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Safra 2021/22 deve encerrar com moagem de 515 milhões de toneladas . . . . . . . .08 e FS anuncia investimentos de 2,3 bilhões na

cerca de 30% da nossa área (cerca de 700 hectares), que só vamos conse− guir plantar ano que vem. Em setem− bro e outubro retomamos com as chuvas, e em função disso, para o ano que vem a gente espera uma safra su− perior ao que a gente está tendo es− se ano ” , disse Cassio Manin Paggia− ro, da Usina Clealco,

Edson Girondi, da Usina Alto Alegre, ressaltou que o ano foi seco, com geadas, que afetou de 30 a 40% das áreas do Paraná. “Para a próxima safra a expectativa em função de toda essa complexidade, devemos ter um viés de baixa em relação a essa safra 4 a 5% menor ” .

José Olavo BuenoVendramini, da Tereos, disse que é preciso “ sair do muro das lamentações, cuidar do ca− navial e ser criativo. Saímos de uma safra muito boa na 20. Para o próxi− mo ano, apesar das boas chuvas em outubro, o canavial está falhado, muitas plantas daninhas, mas prevejo uma safra com pelo menos 4 tone− ladas a mais ” .

Luiz Antônio Dias Paes, diretor do Centro de Tecnologia Canavieira (CTC), a expectativa é que a safra que vem seja melhor que essa, tomando por base as recuperações que o setor já apresentou em crises anteriores, com o apoio da tecnologia. Opinião também compartilhada por Luís Gustavo Teixeira, da Usina São Mar− tinho. “Esperamos uma recuperação, embora nada extraordinária, em grande parte por conta do investi− mento em tecnologia ” .

Para o produtor Paulo Roberto Artioli, da Tecnocana, “ as commodi− ties estão altas.Teremos sim uma difi− culdade com relação a suprimentos e insumos, mas acho que a próxima sa− fra, graças a tecnologia, vai ser bem melhor que a desse ano ” .

Segundo Rodrigo Vinchi, da At− vos, o que preocupa para safra que vem

“é que tivemos um plano de plantio prejudicado. Mas com relação à conjuntura, também prefiro olhar o lado mais cheio do copo, com os avanços no nosso trato cultural, que deve nos permitir um próximo ano menos atribulado ” .

De acordo com Rogério Bremm, da BP Bunge, que soma 11 usinas em 5 Estados, “Estamos investindo bas− tante no canavial.As chuvas de outu− bro têm ajudado e de maneira geral, a expectativa para o ano que vem, se vier chuva, pelo menos dentro da mé− dia, deveremos ter um ano positivo. Se chover acima da média será melhor ainda ” , concluiu.

FS anuncia investimentos de 2,3 bilhões na construção de planta de etanol de milho

No final de outubro, dia 28, a usina promoveu a inauguração oficial de sua segunda unidade em Sorriso, no Mato Grosso

A primeira empresa a apostar na produção de etanol de milho no Brasil, a FS já conta com duas usinas, e anunciou investimentos na ordem de R$ 2,3 bilhões para a construção de sua terceira unida− de na cidade de Primavera do Leste, no Estado do Mato Grosso.

A futura planta terá capacidade para produzir 585 milhões de litros de etanol ao ano a partir da moagem de 1,3 milhão de toneladas de milho. A nova unidade será construída em duas etapas e irá gerar cerca de 8 mil empregos indiretos durante as fases de obras e 500 empregos diretos e indiretos durante o seu funcionamento. Os trabalhos de ter− raplanagem da unidade já foram iniciados e a plan− ta tem inauguração prevista para 2023.

Parte do grão que abastecerá a primeira safra já está sendo comprada. Com a unidade na ativa, a FS alcançará uma capacidade nominal de produção de pouco mais de 2 bilhões de litros de etanol por ano.

“Primavera do Leste é uma região muito im− portante para a FS devido à grande oferta de milho e sua localização estratégica para distribuição dos nossos produtos ” , afirma o CEO da FS, Rafael Abud.

No dia 28 de outubro a empresa promoveu a inauguração oficial de sua segunda unidade, loca− lizada na cidade de Sorriso, também em Mato Grosso. Com capacidade total de produção de 880 milhões de litros de etanol por ano; 212 mil to− neladas de farelo de milho; 28 mil toneladas de óleo de milho e 190 mil MWh por ano de coge− ração de energia.

“É com muito entusiasmo que inauguramos a nossa mais nova e maior unidade, localizada em uma região estratégica para a FS. Iniciamos nossas ope− rações em junho de 2017, com a capacidade de pro− duzir 275 milhões de litros de etanol por ano. Ho− je, com as duas maiores plantas de etanol 100% de milho do país, em Lucas do RioVerde e Sorriso, no Mato Grosso, já somamos mais de 1,4 bilhão de ca− pacidade produtiva de litros de etanol/ano ” , desta− ca o CEO da FS.

A usina de Sorriso, que recebeu investimento de cerca de R$ 2 bilhões, é uma unidade eficiente do ponto de vista estratégico para a FS, pois aumenta a proximidade com os fornecedores da região e am− plia as chances de negócio. Além de ter capacidade de armazenar 600 mil toneladas de milho, processa, diariamente, 2,7 mil toneladas do grão por dia. Mantendo essa média, pode ultrapassar a marca de 2 milhões de toneladas processadas neste ano safra. Do ponto de vista energético, a eficiência fica por con− ta da utilização da biomassa da nova unidade, pro− veniente de uma floresta de 30 mil hectares de eu− caliptos, que fazem parte do projeto de incentivo do fomento florestal da FS.

“Fazemos aqui, um grande sistema integrado de produção de alimento e energia ” , disse o CEO da FS, complementando “Com o nosso plano de in− vestimento, que contempla ainda mais três unidades industriais até 2026, todas no estado de Mato Gros− so, a FS atingirá a marca de capacida.de produtiva de, aproximadamente, 5 bilhões de litros de etanol por ano, ” completa Abud.

Para a safra 2021/2022, a previsão da Compa− nhia Nacional de Abastecimento (Conab) é de uma produção de 29,2 bilhões de litros de etanol. No Brasil, o biocombustível, além de utilizar a cana−de− açúcar como matéria−prima, avança no uso do mi− lho. São 3,36 bilhões de litros de etanol de milho estimados pela Conab para a temporada, aumento de 29,7% em relação ao período anterior, demonstran− do o interesse das usinas em utilizar a matéria−pri− ma, abundante no país, principalmente na região Centro−Oeste.

E a tendência é de um aumento ainda maior nos próximos anos. Durante a inauguração da planta da FS, em Sorrido, a ministra da Agricultu− ra, Pecuária e Abastecimento,Tereza Cristina, ava− liou que este modelo agrega valor para os produ− tos agropecuários. “O milho, que antes era um produto de baixíssimo valor, hoje tem um merca− do firme não só para alimentação, mas também pa− ra a produção desse combustível limpo que é tão importante hoje para essa pauta de sustentabilida− de. Esse é um exemplo das boas coisas que o Bra− sil vem fazendo na agricultura

tal desse biocombustível, o etanol de milho “ veio

para ficar ” , na visão de Tereza Cristina.

“A comple− mentaridade do etanol de milho é excelente para a agropecuária brasileira, porque produz o etanol, o DDG para uso em confinamento bovino e a bio− massa para geração de energia ” .

Segundo a União Nacional do Etanol de Milho (Unem), a produção deve alcançar, em 2030, 9,65 bilhões de litros. O avanço significaria 185% a mais do que será produzido nesta safra.A previsão é feita com base em anúncios de investimentos em novas plantas de etanol de milho ou de expansão das já existentes, como é o caso da indústria de Sorriso. Já a produção de DDG no Brasil deve ultrapassar 2 milhões de toneladas em 2021/22, valor 60% maior que as 1,3 milhão toneladas produzidas na safra an− terior, de acordo com a Unem.A entidade também projeta alcançar 6 milhões de toneladas do farelo proteico até 2029.

Para Luciano Rodrigues, gerente de economia e análise setorial da União da Indústria de Cana−de− Açúcar (UNICA), o aumento da participação do milho é fundamental para consolidar o etanol na matriz energética e manter as metas de descarboni− zação do RenovaBio. “De acordo com as metas do RenovaBio, a produção de etanol tem que crescer dos atuais 30 para algo próximo de 50 bilhões de li− tros. Por isso, é fundamental esse avanço do etanol de milho para complementar essa oferta, sem a ne− cessidade de competição entre uma matéria−prima e outra, para lá no fim a gente oferecer um biocom− bustível cada vez mais limpo ” , disse.

O diretor Técnico da UNICA, Antônio de Pádua Rodrigues, lembra que o etanol de milho “Nós esta− mos juntos para substituir o combustível fóssil. Uma das vantagens do milho é a alternativa de es− tocar a matéria−prima por seis meses, coisas que a cana não permite. Com a questão da seca, o grão também foi afetado, mas o seu processo comer− cia fez com que não fosse prejudicado, diferente− mente da cana. O etanol de milho complementa, hoje, a oferta do biocombustível em torno de 12 a 13% e mais de 3,5 bilhões de litros de etanol car− burante. O que falta talvez um pouco ainda é pa− ra gerar CBIO.A cana é mais fácil obter essa cer− tificação, porque você consegue identificar a ori− gem da matéria−prima ” , explica.

A diretora executiva do Sindalcool−MT, Lhais Sparvoli, destaca o momento importante vivido pe− lo etanol. “Temos um combustível super sustentável, que tem que ser mais divulgado. Hoje se fala tanto dos carros elétricos, mas no Brasil um estudo da Unicamp, mostra que o etanol brasileiro emite me− nos gás carbônico do que o carro elétrico se for le− vado em consideração a vida útil do carro. Então precisamos divulgar isso, e mostrar esse potencial do Brasil, para a gente começar a exportar essa tecno− logia para fora ” , ressaltou.

Lhaís explica que “ graças à produção de etanol milho, Mato Grosso aumentou, nos últimos 5 anos, 200% da produção de etanol. Estamos usando milho de segunda safra, ou seja, não tem desmatamento. Estamos investindo em tecnologia, então deveremos ter um aumento significativo na produção de etanol de milho para os próximos anos, ajudando a produ− ção de etanol no Brasil. Isso é um caminho sem vol− ta ” , concluiu.

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