Jornal JÁ Bom Fim | Abril / Maio de 2015

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Redenção

Adeus, Café do Lago

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Abril-Maio de 2015

Fotos: Patrícia Marini

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Companhia Zaffari está desembolsando R$ 6,8 milhões em obras em sete praças e parques de Porto Alegre. O valor corresponde à conversão de uma área pública de 3.300 metros quadrados decorrente do parcelamento do terreno de 16 mil metros quadrados na rua Alcides Cruz, onde o Zaffari projeta construir até março de 2017 um novo Bourbon Shopping. O Zaffari comprou o terreno dos sócios remanescentes do Grêmio Esportivo Força e Luz, em 2006. Doada ao sindicato dos eletricitários, a área abrigou durante 80 anos a sede e o campo de futebol do clube. O termo de compromisso entre o Zaffari e a Prefeitura, definindo as contrapartidas pela conversão da área pública, foi assinado em outubro de 2014. No iní�cio desde ano começaram a ser projetadas as obras, que no momento estão em andamento. A obra principal é a revitalização do eixo central do parque da Redenção. Pág. Central

Câmara aprova plebiscito

Maria Lucia Strappazzon

CERCA RESOLVE?

Tânia Meinerz

Obras em parques e praças compensam área pública serenata iluminada

Do debate virtual para o encontro real

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PRAÇA JOÃO PAULO I

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Moradores estão apreensivos


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Nota do Editor

BOM FIM

URGENTE

Redenção: há muito o que fazer antes da cerca Não dá para entender essa insistência em cercar a Redenção. Será só preocupação pela segurança dos frequentadores e transeuntes? Se é, por que só a Redenção? Vamos então cercar o Largo Glênio Peres, a rua Siqueira Campos, a Voluntários da Pátria, o centro todo, onde as quadrilhas de punguistas e “mãos grandes” agem diuturnamente. * * * Parece que a única preocupação da Câmara de Vereadores em matéria de segurança é com a Redenção. Digamos que seja uma preocupação pertinente: trata-se do maior, mais frequentado e o mais querido parque da capital. Quem vai ao centro já sabe que vai a uma área conflagrada, mas quem vai ao parque espera poder relaxar, descontrair, fazer sua ginástica ou simplesmente caminhar tranquilo sob as árvores. Seria, então, justificável a preocupação enfática com a segurança no parque. Mas aí cabe perguntar: por que a única solução apontada para melhorar a segurança no parque é o cercamento?

Adeus Café do Lago Foi rompido o contrato de concessão para o café junto ao Lago da Redenção. As restrições de horário (até as 20 horas), de operação (sem som amplificado) e de consumo (sem bebida alcoólica) inviabilizavam o negócio, segundo o concessionário. O local vai voltar a ser o ponto de embarque dos pedalinhos.

O parque tinha dez guardas próprios, hoje tem três, dois a caminho da aposentadoria.

Dindinho vai voltar

O policiamento ostensivo, que já teve regularmente brigadianos a cavalo, de bicicleta ou moto, agora só é efetivo nos fins de semana.

Faz parte das melhorias paraos 80 anos do “Parque Farroupilha” a volta de um “Dindinho”, para que os visitantes percorram todo o parque tranquila e confortavelmente. Será agora um trenzinho elétrico e silencioso, que terá como ponto de venda de passagens o antigo e hoje depredado abrigo da guarda municipal.

Numa segunda-feira, é comum ter um único brigadiano de bicicleta no parque. As bicicletas ficam encostadas no posto policial. Os reforços que trabalharam no final de semana, seja na segurança do parque, seja em algum jogo de futebol no domingo, começam a semana de folga. E não são só os homens que tiram folga, os cavalos também precisam descansar.. A décima delegacia da Policia Civil, que atende as ocorrências no parque, tem oito policiais para atender oito bairros com mais de 200 mil moradores… Até o quadro de funcionários que fazem a manutenção diária do parque está reduzido à metade. Enfim, será que não há muita coisa a fazer antes de pensar no cercamento, que além de tudo não vai prescindir dos investimentos em pessoal e equipamentos? Perguntinha para reflexão: cercar o parque vai eliminar os grupos de trombadinhas que operam por ali?. Ou vai apenas deslocá-los para as ruas no interior dos bairros do entorno?

Expediente O Jornal Já Bom Fim é uma publicação de Jornal Já Editora Editor: Elmar Bones Reportagem: Elmar Bones e Patrícia Marini

Redação: Av. Borges de Medeiros, 915, conj. 203, Centro Histórico CEP 90020-025 - Porto Alegre / RS Edição fechada às 18h do dia 30/04/2015 Contatos:

Fotografia: Arquivo Jornal JÁ, PMPA, CMPA.

(51) 3330-7272

Edição gráfica: Cabeças Fumegantes DG

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Distribuição gratuita

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Pronto Socorro Senhores: Lamentável o conjunto de informações erradas que a edição de Novembro do JÁ� aponta na matéria "Obras só terminam em 2015". Do seu inicio, até o fim a matéria, reforçada pela entrevista com o Presidente do Sindicato Médico, torna claro o quanto afastada da realidade está a matéria distribuí�da, e também essa entidade. O trecho "reforma que mais parece uma comédia de erros. Desde o iní�cio, é atrapalhada, anárquica, desorientada, patética" demonstra arrogância e falta de ética, denegrindo os profissionais que se mantém à frente deste importante empreendimento. Faltou Jornalismo, faltou ética e faltou verdade. E o mais importante: Faltou o exercí�cio da pergunta. Sem mais. Eng. Alvaro Kniestedt HPS-SMS -PMPA

Contrapartida zero Com todas unidades vendidas (as que estão a venda são investidores revendendo) a Melnick Evens entregou ao mercado o Baltimore Office, um reluzente sucesso. Toda a campanha de marqueting se baseou na proximidade com o parque da Redenção . Os ví�deos e folders diziam: “...atmosfera única...trabalhar enquanto descansa...perto da natureza”. “Aliar o dia a dia de trabalho com a tranquilidade e o verde da Redenção”. “Agora seu trabalho terá uma fonte a mais de inspiração...” A Redenção, um parque carente de recursos, foi garota propaganda gratuita de um grupo que movimenta 500 milhões de reais por ano. O processo de licenciamento da obra liberou-a de qualquer contrapartida.

Carta do Leitor Eng Álvaro: É compreensível sua observação. Quando fui entrevistá-lo, anos atrás, e ao presidente do hospital, as informações foram dadas sem problema. Ocorre que, na atual direção, a relação com a imprensa mudou completamente. Tentei por telefone, com vocês da Engenharia e com a direção. A resposta foi que ninguém estava autorizado a falar. Que nos dirigíssemos à assessoria de imprensa da Secretaria da Saúde... As respostas, enviadas por escrito, não tinham informação objetiva. Fico feliz que o resultado tenha provocado este contato. Podemos falar pessoalmente para a próxima Patrí�cia Marini edição?

Patrí�cia: Diferente de ti, não fiquei feliz com o resultado. Na verdade vcs dispararam insultos a essa Engenharia, desinformaram sobre o que

de fato está em andamento no HPS. Seu método não foi adequado. Estamos entregando áreas muito bem elaboradas e elogiadas, temos inclusive indicações para prêmio de "projeto em saúde". A população reconhece esse esforço. O Conselho Municipal de Saúde tem pautado esse avanço. O Ministério da Saúde, da mesma forma, elogia a ambiência produzida. Lamento que ao contrário de todos o "JÁ� " tenha essa visão, na minha opinião, mí�ope. Lembro que os espaços deste HPS são públicos e podem ser sempre visitados, a critério das organizações e da sociedade. Sem mais. Eng. Alvaro Kniestedt Nota do Editor: Continuamos à disposição do engenheiro Kniestedt para que esclareça os erros cometidos pelo JÁ.


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Morro Santa Teresa

Cinco anos sem solução

Naira Hofmeister/JÁ

sius de permutar da área do morro com um grupo imobiliário e já realizou 51 reuniões de trabalho. Mas ainda não conseguiu qualquer medida efetiva do governo do Estado, dono da área. O governador Tarso Genro chegou a criar um Grupo de Trabalho, que não se reuniu. Um documento foi agora entregue ao governador Sartori pedindo providências.

Grupo se reuniu pela 51ª vez desde 2010, quando foi fundado

www.jornalja.com.br Francielle Caetano/PMPA

LEIA MAIS Um movimento que já reúne 46 entidades, com apoio do Ministério Público e da Defensoria do Estado, completou cinco anos de luta pela regularização das vilas e a preservação do patrimônio e das reservas ambientais que restam no Morro Santa Teresa. O movimento começou como uma reação ao projeto da governadora Yeda Cru-

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Cais Mauá

Empresa faz proposta Já está com a prefeitura a lista das 17 obras que a empresa Cais Mauá do Brasil S.A se propõe a financiar como contrapartida à cidade pelo empreendimento que pretende desenvolver no antigo porto da Capital. O custo total das obras compensatórias é estimado em R$ 36 milhões. A empresa investirá ainda R$ 120 milhões na restauração do conjunto de 11 armazéns tombados pelo municí�pio, e deverá ainda construir as novas sedes da Superintendência de Portos e Hidrovias (SPH) e o quartel-general dos Bombeiros, que atualmente ocupam áreas do cais. A proposta da empresa foi apresentada logo depois que um movimento de moradores denominado “Cais Mauá de Todos” anunciou que vai apresentar um projeto alternativo para a área portuária de Porto Alegre.

Maior projeto do Estado pronto antes do prazo A Celulose Riograndense, que já se chamou Borregaard, Klabin e Aracruz iniciou no domingo, 3 de maio, a operação de sua nova planta industrial de Guaí�ba. A capacidade de produção foi ampliada de 450 mil toneladas/ano para 1,8 milhões de toneladas/ano de celulose de eucalipto, usada para fabricar papel higiênico e lenços descartáveis, principalmente. O investimento final foi estimado em US$ 2,2 bilhões (mais de 6 bilhões de reais) pelo presidente Walter Lí�dio Nunes, engenheiro mecânico gaúcho que cumpriu toda sua trajetória profissional na indústria brasileira de celulose. Fechada duas vezes por poluir quando pertencia aos investidores originais vindos da Noruega com incentivos fiscais do governo militar, a indústria de Guaí�ba mudou de dono mas hoje é referência para as empresas do ramo pelos cuidados ambientais que adota.


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revitalização do eixo central da Redenção é a principal das sete obras em praças e parques bancadas pela rede Zaffari, como contrapartida por uma área pública na rua Alcides Cruz, onde será construí�do mais um Bourbon Shopping. A previsão é ter tudo pronto em agosto, a tempo das comemorações dos 80 anos do Parque Farroupilha, nome oficial da Redenção desde 1935, quando foi o palco das celebrações do centenário da “grande revolução”. Dentro da área cercada pelo tapume, os problemas de drenagem das águas da chuva estão sendo resolvidos: do chafariz até o fim do espelho d’água. “Estava tudo entupido”, resume o operário Valdemir Alves. Lindomar Santos Andrade, encarregado da obra em execução pela Torke Engenharia, de Cachoeirinha, explica que, antes, toda a água da chuva ia para o lado da Osvaldo Aranha. Agora, uma parte será dirigida para as tubulações da rua José Bonifácio. A obra, que inclui renovação do calçamento e canteiros, foi orçada em R$ 1,8 milhão. Grande parte do parque ainda continuará sem drenagem.

PRAÇA JOÃO PAULO I

Maria Lucia Strappazzon

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Redenção ganhou drenagem e calçamento do passeio central

Arquivo Jornal JÁ

Sete obras co

Moradores se assustam Assustados com o barulho de uma moto-serra e sem saber o que acontecia atrás dos tapumes, moradores do entorno da praça João Paulo I levaram à promotora Josiane Superti Camejo, do Ministério Público Estadual do Meio Ambiente, um abaixo-assinado pedindo esclarecimentos sobre o o que estava acontecendo na praça. Foi no dia 17 de abril 2015. A Prefeitura, notificada, recebeu o prazo de 20 dias para responder. O que mais revoltou os moradores foi o corte do bougainville que cobria o pergolado. Era uma caracterí�stica

Praça J.Paulo: corte do bouganville provocou discussão...

da praça, que integra o “corredor das caturritas”. No Facebook, a discussão, lançada pela página do Baden Cafés, envolveu centenas de pessoas. Uma moradora antiga, que preferiu não se identificar, recusou-se a assinar o pedido de explicações protocolado no MP. “A Prefeitura nunca fez nada, a praça esta-

va abandonada e cheia de esconderijos para drogas. Agora que estão fazendo alguma coisa, querem reuniãozinha... Não assinei” As pedras portuguesas foram removidas para corrigir o nivelamento, mas voltarão a cobrir o solo da praça. O pergolado de concreto está sendo reformado, e num dos quatro


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Fotos: Patricia Marini

omo contrapartida

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Alves: estava tudo entupido

Andrade: solução para as águas pluviais

Obra na Redenção fica pronta em agosto

Espaço em Santa Cecília

Ricardo Justi/PMPA

No Largo Adair Figueiredo, na lateral do Zaffari da rua Vicente da Fontoura, obra está concluí�da. Foi derrubada uma falsa seringueira, que escurecia a passagem pela escadaria que liga o local à rua Lu-

...raizes ocas escondiam drogas

cantos um pé de bougainville foi poupado. A raiz oca servia de esconderijo para drogas vendidas na praça, vizinha da Vila Planetário, mas a Sman determinou o corte porque avaliou que estavam velhas de­mais. Outras mudas serão plantadas. A praça vai receber bancos, brinquedos e nova iluminação.

cas de Oliveira, e cujas raí�zes “vão muito longe”, segundo Leo Bulling, supervisor de Praças e Parques da Sman. O espaço recebeu equipamentos de ginástica, parquinho infantil e quadra poliesportiva.

Outras compensações Também cabe ao Zaffari a reforma da sede da administração do Parque Maurí�cio Sirotsky Sobrinho e a implantação de um eixo viário interno do parque, tudo com projeto sob responsabilidade da empresa, a partir de referências e um estudo preliminar da Sman. No belvedere Ruy Ramos, na rua das TVs, no Morro Santa Teresa, é compromisso do Zaffari o projeto executivo de reurbanização, a partir de um projeto urbaní�stico-paisagí�stico da Prefeitura. Ali, a Companhia vai projetar e construir um prédio comunitário. No Parque Chico Mendes, na Zona Norte da Capital, o cercamento com gradil de concreto vasado de um trecho de um quilômetro no perí�metro da área do parque. A reurbanização da Praça Visconde de Taunay, no bairro Santana, também segue projeto da Sman.

Leia mais em

Largo Adair Figueiredo: obra concluída

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Fotos: Tânia Meinerz

Mais uma edição da Serenata Iluminada lotou a Redenção em abril, como acontece desde 2012

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Do debate virtual para o encontro real

mbora festiva, é séria sua missão: “debater sobre o bom uso e ocupação dos espaços públicos da cidade”. Parque ocupado e iluminado é parque seguro até mesmo à noite. Começou com uma causa proposta na plataforma Portoalegre.cc, um projeto que envolveu a Unisinos, a Prefeitura de Porto Alegre e a Parceiros Voluntários, desenvolvido para provocar “discussão sobre territórios especí�ficos”. Uma “radicalização da democracia”. A Serenata Iluminada caiu no gosto dos protoalegrenses. A anterior foi em 28 de março, no Cais Mauá, outra área pública cujo uso está em discussão e envolve muitos interesses. A proposta é simples: levar velas, lanternas, instrumentos

musicais... levar luz. Em diversos e simultâneos locais pelo parque, artistas, bandas, grupos de dança, teatro... talentos. Cada atração se posiciona onde achar melhor. Quem levar instrumentos pode se juntar a outros músicos ou fazer sua própria serenata, mas um som acústico, em respeito à vizinhança. Uma festa de diversidade. O interesse pelas serenatas só aumenta. Os coletivos se lançaram ao desafio de conscientizar os participantes a cuidar do lixo que geram. Faz parte do “bom uso”. A próxima está marcada para 6 de junho. Com a aprovação de um plebiscito em novembro, sobre o cercamento da Redenção o interesse aumentou. Um mês antes, mais de 13 mil pessoas já haviam confirmado presença pelas redes sociais.


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Parque não vai prescindir de investimentos em pessoal e equipamentos

projeto de Nereu D’Avila. Recuou taticamente: “Sou a favor do cercamento de todos os parques de Porto Alegre, mas entendo que a minha emenda prejudicaria a apreciação do projeto do vereador

Nereu”, disse ele. E anunciou “um novo projeto de lei na casa que contempla a consulta à população sobre o cercamento de outros parques”. Leia mais em www.jornalja.com.br

Geraldo Hasse

O colecionador de botões Criança, ouviu a mãe dizer que achar botão O namoro prosperou, sobretudo depois que na rua era sinal de sorte. Lógica de costureira. ele descobriu que a gata de nariz aquilino e Durante anos caminhou de olho para o chão, coxas rotundas era a primogênita de um italiano sempre espreitando a fortuna. chamado Prospero Molinetti, proprietário de – Uma vez ou outra, vasculhou a caixa de quem diria? -- uma fábrica de botões. costura da mãe, apropriando-se de botões Anos depois casaram-se e foram felizes até díspares, mas logo percebeu que essa prática que o zipper surgiu como um raio no mercado não melhorava sua sorte. Ao do vestuário. contrário, rendeu-lhe puxões Com a falência da fábrica de orelha e xingamentos. de botões, cada um tomou Para não apanhar mais, seu rumo. Nosso herói ficou na reprimiu o desejo de apossarsolidão – e sem herança. se daqueles botões-gigantes Agora que tudo mudou que adornavam os casacões novamente e o velcro das tias. praticamente domina a Ah, que zagueiros indústria do vestuário, ele ainda eficientes não dariam para não perdeu a velha mania de seu time de botões! Ele ainda não perdeu a olhar para o chão. Mais do que Contentou-se com os velha mania de olhar para isso, cisca no lixo. Sim, no lixo. botões de plástico ganhos Ei-lo pilotando um carrinho o chão. Mais do que isso, num remoto Natal. Mesmo de coleta de material reciclável. cisca no lixo. Sim, no lixo. assim foi dos melhores no O moderno veículo é joguinho de mesa. Chegou a tracionado por uma bicicleta ser o campeão da Rua da Glória. – quem a pedala é o próprio colecionador de Na adolescência, apaixonou-se por uma botões. garota nascida em Navegantes, bairro fabril Sua especialidade é catar latinhas de cerveja portoalegrense. e refri. Com 42 unidades, faz um quilo de Durante semanas seguiu-a pelas ruas até alumínio reciclável, o que lhe rende R$ 0,70 nas reunir coragem para abordá-la. centrais de coleta seletiva. - Posso acompanhá-la? Faz parte dessa multidão (600 mil catadores) Garota-papo firme, ela consentiu. que vive de olho no chão das cidades do Brasil, Ele se jactou bastante. Em síntese, declarou mas somente ele cultiva o estranho vício de mais ou menos o seguinte: recolher botões encontrados nas calçadas. - Sou um rapaz pobre à procura de um Orgulhoso de sua coleção de minidiscos destino nobre. perfurados, ele nem desconfia que os botões Ela achou graça, tanto que ficou disponível podem ser a causa de sua falta de sorte no para novos encontros. mundo das finanças.

Ecoponto / DMLU – Bairro Bom Jesus

As Unidades de Destino Certo – UDCs foram criadas pelo DMLU para receber resíduos não recolhidos pela coleta domiciliar (orgânico) e seletiva (reciclável). Veja como usar esse serviço e evite a contaminação do solo, da água e o acúmulo de lixo pela cidade.

As Unidades de Destino Certo RECEBEM Madeira, móveis, colchões, terra, entulho, caliça, cerâmica, sucata de ferro, eletrodomésticos e resíduos arbóreos. Também conhecidas como Ecopontos, elas têm Posto de Entrega de Óleo de Fritura (PEOF) e Posto de Entrega Voluntária (PEV) de resíduos recicláveis.

As Unidades de Destino Certo NÃO RECEBEM Lixo orgânico e resíduos perigosos, como lâmpadas fluorescentes, medicamentos vencidos, além de descartes maiores do que 0,5 m3 por dia ou mais que quatro pneus por pessoa.

Confira o endereço da Unidade de Destino Certo mais perto de você em:

www.portoalegre.rs.gov.br/dmlu

Editado pelo Gabinete de Comunicação Social da Prefeitura de Porto Alegre www.portoalegre.rs.gov.br • twitter: @nossa_poa

Foto: Ivo Gonçalves/PMPA.

A Câmara de Porto Alegre aprovou um plebiscito para que a população decida se a Redenção deve cercada. É� uma ideia na qual o vereador Nereu D’Avila (PDT) insiste desde 1991 e que tem apoio de parcela da população. O tamanho dessa parcela não era suficiente para que a ideia saí�sse da Câmara como um projeto. Até agora. Desde a quarta-feira, 29 de abril, o projeto de DÁ� vila se tornou lei. O prefeito poderá vetar (ele não se manifestou ainda). Se ele aprovar já tem outro projeto no forno, ampliando a proposta. O vereador Cláudio Janta (SDD) já tinha incluí�do essa ampliação numa emenda ao

Sérgio Louruz/PMPA

Câmara aprova plebiscito

Informe Publicitário


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Fotos: Emílio Speck

Grupo lança campanha para se instalar no bairro

Myra Gonçalves

A Cômica Cultural cresce no Bom Fim Aranha, e está em campanha para angariar 25 mil reais. É� quase nada para a instalação de um espaço assim – cursos, oficinas, tablados, espelhos, cortinas... diversos espaços. Enquanto isso, já em maio seguem as oficinas de Yoga e consciência corporal, e de

zouk, a dança do momento. “É� lúdico, é sexy”, adianta Patsy. A ‘campanha flexí�vel’ da Cômica prevê contribuições de 30 reais a 25 mil reais. As contrapartidas oferecidas vão de um agradecimento nas redes sociais a uma sala com o nome do mecenas.

A campanha começou dia 23 de abril. Eles têm um mês para chegar aos 25 mil. Nos primeiros cinco dias, garantiram R$ 4.450,00. Para saber mais, telefones 3268-7016 ou 8154-0682, mais o e-mail comicacultural @terra.com.br, ou a página da Cômica no Facebook.

Arquivo Pessoal

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Cômica Cultural virou Complexo Criativo. Para completar a execução do projeto e honrar os compromissos assumidos para 2015, lançou uma ‘campanha flexí�vel’, em busca de mecenas simpatizantes do trabalho do grupo teatral. A Cômica já tinha uma sala-escola de teatro no Bom Fim. Agora perdeu o contrato de comodato para uso da concorrida sala 504 da Usina do Gasômetro, que coordenou por dois anos. Nova gestão, novas diretrizes, novos ocupantes na Usina. “A partir dessa nova realidade, inesperada, tivemos que pensar em alternativas para recolocar as atividades que se desenvolviam na sala 504 da Usina das Artes”, diz a atriz Patsy Cecato. A Cômica então alugou um espaço maior no mesmo prédio da primeira sala, no número 1070 da Osvaldo

No topo à esquerda: peça Lado B, direção Catharina Conte No centro: peça O Aniversário de Dona Herta, direção Lourdes Kauffmann No topo à direita: peça O Sistema do Doutor Alcatrão e do Professor Pena Ao lado: Formatura de 2009

Patsy Cecato, diretora do Cômica

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O que saber para não querer que se repita Três edições especiais da revista JÁ História reconstituem os fatos que marcaram a ditadura militar no Brasil

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A conspiração e a tomada do poder

A linha dura assume o comando

Terror e morte nos Anos de Chumbo

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