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Usina de etanol em construção no RS produzirá 10 milhões de litros/ano

Com tecnologia 100% nacional, somente nesta fase de construção, a nova usina deve gerar mais de 80 empregos

Uma nova unidade operada pela CB Bioenergia está sendo implantada na cidade de Santiago no Rio Gran− de do Sul. A nova usina terá uma ca− pacidade de produção de 10 milhões de litros de etanol por ano e 15 mil toneladas de DDGS, ração animal usada na alimentação de suínos, equi− nos e bovinos.

Mesmo em processo de constru− ção, a usina de etanol no RS já tem um projeto de expansão para 80 mi− lhões de litros e 120 mil toneladas de DDGS.

A produção de DDGS e etanol será através do processamento de amiláceos, especialmente originados das culturas de inverno como trigo e Triticale. Para construir a usina e montar toda a indústria, a CB Bio− energia e Ampla Performance In− dustrial estabeleceram um acordo comercial para tornar o empreendi− mento viável no RS.

A expectativa é que ao longo de todo processo de construção da usina, serão gerados mais de 80 empregos diretos e indiretos. Durante a opera− ção serão gerados 50 empregos dire− tos, além de várias oportunidades in− diretas na produção, logística, armaze− nagem, e vários outros.

Tendo em vista a potencialização das culturas de inverno, investimentos neste setor trarão ao RS um grande desenvolvimento econômico, pois criarão um considerável incremento de mão de obra, insumos e máquinas, gerando renda para os agricultores e tributos aos municípios.

A matéria−prima utilizada para a produção de etanol virá dos cerealis− tas e agricultores da região Centro Oeste do RS.

O empreendimento será desen− volvido por etapas.A primeira terá um investimento de R$ 60 milhões e nas outras etapas, os investimentos podem chegar a R$ 500 milhões.A usina se− rá implementada em uma área priva− da com um total de 15 hectares.

Todo o processo de elaboração de projetos, licenciamento, produção e desenvolvimento de equipamentos se iniciaram em setembro, e o início das operações da usina de etanol está pre− vista para outubro de 2022.

Etanol permite motores híbridos elétricos até na coleta de lixo

Com ajuda do biocombustível, os eletrificados podem chegar a ônibus urbanos e a veículos de serviços, afirma Alfred Szwarc

Com o emprego da tecnologia de célula de combustível a etanol, que permite gerar eletricidade em motores híbridos, a eletrificação po− de ampliar presença além dos veícu− los particulares. E chegar, por exem− plo, a ônibus urbanos, vans, cami− nhões de coleta de lixo, que já con− tam com modelos 100% a bateria.

Essa expansão depende, sim, de políticas públicas, mas a base está disponível ou em desenvolvimento, caso do etanol e das tecnologias de célula de combustível, afirma o en− genheiro mecânico Alfred Szwarc.

Especialista em biocombustíveis, diretor da ADS Tecnologia e Desen− volvimento Sustentável e com expe− riência de 20 anos na Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb), Szwarc tem autoridade de sobra sobre temas ligados ao meio ambiente.

Defende, por exemplo, os ganhos ambientais dos motores elétricos. Ganhos que são ainda maiores com motores híbridos, com o emprego do etanol.

Nesta entrevista ao JornalCana, o especialista, que também integra a diretoria do Departamento de De− senvolvimento Sustentável da FIESP, comenta sobre tendências do biocombustível e se é possível me− lhorar a eficiência dos motores a combustão.

Jo or rna al lC Cana − A eletrifi icação veio para a fi ica ar no o Brasil, ou é apenas pro− dut to o par ra a as cla asses s mais abasta adas s, já que e a a re ea alidade econômica impede o ac ce es sso o da maioria da população?

Alf fr red Szwarc c − A eletrificação dos veículos é uma tendência que está em fase de consolidação em vá− rios países com vistas à transição pa− ra sistemas de mobilidade mais sus− tentável, que possam enfrentar os desafios do aquecimento global e da poluição atmosférica.

Há vários graus de eletrificação que estão sendo adotados interna− cionalmente, sendo que alguns pos− sibilitam a convivência dos motores de combustão com sistemas elétricos.

Os veículos híbridos flex são um exemplo real e se constituem em uma opção extremamente interes− sante para o Brasil e para outros paí− ses da América Latina, onde a pro− dução de bioetanol é comercial− mente viável.

Além disso, na sua versão mais simples, não requerem infraestrutura de recarga uma vez que a energia elétrica é gerada pelo próprio motor a combustão em determinadas con− dições de operação e, também, pela recuperação de energia durante o uso dos freios.

Apesar de serem veículos atual− mente posicionados no mercado co− mo "premium" , notícias da indústria automobilística levam a crer que em breve o consumidor poderá ter à sua disposição um leque mais amplo de veículos híbridos flex, possivelmente a custos mais acessíveis.

E qua an nto ao os 100% elé étricos?

Quanto aos veículos 100% elé− tricos, além do elevado custo que apresentam, mesmo para modelos simples, enfrentam o desafio da fal− ta de infraestrutura de recarga e a necessidade de ampliação da gera− ção e distribuição de energia elé− trica renovável de baixo carbono para abastecimento, o que requer bilhões de reais.

Embora se possa visualizar um avanço da eletrificação no país e no continente, pode−se prever que ocorrerá de forma gradual e mais lenta que nos países que lideram esse processo, caso dos EUA, Chi− na, Japão e membros da União Europeia.

Quais os benefícios amb bie ent tais que a el letrifica ação pode trazer?

A eletrificação, parcial (veículo híbrido) ou total (100% a bateria), possibilita a redução significativa da emissão de poluentes atmosféricos e de gases de efeito estufa, os GEEs, responsáveis pela intensificação do aquecimento global.

Também contribui para a redu− ção da geração de ruído nas ruas, es− pecialmente no caso dos veículos motorizados com duas rodas e veí− culos com motor diesel.

Como no Brasil a matriz elétri− ca é predominantemente renovável e de baixo carbono (principalmen− te biomassa, hidrelétrica, eólica e solar), é possível traçar uma estraté− gia para a inserção racional da ele− trificação no transporte, em parale− lo ao uso do etanol.

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