Edição nº de 29 de Janeio, do Correio de Caria

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NA REGIÃO NORTE DE CASTELO BRANCO SINTONIISE 100.8 FM

CORREIO DE CARIA - registo da ERC nº 127362 - Edição 1- Mensal - 31 de janeiro 2020 - Preço 1€ - DIRETOR: Jorge Henriques Santos

AINDA NESTA EDIÇÃO

ATUALIDADE Linha da Beira Baixa Correio de Caria teve resposta

Pela abolição de portagens na A/23

Pag. 4 Politica Local Pag. 5

CENTRAIS Janeiras e Cultura Local Pags 8 e 9

OPINIÃO Avelino Pinto António Gaiola Dória Vilar Jorge Amaro Pag 11

ASTROLOGIA POESIA PAG. 14

NECROLOGIA Pag 15

ULTIMA PÁGINA Reportagem Festa das Varas de Fumeiro em Aranhas

Governo anuncia uma substancial redução no custo das portagens para breve, Plataforma acredita, está confiante, mas quer mais…

Pag. 3

Entrevista com o eng. João Carvalho

Entre o Horizonte dos Têxteis e os Termos da Quinta

Empresário com reconhecido prestigio nacional e internacional, nasceu, foi criado, investiu e tem sucesso na nossa região. Os seus tecidos e os seus vinhos são marcas de grande reconhecimento no mercado Europeu e MundiaL

Pags 6 e 7

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Edição 1 -31 de janeiro de 2020

PAGINA DO EDITOR

EDITORIAL

É

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imperativo que nesta edição faça uma avaliação sobre o primeiro impacto desta aventura, que é criar um jornal nos tempos que correm e no meio onde decorre. Se o tivesse escrito nos primeiros dois dias dizia que era hilariante. já que a receção para além de simpática, foi amistosa e nalguns locais até muito entusiástica. Nomeadamente perante a população de Caria que sempre teve um sentimento de identidade muito forte e este novo órgão aparece como que o espelho de uma identidade quase perdida, assim como pelas aldeias periféricas dos concelhos vizinhos, sobretudo de Penamacor. O retorno para assinaturas surpreendeu sobretudo porque apareceram pessoas de vários pontos do País com ligações a esta terra e que para além de beberem pelo suporte on line, também querem receber o jornal em papel. Para alguns, presos a bairrismos retrógrados, viram aqui uma ameaça como se uma sublevação popular se viesse fazer a partir de Caria, para dividir ainda mais um concelho já disperso, com um argumento no olhar de soslaio desconfiante “eh mais um para quê?”. Nada como a hora da verdade para ver entre os entusiastas e os céticos, com quais se pode contar e quem está disponível para ajudar para que o projeto avance. Como referi nalguns contactos, 500 assinaturas são a fasquia para que este órgão se torne viável na edição em papel, já que não pretende ser gratuito com fama de ser pago, nem dependente com fama de ser independente. A quem o ache interessante, uma assinatura por um valor quase simbólico, não é insuportável quer se trate de estabelecimento comercial, instituição, ou bolsa particular. A linha editorial está apresentada, o profissionalismo jornalístico também, os conteúdos falam por si e o painel de colaboradores também. Acreditamos num território que apesar de desertificado, tem o potencial da sua força de interior. Jorge Henriques Santos jornalista CPJ nº3354A

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Edição 1 - 31 de janeiro de 2020

DESTAQUE PAG 3

Pela abolição de portagens na A/23 Governo anuncia uma substancial redução no custo das portagens para breve, a Plataforma acredita, está confiante e quer mais …

Jorge Henriques Santos

U

ma substancial redução nos custos das portagens, foi a esperança que trouxeram os membros da Plataforma pela Reposição das SCUT que na segunda feira dia 20 de Janeiro, reuniu com três membros do Governo, em Lisboa e na terça feira promoveu uma conferência de imprensa na Covilhã, onde o Correio de Caria esteve presente . Embora sem dados concretos para anunciar a Plataforma constituída por um vasto conjunto de entidades da região, disse que pela primeira vez viram da parte do Governo uma mudança de atitude e do método de olhar para este problema. Assim o referiram Luís Garra, da União dos Sindicatos de Castelo Branco e José Gameiro da Associação Empresarial da Beira Baixa.

Candidatos do PSD empatam em Belmonte

A reivindicação da plataforma continua a ser a redução progressiva das portagens até à abolição completa. Chegando a apresentar como fasquia para 2020, a abolição para os residentes, e a redução de 50% para os não residentes.

N

Um modelo que o Governo à partida rejeita tanto pelas implicações de registo prévio aos residentes que isso implicava, como pelo choque com normas Europeias que não permitem situações discricionárias entre os cidadãos da Europa. Na reunião com os membros da plataforma, estiveram a ministra da Coesão Territorial, Ana Abrunhosa, a secretária de Estado da Valorização do Interior, Isabel Ferreira, e o secretário de Estado das Infraestruturas, Jorge Delgado. Compromissos efetivos não foram assumidos, mas “seria muito mau da parte do Governo colocar três membros a dialogar connosco e que o resultado não fosse bom” disse o presidente da Associação Empresarial, José Gameiro, garantindo estar convicto que “não nos virão uma redução de 1 ou 2%,” Reforçando todos os membros da plataforma, terem vindo convictos que a breve prazo será anunciada uma redução significativa nas portagens. Luis Garra referiu por seu turno um conjunto de iniciativas parlamentares, onde os vários partidos têm vindo a tomar posições, nomeadamente a ala esquerda, e onde os partidos mais à

direita também evoluíram nas posições pondo de parte a lógica do “utilizador pagador”. Salientando que “esta é uma matéria que está a ser muito acompanhada pelo gabinete do Sr. Primeiro Ministro”. Luis Veiga proprietário do Hotel Pura Lã e representante do Movimento de Empresários pela Subsistência do Interior salientou que a própria Ministra da Coesão apontou o dedo à questão que a própria plataforma tem vindo a a apontar que é o facto das portagens como o maior custo de contexto com um grande impacto negativo para a mobilidade das pessoas e das empresas, “o mais importante que temos na região e que tem efeitos negativos para as empresas, para os residentes e também para quem cá vem, nomeadamente os turistas”. E salientou: “Este é sem dúvida o maior fator de entropia, ao modelo de desenvolvimen-

to que nós tínhamos,. mas não ficámos por aqui, nesta reunião que mobilizou três ministérios e está a ser acompanhada de perto pelo Primeiro Ministro, foi também avaliada a possibilidade de fazermos um grande debate, ainda no primeiro trimestre de 2020, sobre a convergência da região, para o desenvolvimento”, para o qual convidaram a Ministra da Coesão Territorial e o secretário de estado das Infraestruturas. Um debate, que segundo Luis Veiga pretende diagnosticar, para além das portagens, o que precisamos e nos faz falta, na tal perspetiva de coesão e desenvolvimento sustentado “para além daquelas medidas salpicadas”, para que haja convergência no caminho da Beira Interior. Ainda no decorrer da mesma semana no decorrer de um encontro de Reitores Universitários do Sudoeste Europeu na UBI, Covilhã,

a secretária de Estado da Valorização do Interior, Isabel Ferreira anunciou, durante o encontro que o Governo está a preparar um conjunto de avisos de candidatura que terão dotação financeira própria para os territórios do Interior do país. Realçando que desde a anterior legislatura, está a ser seguida uma estratégia, que visa a valorização do Interior, através da valorização de recursos endógenos, da dinamização da capacidade empresarial e da captação de investimento e fixação de pessoas. Esperança em tempos de Epifania, trouxe a Plataforma desde Lisboa e trouxe a secretária de estado à UBI que com igual espirito este Correio de Caria leva aos seus leitores, como um Cantar de Janeiras…

as eleições internas do PSD do passado dia 19 de Janeiro Rui Rio sagrou-se vencedor a nível nacional, com 53%, contra o seu adversário da segunda volta, Luís Montenegro, com cerca de 47%. Porém Montenegro voltou a ser o candidato mais votado no distrito de Castelo Branco. Nestas eleições estavam inscritos 784 militantes do distrito e votaram 637, mais 30 votantes que na semana anterior. Montenegro somou em Castelo Branco 65,09 por cento dos votos (414 votos) contra os 34,91 por cento (222 votos) de Rui Rio. O antigo líder parlamentar voltou a ser o mais votado nas concelhias de Castelo Branco, Fundão, Vila de Rei, Sertã, Penamacor e Oleiros, somando a Covilhã, que tinha dado a vitória a Rui Rio na primeira volta. Rui Rio venceu nas concelhias de Idanha-a-Nova e Vila Velha de Ródão. Os dois candidatos ficaram empatados em Proença-a-Nova e Belmonte. Em Proença-a-Nova Rio tinha ganho a primeira volta e em Belmonte tinha ganho Montenegro De registar porém que no concelho de Belmonte apenas soma 14 militantes inscritos com direito a votar, tendo votado 12, meia dúzia em cada candidatura, nesta eleição. Já em Proença a nova o PSD tem 27 militantes inscritos, tendo votado 22, 11 em cada candidatura.


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Edição 1 -31 de janeiro de 2020

ATUALIDADE

ALARGAMENTO DA LINHA DA BEIRA BAIXA

Infraestruturas de Portugal Respondeu ao Correio de Caria C

catenária; - Foram já colocados os postes de catenária entre Caria e Belmonte;

omo se costuma dizer, tarde é o que nunca vem. Assim aconteceu com o a nossa insistência junto das Infraestruturas de Portugal que no dia 14 de janeiro, após a nossa edição de 3 de janeiro, às questões então colocados e que integralmente se transcreve.

Gostaríamos também de incluir na mesma informação, os impactos que este alargamento vai ter em termos dos estudos que foram feitos, Impactos na linha da beira alta: Encontra-se já em curso, a empreitada de “MODERNIZAÇÃO DA LINHA DA BEIRA ALTA - TROÇO GUARDA / VILAR FORMOSO, SUBTROÇO 3.1. FASE 1- KM 209+425 AO KM 223+537”. O atraso sofrido na empreitada da linha da Beira Baixa, não tem nesta fase qualquer repercussão nas empreitadas em lançamento ou por lançar na Linha da Beira Alta.

Gostaríamos de informar porque derraparam os prazos previstos? Efetivamente registou-se um atraso na obra, devido aos desvios de algumas atividades situadas no caminho crítico da empreitada. Numa empreitada desta magnitude é habitual que surjam situações imprevistas principalmente ao nível geotécnico, estas situações têm contribuído para o atraso dos trabalhos sendo que a IP tem tomado todas as diligências no sentido de minimizar o impacto dessas situações no andamento dos trabalhos. Prevê-se assim a conclusão da empreitada no 3º trimestre de 2020.

Impactos na circulação rodoviária: Não existem impactos na circulação rodoviária, além dos condicionamentos pontuais (desvios de trânsito ou interrupções temporárias) necessários numa obra desta dimensão, que são sempre articulados com as respetivas Autarquias e Forças Policiais locais.

Se a obra parou ou continua a funcionar? A obra está em curso, não tendo existido qualquer paragem na execução dos trabalhos. Se as várias empreitadas vão prosseguir a bom termo. A IP, como referido anteriormente, pretende ter a obra concluída no 3º trimestre de 2020. Se todas as fases já foram adjudicadas. Sim. O que foi feito e o que falta fazer. Foram já realizados inúmeros trabalhos ao longo dos 46 km do troço, dos quais se destacam: - Construção da Concordância das Beiras; - Estabilização de taludes; - Drenagens; - Construção das plataformas

de passageiros de Maçainhas, Benespera, Barracão/Sabugal, bem como a remodelação do edifício de Caria; - Remodelação do Edifício do Barracão/Sabugal; - Substituição e reforço das Pon-

tes do Corge, Maçainhas, Zêzere, Gogos e Penha da Barroca que se encontram, em fase de conclusão; - A passagem Inferior ao km 207+212 e o respetivo restabelecimento estão em fase de conclusão; - Foram já instalados na Linha

Câmara Municipal com obras em casa T

em vindo a decorrer nestes dias de final de Janeiro a mudança dos serviços da autarquia municipal para instalações provisórias, no antigo espaço das finanças, enquanto decorrem as obras de requalificação e valorização do edifício sede do município. S. Pedro tem estado de costas voltadas para Belmonte e as condições atmosféricas têm prejudicado grandemente as operações, uma vez que a obra vai

envolver a estrutura do telhado e a remodelação de todo o interior A obra já está adjudicada na sequência de uma deliberação camarária de 16 de maio de 2019 e deliberação da Assembleia Municipal para contração de um empréstimo, cujas obras são também comparticipadas pelo Governo, através da segunda fase do programa de Beneficiação de Equipamentos Municipais (BEM) que contemplou 4,7 milhões de euros para 38 proje-

tos no Orçamento de Estado de 2019. A obra compreende a alteração do interior e envolvente (opaco e envidraçado) do edifício, conforme programa de procedimento, pelo valor de 317.722,60 € acrescido de IVA, pelo prazo de execução de 5 meses, A empreitada decorrente de concurso publico, foi entregue à EFIMA – Eficiência, Instalações e Manutenção, Lda.

da Beira Alta os novos AMVs, da nova diagonal de Ligação à Beira Baixa bem como da Concordância das Beiras; - Encontra-se já a ser instalada a nova via férrea entre a Guarda e o Barracão e os respetivos postes de

Relativamente ao traçado se estão previstas a criação de passagens desniveladas, uma vez que nos parece se estarem a manter todas as passagens de nível.? Das 21 passagens de nível existentes entre a Covilhã e a Guarda, duas das quais são particulares, iremos proceder ao encerramento de uma, a passagem de nível do Barracão, situada ao km 206+690 através de um restabelecimento e passagem inferior ao caminho de ferro. O restabelecimento encontra-se já em fase de conclusão, prevendo-se a abertura do mesmo a muito breve trecho. As restantes passagens de nível, com exceção das particulares, serão automatizadas. jhs


Edição 1 - 31 de janeiro de 2020

AUTARQUIAS

Consulado da Polémica

A bronca estala no estúdio da rádio Cova da Beira, onde várias personalidades, debatiam as previsões para 2020 e o tema da regionalização torna a vir à Liça, João Morgado contrapôe dando como exemplo “se autarcas vizinhos, da mesma cor politica e aparentemente amigos competem entre si em coisas como um consulado o que adianta falar em regionalização”. Pressionado para esclarecer diz nessa rádio que o município da Covilhã tentou desviar o consulado honorário do Brasil de Belmonte para a Covilhã, assunto que ganha particular eco na comunicação local regional. No final da sessão de Câmara, dessa semana os jornalistas confrontam Vitor Pereira que garante ter sido uma ação concertada dos três autarcas da Cova da Beira. O

autarca não negou que a câmara da Covilhã enviou um ofício ao Embaixador do Brasil a pedir que o consulado fosse instalado na cidade da Covilhã, mas diz que a ação foi concertada com Belmonte e Fundão.[“Quer o ofício que fez o presidente da câmara da Covilhã, quer o do Fundão, quer o de Belmonte, cada um pedia o consulado no seu concelho, é uma ação concertada. Eu bem vos entendo, alguém quis criar aqui um fato político, mas saiu-lhe o tiro pela culatra, porque não há fato político nenhum. Houve uma ação concertada dos municípios de Belmonte, Covilhã e Fundão, no sentido que aqui ficasse fixado, na Cova da Beira, um consulado honorário do Brasil, e todas as diligencias que fizemos foi no sentido de evitar que esse mesmo consu-

lado pudesse ir para outro lado”]. Refere a mesma fonte, a RCB que “antes disso, na reunião privada do executivo, Vítor Pereira deu outra resposta aos vereadores da oposição que pediram esclarecimentos sobre o assunto.”] [“O único esclarecimento que nos foi dado, foi reencaminharem-nos para o presidente da câmara de Belmonte”] disse Adolfo Mesquita Nunes que não aceitou a resposta. Dias Rocha, foi questionado pela Rádio Cova da Beira e responde: [“Eu acho que não foi bem isso que aconteceu, ou se aconteceu foi algum lapso. A Covilhã merece o respeito e toda a consideração, sempre definimos que o que é bom para a Covilhã é bom para Belmonte, o que é bom para o Fundão é bom para Belmonte e

o que é bom para Belmonte é bom para eles. Eu tenho a certeza que quer os presidentes das câmaras de Covilhã quer do Fundão estão solidários comigo e estão satisfeitos se o consulado vier para Belmonte que é onde deveria ficar.” Para o presidente da câmara de Belmonte o importante é que o Consulado vá para Belmonte[ “oficiosamente temos a informação que o consulado virá para Belmonte, mas é oficiosamente, não há certezas, penso que está dependente da tomada de posse do novo embaixador do Brasil”]. O autarca espera que o consulado possa estar a funcionar em Belmonte no primeiro trimestre do ano, “é um sonho que temos há muitos anos e que ficaremos satisfeitos se o virmos concretizado”. Apesar das várias tentativas, a Rádio Cova da Beira diz não ter conseguido contato com o presidente da câmara do Fundão. Correio de Caria também tentou obter esclarecimento junto do gabinete de Comunicação da Câmara Municipal da Covilhã, mas até ao fecho desta edição não chegou informação. jhs

Santa Casa da Misericórdia de Belmonte com novo mandato. C

elebrou-se no passado dia 17 de janeiro, o acto de tomada de posse dos órgãos sociais da Santa Casa da Misericórdia de Belmonte, eleitos no dia 12 de Dezembro, para o quadriénio 2020/23 Ao ato assistiram representantes de várias entidades acreditadas pela instituição e com as quais tem parcerias. Segundo foi declarou a outro o. c.s. o provedor reconduzido José Manuel Caninhas Figueiredo, trata-se de “uma equipa queza, apostando na melhoria dos serviços e em novas ofertas, sem esquecer a azão de ser da misericórdia…” A composição dos órgãos mantém-se praticamente com os mesmos irmãos, liderada a mesa administrativa por José Manuel Caninhas, a mesa da Assembleia pelo presidente da Câmara, António Dias Rocha e o definitório pelo irmão João Lucas Paiva. Destaque para três substituições na mesa administrativa. O vice -provedor onde Vitor Nunes vem substituir …. O secretário onde o presidente da A.D.B. Carlos Afonso vem substituir o secretário José Feliciano e o deputado municipal Acácio Dias vem assumir a tesouraria dos irmãos da Santa Casa. Ficando os órgaos constituidos Presidente,António Pinto Dias Rocha; Vice-Presidente, Luís Antó-

nio Pinto de Almeida; Secretário Joaquim Manuel Alves Vitória;n1º Suplente António José Pimenta de Melo; 2º Suplente-João Duarte Gaspar; Suplente Hugo Adolfo dos Santos Taborda Mesa Administrativa: Provedor -José Manuel Caninhas de Figueiredo; Vice-Provedor. Vitor Manuel da Costa Nunes; Secretário, Carlos Alberto Duarte Afonso; Tesoureiro, Acácio Bernardo Nunes Dias ; Vogal M a r i a Ivone Silva Matos Valério; Vogal Maria José Carvalho Proença; Vogal, Fernando Domingos Pereira da Fonte ; Suplente,Ascenção Maria Pereira Azevedo; Suplente Victor Carlos Matos Amaro Suplente Ana Maria Carvalho Fernandes Monteirinho dos Santos Definitório Presidente, João Lucas Paiva;Vogal, Raúl Rogeiro; Vogal, Diana Marina Afonso Tomé Borrego; Suplente, António Manuel Botas Reis; Suplente, Mário Gonçalves Paiva Pina; Suplente Tiago André dos Santos Duarte Gaspar “Formadas num momento de grande prosperidade económica nacional, o reinado de D. Manuel I (1495-1521), com o intuito de praticar as catorze obras de misericórdia do catecismo cristão, as misericórdias portuguesas cedo

se transformaram numa instituição abrangente e polifacetada, que absorvia um espectro variado de práticas de caridade. Mas também se foram constituindo num dos principais pólos do poder local do Reino, agregando as elites locais. Apesar de serem protegidas pelo poder régio, de quem dependiam diretamente, atuaram com uma grande margem de liberdade em relação ao poder monárquico, sem deixarem de acusar as configurações próprias de cada momento histórico.” Isabel dos Guimarães Sá; Maria Antónia Lopes. “História das Misericórdias” Universidade de Coimbra.

A Santa Casa da Misericórdia é uma instituição confessional, na qual a eleição dos órgãos sociais tem de ser sufragada pelo responsável da Diocese, neste caso o Bispo da Guarda. Pelo carácter confessional da instituição os irmãos empossados fazem votos de serviço à irmandade congregada na instituição através de votos de fé e compromisso.

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Hugo Taborda afirma-se candidato

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omo é do conhecimento geral o presidente eleito da Junta de Freguesia de Belmonte José Mariano, pediu suspensão do mandato, do qual acabou por vir a renunciar recentemente. Sendo substituído no cargo pelo secretário eleito Hugo Adolfo Taborda. Logo no mês de Julho (como aqueles segredos que toda a gente sabe..) se passava de boca a orelha a noticia que uma figura proeminente da história de Belmonte, vinda das fileiras do Partido Comunista, seria o designado futuro candidato da lista do PS, à união de juntas de freguesia de Belmonte e Colmeal da Torre. A primeira reação, de qualquer mente comum, era desmentir, conhecendo-se o ódio politico que certas militâncias conservam. Tanto mais que este Partido Socialista é o mesmo de Jorge Coelho, António Guterres, Jorge Sampaio e também José Sócrates, António Costa e até de Mário Soares…. Mas a coisa era afirmada com tanta convicção e por tanta gente, que Correio de Caria não resistiu a confrontar Hugo Taborda sobre o caso. O autarca e atual presidente em exercício na União de Freguesias de Belmonte e Colmeal da Torre, disse saber como toda a gente desse rumor, já ter confrontado o próprio, mas também já ter afirmado e comunicado ao futuro presidente da Comissão Politica Concelhia que ele vai ser candidato. Apenas vai aceitar ser cabeça de lista e de sorriso e em tom irónico disse “número dois só para a Câmara, atrás do Dr. António Rocha”. Assim vai a politica local… jhs

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Edição 1 -31 de janeiro de 2020

ENTREVISTA

Entrevista ao empresário João Carvalho

“...o interior tem de ter um desenvolvimento. Nós tivemos

alguns exemplos de reinados que povoaram o interior.…” João Carvalho, natural do Carvalhal Formoso, freguesia de Inguias, aqui frequentou a escola primária, o liceu e a Universidade na Covilhã e acreditou sempre em fazer futuro na nossa região. Aplicou a sua vontade de aprender o conhecimento adquirido e o seu espirito empreendedor, com a capacidade e a força que está no interior. É reconhecido como um empresário de sucesso nos dois ramos a que se dedicou, as suas marcas têm reconhecimento e prestigio, nacional e internacional. O Engº João Carvalho é um dos valores e exemplo desta região,incontornável para uma entrevista ao Correio de Caria.

Jorge Henriques Santos Correio de Caria: A primeira questão é onde é que o Eng.º João Carvalho nasceu e onde foi criado? João Carvalho: - Nasci nesta propriedade, naquela casa ali ao lado, há 62 anos. C.C. - Onde estudou? J.C. - Fiz a escola primária no Carvalhal Formoso, fiz a telescola, ainda havia a telescola. Fiz depois o liceu no Liceu Nacional da Covilhã. Fiz a Universidade na UBI e fiz depois as provas de aptidão pedagógica e cientifica, o mestrado digamos assim, em Barcelona no Conselho Superior de Investigações Cientificas. C.C, - E qual a via que seguiu? J.C. - Quando chegou a altura de seguir uma via, eu não queria sair da região e aqui só se podiam fazer três coisas: ou agricultura, ou construção civil, ou têxtil. Agricultura, eu não a via assim muito bem; construção civil eu não lidava assim muito bem com o cimento, então lá fomos nós para a têxtil. C.C.- Onde começou a sua atividade Profissional? J.C. - Quando acabei o curso fui trabalhar para a Sociedade de Fabricantes do Tortozendo, durante quatro anos, depois estive numa outra empresa na Covilhã, no José Esteves Fiadeiro, mais três anos. C.C.- Depois a Atividade Empresarial!? J.C. - Depois daí é que avancei com mais dois sócios na Indústria Têxtil por conta própria. Em 1993 C.C - E qual era a empresa, já era a FITCOM? J.C. - Sim arrancámos logo com a FITCOM C.C. - Ainda se mantém essa sociedade? J.C. - Matém-se a empresa e mantêm-se os sócios. C.C.- A FITCOM também se tem afirmado na região e pelo Mundo?! J.C.- Estamos no mercado em vários pontos do Mundo, mas maioritariamente o nosso mercado é Europeu. Em Portugal também temos algumas coisas, mas o mercado português para nós representa apenas 5%., 95% é para a exportação.

C.C.- É aí que está a chave do sucesso da FITCOM? É na exportação? J.C.- Olhe eu acho que a chave do sucesso de qualquer empresa tem a ver com a diferenciação do produto e com o trabalho e de fato a nossa equipa, sempre se pautou por ter produtos diferenciadores e por trabalhar incansávelmente, as horas do dia ou da noite que forem necessárias. C. C. – Num País que reconhecidamente tem um grande défice empresarial, o senhor é reconhecido como um empresário de sucesso. Tem consciência disso? J.C - Eu tenho consciência disso, se é bem atribuído o nome ou não (risos) isso é que já não sei… C.C. -O que é isso do sucesso? J.C.- O sucesso é sempre muito subjetivo, aquilo que eu tento é sempre adaptar-me às novas realidades. Eu nunca disse é assim porque eu entendo que seja assim… Quando afirmo que é assim é porque é esse o caminho para onde o mercado aponta. Pois mas não há chave para o sucesso C.C.- Mas pedia-lhe que me indicasse dois ou três fatores fundamentais, para não se falhar!? J.C.- Primeiro é preciso ter conhecimento, já diz o velho ditado quem te manda a ti sapateiro tocar rabecão. Por isso acho fundamental conhecer-se o produto e a forma como se transforma o produto. Depois é preciso ter-se uma paciência sem limites, as coisas nem sempre calham bem à primeira, tem de se ter a paciência de novas tentativas, e esforços. C.C.-Persistência?! J.C.-Exatamente. Quantas vezes estamos já numa fase avançada do processo e descobrimos, não é por aqui, vamos recuar, vamos começar do zero. Isso faz parte tanto da vida como da atividade empresarial. E isso tanto se aplica ao produto, como à produção, como ao mercado. C.C. - No Têxtil por exemplo, em poucos anos a Covilhã, de Manchester portuguesa, transformou-se no maior cemitério industrial da Europa. O senhor investiu quando outros estavam a fechar, e venceu !? J.C. - Primeiro temos de perceber

porque é que os outros estavam a fechar. Era uma altura de crise, mas a crise não era assim tão acentuada. A Itália estava em muito bom estado, Portugal teve uma revolução e logo a seguir uma grande atrapalhação neste sector, na sua organização e adaptação ao mercado. C.C. - Porque não conseguiram as grandes empresas da Covilhã se adaptar? Que leitura faz? J.C. -Acompanhei o processo da maioria delas e com explicação de uma ou outra que conheci, a maioria falharam por benevolência técnica e tecnológica, mas não propriamente por má gestão. Houve uma inflação muito acentuada, chegou a haver juros de quase 50%, de repente os empresários ficaram descapitalizados, tecnologicamente não se renovaram e perderam a competitividade, perderam o mercado. C.C.- E neste contexto aparece a FITCOM e afirma-se no mercado?! J.C.- A FITCOM aparece, Aparece de uma forma inovadora, com conceitos novos. Eu era professor na Universidade da Beira Interior, na área do Design Têxtil, tinha uma boa noção daquilo que era o têxtil, do que era o desenho e daquilo que o mercado procurava. Em termos tecnológicos também tínhamos uma boa formação, alguma capacidade em saber selecionar aquilo

que era importante. C.C. - Um bom domínio técnico do sector?! J.C. - Por exemplo o primeiro investimento que eu fiz foi na área do design e na área da qualidade. Penso que foi o primeiro sistema CAD a vir apara Portugal, lembro-me que na altura custou uma fortuna quatro mil contos ( isso dá hoje 8 mil euros) e tinha de estar num ambiente acondicionado. Montei um laboratório de qualidade que na altura custou-me cerca de 150 mil contos: Lembro-me que naquele primeiro projeto o mais barato foram de facto os seis teares que na altura adquiri. C.C. - O que era o inverso daquilo que se costumava fazer em termos de Indústria Têxtil, Na Covilhã!! J.C.-Era o inverso daquilo que era tradicional . Aliás nós ainda hoje pautamos por ser uma das empresas tecnologicamente mais avançadas da Europa e as áreas que nunca descuramos são o design e a qualidade. É claro que temos de ser competitivos em termos económicos, mas o mercado não se cativa só porque se vende um produto mais barato que os outros. Penso que o mercado se cativa, ao ter produtos diferenciadores e colocar aquilo que agrada ao consumidor.

C.C. - Onde é que estão a maior quantidade dos consumidores da FITCOM? -J.C.- É na Europa, nós vendemos cerca de 80% do que produzimos na Europa e os outros 20% estão pelo mundo fora. Neste momento estamos a progredir no continente americano. Nesta ocasião tenho gente numa feira têxtil na Colômbia. Na semana passada estivémos em Inglaterra, mas neste momento o nosso vetor de crescimento, está um pouco direcionado para o continente americano. C.C. - Do têxtil ficava por aqui virava-me agora para a agricultura, (risos). -Na Agricultura todos abandonaram os campos, deixaram as propriedades foram para as cidades. Esta sua propriedade tem uma terra assim tão boa em termos agrícolas, para o senhor ficar cá? J.C.- Bem eu nasci aqui, fui aqui criado, vivi aqui. Quando fui para a Universidade eu disse “adeus quinta que a mim não me apanhas cá mais…” risos. Vou-me tornar num citadino e esquecer o campo… Acontece que uns anos mais tarde o meu Pai faleceu, a minha Mãe decidiu fazer as partilhas, as minhas irmãs não estavam interessadas no campo e eu tive de regressar e dizer “bom dia quinta cá estou eu outra vez”. Quando


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ENTREVISTA

regressei vinha sem qualquer ideia do que é que queria fazer. A quinta já tinha um património vitivinícola interessante, mas tinham passado por cá uns rendeiros que se tinham encarregado das destruir. Nalgumas havia que arrancar e replantar.

uma federação, ou qualquer coisa que unisse esta região da Beira Interior. Pegar nesta zona que vem desde Ródão cobrindo Castelo Branco e Guarda, até Viseu. Isso já era alguma massa critica. Agora como nós estamos organizados em termos associativos, não representamos nada. As autarquias estão isoladas umas das outras, cada uma olha para o seu umbigo, de facto não conseguimos superar a nossa pequenez.

C.C.- Mas esta não era a sua área técnica e de conhecimento?! J.C.- Primeiro eu tinha o meu conhecimento empírico, porque eu vivi aqui durante os primeiros 19 ou 20 anos; Segundo o que em primeiro lugar fiz, foi contratar alguém que soubesse. criei uma avença com o Engº Francisco Santos que era o responsável da viticultura aqui da Cova da Beira e ele de facto é que me ajudou a avançar com a parte das vinhas. Para explorarmos as vinhas que tínhamos, comprámos direitos de vinha quase por todo o País, comprei terrenos aqui à volta. Algumas plantámos outras conservámos, ainda hoje temos vinhas que foram plantadas em 1931, de onde tiramos o nosso “Vinhas Velhas”. C.C.- E há também um microclima interessante para isso? J.C.- Ainda bem que tocou esse ponto que é muito importante. A Quinta dos Termos tem um terroado muito próprio, como vê nós estamos rodeados de montanhas a toda a volta, isto é um búnker e como tal tem amplitudes térmicas enormíssimas. Nós podemos no Verão, durante o dia chegar aos 50 graus e à noite ter 17 ou 18 graus, porque durante o dia estamos aqui numa caldeira e isto aquece, quando chega à noite o calor sobe e vem a fresquidão isto dá um microclima extraordinário no Mundo do Vinho. C.C. - Próprio para o vinho? não é para as outras culturas? J.C. -Há outras culturas que também gostam deste tipo de microclima, mas para o vinho, no conceito que nós temos do vinho, é especial e de facto, tal como para têxtil, nós temos de ter um produto diferenciado, aqui o vinho também é diferenciado. Nós temos de fazer aquilo que a natureza nos deixa fazer. Eu costumo dizer muita vez “o vinho faz-se na vinha, na adega nós só precisamos de saber conservá-lo”. É de facto esta particularidade que permite criar aqui vinhos de terroado. Eu se quiser fazer um determinado tecido na minha fábrica do Tortozendo, posso reproduzi-lo em qualquer parte do Mundo, EUA, China etc. Mas se eu quiser fazer o vinho que faço aqui na Quinta dos Termos, não o consigo fazer, por isso é que fomos eleger também outros sítios para fazer vinho. C.C.- E por isso vem a apostar noutras zonas? J.C.- Por isso é que nós comprámos a quinta da Herdade da Louza que já vai dar um vinho completamente diferente do da Quinta dos Termos, mas sempre com o mesmo lema “ o vinho faz-se na vinha, na adega só….” C-C.-E é também com esta perspetiva diferenciadora? J.C.- Exatamente! Ele vai ter caraterísticas completamente diferentes deste, mas complementar a este. Agora estamos a investir no Douro, mas também com a mesma filosofia, fazer o que lá é possível fazer, com aquele clima ali e vamos ter três vinhos complementares. Mas voltando aqui à quinta dos

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C.C- Deixamos a preocupação no ar. E terminando onde poderiamos começar, segundo vem na comunicação social, agora investiu 3 milhões no Douro, no sector dos vinhos. Quando todos dizem que a produção ali fica mais cara e lá se queixam, da grande concorrência do Sul! Será atrevimento? J.C- Primeiro, eu ainda não investi três milhões nenhuns, no global desde a aquisição dos terrenos, à construção das vinhas, à montagem da adega, será um investimento dessa grandeza, mas não se faz num mês nem num ano. Porque de facto desde que se planta uma videira até que se começa a beber, o primeiro vinho vai para o mercado passados cinco ou seis anos. Agora como eu disse há pouco, o importante não é o preço, o importante é quanto é que vale o produto.

Termos, temos as nossas vinhas numa área previligiada, todas elas com um declive ligeiramente acentuado, viradas a sul, favorecidas pelo Sol que lhes dá, desde que nasce até que se põe, isso danos uma maturação muito equilibrada, embora devido às grandes amplitudes térmicas, seja uma maturação muito lenta. O pintor começa na mesma altura mas vai terminar 15 dias ou um mês depois, ou seja vamos ter vinhos muito mais complexos, com uma longevidade distinta. Eu acho que foi isso que agradou ao mercado. C.C. -Acha por isso que há muito potencial no interior que precisa ser valorizado? J.C- Não tenho qualquer dúvida e acho que efetivamente o interior tem de ter um desenvolvimento. Nós tivemos alguns exemplos de reinados que povoaram o interior. Tivemos o D. Sancho I que até ficou com o cognome do povoador; o D. Diniz que ficou com o cognome de o Agricultor e eles conseguiram-no como? Quando eles isentavam tributos e criavam atrativos para outras regiões as pessoas iam para lá, em condições muitas vezes até muito paupérrimas, mas toda a gente vivia em condições paupérrimas. C.C. - Criar uma discriminação positiva? J,C, - Há que tomar medidas em relação ao Interior e isso passa pela despenalização em impostos e aumento de ordenados. Imagine o seguinte cenário, nos impostos que as empresas pagam, vamos reduzi-los em 50%, mas vamos aumentar os ordenados proporcionalmente. Cativava-se a gente das cidades para o interior e estávamos a incentivar os empresários para investir significativamente no interior. C.C.-Mas o que se tem passado não é isso? J.C.-Não, o que se passa é o contrário, inclusivamente nós temos as autoestradas mais caras do País e da Europa. Eu dizia o outro dia a uma pessoa da área do poder que me desloco de forma mais fácil e mais barata de Lisboa para qualquer centro da Europa do que me desloco daqui para Lisboa. De facto como isto está leva a que só fiquem por aqui alguns teimosos, alguns tontos que

persistem em não se ir embora, senão era a demandada geral. C.C.-E para as novas gerações continua a ser difícil ficar?! J.C.-As novas gerações já nem sabem que isto existe, os pais levaramnos de pequenos e para os que cá ficaram continuam a sonhar ir para fora, os empregos não são compensadores. A Universidade da Beira interior tem 7200 alunos, todos os anos se licenciam mais de mil alunos. Destes mil quantos cá ficam? Menos de 5%. C.C. -Então ao nível do Governo o caminho era despenalizar em vez de penalizar o interior. E ao nível das autarquias, o que faz falta fazer? J.C. - As autarquias não podem fazer muito mais do que aquilo que fazem, elas também estão limitadas, estão dependentes do Poder Central, mesmo com a descentralização tão falada, tudo fica dependente da Capital. C.C. - Mas por exemplo criaramse aqui concretamente em Belmonte várias experiências de geminação e parceria com várias cidades nomeadamente no Brasil. Isso tem dado alguns resultados? J.C. - No meu ponto de vista, a divulgação das regiões é muito importante, independentemente de ser para o Brasil ou outro local, quando é que isso dá frutos, é que é muito relativo. Nós quando plantamos uma videira levamos vários anos até que essa vinha produza bom vinho. C.C.-Em termos muito concretos, o Sr. produz vinho e fabrica têxtil. Destas parcerias, visitas, deslocações, criaram-se-lhe algumas oportunida-

des de negócio? J.C.- Muito pouco, mas acredito que sejam frutíferas num futuro, porque um negócio não é uma coisa que se faça num clique. O negócio é como um casamento, antes do casamento há um namoro. Antes de alguém comprar alguma coisa estuda o produto, estuda o mercado, avalia a concorrência. C.C.Em termos de escala, as empresas da região têm capacidade para fornecer mercados no Brasil por exemplo? J.C. -Então não têm!?, em termos de vinhos a Quinta dos Termos tem capacidade para fornecer mercados no Brasil e em termos do têxtil eu produzo, 15 km de tecido por dia. Se estamos a participar em vários pontos do continente americano, porque não no Brasil!? C.C.- Voltando aqui à necessidade de afirmar esta força que vem do interior, a Plataforma pela Reposição das SCUT, está animada porque passados nove anos vê alguma luz no sentido da redução significativa das portagens. Esta plataforma é um modelo multisectorial com empresários, comerciantes sindicatos etc. Passará por modelos destes a reivindicação do Interior !? J.C.- Bem! quanto é que é a redução?, 1%, 3%, 20%? Se é 20% não vai adiantar nada. Uma redução no caso concreto das portagens tem de ser drástica, drástica quer dizer que tem de ser superior a 50%. Agora quando falamos em massa critica, nós não temos massa critica. Aqui há 20 anos era eu presidente da Associação Empresarial da Covilhã, Belmonte e Penamacor. Na altura nós falámos com outros colegas de outras associações para a criação de

C.C. - E o produto do Douro é mais valorizado!? J.C. -Não vou falar de vinhos iguais porque não há vinhos iguais, mas dentro da mesma gama, um vinho do douro vale três vezes mais do que o da Beira Interior. Outro espeto é como eu disse atrás, ter vinhos que se complementam, ter produto que agrade ao mais variado tipo de palatos. Sempre vinhos de terroado, com identidade, mas com caraterísticas diferenciadoras. C.C. -Bem vejo que tem projetos e ideias que vão para além da sua esperança de vida. Por muito longa que ela seja. Há perspetiva de ter nos seus descendentes quem lhe dê continuidade? J.C. -- Tenho aqui um exemplo, de um jovem formado em Lisboa na Nova, que trabalhou em Lisboa três anos, muito bem remunerado e veio para aqui a ganhar um terço do que ganhava em Lisboa. É o meu filho Pedro Carvalho. (que nos apresentou nessa ocasião), é aqui responsável do setor comercial da Quinta dos Termos C.C. E tem só este? J.C.-Temos outro filho o Miguel que também fez uma licenciatura em Engenharia, Mestrado e várias especializações e está no departamento técnico da FITCOM. C.C.- Ambos seguindo o exemplo dos Pais de juntar o conhecimento técnico com a experiência do trabalho? J.C.- Sim, é sempre muito importante juntar o conhecimento cientifico com o conhecimento empírico. C.C. -Vamos contentes porque adivinhamos que esta rota de sucesso empresarial, vai ter continuidade. Obrigado! J.C.- Assim Espero. Bem Haja!


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DESTAQUE

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MERCADO BELMONTINO

2020 BELMONTE 22 E 23 FEVEREIRO

PAVILHÃO MULTIUSOS

Programa brevemente: cm-belmonte.pt

Janeiras em Penamacor J

aneiro é mês de Janeiras e um pouco por todo o distrito de Castelo Branco as iniciativas reproduzem-se e em muitos casos até ao final do mês. As crianças do Jardim de Infância Nossa Senhora das Dores, da Santa Casa da Misericórdia de Penamacor, cantaram as Janeiras nos Paços do Concelho, esta segunda-feira, dia 6 de janeiro. A recebe-los esteve o Presidente da camara municipal António Luís Beites Soares e o Vice -Presidente Manuel Joaquim Ribeiro Robalo, respetivamente.

Monte do Bispo

Noite de Reis e celebração da epifania N

o dia 4 de janeiro de 2020, à beira da

chegada dos Reis Magos, o iN Monte Cultural, procurando manter na pequena aldeia de Monte do Bispo, a tradição, da celebração da Epifania em articulação com a paróquia. A Epifania é relacionada com momento da manifestação de Jesus Cristo como o enviado de Deus, quando o mesmo se auto proclama

filho do Criador. Na narração bíblica Jesus deu-se a conhecer a diferentes pessoas e em diferentes momentos. A festividade começou com O In Monte Cultural trouxe à população um concerto com a fadista Celina Gonçalves acompanhada à Guitarra Portuguesa por Hugo Ramos, e seguiu-se um momento de convívio e degustação de produtos da época.

Meimoa Revive a Tradição das Janeiras

O

desafio foi lançado pela Associação Cultural e Desportiva dos Amigos de Meimoa, convidando os interessados em se reunirem na sede da coletividade às sextas-feiras e sábados a partir das 19h30m.Apesar das noites frias do inicio do ano, aderentes não faltaram e o instrumental também surge e quando não há improvisa-se. As melodias estão na herança auditiva de todos e as quadras surgem no momento perante os visitados. Pelos quintais a dentro abrem-se portões e portas, põese a mesa e partilha-se comida, bebida, cantigas, sorrisos e factos. Porque nasceu o Deus Menino que nos traz um Novo


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Por Esses Quintais a Dentro Janeiras em Caria T

em estado a decorrer em vários locais da vila o canto das Janeiras que resultou mais uma vez do conjugar de várias vontades, com um objetivo social de animação e de recolha de fundos para as obras da Igreja. As vozes das Janeiras são do Grupo de Caria, Associação Cultural e Recreativa de Caria, Banda Filarmónica de Caria, Mordomia da Festa de Santo Antão 2020, e da Liga dos Amigos do Lar de Caria. No dia 12 foi a primeira concentração no largo do Cruzeiro, às 15h seguindo para o Largo dos Condes, Largo do Jacinto, Serrado, Rua Miguel Torga, Lar de Caria, Cerca do Conde e Lage da Sobreira, No dia 19, a primeira concentração teve lugar às 15h no Largo da Trincheira, seguindo para Rua Francisco Soares, Bairro de Santa Ana, São Marcos. Casa da Torre, Bairro de Santo António e Bairro do Estrelado. No dia 26, domingo passado, após a celebração da missa, o grupo cantou as janeiras no adro da Igreja Paroquial de Caria. jhs

Noite de Fados

em Caria D

ecorreu no dia 25 de Janeiro, no salão da Junta de Freguesia de Caria, uma soberba noite de fados animada pelos fadistas Carla Leitão e Januário Barreiros, acompanhados à viola por Alberto Melo e à guitarra por João Morgado, todos da Covilhã. A organização coube à comissão de festas de S. Domingos de Caria, com o objetivo de angariar fundos para esta festa que já teve grande tradição nesta vila. Uma noite fria mas acalorada pela vivência de uma longa noite de quase três horas de fados, em que não faltou um bom caldo verde, vinho e chouriço assado e onde os mais apreciadores não arredaram pé e coroaram a parte final com o silêncio e o ambiente intimista próprio do ambiente de fado. Ainda espaço para algumas revelações, sobretudo para Sara Ribeiro que com alguma resistência subiu ao palco, cantou e comoveu. Uma noite brilhante, onde o único senão apenas no som que em algumas situações não esteve nas melhores condições e não era ajudado por algum ruido na sala. Segundo revelaram ao Correio de Caria, os mordomos D. Cristina e Cristóvão, após muitos anos de interregno um grupo de carienses recuperou esta festa o ano passado e pretendem realiza-la este ano e os seguintes com a mesma valentia que já teve noutros tempos. Nesse sentido além desta noite de fados têm em perspetiva outras realizações que o Correio de Caria irá acompanhar e apoiar, no revigorar de tradições com a força que vem do interior.

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963270140 Mais de 950 seguidores e publicações com de 2 mil visualizações, (2752 na ùltima semana) tendo em conta que abrimos esta página em setembro 2019 e o despovoamento da região a que nos dedicamos, é um facto singular… Continue a seguir-nos no facebook e na nossa edição on line: correiodecaria.com

Largo Catarina Eufemia N. 42 6250-011 Belmonte

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ATUALIDADE

Caria Venceu o Concurso de Madeiros 2019 O concurso de Madeiros também não escapa ao gatilho de alguns críticos sociais que costumam descredibilizar tudo o que se realiza e criticar quando não se faz. Para quem contacte a primeira vez com a situação do concurso de Madeiros, ouve com frequência “ Quem ganha são sempre os mesmos”, o “Júri é duvidoso” ou que os critérios não são justos. Mas vulgarmente também quem diz isso não se dá ao trabalho de os visitar todos nem conheceu. Este ano o Madeiro vencedor foi o de Caria e tanto pelas fotos como os testemunhos que o Correio de Caria conheceu, antes da decisão do Juri, assim o referiam, pelo que nem foi o mesmo do ano passado,

nem os critérios mudaram: – Dimensão em altura e largura; Qualidade da madeira e quantidade; Respeito pelas regras de localização e organização; Impacto visual. Com justiça e algumas coincidências, no caso a coincidência com a Missa do Galo. Dizia-se que merecidamente o prémio este ano devia vir pra Caria, e assim se verificou. O Segundo lugar foi para o Monte do Bispo, e o terceiro lugar para o Colmeal da Torre No que concerne ao prémio para o melhor presépio, o primeiro lugar foi também para o presépio do Centro Escolar de Caria, o segundo lugar foi para O Infantário Girassol, também de Caria e o terceiro para o Carvalhal Formoso.

Sessão Pública de Câmara de 22 de Janeiro 2020 D

ecorreu no dia 22 de Janeiro a sessão publica da Camara Municipal de Belmonte Executivo cuja sessão se iniciou às 10h30m e terminou pelas 10h50m No período antes da Ordem do Dia, o Presidente saudou o novo presidente da CIMBSE Comuni-

dade Intermunicipal das Beiras e Serra de Estrela. Neste período o Vice-Presidente, vereador AntónioManuel Rodrigues informou que se irá realizar no dia 26-01 no parque do Machoro em Belmonte o Corta mato Inter-Distrital de Castelo Branco e Guarda No período da Ordem do Dia

foi aprovada a ata de concurso dos Madeiros 2019 Cuja informação colocamos em noticia desta página No mesmo período foi aprovada a ata com a classificação dos presépios a qual referimos na mesma noticia No que concerne ao concurso de varandas, Janelas e Portas Floridas

2019, o vencedor foi António Marques Alves Nesta sessão foram também aprovadas as normas de participação Bares nas Festas do Concelho de Belmonte 2020 No mesmo período foi aprovado o protocolo com o Agrupamento de Escolas Pedro Alvares Cabral para pagamento de despesas fixas.

O Presidente informou que se trata de uma verba mensal no valor de 6800€ . A esta sessão publica veio também uma proposta para Suspensão de PD parcial, por via do novo Parque Empresarial. DM/jhs

Alunos do Primeiro Ciclo de Belmonte na Rua a Cantar as JaneiRelatório sobre o Estado do Ordenamento do Território — REOT Discussão Pública

António Pinto Dias Rocha, Presidente da Câmara Municipal de Belmonte, torna público que a Câmara Municipal deliberou, em reunião realizada em 24 de janeiro de 2019, proceder à abertura do período de discussão pública relativo ao Relatório Sobre o Estado do Ordenamento do Território (REOT), elaborado no cumprimento do n.º 3 do artigo 189.º do Regime Jurídico dos Instrumentos de Gestão Territorial, publicado pelo Decreto-Lei n.º 80/2015, de 14 de maio. O período de discussão pública tem a duração de 30 dias úteis e início no dia seguinte à publicação do presente aviso no Diário da República, nos termos do n.º 5 do mesmo artigo. O REOT estará disponível para consulta, no sítio eletrónico do Município (http://www.cmbelmonte.pt), na Divisão Técnica Municipal de Planeamento, Obras e Urbanismo do Município podendo os interessados apresentar as suas reclamações, observações e sugestões por escrito, devendo identificar -se com o nome completo, n.º de contribuinte, morada e n.º de telefone ou e -mail de contacto, da seguinte forma: a) Presencialmente, na Divisão Técnica Municipal de Planeamento, Obras e Urbanismo; b) Por correio para: Município de Belmonte, Rua Pedro Álvares Cabral, n.º 135, 6250-088 Belmonte; c) Por e -mail para divisaotecnica@cm-belmonte.pt; d) No sítio eletrónico do Município (http://www.cm-belmonte.pt), através de preenchimento de formulário on-line. 28 de janeiro de 2020. — O Presidente da Câmara Municipal, António Pinto Dias Rocha

N

a terça-feira dia 21 de janeiro, cerca de uma centena e meia de alunos, do primeiro ciclo, do Centro Escolar de Belmonte, com respetivos professores e assistentes operacionais, saíram à rua, para cantar as janeiras a diversas entidades na vila de Belmonte. Os alunos visitaram no período da manhã, os Bombeiros Voluntários pelas 9h 30min, às 10h a União de Freguesias de Belmonte e Colmeal da Torre, às 10h 30min

o Infantário “Amiguinho“, às 11h a Câmara Municipal e às 11h 30min a Santa Casa da Misericórdia. No período da tarde, os alunos deslocaram-se ao Centro de Saúde e terminaram no Agrupamento de Escolas Pedro Álvares Cabral, aos alunos mais velhos, ao Diretor Escolar e respetiva equipa. Os alunos entoavam um reportório de três músicas de Natal e Janeiras, uma tradicional da Beira Baixa, as outras adaptadas em can-

to de Janeiras Tradicional. Correio de Caria acompanhou a escola em duas destas visitas e colheu testemunhos dos idosos saudados e dos próprios alunos mais extrovertidos aos quais não escapa a curiosidade sobre a máquina fotográfica e o querer manifestar o agrado por andar em festa na rua por um lado, porque “andam no contato com outras pessoas e outros meninos” e por outro porque “não estão fechado na sala de aula


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OPINIÃO

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OPINIÃO OPINIÃO

Poluirmo-nos a nós mesmos, quanto antes.

DICAS SOBRE IMPOSTOS

“ Se continuamos a sonhar, É porque Despoluir, recriar o planeta, as comunidades. Deus, a criação ainda não terminou.” Avelino Pinto Psicólogo Docente no ISPA

D

espoluir a natureza, despoluirmo-nos a nós mesmos, contribuir para despoluir as comunidades onde nos inserimos, é tarefa para todos os dias; tirar o pó acumumulado, de séculos, soprar a poieira das ideias feitas que nos meteram na cabeça - e nós, deixámos. Como “Não dispomos dum niverso suplementar”*, perante a urgente recriação do planeta, não podemos desesperar Longe-perto está o verão mortal de 2017, no país; a destruição da Amazónia; as chamas que matam milhões de animais e pessoas na Austrália; a poluição que nos chega e a que fazemos ao pé da porta. Para além dos contributos de cientistas e activistas como Greta - o movimento Fridays for Future “de várias organizações ecologistas e sociais chegou a sete

milhões de grevistas de todo o mundo - urge forçar decisões políticas. Em Lisboa e também na Cova da Beira Belmonte, Covilhã, Fundão, Penamacor - temos de ir às câmaras, às juntas de freguesia, e chegar a compromissos efectivos: despoluir, cuidar da água, limpar as ribeiras, limpar plástico no mar, e - auto-produzir energia limpa, replantar a floresta, enfrentar a poluição cada dia com uma acção contrária, eis o grande objectivo a estender às escolas, creches, igrejas, associações... Em Lisboa, 4500 pessoas plantaram 20 mil árvores, e querem chegar às 100 mil em 2021. Melhor ainda se fizermos o dobro, plantando mais 100 mil em 2021… e continuar. Basta de conferências sobre o clima, colóquios sobre a desacarbonização… a não ser que a seguir, quem falou e quem ouviu, todos peguemos em pás e enxadas para plantar pés de oliveira ou de laranjeira ou de limoeiro… Assim, queremos, em gru-

po, ir em finais de Fevereiro a uma aldeia conhecida: ver as oliveiras que plantámos em 2018 e plantar umas dezenas mais, e outras árvores que os habitantes precisem e queiram. Pelas obras vos conhecerão. Leitor amigo, atreva- se a por, num vaso ou na terra, uma castanha ou uma bolota, e verá nascer um tempo depois um castanheiro ou um sobreiro, que pode oferecer a uma associação ou aldeia, e ir lá ajudar a plantá-lo. “O domingo é o dia ecológico”* e tamém o sábado ou outro dia da semana. * cirações de Bento Domingues (Público, domingo, 19, de Janeiro). GRETA, ESTAMOS CONTIGO. CONTINUA. NÓS TAMBÉM QUEREMOS IR MAIS ADIANTE “Estou a dizer-vos que há esperança. Eu já a vi. Mas não vem dos governos ou das empresas. Vem das pessoas.”

António José Gaiola Professor na Escola Superior de Gestão de Idanha a Nova Sabia que pode reduzir o IRS a pagar se pedir fatura com a indicação do nº de contribuinte? Desde o ano de 2015 que as deduções à coleta de IRS deixaram de ser automáticas, dando lugar a uma dedução das despesas gerais familiares, no valor de 250€ por cada sujeito passivo do agregado familiar. De igual modo, o agregado familiar pode obter uma dedução adicional de 250€ se pedir fatura na oficina de reparação automóvel ou de motociclos, nos restaurantes e similares, no cabeleireiro, no veterinário e nos passes mensais dos transportes pú-

blicos. Então já sabe, peça sempre fatura com a indicação do nº de contribuinte. Sabia que poderá vir a reduzir o Imposto Municipal de Imóveis (IMI) a pagar se pedir a reavaliação dos imóveis? O valor do IMI que pagamos todos os anos resulta da aplicação de uma taxa ao valor do imóvel para efeitos fiscais - Valor Patrimonial Tributário (VPT). Este valor é determinado em função do valor de construção por m2 da localização, da qualidade e conforto e da antiguidade do imóvel, cujos parâmetros podem variar ao longo do tempo. Assim, através do simulador disponível no portal da Autoridade Tributária (AT) (https://zonamentopf. portaldasfinancas.gov.pt/simulador/default.jsp) poderá determinar o valor atual do seu imóvel e verificar se compensa pedir a reavaliação. Em caso afirmativo,

deverá fazer o pedido de reavaliação do imóvel através da entrega do Modelo 1 do IMI. Então já sabe, pode reduzir o valor do IMI a pagar se pedir a reavaliação do seu imóvel. Sabia que pode obter rendimentos se afetar uma parte da sua casa ao alojamento local? Desde o ano de 2014 que é possível prestar serviços de alojamento temporário, em estabelecimentos que não reúnem os requisitos legalmente exigidos para os empreendimentos turísticos. Para o efeito, deverá proceder ao registo do início de atividade junto da AT para, posteriormente, proceder à comunicação prévia no Balcão Único Eletrónico ou na Câmara Municipal. Então já sabe, pode obter rendimentos se afetar uma parte da sua casa ao alojamento local.

OPINIÃO

Câmara clara/Câmara Escura OPINIÃO

VERDADE E JUSTIÇA

Manuel Dória Vilar Advogado

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ivemos momentos conturbados na Justiça em Portugal e no Mundo. Cabe a todos nós reflectir e entender qual o melhor caminho a seguir e não permitir uma dualidade de Justiça, a dos pobres e a dos afortunados. Todos nós somos iguais perante a Lei e a Justiça. Todos os cidadãos têm a mesma dignidade social e são iguais perante a lei e a todos são reconhecidos os direitos à identidade pes-

soal, ao desenvolvimento da personalidade, à capacidade civil, à cidadania, ao bom nome e reputação, à imagem, à palavra, à reserva da intimidade da vida privada e familiar e à proteção legal contra quaisquer formas de discriminação. A justiça é um sentido de consciência moral elevado e busca reger um modo ideal e perfeito de interação social, de modo racional, imparcial e totalmente livre de interesses. Na doutrina católica, a justiça é uma das quatro virtudes cardinais (Justiça, Fortaleza, Prudência, Temperança) e representa um firme compromisso de dar aos outros o que lhes é devido. O símbolo do direito é representado por uma balança, objeto símbolo do julgamento, que por sua vez,

aponta para o tema da justiça e do equilíbrio. A balança é um objeto que indica o equilíbrio (retorno à unidade) e, por isso, é o símbolo que representa a justiça e o direito. Com os olhos abertos, a deusa da justiça e dos julgamentos busca a verdade para julgar os homens. Verdade é aquilo que está de acordo com os fatos e observações, respostas lógicas resultante do exame de todos os fatos e dados, uma conclusão baseada na evidência, não influenciada pelo desejo, autoridade ou preconceitos, um facto inevitável, sem importar como se chegou a ele. Será que estamos perante uma verdade actual da Justiça Portuguesa e da Justiça Internacional? Não, não estamos....

Jorge Amaro Docente Universitário Preclaro Leitor

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oi com enorme deleite que aceitei o indeclinável convite de poder participar deste novo projeto jornalístico, algo que me corre nas veias, simultaneamente um reaproximar às raízes. identitárias do Concelho que me viu nascer, o Alfa que um dia será o Ómega da minha existência mundana. Aceitei o desafio que honrosa e cordialmente me foi proposto, de poder chegar até Vós através de um artigo de opinião mensal a que decidi chamar “ Câmara clara/ Câmara escura” , uma visão radiológica”, não exaustiva, de temáticas que, por esta-

rem na ordem do dia das agendas locais, regionais, nacionais ou de geopolítica internacional, se constituem como matriz crítica de dupla face, a clara e a escura, algo que irei enaltecer ou criticar, sob uma perspetiva pessoal, responsável, equidistante e prospetiva, simultaneamente construtiva, missão que assumo como arrojada, sobretudo por ter a “clara” perceção de que irei tocar no âmago de interesses instalados, usualmente “escuros” no seu cerne. Não me considero inóxio às injustiças da sociedade, antes pelo contrário, sobretudo quando as mesmas advêm de um assumido nepotismo político, causador de insanáveis desigualdades, mas sim, ambiciono e espero estar à altura deste estimulante desafio, sem defraudar as Vossas expectativas, até porque o meu propósito não é mais do que, ao vosso lado, trilhar um “longo” caminho que, gostaria que fosse o menos sinuoso possível, e simultaneamente

agregador de vontades e de opiniões. Defini como matriz dos meus artigos de opinião, um espaço aberto, plural e de partilha coletiva de saberes e valores, pelo que, desde já me coloco ao Vosso inteiro dispor, inteiramente aberto às vossas eventuais sugestões, nomeadamente sobre temas que gostariam de ver abordados em crónicas futuras. Despeço-me de todos Vós com profunda amizade, na certeza de que voltaremos a encontrar-nos no próximo mês, fevereiro, para iniciar em “Câmara clara/Câmara escura”, o artigo de opinião (Ano 0 – Crónica 1), a minha análise crítica à temática do mês. Até lá, desejo a todos Vós um excelente ano de 2020 repleto de sucessos.


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Edição 1 -31 de janeiro de 2020

REGIÃO

Apicultura em Unhais da Serra

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alar de abelhas nos dias que correm é abordar muito mais que o tema da apicultura, se bem que com a atividade apícula se cruzam um conjunto de questões relacionadas com a botânica, a genética, a ecologia, o trabalho, o lazer, a economia, o marketing, organização agricola e florestal, não excluíndo a própria educação e a cidadania. Falar de abelhas foi assim o ponto de partida para um Almoço/ Palestra e Tertúlia que ocorreu no dia 4 de janeiro, na Praia Fluvial de Unhais da Serra, cuja organização coube a António Duarte e ao concessionário do bar restaurante deste espaço, com o duplo propósito: proporcionar reflexão e debate sobre a atividade apícula e manter vida durante o inverno neste espaço de excelência paisagística e ambiental. Compareceram cerca de duas dezenas e meia de convivas na sua maioria apicultores com pequenas explorações na região, um técnico da “Pinús Verde” Engº João Mesquita e Marisa Gonçal-

ves, engenheira zootécnica que se tem dedicado à investigação sobre “abelhas rainha”, seleção de castas e melhoramento genético da abelha, desenvolvendo projetos piloto, no Brasil e em África. A animadora começou por testemunhar a sua experiência pessoal ligada a esta paixão das abelhas que por sinal começou num encontro deste género aqui na região, “há oito anos vim fazer um curso sobre criação de rainhas e a partir dessa experiência já voei o Mundo atrás das abelhas”, referindo que a casta de abelhas mais frequente em Portugal (Apis molífera) é das melhores e mais produtivas, assim como as condições climáticas de Portugal e a flora, as propícias para um dos melhores meis do Mundo. Testemunhou sentir em Portugal muita falta de ligação entre os dois saberes: o científico e da investigação e o da experiência exercida no terreno pelos apicultores. Falou-se muito de “união” ou falta dela, entre os apicultores para definirem estratégias que permitam valorizar o seu produto que ”é dos melhores” mas raramente é

assim reconhecido. No caso concreto dos constrangimentos da atividade apícula provocados quer pelos incêndios, a invasão da vespa asiática e a proliferação das doenças genéticas como a farroa, foram dados alguns esclarecimentos e se como é conhecido a questão dos incêndios tem relação com a organização agricola e ordenamento florestal, já no que diz respeito às pragas, a

forma de lhes fazer frente é a prevenção e o ataque rápido aos primeiros sinais. Falou-se ainda de necessidades de valorização do mel através de certificações, consolidação de marcas e recurso a algum marketing para as afirmar. Situações que passam por os apicultores se organizarem juntando-se, mas também em as organizações existentes as-

sumirem esses papeis. O encontro foi à volta da mesa em almoço de convívio e bem regado, entremeado com momentos musicais brindados por António Duarte e abrilhantados no final por Isabel Bicho, que também trouxe a sua graça e bela interpretação musical a este Almoço/Palestra/ Tertúlia que abriu o ano no “Lazer Parque de Unhais da Serra”. Jorge Henriques Santos

OPINIÃO

Identidade do território e Património (Chão ou território?)

Lopes Marcelo Economista, autor de estudos e publicações sobre o desenvolvimento rural e regional Palavras-chave: despovoamento; desertificação; identidade cultural. 1-Património natural e ecossistema/sustentabilidade 1. Do despovoamento à desertificação. É bem conhecido o já longo processo de perda de população na Beira Baixa . O fenómeno migratório marcou o território do interior na segunda metade do século passado, primeiro para o litoral (exôdo rural) e a seguir a emigração para a Europa, atingindo sobretudo as pessoas em idade activa em termos profissionais que coincide com a idade fértil. Configurou-se um multiplicador demográfico negativo que vem acentuando o envelhecimento e a diminuição da proporção da população jovem. Da acção conjugada da elevada taxa de mortalidade e da baixa taxa de natalidade tem resultado um saldo fisiológico negativo. Contudo, nem a pouca população que tem nascido na região cá se tem fixado, tendo-se acumulado um já longo processo de repulsão líquida. O índice de depen-

dência dos jovens, que é expresso pela relação entre a população jovem (dos 0-18 anos) e a população activa ( dos 18 aos 65anos) é muito baixo, situando-se na ordem dos 20%. Por outro lado, o índice de dependência dos idosos que expressa a relação entre a população com mais de 65anos e a população em idade activa, é muito elevado (na ordem dos 65%). A conjugação convergente dos índices referidos expressa nos concelhos da raia, a designada dependência total, que ultrapassa os 80%. Assim, menos de um terço - a população activa - suporta em termos produtivos o resto da sociedade, o que implicaria um nível de vida muito baixo, se não existissem os subsídios e as comparticipações da segurança social, que constituem transferências da Administração Central para os nossos territórios de baixa densidade. A evolução negativa em termos demográficos (despovoamento) é também real nos fenómenos naturais, embora seja menos visível e de mais difícil quantificação. Trata-se do processo de desertificação que, a médio prazo, representa a delapidação dos recursos renováveis, como o solo, a água e a floresta, empobrecendo o património natural a legar às gerações futuras. De facto, no processo produtivo das actividades agrárias, a par das características do solo, o elemento essencial é a água, pelo que é elemento da sabedoria popular a protecção dos recursos hídricos:

fontes, ribeiros, ribeiras e rios. Tal preservação exige a protecção das espécies ripícolas (árvores próprias das margens dos cursos de água, salgueiros e freixos), a limpeza dos leitos e uma florestação ordenada. Em função da disponibilidade de água, da riqueza do solo e da tecnologia utilizada no modo de produção, o agricultor organiza o território de modo a que o coberto vegetal equilibre as culturas herbácias, arbustivas e arbóreas, integrando as várias espécies de animais. Quando, pela continuada escassês de água, pela falta de mobilização do solo também devida ao despovoamento ou pelo esgotamento do fundo de fertilidade, as culturas herbácias deixam de ser realizadas e não se renova a fertilidade do solo, então os arbustos propagam-se até infestarem os terrenos de estevas, silvas, giestas, carrasqueiros e “rosmanos”. Desta infestação continuada resulta o progressivo empobrecimento dos solos, que ficam como que vidrados e impenetráveis à água. A excessiva concorrência dos arbustos origina o definhamento até à morte das árvores (oliveiras, sobreiros azinheiras...). Desenvolve-se, assim, nestes terrenos um dinâmico processo de regressão florística que também contribui para a redução dos animais e refoça a expulsão das pessoas do campo. Associada à regressão florística, surge a progressiva perturbação que pode ir até à inversão da pirâmide animal, com o aumento descontro-

lado da proporção de animais de grande porte. Como se sabe estes predadores (lobos, javalis, raposas) alimentam-se de animais de pequeno porte (coelhos e perdizes) e de culturas herbácias. Ora, com os campos abandonados não dispondo de alimento, avançam sobre as área populacionais das aldeias e vilas. A convergência interactiva do despovoamento e do processo de desertificação conduz à asfixia da base produtiva do mundo rural. É ncessário e cada vez mais urgente informar, sensibilizar e mobilizar as consciências, responsabilizar os decisores politicos e económicos, já que está em causa o equilibrio de toda a sociedade, em que as comunidades rurais e urbanas podem completar-se e interagir. É necessário mobilizar os meios e os intrumentos de politicas adequadas enquanto existe população com os saberes identitários e essencias da cultura popular tradicional. 2. Valorização do mundo rural. A par do progresso tecnológico, tantas vezes frio e desumano, transitório e individualista, desagregador e consumista nas cidades, é da maior importância redescobrir e valorizar o mundo rural. Mundo das tradições, das tecnologias humanizadas, do equilibrio na diversidade biológica e paisagística. Mundo nosso, de todos, mesmo de quem habita o espaço urbano concentrado, já que é na matriz rural que mergulham e se podem renovar as raízes culturais. O espaço e o tempo rurais identificam-se com a fertilidade e a criatividade, permitindo às pessoas usufruirem

de liberdade e realizarem-se de forma integral. É a sabedoria popular que exprime a partilha e a comunhão com a natureza, numa relação interdependente e equilibrada entre o mundo animal e o mundo vegetal, onde o homem deve ser parceiro, humanizando as paisagens e não agente dominador e predador. O suporte do mundo rural na preservação da diversidade biológica, no equilíbrio da ocupação do território e na humanização da paisagem, assenta na actividade agrícola, pecuária e florestal que, na Beira Baixa representa mais de oitenta por cento do território. O desafio de se preservarem os valores da ruralidade, ameaçados pelos processos de despovoamento e de desertificação, assume uma importância e urgência verdadeiramente estratégica. A não ser assim, ir-se-ão perder os alfabetos funcionais, ou seja os modos genuínos de falar, de cantar, de estar e de sentir, os saberes e o saberfazer que se foi consolidando ao longo de sucessivas gerações. A par da revitalização do tecido social e produtivo, a salvaguarda dos valores do artesanato e da cultura popular tradicional constitui uma vertente patrimonial em que a identidade das comunidades é afirmada, respeitada e valorizada. É na interacção e na rede de cumplicidades entre o urbano e o rural, que se poderá fomentar uma ruralidade moderna em que o progresso tenha alma, ou seja não implique a morte dos valores, caracterísricas e potencialidades em que o mundo rural é fecundo e promissor.


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DESPORT0

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CORTA MATO CONJUNTO CASTELO BRANCO E GUARDA DECORREU EM BELMONTE A

Associação de Atletismo de Castelo Branco organizou no dia 26 de janeiro o Campeonato Distrital de Corta-Mato, conjuntamente com a sua congénere da Guarda, A prova disputou-se no Parque Urbano do Machorro junto ao Pavilhão Gimnodesportivo de Belmonte, com provas para todos os escalões etários/sexo. As provas tiveram início a partir das 10 horas e nele participaram 205 atletas de clubes dos dois distritos. No pavilhão gimnodesportivo funcionou o secretariado da prova e os balneários, proporcionando o desejado duche para todos os atletas e mais tarde teve lugar no Hotel Monte Sinai a entrega de prémios e o almoço oferecido pela Câmara Municipal. Segundo revelou ao Correio de Caria, João Coelho, presidente da Associação de Atletismo de Castelo Branco, é o segundo ano consecutivo que esta prova se realiza em conjunto pelas duas associações distritais, um modelo que tem resultado bem e é para repetir, uma vez que permite a criação de sinergias, através da organização conjunta, melhorando na capacidade e nos apoios conseguidos. O ano passado a prova realizou-se no distrito da Guarda e este ano foi no distrito de Castelo Branco, concretamente na acolhedora vila de Belmonte. Sobre o circuito João Coelho disse que é uma zona muito agradável e com potencial para este tipo de prova, onde haverá algumas coisas a melhorar, mas pouco. Sendo um percurso com uma zona

um pouco mais difícil “rompe pernas”, mas que esta também é uma prova que se pretende com alguma dureza, “pois que no corta-mato é mesmo assim”. Quanto ao local, o presidente da Associação de atletismo, revelou ter sido uma feliz escolha a opção de Belmonte, pois além das boas infra-estruturas, o moderno hotel e o bom almoço. Belmonte disfruta também de um bom enquadramento paisagístico e de um valioso património, cuja visita também é agradável para os atletas e visitantes. António Rocha, presidente da Câmara de Belmonte, disse ao Correio de Caria, estar muito contente com esta participação, cujo contributo da Câmara foi apenas a cedência de instalações e oferta do almoço, mas se tratar de mais um importante investimento na promoção do concelho, dado que estes mais de duzentos atletas também trouxeram consigo amigos e

familiares, os quais vêm acompanhar a prova, mas também virão descobrir Belmonte, “concerteza que vão gostar e muitos deles ficarão com vontade de voltar a visitar

a Nova. Com destaque para a equipa do CCDR do Colmeal da Torre

que participou nesta prova com cinco atletas.

Belmonte”. As equipas com melhor performance desportivo nesta prova foram o CAS de Seia, Benfica de Castelo Branco e ADC de Proença

Colmeal da Torre Final da Taça da Liga vai ser jogada na Covilhã Iniciou o Ano em Grande

Futebol feminino

tada pelo Sporting de Braga (campeão nacional em título), o Benfica, o Sporting e o Futebol Benfica (Fófó).

A final da primeira edição da Taça da Liga de futebol feminino, no próximo dia 21 de março. A prova vai ser disputada no Estádio Municipal José Santos Pinto, na Covilhã, anunciou ontem a Fede-

ração Portuguesa de Futebol. Esta final histórica vai colocar frente a frente os dois primeiros classificados da fase regular da competição, que está a ser dispu-

A decisão cobriu de regozijo, tanto o presidente da Associação de Futebol de Castelo Branco, Manuel Candeias, como o presidente do Sporting Club da Covilhã, José Mendes, salientando que a escolha do Estádio Municipal Santos Pinto, “tem todas as condições para proporcionar um grande espetáculo às equipas de futebol feminino que chegarem à final”. Assim como mobilizará as gentes da região e será um grande incremento para o futebol feminino, onde a região já conta com boas equipas e excelentes atletas.

No primeiro fim desemana do ano a equipa do CCDR do Colmeal da Torre esteve presente na Corrida de Reis, em Póvoa de Rio de Moinhos, alcançando excelentes resultados! O Colmeal participou na prova com 11 atletas: Ana caramelo, Hélio Costa e Pedro Santos na prova de 47km. Nelma Afonso, Filipe Guerra, Hugo Antunes, Mário Pombo, Bruno Silva e Romeu

Afonso no trail de 27km, Cláudia Carrilho e Paulo Borralhinho participam na prova de 18km. Pedro Amaro foi 2.º em termos absolutos e também 2.º no escalão de Seniores, escalão onde o clube conseguiu alcançar outro lugar no pódio: Filipe Guerra foi 3.º. Ainda neste escalão, Hélio Costa foi 11.º, o que redundou num excelente 2.º lugar por equipas.


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ASTROLOGIA

PREVISÃO ASTROLÓGICA PARA FEVEREIRO 2020 EIS-NOS JÁ NO SEGUNDO MÊS DE 2020. ANO DO RATO EM ASTROLOGIA CHINESA… MAS QUE NEM TODOS BENEFICIAM DESTA OCORRÊNCIA, PORQUE TUDO DEPENDE DO ANO EM QUE NASCEU…EX. OS QUE NASCERAM ATÉ 20 DE JANEIRO DESTE ANO PODEM PETENCER AO SIGNO RATO… MAS A PARTIR DESSA DATA PERTENCERÃO A OUTRO ANIMAL NA ASTROLOGIA CHINESA.

CARNEIRO – não pode a dois. Se não está numa re-

TOURO – o seu profissionalismo vai brilhar. Cuidado com despesas inesperadas que podem ter risco de entrar num envolvimento complicado. No entanto tem uma amizade a seu lado que está disposta a fazer qualquer coisa por si. Todas as expetativas que tinha em chegar mais longe, darão, a pouco e pouco os seus frutos.

lação conhecerá alguém no ambiente de trabalho, em que tudo pode ser perfeito, porque o seu carisma vai brilhar e a vida a dois vai ser mais animada.

VIRGEM – a saudade será a nota mais dominante. Tente levantar o ânimo e diga-o ao seu par. Dar-lhe-á o apoio de que precisa para superar seus sentimentos. É o momento de se divertir com ao amizades sem pensar em mais nada. Estará mais focada nos interesses profissionais e esbanjará alento. Redobre a sua atenção com o stress, pois estará mais vibrante. BALANÇA – tente que nin-

guém interfira na sua relação

GÉMEOS – precisará de pois poderá vir a ter problemas

mais atenção do que é habitual. Vai sentir-se mais sensível e terna e procurará o apoio do seu amor que estará à altura das circunstâncias. Tente controlar as suas finanças porque os gastos poderão disparar, e isso é o que aconselha e do que menos precisará. Há possibilidade de conquistar a valorização que tanto deseja na vida profissional. Alguém próximo de si, pode cair de amores por si.

CARANGUEJO – o desejo de mudar certas coisas na sua vida pode aumentar agora. Trabalhos em equipa prometem sucesso. Tente desfrutar de momentos de intimidade como nunca. O seu sentido do dever está muito definido, mas não seria má ideia relaxar e desfrutar do momento. Porque o stress vai começar a passar a fatura e poderá cair num esgotamento. Relaxe. LEÃO – se pensou que nunca iria comprometer-se, equivocou-se, a pessoa que tem a seu lado é fantástica e vai começar a planear um futuro

Neste espaço de poseia que iniciamos nesta edição vamos trazer os autores da nossa terra com obra publicada. O destaque desta semana vai para Rogélia Proença, professora, escritora e Poetiza que neste mês foi galardoada Prémio Internacional (ZL Books), atribuído ao seu livro, O Avesso dos Dias, no Rio de Janeiro; em 2019 foi-lhe atribuído o Troféu “Melhor Poeta do Ano”, (ZL Books, Literatura em Língua Portuguesa). I. De tudo quanto existe, Quantas coisas estão ausentes? Se, de tanto que é presente, Há um tanto mais De vida tão ausente Que se sente intensamente, O que existe, de verdade, Afinal, tão claramente?

Por Marester Stockler

negar que a paixão está no ar. A sua relação é perfeita e vêse no seu olhar, viva os seus sentimentos como merece. No trabalho os frutos do seu empenho vão diretamente para a sua carteira. E a sua estrela vai continuar a brilhar na conquista, daí a sua união estará protegida.

ESPAÇO DE POESIA

devido a certas influências, e que podem estar ligadas com a família do seu par. Se não está numa relação, um amigo vai apresentar-lhe alguém com quem começará uma bonita relação. Não se envolva em negócios que não conhece.

ESCORPIÃO – precisa de se dedicar mais à sua relação. A falta de comunicação é grande, mas a chama da paixão está a enfraquecer e o seu par está cansado de tomar sempre a iniciativa. Esforcese um pouco mais se quer que as coisas melhorem. Cuidado com as despesas e gastos supérfluos. SAGITÁRIO – não seja tão

orgulhosa e, se discutir com o seu par reconheça a sua culpa e peça perdão. Se não o fizer, a falta de comunicação poderá aumentar. Bom momento para começar a fazer algum tipo de exercício. Será uma maravilha para ficar em plena forma. Aplique suas ideias férteis no trabalho. Boa fase para arranjar emprego. Pode dar-se bem em jogos e apostas.

CAPRICÓRNIO – ótima fase para cuidar dos interesses materiais e arranjar emprego. Alguém do passado pode mexer de novo com seus sentimentos. Se está numa relação tente melhorar a comunicação para que a relação seja reforçada. Parece que ultimamente tudo lhe aborrece e não sabe por onde começar para que as coisas mudem. Se puder tire alguns dias para descansar e pensar e assim evitar discussões no trabalho. AQUÁRIO – modere o

seu lado mais selvagem e surpreenda o seu par nos momentos mais íntimos. Se não está numa relação não faltarão aventuras, mas não seja demasiado louca, pois poderá receber consequências inesperadas. Bom momento para fazer obras em casa. Oportunidades de progresso através de trabalhos em equipa. Dobre a atenção com despesas assumidas a partir do dia 17. Romance sério e firme.

PEIXES – não perca a pa-

ciência com o seu par se as coisas ficarem um pouco tensas. Pense antes que diga o que não quer. Faça exercício. Será excelente para se sentir bem consigo mesma. Talvez não se sinta valorizada no seu trabalho, apesar de estar a esforçar-se bastante. Mude já. A influência solar no seu inferno astral pode trazer instabilidades no serviço e mexer com a sua vitalidade física. No amor evite os ciúmes. SEM MAIS DE MOMENTO… APROVEITEM OS CONSELHOS DESTA PREVISÃO PARA QUE TUDO POSSA CORRER MELHOR. FAÇA UM ESTUDO PRIVADO E FICARÁ A SABER O QUE LHE RESERVA O PRESENTE E O FUTURO…. RECEBA UM ABRAÇO AMIGO E ATÉ SEMPRE

II. O Poema faz-se à estrada, Voa, navega, Faz-se carne, faz-se espada, O poema surge, urge, esvoaça, grita, faz-se casa! O poema é meu, é teu, É de toda a gente... É voz, é onda, nuvem, É esta fúria rasgada! O poema é som de violino, silêncio puro, passo de dança, É este som profundo, Esta lágrima calada, Esta semente pura, Esta luz que alcança, É esta melodia que me embala E esta pena que lavra e sempre alcança! III. A fina linha longínqua Tão ténue do horizonte o rosa alvo, o azul-anil... E então, sim: Ou a doce claridade das alturas Ou o azul térreo Esverdeado das funduras...

Assim a vida: Nesta ténue rosa linha Da escolha, da existência, O balanço para o Alto Ou para a cega cova. Escolho sempre as alturas, Os tons claros, o voo livre, A clara calmaria, A cor que brilha, A ave que se solta E viaja e sorri e sonha! Miro a paisagem, Sinto a beira, Mas sou águia livre, Altiva, selvagem, Na terra azul, Na espiral dourada, Tempo-espaço, da minha viagem!

Rogélia Maria Proença (poemas inéditos, Final de dezembro de 2019)

AUTOR DO MÊS NA BIBLIOTECA DE BELMONTE A Biblioteca de Belmonte tem todos os meses um autor em promoção. O Correio de Caria associa-se a esta feliz iniciativa e divulga a biografia e bibliografia do autor do mês

Pedro Garcia Rosado Nasceu em Lisboa em 1955,

residindo agora no concelho de Caldas da Rainha. Licenciou-se em Filologia Germânica pela Faculdade de Letras de Lisboa. É escritor e tradutor profissional, com mais de 40 livros traduzidos. Foi jornalista no Expresso, Diário de Notícias, e revista Grande Reportagem, crítico de cinema, assessor e consultor de comunicação.

Bibliografia:  Morte nas Trevas  Morte na Arena  Morte com Vista para o Mar  Triângulo  Vermelho da Cor do Sangue  Cidade do Medo  A Guerra das Propinas


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NECROLOGIA

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NECROLOGIA Maria DE LURDES PINHEIRO FERNANDES

José Gonçalves

02 de Outubro de 1939 |25 de Janeiro de 2020 80 anos

29 de julho de 1935 16 de janeiro de 2020 Vale de Espinho

Malpique - Caria

Joaquim Da Conceição Lopes

Laura Gusmao

05 de abril de 1953 20 de janeiro de 2020

18 de julho de 1925 11 de janeiro de 2020

Vale da Senhora da Póvoa

Aldeia da Ponte Sabugal

António da Costa Ribeiro 04 de agosto de 1929 27 de janeiro de 2020 Aldeia de João Pires

Joaquim Vaz 07 de julho de 1930 18 de janeiro de 2020

Maria Benedita Carrilho Lousa 06 de novembro de 1924 10 de janeiro de 2020 Soito Sabuga l

Capitão José Augusto Vaz 26 de janeiro de 1939 10 de janeiro de 2020 Bismula Sabugal

Aldeia do Bispo (Penamacor)

Maria de Lurdes Mendes 02 de abril de 1932 07 de janeiro de 2020 Aranhas (Penamacor)

PIEDADE DOS ANJOS CARROLA LEAL MARTINS 23 de Setembro de 1937 |17 de Janeiro de 2020 82 anos Residente em França (Pau). BELMONTE, BELMONTE, CASTELO BRANCO

Bernardino Lourenço Ramalha 25 de outubro de 1947 18 de janeiro de 2020 Sabugal

O CORREIO DE CARIA Expressa as mais sentidas condolências às familias enlutadas: Para colocar o anuncio de falecimento do seu ente querido, basta contatar os serviços comerciais do nosso Jornal na sede de redação:

ALUGA-SE APARTAMENTO PARA FÉRIAS EM SESIMBA 150 METROS DA PRAIA DA CALIFÓRNIA à semana ou fins de semana MARCAÇÕES E RESERVAS: 916 627 574

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REGIÃO

Reportagem

Festa das Varas de Fumeiro em Aranhas

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terra e do tear manual que havia em casa de seus Pais. No seu regresso à terra trouxe o sonho de voltar a tecer, mas sem uso o tear da casa dos pais já se tinha tornado em lenha da lareira. Restava um em casa da sua madrinha que não lhe quis vender, mas com o tempo lho acabou por oferecer. Uma longa odisseia para conseguir os liços e restante material para o recuperar, mas concretizou o seu sonho. Tinha uma teia montada de fio de algodão com uma trama de orelos e daqui saiem mantas e passadeiras, das quais a D. Ludevina não dá para as encomendas.

manhã corria ligeira entre as inseguranças de um tempo que em tudo se apresentava carnavalesco, limpo com sol e chuvoso logo a seguir, como se diz por estas terras “cheio de caretas” . O convite é-nos feito pelo nosso colaborador Dr. Lopes Marcelo que no seu jeito de beirão e estudioso etnográfico, nos recebe com o calor dos anfitriões da beira e nos leva aos mais preciosos recantos da sua Aldeia Natal. O primeiro ponto de paragem é o Restaurante “O Lagar”, um fabuloso lagar de azeite, restaurado pelos seus proprietários que funciona como uma etnográfica sala de visitas e espaço de cultura, para além de local de restauração. Aqui decorre o lançamento de um livro num ambiente de excelência, emoldurado pelos equipamentos de um antigo lagar e uma exposição fotográfica do mesmo autor. O autor é José Lopes Nunes, jornalista e fotógrafo amador, conhecido em toda a região por JOLON, o pseudónimo com que ao longo de muitos anos assinou os seus artigos, sobre Penamacor e suas gentes, publicados em vários jornais nacionais e regionais, com destaque para o emblemático Jornal do Fundão, com quem colaborou mais de 40 anos.

Outra curiosidade dos empreendedores desta singular aldeia é a casa do Sr…, em cujo rés do chão (antiga loja) criou uma casa de antiguidades e aqui encontramos desde a velhinha motorizada “casal”de duas velocidades, a bicicleta pasteleira, as velhas telefonias da grundig e Phillips, as balanças romanas, as medidas dos cereais e tudo o que os mais velhos se lembram mas que a maioria dos mais novos nunca viu. Pelas 15 horas foi o grande momento, entre charangas, grupos de bombos, gaitas de foles concertinas e tocatas de ranchos que pululavam no empedrado das ruelas da Aldeia. A concentração faz-se no largo de onde vão sair as varas para o leilão “este ano são menos diziam “, nós contámos passavam de 30 e cada uma teria mais de cinco quilos de enchidos pendurado, “pois mas o ano passado eram setenta e tal”, retorquiram-nos…

O livro que se dá ao Titulo: As Estranhas Histórias de JOLON, reúne numa segunda publicação o conjunto de artigos que JOLON foi publicando no Jornal do Fundão apenas sobre pessoas que desempenhavam, atividades e profissões raras e em vias de extinção. A exposição fotográfica, na mesma sala e do mesmo autor, teria sido inaugurada no dia anterior, logo na abertura do certame e versa o tema “Gentes Com História” e refletiam do mesmo modo imagens e emoções captadas por este caçador de histórias e emoções que faz a sua vida transmitindo e publicando as histórias da sua gente, Penamacor. Antes que de si tratássemos, JOLON na sua prioridade de divulgador fez questão que conhecêssemos, outras personagens e valores que aqui nas Aranhas podemos encontrar, Fábio Monteiro e Inês Raposo, dois jovens que começaram a escrever para crianças e jovens acabando por ser contemplados com prémios literários da Gulbenkian, nas categorias infantil e juvenil com o Livro “A Construção do Mundo” para o Fábio e “Coisas que Acontecem” para a Inês. Obras que foram lançadas no dia 26 de manhã, também no programa da Festa das Varas de Fumeiro. Depois o nosso jornalista local quis que conhecêssemos António Geraldes, outro Aranhense que trabalha na Câmara Municipal de Penamacor, está ligado à música através de uma banda musical e acaba de investir nesta aldeia, com a criação de um estúdio de gravação e edição de som e imagem, equipado da mais moderna tecnologia e preparado para executar trabalhos nesta área, para a região, o País e outras partes do Mundo, de onde já vai tendo clientes. António Geraldes era também o Presidente da Junta quando em 2014 se iniciou o projeto da Festa das Varas de Fumeiro. Foi uma proposta sua enquanto presidente da Junta, eleito no mandato de 2013 a 2017, que não foi possível realizar logo no primeiro ano, mas que se começou a realizar em 2015. Aqui se reúnem todas as tradições

Sob o Cantar das Janeiras e o “hino de Mata a Aranha”, o cortejo exibe as trinta varas e leva o enorme acompanhamento de “tocadores e cantadores”, até ao adro da igreja onde se encontra o palco. É lida a Carta do Fumeiro, uma espécie de epístola sobre as virtualidades do fumeiro que apela ao compromisso para que se criem bons porcos briso e não se deixe perder a tradição, seguindo o exemplo do Rancho Folclórico das Aranhas… São postas depois as varas a leilão. Aí ao jeito da mais antiga tradição leiloeira, “sai por 20, aquela senhora dá trinta, este senhor mais cinco, mas fica mal para os trocos, quarenta para aquela senhor, cinquenta e… sessenta. Está fechado”. Como chovia a organização apenas queria leiloar cinco, mas por insistência dos forasteiros foram leiloadas nove e uma chegou aos 70 euros.

da freguesia, desde o festival de folclore do Rancho Folclórico das Aranhas, criado em 1932; o canto das Janeiras que é uma tradição de toda a Beira Baixa e de muitos locais do País; e as Varas de Fumeiro uma tradição que consistia em o grupo de Mordomos da Festa de N. Srª do Incenso fazer um leilão com enchido dos animais que eram ofertados, para recolha de fundos para a Festa que se realiza no mês de Agosto. No mesmo local ainda pudemos entabelar conversa com o atual presidente da Junta Luis Vaz, que testemunhou o grande regozijo que tem nesta festa, onde assume o papel de continuador e valorizador, procurando que com a dimensão que a festa vai ganhando, seja uma oportunidade para os agricultores poderem comercializar os excedentes da sua produção e por isso podemos encontrar todos os produtos agrícolas, de produção caseira à venda por particulares na festa. Tudo isso fomos verificando, acompanhados pelo nosso anfitrião Dr. Lopes Marcelo. Num circuito pela Aldeia fomos vendo garagens, lojas e antigas palheiras transformadas em tasquinhas, onde se podem adquirir para além dos enchidos que são reis da festa, todos os produtos de fa-

brico caseiro, mel, compotas, frutos secos, filhoses, bolos, plantas aromáticas, vassouras de giesta, mantas de orelos, licores e as iguarias gastronómicas em restaurantes igualmente improvisados onde as sopas, os ensopados, as feijoadas, o arroz de “marreco”, papas de carolo e tudo o mais que os nutricionistas não recomendam mas o apetite deseja. Neste circuito e para além de igrejas e casas mais tradicionais, nos levou também o nosso guia até ao ultimo reduto do que foi a maior tradição das Aranhas que segundo o seu estudo etnográfico deu origem ao nome da aldeia e à sua canção mais

emblemática “Mata a Aranha”. Sendo uma zona de tradição do linho, por aqui se fazia o seu tratamento e abundavam os teares manuais que na gíria eram designados por aranhiços e aranhas. Daí que quem ía a esta aldeia adquirir o finos tecidos de linho, ou as mantas dissesse que ía à terra das “Aranhas”. Mata a aranha seria uma cantiga de trabalho onde o movimento nos pedais do tear se estimulava com o apelo de “mata aranha”… Numa dessas lojas de piso térreo foi-nos apresentado o tear manual da D. Ludevina Geraldes, uma emigrante regressada que viveu lá longe sempre com a saudade da

Entre os presentes e convivas, estava o Presidente da Câmara de Penamacor, António Beites, que também falou ao Correio de Caria e revelou o regozijo por esta festa, salientando que são eventos destes que podem dar visibilidade ao interior, e criar animação nalgumas aldeias, considerando que hoje se fala muito do interior mas é necessário medidas mais efetivas. Mais um petisco e o encontro com outras figuras, o reencontro com JOLON e seu filho, que entre emoções e abraços “com a rapaziada da sua criação”, connosco vai partilhando a envolvência do convívio e das amizades que traz da sua infância. Assim nos despedimos da Aldeia de ARANHAS, com o peito cheio de emoções, sabores e saberes sobre as tradições, que se guardam no património da Força que Vem do Interior.


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