. Kljub temu v svojem delu izkazujejo nekaj portugalskega, hkrati pa imajo prav posebno, sebi lastno glasbeno estetiko, kar veliko pripomore k prepoznavnosti Portugalske. Danes, Portugalska ni le fado (seveda nimam nič proti

NS: Westway Lab je prvi showcase festival na Portugalskem, ki se že šest let odvija v portugalskem mestu Guimarães. Westway Lab je gostil slovenska glasbenika N’toka in Bowraina, povabili smo tudi skupino Neomi, ki pa se dogodka zaradi drugih obveznosti ni mogla udeležiti. Spodbujamo izmenjavo umetnikov med državami, saj nam določena partnerstva to omogočajo. Ta festival poleg konference in festivala samega odlikujejo tudi zanimiva sodelovanja portugalskih in tujih umetnikov. Rezultati njihovega sodelovanja so kasneje prvič predstavljenaina festivalu. Takšno sodelovanje, za katerega se lahko zahvalimo direktorju festivala v Guimarãesu Ruiu Torrinheju, je v svetu showcase festivalov brez primere. Slovenski glasbenik Bowrain je na rezidenci v Guimarãesu sodeloval s Pedrom Lucasem ter ustvaril paralelni projekt, ki se nadaljuje še danes. Nelsom iz skupine We Bless This Mess je z madžarsko skupino Ivan & The Parazol ustvaril projekt The Melonas. Skupaj so kasneje posneli ploščo. Vse to se je začelo v mestu Guimarães.

Reaprender a respirar Para terminar este foco na música alternativa Portuguesa de passagem por Ljubljana, apresentamos os We Bless This Mess, que passaram pela capital eslovena também em janeiro, para apresentar o seu novo álbum numa das melhores salas de espetáculos da capital eslovena - Kino Šiška - que em tempos foi um cinema. Estiveram de volta a Ljubljana, depois da sua visita ao festival MENT2018, para um entusiasmante concerto que teve momentos íntimos e foi quase um encontro de velhos amigos. O tão esperado tema Ocean, que segundo o autor fala acerca de respirar, traz um pouco da boa onda que tanto nos faz falta por cá, especialmente a meio do Inverno. Fica a entrevista.

S: Já vieram cá à Eslovénia várias vezes. Qual é a vossa impressão?

WBTM: A primeira vez que cá vim foi em março de 2017 para tocar lá fora no Kino Šiška e foi altamente. A reação do público foi muito boa. Depois toquei também em Izola, conectaram-se logo com essa primeira vez que vim cá. Depois fui desenvolvendo amizades. Acho que é assim um bocado em qualquer lugar. Gosto da Eslovénia por ser um território pequeno e porque tem semelhanças também com Portugal, por exemplo, teres uma parte mais montanhosa e outra parte da praia. Tocamos também no MENT, essa foi uma experiência mesmo fixe. Estivemos uma semana em Ljubljana, foi altamente. Depois voltei cá em agosto para o festival

NS: Kot glasbena industrija imamo odlične odnose z organizacijo AICEP, s katero sodelujemo na dnevni bazi. Seveda lahko pride do

fado glasbi). Portugalska sodobna glasba ni le tista starodavnost, saj ima slednja v prizadevanjih za mednarodno prepoznavnost lahko celo nasprotne učinke. Portugalske skupnosti lahko veliko pripomorejo k temu, da se sodobna portugalska glasba bolj uveljavi. Skupnost mora podpreti takšne dogodke, sicer se lahko zgodi kaj podobnega, kot se je zgodilo na kanadskem dogodku Music Week v Torontu. Tam se je predstavil Frankie Chavez in skupina Dead Combo v eni izmed dvoran, ki je bila geografsko zelo blizu delu, kjer živi portugalska skupnost, ki za dogodek sploh ni vedela.

Punk Rock Holiday. Estava a tocar com Dunkin Punches, de Inglaterra, e como estávamos a ir para lá decidi perguntar o que dava para fazer. Acabei por tocar no festival, que foi uma das experiências mais especiais que tive.

S: E como está a cena musical no Porto de onde vocês são?

WBTM: Sim, somos do Porto, mas estamos agora a viver em Londres. Mudamo-nos em julho de 2018. O Porto foi o que nos deu a solidez e a base para depois transformarmos, se calhar, esta banda numa cena mais internacional. Porque, lá está, o primeiro passo para uma banda é ter uma ação local, e nunca esquecer da internet que nos conecta com o mundo, mas também é fixe termos alguma responsabilidade no nosso local. Por isso, para além de tocarmos os shows no Porto também convidamos outros artistas para lá tocar. Portugal é um país pequeno e ao trazer uma banda de fora não é difícil organizar pequenas tours por Porto, Lisboa e Algarve. Mesmo hoje em dia morando em Londres estamos a fazer lá concertos.

S: E conseguem trazer bandas portuguesas para Londres?

WBTM: O nosso foco para já é marcar concertos internacionais em Portugal. Depois mantendo um espírito proativo para nos conectarmos com as bandas que trazemos, para começarem a fazer as próprias viagens. Se nós somos independentes a esse nível, acho que qualquer banda com uma estrutura mais ou menos organizada também o consegue fazer. Nada disto é impossível. Foi


também isso que nos fez ir viver para Londres, apanhar outros ares e ver tudo novo, num dinamismo completamente diferente.

S: Há uma canção vossa que é especialmente emblemática para quem está fora, o “Ocean”. O que é que está por trás dela?

WBTM: Escrevi esta canção acerca do ato de respirar. Porque nem toda a gente toma atenção que o fazemos durante a nossa vida toda e é o que nos mantém vivos acima de tudo. É importante compreendermos a importância de nos acalmarmos e observar o que está a acontecer, em vez de estarmos submersos em pensamentos e pensamentos e pensamentos … às vezes é bom darmos oportunidade às coisas mais simples da vida, de nos fascinarem em vez de serem só fatores exteriores. Nós já temos o poder em nós e o conhecimento em nós para podermos pelo menos estar em paz. Não há nada de muito complexo quando nos viramos para dentro e sentimos mesmo o que nós somos.

S: Alguma mensagem para quem está a começar?

WBTM: Lá está, primeiro é perceber que o único limite que podemos ter está na nossa cabeça. E se conseguirmos expandir os limites da nossa “caixinha”, conseguimos expandir a nossa realidade também. Acho que acima de tudo é termos responsabilidade de sabermos o que queremos para a nossa vida, com trabalho que pode ser feito com um sorriso na cara que é sempre mais fácil. E tomar decisões e segui-las com entusiasmo sobre aquilo que tu fazes.

Ponovno učenje dihanja Za konec vam v tej predstavitvi sodobne alternativne glasbe Portugalske, ki se je pred kratkim predstavila v Ljubljani, predstavljamo We Bless This Mess. Skupina, ki je v preteklem letu nastopila na festivalu MENT, je tokrat Ljubljano obiskala v januarju in na odru Kina Šiška, enega izmed najboljših koncertnih prizorišč v prestolnici, predstavila novo ploščo. Koncert skupine je bil vznemirljiv. Z občasnimi trenutki intime smo imeli občutek, kot da smo na kakšnem prijetnem srečanju s starimi prijatelji. Pesem Ocean, ki po besedah avtorja govori o dihanju, je v dvorano prinesla tiste čarobne občutke, ki so tako zelo potrebni v slovenski zimi.

S: V Ljubljani niste prvič. Kakšni so vaši vtisi o mestu?

WBTM: Ljubljano sem prvič obiskal v marcu leta 2017. Takrat sem igral pred Kinom Šiška. Bilo je super, reakcija občinstva je bila zelo dobra. Zaradi poznanstev, ki sem jih spletel v Ljubljani, sem nato nastopil tudi v Izoli. Kasneje so se iz poznanstev razvila prijateljstva. Menim, da je tako povsod po svetu. Slovenija mi je všeč, ker je majha in ker je podobna Portugalski, ima tako obalni del kot tudi hribovite in gorske predele. Zelo kul je bilo nastopiti

tudi na festivalu MENT. Takrat smo v Ljubljani ostali kar teden dni in se imeli super. Avgusta smo se nato vrnili na festival Punk Rock Holiday, kjer sem igral z Dunkin Punchesi iz Anglije, in ko smo se odpravljali na festival, sem jih povprašal kaj lahko storim. Izkazalo se je, da lahko tudi sam nastopim na festivalu in to je bila ena izmed najbolj posebnih izkušenj v življenju.

S: Kakšna je glasbena scena v Portu, od koder prihajate?

WBTM: Da, doma smo iz Porta, vendar trenutno živimo v Londonu. Tja smo se preselili lansko leto, v juliju. Porto je bil naše središče, dalo nam je podlago, na kateri se je skupina izoblikovala v bolj mednarodno skupino. Prvi korak za glasbenika je zagotovo njegovo mesto, kjer je aktiven, do katerega ima tudi neko odgovornost. Seveda pa ne smemo pozabiti na svetovni splet, ki nas povezuje s preostalim svetom. Poleg tega da smo večkrat nastopili v Portu, smo v mesto povabili tudi druge umetnike. Portugalska je majhna država in zato na Portugalskem ni težko organizirati krajših turnej v Portu, Lizboni in pokrajini Algarve. V Portu še danes prirejamo koncerte, čeprav živimo v Londonu.

S: Vam je uspelo pripeljati katero izmed portugalskih skupin v London?

WBTM: Trenutno se osredotočamo na izvedbo koncertov mednarodnih umetnikom na Portugalskem. Poskušamo biti proaktivni in ostati povezani s tujimi umetniki, ki imajo koncerte na Portugalskem. Tako se odpirajo priložnosti in tudi samo lahko potujemo. Na ta način smo lahko neodvisni. Mislim, da lahko katerakoli skupina, ki je bolj ali manj organizirana, deluje podobno. Nič ni nemogoče. To nas je tudi pripeljalo v London, saj smo želeli zadihati svež zrak in videti nove stvari, v mestu s povsem novo dinamiko.

S: Pesem z naslovom Ocean je še posebej emblematična za vse Portugalce, ki trenutno ne živijo na Portugalskem. Kakšno je ozadje te pesmi?

WBTM: Ta pesem pravzaprav govori o dihanju. Dihanje je nekaj, kar nas ohranja pri življenju, je naš vsakdan, vendar vsi nismo pozorni nanj. Pomembno je, da smo umirjeni in opazujemo dogajanje okoli nas. Namesto tega smo večkrat potopljeni s svoje misli… Lepo bi bilo, če bi včasih dali priložnost tistim preprostim stvarem, namesto da nas navdušujejo samo zunanje stvari. Vse kar potrebujemo, da smo mirni, je v nas samih. Občutek, ko se zazremo v svojo notranjost, in občutimo, da smo prav tisto, kar smo. To ni nič kaj zapleteno.

S: Imate kakšen nasvet za vse tiste, ki z glasbo šele začenjajo?

WBTM: Najprej je potrebno razumeti da omejitve obstajajo le v naši glavi. Če razširimo meje naše “škatle”, nam bo uspelo razširiti tudi našo realnost. Za svoje življenje in želje smo odgovorni sami. Ob delu, ki ga lahko opravljamo z nasmehom na obrazu, je seveda vedno lažje. Pomembno se je odločati in nato slediti odločitvam z navdušenjem.


KAJA AVBERĹ EK: MILE â?¤ DISKO ,

A ENTREVISTA INTERVJU

Nesta edição da Revista Sardinha viemos dar um espaço especial a uma das nossas autoras preferidas - Kaja Avberťek - que

terminei disse a mim mesma: agora Ê de todos. Vamos a ver o que acontecerå ... Ainda estou à espera de alguma intervenção

recentemente lançou o seu novo livro Mile � Disko. Tivemos o

super fixe haha đ&#x;™‚

prazer de falar com ele acerca de arte, maternidade e da vida em geral. Fica a entrevista.

S: E qual Ê a tua relação com a Stripburger?

KA: Bom, ĂŠ uma mĂşsica que conheci atravĂŠs dum amigo

KA: Acho que comecei com eles em 2008 logo depois de voltar de Portugal. Fiz muita coisa com eles, tempos intensos, ainda faço parte do editorial, do grupinho dos editores, claro que agora Ê diferente, estou longe fisicamente. Mas sempre sinto uma

marinheiro numa ĂŠpoca um pouco maluca, quando comecei a

ligação forte. E vou fazendo coisas com eles.

conhecer o turbo folk (ex)yugoslavo. E como sou Yugoslava ... đ&#x;™‚

S: Estarias disponĂ­vel para um mural em Lisboa?

Gostei muito do momento meio kitsch, meio estranho, a energia dos BalcĂŁs ... Bom, entrou em mim ... quando fiquei grĂĄvida gostei muito do nome Mila e pensei que se calhar tenho uma menina na barriguinha ... mas afinal era um gajozinho e como nĂŁo

KA: Claro que o mural tem um impacto muito mais forte do que o livro ... ĂŠ muito mais grande maior! E claro tem uma energia menos intimista, tem as cores ... adorei fazĂŞ-lo, mesmo. Quero fazer mais, mais e mais! E CLARO que fazia um mural em Lisboa,

sabia como chamĂĄ-lo o chamei simplesmente Mile, a forma da

com imenso gosto. Minha Lisboa boa đ&#x;˜?

S: O que significa para ti o Mili � Disko? E por que esta referência à antiga canção?

Mila masculino mais ou menos đ&#x;™‚ Claro, nĂŁo conheço muitos Miles mas sim essa tal mĂşsica da Lepa Brena ... e como o Mile dentro de mim era um pouco louco, fazia sentido ... que o gajo tem um disco provado aĂ­ dentro.

S: EntĂŁo o teu novo livro Mili â?¤ Disko ĂŠ sobre a tua experiĂŞncia de maternidade?

KA: Pois, Mile â?¤ Disko vem da minha gravidez, tudo 100% autobiogrĂĄfico đ&#x;˜› Mas ainda assim superuniversal, parece-me.

S: E porquê um mural? E como sentes a interação dos que escrevem e desenham por cima do teu mural

KA: O mural veio depois do livro. Fui convidada pelo Kud MreŞa + Stripcore / Stripburger jå que na altura tinha a apresentação do meu livro dentro do Festival Tinta ... assim tudo fez sentido, junto com a exposição ambiental na galeria Peťaki ... um

S: Lançaste um livro teu em Portugal acerca dos Açores. Qual era o nome do livro e a editora?

KA: O livro chamava-se Nos Açores, da editora Texto Editores. Este livro foi o meu trabalho final da faculdade, o diploma. E recebi PreĹĄernova nagrada por ele đ&#x;™‚

S: E porque Ê que te foste embora da EslovÊnia? É temporårio? O que encontraste aí?

KA: Pela vida đ&#x;¤Ş Bom, acho que nĂŁo foi para buscar o Eu, este sĂ­tio (Gran Canaria) encontrou-me de alguma maneira ... Ainda nĂŁo tenho a certeza absoluta do porquĂŞ mas tem que ser algo grande e bonito.

S: E o que ĂŠ que trouxeste contigo (para alĂŠm da famĂ­lia)?

KA: Omnia mea mecum porto

Gesamtkunstwerk đ&#x;™‚ Adorei a mĂŠdia do mural, o tamanho, a interação mais direta com o espaço pĂşblico ... tudo. A energia que saiu e continua de sair daquela parede ... Claro que sabia que vai haver intervençþes, ĂŠ inevitĂĄvel! É espaço pĂşblico e quando

V priÄ?ujoÄ?i Sardini spoznajmo eno izmed naĹĄih najljubĹĄih ustvarjalk – Kajo AvberĹĄek. Pred kratkim je izdala stripovski album


Mile <3 Disko. Z njo smo se z veseljem pogovarjali o umetnosti, sem vedela, da se bodo slej in prej pojavile intervencije, nemogoče, materinstvu in življenju nasploh. Uživajte v branju!

da se ne bi. Gre za javni prostor in ko sem poslikavo zaključila, sem S: Kaj ti pomeni Mile <3 Disko? Kakšna je povezava naslova tvoje si rekla: zdaj pripada vsem. Da vidimo, kaj se zgodi. Še vedno čakam na kakšno super fino intervencijo, morda jo pa dočakam.

knjige in stare pesmi?

KA: Lepo Breno in komad Mile <3 Disko mi je predstavil moj S: Kakšna je tvoja povezava s Stripburgerjem?

prijatelj mornar, v nekem precej utrganem obdobju mojega življenja, KA: Z njimi sem intenzivno začela sodelovati leta 2008, takoj ko sem tudi začela spoznavati (ex)jugoslovanski turbo folk. Že, ker zatem, ko sem se vrnila s Portugalske. Skupaj smo ogromno sem Jugoslovanka … Zelo mi je bil všeč tisti kičasti moment, nekako čuden, v povezavi s specifiko balkanske energije … vse skupaj je nekako vstopilo vame. Ko sem zanosila, mi je bilo zelo všeč ime Mila. Na začetku nosečnosti sem tudi mislila, da je fižolček v mojem trebuhu punčka … ampak navsezadnje je bil fantek in nisem vedela, kako naj ga kličem, pa sem mu rekla preprosto kar Mile, bolj ali manj moška oblika ženske različice Mila.

ustvarili, fine stvari. Še vedno sem del uredništva, seveda ne tako aktivna, kot prej, drugače je, saj sem tudi fizično daleč. Vendar kljub oddaljenosti še vedno čutim močno povezanost. Z njimi bom gotovo še kaj ušpičila.

S: Kakšna je zate razlika med ustvarjanjem knjige in stenske poslikave? Bi ustvarila kakšno stensko poslikavo v Lizboni?

KA: Stenska poslikava ima na nek način močnejši učinek, saj je Nisem poznala ravno veliko Miletov, seveda pa sem poznala Mileta, navsezadnje veliko večji od knjige! Njena energija je manj intimna, v ki je imel rad disko. In glede na to, da je bil človeček znotraj mene tem mojem specifičnem primeru je barvna, knjiga pa črno-bela … precej divji in je ob poznih nočnih urah močno ropotal, je imelo vse Resnično sem uživala pri ustvarjanju obojega, sploh pa me vedno skupaj smisel … da ima tam notri zasebni disko klub.

bolj navdušujejo stene namesto papirja … Želim pobarvati še veliko S: Torej knjiga – stripovski album Mile <3 Disko govori o tvoji sten in zidov! In seveda bi z največjim veseljem poslikala kakšno materinski izkušnji?

lizbonsko steno ali zid, prav zares. Moja Lisboa boa.

Ja, Mile <3 Disko ima korenine v moji nosečnosti, vse je 100% S: Nekoč si izdala knjigo tudi na Portugalskem, o Azorskih otokih. avtobiografsko. Pa kljub temu popolnoma univerzalno.

Kako se je imenovala, pri kateri založbi?

S: In zakaj stenska poslikava? Kaj misliš o intervencijah vanjo, KA: Imenovala se je Nos Açores (Na Azorskih otokih), izdana je bila ljudje čeznjo namreč rišejo in pišejo?

pri založbi Texto Editores. Ta knjiga je bila v bistvu moja diploma in KA: Dolga stenska poslikava na Metelkovi je prišla za knjigo. Je pa zanjo sem prejela študentsko Prešernovo nagrado.

knjiga vsebinsko njena osnova. K projektu so me povabili Stripcore S: Zakaj si se odselila iz Slovenije? Je začasno? Kaj si tam našla?

/ Stripburger ter Kud Mreža, lani jeseni sem na festivalu stripa Tinta KA: Zakaj? Zaradi življenja. Gran Canarie, kjer trenutno živim z predstavila tudi knjigo, v povezavi s stensko poslikavo pa ustvarilo družino, me je na nek način sama poiskala. Ne vem še povsem tudi ambientalno postavitev v nočni galeriji Pešaki … tako je nastal zagotovo, zakaj, sem pa prepričana, da zaradi nečesa velikega in nekakšen gesamtkunstwerk pod skupnim blago zvenečim lepega, ki se še ima zgoditi oziroma se že dogaja.

naslovom Mile <3 Disko. Zelo me privlači medij stenskih poslikav, velikost, neposrednejša interakcija in komunikacija z javnim S: Kaj si nesla s seboj (poleg tvoje družine)?

prostorom … vse. Energija, ki jo tisti poslikani zid oddaja … Seveda KA: Vse, kar imam, nosim s sabo.


ARTE

KAJA AVBERŠEK

UMETNOST

Kaja Avberšek (1983) é artista visual que trabalha há muitos anos em ilustração, banda desenhada, desenho de objectos, cenografia teatral e textos a nível internacional (Ljubljana, Lisboa, Berlim, Las Palmas de Gran Canaria). O fio vermelho de sua linguagem visual distinta é uma mensagem poderosa, marcada com ternura firme. Nas suas obras, a planta introduz a percepção da vida cotidiana, tentando assim atingir o núcleo do significado. Ele usa uma variedade de mídias para a sua expressão, o que faz sentido para ela. O que criamos, podemos assistir, ler e até cantar. É fortemente atraído pela língua. Ela publica regularmente colunas mensais literárias e confessionais e textos literários e profissionais do campo de seu engajamento criativo. Ocasionalmente, realiza seminários e workshops. Tem um livro publicado em português com ilustrações dos Açores. Vale mesmo a pena. Saiba mais em www.kaja-avbersek.com.

Kaja Avberšek (1983) je vizualna umetnica, ki vrsto let deluje na področju ilustracije, stripov, oblikovanja objektov, gledališke scenografije in tekstopisja na mednarodni ravni (Ljubljana, Lizbona, Berlin, Las Palmas de Gran Canaria). Rdeča nit njenega izrazitega vizualnega jezika je močna sporočilnost, zaznamovana s čvrsto nežnostjo. V svoja dela vnaša obrat v zaznavanje vsakdanjega, s čimer želi priti do jedra pomena. Za svoj izraz uporablja raznovrstne medije, ki jih smiselno povezuje. Kar ustvari, lahko gledamo, beremo, tipamo in tudi pojemo. Močno jo pritegne jezik. Objavlja redne literarno-izpovedne mesečne kolumne ter literarno-strokovna besedila iz področja njenega ustvarjalnega udejstvovanja. Občasno vodi seminarje in delavnice. Je avtorica ilustriranega vodiča po portugalskih Azorih, objavljenega na Portugalskem. Več kot primeren za prijetno jesensko branje. Več o tem na www.kajaavbersek.com.


FOCUS: HUNGRIA / MADŽARSKA PESSOAS LJUDJE

JOSÉ REIS SANTOS

Nesta nova rubrica da revista Sardinha, entrevistamos a cada edição um dos contribuidores do espaço online Nós Lá Fora mantido pela Revista Visão e onde também contribuímos mensalmente. E não podíamos ter escolhido melhor início que com José Reis Santos, residente em Budapeste, historiador,

S: Um resumo do teu quotidiano

cientista político e, recentemente, empresário do blockchain. Vamos falar sobre um pouco de tudo isto a seguir.

os espaços escolares da universidade (biblioteca, ou gabinetes), refugiando-me na concentração dos meus colegas para centrar o meu próprio focos. Já quando necessitava de inspiração e de aceder á parte mais criativa da minha escrita (para editar texto por exemplo), então tinha necessidade de sair dos espaços silenciosos da universidade e mergulhar no colorido burburinho

S: Como foste parar a Budapeste?

JRS: Em Setembro de 2010 fui para Budapest para aproveitar uma excelente oportunidade académica: a de me associar como Guest Research Fellow ao Past Inc, o centro de investigação do departamento de História da Central European University. Iria aí continuar os meus estudos doutorais. Trabalhava na altura sobre «eleitoralismos autoritários na época dos fascismos», que continuava os meus trabalhos sobre eleições no Estado Novo (que publiquei na Assembleia da República com o titulo «Salazar e

JRS: Enquanto estive ligado à universidade o meu quotidiano assumia uma dimensão essencialmente académica, ou seja, chata, seguindo duas dinâmicas muito especificas: quando necessitava de um ritmo mais organizado e mecanizado utilizada

dos cafés da cidade, que os tem à barda. Tinha na altura um bom par de favoritos, como o Castro (para as épocas invernais), o Farger (Primavera/Verão), ou o parque da Margit Sziget . Nos primeiros anos Budapest ofereciame ainda uma activíssima vida boémia, que complementava de forma perfeita as minhas actividades académicas. Pelos seus bares e kocmas (tascas) muitas e muitas noites deambulava com colegas e activistas locais, experimentando palinkas e Unicums enquanto trocava um par de ideias com

as Eleições: as eleições legislativas de 1942»). No seguimento desta investigação desenhei um projeto de doutoramento que procurava apreciar os processos eleitorais de regimes

filósofos turcos, eslovenos ou italianos, historiadores polacos, húngaros e Jugoslavos, cientistas políticos checos, húngaros ou polacos, entre outros. Ai conheci

autoritários no panorama Europeu. E a questão essencial era de saber qual a necessidade de regimes assumidamente antidemocráticos e anti-liberais

a malta da Raspotja Ora para um português, mergulhado na cultura ocidental, chato com a definição identitária lusitana, entrar em contacto com o que melhor a academia internacional produz sobre a Europa Central e Balcânica e ter acesso privilegiado às leituras criticas sobre o seu

despenderem recursos, tempo e narrativa em processos de selecção de candidatos a deputado, campanhas eleitorais, cartazes, registros eleitorais, organização de mesas de voto, escrutínio e publicação de resultados, etc.

Este tema evoluiu para um estudo da retórica do fascismo português na Europa periférica nos anos 30, e como era apreciado, apropriado e replicado o modelo do Estado Novo por países com as mesmas características ditatoriais do Portugal Salazarista. Esta relação com a CEU durou mais de três anos, momento após o qual me dediquei a investigação primária adicional no Arquivo dos Negócios Estrangeiros, depois à escrita da minha dissertação, e ainda mais um par de anos entre o processo de entrega, correções e defesa da tese. Entretanto, enquanto esperava pela defesa do doutoramento, constituí empresa na área da consultoria em blockchain e crypto assets, onde desenhamos e apresentamos workshops e aconselhamos clientes que queiram explorar ou desenvolver soluções nestas áreas, assim como desenvolvemos os nossos próprios projectos, entre eles uma decentralized exchange (a apresentar ainda em 2019).

passado/presente foi um bálsamo quotidiano. Para mais, entendi também nessas tantas conversas a nossa identidade como Nação e a nossa posição no mundo. Talvez muitos não se apercebam, mas o facto de termos practicamente as mesmas fronteiras desde 1297 (Tratado de Alcanizes), uma população excessivamente homogénea (maioritariamente portuguesa falante, culturalmente católica), sem enclaves ou disputas identitárias, coloca-nos como um caso isolado numa Europa marcada – para o bem e para o mal - pelo multiculturalismo étnico, religioso ou linguístico, onde Budapest (e a Hungria) se apresenta apenas como mais um exemplo. Estas noites também me recordavam que somos de facto um país com relações privilegiadas com o nosso exterior: seguimos, pelo menos, notícias da Europa Ocidental, África (lusófona), América Latina, Estados Unidos, China (Macau), Timor, e mais um par de grandes organizações internacionais, que tem sido lideradas por portugueses nos últimos anos. Sem ter estudos

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comparados para confirmar esta afirmação, julgo que poucos países se encontram nesta base de partida. Não temos, de facto, um acompanhamento próximo da zona da antiga Europa de Leste. E daí ter tanto “bebido” nestes encontros pós-laborais.

Hoje, em modo empresarial, ocupo-me com reuniões, viagens e trabalho caseiro. A boémia ficou restrita ao livro de memórias e

comissões à posteriori, ambas situações desprovidas de qualquer interesse. Este meu sócio (David) na altura já andava à volta do mundo crypto, com o outro dos meus sócios (Kalman), e muito em breve fundámos a DKJ International, assumindo eu o «J». Na empresa os projectos iniciais andavam muito em torno de cryptoassets, e de desenvolvimento da nossa Decentralized

aos ocasionais reencontros de compinchas, até porque a esmagadora maioria dos meus colegas vagueiam pelo espaço académico europeu, já não se encontrando na cidade.

Exchange. E como qualquer processo de desenvolvimento de software próprio é lento, fui-me interessando pela área de blockchain, e dos diversos impactos que potencialmente pode ter, e que hoje já tem. Foi, se quisermos, como me envolver num novo projecto de investigação, algo que fiz tantas vezes no passado, pois tenho trabalhado em áreas que vagueiam entre a História, Ciência Política, Relações Internacionais, Política ou

S: Como surgiu o convite para escrever para a rubrica Nós lá fora ?

JRS: na realidade foi a continuação de uma relação com a imprensa escrita que tenho desenvolvido desde 2008, altura em que iniciei a minha colaboração com o defunto Diário Económico. Aí, como na esmagadora maioria dos espaços de comunicação que tenho utilizado, tratava essencialmente de análise política, sempre numa perspectiva comparada e crítica. Esporadicamente ia sendo convidado a escrever e intervir noutros espaços, como o Expresso, a Sic, e agora a Visão, onde na rubrica que partilhamos procuro acrescentar uma leitura que parte de uma visão da Europa Central, zona como se sabe demasiado fora do radar da atenção dos portugueses. Mantenho sempre, neste processo, um processo de reflexão crítico e comparado, não necessariamente focado na geografia onde vivo, mas antes nas temáticas que me interessa reflectir sobre, sejam elas questões sobre a imigração, o estado da política europeia, o tema das novas identidades etnocêntricas e populistas, os seus perigos, etc.

E acho ainda que a rubrica Nós lá fora tem conseguido congregar um conjunto bem diversificado de pessoas, com proveniências e experiências bem distintas, o que tem permitido providenciar a recolha de um conjunto de opiniões muito interessantes e representativas da diáspora portuguesa. Pena somente que a Visão, na maioria dos casos, não dê o merecido destaque aos bons textos lá publicados.

S: Como surgiu o blockchain no teu universo, e o que é a DKJ International?

JRS: a DKJ International surgiu de um processo de aproximação aos meus sócios, que já se interessavam pela área de crypto assets. Como tive algum tempo entre a altura em que entreguei tese e quando a defendi, estive à procura de projectos e ideias que fizessem sentido para mim, que de certa forma aproveitassem as mais-valias que tenho procurado acumular estes anos. Um destes projectos envolvia a representação de uma empresa de vinhos portugueses, à procura de distribuição e entrada no mercado húngaro, mas claro, sem capacidade financeira para alavancar uma operação à séria. Era uma daquelas empresas especializadas em ganharem candidaturas para se internacionalizarem, usarem esse dinheiro para viajar, raspando os respectivos overheads para pagar ordenados e tal, mas sem alguma estratégia bem montada ou capacidade de envolver uma equipa que os pudesse representar no estrangeiro. Essa equipa no caso húngaro era eu. Em todo o caso, como um dos meus actuais sócios tem um excelente bar de vinhos em Budapest, falei com ele na altura, para preparamos uma consultoria para esta empresa. E, como já se imagina pelo descrito, a mesma cortou-se, procurando borlas ou baixas

ativismo. E como os efeitos disruptivos da tecnologia blockchain afectam todas estas áreas, procurei me capacitar de forma a, por um lado, entender a dimensão tecnológica que a sustenta e, por outro, extrair os impactos sociais, políticos, económicos e financeiros. Tema sobre o qual tenho procurado reflectir e escrever sobre. Dito isto, a DKJ International posiciona-se como u m a e m p re s a d e c o n s u l t o r i a , a d v i s o r y e m e d i a ç ã o , providenciando quer análises técnicas de projectos em curso (como fizemos recentemente com um cliente na China), como aconselhando projectos em desenvolvimento (como fazemos com outros clientes), quer depois desenvolvendo e implementando soluções que aproveitem as potencialidades à disposição da tecnologia com que trabalhamos. Simultaneamente, estamos também a desenvolver um par de inhouse projects, e naturalmente a aceitar clientes para a compra e venda de cryptoassets, de momento ainda somente através de uma rede de contactos pessoais. Mas em breve, como tenho referido, vamos entrar no mercado com outro tipo de ferramentas, que permitam um melhor, e mais rápido, acesso a crypto.

S: Como é que achas que vai ser o mundo em 2030?

JRS: vai ser um mundo dominado pelas novas tecnologias, por blockchain, IoT, e por toda a gestão e manipulação da meta-data gerada. É esse o caminho que será inevitavelmente seguido, em especial em espaços urbanos / cidades, que paulatinamente se irão megalopoiizar, ou seja, ligarem-se umas com as outras de forma a que existam largas malhas urbanas com ligação continua, albergando dezenas de milhões de seres humanos, sistemas de transportes e gestão de trafego, tratamentos de águas e resíduos, robotização, monitorização, CCTV, etc, Tudo ligado. Tudo interligado. Subjacente a este processo de aglomeração urbana encontra-se o conceito de Smart City, sempre associado a desenvolvimento sustentável, ou seja: eco-tech, e digital. Ora cruze-se agora as novas tecnologias disruptoras, como geotracking, survailance, blockchain, IoT, AI e 5G, e chegamos a um cruzamento entre Blade Runner e 1984, ou seja, um futuro permanentemente online, gerando data, com ínfimas possibilidades de controlo social, onde as questões da identidade e soberania digital serão decisivas para manter vivas quaisquer desejos de que estas sociedades futuras assentem em pressupostos democráticos e liberais. Daí a importância de se pensar sobre estes impactos hoje, simultaneamente a nível nacional e europeu, pois estou certo que somente sob tutela da União Europeia se conseguirá construir a arquitectura legal que consiga salvaguardar as tais liberdades individuais e valores

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liberais que referia. Basta pensar nas alternativas geopolíticas que hoje intervêm neste espaço: EUA, China e Rússia. Por outro lado vai haver um forte movimento de contra-cultura de antítese a esta

sem que eu estivesse munido de algum conceito que me permitisse saber o que fazer em lagos. Decidi então seguir em linha recta o caminho mais rápido para o mar: Budapest – Triste,

urbanização maciça, onde se irá procurar paz, sossego, e qualidade de vida (e ar). Este movimento já está em curso ha algumas décadas, com excelentes exemplos um pouco por toda a Europa, Portugal incluído (basta irmos ao Alentejo no inverno, por exemplo). Um tema interessante, com pouco espaço para desenvolver, e a merecer um outro destaque.

passando por toda a Eslovénia, e onde apanhei, imagine-se, o 30º aniversário do Blaz, em Selo, muito próximo de Nova Goriza. Nessa altura, através do Blaz, e mais tarde do seu irmão Miha (e do Luka), conheci e fui apresentado à nova intelectualidade progressiva eslovena (pelo assim eu lhes chamava), que na altura estavam a lançar a Razpotja. Não espanta assim que tenha escrito um par de artigos, devidamente traduzidos para esloveno,

S: Como é a Comunidade Portuguesa em Budapeste? E que eventos organiza?

JRS: é uma comunidade pequena, de um par de centenas de pessoas, a maioria – julgo – a trabalhar em multinacionais, e claro os estudantes de Erasmus. Neste sentido, a maioria da comunidade é recente, tendo aterrado em Budapest nos últimos 5, 6 anos, apesar da existência de uma mão cheia de veteranos, e um par de senadores. É uma comunidade que tem a oportunidade de aproveitar o excelente trabalho do Instituto Camões, que com frequência visibiliza actores culturais portugueses, sejam fotógrafos, músicos, escritores, etc. E practicamente não há mês onde não se possa fazer algo em torno da sua programação. Complementarmente, existem um par de bares na cidade onde geralmente o pessoal se encontra, sem

e se bem me lembro um sobre política europeia, e o outro sobre a Primavera Árabe e a nova vaga de activismo que brotavam na altura (como o Occupy Wall Street nos Estados Unidos, alguns movimentos sérvios, etc). Bons tempos estes, devo admitir. E um projecto editorial que apenas tem crescido e ganho relevância (internacional) nos últimos anos, que recomendo vivamente.

S: Pensas voltar de vez para Lisboa?

JRS: eu estou com muita frequência em Lisboa, assim como um pouco por todo o lado, quer na nossa zona, como recentemente na China, por exemplo. Hoje costumo dizer que “pago renda em Budapest”, mas que vivo a minha cidadania europeia em pleno. Já vivi em Inglaterra, Bruxelas, um pouco em Madrid, Varsóvia, Firenze, Berlin, sempre me identificando como lisboeta,

referir claro os eventos ligados à bola; seleccão, mundiais e benfiquista, europeu e claro tuga. Julgo que neste sentido, a europeus sempre, e Benfica dependendo das épocas. questão não faz muito sentido, até a acho contraproducente. Se Finalmente, a Embaixada organiza um encontro pelo 10 de Junho. vivemos num espaço europeu sem fronteiras, com livre circulação S: Qual é o teu envolvimento com o grupo esloveno de Novo de pessoas, trabalho e capital, então devemos também repensarmos as questões geográficas como pontos de essência Mesto / Revija Razpotja?

identitária, pois hoje já não o são. Hoje alguém com 20 e picos JRS: O meu envolvimento com a Razpotja é bastante orgânico, anos nasceu num país, cursou universidade noutro, Erasmus em boémio e representante do melhor espírito critico, livre e mais 2, arranjou um primeiro trabalho num terceiro, e já está com intelectualizado que vivia em Budapeste nos meus primeiros anos olho numa outra cidade, pois no espaço europeu, em minha (2010-2012). É nessa altura que conheci o Blaz Kosovel (guest opinião, as fontes de magnetismo (cultural, profissional, researcher) e o Luka Lisjak (doutorando da CEU, historiador), académico, etc) são distribuídas equitativamente entre cidades e ambos fundadores da revista, com quem partilhava noites e países, com primazia para as primeiras, diria. Assim, a questão de noites de intensos debates político-filosóficos, bem regados claro voltar não se coloca, pois não só “nunca sai”, como Lisboa estará está, vagueando por Koscmas /tascas a discutir, provocar, sempre no meu presente / futuro, quer no sentido identitário, desafiar filósofos, historiadores, antropólogos, sociólogos de toda como assumindo uma certa centralidade na gestão da minha vida a região da Europa central e de Leste: da República checa à pessoal e profissional, até porque estamos a falar de uma cidade polónia, dos Balcãs à Geórgia, da Hungria à Áustria. Momentos impar, com mais de 2000 anos de história de encontros entre que lembram outros tempos, onde telemóveis, instagrams ou culturas que no nosso Mar da Palha atracavam. E para quem facebooks não assumiam importância. Apenas a vontade de ouvir como eu se preocupa em entender o mundo, e sobre o mesmo uma opinião, de intervir no debate, elaborar uma critica, pedir reflectir, e se estar em Budapest tenho acesso a uma centralidade mais uma palinka ou Unicum. Fiquei, como se imagina, bastante cultural e intelectual da europa central e de leste, Lisboa próximo desta malta, e mais tarde comecei a passar bastante complementa este mundo com a sua centralidade em relação às pela Eslovénia, em especial no arco Ljubljana – Nova Gorica. Américas, África, e mesmo Asia / Oceânia, fruto de 500 anos de Aliás, decido ficar em Budapest depois de no Inverno de intensos contactos por tantos mares nunca antes navegados. 2010-2011 ter tido necessidade de saber onde estava o mar. Perguntava, perguntava, e aqui só me referiam o (lago) Balaton,

www.razpotja.si

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Gre novo rubriko v reviji Sardinha, v kateri bomo predstavljali intervjuje z v tujini živečimi Portugalci, ki pišejo pripevke za spletno platformo Mi zunaj v reviji Visão. Najprej smo se

Budimpešti odličen vinski bar, sem takrat govoril z njim in sva za portugalsko podjetje pripravila strategijo razvoja. To je predstavljalo začetek naše skupne zgodbe oz. podjetja DKJ

pogovarjali z José Reis Santosom, zgodovinarjem, politologom ter blockchain entuziastom iz Budimpešte.

International. Združili smo začetnice naših imen (David, Kalman in jaz, Jose). V podjetju so se začetni projekti ukvarjali s kriptoanzami in razvojem naše decentralizirane borze. In ker je sam proces razvoja programske opreme počasen, me je zanimalo področje blockchain in številni potencialni vplivi, ki jih ima, in ki jih že ima. V preteklosti sem delal na področjih, ki se gibljejo med zgodovino, politično znanostjo, mednarodnimi odnosi, politiko ali

S: Zakaj si se preselil v Budimpešto?

JRS: Septembra 2010 sem šel v Budimpešto, da bi izkoristil odlično akademsko priložnost: postal sem raziskovalec v Past Inc, raziskovalnem središču Oddelka za zgodovino Srednjeevropske universe (CEU), nato pa sem tam nadaljeval doktorski študij.

Med čakanjem na promocijo doktorata sem ustanovil svetovalno podjetje za poslovanje s kriptovalutami, kjer strankam, ki želijo raziskati ali razviti rešitve na teh področjih svetujemo in zanje izvajamo delavnice.

S: Kakšen je tvoj tipičen dan?

JRS: Ko sem raziskoval na univerze, je bilo moje vsakdanje življenje zelo akademsko, to je dolgočasno. Ko sem potreboval organiziran in mehaniziran ritem sem raziskoval v knjižnicah. Ko pa sem potreboval navdih in ko sem moral biti ustvarjalen, sem delal v kakšni od mestnih kavarn, kot je Castro, Farger ali v parku Margit Sziget. Tekom študija sem imel privilegiran dostop do kritičnih branj o madžarski preteklosti / sedanjosti. To mi je spremenilo pogled na našo identiteto, narod in naš položaj v svetu. Morda se mnogi ne zavedajo, ampak dejstvo, da se naše meje niso spreminjale že od leta 1297 (Alcanizna pogodba), homogeno prebivalstvo, brez enklav ali identitetnih sporov, nas dela za edinstven primer v Evropi, ki jo označuje etnična, verska ali jezikovna večkulturnost. Dalje imamo kot država privilegirane odnose z zunanjim svetom: sledimo novicam iz Zahodne Evrope, Afrike (Lusophone), Latinske Amerike, Kitajske (Macau), Timorja, ob tem pa so vodenje pomembnih mednarodnih organizacij prevzeli Portugalci. V zgodnjih letih mi je Budimpešta ponudila zelo aktivno boemsko življenje, ki je odlično dopolnjevalo moje akademske dejavnosti. Danes, v poslovnem življenju,večino mojih dni zapolnijo sestanki, potovanja in delo od doma.

aktivizmom. In učinki tehnologije blockchain vplivajo na vsa ta področja, zato sem skušal razumeti bolje tehnološko razsežnost, ki jo podpirajo, in po drugi strani tudi socialne, politične, gospodarske in finančne vplive te tehnologije. DKJ International pa se uveljavlja kot svetovalna in posredniška družba, ki zagotavlja tehnično analizo tekočih projektov (kot smo nedavno storili s stranko na Kitajskem), kot tudi svetovanje razvojnim projektom. Hkrati razvijamo tudi nekaj internih projektov in seveda sprejemamo stranke za nakup in prodajo kriptovalut. V kratkem načrtujemo vstop na trg z orodji za hitrejši dostop do kripto tehnologije.

S: Kako velika je portugalska skupnost v Budimpešti in kdo jo sestavlja?

JRS: Gre za majhno skupnost, ki šteje nekaj sto ljudi. Večina jih dela v multinacionalkah, en del skupnosti pa predstavljajo Erasmus študenti. Ob peščici veteranov in ‘senatorjev’ večji del skupnosti tukaj živi šele 5, 6 let.

Kot skupnost uživamo v dogodkih v organizaciji tukajšnjega Inštituta Camões, ki pogosto predstavlja portugalske kulturne akterje, pa naj bodo to fotografi, glasbeniki, pisatelji itd. In praktično ni meseca, ko ne bi bilo kakšnega dogodka. Izven tega pa se Portugalci srečujemo v barih ter na dogodku, ki ga portugalsko veleposlaništvo organizira vsako leto 10. junija.

S: Kako si pričel pisati za rubriko Nós lá fora?

JRS: Pravzaprav sodelujem z mediji v različnih oblikah od leta 2008, ko sem pisal za takratni Diário Económico. Tisti prispevki so bili v bistvu politične analize, pisane iz primerjalne in kritične perspektive. Sporadično sem bil povabljen k pisanju v drugih medijih, kot so Expresso, Sic, in zdaj Visão. Za rubriko Nós lá fora poskušam pisati iz vidika srednje Evrope, ki je sicer le redko kdaj deležna pozornosti Portugalcev. Kritično in primerjalno skušam predstaviti teme kot so priseljevanje, evropska politika, nove identitete itd. Menim, da se je pod rubriko „Mi tam zunaj“ združila zelo raznolika skupina ljudi z zelo različnimi izkušnjami in s tem izbor zelo zanimivih in reprezentativnih mnenj portugalske diaspore. Obžalujem le, da revija Visão ne izpostavi bolj dobrih in kvalitetnih prispevkov.

S:

Povej nam več o svojem podjetju DKJ International, ki se

ukvarja s kriptovalutami?

JRS: Za kriptovalute sem se pričel zanimati, ko sem ob koncu doktorskega študija spoznal moje sedanje partnerje v podjetju, ki so bili s tem podorčjem že sezanjeni. V tistem času sem deloval kot predstavnik portugalskega vinskega podjteja tukaj na Madžarskem. Ker je eden od mojih trenutnih partnerjev v

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www.dkjinternational.com


S: Poznajo te tudi slovenski bralci revije Revije Razpotja. Povej nam kaj več o tem.

JRS: Moja vpletenost z revijo Razpotja se je pričela v letih

vendar svoje evropsko državljanstvo živim v celoti. Živel sem že v Angliji, Bruslju, Madridu, Varšavi, Firencah, Berlinu. Vedno pa sem se identificiral z Lizbono, Benfico, Evropo in ‘tugo’.

(2010-2012) v Budimpešti, kjer sem spoznal njene ustanovitelje, Blaza Kosovela (takrat gostujočega raziskovalca) in Luko Lisjaka (CEU doktorand, zgodovina). Z njima smo prenekatere noči preživeli v politično-filozofskih razpravah. Kasneje sem potoval skozi Sloveniju in ju obiskoval. Na the obiskih me je Blaž, kasneje pa še njegov brat Miha seznanil z novo progresivno slovensko inteligenco, ki je takrat ustanovila revijo Razpotja. Tako sem za

Zato mislim, da je takšno vprašanje nekoliko nesmiselno. Če živimo v evropskem prostoru brez meja, s prostim pretokom ljudi, dela in kapitala, moramo ponovno razmisliti o geografskih vprašanjih kot bistvenih točkah identitete, ker danes niso več. Nekdo na primer prihaja iz ene države, naredi Erasmus v drugi, dobi prvo službo v tretji državi, in že ima oko na neki četrti državi. Po mojem so v Evropi viri magnetizma (kulturnega, strokovnega,

revijo napisal nekaj člankov, ustrezno prevedenih v slovenščino (o evropski politiki, o arabski pomladi in o novem valu aktivizma). Dobri časi, moram priznati. In uredniški projekt, ki se je v zadnjih letih samo povečal in pridobil (mednarodni) pomen, kar zelo priporočam.

akademskega itd.) enakomerno porazdeljen med mesti in državami. Torej vprašanje vrnitve ni smiselno, ker posameznik nikoli zares ne zapusti svoje države. Lizbona je tako vedno prisotna v moji sedanjosti / prihodnosti, v smislu identitete in pri načrtovanju mojega osebnega in poklicnega življenja. V Budimpešti imam ob tem dostop do kulturne in intelektualne centralnosti osrednje in vzhodne evrope, Lizbona pa ta moj svet

S: Razmišljaš o vrnitvi v Lizbono?

JRS: Pravzaprav sem v Lizboni tako pogosto kot kjerkoli drugje po svetu. Rad rečem, da delam in plačam davke v Budimpešti,

dopolnjuje s svojo osrednjo vlogo.

INTITUTO CAMÕES INŠTITUT

BUDAPESTE

Nesta edição abrimos uma nova rubrica que nos leva a conhecer alcance. Temos também um certo orgulho em conseguir trabalhar os Centros do Instituto Camões pela Europa fora. Tivemos o de forma harmoniosa e produtiva com o AICEP local.

prazer de começar por Budapeste, cidade vizinha e entrevistar S: Que tipo de eventos realizam?

João Miguel Henriques que nos conta um pouco do que por lá se ICB: Existem eventos em que participamos anualmente, tais como passa.

o Festival Europeu do Primeiro Romance, a Noite da Literatura, o S: Quais são os objectivos principais do Instituto Camões em Cocktail Bar das Línguas Europeias ou as celebrações do Dia da Budapeste, e qual é a relação com a Embaixada?

Língua Portuguesa, em colaboração com as Embaixadas de ICB: Os nossos objectivos passam essencialmente pela Angola e do Brasil. Além disso, procuramos apoiar e agilizar promoção da língua e da cultura portuguesas na Hungria. Por um presenças portuguesas em importantes eventos culturais, tais lado apoiamos a docência e estudo do Português num conjunto de instituições de ensino secundário e superior, e por outro lado desenvolvemos um programa de

como festivais de cinema ou, este ano pela segunda vez, o Budapest Photo Festival. Gostamos de estar sempre a par dos projectos culturais de Budapeste e do país, e pensar

acção cultural o m a i s d i v e r s i fi c a d o p o s s í v e l , sempre em colaboração com

em que contextos a nossa acção pode ajudar a dar visibilidade à nossa cultura e

agentes culturais criação artística.

locais e visando muitas S: Como foi a vezes dar a conhecer ao apresentação do Cante público local manifestações Alentejano em Janeiro?

artísticas menos conhecidas, ICB: Uma vez que a Hungria foi o país contribuindo assim modestamente para a convidado do Festival Terras Sem Sombra em 2018, os internacionalização de artistas e criadores portugueses. Também organizadores do Festival decidiram fazer uma visita a Budapeste prezamos muito a cooperação com outros institutos culturais como forma de promover o evento e o nosso belíssimo Cante europeus presentes na Hungria e reunidos no grupo EUNIC, bem Alentejano. Vivemos momentos extraordinários, com actuações como com as Embaixadas de Angola e do Brasil em Budapeste, de Cante acompanhadas de música tradicional húngara e outras no que à promoção da Língua Portuguesa diz respeito. A mais espontâneas, como a que aconteceu no mercado central da Embaixada de Portugal em Budapeste é naturalmente a entidade cidade. Esse é aliás um bom exemplo de como se aproveitou a com quem trabalhamos quase diariamente e sem a qual não seria oportunidade para dar a conhecer ao público húngaro um possível traçar acções ambiciosas em termos de dimensão e

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património musical português praticamente desconhecido neste país.

S: Como é a relação entre o Instituto Camões e a Comunidade Portuguesa em Budapeste?

ICB: Não podemos dizer que seja tão estreita como em países com uma comunidade numerosa de portugueses e lusodescendentes. A comunidade portuguesa em Budapeste é relativamente heterogénea, com interesses culturais que nem sempre passam necessariamente por "matar saudades" de Portugal. Procuramos divulgar os nossos eventos junto da

kar zadeva promocijo portugalskega jezika. Portugalsko veleposlaništvo v Budimpešti je seveda subjekt, s katerim delamo skoraj vsak dan in brez katerega ne bi bilo mogoče predstaviti ambicioznih ukrepov v smislu velikosti in obsega. Prav tako smo ponosni, da lahko delamo skladno in produktivno z lokalnim AICEP-om.

S: Kakšne dogodke oganizirate?

ICB: Obstajajo dogodki, na katerih vsako leto sodelujemo: Evropski festival prve novele, Noč književnosti, Evropski jezikovni koktajl bar in Dan portugalskega jezika, v sodelovanju z

comunidade, e existe efectivamente interesse. Além disso, procuramos também envolver alguns membros da comunidade em acções de promoção da Língua Portuguesa nas instituições de ensino. Mas sentimos que a nossa comunidade em Budapeste está em permanente mudança, e ao mesmo tempo é mais estimulante tentar alcançar com a nossa programação aquele húngaro ou estrangeiro que conhece ainda pouco da nossa língua

veleposlaništvi Angole in Brazilije. Poleg tega si prizadevamo podpreti in biti prisotni na pomembnih lokalnih kulturnih dogodkih, kot so filmski festivali in Budimpeštanski fotografski festival. Radi bi bili na tekočem s kulturnimi projekti v Budimpešti in v državi ter razmišljali o tem, v kakšnih kontekstih lahko naše delovanje prispeva k prepoznavnosti portugalske kulture in umetniškega ustvarjanja.

e cultura.

S: Kakšen odziv je požela predstavitev Canto Alentejano v januarju?

S: E qual é a vossa relação e atividades com os Húngaros que falam Português?

ICB: Esse é um público que nos procura e acompanha com regularidade. Uma vez que estamos instalados paredes-meias com o Departamento de Português da Universidade Eötvös Loránd de Budapeste, a nossa biblioteca recebe a visita diária de estudantes de Português e outras pessoas interessadas. Também somos regularmente contactados por pessoas com os mais variados interesses relacionados com o nosso país, a nossa cultura, a nossa língua. Além do números de pessoas oficialmente inscritas em cursos de língua, existe todo um universo de cidadãos cujas circunstâncias de vida levaram a que aprendessem Português e que acabam por marcar presença regular nos nossos eventos. Se esse número e interesse for crescendo, estaremos a cumprir os nossos objectivos.

V tej izdaji smo odprli novo rubriko v kateri bomo predstavljali izpostave Inštituta Camões iz vse Evrope. Prvi center, ki ga bomo predstavljali se nahaja v Budimpešti, predstavil pa nam ga je Joao Miguel Henriques.

S: Kateri so glavni cilji inštituta Camões v Budimpešti in kako sodelujete s tamkajšnjim veleposlaništvom?

ICB: Naš cilj je promocija portugalskega jezika in kulture na Madžarskem. Po eni strani podpiramo poučevanje in študij portugalščine v srednjem in visokem šolstvu, po drugi strani pa razvijamo čim bolj raznolik kulturni program, vedno v sodelovanju z lokalnimi kulturniki in z namenom, da bi javnost spoznala nekoliko manj znane umetnike in s tem skromno prispevala k internacionalizaciji portugalskih umetnikov in ustvarjalcev. Prav tako zelo cenimo sodelovanje z drugimi evropskimi kulturnimi inštituti, ki so prisotni na Madžarskem in se srečujejo v skupini EUNIC, kot tudi z veleposlaništvi Angole in Brazilije v Budimpešti,

ICB: Madžarska je bila leta 2018 vabljena na Festival države brez senc in so se organizatorji festivala odločili za obisk Budimpešte kot načina promocije dogodka in prelepega Canto Alentejano. Predstavitev Canto Alentejano je spremljala tradicionalna madžarska glasba. To je tudi dober primer dogodka, kjer smo izkoristili priložnost madžarsko javnost seznaniti s portugalsko glasbeno dediščino, ki je v tej državi praktično neznana.

S: Kakšen je odnos med inštitutom Camões in portugalsko skupnostjo v Budimpešti?

ICB: Ne gre za tako tesen in intimen odnos kot na primer v državah z veliko skupnostjo Portugalcev in njihovih potomcev. Portugalska skupnost v Budimpešti je razmeroma heterogena in ima kulturne interese, ki niso nujno povezani s pogrešanjem in nostalgijo po Portugalski. Prizadevamo si, da bi naše dogodke razširili v skupnosti in da obstaja interes. Poleg tega si prizadevamo vključiti nekatere člane skupnosti v ukrepe za spodbujanje portugalskega jezika v izobraževalnih ustanovah. Vendar opažamo, da se naša skupnost v Budimpešti nenehno spreminja, zaradi česar se trudimo s svojim programom pritegniti Madžare in tukaj živeče tujce, ki še vedno ne poznajo ali zelo malo poznajo naš jezik in kulturo.

S: Kaj pripravljate za portugalsko govoreče Madžare?

ICB: To je javnost, ki nas išče in redno spremlja. Našo knjižnico na portugalskem oddelku Univerze Eötvös Loránd v Budimpešti vsakodnevno obiskujejo študenti portugalščine in drugi zainteresirani. Redno dobivamo pošto oseb z najrazličnejšimi interesi, povezanimi z našo državo, našo kulturo ali jezikom. Poleg števila ljudi, ki so uradno vpisani v jezikovne tečaje, obstaja cela množica oseb, ki so jih specifične življenjske razmere pripeljale k odločitvi za učenje portugalščine in se zato redno udeležujejo naših prireditev. Če se bosta število interesentov in zanimanje povečala, bodo naši cilji doseženi.


COMUNIDADE / SKUPNOSTI Estivemos no SILA Bazar 2018 A representação Portuguesa no SILA Bazar de 2018, foi mais uma vez de grande qualidade, trazendo aos eslovenos um pouco do melhor que se faz em Portugal. A brasileira Marta Berglez, líder do projeto Sementeira para a promoção da Língua Portuguesa junto aos mais novos, foi este ano a presidente da associação S.I.L.A. (International Women's Club Ljubljana). Esta associação organiza todos os anos um fórum de troca de experiências culturais com grande impacto na capital Eslovena, e onde Portugal tem sempre estado muito bem representado. A edição deste ano juntou representantes de 40 países, residentes na Eslovénia, e com prazer em partilhar os seus produtos nacionais, muitas vezes oferecidos pelas Embaixadas, e com fundos a reverter para instituições de caridade.

Mais uma vez Portugal esteve representado nesta festa da caridade.

Bili smo na SILA Bazaarju Predstavitev Portugalske na zadnjem SILA bazarju leta 2018 je bila spet izjemno kakovostna. V Sloveniji živeča Brazilka, Marta Berglez, sicer vodja projekta Sementeira za promocijo portugalščine med najmlajšimi, je lani prevzela vodenje slovenskega oddelka združenja S.I.L.A. IWCL (Mednarodni klub žensk v Ljubljani). Vsako leto združenje organizira bazar za izmenjavo kulturnih izkušenj na katerem je Portugalska vedno dobro predstavljena. Na tokratnem bazarju so sodelovali predstavniki 40 držav, ki prebivajo v Sloveniji, in z veseljem delili svoje nacionalne produkte z namenom zaslužena sredstva razdeliti med izbrane dobrodelne organizacije. Portugalska je prav tako sodelovala in se predstavljala na omenjenem bazarju..

2ª edição do Simpósio Internacional de Multilinguismo O Simpósio do Multilinguismo esteve de volta ao SAZU, em Ljubljana, com os mais variados temas que mostram a importância de saber mais sobre isto de ter várias línguas maternas. Esta segunda edição, trouxe a palco estudiosos desta matéria que vieram expôr as várias perspectivas sublinhando as

vantagens e discutindo os desafios desta condição. Renato Mosca, o Exmo Embaixador do Brasil não deixou de apontar a importância do conhecimento multilinguístico num mundo em constante mudança. Este evento de grande qualidade foi mais uma vez mais organizado pela Associação de Amigos eslovenoportuguesa de Gabriela Droga Mazovec, em colaboração com o Centro esloveno P.E.N. e com o apoio do Instituto Camões através da Embaixada de Portugal em Viena. Focou-se em temas relevantes relacionados com emigracao e integracao apresentados por Uršula Lipovec Čebron e Martina Bofulin. Voltou a brindar-nos com a presença de Andrea Manescal Heath, que nos falou da árvore da língua de W. Wendlant no contexto do multilinguismo, e veio acompanhada de Andrea Wunsch, responsável pelo IFM de Viena, entrevistada nesta edição da Sardinha.

2. Mednarodni simpozij o večjezičnosti Simpozij o večjezičnosti je že drugo leto zapored potekal v atriju SAZU–ja v Ljubljani in je obravnaval različne teme, ki kažejo na prednosti poznavanja večih (materinskih) jezikov. Strokovnjaki iz področja so predstavili različne poglede, vsi pa so izpostavili prednosti, ki jih doprinese večjezičnosti. Renato Mosca, brazilski veleposlanik, je izpostavil pomen govorjenja večih jezikov v nenehno spreminjajočem se svetu. Letošnji dogodek je ponovno organiziralo Društvo Slovensko-Portugalskega prijateljstva, pod vodstvom Gabriele Droga Mazovec, v sodelovanju s P.E.N., podpori Inštituta Camões in Portugalskega veleposlaništva na Dunaju. Pomembne teme, kot so migracije in vključevanje so predstavili strokovnjaki, kot sta Uršula Lipovec Čebron in Martina Bofulin. Strokovnjakinja za večjezičnost,Andrea Manescal Heath, ter Andrea Wunsch, vodja Dunajskega IFM (intervju z njo si lahko preberete v tej številki Sardinhe) sta predstavili koncept jezikovnega drevesa W. Wendlanta v kontekstu večjezičnosti.

Festa da Lusofonia em Ljubljana 2018 A terceira edição do Festival da Lusofonia em Ljubljana estendeuse pelo mês de outubro com as mais diversas atividades em língua Portuguesa. Este ano foi dedicado a Cabo-Verde, cuja


Português em Miúdos 2019 na Biblioteca Oton Zupančič - a partir de Janeiro deste ano a Biblioteca Oton

Gabriele Droge Mazovec, organiziralo literarni simpozij in predstavitev potopisa po tem afriškem arhipelagu, ki je nam,

Zupančič tem à disposição livros em português para os mais pequenos. A Associação de Amigos Esloveno-Portuguesa ofereceu livros em português 'a Biblioteca Oton Zupančič, que poderão ser requisitados por todos.

portugalsko govorečim, tako blizu. V skladu s to tematiko 18. izdaja revije Sardinha predstavlja naslovnico revije fotografa Luisa Quaresme in nekaj člankov, ki predstavljajo Zelenortske otoke v portugalskem in slovenskem jeziku. V Vodnikovi hiši Kulture ste se lahko udeležili tudi literar nega dogodka, posvečenega mozambiškemu pisatelju Mii Coutu. Za konec pa je Portugalec Filipe de Almeida za najmlajše v sklopu Male Ulice pripravil portugalsko-

Portugalščina za otroke v 2019 v Knjižici Oton Zupančič - od januarja 2019 dalje je v knjižici Oton Zupančič za izposojo na voljo tudi otroška literatura v portugalskem jeziku. Knjige so donacija Društva slovensko-portugalskega prijateljstva z namenom širjenja dostopnosti literature v portugalščini.

visita guiada em Português, Esloveno e Inglês a 11 de outubro. E foi também nessa data que a Associação de Amigos eslovenoportuguesa, presidida por Gabriela Droga Mazovec, organizou um simpósio de literatura e viagem sobre o arquipélago africano que nos é tão próximo. Em sintonia com esta temática, a 18ª edição da Revista Sardinha apresenta uma capa de autor do fotógrafo Luís Quaresma, e alguns artigos que apresentam Cabo-Verde simultaneamente em Português e Esloveno. Houve ainda um evento literário dedicado a Mia Couto na Vodnikova Hiša Kultura, de que já falamos nesta rubrica. Para terminar, o português Filipe de Almeida organizou um pequeno almoço de Portugal e Namíbia no espaço infantil Mala Ulica, onde confecionou pastéis de nata com a criançada. Esta Festa da Lusofonia é já um evento tradicional em Ljubljana, juntando luso-falantes das mais variadas origens na capital eslovena. É um fator de enriquecimento cultural que todos apreciam, de cariz integrador e do qual a Sardinha tem o prazer de fazer parte. Até para o ano #Luzofonija.

Festival Luzofonije 2018

namibijski zajtrk, kjer je skupaj z otroki pripravil odlično pecivo z jajčno-smetanovo kreme, pasteis de nata. Festival Luzofonije je v Ljubljani že tradicionalni dogodek, ki združuje portugalsko govoreče z najrazličnejših koncev sveta. Po svoje gre za dogodek s kulturnim bogatenjem, ki ga vsi sodelujoči cenijo. Tudi Sardinhi je v veselje, da lahko sodeluje na tem festivalu. Se vidimo prihodnje leto, Luzofonija.

Uma noite para Mia Couto em Ljubljana Em mais uma noite Lusófona em Ljubljana, a Associação de Amigos esloveno-portuguesa em colaboração Divja Misel organizaram uma noite dedicada ao escritor moçambicano Mia Couto. Aleksandra Gačić conversou com a tradutora Barbara Juršič e com Gabrielo Droga, fundadora da Associacao de Amigos esloveno-portuguesa acerca de Mia Couto, um dos mais visiveis autores africanos de expressao portuguesa e do seu romance traduzido para esloveno, "O ultimo voo do flamingo" (Beletrina 2005). Em 2013 Mia Couto recebe o prémio Camões, que prestigia os melhores escritórios lusófonos. É muitas vezes comparado com o estimado autor brasileiro Jorge Amado, conjugando dois mundos: o herdado pela sua família e o vivido no continente Africano. Foi uma noite mágica apresentada por Aleksandra Gačić, que nos transportou para outras paragens bem mais quentes, através da riqueza dos jogos de palavras que ouvimos.

Oktobra je v Ljubljani, z različnimi aktivnostmi v portugalskem jeziku, potekal tretji Festival Luzofonije. Leto 2018 je bilo posvečeno Zelenortskim otokom, saj gre za malo poznano kulturo v Sloveniji.

Večer v Ljubljani posvečen Mii Coutu

Zaradi prestavitve datuma dogodka iz junija na oktober, je dogodek potekal neodvisno od Festivala 6 Kontinentov. Luzofonija 2018 se je tako začela 27.9.2018 v galeriji Kavarne Soteska, ki se nahaja v osrčju mesta, z otvoritvijo razstave Eduarda Bentuba. Zelenortski slikar je 11. oktobra pripravil vodeni ogled njegovih slik z razlago v portugalskem, slovenskem in angleškem jeziku. Na ta dan je tudi

Društvo slovensko-portugalskega prijateljstva je v sodelovanju z D r u š t v o m D i v j a M i s e l o rg a n i z i r a l o d o g o d e k p o s v e č e n mozambiškemu pisatelju Mii Coutu. Aleksandra Gačić se je v pogovoru s prevajalko Barbaro Juršič, ter Gabrielo Droga, ustanoviteljico Društva slovensko-portugalskega prijateljstva, pogovarjala o enem najvidnejših sodobnih mozambiških in v

Društvo slovensko-portugalskega prijateljstva, pod vodstvom

portugalščini pišočih avtorjev, Mii Coutu in njegovem romanu Zadnji


plamenčev let (Beletrina 2005). Mio Couto, ki je leta 2013 prejel ugledno nagrado Camões, velikokrat primerjajo z brazilskim

Desenvolveu estudos no Instituto Nacional de Biologia em um projeto colaborativo com Institutos brasileiros sobre tumores

pisateljem Jorgejem Amadom, saj, tako kot on, združuje dva svetova. Svet, ki ga je podedoval od svoje družine in svet, ki ga živi na afriškem kontinentu. Dogodek je povezovala Aleksandra Gačić, ki nas je skozi besedne igre popeljala v drugo dimenzijo.

cerebrais - glioblastoma. O glioblastoma é o tumor cerebral primário mais comum e mais agressiva em seres humanos. Na Eslovénia são diagnosticados anualmente cerca de 70 pessoas. A tese de doutorado é intitulada. O papel das cininas e as suas vias de sinalização celular de glioblastoma após co-cultura com células-tronco mesenquimais humanas - visou compreender o comportamento deste tumor mortal e indicar potenciais maneiras

Pequeno almoço em Português

para inibição do seu crescimento a sua propagação através do tratamento desses alvos bioquímicos. Durante os estudos de doutoramento na Eslovénia, Mona teceu os laços familiares: e hoje tem uma família de dupla nacionalidade com filho Dario após o casamento com o esloveno, Sandi Ravbar. Fundadora de uma startup na área de Biotecnologia, a sua missão é ajudar cientistas através de novas tecnologias. A meta da empresa é desenvolver

No espaço infantil Mala Ulica em Ljubljana organizam uma vez por mês um pequeno-almoço internacional e o Filipe Almeida foi convidado para partilhar com a miudagem o que comemos em Portugal de manhã. Decidiu preparar uma versão eslovena dos famosos pastéis de nata, bolo de laranja e cevada. O evento foi espetacular e todos se divertiram imenso e adoraram os pastéis de nata. O Filipe acrescenta: "foi bom partilhar um pouco da nossa cultura com outras pessoas que ficaram encantadas com as nossas delicias”.

um novo processo para a síntese e purificação de proteínas recombinantes..

Čestitke Moni Oliveira! Zajtrk v Portugalščini Na igrišču Male ulice v Ljubljani enkrat na mesec organizirajo mednarodni zajtrk, Filipe Almeida pa je bil povabljen, da otrokom razloži, kaj se je za zajtrk na Portugalskem. Odločil se je za pripravo slovenske različice znamenitega pastel de nata, pomarančnega peciva in ječmenove kave. Dogodek je bil zelo uspešen, vsi so se lepo zabavali in se sladkali s pastel de nata. Filipe dodaja: "Dobro je bilo deliti našo kulturo z drugimi ljudmi, ki so bili navdušeni nad našimi gastronomskimi delicijami."

Parabéns Mona Oliveira! Em 25 de março, foi finalizado o primeiro duplo doutoramento do instituto de química da Universidade de São Paulo (USP) e da Internacional Postgraduate School Jozef Stefan Instituto (IPS). Mona Oliveira é uma brasileira que veio para a Eslovénia em 2015.

25. marca je bil podeljen prvi dvojni doktorat med Univerzo Sao Paolo (USP) in Mednarodno podiplomsko šolo Instituta Jožef Stefan (MPŠ). Mona Oliveira je brazilska državljanka, ki je v Slovenijo prišla leta 2015. Na Nacionalnem Inštitutu za biologijo je nadaljevala njeno proučevanje možganskega tumorja – glioblastoma. Glioblastom je najpogostejši in najagresivnejši primarni možganski tumor pri človeku. V Sloveniji letno zboli približno 70 ljudi. Monino doktorsko delo z naslovom »The role of kinin signalling pathways in glioblastoma cells upon co-culturing with human mesenchymal stem cells” - Vloga signaliziranja kininov v celicah glioblastoma v so-kulturah z mezenhimskimi matičnimi celicami” - širi razumevanje tega smrtnonosnega tumora in nakazuje potencialno pot, ki vsaj zavira njegovo širjenje. Med doktorskin študijev v Sloveniji je Mona spletla tudi družinske vezi: po poroki s Sandijem je na svet prijokal tudi sinko Dario. Danes je Mona podjetnica z lastnim startup podjetjem Biolinker. Cilj podjetja je razviti nov postopek za sintezo in purifikacijo rekombinantnih proteinov.


O FUTURO DO MOVIMENTO ASSOCIATIVO DAS COMUNIDADES PORTUGUESAS OBISKI LOKALNIH OBLASTNIKOV PORTUGALSKIH SKUPNOSTI PO SVETU socioculturais, como o cinema, a literatura, o design, a dança, o Daniel Bastos Historiador. Jornalista.

danielbastos.pt

teatro, a arte ou a moda, entre outros, de modo a atrair as jovens gerações de lusodescendentes e as mesmas impulsionarem a presença portuguesa no mundo.

O movimento associativo das comunidades portuguesas constitui um dos mais importantes elos de ligação dos inúmeros compatriotas espalhados pelos quatro cantos do mundo à língua, cultura, história e memória da pátria de origem, e simultaneamente uma das marcas mais expressivas da inserção nos territórios de acolhimento onde encetaram os seus percursos de vida e de trabalho.

V zadnjih letih smo bili pogosto priča obiskom predstavnikov

que o movimento associativo da diáspora enfrenta, hoje, um desafio fundamental para a sua própria sobrevivência futura, que advém essencialmente do envelhecimento dos seus quadros dirigentes e das dificuldades em captar a participação dos lusodescendentes. Este último ponto está inclusivamente neste momento, a ser alvo de uma pesquisa por parte do conselheiro das Comunidades Portuguesas no Canadá, Daniel Loureiro, luso-

emigrantskih portugalskih skupnosti. Znotraj teh skupnosti pogosto obstajajo združenja in klubi, ki so močno zaznamovani z

"preencher esse orgulho" com atividades para "manterem viva a comunidade" que dentro de 40 ou 50 anos terá que se "rejuvenescer".

O rejuvenescimento do movimento associativo das comunidades portuguesas é condição sine qua non para a sua sobrevivência, exigindo aos seus membros uma vivência cultural que seja capaz de ultrapassar os impactos e conflitos geracionais. Torna-se

Na teh dogodkih so skoraj vedno prisotne tipične portugalske zabavne aktivnosti in tipična glasba pokrajine, iz katere izvirajo

portugalskih lokalnih oblasti, ki so obiskali po celem svetu razpršene portugalske skupnosti, katerih člani so zapustili domovino v želji za boljšimi življenjem. Močna povezanost med lokalnimi oblastmi oz. njenimi predstavniki in temi skupnostmi je eden najpomembnejših dosežkov demokratičnega sistema na Espaços privilegiados de cultura e participação cívica, o Portugalskem, ki je v zadnjih desetletjih vodila v vzpostavitev movimento associativo é a argamassa identitária que une as bilateralnih vezi z občinskimi upravami mnogih krajev izza meja comunidades portuguesas, catapultando as mesmas para um Portugalske, kjer živijo portugalske skupnosti.

patamar de “verdadeiras embaixadoras de Portugal pelo mundo Te bilateralne vezi, katerih namen je ustvariti prijateljske vezi, fora”, como sobrelevou numa das últimas comemorações do 10 solidarnost in izmenjavo, v posameznih primerih pa tudi vezi na de Junho o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa.

gospodarskem in kulturnem nivoju, predstavljajo najvažnejši motiv No entanto, é percetível no seio das comunidades portuguesas za potovanja teh predstavnikov lokalnih oblasti na območja

domovino svojih članov, kar se večkrat kaže tudi v poimenovanju po kraju svojega izvora. S tem še krepijo svojo povezanost z domovino, hkrati pa se s tem gojenjem ponosa na svoje korenine dojemajo kot njeni pristni ambasadorji.

Kljub temu da niso imuni na strukturalne šibkosti portugalske canadiano a residir em Montreal, que pretende através desta via države, kot je demografski padec prebivalstva, so prenekateri " d e s c o b r i r p o r q u e n ã o h á u m a m a i o r a d e s ã o d o s lokalni oblastniki prepoznali potencial, ki ga imajo zanje lusodescendentes aos eventos da comunidade".

emigrantske skupnosti, da okrepijo svojo lokalno gospodarstvo.

Segundo o mais jovem dos conselheiros das Comunidades Potencial, ki so ga mnoga vodstva lokalnih skupnosti prepoznala v Portuguesas, os jovens da comunidade "são orgulhos das suas tej nostalgiji po domovini, se udejanja v različnih dogodkih, kot so raízes e de pertencerem à comunidade portuguesa", porém há que festivali in sejmi, ki jih občasno organizirajo portugalske skupnosti.

njeni člani. Na ta način želijo promovirajo portugalsko skupnost, ki pa je hkrati deležna tudi njihovih gospodarskih proizvodov in aktivnosti, s čimer se krepi lokalno gospodarstvo.

Te povezave, ki jih lokalne oblasti negujejo s svojimi emigrantskimi skupnostmi, so nujne za napredek njihovega območja, pri razvoju assim, indispensável a diversificação de atividades de animação katerega imajo ti emigranti še vedno še vedno pomembno vlogo, s sociocomunitária, que possam conciliar a cultura tradicional tem da so spodbujevalci družbeno-gospodarske povezanosti, enraizada no movimento associativo, com novas dimensões investicij ter lokalne kohezije in identitete.


AGENDA

NAPOVEDNIK Fado v Ljubljana celebração do Dia Internacional da Língua Portuguesa 5.5.2019, Kovarna Soteska Ljubljana.

Neomi Acústico 8.5.2019, Sititeater Ljubljana, Slovenija.

13. Svetlobna Gverila 16.5-15.6.2019, Ljubljana, Slovenija.

35. Druga Godba 21-25.5.2019, Cankarjev Dom, Ljubljana, Maribor Slovenija.

60. Jazz Festival Lj 18-22.6.2019, Cankarjev Dom, Kri\anke. Ljubljana,

67. Festival Ljubljana 2.7-5.9.2019, Kri\anke. Ljubljana, Slovenija.

15. Ana Desetnica 3-6.7.2019, Ljubljana, Slovenija.

7. Festival Art Stays 5-12.7.2019 Ptuj, Slovenija.

29. Festival Okarina

RECEITA

PASTEL DE NATA KREMNA TORTA

Ingredientes: 1 pacote de massa folhada (aqueles onde Sestavine: há 2 pratos no pacote)

1 paket listnatega testa (tisti, kjer sta v pakiranju 2 plošči)

Creme:

840 ml de leite integral

Krema:

120 ml de creme doce

840 ml polnomastnega mleka

8 gemas

120 ml sladke smetane

6 colheres de sopa de açúcar

8 rumenjakov

um alfinete de sal

6 jedilnih žlic sladkorja

4 colheres de sopa de farinha afiada

ščep soli

1 pau de canela

4 jedilne žlice ostre moke

3 fita de casca de limão

1 cimetova palčka

vagens de baunilha

3 trakovi limonine lupine

strok vanilije

Preparação: A massa da folha deve ser descongelada, mas ainda fria.

Creme: Misture as gemas, o açúcar, a farinha, o sal numa tigela e adicione um pouco de leite para fazer a mistura ficar líquida. Despeje o leite restante e o creme na panela e aqueça a uma temperatura muito baixa. Canela, fita de limão e baunilha também são dadas ao leite. Esprema a mistura de ovos lentamente no leite e mexa constantemente. Cozinhe em fogo médio por cerca de 8 minutos. O creme não deve ser muito rápido para morder! Quando ela é dândi como pudim, acabou. Cubra com uma folha de comida, para que não dê uma mordida na superfície. Preaqueça o forno a 220 graus. A placa da massa folhada é formada numa salsicha. Corte um pedaço de aproximadamente 2 cm de largura e enrole-o ou forme um círculo com as mãos. O teste cobre todos os orifícios do tabuleiro do forno. Copos secos são então preenchidos com creme. Se desejar, podemos polvilhar canela por cima. Asse a 220 graus de 20 a 25 minutos, para que o topo do creme seja feito de casca e o creme fique dourado.

23.7-3.8.2019 Bed, Slovenija.

4. Festival Luzofonija 10.2019, Kovarna Soteska Ljubljana.

Português em Miúdos Mensal, Biblioteca Oton Zupančič, Ljubljana.

Mala de Herança Lj Mensal, Trubarjeva Hiša. Ljubljana.

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Priprava: Listnato testo mora biti odtajano, a vseeno h l a d n o . K re m a : v p o s o d i z m e š a m o rumenjake, sladkor, moko, sol ter dodamo malo mleka, da je zmes tekoča. Preostalo mleko in smetano zlijemo v lonec in grejemo na zelo nizki temperaturi. V mleko damo tudi cimet, limonine trakove in vanilijo. Počasi v mleko vlivamo jajčno zmes in neprestano mešamo. Kuhamo na srednjem ognju, približno 8 minut. Krema ne sme prehitro zavreti! Ko je gosta kot puding, je gotova. Pokrijemo jo s folijo za živila, da se na površini ne naredi skorjica. Pečico predhodno segrejemo na 220 stopinj. Ploščo iz listnatega testa oblikujemo v klobaso. Odrežemo približno 2 cm širok košček in ga razvaljamo ali z rokami oblikujemo v krog. S testom obložimo vse luknje v pekaču za muffine. Testene skodelice nato napolnimo s kremo. Po želji lahko po vrhu posujemo s cimetom.

Pečemo na 220 stopinj od 20 do 25 minut, tako da se na vrhu kreme naredi skorjica in krema postane zlato rjave barve.

Filipe Almeida


TOP 5 DE DELÍCIAS VEGANAS EM LIUBLIANA TOP 5 VEGETARIJANSKIH PONUDNIKOV V LJUBLJANI A trabalhar num hostel em Liubliana, tenhome apercebido de que os turistas que por cá passam pensam estar num dos piores sítios do mundo para se comer comida v e g e t a r i a n a . Te n h o s e m p r e d e o s desenganar, e não é difícil. Não só a capital eslovena é amiga dos vegetarianos (pessoas que não comem carne nem peixe), como dos veganos (pessoas que, para além dessa restrição, não comem nem usam quaisquer produtos provenientes de animais). É só falar-lhes destes sítios.

Pri delu v hostlu v Ljubljani sem spoznala, da turisti, ki prihajajo sem, mislijo, da so v enem izmed najslabših mest na svetu za vegetarijansko hrano. Vedno moram dokazati, da se motijo, kar ni težko. Slovenska prestolnica ni prijazna le do vegetarijancev (ljudi, ki ne jedo mesa ali rib), ampak tudi do veganov (ljudi, ki poleg te omejitve ne uživajo nobenih drugih živalskih proizvodov). Predstavim jim te ponudnike.

Catarina Henríquez Cornejo Linguista. Estudante.

Barbarella Juice Bar Slovenska 38

O Barbarella Juice Bar tem os mais variados smoothies. Por exemplo, o smoothie de chocolate e manteiga de amendoim é tão bom como uma sobremesa e, ao mesmo tempo, é uma refeição em si! Uma combinação de sabores incrível. E toda a comida que vendem aqui é 100% vegetal, portanto não há equívoco possível.

Barbarella Juice Bar postreže z najrazličnejšimi sadnimi napitki. Čokoladni smoothie z arašidovim maslom je tako dober kot sladica in obenem je sam po sebi obrok! Neverjetna kombinacija okusov. In vsa hrana, ki jo prodajajo tukaj, je 100% rastlinskega izvora, zato ni možnega nesporazuma.

Kavarna Cacao Petkovškovo nabrežje 3

Esta gelataria tem muitos sabores à escolha, entre os quais alguns veganos, nomeadamente o de manga e o de chocolate negro e framboesa. Podem pedir uma kepica de um e de outro. Os cones de tamanho normal também são veganos. A esplanada é muito agradável no verão.

Ta slaščičarna ima na voljo veliko sladolednih okusov, med njimi nekaj veganskih, npr. mango in temna čokolada z malino. Vzemite kepico enega in kepico drugega. Korneti normalne velikosti so tudi veganski. Terasa je poleti zelo prijetna.

Fari’s Delice Miklošičeva 34

Para pessoas que, como eu, gostam de “imitações” de carne vegetais, têm de provar o wrap de galinha vegano, com umas batatinhas fritas a acompanhar! É também de destacar a simpatia do pessoal.

Za ljudi, ki imajo tako kot jaz radi rastlinske imitacije mesa, morajo poskusiti veganski piščančji zavitek, poleg njega pa nekaj krompirčka! Poudariti moram tudi prijaznost osebja.

Abi Falafel Trubarjeva 40

Têm o faláfel mais delicioso da cidade! Cinco bolinhas de grão macias por dentro e crocantes por fora, esmagadas à mão, dentro de um wrap; com nabo fermentado, couve, tomate, alface, húmus e tahine. Há muitos outros sítios com faláfeis no menu, mas nenhum como este.

Imajo najbolj slasten falafel v mestu! Pet žogic - mehke na notranji strani in hrustljave na zunanji strani, v zavitku s fermentirano repo, zeljem, paradižnikom, solato, humusom in tahinijem. V mestu je še veliko ponudnikov z falaflom na meniju, toda nikjer tako dober kot tukaj.

Pizzeria Parma Trg republike 2 (Maxi Market)

Ah pois é! A primeira pizaria a abrir na Jugoslávia não se fica só pela tradição — oferecem queijo vegano nas pizas. Aconselho a provarem a piza Piran, cujo sabor mediterrâneo reconforta o estômago ibérico. Tomate seco, manjericão, pinhões, azeite e base de tomate assentam numa pequena massa alta e fofa. Na mesa, não faltam os molhos que a gente local acrescenta à piza, para dar o toque balcânico.

Oh ja! Prva picerija, ki se je odprla v Jugoslaviji, ne sledi le tradiciji - na picah ponujajo tudi veganski sir. Priporočam vam, da poskusite pizzo Piran, katere mediteranski okus pomirja iberski želodec. Posušeni paradižniki, bazilika, pinjole, oljčno olje in paradižnikova omaka sedijo na majhnem puhastem testu. Na mizi je veliko omak, ki jih domačini dodajajo pici, da bi dodali kanček Balkana.


COLABORADORES SODELUJOČI Dijana Costa - Catarina Henríquez Cornejo - Joao Costa - Kaja Avberšek Alja Krašovec - Maria Manuela Costa - Ana Groznik - Juš Škraban - Alcides Murtinheira - Anja Mlakar - Nika Perne - Daniel Bastos - Nika Vremšak

sardinha_media

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