Edição nº 4 do Correio de Caria

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CORREIO DE CARIA - registo da ERC nº 127362 - Edição 4 - 30 de junho 2020 - Preço 1€ - DIRETOR: Jorge Henriques Santos

AINDA NESTA EDIÇÃO

FONTE SOLDADO Àgua Mole em Pedra Dura

Pag. 2

BELMONTE

GNR tem novo comandante

BELMONTE

Praia Fluvial Precisa Investidor

Pags. 8 e 9

Pag. 5

HORÓSCOPO Por Lado Violeta

Pag. 14

REGIÃO

Alunas de Penamacor Vencem competição Mundial de Robótica

ULTIMA PÁGINA

Entrevista com a Secretária de Estado da Valorização do Interior

“O Pacote de Medidas previsto

para o Interior é mais que uma simples majoração...”

Isabel Ferreira recebeu no Terreiro do Paço o Correio de Caria para uma entrevista sobre as questões de fundo do Interior ..... Pags 6 e 7

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DO EDITOR

Edição 4 - 30 de junho de 2020

Fonte soldado – água mole em pedra dura

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á cerca de pouco mais de um ano, num jornal que aqui dirigi, recebi com muito agrado uma carta ao diretor do Sr Dr. Manuel Marques, a levantar o problema da “fonte soldado” como importante vestígio romano, de interesse histórico e sempre no seu domínio público, que havia sido usurpado para uma propriedade particular, com risco de se vandalizar e perder… Várias são as versões que se apontam para esta obra “Celto-Romana”, desde a lenda que se descreve abaixo enviada pelo Dr. Manuel Marques, à probabilidade de próximo da fonte ser o posto de um soldado romano que assegurava a vigilância da Estrada Romana cujo trilho também era muito próximo. Segundo conseguimos apurar o achado ali resistiu à força dos tempos e ao passar dos séculos, sempre no domínio público. Foi objeto de apreço por estudiosos e investigadores, mereceu visitas de estudo e podia (devia) ser integrado num roteiro, sobre o património romano na região. A propriedade que a envolve, veio por permuta de acolhimento dos proprietários a ser doada à Santa Casa da Misericórdia e terá sido vendida por esta instituição a um proprietário que vedou a propriedade e assim (selou) a Fonte Soldado. Apelando o Dr. Manuel Marques para que este património regressasse ao domínio público, fosse por aquisição municipal ou simples expropriação. Para além de pároco mais de 50 anos em Belmonte, o Dr Manuel Marques foi professor, fundador da primeira escola em Belmonte, responsável pela criação de uma cooperativa e uma fábrica de confeção industrial e um dos mais estudiosos sobre a história, as tradições e o património do concelho de Belmonte. Mesmo que fosse apenas pela autoridade e respeito que a personagem “Manuel Marques” representa em e para Belmonte, devia o assunto pelo menos ser apreciado e discutido. Porém desde essa ocasião e até hoje, nem nos órgãos autárquicos: Sessões de Câmara, reuniões de Junta, Assembleias Municipais, Assembleias de Freguesia, ninguém se colou a este assunto e viu nele interesse público a defender; Na entidade do Jornal que dirigi cheguei a sugerir um abaixo assinado para esta defesa, mas se fosse erguer uma estátua…, ou homenagear alguém… Noutras abordagens mais recentes tenho

EDITORIAL Algo val mal quando tudo está bem... Este nosso projeto vai em seis meses de vida na sua quarta edição oficial em papel, quarta porque a nº 0 saída no dia 03 de Janeiro, foi experimental e gratuita e a edição de Abril que por via da pandemia COVID 19, saiu apenas em pdf e online. Na versão online contamos nestes seis meses com mais de duas centenas de noticias publicadas, cuja audiência na nossa página, conta com cerca de 1500 seguidores, e temos algumas publicações com mais de 3000 visualizações. Vale o que vale, porque nem todos serão do concelho, mas são pelo menos interessados pela região e nos dias que correm as coisas também valem pelo impacto que têm.

visto o mesmo encolher de ombros… Como à semelhança de muitas outras coisas, a “água mole em pedra dura, tanto bate até que fura”, fica mais esta achega que com o apoio do Dr. Manuel Marques aqui deixamos para “memória futura”, prometendo o Correio de Caria, voltar ao assunto todas as vezes que for necessário. jhs Meu caro Jorge Henriques Santos: Mando foto de que falei e o que está escrito no verso para referência: «Fonte Soldado / Celto-Romana / Belmonte / Verão 2003 /Visita de Estudo / Curso Guias / Turísticos».. Posso acrescentar que este curso foi um dos que se fez em Belmonte por esse tempo. Há em Belmonte uma lenda sobre esta fonte que não sei se já a escrevi nalgum lado. É lenda, mas é mais ou menos assim: Havia no castelo de Belmonte uma fidalga que, na ausência do marido, tomou o encargo da governação do castelo. Um soldado enamorou-se dela e tentou seduzi-la. A fidalga mandou-o matar. O corpo do soldado foi ter à Fonte que se chama, ainda hoje, Fonte Soldado e a cabeça foi parar em cima de uma laje que ainda se chama Laje da Fidalga. (Há na verdade a Laje da Fidalga em Belmonte). A água mole da Fonte Soldado corre, há séculos, saltando da pedra dura, para todos. Assim, teimosamente, tem que se reaver das mãos que dela se querem apossar indevidamente. Manuel Marques

Toda a gente sabe que estes não são projetos lucrativos, nem rentáveis, contentes ficamos quando são viáveis. Mas também não temos de aderir ao choradinho sócio-caritativo com que alguns paladinos habituaram a imprensa local, recebendo esmolas e fazendo julgamentos, pretendendo fazer-se pedintes num dia e juízes no outro… Num modelo social onde “ninguém dá almoços grátis”... Já são inúmeros os sinais de retorno que vimos recebendo por mensagens, recados e cartas; propostas de permutas; propostas para escreverem e colaborarem connosco. Quando alguém achava que isso era impossível, neste tempo e neste lugar. Ao nível das instituições nacionais e regionais, o nosso propósito e linha editorial também tem sido recebido de forma surpreendente, como o testemunhou a Secretária de Estado de Valorização do Interior; As infraestruturas de Portugal; a CCDR (Comissão Coordenado de Desenvolvimento Regional) entre outras. Mas vivemos num País que é mais fácil ser recebido por uma Secretária de Estado, do que por uma presidente de Junta em Belmonte… Sobre o efeito que causam as matérias que vamos publicando, também é difícil avaliar com precisão, mas dá-nos prazer sonhar que tivémos alguma influência nas obras da Linha da Beira Baixa… e noutras matérias, de janeiro para cá… O Papel da comunicação regional, não é tornar-se o “Pravda” da autarquia local, nem de ser o “porta-voz da afronta ao poder para fazer chegar outros à sua conquista. Por tudo isso às vezes parece que estamos ao contrário do Mundo que só levantamos problemas onde parece que os não há… Os que ontem estavam tão revoltados, ficaram hoje tão resignados… Como diz o provérbio “algo

vai mal quando tudo está bem”

FICHA TÉCNICA

Jorge Henriques Santos jornalista CPJ nº3354A

CORREIO DE CARIA, Inscrito na ERC sob o nº de registo: 127362 Edição online bi-semanal, em www.correiodecaria.com - Edição mensal em papel - Tiragem 1000 exemplares PROPRIETÁRIO e DIRETOR: Jorge Henriques Santos, jornalista CPJ nº3 354 A ESTAUTO EDITORIAL Disponivel em: https://www.correiodecaria.com/quem-somos/ - REDAÇÃO: Jorge Henriques Santos- Daniel Mendes - Maria Sequeira PAINEL DE OPINIÃO: Avelino Pinto - Lopes Marcelo - António José Gaiola - Manuel Dória Vilar - António Cabanas - José Manuel Duarte - Manuel Geraldes, João Figueiredo da Silva COLABORADORES: José Lopes Nunes (JOLON) -Cristina Gomes- Angélica Maximino - João Paiva - Rosa Romão - Paulo Moura -PUBLICIDADE: Maria José Portugal 916 627 574 EDIÇÃO E ADMINISTRAÇÃO: Alvorada lLiterária, Unipessoal Lda, NIPC: 515 749 710 REDAÇÃO E ADMINISTRAÇÃO: Largo José Luis Rebelo, Rua do Comércio nº8 - Malpique - Caria - 6250-111 BELMONTE CONTATOS 966217266 - 916627574 - EMAIL: redacao@correiodecaria.com; geral@correiodecaria.com N. DL: 465651/19

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Edição 4 - 30 de junho de 2020

ATUALIDADE

Belmonte Vai ter Conselho Municipal de Segurança

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Malpique Faleceu a D. Silvia

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pesar de previstos já em 1998 através da Lei n.º 33/98, de 18 de julho, já com alterações regulamentares em 2015 e 2018, Belmonte não tinha, mas vai constituir o Conselho Municipal de Segurança. De acordo com o diploma legal “os conselhos municipais de segurança, visam congregar os representantes dos diversos setores da comunidade numa assembleia focada nas questões relativas à segurança da mesma, tendo em vista a sinalização, análise e aconselhamento sobre problemas com impacto direto ao nível da segurança das pessoas e bens, … de forma a identificar soluções articuladas a nível local”. O tempo decorreu e apesar de muitos eventos ocorridos, nos últimos anos, em matéria de segurança, desde os incêndios e intempéries, situações de calamidade, ou estado de catástrofe. Nem todos os concelhos têm estes órgãos municipais constituídos, assim como nem todos têm os Planos Municipais de Emergência atualizados, como é o caso de Belmonte em ambas as situações. Esta é por isso, na perspetiva do Correio de Caria a noticia mais relevante da reunião de Câmara, de 25 de junho, a primeira pública após o Estado de Emergência. Para a constituição deste órgão cuja coordenação cabe aos presidentes de Câmara, Dias Rocha delegou no vereador com o pelouro da proteção Civil, Luís António Almeida para criar o regulamento e convidar os membros constituintes de acordo com o pressuposto legal. Luis António Almeida mostra-se indignado Outro aspeto relevante na sessão de 25 de junho foi o manifesto indignado do vereador Luís António de Almeida, sobre o estado de desativação de vários serviços públicos em Caria, durante a pandemia, “quando alguns deles ainda deviam estar mais ativos para um serviço de proximidade às populações”. Referiu-se concretamente à Caixa de Crédito Agrícola, que fechou as portas durante o Estado de Emergência e a própria caixa de multibanco nem sempre era reabastecida; O Centro de Saúde que reduziu os seus serviços para apenas uma

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da visita ao concelho na próxima sexta-feira de uma comitiva de responsáveis da GNR, podendo ser oportuno colocar as preocupações sobre o posto de Caria. Ainda no PAOD, o vereador Luís António Almeida fez uma saudação pública aos profissionais de saúde, bombeiros voluntários, profissionais das IPSS e Lares, forças policiais e membros da comunicação social que se mantiveram em funções durante a pandemia e asseguram serviços e apoio a toda a população.

manhã à sexta-feira e agora a GNR que encerra as suas portas à noite desde o dia 1 de junho. O autarca que além de vereador é também presidente da Banda Filarmónica de Caria e da entidade que tutela a rádio Caria, referiu que sempre “esteve na linha da frente para a implantação destes serviços na localidade “ e receia que sejam indícios de os virem a fechar, salientando que “como autarcas não podem ficar indiferentes a esta retirada de recursos às populações” e que não adianta o Estado se encher de propaganda sobre a Valorização do Interior, se logo depois se retira o pouco que o interior ainda tem. Amândio Melo felicita António Rocha No Período Antes da Ordem do Dia, os maiores reconhecimentos ao exercício da presidência vieram do vereador da oposição, Amândio Melo que salientou o apoio do município, durante a pandemia, às pessoas

mais carenciadas, articulado com outras instituições, assim como felicitar pela “excelente iniciativa de colocar o equipamento de SEF na loja do cidadão, o qual transmite um importante sentimento de segurança às pessoas”. Neste contexto foram dadas várias sugestões, para se colocarem em vários locais (serviços do município, museus, escolas e inclusivamente na Casa do Benfica, salientando todas elas o grande efeito psicológico de sensação de segurança que o equipamento transmite… Também no PAOD o presidente da Câmara informou da vinda ao concelho, neste dia, da Diretora Regional da Cultura do Centro, Susana Menezes, para visitar vários equipamentos culturais e um almoço de trabalho que tem vários assuntos na agenda, nomeadamente o projeto do Centro Interpretativo de Centum Cellas, cuja ratificação do protocolo fez parte da agenda desta sessão. Dias Rocha informou também

Uma unidade fabril para Caria No Período da Ordem do Dia além do referido protocolo de Centum Cellas e da designação de membro para o Conselho Municipal de Segurança, o executivo autárquico apreciou ainda a nomeação de um representante para a ACES Cova da Beira que recaiu no presidente da Câmara; a proposta de acordo com as “Águas do Vale do Tejo, Lda.” para regularização da divida; Vários projetos de cedência, venda e atribuição de licenças de natureza urbanística e neste contexto a declaração de cedência de exploração para instalação no Parque Industrial de Caria, de uma unidade fabril para construção de embalagens recicláveis, a qual pretende até ao final do ano se consolidar nesta vila com os primeiros operadores, mas aponta até ao final da sua instalação chegar aos 60 postos trabalho. Assunto que Correio de Caria já agendou tratar para a próxima edição, jhs

população de Malpique e muitos familiares, amigos, vindos de outras localidades, acompanharam nesta segunda-feira, dia 22/6, o funeral da D. Silvia Proença Borrego que durante mais de 60 anos foi comerciante nesta localidade. Com a bonita idade de quase 88 anos e o seu marido, António Cariano de 94, detiveram até há poucos meses a gestão do estabelecimento, ambos com singular lucidez e agilidade intelectual. A D. Silvia Cariano, como era conhecida, era natural do Casteleiro, mas muito nova veio com os pais para Malpique e o seu estabelecimento tornou-se a marca local, por ser dos mais antigos e único que resistiu ao êxodo da emigração que quase despovoou o lugar. Por aqui se fazia a referência local e o ponto de situação, sobre quem chegava e quem partia, acabando por ser o polo de contacto de todos os que cá nascidos ou descendentes se encontram dispersos pelo País e o Mundo Deixou profundo vazio na comunidade local. Correio de Caria expressa as Mais Sentidas Condolências a todos os seus familiares. O post que colocámos na nossa página anunciando o seu falecimento, regista nesta ocasião mais de 4000 visualizações e inumeros comentários e partilhas, revelador da amplitude e popularidade da “Srª Silvia Cariano de Malpique” jhs


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AUTARQUIAS

Edição 4 - 30 de junho de 2020

Autarquias de Belmonte, o Défice e as Competências

Assembleia de Freguesia de Belmonte e Colmeal da Torre

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preciação do Relatório de Gestão e Contas de Gerência de 2019; Apreciação e Aprovação do Inventário de Bens da União de Juntas de Freguesia; Aprovação da Primeira Revisão Orçamental do Ano de 2020; Apreciação e Aprovação da Alteração do Mapa de Pessoal; Informações Escritas do Presidente da Junta sobre a atividade e exercício da freguesia. No período antes das Ordem do Dia Carlos Ribeiro da bancada do PSD começou por felicitar o executivo pela operacionalidade da página web da junta, agora remodelada; Felicitando também a limpeza e manutenção da ETAR no Colmeal; Chamou à atenção para os buracos em várias vias, questionou sobre o Parque Temático do Colmeal da Torre; O prolongamento do caminho pedonal pela rua da Lage, rua do Pombal e Vale Sertão, nesta localidade; A limpeza de vários pios e chafarizes públicos; e lamentou que a Junta de Freguesia lhe esteja a cobrar 0,05€ por cada fotocópia dos documentos que pede para a sua atividade autárquica, anunciando que vai fazer queixa. Sobre estes aspetos o presidente da Junta Hugo Adolfo disse que relativamente aos buracos têm pedido à Câmara, mas por vezes não resolvem, nesse sentido o executivo acabou de pedir orçamento do preço de alcatrão e que se for acessível a própria junta vai tapar os buracos. O edil referiu registar as observações e propostas do membro da oposição e informou que o Parque Infantil conjuntamente com o campo de futebol do Colmeal, vão ser contemplados no Centro Interpretativo do Colmeal da Torre. Aproveitando a ocasião para sublinhar a este propósito que a Diretora Regional da Cultura esteve na passada quinta feira em Belmonte e a Câmara não convidou o executivo da Junta, para a acompanhar na freguesia, situação que não agradou ao seu executivo e iria chegar ao executivo municipal esse desagrado. Outra questão levantada pelos membros do PSD foi a situação do transporte para a Covilhã, dado que a operadora, por pretexto da pandemia havia suspendido a carreira, colocando muitas dificuldades aos idosos, sobretudo para consultas, ou visitas ao hospital. O presidente da Junta disse já ter sido esta situação abordada com a Câmara e estar

em estudo uma solução de transporte municipal. No período da Ordem do Dia, o destaque vai para o Relatório das contas de gerência, onde o exercício da atividade até recebeu elogios dos membros da oposição, mas na apresentação das contas detetaram um desfasamento de 2000€, uma diferença que o executivo assumiu se tratar de um lapso, mas que a bancada do PSD, afirmou não poder aprovar um documento errado. Foi aprovado com 5 votos favoráveis do PS e 4 contra do PSD. No que concerne ao inventário, foi também aprovado apenas com os votos do PS, abstendo-se os membros do PSD, por não concordarem com os moldes que é elaborado. A revisão orçamental foi aprovada por unanimidade Quanto ao exercício da atividade do trimestre, o presidente da Junta informou das atividades desenvolvidas no apoio à população, conjuntamente com a Câmara Municipal, atividade que foi elogiada pela oposição. Questionando nesta fase os membros do PSD sobre os moldes como foi tomada a decisão de não abertura das piscinas, assim como o ponto da situação sobre as dividas do ano transato, tanto da Câmara, como dos Bombeiros e da Casa do Benfica. Hugo Adolfo referiu que no que concerne à Casa do Benfica e aos Bombeiros, acredita que as entidades, como pessoas de bem, vão liquidar os seus compromissos e que em relação à Câmara, embora o volume seja muito maior, esperam ir para o processo de delegação de competências da Câmara “com o contador a zero”. Nesta conformidade foi aprovada nesta sessão uma reformulação sobre a delegação de competências, no sentido de a Junta de Freguesia vir a assumir a limpeza urbana das ruas, manutenção de jardins e gestão de mercados e feiras. Já sobre a abertura das piscinas o autarca esclareceu que a decisão foi tomada em posição conjunta de Belmonte e Caria, após auscultação da Covilhã que garantiu, não deixar abrir a piscina do Teixoso, contrariamente ao que estava divulgado na comunicação social. Assumindo Hugo Adolfo que embora houvesse insistência da Câmara em abrir, as Freguesias consideraram não ser viável e não se sentirem com suficiente condições de segurança. jhs

ASSEMBLEIA MUNICIPAL

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esta segunda-feira, reuniu a Assembleia Municipal decidiu sobre a delegação de competências para a freguesia de Belmonte, “um pacote interessante financeiramente”, disse o Presidente da Câmara, e uma solução que não pode ser entendida “como a resolução de todo os males” para Hugo Adolfo, que afirmou os autarcas da freguesia serem responsáveis mas não “fazerem milagres” e espera que a relação nesta parceria com a câmara também corra bem. Uma situação que hierarquicamente se coloca como a antiguidade do ovo e a galinha, havendo quem defenda que o protocolo devia ter sido aprovado na Assembleia de Freguesia e depois na Assembleia Municipal, mas aqui se optou pelo inverso que irá implicar uma Assembleia de Freguesia extraordinária em julho só para este efeito. Esta sessão da Assembleia Municipal decorreu no dia 29 de junho no espaço da Loja do Cidadão, com todas as normas de distanciamento e segurança previstas pela DGS, e dirigida por Paulo Borralhinho que “exemplarmente” se manteve de máscara desde o princípio ao fim, mesmo quando falava. Esta sessão contou no período Antes da Ordem do Dia com várias Moções da CDU, apresentadas pelo seu representante José Alberto Gonçalves, sobre: Os profissionais de Saúde; Os trabalhadores da recolha de resíduos e limpeza; Aos sócios gerentes e às microempresas. Acácio do PSD chamou a atenção para o desperdício de 66% no consumo de água e os atrasos de leitura dos contadores; O descuido na poda das árvores; A cama de sobrantes da limpeza das bermas e caminhos que não é removida: A degradação na Rua Pedro Alvares Cabral, onde as pedras cederam, por obra mal feita; Os dejetos das andorinhas nas ruas da vila que carecia de uma “agueirada de vez em quando” Assunto que Dias Rocha respondeu dizendo que tem razão, mas as atenções do município têm estado direcionadas para matérias que em seu entender são prioritárias, derivadas da pandemia “a qual pensávamos que já estava a passar, mas de repente parece que tudo volta atrás” Sobre o desperdício de água o presidente da Câmara referiu que os dados agora já andam apenas nos 50%, o que mesmo assim é muito, pois tem-se detetado

casas com consumo de água e com contadores a zero, e ligações diretas para piscinas… Que é preciso também moralizar os munícipes nesse sentido. À liça veio ainda a questão das esplanadas levantada por Carlos Pinheiro, dizendo que lhe parecem exageradas nalguns casos. Dias Rocha desmente e diz que ele não é técnico, mas confia nos técnicos para regular isso e que o necessário era que houvesse mais restaurantes a pedir e alargar esplanadas que era sinal que o Turismo em Belmonte estava a crescer, mas que não que muitos deles ainda estão com medo. Embora mais adiante tenha referido que no restaurante onde esteve a almoçar a casa ia na segunda reposição de mesas. No PAOD a bancada do PS através de Pedro Catalão apresentou uma moção de repúdio sobre a redução de horário do posto da GNR de Caria, a qual foi aprovada por unanimidade. ORDEM DO DIA A posta do meio da sessão foi a discussão e aprovação das contas de gerência de 2019, onde a Câmara apresentou um défice extraordinário, no qual a fatia mais importante continua a ser a divida das águas. Um cenário que no olhar de José Carlos Gonçalves, Acácio Dias e Carlos Ribeiro é negro (e o corvo está tão próximo que nem se vê a ponta das asas), mas no ver do Presidente “as contas da Câmara não lhe tiram o sono e se os senhores da oposição não dormem por causa das contas da Câmara, vão ter insónias durante muito tempo,…” Confessou que as contas de 2019, embora preocupantes, “até não são tão más como ele próprio estava à espera”, concluindo-se pela troca de argumentos que a solução irá passar por um saneamento financeiro, para o qual a Câmara já começou a tomar algumas medidas, nomeadamente a contratação de uma técnico financeiro para elaborar esse programa. A bancada do PS fez também uma declaração de voto, onde manifesta viva preocupação pelo défice das contas Municipais, mas acredita na capacidade do executivo para sair da situação. As contas de 2019 foram aprovadas com os 12 votos a favor, e seis abstenções. À sessão vieram ainda as alterações do mapa de pessoal, a nomeação de Paulo Borralhinho para representante da Câmara na ACES Cova da Beira e representante da AM na Comissão Consultiva do PDM. jhs


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AUTARQUIAS

Caria - atividade autárquica T

eve lugar no passado dia 3 de junho a primeira Assembleia de freguesia pós-confinamento. A sessão decorreu no pavilhão da Junta de Freguesia com todas as medidas e cautelas previstas nos planos de contingência e distanciamento social (se calhar até com algum excesso) Uma sensação estranha, onde pelo efeito das máscaras e o distanciamento, a comunicação era difícil e nalguns casos quase impercetível. Talvez por isso, ou talvez não, foi das sessões mais rápidas a que assistimos. Após aprovação da acta, foi apreciada a atividade do trimestre e o relatório de contas e gerência de 2019. O presidente da Junta fez um esclarecimento prévio das rubricas e da atividade da Junta. Não houve mais intervenções. No Período Antes da Ordem do Dia, não houve intervenções e no período destinado á população também não. Os documentos foram aprovados com os votos do PS e abstiveram-se os membros do PSD. No “briefing” mensal que o Correio de Caria usa fazer com todos os presidentes de Junta, e cuja boa prática se pode tornar imitável…, o nosso jornal auscultou junto de Pedro Torrão, o pulsar da freguesia de Caria. Na brandura dos tempos, com o vírus por um lado e as cautelas pelo outro, muito não há a registar para além do ponto da situação sobre o que está a decorrer e a assembleia de 3 de junho que já damos conta noutra noticia, dado que em termos de eventos e atividades, tudo terá de permanecer confinado... Referência mais uma vez para a questão das piscinas que de acordo com notícia já publicada na versão online do Correio de Caria, vão permanecer fechadas todo o Verão e que segundo reconhece o próprio presidente da Junta Pedro Torrão irá causar grande transtorno na população, nomeadamente nos mais jovens, uma vez que as ofertas de ocupação dos tempos livres nas férias não são assim tantas. Por outro lado, as piscinas de Caria têm 22 anos, entraram nos hábitos dos residentes e também de muita gente das localidades à volta que se habituaram a vir aqui com esse propósito. Soubemos que no período do Verão, as piscinas andavam agora com uma média de 200 pessoas por dia, e que em período em que não havia outras

ofertas aqui à volta chegava aos 400 utilizadores diários. acabando por perfazer cerca de 11000 entradas vendidas, tendo em conta que as crianças até aos 7 anos não pagam, O autarca assume que efetivamente a decisão de manter fechado este equipamento trará muitos constrangimentos na população, mas que é para seu bem e por razões de saúde pública. Outro aspeto em foco foi o alargamento da linha da Beira Baixa, cuja obra, parece finalmente estar a avançar grande ritmo, apesar do tempo de pandemia e todas as restrições.., após algumas denúncias em alguns o.c.s., inclusivamente o Correio de Caria. O autarca de Caria refere no entanto uma preocupação: sem colocar em causa a importância do comboio voltar a apitar em Caria, pois este foi até um serviço que deu grande importância e centralidade a esta vila, mas, disse Pedro Torrão, “podemos vir a ficar com a ferrovia e vir a destruir parcialmente a rodovia, sobretudo na nossa freguesia”. Salientando que a maior parte do fornecimento de material de construção (cimentos, ferro e britas) para a obra da ferrovia, vêm de um armazém na Capinha em camiões que trespassam as estradas de Caria de uma ponta à outra. Questionado se a reparação das vias não estará

previsto no caderno de encargos da obra. “è possível que sim, mas será em valores muito baixos para fazer face ao prejuízo que têm causado. O presidente da Câmara tem vindo a alertar para isso, mas não sei se vamos ter força para o conseguir”. Pedro Torrão fez ainda uma referência ao temporal do dia 31 de Maio, de onde resultaram inúmeros estragos, os quais ainda não estão completamente resolvidos, onde o pessoal da Junta andou mais de uma semana só a desimpedir caminhos. Outro aspeto é a limpeza dos caminhos públicos rurais, nesta freguesia que devem ultrapassar

também os 60 kms e cujo trabalho absorve a grande fatia dos recursos da Junta, pois na maior parte o pessoal está agora a fazer a segunda passagem neste percurso de limpeza. Uma palavra final que foi para a noticia e encerramento do posto da GNR durante a noite, desde o dia 1 de Junho. Efetivamente logo na madrugada do dia 1 de junho a população de Caria se apercebeu desta situação, pois por via de um incendio nesta localidade, ao chamar pelo numero de emergência na GNR a chamada foi respondida de Castelo Branco, ficando-se a saber da situação de fecho noturno por falta de pessoal. Apesar de na referida ocorrência a GNR ter chegado ao local ainda antes dos bombeiros, Pedro Torrão receia apenas que esta sucessiva retirada de efetivos, não se possa tornar num meio que leve a prazo ao encerramento do posto em Caria. jorge henriques santos

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GNR de Belmonte tem novo comandante

O Posto da GNR de Belmonte tem agora no seu comando o 2º Sargento Paulo M. Mourão D’ Além. O novo comandante do posto da guarda local, tem 36 anos de idade, solteiro, é natural de Vila Real, ingressou na Guarda Nacional Republicana pelo curso de 2004/2005 em Vila Real, esteve depois como guarda em Lordelo de Paredes, distrito do Porto de 2007 a 2014. Frequentou depois o Curso de Sargentos, tendo estado colocado em Ponte Sor e a dar formação em Portalegre. Ultimamente comandou o posto de S. Vicente da Beira, no concelho de castelo Branco. Está desde o dia 8 de junho a comandar um efetivo de 17 elementos em Belmonte e um grupo de nove elementos no Posto de Caria. Correio de Caria deseja-lhe o maior sucesso na nossa região.

GNR detém um homem no Teixoso por violência doméstica e posse ilegal de armas

Na sequência de uma investigação por violência doméstica, os militares da Guarda apuraram que o suspeito, um homem, de 56 anos, exercia violência física e psicológica, através de agressões físicas, ameaças com arma de fogo e ofensas verbais, de forma reiterada, sobre a sua companheira, de 58 anos, com quem mantém uma relação há mais de 30 anos. O Comando Territorial de Castelo Branco, através do Posto Territorial de Teixoso, apreendeu ainda diversas armas de fogo e munições com as quais exercia coação sobre a vítima. As forças policiais efetuaram várias diligências das quais resultou o cumprimento de quatro mandados de busca, três domiciliárias e uma em veículo, culminando na apreensão do seguinte de várias armas, nomeadamente: Uma espingarda; Um revólver; Um revólver de fulminantes; Um machado; e 213 munições e cartuchos de diversos calibres. O detido foi constituído arguido e os factos foram remetidos para o Tribunal Judicial da Covilhã.


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ENTREVISTA

Edição 4 - 30 de junho de 2020

Entrevista à Secretária de Estado de Valorização do Interior

“...O discurso negativo, de declínio e

definhamento do Interior, já não faz sentido...”

O Correio de Caria foi no prazo de uma semana recebido no Terreiro do Paço, pela Secretária de Estado da Valorização do Interior, Drª Isabel Ferreira. A entrevista foi feita na deslocação semanal da S.E. a Lisboa logo no inicio de março, porém alguns dias depois o País entrou em Estado de Emergência por via do Covid-19 e as prioridades tornaramse outras. Surge agora a oportunidade de retomar o assunto, com alguma atualização e as condições atuais para olhar o futuro.

Jorge Henriques Santos Correio de Caria: Senhora Secretária de Estado, a sua secretaria herdou um discurso de valorização do Interior que já vinha anunciado na primeira legislatura do Governo Socialista. Nesta linha, concretamente o que é que já estava no terreno e o que é que já estava concretizado? Secretária de Estado de Valorização do Interior, Isabel Ferreira: - O programa de Valorização do Interior, foi efetivamente implementado no Governo anterior e portanto tinha já uma série de medidas no terreno, com um grau de sucesso bastante alto e já concretizadas que se traduziram no apoio a várias empresas que se fixaram no interior, também com a criação de novos postos de trabalho, entre muitas outras dinâmicas da responsabilidade de outras áreas governativas que se foram implementando, nomeadamente questões ligadas à educação, à ciência e à tecnologia, à saúde, enfim… Em suma havia um conjunto de medidas que envolviam várias áreas governativas. Quando nós chegámos ao Governo, nesta legislatura, fizemos essa reflexão e monitorização do Plano de Valorização do Interior, em vigor e achámos que uma vez que dentro do Ministério tínhamos agora instrumentos financeiros disponíveis para alimentar este Programa, decidimos rever o programa de uma forma muito objetiva no sentido de promover iniciativas que provocassem um grande impacto nos territórios do Interior, com iniciativas que fossem especificas para estes territórios. C.C. – Entre as medidas que estavam implantadas, o que se pode dizer da Medida Regressar? I Ferreira. – Esta medida é genérica para todo o País. É uma das medidas que já teve um impacto forte e esperamos que assim continue. É uma medida de apoio à mobilidade à qual se podem juntar outras que temos, nomeadamente o programa Trabalhar no Interior, e que é complementada pelos apoios ao investimento, no +CO3SO Competitividade, e à criação de novos postos de trabalho, apoiada pelo +CO3SO Emprego. O que acontecia no programa anterior era haver muitas

iniciativas de âmbito nacional que tinham impacto também nas regiões do Interior e o que nós decidimos agora fazer foi partindo das necessidades dos territórios do interior, definir medidas de resposta a essas necessidades. C.C. – E quais foram as necessidades mais emergentes que daí ressaltaram? I Ferreira. – As conclusões evidenciam que o mais importante é sempre atrair pessoas para esses territórios e fixá-las. Portanto isso é o nosso objetivo central. C.C. - Nesse âmbito foram criadas várias medidas direcio. nadas às empresas e ao trabalho. No caso concreto da medida de apoio à mobilidade que já vinha anunciada de trás, parece que a adesão foi muito baixa. Há dados concretos sobre o recurso a esta medida? I Ferreira. - Ora bem, para dar resposta ao nosso objetivo central que é a atração e a fixação de pessoas nos territórios do Interior, isso prende-se sempre pela criação de emprego o que representa novos postos de trabalho. Por isso as nossas medidas não são só direcionadas para as empresas, elas são direcionadas também às famílias, às entidades do sistema científico e tecnológico. Pensámos aqui em conjugar todos os atores do território que são importantes. C.C. – Mas nalgumas zonas do interior, parece que a desertificação atingiu um ponto que vai ser difícil um retrocesso, por exemplo há dias o Presidente da Câmara de Belmonte afirmava que havia uma empresa interessada em se fixar no seu concelho, se lhe garantisse 200 pessoas no concelho para preencher os postos de trabalho. Claro que ele encolheu os ombros porque a zona já está tão desabitada que poucos restam além dos idosos que lá persistem. Como se vai inverter isso? I. Ferreira. – De certeza que quando me está a apresentar esta situação era num quadro anterior. Porque por exemplo quando nós queremos atrair pessoas para aí, temos de desenvolver uma estratégia concertada à volta de vários pilares. Não chega uma empresa dizer “quero 200 trabalhadores”. É preciso intervir em vários eixos: Primeiro criar dinâmicas atraentes ou atrativas e para isso é preciso apoiar as

empresas e apoiar o sistema cientifico e tecnológico para trabalhar em conjunto e criar dinâmicas atrativas que leve as pessoas a ir para lá ; Depois é preciso também apoiar a mobilidade dos trabalhadores para os que queiram ir par estes territórios e também apoiar o diverso investimento destes atores. Portanto as nossas medidas assentam nesta trilogia. É verdade que há esses exemplos como o que deu de Belmonte, mas também é verdade que há exemplos ao contrário de projetos que abriram no interior com dezenas de postos de trabalho e tiveram milhares de candidaturas, isso existe também nos territórios do interior. C.C. - E os que não queriam sair? I. Ferreira. – Há zonas do interior que já estão dotadas de alguns meios. Estou convicta que uma mais valia deste programa tem a ver com o facto destas medidas serem usadas de forma integrada, temos de olhar para o “Mais Coeso Emprego”, associado ao “Trabalhar no Interior” e associado ao “ Mais Coeso Competitividade”, porque só utilizando estes instrumentos todos, se atacam problemáticas diferentes encontrando uma

solução integrada. C.C. - Outro aspeto concreto, a Universidade da Beira Interior, tem cerca de 7300 alunos, todos os anos saem para o mercado de trabalho cerca de 10001200, na região nem 5% destes jovens ficam depois a trabalhar. Havendo aqui este foco de formação e boa formação, como podia a região beneficiar dele? I.Ferreira -Também temos de ter algum cuidado com esse raciocínio, porque o Mundo hoje é global, portanto nós tanto podemos ter pessoas que se formam numa determinada região e vão para outra região e essa mobilidade é totalmente desejável, assim como temos a lógica inversa, estamos também a receber muitos estrangeiros que vêm ocupar posições de trabalho que nós precisamos absolutamente para manter a nossa dinâmica económica. Temos é de garantir que os territórios tenham capacidade para fixar pessoas, independentemente de serem naturais de lá ou não. Isso já é evidente nas cidades médias do interior, onde nós notamos um maior desenvolvimento socioeconómico, são cidades médias onde houve internacionalização das

suas atividades, onde houve também captação de mão de obra estrangeira e de recursos humanos altamente qualificados estrangeiros. C.C. – Há de facto alguns exemplos de fixação de novos residentes estrangeiros que vêm dar um positivo incremento nalguns concelhos. Penamacor por exemplo regista nesta ocasião uma interessante comunidade de estrangeiros que ali se fixaram. Há de facto algumas cidades médias como referiu que ganharam alguma dinâmica sobretudo por se tornarem emergentes centros estudantis, mas depois há toda uma vasta região que vai para além das cidades médias, que hoje têm apenas população idosa e daqui por uns anos nem esses… O que podem esperar estas regiões? I, Ferreira. –É importante também termos a noção que o despovoamento é uma realidade que tem décadas e que não é exclusiva de Portugal, nós a Secretaria de Estado de Valorização do Interior e o Ministério da Coesão Territorial estamos muito atentos e preocupados em fixar pessoas contrariando essa tendência, mas é algo que demora tempo, não


ENTREVISTA

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há soluções mágicas e o que nós acreditamos é que estamos no caminho certo. Por isso não nos podemos desviar destes objetivos em que para atrair pessoas é preciso criar emprego e para isso temos de apoiar o investimento, apoiar a criação de emprego e apoiar a mobilidade e ainda olhar para as diferentes realidades como acabou de descrever. No entanto e relativamente às aldeias há já muito trabalho feito no sentido da valorização do interior, com valorização dos nossos recursos endógenos, nomeadamente as Aldeias Históricas, as Aldeias do Xisto, das Montanhas Mágicas, as quais temos no nosso horizonte continuar a apoiar e ainda reforçar no próximo Quadro Comunitário 2021/2027. C.C. Numa entrevista a um empresário de prestígio na região Engª João Carvalho da FITCON e da Quinta dos Termos, dizia que para se fixar pessoas no interior se devia seguir o exemplo do que fez D. Sancho I e D. Dinis, com criação de incentivos e isenção de impostos. É isso que o Governo pretende fazer agora, um repovoamento do interior? I Ferreira.: Sim, o que temos feito é isso mesmo: um conjunto de medidas de incentivo criadas especificamente para os territórios do Interior e com um envelope financeiro acessível só para os territórios do Interior. E outras medidas, como a dos descontos nas portagens para quem vive e trabalha no Interior. No entanto, é imperativo que as medidas de incentivo sejam acompanhadas por estratégias dos próprios territórios assentes nos seus recursos com potencial de valorização e envolvendo os agentes locais, para que os incentivos se convertam em planos de ação sustentáveis a longo prazo. C.C. Catarina Martins disse recentemente em Celorico da Beira que “nós precisamos de medidas estruturais para desenvolver o interior do País”. Estamos perante essas medidas estruturais? I Ferreira.: - É isso mesmo. E foram medidas estruturais pensadas por quem conhece o Interior e para

quem vive no Interior. São ainda, devo dizer, medidas pensadas e aplicadas depois de um trabalho de proximidade com as autarquias e atores regionais e locais. Porque são esses atores que conhecem melhor as dinâmicas locais e é com eles que temos de trabalhar para garantir que o impacto destas medidas é, também ele, estruturante... C. C.: Então e este comentário do presidente do CDS, Francisco Rodrigues dos Santos que diz que ”é preciso um Choque Fiscal que permita a captação de emprego e a fixação de empresas, permitir também que as pessoas que vivem nestas regiões possam ter benefícios no IRS e que haja investimento público …”? I Ferreira: - Eu aconselhava nestes casos a ir ver a realidade e perceber o que é que esteve na base para termos cidades médias no Interior que valorizaram significativamente a sua atividade económica, internacionalizaram os seus produtos e os seus serviços, não tem a ver necessariamente

FOTO DE JOLON COM 14 ANOS

com grandes investimentos em infraestruturas, ou com grandes incentivos fiscais. Não obstante de ser importante os benefícios fiscais e por isso que o Governo criou já para o Interior benefícios no IRS para as famílias do Interior e benefícios no IRC para as empresas. C.C.: - O que é que se pretende com a Rede de Embaixadores do Interior? I. Ferreira -A Rede de Embaixadores do Interior (REI) é uma das muitas iniciativas que temos pensadas no sentido de valorizar e dar a conhecer os bons exemplos que existem no Interior. Muitas vezes a imagem que passa dos territórios do Interior está desatualizada e não é positiva. E sabemos, hoje que isso não corresponde à realidade. O discurso negativo, de declínio e definhamento do Interior, já não faz sentido. Há problemas, como há em todas as regiões, mas há muitas coisas positivas e casos de sucesso. E há qualidade de vida – o que foi mostrado, durante a pandemia,

por pessoas que fugiram para os territórios do Interior na busca de paz e tranquilidade. Mas nestes territórios encontramos também uma biodiversidade única, um património cultural riquíssimo e ambientes inspiradores para tecnologias verdes, processos de economia circular e ferramentas digitais. Queremos, pois, dar a conhecer os bons exemplos, os que investiram e mudaram os territórios do Interior, artistas, cientistas e muitos outros profissionais que apostaram viver lá. A REI faz todo o sentido nessa lógica, uma vez que as casas regionais divulgam, elas próprias, o melhor possível do que se passa nesses territórios. C. C. : Outra questão das de maior polémica é as Portagens nas Ex SCUT A/23 e A/25, onde uma Plataforma alargada de representantes de vários setores da região, tem vindo a negociar com o Governo não abdica do objetivo da abolição plena das portagens e num comunicado recente diz que as questões do Interior não se resolvem com medidas avulsas. O que pode adiantar sobre isto? I. Ferreira - Sobre as medidas avulsas já estamos conversados, acabei de referir um conjunto de medidas integradas e articuladas que correspondem a um programa de valorização do Interior. O dossier das portagens faz parte dessa estratégia e trabalhamos no sentido de reduzir, gradualmente, os custos de contexto para quem vive no Interior. É um dossier trabalhado com o Ministério das Infraestruturas e da Habitação e o Ministério das Finanças que vai ser fechado em breve. C. C: Por último, o alargamento da Linha da Beira Baixa, já teve várias previsões de conclusão, mas também várias derrapagens em termos desse calendário. I. Ferreira.: - A questão da comunicação transfronteiriça está connosco, estamos a trabalhar com

o Ministério das Infraestruturas no sentido de priorizar as ligações rodoferroviárias prioritárias naquilo que são os territórios transfronteiriços e teremos novidades na próxima cimeira Luso Espanhola. No que diz respeito ao alargamento da Linha da Beira Baixa, Covilhã/Guarda, o que posso dizer é que, apesar de vários constrangimentos surgidos com dificuldades no decorrer da obra, ultimamente, e apesar de todo o impacto causado pelos efeitos da pandemia, a mesma tem vindo a evoluir muito favoravelmente. C. C.: De todas as medidas que foram anunciadas e dos constrangimentos que vieram a ser causados pela Pandemia. Está algum programa posto em causa? I. Ferreira; - A pandemia teve um efeito muito negativo no emprego em Portugal e as necessidades, em termos de criação de emprego, já não são uma exclusividade do Interior. Por essa razão tivemos de alargar o +CO3SO Emprego, que se destinava sobretudo ao Interior, ao resto do país. Mas a pandemia também trouxe novas linhas de apoio, para ajudar as empresas que adaptaram a sua produção e para universidades, politécnicos e centros de investigação que trabalharam para testar a população ou desenvolver ferramentas para conter a pandemia. Essas linhas estão praticamente fechadas e os resultados mostram que mais de 85 empresas e entidades científicas do Interior beneficiaram de apoio, com mais de 28 milhões de euros em fundos europeus direcionados para estes projetos. C.C. – Quer dizer que também acredita no potencial que tem esta grande força que vem do Interior? I. Ferreira : - Claro que sim, nem podia ser de outra forma C.C.: - Bem Haja I Ferreira: Eu é que agradeço .


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REPORTAGEM

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BELMONTE - Praia Fluvial S

abendo que as piscinas do concelho e na região não vão abrir, este verão, ao passar na estrada das Pereiras a curiosidade levounos ao local da ex-Praia Fluvial de Belmonte. O Lugar harmonioso e aprazível, exibe uma beleza natural extraordinária. Encontra-se vedado embora acessível por não ter portão, com visíveis trilhos de passagem, mas nem a obrigatória limpeza da para a gestão de combustível, ali tinha chegado... Lá dentro vários equipamentos, uns mais degradados, outros menos, com marcas de vandalização, demonstrando um passado que terá sido de glória, mas um presente de abandono. Um carro à porta e na mesa que resta roupas e pertensces, junto a três toalhas, dentro de água a meio do rio um casal com um filho adolescente, (foto abaixo) disfrutam , dos banhos e bem estar nesta tarde quente.... No local encontramos também o Sr.

Joaquim Felício, (nome ficticio), pescador desportivo. residente na Guarda que “sustenta o vicio da pesca” percorrendo vários pontos nas albufeiras e nos rios da região a lançar cana e a ocupar o tempo. Diznos que há muito tempo conhece este local, antes, durante e depois deste equipamento ter sido construído. Não escondeu a indignação pessoal por tudo estar neste estado, disse que acompanhou isto no grande período de afluência, em que chegou a ter muita gente, mas que pela proximidade da ETAR, a proliferação de cheiros afastou as pessoas. Outra fonte disse-nos que a ETAR foi muito posterior e que o declínio do projeto teve a ver com uma crise interna nos Escuteiros de Belmonte, entidade que tinha este equipamento adjudicado. Outros, disseram ao Correio de Caria que “nunca lá foram por estarem para ali despejar os esgotos.” Efetivamente uma manilha de esgoto ainda se encontra

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Foto de 20/06/2020

Foto de 20/06/2020

Foto de 20/06/2020

Foto de 20/06/2020

Foto de 20/06/2020, algumas pessoas aindaa procuram...

Foto de 20/06/2020


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à Espera de Investidor... Continuação da Pag 8

naquele local mas não há sinais de qualquer poluição. Por outro lado ainda é possível encontrar na web indicadores de roteiros turísticos que descrevem o local como “Um espaço tranquilo com uma paisagem magnifica…” . Correio de Caria soube ainda que se chegou a propor à Junta de Freguesia de Belmonte a gestão do espaço, mas por votação de maioria no executivo essa opção foi declinada e que recentemente houve conversações entre a Casa do Benfica em Belmonte e a Câmara, no sentido de esta entidade assumir o espaço por adjudicação, mas se desconhecia o desfecho… Perante este rol de testemunhos tão diverso e contraditório, o Correio de Caria questionou o Presidente da Câmara de Belmonte, António Rocha, que nos disse “ser de facto um local magnifico, cuja Praia foi

das primeiras da região e chegou a ter bandeira azul”, “é um espaço municipal, mas que está fechada para esse efeito, apesar de constantemente o portão ser arrombado para lhe terem acesso”. Questionado sobre se a Câmara tem algum projeto para o local o edil disse que a autarquia tem outras prioridades e que para aquela zona se aguarda que apareça um investidor que nele queira pegar e o rentabilizar”. Em plena entrada de Verão, com as piscinas fechadas e as Praias Fluviais a ganhar destaque em todos os lugares e a ser também um dos atrativos potenciadores de grande atratividade no Interior, protagonizados na própria campanha do Turismo do Centro “Chegou a Hora” que arrancou no passado dia 18 de maio. Oportuno se tornaria trazer o assunto à liça. Fica o contributo e… se por aí passa a solução, que em breve surja o investidor…

Um espaço tranquilo com uma paisagem magnifica, aqui poderá acampar ou disfrutar de um dia agradável com a família e amigos. Detalhes Serviços Disponíveis: Bar permanente, Churrasqueira, Balneários, Zona reservada ao campismo. Beira PT

citações e fotos do passado “glorioso”

Praia fluvial localizada na margem do rio Zêzere, com um areal e uma simpática zona relvada. Dispõe ainda de um parque de merendas e de um campo de futebol.

www.allaboutportugal.pt

“Praia Fluvial de Belmonte - Lifecooler O Rio Zêzere a banhá-la, a praia fluvial de Belmonte oferece aos veraneantes um espaço agradável com uma zona em areal e outra de relvado. Possui bons equipamentos de apoio e infra-estruturas de lazer: uma zona de merendas para relaxar e recuperar as forças e um campo de futebol para actividades desportivas. Serviços de apoio disponíveis: Acesso a deficientes, Bar, Duches, Futebol de praia, Instalações sanitárias, Embarcações ligeiras sem motor”

antes antes, parece que até teve gente PUB

Em breve o que é nosso será vosso. E o que é nosso resistiu ao tempo e estará sempre à vossa espera. Seguro. Sublime. Belo

Em breve, Já estamos preparados para o receber. Todos os nossos museus e oferta turística reabriram de novo ao público. Conheça todas as nossas medidas de segurança:

EM BREVE, BELMONTE


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Impactos do Covid-19 no Movimento Associativo

José Manuel Duarte Dirigente Associativo ex-Dirigente Sindical

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eria possível uma associação destes concelhos, localizada na aldeia, vila ou cidade, não ser confrontada com os impactos do chamado coronavírus? A resposta é naturalmente no sentido de que a pandemia condicionou – e continua a condicionar – a vida e as actividades das associações. Concerteza com diferentes consequências e dimensões como os leitores terão constatado… Uma IPSS-Instituição Particular de Solidariedade Social,

cuja principal actividade é o funcionamento e gestão de um Lar ou Centro de Dia, ou ainda valências destinadas a crianças, as quais têm de funcionar diariamente, teve que elaborar e cumprir um rigoroso “Plano de Contingência” para cuidar dos seus utentes e defender os seus trabalhadores. As IPSS tiveram que se adaptar a regras muito exigentes. Já uma associação de âmbito cultural, desportivo e recreativo foi aconselhada pelas Autoridades de Saúde a interromper e cancelar todas as actividades até que a actual pandemia permitisse aliviar o confinamento obrigatório. O autor deste texto, enquanto presidente de uma destas associações na cidade da Covilhã, e tal como outros dirigentes associativos, perante a situação de pandemia ameaçadora que ninguém podia adivinhar, tiveram que saber

adaptar-se e assumir as decisões que as regras e o bom senso impunham em cada momento. Naqueles dias quase a iniciar a Primavera, na minha associação foi preciso interromper e adiar as actividades diárias, tais como as aulas do Clube Sénior, as aulas de ginástica para associados em idade activa, bem como interromper o funcionamento das duas lojas sociais e, logo a seguir, fechar mesmo a porta da sede! Alguns dias depois, a direcção teve que assumir o cancelamento de diversas actividades marcantes na vida da associação e que habitualmente se realizam nos meses de Primavera e Verão. Que outras exigências e desafios tiveram e continuam a ter que enfrentar os dirigentes associativos? Como os leitores do Correio de Caria ouvem com frequência dizer “ninguém estava

preparado para esta situação de pandemia”! Continuando do lado do associativismo especialmente de âmbito Cultural, Desportivo e Recreativo (que normalmente não têm uma organização profissional) os responsáveis dos órgãos dirigentes também em consequência da pandemia, foram confrontados com outras exigências e desafios, dos quais poderia destacar: * Assegurar os compromissos de pagamentos mensais, mas sem as receitas que resultam do regular recebimento das quotas e da realização de actividades. * Ausência dos momentos de encontro e convívio saudavelmente habituais. * Também o desafio de aprender a resolver mais problemas pelo telefone e, na fase mais crítica, fazer reuniões em vídeo conferência, com o telefone ou computador e

os limitados conhecimentos das novas tecnologias de comunicação. * O desafio há-de também passar por dar mais valor a coisas que faziam parte da nossa convivência diariamente, como beijos e abraços, o calor humano de um bom diálogo, um almoço ou jantar de amigos ou com a família largada… Como teremos dado conta, principalmente nas semanas mais críticas do combate ao perigoso vírus Covid-19, foram incontáveis os gestos e as acções de solidariedade que se geraram. Talvez tudo isso possa anunciar outras formas de olhar a vida em sociedade e que permita fazer caminho para repensar o futuro a partir da nossa associação e da nossa comunidade – seja em aldeia, vila ou cidade – também desta nossa Beira Interior.

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Impacto Socioeconómico DO COVID-19 João Figueiredo da Silva

Natural de Vale Formoso Presidente da J.C. - Covilhã

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primeiro caso de COVID-19 em Portugal foi confirmado no dia 2 de Março de 2020, ficando o mesmo marcado como o início desta epidemia no nosso país, sem previsão de acabar e devastando a economia não apenas nacional mas também mundial, uma vez que este vírus se espalhou basicamente por todos os países embora alguns deles omitam os dados relativos ao mesmo. Os nossos municípios locais pouco ou nada têm feito para ajudar as empresas e famílias que se viram abaladas economicamente por esta pandemia, fazem distribuição de mascaras e kits de proteção meros argumentos geradores de publicidade em proveito próprio de quem se encontra no poder sem realmente se tocar no ponto essencial da questão, o que realmente as famílias e os comerciantes necessitam, cada caso é um caso e não podemos tratar todos uniformemente uma vez que as necessidades são

distintas. Deveria ser feito um verdadeiro rastreamento de famílias que se encontrem em situações vulneráveis e não simplesmente estarem a espera que as pessoas deem o primeiro passo, pois como todos sabemos a maioria da população por vergonha ou com vergonha de que lhes seja apontado o dedo não pedem ajuda. Quando vejo nas redes sociais fotografias dos municípios a fazer a entrega dos ditos brindes, é isso que eu considero, pois realmente tocar nos assuntos essênciais os quais não dão direito a fotografias promotoras, tais como a isenção de contribuições pagas pelos munícipes em que a mesma é para os cofres do município, redução ou até mesmo abolição do pagamento de água e todos os seus inerentes até ao final do ano, seriam uns pequenos benefícios para quem neste momento tanto necessita. Relativamente à ajuda ao comerciante, sendo estes um elemento essencial na economia local, desde a típica tasca ao mais luxuoso restaurante onde cada um de nós se sente melhor consoante as preferências, alguns municípios decidiram isentar o pagamento das ocupações de via relativas às esplanadas, concordo que é uma excelente ajuda principalmente neste momento em que os clientes preferem estar

no exterior dos estabelecimentos, mesmo com esta pequena ajuda fica muito áquem das verdadeiras necessidades dos comerciantes. Parte de todos nós ajudar o comércio local pois foi um dos sectores que mais sofreu com este vírus, é fundamental mantermos abertos os típicos estabelecimentos de bairro como as mercearias, os “tascos”, pois todos eles fazem com que a nossa economia se movimente mais do que a maioria da população tem noção. Inevitavelmente não poderia deixar de tocar no assunto mais delicado do momento, o desemprego que veio bater à porta de muitas famílias que pensavam ter o seu emprego como certo ou mesmo quem tem o seu próprio negócio, tendo a maioria criado com bastante esforço e de um dia para o outro ver o chão a ruir sem poderem fazer nada nem contar com ajudas de ninguém, pois as ajudas anunciados pelo estado não chegam a todos e quando chegam por vezes é tarde de mais. Ainda não vi da parte do estado a criação em concreto de nenhum fundo ou medida de criação do novo posto de trabalho ou apoio à contratação por parte de empresa após pandemia, isso sim seria um excelente insentivo para colocarmos novamente em movimento a nossa economia e podermos demonstrar aos

restantes países da União Europeia as capacidades que temos. Como já referi anteriormente o desemprego é o maior inimigo do pós COVID, para que a economia nacional e mundial retome no mínimo o ritmo que tinha anteriormente ira demorar certamente meses se não mesmo anos. Temos de ter a noção de que iremos atravessar momentos complicados e que só com a colaboração de todos e com o cumprimento das normas da DGS (direção geral da saúde), conseguiremos controlar este vírus de que muito ouvimos falar mas ainda pouco conhecemos, ouvimos falar de vacinas que se encontram em testes para verificar a sua atuação, mesmo após a sua validação até que seja possível administra-la a toda a população demorará meses certamente, sem se quer falar dos efeitos secundários que a mesma poderá vir a ter. Neste momento apenas sabemos que o vírus é de fácil transmissão e causador de danos a vários níveis no organismo, sendo já mencionado por alguns especialistas que alguns desses danos serão irreversíveis. Um dos sectores que foi bastante afetado devido a esta pandemia foi o turismo em que segundo a revista visão em 2019 o mesmo foi responsável

por 52,3% exportações de serviços e por 19,7% das exportações totais, registando assim um valor de 8,7% para o PIB nacional, valores bastante consideráveis, sendo que este ano não devem chegar nem perto, uma vez que os turistas devido ao fecho de fronteiras e ao elevado nível de contágio em que nos encontramos, não se sentem 100% seguros para visitar o nosso país, mesmo o turismo interno teve uma quebra consequência provavelmente não só insegurança mas também pela perca de poder de compra. Outra das novas realidades foi a adaptação dos alunos à telescola e às aulas virtuais através de aplicações, realidade essa que não sabemos se irá acabar ou se simplesmente serão umas férias e irão retomar com o mesmo sistema no início do próximo ano letivo, pois ainda se encontra tudo em aberto e sendo ainda tudo uma incerteza, embora o Ministério da Educação já tenha referido que as aulas irão retomar no seu formato normal, com a redução do número de alunos por turma. A única certeza que tenho neste momento é que todos teremos de fazer um esforço adicional independentemente do nosso estatuto social para que o possamos manter e ajudar os mais vulneráveis a ter uma vida digna e que nada lhes falte.


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Morrendo o vírus acaba-se a peçonha

Manuel Geraldes Médico Natural de Caria

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quarentena profiláctica associada à pandemia COVID-19 pode ser responsável por uma série de riscos para a saúde mental. É utilizada em indivíduos que se pressupõe serem saudáveis, mas possam ter estado em contacto com um doente confirmadamente infectado. Se é verdade que o isolamento é importante para proteger a nossa saúde física e a dos outros, impedindo o contágio pelo vírus, quebrando uma eventual cadeia de transmissão, também é verdade que quanto mais tempo estivermos isolados maiores serão os riscos de sofrermos doenças psiquiátricas.

Sabemos que a quarentena pode originar uma série de sintomas psicopatológicos, designadamente, humor deprimido, irritabilidade, ansiedade, medo, raiva, insónia, etc. e a longo prazo muitos problemas para a saúde mental. A longo prazo há mais susceptilidade no aumento de risco para aparecimento de abuso de álcool, depressão e stress pós traumático. Para além do stress associado ao receio de contrair a doença, existem ainda outros factores que aumentam a vulnerabilidade psicológica das pessoas em quarentena ou isolamento profiláctico, nomeadamente a perda de rendimentos, as dificuldades económicas, e o risco do aumento do desemprego. Quem é pobre perde sempre, daí que a pobreza potencia mais vulnerabilidade para problemas de saúde individual ou colectiva.

A partir de Março, muitos portugueses ficaram confinados nas suas casas para evitar a propagação da Covid-19. Manter uma rotina dá-nos energia para ter uma atitude positiva durante o confinamento e para diminuir as consequências na nossa saúde, tanto físicas como psicológicas. A ansiedade está ligada ao medo e surge como resposta do organismo a esta emoção. Alguém ter medo é natural, a questão é que, em algumas pessoas, esta resposta de ansiedade atinge uma intensidade e uma frequência tal, que faz com que o indivíduo não consiga viver a vida normal no dia-a-dia. São muitos os factores nesta pandemia que podem causar medo: o vírus, o contágio, a incerteza sobre o tratamento, a inexistência de uma vacina, etc. Uma das situações mais problemáticas será a dos

idosos em geral que, por viverem sozinhos e não terem acesso às novas tecnologias, poderão constituir um grupo de risco também ao nível da saúde mental. Medo e respeito face à pandemia há quem pareça não ter por irresponsabilidade, negligência e iliteracia, estando a desrespeitar as mais elementares regras de segurança, prevenção e proteção contra a covid-19. Estão a hipotecar todo o esforço feito até agora, e a pôr em risco a sua saúde, a sua vida e a dos outros. O excesso de segurança e imprudência leva ao facilitismo. No âmbito da pandemia, o estado de emergência foi a fase do confinamento e da obediência. Ficámos em casa e fomos pacientes. O estado de calamidade ou desconfinamento comprometenos a todos, a tomar decisões inteligentes e responsáveis, cumprindo as regras de segurança. Infelizmente a impaciência e a indisciplina

têm-nos arrastado para o aumento de novos casos e o mais grave é que são casos que afectam os adultos mais jovens. O stress de viver, traz ao de cima muitas emoções, ansiedade e atitudes irreflectidas. Durante o período de pandemia, vivemos tempos estranhos. Devido às medidas preventivas de saúde pública, as cerimónias fúnebres estão a ser realizadas quase sem pessoas. Muitos familiares e amigos estão privados de se despedirem de quem morre, ou seja não existem abraços, nem o habitual consolo do luto em comunidade. Isto acarreta um enorme sofrimento para todos aqueles que perdem os seus familiares e amigos. Neste período levantamse muitas dúvidas, e irá certamente demorar muitos anos até compreendermos qual foi o verdadeiro impacto da pandemia na saúde mental, até porque talvez tenhamos de conviver com a covid-19 por vários anos. “Morrendo o vírus acaba-se a peçonha”.

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Covid-19, que lições? Lopes Marcelo Economista, autor de estudos e publicações sobre o desenvolvimento rural e regional

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ão são ainda bem certos nem totalmente previsíveis os efeitos do insidioso inimigo invisível que sobressalta o mundo em propagação pandémica. Contudo, a enorme gravidade da situação não pode deixar ninguém indiferente e convida-nos a uma certa paragem para se reflectir e procurar entender as razões e as consequências, afinal algumas lições a serem tiradas desta situação. Da constatação de que o virús não tem barreiras, tanto ataca o mais rico como o mais pobre, entra em todos os ambientes, quer nos casebres mas também nos palácios, não escolhe idades, credos ou ideologias

nem condição social; deviamos retirar uma lição de humildade na igualdade fundamental da nossa condição humana. Sim, o que nos une e nos torna interdependentes e solidários é muito maior e muito mais importante do que as pequenas diferenças que se situam apenas nas diferentes formas de estar e não na condição do ser. A diferença entre alguém muito rico e ou muito importante e alguém pobre e anónimo, desaparece rapidamente com a circunstância de um dia sem comer e uma noite sem dormir! Assim, a pauta humana da igualdade e da dignidade, da disponibilidade ao diálogo e entre-ajuda, pode e deve ser uma lição quotidiana essencial desta pandemia. Uma segunda lição possível tem a ver com a frágil noção de progresso, de promessas de crescimento ilimitado que os dirigentes políticos e económicos nos têm vendido na convicção de que as crises se resolvem deitando

dinheiro, sempre mais recursos financeiros para cima dos problemas. Que a tecnologia tudo resolverá e mais tarde ou mais cedo aí estará uma vacina milagrosa. É de novo a soberba gananciosa dos senhores do capital e dos chefes das capitais políticas do mundo, afadigados em grandes discursos fazendo crer que tudo controlam, entretidos nos seus jogos de poder a disputar entre si quem mais manda, quando não passam quase sempre de simples marionetas face ás forças da natureza tais como as alterações climáticas, os terramotos, as explosões vulcânicas e as epidemias. Tudo complicam, baralham e voltam a dar, agarrando-se ao poder e é toda a sociedade que sofre as consequências económicas, sociais e de saúde pública. Sofre-se colectivamente, morrese e para eles são estatísticas, mais números, meros números. Não param, não mostram a saudável fragilidade e a necessária humildade de saberem ouvir, de aprenderem

que está tudo ligado. Que não há modelo económico de estatísticas de crescimento ilimitado, que a outra face dessa moeda, é a pobreza que não pára de aumentar, é o nosso território do interior ( mais de metade do país), cada vez mais desordenado e com menos pessoas e com o flagelo dos incêndios nas terras cada vez mais abandonadas. Uma outra lição que se impõe, tem a ver com o não diálogo, a falta de consideração e de respeito e entre-ajuda entre as gerações. As gerações mais novas entendem que são o motor da sociedade, que sabem tudo, querem tudo e já!. Nasceram numa sociedade de direitos que muito custaram a ganhar e a conquistar pelas gerações que agora são mais velhas. Sentem-se numa sociedade de direitos mas quase sem deveres. Querem todos os direitos mas não assumem os deveres. Têm tudo e desde muito cedo, demasiado cedo e, à minima

contrariedade, desesperam. Exigem, consideram os velhos descartáveis, arrumados para o lado e por vezes partem para a falta de respeito , desconsideração e, até para a agressão. No contexto da Pandemia do Covid -19, tantas vezes colocam os seus interesses egoístas de diversão acima das regras comunitárias. Julgam que podem fintar o virús, mas enganam-se. Enganam-se demasiado cedo e com consequências para todos. Falta-lhes mundo e experiência que podem encontrar no diálogo franco com os mais velhos. Estes, regra geral acomodamse e resignam-se calados. Felizmente há excepções. Valorizar o diálogo franco e contrutivo entre as gerações, a estima, a disponibilidade, o gosto e o saber cuidar, preservar a história e a memória dos mais idosos, é essencial para que se reforce a identidade de todos nós.


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ECONOMIA

Larápio apanhado no Teixoso A GNR do Posto Territorial do Teixoso deteve esta quinta-feira, um homem de 25 anos, por furto no interior d residência, no concelho da Covilhã. No seguimento de uma denúncia por furto numa casa, os militares da Guarda apuraram que o suspeito, na noite anterior, se introduziu na residência pela garagem, com os seus proprietários no interior, um casal de idosos, de 74 e 69 anos, e furtou um computador portátil que se encontrava na cozinha. Após a investigação foi identificado o suspeito e recuperado o PC portátil, um rato e uma mala de transporte. O suspeito foi constituído arguido e os factos foram remetidos ao Tribunal Judicial da Covilhã. _______________________

S.U. C. H. Afinal não vai despedir

O Serviço de Utilização Comum dos Hospitais nega despedimentos na lavandaria do Fundão O Serviço de Utilização Comum dos Hospitais (SUCH) negou hoje que vá haver despedimentos na lavandaria hospitalar do Fundão e garantiu que só está a procurar uma “alteração do modelo de gestão”, ao contrário do que foi denunciado pelo Sindicato Hoteleiro. Em resposta escrita enviada à agência Lusa, esta associação de interesse público que gere o tratamento de roupa hospitalar diz que a lavandaria hospitalar do Fundão “não vai fazer qualquer despedimento”. Simulação ou não... e de quem será então?.

Edição 4 - 30 de junho de 2020

Regresso à actividade nos Restaurantes Restaurante Calhambeque´- Meimoa e Zona Balnear do Meimão

N

esta ronda de “regresso ao novo normal” pelos restaurantes, o Correio de Caria, falou com outros tês empresários, em que cada um em seu contexto nos falou da sua experiência com o efeito que o Estado de Emergência e o confinamento causou no seu negócio e como está a ser o regresso à vida económica. Na Meimoa falámos com Nicolau Campos que é gerente do restaurante Calhambeque nesta localidade e concessionário dos equipamentos da Zona Balnear do Meimão, na Barragem da Meimoa. O casal Nicolau e Cátia Campos, trabalham e gerem em conjunto estes dois estabelecimentos e no caso concreto da Zona Balnear da Meimoa, disseram que a reabertura da época foi só no dia 20 de junho, verificando logo nesse fim de semana uma enorme afluência de pessoas, uma afluência que por vezes o deixa preocupado, pois “nem todos têm os devidos cuidados, muitos vêm em grandes grupos e a gente está sempre com medo…”. Explicou as medidas de higiene e segurança que adotaram e que já se introduziram na rotina, desde a higienização regular dos espaços, a constante desinfeção das mãos, “de cada vez que se faz um troco” máscara etc. “Situações que causam algum incómodo no início, mas são necessárias…” disse. Aqui na Zona Balnear a atividade é sobretudo ao fim de semana e neste início de época, começou logo com muita afluência, talvez até pela pouca oferta que ainda há à volta. O maior ressentimento é nas “gaivotas”, que até agora estão proibidas e apesar de estarem pagas era uma receita que não têm. Acerca do restaurante o Calhambeque, encerrou no dia 15 de março e só reabriu no dia 18 de maio, quando

foi autorizado. Como são proprietários do espaço, não sentiu diretamente o encargo de pagar a renda sem ter rendimento, aproveitou para alguma organização interna e o serviço de take away. Na reabertura os clientes voltaram praticamente todos até porque o seu publico alvo são sobretudo trabalhadores das empresas da zona e ao fim de semana famílias que vão comer fora. Fizeram uma restrição no número de lugares, mas como tem duas salas, passou de 160, para 80 lugares, porém continua a ter condições para acolher os clientes que os procuram e raramente esgota. “servíamos uma média de 20 a 30 refeições durante a semana e cerca de 80 ao fim de semana, digamos que voltámos ao normal, inclusivamente à sextafeira que é o dia do Cozido à Portuguesa, e o pessoal já sabe, nesse dia duplicamos as refeições…” - Não foi muito mal apesar de tudo? “digamos que não me posso queixar, comparado com a maioria dos nossos colegas”… “Tem um pouco a ver com o tipo dos nossos clientes, o comercio desta zona vive muito da afluência dos espanhóis, como o Calhambeque está mais distante da Praia Fluvial da Meimoa, eles têm tendência a ficar nos mais próximos, a nossa frequência de espanhóis nunca vai além dos 10%. “Aqui (barragem da Meimoa) eles também vêm pouco, porque ainda a não descobriram! (risos) por isso sentimos menos a quebra”. - Quanto a futuro que perspetivas para este verão – “Vai ser muito inconstante, as previsões terão de ser semana a semana, dependendo das notícias. Ainda agora parecia que tudo ía levantar aparecem mais estes dois casos de contágio, as pessoas retraem-se logo, têm medo e com razão. Vamos ver!, não podemos desanimar…Obrigado!

Manjar dos Deuses - Belmonte Em Belmonte fomos ao manjar dos Deuses, já tínhamos na nossa intenção e até pela informação que nos havia chegado “tinha sido um exemplo de adaptação a esta nova realidade”. Aqui falámos com o Sr. António que com a D. Maria de Deus trabalham e gerem esta empresa familiar: -Sr. António estávamos no início de março, de repente a crise do Covid chegou e os restaurantes fecharam, como foi por aqui? “Ficou tudo parado e foi mau para toda a gente” - Ficaram fechados “Não, nunca fechámos e tenho muito a agradecer ao pessoal da Ramalho Rosa e da Conduril, porque como andavam aqui com as obras da linha da Beira

Baixa, mantiveram-se”- -Mas não vinham cá comer? “Não!, foi em take away, eu é que ia lá levar, arranjámos uns tabuleiros, levava lá com as doses e eles lá se organizaram com o espaço e faziam as refeições”. Aqui também tiveram de fazer obras? “Aqui arrancámos a esplanada velha alargámos um bocado e expandimos o restaurante para fora, pois com meia dúzia de mesas lá dentro não conseguíamos sobreviver”. Com que capacidade ficou? “mais ou menos a mesma que tinha antes na lá de dentro, cerca de36 pessoas, agora varia um pouco se são casais ou não e quem pode ficar junto, mas nesse aspeto ficámos mais ou menos na mesma”. Em termos de impacto efetivo quantas refeições servia e quantas serve agora? “Antes 60 a 70 refeições e agora metade”. E que perspetivas vê para o futuro próximo, há sinais de as pessoas virem? “Não! parece que não! as pessoas ainda têm muito medo e o que nos vale a nós é nunca termos fechado. Se tivesse fechado já não reabria”. A casa é sua? “não! é de renda e também por isso que digo, dois meses fechados a suportar a renda e todos os encargos, não conseguíamos”. Vamos ter esperança! “Tem de ser! Bem Haja!”.

Cellas Brasa - Belmonte Este estabelecimento começou a funcionar há pouco tempo, mesmo em cima da crise. Tinha a sua abertura prevista para o dia 1 de junho e assim aconteceu. Falámos com o Sr. Henrique, um jovem e m p r e e n d e d o r, bem conhecido no meio, o qual não escondeu alguma angústia pelo facto de calhar a abertura com a situação da pandemia. Como foi a receção? “Não foi muito má, dada toda a situação que se vive, mas todo o presente e futuro próximo está muito incerto. O pessoal que vai aparecendo ainda é pessoal de fora, porque o pessoal cá de Belmonte, ainda têm muito medo e não saem para vir comer fora”. Está a servir quantas refeições? “é muito incerto, há dias que duas, quatro, hoje até não está muito mauzito, mas ontem o que valeu foi os lanches, segunda-feira cheio, mandei alguns embora, como vê é muito incerto”. Não foi uma boa altura para

abrir, mas agora que já está cá qual é a perspetiva de futuro? “Não podemos parar, temos de ir frente, temos de inovar”. E acredita que vai vingar? “Sim porque nós trabalhamos assente numa cozinha de qualidade, carne de primeira, peixe também de qualidade”. Uma cozinha à base de grelhados?! “Só grelados, com carne fornecida por nós, grelhados, ou cozidos ali na panela de ferro… Vou ver o lume, bem haja”. Obrigado nós! Jorge Henriqus Santos


CULTURA

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Confraria do Santíssimo Sacramento - Caria GUIA DE FUNDOS DO ARQUIVO HISTÓRICO DE CARIA

O

objetivo primordial deste Guia é o de atualizar os instrumentos de pesquisa arquivística do acervo do arquivo da Junta de Freguesia de Caria, fornecendo uma informação geral dos fundos arquivísticos existentes, permitindo que se obtenha uma visão ampla da diversidade de instituições produtoras e da informação por elas gerada. Junho, o mês dedicado ao Sagrado Coração de Jesus, damos a conhecer o guia da Confraria do Santíssimo Sacramento. Datas Extremas: 1895-1897 Nome do produtor: Confraria do Santíssimo Sacramento História administrativa: Em Portugal, a maioria das confrarias apareceram durante os séculos XII e assumiram a forma de associações voluntárias, onde se agrupavam os irmãos para um auxílio mútuo, tanto no aspeto material como na

componente espiritual. As suas competências só mais tarde seriam redefinidas, quando, no Concílio de Trento, tomou corpo a divisão entre confrarias laicas e confrarias eclesiásticas. As primeiras podiam ser fundadas sem a intervenção do poder religioso enquanto, as segundas, deviam a sua criação a um prelado. A referência obrigatória de qualquer confraria era constituída

por um altar com as respetivas imagens, altar esse que se podia situar numa igreja de qualquer tipo: paroquial, conventual ou uma simples ermida. Outro aspeto importante na vida destas confrarias está relacionado com a sua base de recrutamento. Por razões óbvias ele circunscrevia-se à freguesia, havendo mesmo, em alguns casos, uma pressão social para que todos os habitantes de

Escritor do mês, na Biblioteca de Belmonte Beatriz Costa

A

triz portuguesa, de nome completo Beatriz da Conceição Costa, nascida em 14 de dezembro de 1907, em Charneca do Milharado, e falecida em 15 de abril de 1996, em Lisboa, no Hotel Tivoli. Oriunda de família muito pobre, era analfabeta quando iniciou a sua carreira artística, tendo sido por iniciativa própria que começou a estudar. Estreou-se em 1923, como corista, na revista Chá e Torradas, mediante uma carta de apresentação da atriz Ema de Oliveira que a recomendou ao empresário António de Macedo. Gradualmente, foi ganhando alguma projeção e, numa digressão ao Brasil, em 1924, surpreendeu o público com a revista Fado Corrido, onde celebrizou a canção Mademoiselle Garoto. Em 1927, começou a utilizar a franja que a deixaria famosa.

Nesse mesmo ano, estreou-se em cinema, num filme mudo realizado por Rino Lupo: O Diabo em Lisboa. Seguiramse os filmes Fátima Milagrosa (1928), onde dançou um tango com um então jovem Manoel de Oliveira, Lisboa, Crónica Anedótica (1930), de Leitão de Barros, e A Minha Noite de Núpcias (1931), de Alberto Cavalcanti. A sua popularidade disparou em flecha, quando protagonizou, ao lado de Vasco Santana, o filme A Canção de Lisboa (1933), onde desempenhava a ingénua costureira Alice, tendo popularizado o tema musical A Agulha e o Dedal. Seguiu-se a participação no filme O Trevo de Quatro Folhas (1936), de Chianca de Garcia, e numa revista que fez história: Arre Burro (1936), que permaneceu dois anos em exibição. Voltou ao cinema três anos depois, com mais uma personagem

emblemática: a lavadeira Gracinda em A Aldeia da Roupa Branca (1939). Entre 1939 e 1949, passou a viver no Brasil, onde gozou duma extraordinária popularidade, muito devido à canção TiroLiro-Liro. Regressou ao Parque Mayer, em 1949, aí continuando a trabalhar até 1960, ano em que se despediu dos palcos com a revista Está Bonita a Brincadeira (1960). Até ao fim da sua vida, recusou liminarmente todos os convites para regressar ao teatro de revista, alegando que o género se encontrava em decadência. Viveu no Hotel Tivoli até ao seu último dia de vida sem mais voltar ao espetáculo. A única exceção foi o concurso televisivo Prata da Casa (1980), apresentado por Fialho Gouveia, onde Beatriz Costa estava integrada no júri, ao lado de personalidades como Alexandre O’Neill e Branquinho da Fonseca. Publicou alguns livros, como Sem Papas na Língua (1975), Quando os Vascos Eram Santanas...e Não Só (1978) e Mulher sem Fronteiras (1981).

Bibliografia:

•Sem Papas na Língua (1975) •Quando os Vascos Eram Santanas… e Não Só (1977) •Mulheres Sem Fronteiras (1981) •Nos Cornos da Vida (1984) •Eles e Eu (1990)

uma paróquia se inscrevessem numa confraria. Relativamente à Confraria do Santíssimo Sacramento da Freguesia de Caria, desconhecemos a data da sua fundação. Podemos, contudo, referir dois documentos que nos ajudam a estabelecer alguns limites cronológicos na sua existência. O primeiro documento – livro de atas da Confraria (1896-1897) e o segundo documento - livro de registo da receita e da despesa da Confraria (1895-1895). Como todas as outras confrarias paroquiais, uma das suas principais funções era a manutenção da igreja paroquial e do culto. Neste caso, os confrades podiam cotizar-se para pagar as obras e as despesas da igreja, revezavam-se para conservar os altares em ordem, organizavam as procissões e as festas religiosas. Âmbito e conteúdo: fundo de pequenas dimensões, constituído por dois documentos. Um livro de

atas e um livro alusivo à despesa e receita da Confraria. Sistema de Organização: os documentos foram descritos individualmente obedecendo às tipologias documentais existentes. Condições de acesso: a documentação encontra-se disponível na Biblioteca Cantadeiras de Caria. Documentação de consulta livre para utilizadores internos, estando os utilizadores externos sujeitos a autorização prévia. Condições de reprodução: Sem restrição. Preço conforme tabela de taxas da Freguesia. Idioma/escrita: Português. Instrumentos de descrição: guia de fundos e inventário em suporte papel e informático. Nota do arquivista: Descrição elaborada por Angélica Maximino, Técnica Superior da Câmara Municipal de Belmonte. Data da descrição: 2018 ACCMax.

Filme “Haverá Tempo” Premiado nos EUA

O filme “Haverá Tempo”, estreado pelo Turismo Centro de Portugal (TCP) no início da pandemia de covid-19, conquistou um importante prémio a nível internacional, no 53.º Festival Internacional de Filme e Vídeo dos Estados Unidos (“US International Film & Video Festival”), em Los Angeles. O júri atribuiu ao filme um Certificado de Excelência Criativa, na categoria “Responsabilidade Social”. Mais de 1000 filmes, de 26 países, concorreram este ano ao prestigiado festival, que existe desde 1967. O filme “Haverá Tempo”, de 50 segundos, foi a peça central de uma campanha com o mesmo

nome, lançada a 19 de março, dia em que foi declarado o estado de emergência. A campanha apelou aos portugueses para que ficassem em casa, dando nota de que “haveria tempo” para conhecer ou regressar ao Centro de Portugal, que estaria à sua espera quando a fase aguda da doença fosse ultrapassada. A mensagem do filme era de esperança, expressa em frases como “São tempos como os que vivemos que nos obrigam a parar, para depois recomeçar”, “Haverá tempo para voltar a dar asas aos nossos sonhos, de abraçar quem amamos” ou “Haverá tempo para viajar, para correr, para voar. Até lá, ficaremos em casa”.

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ASTROLOGIA

HORÓSCOPO Mês de Julho de ficar atento a alguns prazos e questões legais. Saúde: Tendência a viroses

LEÃO (24/07 a 23/08) Carta - a justiça

CARNEIRO (21/03 20/04) Carta - o carro

a

Amor: Período bastante positivo para estes nativos. Poderão quebrar a rotina da relação numa viagem ou numa saída romântica a dois. Momento favorável aos solteiros Financeiro: Fase de abrir portas a novas possibilidades profissionais. Poderão surgir novos horizontes e com expansão na vida destes nativos. Saúde: Vitalidade e bem-estar geral

TOURO (21/04 a 21/05) Carta - a Força

Amor: Os taurinos estarão com uma energia muito magnética para o amor. Nas relações mais antigas deverão evitar diálogos tensos. Os solteiros estarão em fase de conquista. Financeiro: A fase tornará a vida profissional destes nativos num momento positivo e compensador. Poderão investir num projeto novo e arriscar mais do que o costume. Saúde: Fase algum stress.

Amor: O período dos leoninos no amor trará situações a resolver e carmas a resgatar. A altura é de clarificar qualquer assunto pendente ou situações ainda não esclarecidas na relação. Financeiro: O momento será de assumir mais responsabilidade em algumas tarefas precisar de estruturar mais os trabalhos a desenvolver. Esteja atento aos prazos legais. Saúde: Tendência a cortes.

VIRGEM (24/08 a 23/09) Carta - o papa

Amor: A fase destes nativos será de alguma falta de cumplicidade entre o casal devido a uma postura demasiado conservadora entre os dois. Os solteiros deverão arriscar mais na conquista. Financeiro: Período de analisar e ponderar alguns detalhes na vida profissional dos virginianos. Verifique com atenção caso tenha de analisar alguns contratos ou assinar papeis importantes. Saúde: Deverá consultar um especialista caso tenha dúvidas de alguma situação

. BALANÇA (24/09 a 22/10) Carta - os enamorados

GÉMEOS (22/05 a 21/06) Amor: A fase destes nativos estará Carta - a morte na energia do amor e do romance. Amor: O momento poderá alterar a rotina familiar destes nativos. Na relação sentirá necessidade de mudanças e alterações na forma de estar com o seu par. Momentos de mudança ocorrerão. Financeiro: Fase de aceitar algumas mudanças no trabalho. Haverá necessidade de fechar um ciclo importante no âmbito profissional, abrindo espaço a novos começos. Saúde: Tendência a mau estar nas costas

CARANGUEJO (22/06 A 23/07) Carta - o diabo

Amor: Poderá atrair situações de alguma tensão ou conflito na relação por se sentir mais negativo ou deixar que alguns medos o façam temer algo que não existe. Financeiro: A fase poderá trazerlhe ganhos extras, mas que deverá gerir com cautela. Poderá ter PUB

Aproveite a semana para namorar ou conquistar a pessoa amada. Favorecido aos solteiros. Financeiro: Nesta fase aproveite para diversificar a sua visão acerca das suas funções ou objetivos profissionais. A energia é favorável a parcerias e ajudas especificas. Saúde: Tendência a alergias.

ESCORPIÃO (23/10 a 22/11) Carta - a imperatriz

Amor: As energias amorosas destes nativos evidenciarão o seu lado mais comunicativo e social. A relação amorosa estará mais tranquila devido ao diálogo e ao entendimento entre os dois. Financeiro: A fase é de crescimento e prosperidade para investimentos em projetos ou metas já delineadas. Mantenha-se mais em contacto com os seus colegas e clientes se for o caso. Favorável a trabalhos de pesquisa.

POESIA

Saúde: Fase muito positiva.

SAGITÁRIO (23/11 A 21/12) Carta - o dependurado Amor: O momento será de algum sacrifício para estes nativos pois terão de aguardar que algumas situações se definam e agir nesta fase não será benéfico. Deverão manter a distância e controlar a impulsividade. Financeiro: O momento é de se focar mais no seu equilíbrio e bem -estar emocional e deixar fluir tudo o resto. Não abuse de gastos principalmente os mais supérfluos. Saúde: Tendência a sentir angústia ou ansiedade

CAPRICÓRNIO (22/12 a 20/01) Carta - o imperador

Amor: O momento será de alguma tensão na relação devido a uma tendência a teimosia ou falta de cedência das necessidades do outro. Mantenha-se mais flexível. Financeiro: Tende a ser uma fase de movimento e de trabalho extra, mas compensador para os capricornianos. Fase favorável a investimentos e a novos projetos. Saúde: Tendência a abusar de alimentos doces

NOITE NA SANZALA Só tinham luz mundial, O funji, como alimento, P ra cantar, voz natural, A dor, para sofrimento. Só tinham medo do mal, Provocado pelo vento, Da chuva torrencial, Caída do firmamento. Só temiam o animal, Que num incerto momento, Transtornou o festival. Morto o bicho violento, O medo acabou a final. Só tinham corpo sangrento.

A ABELHINHA Zumbe, zumbe, abelhinha, De asinhas de muitas cores, Zumbe, zumbe, abelhinha, À volta das lindas flores.

O pólen vais recolhendo, Nas plantas em floração, Com doçura e amor vivendo.

Para onde vais abelhinha? Com trabalho o mel fazer, Aonde vais, minha abelhinha, Na sua humilde casinha. Assim zumbindo e voando? João Paiva Aonde vais, minha abelhinha, As vivas flores beijando?

AQUÁRIO (21/ 01 a 19/02) – Carta - a papisa

Amor: A fase trará sabedoria ao campo emocional destes nativos, que saberão colocar a experiência a favor da união e cumplicidade na relação. Os solteiros deverão aguardar uma fase mais favorável. Financeiro: O momento é de analisar os motivos e as razões que lhe trazem algum desconforto nas tarefas que está a desenvolver. Pedir um conselho ou observar com algum distanciamento a situação será positivo nesta fase. Saúde: Tendência a dores abdominais

PEIXES (20/02 a 20 /03) Carta - o mago

Amor: Momentos de renovação e de visões positivas surgirão na vida emocional dos nativos de peixes. Para os solteiros alguém novo surgirá, poderá ser uma nova paixão ou início de algo positivo. Financeiro: A fase dos nativos de peixes será para inovar na forma de agir perante os assuntos laborais e financeiros. O momento pede que haja revisão e alteração do que já não é mais funcional. Saúde: Tendência a dores de cabeça

Outono O ser ensimesmado, agora vasa e enrubesce nas folhas. De enrubescido, descora num amarelo sem escolhas, lindo, lindo, embora descaindo, descaindo, incontido e sempre rindo. Exuberância incontida de seres, plantas e arbustos colora o outono da vida. Crendo em mais frutos, mais gostos, nem teve nem segue esboços na linha em queda pressentida.

Árvores Agitam, em vendaval ou de leve, a folha verde-roxa que já fala em ser vermelha, escarlate, e sonha a cor de gala antes do amarelo tão breve. A folha se desprende. Segue rota impensada de ser funda alma da cor ou nada, não ser nada. Manuel Marques (no Outono dos 89 anos


NECROLOGIA

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NECROLOGIA Silvia Proença Borrego 15 de Agosto 1932 21 de Junho 2020

87 anos Natural do Casteleiro Residente em Malpique - Caria

Laura da Cruz Pereiro 20 de fevereiro de 1943 16 de junho de 2020 77 anos Meimão - Penamacor

Maria Lúcia Lemos Carmona 15 de novembro de 1942 8 de junho de 2020 77 anos Penamacor

António dos Santos Leitão Leal 4 de outubro de 1944 16 de junho de 2020 75 anos

Inguias – Belmonte

António José da Silva Leal 18 de abril de 1943 18 de junho de 2020 77 anos Belmonte

Frederico Manuel Alves Ribeiro 25 de janeiro de 1960 4 de junho de 2020

60 anos

Meimoa – Penamacor

José Marques 18 de março de 1932 01 de junho de 2020 88 anos Penamacor

Duarte Maximo Ambrósio 29 de Julho de 1921| 23 de Junho de 2020 98 anos Maçainhas - Belmonte

Manuel Martins Silva 15 de janeiro 1936 16 de junho de 2020 84 anos Inguias - Belmonte

Irene gamboa velhinho tomás 03 de outubro 1951 20 de junho 2020 68 anos Pêraboa- Covilhã

ANTÓNIO CARVALHO MARTINHO 07 de Dezembro de 1926| 27 de Junho de 2020 93 anos Belmonte

ANTÓNIO MANUEL BARROSO GOMES 29 de Janeiro de 1954| 27 de Junho de 2020 66 anos Belmonte

O CORREIO DE CARIA Expressa as mais sentidas condolências às familias enlutadas.


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REGIÃO

As sete praias fluviais de “ouro” na Beira Interior

A

associação ambientalista Quercus elegeu este ano 396 praias com qualidade de ouro em Portugal, mais 14 do que no ano passado. Neste sexto ano de bandeiras de Ouro contam-se 339 praias localizadas no continente, 38 nos Açores e 19 na Madeira. O número de praias fluviais “douradas” chega a 36 e é neste setor que a Beira Interior se destaca. No distrito de Castelo Branco há quatro com o selo de “ouro”: Meimoa (Penamacor), Fróia (Proença-a-Nova) e Fernandaires e Zaboeira (Vila de Rei). No distrito da Guarda registam-se três locais: Valhelhas (Guarda), Vale do Rossim, (Gouveia) e Loriga (Seia). Para poder içar a Bandeira de

Ouro, é necessário que as análises oficiais da Agência Portuguesa do Ambiente revelem que a praia em questão demonstre qualidade excelente nas cinco últimas épocas balneares e que todas as análises do último ano estejam acima do percentil 95. Já para a Bandeira Azul, além da qualidade da água balnear, são tidos em conta

indicadores como a presença de nadador salvador ou os acessos à zona balnear e as condições de limpeza geral. E enquanto para erguer o galardão azul as praias têm de ser candidatadas pelo município onde se inserem, as “douradas” não precisam de pagar para ir a concurso.

Irmãs de Penamacor vencem competição mundial de robótica D

uas crianças de Penamacor venceram a competição mundial de robótica “Wonder League Robotic Compe-tition”, com a criação de um robot que coloca uma bola no copo a longa distância sem ajuda de mãos humanas. Beatriz e Flor Curto, com 8 e 9 anos, alunas da Escola Básica de Penamacor foram as vencedoras deste concurso entre mais de 4.500 equipas de 91 países, com mais de 8.400 participantes. Depois de muitos meses de trabalho, com a passagem à fase final após cinco etapas, juntamente com outras 600 equipas, a apresentação vencedora incluía um criativo episódio da referida série televisiva

feito pelas meninas, para além das imagens do robot a cumprir a missão final e dos desafios que a equipa enfrentou para chegar ao resultado, e ainda uma música final de equipa com robots a dançar. O concurso vai na quinta edição e é organizado pelo fabricante americano de robots “Wonder Workshop”, em parceria com a Acer Microsoft, cujo prémio foi uma bolsa de 5 mil dólares. Na edição do ano passado deste concurso, a equipa “Mountain Explorers”, nome que as duas irmã deram à sua participação, arrecadaram o segundo lugar, tendo sido premiadas com computadores e robots.

Ferro Comemorou Bodas de Prata da Elevação a Vila O

Ferro assinalou 25 anos de elevação a vila, numa cerimónia que contou com vários momentos e discursos onde se olhou para o passado, se enalteceu o presente e se deixaram alguns recados para o futuro No dia 21 de junho de 1995 a Assembleia da Republica aprovou um decreto de elevação à categoria de vila, um vasto numero de localidades, que na nossa região incluiu também Silvares no concelho do Fundão e a freguesia do Ferro no concelho da Covilhã. Correio de Caria esteve no Ferro e acompanhou vários momentos desta comemoração que se iniciou pela 10h30 com uma sessão solene em reunião extraordinária da Assembleia de Freguesia, dirigida por Tiago Nobre Matos, presidente deste órgão, no recinto da Capela do Sagrado Coração de Maria, no Ferro, atendendo às necessidades de distanciamento social, decorrentes da pandemia do COVID 19. A sessão começou sem os representantes da Câmara Municipal que por coincidência do aniversário dos Bombeiros Voluntários da Covilhã, se juntaram a estas comemorações mais tarde. Foram oradores os representantes das bancadas da Assembleia de Freguesia cabendo a primeira intervenção a D. Bárbara Marrocano, do PSD, a qual trouxe à memória dos presentes várias passagens da história do ferro das suas tradições e das suas gentes. Augusto Macedo que já foi presidente desta Junta de Freguesia, falou de seguida em representação do Movimento de Cidadãos “Estamos pelo Ferro” na sua intervenção enalteceu o papel do poder local na sua proximidade com as populações, salientando a impor-tância das freguesias no

Câmara de Comércio das Beiras

E

exercício dessa proximidade. O actual presidente da Junta de Freguesia, Paulo Ribeiro, referiu que “as freguesias são meros sacos de boxe onde o povo vem bater quando tem necessidades” alvitrando que urge ser repensado o quadro de competências e meios a dar ao poder local e no concreto às Juntas de Freguesia., salientando que “o que o Terreiro do Paço faz com 1000, as Câmaras fazem com 100 e a Juntas de Freguesia fazem com 10”. Procedeu-se depois à distinção com homenagem aos antigos presidentes de Junta, bem como a outras personalidades e entidades que se destacaram em diversas áreas e que, pela sua atuação, contribuíram para o desenvolvimento da freguesia. nomeadamente: José Proença Silvestre; José Reis Ribeiro; Luís Esteves de Sousa; João Jorge Mendes Monteiro; José Carlos Bento Amaro; Paulo Jorge Alves Torais; Augusto Fernando Macedo; Duarte Cordeiro Simões; Francisco Brito; João José Esteves Oliveira; José Lourenço Elias e as várias instituições do Ferro, desde os dois Grupos Folclóricos; a Casa do Povo; Fábrica da Igreja; associação de Caça e Pesca; Associação da Juventude do Ferro e a Associação do Sagrado Coração de Maria (IPSS local com várias valências de apoio aos

idosos às crianças e às famílias) ,bem outras instituições: GNR, Câmara Municipal e os Bombeiro Voluntários da Covilhã: Seguiu-se uma missa campal cuja homilia foi celebrada por D. Manuel Felício, Bispo da Guarda. Noutro momento foi inaugurada a “Galeria dos Presidentes”. Que constou da requalificação da sala de sessões da Junta de Freguesia, onde foram colocadas as fotos de todos os Presidentes de Junta do Ferro desde o 25 de Abril. As cerimónias culminaram com a inauguração de um monumento de homenagem ao Padre Manuel Francisco Domingos, que foi pároco no Ferro cerca de 50 anos, um mural com a sua imagem em grandes dimensões na fachada de um edifício, com um jardim, frente á Igreja Matriz do Ferro. Na sessão usaram da palavra o presidente da Junta, Paulo Ribeiro, o Presidente da Câmara Municipal, Vítor Pereira e o Bispo da Guarda, D. Manuel Felício, que proferiram várias referências sobre o sacerdote e o sua importância episcopal e social, no apoio à população. Ensaiando D. Manuel Felício uma intervenção como se fosse o homenageado Padre Francisco Domingos a proferir, com enaltecimentos, agradecimento e recados aos poderes ... jhs

stá constituída a CCRB Câmara do Comércio da Região das Beiras que tem por objectivo promover os produtos e serviços da região, no país e no estrangeiro. Ou seja, “valorizar e levar para fora o que de melhor se produz na região das beiras”. Diz a nota de imprensa enviada para a nossa redação. A escritura foi assinada, na terçafeira, dia 2 de Junho, no Fundão, e teve como sócios-fundadores, Ana Correia, Correia de Almeida

e João Morgado, que constituem a comissão instaladora. E ainda, Nelson Silva (Mutualista Covilhanense), Henrique Gigante (Associação Comercial e Industrial da Covilhã, Belmonte e Penamacor) Luís de Sá Pereira (Casas de Alpedrinha) e João Ferreira (Associação Comercial e Industrial do Fundão). No ato notarial esteve ainda presente Paulo Fernandes, Presidente da Câmara Municipal do Fundão, concelho que acolhe a sede provisória desta nova entidade. PUB


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