2 Editorial
A nova roupa do bom jornalismo Neste mês, o jornal Brasil Atual completa cinco anos de vida. E o presente é todo seu, leitor e leitora, que nos acompanha nessa dura batalha da comunicação brasileira. Você tem em mãos um veículo de comunicação que acaba de passar por uma reforma gráfica, visando ampliar ainda mais a participação das comunidades em nosso processo de produção jornalística. Como uma publicação séria, independente e crítica chegamos à conclusão de que é necessário nos reinventarmos. A Internet e as redes sociais se sobressaem, enquanto meios de comunicação, pela velocidade e o dinamismo, entretanto, em nossa sociedade desigual, muitas pessoas ainda não possuem computadores, tablets ou smartphones. E mais: lá, nem tudo é jornalismo. Com este novo produto, reafirmamos a importância do jornal impresso, feito por profissionais sérios, comprometidos com o tratamento e apuração da informação. Estamos seguindo a tendência mundial do jornalismo impresso – que, de certa forma, já praticamos nos últimos dois anos –, oferecendo a vocês um produto
ainda mais analítico, capaz de repercutir e aprofundar o que já foi noticiado (em âmbito local, nacional e mundial). Claro que não deixaremos de trazer reportagens inéditas e perfis de anônimos e famosos, duas de nossas principais modalidades. Não abriremos mão de fontes renomadas, mas também continuaremos a valorizar fontes comumente ignoradas por outros veículos: trabalhadores, sindicalistas, lideranças populares, ativistas sociais, artistas, empreendedores, estudantes, ou seja, gente como a gente. O novo projeto gráfico do Brasil Atual, que continuará sendo publicado mensalmente e com distribuição gratuita, também dialoga com a rede mundial de computadores, apresentando novas seções e formatos próximos ao praticado no jornalimo on-line. Ademais, também pretendemos aprofundar a experiência em nossas redes sociais (Facebook, Twitter e e-mail), e agora também pelo aplicativo de celular WhatsApp. A nossa missão fundamental é seguir construindo um canal de comunicação em defesa da democracia, que dê voz para todos e todas, e assegure os direitos constitucionais, impe-
EXPEDIENTE REDE BRASIL ATUAL –LIMEIRA Editora Gráfica Atitude Ltda. Diretor de Redação Paulo Salvador Editor Enio Lourenço Repórter Giovanni Giocondo Editor de Arte Adriano Kitani Revisora Malu Simões Fotos capa – Giovanni Giocondo Telefone (11) 3295-2819 Endereço Rua São Bento, 365, 19o andar – Centro, São Paulo, SP CEP 01011-100 Tiragem 12 mil exemplares Distribuição Gratuita
Teólogo Leonardo Boff defende auditoria da dívida pública “Os tipos de democracia e de economia que vivemos são dois problemas estruturais” Por Enio Lourenço
O teólogo Leonardo Boff se reuniu com lideranças populares no Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, no dia 13 de julho, para falar sobre alguns temas em voga no Brasil e no mundo. Confira alguns trechos da palestra.
Papa Francisco e ecologia O Papa assumiu o paradigma da ecologia, deu centralidade à Terra e à vida, critica o sistema que produz morte e degradação. E disse: “Se não cuidarmos da ‘casa comum’, vamos de encontro a uma tragédia”.
Democracia Ainda vivemos uma democracia de clientela. Basta dizer que 70% dos
deputados brasileiros foram “eleitos” por dez grandes empresas. Eles não estão representando o povo brasileiro. Se colocarmos justiça social e igualdade como referência de toda democracia, a brasileira parece uma farsa.
Política O PT precisa voltar para suas bases. O partido se propunha ser dos trabalhadores, dos oprimidos, da inclusão social, com outro tipo de democracia, mas o governo sem base parlamentar não conseguiu fazer nenhuma grande reforma. A solução é um novo recomeço. Um caminho que passa por um processo de Assembleia Constituinte e de redefinição do projeto econômico.
Economia A economia mantém pouca sustentabilidade com o aumento contínuo dos juros e as negociações com o grande capital, enfraquecendo o Estado. O economista Márcio Pochmann mostrou que 5.000 famílias controlam 43% do PIB brasileiro, e são elas que emprestam dinheiro ao governo, que depois gasta R$ 150 bilhões com os juros ao ano.
Auditoria da dívida pública A auditoria da dívida pública está na Constituição. Onde ela foi feita, a dívida foi reduzida em até 60%, isso devido a contratos mal feitos. Essa é uma das lutas que deveríamos fazer para sobrar mais dinheiro para os investimentos sociais.