Chico Sant’Anna – Página 10
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Deputados veem racismo e homofobia do brasileiro contra o inglês Lewis Hamilton
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Psol aciona MP para investigar Nelson Piquet (foto)
Ano XII - número 574
Brasília, 9 a 15 de julho de 2022
REPRODUÇÃO REDES SOCIAIS
Nação Fla causa rombo de 64 milhões no BRB Prejuízos foram resultado de operações de Pix fraudulentos realizados pelo banco digital criado em parceria com o clube carioca Página 5
PT e aliados esperam reunir 5 mil pessoas para receber o presidenciável na terça-feira (12), no Centro de Convenções Ulysses Guimarães.
Baixarias e barrigadas na federação PSDB-Cidadania Pelaí – Páginas 2 e 3
Entrevista / Paulo Octávio
Entre tiros e bibliotecas Pré-candidato ao Senado aguarda definição do presidente do PSD sobre a quem apoiar – se Bolsonaro, favorável a armar a população, ou Lula, que defende a transformação de clubes de tiro em bibliotecas. Ele admite ser vice de Ibaneis Rocha (MDB). Páginas 6 e 7
A crise no setor de fertilizantes Júlio Miragaya – Pág. 4
O vale-tudo pela reeleição João Batista Pontes – Pág. 4
REPRODUÇÃO REDES SOCIAIS
Lula em Brasília
Brasília Capital n Política/ Pelaí n 2 n Brasília, 9 a 15 de julho de 2022 - bsbcapital.com.br
Ex pedien te
ENCONTROS E DESPEDIDAS – O título é de uma música de Milton Nascimento. Alguém já disse que, às vezes, a vida repete a arte. É mais ou menos o que rola numa relação entre políticos do DF. Enquanto alguns acontecimentos sinalizam para um reencontro, outros apontam para uma despedida. Aguardemos...
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Lula aqui
PREPARAÇÃO – Embora a grande expectativa seja que Lula impulsione as candidaturas da federação PT-PV-PCdoB, outras correntes políticas também se organizam para mostrar que estão ao lado do petista. O PSB prepara camisetas, bandanas e panfletos que serão distribuídos durante o evento. CLAQUE – Pré-candidato a governador, Rafael Parente (PSB) está montando uma claque com cerca de 500 pessoas para recepcionar Lula. O socialista terá direito a se pronun-
ciar e vai defender a união de todas as forças democráticas contra a continuidade dos “governos antidemocráticos” de Ibaneis e Bolsonaro. REDE-PSOL – Candidatos da federação Rede-Psol, entre eles Keka
Bagno, que concorrerá ao Buriti, marcarão presença, assim como sindicalistas de várias categorias e ex-parlamentares do DF que estão afastados da vida política, como a ex-deputada Maninha (Psol) e Maria Laura (PT).
Definição na federação PSDB-Cidadania
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O presidente nacional da federação PSDB-Cidadania, Bruno Araújo, convocou para quarta-feira (13), às 15h, uma reunião extraordinária, presencial e por videoconferência, para deliberar como ficará a formação da chapa no DF.
Os textos assinados são de responsabilidade dos autores
CANTO TUCANO – O senador tucano Izalci Lucas, pré-candidato do PSDB ao governo, aposta que terá 15 dos 19 votos para referendar sua postulação. E tem distribuído notas à imprensa cantando vitória.
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JOSÉ CRUZ/AGÊNCIA BRASIL
Todas as forças de oposição aos governos Ibaneis Rocha (MDB) e Jair Bolsonaro (PL) no Distrito Federal estão mobilizadas para a vinda do ex-presidente Lula a Brasília, na terça-feira (12). O presidenciável vai falar à militância e aos seus apoiadores a partir das 17h, no Centro de Convenções Ulysses Guimarães.
EQUILÍBRIO – Mas a presidente regional do Cidadania, deputada Paula Belmonte, acredita no cumprimento do acordo de criação da federação. Por ele, o seu partido tem a preferência de dirigir o grupo em Brasília e em outras três unidades federativas – o PSDB comanda em 23 estados. RESPEITO – Resta saber se o estatuto da federação será respeitado ou rasgado para atender a uma conveniência específica na Capital da República.
AGÊNCIA CÂMARA
Brasília Capital n Política/ Pelaí n 3 n Brasília, 9 a 15 de julho de 2022 - bsbcapital.com.br
Baixaria e barrigada Uma nota que chegou a várias redações na quinta-feira (7) induziu alguns profissionais da imprensa ao erro – o que, no jargão jornalístico, chama-se de “barrigada”. O texto dava conta de uma suposta declaração da deputada Paula Belmonte (Cidadania/foto) de que apoiaria Izalci Lucas para o GDF se o senador renunciasse ao mandato para que o primeiro suplente, Luiz Felipe Belmonte, marido da parlamentar, assumisse a vaga.
I N FO RM E
negociar cargos no futuro governo. Além disso, estaria a serviço de uma candidatura de última hora que pode mexer com o cenário político local. A conferir. CÂMARA DOS DEPUTADOS
Bancários promovem Dia de Luta contra assédios
MENTIRA – Era mentira. Paula garante jamais ter feito tal exigência e cobrou retratação dos jornalistas. Analistas mais atentos avaliam que Izalci, que jamais passou dos 5% das intenções de voto, insiste em concorrer para, num eventual segundo turno,
Grass e Rosilene com Veras Os pré-candidatos ao GDF e ao Senado pela federação PT-PV-PCdoB, Leandro Grass e Rosilene Corrêa, se reuniram com o deputado distrital Reginaldo Veras (PV), pré-candidato a federal, para definir uma estratégia conjunta de campanha para as cidades de Taguatinga, Ceilândia, Samambaia, Recanto das Emas, Vicente Pires e Águas Claras.
REPRODUÇÃO/BANCÁRIOS
O encontro aconteceu na quinta-feira (8) durante um almoço no restaurante Mandaca, no Pistão Sul de Taguatinga. Os pré-candidatos estavam acompanhados de seus respectivos coordenadores de campanha: Hélio Doyle (Grass); Jacy Braga (Rosilene) e os professores Hélio Queiroz e Gilney Costa (Veras). ANTÔNIO SABINO
O Sindicato dos Bancários do Distrito Federal promoveu, na terça-feira (5), o Dia Nacional de Luta contra os assédios. A manifestação começou com protesto no prédio administrativo do BRB na Asa Norte e terminou em frente ao Matriz I da Caixa, na Asa Sul. Durante todo o dia, dirigentes do Sindicato reforçaram a importância da denúncia para dar fim aos assédios morais e sexuais no ambiente de trabalho. A mobilização foi convocada pela Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT). Depois das denúncias contra o alto escalão da Caixa Econômica Federal por assédio moral e sexual, na última semana, o Sindicato reforçou a assistência jurídica e psicológica às vítimas. CORAGEM E SOLIDARIEDADE – Solidário às colegas denunciantes, o presidente do Sindicato destacou a coragem e o senso coletivo das mulheres, convocando toda a categoria a ir à luta. “É impossível não parabenizar a ousadia dessas colegas, que tornaram pública uma situação em defesa própria, mas também das demais”, disse Kleytton Morais. E pontuou: “a partir da ação delas, todos os malfeitos da ex-direção misógina e machista virão à tona”. “Assédio, seja ele qual for, também se combate com denúncia. A gente quer que todo mundo viva bem, para fazer uso do que nosso trabalho nos proporciona. Como o assédio adoece tanto o trabalhador quanto a instituição, precisa ser combatido por todos”, afirmou o diretor do Sindicato Daniel de Oliveira. Durante a atividade no prédio do BRB, alguns bancários reportaram situações de assédio. Diretor do Sindicato, Ronaldo Lustosa afirma que “a cultura do assédio pode ser vencida com coragem e ação. Só hoje, recebemos mais denúncias e já acionamos o acompanhamento com o jurídico. Colegas, não sofram sozinhos”. “O assédio está tomando conta dos bancos públicos por causa do governo Bolsonaro, já que essas instituições são o espelho de quem indica
a direção: um governo preconceituoso, racista, machista e homofóbico. Infelizmente a situação não é diferente no Banco do Brasil e em toda a Esplanada dos Ministérios, onde o assédio dos nomeados por este governo é constantemente denunciado”, alerta o secretário de Relações do Trabalho da Contraf-CUT, Jefão Meira. CAMPANHA 2022 PAUTA ASSÉDIOS – A luta contra os assédios nos bancos não está sendo feita só nos locais de trabalho. Durante a construção da pauta de reivindicações para a Campanha Nacional dos Bancários 2022, os trabalhadores já destacaram essa luta como imprescindível. Entre as propostas dos bancários e bancárias deste ano, está o fim dos assédios nos bancos. Na rodada de negociação com a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) na quarta (6), os representantes dos trabalhadores debateram as propostas de Igualdade de Oportunidades. O tema do encontro foi antecipado depois do escândalo sexual envolvendo o agora ex-presidente da Caixa, Pedro Guimarães. O Sindicato abriu um canal de atendimento jurídico exclusivo para mulheres bancárias que foram assediadas na Caixa. Os atendimentos serão realizados apenas por advogadas. Para acessar o serviço, basta ligar para o telefone (61) 3366-8100. Outras formas de denunciar casos de assédio ou discriminação: acionar a Central de Atendimento do Sindicato por telefone (9 9965.6882 e 9 9656.3824) ou por e-mail (centraldeatendimento@bancariosdf.com.br). A identidade das denunciantes será mantida no mais absoluto sigilo.
Este é um artigo de opinião. A visão do autor não necessariamente expressa a linha editorial do jornal Brasília Capital
Brasília Capital n Opinião 4 n Brasília, 9 a 15 de julho de 2022 - bsbcapital.com.br
A crise no setor de fertilizantes Júlio Miragaya (*) AGÊNCIA BRASIL
Em recente artigo neste Brasília Capital abordei o problema do suprimento de fertilizantes no Brasil, ressaltando que em 2021 o país importou 41,6 milhões de toneladas, que consumiram US$ 15,5 bilhões de nossas divisas. Trata-se de mais uma faceta dos males causados pela política neoliberal, num setor que impacta a segurança alimentar. É importante frisar que até o final da década de 1980, o parque industrial de fertilizantes no Brasil era na maior parte estatal e supria 60% da nossa demanda (produzíamos 6 milhões t/ano e importávamos 4 milhões). Mas uma sucessão de decisões estratégicas desastrosas levou o País à uma enorme dependência das importações (86% da demanda atual). A tragédia no setor pode ser resumida em três atos. O primeiro em abril de 1990, no governo Collor/Ita-
mar, com o Programa Nacional de Desestatização, e o primeiro setor a ser privatizado foi exatamente o de fertilizantes. A Petrobras Fertilizantes (Petrofertil), que controlava a Fosfertil, Arafertil, Goiasfertil, Ultrafertil e Nitrofertil), foi privatizada, ficando com a estatal apenas a Nitrofertil, com as plantas da FAFEN SE, BA e PR. O segundo ato foi encenado por FHC, com a visão de “liberalização comercial” e para beneficiar a “turma do agronegócio”, reduziu à zero a tarifa de importação de fertilizantes (enquanto a produção nacional continuava fortemente tributada). A partir de então, a produção nacional ficou estagnada entre 6 e 7 milhões de toneladas, ao passo que as importações dispararam de 4 milhões de toneladas em 1987 para 9 milhões em 2006; 19 milhões em 2012 e 41,6 milhões em 2021. Responsável antes pelo suprimento de 60% do consumo, a produção nacional despencou para pífios 14%. É importante lembrar que no primeiro governo Lula emergiu a discussão sobre a necessidade de se fortalecer a produção nacional de fertilizantes, por meio de investimentos da Petrobras e da Vale (já privatiza-
da). A Petrobras investiu na ampliação das plantas da FAFEN de Laranjeiras (SE), Camaçari (BA) e Araucária (PR); iniciou a implantação da UFN 3 em Três Lagoas (MS) e as obras de terraplanagem da UFN 4 em Uberaba (MG) e UFN 5 em Linhares (ES). A Vale investiu forte na planta de potássio de Taquari (SE), nas de fosfato de Catalão (GO) e Cajati (SP) e nas de ácido nítrico e sulfúrico de Cubatão (SP) e Araxá (MG). Mas, infelizmente, nem no governo Lula e nem no de Dilma foi revogada a política tarifária favorável ao fertilizante importado. O terceiro ato ou golpe no setor começou em 2015, quando o presidente da Petrobras, Aldemir Bendine, iniciou o “programa de desinvestimentos” na estatal, programando a paralisação de investimentos. E o setor de fertilizantes foi um dos primeiros da fila. O golpe de 2016 acelerou o processo: houve o fechamento da FAFEN/PR e a paralisação das atividades e posterior arrendamento das plantas da FAFEN/BA e FAFEN/SE (capacidade instalada das três de 3,34 milhões t/ano). Em paralelo, paralisação das obras da UFN 3, em Três Lagoas (com 86% das obras concluídas) e desistên-
cia da implantação da UFN 4 e UFN 5 (capacidade das três prevista em 3,73 milhões t/ano). Para piorar, a Vale vendeu quase todos seus ativos no setor à transnacional Mosaic/Cargill. A irresponsabilidade neoliberal no setor de fertilizantes vem se repetindo num setor ainda mais estratégico, o de petróleo e gás. A “privatização pelas beiradas” da gigante petroleira (campos e poços, refinaria RLAM, Transpetro, rede de oleodutos/gasodutos, BR Distribuidora, participação na Brasken e ativos de fertilizantes) gerou receita de R$ 243 bilhões. Hoje a Petrobras é menos uma estatal vocacionada para atender os interesses estratégicos nacionais e mais uma empresa voltada para gerar lucros exorbitantes para seus acionistas privados (31,6% sobre receita líquida, 300% superior à média das 5 grandes petroleiras mundiais: Exxon, Shell, Chevron, BP e PetroChina). É Bolsonaro cumprindo sua promessa de destruir o Brasil! (*) Doutor em Desenvolvimento Econômico Sustentável, ex-presidente da Codeplan e do Conselho Federal de Economia
O vale tudo pela reeleição J. B. Pontes (*)
DIVULGAÇÃO
As pesquisas eleitorais realizadas por conceituadas instituições, que apontam uma larga vantagem do pré-candidato Lula na corrida para presidente da República, estão levando Bolsonaro e seus apoiadores ao desespero. Todos os recursos públicos usados de forma escusa – orçamento secreto, emendas parlamentares infladas, assalto dos orçamentos de órgãos do Executivo, a exemplo do FNDE (Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação), MDR (Ministério do Desenvolvimento Regional) e outros - para angariar a simpatia
do eleitorado e apoios políticos não foram suficientes para contornar a enorme rejeição de Bolsonaro. Para tentar reverter a situação, a menos de três meses das eleições, em claro desrespeito à lei eleitoral, o atual desgoverno decidiu “abrir o saco de bondades”, com o nítido propósito de comprar votos, usando mais recursos públicos para criar benefícios diretos à população, simulando uma sensibilidade pelo sofrimento do povo que ele verdadeiramente nunca teve e nem tem. A investida mais recente está sendo a PEC (Proposta de Emenda à Constituição 16/2022) que autoriza a ampliação de benefícios sociais como o Auxílio Brasil e Vale-Gás, e a criação de vários outros, inclusive ajuda monetária aos caminhoneiros. Tudo só até dezem-
bro deste ano, o que escancara o indevido uso de recursos públicos para compra de votos. A PEC 16/2022, cujo texto foi reformulado pelo relator no Senado, o bolsonarista Fernando Bezerra (MDB-PE), já foi aprovada, com previsão de um gasto extra, fora do teto, de R$ 38,75 bilhões. E já tramita na Câmara dos Deputados. Lá, o Centrão, ávido por garantir as reeleições de seus integrantes e garantir a continuidade da farra, deverá aumentar ainda mais. Isso tudo fora das regras fiscais, que exigiriam a indicação das fontes de receita ou a indicação dos cortes de despesas constantes do orçamento do corrente exercício para atender o acréscimo de gastos. Para driblar as regras fiscais e as vedações da lei eleitoral, tiveram os
senadores o desplante de declarar na PEC um estado de emergência inexistente. E as demais instituições da República responsáveis pela fiscalização e controle dos gastos públicos permanecem silenciosas... É inacreditável o vale tudo que estamos assistindo, promovido por um desgoverno corrupto e irresponsável, com o objetivo de permanecer no poder e afundar de vez o País. O impacto fiscal para o futuro será inimaginável, com mais dívidas, volatilidade do câmbio, elevação da taxa de juros e, por conseqüência, mais inflação. O que esperamos é que a sabedoria popular saberá desconfiar desse verdadeiro “conto do vigário”.
(*) Geólogo, advogado e escritor
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Nação Fla causa rombo de R$ 64 mi no BRB Ministério Público de Contas dá 10 dias para o banco esclarecer denúncias de falta de transparência nas operações deficitárias do cartão A falta de transparência parece estar disseminada no Governo
do Distrito Federal. Quando o assunto é ocultar números que correspondem a vultosas quantias de dinheiro público usadas para pagar interesses privados – conforme o Brasília Capital vem revelando em suas edições – a prática não é exclusividade de uma única Secretaria. O Banco de Brasília (BRB) também tem feito o dever de casa direitinho, ao não dar transparência às informações de operações dos cartões de crédito concedidos a torcedores do Clube de Regatas Flamengo, do Rio de Janeiro, o Na-
ção BRB Fla. Segundo reportagem do Correio Braziliense de quinta-feira (7), o rombo pode ultrapassar os R$ 64 milhões. A ocultação desses dados, que são públicos – ou deveriam ser –, entrou no radar do Ministério Público de Contas do Distrito Federal (MPCDF), que é ligado ao Tribunal de Contas do DF. O MP de Contas deu um prazo de dez dias, a contar da quinta-feira (7), para o BRB esclarecer sobre as denúncias de transparência na divulgação das operações deficitárias do cartão de crédito do banco. DIVULGAÇÃO
Museu do Flamengo O assunto não se constitui uma novidade. Há mais de um mês, na edição 570, o Brasília Capital divulgou as aberrações contidas nesse contrato entre o banco estatal e o clube carioca. O jornal revelou que o BRB havia feito um aporte de mais R$ 2,5 milhões ao rubro-negro para construir o Museu do Flamengo na capital fluminense. Na mesma reportagem, o jornal trouxe a informação de que produtores culturais do Distrito Federal estavam indignados com esse contrato milionário entre o banco da capital federal e o time do Rio de Janeiro. Não é para menos. A instituição
pública, que tem como destino fomentar o desenvolvimento do DF, está fazendo mimos ao time de outro estado. E não somente com o time de futebol, que recebe do BRB um aporte fixo de R$ 32 milhões por ano. PATROCÍNIO AOS RIVAIS DE BRASÍLIA – O basquete rubro-negro, rival dos times da mesma modalidade de Brasília, conta com R$ 2,5 milhões do BRB, sendo que não havia necessidade, uma vez que o clube carioca teve uma receita em 2021 de mais de R$ 1 bilhão. Tanto dinheiro em via de mão
única acendeu o sinal amarelo no MP de Contas. No pedido feito ao banco, o procurador Demóstenes Albuquerque quer informações sobre as atividades do BRB, como os números relacionados à inadimplência de clientes detentores do cartão Nação BRB FLA. Além disso, o procurador quer o pronunciamento da Controladoria-Geral do DF sobre o assunto. O MP suspeita estar havendo uma manobra para escamotear um mau negócio. Um calote que pode passar de 50%. A cada dois clientes que têm os cartões com as marcas BRB e Flamengo um pode estar inadimplente.
Licitação de R$ 250 milhões causa polêmica na Secretaria de Educação do DF Será retomada, na segunda-feira (11), às 10h, a licitação para contratação das empresas de vigilância armada e supervisão motorizada das escolas públicas, unidades orgânicas e coordenações regionais de ensino da Secretaria de Educação do Governo do Distrito Federal. São dois lotes, totalizando R$ 250 milhões por ano. O pregão número 09/2021 aconteceu em 31 de maio deste ano para contratação de duas empresas pelos próximos cinco anos. Mas a retomada da licitação está cercada de dúvidas. Após o pregão, as duas primeiras colocadas nos dois lotes (Transporter Segurança, do lote 1, e Brasfort, do lote 2) foram desclassificadas por problemas na documentação. Assim, a GI Empresa de Segurança, que ficou em segundo lugar em ambos os pregões, ascendeu ao primeiro lugar. A GI é a atual prestadora do serviço para um dos lotes. Agora, sua documentação está sendo questionada pela própria Secretaria, responsável pela emissão dos documentos. A suspeita é de que a eliminação da GI seja para favorecer ou direcionar os contratos para empresas de famílias de políticos. RAFAELA FELICCIANO/METRÓPOLES
Empresas terceirizadas fazem a segurança da sede da Secretaria, escolas e regionais de ensino
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Entrevista Paulo Otávio Estamos a três meses das eleições. A qual cargo você vai concorrer? – Minha expectativa é de concorrer ao Senado. Dizem que a cadeira de vice está reservada para você... – Eu quero somar, quero participar dessa eleição porque acho que com a experiência que tenho, é bom estar presente no quadro político local. Gostaria de sair candidato ao Senado, mas numa composição tudo é possível. O PSD não firmou nenhum compromisso nacional e liberou os estados para fazer acordos locais. No DF, vocês já descartam alguma aliança? – Eu tive, de fato, conversas com todos os partidos. O senador Izalci (Lucas, PSDB) convidou a minha esposa para ser vice dele. O PT quer fazer uma aliança conosco como fizeram em Minas Gerais, de lançar um candidato ao governo e fazer um acordo com o PSD. Conversei com o PDT. Portanto, as conversas estão abertas. É mais fácil, hoje, no plano nacional, apoiar Lula ou Bolsonaro no segundo turno? – Esta conversa vai depender muito do (Gilberto) Kassab (presidente nacional do PSD). Mas ele disse que pretende escutar os estados... – Ele vai escutar os estados, e cada estado vai dizer. Então, essa definição do segundo turno eu acho que a gente vai deixar mais para a frente. E quem estará no seu palanque no primeiro turno? – Depende do candidato ao governo. Se for apoiado pelo Bolsonaro,
nós estaremos apoiando o Bolsonaro. Se for o Lula, apoiaremos o Lula. Realmente é uma situação que vai depender do candidato ao governo. Lula disse que transformaria os clubes de tiro em bibliotecas. Você ficaria confortável no palanque de um candidato que defende mais as armas do que escolas? – Os dois candidatos têm seus pontos positivos e negativos. Eu sou um defensor da educação. A gente só vai desenvolver este país com educação. Não sou contra os clubes de tiro, até porque tem muita gente que gosta. Acho que tem que ter liberdade para os clubes de tiro. Agora, as
“Brasília tem que ser totalmente preservada. O projeto de Lúcio Costa é campeão e não pode ser mudado jamais”
bibliotecas devem ser preservadas e incentivadas. O que você gostaria de ter feito, quando estava no governo junto com Arruda, mas não teve tempo porque o mandato foi abortado – Além de vice-governador eu era secretário de desenvolvimento econômico. Foi um momento em que a gente conseguiu gerar
muitos empregos, ativar o setor produtivo. Quando chegou a crise que nós vivemos, eu entendi que a crise era tão profunda e estava afetando tanto a vida da cidade que era melhor não deixar crise na cidade. Então entendi que o presidente da Câmara Legislativa assumir não tinha nenhum problema. O Wilson Lima assumiu e deu uma pacificada. Brasília estava se tornando uma referência negativa para o Brasil todo. O que você chama de “crise” foi, na verdade, o maior escândalo de Brasília – a Caixa de Pandora. E foi o segundo momento em que o então governador se envolveu num escândalo (ele já tinha violado o painel do Senado e teve que renunciar). Esse ex-governador pode voltar a ser inocentado e reabilitado a disputar uma eleição. Você o apoiaria pela terceira vez? – Já se passaram 12 anos e pouca coisa foi provada. Até hoje não se tem ainda uma prova de que se estava comprando os deputados. Tanto é, que os deputados foram absolvidos. E as supostas notas de compra de panetones? – Os panetones existiam realmente. Ele doava panetones para a população. Entregava para as pessoas no Natal. Se ele recebeu dinheiro de uma pessoa para comprar os panetones, é preciso deixar bem claro que aquilo não era governo. Era o Arruda deputado federal. Isso tudo veio bem antes do período de governo. A coisa foi tomando uma proporção muito grande. O DEM não foi um partido correto naquele momento de dar uma sustentação política. A crise tornou-se nacional, maior do que os
“Sou um defensor da educação. Não sou contra os clubes de tiro. Mas as bibliotecas devem ser incentivadas”
Entre tiros e Orlando Pontes e Chico Sant’Anna
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ré-candidato ao Senado, o empresário Paulo Octávio, 72 anos, espera a definição do presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab, sobre o apoio a Lula
ou a Bolsonaro para montar seu palanque no DF. Em entrevista na segunda-feira (4) ao programa Brasília Capital
fatos. A imprensa explorou bastante e os adversários aproveitaram bem.
que a gente vai estar junto depende das articulações da convenção.
Repetindo a pergunta: se o Arruda conseguir voltar a ser elegível e se colocar na disputa, você vai apoia-lo? – Como eu disse, tenho conversado muito com os políticos de Brasília. Inclusive, com a esposa dele, que é candidata ao Senado. A corrente política
Ano que vem estará em pauta o PPCub (Projeto de Preservação do Conjunto Urbanístico de Brasília). Qual a sua visão de proteção do projeto de Lúcio Costa? – Brasília tem que ser totalmente preservada. O projeto urbanístico de Lúcio Costa é campeão e não pode ser mu-
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interessa por política há muitos anos e, felizmente lançou seu nome como candidato a deputado. Eu tenho gostado demais de ver meu filho caminhar pelas cidades. E ele tem caminhado com quem? – Como não tem nada formado, ele tem caminhado muito sozinho e com meu grupo político.
e bibliotecas Notícias, parceria da TV Comunitária com o jornal Brasí-
firmeza. Minha mulher preside o Memorial JK, que protege a história da cidade. Nós temos um compromisso efetivo com Brasília.
Na campanha, Ibaneis disse que não privatizaria CEB e que reverteria o Instituto Hospital de Base e fez tudo ao contrário. Qual o projeto do PSD para o DF. Seria um governo da privatização? – De maneira nenhuma. Há quatro anos se falava da privatização do BRB, que não apresentava resultados. Mudou-se a gestão, trouxe um diretor da Caixa Econômica. Nesse ponto o governador foi muito sábio, deu carta branca.
Falando em família, você está preparando um sucessor político, o André, pré-candidato a deputado federal ou distrital. Se eleito distrital, será um dos 24 deputados a discutir o PPCub. – Graças a Deus o André se
E uma bandeira do Flamengo (risos) – Deu a bandeira do Flamengo também. Mas deu carta branca para nomear os diretores e para gerir e tomar conta do banco. O BRB se transformou. As ações do banco que
lia Capital e o blog do Chico Sant’Anna, ele reforçou sua preocupação com a preservação do Plano Piloto: “Brasília tem que ser totalmente preservada. O projeto urbanístico de Lúcio Costa é campeão e não pode ser mudado jamais”.
dado jamais. Logicamente a cidade cresceu. Por exemplo, o Setor Gráfico hoje quase não tem gráficas na proporção que tinha antigamente. O Setor Comercial Sul está abandonado. Não defendo residências ali, mas uma certa flexibilidade. Por que não fazer faculdades lá? Tem que dilatar a ocupação de atividades que podem gerar ocupação. Mas no PPCub defendo a preservação do Plano Piloto com muita
Na sua propaganda, você fala em plano de metas... – Tudo na vida tem que ter projeto. Por exemplo, eu fiz um seminário das Organizações Paulo Octávio. Reuni os 500 gerentes e diretores do nosso grupo e tracei as metas até 2030. No Brasil, prefeitos, governadores e presidentes não lançam projetos e acabam com os dos antecessores. JK deu certo porque na eleição ele lançou um plano de metas e a meta-síntese era Brasília. Cumpriu todas. Candidato a presidente ou a governador tem que dizer o que vai fazer nos quatro anos e cumprir.
não valiam nada hoje estão valorizadas na Bolsa de Valores. O BRB está ativando a economia da cidade. Quando a CEB foi privatizada era a quarta melhor empresa de energia do Brasil e, segundo algumas análises, foi vendida a preço de banana. Esse dinheiro está sendo bem usado? – Foi feito um leilão. Teve um ágio enorme. E esse dinheiro está sendo usado aqui na cidade. Como? Aí é o Tribunal de Contas que tem que dizer. A empresa que entrou, a Neoenergia, se comprometeu em fazer investimentos. A CEB não conseguia fazer investimentos, Brasília precisa investir em energia.
“Candidato a presidente ou a governador tem que dizer o que vai fazer nos quatro anos e cumprir”
Agora, privatizar a Caesb, o BRB, sou contra. Acho que não tem que se mexer mais. E o metrô? – Não tem necessidade. Talvez precise ter uma maior agilidade no funcionamento, na gerência. O GDF deve estar investindo meio bilhão por ano para manter o metrô. Tem que investir. Esses equipamentos envelhecem. Tem que botar dinheiro.
Você votaria contra ou a favor do pacote de bondades que Bolsonaro está propondo? – O Brasil nunca esteve tão pobre. O que estou vendo aqui em Brasília é muita carência. A covid fez com que as famílias pobres ficassem mais carentes. Então eu defendo pacote, acho que é necessário esse sacrifício da nação. O pacote com o aumento dos auxílios associado com a redução de impostos em combustíveis, em energia e em telecomunicações não vai desandar as contas públicas? – Vai ter a crise fiscal. Você tem que fazer a opção entre atender os mais necessitados e ter uma perspectiva de mais inflação, de mais emissão de moedas para cobrir esses pagamentos. O endividamento do País vai aumentar. O País tem que crescer e não pode deixar desassistidos. Pessoas estão passando fome. Este é o grande debate: não adianta crescer, apresentar projetos bonitos e deixar as pessoas mais carentes esquecidas. Você acha que a propaganda do GDF corresponde aos fatos, ao dizer que a maior obra do Ibaneis é a social, mesmo com aquelas filas nos Cras e nos hospitais? – Existem 670 mil pessoas atendidas no social aqui no DF. Existe o Vale Gás, os restaurantes comunitários, que atendem milhares de pessoas, e vários benefícios sociais. O governo tem feito obras que estavam atrasadas. O governo equilibrou as contas. Você não vê ninguém reclamando que está com conta a receber do GDF. Os salários estão em dia, os fornecedores estão em dia, os empreiteiros estão em dia.
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CUT-DF cria ponto para entregadores de aplicativos DIVULGAÇÃO
Espaço na Galeria do Hotel Nacional vai garantir melhores condições de trabalho para quem desempenha atividades na rua Letícia Sallorenzo (*) A partir das 15h de sexta-feira (8), os motoboys e entregadores de aplicativos do DF terão um ponto de apoio onde serão acolhidos, na Galeria do Hotel Nacional. Lá, será possível recarregar as baterias dos aparelhos, se alimentar, aguardar as próximas entregas ou turnos, utilizar sanitários e tomar água. O Ponto de Apoio ao Trabalhador vai garantir melhores condições de vida e de trabalho para aqueles (*) que desempenham suas atividades na rua. A iniciativa é da Central Única dos Trabalhadores (CUT-DF), em parceria com alguns sindicatos, entre eles o Sinpro-DF. “São necessidades básicas de todas as pessoas, mas que são negligenciadas pelas empresas prestadoras de serviço e pelo governo. O ponto de apoio ganhou maior visibilidade com os entregadores por aplicativo, que estão submetidos a esse modelo de trabalho conforme a demanda, sem vínculo
espaços de apoio para trabalhadores que atuam nas ruas é obrigação do governo. “Já que o poder público não se mobiliza em prol desses trabalhadores, estamos fazendo a nossa parte. Esses segmentos não podem permanecer em condições extremamente precárias”. Alessandro da Conceição, o Sorriso, representante dos entregadores por aplicativos no DF, destaca que as empresas que contratam os serviços da categoria nunca tiveram a disposição de fornecer local de descanso para os trabalhadores. Por isso, ele comemora a iniciativa da CUT. “Esse Ponto de Apoio ao Trabalhador é uma necessidade que a gente tem há muito tempo. É muito importante que os entregadores participem da inauguração para conhecer o lugar e prestigiar essa iniciativa”, afirma. Atualmente, o DF tem cerca de 50 mil entregadores (as) por aplicativo, além de outras categorias que compartilham da mesma rotina de trabalho na rua, como vendedores ambulantes e trabalhadores da limpeza urbana. (*) Jornalista do Sinpro-DF
empregatício”, explica o presidente da CUT-DF, Rodrigo Rodrigues. Segundo ele, o espaço é também pauta histórica de quem tem relação de trabalho considerada não eventual. “Ou seja, a reflexão é de que, em pleno século XXI, há milhares de
trabalhadores sem direitos básicos de dignidade à pessoa humana”, completa Rodrigues. Condições precárias – O secretário de Relações Internacionais da CUT Brasil, Antônio Lisboa, lembra que a obrigação de criação desses
Este é um artigo de opinião. A visão do autor não necessariamente expressa a linha editorial do jornal Brasília Capital
Combate ao preconceito se aprende na escola Luís Ricardo (*) No Dia Internacional do Orgulho LGBTQIA+, estudantes e professores (as) do Centro de Ensino Médio 2 do Gama desenvolveram um projeto em combate a todo tipo de preconceito e transfobia. Utilizando como tema o orgulho de ser quem é, a 1ª Mobilização contra LGBTfobia traz como objetivo conscientizar a população sobre a importância do combate à homofobia para a construção de uma sociedade igualitária e livre de preconceitos. Em um palco montado no pátio da escola, estudantes realizaram apresentações
como forma de conscientizar as pessoas não hétero a terem orgulho de ser quem são e não aceitarem preconceitos. “O Brasil é o país que mais assassina pessoas trans e é urgente que haja uma conscientização. É preciso valorizar as pessoas, independentemente de sua orientação sexual”, ressalta Tom Alves, vice-diretor do CEM 02. Reconhecido no mundo inteiro como um marco na luta por inclusão e por respeito à diversidade de gênero e de orientação sexual, o Dia Internacional do Orgulho LGBTQIA+ é marcado por muita luta, intolerância e repressão de minorias. (*) Jornalista do Sinpro-DF
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GDF fala em gratificação, mas não atua para resolver o caos Após quarenta e dois meses do início da atual gestão (faltam seis), o Governo do Distrito Federal resolveu pagar uma gratificação para médicos temporários assumirem e permanecerem em cargos da Secretaria de Saúde. A medida é atrasada e, infelizmente, não vai resolver o problema da baixa adesão dos profissionais ao serviço temporário nas unidades públicas de saúde do DF. Pior que a baixa remuneração, a falta de condições de trabalho, a insegurança e a violência contra os servidores têm sido os motivos determinantes para que médicos em contrato temporário não assumam e não permaneçam nos cargos. Números apresentados pelo próprio governo para justificar a proposta legislativa que institui a gratificação demonstram a incompetência do GDF na gestão do pessoal do quadro da Secretaria de Saúde. Em 2020, de 146 nomeados, apenas 34 foram admitidos. Em 2021, de 556, foram admitidos 177. Este ano, de 326, só 41 aceitaram
as condições para ocupar o cargo. Esses dados dizem respeito somente à admissão de médicos temporários. Não refletem o abandono da função nos meses seguintes ao início do contrato. Isso porque a boa vontade ou o desejo de aprender com o trabalho no SUS não suportam o peso da falta de condições mínimas para o exercício da profissão. Dias depois do anúncio da medida, um veículo de comunicação da cidade noticiou a possibilidade da instituição de uma gratificação por produtividade para servidores do quadro efetivo da Saúde. Outra falácia. Qualquer valor a mais nos contracheques é bem-vindo diante do quadro de defasagem salarial instalado na Secretaria de Saúde do DF. No entanto, experiências anteriores mostram que instituir gratificações em substituição a estabelecer uma tabela de remuneração digna só prejudica o servidor e tem efeitos negativos no longo prazo, em especial na aposentadoria. Além disso, a produtividade de quem está
na área fim das unidades de saúde não depende exclusivamente da capacidade de trabalho do servidor. Um cirurgião, por exemplo, não consegue produzir se faltam equipamentos, medicamentos, insumos, leitos, equipe multiprofissional ou sala de cirurgia disponíveis para executar um procedimento. O problema da queda da produtividade nas unidades públicas de saúde do DF é bem mais complexo do que a baixa remuneração dos servidores. Envolve toda uma logística e a integração dos esforços das diversas subsecretarias, diretorias e gerências da SES-DF nos seus diversos níveis. Em quase quatro anos de governo, a atual gestão não investiu na qualificação das equipes, na valorização do ambiente organizacional ou no aperfeiçoamento da gestão. Muito pelo contrário, fez nomeações aleatórias e promoveu exonerações por motivação política. Nos dois casos, sem base técnica. Para resolver os problemas da saúde pública do DF, o próximo governo terá que
Carlos Fernando Médico, Vice-presidente do Sindicato dos Médicos do Distrito Federal
agir diferente e, desde o momento inicial estabelecer uma gestão técnica na SES, com autonomia para gerir adequadamente o orçamento da saúde do DF, com vistas a resultados positivos para a população, com valorização dos servidores.
** Este é um artigo de opinião. A visão do autor não necessariamente expressa a linha editorial do jornal Brasília Capital
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Brasília
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Por Chico Sant’Anna
Psol aciona MP para investigar Piquet O ex-piloto Nelson Piquet provocou reações internacionais ao tratar Lewis Hamilton com termos depreciativos, chamando-o de “neguinho” e insinuando comportamento homossexual do inglês. Depois de alguma resistência e demora, o brasileiro se desculpou. Não convenceu muito e, para piorar, um outro trecho da fala foi considerada homofóbica. Por isso, o tricampeão de Fórmula 1 poderá ser alvo de uma investigação do Ministério Público a pedido de três parlamentares do Psol. As deputadas Áurea Carolina (MG), Talíria Petrone (RJ) e Vivi Reis (PA) pedem que o MPDFT investigue Piquet por crime de discriminação e/ou preconceito. Na petição, assinalam que “o racismo estrutura as relações sociais no Brasil. Nesse sentido, tratar seres humanos negros de forma pejorativa, como faz Nelson Piquet, não se coaduna com as práticas para efetivação da igualdade”.
FOTOS: REPRODUÇÃO REDES SOCIAIS
Associações ingressam com ação contra o piloto Nelson Piquet, após declarações racistas
“Essas falas não cabem numa democracia. Mas sabemos que desde que Bolsonaro chegou ao poder,
seus apoiadores se sentem confortáveis em espalhar o ódio, como faz o presidente. Não vamos tolerar!”,
Rebatizar o autódromo Não é só nos tribunais que Piquet poderá enfrentar tráfego pesado. Na Câmara Legislativa, o presidente da Comissão de Direitos Humanos, Fábio Félix (Psol), prepara um projeto-de-lei para rebatizar o autódromo. Nas redes sociais, moradores de Brasília condenam o comportamento do ex-piloto e sugerem mudar o nome do autódromo que leva seu nome. “Nelson Piquet envergonha a nossa cidade com seu comportamento racista e homofóbico”, comenta a líder comunitária da Vila Planalto Leiliane Rebouças. O ex-presidente do Instituto dos Arquitetos do Brasil (IAB-DF), José
Roberto Bassul, lembra que a lei 6.454/1977 proíbe, em todo o território nacional, atribuir nome de pessoa viva a bem público. Inaugurado em 1974 sob a denominação de Autódromo Internacional de Brasília, um dos equipamentos do então Centro Desportivo Presidente Médici, o espaço foi rebatizado em 1988. Sob os ares da redemocratização e diante da conquista, em 1987, do terceiro campeonato mundial da F.1, recebeu o nome de Nelson Piquet, uma homenagem ao piloto carioca residente desde a infância em Brasília. O ato jurídico que deu o novo nome foi o decreto n° 10.975/1988,
assinado pelo então governador José Aparecido. Por não existir ainda a Câmara Legislativa do DF, foi uma decisão monocrática do GDF. “Por ser posterior à lei de 1977, o ato é ilegal na sua origem”, avalia o jurista Max Telesca. Com a morte de Ayrton Senna, todo o complexo desportivo ganhou o nome do segundo tricampeão brasileiro da F-1. “Chega a ser irônico, dada a rivalidade entre os dois pilotos”, comenta o jornalista especializado em automobilismo, Luc Monteiro, lembrando que Piquet também foi o nome do autódromo de Jacarepaguá, no Rio de Janeiro, já demolido.
registrou Talíria em seu perfil no twitter. A Associação Educafro, o Centro Santo Dias de Direitos Humanos da Arquidiocese de São Paulo e a Aliança Nacional LGBTQIA+ também decidiram ingressar com ação contra o piloto no Ttribunal de Justiça do DF. Pedem uma indenização de R$ 10 milhões por danos morais coletivos e sociais.
Privatização polêmica Em 1996, no governo de Cristovam Buarque, o autódromo foi privatizado por dez anos, para a NZ Empreendimentos, empresa de Piquet. O Tribunal de Contas do DF determinou a devolução do patrimônio ao GDF, mas há quem diga que o autódromo foi devolvido em piores condições do que foi concedido. “A decisão também levou em conta a ausência de prestação de contas e da precária atuação dos executores do contrato”, justificou o TCDF, em 2006.
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NUTRIÇÃO
Caroline Romeiro Não dê alimentos açucarados para as crianças! A introdução de açúcar extra antes dos dois anos de idade causa obesidade, câncer e doenças cardiovasculares Se você é mãe, com certeza já passou por essa situação: foi à casa de amigos ou familiares com seu bebê e alguém quis dar um docinho, um bolinho ou um biscoitinho para a criança.
Já vi, inclusive, pediatra recomendando “danoninho” na introdução alimentar. E se você não sabe o problema que são essas introduções de açúcar de forma precoce, vou te contar.
ESPÍRITA
José Matos Vocês são luzes Não haja como inimigo de si, se depreciando, falando coisas ruins de si mesmo, se achando azarado, burro Um monge budista, ao proferir uma palestra, afirmou: “Vocês são luzes”. E retirou-se. No imo do seu ser, você é luz, mas esqueceu disto e pensa que é ruim por natureza. Busque, mude e se verá com sentimentos elevados! Você tem a mesma natureza de Cristo porque Ele também foi criado simples e ignorante, exatamente, como você e todos. Confie,
TV Comunitária lIGADA EM BRASÍLIA
caminhe e constatará pessoalmente! Não haja como inimigo de si, se depreciando, falando coisas ruins de si mesmo, se achando azarado, burro. Enquanto agir assim, a sua vida só piorará, porque você é o que pensa, sente e atrai os semelhantes. Aprenda com Jesus: o que você quiser receber faça-o ao próximo e não faça o que não gostaria
Hoje, toda a literatura científica nos mostra que a introdução de açúcar extra (ou seja, adicionado a alimentos como doces e outras preparações) antes dos dois anos de vida está relacionada ao maior risco para o desenvolvimento da obesidade e doenças crônicas, como o câncer e doenças cardiovasculares.
que fosse feito com você. Esta é a regra de ouro da vida e do viver! Não existem pessoas azaradas; existem pessoas com pensamentos e sentimentos ruins que atraem pessoas e situações ruins. O que você deseja e como deseja, atrairá os semelhantes. Há boas pessoas no mundo que não fazem mal a ninguém, mas fazem muito mal a si pelos pensamentos negativos. “Se você não gosta do que está recebendo, preste atenção no que está emitindo”. Os anjos são ex-demônios que superaram a inferioridade; derrubaram as camadas de ódio e ignorância, praticaram os ensinamentos dos avatares e tornaram-se anjos. Busque o bem, fale no bem, pense no bem, faça o bem que o resto vem. No Além, a importância dos pensamentos é mais visível, e você verá que ele é quase tudo. Procure melhorá-los desde já pela boa
E não é exagero. Afinal, a introdução precoce molda o paladar dessas crianças, que passam a não ter prazer no consumo de alimentos in natura e naturalmente doces, como as frutas. Geralmente, essas crianças só ficam satisfeitas com sucos muito doces ou alimentos que chamamos de hiperpalatáveis, ricos em sódio, açúcar e gorduras. Essa condição leva a um padrão alimentar não saudável, e o quanto antes isso acontece, maiores são os riscos e perigos à saúde. Por isso, não ofereça bebidas açucaradas, refrigerantes e doces para crianças menores de dois anos. A saúde pública daqui a 20 ou 30 anos agradece! (*) Presidente do Conselho Regional de Nutricionistas 1a Região Instagram: @carolromeiro_nutricionista
leitura, boas conversas, boas palestras, bons pensamentos e boas atitudes! Mude! Se você não rouba, mas deseja roubar, você tem o mesmo magnetismo do ladrão, atrairá ladrões e se juntará a eles no Além! Se você não mata, mas deseja, desenvolverá o mesmo magnetismo do assassino. Mude ou atrairá assassinos pra si e juntar-se-á a eles no Além. Se você deseja o bem, atrairá os anjos para lhe ajudar e juntar-se-á a eles no Além. Tudo é pensamento, sentimento e magnetismo. Lembre-se do monge: vocês são luzes. Lembre-se de Jesus: vocês são o sal da Terra. Mas se o sal tornar-se insípido, para que serve? Lembre-se de Maomé: ajude o pobre. Comece por você, o pobre mais próximo! Professor e palestrante
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