Correio de Caria Ediçâo 3 - Regresso à Vida Num Novo Normal

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NA REGIÃO NORTE DE CASTELO BRANCO SINTONIZE 100.8 FM

CORREIO DE CARIA - registo da ERC nº 127362 - Edição 3 - 29 de maio 2020 - Preço 1€ - DIRETOR: Jorge Henriques Santos

AINDA NESTA EDIÇÃO

ASSOCIATIVISMO

CCR Monte do Bispo, a Força de Continuar Pag. 5

REPORTAGEM Termas de Rádium

Milagrosas ou Perigosas

PENAMACOR - Homem

Pag. 16

encontrado morto em casa

Regresso à Vida Com um Novo Normal

Pags 8 e 9

CULTURA Bendada Music Festival com muita esperança... Coro Misto da Beira Interior História de Caria Junta de Paróquia de Caria Pags 12 e 13

Pags. 3 e 4

HORÓSCOPO

Praia fluvial da Benquerença dia 24/5

Por Lado Violeta

Entrevista com o Virgílio Faleiro Pag 14

REGIÃO

Marcelo recebe Cereja do Fundão em Casa Três Povos Freguesia Solidária Romaria da Senhora da Póvoa, seria este fim de semana

O bailarico é a minha vida... O meu maior sonho desde criança era um dia tocar nas festas do meu concelho...

Artista do concelho vê também vários contratos cancelados , mas mantém a esperança Pags 6 e 7

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DO EDITOR

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Edição 3 - 29 de maio de 2020

Carta ao Correio de Caria

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pesar de o Correio de Caria ainda (desde 16 janeiro) não ter sido recebido por todas as Juntas de Freguesia do concelho de Belmonte, a Secretária de Estado Isabel Ferreira, numa semana respondeu ao nosso pedido e recebeunos no seu gabinete no Terreiro do Paço, no inicio de março, para uma entrevista sobre a valorização do interior. A peça ainda foi difundida na Rádio Urbana, mas alguns dias depois era decretado o Estado de Emergência, por via do Covid 19, as prioridades alteraram-se e a pertinência do assunto também, ficou a edição em papel para mais tarde. Entretanto recebemos na presente semana por mandado da Sra. Secretária de Estado, a presente carta que não resistimos em publicar:

Exm.º Senhor Diretor do Correio de Caria, Encarrega-me Sua Excelência a Secretária de Estado da Valorização do Interior de agradecer o seu contacto, bem como a edição do vosso jornal com um artigo dedicado à Valorização do Interior e a menção à reunião de Conselho de Ministros, realizada em Bragança, no passado dia 27 de fevereiro no âmbito da iniciativa “Governo + Próximo”. Somos a informá-lo que, nesta fase de colaboração entre o Ministério da Coesão Territorial e as Casas Regionais, Casas Concelhias e de Comarca, com sede em Lisboa o trabalho em desenvolvimento assenta nas características específicas destas entidades (missão, desígnio, composição, iniciativas a desenvolver, entre outras). Todavia, mantemos todo o interesse em articular com os órgãos de comunicação regional, que desempenham um papel relevante na dinamização das comunidades do Interior e na divulgação de iniciativas de desenvolvimento local, como o Correio de Caria. Para todos os efeitos, a nossa equipa de comunicação acompanha o vosso trabalho e poderemos vir a trabalhar de forma

EDITORIAL Oportunidade dos Necrófagos...

mais estreita no futuro. Desse modo, contem por favor com a nossa disponibilidade, através dos contactos de que já dispõem. Sabemos que o Correio de Caria se afirma como um órgão de comunicação social que, através da sua missão informativa, visa contribuir para o combate ao isolamento, à desertificação e ao envelhecimento social e, assim, dar mais força ao Interior e às sua populações. Creia-nos comprometidos com o mesmo desígnio, que passa por valorizar o Interior, garantindo uma maior coesão territorial no País e uma maior equidade social. A situação atual que estamos a viver, relacionada com a epidemia gerada pelo surto de COVID-19, vem reforçar a necessidade de darmos especial atenção aos territórios do interior, especialmente aos mais frágeis e mais periféricos. Enfrentamos um extraordinário desafio, mas com a colaboração de todos, assumimos a convicção de que vamos superar e sair ainda mais fortalecidos neste combate pela vida e pelo desenvolvimento económico do país e do Interior. Disponível para os esclarecimentos adicionais que entender por convenientes, apresento os meus melhores cumprimentos, Filipa Lourenço Assessora/Adviser

ESTATUTO EDITORIAL CORREIO DE CARIA é um órgão de informação generalista, de âmbito regional, vocacionado para o concelho de Belmonte e a região envolvente. CORREIO DE CARIA é independente dos poder políticos, religiosos e económicos, e compromete-se a tudo fazer para que o rigor, a isenção e a imparcialidade sejam atributos que o caracterizem. CORREIO DE CARIA compromete-se a cumprir os princípios éticos e deontológicos do jornalismo, assim como a Lei de Imprensa, tudo fazendo para que a realidade do quotidiano da sua área de influência seja traduzida neste espaço, respeitando sempre a boa fé dos leitores. CORREIO DE CARIA compromete-se a separar, de forma inequívoca, a Informação da Opinião, sem prejuízo do dever/direito da interpretação dos factos e da liberdade de expressão dos colunistas. CORREIO DE CARIA compromete-se a promover e divulgar os valores individuais e coletivos, impedindo dentro dos meios ao seu alcance o uso deste suporte para difamação ou desonra de terceiros.

Daniel Oliveira escrevia recentemente no Expresso um artigo que designava de “Abutres há Muitos” dirigido aos que se aproveitaram da violenta morte de Valentina para fazer render as audiências de televisão, assim como os que à boleia do mesmo populismo aproveitaram a onda de indignação e a fanatização gerada pelas redes sociais, para vir a terreiro defender a pena de morte… Numa troca de mimos com André Ventura no Twitter chega a dizer-lhe mesmo “O [senhor] é um abutre. Tudo lhe serve para sacar votos, para fazer campanha. Nunca existiu na política portuguesa ser tão amoral...” O assunto dava pano para mangas, mas fico por aqui questionando, quanto papel, mensagem, conferência de imprensa e comunicados, foram enviados para a comunicação social nestes dois meses, a prometer tudo numa mão cheia de nada, ou a anunciar nada como se fosse tudo… Apenas porque o cheiro a morte e o medo andavam próximos das pessoas, apetecendo dizer como o Daniel ” O [senhor] é um abutre. Tudo lhe serve para sacar votos, para fazer campanha” … Um outro aspeto, mas que não deixa de se prender com o primeiro, (irmão de igual provincianismo) refere-se ao excesso de resistência à novidade. Surgido em janeiro, em papel, mas muito antes em online, o nosso Correio de Caria, afirma-se por uma aceitação revelada nas pessoas que num formato e noutro o aplaudiram e se identificam com a sua informação. Por esse motivo decidimos arriscar e seguir em frente, numa aceitação que também tem vindo em crescendo. Já dos “lideres de opinião locais” a avaliação não será a mesma, uns porque confinados nos seus poderes e neles se pretendendo eternizar, estabeleceram há muito suas alianças, criaram suas dependências, definiram seus órgãos oficiais, com medo de tudo e de todos; outros viram-nos logo como uma oportunidade para cobrança de ódios e vinganças pessoais…. Um terreno que não será fácil de desbravar, sobretudo porque alguns costumes estão muito enraizados e a mania das estátuas é uma tendência com muitos anos… Vamos desconfinar amigo leitor. Contamos consigo!

FICHA TÉCNICA

Jorge Henriques Santos jornalista CPJ nº3354A

CORREIO DE CARIA, Inscrito na ERC sob o nº de registo: 127362 Edição online bi-semanal, em www.correiodecaria.com - Edição mensal em papel - Tiragem 1000 exemplares PROPRIETÁRIO e DIRETOR: Jorge Henriques Santos, jornalista CPJ nº3 354 A ESTAUTO EDITORIAL Disponivel em: https://www.correiodecaria.com/quem-somos/ - REDAÇÃO: Jorge Henriques Santos- Daniel Mendes - Maria Sequeira PAINEL DE OPINIÃO: Avelino Pinto - Lopes Marcelo - António José Gaiola - Manuel Dória Vilar - António Cabanas - José Manuel Duarte - Manuel Geraldes COLABORADORES: José Lopes Nunes (JOLON) -Cristina Gomes- Angélica Maximino - João Paiva - Rosa Romão - Paulo Moura -PUBLICIDADE: Maria José Portugal 916 627 574 EDIÇÃO E ADMINISTRAÇÃO: Alvorada lLiterária, Unipessoal Lda, NIPC: 515 749 710 REDAÇÃO E ADMINISTRAÇÃO: Largo José Luis Rebelo, Rua do Comércio nº8 - Malpique - Caria - 6250-111 BELMONTE CONTATOS 966217266 - 916627574 - EMAIL: redacao@correiodecaria.com; geral@correiodecaria.com N. DL: 465651/19

Impressão

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Edição 3 - 29 de maio de 2020

DESTAQUE

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O regresso à vida, com um novo normal

A

pós o susto e ainda não devidamente refeitos, os vários sectores de atividade vão tentando progressivamente regressar ao normal. Porém um novo normal se nos apresenta, com restrições limitações e novas exigências. Correio de Caria, regressando também a um novo normal, deu volta a vários estabelecimentos da região e zonas de frequência da população, procurando trazer o pulsar do que é este progressivo regresso à vida económica, mas com um novo normal: Escolas, Creches, Lares, Restaurantes, Praias Fluviais, Piscinas. Jorge Henriques Santos Dos sectores que mais sentiram esse “murro no estômago”, foram o turismo, a hotelaria e a restauração. Este ultimo dominado sobretudo, por microempresas de carater familiar, com belas experiencias de empreendedorismo e um dos sectores mais seguros em termos de saúde pública. Na segunda-feira dia 18, foi autorizada a reabertura dos restaurantes, alguns abriram ao publico nestes dias, outros no decorrer da semana e na semana seguinte, começou por aqui o Correio de Caria

Restaurante Bebiana

O estabelecimento que recebeu o Correio de Caria logo no primeiro dia da reabertura, foi o emblemático restaurante Bebiana. Algum natural nervosismo de pessoal e clientes, a máscara, o gel, as mesas sem toalhas, o circuito de passagem, o distanciamento... A estranheza pelo que nos retira

Testes Drive em Belmonte

a proximidade e os normais afetos, convertendo-se em vénias sucessivas… No Bebiana falámos com o Sr. Amândio Mateus Fortuna, que “neste primeiro dia do resto das nossa vidas” disse ao Correio de Caria “foram dois meses e meio fechado, abri mas sem vontade de abrir mas estamos cá todos, temos de ter força e ir em frente.” -E agora depois de reabrir? -Estou mais confiante, pelo primeiro dia, até lhe digo uma coisa, pensava que fosse pior. -E agora? -Agora há que ir em frente, apostar na restauração, isto é uma zona onde há boa comida. Come-se cá bem e (na sua frase peculiar) quero-os cá ver mais vezes…

Casa da Esquila

Fomos também almoçar à Casa da Esquila e falámos com o Sr. Rui Cerveira, o empresário comunicou-nos que fecharam ainda antes de o Governo ter decretado o Estado de Emergência e o encerramento

dos estabelecimentos “logo no dia 13 de março quando vimos que as coisas não estavam a correr bem e nós temos a particularidade de receber aqui pessoas vindas de vários concelhos: Guarda, Sabugal, Penamacor, Castelo Branco, Covilhã, Belmonte, Fundão, Espanha, emigrantes etc. Achámos por bem fechar logo antes que houvesse alguma contaminação”. – Estiveram assim fechados dois meses?, - Dois meses e cinco dias -O que é que isso representou? -Muita coisa, posso-lhe dizer

que este deveria ser o melhor ano catering para nós, se todas as reservas que tinhamos se confirmassem este ía ser o nosso melhor ano de sempre. Neste período o que mantiveram? -Tudo menos o trabalho e a receita que não tivemos. -Recorreram ao Lay off? - Não porque o Lay off paga, mas não paga tudo, tínhamos de ficar à espera, muita burocracia, achámos melhor não. - Mas tinha expectativa que isto fosse tanto tempo? -Sinceramente não, ninguém fazia ideia… Assim como não sabemos ainda como vai ser daqui para a frente...! -Das entidades sentiram assim algum apoio? -O Estado é o Estado e nem eles próprios sabiam muito bem o que haviam de fazer. Agora pessoal das Câmaras de Belmonte, da Covilhã, da Câmara do Sabugal, o seu presidente Robalo e o vice-presidente Vitor Proença, todo o apoio, consultaram-nos inclusivamente para se fosse necessário fornecer os Lares, se nós dávamos apoio… Ainda ajudámos aqui o Lar do Casteleiro…

Continua pag 4

Começou esta semana a funcionar junto ao Centro de Saúde de Belmonte um Centro de Testes “Covid-Drive”. Numa fase inicial este Centro de Testes vai dar prioridade aos profissionais da educação, bombeiros, GNR e colaboradores da CCPJ – Comissão de Proteção de Menores. Assim como a utentes que sejam sinalizados pelo médico de família,. adiantou a Câmara Municipal à rádio Caria… O método utilizado é vulgarmente designado de “zaragatoa” PCR (Polymerase Chain Reaction ), cujos resultado são obtidos em 24 horas. Os testes estão nesta fase com marcações já até dia 4 de Junho, havendo segundo a mesma fonte, intenção de alargar este rastreio a outros setores no sentido “de tranquilizar a população do concelho, sendo que vai ao encontro de todos os esforços que o Município tem estado a tomar no controlo do vírus”. Dizendo ainda Dias Rocha que se sente “feliz por até ao momento o concelho de Belmonte continuar sem qualquer resultado positivo por Covid-19, sendo que o trabalho de sensibilizar a população para esta pandemia irá ser mantido”. _________________________

Ultima Hora

Primeiro caso Covid 19 em Lar no Distrito

Como recomenda a DGS, o tempo é de alivio mas não de ignorar o primeiro caso de infecção por Covid-19 num lar de idosos no distrito de Castelo Branco, foi detetado nesta semana . O caso foi sinalizado no Lar de Alpedrinha, no concelho do Fundão, onde uma utente de 90 anos de idade deu positivo ao teste realizado no Centro Hospitalar Universitário Cova da Beira, na Covilhã, para onde foi levada, ontem, depois de se sentir mal. A utente ficou internada e os serviços de Saúde estão a averiguar os contactos que a utente teve nos últimos dias. O presidente da Junta de Freguesia de Alpedrinha, confirmou que o lar não recebia visitas e que o pré-escolar está fechado. Todos os funcionários e utentes serão testados nas próximas horas. jhs


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DESTAQUE

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coisa destas, investi os bons resultados de 2019, numa melhoria substancial das condições de equipamento do estabelecimento e para o conforto dos clientes.

Continuação da pag 3 - Ajudaram como? -Lá na cozinha, ficaram com falta de pessoas e nós fomos lá como o nosso pessoal fazer comida.

- Como foi agora a reabertura? - Apesar de tudo...! servimos 10 almoços no primeiro dia e no fim de semana vamos nas 30 refeiçõs…Porém o nosso restaurante tem 270 lugares no interior e 100 cá fora, tinhamos capacidade para 350 lugares. Agora poderemos colocar 100 lugares lá dentro e vamos pôr 50 cá fora.

- Entretanto abriram esta semana e como foi? -Foi bom. O primeiro dia foi logo muito bom, tivemos uma boa aceitação as pessoas aqui da zona aderiram logo muito bem. Fizémos a respectiva adaptação, criámos logo os circuitos todos, há várias coisas ainda com um carácter provisório, mas se há empresas que estavam bem preparadas para isto era a restauração, mais um pormenor ou outro, mas práticamente é fazermos na sala o que já fazíamos na cozinha.

- O que falta então? - Faltam os clientes, que estão a regressar aos poucos, mas isto implicou uma descapitalização muito grande que me levou a recorrer a um crédito para conseguir sobreviver.

-Então não falta nada? -Agora faltam clientes…!´ - E que mensagem lhes podemos deixar? - Que nós estamos cá para trabalhar com segurança, que não tenham medo e se sintam confiantes. Para ter uma ideia, esta sala já cá teve 376 pessoas, agora podia levar 195, mas por nossa inciativa colocámos apenas 100 lugares. A comida é a mesma é preciso é que as pessoas se sintam confiantes e venham, vai ser bom para todos.

Meimoa, para almoçar no restaurante TEAR e falar com Daniel Filipe seu gestor e proprietário. O jovem empresário reúne vasto conhecimento adquirido no ramo com um recheado percurso formativo e experiência do sector no estrangeiro. Assumiu a gerência desta casa por seus pais, sendo um estabelecimento de referência na região e a quem colocámos algumas questões:

O TEAR

- Antes do fecho quantas refeições servia o Tear? - Esta casa estava vocacionada para um tipo de serviço com

No seguimento da mesma ronda, passámos por Sabugal, Penamacor e parámos na

uma boa relação qualidade custo, cuja rentabilidade se conseguia na quantidade e por isso servíamos uma média 400 a 500 refeições por semana. -Quanto tempo estiveram encerrados? -Fechámos no dia 14 de março e reabrimos agora no dia 18 de maio -O que é que isso representa? -Representa um desespero muito grande, tanto mais que o ano passado tinha sido bom e este era também promissor e eu, nunca imaginando uma

- Foram abertas linhas de crédito com majoração para este sector!? - Isso é tudo treta, prometem, prometem, depois vai-se a ver… imensa burocracia, está tudo na mão dos bancos na mesma, mesmo aquela linha COVID tentei recorrer a ela…, acabei por recorrer a um crédito com as condições normais da banca. - E vai ser uma recuperação lenta e difícil - Os clientes vão voltar, assim como vocês e muitas pessoas que vêm cá porque conhecem a cozinha, gostam da casa, esses voltam mas o que era o reflexo

do turismo que todo o País estava a sentir, acabou. -Os espanhois eram uma fatia importante de mercado aqui? - Os Espanhois esqueça, chegaram a representar mais de 40% das nossa vendas e agora tão depressa não podem sequer sair de lá. - Mas a restauração continua a ser um dos sectores mais seguros!? - Já tínhamos uma série de exigências legais que ofereciam segurança às pessoas, mas como temos espaço criámos para cumprir com tudo o que está previsto, uma zona de desinfecção, mascaras e viseiras em todos os pontos, corredor de segurança com circuitos de passagem, um plano de contigência, uma àera de isolamento, (que era o meu escritório) com um telefone e uma casa de banho privada, para o acaso de ser aqui detetada uma situação, se por logo a pessoa isolada e seguir as instruções da DGS. Estamos prevenidos… -Então que apelo deixava? - Para que as pessoas venham, que não estejam à espera que abram os Centros Comerciais, temos boas condições, boa comida bons preços, Somos empresas locais que vive para a economia local e da economia local e acabaremos sempre por ter melhores condições de segurança que as grandes superfícies.

Desconfinamento - Regresso de outras atividades

O

dia 18 foi também marcado pela reabertura de creches, museus, e cafés, cabeleireiras, etc. . No concelho de Belmonte reabriram os Museus Municipais, Creche da Santa Casa da Misericórdia de Belmonte e o Girassol do Centro Paroquial de Caria. A creche o Amiguinho da Associação Nossa Senhora da Esperança em Belmonte abre apenas no dia 01 de Junho. Com o levantamento de algumas restrições, a Câmara Municipal de Belmonte adoptou um plano de desconfinamento municipal com a reabertura gradual de alguns serviços públicos, por agora com atendimento por marcação prévia. Os mercados municipais de Belmonte estão previstos abrir a partir do dia 01 de Junho, com o uso obrigatório de máscaras para todos e luvas por parte dos vendedores. É também fundamental manter a higienização das mãos e o

distanciamento social”. Na educação reabriram no dia 18 de maio, as creches as aulas presenciais para o 11 e 12º anos. Correio de Caria falou com Ana Amaro responsável municipal do apoio à educação que nos disse: Ter começado tudo dentro do normal, embora esta normalidade seja sempre estranha, e nas primeiras horas a perceber-se alguma atrapalhação, desde o jeito com as máscaras o distanciamento nas aulas e no exterior., mas que fora esses aspectos de ajustamento ao novo normal, se processou normalmente. Ana Amaro informou também que apesar de as aulas no primeiro ciclo abrirem no próximo dia 1 de Junho, o Centro Escolar de Caria, tem tido dois alunos, filhos de profissionais da “primeira linha” e que aqui têm sido acompanhados por professores. No Agrupamento de Escolas Pedro Álvares Cabral em Belmonte o regresso às aulas presenciais envolveu apenas

esplanada da praia fluvial da Benquerença dia 24/5 17 alunos e seis professores. David Canelo diretor deste agrupamento disse à Rádio Caria que “os alunos compreendem a situação em que vivemos, não é fácil tanto mais que a nossa geração não passou por uma situação destas, ninguém estava à espera disto” e que “Toda a gente está apreensiva, quem está optimista, não está a pensar bem, porque não sabemos o

que poderá ser o futuro numa situação de emergência como esta”. Nos outros sectores a retoma da vida parece querer estabelecerse, apesar da satisfação por um lado e dos receios redobrados por outro; Satisfação por estes concelhos (Belmonte, Penamacor e Sabugal) não terem registado práticamente nenhum caso de contágio, mas por outro os receios sobre um

segundo contágio, onde pela mesma razão estas populações têm menores níveis de imunidade. Assim com mais ou menos medo, os cafés, as esplanadas, e os jardins começam a ter pessoas. Com alguns “picos de afluência” nas praias fluviais, como foi o caso de Valhelhas e Benquerença de que registámos imagens no fim de semana passado. Sabendo na hora de fecho desta edição que as Piscinas descobertas vão ficar sujeitas às mesmas normas das Praias, apesar de não sabermos ainda bem como, já que até nas praias fluviais não será possível aplicar todas as normas definidas para a generalidade das praias. No inicio do mês de junho abrem-se também as visitas aos Lares de Idosos, com muitas restrições e algumas criticas... Modelos novos num tempo que é novo regressando à Vida, que será com um“novo normal”. e não ausente de medos.


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ASSOCIATIVISMO

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CCR do Monte do Bispo N

a missão de promover os valores individuais e colectivos desta região e com a determinação de afirmar esta força que vem do interior, o Correio de Caria deslocouse ao Monte do Bispo e encontrou-se na sede ainda sem actividade do emblemático Centro Cultural e Recreativo do Monte do Bispo, com a sua actual presidente da direcção D. Helena Mocho.

Jorge Henriques Santos

A ultima actividade que aqui decorreu foi precisamente no dia 8 de Março para comemorar o Dia da Mulher, juntando associados/as e suas famílias, num almoço convívio, com baile e muita animação num costumeiro ambiente fraterno que a todos já faz saudade. “O Monte do Bispo é uma periférica aldeia, da periférica freguesia de Caria, no periférico concelho de Belmonte” e se falarmos de interioridade e isolamento, este pode ser um dos lugares mais emblemáticos neste aspecto. Em 1987 quando esta associação se constituiu, ainda a localidade somava algumas dezenas de jovens e o propósito de criação da associação, tinha como perpectiva dar logística e infraestruturas para uma equipa de futebol, bem como criar espaços de desporto, cultura e lazer saudável aos jovens e a toda a população. Embora o discurso de “olhar para o interior” já não seja novo, o facto é que nestes anos as oportunidades de emprego e actividade para os jovens não têm surgido com abundância e estes, mesmo quando são qualificados na região, acabam por se deslocar para outras zonas do País ou para o estrangeiro. Isto acontece com o filho da D. Helena Mocho e de muitos outros filhos desta terra. Há poucos anos ainda a associação contava com mais de 200 associados, mas se hoje fizer a atualização dos ficheiros, verifica-se que uma boa parte são falecidos e muitos dos jovens que se mantêm já cá não vivem. Os que ficam não deixam porém cair a toalha, com equipas dinâmicas na direcção, bom relacionamento com as autarquias e muito espirito de entrega, observamos uma excelente e moderna sede, um bom campo de jogos e um placard onde se testemunha a vida associativa com várias actividades que aqui têm decorrido. O CCR do Monte do Bispo, teve até há cerca de um ano um Grupo de Cantares, tem mantido aulas de Zumba e de Ginástica duas vezes por semana, às quartas e sextasfeiras. Fazem com frequência caminhadas, onde juntam

como a maioria trabalhava nesse dia, costumam ir ao domingo. Logo pela manhã o grupo reúne-se junto á Igreja e a caminhada começa entre gracejos e histórias, a jornada é longa mas o convívio salutar e para pernas habituadas a caminhos rurais. O grupo do Monte do Bispo ruma ao Vale de Lobo, agora Vale da Sra da Póvoa e no mesmo ambiente alegre se fazem os 19 kms, quase com o mesmo rigor de há muitos anos atrás. Segundo revela Helena Mocho o grupo de caminhada actualmente costuma ter cerca de 30 pessoas, mas muitos outros vão lá ter de transporte “e ai

várias dezenas de pessoas, as quais se convertem em visitas culturais a vários pontos de interesse, desde a Casa da Torre e Museu Etnográfico em Caria, quintas e projectos turísticos da região, onde a mais importante é a peregrinação à Senhora da Póvoa que deveria ter lugar este ultimo fim de semana de Maio, mas por via da pandemia a Romaria foi cancelada. Testemunhou a D. Helena Mocho que esta é a mais expressiva, tanto pela adesão das pessoas, como o simbolismo religioso a que está associada, como ainda por dar continuidade a uma tradição que se perde no tempo. Tradicionalmente a Romaria da Senhora da Póvoa realiza-se sete semanas após a Páscoa. O dia forte da festa é à segunda-feira, porém os romeiros do Monte do Bispo,

chegamos a ter 100 pessoas” – Então o que é que têm lá? “Os tradicionais grelhados, as nossas febras e enchidos, muitos feitos por nós, o nosso pãozinho também aqui feito, saladas, sobremesas, levam sempre muitas sobremesas” e depois música e dança, já têm levado artistas locais como o Faleiro; o João Clara; o Manuel enfermeiro de Malpique, entre outros... Para além das caminhadas e romaria da Senhora da Póvoa, no clube do Monte do Bispo também não fica por celebrar o S. João, com tradicional sardinhada e fogueira sanjoanina, a festa de aniversário, o S. Martinho, um jantar de convívio próximo do Natal, bailes com os animadores já referidos e outros convívios que a ocasião proporciona, no sentido de animar e promover a coesão social desta terra, “qualquer festa que fazemos aqui acaba sempre por ter à volta de 80/100 pessoas”, refere a presidente da direcção. Destaque para a Festa de Santa Luzia, no segundo domingo de agosto, que tem uma comissão de mordomos própria, mas acabam sendo quase sempre parte dos membros da direcção do clube que é como quem diz, sempre os mais bairristas e os mais disponíveis para manter viva a terra. Não esquecendo o Madeiro que como não há suficientes rapazes da inspecção para o efeito, acaba por ser o clube a fazer também. O bar do clube, durante o Verão abre todos os dias, mas nas restantes épocas apenas funciona ao fim de semana. Como diz a D, Helena Mocho, “só falta mais juventude para dar vida e manter o sangue novo nesta terra” Assim nos despedimos numa tarde de “desconfinamento social”, mas onde muito pouca gente se via na rua. jhs


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ENTREVISTA

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Entrevista a Virgilio Faleiro

“O bailarico é a minha vida... Este capítulo há-de acabar e iremos

retomar as nossas vidas ...estarei num palco à vossa espera.” No objetivo de divulgar os valores coletivos e individuais desta terra, Virgílio Faleiro era uma figura incontornável, uma entrevista que se impunha e apenas aguardava a ocasião. Surpresa foi saber que este “icon do Concelho de Belmonte”, que arrasta multidões para os bailes da região, tinha como maior aspiração tocar nas festas do seu concelho… honra de abertura que lhe cabe há vários anos e só porque foram caneladas lhe não coube em 2020. Apesar de ter sido editada em formato pdf na edição especial de abril, justifica-se agora sair também em suporte de papel.

Jorge Henriques Santos

Correio de Caria: - O Virgílio é natural mesmo de Belmonte?! Virgílio Faleiro - Sim cá nasci, cá cresci, cá fiz a escola primária, a secundária. Cá vivo, cá trabalho, cá tenho a família e os amigos. C. C. : E música começou a aprender onde? V.F:- Comecei a aprender na cidade da Guarda, na Casa Reis, Aliás sobre isso tenho até uma história interessante em que o professor Jarmela, foi o meu primeiro professor de música e eu perdi o contato. Perdi o contacto e perdi a imagem do professor e agora tive um senhor que trouxe um acordéon para dar uma reparaçãozita e disse que tinha tido um professor que se lembrava de um Virgílio de Belmonte e por esse conhecimento lá chegaram à minha pessoa e agora recentemente estive a falar com o professor. Foi uma surpresa na qual tive muito gosto… O Sr. Jarmela foi o meu primeiro professor de teclado.

também pertencia ao grupo, foram tocar numa passagem de ano a um sítio qualquer onde só queriam teclado e voz, não queriam a bateria porque não tinham espaço para isso. Eu era para ficar em casa, mas houve uns amigos que me desafiaram para ir fazer um bailarico, como sabiam que eu também tocava órgão. C. C. : E lá foi, sozinho e sem rede, com que idade!? V.F:- Tinha 17 anos, lá fui então fazer o meu primeiro bailarico numa terra chamada Santo Estevão, no Sabugal. C. C. : Foi o primeiro baile a sério? V.F:- Foi ali que fiz o meu primeiro baile a sério. Assim animações e bailes em garagens pelo natal e com amigos já tinha feito, mas o meu primeiro baile assim a sério, ganhar caché e tal, foi esse em Santo Estevão.

C.C: Com que idade lá começou? V.F:- Tinha seis anos

C. C. : E o caché foi quanto? V.F:- Nunca me esqueço 400 euros. O meu primeiro caché foi esse.

C. C. : Só?! O Pai ia lá pô-lo? V.F:- Ia lá pôr-me e buscar-me.

C. C. : Isso foi quando? V.F:- Há 16 anos

C. C. : Mas o Pai também tocava? V.F:- Sim, aprendeu música, tocava na banda e também animava bailes. As primeiras luzes tive com o meu Pai, mas ele quis que eu fosse para uma escola. Entrei na Banda de Belmonte também, onde ainda hoje estou.

C. C. : Já foi um bom caché, não foi? V.F:- Ai! Bem bom, mas era um desenrasque nunca pensei que tivesse continuidade. Mas às tantas aparece um senhor e pedeme para ir cantar à terra dele. Essa segunda terra era Amiais, também Sabugal, uma aldeia vizinha de Santo Estevão.

C. C. : O que toca na banda? V.F:- Toco contrabaixo. C. C. : Com o Pai ainda tocou? V.F:- Sim, a certa altura o meu pai criou um conjunto e eu tocava bateria no conjunto. Também aprendi a tocar bateria numa casa de música em Viseu, mas quando andava com o meu pai sempre dava uma mãozinha com o teclado e ia desenvolvendo nesse ambiente e às vezes a malta dizia “se tocasses acordeão…”. Então submeti-me a esse desafio e ingressei também na Escola de Música de Belmonte com a professora Lurdes Salvado a aprender acordeão. C. C. : E quando é que começou a tocar sozinho? V.F:- Foi sem contar, proporcionouse para uma passagem de ano. O meu Pai e a minha irmã que

C. C. : E então? V.F:- Eu fiquei, então e agora! Mas fiquei com o contato do senhor porque, mesmo que não desse empurrava o grupo. Daí por uns dias liguei-lhe e ele disse “Não a gente quere-o cá é a si sozinho, se você vem tudo bem, se não...” e o meu Pai disse “então se tu queres, aproveita”. A partir daí já comecei aqui a fazer bailaricos sozinho. C. C. : Assim começou!? V.F:- O meu pai deu-me uma carrinha, como eu costumo dizer uma carripanasita, com uns caixotes e uns holofotes ali a piscar e o Virgílio Faleiro assim começa… Graças a essa segunda atuação que me aparece, ganheilhe o embalo e.., até aos dias de hoje…

C. C. : Arranjou uns cartõesinhos para distribuir? V.F:- Oh logo! depois dessa passagem de ano fiz logo cartazes. Um primo meu tratou-me disso e desde aí passei a tocar sozinho, desde aí nunca mais toquei com o meu Pai… Virgílio Faleiro… que eu não tinha Faleiro no nome. C. C. : E assim começou!? V.F:- Assim nasceu, comecei logo a fazer dez, vinte bailes por ano, nas aldeias. C. C. : E agora passados 16 anos, com que média?! V.F:- São muitos, mesmo muitos. O que também se torna muito difícil porque tenho família e dois filhos ainda pequenos. C. C. : Então o mês de janeiro começou logo nas festinhas do Sabugal, não foi? V.F.:-O ano divide-se assim: Primeiro “Santo Antões”, que é o Santo Antão das mulheres fazse vários em janeiro; O S. Paulo que também é um santo do mês de Janeiro e S. Sebastião; Em fevereiro é o mês das matações, agora fazem-se as matações (matanças) nas associações com uma festa, lá vai o Virgílio e é o

Carnaval também em fevereiro; A seguir ao Carnaval, a Páscoa. C. C. : Na Páscoa também há bailes? V.F:- Sempre, na Páscoa há sempre bailaricos. Depois da Páscoa vem Maio, em Maio “Santo Antões” outra vez, festa da Senhora da Granja no Soito, Barroquinho na Guarda entre outras que são festinhas quase sempre certinhas na agenda; Depois vêm os Santos Populares; De seguida vêm as Festas de Verão pelo país fora. C. C. : Mas depois do Verão?! V.F:- Em Setembro e Outubro aparece sempre um aniversário de uma associação, a festa de Cherovia aquelas festas que agora fazem com tasquinhas e feirinhas de produtos e sempre se dá uma perninha ate ao estrangeiro. A seguir vem o S. Martinho. Ah e vêm também os estudantes. C.C..:- As festas académicas também? V.F:- Sim Guarda e Covilhã é na receção ao caloiro e na queima das fitas, essas são assíduas e agora faço algumas festas académicas também em Castelo Branco e em Viseu, com alguma regularidade

entre outras. C. C. : E vem o fim do ano outra vez!? V.F:- Entretanto ainda vêm as festas de Natal, com almoçaradas de Natal e festas disto e daquilo e faz-se uma animaçãosinha. Nas épocas mais baixas damos ainda as nossas escapadinhas ao estrangeiro. C. C. : Também tem contratos para o estrangeiro, para as comunidades de emigrantes? V.F:- Então não tenho!. Vou a França com alguma regularidade mais para a região da Cote d’azur mas tambem Paris, Bordeaux entre outro locais. C. C. : E outros Países da Europa? V.F:- Espanha e Suiça também. C.C.: Também para portugueses? V.F:- Sempre para comunidades portuguesas, para quem deixo um grande abraço de gratidão e amizade pela forma como sou sempre recebido mas também já atuei para Madeirenses, já estive em Santo António da Graciosa. Foi uma experiência que adorei e


ENTREVISTA

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gostava de repetir. C. C. : E entretanto também me constou que às vezes faz uma perninha com outros grupos?! V.F:- Sempre que posso. Há aqui um grupo de pessoas amigas que também gostam de se juntar para tocar concertina, então criámos aqui um grupo que é os “Amigos do Faleiro”. Arranjámos um chapéu à cavaleiro com um rabode-raposa pendurado, é a nossa imagem de marca e quando atuo e eles podem convido-os e às vezes fazemos umas paródias juntos, isto por cá. Por fora sempre que atuo com outros grupos ou artistas, cria-se amizade e sou quase sempre convidado a pisar o palco, já toquei com o Augusto Canário, Quim Barreiros, José Malhoa, Emanuel, José Cid e o Toy com quem já partilhei palco várias vezes C. C. : E discos, como é? V.F:- Fiz um primeiro CD que teve uma boa receção e no qual só uma música é que não é original minha. C. C. : Quem cria as suas músicas e as suas letras? V.F:- As letras por vezes são “com a ajuda da adega” como eu costumo dizer, estamos a falar e há um que diz uma coisa com piada e a partir de uma graça sai uma letra, eu tenho o hábito de apontar as ideias no telemóvel e depois a partir da letra componho a música. C. C. : Foi assim que surgiram a da “Oficina de pneus” ou o “Truca Truca do Faleiro”? ...risos de ambos... V.F:- Cria-se um trocadilho, com uma brejeirice e sai uma coisa engraçada que as pessoas gostam. Nesse disco surgiu quase tudo de coisas assim. Tem a Marcha de Belmonte que foi um malhão que eu criei para a primeira vez que fui à televisão. Mas nesse disco a música que fez mais sucesso e as pessoas mais pedem é o “Truca Truca do Faleiro” é a que mais passa na rádio e que foi criada à pressa, também tem uma letra fácil… C. C. : Quer dizer este primeiro disco também fez sucesso. E a seguir o que vai ser? V.F:- Estou com ideias para outro, talvez até em breve, mas não sei

ainda porque com tantas atuações não me fica muito tempo. J.B.:- E a televisão como foi? V.F:- A primeira vez que fui, foi na RTP1, naquele programa da volta a Portugal em Bicicleta, eu fui fazer uma animação no programa aqui no Castelo, já fui duas vezes. Depois fui à Fátima Lopes a um programa que o tema era “Histórias de Uma Vida” e eu fui lá expor a minha história de vida, porque isto já vinha do meu avô, depois o meu Pai e eu. C. C. : O seu avô também já era músico? V.F:- O meu avô era o Mestre da Banda De Musica de Belmonte, embora fosse o meu avô materno, o meu Pai entra na música também e toda a minha família, tios, primos e irmã, têm sido músicos… C. C. : Voltando à televisão? V.F:- Voltando à televisão, depois disso surgiu o convite da TVI para ir ao “Somos Portugal”, em Celorico da Beira. A minha Mãe é de lá e já me sondaram se estaria disponível para voltar a ir e sou capaz de voltar a participar quando surgir a oportunidade. C. C. : Nunca pôs a hipótese de se ligar a uma editora? V.F:- Já inclusivamente fui contactado e convidado para trabalhar com uma editora, mas de momento eu não me encontro ainda preparado para estar a fazer um compromisso com uma editora. C. C. : Mas porquê? V.F.: Porque tenho dois filhos ainda pequenos que quero, para já, poder acompanhar. Se eu já assim com os bailaricos pouco paro em casa, é quase todos os fins de semana com atuações aqui e ali. Se vou para uma coisa dessas mais avançada, obviamente que vou ter de montar uma banda. Vou ter de dar um passo em frente, mais tempo tinha de despender para isso. Então quero-me manter sozinho um pouco mais, enquanto o barco vai andando, vou tendo sempre comida no prato. Depois daqui por mais uns anitos logo se vê, talvez dê o passo, mas por agora não. C. C. : Não está com ambições de uma carreira de artista mais mediático?

FOTO DE JOLON COM 14 ANOS

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V.F:- Tenho as minhas ambições que é o baile e é disso o que mais gosto e é uma coisa que eu dando um passo em frente se calhar vou perder. O que eu gosto mesmo de fazer é o baile, baile... É eu estar a tocar e ver as pessoas a dançar e divertidas à minha frente. Ou até fazer o bailarico que se fazia antigamente e eu às vezes ainda faço: ir para o meio das pessoas só com o acordeão. C. C. : Isso é o que lhe dá mais gozo? V.F:- Tenho um gozo tremendo, aliás gosto de tocar em aldeias sem apetrechos nenhuns, sentado em cima de uma cadeira, no meio das pessoas e elas a dançar. Adoro ver os velhotes “velhotes é uma força de expressão”, vêlos a reviver aquela nostalgia do toque do acordeão que viveram na juventude deles e haver pessoas que chegam ao pé de mim e me dizem “já não dançava há 20 anos, ou já não dançava há 30 anos…”. Dá-me um gozo tremendo, adoro, adoro… ! C. C. : Mas no público de juventude académica também se dá bem?! V.F:- Lá está! É também por causa do baile que entro no espirito da festa onde estou presente e eles também entram na minha e aceitam as minhas brincadeiras. Outra coisa que também faço com muito gosto e vou sempre que posso, por mim, ou porque me convidam para uma festa, é visitar os Lares (lares de idosos). Lar de Belmonte, Colmeal, Casteleiro, seja onde for... Pegar no acordeão ir ao Lar, ir ao lar e tocar, tocar só por vontade, sem remuneração e sem nada… é que a maior remuneração é o sorriso dos mais velhos e as palminhas que eles me batem. Faço isso com regularidade e adoro… C.C.:- Também se criou uma espécie de conceito que onde o Virgílio vai há multidão. A que é que isso se deve? V.F:- Em primeiro lugar deve-se às pessoas, porque músicos todos somos e todos merecemos. Eu sou bem aceite e nos sítios onde vou, sou bem acolhido e acho que o motivo da enchente são mesmo as pessoas, elas é que onde vão também levam o meu nome. Estamos todos no mesmo patamar, tenho a sorte de me aceitarem bem e sabem que se o Virgílio vai tocar por quatro horas mas o baile der para mais uma hora e meia ou duas horas, o Virgílio fica lá até durar, C. C. : E no final ainda se pode fazer “um concerto de rock” ??! risos V.F:- Isso é sempre! Se houver malta nova, que normalmente há sempre um grupinho que chega no fim, a gente faz ali uma volta pelos clássicos do rock para acabar em beleza… Mesmo que haja um grupo que fica ali só encostado ao balcão o Virgílio Faleiro continua a tocar e isso é que eu acho que é a minha imagem de marca. C.C.:- Qual foi assim o máximo de tempo que já tocou, ou que tenha batido um record? V.F:- Há, por exemplo a rota das adegas que é a tarde toda a tocar, ou por exemplo em Cerdeira do Coa que começo com uma alvorada às 8h da manhã e passo

o dia a tocar acordeão pelas casas todas, acaba a arruada às 9/10h da noite e começa o baile que vai até às 3h/4h da manhã. Montar carregar e viajar, passa de 24h de trabalho seguidas… C. C. : Houve assim uma atuação que o tivesse marcado de forma especial? V.F:- Há algumas atuações que têm para mim um significado especial: A feira de Santiago na Covilhã e as festas do meu concelho, que são aquelas que conheço desde pequeno… Porém acima de tudo aquela que mais me comove desde a primeira vez que pisei aquele palco, é tocar nas festas do meu concelho. C. C. : A sério?! V.F:- Palavra, quando era miúdo disse uma vez para um senhor que era funcionário no pavilhão, “um dia ainda hei-de ser eu, hei-de vir a pisar este palco”. Era o meu maior sonho e concretizei-o, há vários anos que sou eu a abrir as festas do concelho e isso dá-me muita honra… (comovido). C. C. : Este ano estamos confinados, não vai haver sequer comemorações no concelho. Como está a sua vida neste contexto? E o seu pessoal? V. F. : Para mim é estranho, visto estar habituado atuar durante todo o ano com o mesma rotina de festas e bailaricos, não sou pássaro de gaiola… estranho muito passar os fins de semana em casa, mas por outro lado também foi uma forma de estar com os meus e de me recolher, para fazer um “reset” para poder voltar mais forte e com uma vontade renovada e quem sabe com algumas surpresas. Têm solicitado para fazer direto nas redes sociais, mas confesso que ainda não encontrei o momento que ache apropriado, talvez faça uma brincadeira apenas com o acordeão para matar saudades. Em relação ao pessoal que me

acompanha, os meus braços diretos como costumo dizer, fico numa situação constrangedora visto estarmos com o futuro adiado ou cancelado, foi uma partida que a vida nos pregou, mas como sempre fazemos fora de portas ao surgirem problemas, levantamos a cabeça, unimo-nos e seguimos em frente á espera de dias melhores. C. C. : Que atuações entretanto já cancelaram? V.F. : Poderei dizer visto o estado que o país se encontra e a séria ameaça que este virus apresenta, atrevo-me a dizer que este verão e quiça este ano as festas estão “arrumadas”. Mesmo que o país comece a carburar, não acredito que possa de um momento para o outro voltar a haver aglomerações de população, isto é uma séria ameaça e vale mais parar um ano do que parar a vida. C. C. : Mas o Santiago vai-se salvar e depois disso novos dias virão. Não acha? V.F: Sou confiante e positivo por natureza… as dificuldades e rasteiras que a vida nos atravessa à frente são a chamada escola da vida e com estes momentos temos de aprender e tentar sair mais fortes. Estou confiante que tudo isto vai passar e que novos dias virão, vamos enfrentar muitas dificuldades, mas juntos e quando digo juntos é para dizer que temos de aprender a pôr o ego e o egoísmo de lado e ajudarmonos mutuamente para poder seguir em frente. Este capítulo há-de acabar e iremos retomar as nossas vidas para voltar as nossas rotinas, famílias, amigos e as nossas festarolas para comemorar a vidaaaa… estarei num palco à vossa espera. C. C.: Bem Haja, Virgilio Faleiro V.F. Bem haja Eu.


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REPORTAGEM

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Águas Rádium de Caria, Numa ocasião em que as maiores economias do Mundo investem milhões em laboratórios para a descoberta de um antidoto que elimine um “corona invisível”, a curiosidade levou-nos às ruínas de uma estância termal situada na estrada que liga o Terreiro das Bruxas a Caria, próximo do Casteleiro, cujas águas eram tão curativas no dizer do seu diretor clinico que “devido à sua [energia libertada], darão novas forças para lutar e para sentir o bem inefável que é [viver]”. Trata-se do imponente edifício das Termas Rádium que não resistimos em tentar descobrir e aqui trazer a sua história

Jorge Henriques Santos

V

isto ao longe parece um castelo de granito no meio da encosta da serra da Pena. Na realidade, não é um castelo mas um antigo complexo termal com hotel, com cinco blocos, todos de granito e com janelas e colunas. “Originalmente pertenceu a um conde espanhol, Don Rodrigo, mas no início do século XX ficou conhecida como Termas de Água de Radium. As suas águas tinham um grau de radioactividade bastante elevado. Talvez esta particularidade tenha atraído Maria Curie, física francesa que recebeu o prémio Nobel por descobrir os efeitos da radiação. Com os seus efeitos medicinais eram engarrafadas e exportavamse para a Europa no início do referido século. Don Rodrigo deverá ter abandonado as termas mais tarde. Em 1929, a exploração termal é arrendada à empresa Sociedade Águas Radium Lda, por contrato até 1940. Esta sociedade introduz outro tipo de tratamentos para além dos de balneoterapia, como seja a aplicação de lamas, compressas eléctricas radioactivas e a “studa chair” para lavagem do cólon. Em 1940, terminado o contrato de arrendamento, a concessão continua nas mãos dos herdeiros Enrique Gonzalez Fuentes. O complexo termal foi leiloado em Lisboa, e posteriormente comprado por Ramiro Lopes, com a intenção de transformar o local num hotel de luxo. Em 2000, Ramiro Lopes vendeu a propriedade ao seu irmão, com o projecto de construir, numa primeira fase, um hotel de luxo (a partir das actuais ruínas) com campo de golfe e piscinas, e numa segunda fase seria trabalhada a parte termal”. (fonte: /site/ faceocultadeportugal/) Na pesquisa realizada descobrimos por indicação de Mário Tomás, um excelente trabalho publicado

na revista do Museu do Sabugal em 2016, da autoria da Drª Graça Correia Ribeiro, investigadora independente do Património da Beira Interior, natural e residente em Caria. O trabalho faz um enquadramento histórico da edificação na época que ela denomina como “a febre da radioatividade” e as várias desventuras porque este projecto passou. Entre outras curiosidades o trabalho de Graça Correia refere a relação desta região, pela proximidade com Espanha, com a exploração de urânio, com registos de em 1910, se ter iniciado na vizinha aldeia de Quarta Feira, a exploração deste minério por uma empresa francesa a “Societè, d’ Uraine e Radium”, partindo daqui muito minério de Urânio que foi também trabalhado nos laboratórios de Paris, onde Madame Currie trabalhava. Havendo registo também de a Prémio Nobel da física e da Quimica aqui ter estado em tratamentos, “no Ematório”, acompanhada por sua filha e seu genro, mas cuja estadia foi envolvida de grande secretismo. Outra referência interessante relativa à história do edifício, no trabalho de Graça Correia, é o facto de este ter servido ainda de acolhimento a refugiados da Guerra Civil de Espanha, da II Guerra Mundial, bem como judeus em fuga a quando do Holocausto. Com referência a histórias contadas na primeira pessoa pelo Dr. Pereira Neves, descritas na sua biografia. O uso das águas minerais para fins terapêuticos, ao longo da história da humanidade é referido por Graça Correia, mesmo que se desconhecesse a sua composição. Porém foi no periodo da “febre da radioatividade” no final do sécXIX, inicio do século XX que este local ganhou importância, as suas águas e até as suas lamas, se tornaram famosas nacional e internacionalmente, tanto

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em contexto termal como de prescrição medicamentosa. Apesar de localizadas na freguesia de Sortelha, concelho do Sabugal, para efeitos de melhor credibilidade e marketing, eram denominadas como Àguas Rádio-Craia…Talvez porque Caria fosse à época o maior Lugar Central, mais próximo e com acesso à circulação ferroviária. O entusiasmo é de tal forma que o nome CARIA, segue estampado em inúmeros rótulos de garrafas em três tamanhos que são exportadas para toda a Europa. Além de ser o ponto de referência de importante estancia termal radioativa da Península Ibérica. Salienta Graça Correia que as águas minerais “tomaram tal importância que o mapa oficial de Portugal continental que

devia estar nas escolas referia as principais doenças e quais as termas em que se podiam tratar. A titulo de exemplo as “doenças das Senhoras” poderiam ser tratadas nas seguintes termas: Rádio-Caria, Luso, Felgueiras, Cucos. Salientando também que no caso de Caria, até a fábrica de Refrigerantes Manuel Soares, produziu uma laranjada denominada “Granada” em cujo rótulo referia: polpa de laranja, açúcar cristal, acido cítrico. CO2 e água Serra da Presa Radium… Sobre a composição química das águas e os seus possíveis benefícios o trabalho de Graça Correia é bastante exaustivo, referindo os vários estudos feitos, e onde mais de 12 fontes examinadas revelaram, num estudo encomendado a Charles

Lepierre e Herculano de Carvalho, em 1929, sobre a radiotividade das águas, concluiu que todas elas eram “aguas frias, hipossalinas, ligeiramente clorotadas, sulfatadas, com bicabornato de sódio, cálcidas e com magnésio, pobres em nitratos e em ferro e com silício em quantidade relativamente abundante”. Entre elas da “Nascente Nova” era a mais rica em elementos radioativos que trariam benefícios para o tratamento de doenças. Chegou a ser pedida a designação de “Águas Milagrosas” de Caria, às da nascente do Chão da Pena. Sendo considerada, a água da Fonte Milagrosa das mais radioativas do Mundo, no livro do Congrés International de Hidrologie, de Climatologie Geologie Medicales de Lyon, 1927 (Manson1937) Naturalmente que teria o Estado de chamar a si também uma parte do proveito deste negócio. Através do Decreto 15:401 de 17 de Abril de 1928 o Estado assume-se como proprietário das nascentes de águas minerais, onde a sua “captagem e a exploração dos estabelecimentos anexos” só poderá ser feita mediante autorização do Governo e assim foram publicadas também em diários do Governo, várias concessões e autorizações para exploração das Águas Rádium de Caria. A relação entre os benefícios e os malefícios das águas rádium tornou-se confusa e em muitos aspectos contraditória. No estudo de Graça Correia refere-se que as águas Rádium da Serra da Pena, seriam utilizadas principalmente no tratamento do reumatismo, gota, hipertensão arterial, bronquites crónicas, enterites espasmoidicas, ulceras gastro-duodenais, curas de diurese, colites, endemas e insuficiências circulatórias. Não deveriam ser usadas em qualquer forma de tuberculose; doenças hemorrágicas, hemofilia, ulceras gastrointestinais sangrando,


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Milagrosas ou Perigosas...? carcinoma do estômago, pequenas hemorragias hematúrias... Porém todo o efeito mediático que associa a rádioatividade a várias doenças e à própria morte, cujo expoente máximo é a purificação do urânio para o fabrico de bombas altamente destrutivas, tem um efeito de repulsa para o consumo e a referida “febre da radioatividade” baixou. O esqueleto dos edifícios ainda fica distante da estrada, o acesso é por uma estrada de terra, mas destaca grande curiosidade a quem passa. Houve uma altura que já esteve vedado, mas agora encontra-se aberto. No espaço envolvente limpeza de gestão de combustível tinha sido feita, revelando algum cuidado seja por entidade publica ou privado. Por curiosidade idêntica, ou por uma noticia que surgiu na revista viagens, on line da “Sapo”, e foi partilhada nas redes sociais, a nossa ida ao local coincidiu com muita afluência de visitantes, que não sabemos se ocasional ou frequente. Pessoas de vários extratos socias (a avaliar pelos carros), diversas idades e famílias completas. Entre o ainda edificado e os escombros caídos circulava-se livremente, com pleno acesso a todos os lugares e as crianças a trepavam pelas pedras, com e sem ajuda dos adultos acompanhantes… Tocou-nos uma certa preocupação

sobre as questões de segurança que o local, parece não ter… assim como zonas altamente vandalizadas. Tudo a corroborar as quatro fases de perda do património: Abandono, degradação, vandalismo e destruição.

Imagens cedidas por Graça Correia, onde se destaca a laranjada Granada de Caria e a garrafa envolvida em palha para exportação

Também sobre o futuro para este edifício o trabalho de Graça Correia Ribeiro adianta algumas hipóteses: Refere que o actual proprietário “ainda mantêm a pretensão de reabilitar o estabelecimento, criar melhores condições e manter actividade hoteleira”; que apesar de o termalismo ter voltado a estar

em voga e “a abertura recente de inúmeros estabelecimentos termais na região da Beira-Interior, um destes localizado no concelho do Sabugal, deveria levar a que se ponderasse a abertura de um outro neste concelho. Embora se possa considerar que a diferenciação poderia estar precisamente nas características radioactivas destas águas, uma vez que existe uma corrente europeia que se dedica ao estudo dos benefícios da aplicação de baixas doses de radioactividade”. Sugere que aqui “se poderia juntar o [melhor de dois mundos] seria construir um hotel temático, relacionado com o assunto”,… “a que se juntasse um museu mineiro, onde se contasse a rica história desta actividade no concelho do Sabugal e no vizinho concelho de Belmonte. Deveria este museu dar um grande destaque à questão da radioactividade, tratando o tema de uma forma geral e incluindo a história local relacionada com o mesmo”. Considerando “que se trataria de um museu inovador a nível quer regional, quer nacional”. Sobre tudo isto, Correio de Caria falou ainda com a Câmara Municipal do Sabugal, na pessoa do Dr Norberto Manso que nos confirmou a informação recolhida, mas não ter informação sobre o futuro destinado para o espaço, que a Câmara estará disponivel para aceitar propostas, mas dependerá do proprietário e de quem lá queira investir... PUB

REABERTURA DOS MERCADOS MUNICIPAIS DE BELMONTE O Município de Belmonte determinou a reabertura condicionada dos mercados municipais de Belmonte a partir do dia 1 de junho. Não se esqueça do USO OBRIGATÓRIO DE MÁSCARA, bem como, do DISTANCIAMENTO SOCIAL (2 metros) e, sempre que possível, da HIGIENIZAÇÃO DAS MÃOS com sabão ou solução desinfetante.

Conte connosco. Nós contamos com todos!


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LOCAL

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União de Freguesias de Belmonte e Colmeal da Torre E

m período de confinamento, os serviços operacionais de algumas autarquias nunca pararam, foi o caso dos serviços das freguesias, onde a força das chuvas primaveris e o calor obriga a limpezas sucessivas. No âmbito territorial da União de Freguesias de Belmonte e Colmeal da Torre procedeu durante o mês de abril e maio a arranjos, limpezas e conservações, nos seguintes locais:Caminho da Ribeira (Gaia); Em todas as ruas da Gaia e Belmonte-Gare; Jardim da Gaia; Cemitério da Gaia e Colmeal da Torre; Estrada da Torre (Colmeal da Torre); Rua do Ouro (Colmeal da Torre); Rua Nova (Colmeal da Torre); Rua da Moita Velha (Colmeal

da Torre); Zona envolvente do Santo Antão e Campo de Futebol (Colmeal da Torre); Rua dos Lameirinhos (Colmeal da Torre); Rua da Eira (Colmeal da Torre); Rua da Fonte Nova (Colmeal da Torre); Rua da Boa Vista (Colmeal da Torre); Caminho da Laginha (Colmeal da Torre); Caminho da Fonte Nova até ao alto de Maçaínhas (Colmeal da Torre); Caminho da EM Colmeal da Torre à EM Maçaínhas (Colmeal da Torre); Manutenção das floreiras junto ao Busto do Sr. Aires (Colmeal da Torre); Zona envolvente da Torre Centum Cellas (Colmeal da Torre); Caminho Lage do Tostão (Belmonte-Gare); Caminho Municipal Estrada Quinta das Pereiras, Praia Fluvial à EN 18 (Belmonte); Zona envolvente da

Freguesia de Caria E m contacto com Pedro Torrão, presidente da Junta de Freguesia de Caria, disse ao nosso jornal que também aqui têm prosseguido as jornadas de limpeza, este ano com forte crescimento de vegetação e material combustível, estando agora na fase dos caminhos agrícolas, alguns cujo pouco uso também facilita a propagação de ervas e mato. Prossegue a obra de lancil e passeio em frente à Carveste executada pela Câmara. Sobre a piscina o edil de Caria foi mais cauteloso dizendo que a mesma só deve funcionar se forem consideradas haver

efectivas condições de segurança para as pessoas. A legislação publicada esta semana, que regulamenta as piscinas, não é clara, segundo o autarca, referindo que cada equipamento é especifico e possivelmente nem todos terão condições para oferecer a mesma segurança às pessoas num quadro pandémico como o que ainda se vive. Correio de Caria aproveitou para colocar ao autarca, os dois assuntos de “vaca fria” desta freguesia, sobretudo nas zonas mais periféricas: Os frequentes cortes de energia e a fibra óptica na internet. No que concerne aos cortes de

Tempos de Tosquia N

Junta de Freguesia (Belmonte); Fontanários de Belmonte e Gaia; Parque de merendas do Santo Antão, parque de merendas da Santa Marta, parques infantis de Belmonte e BelmonteGare; Desinfeção das ruas da Freguesia. Em contacto com Hugo Adolfo, presidente da União de Juntas, referiu terem também feito no mês de maio, arranjos no Parque Infantil do Bairro de Santo Antão, bem como a limpeza das piscinas, que o autarca tem esperança de ainda virem a abrir no mês de Julho. Por coincidência nesse mesmo dia saiu a legislação que determina as normas para as piscinas descobertas, no próxima verão…Está pois por agora “a bola” nas mãos da Câmara jhs Municipal…

o meio rural o tempo não pára e na pastorícia, os animais não se compadecem com contingências da humanidade., Se o calor aperta, os animais começam a ficar lentos e desconfortáveis, é lã a mais e há que retirá-la, se bem que segundo revelaram ao Correio de Caria, o valor é quase irrisório

e não há quem a compre… Nestes tempos de desconfinamento, em Malpique, foi também tempo de “desconfinar” os animais. Os irmãos Esteves juntaram-se ao irmão pastor e em menos de um dia deram conta do rebanho. Uma operação em que os animais se punham a jeito e parecia até que agradeciam…

energia Pedro Torrão referiu que segundo tem informação da parte da EDP, estes se devem sobretudo a curto-circuitos que acontecem na rede, pelo facto da predominância de rede aérea na região e o grande aumento da população de aves que tem havido este ano… Sobre o baixo sinal de internet, o presidente da Junta referiu que este problema é quase exclusivo de Malpique e Monte do Bispo, saber que ficaram colocados os terminais para derivação a estas localidades, para instalação da fibra óptica mas que desconhece as razões porque não avançou… jhs

OPINIÃO

COVID 19 Apoio às Empresas

António José Gaiola

Natural de Caria Professor na Escola Superior de Gestão de Idanha a Nova

N

o passado 14 de maio foi publicado o Sistema de Incentivos à segurança nas micro, pequenas e médias empresas, no contexto da doença COVID-19 ‘ADAPTAR’. O Programa ‘ADAPTAR’ pretende apoiar as micro empresas e as PME no esforço de adaptação e de investimento nos seus estabelecimentos,

ajustando os métodos de organização do trabalho e de relacionamento com clientes e fornecedores dada a pandemia COVID-19, de forma a que sejam cumpridas as normas e regras estabelecidas pelas autoridades competentes.

para as microempresas, com um limite máximo de 5.000 € e mínimo de 500€. Quanto às PME, a taxa de incentivo a atribuir é de 50% das despesas elegíveis, com um limite máximo de 40.000 € e mínimo de 5.000€.

Assim, são Beneficiários do Programa as Microempresas e as PME em todos os setores de atividade incluindo Comércio e Serviços, Alojamento e Restauração, Indústria e Transportes e que tenham a situação regularizada perante a Administração Tributária e a Segurança Social.

As Despesas Elegíveis são as seguintes: • Equipamentos de proteção individual necessários para trabalhadores e clientes, nomeadamente máscaras, luvas, viseiras e outros; • Equipamentos de higienização e de dispensa automática de desinfetantes, bem como respetivos consumíveis; • Serviços de desinfeção das instalações; • Dispositivos de pagamento automático contactless;

Os apoios são atribuídos sob a forma de subvenção não reembolsável e a taxa de incentivo a atribuir é de 80% sobre as despesas elegíveis

• Custos iniciais associados à domiciliação de aplicações, adesão inicial a plataformas eletrónicas, subscrição inicial de aplicações em regimes de «software as a service», criação e publicação inicial de novos conteúdos eletrónicos, bem como a inclusão ou catalogação em diretórios ou motores de busca; • Reorganização e adaptação de locais de trabalho e de layout de espaços, designadamente, instalação de portas automáticas, instalação de soluções de iluminação por sensor, instalação de dispensadores por sensor nas casas de banho, criação de áreas de contingência; • Isolamento físico de espaços de produção ou de venda ou prestação de serviços, designadamente, instalação de divisórias entre

equipamentos, células de produção, secretárias, postos ou balcões de atendimento; • Outros dispositivos de controlo e distanciamento físico; • Custos com a aquisição e colocação de informação e orientação aos colaboradores e ao público, incluindo sinalização vertical e horizontal, no interior e exterior dos espaços; • Despesas com a intervenção de contabilistas certificados na validação das despesas dos pedidos de pagamento. Para mais informações consultar https://www.occ. pt/pt/noticias/incentivosa-adaptacao-das-micropequenas-e-medias-empresasao-contexto-da-covid-19/


OPINIÃO

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OPINIÃO

PRECISAMOS FALAR...

Manuel Geraldes Médico Natual de Caria

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á sempre uma primeira vez para tudo. Escrever, como cidadão do concelho de Belmonte, para o “Correio de Caria” é um desafio em primeira mão que me obriga a sair da minha zona de conforto e conveniência, recebendo, em troca, satisfação pessoal pela colaboração no jovem jornal de Caria. Validei este projecto como interessante para o Concelho de Belmonte, com abrangência à Região da Cova da Beira. É prematuro fazer uma avaliação, não se conhece, ainda, o impacto mediático no meio social onde está inserido, mas acredito que tem “pernas para andar”. Precisamos falar de Caria, Freguesia. Para tal, vou servirme da metáfora do copo meio cheio, meio vazio. É

uma realidade desafiadora. Algumas pessoas dão atenção à parte vazia, outras olham para a parte meio cheia. Do meu ponto de vista o copo está meio cheio e meio vazio. Temos sempre algo e algo que nos faz falta. O copo meio cheio é o lado positivo. Falar de Caria remete-nos para o seu passado que nos orgulha. É um passado de pedra, feito de granito, duro e resistente, que não se apaga no imaginário colectivo. Deste passado fazem parte pessoas ilustres, a riqueza com origem nas actividades económicas ligadas à produção agropecuária nas casas senhoriais brasonadas (Solares) e em grandes casas agrícolas, em oposição, mas convivendo, com a agricultura de sobrevivência. A estação de caminhosde-ferro, que já foi de 3ª classe, merece fazer parte da história de Caria. A partir dela era escoada a produção agropecuária de Caria e dos concelhos vizinhos, conferindo-lhe uma posição estratégica da maior importância na rede de estações de caminho-de-ferro.

Hoje desactivada, às moscas, na esperança que tenha utilidade na linha da Beira Baixa, em fase de renovação, mas provavelmente vamos ver passar os comboios. Temos um rico e vasto património religioso, histórico, arquitectónico e sociocultural de que fazem parte a Igreja Matriz, a Casa da Torre, a Casa da Roda, a Casa das Caras e a Casa da Câmara. O Solar dos Condes de Caria, o Solar dos Proenças e o Solar Quevedo Pessanha, este, degradado e ao abandono, representam o que sobra do passado agrícola. Caria sempre teve e ainda tem um movimento associativo que nos orgulha, em áreas tão díspares como a cultura, música, desporto e área social. A Associação Cultural e Recreativa de Caria/Rádio Caria/Grupo de cantares Toca da Moura; União Desportiva Cariense; Banda Filarmónica de Caria; Clube de Caça e Pesca de Caria; Núcleo Gimnodesportivo e Cultural de Caria; Centro de Assistência Paroquial de Caria; Centro Cultural Desportivo e Recreativo de Monte do Bispo; Associação In Monte Cultural

e Centro Cultural e Recreativo de Malpique. “As Cantadeiras de Caria” e a sua mentora Maria Alcina Patrício merecem destaque e menção especial, pelo importante papel que tiveram na divulgação de Caria, suas tradições, oralidade e identidade genuína. Ao longo de gerações foram as colectividades e o associativismo de base local que, juntos, construíram uma história de cultura, de tradições, de desporto, de dinâmica social. Isto só foi possível graças ao esforço de cidadãos participativos e empenhados. É responsabilidade de todos preservar as nossas memórias, identidade e história, garantir

que o associativismo continue vivo e activo na construção de uma Freguesia para todas as gerações. No copo meio vazio cabem os nossos pontos fracos, o que nos faz falta ou o que temos de menos positivo. O número de habitantes de Caria continua a baixar à custa de uma progressiva redução da taxa de natalidade e à partida de jovens à procura de oportunidades, algures mais longe. Temos cada vez mais idosos e menos jovens; mais casas abandonadas e em ruinas; ruas desertas e silenciosas em que não se vê vivalma. Precisamos de encher o copo meio vazio, de pontos fortes, desafios e oportunidades.

OPINIÃO

Transformar as dificuldades em oportunidades as regiões interiores devem reclamar essa mudança António Cabanas Socilogo Natural da Meimoa

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em podermos ainda lançar foguetes, Portugal tem-se saído bem no que toca à pandemia. Já se apontaram diversas explicações para o milagre, como a boa liderança política, decisões atempadas, a vacina da BCG, a baixa densidade de algumas regiões, as nossas características de povo obediente, ou, o mais provável, a conjugação de muitas variáveis, entre elas a dedicação e competência dos profissionais de saúde. Ainda assim, poderíamos ter cuidado melhor do sector social, que abrange uma fatia grande dos mais vulneráveis.

Tardámos em agir, quando já conhecíamos as más notícias de Espanha e de Itália e andámos demasiado tempo a falar mal das máscaras, só porque não as havia, quando até as podíamos fazer em casa. Por uma vez, as regiões interiores ficaram em vantagem, e não fossem alguns descuidos (a maior parte vindos do meio hospitalar), teríamos passado incólumes nesta primeira vaga. Já para as grandes metrópoles, a pandemia tem sido arrasadora, mostrando o que há muito se sabia: que não se deve colocar os ovos todos no mesmo cesto. Sabemos todos que é mais caro dispersar os recursos pelo território, mas vale a pena esse esforço por muitas razões que não vêm agora ao caso. A concentração excessiva da população terá, mais cedo ou mais tarde, consequências devastadoras. Se não for por

um vírus, há-de ser pela guerra, pela poluição, por tempestades, ou por quaisquer outros fenómenos tão imprevisíveis como naturais. Longe vá o agouro, mas é a realidade do mundo global em que vivemos e não podemos pensar que só acontece aos outros. Quem diria que a superdesenvolvida Nova Iorque enterraria os seus mortos com retroescavadora, em valas comuns, ou que os deixaria a apodrecer em câmaras de frio?

pedem benesses e nas benesses que caçam votos para não falar de outras maleitas.

Já se sabe que o capitalismo nos aperta o cerco, sempre pronto a alimentar-nos em manjedoura corrida e a colocarnos a todos no mesmo bardo! Sai mais barato e dá mais lucro! Dispersar a população vai contra os cânones da economia, é contra o efeito de escala, dizem! Mesmo os regimes democráticos que tinham por obrigação contrariar os interesses, tendem a entrar no ciclo vicioso dos votos que

O distanciamento que se exige para as atividades económicas, é um equilíbrio muito difícil na grande cidade, onde os espaços são exíguos e caros. Espaço é coisa que felizmente não falta no interior, onde muitas atividades mais facilmente acusaram os efeitos da meteorologia do que os da pandemia.

O tipo de povoamento nacional, que com exceção de uma estreita faixa litoral, é o da pequena povoação foi agora de uma inegável mais-valia, com as comunidades locais a fecharem-se sobre si mesmas, a vigiarem as entradas de forâneos e a colocar ferrete em eventuais suspeitos.

Resta saber se aprendemos a lição ou se teremos que

esperar por outras pandemias para começarmos a inverter tendências. Se saberemos aproveitar esta boa imagem que demos para o exterior, muito pelo desempenho do interior, para relançarmos alguns sectores de forma mais homogénea, como o turismo e as actividades ligadas ao território. Diz a sabedoria popular que cautelas e caldos de galinha nunca fizeram mal e essa terá que ser a estratégia no imediato para a reabertura, conciliando a boa informação com a conduta social, criando a confiança necessária para o tal “novo normal” de que tanto se fala. Mas temos também que ser capazes de transformar as dificuldades por que passámos em oportunidades para mudar e as regiões interiores podem e devem reclamar essa mudança.


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ATUALIDADE

A Escola de Música do Centro Cultural Pedro Alvares Cabral Inscrições abertas | 2020-21

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stão abertas desde o passado dia 18/05/2020 as inscrições para o ano letivo 2020-21. As candidaturas estarão abertas nos Cursos de PréIniciação, Iniciação Musical, Curso Básico de Música e o Regime Livre até ao dia 26/06/2020. As renovações de matrícula até ao dia 12/06/2020. As inscrições para realização das Provas de Acesso ao Curso Secundário de Música decorrerão até ao dia 12/06/2020, e efetivação das matrículas após aprovação até ao dia 10/07/2020. O processo deverá preferencialmente ser realizado online através de formulários próprios para candidatura ou renovação de matrícula. Mais informações disponiveis em: https://www. escolamusicabelmonte.pt/ inscricoes-abertas _______________________

Belmonte Apoia a Candidatura da Guarda a Capital Europeia da Cultura A Cultura de um povo não se confina a pequenas fronteiras políticas, é transversal a um vasto território. A Candidatura da Guarda a Capital Europeia da Cultura 2027 é mais do que uma aposta individualizada, é um grito coletivo a chamar a atenção para a riqueza deste nosso interior e da raia espanhola”. Afirma Dias Rocha, num comunicado tornado publico para expressar o apoio de Belmonte à Candidatura da Guarda. jhs

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Bendada Music Festival ainda de pé O

já emblemático Bendada Music Festival está previsto para se realizar de 11 a 19 de julho de 2020 e a organização tem esperança em o manter. “Encorajamos todos os alunos a inscreverem-se nos nossos dois programas: a Artist Academy e o Divertimento Music Camp. A data limite para pagamento do festival foi adiada para 20 de junho”. Diz a organização do festival na pagina do evento no facebook Prosseguindo “Iremos continuar atentos à evolução da propagação da COVID-19. A decisão final relativa ao festival deste ano será tomada em conjunto com o Município do Sabugal e anunciada no início de junho. A segurança e a saúde dos nossos alunos, professores, staff e da comunidade Bendadense serão sempre a nossa

maior prioridade”. O Bendada Music Festival define-se acima de tudo, como um evento onde uma exigente educação musical coabita com imersão cultural e muita diversão, num ambiente relaxado e encorajador que

permite que os alunos cresçam como músicos, artistas e seres humanos”. Refere o comunicado da organização. Em 2020, o concerto inaugural do Bendada Music Festival será apresentado pelo conceituado pianista Americano Jeffrey

Swann. Uma vez mais, o Bendada Music Festival apresenta uma série de concertos nos locais mais pitorescos da região, onde os alunos vindos de todo o mundo são convidados a partilhar o palco com os professores e artistas convidados. Desde recitais por músicos de renome internacional e masterclasses com professores convidados a concertos de alunos nos lugares mais pitorescos da região das Beiras, esta edição vai estar cheia de novidades e momentos inesquecíveis refere a organização. Localizado na região montanhosa do centro de Portugal, o Bendada Music Festival é um curso de verão intensivo, com uma combinação única de aulas diárias de instrumento, ensaios de música de câmara e concertos.

Coro Misto da Beira Interior voltou à Rua

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Coro Misto da Associação Cultural da Beira Interior regressou à atividade, no

domingo, dia 17 de maio com o projeto “Andante”, que consiste em percorrer as ruas de aldeias, possibilitando aos habitantes assistirem a pequenos concertos

respeitando o distanciamento social. Esta iniciativa começou em Sobral de S. Miguel, Penamacor, em parceria com a autarquia local e o município da Covilhã. Foram sete pequenos concertos pelas principais ruas, com o coro dividido em dois pelo facto de as ruas serem de pequena dimensão e haver o cumprimento das regras de distanciamento. O último concerto foi no lar, onde os utentes assistiam a partir de uma varanda, aí, devido ao espaço, já foi possível ao coro cantar em conjunto. Este grupo é um dos produtos

da Associação Cultural da Beira Interior, que tem como principal objetivo contribuir para o desenvolvimento cultural de toda a região do interior de Portugal. A maioria dos seus projectos têm incidência na área musical, como a Escolinha do Zéthoven, o Coro Infantil da Beira Interior, o Grupo de Percussão da Beira Interior, a Orquestra Clássica da Beira Interior e o Coro Misto, que regressa aos ensaios esta semana. O projeto “Andante” vai andar por outras aldeias da Beira Interior., embora não divulguem para já outras deslocações.

Meia e Mini Maratona de Belmonte foi um sucesso

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uma réplica da Meia Maratona e sujeito às medidas de distanciamento social, o C.C.D.R. do Colmeal da Torre desafiou os interessados a correr 10km ou 21km durante a manhã de domingo, dia 10 de maio, “cada um por si e onde quiser”. Em modo virtual aproveitando a data inicialmente marcada, seguindo as recomendações da DGS. Esta ideia (talvez) inédita no nosso país, foi um sucesso, esta Meia e Mini Maratona de Belmonte – Cada um por si, lançada pelos atletas Romeu Afonso e Hélio Costa contou com mais de 300 participantes, entre os quais alguns dos maiores nomes do atletismo/ trail do pais (Samuel Barata – Campeão Nacional de Estrada; Bruno Paixão – ex-Campeão Nacional de Maratona ou João Oliveira – Um dos melhores UltraMaratonistas do Mundo) e com participantes dos quatro cantos do mundo: Portugal, Suiça, Japão, EUA, Brasil, etc… Com o crescimento exponencial

dos inscritos, deu até para se organizar uma conferência online na noite de sábado, que contou com vários convidados e que foi um momento de debate sobre a prova e a situação actual do atletismo, face à realidade que vivemos. Em termos da, participação cerca de 60% dos participantes correram nos 10km e os restantes (mais de 100) na Meia Maratona, um número fantástico e ao qual acresce o facto de muitos dos participantes se terem estreado nesta distância… Embora o principal objectivo fosse a participação em vez da competição, alguns atletas não deixaram de se empenhar ao máximo, alcançando tempos muito interessantes, tendo em conta que corriam sozinhos e em percursos nem sempre fáceis… Nos 21km destaque para o Bruno Paixão, Samuel Barata, Hugo Moreira, Filipe Costa e Filipe Guerra que correm abaixo da marca de 1h20… No sector feminino Sabina Neca, Tânia Cruz e Luz Paulo foram as melhores.

Nos 10km, Alexandre Venâncio, Diogo Salvado, Ricardo Opinião, Pedro Amaro e Paulo Neto correram abaixo dos 40m. No sector feminino destaque para a Gabriela Santos, Carolina Fonseca e Margarida Sá, que alcançaram os melhores tempos. Destaque ainda para o atleta Amaro Teixeira, que durante a manhã fez a prova dos 10km (com um tempo no top 15) e de tarde realizou os 21km, a marchar, conseguindo um

tempo que lhe permitiu ficar no top20 em concorrência com os atletas de corrida. Já mais recentemente, 15 atletas da secção de atletismo do Centro Cultural Desportivo Recreativo de Colmeal da Torre participaram na “EDP 10k Virtual Race”, a primeira de um conjunto de sete provas organizadas pelo Maratona Clube de Portugal e que vão colocar o País a correr, com provas de 5 e 10km.


CULTURA

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Junta da Paróquia de Caria GUIA DE FUNDOS DO ARQUIVO HISTÓRICO DE CARIA

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ste mês damos a conhecer o Guia de

Fundos: Junta da Paróquia de Caria. O objetivo do Guia consiste em fornecer aos utilizadores uma visão panorâmica dos fundos documentais que compõem um arquivo. Datas Extremas: 1714 – 1906 Nome do produtor: Junta de Paróquia de Caria História administrativa: A figura da Junta de Paróquia enquanto elemento da divisão administrativa surge pela primeira vez com o Decreto n.º 25 de 26 de novembro de 1830, que lhe confere diversas competências nas áreas da saúde, culto, ensino e registo de batismos, casamentos e óbitos. Foram criadas pelo governo provisório, sendo compostas por três, cinco ou sete elementos, conforme o número de fogos. Eram eleitas pelos chefes de família ou cabeças de casal e os mandatos eram bienais. Cada junta podia nomear um secretário, que desempenha as funções de escrivão do regedor e um tesoureiro. Os sucessivos Códigos Administrativos (1836, 1840, 1842, 1878) conservaram-nas, embora com a introdução de algumas adaptações ao longo do decorrer dos anos. Em 1835 surgem, pela primeira vez, como órgãos administrativos das freguesias, tendo como órgãos a Junta de Paróquia eleita, e o Comissário de Paróquia, escolhido pelo Administrador do Concelho de entre três nomes indicados pela respetiva Junta de Paróquia. Em 31 de dezembro de 1836 é assinado o diploma que cria o Primeiro Código Administrativo Português, elaborado pelo Visconde de Seabra, mudando o nome de Comissário de Paróquia para Regedor de Paróquia.

Em 29 de outubro de 1840, uma nova Lei altera alguns aspetos desta divisão administrativa: o Administrador de Concelho e o Regedor de Freguesia passam, de novo, a ser nomeados pelo governo, sem intervenção local. Em 1842 surge novo Código Administrativo que institui o pároco como presidente das Juntas de Paróquia. Em 6 de Maio de 1878, surge uma nova alteração ao Código Administrativo que volta a defender uma certa descentralização: nas freguesias são mantidos os Regedores de Paróquia, nomeados pelo Governo Civil, e as Juntas de Paróquia, eleitas diretamente. Em 6 de agosto de 1892 é publicado um novo decreto que retira competências às Juntas de Paróquia, transferindo-as para as Câmaras Municipais.

Com a publicação do Código Administrativo de 1895, o presidente das Juntas de Paróquia passa novamente a ser o pároco. Em 1910, com a Implantação da República e a Constituição de 1911 (art.º 6), são extintas constituindo-se, pela Lei nº 88, de 7 de agosto de 1913, as atuais Juntas de Freguesia Civis. As Paróquias Civis e untas de Paróquia mantiveram-se em atividade até à publicação da Lei n.º 621, de 23 de junho de 1916, na sequência da qual passaram a denominar-se Freguesias e Juntas de Freguesia, respetivamente. História custodial e arquivística: A documentação esta sob custódia da Junta de freguesia de Caria mediante protocolo celebrado com Paróquia de Caria. Âmbito e conteúdo: contém atas da Junta

de Paróquia de Caria; registos da despesa e receita da Junta de Paróquia, registos dos termos de arrendamento, relação dos moradores da Freguesia de Caria com propriedades e seus rendimentos, registo de óbitos da Freguesia de Caria; livros de posturas e registo das despesas do pároco. Avaliação e seleção: Este fundo nunca terá sido sujeito a qualquer avaliação documental. Por se tratar de documentação de uma instituição já finda mas com grande valor histórico e informacional. Assim sendo opta-se por conservar definitivamente a documentação. Sistema de Organização: os documentos foram descritos individualmente obedecendo às tipologias documentais existentes. Condições de acesso: a documentação encontra-se disponível na Biblioteca Cantadeiras de Caria. Documentação de consulta livre para utilizadores internos, estando os utilizadores externos sujeitos a autorização prévia. Condições de reprodução: Sem restrição. Preço conforme tabela de taxas da Freguesia. Idioma/escrita: Português e Latim Características físicas e requisitos técnicos: Natureza do suporte – papel; Tecnologia do suporte – manuscrito; Estado de conservação – Razoável. Instrumentos de descrição: guia de fundos e inventário em suporte papel e informático. Nota do arquivista: Descrição elaborada por Angélica Maximino, Técnica Superior da Câmara Municipal de Belmonte. Data da descrição: 2018 ACCMax.

Escritor do mês

Biblioteca de Belmonte C. J. Sansom C. J Sansom nasceu em 1952 e licenciouse na Universidade de Birmingham, onde fez também um doutoramento em História. Exerceu advocacia durante algum tempo, até que decidiu dedicar-se à escrita a tempo inteiro. Com a série Shardlake conheceu um retumbante sucesso internacional, estando já publicados em Portugal os volumes Dissolução, Fogo Negro, Soberano e Revelação (Porto Editora, 2010). Inverno em Madrid, também publicado pela Porto Editora, é um thriller de espionagem escrito fora da série Shardlake. Bibliografia: Série de Matthew Shardlake 1. Fogo Negro (2006) 2. Soberano: Intriga na Corte (2008) 3. Revelação (2010)

4. Corrupção (2015) Outros • Inverno em Madrid (2011)

Vamos onde os seus clientes estão

Anuncie no Correio de Caria

C o n t a t e n o s


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ASTROLOGIA

HORÓSCOPO Mês de Junho

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Na saúde, cuidado com as viroses. No amor, sentirá que a sua relação está menos emocional e mais física. É o momento de se acautelar quanto a tentações externas que podem trazer mal-estar à relação. Evite os ciúmes.

Balança - Carta: A Lua

Carneiro - Carta: A Morte

A energia do mês colocá-lo-á numa situação de mudança, desapego e sobretudo de libertação do passado. No trabalho, poderá sentir alguma tensão de resolução de assuntos mais delicados, no entanto estará favorecido o início de novas tarefas ou novas formas de agir. Na saúde, tendência a alergias. No amor, caso esteja solteiro, essa fase irá terminar. Nas relações mais antigas, deverão quebrar rotinas promovendo uma saída a dois.

Touro.- Carta: O Dependurado Apesar de se sentir limitado em várias situações, a atitude certa é de encontrar uma maneira de se libertar daquilo que sente ser um bloqueio. No trabalho, muitas situações passadas deverão ser reanalisadas, apesar de não ser altura para agir, mas para deixar assentar de forma tranquila. Na saúde, mal-estar nas pernas. No amor, deverá analisar aquilo que é importante na relação e aquilo que lhe possa trazer mal-estar deverá ser eliminado.

Gémeos - Carta: A Estrela

Energia bastante positiva de proteção. Distinga o positivo do negativo e coloque de lado o que não lhe interessa. No trabalho, estará motivado e bem-disposto, o que ajudará a que o período decorra de forma positiva. Bom para as finanças. Na saúde, tranquilo. No amor, terá uma sensação de proximidade com a pessoa que ama, sobretudo para quem sente uma tensão no relacionamento. Nas relações mais estáveis, irão sentir harmonia e passar uma fase feliz.

Caranguejo -Carta: A Imperatriz

Sentir-se-á menos rigoroso e meticuloso, fazendo com que tenha vontade de partilha e convívio. No trabalho, serão a sabedoria e a criatividade que impulsionarão toda a energia do mês, obtendo com isso os resultados pretendidos. Na saúde, cuidado com o excesso de açúcares. No amor, estará com bastante disposição para dialogar e partilhar momentos especiais com a pessoa que ama.

Leão - Carta: A Roda Da Fortuna Será agitado com altos e baixos em todas as áreas. No trabalho, terá demasiados assuntos por resolver ao mesmo tempo. Na saúde, variações de humor. No amor, poderá ter dúvidas em relação a alguma decisão, no entanto terá bons resultados se se empenhar de forma rápida.

Virgem- Carta: O Diabo

As energias vão ser menos positivas, mas ajudá-lo-ão a refletir no caminho que pretende seguir e nos seus desejos e metas. No trabalho, é preciso controlar os exageros no que diz respeito à teimosia. Permita-se algum descanso e diversificação da rotina.

Pode trazer instabilidade a nível emocional, assim como sensibilidade apurada. No trabalho, estará dotado de muita criatividade, possibilitando novas ideias e criações. Tenha cuidado com quem se relaciona e não fale dos seus planos. Na saúde, instabilidade de humor. No amor, deverá evitar ilusões ou fantasias em relação ao futuro da sua relação. Mantenha uma conversa direta e honesta com a pessoa que ama.

Escorpião - Carta: A Justiça

Na sua essência estará a clareza e a justiça. Todas as situações que lhe pareçam desequilibradas irão causar inquietação. No trabalho, sentirá necessidade de analisar muitas situações, em especial o desempenho e as propostas de colegas. Tenderá a exigir justiça na avaliação das situações. Na saúde, tendência a mal-estar muscular. No amor, a relação este período passará por uma fase de tensão. Evite discussões.

Sagitário - Carta: Os Enamorados

Irá sentir necessidade de fazer escolhas, sobretudo acerca do seu livre arbítrio. No trabalho, surgirá uma oportunidade que lhe permitirá tomar decisões acerca de aspetos burocráticos. Na saúde, tendência a dores de joelhos. No amor, irá ser abordado por alguém de fora da relação, o que trará instabilidade ao seu lado emocional.

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Capricórnio - Carta: A Torre

Deverá evitar qualquer atitude menos compreensiva com os que o rodeiam, pois poderá não estar a ver a realidade como ela é. No trabalho, irá deparar-se com algumas situações a nível financeiro que precisarão de resolução imediata, pelo que terá de agir rapidamente. Na saúde, cuidado com as quedas. No amor, haverá uma mudança de atitude na relação. Este período poderá fazer toda a diferença, mantenha-se aberto a novas possibilidades

Aquário - Carta: O Papa

Estará um pouco rígido consigo próprio, refletindo essa atitude para com os outros. Flexibilize mais o seu pensamento e a sua forma de estar na vida. No trabalho, o momento é certo para assinar ou ajustar contratos ou acordos importantes para a sua empresa. Na saúde, deverá consultar um especialista. No amor, a carta de este período traz apoio, fidelidade e estrutura à relação. Peixes

- Carta: O Mundo

Será significativamente positivo. Concluirá as tarefas importantes e irá sentir satisfação pelos resultados obtidos. No trabalho, existirá uma possibilidade de entrada de ganhos, ou de uma promoção desejada há algum tempo. Na saúde,vitalidade. No amor, sentirá bem-estar e satisfação no relacionamento, sentindo se próximo da pessoa que ama.

Cristina Gomes Lado Violeta

CARTÓRIO NOTARIAL DE BELMONTE ANA MARGARIDA CARROLA

NOTÁRIA

Certifico narrativamente, para efeitos de publicação, que foi lavrada, no dia treze de março dois mil e vinte, neste Cartório Notarial de Belmonte, a cargo da notária pri-vada, Ana Margarida Silva Carrola, no livro de notas para escrituras diversas número três, de folhas cento e vinte e sete e seguintes, escritura de Justificação, na qual VA-NESSA FILIPA CLEMENTE BERNARDO, contribuinte fiscal número 249 033 852, natural da freguesia de São Francisco Xavier, concelho de Lisboa, residente na Avenida Humberto Delgado, lote 33, 2º C, na freguesia de Quinta do Conde, conce-lho de Sesimbra, declarou na qualidade de única herdeira da herança do falecido Cipriano Bernardo, ser dona e legítima possuidora do seguinte prédio, na freguesia de Maçainhas, concelho de Belmonte: ---------------------------------------------------------------------------------------------------____Urbano, sito no Chão do Lagar, composto de edifício com dois pisos, destinado a habitação, com a superfície coberta de cinquenta e seis metros e cinquenta decíme-tros quadrados, a confrontar de norte, sul, nascente e poente com Cipriano Bernardo, inscrito na respetiva matriz predial urbana sob o artigo 464, com o valor patrimonial tributável de oito mil cento e noventa e sete euros e setenta e um cêntimos, igual ao atribuído, descrito na Conservatória do Registo Predial de Belmonte sob o número quatrocentos e trinta e sete - Maçainhas. --------------------------------------------------------_____Que o prédio veio à posse do falecido Cipriano Bernardo e da sua falecida mulher Remilde Ramos Dias Bernardo, em dia que não pode precisar do mês de janeiro de dois mil por compra meramente verbal a Adélia Guilhermina da Piedade Ramos, tendo desde essa data os acima autores da herança entrado na posse do mesmo habitando-o, limpando-o, pagando as respetivas contribuições e impostos e retirando do mesmo todas as utilidades possíveis. -------------------------____Que os acima identificados autores da herança, Cipriano Bernardo e Remilde Ramos Dias Bernardo e posteriormente os seus herdeiros, sempre foram reputados por toda a gente como proprietários do prédio acima identificado e sempre se consi-deraram como tal. ---------------------____Que os falecidos Cipriano Bernardo e Remilde Ramos Dias Bernardo e posteri-ormente os seus herdeiros, sempre exerceram a sua posse ostensivamente perante toda a gente sem oposição de quem quer que seja, continuadamente há mais de vinte anos, sendo por isso uma posse pacífica, continua e pública, e de boa fé, pelo que adquiriram o referido prédio por usucapião. ----------------_____Que a ora justificante possui o prédio, por direito de transmissão de seu pai Edgar Ramos Dias Bernardo, único filho falecido, dos acima mencionados Cipriano Bernardo e Remilde Ramos Dias Bernardo, continuando a posse por eles exercida, sem a menor oposição de quem quer que seja, habitando-o, reparando-o, pagando os respetivos impostos e contribuições, agindo sempre pela forma correspondente ao exercício do direito de propriedade, sendo, por isso, como já foi referido, uma posse pública, pacífica, contínua e de boa fé, pelo que o referido prédio foi adquirido por USUCAPIÃO, título que invoca para estabelecimento de novo trato sucessivo no registo predial. Está conforme o original Belmonte,13 de Março de 2020


NECROLOGIA

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NECROLOGIA abriano casaca henriques

abilio da nave da cruz

15 de Janeiro 1934 7 de Março 2020

06 de Julho de 1932 03 de Maio de 2020

Residente em França Natural de Malpique - Belmonte

Natural e Residente em Malpique - Caria

Piedade da Fonseca Pereira Baptista 6 de dezembro de 1933 25 de maio de 2020 Aldeia de Santo António Sagugal

Joaquim Lopes Nobre 24 de janeiro de 1932 22 de maio de 2020 Aldeia de Santo António Sabugal

Maria da Conceição

manuel Capelo Canilho

Carrilho

11 de abril de 1946 20 de maio de 2020

26 de junho de 1927 21 de Maio de 2020 Vale da Senhora da Póvoa - Penamacor

Luzia Menas Manata 15 de janeiro de 1926 18 de maio de 2020 Aldeia do Bispo de Penamacor

Manuel Dias Caetano 02 de Fevereiro de 1936 03 de Maio de 2020

Aldeia do Bispo de Penamacor

António Jesus Tomás Rodrigues 5 de janeiro de 1944 17 de maio de 2020 Penamacor

Manuel dos Santos Rainha 05 de fevereiro de 1954 04 Abril de 2020 Belmonte

Aldeia da Ponte Sabugal

Maria Amelia Teixeira Moedas 29 de janeiro de 1944 13 de abril de 2020 Sabugal

António Soares Lopes Nabais 17 de janeiro de 1940 10 de março de 2020 Meimoa Penamacor

O CORREIO DE CARIA Expressa as mais sentidas condolências às familias enlutadas.


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REGIÃO

Marcelo recebeu cerejas do Fundão em Belém

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Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa recebeu na passada terçafeira no Palácio de Belém, em Lisboa, “uma caixa de cerejas, numa entrega acompanhada pelo presidente da Câmara do Fundão Paulo Fernandes”. Desta forma, o chefe de Estado associou-se também à campanha do município

do Fundão de entrega de cerejas em casa, através de encomendas por e-mail ou por telefone, em quantidade igual ou superior a dois quilos. O Presidente da República considera que esta “é uma forma inovadora de distribuir diretamente e em segurança a cereja do Fundão e de apoiar os produtores de uma marca nacional certificada”. Esta campanha de entregas ao domicílio em todo o país com o objetivo de minimizar os impactos da covid-19 foi divulgada no dia 7 de maio em conferência de imprensa pelo presidente da Câmara Municipal do Fundão, Paulo Fernandes “Queremos garantir que não haja ninguém que fique sem poder receber as suas cerejas, mesmo estando em casa. Ou seja, cada um poderá receber as suas cerejas sem sair de

Nossa Senhora da Póvoa casa”, salientou na altura Paulo Fernandes. A expedição é realizada em dias concretos a partir da encomenda mínima através do site do gabinete de produtores coordenado pela Câmara. A quantidade mínima por encomenda é de dois quilos e começaram a ser comercializadas a 11€ o quilo com portes de envio já incluídos no preço final. A campanha de promoção da cereja foi objecto de várias iniciativas, nomeadamente um leilão virtual, solidário, onde o proprietário do “Intermarché do Fundão”, João Magalhães, arrematou o lote de cereja mais caro, uma caixa de dois quilos calibre34/36 pelo valor de 560€, revelando vai partilhar as cerejas com os colaboradores no dia da reabertura sua superfície comercial, que está a ser remodelada.

Três Povos, Freguesia Solidária E

m tempo de confinamento e contingência a Junta de Freguesia dos Três Povos apelou aos habitantes para serem solidários e com sentido de comunidade. A Junta de freguesia dos Três Povos, cumprindo as recomendações das autoridades, alterou o seu funcionamento para o período diário entre as 10.00h e as 12.00 h, de preferência com marcação telefónica para os números: 275 931 121 ou 962779802 de Luís Manuel Pinto. No mesmo comunicado divulgado á imprensa e população esta autarquia recomendou a toda a população a alterar os seus hábitos e a ficar em casa, cumprindo as recomendações da Direcção Geral de Saúde em virtude da propagação do Coronavirus –COVID-19”, deixando os contactos dos membros do executivo, de instituições e dos estabelecimentos comerciais de forma a que, em caso de necessidade, possam ser contactados. Informa também o horário das mercearias abertas nos Três Povos, bem como as regras de atendimento: Mercearia São Reis- Horário 8h 12,30 h – 16,30-19 h tel: 965703716 Mercearia Bárbara Silveira – Horário: 8h -12.30 h – 14.00h às 19 h. tel: 275 931 408

Mercearia Domingos GonçalvesTel: 963 091 847 A Junta de Freguesia informou ainda que a padaria do Salgueiro e o posto de combustíveis de Escarigo mantêm o horário habitual, solicitando aos moradores mais novos que elucidem os mais idosos – grupo mais vulnerável – e os seus familiares que se encontrem fora da freguesia. Um isolamento físico, sempre com grande esforço de manter a proximidade social, mesmo na celebração de alguns rituais religiosos, no sábado dia 16 de maio a imagem de Nossa Senhora de Fátima, percorreu as ruas dos Três Povos num carro móvel. Com elevada emoção, muitos populares acompanharam a passagem da imagem da virgem, pelas suas janelas. Através das redes sociais, outras

informações foram sendo prestadas à população nomeadamente que o Restaurante Martinho tem serviço de take away e que os alunos do Pólo da Academia Sénior poderão inscrever-se nas aulas com ensino à distância. O executivo da Freguesia informa também que a partir do dia 18 de Maio a carreira de transporte público entre O Escarigo e Fundão já se realiza diariamente, com partida do Escarigo á 7 horas e chegada ao Fundão 7.45 h E partida do Fundão ás 18.15 e chegada às 19.10 ao Escarigo. Com o lema“Vamos ser solidários numa freguesia solidária. Protejase a si e aos outros”, a junta de freguesia dos Três Povos, tem procurado manter, mesmo on line o contacto com toda a população, tendo em conta que a sua maioria são idosos.

U

ma das maiores Romarias da Região da Beira Baixa, realiza-se Segunda Feira do Espírito Santo (50 dias após a da Páscoa) num belo e amplo santuário. O Santuário da Senhora da Póvoa localiza-se em Vale de Lobo, que em 1957 se passou a chamar Vale da Senhora da Póvoa, no concelho de Penamacor. Não existem registos acerca da sua construção, mas apenas e somente uma lenda local. a actual capela foi construida em 1784. Noutros tempos, e ainda não muito afastados, o arraial, em dias de romaria, destacava-se pelas centenas de carros de bois, alegremente ornamentados com colchas de variadas cores, que, dispostas em arco, lembravam artísticos toucados. Com o surgimento do automóvel quase desapareceu este quadro. Reza a lenda que andavam dois pastorinhos, em tempo que não se pode precisar, a apascentar os seus rebanhos. Os cães do rebanho que lhes serviam de proteção e auxílio, arremeteram

subitamente contra um silvado que vicejava junto a uma fonte, hoje desaparecida. Admirados e curiosos, os pastores seguiram os animais e encontraram, surpresos, entre as silvas, uma pequena imagem da Virgem Santíssima, que brilhava envolvida por uma auréola resplandecente. Maravilhados, correram à povoação a participar o caso. Não tardou que o povo organizasse uma procissão e conduzisse solenemente a radiante imagem para a Igreja da freguesia. A Virgem imaculada, porém, como que querendo eternizar o aprazível lugar, desapareceu do templo, para pouco depois reaparecer no silvado. O povo, diante da vontade da Virgem Maria, resolveu construirlhe uma pequena ermida no local do aparecimento, até que, em 1784, com o produto de avultadas esmolas que a Senhora recebia, se construiu a atual capela onde ainda hoje se venera a milagrosa Virgem Imaculada Senhora da Póvoa, permanece bem viva.

Penamacor: Homem encontrado morto em casa U

m homem de 77 anos foi encontrado morto, na tarde de sábado dia 23 de maio, na sua habitação, sita na Rua de São Domingos, Penamacor, onde residia sozinho. O alerta foi dado pelos vizinhos, constatando não o terem visto durante alguns dias, que avisaram as autoridades, tendo a GNR se deslocado ao local e chamado os Bombeiros de Penamacor para procederem ao arrombamento da porta. Ao local foi uma ambulância e um veículo desencarcerador para arrombamento da porta, encontrando no interior o homem morto há algum tempo, mas sem sinais de vioência. Após ser removido, o corpo foi transportado para o Gabinete do Instituto de Medicina Legal

de Castelo Branco. Segundo Correio de Caria confirmou através do nosso correspondente JOLON no local, tratava-se do Sr. Jorge do Carmo Morais, um idoso natural de Figueiró dos Vinhos que vivia em Penamacor há cerca de dois anos. Pessoa reservada, com poucas ligações à comunidade local e sem família conhecida. As causas da morte são desconhecidas e as autoridades estão a investigar o caso. PUB


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