Documento A Hora - 25 e 26/02/2023

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DO VALE AO LITORAL

EMPREENDEDORES

ENCONTRAM TERRA FÉRTIL

O crescimento das cidades litorâneas atrai cada vez mais investidores do Vale do Taquari. Negócios voltados à construção civil, alimentação e vestuário estão entre as principais iniciativas. Praias também inspiram pessoas

em busca de um novo estilo de vida ou um lugar tranquilo para morar. Palco para artistas locais, o litoral gaúcho e catarinense revela diversas oportunidades, seja para empreender, obter renda extra ou qualidade de vida.

FEVEREIRO /2023

HISTÓRIAS DE VERÃO: PRAIA UNE NEGÓCIOS E QUALIDADE DE VIDA

Empreendedores com investimentos em cidades litorâneas do RS e SC. Aposentados que trocaram o Vale pela praia. Jovens e adultos com um novo estilo de vida. E o consumo de produtos industrializados na região que ocupam prateleiras de supermercados, estão nos quiosques e no cotidiano de quem mora ou aproveita o litoral para descansar.

A publicação especial do Grupo A Hora traz o relato de empresários, autônomos e pessoas com renda a partir da temporada de veraneio. O litoral também inspirou a abertura de lojas já consolidadas no Vale e a expansão do modelo de franquias.

Além das empresas, o fluxo de alta temporada é oportunidade para artistas da região que aproveitam esta época do ano para divulgação do trabalho.

BALNEÁRIO CAMBORIÚ

GAROPABA

Patrícia Martins, franqueada Pevecerca. Empresa com sede em Lajeado conta com mais de 100 parceiros em 15 estados.

Felipe Beleza e Guiba Escobar, músicos da banda Feitoria. Grupo aproveita período do verão para divulgar trabalho no litoral e buscar inspiração para novas músicas.

Julio Eggers, diretor de marketing da Fruki. Empresa lançou em Capão da Canoa as ações promocionais e reforça estratégia para atender alta demanda no período do verão.

Ricardo Althaus, sócio da Omega Construtora. Sucesso de vendas dos terrenos em condomínio fechado inspira segunda unidade. Lançamento deve ocorrer no primeiro semestre.

Matheus Fell, sócio proprietário da Quiero Café. Empresa de Teutônia possui franquias nos litorais gaúcho e catarinense, em Capão da Canoa, Torres, Tramandaí, Itapema e Balneário Camboriú.

Taila Zagonel, criadora da marca Pasta de Minduim. A lajeadense mora, hoje, em Garopaba, local que escolheu para abrir o próprio negócio e criar as duas filhas ao lado do marido Matheus.

lar.

Confira vídeo sobre a reportagem por meio do QR Code acima

Décio Hamester, aposentado do setor da construção civil. Investiu em sobrados beira-mar na Praia Real. Temporada de veraneio dura 70 dias e atrai hóspedes do RS e até mesmo do exterior.

João Caetano Puerari e Tais Gregory, proprietários da Guna Hamburgueria. Além de manterem o estabelecimento no litoral, também escolheram Garopaba para viver e criar os dois filhos.

Gustavo Schmidt, diretor comercial da Construtora Diamond. Prédio com 32 andares no litoral catarinense é um dos investimentos da empresa fora do Vale do Taquari.

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Felipe Neitzke felipeneitzke@grupoahora.net.br
PRODUÇÃO EXPEDIENTE COORDENAÇÃO EDITORIAL IMPRESSÃO ARTE E DIAGRAMAÇÃO Lautenir Azevedo Junior
Rodrigo Martini e Alexandre Miorim Grafica Uma/ junto à Zero Hora Maria Jael Pereira e José Lisbôa se conheceram em Balneário Mariluz. Depois de muitos veraneios na localidade, hoje, escolheram a praia para chamar de
IMBÉ XANGRI-LÁ CAPÃO
TORRES
DA CANOA
TEXTOS
Bibiana Faleiro bibianafaleiro@grupoahora.net.br

INFRAESTRUTURA

DUAS ROTAS CONECTAM A REGIÃO ÀS PRAIAS

BR-386 E ROTA DO SOL DÃO ACESSO

ÀS PRINCIPAIS

RODOVIAS USADAS

PELOS VERANISTAS.

ESTRADAS RECEBERAM INVESTIMENTOS PARA COMPORTAR AUMENTO DO FLUXO

Aqualificação da logística nas últimas décadas tornou mais ágil e seguro o deslocamento para o litoral. Para quem sai de Lajeado há dois trajetos preferidos. O mais rápido e de menor distância é pela BR-386, Freeway e BR101. Até Torres são cerca de 290 quilômetros e, sem congestionamento, pode ser percorrido em até 3h30min.

Outra alternativa é pela Serra. Embora haja trechos de pista simples, sinuosas e maior distância, a viagem compensa pela paisagem natural e imponência dos túneis. Nesse percurso, são 303 quilômetros e cerca de 4h30min de viagem.

Ambas as possibilidades, seja pela Rota do Sol ou Freeway, dão

acesso à Estrada do Mar. A rodovia é administrada pelo Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem (Daer). Por ali circulam veículos que deslocam entre as praias como Imbé, Tramandaí, Xangri-lá, Capão da Canoa e Torres. Embora o pavimento apresente boas condições, a falta de sinalização é um dos aspectos negativos. Falta a delimitação do que é pista de rolamento e acostamen-

to. Com isso, é comum encontrar dois veículos, lado a lado, no mesmo sentido.

A Rodovia do Mar também não oferece serviço fixo de ambulância. O atendimento de emergência é prestado em primeiro momento pelo Comando Rodoviário da Brigada Militar (CRBM). Em caso de pane nos veículos, o recomendado é acionar serviço particular ou seguradora.

Conforme o Daer, a Estrada do Mar recebeu aporte de R$ 4,7 milhões em 2022. Os valores foram investidos em reparos no pavimento, roçada e limpeza. A autarquia também destaca ter renovado contrato de sinalização.

PISTA EXPRESSA

Inaugurada em setembro de 1973, a BR-290 (Freeway), entre Porto Alegre e Osório, representou uma nova era para os gaúchos. Até então, a alternativa era pela Estrada Velha. A via de pista simples recebia tráfego intenso de veículos de passeio, ônibus e caminhões. Agora, com três faixas em cada sentido e acostamento, a rodovia sob concessão da CCR ViaSul recebe constantes investimentos para dar conta do fluxo. As obras estruturantes foram entregues ainda em 2021 com o alteamento de cinco viadutos e cinco novos acessos (Osório, Gravataí, Cachoeirinha e Santo Antônio da Patrulha).

3h30min

RSC-453 (Rota do Sol) RSC-486 Estrada do Mar (ERS-389)

303 quilômetros 4h30min

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LAJEADO A TORRES 290
quilômetros BR-386 Rodovia do Parque Freeway BR-101
ROTA DO SOL LIGA O VALE DO TAQUARI À ESTRADA DO MAR PELA SERRA. TÚNEIS E PAISAGENS NATURAIS SÃO ATRATIVOS PELO CAMINHO
FREEWAY INAUGURADA EM 1973 CONTAVA APENAS COM PISTA DUPLA
SOB
FOTOS DIVULGAÇÃO CONCESSÃO
DA
CCR VIASUL, FREEWAY É A PRINCIPAL ESTRADA PARA VERANISTAS DA REGIÃO ACESSAREM O LITORAL. OBRAS ESTRUTURANTES FORAM ENTREGUES EM 2021

AUMENTO POPULACIONAL E EXPANSÃO URBANA ATRAEM CONSTRUTORAS DO VALE

EMPRESAS COM SEDE EM LAJEADO AMPLIAM ÁREA DE ATUAÇÃO E INVESTEM EM

EMPREENDIMENTOS NO LITORAL CATARINENSE E GAÚCHO. PRÉDIO DE 32 ANDARES EM BALNEÁRIO CAMBORIÚ E CONDOMÍNIO FECHADO EM XANGRI-LÁ ESTÃO ENTRE OS DESTAQUES

As cidades litorâneas despontam em investimentos na área da construção civil. Se antes a praia era destino apenas no período de veraneio, na última década houve incremento significativo de moradores. Conforme profissionais do setor, a partir da pandemia, esse movimento cresceu ainda mais.

Em um cenário de oportunidades, a Construtora Diamond, de Lajeado, aposta em empreendimentos no litoral catarinense. Com a primeira unidade em Balneário Camboriú, o prédio localizado a 450 metros do mar, está em uma das cidades com a área mais valorizada do país.

O Diamond Crystal Tower tem o propósito de conectar o clima de verão com a vida da cidade. Ainda em fase de construção, a estrutura terá 32 pavimentos com dois apartamentos por andar, sendo de três ou quatro suítes, espera para automação, área gourmet e churrasqueira.

O empreendimento também dispõe de ambiente para festa e happy hour, locais para descanso, cinema e de uso coletivo, com carregador de carro elétrico instalado. Outro diferencial são piscinas aquecidas, praças kids, bar molhado, brinquedoteca, lojas e, ainda, uma área de lazer com mais de 1,2 mil metros quadrados.

ANTES A PRAIA ERA DESTINO APENAS NO VERÃO. AGORA, AS PESSOAS TAMBÉM QUEREM MORAR AQUI PELO FATO DA QUALIDADE DE VIDA”

OPORTUNIDADE CRESCENTE

Conforme o diretor comercial da Construtora Diamond, Gustavo Schmidt, o empreendimento

é, também, o maior prédio da empresa até o momento. A previsão de conclusão é fevereiro de 2026. Com o custo mais elevado dos terrenos da cidade, os apartamentos acompanham o preço do mercado.

“O custo de trabalhar em cidades onde existe hoje uma grande qualificação também é mais alto. Tem muitas empresas construindo e é bacana estar junto a grandes players do mercado brasileiro”. Schmidt destaca ainda a identificação de um padrão de investidores e clientes na Serra e no litoral.

Assim, a equipe encontrou um terreno bem localizado e lançou o projeto. O diretor comenta que o objetivo da construção foi justamente atender os clientes da empresa que já estavam em Gramado, com um produto diferenciado no padrão da construtora.

“Percebemos o litoral como um mercado bem aberto, com clientes em vários estados no Brasil e um mercado que atrai o capital do país inteiro”, conta Schmidt. Ele ainda ressalta o potencial de investidores estrangeiros que buscam a região litorânea para aplicar recursos.

De acordo com o empresário, este se torna um mercado atrativo para empreender. Além disso, é um segmento que está em evolução. Schmidt acredita que a tendência é que as cidades no litoral cresçam ainda mais. “Ainda tem muita coisa por vir”.

Outro ponto positivo de investir em Balneário Camboriú é a base de clientes diversificada, como observa o diretor da Diamond. Assim como a oportunidade de consolidar parcerias com empresários de outros estados do país.

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CONSTRUÇÃO CIVIL
OMEGA CONSTRUTORA AVANÇA COM OBRAS NO CONDOMÍNIO FECHADO EM XANGRI-LÁ. EMPREENDIMENTO CONTA COM 363 TERRENOS ÀS MARGENS DA ESTRADA DO MAR PROJETO DO DIAMOND CRYSTAL TOWER EM CONSTRUÇÃO NA CIDADE DE BALNEÁRIO CAMBORIÚ (SC). PREVISÃO É CONCLUIR OBRA EM FEVEREIRO DE 2026 FELIPE NEITZKE RICARDO ALTHAUS SÓCIO DA OMEGA CONSTRUTORA

XANGRI-LÁ: CAPITAL DOS CONDOMÍNIOS

FECHADOS

Com mais de 17 mil habitantes, Xangri-lá se destaca pelo número de condomínios fechados. São mais de 30 finalizados ou em construção. Entre eles, o empreendimento da Omega Construtora, de Lajeado. O complexo lançado em 2021 vendeu todos os 363 terrenos em me-

PERCEBEMOS O LITORAL COMO UM MERCADO BEM ABERTO, COM CLIENTES EM VÁRIOS ESTADOS E UM MERCADO QUE ATRAI O CAPITAL DO PAÍS INTEIRO”

“Antes a praia era destino apenas no verão. Agora, as pessoas também querem morar aqui pelo fato da qualidade de vida”, observa Althaus. Segundo ele, a cidade está se preparando para acolher essa demanda. Dos investimentos mais recentes está o novo hospital. O município também debate alterações no plano diretor sobre a construção de prédios de até 14 andares. No entanto, há o entendimento da Procuradoria da República de que a cidade não tem um plano de tratamento de esgoto adequado e precisa resolver esse gargalo com prioridade.

EMPREENDIMENTO DA OMEGA

Inspirado em resorts e hotéis do exterior, o condomínio Allure Beach Condo fica às margens da Estrada do Mar e próximo da cidade. Entre os diferenciais do local está

a construtora prepara mais um condomínio entre Xangri-lá e Capão da Canoa. O lançamento esta previsto ainda para este ano.

nos de 20 minutos e se tornou um exemplo de sucesso no setor. Na avaliação do empresário Ricardo Althaus, essa demanda por um local que ofereça infraestrutura adequada e diferentes opções de lazer virou tendência. O aumento do número de pessoas que moram no litoral foi percebido nos últimos dez anos, mas também tem a influência da pandemia.

PRIMEIRAS CERCAS QUE INSTALAMOS ESTÃO INTACTAS, PARECEM NOVAS. ALÉM DE SER UM MATERIAL MUITO RESISTENTE, É FÁCIL DE LIMPAR”

AS

EMPRESA LEVA SOLUÇÃO EM CERCAS AO LITORAL

o lago artificial com cerca de 30 milhões de litros de água.

Cada unidade terá área que varia entre 240 e 409 metros quadrados. Na área comum, tem espaços de alimentação e de esportes, além de horta comunitária. Destaque para o parador junto ao mar para dar suporte aos moradores na beira da praia.

O empreendimento no litoral leva o nome da marca com mais de 45 anos no mercado imobiliário em Lajeado e região. “Essa trajetória começou pelo pai Pedrinho Althaus e agora damos sequência com imóveis em áreas nobres e de alto padrão”, reforça o diretor Ricardo Althaus.

“Seja para morar ou investir, nossa história é construída em pilares de confiança, qualidade, segurança e pontualidade, sendo o alto padrão e nossa tradição, referências no mercado imobiliário”, pontua Althaus.

Diante do sucesso de vendas das unidades do Allure Beach Condo,

Pioneira no país em seu ramo de atuação, a Pevecerca está no mercado desde 1987. Com sede em Lajeado e indústria em Joinville (SC), possui mais de 100 franqueados em 15 estados e países do Mercosul. A empresa surgiu a partir da necessidade de oferecer um produto resistente às ações do tempo, como é o caso de maresia e raios ultravioletas. Com fabricação de grades, portões e aberturas, conquistou o mercado do litoral. Uma das franqueadas é a Patrícia Martins, em Capão da Canoa. Ela atua na área há 23 anos. “As primeiras cercas que instalamos estão intactas, parecem novas. Além de ser um material muito resistente, é fácil de limpar.” Patrícia lembra que em um primeiro momento as cercas de PVC eram um artigo para famílias com poder aquisitivo maior por conta da dificuldade de conseguir o material. “A tecnologia facilitou muito e permitiu evoluir nesse aspecto. Hoje é um produto que atende todos os públicos.”

De acordo com o sócio da Pevecerca, Joel Welzbacher, a expansão dos negócios foi possível a partir da sociedade com outra marca catarinense. “Temos registro industrial da tecnologia e por isso a exclusividade do produto.” A empresa deve lançar em breve outras soluções que dispensam o uso do concreto nos tubos de PVC.

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GUSTAVO SCHMIDT DIRETOR DA DIAMOND CONSTRUTORA
DIVULGAÇÃO
PATRÍCIA MARTINS FRANQUEADA DA PEVECERCA FRANQUEADA DA PEVECERCA ATUA EM CAPÃO DA CANOA HÁ 23 ANOS. CERCAS E PORTÕES FORAM DESENVOLVIDOS PARA MAIOR RESISTÊNCIA ÀS CONDIÇÕES NATURAIS DA PRAIA. PROJETO É CONSIDERADO PIONEIRO E MOTIVOU O REGISTRO INDUSTRIAL LUÍSA HUBER

MARCAS DA REGIÃO CONQUISTAM

FRUKI E QUIERO CAFÉ ESTÃO ENTRE AS EMPRESAS COM ESTRATÉGIAS

VOLTADAS AO

CONSUMO DURANTE A TEMPORADA DE FÉRIAS. AÇÕES DE MARKETING E MODELO DE FRANQUIAS SÃO APOSTAS PARA ESTAR PRÓXIMO DOS

CLIENTES

Dar suporte aos veranistas do Vale e aproveitar o fluxo da alta temporada. Esses foram aspectos observados por investidores locais ao abrirem unidades no litoral gaúcho e catarinense. Com o aumento populacional, a demanda antes mais sazonal durante o verão, agora é distribuída nas demais épocas do ano.

Quem vai às cidades litorâneas encontra lojas da Benoit, Pratas, Rede Polo, Quiero Café, entre outras. Nessas localidades há também presença forte de produtos industrializados no Vale do Taquari, entre eles os das marcas Fruki, Gota Limpa, Girando Sol, Dália e Languiru.

Para a Fruki, o litoral gaúcho é uma região estratégica. Com particularidades no consumo, dois terços das entregas anuais são concentradas na alta temporada de ve-

rão, de novembro a março. Para dar conta da demanda, com incremento estimado em 10%, ainda no ano passado foi inaugurado o Centro de Distribuição de Osório.

Durante o período de veraneio, a Fruki também promoveu a Arena de Jogos de Verão. O espaço multicolorido faz alusão aos sabores do portfólio de refrigerantes. As ações ocorreram em Capão da Canoa, Cassino e Torres.

Outra iniciativa é o patrocínio da Arena Beach Sports de Capão da Canoa. O local é identificado com a marca de energético Elev Energy Drink. Nos dois primeiros fins de semana da ação, foram distribuí-

dos cerca de 10 mil copos biodegradáveis com a bebida.

O espaço de Elev no calçadão da praia de Capão é desenhado em forma de lata, personalizada com a identidade visual da marca. Com o conceito “Exale sua Essência”, a linha de energéticos tem como principal atributo oferecer energia e sabor para aproveitar tudo que o verão tem de melhor.

FRUKI AMPLIA PRESENÇA

De acordo com o diretor de marketing da Fruki, Julio Eggers, o verão é o período de safra da marca. “Sempre observamos a migração para o litoral com muita atenção. A expectativa para este ano é de 2 milhões de pessoas veranearem na praia.”

Segundo Eggers, a marca acompanha o movimento do público consumidor. Todo ano é feito um plano estratégico, definido no início do segundo semestre. Inclui logística, marketing, equipe de vendas, faturamento e demais setores.

Em meio às transformações, a Fruki passou a atender o mercado de forma direta. Até 2000 eram pouco mais de 1,5 mil clientes distribuidores. Agora são mais de 30 mil estabelecimentos atendidos, como bares, restaurantes e

supermercados.

Ainda em 2014 desativaram uma pequena estrutura de distribuição em Osório. Na época, havia movimento intenso durante o verão e ficava ocioso nas demais épocas do ano. “O litoral mudou muito, aumentou em pelo menos 50% a população fixa, com isso, a demanda é menos sazonal.”

6 COMÉRCIO
O LITORAL MUDOU MUITO, AUMENTOU EM PELO MENOS 50% A POPULAÇÃO FIXA, COM ISSO, A DEMANDA É MENOS SAZONAL”
JULIO EGGERS DIRETOR DE MARKETING DA FRUKI BEBIDAS
AUMENTO NO
FRUKI DESENVOLVEU AÇÕES DE MARKETING COM JOGOS DE VERÃO NAS PRINCIPAIS PRAIAS GAÚCHAS. EM CAPÃO DA CANOA PATROCINAM A ARENA BEACH SPORTS
DIVULGAÇÃO
CONSUMO DURANTE O VERÃO EXIGE REFORÇO NAS ESTRATÉGIAS DE LOGÍSTICA DA FRUKI

CONQUISTAM ESPAÇO NO LITORAL

QUIERO CAFÉ COMPARTILHA MODELO DE NEGÓCIO

ESSAS CIDADES LITORÂNEAS

CRESCEM EM POPULAÇÃO FIXA

E ALGUMAS DELAS

ESTÃO ENTRE AS CIDADES DE MAIOR VALORIZAÇÃO IMOBILIÁRIA DOS ÚLTIMOS PERÍODOS”

Para aproveitar ao máximo o verão, a empresa investe além das ações na praia, também em publicidade às margens da Estrada do Mar. “Essa rodovia é como a fashion week dos painéis, mais criativos e bonitos”, destaca Eggers.

O diretor de marketing da Fruki atenta ainda para boas iniciativas em gastronomia e eventos nas cidades litorâneas. A marca prestes a completar 100 anos se prepara com outros investimentos. A fábrica em construção em Paverama busca dar conta do crescimento. “O pai sempre brincava que é uma empresa antiga e não velha”, pontua Eggers.

Próximo à beira da praia, nos centros das cidades do litoral gaúcho e catarinense, os clientes da Quiero Café podem conferir o mesmo serviço e qualidade dos produtos encontrados no Vale.

Depois de já consolidada em Lajeado e Teutônia, o interesse de levar a empresa do teutoniense Matheus Fell para a praia partiu de um candidato a franqueado. Respeitando o plano de expansão e condições logísticas, o local escolhido foi Capão da Canoa, em 2018.

“Fomos, aos poucos, maturando a ideia e eles foram se estruturando para conseguir viabilizar o projeto”, conta Fell. O empresário destaca que a equipe percebeu um crescente movimento na cidade e não havia dúvidas de que na alta temporada, o investimento seria certeiro. Mas, por outro lado, ainda restavam incertezas sobre a baixa temporada.

Com a percepção de que Capão da Canoa seria a primeira das três cidades mais movimentadas do litoral norte gaúcho, ao final de 2019, a unidade foi inaugurada. “Desde lá a loja opera muito bem e forma crescente ano a ano”, afirma Fell.

O sucesso do investimento no litoral incentivou a criação de uma nova unidade na praia, desta vez, em Torres, em 2020. No ano seguinte, mais uma loja foi aberta em Tramandaí. Hoje, a Quiero também opera no litoral catari-

nense, em Itapema e, mais recente, em Balneário Camboriú.

CINCO LOJAS

Conforme Fell, os investimentos na praia têm dado bons retornos tanto para empresa quanto aos franqueados. Ele ressalta que todas as cinco lojas do litoral são operadas por franqueados naturais do Vale. Muitos de Teutônia, inclusive, onde a Quiero começou.

“Essas cidades litorâneas crescem em população fixa e algumas delas estão entre as cidades de maior valorização imobiliária dos

últimos períodos”, avalia. Entre os benefícios de manter os empreendimentos na praia está a visibilidade e a consolidação de clientes que, na sua cidade natal, já frequentam a Quiero Café. Fell destaca o intercâmbio de lojas e conta que alguns clientes conheceram a marca no litoral e depois passaram a frequentar o estabelecimento nas cidades onde residem. Nesta época do ano, apesar da alta temporada, as visitas às franquias nas praias são em demandas específicas e visitas de rotina para garantir a qualidade e operação da loja.

O empresário ressalta que as unidades da Quiero são autônomas e cada operação funciona seguindo um padrão de organização, processos e rotinas. “Estamos inseridos em um ramo com alta rotatividade de mão de obra. Isso se torna mais desafiador ainda no litoral nesta época alta temporada, uma vez que há muita demanda por trabalho”, observa Fell.

7 COMÉRCIO
MATHEUS FELL SÓCIO PROPRIETÁRIO DA QUIERO CAFÉ QUIERO CAFÉ CONTA COM FRANQUIAS EM CAPÃO DA CANOA, TORRES E TRAMANDAÍ. NO LITORAL CATARINENSE, EM ITAPEMA E BALNEÁRIO CAMBORIÚ CRIADA EM ESTRELA, LOJAS PRATA CONTA COM UNIDADE NA AVENIDA PARAGUASSU EM CAPÃO DA CANOA BENOIT É UMA DAS MARCAS DO VALE QUE MARCAM PRESENÇA EM CIDADES LITORÂNEAS FOTOS DIVULGAÇÃO

QUALIDADE DE VIDA

MORADORES DA REGIÃO ESCOLHEM A PRAIA PARA CONSTRUIR UM LAR

DIAS MAIS

TRANQUILOS, CONTATO COM BELAS PAISAGENS E A POSSIBILIDADE DE ESTAR MAIS PRÓXIMO DO MAR

SÃO ATRATIVOS PARA MORAR E CRIAR A FAMÍLIA NO LITORAL

Morar na praia é o sonho de muitos veranistas. O que eles buscam é tranquilidade e calmaria, mas também a oportunidade de ver o mar e as belas paisagens litorâneas a cada ida ou volta do trabalho. Ou até mesmo da janela de casa.

E, se já foi comum esperar a aposentadoria para sair das cidades, hoje, um outro público já procura as praias muito antes disso. O litoral se tornou um local de oportunidades, onde é possível trabalhar e manter uma moradia próxima ao mar. Sempre em um equilíbrio entre as obrigações do dia a dia e o lazer.

Esse movimento já é percebido há anos, mas a pandemia acelerou o processo de mudança. Do Vale, há famílias que foram ao litoral para se isolar no período e ganharam o gosto pela vida na beira da água. Outros casais escolheram a praia para criar a família e dividem os dias entre o surfe, o trabalho e o lazer com os filhos.

DO ISOLAMENTO À MORADIA FIXA

A praia também é lugar de encontro e início de novas histórias, como a do casal Maria Jael Rosa Pereira, 53, e José Carlos Martins Lisbôa, 67, conhecidos como a Jael e o Lisbôa. Ele, aposentado da Companhia Estadual de Energia Elétrica (CEEE) e morador de Balneário Mariluz, em Imbé, conheceu, na praia, a teutoniense que atuava como tabeliã substituta no Vale do Taquari.

A família de Jael costumava veranear em Capão do Canoa e, em 2010, a tabeliã decidiu visitar Mariluz. No primeiro dia da estadia, conheceu a praia, e também Lisbôa. “Nos cruzamos à beira-mar. Realmente foi amor à primeira vista”, conta Jael.

AQUI TIVEMOS UM

DIA A DIA UM POUCO MAIS TRANQUILO, TENDO EM VISTA

QUE TINHA UMA

MENOR CIRCULAÇÃO DE PESSOAS”

A partir daquele ano, o casal passou a estreitar o relacionamento e, mais tarde, Lisbôa foi morar com a esposa e a filha dela, Rayssa, em Teutônia. Sempre que podia, no entanto, no inverno ou no verão, a família visitava Mariluz para descansar.

Lisbôa e Jael viveram no Vale com a filha até a pandemia, quando fizeram o isolamento na praia. “Aqui tivemos um dia a dia um pouco mais tranquilo, tendo em vista que tinha uma menor circulação de pessoas”, conta ela. Em

2021, quando Jael perdeu o emprego em Teutônia, o casal foi para Mariluz morar de forma temporária. “Aqui, a recuperação emocional e a saúde física foram espetaculares”, garante.

Para ela, as principais diferenças entre a praia e a cidade onde morava no Vale é o estilo de vida. “É mais simples, mais despojado. O contato diário com o mar induz a uma vida mais natural”, percebe. Assim, a partir de 2022, o casal decidiu tornar Mariluz seu lar definitivo, e Jael voltou a trabalhar como tabeliã substituta, desta vez, em Imbé. “A localização da nossa casa é ótima: perto dos grandes centros, mas com a calmaria no interior”. A filha Rayssa ainda mora em Teutônia, onde trabalha e cursa a faculdade de Direito, mas gosta de visitar os pais sempre que pode.

A GENTE SEMPRE GOSTOU DO LITORAL, MAS NÃO ACREDITAVA QUE PODERIA VIVER E TRABALHAR DESSA FORMA, CURTINDO A PRAIA, SURFANDO, ISSO ERA UTOPIA PRA GENTE”

JOÃO CAETANO PUERARI EMPREENDEDOR EM GAROPABA (SC)

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MARIA JAEL PEREIRA TABELIÃ SUBSTITUTA EM IMBÉ
DESDE A PANDEMIA, MARIA JAEL ROSA PEREIRA, DE TEUTÔNIA, E O MARIDO JOSÉ CARLOS MARTINS LISBÔA ESCOLHERAM IMBÉ PARA MORAR

TRABALHO E LAZER

Uma charmosa e artesanal hamburgueria já é conhecida por quem visita Garopaba, no litoral sul de Santa Catarina. O estabelecimento, que ganhou o nome de “Guna”, é administrado pelos lajeadenses João Caetano Puerari e Tais Gregory, e carrega a história do casal. Mais do que uma aventura na praia, os dois escolheram a localidade para viver e criar os dois filhos. Mas, antes disso, Caetano e Tais passaram por experiências fora do país. Depois de alguns anos separados, se reencontraram, por acaso, em Bali, na Indonésia, em uma pousada chamada Guna Mandala Inn. A partir do encontro e do amor dos dois pelo sol, pelas

ondas e pelo mar, o sonho da hamburgueria começou a tomar forma e o carinho pela hospedaria deu nome ao estabelecimento.

Com quase seis anos de história, o negócio se tornou um sucesso e referência no litoral. A hamburgueria é parada obrigatória aos turistas. Na cidade de 30 mil habitantes, a população chega a quase 500 mil na alta temporada, o que significa bom movimento para o lugar.

“No verão é muito bom e no inverno é mais difícil. Essa sazonalidade mexe com a gente. Contratar funcionário, demitir funcionário. Isso é algo da vida de empreendedor no litoral”, comenta Caetano.

FILHOS, FAMÍLIA E NEGÓCIOS

Outras histórias também passaram a ter continuação nas praias, com a abertura de hostels, padarias, ou mesmo de um negócio próprio nos fundos de casa. Essa é a história da lajeadense Taila Zagonel, 32, criadora da Pasta de Minduim, uma microempresa familiar que mantém com o marido, em Garopaba.

A fábrica fica na residência do casal, o que permite aos produtores passar os dias com as duas filhas. Os dois se dividem e, durante a manhã, Taila reserva o momento para passear com as crianças. Nos fins de semana, a praia é destino certo da família.

“A qualidade de vida para quem tem filho aqui é maravilhosa, porque você tem natureza, segurança, coisas simples que em cidades maiores nem sempre têm. As crianças conseguem ser criadas um pouco mais livres e com segurança”, destaca Taila.

DO SONHO À REALIDADE

A lajeadense conta que a vontade de morar na praia sempre caminhou com ela e, em 2016, quase no fim da faculdade de moda, recebeu a oferta de um emprego temporá-

rio em um hotel de Garopaba. A ideia era passar o verão. Mas Taila se apaixonou pelo estilo de vida na praia e, com um emprego fixo em uma pousada, decidiu ficar.

“Quando cheguei lá, me encantei pelo modo de viver. Tu acordar de manhã, sair a pé e estar na beira do mar, é uma coisa muito louca nos primeiros dias, e não fazia mais sentido pra mim voltar”.

Em meio ao trabalho na hospedaria, ela começou a produzir as pastas de amendoim como renda extra, e foi só quando a filha mais velha nasceu que ela decidiu tornar o hobby em um negócio. Hoje, além da distribuição para estabelecimentos do litoral, ela também vende os produtos para outras cidades, inclusive Lajeado.

Taila percebe que o mercado de alimentos saudáveis e orgânicos é forte na praia e as pessoas se preocupam mais com o que consomem. Além disso, a rotina dela permite aproveitar o trabalho e a família na mesma medida. “Sinto que em Lajeado eu tinha uma vida mais acelerada e aqui consigo ter um pouco mais de tempo e leveza. Tenho uma vida mais simples, mas consigo colher mais frutos disso”.

FIM DE TARDE NO MAR

O lajeadense conta que a gastronomia já fazia parte da vida do casal e, antes do reencontro em Bali, os dois trabalharam, em períodos diferentes, em uma mesma hamburgueria na Austrália.

Caetano também fez o estágio de gastronomia gaúcha da Univates em um restaurante em Garopaba. “A gente sempre gostou do litoral,

mas não acreditava que poderia viver e trabalhar dessa forma, curtindo a praia, surfando, isso era utopia pra gente”.

Hoje, ele garante que o estilo de vida que encontrou na Austrália também pode ser vivido no Brasil e é esta realidade que quer oferecer aos filhos. Por isso, quase todo dia, o casal busca as crianças na escola para passar o fim de tarde na praia.

SINTO QUE EM LAJEADO EU TINHA UMA VIDA MAIS

ACELERADA E AQUI CONSIGO TER UM POUCO MAIS DE TEMPO E LEVEZA”

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TAILA ZAGONEL MICROEMPREENDEDORA EM GAROPABA (SC)
TAILA ZAGONEL
APAIXONOU PELA PRAIA, LOCAL ONDE MANTÉM O EQUILÍBRIO ENTRE TRABALHO E MOMENTOS EM FAMÍLIA
CRIADA PELO CASAL LAJEADENSE JOÃO CAETANO E TAIS, A GUNA HAMBURGUERIA É SUCESSO ENTRE QUEM MORA OU VISITA GAROPABA
SE

OPORTUNIDADES TEMPORÁRIAS

PERÍODO DE VERANEIO VIRA ATRATIVO PARA RENDA EXTRA

LOCAÇÃO DE IMÓVEIS

PARA VERANISTAS

SE CONSOLIDA

COMO OPÇÃO DE INVESTIMENTO. PRAIAS

TAMBÉM SERVEM

DE INSPIRAÇÃO

PARA BANDA DE LAJEADO QUE FAZ

APRESENTAÇÕES EM CIDADES LITORÂNEAS

Oaluguel de sobrados beira-mar é renda extra para o casal Décio, 62, e Dulce Hamester, 61. Naturais de Santa Clara do Sul, deixaram a área rural para trabalhar na cidade. Primeiro em aviário e mais tarde no ramo da construção civil. Durante as viagens para buscar material, ainda na década de 1980, conheceram o litoral. Mesmo sob uma perspectiva diferente do que é hoje, perceberam oportunidades. Após construir prédio em Lajeado, Hamester fez a primeira obra em Praia Real em 2008.

Na época, a construção era a pedido de morador de Sério que queria um local para descanso durante o verão. Com o

passar do tempo, tinha 14 casas em construção e empregava pelo menos 17 trabalhadores. Levava funcionários de Lajeado para as obras e também recrutava trabalhadores em Xangri-lá. Por conta de problemas de saúde ainda em 2010 reduziu o ritmo de trabalho. Decidiu construir seu próprio prédio para alugar no veraneio. Ainda em 2013 comprou terreno por R$ 54 mil onde fez quatro apartamentos. “Quando terminei a obra pensei em vender. Mas segurei para locação na época de veraneio”, conta Hamester. A iniciativa foi considerada um sucesso o que motivou a construção de sobrados na praia Estrela do Mar, também em Torres. A filha Maitícia é quem cuida dos

EM IMBITUBA É QUE

SURGIU A INSPIRAÇÃO

NA PRAIA DO ROSA

E FOI QUANDO

ADAPTAMOS A MÚSICA PARA NOSSO ESTILO”

FELIPE BELEZA MÚSICO

aluguéis. “A maioria das pessoas que ficam nos apartamentos são do Vale. Mas também rece-

QUANDO TERMINEI A OBRA PENSEI EM VENDER.

MAS SEGUREI

PARA LOCAÇÃO NA ÉPOCA DE VERANEIO”

DÉCIO HAMESTER APOSENTADO

bemos hóspedes da Argentina, Uruguai, Chile e Alemanha.” O valor médio cobrado por diária

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FAMÍLIAS DO VALE DO TAQUARI INVESTEM EM CASAS E APARTAMENTOS PARA ALUGAR

DURANTE O VERÃO. PRAIA REAL

É UM DESSES EXEMPLOS

O VERÃO PUXA MUITO ESSE NOSSO ESTILO. DESDE O INÍCIO PROCURAMOS FAZER SHOWS EM CIDADES DE PRAIAS. ALÉM DE GRATIFICANTE, NOS APROXIMA DO PÚBLICO (...)”

der público. “O município investe pouco nas estradas. Quando precisamos resolver algum problema com bueiros é feito por conta própria”, complementa o casal.

SOM DA BANDA DE LAJEADO ENTRE OS HITS DO VERÃO

chega a R$ 250. “São 70 dias com lotação máxima. Se tivesse mais apartamentos conseguiria alugar também.” Hamester não descarta a compra de outra área para ampliar o investimento no litoral.

DESEJO DE MORAR NA PRAIA

Durante o período de veraneio o casal mora na praia. Nas demais épocas do ano permanece em Lajeado. Há o desejo de um dia fixar residência por definitivo em Torres. “Por enquanto queremos curtir mais nossa neta e por isso optamos em passar maior parte do tempo no Vale”, reforça Hamester. Para quem convive diariamente no litoral há alguns aspectos que consideram desafiadores. Entre eles, a maresia. “A cada quatro anos preciso trocar as geladeiras e televisores. Além de fazer revisão na rede elétrica por conta da oxidação”, conta Dulce. Segundo ela, manter uma casa próxima do mar exige cuidados a mais. Outra dificuldade enfrentada é a falta de assistência por parte do po-

Inspirada a levar uma mistura de reggae, rock e punk rock aos palcos, a banda Feitoria conquista público pelo estado. O grupo de Lajeado, com mais de 20 anos de trajetória, aproveita o período de veraneio para divulgar o trabalho nas praias gaúchas e catarinenses. A banda, que começou com um projeto cover nos anos 1990, no início da década de 2000 migrou para a música autoral. O primeiro hit de sucesso foi Amarelo Dedo. Já em 2003, ocorreu o lançamento do primeiro álbum. A mistura de ritmos e origens distintas de cada um dos integrantes consolida um estilo único para a banda. Com Felipe Beleza e Max Lima nos vocais, Vini Escobar na guitarra, Guilherme Escobar no baixo, Tiago Finório na bateria e DJ Bira, a banda Feitoria prepara novidades. Em março, iniciam os trabalhos para gravar uma nova música. Para julho, participam de festival com Armandinho e Chimarruts.

O grupo também conta com música inspirada no litoral. A canção foi escrita por Branco Oliveira e gravado pela banda Feitoria. “Em uma de nossas turnês pelo litoral ficamos um mês fora. De Torres a Florianópolis. Em Imbituba é que surgiu a inspiração na Praia do Rosa e foi quando adaptamos a música para nosso estilo”, conta o músico Felipe Beleza.

Segundo ele, a banda ficou por

um período sem viajar e agora foca na produção de conteúdo, retomada das apresentações mais distantes de Lajeado e prepara a gravação de clipe. “Queremos pelo menos lançar músicas a cada dois meses. Também está em produção o vídeo sobre a música Depois da Chuva.”

Para a banda, o litoral é muito mais

que uma opção de lazer. É também uma forma de qualificar o trabalho e fonte de inspiração. “O verão puxa muito esse nosso estilo. Desde o início procuramos fazer shows em cidades de praias. Além de gratificante, nos aproxima do público que curte esse som”, revela o músico Guiba Escobar.

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GUIBA ESCOBAR MÚSICO SHOWS DA BANDA FEITORIA, DE LAJEADO, CONTEMPLAM CIDADES LITORÂNEAS, ONDE O GRUPO TAMBÉM BUSCA INSPIRAÇÃO PARA NOVOS TRABALHOS DÉCIO E DULCE HAMESTER, DE SANTA CLARA DO SUL, CONSTRUÍRAM SOBRADOS À BEIRA-MAR EM TORRES PARA ALUGUEL DURANTE TEMPORADA DE VERANEIO

PALAVRA DO

CAPÃO DA CANOA NÃO PARA: ARTIGOARTIGO

DESENVOLVIMENTO ACELERADO PELA CONSTRUÇÃO CIVIL E MERCADO IMOBILIÁRIO

Nos últimos anos Capão da Canoa vem ganhando cada vez mais destaque e prestígio, sendo hoje o município do Litoral Norte com o maior número populacional, com 62 mil habitantes segundo a estimativa do Censo Demográfico do IGBE de dezembro de 2022, além de ser um dos destinos turísticos mais procurados pelos veranistas na alta temporada. Esses resultados são fruto de um crescimento acelerado, principalmente na última década, impulsionado pela construção civil, mercado imobiliário, turismo e comércio. A cidade cresce e com ela crescem as oportunidades para quem vive aqui o ano todo e também para quem deseja viver aqui. As pessoas buscam por infraestrutura, qualidade de vida e acima de tudo, por um local tranquilo para criar os filhos, trabalhar e construir sua vida. De todos os 23 municípios da região do Litoral Norte, Capão da Canoa é o maior em número populacional e concentra variedade de serviços, não ficando atrás de grandes centros urbanos. Nos últimos anos, inclusive, muitas empresas de grande porte abriram filiais no município, aumentando a oferta de trabalho e renda para a população.

Capão deixou de ser uma cidade apenas turística e praiana para se tornar uma opção promissora para quem deseja fugir dos grandes centros urbanos, sem perder a oferta de serviços, oportunidades de trabalho e lazer. Aqui, a vida acontece o ano todo e as atividades não param, pelo contrário, elas estão em constante desenvolvimento e sempre em busca de melhorias para todos que vivem aqui os 365 dias.

Não é à toa que importantes obras de infraestrutura e mobilidade urbana estão em execução, sendo a principal delas a duplicação da ERS407, uma obra muito aguardada pela comunidade e que visa qualificar e

MAR DE OPORTUNIDADES

As cidades litorâneas vivem outro momento. Prova disso, são os dados estatísticos do IBGE que atestam o rápido crescimento populacional nas praias gaúchas e catarinenses. Ou seja, há consumo e demanda por produtos e serviços o ano todo. Isso gera oportunidades não apenas durante o período de veraneio.

A CIDADE CRESCE E COM ELA CRESCEM AS OPORTUNIDADES PARA QUEM VIVE AQUI O ANO TODO E TAMBÉM PARA QUEM DESEJA VIVER AQUI”

facilitar o acesso ao município. Obras da mesma importância também estão em andamento nos distritos, bem como nas instituições de ensino e unidades de saúde. O crescimento impulsiona as obras e aumenta a demanda, pois quanto maior a população, mais e melhores serviços serão necessários.

Mas não só de obras vive um município, também é preciso investir em lazer e turismo, não ficando somente restrito ao veraneio. Para atender essa demanda, em agosto de 2020 foi inaugurado o novo Parque Náutico da cidade, inteiramente revitalizado e com a proposta de ser mais uma opção de lazer para quem vive Capão o ano todo e também para os visitantes.

O desenvolvimento urbano acompanha o desenvolvimento social e assim seguimos construindo uma cidade próspera e sustentável para todos, pois Capão não para e a gente vive junto os 365 dias.

Atentos a esse mercado, empresários do Vale do Taquari surfam boas ondas. Alguns há mais tempo, outros começam agora a acessar o público e se impressionam com as possibilidades. Para as marcas já consolidadas foi necessário alterar o planejamento.

Nesse documentário, além das histórias empreendedoras, conhecemos pessoas que mudaram o estilo de vida e foram morar no litoral por uma questão de qualidade de vida. Outras construíram casas, sobrados e apartamentos para ter uma renda extra na alta temporada.

Há ainda, artistas da região que têm na praia inspiração para novos trabalhos e uma forma de estar próximo do público. Essa diversidade mostra o quanto o Vale também está conectado e pode se aproveitar do litoral, seja para lazer ou negócios.

Ainda ao olhar para o movimento econômico, é preciso destacar a coragem e ousadia das construtoras locais. Prédios e projetos inovadores em vista ao crescimento dessas

ATENTOS A ESSE MERCADO, EMPRESÁRIOS DO VALE DO TAQUARI SURFAM BOAS ONDAS. ALGUNS HÁ MAIS TEMPO, OUTROS COMEÇAM AGORA A ACESSAR O PÚBLICO E SE IMPRESSIONAM COM AS POSSIBILIDADES. PARA AS MARCAS JÁ CONSOLIDADAS FOI NECESSÁRIO ALTERAR O PLANEJAMENTO”

cidades nos próximos anos. Por outro lado, expõe a necessidade do poder público dar suporte e fazer investimentos para comportar essa procura cada vez maior das cidades litorâneas com opção de descanso e moradia. Há vários gargalos, entre eles o trânsito e a ocupação urbana que precisam ser debatidos.

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FELIPE NEITZKE, JORNALISTA AMAURI MAGNUS GERMANO, PREFEITO DE CAPÃO DA CANOA

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