Jornal JÁ Bom Fim - Dezembro de 2014

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Dezembro de 2014

Câmeras na Redenção

Mais uma licitação que “não dá certo”

Pág. 2

empresa VIDA

Problema vira solução

pela utopia de Lutz Pág. Central

Ampliação do HPS

vai demolir seis casas Os pontos comerciais têm prazo até maio para desocupar os imóveis desapropriados

A escolinha já está de mudança Pág. 6


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Nota do Editor O que acontece com a saúde em Porto Alegre? O Hospital Presidente Vargas, referência no atendimento materno-infantil em Porto Alegre, vive uma sequência de crises há três anos. Agora em dezembro, para culminar, toda a direção do HPV pediu demissão. A diretora geral, Maria Isabel de Bittencourt, a diretora técnica, Ângela Smaniotto, e o diretor-administrativo, Celso José Barboza, todos funcionários de carreira, colocaram seus cargos à disposição, alegando “desgaste”. Desde março, o hospital reduziu a menos da metade a sua capacidade de atendimento. Depoimentos de funcionários falam em salas cheias de equipamentos, que não funcionam porque não há servidores. A Prefeitura, que administra o HPV desde o ano 2000, explica mas não convence . “O Hospital Presidente Vargas vem sendo fechado aos poucos, mas é só um exemplo”. declarou aos jornais o presidente do Simers, Paulo Argolo Mendes. No Hospital Belém, a situação é de calamidade, com os funcionários fazendo protestos na rua. No HPS a reforma se arrasta, para martírio dos funcionários e pacientes que têm que conviver com as obras. A visão interna do HPS, com os corredores atulhados de material e sujeira, é chocante. “Parece que há um processo de desmonte da saúde em Porto Alegre, pois médicos se aposentam e não são substituídos, há técnicos concursados que não são chamados”, diz Argolo. Mais chocante do que tudo é o silêncio em torno do assunto. Com sólida maioria na Câmara Municipal, o prefeito José Fortunati bloqueia uma CPI e nem o poderoso Sindicato Médico, o Simers, consegue furar o bloqueio que protege o prefeito na mídia. Sempre candentes, quando tratam das mazelas do SUS, as matérias, quando inevitáveis, são simplesmente burocráticas quando se referem às questões de responsabilidade do município. O título da matéria da Zero Hora sobre a demissão coletiva dos diretores, no dia 16/12, é exemplar: “Hospital encolhe, direção entrega cargos”

Expediente O Jornal Já Bom Fim é uma publicação de Jornal Já Editora Editor: Elmar Bones Reportagem: Elmar Bones e Patrícia Marini

Redação: Av. Borges de Medeiros, 915, conj. 203, Centro Histórico CEP 90020-025 - Porto Alegre / RS Edição fechada às 14h do dia 18/12/2014 Contatos:

Fotografia: Arquivo Jornal JÁ, PMPA, CMPA.

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Gourmet reabre com mais espaço Será reinaugurado nos primeiros dias de janeiro o restaurante Gourmet da Redenção, na Osvaldo Aranha. Ele ficou 75 dias fechado por causa de um acidente: uma obra no terreno ao lado fez afundar o piso do prédio do restaurante. Os proprietários negociaram uma indenização e aproveitaram para fazer uma reforma geral, inclusive reforçando a estrutura do piso superior. O Gourmet agora ficará com dois ambientes e uma capacidade total de 320 lugares.

BOM FIM

URGENTE ASH com novo presidente Everaldo Nunes é o novo presidente da Associação dos Servidores do HPS (ASH) para o biênio 2015/16. Ele está disposto reativar a associação, começando pela reforma das salas que ela ocupa numa ala do HPS e seguindo por um programa esportivo-cultural, para motivar os sócios e atrair novos. O HPS tem mais de 2 mil funcionários e pouco mais de mil estão associados. Isabel Santana é a vice-presidente.

Santander não confirma nova agência Mini-zoo segue sem destino Ainda sem destino, o espaço que durante décadas foi ocupado pelo mini-zoo no Parque da Redenção. Os animais foram retirados há mais de dois anos. O espaço foi liberado mas permanece cercado. A proposta mais concreta até agora foi feita pela primeira dama Regina Becker Fortunati, que queria transferir o cachorródromo para o local. A ideia foi rejeitada pelos donos dos cães, que preferem continuar no lugar tradicional próximo à fonte luminosa.

Erro administrativo atrasa cercamento Quatro câmeras de ví�deo estão funcionando no Parque da Redenção. Outras 20, que fazem parte do projeto de “cercamento eletrônico” do parque, ainda vão demorar. A licitação para compra dos equipamentos foi iniciada, mas por um “erro administrativo” terá que ser refeita. O projeto inclui o cercamento eletrônico também do parque Marinha do Brasil.

A informação com base em fontes do mercado foi publicada pelo JÁ� Bom Fim de novembro: O Santander já teria fechado contrato para uma agência ocupar o térreo do Edifí�cio Novo Baltimore, na avenida Osvaldo Aranha. “Não faz sentido”, disse ao JÁ� um dos gerentes da agência Bom Fim. “O banco fechou no iní�cio do ano uma agência na Osvaldo Aranha. Porque iria abrir outra agora?”.

Café do Lago foi abandonado outra vez

A novela do Café do Lago, na Redenção, está longe do fim. O novo permissionário chegou a equipar o local e iniciar o atendimento. Depois parou, e há um mês abandonou o projeto, ao que parece, definitivamente. A Prefeitura pretende fazer nova licitação para escolher outro empreendedor disposto a tocar o negócio. O problema todo é a proibição de usar som mecânico no local e o rigoroso limite de horário até às 22 horas no máximo.



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A utopia que deu cert

Elmar Bones

s R$ 5 bilhões que a CMPC está investindo em Guaí�ba cravam um marco na história industrial do Rio Grande do Sul. Por todos os números, é o maior projeto privado no Estado, um dos maiores em andamento no Brasil, com a tecnologia mais avançada do mundo. Vai multiplicar por quatro a produção de celulose à margem do Guaí�ba, consolidar a silvicultura na matriz da economia regional, vai mudar a fisionomia de uma vasta região. Mas o que vai fazer desta fábrica uma referência mundial é uma solução que veio de um de seus mais combativos inimigos: o agrônomo José Lutzemberger, o Lutz, pioneiro da defesa ambiental no paí�s. Inimigo número um da indústria de celulose, lí�der de uma campanha que fechou a fábrica duas vezes, Lutzemberger foi o criador do processo e da empresa Vida Desenvolvimento Ecológico, que hoje garante a reciclagem de 99% dos resí�duos da celulose em Guaí�ba, um í�ndice que raras indústrias do setor alcançam. A história como se deu esta parceria entre dois opostos – o ambientalista radical José Lutzemberger e uma indústria poluidora – é certamente um capí�tulo original na história do movimento ambientalista brasileiro. Ela começa em 1979, quando Lutzemberger convenceu dois sócios e fundou a Vida Desenvolvimento Ecológico, seguindo o lema que estabelecera para sua militância: “Ações concretas trazendo o discurso à prática”. Seu plano era reciclar as cascas da acácia negra, usada na indústria de tanino e que gerava sério problema ambiental numa ampla região. Instalou o centro de reciclagem em Bento Gonçalves e chegou a produzir um adubo orgânico com boa aceitação, mas o negócio não foi adiante. Os sócios se desligaram e ele manteve a empresa inativa.

Processo desenvolvid Lutzemberger para rec resíduos de celulose j está em três Estados

Concentrou-se no movimento ambiental, como presidente da Agapan, cujo alvo principal ainda era a fábrica de celulose, que apesar das sucessivas crises seguia operando em Guaí�ba. Duas vezes fechada pela pressão popular, a indústria agora se chamava Riocell e estava inaugurando uma estação de tratamento de efluentes. Todas as entidades e lideranças do movimento ecológico foram convidadas para a inauguração, em 1984. Lutzemberger foi o único a comparecer. A empresa investira 3,5 milhões de dólares para tratar a água utilizada na produção antes de devolvê-la ao Guaí�ba. Era um avanço, que retirava do rio uma carga poluente da ordem de duas toneladas por mês. Mas havia um problema: no fim do processo sobrava um lodo escuro para o qual não havia destinação. Estava sendo acumulado

“Esse trabalho é resultado das ideias de José Lutzenberger”, diz Fernando Bergamin

em aterros: “Vocês resolveram um problema e criaram outro” disse Lutzemberger para o então diretor da empresa, Aldo Sani. Ali começaram as conversas entre os dois para encontrar uma solução para o lodo. A primeira preocupação de

Lutzemberger foi certificar-se de que o lodo não era tóxico. “Ele mesmo fez os primeiros testes improvisados no jardim da sua casa, por onde espalhou baldes e aquários com aquele lodo no fundo, para ver o efeito em peixinhos e minhocas”, conta Fernando Bergamin, que nessa época já trabalhava com Lutzemberger. Depois mandou fazer análises mais acuradas em laboratórios da Alemanha. Foram quatro anos de pesquisas para desenvolver todo o processo. Em 1988, reativou a Vida e montou a equipe, que segue liderada pelos dois gerentes contratados por ele: Fernando Bergamin, gerente de operações, e Susana Burger, gerente administrativa. As irmãs Lilly e Lara, filhas de Lutz e herdeiras da empresa, não se envolvem na gestão. Elas se dedicam ao trabalho na Fundação Gaia, voltado para a educação ambiental.

O sobrado A casa em que José Lutzemberger nasceu e viveu a maior parte de sua vida é hoje a sede da empresa que ele criou. Foi construí�da por seu pai, o arquiteto Joseph Lutzemberger em 1931. Foi uma das primeiras casas na rua Jacinto Gomes, que na época se chamava Dona Teresa e não passava de uma estradinha de terra que acabava poucos metros adiante. Uma das diversões de Lutz quando menino era pular a cerca da chácara ao fim da rua, com os amigos, para pescar lambari no Riacho, que tinha águas limpas e corria entre as pedras. (Hoje é uma cloaca a céu aberto e chama-se Arroio Dilúvio) O sobrado de três andares ainda guarda alguns móveis da velha casa familiar, como o buffet talhado em madeira que os pais de Lutzemberger ganha-


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do por ciclar já

Impacto da ampliação chega ao Bom Fim Em maio de 2015, a produção de celulose em Guaí�ba vai saltar de 450 mil toneladas para 1 milhão e 800 mil toneladas de celulose por ano. Será uma das maiores fábricas de celulose do mundo. O impacto desse projeto chega ao Bom Fim, por um dos seus aspectos mais positivos. A quadruplicação da fábrica em Guaí�ba significará também a ampliação proporcional da Vida Desenvolvimento Ecológico – empresa do Bom Fim que recicla os resí�duos dessa indústria desde 1988, quando ela ainda se chamava Riocell.

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Para acompanhar a ampliação da fábrica e seguir dando conta da reciclagem de seus resí�duos sólidos, a Vida terá que investir R$ 60 milhões, a maior parte deles financiados pela própria indústria para ampliar instalações no local. Mas a equipe também vai crescer. A Vida atualmente tem 180 funcionários e já opera com outras duas indústrias de celulose – a Veracel, uma das maiores fábricas do Brasil, na Bahia, e a Rigesa, de capital americano, instalada em Três Barras, em Santa Catarina.

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Mais de 99% dos resíduos da Celulose Riograndense são reciclados pela Vida. Atualmente, são 20 mil toneladas por mês. Com a quadruplicação da fábrica vai aumentar para 56 mil toneladas por mês.

Subprodutos obtidos

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Cinzas do carvão mineral Origem: queima da caldeira Destino: indústria de cimento serragem de eucalipto Origem: corte da madeira Destino: empresas de aglomerados e compensados de madeira (MDF e MDP) rejeitos do digestor Origem: separação da fibra de celulose da madeira, matéria-prima da manta de celulose Destino: indústria de reciclagem de papel

Comida Caseira Buffet livre sem limite de carne

Lodo e casca de eucalipto viram adubo Os resíduos industriais que precisam de algum tipo de armazenamento para serem reciclados vão para a central da Vida, em Eldorado do Sul Resíduos calcários gerados no forno de cal da indústria de celulose se tornam corretivos de acidez do solo

Lá, o lodo da Estação de Tratamento de Efluentes (ETE) e cascas de eucalipto são transformados em fertilizantes orgânicos E ainda há espaço para um pequeno aterro sanitário, para onde vai menos de 1% dos resíduos, que não podem ser reciclados.

Há 10 anos, no coletaneaâ coração do Bom Fim, servindo qualidade

A Vida fabrica em Eldorado do Sul e vende cinco produtos que têm como matéria-prima os resíduos da Celulose Riograndense Humoativo Fertilizante orgânico Destino: empresas de paisagismo

Humosolo Terra preta Destino: empresas de jardinagem e varejo em geral

Cafés especiais, chás, sucos, tortas doces e salgadas, sopas, alimentos integrais

Macro-cálcio e cinza calcítica Corretivos de acidez do solo Destino: vendido a granel

O Café está localizado dentro de um espaço cultural, a Casa Coletânea, que promove periodicamente eventos, palestras, saraus e cursos.

Um novo produto deve ser elaborado a partir do lodo da Estação de Tratamento de Água da CMPC, possivelmente, para recuperar áreas degradadas

Fontes: Pioneiros da Ecologia (JÁ Editores), Sinfonia Inacabada, Coojornal, Jornal do Comércio, Fernando Bergamin e Suzana Burger

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Foto: Finestra

o de 1930 é a sede da empresa A casa e seu jardim foram tombados pelo patrimônio histórico. Restaurado e adaptado, virou sede da Vida há dois anos

ram de presente no casamento. As janelas, a escada de tábuas, os porta-copos no banheiro... Tudo conta um pouco da história do arquiteto alemão que veio para ficar seis meses no Rio Grande do Sul e se apaixonou por uma moça da elite local, Ema Kroeff. As aquarelas reproduzidas nas paredes

mostram cenas da primeira guerra mundial, que o jovem Joseph viveu e registrou, antes de sair da Alemanha. As cenas de campo mostram o seu encantamento com o lugar que adotou. A vida familiar transparece nos retratos dos três filhos - Magda, Rose e o pequeno Lutz sentado na escada.

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Cinco produtos saem dos resíduos Substrato de casca de eucalipto Destino: pequenos produtores de morango

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Trabalho começa no chão da fábrica O trabalho começa na própria fábrica de Guaíba, onde 23 funcionários da Vida atuam em educação ambiental, separação e triagem do lixo. O material já sai prensado e é vendido para fábricas recicladoras

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Com exceção dos 15 anos que viveu no exterior, Lutz, o filho, viveu sempre naquele sobrado. Está lá até hoje o baú em que trouxe seus livros e objetos, quando voltou para o Brasil em 1971, decidido a se engajar na luta ambiental. Depois da sua morte, em 2002, a casa ficou abandonada por muitos anos. Foi reformada para tornar-se a sede da empresa em expansão. O arquiteto Flávio Kiefer preservou o projeto original. Para ganhar espaço e resolver alguns problemas de mobilidade, projetou um anexo ao prédio, onde se instalou um elevador e a recepção. As imagens e objetos do passado convivendo com os computadores e a equipe de profissionais formam a imagem de uma empresa do século 21, como é a Vida.

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As seis casas darão lugar às novas áreas do HPS. Onde hoje estão as fachadas, de frente para o parque, vai ser o muro dos fundos do hospital. Por ali vão entrar os fornecedores e sair os rejeitos

Ampliação do HPS

Comerciantes têm prazo para

deixar prédios Obras atrasadas A respeito da matéria da edição anterior, sobre os atrasos nas obras do HPS, recebemos do coordenador de comunicação da Secretaria Municipal de Saúde, Ricardo Azeredo, a seguinte nota: “Gostaríamos de apontar uma imprecisão na matéria sobre as obras do HPS. O texto já no início menciona “as obras do HPS”, como se fosse a conclusão de todo o projeto de reforma. Sempre foi divulgado que ficariam prontos até o final do ano (e ficarão) apenas os setores de Emergência e Bloco Cirúrgico (que são a coluna vertebral da instituição), e alguns setores de apoio. Esta informação está no Memorial das Obras do HPS, documento técnico encaminhado por esta assessoria ao Jornal JÁ, juntamente com o texto reproduzido na matéria.

Seis casas da avenida José Bonifácio serão desapropriadas pela Prefeitura para dar lugar à ampliação do HPS Foto: A. Mazzei

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s proprietários já receberam a notificação. Uma das casas continua servindo de residência, as demais estão alugadas como pontos comerciais. E eles têm até maio para desocupar os imóveis. O café Coletânea é um deles. Completou nove anos em novembro. O café começa na calçada e vai pros fundos da casa, com vários espaços. “Tudo o que eu tinha, investi aqui”, diz o dono, Carlos Gehrart. Eles já consultaram três advogados, que não lhes deram um caminho para obter alguma forma de indenização. Simone Kras Borges, dona da estética, reformou a casa toda para montar seu negócio. Vai ter que sair. Está procurando imóvel no bairro. A pré-escola já vai começar 2015 em novo endereço. A comunicação de interesse para desapropriação foi feita aos proprietários em 2011. Formou-se um grupo de resistência, o SOS Brique, alegando que o local é um espaço cultural da cidade, houve até uma audiência pública na Câmara. A ampliação do HPS prevê uma saí�da pela José Bonifácio, para entrada de fornecedores e saí�da de rejeitos. Hoje eles disputam a mesma entrada das ambulâncias, o que muitas vezes bloqueia o caminho. Também nos fundos ficarão as áreas de apoio, como lavanderia, refeitórios, estoques.

Os inquilinos tentaram resistir com o SOS Brique, mas não serão nem indenizados

A obra total no prédio tem previsão de conclusão em 2018, como tem sido divulgado, e consta em detalhes no memorial enviado enviado à redação do JÁ, onde consta todo o cronograma do proje-

to com seus detalhamentos, inclusive previsão orçamentária para cada etapa. Ricardo Azeredo Coordenador da Assessoria de Comunicação Social Secretaria Municipal de Saúde

Nota do Editor

Não vemos onde está a “imprecisão”. Está bem claro na matéria que publicamos: “As obras em conclusão agora são apenas uma etapa de um projeto de modernização do HPS que deverá estar concluí�do só em 2018, com investimento de R$ 57 milhões, o maior de sua história”. Todas as informações constantes do referido “Memorial das Obras”, já foram publicadas pelo JÁ� , que acompanha o projeto de reforma do HPS desde o iní�cio. O que perguntamos (e continua sem resposta) é por que o orçamento para ampliação e modernização da Emergência saltou de R$ 8,9 milhões para R$ 13,3 milhões, um acréscimo de 30%? Ao contrário do que reafirma a nota, as obras em andamento – Emergência e Bloco Cirúrgico – não ficarão prontas este ano, basta olhar no local.


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Boa hora

para comprar

colchão

Vendas em queda e concorrência acirrada estimulam as boas ofertas

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ara aqueles consu­ midores que são previdentes, este é um bom momento para trocar de col­ chão no Bom Fim. Além de um consumidor com menos dinheiro neste fim de ano, os vendedores de colchão do bairro ainda en­ frentam entre si uma acirrada concorrência. Num trecho de oito quartei­ rões, da Osvaldo Aranha ao iní�­ cio da Protasio Alves, há cinco lojas vendendo colchão e jogos de cama, a maioria como fran­ queadas da Ortobom, a maior fabricante de colchões do Bra­ sil (seis milhões de unidades por ano). Normalmente, cai a ven­ da de colchões nesta época. A safra dos vendedores de col­ chões, segundo a experiência deles, vai de janeiro a maio. Mas em relação a isso também eles estão inseguros, diante das incertezas projetadas para a economia em 2015. Resumo: as vendas estão baixas. Por isso a época é pro­ pí�cia para boas ofertas.

“Há lugar para todos”

A mais nova loja de colchões do Bom Fim é a Empório, na Osvaldo Aranha com Felipe Camarão, histórica esquina do bairro. Deivid Scheffer, de 30 anos, é o dono da loja. Ele está lá há quatro meses. Deivid começou a trabalhar com colchões e jogos de cama numa franquia da Ortobom, ali mesmo na Osvaldo Aranha. De­ pois de cinco anos, achou que conseguiria tocar seu próprio negócio. Associado com o sogro, in­ vestiu na reforma da loja, onde

antes era uma farmácia. Em agosto abriu as portas. Traba­ lha com os colchões Ortobom, mas também com outras mar­ cas como a F.Maringá e a Dille­ to, além da marca própria. Diz que não tem motivo de queixas, embora sinta em de­ zembro uma queda nas ven­ das. “Tá estranho”, segundo ele. A esta altura, a duas sema­ nas do fim do ano, ele já não espera manter a média, de oito colchões por mês. Não acredita em melhora nas duas semanas finais: colchão não é uma mer­ cadoria preferencial nesse pe­ rí�odo de festas. Por isso o que o preocupa realmente é a previsão de in­ certeza na economia em 2015. A concorrência incomoda menos. Deivid acha que há lu­ gar para todos. O mercado de colchões cresce por vários fatores, a começar pelo reco­ nhecimento cada vez maior da importância do colchão para a qualidade do sono e a saúde da coluna.

“Vamos ver janeiro”

Deive é funcionário de uma franquia da Ortobom na Osval­ do Aranha. Ele diz que o mo­ vimento “não tá aquilo”. Mas é normal no ramo. Ele trabalhou dez anos na fá­ brica em Campo Bom. Quando entrou, em 2004, a Ortobom tinha tinha 98 lojas já com franquia. Hoje tem 250 no Rio Grande do Sul e Santa Catarina. A segunda quinzena de no­ vembro e a primeira semana de dezembro foram boas para ele, por conta do 13º salário. “Muito pagamento à vista”. Da­ qui pra frente até o fim do ano é pouco movimento. “Vamos ver janeiro”.

Empório é a quinta loja de colchões num trecho de oito quarteiros da Osvaldo Aranha

Facebook estimula venda de camisas Na Otello, outra esquina da Osvaldo, com a Fernandes Fieira, as expectativas se confir­ mam. “Tá começando a agitar”, diz o vendedor. Ele está desde o iní�cio na loja, sabe que movi­ mento mesmo é do dia 18 ao dia 24. “O pessoal deixa sempre pra última hora, normal, é o bra­ sileiro... nos últimos dias é o estouro da boiada” A loja do Bom Fim, inaugurada há quatro anos, foi a primeira filial da Otello, tradicional loja de roupas da Rua da Praia. (Hoje ela tem uma terceira filial no Iguatemi.) Nesse perí�odo de festas, a loja não tem pro­ moção. Não precisa: “Todo mundo quer estar de roupa nova no Natal e Ano Novo”. Com as mí�dias sociais, ainda mais: “Ninguém quer aparecer no Facebook com a mesma camisa em dois lugares”, diz o sábio vendedor.

Setor de vestuário aquecido em função das redes sociais

Alta nos preços assusta até a Lanchera Dizem no Bom Fim que o único lugar que não sente as crises é a Lancheria do Par­ que, a famosa Lanchera. Seu movimento nunca cai. “Sente, sim”, reaje o pro­ prietário Ivo Salton, puxando debaixo do balcão a nota das frutas para o fim de semana, que acabou de receber. “Na semana passada, foi três mil e seiscentos”, diz ele apontando para o novo mú­ mero: R$ 4.400. “O filé mig­ non era R$ 26, o fornecedor ligou: agora é R$ 39. O coxão foi de R$ 10 para R$ 16”. Ain­

da tem o gás, com aumento previsto de 11%, e a luz, que subirá provavelmente 30%. Por enquanto, Salton rea­ giu aumentando o almoço de R$ 9 para R$ 10 durante a se­ mana e R$ 13 aos domingos. Aumento de um real. Lan­ ches, sucos e bebidas subiram também. O suco de laranja, por exemplo, subiu 13%. Salton acha que no sensí�­ vel mercado das refeições co­ merciais no Bom Fim, mesmo um pequeno aumento pode significar perda de clientes. A Lanchera segue servindo

o almoço mais acessí�vel no bairro entre os grandes for­ necedores de refeições tipo buffet livre. No interior do bairro, no entanto, há numerosa oferta com boa qualidade e menor preço. Salton acha, porém, que se houver perda ela será temporária porque, assim que passar o fim do ano e os preços retornarem “ao nor­ mal”, a Lancheria também volta ao preço anterior. “A menos que se perca o controle da inflação, mas aí� ninguém sabe onde vai parar”.


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Iberê abrirá na véspera dos feriados Mesmo com os feriados de Final de Ano, a Fundação Iberê Camargo abrirá ao público nas quartas-feiras, dias 24 e 31 de dezembro, com o horário de funcionamento das 12h às 15h, mas nas quintas-feiras do dia 25 de dezembro e 1 de janeiro, a instituição fecha para visitação. Quem ficar na Capital poderá conferir a mostra Iberê Camargo: Século XXI, exposição exclusiva em homenagem ao centenário do artista, com mais Horário de de 90 obras, que funcionamento segue até o dia 29 De terça a domingo de março. Tam- (inclusive feriados) bém estarão em Das 12h às 19h funcionamento o (último acesso 18h30) Press Café, a loja e Dias 24 e 31/dez Das 12h às 15h o estacionamento.

Feira de Natal

Até o dia 24 segue a A Feira de Natal do Bom Fim na avenida José Bonifácio, entre a avenida Osvaldo Aranha e a rua Vieira de Castro.Além de peças típicas de Natal, há um variado artesanato. Diariamente, das 15h às 21h.

CMPA homenageia o Bar Opinião

Expedicionário foi “envelopado” O Monumento ao Expedicionário foi “envelopado” por uma tela de mais de 600 m² durante os trabalhos de limpeza do granito. A tela encobriu os andaimes e o movimento de operários e técnicos. A imagem do monumento em tamanho real reproduzida na parte externa dava uma sensação de realidade virtual. A solução é uma novidade no Brasil, um tapume pós-moderno. Foi trazida pela Tuper, empresa

catarinense especializada em andaime de aço, que se incorporou ao projeto do Sinduscon. A limpeza do Expedicionário é a última etapa do projeto que recuperou 12 obras de arte, na Redenção.

Conselhos municipais ganham sede Os 26 conselhos municipais de Porto Alegre agora têm um endereço próprio: o casarão amarelo na esquina da João Pessoa com Venâncio Aires. Segundo a Prefeitura, a restauração da casa de dois andares custou 600 mil reais. Tem um salão para as reuniões e escritórios. “Esta obra é o coroamento de um local de convivência e que fi-

cará aberto para encontros e manifestações da sociedade”, disse o coordenador do Fórum dos Conselhos Municipais, Carlos Boanova. O plano é construir um novo prédio nos fundos do terreno, em convênio entre prefeitura e governo estadual, com espaços para cada conselho, mas não há cronograma.

A Celulose Riograndense deseja que em 2015 você continue escrevendo uma grande história.

Feliz Natal e um Próspero Ano Novo!

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O Bar Opinião, que começou em 1983 como um boteco e hoje é uma das mais tradicionais casas de shows do sul do paí�s, recebeu na Câmara Municipal a Comenda Porto do Sol. A proposta foi da vereadora Jussara Cony (PCdoB). Os sócios, Cláudio Fávero (Magrão) e Alexandre Lopes (Alemão), foram receber a homenagem. Magrão destacou que o Opinião representa 30 anos de batalha. “É� difí�cil empresariar em Porto Alegre e, quando falamos sobre o fechamento, não podemos deixar de agradecer ao poder público pelo apoio. Também gostaria de ressaltar que nós continuaremos com nosso dever de fomentar cultura.”, disse.

Magrão e Alemão recebem a comenda


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