Matéria Preservação Ambiental Itariri

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8 Meio ambiente Giovanni Giocondo

Preservação da fauna e educação ambiental em Pedro de Toledo Instituto promove acolhimento de animais silvestres impedidos de voltar à natureza Por Giovanni Giocondo

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cuidado com espécies de toda a fauna que perderam parte de suas habilidades originais é uma das premissas do Instituto Rio Itariri, entidade que gere o sítio Dona Gertrudes, reconhecido como mantenedor de animais silvestres pelo Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). Situado na zona rural de Pedro de Toledo, a cerca de meia hora de carro do Centro de Itariri, o Instituto tem sensibilizado o público da região com o encanto exótico e com as belas histórias desses bichos desde 2013. São cerca de 140 aves, répteis e mamíferos, divididos em 28 espécies, sendo a maioria vítima de ações devastadoras do ser humano sobre o meio ambiente, que não conseguem mais viver naturalmente em seus respectivos habitats. Quem esclarece é Aline dos Santos, bióloga e coordenadora pedagógica da entidade. “São animais que perderam uma asa cortada pelo cerol de uma linha de pipa, sofreram atropelamentos em rodovias e ficaram sem alguma função primordial para caçar ou comer sozinhos, entre outros casos de doenças e infecções que impedem que eles retornem ao seu habitat, mesmo ao final do tratamento.” Parte dos animais que chega ao sítio vem do Centro de Triagem de Animais Silvestres (Cetas) de Cubatão, onde é feita uma avaliação completa de cada um. A história mais redentora talvez seja a do tamanduá-bandeira batizado de “Ogrinho” – devido aos seus dois metros de comprimento.

Quem o vê passear tranquilamente pelo mato não imagina que o animal foi encontrado no meio de um canavial em chamas, com 40% do corpo queimado e sem as garras, o que o impede de destruir cupinzeiros e formigueiros em busca de comida. Após três anos e meio de tratamento intensivo em um hospital veterinário, o tamanduá chegou ao sítio, curou suas cicatrizes, se adaptou e deve ficar lá até o fim de sua vida. Já outros bichos têm sua origem no abandono ou nas doações. Alguns eram criados dentro de casa, como papagaios e jabutis, mas perderam os donos e viram seus descendentes não se interessarem mais por mantê-los. Outros vieram de zoológicos desativados, como as lhamas, a cobra píton-reticulada e a iguana.

Visitas O espaço é aberto à visitação monitorada às terças e quintas-feiras (mediante agendamento) e sábados (livres), com custo de R$ 19,99 por adulto e R$ 14,99 por criança de 6 a 12 anos, em um grupo mínimo de cinco pessoas. Já a opção day use inclui, além da visita, caminhada por uma trilha, almoço, exposição do acervo biológico e atividades de lazer em piscina e campo de futebol, sempre ligadas à educação ambiental. O Instituto Rio Itariri oferece ainda cursos relacionados ao manejo de animais silvestres e outras atividades específicas da área. O sítio Dona Gertrudes fica na Estrada Municipal de Pedro de Toledo, sem número. Telefones para agendamento: (13) 3221-3002 / (13) 3419-1313.

A vida bela dos animais

O espetáculo da vida no sítio é representado, por exemplo, pela alegria do macaco-prego José, que estica a língua para tentar lamber a câmera fotográfica durante a reportagem, ou pela festa das araras-canindé, que fazem alto alarde sonoro. Já a imponência dos carcarás contrasta com a simpatia do casal de periquitos australianos gigantes (foto acima) chamados de “amor-amor”. Estimuladas pela bióloga, as aves perguntam ao repórter: “Giovanni, tudo bem?”.


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