JÁ Bom Fim Agosto de 2015

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ENCARTE

Guia da saúde do bairro e arredores

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Serão criados 12 bairros novos

Os limites dos atuais bairros de Porto Alegre foram definidos por uma lei de 1958. A mudança vem sendo discutida desde 2008, a partir de um estudo técnico da Secretaria de Urbanismo. O projeto que vai à votação depois do recesso da

Novo limite

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Rua Vasco da Gama

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Bairro perde um pedaço e ganha outro

Câmara de Vereadores, além da alteração no limite de vários bairros, prevê a criação de 12 novos e a supressão de um, o bairro Marcí�lio Dias, entre o Menino Deus e a Cidade Baixa. Com essa mudança, o número total de bairros da cidade passa dos atuais 81 para 92. O projeto teve sua primeira versão em janeiro de 2012, quando foi entregue para a análise e discussão do Conselho Municipal de Desenvolvimento Urbano e Ambiental (CMDUA). A par-

tir daí�, foram realizadas dez audiências públicas entre fevereiro e março de 2012. Entre março e julho de 2013, ocorreram 26 reuniões dos Fóruns de Região de Gestão do Planejamento, quando o Executivo entregou uma nova versão do projeto já com as modificações feitas pelos conselhos. O projeto foi aprovado pelo CMDUA em setembro de 2013 e entregue para a Câmara Municipal em novembro, onde segue em tramitação.

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Área incluída

Rua Ramiro Barcelos

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Rua Felipe Camarão

restes a ser votada pela Câmara de Vereadores, a nova lei de limites dos bairros de Porto Alegre vai alterar a área do Bom Fim. O bairro vai perder um pedaço para a Independência e ganhar outro, quase equivalente, do Rio Branco. O Bom Fim é pequeno, quase um retângulo entre a rua Felipe Camarão, de um lado, e a Sarmento Leite, de outro. Nas laterais, os limites são a avenida Osvaldo Aranha e uma “linha imaginária” que passa entre a José Otão e a Independência. Como a orientação seguida na nova lei é eliminar as “linhas imaginárias”, o novo limite vai coincidir com o traçado da José Otão, que fica sendo a fronteira entre o Bom Fim e a Independência. Nessa mudança, o Bom Fim perde um pedaço da sua área, embora aumente na horizontal até a Ramiro Barcelos, incorporando um pedaço do bairro Rio Branco.

Rua

Felipe Uhr

Arte: Andres Vince /Google Earth

Nova lei muda o mapa do Bom Fim P anh

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Proposta extinção do bairro Farroupilha Uma das coordenadoras do projeto, a arquiteta Gladis Weissheimer, afirma que todas as mudanças de limites foram feitas por consenso. Onde não houve consenso, manteve-se o traçado original. No caso do Bom Fim, que pertence à Região 1 da cidade, não houve praticamente discordância quanto às mudanças propostas. “A única reivindicação do Conselho foi a Ramiro” lembra Gladis. Segundo ela, moradores queriam incluir no bairro o par-

que da Redenção e a avenida José Bonifácio, extinguindo o bairro Farroupilha. A idéia foi descartada, após forte resistência dos poucos moradores daquelas ruas. Na votação da nova lei, a Câmara enfrentará pelo menos dois pontos polêmicos: a Arena do Grêmio hoje está no bairro Humaitá, mas há pressão dos moradores para que seja incorporada ao bairro Farrapos; e o Pontal do Estaleiro, hoje no Praia de Belas, pode acabar ficando no Cristal.


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BOM FIM

Fotos: JÁ Bom Fim

Nota do Editor

URGENTE

Parque tem que ser prioridade

Gang foi embora

A queda de um eucalipto de 40 metros matou uma pessoa – um juiz de direito - e deixou duas feridas no parque da Redenção em agosto de 2013. O fato lamentável alertou para um risco encoberto. Aparentemente sadio, o eucalipto estava corroído por dentro. Era uma árvore de 70 anos, como a maioria das grandes árvores do parque. Acendeu o alerta: e se outros eucaliptos da mesma idade tivessem o mesmo problema? Há mais de 100 no parque. O principal grupo deles, dos maiores, fica exatamente ao lado de um local de grande concentração de pessoas – o cachorródromo, ao lado do canteiro central. A queda de uma árvore daquelas num dia de grande movimento, um domingo por exemplo, seria uma tragédia de repercussão mundial. Encomendou-se então um estudo ao Instituto de Pesquisas Tecnológicas, de São Paulo, o único no país que tem condições de fazer um diagnóstico de árvores, com equipamentos de ultrassom. Foram selecionadas 150 árvores, das mais antigas, em toda a cidade, para análise. Trinta e oito delas foram apontadas para corte por estarem doentes, com risco de cair. Eram 18 na Redenção. Segundo a SMAM, nas outras partes da cidade, faltam apenas “uma ou duas” para remover. Na Redenção, porém, ainda faltam seis. Dois anos se passaram desde que o acidente fatal alertou para o risco. A demora talvez se explique pela complexidade da operação - foi preciso contratar um instituto de outro Estado, teve que examinar arvore por árvore, a remoção de cada árvore é operação trabalhosa, a SMAM não consegue fazer mais que uma por dia. Tudo bem. Mas se o risco maior está no parque, a prioridade não deveria também estar lá?

Expediente O Jornal Já Bom Fim é uma publicação de Jornal Já Editora Editor: Elmar Bones Reportagem: Elmar Bones, Felipe Uhr e Matheus Chaparini Fotografia: Arquivo Jornal JÁ, PMPA,CMPA. Comercial: Matheus Dias Diagramação: Cabeças Fumegantes DG

Distribuição gratuita

Redação: Av. Borges de Medeiros, 915, conj. 203, Centro Histórico CEP 90020-025 - Porto Alegre / RS Edição fechada às 18h do dia 5 de agosto de 2015

Banheiro fechado Banheiro é uma carência crônica na Redenção. Para todo o parque, são apenas dois junto à José Bonifácio, ambos em condições sofrí�veis. Há um terceiro próximo à avenida Paulo Gama, na outra extremidade do parque, mas está fechado desde março, quando foi arrombado e depredado. Os ladrões levaram pias, mictórios, canos da instalação hidráulica e toda a fiação. Segundo o DMLU, já está agendada uma reunião com a SMAM no dia 30 de agosto, para tratar do assunto. Até lá, o local permanecerá lacrado com um cartaz na porta: “Banheiro em manutenção por tempo indeterminado”.

Trem elétrico

Já foi escolhido o permissionário que vai operar o trenzinho elétrico no parque da Redenção. A ideia de usar as instalações do extinto Café do Lago para ser a estação ainda está em exame. Há uma cabine do projeto original do parque, que está totalmente depredada, que poderia ser a bilheteria e ponto de embarque do dindinho. O café tinha que voltar a ser café.

A Gang, por exemplo, fechou sua filial na Osvaldo. Não resistiu cinco anos. Vai concentrar seus esforços nas lojas em shopping.

Árvores que ameaçam

Na última chuvarada caí�ram três arvores na Redenção. Ninguém foi atingido, o parque estava vazio. O intrigante é que as árvores que caí�ram, entre elas um eucalipto enorme, não estavam na lista feita pelos técnicos do Instituto de Pesquisas Tecnológicas, de São Paulo, que analisaram cerca de 150 espécimes em toda cidade e recomendaram o corte de 38 delas, sendo 18 na Redenção. O estudo do IPT foi contratado depois que um eucalipto caiu e matou uma pessoa, além de ferir outras duas, em agosto de 2013. O diagnóstico está pronto há ano e meio, custou cerca de 90 mil reais, mas as árvores apontadas, com risco de cair, ainda não foram todas cortadas. Na Redenção faltam seis. Segundo a SMAM, até o final de outubro o trabalho estará concluí�do.

Sinais da crise

Mais de dez fachadas com placas de “Aluga-se” na Osvaldo Aranha, da Fernandes Vieira até o túnel. Sinal da desaceleração dos negócios, mas também das mudanças que estão ocorrendo no perfil do comércio do bairro.

Revista Já História.

Contatos: (51) 3330-7272 www.jornalja.com.br jornaljaeditora@gmail.com jornaljaeditora jornal_ja

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LEIA MAIS

em

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O que será da orla - O Lago Guaí�ba, cartão-postal de Porto Alegre, é

Francielle Caetano

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a estrela da discussão urbaní�stica da cidade. No Centro, onde está isolado da cidade por um muro desde a enchente da década de 1940, está em jog o o destino do Cais Mauá. No caminho para a zona Sul, o Pontal do Estaleiro continua em disputa. Toda a orla é cobiçada pelo mercado imobiliário. Acompanhe a discussão pelo www.jornalja.com.br.

A DÍVIDA PÚBLICA do paí�s subiu 17% em doze meses. Chegou aos R$ 2,5 trilhões em Junho. Até o fim de 2015, pode superar os R$ 2,6 trilhões: para fechar suas contas, o governo federal terá que emitir novos tí�tulos até dezembro. Só para pagar os juros, o paí�s terá que desembolsar R$ 63 bilhões.

Aprovado no final de MENOS CELULOSE - A área plantada com monoculturas de eucalipto para fins industriais caiu nos últimos cinco anos, desde que diminuí�ram os investimentos para produção de celulose. A área de plantio hoje ocupa 2% do território gaúcho. Em 2009, segundo e Ageflor, eram 738 mil hectares, ou 2,62%. Três grandes projetos foram abortados: Stora Enso, Votorantim e Aracruz. Esta última foi absorvida pela chilena CMPC Celulose Riograndense, que a ampliou. ONGs ambientalistas acompanham, vigilantes.

2014 por 13 votos a 10, o projeto de lei que proí�be a contratação de empresas doadoras de campanhas eleitorais pelo poderes Executivo e Legislativo de Porto Alegre afinal irá para sanção do prefeito. O autor do projeto, vereador Marcelo Sgarbossa, lançou o movimento #sancionafortunati, que busca apoio da sociedade civil.

Livro para colorir

não é arteterapia. Podem acalmar, colaborar na concentração e até instigar a imaginação para posterior criação. Arteterapia é expressão criativa, nasceu justamente para desmanchar o desenho pronto. Arteterapeutas apontam que estes livros aprisionam a criatividade e estimulam o famoso “não sei desenhar”.

Para evitar a disse-

minação de uma bactéria que atinge os cavalos, a Secretaria da Agricultura estuda a adoção de uma tornozeleira com lacre para identificar os animais que fizeram o teste e não têm a doença. Há menos de dois meses foi registrado o primeiro caso de “mormo” no Rio Grande do Sul, no municí�pio de Rolante.


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A República de

Santa Cruz Várias gerações de estudantes santacruzenses já passaram pelo casarão da Tomaz Flores

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Texto e fotos: Matheus Chaparini

Casa do Estudante Santacruzense foi fundada em 29 de março de 1953, no número 278 da Tomaz Flores. Desde então, três gerações de jovens de Santa Cruz que vieram estudar em Porto Alegre já passaram por ali. Antes disso, a casa funcionava como pensionato, e já abrigava jovens do interior que vinham estudar na capital. Um grupo de estudantes decidiu se unir e comprá-la, através de um financiamento de 300 mil cruzeiros na Caixa Econômica Federal. A casa foi quitada com diversas doações de polí�ticos locais e órgãos públicos e para administrá-la foi fundada a União dos Estudantes Santacruzenses. Atualmente a casa pertence à Uesc, mas funciona de forma autônoma, apenas com recursos próprios. As tarefas são divididas e todo morador tem de assumir algum cargo administrativo, como presidência, tesouraria ou secretarias: de manutenção, comunicação, compras, limpeza. A capacidade total é para 21 pessoas, divididas em 10 quartos. Hoje são dez moradores fixos, mais três visitantes e três intercambistas - duas argentinas e uma venezuelana. Todo começo de semestre é aberto o processo seletivo para novos moradores, neste mês serão 10 vagas. O critério é ser estudante universitário e ser de Santa Cruz. Não precisa necessariamente ter nascido na cidade, basta comprovar que morou e estudou lá por pelo menos um ano. Nos últimos anos, tem sido difí�cil completar

todas vagas com santacruzenses, então abrem-se excessões para moradores de outras cidades do interior e intercambistas. “Eu acho que muita gente está ficando lá. Pelo Prouni, pelas bolsas que estão saindo na Unisc, já tem mais gente conseguindo ficar e estudar sem ter que vir pra capital”, explica Bruno Félix Segatto. Bruno é mestrando em História na UFRGS, vive na Cesc desde 2009 e não é natural de Santa Cruz. Nascido em Venâncio Aires, morou na cidade nos perí�odos 1997-99 e 2006-09. Mais antiga na casa que ele, somente a gata Tchanga. “Quando eu me mudei pra cá ela estava morando aqui há duas semanas”, conta Bruno. Para ele, o principal motivo pelo qual os jovens escolhem a Cesc é o contato com gente da cidade. “Como todo mundo é de Santa Cruz, muita gente já se conhece. Alguns já frequentavam a casa, outros tinham familiares que moraram aqui. A casa é bem conhecida em Santa Cruz. Então ela já é uma referência pra quem vem pra cá e não sabe onde vai morar.”

Outro fator é a boa localização, próxima aos campi Centro e Saúde da UFRGS e acessí�vel de ônibus para o Vale e a PUC. A questão financeira também pesa na escolha. Como a casa é propriedade da União dos Estudantes de Santa Cruz, não é necessário pagar aluguel. A mensalidade de R$130 cobre as contas da casa e eventuais custos de manutenção. Fica bem mais barato que dividir o aluguel de um apartamento. Inclusive um dos critérios utilizados na seleção é a baixa renda.

Bruno e a gata Tchanga, os moradores mais antigos da Cesc

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calçada, olhando admirado. Ao colocar a chave no portão, foi abordado pelo saudoso visitante “Tu sabe que aqui já foi uma casa de estudante? Sabia que eu já morei nessa casa?” Convidado a entrar, o visitante proporcionou uma tarde de memórias. Conta ele que um dia voltava da aula à tarde e ao entrar pela porta notou que não havia ninguém em casa, algo incomum em um lar com tantos viventes. Foi um vizinho que deu a notí�cia: os milicos estiveram aí� e levaram todo mundo. Tivesse chego um pouco mais cedo, quem sabe tivesse o mesmo destino dos outros.

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genharia Mecânica e não mora mais na casa - quem se forma tem direito a morar apenas mais um semestre na Cesc. O namoro continua. Mas as paredes verdes do casarão da Tomas Flores não guardam apenas histórias de amor. Sendo uma casa de estudantes e tendo atravessado o perí�odo da ditadura militar, a Cesc já teve alguns problemas com a repressão. Um senhor que diz ter morado na casa na década de 70 reapareceu há alguns meses e compartilhou com os atuais moradores um destes episódios. Johannes conta que chegava em casa e o homem estava parado na

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A Cesc também proporciona belos casos de amor, como a shakespeariana história de Jonas Monteiro. O antigo colega de quarto de Johannes Kolberg conheceu sua namorada na casa, ou melhor, em cima da casa. Na parede dos fundos tem uma escada de ferro que leva até o telhado. Jonas costumava subir e lá em cima conheceu uma moça, moradora de um dos prédios vizinhos que têm as janelas viradas para a casa. Ali em cima, se conheceram, se apaixonaram e o relacionamento começou com visitas pela janela, como Romeu e Julieta. Hoje Jonas está formado em En-

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Nos quartos do casarão da Tomaz Flores, as camas ficam penduradas no teto, para aproveitar melhor o espaço

Os arquivos bem conservados Johannes Kolberg, que vive na casa guardam boa parte da história da desde 2012, comenta que as festas casa dos santacruzenses. No quarto já foram mais frequentes na Cesc. que funciona como sala de estudos “Deu uma acalma­ da, porque teve há um gaveteiro de metal que guaruma vizinha que reclamou e foi esda fichas de papel amareladas, com tabelecido um horário de silêncio. A fotos 3x4 bem produzidas, telefones gente procura manter essa boa rede 4 dígitos, assinaturas caligralação. Mas a casa já foi mais ativa fadas e dezenas de sobrenomes em relação a festas, afinal é uma alemães. Ali encontramos divercasa de estudantes, né? Hoje sos ex-moradores da Cesc, como em dia tá todo mundo resum dos fundadores, ponsável, mudou o perfil o radia­lista e polítido estudante.” A maioria co Lauro Haggeman, dos moradores da casa falecido em maio estuda e trabalha, endeste ano, e o extão acaba sobrando -prefeito de Santa pouco tempo para Cruz e secretário as confraternizada Casa Civil do ções. Inclusive o governo Yeda, dono do mercadiJosé Alberto Wennho tem observazel. do que o pessoal No arquivo, de Santa Cruz encontramos já consumiu a ficha de mais cerveja uma moça, em outros raridade nos A ficha de Gisela Thecla Becker, primeira mulher na casa tempos. tempos antigos. “Era pouco comum O registro mais antigo encontrado gurias sairem do interior e virem esnos arquivos da Cesc é um docutudar na capital. Não sei se chegava mento de compra e venda, datado a ser proibido ter guria aqui na casa, em 1919. Ao longo do tempo a casa a questão é que nenhuma guria ia passou por algumas mudanças, mas vir morar aqui. Imagina como a famía estrutura é basicamente a mesma. lia ficaria mal afamada naquela époNo ano passado, um ex-morador ca em Santa Cruz: uma menina, moapareceu para visitar e, percebendo rando numa casa de estudante, com a necessidade da uma reforma na um monte guris em Porto Alegre”, rede elétrica - que era da década de acredita Bruno. Gisela Thecla Becker 80 e já não dava conta das três gese mudou para a casa em 1955, ladeiras e diversos notebooks - fez quando veio prestar vestibular. uma doação. “Ele veio aqui, partiNo começo de cada semestre, cipou de algumas jantas conosco acontece uma festa para dar as e doou uma quantia para ajudar na boas vindas aos novos moradores. reforma”, conta Johannes.

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Posto quer ampliar Saúde da Família Atendimentos podem chegar a 7 mil com duplicação de equipe

Moradores foram excluídos No final de 2012, o Posto Modelo criou uma segunda equipe de Saúde da Família. Mais de três mil pessoas foram cadastradas, mas, logo em seguida, excluídas do Programa. Eram moradores das ruas Laurindo, Santana, Sebastião Leão, Olavo Bilac, Venâncio Aires e Lobo da Costa. A enfermeira Danielle diz que que o cancelamento desgastou todos os envolvidos no processo. “O cadastramento é feito porta a porta, é trabalhoso para a equipe. Depois, os moradores ficaram contando com o atendimento. Até hoje as pessoas reclamam muito”, afirma. O Programa de Saúde da Família é vinculado ao Ministério da Saúde e gerenciado pelos municípios. Esse sistema

Nos últimos anos, tem sido comum a migração de senegaleses para o Brasil, em busca de oportunidades de trabalho. No Estado, Caxias do Sul é a cidade que mais recebe imigrantes do paí�s africano, absorvidos principalmente pela indústria. Cheikh Fall era um destes, até perder o emprego e migrar para Porto Alegre. O homem de 30 anos viveu na Serra por um ano e dois meses, depois de passar pela Espanha e Equador. Em Caxias, trabalhava numa indústria alimentí�cia. Em Porto Alegre há cerca de um mês, Cheikh trabalha como faxineiro em um restaurante à noite e de dia como vendedor ambulante

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de atendimento se diferencia dos serviços oferecidos nas unidades básicas de saúde. Os agentes comunitários visitam as casas acompanhando principalmente pacientes crônicos, acamados, gestantes e crianças de até dois anos. O atendimento é mais acessível, o paciente consegue marcar consulta de um dia para o outro, sem precisar entrar em fila. Também há mutirões em praças e outros espaços públicos. A equipe do Posto Modelo organiza ainda grupos de caminhadas na Redenção, grupo para gestantes e uma roda de conversa focada na saúde mental. Uma vez por mês a equipe vai para a rua desenvolver atividades em cada uma das oito microrregiões do seu território.

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equipe da Estratégia de Saúde da Famí�lia (ESF) que atua no Centro de Saúde Modelo de Porto Alegre (av. João Pessoa) espera a contratação de mais dois profissionais para duplicar o número de pacientes atendidos pelo programa. Mais um médico e um técnico de enfermagem seriam suficientes para criar uma segunda equipe da ESF, possibilitando aumentar para sete mil o número de pessoas cadastradas. Hoje, a única equipe está sobrecarregada, segundo a coordenadora da ESF do Posto Modelo, a enfermeira Danielle Calegari. “Trabalhamos com uma equipe ampliada para atender adequadamente a população, mas podemos aumentar muito mais os atendimentos”, explica a enfermeira. Hoje, a equipe é composta por 18 profissionais: dois

médicos, sendo um com 20h e outro com 40h, dois enfermeiros, três técnicos de enfermagem, oito agentes de saúde e uma equipe de odontologia com três profissionais. São atendidos 4.200 pacientes, quando o teto seria de 3.500. A região de atuação da equipe compreende as avenidas Azenha, Ipiranga e Princesa Isabel, a Vila Planetário e o Condomí�nio Princesa Isabel, que é considerada de maior vulnerabilidade dentro do território atendido pelo posto. Com a criação de uma nova equipe, o número de pessoas atendidas poderia chegar a sete mil.

Equipe presta atendimento na rua Prof Freitas e Castro

Imigrantes senegaleses no Bom Fim na esquina da Ramiro Barcelos com a Osvaldo Aranha. Ele conta que deixou a terra natal pela falta de trabalho. Saiu do Senegal com mais dois amigos que também estão em Porto Alegre. Embora tenha pouca esperança de voltar a viver em seu paí�s, Cheikh preferia ter ficado. “Senegal não tem muito problema, nem guerra… Só que também não tem trabalho”. Sonha em juntar dinheiro para visitar a famí�lia, e passar alguns meses no paí�s. Depois, voltar ao Brasil. Cheikh ainda não fala muito bem o português, mas se vira com a comunicação para as ven-

Mamouth Baye trabalha como vendedor ambulante nas ruas do Bom Fim

das. Ele fala wolof, umas das lí�nguas locais do Senegal. Na esquina da Osvaldo com a Felipe Camarão, ou-

Na Secretaria da Saúde, as informações divergem das da equipe do posto Modelo. A vice-presidente do Instituto Municipal da ESF, Nina Ceolin, diz que o pedido para a criação da segunda equipe já foi atendido há seis meses. “Uma equipe necessita de um médico, um enfermeiro, um técnico de enfermagem e dois agentes comunitários, e há profissionais lá suficientes para duas equipes”, garante Nina. No site da Prefeitura, a informação é de que, além do médico, são necessários dois técnicos de enfermagem e de três a seis agentes.

tro senegalês vende relógios, bijuterias e fones de ouvido. Mamouth Baye tem 26 anos e está na cidade há um ano.

Saiu do Senegal sozinho, antes passou pela Espanha e por São Paulo. A maior parte da famí�lia ficou no paí�s, mas um irmão vive no Canadá e outro está na Itália. Mamouth achava que no Brasil a coisa seria um pouco mais fácil, mas reconhece: “em todo lugar tem crise”. Até o mês passado, trabalhava em uma empresa de eletrônica em Glorinha. Baye vive com outro senegalês, na avenida Farrapos. Ele diz que não tem nenhum amigo em Porto Alegre, apenas em Glorinha. Ao contrário de Cheikh, Mamouth fala português fluentemente. “Quem fala francês tem mais facilidade de aprender o português”, explica.


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Lucas Bueno, gerente Lagom, abre às 18 horas

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em algo acontecendo naquela calçada da Bento Figueiredo. Pequenos e criativos negócios, inaugurados em sequência, estão dando vida nova à rua, de apenas um quarteirão, entre a Ramiro e a Felipe Camarão. Lucas Bueno, gerente do Lagom Brewery & Pub, sente a diferença através dos comentários dos clientes. “Tem gente dizendo que agora dá pra passar o dia inteiro na Bento Figueiredo.” São três opções de almoço, sorveteria, casa de churros, duas lojas, duas casas de cervejas especiais e espetáculos burlescos à noite. Inaugurado em 2010, o Lagom trabalha com o conceito de brewery, um local que vende as cervejas que fabrica. O único vizinho era o Vermelho 23. No iní�cio deste ano, chegou a loja de cervejas Bárbaros. Em maio, a Vulp Bici Café mudou-se da Miguel Tostes para um espaço maior, ao lado do Lagom. “Sentimos falta de um espaço voltado para o ciclista urbano em Porto Alegre, uma espécie de ponto de encontro”, explica Silvia Pont, sócia do Vulp. A Vulp também serve almoço vegano e disponibiliza uma oficina comunitária para fazer manutenção na sua bicicleta mediante uma contribuição espontânea. Em outubro do ano passado, chegou El Churrero. O proprietário, Lucas Menegassi, gostava de comer churros

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Lucas Menegassi, El Churrero: receita própria

No Vulp, almoço vegano e manutenção de bicicletas

O Vermelho 23 trocou a noite pelo dia

Bento Figueiredo

Negócios criativos dão nova vida à rua Hoje, a rua de apenas uma quadra atrai frequentadores da manhã até meia-noite em Punta Del Este e sentia falta de um local semelhante em Porto Alegre, onde os churros geralmente são vendidos em carrocinhas de rua. Publicitário de formação, ele foi à Argentina e Espanha, aprimoro-se e criou sua própria receita. No número 32, inaugurou na metade de julho a Von Teese. “A ideia é um lugar que pareça um cabaré parisiense dos anos 1920, mas que também tenha um mix de outros lugares, como o chá das cinco, por exemplo”, explica a sócia Carolina Disegna. A Von Teese abre às 15h, como casa de chá. Quando a noite cai, vira um bar de coquetéis com espetáculos burlescos e diversas atrações, desde um mágico até noites de poker. A casinha cheia de antiguidades e cacarecos cenográficos, com uma cadeira pendurada na fachada, é a Gama.

“A placa não ficou pronta, acabei pendurando essa cadeira, porque ela representa muito a loja”, explica o dono, Pierre Rosa. “Há 20 anos faço produção de objetos pra cinema e publicidade. Agora

tenho um cenário meu, pra brincar todo dia, pra mexer, pra comprar, pra vender.” A loja trabalha com compra, venda, troca e locação. Rosa reformou a casa, construí�da em 1925, para deixá-la mais parecida com o visual original. A reforma toda foi feita em oito dias, em mais quatro a loja foi montada e no dia 20 de junho já

Pelo bairro...

estava aberta ao público. Houve um tempo em que o Vermelho 23, à noite, era a única atração da rua, inclusive com apresentações de música ao vivo. Com o tempo, o bar virou restaurante e funciona apenas de dia, servindo buffet de almoço. O proprietário do Vermelho, Jair Lussani, nem pensa em voltar a abrir à noite.

Barbearia fecha as portas na João Telles O Salão Líder encerrou suas atividades no dia 6 de julho. A barbearia f u n c i o n ava na João Telles desde 1988. O proprietário era o barbeiro Francisco de Paula Freitas, o Chico. Com 55 anos de experiência no ofício, ele agora mora e trabalha em Viamão. O local onde funcionava o salão está sendo reformado para abrigar a futura bilheteria do bar Ocidente. Ainda não há previsão de término das obras.

Novas obras, velhos problemas O descaso com a população é flagrante no corredor de ônibus da avenida Osvaldo Aranha. A Prefeitura não conseguiu explicar porque teve que refazer a pavimentação do corredor, que já tinha sido trocada no início de 2014, e quando chove a água continua acumulada, obrigando os pedestres a molhar os pés ou andar aos pulos.


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Cenas do documentário “Filme sobre um Bom Fim”

Anos 80, auge dos punks. No parque, a moçada se reunia no extinto Escaler. A entrada do Ocidente, com a barbearia ao lado, e o Bristol, uma das várias salas de cinema do bairro

Anos 80 voltam ao Ocidente Documentário que resgata o Bom Fim daquela época terá pré-estreia com festa

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o dia 20 de agosto entra no circuito comercial de cinemas o documentário que o diretor Boca Migotto fez sobre o Bom Fim. Na véspera, dia 19, haverá uma pré-estreia no bar Ocidente. O “Filme sobre um

Bom Fim” aborda as agitações dos anos da contra-cultura e as mudanças ocorridas no bairro até os dias atuais. Haverá duas sessões seguidas de festa. A primeira exibição, marcada para 20h, será apenas para convidados, sobretudo membros da equipe e entrevistados.

A segunda, programada para 22h, será aberta ao público. Depois, haverá festa com discotecagem de Natália Guasso, produtora e pesquisadora das músicas que compõem a trilha sonora do filme, do montador Drégus de Oliveira, da diretora musical Paola Oliveira, do DJ Rafa Ferreti, entre outros DJs convidados que vão trazer um pouco dos anos 1980 de volta ao salão do Ocidente.

Os ingressos já estão à venda no próprio Ocidente, no Dub Stúdio, na Piperita, na Lancheria do Parque e no Azul Cobalto. Custam R$ 20,00 e dão direito à exibição das 22h e à festa posterior. As vendas no dia estão sujeitas à lotação do espaço, com ingressos a R$ 25,00. “Filme Sobre um Bom Fim” foi um dos competidores deste ano do Festival “É� Tudo Verdade”, e será exibido no Festival de Gramado,

dentro da Mostra Gaúcha de Longas-metragens. O documentário retrata o movimento jovem ocorrido em Porto Alegre nos anos 1980, mais especificamente no tradicional bairro Bom Fim, então epicentro de uma transformação cultural, revivendo os momentos áureos dessa transição que deu voz e vez a uma juventude inflamada de conceitos e opiniões, com muita vontade de dizer a que veio.

O músico Nei Lisboa começou no Bom Fim, como Egisto dal Santo, do Colarinhos Caóticos, e Wander Wildener, dos Replicantes, além do ator Werner Schünemann, entre muitos outros artistas

Pesquisa divulgada hoje aponta que 71,56% dos usuários do Parque Farroupilha são contra o cercamento. Dos que se posicionaram a favor, quase metade afirma que mudaria de ideia caso houvesse mais policiamento, iluminação e vigilância eletrônica. A pesquisa, realizada pela empresa Opinião Pública, foi divulgada no blog de Juremir Machado no site do Correio do Povo. Foram ouvidos 320 frequentadores do parque nos dias 28 e 29 de junho e 2 e 4 de julho, respectivamente domingo, segunda-feira, quinta-feira e sábado. Os resultados foram apresentados em amostragens estratificadas por gênero, idade, bairro, escolaridade e frequência. “Quem frequenta mais o parque é contra”, comenta Assis Aymone, sociólogo responsável pela pesqui-

Arquivo JÁ

Pesquisa aponta que maioria é contra o cercamento

Quem mora perto e frequenta mais o parque dispensa cercas. Os de mais longe querem cercar.

sa. O único cenário em que vence o cercamento é quando os entrevistados são divididos pela assiduidade. Entre os que frequentam a Redenção apenas uma ou duas vezes por mês, a aprovação é de 62% e 52% respectivamente.

A pesquisa detectou que, quanto mais perto o entrevistado está do parque, maior a contrariedade ao cercamento. Na Cidade Baixa, o í�ndice é de 81%. Já nos bairros Moinhos de Vento, Bela Vista, Rio Branco, Auxiliadora, Floresta e Hi-

gienópolis, além da Zona Norte, os favoráveis à cerca somam em torno de 45%. Aymone é morador do Bom Fim e frequentador da Redenção há muitos anos. A pesquisa foi realizada espontaneamente pela empresa, que trabalha com pesquisa, planejamento, gestão e manejo de imagem. “Fiz a pesquisa no intuito de contribuir com o debate. O que se tem são pesquisas de Facebook, mas não são cientí�ficas.” No iní�cio deste mês, o Tribunal Regional Eleitoral (TRE-RS) confirmou que o plebiscito sobre o cercamento do Parque Farroupilha será simultâneo às eleições municipais de 2016. O texto da pergunta não foi definido no projeto de lei sancionado pelo prefeito José Fortunatti. As opções de resposta serão “sim” ou “não.”


Guia b o m   f im

Encarte do Jornal Já Bom Fim de Agosto de 2015

em setembro Em seis encartes especiais o JÁ Bom Fim vai mapear o universo dos pequenos e micro-empreendedores cujos negócios movimentam os oito bairros onde circula o jornal próxima edição

mapa da estética & beleza Clínicas de emagrecimento, cabeleireiros, fabricantes de produtos de beleza, academias e estabelecimentos relacionados

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s ampliações do Hospital de Clí�nicas e do HPS já se refletem no mercado de serviços de saúde no Bom Fim e arredores. O Clí�nicas é o hospital-escola modelo no paí�s, atende 150 mil pessoas por mês em 52 especialidades. O HPS é o melhor serviço de emergência em trauma do Estado. Eles são as âncoras de um diversificado mercado voltado para os serviços de saúde que se expande nessa região da cidade. Só no Bom Fim são 14 clí�nicas privadas, centenas de consultórios, laboratórios de análises, serviços de diagnósticos, além de 26 farmácias e drogarias. O Clí�nicas vai ganhar dois novos anexos que vão aumentar em 70% a sua área. O bloco cirúrgico passa de 28

A reforma do HPS está entrando em nova etapa

para 41 salas, o Centro de Tratamento Intensivo passa de 54 para 110 leitos e o setor de recuperação pós-anestésica, que hoje tem 22 leitos, passará para 90, mais 60 poltronas de recuperação. Além disso, com a ampliação do estacionamento, serão 722 novas vagas cobertas. As obras começaram há um ano. Até agora, foram executados 17% das obras. A conclusão é prevista para daqui a dois anos, em novembro de 2017. O Hospital de Pronto Socorro também está em obras para aumentar e qualificar sua capacidade. O HPS presta atendimento 24 horas de emergência e urgência em 17 especialidades. Já concluiu várias etapas de um amplo projeto de reformas, que vai até 2018 e, no final, vai quase duplicar a sua capacidade.

Foto: Tânia Meinerz

Pólo de serviços em expansão

A ampliação do Hospital de Clinicas só será concluída em 2017

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unto à rua Sarmento Leite, limite oeste do bairro, está o complexo da Santa Casa. No outro extremo, com entrada pela rua Ramiro Barcelos, está o Hospital de Clí�nicas. Entre esses dois gigantes, há outros cinco hospitais no entorno do Bom Fim (veja o mapa). A Santa Casa é o mais antigo hospital do Estado. Sua construção iniciou em 1803 e foi concluí�da 26 anos depois. Hoje, a Santa Casa é um complexo que reúne, numa mesma área, sete hospitais: Santa Clara, São José, Pereira Filho, São Francisco, Santa Rita, Santo Antônio e Dom Vicente Scherer, com um total de 1.042 leitos, 60% deles destinados a atendimentos pelo SUS. São 2.200 médicos, 6.300 funcionários, uma pequena cidade encravada entre o centro e o Bom Fim. Os números do Clí�nicas são semelhantes: mais de dois mil médicos, seis mil funcionários. Sua cota de atendimentos pelo SUS é ainda maior: 90% . Somando o movimento diário na Santa Casa e no Hospital de Clí�nicas, entre funcionários, médicos, estudantes, visitantes, familiares... tem-se 30 mil pessoas que, de um modo ou de outro, se utilizam dos serviços do bairro.

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Em dois extremos do Bom Fim estão os dois maiores hospitais do Estado

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Conheça um pouco da estrutura hospitalar da região Clínicas Leitos................................. 843 Funcionários..................... 6.100 Médicos.............. Não informado Enfermeiros......... Não informado Consultas/ano.............. 590.306 Internações/ano.............. 30.056 Cirurgias/ano................. 40.934 Partos/ano...................... 3.567

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O Hospital de Clínicas de Porto Alegre dedica 90% de sua estrutura de internação para atendimento de pacientes do SUS. Os restantes 10% são disponibilizados para atendimentos de pacientes que

tenham planos de saúde – entre diversos planos atendidos, os principais são IPERGS e UNIMED.

Fêmina Leitos................................. 187 Funcionários (total)............... 874 Médicos.............................. 143 Enfermeiros........................... 71 Consultas..................... 174.051 Internações.................... 12.302 Cirurgias.......................... 7.480 Partos............................. 4.122

Informações adicionais

100% SUS. É um hospital especializado no atendimento a mulheres

no ciclo gravídico-puerperal (gestação, parto e pós-parto), bem como doenças ginecológicas e oncológicas. Possui atendimento ambulatorial, emergência 24h, UTIs adulto e neonatal. Destacam-se os serviços de apoio a mulheres vítimas de violência, gestações e acompanhamento de mães e bebês expostos ao vírus HIV, a unidade de reprodução humana e o banco de leite humano.

Enfermeiros........................... 53 Técnicos de enfermagem.......... 240 Atendimentos ambulatoriais.................. 64.228

Beneficência Portuguesa

Atende SUS, Ipê e Convênios IPE Saúde, Social Saúde, Estel Indústrias, GKN Indústrias, Dana Indústrias, Gama Saúde, Unimed Unimax e co-irmãs. Pronto Atendimento 24

Leitos............... 187 (116 SUS) Funcionários (total)....... Não infor. Médicos.............................. 202

(SUS 59.066+IPE e conv. 5.162)

Partos........... Não realiza partos Internações/ano................ 6.013 (SUS 4.921+IPE e conv. 1.092)

Cirurgias/ano................... 4.442 (SUS 3.724+IPE e conv. 718)

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Moinhos de Vento Leitos................................. 380 Funcionários..................... 3.439 Médicos credenciados......... 3.258 Enfermeiros......... Não informado Consultas............ Não informado Internações......... Não informado Cirurgias........................ 21.598 Partos................ Não informado

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Santa Casa Leitos.............................. 1.164 Funcionários..................... 6.614 Médicos........................... 2.194 Enfermeiros......................... 517

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Guia Agosto de 2015

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medicina & saúde

Farmácias de manipulação têm clientela fiel

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orto Alegre tem 187 farmácias de manipulação, conforme a Coordenadoria de Vigilância em Saúde. Só no Bom Fim, são onze estabelecimentos. Elas têm um público fiel e esclarecido e se consolidam, com o avanço da medicina e a precisão dos diagnósticos. “O medicamento manipulado é personalizado, de acordo com a necessidade de cada paciente, com a dosagem correta”, diz Fernando Spengler, proprietário das Farmácias Spengler, uma das maiores da Capital, com uma produção de três mil fórmulas por mês, gerando 20 empregos nas unidades Bom Fim e Menino Deus. Outro fator que leva à busca pelos manipulados é a preocupação com certas substâncias, às quais muitas pessoas são intolerantes. A farmacêutica Carine Porto Alegre recebe moradores de diversas cidades do interior, que buscam o sistema de saúde da capital para se tratar. É o caso de Luis Henrique Massotti, natural do município de Imigrante, no vale do Taquari, a 130 km de Porto Alegre. O garoto de 16 anos tem fibrose cística. “Só tem tratamento no Clínicas, então tenho que vir pra cá uma vez por mês para consultar. Venho desde os meus dez anos.” O pai, Luis Carlos, é quem o acompanha. O município de 3 mil habitantes possui apenas um posto de saúde com ginecologista, pediatra e clínico geral. Assim como Luis Henrique, milhares de pacientes que vivem em cidades pequenas e com pouca estrutura de saúde vêm a Porto Alegre para consultas, tratamentos e cirurgias. Deoclides da Silva Germano é motorista da Prefeitura de Itati. Ele conta

Fotos: Matheus Chaparini

Medicamentos manipulados são feitos de acordo com a necessidade de cada paciente Scheeren, da Officinalis, explica que a maioria dos medicamentos industrializados contêm lactose, enquanto um manipulado pode usar substitutos. É� só um exemplo. A Officinalis é referência em controle de qualidade. A matéria-prima passa por análise do fabricante, do distribuidor e da farmácia, além do controle da fórmula depois de pronta. “Não fazemos mais do que o nosso dever. qualidade é obrigação pra quem trabalha com saúde.” A manipulação permite ainda a combinação de mais de um medicamento em uma mesma fórmula. “No caso de pacientes idosos, que tomam

mais de uma medicação, facilita a ingestão e diminui o risco de esquecimento”, afirma Spengler. A grande concorrência e a alta dos custos são as principais dificuldades, segundo Liege Borba, gerente da Manipular desde 2003. Além das despesas gerais de qualquer empresa, como aluguel, os preços das matérias-primas são cotados pelo dólar, o que tem aumentado o custo de produção. “Nós buscamos estratégias para aumentar as vendas, e principalmente fidelizar os clientes. É� um mercado disputado, mas quem está estabelecido está tocando o barco.”

O processo de produção é quase todo manual

Pacientes buscam atendimento na Capital

Luis Henrique (d) só encontra tratamento no Clínicas

que vem à capital quase todos os dias, sempre com os quinze assentos da van ocupados. “Às vezes vêm duas vans mais um carro pequeno. Todos os dias nós trazemos de 20 a 30 pessoas para serem atendidas aqui.”

Motoristas do interior fazem a rota dos hospitais diariamente

Itati tem 3 mil habitantes e fica a 160 km da capital. Há somente um posto de saúde no município e o hospital mais próximo é o Santa Luzia, em Capão da Canoa. “Mas é um quebragalho, né? A maioria vem pra

Porto Alegre mesmo”, explica Deoclides. A praça Major Joaquim de Queiroz, próxima ao Hospital de Clínicas, é um dos pontos de parada dos motoristas. A qualquer horário do dia é fácil contar 20 ou

mais veiculos na Jerônimo de Ornelas e na Jacinto Osório, ruas que limitam a praça. São automóveis, vans e micro-ônibus identificados com brasões de municípios gaúchos. A facilidade para estacionar e a praça, com bancos e sombra de árvores, atraem os motoristas. A rotina dos motoristas é intensa. Deoclides diz ter saído de casa às 3h30 da madrugada, para pegar os pacientes e chegar com segurança para a primeira consulta, marcada para as 7h. O condutor distribui os pacientes nos respectivos hospitais e os busca depois. Segundo ele, os mais procurados são a Santa Casa e o Hospital de Clínicas. “Tem que chegar aqui bem cedo pra não atrasar as consultas. Esses dias eu cheguei em casa às 21h, já teve vez de chegar 22h30… E no outro dia, levantamos cedo pra começar tudo de novo.”


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