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Câmeras na Redenção
Mais uma licitação que “não dá certo”
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empresa VIDA
Problema vira solução
pela utopia de Lutz Pág. Central
Ampliação do HPS
vai demolir seis casas Os pontos comerciais têm prazo até maio para desocupar os imóveis desapropriados
A escolinha já está de mudança Pág. 6
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Nota do Editor O que acontece com a saúde em Porto Alegre? O Hospital Presidente Vargas, referência no atendimento materno-infantil em Porto Alegre, vive uma sequência de crises há três anos. Agora em dezembro, para culminar, toda a direção do HPV pediu demissão. A diretora geral, Maria Isabel de Bittencourt, a diretora técnica, Ângela Smaniotto, e o diretor-administrativo, Celso José Barboza, todos funcionários de carreira, colocaram seus cargos à disposição, alegando “desgaste”. Desde março, o hospital reduziu a menos da metade a sua capacidade de atendimento. Depoimentos de funcionários falam em salas cheias de equipamentos, que não funcionam porque não há servidores. A Prefeitura, que administra o HPV desde o ano 2000, explica mas não convence . “O Hospital Presidente Vargas vem sendo fechado aos poucos, mas é só um exemplo”. declarou aos jornais o presidente do Simers, Paulo Argolo Mendes. No Hospital Belém, a situação é de calamidade, com os funcionários fazendo protestos na rua. No HPS a reforma se arrasta, para martírio dos funcionários e pacientes que têm que conviver com as obras. A visão interna do HPS, com os corredores atulhados de material e sujeira, é chocante. “Parece que há um processo de desmonte da saúde em Porto Alegre, pois médicos se aposentam e não são substituídos, há técnicos concursados que não são chamados”, diz Argolo. Mais chocante do que tudo é o silêncio em torno do assunto. Com sólida maioria na Câmara Municipal, o prefeito José Fortunati bloqueia uma CPI e nem o poderoso Sindicato Médico, o Simers, consegue furar o bloqueio que protege o prefeito na mídia. Sempre candentes, quando tratam das mazelas do SUS, as matérias, quando inevitáveis, são simplesmente burocráticas quando se referem às questões de responsabilidade do município. O título da matéria da Zero Hora sobre a demissão coletiva dos diretores, no dia 16/12, é exemplar: “Hospital encolhe, direção entrega cargos”
Expediente O Jornal Já Bom Fim é uma publicação de Jornal Já Editora Editor: Elmar Bones Reportagem: Elmar Bones e Patrícia Marini
Redação: Av. Borges de Medeiros, 915, conj. 203, Centro Histórico CEP 90020-025 - Porto Alegre / RS Edição fechada às 14h do dia 18/12/2014 Contatos:
Fotografia: Arquivo Jornal JÁ, PMPA, CMPA.
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Gourmet reabre com mais espaço Será reinaugurado nos primeiros dias de janeiro o restaurante Gourmet da Redenção, na Osvaldo Aranha. Ele ficou 75 dias fechado por causa de um acidente: uma obra no terreno ao lado fez afundar o piso do prédio do restaurante. Os proprietários negociaram uma indenização e aproveitaram para fazer uma reforma geral, inclusive reforçando a estrutura do piso superior. O Gourmet agora ficará com dois ambientes e uma capacidade total de 320 lugares.
BOM FIM
URGENTE ASH com novo presidente Everaldo Nunes é o novo presidente da Associação dos Servidores do HPS (ASH) para o biênio 2015/16. Ele está disposto reativar a associação, começando pela reforma das salas que ela ocupa numa ala do HPS e seguindo por um programa esportivo-cultural, para motivar os sócios e atrair novos. O HPS tem mais de 2 mil funcionários e pouco mais de mil estão associados. Isabel Santana é a vice-presidente.
Santander não confirma nova agência Mini-zoo segue sem destino Ainda sem destino, o espaço que durante décadas foi ocupado pelo mini-zoo no Parque da Redenção. Os animais foram retirados há mais de dois anos. O espaço foi liberado mas permanece cercado. A proposta mais concreta até agora foi feita pela primeira dama Regina Becker Fortunati, que queria transferir o cachorródromo para o local. A ideia foi rejeitada pelos donos dos cães, que preferem continuar no lugar tradicional próximo à fonte luminosa.
Erro administrativo atrasa cercamento Quatro câmeras de ví�deo estão funcionando no Parque da Redenção. Outras 20, que fazem parte do projeto de “cercamento eletrônico” do parque, ainda vão demorar. A licitação para compra dos equipamentos foi iniciada, mas por um “erro administrativo” terá que ser refeita. O projeto inclui o cercamento eletrônico também do parque Marinha do Brasil.
A informação com base em fontes do mercado foi publicada pelo JÁ� Bom Fim de novembro: O Santander já teria fechado contrato para uma agência ocupar o térreo do Edifí�cio Novo Baltimore, na avenida Osvaldo Aranha. “Não faz sentido”, disse ao JÁ� um dos gerentes da agência Bom Fim. “O banco fechou no iní�cio do ano uma agência na Osvaldo Aranha. Porque iria abrir outra agora?”.
Café do Lago foi abandonado outra vez
A novela do Café do Lago, na Redenção, está longe do fim. O novo permissionário chegou a equipar o local e iniciar o atendimento. Depois parou, e há um mês abandonou o projeto, ao que parece, definitivamente. A Prefeitura pretende fazer nova licitação para escolher outro empreendedor disposto a tocar o negócio. O problema todo é a proibição de usar som mecânico no local e o rigoroso limite de horário até às 22 horas no máximo.
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A utopia que deu cert
Elmar Bones
s R$ 5 bilhões que a CMPC está investindo em Guaí�ba cravam um marco na história industrial do Rio Grande do Sul. Por todos os números, é o maior projeto privado no Estado, um dos maiores em andamento no Brasil, com a tecnologia mais avançada do mundo. Vai multiplicar por quatro a produção de celulose à margem do Guaí�ba, consolidar a silvicultura na matriz da economia regional, vai mudar a fisionomia de uma vasta região. Mas o que vai fazer desta fábrica uma referência mundial é uma solução que veio de um de seus mais combativos inimigos: o agrônomo José Lutzemberger, o Lutz, pioneiro da defesa ambiental no paí�s. Inimigo número um da indústria de celulose, lí�der de uma campanha que fechou a fábrica duas vezes, Lutzemberger foi o criador do processo e da empresa Vida Desenvolvimento Ecológico, que hoje garante a reciclagem de 99% dos resí�duos da celulose em Guaí�ba, um í�ndice que raras indústrias do setor alcançam. A história como se deu esta parceria entre dois opostos – o ambientalista radical José Lutzemberger e uma indústria poluidora – é certamente um capí�tulo original na história do movimento ambientalista brasileiro. Ela começa em 1979, quando Lutzemberger convenceu dois sócios e fundou a Vida Desenvolvimento Ecológico, seguindo o lema que estabelecera para sua militância: “Ações concretas trazendo o discurso à prática”. Seu plano era reciclar as cascas da acácia negra, usada na indústria de tanino e que gerava sério problema ambiental numa ampla região. Instalou o centro de reciclagem em Bento Gonçalves e chegou a produzir um adubo orgânico com boa aceitação, mas o negócio não foi adiante. Os sócios se desligaram e ele manteve a empresa inativa.
Processo desenvolvid Lutzemberger para rec resíduos de celulose j está em três Estados
Concentrou-se no movimento ambiental, como presidente da Agapan, cujo alvo principal ainda era a fábrica de celulose, que apesar das sucessivas crises seguia operando em Guaí�ba. Duas vezes fechada pela pressão popular, a indústria agora se chamava Riocell e estava inaugurando uma estação de tratamento de efluentes. Todas as entidades e lideranças do movimento ecológico foram convidadas para a inauguração, em 1984. Lutzemberger foi o único a comparecer. A empresa investira 3,5 milhões de dólares para tratar a água utilizada na produção antes de devolvê-la ao Guaí�ba. Era um avanço, que retirava do rio uma carga poluente da ordem de duas toneladas por mês. Mas havia um problema: no fim do processo sobrava um lodo escuro para o qual não havia destinação. Estava sendo acumulado
“Esse trabalho é resultado das ideias de José Lutzenberger”, diz Fernando Bergamin
em aterros: “Vocês resolveram um problema e criaram outro” disse Lutzemberger para o então diretor da empresa, Aldo Sani. Ali começaram as conversas entre os dois para encontrar uma solução para o lodo. A primeira preocupação de
Lutzemberger foi certificar-se de que o lodo não era tóxico. “Ele mesmo fez os primeiros testes improvisados no jardim da sua casa, por onde espalhou baldes e aquários com aquele lodo no fundo, para ver o efeito em peixinhos e minhocas”, conta Fernando Bergamin, que nessa época já trabalhava com Lutzemberger. Depois mandou fazer análises mais acuradas em laboratórios da Alemanha. Foram quatro anos de pesquisas para desenvolver todo o processo. Em 1988, reativou a Vida e montou a equipe, que segue liderada pelos dois gerentes contratados por ele: Fernando Bergamin, gerente de operações, e Susana Burger, gerente administrativa. As irmãs Lilly e Lara, filhas de Lutz e herdeiras da empresa, não se envolvem na gestão. Elas se dedicam ao trabalho na Fundação Gaia, voltado para a educação ambiental.
O sobrado A casa em que José Lutzemberger nasceu e viveu a maior parte de sua vida é hoje a sede da empresa que ele criou. Foi construí�da por seu pai, o arquiteto Joseph Lutzemberger em 1931. Foi uma das primeiras casas na rua Jacinto Gomes, que na época se chamava Dona Teresa e não passava de uma estradinha de terra que acabava poucos metros adiante. Uma das diversões de Lutz quando menino era pular a cerca da chácara ao fim da rua, com os amigos, para pescar lambari no Riacho, que tinha águas limpas e corria entre as pedras. (Hoje é uma cloaca a céu aberto e chama-se Arroio Dilúvio) O sobrado de três andares ainda guarda alguns móveis da velha casa familiar, como o buffet talhado em madeira que os pais de Lutzemberger ganha-
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do por ciclar já
Impacto da ampliação chega ao Bom Fim Em maio de 2015, a produção de celulose em Guaí�ba vai saltar de 450 mil toneladas para 1 milhão e 800 mil toneladas de celulose por ano. Será uma das maiores fábricas de celulose do mundo. O impacto desse projeto chega ao Bom Fim, por um dos seus aspectos mais positivos. A quadruplicação da fábrica em Guaí�ba significará também a ampliação proporcional da Vida Desenvolvimento Ecológico – empresa do Bom Fim que recicla os resí�duos dessa indústria desde 1988, quando ela ainda se chamava Riocell.
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Para acompanhar a ampliação da fábrica e seguir dando conta da reciclagem de seus resí�duos sólidos, a Vida terá que investir R$ 60 milhões, a maior parte deles financiados pela própria indústria para ampliar instalações no local. Mas a equipe também vai crescer. A Vida atualmente tem 180 funcionários e já opera com outras duas indústrias de celulose – a Veracel, uma das maiores fábricas do Brasil, na Bahia, e a Rigesa, de capital americano, instalada em Três Barras, em Santa Catarina.
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Mais de 99% dos resíduos da Celulose Riograndense são reciclados pela Vida. Atualmente, são 20 mil toneladas por mês. Com a quadruplicação da fábrica vai aumentar para 56 mil toneladas por mês.
Subprodutos obtidos
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Cinzas do carvão mineral Origem: queima da caldeira Destino: indústria de cimento serragem de eucalipto Origem: corte da madeira Destino: empresas de aglomerados e compensados de madeira (MDF e MDP) rejeitos do digestor Origem: separação da fibra de celulose da madeira, matéria-prima da manta de celulose Destino: indústria de reciclagem de papel
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Comida Caseira Buffet livre sem limite de carne
Lodo e casca de eucalipto viram adubo Os resíduos industriais que precisam de algum tipo de armazenamento para serem reciclados vão para a central da Vida, em Eldorado do Sul Resíduos calcários gerados no forno de cal da indústria de celulose se tornam corretivos de acidez do solo
Lá, o lodo da Estação de Tratamento de Efluentes (ETE) e cascas de eucalipto são transformados em fertilizantes orgânicos E ainda há espaço para um pequeno aterro sanitário, para onde vai menos de 1% dos resíduos, que não podem ser reciclados.
Há 10 anos, no coletaneaâ coração do Bom Fim, servindo qualidade
A Vida fabrica em Eldorado do Sul e vende cinco produtos que têm como matéria-prima os resíduos da Celulose Riograndense Humoativo Fertilizante orgânico Destino: empresas de paisagismo
Humosolo Terra preta Destino: empresas de jardinagem e varejo em geral
Cafés especiais, chás, sucos, tortas doces e salgadas, sopas, alimentos integrais
Macro-cálcio e cinza calcítica Corretivos de acidez do solo Destino: vendido a granel
O Café está localizado dentro de um espaço cultural, a Casa Coletânea, que promove periodicamente eventos, palestras, saraus e cursos.
Um novo produto deve ser elaborado a partir do lodo da Estação de Tratamento de Água da CMPC, possivelmente, para recuperar áreas degradadas
Fontes: Pioneiros da Ecologia (JÁ Editores), Sinfonia Inacabada, Coojornal, Jornal do Comércio, Fernando Bergamin e Suzana Burger
Venha degustar nossa seleção especial de cafés, acompanhado por saborosas opções em doces e salgados.
Foto: Finestra
o de 1930 é a sede da empresa A casa e seu jardim foram tombados pelo patrimônio histórico. Restaurado e adaptado, virou sede da Vida há dois anos
ram de presente no casamento. As janelas, a escada de tábuas, os porta-copos no banheiro... Tudo conta um pouco da história do arquiteto alemão que veio para ficar seis meses no Rio Grande do Sul e se apaixonou por uma moça da elite local, Ema Kroeff. As aquarelas reproduzidas nas paredes
mostram cenas da primeira guerra mundial, que o jovem Joseph viveu e registrou, antes de sair da Alemanha. As cenas de campo mostram o seu encantamento com o lugar que adotou. A vida familiar transparece nos retratos dos três filhos - Magda, Rose e o pequeno Lutz sentado na escada.
+ 10 pratos quentes + 12 tipos de salada + 5 sobremesas c/ frutas Sábados R$ 14,00 Dom. e feriados R$ 16,00
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Trabalho começa no chão da fábrica O trabalho começa na própria fábrica de Guaíba, onde 23 funcionários da Vida atuam em educação ambiental, separação e triagem do lixo. O material já sai prensado e é vendido para fábricas recicladoras
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Com exceção dos 15 anos que viveu no exterior, Lutz, o filho, viveu sempre naquele sobrado. Está lá até hoje o baú em que trouxe seus livros e objetos, quando voltou para o Brasil em 1971, decidido a se engajar na luta ambiental. Depois da sua morte, em 2002, a casa ficou abandonada por muitos anos. Foi reformada para tornar-se a sede da empresa em expansão. O arquiteto Flávio Kiefer preservou o projeto original. Para ganhar espaço e resolver alguns problemas de mobilidade, projetou um anexo ao prédio, onde se instalou um elevador e a recepção. As imagens e objetos do passado convivendo com os computadores e a equipe de profissionais formam a imagem de uma empresa do século 21, como é a Vida.
espaço de cultura, saúde e lazer
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As seis casas darão lugar às novas áreas do HPS. Onde hoje estão as fachadas, de frente para o parque, vai ser o muro dos fundos do hospital. Por ali vão entrar os fornecedores e sair os rejeitos
Ampliação do HPS
Comerciantes têm prazo para
deixar prédios Obras atrasadas A respeito da matéria da edição anterior, sobre os atrasos nas obras do HPS, recebemos do coordenador de comunicação da Secretaria Municipal de Saúde, Ricardo Azeredo, a seguinte nota: “Gostaríamos de apontar uma imprecisão na matéria sobre as obras do HPS. O texto já no início menciona “as obras do HPS”, como se fosse a conclusão de todo o projeto de reforma. Sempre foi divulgado que ficariam prontos até o final do ano (e ficarão) apenas os setores de Emergência e Bloco Cirúrgico (que são a coluna vertebral da instituição), e alguns setores de apoio. Esta informação está no Memorial das Obras do HPS, documento técnico encaminhado por esta assessoria ao Jornal JÁ, juntamente com o texto reproduzido na matéria.
Seis casas da avenida José Bonifácio serão desapropriadas pela Prefeitura para dar lugar à ampliação do HPS Foto: A. Mazzei
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s proprietários já receberam a notificação. Uma das casas continua servindo de residência, as demais estão alugadas como pontos comerciais. E eles têm até maio para desocupar os imóveis. O café Coletânea é um deles. Completou nove anos em novembro. O café começa na calçada e vai pros fundos da casa, com vários espaços. “Tudo o que eu tinha, investi aqui”, diz o dono, Carlos Gehrart. Eles já consultaram três advogados, que não lhes deram um caminho para obter alguma forma de indenização. Simone Kras Borges, dona da estética, reformou a casa toda para montar seu negócio. Vai ter que sair. Está procurando imóvel no bairro. A pré-escola já vai começar 2015 em novo endereço. A comunicação de interesse para desapropriação foi feita aos proprietários em 2011. Formou-se um grupo de resistência, o SOS Brique, alegando que o local é um espaço cultural da cidade, houve até uma audiência pública na Câmara. A ampliação do HPS prevê uma saí�da pela José Bonifácio, para entrada de fornecedores e saí�da de rejeitos. Hoje eles disputam a mesma entrada das ambulâncias, o que muitas vezes bloqueia o caminho. Também nos fundos ficarão as áreas de apoio, como lavanderia, refeitórios, estoques.
Os inquilinos tentaram resistir com o SOS Brique, mas não serão nem indenizados
A obra total no prédio tem previsão de conclusão em 2018, como tem sido divulgado, e consta em detalhes no memorial enviado enviado à redação do JÁ, onde consta todo o cronograma do proje-
to com seus detalhamentos, inclusive previsão orçamentária para cada etapa. Ricardo Azeredo Coordenador da Assessoria de Comunicação Social Secretaria Municipal de Saúde
Nota do Editor
Não vemos onde está a “imprecisão”. Está bem claro na matéria que publicamos: “As obras em conclusão agora são apenas uma etapa de um projeto de modernização do HPS que deverá estar concluí�do só em 2018, com investimento de R$ 57 milhões, o maior de sua história”. Todas as informações constantes do referido “Memorial das Obras”, já foram publicadas pelo JÁ� , que acompanha o projeto de reforma do HPS desde o iní�cio. O que perguntamos (e continua sem resposta) é por que o orçamento para ampliação e modernização da Emergência saltou de R$ 8,9 milhões para R$ 13,3 milhões, um acréscimo de 30%? Ao contrário do que reafirma a nota, as obras em andamento – Emergência e Bloco Cirúrgico – não ficarão prontas este ano, basta olhar no local.
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Boa hora
para comprar
colchão
Vendas em queda e concorrência acirrada estimulam as boas ofertas
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ara aqueles consu midores que são previdentes, este é um bom momento para trocar de col chão no Bom Fim. Além de um consumidor com menos dinheiro neste fim de ano, os vendedores de colchão do bairro ainda en frentam entre si uma acirrada concorrência. Num trecho de oito quartei rões, da Osvaldo Aranha ao iní� cio da Protasio Alves, há cinco lojas vendendo colchão e jogos de cama, a maioria como fran queadas da Ortobom, a maior fabricante de colchões do Bra sil (seis milhões de unidades por ano). Normalmente, cai a ven da de colchões nesta época. A safra dos vendedores de col chões, segundo a experiência deles, vai de janeiro a maio. Mas em relação a isso também eles estão inseguros, diante das incertezas projetadas para a economia em 2015. Resumo: as vendas estão baixas. Por isso a época é pro pí�cia para boas ofertas.
“Há lugar para todos”
A mais nova loja de colchões do Bom Fim é a Empório, na Osvaldo Aranha com Felipe Camarão, histórica esquina do bairro. Deivid Scheffer, de 30 anos, é o dono da loja. Ele está lá há quatro meses. Deivid começou a trabalhar com colchões e jogos de cama numa franquia da Ortobom, ali mesmo na Osvaldo Aranha. De pois de cinco anos, achou que conseguiria tocar seu próprio negócio. Associado com o sogro, in vestiu na reforma da loja, onde
antes era uma farmácia. Em agosto abriu as portas. Traba lha com os colchões Ortobom, mas também com outras mar cas como a F.Maringá e a Dille to, além da marca própria. Diz que não tem motivo de queixas, embora sinta em de zembro uma queda nas ven das. “Tá estranho”, segundo ele. A esta altura, a duas sema nas do fim do ano, ele já não espera manter a média, de oito colchões por mês. Não acredita em melhora nas duas semanas finais: colchão não é uma mer cadoria preferencial nesse pe rí�odo de festas. Por isso o que o preocupa realmente é a previsão de in certeza na economia em 2015. A concorrência incomoda menos. Deivid acha que há lu gar para todos. O mercado de colchões cresce por vários fatores, a começar pelo reco nhecimento cada vez maior da importância do colchão para a qualidade do sono e a saúde da coluna.
“Vamos ver janeiro”
Deive é funcionário de uma franquia da Ortobom na Osval do Aranha. Ele diz que o mo vimento “não tá aquilo”. Mas é normal no ramo. Ele trabalhou dez anos na fá brica em Campo Bom. Quando entrou, em 2004, a Ortobom tinha tinha 98 lojas já com franquia. Hoje tem 250 no Rio Grande do Sul e Santa Catarina. A segunda quinzena de no vembro e a primeira semana de dezembro foram boas para ele, por conta do 13º salário. “Muito pagamento à vista”. Da qui pra frente até o fim do ano é pouco movimento. “Vamos ver janeiro”.
Empório é a quinta loja de colchões num trecho de oito quarteiros da Osvaldo Aranha
Facebook estimula venda de camisas Na Otello, outra esquina da Osvaldo, com a Fernandes Fieira, as expectativas se confir mam. “Tá começando a agitar”, diz o vendedor. Ele está desde o iní�cio na loja, sabe que movi mento mesmo é do dia 18 ao dia 24. “O pessoal deixa sempre pra última hora, normal, é o bra sileiro... nos últimos dias é o estouro da boiada” A loja do Bom Fim, inaugurada há quatro anos, foi a primeira filial da Otello, tradicional loja de roupas da Rua da Praia. (Hoje ela tem uma terceira filial no Iguatemi.) Nesse perí�odo de festas, a loja não tem pro moção. Não precisa: “Todo mundo quer estar de roupa nova no Natal e Ano Novo”. Com as mí�dias sociais, ainda mais: “Ninguém quer aparecer no Facebook com a mesma camisa em dois lugares”, diz o sábio vendedor.
Setor de vestuário aquecido em função das redes sociais
Alta nos preços assusta até a Lanchera Dizem no Bom Fim que o único lugar que não sente as crises é a Lancheria do Par que, a famosa Lanchera. Seu movimento nunca cai. “Sente, sim”, reaje o pro prietário Ivo Salton, puxando debaixo do balcão a nota das frutas para o fim de semana, que acabou de receber. “Na semana passada, foi três mil e seiscentos”, diz ele apontando para o novo mú mero: R$ 4.400. “O filé mig non era R$ 26, o fornecedor ligou: agora é R$ 39. O coxão foi de R$ 10 para R$ 16”. Ain
da tem o gás, com aumento previsto de 11%, e a luz, que subirá provavelmente 30%. Por enquanto, Salton rea giu aumentando o almoço de R$ 9 para R$ 10 durante a se mana e R$ 13 aos domingos. Aumento de um real. Lan ches, sucos e bebidas subiram também. O suco de laranja, por exemplo, subiu 13%. Salton acha que no sensí� vel mercado das refeições co merciais no Bom Fim, mesmo um pequeno aumento pode significar perda de clientes. A Lanchera segue servindo
o almoço mais acessí�vel no bairro entre os grandes for necedores de refeições tipo buffet livre. No interior do bairro, no entanto, há numerosa oferta com boa qualidade e menor preço. Salton acha, porém, que se houver perda ela será temporária porque, assim que passar o fim do ano e os preços retornarem “ao nor mal”, a Lancheria também volta ao preço anterior. “A menos que se perca o controle da inflação, mas aí� ninguém sabe onde vai parar”.
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Iberê abrirá na véspera dos feriados Mesmo com os feriados de Final de Ano, a Fundação Iberê Camargo abrirá ao público nas quartas-feiras, dias 24 e 31 de dezembro, com o horário de funcionamento das 12h às 15h, mas nas quintas-feiras do dia 25 de dezembro e 1 de janeiro, a instituição fecha para visitação. Quem ficar na Capital poderá conferir a mostra Iberê Camargo: Século XXI, exposição exclusiva em homenagem ao centenário do artista, com mais Horário de de 90 obras, que funcionamento segue até o dia 29 De terça a domingo de março. Tam- (inclusive feriados) bém estarão em Das 12h às 19h funcionamento o (último acesso 18h30) Press Café, a loja e Dias 24 e 31/dez Das 12h às 15h o estacionamento.
Feira de Natal
Até o dia 24 segue a A Feira de Natal do Bom Fim na avenida José Bonifácio, entre a avenida Osvaldo Aranha e a rua Vieira de Castro.Além de peças típicas de Natal, há um variado artesanato. Diariamente, das 15h às 21h.
CMPA homenageia o Bar Opinião
Expedicionário foi “envelopado” O Monumento ao Expedicionário foi “envelopado” por uma tela de mais de 600 m² durante os trabalhos de limpeza do granito. A tela encobriu os andaimes e o movimento de operários e técnicos. A imagem do monumento em tamanho real reproduzida na parte externa dava uma sensação de realidade virtual. A solução é uma novidade no Brasil, um tapume pós-moderno. Foi trazida pela Tuper, empresa
catarinense especializada em andaime de aço, que se incorporou ao projeto do Sinduscon. A limpeza do Expedicionário é a última etapa do projeto que recuperou 12 obras de arte, na Redenção.
Conselhos municipais ganham sede Os 26 conselhos municipais de Porto Alegre agora têm um endereço próprio: o casarão amarelo na esquina da João Pessoa com Venâncio Aires. Segundo a Prefeitura, a restauração da casa de dois andares custou 600 mil reais. Tem um salão para as reuniões e escritórios. “Esta obra é o coroamento de um local de convivência e que fi-
cará aberto para encontros e manifestações da sociedade”, disse o coordenador do Fórum dos Conselhos Municipais, Carlos Boanova. O plano é construir um novo prédio nos fundos do terreno, em convênio entre prefeitura e governo estadual, com espaços para cada conselho, mas não há cronograma.
A Celulose Riograndense deseja que em 2015 você continue escrevendo uma grande história.
Feliz Natal e um Próspero Ano Novo!
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O Bar Opinião, que começou em 1983 como um boteco e hoje é uma das mais tradicionais casas de shows do sul do paí�s, recebeu na Câmara Municipal a Comenda Porto do Sol. A proposta foi da vereadora Jussara Cony (PCdoB). Os sócios, Cláudio Fávero (Magrão) e Alexandre Lopes (Alemão), foram receber a homenagem. Magrão destacou que o Opinião representa 30 anos de batalha. “É� difí�cil empresariar em Porto Alegre e, quando falamos sobre o fechamento, não podemos deixar de agradecer ao poder público pelo apoio. Também gostaria de ressaltar que nós continuaremos com nosso dever de fomentar cultura.”, disse.
Magrão e Alemão recebem a comenda