JÁ Bom Fim Dezembro 2015

Page 1

CONHEÇA O EL CHURRERO

Churros artesanais feitos na hora, massa crocante, sequinha e recheios exclusivos que irão te surpreender. El Churrero POA (51) 8298.4266

Bento Figueiredo 26 - Bom Fim

Instituto de Educação

Primeira restauração em 81 anos

b o m  f i m

¤ Distribuição gratuita ¤

an os

27

DEZembro de 2015

j o r n a l   c o m u n i tA r i o

Em um trecho da Osvaldo Aranha, muitos espaços comerciais disponíveis...

Maria Dorfman

“Adoro fazer as pessoas rirem”

... na Vasco da Gama, o clima no comércio é semelhante ao do Moinhos de Vento

Comércio do bairro vive duas realidades Av. Venâncio Aires nº 876 Bom Fim - Porto Alegre Fone 51-3332 0063 Av. Sarmento Leite nº 811 Cidade Baixa - Porto Alegre Fone 51-3221 9390

www.bardobeto.com.br bardobeto@terra.com.br

A

s placas de “aluga-se” são os sinais evidentes da crise que chegou à Osvaldo Aranha. Mas não é só isso. As placas mostram também a mudança que vem ocorrendo ao longo da avenida, com reflexos em todo o bairro. Eram 14 imóveis para alugar nos primeiros dias de dezembro. Quase todos na primeira metade da avenida, que vai do túnel da Conceição à rua Santo Antonio.

Ali o esvaziamento do polo moveleiro é o principal responsável pela situação. Na metade restante, a única exceção é o edifí�cio Baltimore, que tem quase 200 salas vazias. Os demais imóveis daquele trecho, até a Ramiro Barcelos, seguem disputados. A loja onde estava a Gang mal desocupou e já está recebendo uma farmácia. O mesmo acontece com novos pontos que vão surgindo nas transversais Pág. central ou na Vasco da Gama.


2

Dezembro de 2015

b o m  f i m

Os leitores disseram sim ao nosso projeto de reportagens sobre o Cais Mauá, o berço da cidade, envolvido numa polêmica que divide Porto Alegre. O desafio nos foi proposto pelas lideranças do movimento A Cidade Que Queremos, uma frente de entidades comunitárias e ambientalistas que pedem transparência nas decisões que afetam a comunidade. Buscamos o financiamento coletivo para a produção das reportagens e a comunidade correspondeu: em 30 dias arrecadamos quase 11 mil reais, abaixo da nossa ambição, mas acima da nossa meta - a meta era produzir uma série de reportagens para nosso site, a ambição previa também uma edição impressa. O impresso, que é documental, pode ficar para um segundo momento. O importante é que demos este primeiro passo. E os leitores também. Ambos estamos aprendendo que imprensa independente, só depende do leitor.

O Jornal Já Bom Fim é uma publicação de Jornal Já Editora

Augusto Carneiro (esq.) e José Lutzenberger, líderes do grupo que fundou a Agapan em abril de 1971

A associação vem tratando com os governos municipal, estadual e federal em busca de uma saí�da, mas, até agora, nada. “Em 2016 vamos ter que começar esse trabalho praticamente do zero”, afirmou o presidente Leonardo Melgarejo.

Arrastões chegam ao bairro

Três homens fizeram um arrastão na Pizza Jack, na rua Henrique Dias, na noite de 29 de novembro. Passava das 9h30, cerca de 20 pessoas jantavam no local. O trio rendeu o vigia, roubou carteiras e celulares dos clientes, além do dinheiro do caixa. Ninguém ficou ferido e a rotina do estabelecimento não foi alterada. É provável que os assaltantes sequer estivessem armados. Dos três homens, apenas um insinuava ter uma arma na cintura, mas não a sacou em nenhum momento.

BOM FIM

URGENTE Julinho segue sem muro

O Colégio Estadual Júlio de Castilhos segue sem parte do muro lateral, na rua Laurindo, que desabou no dia 5 de novembro. Até agora, os pedaços continuam na calçada. A diretora Fernanda Gaieski informou que a instituição foi notificada pela Smov para retirar a caliça. Caso o recolhimento não seja feito, a escola pode ser multada em cerca de R$ 275 mensais. A diretoria encaminhou à 1ª CRE (Coordenadoria Regional de Educação) ofí�cio solicitando o recolhimento e a construção de um novo muro. O processo está em fase de coleta de propostas das empresas. Enquanto isso, a escola segue aberta.

Expediente

A sala oferecida pela Prefeitura, sob o viaduto Utzig, está em condições precárias e precisaria ser reformada. E já houve diversos arrombamentos. Em reunião recente, o coletivo A Cidade Que Queremos manifestou apoio à causa e se comprometeu a ajudar.

A ação foi rápida e silenciosa, o gerente do estabelecimento estava ao telefone e sequer interrompeu a ligação enquanto um dos assaltantes limpava o caixa. O trio fugiu a pé, deixando para trás R$ 1.300, pagamento de um funcionário que estava misturado a notas fiscais e não foi visto. A Brigada Militar foi chamada e demorou 25 minutos para chegar. Para piorar a situação, o sistema estava fora do ar, dificultando o registro da ocorrência.

Editor: Elmar Bones Reportagem: Felipe Uhr, Matheus Chaparini e Patrícia Marini Fotografia: Arquivo Jornal JÁ, Matheus Chaparini e Ramiro Furquim Comercial: Matheus Dias Diagramação: Cabeças Fumegantes DG Distribuição gratuita

27

an os

Os leitores disseram sim

Pioneira da luta ambiental no Brasil, fundada por José Lutzenberger e Augusto Carneiro, a Agapan (Associação Gaúcha de Proteção ao Ambiente Natural) está no olho da rua. No dia 2 de dezembro, a associação teve de entregar a sala que ocupava, em um edifí�cio comercial da Osvaldo Aranha. O acervo foi levado para a casa do tesoureiro e ex-presidente da entidade Alfredo Gui Ferreira, provisoriamente. A Agapan tem um dos maiores acervos sobre meio ambiente e as lutas ambientais do paí�s.

Arquivo Agapan

Nota do Editor

Agapan procura uma nova sede

b o m  f i m

j o r n a l   c o m u n i tA r i o

Redação: Av. Borges de Medeiros, 915, conj. 203, Centro Histórico CEP 90020-025 - PoA/RS Edição fechada às 14h do dia 14 de dezembro de 2015 Contatos: (51) 3330-7272 www.jornalja.com.br jornaljaeditora@gmail.com jornaljanaweb jornal_ja

Fotos: Jornal JÁ

O trenzinho voltou Finalmente os frequentadores da Redenção voltam a ter o trenzinho que faz passeios pelo Parque. O trenzinho voltou a circular no dia 14 de novembro. O Tchezinho, como passou a se chamar, é um trator simulando uma locomotiva puxando três vagões, com capacidade para 72 passageiros. Os passeios acontecem durante a semana, das 14h às 19h30 e sábados, domingos e feriados, das 9h às 20h. As viagens têm duração de 15 minutos e o custo é de R$ 6,00.

Selo de Acessibilidade 2015 A Prefeitura de Porto Alegre, através da Secretaria Municipal de Acessibilidade e Inclusão Social (Smacis), concedeu o Selo de Acessibilidade a 30 entidades. O Auditório Araújo Vianna e a Casa dos Conselhos Municipais (na esquina da Venâncio Aires com a João Pessoa) estão na lista. Essa é a terceira edição do Selo, que é concedido a estabelecimentos que assegurem acessibilidade básica parcial.

Mudança na administração da Redenção A bióloga Regina do Patrocí�nio é a nova administradora do Parque Farroupilha. Ela substitui o agrônomo Celso Copstein, que segue trabalhando no Parque.

São Paulo tira as grades

A Prefeitura de São Paulo está retirando as grades de praças da área central da cidade. Nove praças já foram abertas e pelo menos outras dez aguardam estudo técnico. “Grades em áreas públicas não combinam com uma gestão democrática. As praças estão aí� para as pessoas usarem, por isso precisamos devolvê-las para o povo”, afirmou o subprefeito da Sé, Alcides Amazonas. Enquanto Porto Alegre discute cercar seu principal parque, a maior cidade do paí�s entende que eles devem ser abertos.


Dezembro de 2015

3

b o m  f i m

Ramiro Souto Vice-prefeito pediu que notificação seja desconsiderada

G

erou polêmica uma notificação que proibia o uso do Parque Ramiro Souto, localizado dentro da Redenção, para aulas particulares remuneradas. A nota foi publicada no dia 27 de novembro pelo secretário de Esportes, Recreação e Lazer, José Edgar Meurer. No dia 4 de dezembro, uma reunião com a presença do vice-prefeito Sebastião Melo, para esclarecer a notificação, que vedava “o uso das dependências do parque Ramiro Souto para ministrar aulas particulares com fins lucrativos” e se aplicava a qualquer atividade esportiva, assim como grupos de corrida e personal trainer. A norma também proibia a utilização de banners e toldos nas áreas do Parque. Frequentadores do parque reclamaram da atitude da Prefeitura. Profissionais responsáveis pelos grupos de corrida defenderam o uso da área. “A nossa presença aqui inibe os traficantes e bandidos que ficam ao redor do parque” exclamou um treinador. Muitos dos professores alegaram que trabalham na Redenção por terem saí�do do CETE (Centro Estadual de Treinamento Esportivo). Na reunião, o vice-prefeito falou que “houve uma falha” na Prefeitura e pediu que o documento fosse desconsi-

espaço de cultura, saúde e lazer

O Café está localizado dentro de um espaço cultural, a Casa Coletânea, que promove periodicamente eventos, palestras, saraus e cursos.

Cafés especiais, chás, sucos, tortas doces e salgadas, sopas, alimentos integrais Venha degustar nossa seleção especial de cafés, acompanhado por saborosas opções em doces e salgados. Av. José Bonifácio, 731 - Porto Alegre Segunda à segunda da 11h às 19h Telefone: (51) 3331-1646

Jornal JÁ

Prefeitura recua e libera aulas

Vice-prefeito Sebatião Melo pediu desculpas aos profissionais de Educação Física

derado. “Estou pedindo desculpas em nome do poder público.” Melo também salientou a importância da criação de um grupo de trabalho para acertar junto às assessorias de corrida o uso da pista. Assim, a utilização do parque para grupos de corrida, treinamento funcional e outras atividades fí�sicas é permitida. Colchões e outros artefatos usados nos exercí�cios estão liberados. Continua proibido pendurar banners com marcas ou logotipos.

Grupo de trabalho adotará pista Logo que o vice-prefeito encerrou a reunião, o grupo de trabalho, formado pelos treinadores das Assessorias de Corrida, CREF e o coordenador do Parque, o professor Celso Mastracusa, se reuniu para estabelecer as primeiras normas para o uso do parque. A reunião durou pouco mais de 20 minutos e a imprensa não pode entrar. Sabe-se que

a primeira decisão foi de que a pista atlética seja “adotada”. “Vamos cadastrar os interessados em cuidar da pista e do entorno, como o jardim”, relatou a treinadora de corrida Rita Abero. O grupo também vai propor à SMAM que o banheiro, disponível somente até as 19 horas, fique aberto até mais tarde.

Segunda a sábado das 11h às 14h45 Buffet livre com 1 carne R$ 12,90 Rua Bento Figueiredo, 23 - fone 3332- 2200

• Manipulação de fórmulas

• Cosméticos • Complementos alimentares

• Cápsulas • Produtos Weleda Aberto todos os dias das 11h às 15h Felipe Camarão, 719 - fone 3312-4379

Rua Vasco da Gama, 183 Bom Fim

Fone: (51)

Rua Antenor Lemos, 36 Menino Deus

3311-3314

www.farmaciaspengler.com.br


4 Fotos: Jornal JÁ

Quase todas salas foram vendidas, mas pouco mais de 30 estão ocupadas

Baltimore: 216 salas, apenas 30 ocupadas

www.jornalja.com.br/loja

Sete 7 meses após o lançamento, o novo Baltimore tem poucas salas estão ocupadas e a movimentação ainda é pequena. O estacionamento do edifí�cio chegou a fazer uma promoção. Um turno de estacionamento está custando R$ 9, o mesmo valor cobrado por apenas uma hora na garagem vizinha. O enorme espigão comercial, que carrega o nome do antigo cinema que havia no local, foi lançado em maio deste ano. A maioria das salas comer-

ciais foram compradas por investidores ainda na planta, para revenda ou locação. A construtora Melnick Even mantém um plantão de vendas no hall de entrada. A construtora tem apenas meia dúzia de unidades para venda, ainda assim, o ní�vel de ocupação é baixo. Das 216 salas, pouco mais de 30 estão sendo utilizadas. As duas lojas térreas, que foram dadas como contrapartida ao proprietário do terreno, seguem vazias.

IS oS Do S LIVrofADoS grA A U to p o r

R$

50,00

Dois livros, uma paixão

Aproveite essa oferta EXCLUSIVA da loja virtual do JÁ. Adquira essa dupla que não pode faltar na biblioteca de nenhum colorado Acesse www.JornALJA.Com.br/IntEr

Para quem não viveu, mas quer conhecer

o que saber para não querer que se repita

êS AS tr ES EDIçõ por ,00 R$

30

Para quem viveu e, não quer esquecer

Série de reportagens em três volumes, formato revista, ilustradas com imagens da época. Da conspiração e a derrubada do governo até os anos do terror. acesse www.jornalja.com.br/kit

b

As duas faces de uma crise Placas de “aluga-se”, cartazes de inauguração e vagas de emprego

A

Matheus Chaparini

s placas de aluga-se não deixam dúvida:a avenida Osvaldo Aranha já não é a “artéria comércial” de outros tempos. Em uma caminhada pelo 1,5 km da avenida, a reportagem do JÁ� contou 14 imóveis comerciais para alugar e outros quatro em reforma. Quando se pergunta aos

operários que trabalham nas obras o que vai abrir no local, a resposta é a mesma: nada. São lojas térreas, geralmente de grandes dimensões, algumas até com andares superiores. Muitas estão para alugar há dois, três ou mais anos. Os comerciantes reclamam do preço dos aluguéis e da queda nas vendas. Se vende pouco, não tem como pagar aluguel caro. Se o aluguel não baixa, o imóvel fica fechado e imóvel

fechado só tem uma serventia: segurar o preço do aluguel. É� negócio para quem? A concentração de imóveis desocupados é maior no trecho entre as ruas Barros Cassal e João Telles. Próximo à esquina da Garibaldi, um anúncio chama atenção. A loja é gigante, tem área de 840m² e vagas de estacionamento com acesso

Sandro Nunes, proprietário da Bela Sala

Sérgio Schwartz e César Minetti, concorrência é a

Seu vizinho César Minetti é mais pessimista. “Se não melhorar até de fevereiro eu vou ter que ir embora.” Minetti trabalha no ramo há 17 anos e é dono de loja há sete. Já teve três unidades na Osvaldo Aranha: uma fechou no final de 2014, outra há dois meses, hoje a Minetti Móveis tem apenas uma loja e um funcio-

nário. Minetti conta que paga R$ 6 mil de aluguel e que já recebeu uma proposta para transferir a loja para Viamão, onde mora. “Me ofereceram um prédio novo, de 530 m², com 10 vagas privativas, por R$ 3.800.” Quem consegue se manter mais facilmente são os donos dos pontos, que não depen-

Comércio de móveis sente

Sandro Nunes é proprietário da Bela Sala há 15 anos, quando comprou a loja do seu antigo patrão. Os imóveis vizinhos dos dois lados estão para alugar, eram lojas de móveis, como a maioria dos pontos vagos. O empresário atribui os vazios da avenida a dois fatores: “O paí�s está em um momento econômico ruim, mesmo assim os proprietários continuam subindo os aluguéis.” Há duas décadas a Osvaldo Aranha era um pólo do comércio de móveis. Esta situação começou a mudar com o surgimento de outros pontos de concentração deste ramo do comércio, como o Shopping DC Navegantes e a Avenida Ipiranga. “As lojas se espalharam. Hoje tem loja por tudo, o cliente não precisa mais se deslocar tanto”, afirma Nunes. Apesar da queda nas vendas, ele não fala em se mudar.


Dezembro de 2015

o m  f i m

Uma região já não demonstra o mesmo fôlego de antigamente. Outra, ganha novos ares

pela rua Santo Antonio, o que da ideia do tamanho. O prédio abrigava a escola de idiomas Acirs, que se mudou para um edifí�cio a poucos metros. A região próxima ao Pronto Socorro tem maior movimento e atividade comercial mais diversificada. Ainda assim, se encontra uma casa comercial grande, de dois andares para alugar.

No local funcionava uma imobiliária. Foi só o trabalho de trocar o letreiro pela placa de locação da mesma empresa.

peso do aluguel

amigável, apesar das vendas baixas

dem do aluguel. É� o caso de Sérgio Schwartz, comerciante de móveis há 44 anos. A famí�lia está no ramo há mais de um século, quando seu avô, Adolfo, veio da Rússia. O avô passou os negócios para o pai, que passou para Sérgio e seu irmão. Com apenas três funcionários, eles mantém duas lojas lado a lado, a Schwartz

Móveis e a Ouro Preto. Mas Sérgio conta que, no auge, a rede chegou a sete unidades e mais de 60 funcionários. “Quando fiz faculdade aprendi que o aluguel não pode custar mais do que um dia do faturamento mensal da empresa. Hoje em dia, nenhum negócio honesto consegue faturar tanto”, afirma Schwartz, comentando os valores do aluguéis nas esquinas próximas à sua loja, entre R$ 7 mil e R$ 10 mil. Outra reclamação dos comerciantes é quanto ao estacionamento. Desde o começo do ano é proibido estacionar no trecho entre a Thomaz Flores e a Santo Antônio. “Esses dias um cliente meu teve que dar duas voltas na quadra para conseguir parar o carro. Ele havia encomendado uma cadeira, era só encostar e botar a cadeira no carro, mas não pode”, reclama Minetti.

Na rua Vasco da Gama o cenário é outro. O antigo perfil residencial da Vasco vai se modificando. Até mesmo casas antigas estão sendo transformadas em pontos comerciais. Na esquina com a Santo Antônio, o Mini Shopping Bom Fim é um ponto disputado. Das dez lojas, apenas duas são as mesmas desde a inauguração, em 2008. As outras mudaram de dono, mas os pontos não ficam muito tempo fechadas. “Não da nem tempo de colocar a placa, alguém já alugou”, comenta Tanara Schein, proprietária da loja Cabidero. Nota-se uma certa diferença entre os negócios que abrem na Vasco e na Osvaldo. Os estabelecimentos da Vasco são mais sofisticados e atingem um público de maior poder aquisitivo. A comerciante justifica a escolha pelo ponto: “escolhi o Bom Fim por que é um bairro aconchegante, tem tudo por perto e as pessoas ainda têm o hábito de andar pelas calçadas.” Ela conta que a rua é uma boa opção por

5

Na Vasco, o Bom Fim com cara de Moinhos

Tanara Schein: “Escolhi o Bom Fim porque é um bairro aconchegante“

ficar entre duas avenidas de grande movimento, Osvaldo e Independência. A presença da feira modelo aos sábados movimenta a rua e favorece os negócios. A feira tem uma clientela fiel

e atrai gente de outros bairros e ex-moradores do Bonfa. Como o público do mini shopping é majoritariamente de moradores do bairro, a circulação da feira ajuda a ampliar a clientela.

Novos negócios Além da Vasco, algumas ruas de menor movimento vem atraindo novos negócios de pequeno e médio porte. É� o caso da Miguel Tostes, que está se constituindo em um polo criativo, da diversidade da Bento Figueiredo e das casas de bolos que se espalham pelas ruazinhas do bairro, para citar alguns exemplos. Para as farmácias, a Osvaldo continua sendo um ponto atraente. Na região próxima ao Pronto Socorro e Hospital de Clí�nicas, duas unidades abriram as portas recentemente. A farmácia São João inaugurou no último dia 30, no local onde ficava a loja Gang. A farmácia melhor Preço também abriu nova loja, há cerca de três meses. Na outra ponta da avenida, ao lado do Mariu’s, o cartório

Moisés Rodrigues e o sócio trouxeram a Luthieria Évora para a Osvaldo há 5 meses

se mudou para o numero 374 e no antigo local, abriu a Luthieria É� vora. Ali, entre gatos e motocicletas, se fabrica e conserta instrumentos musicais. “Somos dois sócios. O Evandro Rosa é o mestre Luthier, eu faço o administrativo e sou aprendiz”, explica o músico Moisés Rodrigues. A loja funcionava em Cachoeirinha

e mudou-se para o local há cinco meses. “Não estava procurando necessariamente na Osvaldo, mas acabou sendo um ponto bom por ser próximo à Ufrgs e à Cidade Baixa.” No andar térreo funciona a loja e no mezanino moram Moisés e os gatos, que eventualmente aparecem para receber os clientes.


6 Leitores financiam reportagem A participação dos leitores foi decisiva para tirar do papel o projeto de uma longa investigação jornalí�stica sobre a polêmica revitalização do Cais Mauá em Porto Alegre. Em um mês, o Jornal JÁ� arrecadou mais de R$ 10 mil em sua primeira campanha de financiamento coletivo.. “É� um marco importante para um projeto como o do JÁ� , de jornalismo independente e comprometido com o cidadão”, agradece o diretor da editora, Elmar Bones. Leitores que contribuí�ram com valores acima de R$ 100 participarão das reuniões de pauta para definir os temas das reportagens, que irão ao ar no site do Jornal JÁ� (jornalja. com.br/cais) ao longo de janeiro de 2016. Além das reportagens especiais, o JÁ� seguirá acompanhando o noticiário diário a respeito do tema.

Dezembro de 2015

Prêmio funarte

Fon Fon ganha 100 mil reais para oito espetáculos

O

Café Fon Fon, na rua Vieira de Castro, junto à Redenção, foi selecionado no Prêmio Funarte de Programação Continuada para a Música Popular 2015. A premiação concede R$ 100 mil para investimento na programação musical e melhorias na infraestrututra de palco. O Fon Fon foi criado em 2012 pelos músicos Bethy Krieger e Luizinho Santos. O projeto selecionado contempla uma programação com oito espetáculos de música brasileira ao longo de 2016. Além disso, parte da verba será investida na estrutura do local. O palco, hoje no mesmo ní�vel do piso, será elevado e receberá um novo sistema de iluminação. A entrada, os banheiros e o mobiliário serão adaptados para o acesso de cadeirantes e pessoas com dificuldade de locomoção.

Prêmio vai garantir programação musical e reformas do espaço Jornal JÁ

Cais Mauá

b o m  f i m

Bethy Krieger defende a diversidade na programação: “quero ver mulher no palco“

Bethy conta que a programação foi montada com músicos que já se apresentaram na casa, procurando diversificar estilos musicais, formato dos espetáculos e gênero dos artistas. “À� s vezes a programação é muito masculina. Eu que sou mulher enxergo isso, quero ver mulher no palco”, defende. A agenda de shows ainda não está definida. Nas apresentações do projeto, os ingressos custarão R$ 10, metade do valor normal. Como não foi possí�vel incluir no projeto todas as atrações desejadas, a ideia é que o valor dos ingressos garanta uma segunda fase. “Queremos poder oferecer um cachê garantido para quem vem tocar e fomentar essa atitude de as pessoas entenderem que os artistas ganham para viver. Músico também come, também tem contas para pagar”, conclui Bethy Krieger.

o preç onal i c o m pro

R$

98,00 o ediçã da a limit

Esta obra foi lançada em fascículos que circularam encartados no jornal Zero Hora, em 1998 Agora a História Ilustrada do Rio Grande do Sul ganhou uma nova edição, revisada e ampliada, com um capítulo inédito Com 352 páginas em papel couchê, fartamente ilustrada com mais de 1.200 imagens, totalmente em cores e com acabamento em alto padrão, o livro mostra a formação do Estado, da Pré-História ao Século XXI, tornando-se assim, a obra mais abrangente já publicada sobre a história do Estado

Acesse WWW.JORNALJA.COM.BR/HIRS2015 e adquira seu exemplar


Dezembro de 2015

Já se apresentaram no projeto grupos de hip hop, músicos regionalistas e conjuntos da música afro. A temporada de 2016 abre em fevereiro com a “Tarde do reggae” com os principais grupos que cultuam o gênero na cidade. “O que se quer é mostrar a riqueza e diversidade da produção musical local e colocá-la ao alcance do grande público”, diz o coordenador do projeto, Carlos Caramez. A realização é uma parceria das produtoras Electrola, Ray-Z Produções e Caminho do Mar Soluções Culturais.

Programação Tarde de samba, pagode e swing Tarde do reggae Império da Lã Tributo aos Garotos da Rua com diversas bandas Cantoras gaúchas Tarde heavy metal

C

om esse trecho do poema de Alberto Caeiro as professoras do CID (Centro Integrado de Desenvolvimento) estimularam seus alunos a buscarem um novo olhar sobre as ruas do bairro. O centro atende duas turmas formadas por jovens e adultos portadores de deficiência. São turmas regulares, com aulas de segunda a sexta. No segundo semestre deste ano, a artista visual Lusiana Vivan e a pedagoga De-

Fotografias captam as cores desapercebidas do cotidiano

nise Duarte desenvolveram um trabalho de fotografia com as turmas. “Muitas vezes estes alunos ficam só no trajeto casa-escola e acabando vendo a rua sempre pela janela do carro” afirmou Lusiana. Os encontros aconteciam semanalmente. Em um primeiro momento, os alunos tiveram

APRESENTAM:

Tarde de samba, pagode e swing BA N DA DA S A L DA N H A S A M BA T R I G RU P O S E N Z A L A PAG O D E D O D O R I N H O S H OW D I

Maria Dorfman e seu livro

ginástica, canta em roda de samba, faz oficina de teatro, desfila no carnaval e já compôs até marchinha. Sua mais recente iniciativa foi um curso de clown, que ensina as técnicas dos palhaços. “Eu adoro fazer as pessoas rirem.” “Jornal do Dia” está à venda na Livraria Londres e na Palavraria, a R$ 30.

Convidado: Nélson Coelho de Castro Participação Especial: intérpretes dos sambas enredo 2016 IMPERADORES DO SAMBA Vinícius Machado EMBAIXADORES DO RITMO Farelo BAMBAS DA ORGIA Fábio Ananias ESTADO MAIOR DA RESTINGA Renan Ludwig IMPÉRIO DA ZONA NORTE Everton Rataescki

20/DEZ

UNIÃO DA VILA DO I.A.P.I. Tinga, Cezinha e Borracha UNIDOS DE VILA ISABEL Anderson Luiz IMPERATRIZ DONA LEOPOLDINA Alexandre Belo ACADÊMICOS DE GRAVATAÍ Lu Astral UNIDOS DO CAPÃO Alan Cardozo

entrada f ra n c a

Local: AUDITÓRIO ARAÚJO VIANNA Horário: 16 horas

DOMINGO

RETIRADA DE INGRESSOS Antecipada nas lojas Oi

DomingoNoParque domingonoparquers.com.br

Shopping Total: Av. Cristóvão Colombo, 545 Andradas: Rua Dos Andradas Loja 1432 ou 1273 Shopping Iguatemi: Av. João Wallig, 1800 Shopping Praia de Belas: Av. Praia De Belas, 1181

No dia do show na bilheteria

Auditório Araújo Vianna: Av. Osvaldo Aranha, 685, a partir das 14 horas

Domingo no Parque 5.indd 1

FINANCIAMENTO

Farroupilha. As Está em cartaz obras propõem até 24 de janeiro, “um outro olhar na Galeria Ecarta, sobre aspectos a exposição Conidentitários do tí�guo, das artistas lugar”. A visitação chilenas Claudia pode ser feita de Lee e Francisca Montes. O projeto Exposição usa fotografia, vídeo, escultura e instalação terça a sexta, das 10h às 19h; sáutiliza fotografia, ví�deo, escultura e instalação. Para esta bado, das 10h às 20h; e domingo, das exposição, as artistas focam o Parque 10h às 18h. A entrada é franca.

SABOR DE MEL

PATROCÍNIO

Artistas chilenas na Galeria Ecarta Francisca Montes/Divulgação

SECRETARIA DE ESTADO DA CULTURA E

APOIO INSTITUCIONAL

A escritora Maria Dorf­ man está lançando o livro Jornal do Dia, pela editora Imprensa Livre. A publicação é uma compilação de 40 edições do Meu Jornal, publicadas desde 2012. Mensalmente, Maria faz um apanhado dos assuntos que mais lhe chamaram a atenção, escreve e distribui pelo bairro. “Minha mente trabalha muito, então eu tenho que esvaziá-la”, diz a escritora. O lançamento contou com sessão de autógrafos na Feira do Livro deste ano. Este é o sexto tí�tulo de Maria, que é professora aposentada de Educação Fí�sica e começou a escrever aos 63 anos. Aos 79 anos, ela lança sua sexta publicação. Maria é figura tradicional do Bom Fim, onde vive desde pequena. Há 45 anos mora no mesmo apartamento na Fernandes Vieira. Além dos livros, Maria se dedica a várias atividades, faz

Jornal JÁ

Maria Dorfman lança seu sexto livro

contato com alguns fotógrafos e com exercí�cios práticos sobre enquadramento. Depois, foi a hora de ir pra rua, de percorrer as calçadas do bairro fotografando. O resultado deste trabalho é a mostra Cores do Bom Fim, que já foi apresentada no Centro Cultural CIDadania e na Sociedade Hebraica.

APOIO CULTURAL

20 dez/2015 21 de fevereiro 13 de março 17 de abril 8 de maio 26 de junho

“O meu olhar é nítido como um girassol / Tenho o costume de andas pelas estradas / Olhando para a direito e para a esquerda / E de vez em quando olhando pra trás… / E o que vejo a cada momento / É aquilo que nunca antes eu tinha visto…”

PARCEIROS REALIZADORES

Vai ter samba para ninguém botar defeito na última edição de 2015 do Domingo no Parque, dia 20, no Auditório Araújo Viana: lá estarão cinco dos melhores grupos de Porto Alegre, dez escolas com o samba enredo de 2016 e o compositor Nelson Coelho de Castro, como convidado especial. A “Tarde de Samba, Pagode e Swing” começa às 16 horas, com entrada gratuita. Os ingressos podem ser retirados antecipadamente nas lojas da Oi ou na bilheteria do auditório a partir das 15 horas.

Cores do Bom Fim, um novo olhar sobre as ruas Reprodução/Jornal JÁ

Tarde de samba encerra o ano no Araújo Viana

2016

7

b o m  f i m

09/12/2015 22:40:44


8

Dezembro de 2015

b o m  f i m

Instituto de Educação

Prédio histórico terá primeira restauração Construído em 1935, prédio neoclássico é patrimônio tombado Matheus e Marina: transferência prejudica os alunos

Durante as obras, a escola permanecerá fechada e os alunos serão realocados em duas outras escolas estaduais. A Educação Infantil será transferida para a escola Felipe de Oliveira, no bairro Santa Cecí�lia, e os estudantes a partir do quinto ano do Ensino Fundamental passarão para a Roque Callage, no Rio Branco. Os alunos de 1ª a 4ª série não serão afetados, pois já têm aulas na unidade do Instituto que funciona na escola Dinah Néri Pereira, na rua José Bonifácio. O IE conta também com turmas de EJA (Educação de Jovens e Adultos) à noite. O destino destes alunos ainda não foi definido. Ao todo, a escola atende 1.673 alunos. Os estudantes reconhecem as más condições do prédio e a necessidade de uma restauração, mas reclamam da transferência. Marina Rodrigues, estudante do 9º ano, diz que vai mudar de colégio. “Eu moro na Zona Sul, fica contramão. Aqui passa ônibus para quase qualquer lugar, lá na outra escola passam poucos.” Matheus Fontes, também aluno do 9º ano, acredita que vários colegas mudem de colégio em função do acesso. Ele lamenta, pois afirma que a qualidade do ensino do Instituto de Educação é superior à maioria das escolas públicas. “Já estudei em outras escolas e não tem comparação. Minha irmã passou em Administração na UFRGS sem fazer cursinho, só com o Ensino Médio daqui.”

D

epois de 81 anos, o edifí�cio do Instituto de Educação General Flores da Cunha vai ter suas caracterí�sticas originais restauradas. Além da recuperação, o prédio receberá instalações novas, climatização, adequações para acessibilidade universal e sistemas de economia de energia e reaproveitamento da água da chuva. O governador José Ivo Sartori assinou no dia 20 de novembro o contrato com a empresa Porto Novo Empreendimentos e Construções Ltda, vencedora da licitação de R$ 22,5 milhões. O projeto foi realizado pelo escritório 3C Arquitetura e Urbanismo, também por meio de edital. As obras devem começar em janeiro, após o término do ano letivo, e a previsão é de que estejam concluí�das em 18 meses. Em março de 2014, professores e alunos haviam feito um protesto contra

Fotos: Matheus Chaparini

Alunos serão transferidos

Matheus Chaparini

Obras iniciam após o ano letivo e têm previsão de 18 meses

as más condições do imóvel. Questionada sobre as áreas que estão em piores condições, a diretora Leda Larratéa é taxativa: tudo. “Toda a estrutura está deteriorada pelo tempo e pela falta de manutenção. Não tem nada que dê pra dar nota dez, é tudo de zero a cinco e com boa vontade.” Há setores que sequer podem ser utilizados, como o ginásio esportivo, interditado há mais de dez anos, a pracinha das crianças, há cinco, e o auditório, há um ano e meio. O prédio, de inspiração neo-clássica, foi construí�do em 1935, durante

as comemorações do Centenário Farroupilha, para abrigar a antiga Escola Normal, que formava professoras, mas seu primeiro uso foi como pavilhão cultural da exposição do centenário. É� tombado pelo municí�pio desde 1997, por estar dentro da área do Parque Farroupilha, e pelo Estado, desde 2006, através do IPHAE (Instituto do Patrimônio Histórico e Artí�stico do Estado). Em razão disso, não pode receber reformas, apenas restauração, que envolve um processo mais complexo.

Prédio terá novas instalações e acessibilidade universal

O arquiteto Tiago Holzmann da Silva, do escritório 3C, explica que a obra atende a duas demandas: o restauro do edifício e a atualização das instalações. Toda a parte elétrica e hidráulica será refeita e o prédio será adaptado à legislação de prevenção de incêndios e terá acessibilidade universal para todas as áreas, com a colocação de portões, rampas de acesso e um elevador. O prédio receberá uma passarela coberta ligando

os três blocos, 2 1 - rampas de acesso além de cen2 2 - novos portões de acesso 3 - elevador PNF trais de lixo 1 1 e gás, iluminação de led, climatização em todos 3 2 ambientes e um sistema o uçã rod p de captação da água da chuRe 1 va, que será reaproveitada para 2 os banheiros, limpeza e reservatório para incêncio. A cobertura é a parte mais segundo andar. Será feito o leurgente. Os alunos reclamam vantamento de todo o telhado, que chove dentro das salas do impermeabilização da laje e a

lancheria do parque

BoM

FiM

Desde 1982 com a melhor clientela da cidade Osvaldo Aranha, 1086 - Fone 3311.8321

Almoço de segunda a sábado com 12 variedades de pratos quentes e saladas e 3 opções de sobremesa por apenas R$ 10,00 Av. Osvaldo Aranha, 228 Próximo ao Túnel da Conceição

recolocação do telhado com um subtelhado. Além disso, o sistema de calhas será todo refeito. “É muito mais fácil construir do que manter, ainda mais no Estado. Então, se a construção for um pouco mais cara e elaborada e isso for baratear a manutenção, é um ganho. Por exemplo, se estoura uma calha, tem que fazer uma licitação, é demorado, e enquanto isso fica chovendo dentro”, explica Silva.


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.