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92 Julho 2013 ANO IX
3 euros
*OTUBMM $POÎEFODF
Jornal independente da manutenção e reparação de veículos ligeiros e pesados
Sistemas de gestão Kaizen e REFA
Lições das indústrias líderes
DOSSIER
Filtros automóvel Os filtros utilizados nos veículos são consumíveis de relativamente alta rotação, que originaram um mercado amadurecido e estável, com muitos intervenientes em praticamente todos os canais de distribuição de peças Pág. 44
As oficinas automóvel estão num momento crítico de viragem, em busca de modelos de gestão que melhor se adaptem aos tempos de crise que se vivem. Nesta edição, apresentam os dois bons exemplos de sistemas de gestão, com origem nos países líderes da indústria automóvel: Kaizen e REFA PUB
Pág. 6
EVENTO
Reunião de imprensa Ferodo Novo programa para oficinas
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om a realização de uma reunião de imprensa, onde estiveram presentes mais de 150 jornalistas vindos de toda a Europa, a Federal Mogul anunciou a sua estratégia para crescer mais no aftermarket com um vasto programa de apoio às oficinas independentes. Pág. 12
FORMAÇÃO
Sistema de Formação Dual O Sistema de Formação Dual centra-se essencialmente nas empresas e é efectuado para as empresas. A filosofia de formação alemã fundamenta-se e parte do princípio que a formação não é necessária, se as empresas não necessitarem dela. (Pág. 52)
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DITORIAL
Gestão, ciência inexata Temos que entender que gestão de negócios é uma ciência inexata, porque é constituída por uma parte mais tangível, administrativa e organizacional, e outra mais subjetiva, que é a área dos relacionamentos, da liderança e da definição do modelo de negócio. No primeiro caso, tudo o que há a fazer é passar a informação disponível sobre boas práticas e os sistemas mais eficientes de conduzir uma empresa. Já no segundo caso isso não é possível, porque muito depende do perfil do gestor ou empresário, das suas qualidades inatas, carisma, etc. Há pessoas que não pretendem efetivamente ter sucesso, ser os melhores, porque de certo modo receiam esse sucesso e não querem pagar o que ele exige, em temos de esforço pessoal, investimento e aposta em pessoas e meios. Basta-lhes serem empregados da sua própria empresa. Quando existe esta auto limitação, não adianta muito pregar aos peixes! Quem não arrisca muito, também não perde muito. No que respeita à parte motivacional e relacional da liderança de negócios, estamos perante uma área de conhecimento que não tem fronteiras, nem de certo modo data no tempo. As pessoas de um modo geral deixam-se influenciar e tentam concretizar os modelos de que gostam e em que acreditam, não existindo uma via única para o sucesso. O mercado é um verdadeiro campeonato, onde as equipas têm que marcar golos e fazer negócios. Só as equipas bem preparadas, com bons treinadores e bons líderes podem aspirar aos primeiros lugares. Se não queremos competir ao melhor nível, estamos derrotados à partida e nem sequer vale a pena perder tempo. Com os artigos de gestão que habitualmente publicamos no Jornal das Oficinas, não ambicionamos mais do que sugestionar, estimular e motivar os nossos leitores. A maior parte não quer abdicar da sua posição de conforto, que é as das ideias feitas e dos conceitos já conhecidos. No entanto, para aprendermos, temos que sair da nossa posição de conforto e enfrentar novas ideias e novas formas de ver as coisas. Ainda não existe alternativa real para isto.
MERCADO
Comunicações ao serviço da oficina
Olhar em frente! iAs oficinas não podem passar ao lado das novas tecnologias de informação e comunicação, porque o seu sucesso depende da difusão da sua imagem e da sua oferta no meio social em que estão inseridas
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uer gostemos ou não desta evolução das tecnologia de informação, a comunicação entre as pessoas e os negócios e dos negócios entre si, do mesmo modo que entre as pessoas, está cada vez mais na mão dos telefones móveis, dos computadores e da Internet. Sendo que os smartphones e outros dispositivos do mesmo tipo são híbridos de telefones móveis com computadores, o que dá uma flexibilidade extrema à oportunidade de comunicação, quer direta, quer indireta. Apesar de todo esse potencial, as novas tecnologias, como qualquer outra ferramenta, só começam a produzir quando pegamos nelas e as começamos a utilizar na nossa vida diária. Se nos limitarmos a ver o que se passa à nossa volta e não entrarmos no jogo, arriscamo-nos a ser um mero espectador sentado na plateia, enquanto o filme da realidade passa à nossa frente. A verdade é que as novas tecnologias estão a desempenhar um papel fundamental no processo de mudança do sector de reparação automóvel, permitindo o acesso a informações e dados técnicos, serviços online de formação, entre muitas outras opções, para além
de permitir uma proximidade e uma assiduidade de comunicação com os clientes, que nunca antes esteve disponível. Se existe forma de atrair e fidelizar novos clientes de uma oficina, isso é seguramente através das novas tecnologias. Se ainda não está lá, então seja bem vindo ao mundo das comunicações sociais globais! Q REDES SOCIAIS O verdadeiro ponto de encontro nos dias de hoje, tanto para indivíduos, como para as empresas e outras entidades, é na Internet! Entrar nas redes sociais e percorrer as plataformas Facebook e Twitter, entre outras, é como entrar numa enorme cidade virtual com avenidas sem fim, onde passeiam milhões de pessoas e existem montras incontáveis de todos os tipos de negócios! Só para termos uma ideia do que isto é, estas duas plataformas só por si continuam a crescer em utilizadores, rendimentos e lucros da ordem dos 30% ao ano! Isso significa que cada vez mais as pessoas estão de facto no universo vi rtual e menos na vida real, sendo as oportunidades de contacto quase impossíveis
nos termos convencionais, devido ao ritmo de vida, compromissos e ocupações de cada um. Quando alguém pensa em mudar pneus ou reparar o seu carro vai à Internet, porque possivelmente só consegue sair dos seus afazeres em momentos em que as lojas já estão fechadas, ou ainda não estão abertas. Com as novas tecnologias, tanto as empresas que oferecem produtos e serviços, como as pessoas que necessitam desses produtos e serviços, podem estar em contacto direto, virtualmente 24 horas por dias e 365 dias por ano! Se existem oportunidades de negócio aos milhões é na Internet. Um cliente pode escolher os seus novos pneus ao serão sentado no sofá e recebe o orçamento à hora do almoço do dia seguinte, fazendo a marcação a meio da tarde, para estar a montar os pneus na manhã seguinte. Em 48 horas, no máximo, o ciclo de negócio está concluído! Este processo de escolha e seleção de produtos e serviços por meios convencionais poderia demorar uma ou duas semanas ou talvez mais. Entretanto, o condutor podia ser multado ou sofrer um acidente por ter os pneus em mau
DIRETOR: João Vieira - joao.vieira@apcomunicacao.com Diretor Comercial: Mário Carmo - mario.carmo@apcomunicacao.com Arte e Multimédia: António Valente Redação: Bela Vista Office, Sala 2.29 - Estrada de Paço de Arcos, 66 - 66A - 2735-336 Cacém - Portugal - Tel.: +351 219 288 052/4 - Fax: +351 219 288 053 Serviços administrativos e contabilidade: financeiro@apcomunicacao.com Periodicidade: Mensal Assinaturas: assinaturas@apcomunicacao.com © COPYRIGHT: Nos termos legais em vigor é totalmente interdita a utilização ou a reprodução desta publicação, no seu todo ou em parte, sem a autorização prévia e por escrito do “JORNAL DAS OFICINAS” IMPRESSÃO: FIG, Indústrias Gráficas, SA – Rua Adriano Lucas – 3020-265 Coimbra Telef.: 239.499.922 N.º de Registo no ERC: 124.782 Depósito Legal nº: 201.608/03 TIRAGEM: 10.000 exemplares
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Factos O O verdadeiro ponto de encontro nos dias de hoje,
tanto para indivíduos, como para as empresas e outras entidades, é na Internet. O As novas tecnologias estão a desempenhar um papel fundamental no processo de mudança do sector de reparação automóvel. O Cada vez mais as pessoas estão no universo virtual
e menos na vida real. Comunicar hoje já só é viável nas redes móveis e online. O Com a evolução das tecnologias móveis e as redes sociais, os sistemas de gestão das oficinas estão a sofrer modificações profundas. O Os programas de gestão de clientes permitem criar
perfis de reputação para a oficina, a partir das reparações efectuadas e de todo o histórico da empresa. Todos os dias temos que aprender coisas novas, como a telemática, mas não existe rigorosamente opção para essa via tecnológica. O
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estado! É um sistema de comunicação anacrónico que de facto já pertence ao passado. Comunicar hoje já só é viável nas redes móveis e online. Apanhe rapidamente a boleia das novas tecnologias e entre numa nova era de comunicação e interação com os seus clientes, se é que ainda não o fez! Q MOTIVAÇÃO EM MOVIMENTO As chamadas aplicações electrónicas (apps) são programas com base na Internet, que proporcionam uma pequena oferta de funções, que podem ser previsões meteorológicas (The Weather Channel), jogos vídeo, navegação por satélite (GPS) ou programas de manutenção para automóveis. Qualquer telefone inteligente ou computadores compactos de bolso (tablet) tem uma função App Store, associada a um cartão de crédito, que permite ter acesso imediato a conteúdos e descarregar os apps que o utilizador pretender. Com os app no nosso aparelho móvel inteligente de ligação à Internet, podemos dispor de todas as funções existentes no App Store. Adicionalmente, está disponível outra tecnologia de grande impacto, que é a
SEO (search engine optimization). Grande parte dos utilizadores ainda não estão completamente familiarizados com a teoria e a prática desta tecnologia totalmente nova, mas os utilizadores do iPhone 4S podem recorrer ao Apple’s Siri, que permite colocar a SEO em dispositivos móveis. Uma das possibilidades da função Siri é chamar um táxi, por exemplo, sem nos preocuparmos em ter acesso a empresas de táxis, porque o programa contacta imediatamente o táxi disponível mais próximo do local onde estamos. Isto é muito bom e muito mau, porque o site em que investimos passa a ser “invisível” para essas aplicações. Se nós queremos ter acesso, por exemplo, ao mercado das pessoas que buscam uma oficina através de um app específico, temos que fazer um contrato com o serviço automático de busca, o que é capaz de valer bem a pena, porque o programa encaminha todos os condutores mais próximos para a nossa oficina! Estamos portanto a entrar noutro patamar de funcionalidades da Internet. Imagine-se a que distância (anos luz…) estão as pessoas que ainda “estão a pensar” em ter acesso online.
Q LIÇÕES DE MARKETING Com a evolução das tecnologias móveis e as redes sociais, assim como a influência que estão a ter na forma como compramos e como chegamos até aos nossos clientes, os sistemas de gestão das oficinas e ferramentas de marketing estão a sofrer modificações e atualizações profundas. Os programas de gestão de clientes já não só dão imensas possibilidades de programar a relação da oficina com os clientes e de manter um fluxo de informações constante nos dois sentidos, como permitem efetuar estatísticas da atividade e até criar perfis de reputação para a oficina, a partir dos seus clientes, das reparações efectuadas e de todo o histórico da empresa. Claro que há toda a informação técnica de que a oficina hoje necessita, como manuais de reparação, boletins técnicos, catálogos de peças e esquemas eléctricos, mas isso já pertence à rotina. Agora, os programas de marketing disponíveis oferecem calendários automáticos de manutenção para os dispositivos móveis dos clientes, que recebem na hora certa todos os avisos
de manutenção, assim como promoções, ofertas e testes gratuitos. Não existe nenhum sistema de marketing com a relação custo/retorno que possa igualar estes sistemas atuais! Os programas de gestão para oficinas estão igualmente a entrar forte com ferramentas de análise de rentabilidade e de produtividade, juntamente com encomendas automáticas de peças e de gestão de stocks. No final do dia, da semana ou do mês, o gestor só tem que olhar para o ecrã do computador, para ver todos os indicadores críticos do negócio atualizados, com os indispensáveis avisos e indicações. Já não é preciso telefonar ao técnico de contas ou ir ao banco para saber como vai negócio: agora, está tudo na ponta dos dedos! A revolução tecnológica já não está só dentro dos veículos, mas entrou também e a toda a velocidade nas próprias oficinas. Todos os dias temos que aprender coisas novas, como a telemática, mas não existe rigorosamente opção para essa via tecnológica, porque é ela que ilumina o caminho do futuro e nós temos que olhar em frente!
REDUÇÃO
CUSTOS E04 julho 2013
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NAS OFICINAS
CAMPANHA
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VII Capítulo m Acordos cores e Clientes o Forneced
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CAMPANHA REDUÇÃO DE CUSTOS NAS OFICINAS
Vender mais e
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urante décadas as Oficinas conseguiram desenvolver um modelo de negócio, em que os clientes entravam pela porta dentro, apenas com o objetivo do seu carro ser reparado e com uma expetativa de prazo de reparação e preço. Situação completamente diferente do que se passa nos dias de hoje. Os conceitos Oficinais desenvolvidos pela chamada Nova Distribuição e Fast Fit como o Feu Vert; Norauto; Roady e Midas, respetivamente, colocam os seus serviços à disposição dos consumidores em horários muito alargados (inclusivamente ao fim de semana), com uma política de preços fixos e com uma comunicação muito agressiva, em muitos casos sustentada pelo “Folheto” da insígnia, com os produtos e serviços em campanha. Estes conceitos oficinais vieram alterar um status quo instalado no setor. O que resultou em que eles próprios, ao longo dos anos, têm vindo a sofrer alterações na gama dos serviços prestados e na relação de importância entre a Loja e a Oficina. Um fator decisivo no sucesso destes conceitos, passa pela sua localização, que é sempre objeto de cuidado estudo. O objetivo é, claramente, estar sempre em local com forte afluência de pessoas (potenciais consumidores) e/ou forte visibilidade. As Oficinas de Marca (Oficinas Autorizadas de Reparação) na sua maioria, perante um contexto económico muito restritivo, têm sentido substanciais quebras nas entradas. A fim de contrariar esta situação algumas Marcas estão a desenvolver Programas de Fidelização e/ou Campanhas de Serviços, para atraírem novamente clientes às oficinas das redes respetivas. Existe assim, uma parceria entre o representante da marca (que desenvolve e comunica a campanha a nível nacional) e, a Oficina que a representa
(que comunica e implementa a campanha a nível regional), com o objetivo de ambas as partes angariarem mais negócio. A perceção criada no consumidor ao longo dos anos, - que as Oficinas de Marca tinham um custo superior, eram pouco flexíveis e monomarca -, dificultam muito a nova estratégia. No entanto, existem muitas Oficinas de Marca que conseguem fidelizar clientes através de uma estratégia de oferta de produtos alternativos, mantendo o mesmo nível de competência técnica dos serviços prestados, que será seguramente um dos maiores ativos de qualquer Oficina de Marca. No que diz respeito à maioria das Oficinas Independentes, estas também estão a sofrer uma diminuição do seu negócio, quer em termos de vendas quer em termos de margem. A questão é que para algumas destas Oficinas ao serem independentes, estão também sozinhas, querendo isto dizer que não pertencem a qualquer Rede de
Oficinas. Redes como a Bosch Car Service ou a TOP CAR, entre outras, são constituídas por Oficinas Independentes. Embora ligadas a um conceito, usufruem de um conjunto de serviços de apoio ao negócio, que lhes permite encarar as dificuldades duma forma completamente diferente. As Oficinas Independentes são, por tradição, empresas em que os seus fundadores são e/ou foram técnicos do setor automóvel e cujas competências assentam sobretudo na técnica. Conforme constatamos anteriormente neste artigo, quer as redes da Nova Distribuição e Fast Fit, quer as Oficinas de Marca, investem fortemente em Marketing para conseguirem comunicar as suas “mensagens”com o consumidor final e desta forma fomentarem o negócio. As Oficinas Independentes não podem considerar, ainda hoje, ser possível vencer neste meio, sem o suporte do Marketing no seu negócio. Não sendo esta uma área em que os gerentes das Oficinas Independentes se sintam muito confortáveis, devem
solicitar suporte a quem a domine e conheça o setor. As Oficinas Independentes, que pertençam a uma rede, devem partilhar com os responsáveis dessa rede as dificuldades do negócio. Os pontos fortes e fracos da concorrência e quais os objetivos a que se propõem, para uma campanha, ou até mesmo, uma alteração de estratégia de serviços e/ou clientes alvo. Nem sempre o que funciona bem em Lisboa ou Porto, funciona de igual forma em Viseu ou Faro, e a especificidade de cada região, e tipo de cliente, deve ser considerada nas estratégias de marketing regionais e singulares. O desenvolvimento de campanhas de serviços auto com alcance nacional, nem sempre são aquelas que melhor funcionam para os aderentes de uma rede, que na sua região tem especificidades de tipologia de cliente e/ou serviços, muitos particulares. Para que os custos envolvidos numa campanha de marketing seja o mais otimizado possível, é absolutamente necessário que A Oficina Independente consiga desenvolver conjuntamente com os Responsáveis da Rede todo um processo com elevado grau de objetividade no retorno previsto. Campanhas de notoriedade de marca, com tradicionais elevados custos, quando estamos num momento económico de elevadíssima necessidade de Vendas não fazem qualquer sentido. O objetivo tem de ser só um: Vender Mais e Vender Melhor! As Oficinas Independentes que se apresentam ao mercado como não pertencendo a qualquer Rede de Oficinas Auto têm, no entanto, seguramente fornecedores de Peças que poderão ser aliados importantes no desenvolvimento de estratégias e campanhas de marketing. Estas Oficinas devem exigir aos seus principais fornecedores de peças que sejam, também, verdadeiros parceiros de negócio em substituição de meros fornecedores. Muitas vezes discute-se 1% de desconto
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i As oficinas necessitam de desenvolver parcerias com Fornecedores e Clientes, a fim de conseguirem otimizar o seu negócio Por: Dário Afonso
Patrocinadores numa peça, mas raramente é discutido o valor deste tipo de suporte ao negócio e aquilo que pode influenciar nas vendas, na fidelização do cliente da oficina e na imagem percebida pelo cliente relativamente a esta. A relação, muitas vezes puramente comercial que existe entre o Fornecedor de Peças e a Oficina Auto tem de passar para um outro nível. O Fornecedor de Peças depende das Oficinas Auto para a viabilidade económica do seu negócio e, muitas vezes, assistindo a uma diminuição gradual da atividade económica dos seus principais clientes, o Fornecedor assiste passivamente a essa tendência, sabendo que a curto prazo ela lhe trará consequências nefastas. Para que tal processo seja travado, a melhor forma de o fazer é ajudar os clientes a manterem uma atividade económica saudável. O suporte ao negócio das Oficinas poderá ser realizado através de ferramentas técnicas, marketing, gestão oficinal e gestão financeira. CLIENTE FINAL E CLIENTE EMPRESA Se já percebemos que os fornecedores podem e devem ter um papel importante no desenvolvimento do negócio oficinal, e potencial redução de custos do mesmo, é também importante, desenvolvermos uma estratégia no que diz respeito a clientes. Uma Oficina pode ter muitos tipos de clientes, mas de forma muito generalizada e unicamente para simplificar a nossa estratégia de implementação, vamos definir 2 tipos: Cliente Final e Cliente Empresa (Cliente c/ frota). No 1º caso, o cliente final é muito sensível ao desconto e ao benefício que possa retirar de uma campanha ou de um cartão de fidelização. Para compreendermos como o consumidor português define as suas decisões de compra, basta verificar o sucesso dos “Cartões Desconto” que as grandes cadeias de distribuição utilizam no nosso país, assim como, as gasolineiras (na maioria dos casos, já temos estes dois grandes grupos de distribuição a trabalhar em
conjunto, para entre eles, fidelizarem o cliente). Como é do conhecimento geral, o setor do pós-venda automóvel ainda hoje é gerador de grande desconfiança no consumidor e, sendo esta perceção uma ameaça ao setor, pode tornar-se numa oportunidade se a transparência entre o Serviço Prestado versus Custo, for total. Esta não é uma ameaça de um qualquer grupo identificado, mas sim, de todos os players do pós-venda. Por isso, ganham todos se o trabalharem em conjunto. O 2º caso, o cliente frota é muito sensível ao custo e ao tempo de imobilização das viaturas em intervenção técnica. Numa frota de empresa, uma viatura parada é custo duplo ou triplo. Explicamos: Viatura parada tem um custo fixo (Leasing; Renting; Seguro;…) sem retorno; É necessário encontrar uma solução alternativa para o colaborador que utiliza a viatura imobilizada (Aluguer de Viatura; Colocação em serviço de outra viatura da empresa;…);
Se não for possível, nenhuma das soluções anteriores, o colaborador da empresa fica sem executar a função para a qual foi contratado. Para que a relação de assistência técnica entre a Oficina Auto e a Empresa Frota seja o mais clara e transparente possível, será importante fazer uma proposta formal contemplando: - Condições Comerciais (MDO; Desconto nas Peças; Rapel;… ); -Condições Financeiras (Prazo limite de Pagamento; Beneficio p/ pagamento antecipado,…); - Qualidade das Peças aplicadas (importante para manutenção de garantia do fabricante); - Tempos previstos de intervenção (imobilização das viaturas); - Condições de Garantia. Algo que escapa muitas vezes às Oficinas que desenvolvem um acordo com uma empresa que possui uma frota é a possibilidade de desenvolverem um “Programa
de Fidelização” com os colaboradores dessa mesma empresa. Explicamos: A Oficina A tem um acordo para assistir a frota da empresa X e essa empresa tem 30 colaboradores. A Oficina A, poderá apresentar uma proposta ao gerente da empresa X, que se os colaboradores da sua empresa forem à Oficina A então terão um benefício por pertencerem à empresa. Desta forma a Oficina A assiste a frota da empresa X e ainda tem 30 clientes potenciais. Para a empresa X, será uma forma de proporcionar um benefício aos seus colaboradores sem qualquer tipo de custo para a mesma. A sobrevivência do setor oficinal passa por novos modelos de negócio, novos modelos de parcerias, e muita criatividade por parte dos gestores. Quem continuar a fazer mais do mesmo, vai ter como resposta o mesmo. As Oficinas Auto têm de apostar forte em Marketing e Fidelização de Clientes. Não existe outra opção!
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GESTÃO
Sistema de gestão Kaizen
Sabedoria prática i O sistema de gestão Kaizen resulta essencialmente do bom senso, sentido da observação, organização, objectividade e intencionalidade. Nada que ninguém possa adquirir por si, desde que o deseje e se esforce por alcançar
N
a cultura dita ocidental, cultiva-se uma visão etnocêntrica da evolução histórica e do Mundo, o que muitas vezes oblitera a realidade da cultura e da civilização orientais terem mais de 5.000 anos, com tudo o que isso representa de aprendizagem e identificação de valores. A civilização mediterrânica greco-romana em que assenta o desenvolvimento da cultura ocidental, terá sensivelmente 2.500 anos, isto é, metade do tempo de desenvolvimento e de maturação da cultural oriental, que está especialmente viva em países como o Japão e a China, só para falar nos principais focos dessa cultura. Em termos genéricos, a cultura ocidental valoriza essencialmente a inovação e a mudança, enquanto a cultura oriental valoriza acima de tudo a disciplina, o método e a organização. Como estratégia, o ocidente aposta na confrontação e nos valores da força física e rapidez, cujo paradigma são os jogos
olímpicos e a maior parte dos desportos que hoje se praticam globalmente. Em contrapartida, no oriente a estratégia preferida é a defensiva, na qual o estudo e a identificação minuciosa das fraquezas do adversário jogam um papel fundamental. O desporto por excelência é o xadrez ou o judo. Claro que as duas culturas estão em processo de fusão e são obviamente complementares, mas dessa fusão acabarão por emergir inevitavelmente os valores mais sólidos e perenes de cada um dos lados. Uma lição importante nesse sentido foi a vitória no Vietname da tenacidade, da capacidade de resistência e da humildade dos locais, face ao descomunal poder militar dos norte-americanos.
Q SISTEMAS DE GESTÃO O ponto de vista implícito em qualquer sistema de gestão é o facto do ser humano ser naturalmente por si imperfeito, descuidado, ineficiente, desorganizado e inconsistente, podendo chegar mesmo a ser caótico, imprudente e imprevisível. Um sistema de gestão de atividades e negócios visa portanto enquadrar os comportamentos humanos e canalizar a sua energia para fins construtivos e resultados consequentes. O exemplo mais comum são os sistemas de gestão da qualidade da ISO - International Standard Organization, através dos quais se pretende garantir uma qualidade mínima uniforme de todos os produtos e serviços apresentados no mercado. Em muito casos, a certificação de qualidade é já um requisito de acesso a esse mesmo mercado. A certificação ISO é válida para qualquer sector de atividade, mas há sistemas de gestão mais específicos para o sector de reparação automóvel, como a Certificação CZ ou Certificação TUV, entre outras. De qualquer modo, o sistema de gestão tem como meta instalar procedimentos padronizados e práticas corretas, através dos quais se alcançam os resultados previstos, independentemente das empresas em questão e dos operadores envolvidos. A grande diferença do sistema de gestão Kaizen para outros sistemas conhecidos é que estes têm uma matriz fixa e visam resultados concretos e definidos. No caso do sistema Kaizen, que significa literal-
mente melhoria contínua, a matriz é evolutiva e vai sendo definida pela interação dos participantes, ao passo que os objectivos são mais genéricos e menos restritos. Quando se fala em optimização, por exemplo, não podemos impor um determinado limite, porque o óptimo pode ser sempre melhor. Tal como a excelência, que é um conceito superlativo e não está portanto sujeito a limites. Outra diferença muito importante do sistema Kaizen é a natureza voluntária do envolvimento dos participantes. As pessoas aderem ao sistema de gestão porque identificam nele vantagens para a empresa e para si próprias. Noutros sistemas, a adesão às regras é contratual e compulsiva, porque fazem parte das condições de trabalho, embora também possa existir outro tipo de envolvimento, dependendo do cariz da gestão da empresa. No caso do sistema Kaizen, a melhoria contínua implica que a partir de um objectivo alcançado se pode avançar para outro e o ciclo evolutivo constitui uma espiral que nunca se fecha. Q DOMÍNIO DA RAZÃO A grande dificuldade em avançar para um sistema de gestão é a própria dificuldade das pessoas aceitarem que existe uma Razão superior à sua e que o “seu“ negócio pode ser gerido por princípios universalmente comprovados e garantidos. Por outro lado, muitos promotores de negócios falham geralmente no diag-
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vicioso, em que há dispensas de pessoal, desativação de equipamentos, redução de investimentos, etc., o que gera uma espiral recessiva. Em vez desta corrida para o abismo, o sistema de gestão permite optimizar as condições existentes e começar a gerar valor para o mercado, condição indispensável para ter mais clientes e aumentar o volume de negócios. Uma das ferramentas que o sistema de gestão Kaizen tem para várias atividades industriais, entre as quais a reparação de veículos chama-se 5S (Fig. 1), ou melhoria das condições do local de trabalho, que inclui cinco vectores: TRIAGEM – Consiste em escolher e retirar tudo o que não faz falta no ambiente de trabalho e criar assim mais espaço, para organizar melhor as atividades produtivas. ARRUMAÇÃO – Definir o layout de acordo com o princípio “um lugar para cada coisa e cada coisa no seu lugar“. Isso significa que ferramentas, equipamentos, produtos, peças, etc., estão mais acessíveis pelo seu grau de utilidade e frequência de utilização. FIG. 1 - Uma das ferramentas que o sistema de gestão Kaizen tem para as várias atividades, entre as quais a reparação de veículos, chama-se 5S, que inclui 5 vectores: Triagem, Arrumação, Limpeza, Normalização e Disciplina
nóstico das suas empresas e acham que “está tudo bem“, mesmo quando já existem sinais de degradação da gestão. Geralmente, só aceitam que estão “KO“, quando chegam a uma situação para a qual já não têm nenhuma resposta válida. Em muitos casos, porém, já ultrapassaram o ponto de retorno. Muitos empresários falham também a percepção de que aquilo que consideram o “seu“ negócio é também um compromisso para com a sociedade, os colaboradores, fornecedores, clientes e outros intervenientes do mercado. Essa falta de consciência social e dos deveres de cidadania impede-os de ver que além dum privilégio, de uma vantagem e de uma fonte de prestígio, o negócio é igualmente uma responsabilidade que comporta deveres e exige auto controlo. Por exclusão de partes, chegamos à inevitável conclusão de que os sistemas de gestão existem para aqueles que identificam os riscos do seu negócio e têm uma sã consciência das suas próprias limitações, pretendendo melhorar o seu desempenho e consolidar o seu projeto de vida. Aceitam por isso o domínio da Razão e submetem-
-se às suas regras regeneradoras, não como uma punição, mas como uma oportunidade de entrar noutra dimensão das suas próprias expectativas. Q DE KAIZEN A LEAN O célebre e talentoso escultor e pintor da Renascença Italiana Miguel Ângelo, que entre outras obras imortais nos deixou o tecto da Capela Cistina, em Roma, dizia com grande sabedoria e humildade que apenas retirava o que não era necessário dos blocos de mármore que esculpia. Obviamente, o que restava era a obra de arte que a sua mente tinha concebido. No sistema de gestão Kaizen, um dos grandes objectivos, que é também uma das suas estratégias fundamentais, consiste em eliminar na empresa tudo o que não tem valor e acrescentar tudo o que pode gerar valor, obtendo-se um negócio no verdadeiro estado da arte, cuja oferta conjuga a máxima qualidade, como o preço mais competitivo. Os produtos e serviços tornam-se assim atrativos para o cliente, porque ele sente imediatamente que não está a pagar custos desnecessários e a sustentar ine-
ficiências. A empresa pode assim entrar no estado lean, o que significa que os seus custos refletem apenas o valor acrescentado aos produtos. Para chegar aí, o gestor terá que melhorar ao máximo todos os seus indicadores de performance do negócio chave (KPIs), entre os quais a eficiência de processos, a produtividade, nível de serviço, gestão de stocks, satisfação do cliente, etc. Q KAIZEN NA OFICINA Reconhecidamente, as oficinas de reparação automóvel apresentam em geral índices muito fracos de aproveitamento de tempo, da mão-de-obra disponível, das instalações e do espaço existente, bem como da capacidade produtiva global disponível. São verdadeiros negócios em “part-time”. É óbvio que assim é difícil garantir a rentabilidade e solver os principais compromissos, especialmente em remunerações aos empregados e em pagamentos aos fornecedores, porque não há retorno para o investimento realizado. Nestas situações, um sistema de gestão é indispensável, porque se cria um ciclo
A aplicação da filosofia Kaizen numa oficina de reparação automóvel, traz muitas vantagens para toda a organização, a nível de gestão do espaço e do tempo. Evitar o desperdício de meios e gastos desnecessários, são os grandes objetivos
LIMPEZA – Manutenção e/ou restauro das condições de higiene, segurança e bem-estar do local de trabalho. NORMALIZAÇÃO – Criação de normas práticas e visuais para garantir as três ações anteriores. DISCIPLINA – Cumprimento das normas que forem estabelecidas para optimizar as condições do local de trabalho.
Conclusão: Este artigo não pretende ser um manual prático de gestão Kaizen, mas simplesmente alertar o leitor para as oportunidades de melhorar o negócio que encerra este tipo de gestão, que é utilizado entre outros, pelo maior construtor automóvel, a Toyota. Valeo, FAG, Rolls-Royce e Daimler Chrysler são outras marcas do sector que não dispensam os conceitos de gestão Kaizen. A nível nacional, a Mahle, a Europcar, Grupo Salvador Caetano, Volvo, PSA Peugeot Citroen, VW, Skoda, Ford, BMW, Bosch, Auto Sueco, Luís Simões e DHL são outras empresas que confiam no mesmo modelo de gestão. Garantidamente, é um sistema que se amortiza a si próprio rapidamente e deixa uma marca permanente na empresa de grande valia, podendo significar a diferença entre sobreviver a custo e prosperar com dignidade e confiança. Nas páginas seguintes falamos da Dieselsys, uma oficina do Porto, que adoptou o sistema de gestão Kaizen há um ano e cujos resultados são visíveis a nível de aumento da produtividade e rentabilidade do negócio.
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Caso Prático
Dieselsys implementa Kaizen A Oficina Dieselsys pertence ao grupo Fafediesel e utiliza há cerca de um ano a filosofia Kaizen para a melhoria contínua dos seus serviços António Trigo Morais, consultor do grupo na área da gestão é a pessoa responsável pela implementação da filosofia Kaizen na Dieselsys. Em entrevista ao JORNAL DAS OFICINAS, explica as vantagens e melhorias registadas na atividade da empresa depois da utilização das ferramentas kaizen na sua organização e gestão. O que foi preciso fazer para implementar o sistema Kaizen na Dieselsys? Uma grande vontade da Administração e dos colaboradores para alterar as habituais formas de trabalho focalizadas nas “necessidades organizativas” da Empresa e passar para as “necessidades reais” dos Clientes. Em termos operacionais pretende-se : O Capacitar e criar e a cultura para a melhoria contínua; O Melhorar a motivação de colaboradores; O Disseminar o uso de métricas explicativas do trabalho das equipas e dos resultados da Empresa. Que tipo de metodologias Kaizen estão a ser utilizadas para melhorar o desempenho da Dieselsys? As equipas naturais estão a aplicar as ferramentas de estabilidade básica para a organização dos seus postos de trabalho, as principais e obrigatórias na implementação da filosofia Kaizen são: 5S, Trabalho Normalizado, Gestão Visual e Resolução Estruturada de Problemas. Haverá ainda outras como o Plano de Trabalho Dinâmico e o Planeamento de Fluxos que serão implementados numa fase seguinte depois das ferramentas de estabilidade básica estarem absorvidas Como estas metodologias conseguiram aumentar a produtividade na oficina e reduzir os custos? Sim, o facto dos postos estarem organizados e as tarefas alocadas de forma transparente permitiu ganhos de tempo com redução de custos de operação. Paralela-
Como resultados imediatos da implementação do Kaizen, de referir a organização dos postos trabalho, transparência nas tarefas e cumprimento de objetivos
mente verificou-se a melhoria da satisfação do cliente pela diminuição nas taxas de reclamação. Muito importante a referir é o compromisso entre todos os que operam no “gemba” (terreno) para em sintonia com os objectivos estabelecidos com a Direção e usando as ferramentas Kaizen, encontrar as melhores soluções para os seus problemas do dia a dia... Como os princípios Kaizen estão a ajudar a Dieselsys a ser mais competitiva? A participação dos colaboradores na identificação dos problemas e na procura das soluções compromete as equipas naturais para o sucesso das intervenções de melhoria. Existe uma mudança lenta mas segura na sua da forma de estar e na busca incessante de fazer melhor. Que tipo de formação tiveram os recursos humanos da Dieselsys para conseguirem trabalhar com as ferramentas Kaizen? A formação inicial incidiu em mudar a percepção dos participantes face às oportunidades e soluções de melhoria existentes na Dieselsys. O objetivo inicial era vencer a natural resistência à mudança (paradigmas) e desenvolver uma atitude aberta às novas ideias. Os participantes foram formados na metodologia 5S, nos conhecimentos básicos da filosofia Kaizen de melhoria contínua e combate ao desperdício. Procurou-se transmitir aos formandos os conhecimentos e exemplos práticos das atividades de modo
A cultura já foi apreendida pelos colaboradores operacionais
a desenvolverem uma visão e cultura de melhoria global. Quanto custou a implementação do projeto kaizen na Dieselsys? Existem vários tipos de intervenção Kaizen. As atividades de melhoria ao nível das equipas naturais, os Projetos Específicos desenvolvidos com equipas multidisciplinares e as atividades de Suporte à Melhoria (Estratégia, Qualificação e Auditorias). Poderemos afirmar que é um investimento com retorno inferior a 1 ano.
A Dieselsys está atualmente a servir melhor os clientes e com menos stress por parte dos funcionários. Todos se apercebem dos problemas e prioridades a resolver e é mais fácil encontrar as soluções mais eficazes em cada momento. Os colaboradores têm uma oportunidade de darem o seu contributo e demonstrarem serem capazes de defender os seus pontos de vista dentro da equipa natural a que pertencem. O que mudou na cultura da Dieselsys com a aplicação dos princípios kaizen? A Cultura sempre foi muito forte, e a participação de todos foi uma boa surpresa. O processo está em andamento, passado este tempo de trabalho conjunto entre a Dieselsys e o Kaizen, vai ser muito mais fácil implementar novas ferramentas. A cultura já foi apreendida pelos colaboradores operacionais, importante referir que pretendemos no futuro aplicar as mesmas ferramentas nos Departamentos Administrativo e Financeiro.
Quanto tempo levou a implementar o projeto kaizen na Dieselsys? Considerando apenas o “Daily Kaizen”, e depois de uma fase inicial de 3 meses, a implementação continua em curso. Quando iniciado o processo de melhoria contínua este não pára mais. As equipas reúnem e encontram melhorias para implementar. Quais foram os resultados imediatos da aplicação das ferramentas Kaizen na Dieselsys? Como resultados imediatos podemos apontar a organização do posto de trabalho, a transparência nas tarefas a realizar e o cumprimento de objectivos quantificados para a semana e mês em cada um dos departamentos. Quais as grandes vantagens/benefícios da aplicação dos princípios Kaizen para o Grupo Dieselsys?
Existe uma mudança lenta mas segura na forma de estar dos trabalhadores
O DIESELSYS
Rua Eng. Ezequiel de Campos, 398 4100-228 Porto Gerente: Diogo Novais Telf: 226 197 900 Fax: 226 197 909 e-mail: dieselsys@boschcarservice.pt internet: www.fafedieselgroup.com
Quando iniciado o processo de melhoria contínua este não pára mais
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José Carlos Pires, Senior Manager do Kaizen Institute Portugal
“É difícil mudar e treinar hábitos!” Presente em Portugal desde 1999, o Kaizen Institute implementa as estratégias necessárias para que a melhoria contínua seja uma prática permanente dentro das organizações Com um portfólio de serviços destinados a conseguir a excelência operacional através da melhoria da qualidade dos produtos e serviços, do aumento da produtividade e da motivação dos colaboradores, o Kaizen Institute Portugal dá suporte à implementação de processos que permitem a prática da Melhoria Contínua (significado da palavra japonesa Kaizen) de uma forma sustentada. Com o objetivo de saber como o sistema de gestão Kaizen pode ser utilizado nas empresas de reparação e manutenção automóvel, entrevistamos José Carlos Pires, Senior Manager do Kaizen Institute Portugal. Como define o conceito Kaizen? Kaizen é uma palavra japonesa que significa “melhoria contínua”. A melhoria contínua é uma filosofia que pretende envolver todas as pessoas em todas áreas, fazendo-o todos os dias e de uma forma periódica. Se não for assim, não estamos realmente a fazer Kaizen. Numa organização existe, ou deve existir, a necessidade de melhorar os Key Performance Indicators (KPI’s) – eficiência, produtividade, nível de serviço, nível de stocks, satisfação do cliente, etc. A partir daqui o objetivo é perceber quais são as atividades que realmente agregam valor para o cliente e aquelas que não agregam. A ação será, claramente, reduzir ou eliminar as variadíssimas tarefas que não agregam valor, tendo, desta forma, mais tempo para as tarefas que realmente acrescentam valor. Como os princípios Kaizen podem ajudar as oficinas de reparação a serem mais competitivas e também libertar cash-flow para desenvolverem a sua atividade? Esta questão é muito longa. Conforme referido na resposta anterior, a prática do Kaizen leva a que sejam eliminadas as tarefas sem valor acrescentado, o que proporciona melhores resultados e contribui para o aumento da competitividade da organização. Quanto à libertação de cash flow, este é o resultado de alguns KPI’s. Ao adotar a filosofia Kaizen podemos, por exemplo, reduzir o dinheiro empatado em stocks melhorando a gestão dos mesmos, ter um nível de serviço mais rápido se conseguirmos entregar o produto e receber do cliente mais cedo e podemos, inclusivé, melhorar os incobráveis.
O que é preciso uma oficina de reparação automóvel fazer para implementar um sistema kaizen? A resposta a esta questão depende um pouco do estado da arte da oficina. Em primeiro lugar, é importante assegurar que a administração está consciente de que há espaço para a melhoria nos KPI’s, não se resignando, como por vezes acontece, a “externalizar” todos os problemas, atribuindo-os, por exemplo, à conjuntura atual (que, é claro, também tem a sua importância). Ao reconhecer a necessidade e vontade de implementar o sistema Kaizen, são várias abordagens que se podem colocar. A oficina pode querer um projeto específico, no qual se melhora um aspeto concreto (exemplo: melhorar a gestão de stocks, ou melhorar a produtividade na reparação de bombas de gasóleo). Por outro lado, a oficina pode querer criar um sistema de melhoria contínua, através do que chamamos de Kaizen Diário. Ao optar pela adoção deste sistema, são criadas equipas, quadros de equipa, indicadores que têm de ser seguidos diariamente, ações de melhoria da equipa, é melhorada a comunicação entre setores, normalizam-se operações e reduz-se a variabilidade. No fundo, faz-se com que a própria equipa consiga melhorar gradualmente todos os dias. Em paralelo com esta prática diária, é possível integrar projetos de melhoria focalizados, acompanhando todas as atividades de melhoria (projeto e diário) por um suporte bem estruturado (designado Kaizen Suporte). Que tipo de metodologias são utilizadas no sistema kaizen para melhorar o desempenho das oficinas? São várias as metodologias que podem ser utilizadas no sistema kaizen para melhorar o desempenho das oficinas, como os 5S’s, o trabalho normalizado, a gestão visual e a resolução estruturada de problemas. Que tipo de formação devem ter os recursos humanos de uma oficina para poderem começar a trabalhar com as ferramentas Kaizen? Qualquer colaborador pode praticar Kaizen, independentemente da sua qualificação anterior. No arranque das atividades, é importante que haja uma formação naquilo que nós chamamos de “Kaizen Foundations”, onde se cria o “awareness” para o desperdício e se começa a distinguir
o que é valor acrescentado do que não é. A partir daqui, são muitas ferramentas que se podem implementar, mais ligadas à qualidade, ao serviço, à produtividade, entre outros. Quanto custa um projeto kaizen? Um “projeto Kaizen” pode ter uma dimensão muito variada, dependendo daquilo que se quer abranger e dos objetivos definidos. Há projetos pequenos, projetos médios e projetos de grande dimensão, todos com investimentos diferentes. Todos os projetos são vistos como investimentos com retorno, e, devido às melhorias resultantes da implementação do projeto, esse investimento fica “pago”, normalmente, em menos de um ano. Quanto tempo leva a implementar um projeto kaizen numa oficina de reparação automóvel? A duração depende do tipo de projeto em questão. Partir paredes é fácil, fazemos e já está! Mudar e treinar hábitos é mais difícil e leva algum tempo. Quanto maior é a organização, mais hábitos há para mudar e treinar. Podemos ter projetos que levam três, seis, nove meses, ou até um ano. Em termos culturais, uma vez iniciada a prática da melhoria contínua, nunca mais pára. Quais as grandes vantagens/benefícios da aplicação dos princípios Kaizen para as oficinas e para os seus funcionários em particular? A organização, a produtividade e a melhoria do nível de serviço são resultados imediatos. Quanto aos funcionários, estes têm um papel importante porque os projetos/iniciativas Kaizen envolvem as pessoas. Há uma participação ativa em workshops, e as opiniões dos colaboradores são tidas em conta, uma vez que é deles que provém uma parte considerável das melhorias. Um projeto Kaizen não consiste em “prescrever uma receita”, mas sim em trabalhar lado a lado, com equipas multidisciplinares da empresa. E para os clientes e fornecedores, quais são as mais valias que sentem com a aplicação destes princípios na atividade da oficina? A nível dos clientes, o projeto resulta na oferta de um melhor serviço. Com os fornecedores, conseguem-se melhores níveis de comunicação, desenvolvendo-se um ambiente de parceria.
Os hábitos culturais do povo português são um handicap ao desenvolvimento dos princípios Kaizen? Não. Todos os países têm hábitos culturais, e Portugal não é exceção. Há sempre pessoas a favor, pessoas contra e indecisos. O importante é ganhar os indecisos e envolvê-los o mais rapidamente possível. Os que estão a favor são fáceis. Quanto aos que estão contra, não devemos investir/preocupar-nos tanto com eles. Como os princípios kaizen conseguem alterar os hábitos e pensamentos das pessoas? Um dos princípios mais importantes do Kaizen é o envolvimento dos colaboradores. Quando o colaborador está envolvido e está sensível ao que é desperdício, é mais fácil alterar os hábitos porque ele mesmo vê vantagem nisso para ele e para a empresa. Contudo, nem sempre é possível que isso aconteça. O que muda na cultura da empresa com a aplicação dos princípios kaizen? O reconhecimento permanente de que pode haver uma maneira melhor para o processo atual e que não têm de ter “paradigmas”. Qual é a diferença entre Kaizen e Lean? Lean é um estado, um estado “sem desperdício, sem gorduras, magro”. Kaizen é “melhoria contínua”, ou seja, a maneira de chegar a esse estado.
O KAIZEN INSTITUTE PORTUGAL
Av. D. João II, Lote 1.06.2.5B, 4º Piso 1990-095 Lisboa Senior Manager: José Carlos Pires Tel: 21 099 0460 Fax: 21 319 5609 E-mail: pt@kaizen.com Internet: www.pt.kaizen.com
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GESTÃO
Metedologia REFA
Máxima rentabilização i Os principais objectivos deste sistema organizacional REFA, são a rentabilização e humanização do trabalho, assim como a administração eficaz e competitiva das empresas
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o mundo dos negócios e da atividade económica, interessa seguir as melhores práticas e aproveitar os melhores sistemas para melhorar a produtividade e a rentabilidade, mas é igualmente fundamental preservar a identidade e a individualidade das empresas e aquilo que as diferencia no mercado. O exemplo da indústria germânica é particularmente instrutivo, na medida em que ressalta a sua grande capacidade para identificar as sinergias que podem ser aproveitadas entre todas as empresas de um sector ou mesmo de toda a indústria, ao mesmo tempo que cada um por si tenta, através da inovação e do desenvolvimento de novos conceitos e produtos, ocupar o melhor lugar possível individualmente. Isso pode ser claramente observado na indústria automóvel alemã, na qual cada construtor defende zelosamente a sua identidade, mas, por detrás desse aparente isolamento, cooperam ao mais alto nível em sistemas que podem ser partilhados, como é o caso de sistemas de injeção (Bosch), sistemas de iluminação (Hella) e transmissões (ZF), só para citar alguns poucos casos. O resultado mais óbvio dessa cooperação é o facto dessas empresas serem líderes destacados dos respectivos segmentos a nível mundial, estando sempre na linha da frente das soluções mais inovadoras, que vão por seu turno beneficiar a indústria alemã no seu todo. O sucesso assim alcançado está acima de qualquer dúvida e projeta a indústria alemã a nível global e nos mercados externos onde está empenhada. No caso português, por exemplo, alguns dos primeiros exportadores nacionais são empresas alemãs, como é o caso da Continental Pneus, da Auto Europa e da Bosch Car Multimédia, só para falar de uns poucos casos de evidente sucesso. O notável sentido de orientação estratégica das empresas alemãs está patente entre nós por intermédio da Câmara de Comércio e Indústria Luso Alemã, que constitui um excelente exemplo do dinamismo e da capacidade de intervenção da indústria alemã em áreas chave da estrutura empresarial, como é caso da formação e qualificação profissional e sistemas de optimização do factor trabalho, entre os quais podemos apontar a metodologia REFA (Associação para o Estudo do Trabalho e Organização Empresarial). Efetivamente, com mão-de-obra qualificada e com sistemas de organização do
trabalho e dos processos produtivos, nenhuma empresa se poderá queixar de falta de competitividade no mercado e de falta de rentabilidade nos seus negócios. Q METODOLOGIA REFA, PORQUÊ? Na maioria das pequenas, médias e micro empresas, entre as quais vamos encontrar muitas oficinas de manutenção e reparação automóvel, trabalham sem qualquer tipo de planeamento ou organização, improvisando à medida que as situações aparecem. Cargas horárias excessivas, ambientes de trabalho deploráveis, stress físico e psicológico, perdas de tempo intermináveis, ineficiências contínuas e má qualidade de serviços e produtos são normalmente o que resulta de não haver um método de trabalho e um mínimo de organização. Com tantos “tiros nos pés“, dificilmente uma empresa conseguirá ser competitiva e garantir a rentabilidade desejada, obtendo muitas vezes a insatisfação geral de clientes, colaboradores e fornecedores. Em certos casos, pode ser mesmo difícil conseguir fazer pior! Claro que esses erros pagam-se com o retorno que vem do mercado, que pode chegar a ser mínimo e nos piores casos nulo, obrigando a fechar as portas do negócio. O que é difícil compreender é que nesta era de circulação acelerada de informação de todos os tipos e a todos os níveis, ainda haja pessoas que não entenderam que a riqueza é gerada no processo de produção. É a diferença entre o que investimos no processo e o preço que o cliente nos paga, que é condicionado pela concorrência do mercado, que nos dá margem de lucro e gera a liquidez com que a empresa sustenta o negócio. Se os custos do processo de produção se aproximam muito do preço ou o ultrapassam, o negócio deixa de ser viável, porque não gera rentabilidade, que é necessária para solver os compromissos da empresa. Como o principal custo do processo é a mão-de-obra, se o tempo gasto no processo for superior ao tempo pago pelo cliente, referente ao preço do mercado, a empresa não recupera o custo e tem prejuízo. É assim que lentamente as empresas se vão afundando, até não conseguirem retribuir os seus custos globais. É por essa razão que a principal preocupação da Metodologia REFA consiste em analisar o processo de produção,
tentando detectar entre outros os seguintes parâmetros e condições: - Cronometragem sistemática de tempos do processo; - Detecção de tempos improdutivos; - Organização do posto de trabalho óptima (mudar umas pastilhas de travão debaixo do carro é muito diferente de fazer a mesma substituição com o carro no elevador); - Sequência do processo de trabalho (ter peças e ferramentas no local de trabalho é muito diferente de interromper o trabalho para ir procurar ferramentas e peças); - Conformação ergonómica (desapertar uma roda com uma chave de impacto custa menos do que utilizar uma chave manual e a altura da roda ao solo também pode dificultar ou facilitar a operação); - Avaliação e redução das quebras globais de produção. Q VANTAGENS DA METODOLOGIA REFA Os principais objectivos deste sistema organizacional são a rentabilização e humanização do trabalho, assim como a administração eficaz e competitiva das empresas. Em termos práticos, o processo de consultoria REFA inicia-se com uma auditoria à empresa interessada, diagnóstico da situação, avaliação e apresentação de soluções, aplicação das soluções propostas e medição dos resultados das soluções aplicadas. De uma maneira geral, esta sequência de intervenções resulta nos seguintes benefícios para a empresa que adopta o sistema REFA:
- Redução dos custos de produção, resultante da optimização dos processos de trabalho; - Aumento sensível da produtividade; - Máxima rentabilização do pessoal da empresa; - Melhores condições de trabalho; - Melhoria da qualidade do produto/ serviços.
Conclusão: A metodologia desenvolvida pela associação alemã REFA é única em todo o Mundo e pode ser aplicada a qualquer tipo de empresa, sendo especialmente indicada para processos industriais e semi-industriais, como acontece nas oficinas de reparação automóvel. Em Portugal, há empresas de vários sectores que adoptaram com sucesso a Metodologia REFA. Não temos conhecimento do custo que envolve a aplicação deste método, mas admitimos que seja proporcional à dimensão e perfil financeiro da empresa em questão. De qualquer modo, estes sistemas são facilmente e rapidamente amortizados pelo retorno económico verificado pela melhoria dos processos, sendo muito pouco relevante o seu custo. Esclarecimentos e pedidos de informações adicionais podem ser endereçados ao site da associação na Alemanha (www. refa-international.de) ou para o site da Formação Dual em Portugal : (www.dual.pt).
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ACONTECIMENTO
Reunião de imprensa Ferodo
À conquista do aftermarket i Com a realização de uma reunião de imprensa, onde estiveram presentes mais de 150 jornalistas vindos de toda a Europa, a Federal Mogul anunciou a sua estratégia para crescer mais no aftermarket com um vasto programa de apoio às oficinas independentes
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livier Legrand, Vice Presidente Aftermarket Europa da Federal Mogul, começou por referir que atualmente o aftermarket já representa o maior volume de vendas do Grupo, o que não acontecia há poucos anos atrás, quando as vendas de carros novos estavam a crescer e a produção para OE era bastante maior do que para o mercado de reposição. Para demonstrar a importância da marca Ferodo dentro do Grupo Federal Mogul, a companhia organizou uma visita à fábrica de pastilhas de travão em Mondavi, Itália. Nesta unidade, onde são produzidas mais de 67.000 pastilhas de travão por dia, a qualidade de fabrico e a segurança dos trabalhadores são as grandes prioridades. Conforme podemos verificar, todo o processo começa nos gabinetes de I&D localizados dentro da fábrica e que trabalham em conjunto com os construtores de automóveis. Só depois de muitos cálculos e testes em laboratório e estrada, as pastilhas são aprovadas para fabrico. Assim, da fábrica de Mondovi, saem anualmente mais de 24 milhões de pastilhas de travão destinadas ao mercado OE e aftermarket, todas com a mesma qualidade de fabrico. O programa Ferodo para o aftermarket, que promove o lema “You’re in control” reforça a posição da marca como líder em OE e as características e valores que a diferenciam como especialista em sistemas de travagem. O programa criado para apoiar as oficinas, baseia-se em cinco factores fundamentais: a experiência em travões, uma ampla gama e cobertura do parque automóvel, pedigree OE, qualidade de equipamento original e apoio ao cliente. Fundada em 1902, a marca Ferodo tem mais de 100 anos de experiência em travões. Em 1956, introduziu a produção em série das pastilhas para travões de disco. A empresa possui seis centros técnicos em todo o mundo com mais de 200 engenheiros que trabalham continuamente em novas fórmulas para os materiais de fricção. A Ferodo desenvolve continuamente novos produtos, entre os quais se destacam as pastilhas Eco-Friction sem cobre, que estão de acordo com a futura legislação e exigências da indústria e que vão equipar de origem os Mercedes Classe C a partir de 2014. Uma solução para a marca ganhar novos negócios no OE e que será também seguida pelos produtos que
Os principais responsáveis do Departamento de Travagem da Federal Mogul estiveram presentes na Conferência de Inprensa onde apresentaram o programa Ferodo para o mercado aftermarket sob o lema “O controlo é seu”
A experiência de fabricante OE da Ferodo permite-lhe lançar pastilhas de travão para o mercado de substituição, com qualidade OE, no espaço de 6 a 12 meses do lançamento do veículo
vende para o aftermarket independente. Em paralelo com o desenvolvimento destas pastilhas mais leves e ecológicas, os técnicos da Ferodo acompanham a tendência dos novos sistemas de travagem electrónica, estando já a produzir componentes para estes sistemas. Q PROGRAMA COMPLETO PARA AFTERMARKET A gama Ferodo de pastilhas de travão para o aftermarket cobre 99% do parque
automóvel europeu e os discos mais de 98%. A fim de aumentar a confiança das oficinas na montagem deste componentes, a Ferodo fornece um vasto conjunto de indicadores de desgaste e kits de montagem. Para complementar a gama, tem disponível uma completa linha de calços de travão e produtos hidráulicos. Ferodo é equipamento original de muitos veículos vendidos na Europa, como os Mercedes Classe A e B, Renault Clio, Ford Focus, Peugeot 207, Opel Corsa, Fiat
Punto e muitos mais. Esta experiência no mercado OE permite o desenvolvimento em simultâneo de pastilhas de travão para o aftermarket, sendo considerada uma das empresas que mais produtos lançaram no mercado, com um tempo médio de desenvolvimento de seis a doze meses para produtos. Para as oficinas de automóveis, a Ferodo fornece informações completas e estruturadas de modo a ajudar esses parceiros de negócios a tirarem o máximo proveito
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Mantendo todas as atividades 100% internas, a Ferodo garante um controlo de qualidade total
dos produtos, acelerar o diagnóstico de problemas e identificação de peças e maximizar a satisfação do cliente final. Os conselhos técnicos, guias de solução de problemas, manuais de instalação e catálogos foram complementados com a recente introdução de um centro de treino virtual interativo denominado Campus FM, que está disponível on-line 24 horas em vários idiomas. A oficina pode aceder a todos os novos materiais através do site da empresa, cujo conteúdo está disponível na língua de cada região: www.ferodo.com. Uma nova aplicação móvel, Ferodo FM permite aos clientes identificar, diretamente de seus smartphones, a referência correta para qualquer veículo particular, acedendo ao banco de dados ativo Ferodo, que cobre 99% do parque automóvel europeu. O aplicativo está disponível em 18 idiomas diferentes e incorpora pesquisas de referência cruzada e buscas de referências, juntamente com desenhos técnicos. O aplicativo oferece aos utilizadores um melhor acesso ao catálogo completo Ferodo. A Federal-Mogul tem uma participação de 27% do mercado de OEM em produtos de fricção na região EMEA (Europa, Médio Oriente e África). Esta presença em programas de OE, permite-lhe desenvolver o segmento de aftermarket para cobrir os novos veículos que chegam ao mercado. Um dos objetivos da Federal-Mogul é oferecer diferentes gamas de produtos para atender todos os segmentos de mercado: premium (Ferodo e Necto no material de travagem e Champion Aerovantage, em escovas limpa vidros), segmento médio (valor) (Wagner e Champion EasyVision)
Um programa anticontrafação garante que os clientes só recebem produtos Ferodo de qualidade genuína
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A Ferodo testa os seus produtos e ultrapassa os concorrentes em ensaios de referência relacionados com o desempenho
A dedicação contínua da Ferodo para com a investigação e o desenvolvimento é apoiada por instalações modernas para testes com cientistas e engenheiros que trabalham para fazer progredir o conhecimento da empresa e a percepção da tecnologia de fricção
e segmento de entrada (Duron e Rainy Day). Os avanços nas tecnologias de travagem em áreas fundamentais como a segurança, o conforto e a proteção ambiental estão a alargar o fosso entre as pastilhas fabricadas com as especificações do equipamento original e as genéricas de baixo custo. De acordo com a Federal-Mogul, os principais desenvolvimentos tecnológicos
em pastilhas de travão serão destinadas a adaptar esses componentes para veículos elétricos, reduzindo drasticamente o ruído. O compromisso chave da Federal Mogul com o aftermarket será sempre conseguir assegurar a qualidade dos seus produtos com a segurança dos condutores, porque acredita que a melhor maneira das oficinas conseguirem fidelizar os seus clientes é montarem produtos de qualidade.
O FEDERAL MOGUL IBÉRICA
Avda. 1ª del Parc Logistic, nº 5-7, P.I. Zona Franca 08040 Barcelona - Espanha Director Marketing: Pere Banús Telef: +(34) 917 461 817 Fax: +(34) 917 461 890 E-mail: pere.banus@federalmogul.com Internet: www.federalmogul.com
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SALÃO
Autopromotec 2013
O “oásis“ do pós-venda i A 25ª edição da Autoprometc, que decorreu como habitualmente no Parque de Exposições de Bolonha, saldou-se pelo êxito esperado, mantendo-se na tradição de um dos mais importantes eventos do pós-venda automóvel dos anos ímpares
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e portas para dentro, o ambiente fervilhante de oportunidades de negócio e as perspectivas de crescimento “sem limites“ nas economias emergentes criavam o optimismo natural de quem vê o seu futuro assegurado. No entanto, de portas para fora, os fantasmas das várias crises, ditaram as leis. Começando pela própria Itália, a braços com uma crise política sem precedentes. O pós-venda automóvel tem permanecido um pacato e tranquilo “purgatório“ no meio de todo este cenário de crise que se vive na Europa, porque depende do parque automóvel e este assenta nas necessidades de mobilidade das populações, criando uma pressão positiva sobre o mercado de produtos e serviços de manutenção de veículos. Na Europa, essa pressão é ainda mais significativa, por via das normas de segurança e de preservação do equilíbrio ecológico. Não admira pois
que a Autopromotec 2013 tenha atraído 1.512 expositores aos 156.000 m2 disponíveis, sendo 600 (39%) provenientes de 52 países externos diferentes (+7,5% do que em 2011). Também os visitantes acorreram em massa, tendo passado pela exposição 102.536 profissionais de pós-venda, dos quais 18.942 (18,5%) de fora da Itália (+2,2% do que em 2011. Duccio Campagnoli, Presidente da Feira de Bolonha, reiterou integral apoio ao evento, tendo referido a propósito que, desde que a Autopromotec existe, os fabricantes de peças e equipamentos italianos deixaram de percorrer o Mundo à procura de mercados para os seus produtos, limitando-se a expor as suas ofertas na ”sua“ Feira. Esta, tornou-se assim num dos mais poderosos meios de promoção da qualidade e da tecnologia Made in Italy. Na realidade, este ano foram realizados mais 400 encontros bilaterais B2B
Renzo Servadei, Diretor da Autopromotec 2013, fez um balanço muito positivo do Salão, que cresceu em número de visitantes e expositores, relativamente à última edição
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de negócios entre produtores e distribuidores de várias origens, ultrapassando largamente o número de encontros deste género realizados em 2011. Este sucesso permanente faz com que a edição de 2015 já esteja antecipadamente programada (20 a 24 de Maio). Q “BRIC“ EXPLODEM! Se na Europa o negócio do pós-venda está em acentuado processo de consolidação, fruto da estagnação da população e do parque automóvel, ambos em processo de envelhecimento, a economia dos países emergentes, à frente dos quais estão o Brasil, Rússia, Índia e China (BRIC), oferece um potencial quase ilimitado para os fabricantes de equipamentos e peças de manutenção automóvel. Esta situação favorece as exportações da Europa, com os fabricantes de peças e equipamentos italianos a exportarem mais de 70% da sua produção, mas está também a desenvolver a indústria local, em grande parte dinamizada por marcas europeias e norte-americanas. Isto mesmo ficou patente na 4ª edição do International Automotive Aftermarket Meeting (IAAM), evento paralelo à Autopromotec, onde se definem as linhas estratégicas de desenvolvimento do pós-venda automóvel à escala global. Entre outras intervenções, a de François Passagna, presidente do GIPA, entidade que realiza estudos de mercado através dos seus escritórios em 25 países, incluindo Portugal, revelou a grande expansão do pós-venda brasileiro, que tem nos veículos que utilizam vários combustíveis (“bi-fuel“ e “flexifuel“) uma fonte extra de serviços de manutenção. Ainda a nível regional, o maior desenvolvimento de atividades de manutenção automóvel está previsto para a China, onde o parque automóvel está a crescer ao ritmo de dois dígitos. Graves problemas de poluição urbana nas principais cidades deverão obrigar a legislação mais rígida de controlo de emissões e ao aparecimento de sistemas de mobilidade alternativos. Na Índia, a grande maioria das oficinas ainda se mantém no sector independente, mas os concessionários de marca começam a ganhar terreno, dentro das políticas de defesa das principais marcas envolvidas na disputa do mercado. Quanto à Rússia, todos os indicadores de consumo de peças e produtos consumíveis relacionados com o pós-venda apontam para cima e essa tendência deverá manter-se ainda durante bastante tempo. Q ELECTRÓNICA DOMINA NA EUROPA A estabilidade que domina no mercado europeu de pós-venda deverá ser agitada pela entrada em vigor de novos sistemas electrónicos no equipamento de série dos veículos, fazendo prever que este nicho de mercado se torne relevante a curto/ médio prazo. Além do controlo de pressão de pneus em todos os veículos, o sistema de chamada automática de emergência e-Call irá tornar-se obrigatório a curto prazo, talvez já em 2014. Com este sistema, a telemática tem o caminho aberto para
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as comunicações entre o veículo e as estruturas do pós-venda das marcas, seguindo-se provavelmente outros operadores do mercado. Prevê-se inclusivamente que as seguradoras e agentes de segurança poderão “acompanhar“ os condutores em tempo real, podendo bonificar ou penalizar os prémios de seguro e as coimas de trânsito em função do estilo de condução dos segurados e outros utentes da via. Nos veículos comerciais, o controlo das frotas passará certamente a ser totalmente telemático, podendo haver inclusivamente sistemas de controlo automático de parâmetros vitais como a pressão dos pneus, estado do lubrificante e funcionamento do motor. Também aqui a condução estará sob rigoroso controlo, tanto em termos técnicos, como de segurança. Para as oficinas, esta evolução exigirá certamente mais formação especializada, bem como programas e equipamentos de comunicações com os clientes e os veículos. Quem investir, terá em contrapartida maior proximidade com o cliente e poderá oferecer serviços inovadores de valor acrescentado, como a reparação à distância e a marcação de intervenções diretamente para painel de bordo do veículo, entre outros.
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NOTÍCIAS
Cursos Meyle na Auto Delta De 17 a 21 de Junho, a marca Meyle e a Auto Delta administraram cinco ações de formação técnica para mecânicos em Braga, Arcos de Valdevez, Vila Real, Santa Maria da Feira e Leiria. Os assuntos focaram a alta qualidade das suas peças e ferramentas profissionais para melhorar a eficiência das oficinas. Estes acontecimentos são a continuação das ações de formação conjuntas que estas empresas dão regularmente em Portugal. As ações de formação tiveram como público-alvo os mecânicos que desejam saber mais sobre peças tecnicamente melhoradas e conselhos práticos para a sua instalação. Durante estas ações houve a possibilidade de obter informações detalhadas sobre a marca Meyle e a sua linha tecnicamente avançada de peças Meyle-HD.
Campanha Verão Sachs e Boge A ZF Services Portugal premeia mais uma vez a fidelidade dos seus clientes e distribuidores com com uma nova campanha promocional a nível nacional. Pela compra de 2 amortecedores Sachs ou Boge ligeiros que a oficina realize entre 15 de junho e 15 de julho de 2013, ou até esgotar existências, num distribuidor de produtos Sachs ou Boge aderente à campanha, receberá como brinde 1 fantástica toalha de praia. Além disso, as oficinas terão a opção de receber um pólo de manga curta, se enviarem à ZF Services uma foto do póster da campanha colocado nas instalações da sua oficina. Para mais informações sobre esta campanha consultar www.zf.com/pt PUB
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Campanhas Valvoline No seguimento das suas ações de marketing para as oficinas parceiras, a Krautli, representante exclusivo da Valvoline em Portugal, lançou duas Campanhas. Assim, na compra de uma lata de 4L/5L ou de embalagens de maior dimensão, SynPower, a oficina recebe um fantástico carregador duplo USB universal. Na compra de 1 Tambor de 208 L da gama completa Valvoline, a oficina recebe 1 saco de 2Kg MOP, um produto específico para limpar derrames de óleo. Ambas as campanhas são válidas até 31 de Agosto de 2013 e limitadas ao stock existente de brindes.
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Peças DAF originais na Motorbus O A Motorbus reforça a sua gama
de peças originais para viaturas DAF, alargando o número de referências em stock. Este reforço tem como perspectiva, uma resposta cada vez mais eficaz e pronta à crescente solicitação deste tipo de peças e componentes por parte do mer cado. As novas referências já estão disponíveis em stock.
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OTA Tome N
Que tal perder 10 minutos?
Sabemos que é uma pessoa muito ocupada e tem sempre mil e uma coisas para fazer, mas dez minutos por semana é uma pausa para beber café e um copo de água.
P
elas nossas contas, 10 minutos por semana dá cerca de 8 horas e meia no final do ano, o que dá um bom dia de trabalho. Afinal, já temos qualquer coisa de concreto. O que fazer com esses 10 minutos semanais? Que tal comunicar com todos os seus clientes? Basta ir à sua base de dados, acrescenta-lhe um novo cliente que ainda não entrou e um visitante que esteve no site há pouco. São 10, são 100, são 500? Isso não é importante, porque o importante é saberem que o seu negócio existe, está vivo e recomenda-se. Faça um pequeno texto de 5 a 7 linhas e envie o e-mail para os clientes. Se tiver um programa adequado, ele faz o serviço por si. Mas, vamos dizer o quê? Não é muito importante o que se vai dizer, desde que seja algo agradável, concreto e com interesse. Não tem que ser literatura para o prémio Nobel. Podemos dar uma ajuda com algumas ideias, mas há muitas outras: O Um agradecimento por nos ter acompanhado nesta primeira metade do ano e esperando que a melhor relação para o resto do ano seja proveitosa para ambas as partes.
O Mande uma lista de todas as promoções
e serviços especiais que a oficina tem e no final diga que tem uma surpresa para o cliente na sua próxima visita. Este truque não falha! Pode ser uma pequena lembrança, um desconto ou até simplesmente um crédito para outros serviços. O cliente sentirá que é estimado e considerado, cimentando dessa forma o relacionamento e a confiança com a oficina. O Num dia do ano, a empresa faz anos e quer festejar com os seus clientes. Não perca o dia do cliente! O A oficina tem um novo banco de teste para travões e realiza durante o próximo mês testes gratuitos aos clientes com mais de um ano de casa (de facto, é gratuito para todos, mas a exclusividade funciona!). O Temos uma nova linha de lubrificantes com a melhor relação peço/qualidade do mercado. Não perca as promoções! Em dez minutos, você semeou um grande campo de melões. Agora terá que aguardar que eles cresçam. O primeiro pode estar já maduro na manhã seguinte e os outros se seguirão. Sem dar por isso, você reforçou o seu negócio e cimentou a re-
lação com os seus clientes. Dois resultados muito importantes, gastando apenas o mesmo tempo que usaria para ir jogar no euromilhões. Parece um bom negócio, não? Mas pode ser melhor, quando você se viciar no jogo! Só por dez minutos, claro.
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Dicas TECDOC do mês
Catálogo online SWAG Foi efetuada uma revisão e consideráveis melhoramentos no catálogo online da SWAG, para tornar ainda mais simples a identificação de peças. A partir de agora, os resultados apresentados nas pesquisas diretas de peças, podem ser gravados individualmente em pdf e impressos de imediato. Para facilitar a parametrização das pesquisas, é possível agora usar vários filtros, permitindo assim a seleção de detalhes dos fabricantes, propriedades e dimensões.
Como exemplo, se for introduzida a palavra “Bomba de Água” no campo de pesquisa no topo da página, é possível restringir por marca do veículo usando o filtro “Fabricante”. Nas peças em que se aplicar, pode ainda escolher-se o lado de montagem da peças, através do filtro “Montagem” ou outras propriedades através do filtro “Propriedades”. Poderá encontrar o melhorado catálogo online SWAG em: www. swag-parts.de
Nova versão WEB CATALOG 2.0 O TecDoc WEB CATALOG 2.0 é a versão recente do catálogo TecDoc online desenvolvido em cima da nova geração da Web 2.0 permitindo uma maior velocidade e usabilidade do catálogo. A NOVA versão 2.0 organiza a navegação do catálogo em 3 linhas de separadores:
O Inicialmente apenas é visível a primeira linha que contém os separadores que vão do “Cesto de Compras” ao separador “Histórico de Seleção”.
O Depois de selecionar uma viatura passo a ter disponível a segunda linha de separadores do “Fabricante” ao “Seleção Grupo de Montagem”.
O Quando clico na referência do artigo selecionado é aberta a terceira linha que vai do separador “Informações sobre o artigo” ao “Info OE”.
Agora pode aceder facilmente e de forma rápida a qualquer separador em qualquer parte do prog rama. Se estiver no separador “Info OE” pode aceder rapidamente ao separador “Seleção Grupo de Montagem” e escolher PUB
outro produto. Navegue entre separadores. Para aceder rapidamente aos menus anteriores, pode também utilizar a tecla escape “Esc” e retroceder até ao menu pretendido.
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DT lança válvulas de motor Para reforçar a sua área de ação no importante mercado do pós-venda de camiões e autocarros, a Diesel Technic Group realça a importância das válvulas de motor da marca DT Spare Parts,que comercializa há vários anos. A DT Spare Parts oferece um portfólio de mais de 30 mil peças de substituição para camiões e autocarros, sendo que as válvulas de motor representam uma importante fatia desse portfólio. As válvulas da DT Spare Parts são produzidas em aços resistentes ao calor e à descamação. No caso dos motores de alta compressão, o eixo é fabricado em bimetal para uma melhor condutividade térmica. Para além das válvulas de motor, a gama de produtos DT inclui também os anéis de assento das válvulas, guias de válvulas, vedações do eixo e as respetivas molas de válvulas.
X-CAP da TRW torna-se referência global Reconhecida como um dos principais fornecedores de peças ao nível de travagem, suspensão e direção (o chamado Corner Module), a TRW Automotive Aftermarket, conquistou novos contratos com vista à comercialização do X-CAP, um componente da direção para veículos comerciais pesados. Trata-se de um terminal de direção, desenvolvido e produzido pela TRW, que conta com a mais recente tecnologia para este tipo de sistemas, transformando-se no mais leve e pequeno componente deste género no mercado. Assim, a divisão de equipamento original da TRW assinou contratos para o fornecimento deste componente com
a Albion (Leyland Trucks), Daimler Trucks, Scania e Volvo Trucks. O X-CAP vai ser fornecido para toda a Europa e América do Sul já a partir de 2013. Como resultado direto destes novos contratos, a divisão do mercado de pós-venda da TRW assegurou também várias novas contas que vão ajudar a incrementar o volume de vendas da sua gama de componentes para veículos comerciais e pesados. Desenvolvido por engenheiros da TRW, o X-CAP foi lançado no mercado há três anos e engloba mais de 150 referências que se enquadram nas exigências dos clientes no que respeita à montagem e características de carga.
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Catálogo electrónico Walker
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Tenneco, um dos principais fabricantes mundiais de sistemas de controlo de emissões para os fabricantes de equipamento original, introduziu um novo catálogo electrónico com tecnologia avançada que ajudará os profissionais do pós-venda e os consumidores a encontrar a peça de qualidade OE adequada. Todas as peças de substituição da Walker são homologadas e podem ser encontradas para praticamente qualquer veículo. O novo e-catálogo www.walkercatalo-
gue.eu cobre a gama completa da Tenneco em Walker e Fonos, desde sistemas de escape, conversores catalíticos, filtros de partículas diesel, tubos, colectores, acessórios e componentes relacionados. O novo e-catálogo www.walkercatalogue.eu apresenta uma tecnologia de “busca ativa” que permite aos usuários mais rapidez e precisão na identificação dos componentes corretos, com um número mínimo de entradas.
Pesquisa por Matrícula no TecDoc Após um investimento considerável a TIPS 4Y, representante da marca TecDoc em Portugal, acaba de lançar no TecDoc WEB CATALOG a pesquisa por matrícula para o parque automóvel Português. O catálogo electrónico de peças na internet – WEB CATALOG - é a alternativa económica e de fácil acesso em relação ao clássico TecDoc CATALOG em DVD. Esta nova ferramenta de pesquisa, estará disponível para todos os atuais utilizadores do WEB CATALOG a partir do próximo dia 8 de Julho. A ferramenta de pesquisa por matrícula permite identificar o veículo exato e aceder diretamente à árvore de todos os produtos específicos desse veículo, reduzindo consideravelmente todos os passos de identificação tradicionais por marca e modelo. A pesquisa por matrícula é a ferramenta certa para garantir maior eficiência e rentabilidade
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VW Touareg equipa filtros UFI A UFI FILTERS já é fornecedor OE do módulo diesel para o novo Volkswagen Touareg e agora fornece também o sistema de filtragem óleo completo para o poderoso 3.6 FSI de 300cv, instalado no novo Touareg e também no Passat. Este robusto sistema de filtragem é composto por um corpo em alumínio, especialmente desenhado para dar um suporte físico ao motor e assegurar a máxima performance em termos de filtragem. O cartucho filtrante é do tipo ecológico “long life” construído com meio filtrante de última geração que garante a máxima eficiência de filtragem das partículas sólidas contaminantes
Herth und Buss apresenta Claw 100 O A Herth und Buss, empresa
presentes no lubrificante, uma grande resistência térmica e mecânica do cartucho filtrante e uma elevada durabilidade.
Novo vídeo Glassdrive Não é somente na questão dos serviços de substituição e reparação de vidro automóvel que a Glassdrive demonstra a sua estratégia de inovação e vanguarda. Exemplo dessa estratégia é o novo vídeo da Glassdrive que demonstra, de forma engraçada e peculiar, a qualidade dos seus serviços reforçando os atributos que fazem da Glassdrive a preferência do consumidor, como a rapidez, eficácia e proximidade
ao cliente. A personagem principal do filme é uma clara alusão ao mundo imaginário do espião mais famoso do mundo (007 – James Bond), que quando se depara com o vidro da sua viatura picado recorre de imediato aos Especialistas em Vidro Automóvel, para que o seu problema seja rapidamente resolvido. O vídeo poderá ser visualizado através do link: http://youtu.be/XPexUlxlbmA
alemã dedicada à comercialização de peças auto e de ferramentas para oficina, lançou um novo alicate Volt-Amperímetro destinado a medir correntes alternadas numa instalação elétrica. Indispensável em qualquer oficina, o novo Claw 100 foi desenvolvido para medir correntes de baixa frequência com resultados muito positivos. De dimensões reduzidas e grande capacidade, o Claw 100 adapta-se a todo o tipo de oficinas e pode ser utilizado nas mais variadas condições de trabalho. Esta nova ferramenta contempla um ecrã LCD de fácil visualização e leitura. É fornecido com dois cabos e uma bolsa.
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Metelli lança bomba água comutável A nova bomba de água comutável da Metelli, apresentada na última edição da Feira Automechanika 2013, passa a estar disponível para encomenda na atual oferta de produtos do fabricante. A bomba de água comutável tem como característica principal uma válvula de gaveta que é ativada pneumaticamente, dispositivo que permite interromper o caudal do líquido de refrigeração no circuito
a qualquer momento. Esta solução inovadora aumenta o tempo de vida útil do componente e permite o bom funcionamento de todo o sistema de refrigeração, mesmo em utilizações mais exigentes. A Metteli transforma-se assim na primeira empresa a lançar um produto deste género no mercado, confirmando o importante papel do Grupo no setor do pós-venda automóvel.
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Delphi vence prémio Fornecedor do Ano A Delphi, fabricante de componentes para automóveis, ganhou o prémio “Fornecedor do Ano” da Automotive Interiors Expo Award, que reconhece a melhor empresa na área do desenvolvimento e produção de interiores de automóveis. O valor da Delphi foi distinguido por um júri independente de 14 jornalistas de automóveis internacionais, que reconheceram os avanços significativos da empresa nesta área nos últimos meses. De acordo com a própria Delphi, o prémio ficou a dever-se ao lançamento de novos componentes como os painéis centrais integrados do Jaguar F-Type.
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Nova oficina Rino em Sacavém
Novos sistemas de iluminação Hella A Hella acaba de apresentar os seus mais recentes desenvolvimentos em sistemas de iluminação para veículos eléctricos, disponíveis para aqueles fabricantes que tenham previsto lançar novos modelos com esta tecnologia. Estes produtos, de aplicação universal, foram concebidos pela Hella, especialista em tecnologia LED e em electrónica inteligente, de modo que já podem ser incorporados em futuros veículos eléctricos, poupando assim aos fabricantes os elevados custos de investimento que supõe o desenvolvimento destes componentes específicos.
Foi no passado dia 8 de Junho que a Teorema Car, uma oficina na zona de Sacavém, abriu oficialmente ao público. Acabada de construir, esta oficina foi inaugurada da melhor forma com a adesão à Rino, rede de oficinas multimarca 100% nacional. Firmino Gomes, o responsável pela oficina, manifestou também a sua satisfação por fazer parte de uma rede “que oferece um projeto integrado para o negócio, e é desenvolvido por uma equipa com uma grande dinâmica”. Trata-se de uma oficina moderna e muito bem equipada, que oferece um elevado nível de serviço nas áreas de mecânica geral, colisão, pintura, e brevemente, pneus. Atualmente, a rede Rino é composta por 47 centros de reparação espalhados pelo país, e o seu plano de expansão prevê atingir as 75 unidades até final do ano. Se possui uma oficina independente, e estiver interessado em saber mais sobre a rede Rino, contacte o site: www.rino.pt.
NGK equipa LaFerrari A NGK Spark Plug Europe foi o fornecedor escolhido pela Ferrari para montar velas de origem no seu primeiro híbrido desportivo “LaFerrari”. Apenas serão produzidos 499 destes carros exclusivos, cada um com um motor V12 de 6,3 litros de capacidade e velas de ignição NGK. De acordo com o fabricante, LaFerrari é o mais poderoso entre todos os modelos que a marca oferece neste momento, mas devido a tratar-se de uma versão híbrida, apresenta uma redução de consumo de 40%. Para esta motorização de alta performance, a Ferrari optou pelas velas de ignição MR8AP8HJS, já testadas no Ferrari F458 Italia mkotor V8 e F12 Berlinetta motor V12.
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Internacionalização empresas pós-venda
À conquista do mundo! i Quem inventou a globalização foram os portugueses, porque, num certo ponto, compravam e vendiam tudo em toda a parte e o português falavase nos cinco continentes (como ainda se fala, de resto)
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m África, desbravaram enormíssimos territórios selvagens, nos quais, à custa de muitos sacrifícios e vidas, construíram sociedades civilizadas e embriões de países potencialmente prósperos. Outro tanto fizeram no Brasil, que já se afigura como sendo os futuros Estados Unidos da América do Sul. Este passado grandioso e glorioso sempre inspirou sucessivas gerações de portugueses competentes, trabalhadores e honestos, que deixaram obra válida nos mais variados quadrantes e nas mais variadas paragens. Precisam dos nossos técnicos, precisam dos nossos empreendedores, precisam dos nossos homens de negócios, precisam dos nossos intelectuais e precisam dos nossos trabalhadores. Ainda agora, os cursos de engenharia e arquitetura portugueses foram considerados equivalentes aos brasileiros permitindo o acesso dos nossos profissionais ao imenso mercado de trabalho brasileiro. Q PÓSVENDA AUTOMÓVEL EM ÁFRICA Todos os povos africanos que lidaram de perto com os portugueses sabem de que são feitos os nossos compatriotas e com o que podem contar deles. A missão dos portugueses em África foi civilizadora, valorizadora e o objectivo último do nosso povo foi sempre criar sociedades multirraciais equilibradas, desenvolvidas, prósperas e livres. A prova disso é o Brasil! Quem tiver dito ou disser o contrário está a fazê-lo de má fé e com dolo evidente. Agora, que as riquezas estão repartidas e o dinheiro bem guardado, os africanos sabem que precisam dos portugueses para erguer os seus países. São indispensáveis na agricultura, nas pescas, na construção, no ensino, nas obras públicas e obviamente nos transportes. Falta tudo, ou quase. Se disso restam poucas dúvidas, o que falta é criar as condições para que isso aconteça de forma profícua, eficiente e rentável para todos. Os portugueses já foram suficientemente humilhados, espo-
liados e denegridos com a “Descolonização“. É tempo de dizer basta e de deixar que a história se cumpra da forma que melhor sirva os povos e o seu futuro. Pedir vistos a portugueses que vão trabalhar em África e condicionar a sua presença a critérios pouco claros significa a continuidade do bloqueio e da estagnação. Os portugueses não querem hoje, como nunca quiseram, roubar ninguém, nem matar ninguém! Não são malfeitores por natureza e as exceções apenas confirmam essa regra. Os portugueses só querem trabalhar e fazer o que tem que ser feito. Para o bem de todos! Q CRESCER NO BRASIL E EM ÁFRICA Nas páginas que seguem referimos dois exemplos de sucesso na internacionalização do negócio pós-venda automóvel. Tratam-se das empresas Bombóleo e Gloescala, ambas com uma vasta experiência no Brasil e Angola, países que escolheram para fazer o que melhor sabem: vender peças e serviços aftermarket. A Bombóleo conta já com mais de duas décadas em terras de Vera Cruz enquanto que a Globescala está apenas há seis anos em Angola. Ambas as empresas viram na internacionalização uma maneira de fazer crescer os seus negócios de distribuição de peças, uma atividade que em Portugal está cada vez mais limitada aos grandes grupos de distribuição e onde as margens são cada vez mais curtas. Em África e no Brasil, pelo contrário, está ainda tudo por fazer e a economia cresce a bom ritmo, mas ninguém pense que é chegar, ver e... vencer. Em Portugal ainda existe a ideia que Angola e Brasil são um El Dorado, mas temos que entender que são mercados emergentes, que têm as suas especificidades, com culturas diferentes, e que não podemos transportar aquilo que temos aqui e aplicar de forma direta. Ter sucesso neste mercados externos, implica muito trabalho, muito controlo sobre o negócio e muita determinação naquilo em que acreditamos, pois a persistência é sem dúvida a maior virtude que deveremos ter presente. O mercado existe, mas implementar uma empresa com objectivos futuros, custa dinheiro, e tem que se ter uma presença física permanente, de forma a garantir que a estratégia definida não sofre desvios, o que implica muitos sacríficos, principalmente a nível familiar. PUB
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EMPRESA
Globescala
Homenagem aos pioneiros i A história da Globescala constitui o registo dos primeiros passos do pós-venda automóvel em Angola, no sentido do conceito global que nós conhecemos da Europa, que inclui distribuição, retalho e reparação
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mercado pós-venda angolano tem características muito próprias, nada comparável com aquilo que é tradicional em Portugal. Em Angola só existem duas opções: estruturas de reparação das próprias empresas ou clientes particulares. Estes últimos compram a peça no retalho e vão ter com um mecânico, para este efetuar a montagem. Começam agora a surgir as primeiras Oficinas Organizadas tal como as conhecemos, assim como as grandes cadeias de Fast Feet que começam a dar os primeiros passos. Para quem tem possibilidades, a Marca continua a ser a principal opção, ainda que uma viatura possa estar 3 semanas para uma simples revisão. A outras opção para as pessoas com menos recursos, são as chamadas “Oficinas de Quintal”, que não respondem por certo aquilo que se pretende num pós venda eficiente. Na realidade, o que a Globescala está a tentar implementar no terreno em Angola, é o conceito de distribuição avançado da Create Business, da qual é accionista. Em termos práticos, isso inclui uma unidade logística com cerca de 600 m2
e Stock permanente de cerca de USD 3,5 milhões, seis lojas de retalho Rikauto, e uma unidade de reparação “A Oficina“. A dificuldade agora está em adaptar esse sistema de pós-venda à realidade angolana, porque os veículos, cujas proveniências são as mais díspares, não podem ser identificados pela matrícula, nem pelo respectivo livrete, cujos dados não são de todo fiáveis. Para superar essa dificuldade, a Globescala mantém uma estrutura de apoio online em Portugal, garantindo assim o apoio Técnico necessário, sempre em sintonia com a estratégia da Create Business, no que diz respeito ao valor acrescentado que a nossa área de formação nos pode dar. Q POTENCIAL FABULOSO Embora não existam dados globais concretos sobre o parque automóvel angolano, que é muito diversificado, sabe-se que existem várias dezenas de empresas com várias centenas de veículos. Por outro lado, o estado das vias, obriga a uma manutenção mais regular, e as necessidades das frotas são enormes. Tudo isto estimulou o espírito empreendedor e aventureiro dos promotores da Globescala, que embarcaram de alma e coração no projeto. Fundada em 2007, pelos sócios que já trabalhavam conjuntamente no sector das peças automóvel, como quadros superiores da Sonicel, a empresa efetuou a abertura de uma loja em Luanda, nesse mesmo ano. Na altura apenas com 8 elementos, a Globescala tem hoje 70 colaboradores, entre portugueses e angolanos, tendo faturado no ano passado cerca de USD 23 milhões. Para este ano, as previsões de volume de negócio apontam já para os USD 27 milhões. A regra, para já, é crescer a um ritmo de dois dígitos! Q MOÇAMBIQUE NO HORIZONTE Projeto pensado para operar na escala internacional, como sugere a designação, a Globescala, tem vários outros negócios em Angola. O apoio da Create Business, que tem a montante todas as sinergias do Grupo ATR, tem sido fundamental para o sucesso da iniciativa. Se tudo continuar a correr normalmente, há inclusivamente o projeto de ir também para Moçambique, porque tudo está por fazer em África, nomeadamente do que se refere ao pós-venda automóvel.
O GLOBESCALA
Cacém Park, Armazém 20 Casal Vale Mourão, Lote B 2735-307 Agualva – Cacém Sócio Gerente: José Carlos Gonçalves Telefone: 214 261 621 Fax: 214 261 623 E-mail: apoiocliente@globescala.com Internet: www.globescala.com
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ENTREVISTA CARLOS GONÇALVES, Sócio Gerente Globescala
“Ter sucesso em Angola, implica muito trabalho” i Em entrevista ao JORNAL DAS OFICINAS, José Carlos Gonçalves, sócio gerente da Globescala, explica como tem decorrido o negócio da empresa em terras angolanas Quais foram as grandes dificuldades que encontraram aquando da vossa entrada no mercado pós-venda angolano? Eu prefiro dizer, afinal onde não tivemos nós dificuldades para implementar a nossa estratégia em Angola. Quando se fala em dificuldades no mercado Português, aquilo que nos vem à cabeça é a concorrência, o preço, os clientes que não pagam, etc., mas em Angola a realidade é bem diferente, pois estamos a lidar com culturas distintas, e é nas coisas mais básicas, que por vezes encontramos obstáculos, que só a vivência no terreno nos permitiu ir ultrapassando. Eu preferia dividir estas dificuldades por categorias: - O Custo de Montar a Operação - O Parque automóvel – Definição do Stock - Os Recursos Humanos Iniciar uma estrutura de vendas em Angola, implica uma capacidade financeira muito grande, pois para além dos custos de implementação propriamente ditos, os erros que se cometem podem condicionar à partida tudo aquilo que imaginámos para a nossa empresa. O preço do arrendamento das Lojas era, e é, exorbitante, (na ordem dos 10.000 USD mensais), em que o senhorio exigia um ano de renda à cabeça, o mesmo acontecendo para as residências dos colaboradores, onde os preços eram igualmente proibitivos. O facto de toda a mercadoria importada ter de pagar à cabeça, cerca de 32% de direitos para serem desalfandegados, aliado às dificuldades sempre presentes do ciclo financeiro do negócio, ter de ser obrigatoriamente mais dilatado do que o normal (tempo de transporte), obriga a que as empresas tenham que estar preparadas na Tesouraria para suportar as demais oscilações. Por outro lado, o parque automóvel, apesar de apresentar uma excelente oportunidade de negócio, não só pela idade do mesmo, mas pela quantidade de viaturas que circulam, transporta consigo uma dificuldade acrescida na definição dos Stocks, pois as viaturas são oriundas de diversas partes do Mundo, como o Dubai e Estados Unidos, com
motorizações específicas, em que os Fornecedores Europeus e os programas de identificação habitualmente utilizados, nem sempre ajudam. No que respeita aos recursos Humanos, no que diz respeito ao pós-venda, não é fácil contratar localmente, tendo que invariavelmente se recorrer ao mercado português, agravando assim os custos da operação. Não podemos esquecer a questão dos Vistos e da dificuldade em ter uma porta aberta no retalho, sempre sujeitos a inúmeras inspeções, pois a legislação Angolana é extremamente atenta a quem abre novas unidades de negócio. Não esquecer igualmente a situação dos Portugueses que chegam pela primeira vez a Angola. A adaptação é muito complicada, a distância das Famílias, as novas rotinas, os medos normais de quem está fora do seu habitat normal, retardam a normal implementação da estratégia. Este círculo de aprendizagem, permitiu entender que, nem sempre um bom profissional em Portugal, é necessariamente um bom profissional em Angola. Costumamos dizer que pequenas coisas em Angola, podem significar grandes vitórias, sendo que o caminho mais certo é promover parcerias locais, que nos ajudem a perceber e ultrapassar todos os imponderáveis que vão surgindo. Que tipo de iniciativas tiveram de implementar para dinamizarem o vosso negócio em terras angolanas? Quando chegámos a Angola, tínhamos um conceito de negócio, que com as devidas adaptações, temos vindo gradualmente a implementar. Dividimos essa estratégia em dois segmentos, que apesar de distintos não deixam de se complementar: Empresas e Particulares – Cliente Final. Somos uma empresa jovem, que não pode, nem quer, competir com os chamados “Gigantes do Pós -Venda” que estão em Angola, com capacidades de Investimento incomparáveis com a nossa realidade. A nossa estratégia passa essencialmente por entender cada cliente, e as suas necessidades,
promover uma proximidade, valorizando o serviço, procurando ser conhecidos no mercado como uma empresa que ajuda os seus clientes a melhorarem a sua capacidade de gestão na área da manutenção. O mercado angolano necessita de ajuda técnica, na identificação daquilo que deve comprar, e a Rikauto aparece como alguém que ajuda a organizar aquilo que chamamos a manutenção, introduzindo um conceito de Planeamento de Compras, que na prática, permite que cada um se foque naquilo que é realmente bom, deixando esta área para quem é especialista nela. A ideia é que nos vejam como parceiros, e quando necessitam de peças e componentes, a primeira imagem seja a do comercial que nos representa. Conhecendo a fundo os nossos clientes, iremos por certo ter em Stock aquilo que eles precisam, para reduzir ao máximo o tempo de imobilização dos meios, que na maior parte das vezes é a maior dor de cabeça dos Gestores das empresas Angolanas. Para atingir este objectivo, temos que investir o máximo na formação dos Recursos, pois eles são a nossa cara junto dos clientes. Garantir que a mensagem chega é tarefa prioritária. No que respeita aos Balcões, as medidas são as tradicionais, procurando
aumentar a taxa de serviço, garantindo que quem entra nas nossas lojas, sai satisfeito, mas também conhecedor de tudo aquilo que podemos oferecer ao nível da reparação Automóvel. A principal mensagem, é que somos uma empresa Multi Marcas, mas também Multi Produto, um conceito relativamente recente na cultura angolana. Estamos igualmente apostados numa logística eficiente, que reduza gradualmente os prazos de entrega das mercadorias aos clientes, sempre focados na redução do tempo em que as viaturas ficam imobilizadas. Quais as principais diferenças que sentiram e ainda hoje sentem em relação ao mercado pós-venda português? Não existe comparação possível. Em Portugal, o negócio está na mão das oficinas, e os demais distribuidores focam no preço e no prazo os seus principais argumentos. Vamo-nos matando uns aos outros, com constantes ataques. Nós na Create Business, temos outra filosofia, e até à data temo-nos dado bem com ela. Em Angola, estamos como Portugal estava há 30 anos atrás nesta matéria. As empresas detêm as suas áreas de manutenção (Oficinas
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Próprias), onde as compras maioritariamente são centralizadas. Os particulares adquirem as peças nas Lojas e levam aos mecânicos para que eles as apliquem nas viaturas. O negócio das peças é dos especialistas, e os mecânicos vivem do serviço que promovem e cobram. Ao nível da mentalidade do consumidor final, existe ainda uma cultura de Loja mono produto, pois no tempo da Guerra existia, e ainda existe a Casa das Baterias, a Casa dos Rolamentos, a Casa dos Filtros, etc.. O Nosso desafio é passar a informação, de que somos uma empresa Multi Produto, e Multi Marca, o que por vezes não é fácil, pois estamos a lidar com culturas fortemente enraizadas. Temos também a questão das Origens, que têm uma força enorme, pois as pessoas habituaram-se a tentar ultrapassar as dificuldades primeiro nas marcas e só depois nas outras opções que o mercado oferece, onde muitas vezes não é claro que as marcas que representamos são de primeiro equipamento. Digamos que é mais um desafio. No fundo, este mercado está fortemente influenciado pela en orme procura, em que a oferta é limitada e selecionada e onde a quantidade de viaturas colocadas a circular, não tem estruturas devidamente preparadas para lhes prestar a devida assistência no pós-venda. Não podemos esquecer também, que a maioria da população não tem poder de compra, o que muitas vezes faz com que se procure um mercado que está perfeitamente
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implementado (lojas de libaneses), onde o preço orienta o consumidor, sabendo este que a qualidade do produto não apresenta qualquer garantia de durabilidade ou fiabilidade. Há quem diga que apenas empresas bem estruturadas e preparadas poderão vingar no mercado pós-venda angolano. De que forma se prepararam para entrar neste mercado sem correr riscos desnecessários? Uma coisa, podemos dizer com exatidão. Não existe espaço para amadorismos, ou para “paraquedistas”, que pensem que quem está neste mercado não conhece nada, e que por estar em África, qualquer coisa serve. Não é verdade, e cada vez mais, as pessoas procuram qualidade e eficiência, e quem estiver preparado vai vencer, quem não estiver, vai sofrer muito para conseguir vingar. Temos que ser profissionais a toda a linha. No nosso caso, não podemos dizer que houve uma preparação específica, pois como expliquei, cometemos imensos erros, e consequentemente tivemos muitos custos desnecessários, ou se preferirem, que hoje não teríamos na certa. A estrutura que detemos em Portugal, e que se traduz num Call Center Técnico, que apoia “on line” todas as nossas lojas, que tem por trás uma estrutura muito bem Organizada que é a Create Business, que disponibiliza um conjunto de ferramentas essenciais ao desenvolvimento do negócio, são factores
determinantes numa empresa que se pretende bem estruturada. Outro dos factores, foi por certo as parcerias com os Grupos Angolanos, que até hoje não só mantemos, como temos vindo a aprofundar noutros sectores de atividade. Na realidade, como expliquei anteriormente, nós fomo-nos preparando ao longo dos tempos, entendendo a cultura, o mercado, as suas lacunas, etc, adaptando a nossa vontade e o nosso saber, às exigências que fomos encontrando. Tudo isto se traduziu em investimento, que fomos fazendo, e que continuamos a fazer, e que custou e custa muito dinheiro. Temos uma margem de progressão enorme, e uma equipa com muita vontade de vencer. Talvez esse seja o segredo do sucesso que continuamos a perseguir todos os dias, a nossa equipa. Em relação aos recursos humanos tiveram necessidade de dar algum tipo de formação aos vossos colaboradores devido às especificidades do mercado angolano? O maior desafio dos nossos colaboradores, e talvez a maior dificuldade, é a adaptação ao país, aos novos hábitos, e à nova realidade. Depois, temos que ter muita atenção à facilidade com que se deslumbram com o negócio, pois as oportunidades para quem quer desenvolver o seu trabalho, e ver materializado o seu esforço são tão evidentes, que nos obriga a uma estratégia de acompanha-
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mento permanente no terreno, de forma a garantir que todos os passos são dados, para atingir aquilo que mais preconizamos que é a confiança do cliente na nossa Organização. Quais são as grandes oportunidades e desafios do atual mercado pós-venda angolano? Todo o conceito do Pós-Venda em Angola está a dar os primeiros passos. As Oficinas da Marca, ou se preferirem as Origens, continuam com as suas estruturas desadequadas às reais necessidades do parque circulante. Penso que levarão algum tempo para ajustar este problema, pois continuamos a ter um tempo de imobilização da viatura excessivo, quando temos que recorrer à manutenção, uma vez devido às enormes filas de espera, outras pela falta de peças que permitam que a viatura seja rapidamente intervencionada. Logo, será aqui a maior oportunidade, pois acredito que Unidades de reparação de qualidade, associadas a uma Logística que garanta que as peças estão no local certo, à hora certa, diminuindo o tempo de espera do cliente, revolucionará o marcado do Pós Venda em Angola. Por outro lado, temos também a rede de Oficinas que está associada às grandes seguradoras. Este mercado é um “nicho” que em meu entender vai explodir por certo nos próximos tempos, pois as Oficinas Próprias das Seguradoras, e já existem algumas, não conseguem dar vasão com a qualidade que o cliente exige.
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EMPRESA
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Grupo Bombóleo
54 Anos de disponibilidade i Empresa focada e orientada para o cliente, a Bombóleo deve muito aos princípios orientadores do seu fundador, entre os quais está o conceito que escolheu para resumir mais de meio século de atividade: Disponibilidade!
Domingos Marques e Paulo Marques. Duas gerações que se complementam no objetivo comum de expandir a internacionalização do grupo Bombóleo
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á pessoas que fazem falta aos negócios, à família, aos empregados, aos parceiros de negócio, aos clientes, ao país e até aos concorrentes! Entre essas pessoas está certamente Domingos Marques, um técnico de sistemas diesel que começou
a trabalhar aos 20 anos e nunca mais parou. Hoje, é Administrador do Grupo Bombóleo, um conjunto multinacional de empresas espalhadas por três continentes e que continua a ter nos sistemas diesel a sua base de negócio.
Sendo um homem de boa-fé e boa vontade, Domingos Marques apostou tudo na disponibilidade para servir os clientes, mas também na transparência e na proximidade para dirigir o seu negócio, que acabou por gerir como uma família, hoje já com cerca de 130 pessoas. Para isso, baniu do seu vocabulário uma palavra que só utiliza para dizer que não a usa: Não! Essa tranquila e positiva forma de estar na vida acabou por ter um enorme retorno para ele e para todos os que com ele trabalham e se relacionam. Por não saber dizer não ao trabalho, a sua empresa tornou-se líder nacional em sistemas diesel e hoje também líder nos turbocompressores, através da Ibe-
Visão estratégica Apesar da sua expansão internacional, a Bombóleo continua a desenvolver o seu projeto em Portugal, onde criou responsabilidades nos sistemas diesel, turbo compressores e numa cada vez mais ampla linha de produtos. A sua Academia de Formação é uma realidade no apoio aos clientes da empresa e ao mercado em geral. A Iberoturbo é neste momento uma referência ibérica no importante nicho de turbo compressores, dispondo de oferta global de produtos e serviços. Este negócio acaba de ser enriquecido com o lançamento de uma nova linha de turbo compressores Garrett reconstruídos de origem. “Estes novos produtos são os únicos turbos de geometria variável, reconstruídos com peças originais, com todas as vantagens de custo, garantia de qualidade e proteção do ambiente daí resultantes”, diz Paulo Marques. Por outro lado, a Centraldiesel, que agora está situada na Zona Industrial de Massamá, continua a ser vital para o grupo na formação técnica . Além de
ser um esteio no apoio à rede Bombóleo internacional, a Centraldiesel continua a ser uma referência nacional no sector da assistência técnica automóvel e pós-venda diesel, um nicho de negócio que ainda tem potencial de crescimento, mesmo durante a conjuntura de negra e dura “austeridade“, que veio para ficar. Mesmo que um dia Portugal se transforme numa pequena província de uma futura Europa Federada, são os portugueses da estirpe de Domingos Marques e da sua família que levarão por diante o projeto interminável da Portugalidade, ajudando a erguer as novas economias e as novas sociedades multirraciais da África de expressão portuguesa. Apesar de todas as mentiras, de todas as invejas e de todas as traições, ninguém duvida hoje que Angola e Moçambique se hão-de tornar os novos exemplos de um Brasil, que será para sempre o orgulho e a glória do talento e da capacidade de realização dos portugueses.
roturbo, que representa no nosso país todas as marcas de turbo compressores. Por não saber dizer não à expansão do negócio, a Bombóleo hoje está de ambos os lados do Atlântico, tendo filiais em Angola e no Brasil. Ainda este ano, a Bombóleo abrirá portas também em Moçambique. Q O PODER DAS SINERGIAS Um dos “segredos“ do sucesso da Bombóleo foi sempre a visão de que os concorrentes não são adversários, mas parceiros de negócio. A melhor prova disso está a sociedade agora formada com dois outros especialistas de sistemas diesel para irem “colonizar“ Moçambique. Outro bom exemplo de ver nas relações entre empresas sinergias e não obstáculos, foi o facto de Domingos Marques ter sempre apoiado os seus técnicos que saíam da empresa para montar negócios seus. A única coisa que lhes pedia a troco da ajuda sob várias formas era para “fazerem tão bem ou melhor“ nas suas oficinas do que faziam na Bombóleo. Esta atitude poderia ser interpretada como puro altruísmo de quem está muito bem na vida, mas é na realidade a visão de quem sabe que as empresas se apoiam reciprocamente, desde que optem por uma sã concorrência e por cooperar para formar as sinergias que a todos beneficiam. Sendo distribuidor de peças, equipamentos e serviços, a Bombóleo só pode lucrar com a existência de mais operadores no mercado, desde que estes façam um bom trabalho e contribuam para desenvolver o mercado. Q EXPANSÃO LUSÓFONA Apesar de manter intensas trocas comerciais com outros países europeus,
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Paulo Marques junto do produto mais recente da Bombóleo: os turbocompressores Garrett reconstruídos de fábrica
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nomeadamente com a vizinha Espanha, a imagem de marca da Bombóleo foi a sua expansão para outros países de expressão oficial portuguesa, onde o potencial de crescimento dos negócios continua a ser uma grata realidade. Após vencerem resistências e dificuldades, Domingos Marques e os seus pares estabeleceram-se em Angola, no já distante ano de 1992. Hoje, a Bombóleo está em duas cidades angolanas, Luanda e Lobito, participando com 80% no capital da filial local, e os restantes 20% de capital Angolano. No Brasil, para onde a Bombóleo “emigrou“ em 1995, a empresa está presente igualmente em duas cidades (Goiânia e S. Paulo), sendo o negócio totalmente do grupo. Esta internacionalização, que está hoje plenamente consolidada e em crescimento, resultou da visão de negócios de Domingos Marques, para quem o mercado português é e continua a ser estruturalmente limitado. Com o decorrer dos anos a opção revelou-se extremamente criteriosa, tendo gerado a expansão internacional inegável retorno e significativas sinergias para o Grupo Bombóleo. Portugal tem contribuído e continua a contribuir mais com formação técnica e de gestão para o seu projeto internacional, transformando-se numa parábola daquilo que sempre foi a vocação dos portugueses na sua relação com outros povos: transmitir o conhe-
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cimento e levar o desenvolvimento. Considerando as distâncias envolvidas, este processo de internacionalização não foi isento de dificuldades e de sacrifícios, devido designadamente a longos períodos de separação da família. Para Paulo Marques, que reparte com o seu pai Domingos Marques, a gestão dos negócios “O grande handicap da internacionalização é estar longe da família e não poder acompanhar o crescimento dos filhos. É preciso ter espírito de sacrífico para suportar as longas viagens e adaptarmo-nos às diferentes culturas e novos modelos de negócio”. Felizmente, o Grupo Bombóleo está em crescimento em todos os pontos em que tem o seu negócio de assistência técnica e venda de peças. “As hipóteses de levar esse negócio a outros países continua a existir, mas só com novos sócios, porque ninguém consegue estar em dois lados ao mesmo tempo”, diz Paulo Marques.
O GRUPO BOMBÓLEO
Rua Sebastião e Silva, 28 Zona Industrial de Massamá 2745-838 Queluz Diretor Geral: Paulo Marques Tel.: 214.389.600 Fax: 214.375.468 E-mail: paulo.marques@bomboleo.com Internet: www.bomboleo.com
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ACONTECIMENTO
Convenção Spies Hecker
Reforçar a confiança i Após cinco anos de interregno, a Spies Hecker voltou a reunir a sua rede de Distribuição na IX Convenção, que decorreu no passado dia 6 de junho no Hotel Marriot, Praia D’el Rei, em Óbidos
A
IX Convenção Spies Hecker aconteceu num momento importante, pois na véspera do evento foi anunciado a nível mundial a identidade da Axalta Coating Systems, a nova empresa proprietária e fabricante das tintas Spies Hecker. Adrien Schrobiltgen, Diretor de Aftermarket, apresentou a Axalta Coating Systems e o novo logótipo, que dá grande ênfase ao nome Axalta assim como proporciona uma imagem clara e consistente da empresa e dos produtos e serviços que a Axalta fornece a mais de 120.000 clientes em 130 países. “Estamos muito entusiasmados com o nosso novo visual e o que transmite sobre o nosso futuro. Representa o nosso compromisso de sobressair no mercado, colocando os clientes em primeiro lugar e oferecendo um interessante portfólio de marcas,” explicou Adrien Schrobiltgen. “Como empresa líder e 100% dedicada ao desenvolvimento, fabrico e distribuição de tintas, estamos prontos para executar e cumprir o nosso compromisso para com o cliente”, referiu este responsável. A Axalta desenvolve tintas para uma diversificada gama de clientes e detém posições de liderança em quatro segmentos principais do mercado. A empresa fornece tintas para automóveis para os fabricantes de equipamentos originais (OEMs) e tem a aprovação de muitas OEMs líderes para a utilização dos seus produtos. No segmento da repintura automóvel, marcas emblemáticas – Standox, Spies Hecker e DuPont Refinish – juntamente com marcas regionais e nacionais fazem de Axalta o maior fornecedor mundial de tinta para o sector da colisão e oficinas. A companhia possui 35 fábricas e sete centros de tecnologia ao redor do
mundo, que estão concentrados na produção de tintas de alta qualidade, situados perto dos fabricantes de automóveis em quatro continentes, para garantir uma resposta rápida e adequada às suas necessidades. “Por exemplo, acabámos de anunciar a decisão de construir uma nova fábrica na China para satisfazer o seu mercado automóvel em expansão,” disse Adrien Schrobiltgen. Com mais de 145 anos de experiência na indústria das tintas, a Axalta tem alicerces sobre os quais pode continuar a inovar no futuro e proporcionar aos seus clientes recursos tecnológicos de ponta, desde as cores mais inovadoras até às ferramentas para as melhores aplicações. Os produtos da Axalta melhoram a produtividade reduzindo o tempo necessário para a pintura de um veículo novo ou para a repintura de veículos usados. Um conjunto de tintas
em base aquosa e com baixo teor de COV, utilizadas pelas OEMs e nas oficinas de repintura, com marcas como Cromax Pro, Standoblue e Permahyd HI-Tec, beneficiam igualmente o meio ambiente. As tintas produzidas pela Axalta apoiam também objectivos de sustentabilidade, prevenindo a corrosão e preservando a vida útil dos materiais, tais como peças ou o chassis de um carro. A empresa oferece aos clientes uma gama completa de sistemas de repintura, ferramentas e serviços para ajudá-los a usar os seus produtos de forma eficaz e também oportunidades práticas para aprender como usar esses produtos e ferramentas nos 42 centros de treino que possui em todo o mundo. As fortes posições no mercado são suportados por marcas globais, incluindo Standox, Spies Hecker e DuPont Refinish. A liderança tecnológica da empresa é
destacada pela sua terceira geração de sistemas de pintura à base de água desenvolvidos para responder às exigências crescentes dos clientes para uma maior produtividade e processos de pintura ambientalmente amigáveis. Jean Claude, Responsável de Vendas Spies Hecker na Europa, falou da evolução do mercado da repintura na Europa do Sul e das expectativas dos clientes, enquanto Thomas Melzer, Responsável de Marketing, analisou a situação atual e futura da Spies Hecker na Europa. Manuel Monteiro, António Monsanto e Virgílio Maia, foram os oradores nacionais presentes, que apresentaram a estratégia e objetivos da marca Spies Hecker em Portugal. Os trabalhos da IX Convenção Spies Hecker terminaram com um jantar de Gala onde estiveram presentes todos os convidados e respectivas acompanhantes.
Thomas Melzer, Diretor de Marketing da Spies Hecker
Manuel Monteiro, Diretor Vendas Spies Hecker Portugal
Adrien Schrobiltgen, Dir. Aftermarket Axalta Coating Systems
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ENTREVISTA MANUEL VALADAS, Director Geral da Axalta Coating Systems Portugal SA
“É a experiência que ajuda a consolidar a conf iança” i No início deste ano, a DuPont concluiu a venda da DuPont Performance Coatings (DPC) para o grupo Carlyle. Axalta Coating Systems é o novo nome da DPC Que mudanças vão acontecer na empresa com estas alterações? Vamos reajustar a nossa estrutura em Portugal, criando soluções integradas de forma a garantirmos com os nossos produtos e soluções uma melhoria nos resultados para os nossos clientes. A Axalta Coating Systems, vai trazer novos conceitos e uma nova atitude de desenvolvimento de negócios que permitirá, consolidar uma cooperação mais interativa com os nossos parceiros. E como vai comunicar essas mudanças aos clientes? Vamos falar diretamente com os nossos “Parceiros”. Como sabe, nós consideramos sempre prioritário, que todas as decisões sejam previamente partilhadas com os nosso clientes. Só assim é possível manter uma relação de confiança. Já estamos a realizar eventos com os clientes para explicarmos diretamente os nosso objectivos estratégicos nas várias vertentes de negócio relacionados com o “mundo” das Tintas, e o seu impacto positivo para os clientes finais.
E
m entrevista ao JORNAL DAS OFICINAS, Manuel Valadas explica as razões desta mudança e o que irá acontecer com as marcas da DPC, nomeadamente a Spies Hecker, Standox e DuPont Refinish. Que razões levaram a DuPont a vender a sua divisão de tintas DPC? O negócio das tintas de alta tecnologia, não se encaixava na direção estratégica da DuPont, que como sabe está cada vez mais centrada na alimentação, na energia e Biotecnologia. Como define o novo proprietário da DPC, o Grupo Carlyle O grupo Carlyle é uma das maiores e mais experiente Empresas de capital privado no mundo. É uma Companhia global de Gestão de Ativos. Tem mais de 6,5 Biliões US Dólares investidos em empresas que empregam mais de 50.000 pessoas no sector Industrial e de Transporte. O grupo Carlyle, é uma das pou-
cas Companhias de investimento especializadas nos sectores Industrial e de Transporte. Conhece o nosso segmento de negócios e compreende os nosso clientes. Está em 30 países, e em seis continentes, o Grupo Carlyle reúne experiência de várias partes do mundo que nos ajudará a crescer e acrescentar valor ao identificar e maximizar as novas oportunidades de negócio. Como e porque foi escolhido o nome Axalat Coating Systems para a nova Empresa? O novo nome, reflete a nossa especialização e experiência em tintas e o nosso sólido compromisso com a excelência no desempenho. Axalta, vem de exaltar – estimular, levantar, elevar e avançar – tudo o que faremos, para impulsionar o desempenho. Coating, reflete o que fazemos, a nossa liderança no Mercado e a nossa especialização total no sector das tintas.
Systems, reflecte as soluções integradas que fornecemos aos nossos clientes uma abordagem ponderada que tomamos em relação a tudo o que fazemos. Como é constituída a Axalta Coating Systems a nível Mundial? É constituída por toda a equipa que estava na DPC: 11.000 Empregados, presentes em 130 países; 125.000 Clientes; 35 Fábricas; 42 Centros de formação e 7 Centros de inovação tecnológica. Em Portugal, como está estruturada a Axalta Coating Systems a nível de recursos Humanos? Temos as pessoas e a experiência da DPC. Temos equipas especializadas para dar apoio a cada um dos segmentos de negócio onde atuamos, nomeadamente a Repintura, OEM, Powder, Tintas líquidas Industriais e Voltatex. A sede da Empresa vai continuar em Mem Martins e temos escritórios no Porto.
Quais os benefícios/vantagens que os clientes das vossas marcas vão ter com esta mudança? A Axalta Coating Systems é uma empresa autónoma do grupo Carlyle. Esta nova realidade permite tomarmos decisões mais rápidas e eficazes a nível regional e local. Todos os projetos a desenvolver terão sempre como referência as exigências do mercado. Queremos ajudar os nossos clientes a obterem melhores resultados nas suas empresas. Só os resultados estimulam o desenvolvimento e ajudam a consolidar a cooperação com as empresas que acreditam nas nossas soluções. Quais as Marcas de Tintas que vão ser comercializadas pela Axalta Coating Systems Portugal? Vão-se manter as marcas Spies Hecker, Standox e DuPont Refinish? Vamos manter as três marcas, porque temos compromissos sólidos, com os nossos clientes e como sabe são marcas globais que têm muitos anos de experiência e têm a confiança dos Construtores Automóveis com os quais temos homologações a nível Mundial.
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Atualmente, somos o único grupo que lançou já em 2011 a 3ª Geração de produtos Base água, para o segmento de mercado ainda mais exigente, justamente nas três marcas: Spies Hecker, DuPont Refinsh e Standox. Vamos também continuar a manter no mercado nos próximos anos a 2º Geração Base água. A Marca DuPont Refinish terá um novo nome e um novo logo, que será anunciado em Outubro de 2013. A DuPont Refinish é importantíssima também nos U.S.A., na Europa e em todos os países da América do Sul. A Axalta Coating Systems Portugal, vai manter a rede de Distribuidores/ Parceiros existentes ou vai criar uma nova rede? Vamos manter os Parceiros existentes. Como sabe temos em Portugal Importadores para as Marcas DuPont Refinish e para a Standox, enquanto a marca Spies Hecker está dentro da Axalta Coating Systems Portugal SA, que tem sede em Mem Martins. Vamos ajudar, a tornar a Rede de Distribuição existente ainda mais eficaz. Queremos desenvolver novos projetos de forma a tornar mais sólida a posição dos nossos parceiros, porque sabemos que são empresas especializadas que têm absoluta necessidade de continuar a apostar na qualidade de serviço junto dos utilizadores finais. Os importadores para Portugal das marcas DuPont Refinish e Standox apostam na melhoria contínua das suas equipas que atuam no “terreno” junto dos utilizadores finais.
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Como se vai processar a distribuição dos produtos Axalta Coating Systems para o mercado Português? Tal como já referi, através dos operadores existentes. O que pretendemos é contribuir para continuarmos a melhorar a sua especialização e eficiência através de modelos de gestão que permitam concretizar os objectivos de negócio à medida das exigências de cada cliente. As nossas prioridades são a qualidade dos nossos produtos e a constante evolução tecnológica mas, também ao nível das ferramentas utilizadas no tratamento e gestão das áreas de Pintura. Os nossos parceiros, sabem que é necessário continuar a ser inovador, na qualidade de serviço. Esse é o nosso objectivo estratégico, porque o que contam são os resultados nos utilizadores finais. Quantos clientes ativos tem atualmente a Axalta Coating Systems em Portugal? Temos cerca de 2.483 clientes. Estou a referir-me em todos os negócios da Axalta Coating Systems Portugal SA.em Portugal. Nos próximos 24 meses, queremos chegar aos 2.590. Que apoio a Axalta Coating Systems Portugal vai dar aos seus clientes, a nível de formação técnica e gestão nesta nova fase da vida da empresa? Nos últimos 15 meses temos vindo a desenvolver novos módulos de formação e vamos
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É fundamental o reajustamento do parque e o tipo de oficinas existentes, tendo mais qualidade na gestão dos recursos e nas boas práticas na relação com os clientes. Os processos de trabalho, e os equipamentos utilizados têm de ser reajustados ao tipo de reparação a executar. Tem de existir o domínio do processo relacionado com a correta orçamentação. Os resultados positivos só acontecem, se existirem práticas de gestão que permitam em cada momento quantificar e medir os resultados, de cada um dos portadores dentro da organização da empresa. A qualidade das equipas e a sua formação, têm de ser uma prioridade para os gestores deste tipo de negócio. A denominada “oficina“ tem de ser gerida como qualquer outra empresa que aposta na inovação e na qualidade das suas equipas e estar sempre focada nos seus clientes. Temos claro que vão surgir empresas e espaços diferentes em que a aposta será na fidelização dos clientes
lançar o E-learn. A nossa prioridade, com a participação ativa dos nossos parceiros, é demonstrarmos aos utilizadores finais que podem melhorar os seus resultados. É nesse objectivo que está centrada a nossa experiência e a especialização das nossas equipas em cooperação com os nossos parceiros. Temos claro a partir de dados que temos recolhido no mercado que vão surgir “novas oportunidades” de negócio na área da colisão através das desejáveis “especializações inteligentes”. Queremos estar com os nossos parceiros no “nascimento” deste tipo de oportunidades! Quais as novidade que a Axalta Coating Systems Portugal prevê lançar no mercado ainda este ano, a nível do produto, campanhas, serviços e formação? Vamos lançar novos produtos que permitam aplicações mais fáceis e em menos tempo. Vamos também lançar novas “ferramentas“ no tratamento da Cor. Queremos continuar a ser o grupo mais inovador também nesta
área e vamos surpreender positivamente os nossos clientes. A nova campanha de comunicação da Axalta, vai permitir o desenvolvimento de novos conceitos de comunicação na área das tintas e uma nova atitude no mercado. Considera que as marcas comercializadas pela Axalta Coatings Systems Portugal são bem conhecidas pelos profissionais da colisão em Portugal? Acredito que todos os profissionais conhecem bem as marcas Spies Hecker, Standox e DPR. O que necessitamos é que conheçam ainda melhor os sistemas e os processos de aplicação e os modelos de gestão que recomendamos para obterem melhores resultados. É por esse facto que vamos continuar a investir em novos processo de formação através das nossas equipas especializadas. Os produtos são uma parte da solução e o que importa é que os profissionais conheçam de facto as nossas soluções integradas. Isso só é possível com a desmonstração real dos resultados junto dos utilizadores finais.
Queremos ser conhecidos como a empresa mais inovadora nos produtos, processos de aplicação e serviço junto dos nosso clientes. A nossa experiência com mais de 145 anos faz a diferença! O que tenciona fazer para aumentar a notoriedade das marcas junto das oficinas e também do cliente final? Vamos, estar ainda mais perto dos que utilizam os nossos produtos e soluções através de ações de proximidade que queremos realizar a partir de Julho de 2013. Temos novas soluções para as oficinas e técnicos de pintura. Conhecemos o mercado, com a nossa experiência e a qualidade das equipas especializadas vamos ser capazes de melhorar o conhecimento dos profissionais sobre as nossas marcas e sobre cada uma das soluções que dispomos para a melhoria contínua dos resultados. Os clientes sabem que o nosso Grupo estará na liderança tecnológica e nas “ferramentas” de gestão para ajudarmos a construir melhores resultados. O que é que hoje em dia faz mais a diferença neste sector da colisão. São a qualidade dos gestores. Sou português e tenho orgulho nisso, sei que em Portugal neste sector da colisão existem enormes dificuldades, mas acredito que temos pessoas com muita qualidade que vão ser capazes de gerar novas oportunidades de negócio na área da colisão. Isso faz-se com inovação e com equipas de excelência. Temos claro que vão nascer novas oportunidades de negócio na colisão, porque o mercado está em mudança acelerada, os processo e metodologias de trabalho também. Os clientes têm outro tipo de exigências, mas apreciam cada vez mais o rigor, o profissionalismo e as relações de confiança! Quais são na atualidade os maiores desafios no negócio da colisão auto e a melhor maneira para os ultrapassar?
Quais são os objectivos da Axalta Coating Systems Portugal para este ano 2013, a nível de investimentos e vendas? O principal objectivo é conseguir consolidar a presença da Axalta Coating Systems no mercado, juntos dos nossos clientes. Temos de demonstrar em cada dia, que somos um Grupo apaixonado por aquilo que fazemos. Estamos a assistir ao “nascimento” de um novo grupo a nível mundial, um novo nome e uma nova e inovadora forma de comunicação. Queremos ser conhecidos como o Grupo mais importante a nível mundial na área das tintas. Vamos estar focados 100% nesta área de negócio. Para concretizar este objectivo, vamos investir na comunicação e na realização de eventos com os nossos clientes. Nas vendas, estamos convencidos que vamos ficar acima dos resultados realizados em 2012, porque investimos todos os dias nas pessoas e na especialização das equipas. Gostava de deixar uma mensagem especial aos seus clientes? Queremos deixar uma mensagem de confiança. A Axalta Coating Systems Portugal SA, é uma empresa que herdou a experiência que construímos, ao longo de muitos anos. É a experiencia que ajuda a consolidar a confiança dos nossos clientes. Nós também sabemos que os nossos clientes têm todos os dias uma prioridade, que é a melhoria das suas equipas e a qualidade da sua gestão. E é em cooperação, que seremos capazes de construir um futuro de confiança.
O AXALTA COATING SYSTEMS
PORTUGAL, SA Estrada Nacional 249, Km 14 2726-902 Mem Martins Diretor Geral: Manuel Valadas Tel.: 219.266.000 Fax: 219.202.421 E-mail: manuel.valadas@dupont.com Internet: www.axaltacoatingsystems.com
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DOSSIER
Filtros automóvel
Acesa concorrência
i Os filtros utilizados nos veículos são consumíveis de relativamente alta rotação, que originaram um mercado amadurecido e estável, com muitos intervenientes em praticamente todos os canais de distribuição de peças
A
atual situação económica do país está a condicionar o mercado dos filtros, tanto quantitativamente, como qualitativamente. No primeiro caso, as revisões dos veículos são atrasadas e os prazos de substituição dos filtros largamente ultrapassados, levando a que o volume total de filtros comercializados não atinja todo o seu potencial. No que toca ao aspecto qualitativo, está o grande surto de marcas de baixo custo, às quais se juntam as segundas linhas de fabricantes de primeira qualidade original. Provavelmente, o volume do mercado não seria o mesmo sem estas marcas low cost, que constituem a opção de uma faixa considerável de consumidores. Aparentemente, muitas oficinas não conseguem ultrapassar a pressão que os clientes exercem sobre os preços e montam produtos que não são recomendados pelos construtores, originando desgaste dos componentes mecânicos, maior consumo de combustível e mais emissões de escape. Nos concessionários e reparadores autorizados os filtros são mais caros, porque estes operadores têm que defender as garantias das respectivas marcas e não podem deixar de montar filtros de primeiro equipamento. A diferença de preço justifica-se pelo valor acrescentado da peça original, que torna a montagem mais rápida e mais económica, assegurando também sinergias na manutenção dos veículos, que compensam o seu preço superior. Obviamente, uma das condições intrínsecas do mercado é a liberdade, o que implica a oferta dos mais variados produtos e serviços. Quem compra e quem vende tem obrigação de fazer as suas contas e
ver se os benefícios das suas opções correspondem ao que se pretende. Mesmo quando erram, os consumidores e operadores de mercado acabam por gerar intervenções a médio prazo, contribuindo indiretamente para a dinamização do mercado de repara ção automóvel, escrevendo assim direito por linhas tortas. Q SUSTENTABILIDADE CONQUISTASE Claro que, em termos de futuro, a sustentabilidade de certas marcas que operam sem margens recomendáveis pode ficar em causa, mas tudo isso faz parte do próprio jogo do mercado. Na frente da batalha, os negócios sobem e descem com grande rapidez, mas a segurança do mercado está garantida pelos operadores que apostam em soluções mais criteriosas e conservam a saúde dos seus negócios. Em termos de nichos de negócio, os filtros de habitáculo e de gasóleo aparecem como as tendências emergentes e com mais futuro. Nos dois casos, o crescimento do parque automóvel com sistemas de climatização (70% na origem) e com motorizações diesel justifica o prognóstico. Além disso, a mais apurada tecnologia dos sistemas envolvidos requer a substituição dos filtros nos prazos previstos, sob pena do carro começar a funcionar incorretamente. Claro que os filtros de ar e de óleo vão continuar o seu curso dentro dos parâmetros normais. Em todos os casos, contudo, a inovação e a evolução tecnológica têm um papel preponderante no primeiro equipamento, o que acaba por se refletir inevitavelmente no mercado de pós-venda.
Factos O Em Portugal existem muitas marcas diferentes de filtros, o que faz com
que seja um mercado muito fragmentado e competitivo. Isto acontece porque os filtros são dos produtos de maior rotatividade no sector automóvel, o que faz com que seja um mercado muito apetecível para as marcas. O O factor qualidade deve estar sempre presente e valorizado como um ”investimento” face a marcas de 2ª e 3ª linha que hoje em dia ocuparam um espaço maior no nosso mercado. Contudo, não podemos menosprezar as relações distribuidor / oficina, pois estas permitem um critério de fidelização ímpar. O Os distribuidores de filtros e a própria oficina devem perceber que este produto, embora tenha um custo mais baixo do que a maioria das outras peças tem uma importância tão grande, que a sua qualidade é vital na proteção do motor, evitando assim grandes problemas nos veículos. O Os fabricantes de filtros devem continuar a desenvolver e adaptar a sua
oferta de produtos às necessidade da indústria automóvel, como por exemplo: atenção especial às questões do meio ambiente com novas tecnologia para as emissões, cartuchos recicláveis, filtros de combustível de alta pressão e novos filtros diferentes dos tradicionais. O Filtros
que respeitem as especificações das marcas, seja na qualidade do produto, seja na defesa da performance e motor do veículo, devem ser os critérios de escolha das oficinas, mas o preço, infelizmente, ainda é um dos principais factores de escolha. O Devido ao maior espaçamento entre revisões dos veículos novos e com as constantes evoluções que os próprios filtros tiveram nos últimos anos, as exigências face aos filtros são maiores e os clientes estão agora mais atentos à qualidade dos mesmos, e a optar pelas marcas com qualidade equivalente à Origem.
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Peter Blomberg, Diretor Marketing KAVO – Filtros AMC
OPINIÃO
O crescimento do mercado asiático é a nossa grande oportunidade. Em muitos países, incluindo Portugal, vimos um grande aumento de viaturas japonesas e coreanas, o que se revela uma boa oportunidade para aumentar o negócio das empresas especialistas em peças para carros asiáticos. Na presente conjuntura económica, a maior ameaça ao comércio de filtros é a falta de poder de compra dos automobilistas que não investem em fazer uma manutenção regular dos seus carros e procuram produtos mais baratos e de baixa qualidade. Mas se as dificuldades económicas forem ultrapassadas, o mercado português tem um grande potencial.
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Os protagonistas
Bruno Jerónimo, Gestor de Produto Ibérico da Bosch
O comportamento do mercado de filtros está a ser afetado pelo que se está a passar na economia portuguesa e as consequências são várias: os automobilistas com dificuldades financeiras adiam as revisões dos seus veículos e os retalhistas descem os preços para conseguirem vender. Isto é uma situação que também está a acontecer noutros sectores, embora o sector das peças independentes seja um dos menos prejudicados. Relativamente ao mercado em Portugal, está cada vez mais competitivo, com demasiadas marcas, sendo que algumas não têm estrutura para enfrentar as novas exigências do mercado e estão a desaparecer com naturalidade. Por isso é muito importante que as oficinas escolham um fornecedor correto, que lhes garanta um equilíbrio entre rentabilidade, opções de qualidade e soluções de programas para modelos de veículos novos que acabam de ser lançados no mercado. Uma dificuldade acrescida é o facto de algumas marcas Premium não terem o controlo total sobre o posicionamento de preços, deixando aos seus distribuidores essa tarefa. Por isso, nalguns casos, os PVP não são os mais adequados ao funcionamento equilibrado do sector, onde deviam conviver diferentes segmentos de ofertas (concessionários, marcas IAM preço médio e low cost. Esta dificuldade origina problemas para alcançar a rentabilidade necessárias nos diferentes canais (distribuidores, retalhistas e oficinas)
Fernando Mendes, Gestor de Produto Aftermarket Grupo Auto Sueco Caracterizo o mercado de filtros auto em Portugal como um mercado muito maduro, onde se posicionam inúmeras marcas e players. Estes dois factores, aliados ao decréscimo da atividade económica do país e ao aumento do intervalo de substituição dos veículos mais recentes - diria contudo no caso do nosso país, menos antigos – condicionam a sua taxa de evolução e rendibilidade. Considero que as principais ameaças para este mercado estão relacionadas com o decréscimo do valor unitário das vendas
e consequentemente na rendibilidade do produto; com a entrada de marcas até agora desconhecidas dos clientes nacionais e de qualidade duvidosa e no mercado paralelo que não é regulamentado. As oportunidades são, claramente, o desenvolvimento de produto focado pelas marcas de 1º equipamento, que trará valor qualitativo e acrescento de negócio. Relativamente ao futuro deste mercado, divido em duas situações: uma mais imediatista, em que face à conturbada situação económica e financeira que o país atravessa, obriga um maior esforço, quer para manter penetração junto dos atuais cliente, quer como de entrada em potenciais e novos clientes e, mais futurista (sendo no entanto difícil de quantificar o número de anos necessários), uma melhor visão de mercado e posicionamento, onde as marcas de 1º equipamento terão sempre vantagem pela capacidade de desenvolvimento que possuem.
Daniel Berreby, Diretor Marketing Aftermarket Delphi No atual ambiente competitivo, a comunicação sobre a qualidade OE dos filtros é essencial. Como a proporção de carros diesel é cada vez mais alta, o volume de filtros de diesel deverá crescer a um ritmo saudável nos próximos anos. Relativamente aos filtros de habitáculo, à medida que os carros são mantidos mais tempo na estrada, isso oferece maiores oportunidades aos fornecedores de filtro de habitáculo. Por exemplo, o filtro de ar da cabine deve ser substituído a cada 20 ou 30 mil quilómetros, ou pelo menos uma vez por ano. Caso contrário, o volume de ar fresco que entra no interior do veículo vai diminuir consideravelmente, afetando o desempenho dos sistemas de aquecimento e ar condicionado, e fazendo com que as janelas se embaciem mais rapidamente. Um dos desafios para o mercado independente são as extensões de garantia que as marcas estão a fazer para os veículos novos, com o objetivo de fidelizarem os clientes. Isso incentiva o consumidor a per-
manecer mais tempo na rede concessionária, podendo atrasar a sua transição para o mercado de reposição independente.
procura estável, mesmo no longo prazo, sendo um produto fácil de fazer a sua gestão e garante um certo volume de negócios da empresa.
Jorge Sala, Diretor Aftermarket Mann+Hummel Ibérica
Pedro Proença Diretor Comercial UFI Portugal
O mercado de filtros de carro em Portugal é muito fragmentado. Muitas marcas surgem no mercado oferecendo produtos para diferentes nichos, mas não têm uma solução global para filtragem auto. É um parque que está a envelhecer, mas muito diversificado, por isso o portfólio de produtos necessário para cobrir o mercado é muito amplo. Embora o filtro seja um componente de fácil gestão, a retração do mercado é algo novo para os nossos distribuidores, pelo que a gestão de armazém vai crescer em importância. O que a oficina precisa hoje é um parceiro confiável, que pode oferecer bons serviços e boa logística a um preço justo. Em relação ao produto, a marca tem que ter uma boa qualidade e oferecer um amplo portfólio com uma garantia de confiança na qualidade. Um produto de baixo preço pode danificar o coração de um carro, o motor,
Andrea Taschini,
É um mercado bastante competitivo com bastantes marcas presentes. A grande ameaça é que entre todos os elementos da cadeia de distribuição do aftermarket, desde o fabricante, até à oficina, não consigamos fazer o nosso trabalho de forma competente e dessa forma percamos negócio para os Serviços de Marca. Oportunidades há muitas, mas são partilhadas entre a UFI Filters e os distribuidores das marcas UFI e Sofima. Quero acreditar que as oficinas compreendem a necessidade de fidelizar os seus clientes. Uma das formas de o fazerem, entre outras, é através da utilização de produtos que assegurem um serviço fiável e de qualidade. Logo acredito que escolhem marcas de filtros em função destas garantias. O futuro não está escrito. Será aquilo que fizermos dele. De qualquer das formas acredito que será um futuro brilhante para quem souber mitigar as ameaças e aproveitar as oportunidades.
Diretor Geral Sogefi Aftermarket Division
Portugal está em crise financeira, por isso as pessoas estão a conduzir menos, o que significa menos filtros vendidos. Além disso, os veículos estão a ficar mais velhos. A distribuição deve ser mais eficiente, o que significa um serviço mais rápido para os clientes. Ter a melhor equipa de vendas, também ajuda a manter o relacionamento com o cliente. Devemos mostrar aos clientes que eles estão no topo do mercado. Todos os anos introduzimos muitas novas referências de filtros para veículos ligeiros e pesados. O mais tardar seis meses após um modelo de veículo ser lançado no mercado, podemos apresentar um filtro de reposição com todo o R & D que é utilizado para o produto original. O mercado de filtro mantém uma
Stéphane Ballanger, Diretor Marketing e Vendas Valeo Portugal
Existem no mercado um grande número de atores que, na sua luta por manter ou aumentar a sua participação no mercado fazem que exista uma forte concorrência. Falando de filtros de habitáculo, o principal reto é conseguir aumentar a consciência sobre a necessidade de manutenção deste filtro tanto a nível oficina como a nível utilizador final. É evidente que, pese a maior consciencialização do automobilista pela manutenção dos filtros, a situação económica atual não é a mais favorável pois em muitos casos as operações de manutenção limitam-se exclusivamente às estritamente necessárias.
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Pese ainda que o mercado deva continuar em alta por vários motivos. É que por um lado, praticamente a totalidade dos veículos que circulam têm de série filtros de habitáculo, ainda que por outro lado exista já uma maior consciencialização tanto a nível oficina como a nível utilizador final da necessidade da sua substituição tanto para a melhoria do conforto e bem-estar no interior do veículo como para garantir o óptimo funcionamento do sistema de climatização.
Carlos Gomes, Gestor de Produto TRW Automotive Portugal
A substituição dos filtros é facilmente aceite pelo cliente final, uma vez que a entende como uma medida preventiva, não exigindo grande esforço das oficinas para efetuarem a venda, embora no caso dos filtros de habitáculo haja ainda a necessidade de sensibilizar mais o cliente final para a importância da sua substituição e as implicações que isso tem para a sua saúde. A principal ameaça deste mercado são os produtos que descuram a qualidade, tanto ao nível do fabrico, como ao nível dos materiais utilizados. Com o objectivo de oferecer um preço mais competitivo, algumas marcas não seguem as especificações originais, e apesar de não serem visíveis, afectam o desempenho do filtro, exemplo disso são os filtros de filtragem simples em vez dos filtros de dupla filtragem. A evolução tecnológica que temos assistido ultimamente nos veículos tem apresentado desafios constantes aos componentes de filtragem, sendo uma das principais oportunidades para este mercado, uma vez que exigirá maior capacidade de filtragem, filtros mais pequenos e leves, e ao mesmo tempo incorporará tecnologias como os sensores de água, reguladores integrados e aquecimento do filtro. Com o aumento dos intervalos da manutenção dos veículos novos, a taxa de substituição dos filtros será menor, o que exigirá melhores prestações do próprio filtro. A indústria de filtragem, para responder a estas expectativas, tem introduzindo inovações tecnológicas que melhoram e controlam o desempenho dos filtros, permitindo que sejam mais duráveis e eficientes. Estes dois factores contribuirão para que o mercado dos filtros tenha uma estagnação ou mesmo contracção a nível de volume, mas que será compensada pelo maior valor unitário dos filtros da nova geração. Apenas as marcas que estão bem preparadas para estes novos desafios, e que apresentem produtos de qualidade subsistirão.
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Tecnologia dos filtros
Dilemas e “trilemas“ Quem pretender fabricar um filtro para aplicações automóvel enfrenta dificuldades cruzadas de primeira grandeza. Embora aparentemente muito simples, um filtro utilizado em qualquer sistema automóvel tem que responder a requisitos muito estritos e apresentar um desempenho excepcional Escusado será dizer que os fabricantes de imitações e “clones“ nem fazem a mínima ideia do que é um filtro automóvel, o que deveria constituir um sério aviso para os operadores de mercado e para os consumidores finais. De facto, o que está em jogo é muito importante e os principais fornecedores de filtros de equipamento original não divulgam facilmente os seus segredos técnicos, protegendo os seus sistemas e inovações com milhares de patentes. Fora de questão “entregar o ouro aos bandidos”. Na realidade, o que está em causa é satisfazer no mesmo filtro necessidades que se opõem, como é o caso da capacidade de retenção de poluentes e da capacidade de permitir a livre circulação do fluido que contém esses resíduos (ar, óleo, combustível, fluido de refrigeração, etc.). Como é fácil compreender, uma malha apertada retém mais impurezas, mas também dificulta a passagem do fluido, ao passo que uma malha larga facilita a circulação, mas deixa passar muitos resíduos. Ultrapassada esta etapa, o filtro tem em seguida que responder à necessidades de resistir tanto tempo quanto possível no seu “posto de serviço“ e de acumular o máximo de impurezas, sem com isso prejudicar gravemente a capacidade de retenção e a livre circulação do fluido. A equação que resolve este “enigma“ tem muitas varáveis e não é certamente fácil de digerir para iniciados em matemática. Isso explica porque é que os filtros demasiadamente “económicos“ e “competitivos“ duram também muito pouco tempo e provocam um largo espectro de problemas e avarias no motor ou na saúde dos ocupantes do veículo. Tecnologias de ponta Os filtros para veículos de primeiro equipamento são estudados e testados exaustivamente, recorrendo aos mais modernos processos de simulação computacional e a todos os tipos de ensaios laboratoriais. Para se alcançarem os resultados pretendidos, são experimentados os mais diversos materiais, nas mais variadas combinações e através de inúmeros e inovadores processos de fabrico. O recurso à nano tecnologia é habitual e o estudo das reações electroquímicas e electrostáticas entre fluidos, meios filtrantes e poluentes constitui uma exigência básica. Todos já ouviram falar do carvão ativado dos filtros de habitáculo, que deriva do produto
que é utilizado nas máscaras profissionais de diversos operadores (pintores, soldadores, chapeiros, etc.). Esse carvão ativo pode ser obtido por diversos processos e combinado de diversas formas (painéis “sandwich“, por exemplo), mas nem todos os filtros de habitáculo conseguem reter certos gases nocivos, como o CO, ozono, anidridos sulfurosos, dióxidos de azoto, hidrocarbonetos, etc. Quando estamos a falar de filtros especificados pelo construtor do veículo, são produtos que respondem a um conjunto muito abrangente de
exigências e parâmetros, resultando de uma combinação única de materiais, tratamentos, combinações e processos de fabrico, muitas vezes difíceis de imaginar. Prioridade ao ambiente A eficiência dos novos filtros é uma preocupação de primeiro plano para os fabricantes, mas a compatibilidade ambiental continua a ser a prioridade. Sendo o automóvel o “suspeito do costume“ na perturbação do equilíbrio dos sistemas ecológicos, o esforço de compatibilização das tecnologias automóvel e o meio ambiente está mais presente do que nunca e possivelmente esse labor nunca ficará concluído. No caso dos filtros, temos o filtro de partículas diesel, que se auto regenera, podendo durar toda a vida útil do veículo. Nos restantes filtros, o esforço continua a incidir no prolongamento da sua vida útil, que serve tanto a proteção do ambiente, como os interesses do utilizador do veículo. Outra medida que se está a generalizar nos filtros de origem é a substituição de caixas ou invólucros descartáveis, por contentores permanentes, nos quais se substitui apenas o elemento filtrante. Este elemento, por seu turno, é também cada vez mais reciclável ou biodegradável, permitindo a sua fácil inserção nos ciclos de gestão ambiental.
Filtros de combustíveis são fundamentais Um filtro de combustível no sistema de alimentação retira partículas do depósito de combustível e todos os poluentes que conseguem entrar no combustível na estação de serviço. O combustível não filtrado pode conter vários tipos de contaminação, incluindo lascas de pintura e sujidade que caiu para o depósito na altura do enchimento, ou ferrugem causada pela humidade no depósito. Se estas substâncias não forem retiradas antes do combustível entrar no sistema, podem ocasionar o rápido desgaste e falha da bomba de combustível, injectores e câmara de combustão, devido à sua ação abrasiva nestes componentes de grande precisão. O desempenho dos filtros de combustível é fundamental para proteger de forma eficiente o sistema de injeção de combustível Common Rail. Componentes de precisão em motores a diesel são especialmente vulneráveis a danos por contaminantes líquidos e sólidos em combustível. E com os motores avançados de hoje, que já injetam combustível em pressões de até 2.000 bar e tolerâncias de injector a ser medido em microns, não é de surpreender que mesmo uma pequena quantidade de lixo ou água pode causar um grande problema. Por exemplo, apenas cinco gramas de sujidade, 2-5 microns de tamanho, podem causar danos irreversíveis no sistema de injeção de combustível. Com tecnologia common rail, o filtro é fundamental para a proteção do sistema de injeção de combustível. Proteger a saúde dos passageiros O fumo de escape produzido pelos automóveis com os quais vivemos todos os dias, a poeira fina, a fuligem proveniente do diesel, bem como o pólen, bactérias e óxidos de azoto, podem chegar facilmente ao habitáculo. Por sua vez, a concentração destas substâncias tóxicas nos automóveis são geralmente superiores em condições de tráfego urbano do que em condução de (auto)estradas, afetando principalmente, as crianças e as pessoas mais sensíveis. Por isso, é aconselhável a mudança de filtros de habitáculo no início da primavera, de modo a assegura uma redução importante de substâncias tóxicas dentro do carro. Para além de proteger a saúde das pessoas, este tipo de filtros tem outras vantagens como a segurança adicional que proporciona contra alergia a pólenes.
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MARCAS
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Oferta das marcas de Filtros
ALCO ALCO é um fabricante de filtros para o aftermarket independente, com mais de 40 anos de experiência na produção de filtros para automóveis, camiões, equipamentos de terraplenagem e motores estacionários. A gama abrange mais de 3.000 referências diferentes de filtros com mais de 200 novas referências adicionadas anualmente. ALCO utiliza tecnologia avançada e os últimos desenvolvimentos na produção de máquinas para o fabrico de um produto fiável e de custo eficaz. ALCO faz um esforço contínuo para melhorar a qualidade do produto e de recursos humanos. Em 2008 foi certificada com ISO9001 e em 2011 alcançou o Certificado na área da segurança e saúde OHSAS 18001. ALCO Filtros fornece uma garantia livre de preocupação por um período de dois anos a partir da data da compra e garante que seus produtos atendem às especificações para as aplicações a que foram destinados.
AMC Esta marca é fabricada pela empresa japonesa Kavo Parts, segundo os mais elevados padrões de qualidade da indústria local (JAPA). Todos os filtros AMC são marcados com a sigla JIS (Japan Industrial Standard), depois de passarem testes e verificações rigorosos. A marca AMC Filter fornece primeiro equipamento a alguns dos principais construtores japoneses e coreanos, entre os quais a Toyota, Nissan, Suzuki, Hitachi e SsongYong. Para o parque automóvel português, onde as marcas asiáticas estão bem representadas, a AMC Filter é uma opção de qualidade original segura no mercado de substituição.
restantes produtos da marca, os filtros Blue Print beneficiam de uma garantia de 3 anos contra defeitos de fabrico. Todos os filtros passam por um rigoroso exame interno e externo, antes de serem comercializados. Não sendo uma marca de primeiro equipamento, a Blue Print não deixa os seus créditos por mãos alheias, recolhendo dados e informações técnicas OE, antes de estabelecer acordos de fornecimento com fabricantes certificados. Todos os filtros cumprem ou excedem as especificações originais.
BOSCH Esta marca é um dos principais fornecedores do mercado de primeiro equipamento, possuindo uma oferta de pós-venda em linha com os produtos OE, possuindo uma cobertura do parque de todos os veículos superior a 95%. A gama completa de filtros Bosch tem mais de 2.600 referências. Além dos filtros convencionais, a Bosch comercializa a gama de filtros Denox para os sistemas de pós tratamento de gases de escape SCR, tanto para veículos comerciais, como automóveis (normativa Euro 6). Sendo especialista em sistemas de injecção diesel e gasolina, a Bosch fornece em exclusivo o filtro de combustível para bombas de alta pressão. A novidade mais recente da marca é o reforço da sua gama de filtros para veículos industriais.
A oferta desta marca especializada no mercado de pós-venda tem mais de 1.700 referências de filtros, permitindo cerca de 23.000 opções de modelos asiáticos e americanos. Além da oferta de filtros de ar, óleo, combustível e habitáculo de qualidade OE, a marca Blue Print oferece ainda filtros de passagem, de transmissão, da bomba de combustível e filtros de partículas diesel (FAP). Em linha com todos os
HENGST Para a Hengst não há espaço para concessões quando se trata de qualidade, seja em equipamentos originais ou produtos para o mercado de reposição. Com este princípio sempre em mente, Hengst fornece o aftermarket com mais de 2.000 filtros para o maior número possível de aplicações. Quer se trate de filtros de óleo, combustível, ar ou habitáculo, Hengst tem os filtros certos para todos os veículos de produção em série atuais. Este serviço é baseado em mais de 50 anos de experiência e estreitas parcerias de desenvolvimento com a indústria automóvel, uma experiência em produtos OE que serve bem o sector IAM. Através do seu catálogo electrónico de filtros disponível em www. hengst-catalog.com, é possível fazer a pesquisa do filtro por construtor, modelos, gama, ano, referência Hengst ou código do motor. Ainda durante a pesquisa, o sistema recomenda automaticamente o resultado que pode ser diretamente selecionado através de um clique.
Sendo também uma marca especializada em sistemas de injeção para primeiro equipamento, a Delphi possui uma oferta abrangente de filtros para gasóleo para veículos europeus e asiáticos. Só em 2013, foram introduzidas 30 novas referências destes filtros de qualidade OE. A oferta de filtros de habitáculo Delphi é também completa, incluindo 124 referências de filtros de fibra e carvão activado, que as-
cobertura, superior qualidade e completa disponibilidade, permitindo reduzir stocks inúteis e aumentar a rentabilidade do negócio dos seus parceiros de mercado.
MECAFILTER A marca Mecafilter pertence ao grupo internacional Solaufil, o que lhe permite ter um bom posicionamento no mercado de primeiro equipamento, especialmente entre os construtores franceses e alemães. Está presente como equipamento original nas principais marcas de veículos, tais como, Audi, BMW, Citroën, Mercedes, Peugeot e Renault. A oferta no mercado e pós-venda inclui cerca de 2.100 referências dos principais tipos de filtros para veículos ligeiros e comerciais. A Mecafilter possui fábricas em França e na Tunísia, sendo os seus produtos de substituição de qualidade original ou equivalente. O catálogo online completo da marca pode ser encontrado no site da empresa (www.mecafilter.com) ou na plataforma de e-comerce Tecdoc. Em Portugal, a marca tem uma excelente cobertura do parque circulante.
SOGEFI GROUP
MANN FILTER DELPHI
BLUE PRINT
seguram uma cobertura de 98% das necessidades do mercado. Estes filtros serão cada vez mais necessários, devido às condições de circulação de elevada densidade, tanto nas cidades, como nos principais eixos rodoviários. Os filtros de habitáculo Delphi são fornecidos numa embalagem da marca, incluindo instruções de montagem, para garantir a máxima eficiência e rendimento.
Este fabricante é um dos principais fornecedores do primeiro equipamento, dispondo de uma elevada oferta de filtros de qualidade OE no mercado de pós-venda. Em Portugal, a marca permite uma cobertura do parque europeu de 98,2% (93,84% na gama asiática).
Com um catálogo com mais de 3.700 referências e mais de 150 novas referências todos os anos, o principal argumento comercial da marca Mann Filter para distribuidores e oficinas é a sua abrangente
Este fabricante é dos principais fornecedores de primeiro equipamento a nível europeu e mundial, estando presente no mercado de pós venda com as bem conhecidas marcas Purflux, Fram e CoopersFiaam, que garantem as principais necessidades do parque circulante europeu. A mais recente novidade deste fabricante é a marca específica para veículos comerciais Sogefi Pro, que vem cobrir as principais aplicações de camiões e autocarros, com mais de 500 novas referências de produto. Os filtros da marca Sogefi Pro são produzidos com os mais elevados padrões de qualidade de origem e já estão preparados para a normativa de emissões Euro 6. O catálogo completo de filtros da Sogefi Pro está na Tecdoc e na versão online do site (www.sogefipro.com).
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estrada, etc.), o prazo recomendado de substituição passa a ser de 6 meses. Esta informação é agradavelmente surpreendente, porque permite ao consumidor equacionar com segurança a melhor opção qualidade/preço para o seu veículo.
TECNECO A marca Tecneco está no mercado europeu desde 1967 e posiciona-se como opção para o mercado de substituição. A oferta inclui os principais tipos de filtros (ar, óleo, combustível e habitáculo) e possui uma cobertura razoável, para uma relação qualidade/preço competitiva. Apesar de garantir a qualidade de fabrico e o óptimo desempenho dos seus filtros, a marca Tecneco recomenda a sua substituição dentro dos prazos indicados pelo construtor e/ou no máximo todos os anos. Para utilizações mais exigentes (estaleiros de construção, zonas industriais, fora da
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UFI A UFI FILTERS, para além de veículos ligeiros, garante também a cobertura de 90% do parque circulante europeu de Veículos Comerciais Ligeiros. Tem já disponível, no catálogo Aftermarket, o novo filtro diesel para a Iveco Daily MY 2011. A UFI FILTERS é o fornecedor do Equipamento Original para motorizações 2.3 Multijet II e 3.0 Common Rail. O Filtro completo com tecnologia UFI é apenas fornecido ao Equipamento Original da IVECO e é produzido em material plástico de alta resistência mecânica e térmica.
O cartucho filtrante para os mercados de substituição OES e Aftermarket independente é produzido em meio filtrante de última geração DFM 100% sintético. O mesmo garante a separação quase total das moléculas de água presentes no gasóleo e a retenção de partículas sólidas contaminantes de até 4 microns de diâmetro. A UFI FILTERS equipa as versões 2.3, projetada para oferecer performance, mas também consumos e emissões reduzidas, e 3.0 Common Rail, o quatro cilindros mais potente do mercado.
VALEO A oferta desta marca para o mercado de substituição aposta essencialmente nos filtros de habitáculo, nicho no qual se considera especialista. A gama completa inclui os filtros de habitáculo ClimFilter Comfort (filtro de partículas), ClimFilter Protected (filtro misto de carvão activo) e o ClimFilter Supreme (filtro de polifenol com carvão activo). Este último é o mais recente (lançado em 2013) e o que concentra mais inovações tecnológicas, sendo garantido por testes independentes contra todos os factores alérgicos conhecidos. A oferta total da Valeo inclui 445 referências de qualidade original, cobrindo 97% das necessidades do parque automóvel português de veículos ligeiros e comerciais. Os filtros de habitáculo Valeo são também fornecidos para primeiro equipamento das
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principais marcas europeias, possuindo no pós-venda todas as especificações OE. Para facilitar a identificação na distribuição e no retalho, cada tipo de filtro de habitáculo Valeo tem uma embalagem com uma cor específica.
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Listagem das marcas de Filtros Marca PLURATOR MANN SOFIMA UFI SOGEFIPRO COOPERSFIAAM FRAM PURFLUX BALDWIN BOSCH CHAMPION DELPHI HENGST MAGNETI MARELLI MAHLE COMLINE NIPPARTS BLUEPRINT SWAG ASCO FEBI FILTRON WIX KAVO AMC ALCO MEYLE MS Motor TECNECO VALEO MECAFILTER VIC HERTH + BUSS KLEAN KNECHT FILTER EUROPART
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Tipo Fabricante Fabricante Fabricante Fabricante Representante para Portugal Representante para Portugal Representante para Portugal Representante em Portugal Importador para Portugal Fabricante Representante em Portugal Fabricante Representante para Portugal Fabricante Fabricante Importador para Portugal Importador para Portugal Fabricante Fabricante Importador para Portugal Importador para Portugal Importador para Portugal Importador para Portugal Agente em Portugal Agente em Portugal Agente em Portugal Fabricante Fabricante Importador para Portugal Fabricante Importador para Portugal Importador para Portugal Fabricante Importador para Portugal Importador para Portugal Fabricante
Empresa Mann+Hummel Ibérica, Sa. Mann+Hummel Ibérica, Sa. Ufi Filters Ibérica, Sl. Ufi Filters Ibérica, Sl. J.G Neto, Lda. J.G Neto, Lda. J.G Neto, Lda. J.G Neto, Lda. Lusofiltros - Filtros e acessórios para veículos, Lda. Robert Bosch, Sa. Fcv Costa, Lda. Delphi Aftermarket Jochen Staedtler - Representações, Lda. Magneti Marelli Aftermarket, S.L. Mahle Sistemas de Filtración Sl Auto Delta/Bragalis Auto Delta/Bragalis Automotive Distributors, Lda Automotive Distributors, Lda Japopeças - Comércio de peças e automóvel, Lda. Jochen Staedtler - Representações, Lda. Civiparts, Sa. Civiparts, Sa. Solucas Solucas Solucas Meyle Products - Wulf Gaertner Autoparts AG KSPG Automotive Auto Silva Acessórios Valeo Service, Sa. Trw Automotive Portugal, Lda. Autozitânia, Sa. HERTH+BUSS Fahrzeugteile GmbH&Co.Kg Europeças, Sa. Sonicel, Sa. Europart Portugal, SA.
Website www.mann-hummel.com www.mann-hummel.com www.ufifilters.com www.ufifilters.com www.sogefigroup.com/pt www.sogefigroup.com/pt www.sogefigroup.com/pt www.sogefigroup.com/pt www.baldwinfilter.com/pt www.bosch.pt www.fmecat.eu www.delphi.com www.hengst.de www.magnetimarelli.com www.mahle.com www.comline.uk.com www.nipparts.com www.blue-print.com/pt www.swag.de/pt www.japopecas.pt www.febi.com www.filtron.pl www.wixfilters.com www.kavoparts.com www.kavoparts.com www.alcofilters.com www.meyle.com www.ms-motor-service.com www.tecneco.com www.valeoservice.com www.mecafilter.com www.eiken-kk.co.jp www.herthundbuss.com não divulgado www.mahle.com www.europart.net
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FORMAÇÃO
Leis de mercado
Economia, formação e empregabilidade
i A dificuldade de falar na relação entre a formação profissional, qualificação e empregabilidade está em que não existe relação direta entre as variáveis
É
muito comum as pessoas pensarem que melhor qualificação garante melhores empregos, mas isso apenas se aplica se houver procura de pessoas qualificadas para funções e empregos qualificados. Portanto, a verdadeira relação da empregabilidade é com as condições de oferta e procura no mercado de trabalho, que por sua vez dependem do dinamismo da economia e da estrutura empresarial existente. A exceção a esta regra é quando a qualificação permite a criação de auto emprego, através da formação de uma nova empresa ou por meio de uma via profissional independente. Por outro lado, mesmo havendo procura de profissionais qualificados
no mercado, existem outros critérios de acesso ao emprego, como a maior experiência, co nhecimento do mercado, contactos etc. Em última análise, a empregabilidade pode depender de laços familiares ou de amizade com o empregador, o que faz com que a qualificação seja o único e exclusivo critério de acesso ao emprego. Neste momento, existem professores com licenciaturas e mestrados em Educação, já com experiência profissional e competências demonstradas, mas que estão no desemprego, porque não há alunos. Existe procura de emprego, mas não há oferta de emprego nessa área. Esses professores e as suas qualificações profissionais não têm nada de errado, mas foram simplesmente vítimas do envelhecimento da população e da incompetência da administração pública e dos políticos, porque a espiral do envelhecimento em Portugal está prevista há décadas. Em vez de se promoverem políticas de natalidade infantil e de apoio a famílias numerosas, andou-se a legalizar e a financiar a interrupção voluntária de gravidez, o casamento entre homossexuais, adopções e outras aberrações, que vão exatamente no sentido oposto ao que teria sido necessário.
Q FORMAÇÃO PARA QUÊ, PARA QUEM? Nas atuais sociedades competitivas e em mudança permanente, onde a tecnologia é o motor da produtividade e da rentabilidade, a formação profissional é indispensável e uma condição de acesso ao mercado de trabalho, mas é também imprescindível que essa formação seja dirigida para as necessidades do mercado de emprego e de trabalho, estando de acordo com a procura que efetivamente existe nas empresas. Cursos como se via e se continua a ver sem ligação ao mercado de trabalho podem ser uma forma de enriquecer a cultura geral do formando, mas não geram a mínima empregabilidade. A primeira coisa que um jovem deve saber sobre esses cursos de formação profissional é quais são as suas saídas profissionais e quais são os contactos que a entidade formadora tem com o mercado de trabalho. Particularmente interessantes para os jovens em início de carreira são os nichos de emprego, onde existem carências de profissionais e a procura é elevada. Estão neste caso as profissões relacionadas com a medicina e a enfermagem, por exem-
plo, cuja procura no país continua elevada, mas é ainda maior na Europa e mesmo a nível global. No caso do pós-venda automóvel, existem várias situações diferentes. A profissão de mecatrónico continua a ter bastante procura nas empresas e a interessar os jovens, dando origem a um caudal de cursos de formação profissional mais ou menos contínuo, tanto na formação inicial, como na formação contínua. Na área da orçamentação e recepção, existem necessidades objectivas nas empresas de profissionais com habilitações específicas, mas nem todas as empresas reconhecem o carácter prioritário desta função, criando poucas oportunidades de emprego. Na área das tecnologias da informação e da comunicação, hoje vital em qualquer empresa, também nem sempre as oficinas geram os empregos que seriam necessários, deixando as funções entregues a outros empregados administrativos ou inclusivamente a amadores, originando pouco ou nenhum retorno. Em contrapartida, na área da pintura, muitas empresas gostariam de contratar profissionais qualificados, mas o foco dos jovens nesta profissão é limitado ou
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mesmo nulo, devido essencialmente a preconceitos que hoje já não têm qualquer razão de ser. Como não se podem fazer cursos só com formadores ou só com empregadores, esta área tem estado relativamente ao abandono ou entregue a iniciativas pontuais. Q CRIAR PONTES Com perto de um milhão de desempregados em Portugal, as pontes entre as empresas que procuram profissionais e os desempregados deveriam estar a funcionar com mais eficiência, mas parece que não é o caso, havendo várias razões para que tal aconteça. Uma delas e talvez a principal, será a péssima conjuntura económica, levando empresas a limitar ou até cancelar as contratações de novos profissionais. Por outro lado, o IEFP - Instituto do Emprego e Formação Profissional tem revelado uma capacidade de resposta limitada, agravada pela avalanche de desempregados, que ainda não terminou. Provavelmente, o IEFP deveria fazer algumas contratações, mesmo a termo certo, para conseguir responder ao fluxo de pedidos de emprego e às necessidades de formação das empresas. Quanto aos sindicatos, o seu papel em caso de desemprego dos associados também não se tem revelado muito dinâmico, limitando-se a exigir um salário mínimo mais elevado, o que está em contra ciclo.
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Nesta altura das redes sociais e da Internet, talvez as tecnologias da informação e comunicação pudessem dar uma contribuição mais robusta para procurar empregos e empregados, sendo ainda uma hipótese a explorar de e-learning. As ferramentas funcionam, quando são utilizadas. Q HABILITAÇÕES, FORMAÇÃO E QUALIFICAÇÃO Ao contrário da formação e da qualificação profissionais, que estão dirigidas para em-
pregos e funções específicas, as habilitações literárias e o grau de ensino efetivo podem ter um papel mais decisivo na empregabilidade, em termos gerais. O défice muito comum em áreas chave de português, matemática e idiomas estrangeiros não ajuda a conseguir emprego, tanto no plano nacional, como na emigração. Isso é comum até em alunos já com o 9º e o 12º ano de escolaridade concluídos. Possivelmente, a culpa não será tanto dos jovens, como de um sistema de ensino que se tornou essencialmente “amador“ e de uma sociedade
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erário/dependente, que criou um sistema nacional de subsídios e ajudou a formar na juventude a ideia de que o emprego e a profissão são coisas da terceira idade! De qualquer forma, os jovens têm que equacionar a possibilidade dos seus pais e do próprio país chegarem um dia à falência, deixando-os sem qualquer tipo de saída. Ao contrário das pseudo culturas que grassam um pouco por todo o lado, a verdadeira cultura e uma boa base de conhecimentos comprovados podem ser decisivos para garantir a sobrevivência no futuro.
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FORMAÇÃO
Sistema de Formação Dual
Visão empresarial i A O Sistema de Formação Dual centrase essencialmente nas empresas e é efectuado para as empresas. A filosofia de formação alemã fundamenta-se e parte do princípio que a formação não é necessária, se as empresas não necessitarem dela
O
foco de todas as formações são as empresas e o resto (planos curriculares, saídas profissionais, etc.) gravita em torno disso. A grande diferença da Formação Dual para outros sistemas de formação está na formação no local de trabalho, ou estágios. De facto, 80% da formação é realizada nas empresas em contexto laboral e 20% fora. Isso significa que o formando está 4 dias na empresa e um apenas do centro de formação teórico/prática. Esta constitui a grande clivagem da formação Dual, para outros sistemas de formação. Acresce que o estágio na empresa prolonga-se durante toda a formação. Especialmente nas empresas do sector automóvel, os formandos são confrontados com a realidade do mundo do trabalho e podem perceber claramente se é aquilo que eles querem fazer ao longo da sua vida ou não. As desistências dos cursos, quando acontecem, são exatamente nas primeiras semanas da formação, quando os formandos sentem o que é a realidade do seu futuro trabalho. Os que chegam ao meio ou ao fim do curso Dual já optaram por trabalhar naquele género de empresa em que estão a estagiar. Q CHEGADA A PORTUGAL O sistema de formação Dual é o método usual das empresas alemãs no seu país e que tenta reproduzir nos mercados para onde emigram. A CCILA - Câmara de Comércio e Indústria Luso Alemã iniciou os cursos de formação Dual em 1983, pressionada pelas empresas alemãs que na altura estavam a operar no mercado português. Isso acontece quando o nosso país encerra as escolas comerciais e industriais e deixa de haver ensino profissional em Portugal. As empresas alemãs que operavam no mercado português
começaram a sentir dificuldades de recrutamento de jovens habilitados profissionalmente e voltaram-se para aquilo que conheciam e a que estavam habituadas no seu país, que era a formação Dual. Depois de oficializar a sua escola de formação, a CCILA lança os dois cursos que desde sempre tiveram mais sucesso, que foram os de Electricidade e Electrónica Automóvel (Mecatrónica Automóvel) e o curso de Técnico Administrativo, que foi evoluindo ao longo do tempo. Porquê a área automóvel? Porque uma das 12 empresas fundadoras do movimento de formação Dual entre nós foi precisamente a Robert Bosch, uma das empresas com fortes ligações ao sector automóvel e à própria CCILA. Os centros de formação Dual trabalham essencialmente com dois tipos de empresas: as grandes empresas multinacionais alemãs e as pequenas empresas portuguesas do tipo Bosch Car Service ou oficinas multimarca independentes, entre outras. Quando se iniciou o sistema de formação Dual no mercado português, as empresas alemãs representavam 80% das que colaboravam com o programa e as empresas portuguesas eram apenas 20%. A partir desse ponto, as empresas portuguesas foram aderindo sistematicamente e hoje já representam 80% do total das empresas que colaboram nesta formação. Segundo o Eng.º Elísio Silva, responsável pela estrutura de formação Dual entre
nós, “ Essas pequenas empresas têm constituído grande parte do êxito dos nossos cursos e da integração dos jovens no mundo profissional. A taxa de integração dos jovens no final da formação tem sido sempre superior a 90%. Por outro lado, os formandos que ficam a trabalhar nas empresas em que fazem estágio são à volta de 40/50% do total, o que é muito positivo para todas as partes envolvidas.” Q ESTRUTURA ATUAL Os cursos atualmente disponíveis na formação Dual no mercado português são a Mecatrónica Automóvel (2 variantes), Técnico Administrativo e Técnico de Orçamentação e Recepção (Porto). A formação é assegurada a partir de três Centros de Formação Dual situados no Porto, Lisboa e Portimão. Este último é o mais recente e tem estado mais voltado para a formação profissional na área da hotelaria e turismo, embora no futuro estejam previstos outros cursos neste Centro. A oferta de cursos é adaptada à procura local, tendo em conta a realidade económica e empresarial da região. A estrutura de formação Dual tem certificação TUV e inclui em todos os cursos uma disciplina de Higiene, Segurança e Proteção Ambiental. A formação nestes cursos é essencialmente presencial, porque permite que o formador seja também consultor. A troca de experiências profissionais entre formador e formando é especialmente importante na formação
contínua. Ferramentas de auto aprendizagem online (e-learning) no futuro serão importantes, mas neste momento ainda não dispõem de aplicação prática consistente. Na realidade, na formação de base para jovens o e-learning tem graves limitações. Por outro lado, a evolução desse conceito de aprendizagem também estagnou. Mesmo assim, há cursos online na estrutura de formação Dual para a ANA (formação interna) e formação de Gestores de Energia (técnicos superiores). Para pessoas com grandes bases anteriores e autonomia, a formação online é no entanto positiva. No conceito de formação Intra-Empresas, a formação é adaptada à medida de cada empresa e é geralmente efectuada nas instalações dessa mesma empresa. Na formação de média/longa duração, esta efetua-se apenas nos centros de formação Dual. Q EVOLUÇÃO DO CONCEITO FORMATIVO A Formação Dual em Portugal tem vindo a consolidar-se e a crescer. Apesar da crise económica, as turmas de qualificação inicial passaram de 45, em 2004, para 59 no ano passado. Também o total de formados era de 600 (2004) e passou para 846 em 2012. Em contrapartida, o número de empresas aderentes ao programa de formação Dual tem conhecido oscilações. Eram 216 empresas em 2004, atingiu-se um pico de 308 antes da crise (2008), mas
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Projetos futuros
Cursos para 2013 O Plano de Qualificação Inicial da estrutura de Formação Dual da CCILA para 2013 inclui os seguintes cursos: O Técnico de Gestão Administrativa O Técnico de Pintura Automóvel O Técnico de Mecatrónica Automóvel Aplicada O Técnico de Mecatrónica de Manutenção Todos estes cursos têm uma duração de dois anos e iniciam-se a Setembro/ Outubro de 2013. Paralelamente, estão previstos também Cursos de Aprendizagem nas seguintes áreas: O Técnico de Apoio à Gestão O Técnico de Mecatrónica Automóvel O Técnico de Manutenção Industrial Estes cursos terão uma duração de 2 ½ ano, estando o seu início (Junho/ Setembro de 2013) ainda dependente da aprovação do IEFP. Todos estes cursos têm as inscrições abertas desde Março passado e estas prolongam-se até 30 de Setembro de 2013. Além destes cursos de longa duração, para jovens, a DUAL realiza cursos de Qualificação contínua, de curta duração, para ativos.
em 2010 eram já apenas 216 e em 2012 ainda menos (202 empresas). A taxa de desistências é que tem vindo a descer com a crise, o que tem uma certa lógica. Era de 10,9% em 2004 e no ano passado já só houve 6% de desistências dos cursos. Na qualificação contínua destinada a profissionais ativos, esse crescimento é
ainda mais evidente, tendo-se passado de 30 turmas, em 2004, para 182 no passado (seis vezes mais). A evolução de formandos nesta área foi idêntica, pois eram 379 (2004), mas em 2010 já havia 2102, tendo o seu número estabilizado em 2004, no ano passado. Pelo contrário, a taxa de desistências subiu nestas turmas, tendo passado de 3,4% (2004), para 7,5% (2010). Agora, ficou pelos 5,5%, no ano passado. A par deste sucesso, os critérios de seleção de formandos têm vindo a apertar a malha, porque há cursos (mecatrónica automóvel, por exemplo) em que existem 5 candidatos por cada vaga – duas a três turmas em Lisboa e outras tantas no Porto – o que dá 40 a 60 jovens mecatrónicos por ano. Isto significa que cerca de 160 dos 200 candidatos iniciais ficam pelo caminho. A primeira seleção opera-se pela idade (mínimo de 15 anos) e pelo grau de escolaridade (9º ano). De seguida, os candidatos passam por uma bateria de testes psicotécnicos e vão para uma prova de avaliação em grupo. Finalmente, cada candidato tem que ir a uma entrevista, que tem carácter eliminatório. Ao passar por este processo de seleção, o candidato tem que demonstrar motivação, orientação vocacional e capacidade para aprendizagem e consequente desempenho profissional. Cerca de metade dos formandos estão ligados ao sector automóvel. Durante os cursos de qualificação inicial os formandos têm as despesas principais subsidiadas e ao saírem ficam com equivalência automática ao 12º ano de escolaridade e recebem um certificado de habilitação e qualificação profissional. Para as empresas, a vantagem deste processo de Formação Dual reside no facto dos cursos serem uma alternativa ao recrutamento, com menos despesas e com maior garantia de sucesso.
Com 40% de desemprego jovem no país e com o sistema de ensino nacional em fase de desmantelamento (espera-se que resulte numa boa requalificação, também) a Formação Dual da CCILA constitui uma excelente alternativa para os jovens e para as próprias empresas, que necessitam de técnicos qualificados para reforçarem a sua sustentabilidade e viabilidade económica. Nesse sentido, está prevista para breve a abertura de mais Centros de Formação Dual no país, que se traduzirá por um reforço da oferta de cursos. O Centro de Portimão, por seu turno, deverá também passar a incluir cursos da área técnica, para além da atual oferta na área da Hotelaria e Turismo. Outra perspectiva de desenvolvimento é a atual estrutura de Formação Dual passar a integrar também Serviços de Gestão Integrada de Recursos Humanos, algo que já existe de forma empírica, devido ao facto do processo de Formação Dual decorrer em parceria com empresas ativas no mercado. Por outro lado, os tutores dos formandos nas empresas vão passar a beneficiar de mais formação específica, de forma a enriquecer o processo pedagógico e de aquisição de competências dos formandos. A ideia é levar a Formação Dual em Portugal para um patamar de plena maturidade e eficiência, colocando-se ao nível do que já existe noutros países, designadamente na Alemanha, a origem do conceito.
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Elísio Silva, Diretor da DUAL
“Contacto com as empresas é fundamental” A Formação Dual em Portugal tem vindo a consolidar-se e a crescer. Para sabermos mais sobre este sistema de qualificação, entrevistamos Elísio Silva, responsável pelo sucesso da DUAL no nosso país A DUAL orienta a sua atividade pela filosofia da formação profissional alemã – Sistema DUAL - procurando ir ao encontro das necessidades das empresas associadas. Este sistema assenta no princípio da dualidade, que se traduz na alternância da formação teórica e prática, permitindo que o formando possa, ao longo de todo o curso, cimentar e testar em contexto de trabalho os conhecimentos adquiridos em sala. Na qualificação DUAL, o formando está em contacto com uma empresa “real” desde o início da sua formação e é aí que passa a maior parte do seu tempo. Podemos afirmar que a empresa é o foco principal de todo o processo formativo. Desde quando a DUAL está em Portugal? A procura de profissionais qualificados ao nível de quadros médios e a inexistência naquela altura do ensino profissionalizante, levaram a que em 1983 fosse fundado o serviço de qualificação profissional da Câmara de Comércio e Indústria Luso-Alemã, por iniciativa de 12 prestigiadas empresas multinacionais alemãs, tais como AEG, Robert Bosch, Hoechst, Siemens, Bayer, Henkel, Grundig, Mercedes-Benz, Thyssenkrup, Groz-Beckert, Basf e Rauschert. Em 2007, este serviço passou a designar-se DUAL, uma marca registada. De salientar que, no seu país de origem, estas empresas estavam habituadas a apoiar a formação de jovens. A presença da Robert Bosch neste grupo fundador, foi fundamental para a criação do curso de Técnicos de Eletricidade e Eletrónica Automóvel logo nessa data. Qual o ponto da situação dos cursos relacionados com a mecatrónica e pintura automóvel? O curso de Mecatrónica Automóvel continua a ser o que tem maior procura, quer pela parte dos jovens, quer pela parte das empresas. O curso de Pintura Automóvel, infelizmente, não tem tido qualquer procura pela parte dos jovens. Apesar de continuarmos a fazer um enorme esforço de divulgação deste curso, há vários anos que não o conseguimos realizar, apesar do interesse demonstrado pelas oficinas e pela falta de profissionais nesta área. Considera que é difícil acompanhar a atual evolução tecnológica do
empresas apostam em profissionais com boa formação, polivalentes e jovens. Eu diria que são mais cuidadosos e seletivos no recrutamento dos seus quadros. Poderemos estar perante um situação em que os profissionais mais velhos e que não apostaram na sua atualização, sentirão algumas ameaças. Elísio Silva, Gestor de Desenvolvimento Organizacional e de Mercado da DUAL e Fátima Lopes, Coordenadora de Qualificação Contínua, Marketing e Serviços de RH
automóvel, em termos de formação profissional? Nesta área, como em muitas outras, os profissionais têm que estar preparados para estudar ao longo de toda a vida. Para quem atua na formação profissional, nem sempre é fácil acompanhar o desenvolvimento tecnológico das diversas áreas. Por isso é fundamental o contacto permanente com as empresas, a formação dos formadores e as parcerias. Qual é o quadro atual de técnicos formadores da DUAL? A DUAL aposta na contratação de formadores externos, que, preferencialmente, exerçam ou tenham exercido uma atividade profissional ligada à área em que ministram formação. Atualmente temos cerca de 10 formadores da área automóvel, com as mais diversas formações e atividades profissionais. Regularmente, os nossos formadores frequentam cursos de atualização, nomeadamente na Bosch. Qual é o nível de habilitações académicas dos formandos que procuram DUAL? As habilitações académicas mínimas para se entrar num curso da DUAL são o 9º ano. Entendemos que este nível é suficiente. De qualquer forma, há uma grande percentagem de jovens que chega a este nível com conhecimentos extremamente baixos em alguns domínios fundamentais (Matemática, Inglês, Português!). E isso levanta muitos problemas. Qual o processo de seleção usado pela DUAL para os Jovens integrarem os Cursos de Formação? Antes de iniciarem um curso na DUAL, todos os jovens passam por
um processo de seleção que inclui a realização de uma bateria de testes psicotécnicos, uma prova de grupo (assessment center) e uma entrevista pessoal, tendo esta carácter eliminatório. Com este processo, pretende-se avaliar a motivação, vocação e a capacidade do candidato. De referir que para o curso de Mecatrónica Automóvel, é habitual termos 5 candidatos para cada vaga dispo nível. Quais são as atuais saídas profissionais para os formandos da DUAL? Os formandos da DUAL encontram facilmente colocação nas suas áreas de formação: Mecatrónica Automóvel, Gestão Administrativa e Recepção e Orçamentação de Oficina. Privilegiamos a formação de “banda larga” e os nossos formandos têm sempre várias possibilidades de integração. Um Mecatrónico Automóvel poderá desenvolver a sua atividade numa oficina autorizada de uma marca, da mesma forma que o poderá fazer numa oficina multimarca, como são os Bosch Car Service. Poderá fazer diagnóstico, mas também manutenção e/ou reconstrução de motores ou outros sistemas mecânicos. Um Técnico de Gestão Administrativa poderá ser integrado num departamento de Marketing e Vendas, mas também na recepção de uma oficina, na contabilidade, na gestão de stocks, etc.
O que está a DUAL a fazer na adaptação dos seus conteúdos programáticos de formação, à atual situação do sector automóvel em Portugal? A DUAL está sempre atenta à evolução do sector. Embora os conteúdos programáticos não sejam da nossa responsabilidade direta, tentamos adaptar e “influenciar” os mesmos, nomeadamente através de propostas que enviamos aos organismos competentes, nomeadamente a ANQEP (Agência Nacional para a Qualificação e o Ensino Profissional). Qual é a taxa média de empregabilidade dos formandos da DUAL? A taxa de empregabilidade média dos formandos da DUAL, no último ano, foi de 90%. Nos anos anteriores tinha sido ligeiramente superior. A DUAL tem parcerias com empresas do sector automóvel para colocação dos seus formandos? Sim. Gostávamos de salientar a parceria que temos com a Bosch, desde o início da atividade da DUAL, e que foi fundamental para o nosso desenvolvimento. O número de formandos da DUAL nas oficinas Bosch Car Service é bastante significativo. Além disso, temos parcerias com diversas empresas e grupos empresariais, que contribuem para a integração dos nossos formandos nas oficinas. Neste momento estamos a preparar uma ação de formação para os colaboradores das empresas que acompanham os formandos, e que iremos oferecer a todas as empresas que colaboram com a DUAL.
O DUAL
A atual retração do sector automóvel tem prejudicado a colocação dos formandos no mercado de trabalho? Sem dúvida que a atual situação da nossa economia, e do sector automóvel em particular, tem dificultado a colocação e integração de formandos no mercado de trabalho. No entanto, e por outro lado, cada vez mais as
Avenida Infante D. Henrique, Lote 320 Entreposto 2, Piso 2, Fração 2 1800-220 Lisboa Diretor: Elísio Silva Tel.: 218 504 050 Fax: 213 474 417 Internet: www.dual.pt
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SERVIÇO
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SKF lança
Call Center de Assistência Técnica
i Sempre com o focus nos seus clientes e com o compromisso de desenvolver mais ações de valor acrescentado, a SKF lançou no início de julho um serviço de Call Center de Assistência Técnica exclusivo para as oficinas parceiras
O
novo serviço surge na continuação do Projecto das Garagens “Pole Position Plus” dedicado a oficinas, por forma a habilitar as oficinas que escolhem SKF com uma maior competência técnica nos seus produtos para o mercado de reposição auto em Portugal. Com este serviço as oficinas selecionadas têm acesso a respostas a todas as dúvidas técnicas sobre montagem e desmontagem, cuidados de manutenção, esquemas de distribuição, etc. especificamente para os produtos SKF. Q SERVIÇO EXCLUSIVO A SKF vai trabalhar em conjunto com os nossos parceiros de negócio para selecionar as oficinas que compram SKF. Apenas as oficinas que montam material SKF poderão ter acesso a este serviço. Todas as oficinas que já participaram nas ações de formação Manutenção da Distribuição da SKF estão desde já selecionadas para usufruírem deste serviço. As áreas de assistência técnica são várias: Kits e Correias de Distribuição Correias Auxiliares Rolamentos de roda Transmissões e Juntas Homocinética Bombas de Água Na prática, basta o mecânico telefonar para o serviço de assistência a pedir informação sobre montagem, desmontagem e reparação dos referidos componentes. Por exemplo, um mecânico que tem uma distribuição para montar e está com dúvidas; pode
ligar para o Call Center da SKF, através do número grátis 800.910.270, e poderá colocar as questões ao engenheiro técnico da SKF. Caso queira, pode igualmente receber por fax ou e-mail o esquema de montagem da distribuição. Q COMPLEMENTO À FORMAÇÃO Este serviço não substitui as ações de e formação que a SKF tem levado a cabo desde 2009, sendo antes um complemento dessas ações. A formação é para a SKF muito importante como diferenciador da concorrência e como reforço dos laços comerciais e de parceria entre oficina, revendedor e distribuidor SKF. Até hoje todas as formações tiveram por base a oferta de valor acrescentado da SKF.
De referir que as formações de distribuição são ministradas com o motor “in loco” e os mecânicos participam ativamente na montagem e na desmontagem. Desde 2009 a SKF já deu formação a 936 mecânicos e este ano já prestou formação em Rodas e Distribuição a 70 participantes. Atualmente está numa fase de alargamento da oferta formativa, para além da SKF, nas vertentes de ABS, electrónica, entre outras, mas ainda é cedo para avançar com mais alguma informação. Para os colaboradores está em curso um dossier de oferta formativa em várias áreas desde comerciais a comportamentais, liderança e gestão de conflitos a começar depois do período de férias.
Produtos GLO comercializados pela SKF Durante os últimos dois anos a SKF manteve a marca GLO no mercado e, em Janeiro de 2013, assumiu a total responsabilidade da comercialização da gama ex-GLO na Europa. A SKF é hoje fabricante da gama de transmissões para o segmento de veículos ligeiros. Atualmente, todos os produtos fabricados na fábrica SKF de transmissões em Poggio Rusco, Itália, têm a marca SKF. Tal como acontece com todos os outros produtos, a SKF conta com a excelente parceria dos seus Distribuidores Auto para a distribuição e comercialização da gama de transmissões. Ali-
nhou os preços com os preços GLO no mercado de forma a proporcionar maior competitividade aos seus parceiros de negócio e, para não penalizar os clientes diretos GLO, conseguiu parcerias tripartidas com os maiores clientes ex-GLO de forma a poderem dar continuidade ao negócio, agora com o apoio integral da SKF.
Serviço de entregas 24 horas O lançamento do serviço de entregas 24 horas, é outra novidade apresentada pela SKF neste início de Verão. Este novo serviço de entregas 24 horas é assegurado pela SKF aos seus Distribuidores, fora dos pedidos de stock normais, para colmatar as falhas de stock entre um pedido e o outro e assim não perder a venda SKF. O stock de peças que fornece o serviço 24 horas está sediado em Madrid, em parceria com um Distribuidor SKF e, de momento, apenas para o segmento de ligeiros. No entanto, o projeto da HUB Ibérica está em curso e talvez em 2014 o novo armazém já esteja a funcionar em pleno. Para o cliente é um serviço complementar e apenas terá de suportar os custos de transporte da SEUR para Portugal, que é o operador logístico com quem a SKF trabalha a nível Ibérico. Na SKF a formação é considerada um investimento e deve ser contínua. Todas as ações de formação SKF contam para o número de horas de formação das empresas e mecânicos participantes, com a atribuição do Certificado de Presença assinado pelo formador credenciado.
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ENTREVISTA
Grisélia Afonso, Country Manager do VSM em Portugal Quais são as principais ameaças para o sector pós-venda? Considero a falta de sustentabilidade económica de muitas das empresas que operam neste mercado uma das maiores ameaças. Não é fácil com o sistema em Portugal ultrapassar este problema. A única forma é sermos cautelosos e estarmos alerta para os sinais. Como caracteriza o mercado português de distribuição de peças? Nestes últimos dois anos houve uma seleção de players, que será ainda maior num futuro próximo. Os players que trabalham com marcas Premium e que têm vindo a sofrer com a entrada de marcas low cost vão sair beneficiados, não tenho qualquer dúvida. Que factores valorizam as oficinas ao escolherem uma marca? Neste momento, com a crise, adulterou-se um pouco um dos maiores requisitos da oficina, a qualidade. Hoje discute-se o preço ao cêntimo. Embora tenhamos a felicidade de conhecer de perto oficinas que dão preferência à marca SKF por tudo o que ela associa. Que evolução terá no seu entender o comércio electrónico de peças aftermarket? É o futuro, se não já uma grande realidade presente. A maioria dos nossos Distribuidores já têm portais de compra e cerca de 50% das suas vendas já é feita em E-commerce. A logística continua a ser um problema do pós-venda? Não acho que esse seja o problema. Penso sim que são os stocks menos ajustados ao mercado e ás necessidades das oficinas que necessita de maior atenção e melhoria. Uma oficina ou um revendedor vai sempre encontrar esta ou aquela referência que o Distribuidor não tem em stock, faz parte. Mas se perdermos um pouco de tempo a analisar as vendas perdidas podemos melhorar, e muito, o nível de serviço. Que medidas entende serem prioritárias para garantir o futuro das oficinas independentes? Formação sem dúvida e poderem contar com o fornecedor de peças não só na venda mas essencialmente no pós-venda. Com uma marca como a SKF podem ter as duas variáveis.
Em que áreas as oficinas devem investir a fim de se tornarem mais competitivas? Muitos dos meus colegas falam em equipamentos. Concordo, mas para mim onde têm muito para evoluir é no desenvolvimento do CRM. As oficinas mais focadas no serviço ao cliente são as que mais trabalho têm, mesmo em tempos de crise. Se eu sentir que o meu mecânico me aconselha para além de me resolver os problemas, eu vou preferir aquela oficina. E não se esqueçam que existem cada vez mais mulheres ao volante; pode não parecer, mas é um factor muito importante.
Quais as vantagens de uma oficina automóvel ser cliente SKF? Uma oficina que escolha trabalhar com a SKF pode, como nós dizemos orgulhosamente, “montar e esquecer” pela qualidade e tecnologia que colocamos nos nossos produtos. Pode ainda contar com o apoio técnico, formação, visitas personalizadas e participação em campanhas. Pode também fazer parte do programa Pole Position Plus e receber os manuais e boletins técnicos dos nossos produtos e, a partir deste mês, tem mais um serviço ao dispor: o Call Center de Assistência Técnica. Que implicações está a ter para a SKF a difícil situação económica que atualmente se vive em Portugal? O segmento de mercado automóvel é o que mais é afectado pelo momento de crise que estamos a viver, principalmente a nível de Primeiro Equipamento. Como somos fabricantes, com o decréscimo de venda de viaturas, a nossa produção também se ressente, e muito. Quais as perspetivas de vendas para 2013? As crises também nos trazem coisas positivas e uma delas foi termos a atenção das fábricas para a quebra de vendas, pois afecta a produção e coloca em risco muitos postos de trabalho e, essa, é uma grande preocupação na SKF, as pessoas! Conseguimos em parceria com as nossas fábricas renegociar o nosso posicionamento de preços, aumentámos a nossa linha “End Of Life” para aplicações com mais de 10 anos, ficámos mais competitivos relativamente aos nossos concorrentes e ao Primeiro Equipamento e os resultados começam a aparecer; estamos no bom caminho e a recuperar os volumes de 2012. Foi já realizado algum investimento importante este ano? Este ano demos um passo importante na melhoria das condições dos nossos colaboradores no Porto, com a mudança de instalações para um edifício de escritórios moderno, funcional, e em linha com o programa da SKF Employee Care. Quais os grandes desafios para a SKF? Ganhar quota de mercado e consolidar as redes de distribuição de forma a trabalharmos com parceiros leais, com transparência e de forma sustentada.
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Personalidade do mês GRISÉLIA AFONSO, Country Manager do VSM em Portugal
“Sou uma pessoa Feliz!” i No sector do aftermarket, tradicionalmente liderado por homens, a figura feminina é ainda uma presença pouco habitual nos cargos de chefia das empresas. Mas existem exceções, e a prova está na PDM que trazemos este mês
C
om mais de duas décadas de atividade profissional ligada à SKF, Grisélia Afonso é uma profunda conhecedora do setor aftermarket em toda a cadeia de serviço. Através da sua capacidade de diálogo e facilidade de relacionamento humano, tem conseguido levar a marca SKF ao topo das vendas.
com a constituição da Comissão Especializada de Fabricantes de Peças. No contacto com os seus parceiros / clientes o que mais aprendeu? Neste mercado encontramos um vasto leque de personalidades diferentes, cada um diferente do outro. Destacaria a transparência e lealdade aliadas ao compromisso para com os acordos, factores primordiais para uma verdadeira parceria de sucesso.
Em poucas linhas resuma o seu percurso profissional? Estive desde sempre ligada à área Comercial e de Marketing. Depois de 6 anos como Diretora Comercial responsável pelos contratos com o mercado estrangeiro numa empresa nacional ligada ao ramo das resinas, abracei o desafio da SKF Portugal. São já 25 anos de que me orgulho bastante dado o meu percurso profissional até à data. Comecei como Assistente de Marketing dando apoio à área Comercial e Técnica, mais tarde fui Product Manager dos Produtos de Manutenção (Ferramentas e Lubrificantes) e em 1997 fui convidada para Responsável do VSM (Vehicle Service Market) da SKF Portugal, reportando internacionalmente ao Diretor do VSM da Europa Sul. Atualmente desempenho as funções de Country Sales and Marketing Manager do VSM em Portugal. O que mais gosta na atividade que desempenha? O relacionamento com as pessoas, com as quais aprendo todos os dias. Com algumas pessoas aprendo a ser cada dia melhor. Com outras, e não menos importante, aprendo o que não devo fazer. E o que menos gosta? Ter de tomar decisões que sei à partida não vão de encontro ás expectativas dos nossos parceiros de negócios, mas que têm que ser tomadas. O que mudaria na sua área de atividade? A falta de ética profissional de alguns dos players no mercado e a facilidade com que se quebram compromissos. As pessoas acham sempre que não têm deveres nenhuns, os outros é que têm que fazer tudo por elas, são incapazes de reconhecer o nosso esforço e isso
De que modo, pessoalmente, olha para a concorrência? Com todo o respeito. Considero aliás ser indispensável para o mercado haver concorrência, desde que exista sempre fair play no modo como atuamos no mercado. Qual considera ser a área de negócio, na globalidade do sector automóvel, que vê com mais futuro? Porquê? Não se podem isolar os três elos da cadeia. Sem Oficinas não existiriam Revendedores, sem Revendedores não existiriam Distribuidores. Cada um tem o seu papel importante neste segmento de mercado, mas arriscaria em dizer que é a reparação.
irrita-me solenemente. Se trabalharmos em verdadeira parceria, todos sairemos a ganhar. É otimista ou pessimista na sua atividade? Optimista, sempre! Sou uma pessoa Feliz, com uma boa dose de sã loucura que ajuda muito a ultrapassar as contrariedades com que nos deparamos no nosso dia a dia pessoal e profissional. No meu vocabulário não existem as palavras problema e impossível. Os meus colegas costumam chamar-me uma “romântica” pelo meu lado mais cor de rosa de ver as coisas. O que mudaria no seu sector de atividade? Penso que falta responsabilidade de alguns fornecedores na formação e informação neste sector. Na SKF começámos com o programa Pole Position Plus em 2009 e sentimos uma cada vez maior
procura de informação e formação por parte das oficinas. Revele um nome de um amigo / empresa na sua atividade? Porquê? Em 16 anos conheci muitas pessoas extraordinárias, é difícil a resposta, por serem muitas de quem poderia falar correndo o risco de ser injusta. Vou reportar-me à SKF e ao meu colega Eduardo Reis, Director do Departamento de Apoio a Negócios, excelente profissional com um sentido de lealdade e compromisso inigualáveis (dois dos valores que muito prezo na minha atividade) e acima de tudo, um óptimo colega, a quem devo muito dos meus conhecimentos nas vertentes financeira e operacional do negócio. Qual a notícia recente deste sector do Aftermarket que mais a surpreendeu? A capacidade de sentido de associativismo, coisa que eu não acreditava ser possível em Portugal pela nossa cultura,
Que medidas considera necessárias para revitalizar a área de negócio em que se encontra? Maior fiscalização e acabar com o facilitismo com que as empresas declaram insolvência, prejudicando todo o sector e a economia do País. Para terminar. Considera-se realizada? Se realização profissional é fazer o que se gosta, com uma equipa extraordinária, com os parceiros certos, numa empresa líder mundial, com o nível de responsabilidade que me é reconhecido quer por chefias, quer por colegas e parceiros de negócio, então sim, considero-me realizada. O SKF PORTUGAL Casal de Alfragide, Lote 1 2701-956 Amadora VSM Country Manager: Grisélia Afonso Tel: 214.247.019 Fax: 214.173.650 E-mail: griselia.afonso@skf.com Internet: www.skf.pt
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Na aventura do pós-venda i Criada em Setembro de 2004, a Bestfix começou verdadeiramente do zero. E para que não faltassem clientes, José Teixeira escolheu uma zona central e densamente povoada da cidade de Matosinhos
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esde a primeira hora que é oficina Bosch Car Service, o conceito que “oferecia as melhores garantias de imagem e maiores sinergias no plano tecnológico, de produto e de serviços”, disse José Teixeira. Escolha criteriosa, porque, após os dois primeiros anos de arranque, a Bestfix Auto começou a crescer e a consolidar-se como oficina multimarca de qualidade, tal como os seus promotores tinham imaginado. Com o negócio em velocidade de cruzeiro e as coisas a entrarem nos trilhos, eis que surge em sentido oposto a atual crise económica. Em 2011, as estatísticas do negócio começam a ressentir-se, mas a situação agravou-se no ano transacto. Com uma quebra acentuada de faturação, José Teixeira foi obrigado a sacrificar dois colaboradores, tendo encerrado o setor de lavagens, dado que este foi o que registou maior quebra. Os colaboradores que ficaram passaram a assegurar supletivamente esse serviço, recorrendo-se em alternativa a serviço externo, quando necessário. Isto, porque a Bestfix, considera o último ponto do check-list numa revisão, a lavagem da viatura. No diagnóstico que faz da situação atual, José Teixeira culpa essencialmente o fraco poder de compra dos clientes. O número de entradas na oficina manteve-se relativamente estável, mas cada cliente passou a solicitar menos serviços e a faturação não resistiu a essa realidade. “Há clientes
que só fazem 50% da revisão ou atrasam a realização da mesma, às vezes até 20.000 km ou mais. Também há os clientes que efetuam serviços fora e depois aparecem com a electrónica a falhar. Claro que apagar um código de erro da ECU e verificar os sistemas não compensa o tempo perdido, se não houver a compensação de outros serviços e venda de produtos”.
Mesmo assim, não deixa de atender esses clientes menos leais e só recusa efetuar serviços que coloquem em causa a dignidade e a seriedade da profissão. É o caso dos que lhe dizem “Ponha aí qualquer coisa!“ A Bestfix Auto tem o nome da Bosch a defender e é também associada da Anecra, tendo o dever implícito de defender o estatuto e a idoneidade da atividade de
reparação automóvel. Depois do ano negro de 2012, José Teixeira começa a ver alguma recuperação do negócio, neste início de 2013. A verdade é que as reparações causadas por uma assistência incorreta dos veículos estão a bater-lhe à porta. Mesmo assim, José Teixeira afirma que as revisões são as intervenções com maior valor acrescentado para o cliente e para a oficina. Com uma equipa de profissionais qualificados e com formação permanente, através de cursos da Bosch e da Anecra, a Bestfix Auto constitui uma das melhores opções multimarca da sua área e tem um posicionamento no mercado coerente e consistente, encarando o futuro com tranquilidade. O marketing e a publicidade são realizados através de um site da Internet e de uma página no Facebook, a solução mais eficaz e económica para as oficinas de reparação automóvel.
O BESTFIX AUTO R. Mouzinho de Albuquerque, 738 4450-203 Matosinhos Gerente: José Teixeira Telefone: 229363003 Fax: 229363004 E-mail: bestfix@boschcarservice.pt Internet: www.bestfix.pt CONGRATULA A OFICINA DO MÊS
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EMPRESA
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Serenopeças
Eficiência e diligência i Com uma equipa total de 10 pessoas, a Serenopeças, dispõe dos meios indispensáveis para operar de forma eficiente e rentável, o que levou a empresa a resistir consistentemente ao impacto da crise económica que se instalou no país e na Europa a partir de 2008/9
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undada em 9 de Janeiro de 2003, a Serenopeças aproveitou bem o ciclo de crescimento da economia portuguesa e de renovação do parque automóvel nacional. Por outro lado, a cidade onde está implantada a empresa, Torres Vedras, possui uma economia dinâmica, que tem nos sectores da agricultura, indústria e turismo os seus principais factores de crescimento, entre outros. A proximidade da Capital, Lisboa, é também um factor indutor de oportunidades de negócio. Começando a trabalhar na Estrada Nacional 8-2, a empresa cedo compreendeu que os potenciais clientes passavam à porta, mas não paravam. Após a mudança para o interior do perímetro da cidade, há cerca de 8 anos, as vendas de balcão subiram 30%, mas o forte da Serenopeças são a vendas diretas às oficinas. Como retalhista de peças, Rogério Cunha, Administrador da empresa, percebeu rapidamente que a fidelização dos clientes passava por um alto nível de serviço ao cliente e por uma política de grande proximidade. Por outras palavras, isso significa chegar primeiro do que a concorrência e servir bem o cliente, gerando confiança e sinergias positivas. Foi assim que os outros dois sócios da empresa, Gilberto Gomes e Luís Porfírio vestiram a camisola de vendedores e organizaram voltas pelas oficinas da região, com dias certos de passagem. Antes da visita, fazem cha-
A equipa da Serenopeças está preparada para acompanhar o crescimento da empresa
madas para os clientes e levam logo o que estes precisam, se for caso disso. Q OFERTA COMPLETA A oferta abrangente de produtos é um dos factores de sucesso da empresa, que tem nas peças de mecânica o prato forte, complementando o negócio com algumas peças de carroçaria e lubrificantes. Baterias e peças eléctricas, completam uma oferta cuidada e vasta. Para responder às necessidades do mercado, Rogério Cunha optou por ter duas linhas
Investimentos adiados As atuais instalações da Serenopeças, com cerca de 500 m2, começam a ser um pouco limitadas. Daí se planeia adquirir um pavilhão industrial mais espaçoso e com melhores condições de trabalho, mas a conjuntura dos negócios ainda não ajuda a tomadas de decisão. Nestes primeiros meses de 2013, a empresa registou uma quebra de vendas da ordem de 16%, em relação aos resultados do ano passado. Não que a procura tenha diminuído muito, mas porque passou a haver maior controlo de cobranças e a casa deixou de fornecer a clientes com dívidas. Na óptica de Rogério Cunha “Estes clientes que pagam mal estão na via de encerrar os negócios, porque não conseguem fazer face aos encargos. Muitas vezes são pessoas com alguma idade e que se deixaram desatualizar, perdendo clientela. Acabam por fechar a oficina e metem uma caixa de
ferramentas no carro, para fazerem serviços de mecânica rápida à porta do cliente. Nos casos em que as oficinas têm uma segunda geração atualizada, os negócios correm bem e as empresas têm futuro, apesar do fraco poder aquisitivo dos condutores. Todos sabemos que formação e equipamentos de diagnóstico electrónico são hoje indispensáveis para garantir a continuidade da profissão”. Neste contexto, o grande objectivo da Serenopeças consiste em manter o seu volume de negócios atual, embora o gerente da empresa, Rogério Cunha, continue a alimentar esperanças de que a médio prazo o negócio ainda possa melhorar. De facto, as inspeções aos veículos ajudam a vender peças e o sector acabou por não ser tão atingido como outros sectores pela crise. Quando a economia do país recuperar o equilíbrio, as boas oportunidades vão voltar certamente.
principais de produtos, sendo uma de topo de gama e outra com melhor relação preço/qualidade, dentro das marcas garantidas. Linhas de peças de marcas brancas nunca foram opção da casa e os líderes da Serenopeças criticam a venda de produtos sem qualidade e sem total segurança, bem como a concorrência desleal, que aposta em descontos acima de tudo o que é razoável. “Ali há qualquer coisa errada!“, adverte-nos Rogério Cunha. Além da oferta completa, a Serenopeças aposta numa logística eficiente e rápida. Os pedidos recebidos até ao meio-dia são expedidos a seguir ao almoço e as encomendas que chegam durante a tarde (19 horas), estão à porta do cliente na manhã seguinte. Dentro da cidade e na periferia desta as entregas são efectuadas pela própria empresa, havendo um transportador contratado para as entregas a nível regional. Neste caso, o cliente paga os portes. Existe ainda a possibilidade da encomenda seguir com um dos sócios vendedores, desde que haja coincidência nos dias previstos no circuito de visitas. Q SERVIÇO DE QUALIDADE A Serenopeças está a gerar uma página de apresentação na Internet, com todos os produtos e serviços oferecidos pela empresa. Caso pretenda, o cliente pode realizar encomendas por e-mail, a forma mais económica de comunicação em tempo real. Nos clientes com feedback muito positivo e que pagam em tempo útil, as visitas são diárias e o acompanhamento permanente. A Serenopeças tenta apoiar as oficinas da região com os meios ao seu alcance, prestando completo esclarecimento sobre a relação preço/qualidade dos produtos e as vantagens de cada opção, com total transparência.
O SERENOPEÇAS
Rua Luís Vaz de Camões Nº 1 Bairro Arenes 2560-684 Torres Vedras Sócios Gerentes: Gilberto Gomes, Luís Porfírio, Rogério Cunha Tel.: 261 334 080 Fax: 261 321 300 E-mail. serenopecas@serenopecas.pt
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Gillcar Norte
Voltas da vida
i A posição de destaque que a Gillcar conseguiu sedimentar ao longo dos anos esteve sempre alicerçada na inovação e na promoção das soluções mais avançadas para o sector da repintura automóvel
O
bem conhecido nome Gillcar, que marcou várias gerações de profissionais de repintura automóvel, provavelmente já não existiria hoje, porque os sócios Gillberto e Cardoso, que deram o nome à firma em 1935, já desapareceram há algum tempo. Quem está agora a comemorar os 78 anos da empresa é o continuador do projeto, Carmo Santos, junto com os seus filhos Carlos e Fernanda Santos, que uniram forças para manter bem vivo o nome Gillcar, com tudo o que de inovação, profissionalismo, experiência e seriedade em produtos e equipamentos de repintura lhe está associado. De facto, Carmo Santos ingressou no já distante ano de 1954 na Gillcar, onde se tornou um dos esteios do negócio. É nessa condição que vem abrir no Porto uma filial da casa mãe, em 1960. Em boa hora o fez, porque desde então a empresa nunca mais deixou de crescer e de se afirmar como uma das referências do mercado. Em 1973, a filial do Porto separa-se da Sede da empresa e torna-se na Gillcar Norte, designação que ainda mantém. Essa cisão não foi casual, pois estávamos nessa altura em pleno período de transição das tintas celulósicas, para as tintas acrílicas, que ainda hoje se mantêm. Carmo Santos percebeu que o mercado precisava de soluções novas e que a formação iria passar a desempenhar um papel de primeiro plano na atividade de repintura automóvel. Uma política de proximidade com o cliente impunha-se para garantir a máxima organização, produtividade e rentabilidade nas oficinas, tanto do sector multimarca, como das redes de assistência de marca. Foi assim que a Gillcar se estruturou da forma competente que todos reconhecem, nome-
Carmo dos Santos, na foto acompanhado pelos Filhos Fernanda e Carlos Santos, acredita no futuro do mercado da colisão e no crescimento sustentado da empresa
adamente nos seguintes pontos: - Produtos e equipamentos de primeira qualidade. - Preços adequados à realidade do sector. - Formação e apoio técnico em todos os momentos críticos da atividade dos seus clientes. - Serviços de valor acrescentado para o cliente. - Soluções flexíveis e ajustadas às necessidades de cada empresa.
Q LIDERANÇA PELA INOVAÇÃO Foi a Gillcar que vendeu a primeira pistola aerográfica do mercado português com funcionamento por gravidade, sistema que se veio a provar mais eficiente e económico. Foi também a primeira empresa a apresentar a solução de aplicar verniz sobre as tintas celulósicas, aumentando consideravelmente a duração do brilho. Os primeiros compressores equipados com a tecnologia de parafuso, mais fiáveis,
económicos e com um caudal mais estável de ar comprimido foram também apresentados no mercado pela Gillcar, tendo contribuído decisivamente para o avanço da atividade de repintura. Com as políticas de proteção do ambiente e o aparecimento das tintas à base de água, a Gillcar foi a primeira empresa a criar um Centro de Treino em Canelas (VN Gaia), no ano de 1995. Nessa altura a empresa representava em exclusivo a Glasurit uma das marcas da linha da frente em tintas de repintura automóvel. Hoje, esse Centro de Treino não tem um papel tão ativo na formação em técnicas de aplicação, mas em contrapartida está a prestar formação em técnicas de orçamentação de gestão oficinal, dois dos principais factores de êxito na profissão neste momento. Q E MAIS VOLTAS Na viragem do século, a marca Glasurit reformulou totalmente a sua distribuição na Europa, tendo a Gillcar sido um dos últimos distribuidores da marca a sobreviver. No entanto, novas perspectivas de negócio se abriam e o Grupo Gillcar criou em Castelo Branco a Albitin, que passou a distribuir a marca também líder Spies Hecker. A nova estrutura passou a ser liderada pela filha de Carmo Santos, Fernanda Santos, que ainda hoje ocupa essas funções. Essa situação acaba por provocar a ruptura total com a Glasurit, cerca do ano 2000. No entanto, perto de 80% dos clientes trocaram da marca anterior pela Spies Hecker, porque a referência para eles era a Gillcar e não o fabricante de tintas. Ao cabo de 40 anos a contar sempre com o parceiro Gillcar, os clientes sabiam como ainda hoje sabem que podiam contar com o seu apoio incondicional para implementar soluções de sucesso e prosperidade. Atualmente, a atividade da Gillcar Norte assenta num negócio multimarca de pra-
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ticamente tudo o que é necessário para a repintura automóvel. As sinergias e complementaridades existentes com a Albitin permitem praticar preços muito competitivos, dentro da tradição da empresa. Soluções flexíveis para todas as bolsas e para todos os gostos estão assim disponíveis, podendo o cliente optar por qualquer marca de tinta conhecida e pelos consumíveis que preferir. A experiência e visão de negócio do fundador da empresa, Carmo Santos, contam agora com a dinâmica colaboração do seu filho, Carlos Santos, para manter a Gillcar Norte na senda dos êxitos. Q O FUTURO NÃO ESPERA Habituado a manter o equilíbrio nas voltas e reviravoltas do sector de repintura automóvel, da economia e da política nacionais, bem como da evolução global dos negócios, Carmo Santos encara o futuro com a mesma tranquilidade com que enfrentou todas as crises e desafios, ao longo de meio século de atividade bem sucedida. A Gillcar Norte, que começou por ser uma filial da Gillcar de Lisboa, tem hoje uma filial em Sacavém, na zona da Grande Lisboa, o que lhe permite manter uma cobertura do território desde o Minho ao Algarve. No plano externo, o Grupo Gillcar possui uma rede de oficinas na vizinha Espanha, situação que alimenta o negócio naquele país. Aliás, os espanhóis já conhecem a Gillcar Norte há muito tempo, porque vinham cá comprar o sistema de micro fichas e balança electrónica, que constituiu uma alternativa rentável aos sistemas de cor computorizados, até que os equipamentos informáticos se tornassem consumíveis, como hoje são. Comparando a crise atual com os tempos em que vigoraram as famigeradas licenças de importação, Carmo Santos acha que tudo tem uma saída. Naquela altura, a capacidade de auto financiamento da Gillcar Norte e o bom nome da empresa junto dos fornecedores permitiu continuar a desenvolver o negócio contra ventos e marés. Neste momento, a atitude permanece rigorosamente a mesma. Ajudando as oficinas e enfrentar os desafios e as ciladas da sua atividade, Carmo Santos acredita que as empresas que sabem trabalhar e investem em soluções rentáveis vão continuar a facturar e outros irão desaparecer, porque não souberam enfrentar a situação. A chave está na contenção dos custos, estratégia que a Gillcar
sem atender ao sistema de pintura que vai ser utilizado. Se existir uma tabela igual para todas as reparações, a oficina recebe a mesma coisa numa pintura bicapa, tricapa ou monocapa, mas tem que gastar mais nas primeiras, tanto em mão-de-obra, como em materiais, consumíveis e energia. No Curso de Orçamentista que a Gillcar Norte está a proporcionar aos seus clientes, dentro da fórmula habitual de serviços de valor acrescentado, os reparadores vão perceber como se podem defender dos custos “invisíveis“ e recuperar a sua rentabilidade normal e justa.
O GILLCAR NORTE
Norte aplica nos seus próprios negócios. Neste momento, Carmo Santos está a investir recursos para ajudar os seus clientes a superar a ameaça do conceito de Rentabilidade Garantida, que julga ser
uma estratégia de negócio encapotada das empresas seguradoras. De facto, uma das armadilhas desta nova fórmula de negócio, que é vendida como sendo favorável às oficinas, é o orçamento cego,
Sede: Estrada Interior da Circunvalação, 11965 4250-154 Porto Administrador: Carmo dos Santos Tel: 226.162.679 Fax: 226.164.981 E-mail: gillcar@gmail.com Filial: Rua Estado da India, 24 A/24 C 2685-003 Sacavém Tel: 21 941 6194 Fax: 21 942 0217 email: gillcarsul@gmail.com
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Servidiesel
Na vanguarda da reparação common rail i Com a recente aquisição do novo banco de ensaios para diesel EPS 708 da Bosch, a Servidiesel coloca-se na vanguarda da reparação de sistemas common rail em Portugal
A
Servidiesel sediada em Sintra, é uma empresa especialista em sistemas diesel, que continua a investir nos sistemas tecnológicos diesel de alta pressão. A aquisição do equipamento Bosch EPS 708, é prova disso mesmo. A empresa está agora habilitada a assistir todos os tipos de bombas e injetores Common Rail da última geração, assim como das futuras. Os sistemas diesel ao longo da sua história recente, têm vindo a incrementar as pressões de trabalho e os equipamentos que os testam e afinam, necessitam de acompanhar esse aumento de pressão e sofisticação. Conforme afirmou Diogo Bordalo gerente da Servidiesel “Não temos dúvidas que os sistemas Common Rail são o presente e o futuro do diesel, por isso quem quer estar no mercado de forma tecnicamente competente, tem de manter o investimento em equipamentos tecnologicamente mais evoluídos”. Com mais esta aposta na tecnologia de vanguarda, a Servidiesel passa a pertencer ao muito restrito grupo de empresas, que a nível europeu estão prontas para o futuro. A tecnologia é crítica no negócio diesel, mas o acompanhamento ao cliente, a capacidade logística, o suporte técnico e a formação técnica, são hoje imprescindíveis para quem quer estar como um parceiro dos seus clientes, no mercado. A Servidiesel consegue estar muito acima da média em todos estes fatores críticos de sucesso de negócio, mas estando ciente que o grau de exigência tem tendência de crescimento, está já em fase final de projeto, o aumento das atuais instalações, que permitirá crescer para o dobro em termos de área coberta. Este aumento de instalações, que está a ser acompanhado pelas principais marcas que a Servidiesel representa, terá um impacto a nível nacional e europeu. Amadeu Bordalo, também sócio-gerente da empresa afirmou: “ Já que estamos a fazer umas instalações de raiz, e vocacionadas para o negócio que defendemos há quase 30 anos, queremos fazer uma secção diesel que daqui a 10 anos, ainda seja uma referência para as marcas que representamos .”
Os gerentes da Servidiesel acreditam que o momento que estamos a atravessar no nosso país e mesmo na Europa, tem de passar e um novo ciclo de desenvolvimento económico ser iniciado. Quando assim acontecer, aqueles que estiverem mais bem preparados serão aqueles que terão sucesso no setor. Todas as apostas da Servidiesel estão pensadas a médio prazo e por isso continua a investir no futuro! Q CARACTERÍSTICAS EPS 708 DA BOSCH As pressões de injeção em que funcionam os motores diesel common-rail modernos sofreram, nos últimos anos, um aumento constante. Atualmente, são já habituais pressões de 2000 bares, e a tendência continua a ser de aumento. Por isso, o novo banco de ensaios para diesel EPS 708 da Bosch, concebido para bombas de injeção e injectores de motores common-rail, permite testes até
2200 bares. Graças ao seu novo design, a tubagem comum suporta pressões até 2500 bares, de modo que o banco de ensaios está preparado não só para a técnica diesel atual, mas também para os desenvolvimentos futuros. Com programa / dispositivo integrado de aspiração e limpeza de injectores common-rail, este banco permite a verificação dos injectores em função do fluxo. Tem uma base de dados integrada para armazenar resultados de ensaios e dados do cliente. Possui um sistema de refrigeração integrado, que reduz o consumo de água na oficina e por questões de segurança o motor pára quando a cobertura é levantada. A cobertura serve de proteção contra possíveis peças soltas. O controlo electrónico avisa automaticamente dos períodos de manutenção (p. ex., de substituição de óleo de ensaio) e o sistema de diagnóstico próprio, avisa caso seja necessária uma substituição de filtros.
O SERVIDIESEL Estrada Nacional 9, km 17 Sítio da Galega - Ral 2710-458 Sintra Gerentes: Amadeu Bordalo e Diogo Bordalo Tele: 219 233 598 Fax: 219 241 474 Email: geral@servidiesel.pt Internet: www.servidiesel.pt
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ACONTECIMENTO
Inauguração sede SWP
Fazer certo
Pedro Ganilho, Diretor Comercial da SWP e Mike Fowler, Direção de Exportação SW
i A Sherwin-Williams Portugal não é dos projetos que chega ao mercado a deitar foguetes antes da festa, pelo contrário. O líder da equipa, Pedro Ganilho, sabe que o mercado se ganha com seriedade, eficiência e confiança, sem foguetório
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entro da filosofia lean que caracteriza o projeto, acertar logo à primeira é fundamental. Desde Janeiro que a empresa está no mercado, tendo avançado para o terreno a partir de Março. Com os contactos já efectuados e o trabalho de casa realizado, surge agora a inauguração oficial da Loja/Sede de Alfena, num local a Norte do Porto, com excelentes acessibilidades. Não se tratou, contudo, de um evento gratuito e fútil, mas da Primeira Reunião de Distribuidores da Sherwin-Williams, onde se definiram os detalhes do plano de ação para o resto do ano. Talvez não seja a estratégia de marketing a que as pessoas estão habituadas, mas a mensagem é clara: “Nós temos um produto tecnicamente muito bom, com um rácio preço/qualidade do melhor que o mercado pode oferecer“, diz Pedro Ganilho. Q EVOLUÇÃO QUALITATIVA Do mesmo modo que o espalhafato não faz parte do arsenal da SWP, prometer castelos nas nuvens também não. “Ter uma boa rede de distribuição, dar-lhe todo o apoio possível e ir ganhando quota de mercado de uma forma sustentável“: eis os objectivos a curto/médio prazo de Pedro Ganilho, responsável do projecto Sherwin-Williams Portugal. Mais do que objectivos quantitativos pouco realistas, a nova marca pretende ser uma parceria atrativa e eficiente, com produtos e serviços de qualidade. Sendo a marca líder nos EUA e o 3º maior produtor mundial de produtos de pintura, a Sherwin-Williams sabe que a dimensão
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que está ao seu alcance atingir em Portugal e na Europa será muito idêntica à que já tem do outro lado do Atlântico. Isso levará certamente algum tempo, mas as redes estão lançadas e o pe ixe acabará por entrar. Condução indispensável para ter sucesso é ser eficiente e oferecer o máximo valor ao mercado. Com uma equipa pequena, que inclui de momento apenas um técnico por cada zona geográfica do país – Norte, Centro e Sul – a marca Sherwin-Williams aposta na máxima proximidade e apoio técnico/comercial a distribuidores e oficinas. Apoio com processos de gestão e produção mais rentáveis, porque essa é a condição de sobrevivência das empresas. Conseguir clientes que pretendam adesão ao sistema de trabalho da SWP e queiram manter uma parceria para o futuro, eis o que os responsáveis da marca ambicionam para o mercado português. Até ao final do ano, irão arrancar por todo o país as Jornadas Técnicas da Sherwin-Williams, através das quais todos os interessados poderão ter acesso a novas formas de trabalhar e novos horizontes de rentabilidade. Q “DEPRESSA E BEM... ...Pode haver quem”, se apostar na “arma secreta“ da Sherwin-Williams, o sistema de pintura HP C15, que permite ter o trabalho pronto em 15-20 minutos, sem ligar sequer a cabina de pintura, uma vez que a secagem se processa à temperatura ambiente da oficina. Como a mão-de-obra representa cerca de 60% do custo
total da reparação, este pode tornar-se muito competitivo e incluir uma boa margem, desde que o processo seja rápido, eficiente e de qualidade. Este será o verdadeiro “Cabaz de Natal“ que a Sherwin-Williams tem para oferecer este ano a todos os profissionais de repintura automóvel, abrindo novas perspectivas de desenvolvimento para os seus negócios. Isso não acontecerá por acaso, mas porque mais clientes finais acabarão por se render ao custo dos orçamentos, entrando na fila para arranjar os seus carros. Essa opção será vista como um investimento lucrativo no seu veículo e não como uma despesa evitável. Mesmo assim, isto é apenas um “brinde“ da Sherwin-Williams para o mercado português, porque a oferta completa da marca constitui um verdadeiro “filão“ de produtos de primeira qualidade por explorar. Está neste caso, entre outras, a gama de tintas para veículos comerciais Syncron, que será apresentada a seu tempo a todos os interessados. Q PORTUGAL VISTO DE FORA Marcou presença na inauguração da primeira loja Sherwin-Williams em Portugal o Diretor de Exportação da marca para a zona EMEA, Mike Fowler, que destacou a experiência e profissionalismo da equipa da SWP. A respeito do mercado europeu, Fowler considerou a Europa globalmente e a Alemanha em particular mercados com grande potencial. Apesar da crise atual, há países que se estão a sair melhor do que outros e Por-
tugal nem é dos piores, segundo nos confidenciou. Para este responsável, o mercado português tem uma importância estratégica para a SW, porque tem muitos desafios e isso é fundamental para perceber o mercado no seu todo e encontrar as melhores soluções comerciais. Sobre a SWP, Fowler comentou que a empresa está a dar os primeiros passos e deverá crescer rapidamente no mercado português, no qual a sua proposta de rentabilidade faz todo o sentido. O Diretor de Exportação da SW confirmou a política global da marca de não vender diretamente à oficina, mas aposta na formaçã o desta em todas as suas áreas de atuação, através de programas desenvolvidos com os parceiros distribuidores, nos quais assenta o conceito de distribuição da marca Sherwin-Williams. No que respeita ao preço dos seus produtos, Fowler esclareceu imediatamente que preço e custo são dois conceitos totalmente diferentes. O posicionamento da SW parte de um preço razoável, mas é no custo final do trabalho que está a sua grande vantagem. “Nós podemos demonstrar na prática que o nosso produto tem custos muito baixos e um preço muito compensador “, afirmou-nos Mike Fowler. No que respeita à notoriedade da marca Sherwin-Williams, a política global de visibilidade da empresa assenta nos media e na Internet, embora o marketing direto e o acompanhamento de proximidade ao cliente sejam igualmente ferramentas utilizadas por sistema.
O SWP
Sede: Rua da Argila, 282 – 286 4445-027 Alfena Diretor Comercial: Pedro Ganilho Telefone: 229.689.139 Fax: 229.684.225 E-mail: pedroganilho.swp@gmail.com
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PRODUTO
Hunter Check Alignment
Mais rápido, não há! i O novo sistema Check Alignment da Hunter HawkEye Elite (Olho de Falcão), consegue verificar se o veículo necessita de ser alinhado em apenas 58 segundos. Mais rápido, não há!
A
grande experiência deste fabricante na área do alinhamento de direções e a pressão do mercado, no sentido de exigir sistemas mais rápidos, exatos e rentáveis, deram origem a um equipamento excepcional, o Hunter HawkEye Elite (Olho de Falcão), um equipamento de alinhamento de direções electrónico que consegue diagnosticar o estado o alinhamento em apenas 58 segundos. O sistema recorre a câmaras de alta definição HD e sensores electrónicos, imprimindo o resultado do teste imediatamente. Com este novo equipamento, uma oficina pode realizar até mais 60% de serviços de alinhamento. O sistema é fácil de utilizar e intuitivo, dispensando fios para montagem e afinações. Os adaptadores de roda aplicam-se a qualquer medida de jante, dispondo de uma borracha de proteção da jante. O seu peso é também reduzido (2,7 kg), sendo fácil de manejar, mesmo com o carro no elevador ou em espaços reduzidos.
Q CRIAR NO CONDUTOR A NECESSIDADE DE ALINHAMENTO Cada vez é mais complicado vender serviços aos condutores de veículos, nomeadamente o alinhamento de direções, mas com este novo sistema da Hunter tudo parece mais fácil. Assim, enquanto o cliente espera na recepção para ser atendido, o técnico simplesmente posiciona o veículo de frente para o sistema, instala os alvos, empurra o veículo para frente para compensar os sensores e capturar as medições. Os resultados são impressos automaticamente da consola prontos a serem apresentados ao cliente. Tudo isto em 58 segundos. A necessidade do alinhamento está criada. Com uma estimativa de 70% dos veículos em circulação a necessitarem de serem alinhados, a Hunter desenvolveu o novo sistema Check Alignment para ajudar a identificar rapidamente os veículos que necessitam de alinhamento e aumentar o número de alinhamentos efectuados por dia. A verificação rápida mede as convergências e sopés e imprime os resultados em menos de um minuto. Os recepcionistas podem então utilizar as impressões fáceis de entender, fazendo recurso às cores, para alertar os clientes de problemas de desalinhamento e gerar mais serviços de alinhamento. As configurações incluem um sistema móvel, que pode ser utilizado em praticamente qualquer espaço da sua oficina,
Modo de funcionamento Enquanto o cliente está na recepção, o sistema Check Alignment da Hunter pode rapidamente verificar o estado da viatura em apenas 58 segundos: O O cliente estaciona O Colocam-se os adaptadores O Empurra-se ligeiramente o veículo O Retiram-se os adaptadores O Imprime-se os resultados
Total: 58 segundos para realizar verificações. O mesmo sistema pode depois ser levado junto a um elevador e está logo pronto para ser utilizado com uma máquina de alinhar normal com todas as novidades e tecnologias Hunter. Os testemunhos de clientes Hunter que já utilizam este sistema, relatam que em alguns casos conseguiram triplicar ou até mesmo quadruplicar o número de serviços de alinhamento. Imagine se na sua oficina tiver 30 entradas por dia tem a hipótese de poder propor um serviço de alinhamento, munido de um relatório completo e simples, a todos os clientes, em que mais de 70% irão, provavelmente, alinhar a direção.
O COMETIL O sistema de alinhamento Hunter HawkEye Elite é muito fácil de utilizar e intuitivo, dispensando fios para montagem e afinações. Os adaptadores de roda aplicam-se a qualquer medida de jante.
Rua Cidade de Amesterdão, 4 Parque Industrial do Arneiro 2660-456 S. Julião do Tojal Administrador: Pedro de Jesus Tele: 219.379.550 Fax: 219.377.257 E-mail: geral@cometil.pt Internet: www.cometil.pt
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ração: Colabo W TR om atket.c afterm www.trw
SERVIÇO
Diagnóstico de avarias
Sistemas de suspensão multibraços (multi-link) i A suspensão multibraços, devido à natureza da sua concepção, tem uma maior probabilidade de avaria de componentes. As oficinas devem ter as qualificações adequadas para diagnosticar e reparar as avarias que surgem neste tipo de suspensão
O
eixo dianteiro de um veículo tem três tipos básicos de suspensão independente: Tipo McPherson; Braços de suspensão duplos (double wishbone) e Suspensão multibraços (multi-link). Cada uma destas soluções pode ser fornecida com algumas variações de design. A suspensão tipo McPherson é a solução mais comum devido à sua construção relativamente simples. Contudo, existem algumas desvantagens como, por exemplo, a deslocação limitada ou a falta de flexibilidade no ângulo de inclinação da suspensão e no ângulo de sopé e outras especificações de configuração. Estas limitações de concepção fizeram com que os fabricantes de veículos ficassem cada vez com mais vontade de utilizarem os sistemas de suspensão multibraços. Isto é verdade, particularmente, no segmento superior, onde os veículos muitas vezes têm um peso significativo e desenvolvem uma velocidade considerável. Os utilizadores deste tipo de automóvel esperam um nível elevado de conforto e de capacidade de aderência à estrada. Tal como acontece com muitos produtos
novos que estão a ser fabricados para automóveis de passageiros, a suspensão multibraços foi utilizada primeiro no desporto motorizado. As empresas de desportos motorizados reconhecem que esta suspensão mantém a posição perpendicular da roda relativamente à superfície da estrada quase em qualquer condição - mesmo durante as curvas rápidas. Tendo sido atualizado com vários componentes de forma a melhorar o conforto, o sistema foi adaptado para uma utilização diária. Um exemplo típico de suspensão multibraços encontra-se no eixo dianteiro do VW Passat B5. Os elementos básicos neste sistema são dois pares de braços de suspensão superiores (dianteiro e traseiro), dois pares de braços de suspensão inferiores, manga de eixo, estabilizador, tirantes, amortecedores e molas. Todos os braços de suspensão são produzidos em liga leve e com rótulas integradas. Os pontos de montagem dos braços de suspensão no chassis permitem determinadas alterações na geometria da roda em consonância com as especificações do fabricante do veículo.
Estas peças podem adquirir a forma de um casquilho de metal vulcanizado em borracha, que reduz a vibração e o ruído. A concepção do casquilho de montagem no braço de suspensão traseiro é mais complicada. É um rolamento hidráulico, que possui uma membrana que contém líquido para sistemas hidráulicos. Os casquilhos de borracha-metal bem concebidos melhoram a estabilidade do veículo quando este faz curvas a velocidades elevadas e ao travar. É fácil ver que a suspensão multibraços possui muitos mais componentes estruturais quando comparada com outros sistemas, por exemplo, a suspensão McPherson. Isto significa que a suspensão multibraços, devido à natureza da sua concepção, tem uma maior probabilidade de avaria de componentes. As equipas das oficinas devem ter as qualificações adequadas para diagnosticar e reparar as avarias que surgem neste tipo de suspensão. A inspeção de peças individuais deve ser efetuada durante as revisões periódicas ou quando o condutor se queixar de algum ruído vindo da zona da suspensão. A deteção e reparação atem-
padas são muito importantes porque os componentes individuais da suspensão trabalham em conjunto e a avaria de um componente pode causar um desgaste rápido do restante sistema. Além disso, um braço de suspensão partido pode resultar numa alteração significativa da geometria, causando a deterioração durante o manuseamento do carro, bem como, um mais rápido ou mais irregular, desgaste do pneu. Q DIAGNÓSTICO DE AVARIAS O primeiro passo ao diagnosticar-se avarias deve ser a inspeção visual de elementos específicos. Nesta fase, avaliamos o estado das tampas de borracha que protegem as rótulas e os foles de borracha-metal. Encontrar danos em algum destes componentes significa que tem de substituir todo o braço de suspensão. O próximo passo é procurar a presença de folgas nas rótulas. Aqui o melhor método é inspecionar o chassis no banco de ensaio. As placas do banco de ensaio forçam a rodas a moverem-se em todas as direções, permitindo que o mecânico verifique os elementos individuais do sistema quanto à presença de folgas. Os danos na junta podem ser reconhecidos tanto pela presença de folgas, como por qualquer ocorrência de ruídos (ranger) ao virar as rodas ou ao utilizar a suspensão. Ruídos de ranger ou fissuras nas tampas de proteção, são um primeiro sinal de desgaste. Isto significa que existe água debaixo da borracha de vedação, o que causa corrosão nos elementos das rótulas. A inspeção visual num banco de ensaio também pode detetar danos nos foles de metal e borracha. Os mecânicos devem ser cuidadosos na confirmação da avaria desses elementos. Isto acontece, especialmente, nos rolamentos hidráulicos que se encontram no braço de suspensão traseiro inferior do VW Passat B5. A sua conceção específica permite movimentos do braço muito amplos em relação à carroçaria e um mecânico pouco experiente pode interpretá-lo como um dano na manga. O estado de uma suspensão multibraços também pode ser inspecionado sem um banco de ensaio. A inspeção é efetuada ao forçar-se o movimento dos elementos individuais utilizando
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uma alavanca (p.ex. alavanca de pneu). Este controlo deve ser efetuado quando a suspensão está sob carga (a partir do fosso de inspeção na oficina ou, por exemplo com a utilização de um elevador de quatro colunas ou de tesoura) e quando esta está sem carga (utilizar, por exemplo, um elevador de duas colunas). Necessita de ter cuidado com a carga e direção das forças que atuam nos componentes individuais. Por exemplo, a folga nos braços superiores, no caso do VW Passat B5 é mostrada de forma mais eficiente quando o peso do carro se encontra nas rodas e o volante é rodado. Outro mecânico pode colocar a mão nos casquilhos de borracha dos braços e verificar se sente alguma folga na rótula. O braço de suspensão dianteiro inferior é melhor examinado se o veículo estiver levantado, aplicando-se a força para cima na cabeça do braço de suspensão. Assim que encontrar peças danificadas deve estar preparado para as substituir. O primeiro passo é a seleção precisa de peças novas. Uma identificação correta é muito importante, porque à primeira vista, poderá não haver qualquer diferença entre as peças individuais concebidas para um veículo. Algumas pequenas alterações na dimensão também podem ocorrer em modelos de anos diferentes ou em códigos de modelo diferentes. Tanto o condutor como o mecânico que efetuar a reparação da suspensão devem ter em mente que o sistema de suspensão do veículo tem um impacto PUB
significativo na segurança rodoviária. A remoção e a instalação de componentes de suspensão devem ser efetuadas utilizando as ferramentas adequadas. A utilização de alavancas e de martelos pesados pode causar danos a outros componentes. Para remover o parafuso que segura o braço de suspensão superior no exemplo do VW Passat, poderá ser necessário utilizar uma ferramenta especial, dado que este parafuso é relativamente comprido e está bem apertado à manga de eixo. Os fatores ambientais, como por exemplo, a água e o sal causam frequentemente corrosão nesta área. A ferramenta permite a remoção do braço de suspensão superior sem a desmontagem demorada da manga de eixo do veículo. Após a desmontagem das peças antigas, avançamos para a instalação das novas. Primeiro limpe a superfície de contacto do guarda-pó. Se tampão guarda-pó não estiver limpo, a água vai escorrer para a rótula através do efeito de capilaridade e a corrosão surgirá pouco depois. Todas as porcas e parafusos devem ser apertados com o binário correto, utilizando porcas novas. Apertar demasiado os parafusos pode causar dificuldades no momento de os remover. Não apenas isso, um parafuso que tenha sido demasiado apertado fica submetido a mais força do que aquela para o qual foi concebido – o que pode causar uma fragilidade e comprometer a segurança do veículo. Os parafusos de difícil acesso estão mais suscetíveis a danos, não se esqueça de verificar se necessitam de ser
substituídos depois de retirados. É muito importante aplicar os parafusos de apoio do braço de suspensão no veículo quando a suspensão está sob a carga do carro e as respetivas rodas estão na sua posição natural. Apertá-los num veículo elevado, quando a suspensão não está sob carga causa um esforço de torção não desejado nos elementos de borracha-metal. Isto causa um desgaste mais rápido e danos nas peças recentemente instaladas, possivelmente logo a partir do momento da montagem. Deve ter cuidado para não danificar os casquilhos de borracha das rótulas. Após a reparação, deve ser efetuada uma inspeção à geometria da suspensão. Uma verificação final do alinhamento das rodas encontrará quaisquer outros problemas que podem ter passado despercebidos durante a inspeção (p. ex. um braço de suspensão
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ligeiramente torto), visto que o alinhamento correto das rodas não é possível com estes problemas. Também assegura um desgaste equilibrado do pneu e que o veículo vai ter o comportamento correto. Ao devolver o carro ao cliente, é uma boa prática dar-lhe uma perspetiva geral do funcionamento da suspensão. É inaceitável conduzir sobre passeios altos ou bandas sonoras a grandes velocidades. Esta regra é aplicável a todos os tipos de suspensão, mas o sistema de suspensão multibraços é particularmente suscetível a danos resultantes de uma utilização indevida. Neste artigo descrevemos os princípios de funcionamento e reparação da suspensão multibraços num VW Passat B5, contudo estes métodos podem ser aplicados noutros veículos equipados com este sistema de suspensão.
O primeiro passo ao diagnosticar-se avarias deve ser a inspeção visual de elementos específicos
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OFICINA DE CLÁSSICOS
Porsche comemora 50 Anos do 911 em Portugal
“Chuva de emoções”
i No fim de semana de 8 e 9 de Junho último, realizou-se a maior reunião Porsche 911 jamais presenciada em Portugal. O motivo deste Evento, realizado pela Porsche, foi a celebração dos 50 anos do modelo mais icónico da marca alemã Por: Dário Afonso
O
palco escolhido para a concentração das várias gerações do 911 foi a Marina de Cascais. Muitos foram os entusiastas da marca que puderam não só, ver de perto todas as gerações do 911, como também, tirar fotografias, falar com os proprietários, com profissionais do setor dos clássicos desportivos, e até, partilhar experiências entre pilotos portugueses e estrangeiros - como o convidado Walter Rohrl. Após a concentração, mais de 240 viaturas Porsche 911, dirigiram-se até ao Casino Estoril onde se deu início a mais uma fase deste Evento: o Rallye Martini Porsche, com 3 classificativas pela Serra de Sintra, (a fazer recordar a muitos, o saudoso Rali de Portugal, quando este itinerário completava a espetacularidade, pelos seus troços). No dia seguinte, mais de 100 viaturas Porsche 911 participaram num slalom, montado propositadamente, na reta do autódromo do Estoril, a replicar uma vez mais, um momento de referência ao Rali de Portugal de outras épocas. O ponto alto deste slalom, aconteceu quando Walter Rohrl entrou em pista, e mostrou a todos quantos assistiam, porque é ainda hoje, um piloto de referência internacional e um dos pilotos de teste da marca alemã.
Um dos pontos altos foi a demonstração do campeão do mundo de ralis Walter Röhrl que, com uma exibição de luxo, mostrou porque ainda é considerado um dos melhores pilotos de sempre
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O dia terminou com uma Prova de Corrida entre os 911, em que estiveram em pista, tanto viaturas altamente preparadas para competição, como também, viaturas do quotidiano, sem predeterminação para uma prova desta natureza. Muito embora, a meteorologia não tenha sido um aliado “brilhante”, este foi um fim de semana com muita assistência, tendo o público mostrado grande interesse e entusiasmo. Foi sem dúvida, uma “chuva de emoções” poder participar de um Autódromo do Estoril repleto de público. A Porsche aproveitando a ocasião deste Evento, em Portugal, apresentou o seu 911 Turbo S. Esta máquina debita uns expressivos 560 CV e atinge uma velocidade máxima de 320 Km/h. O primeiro 911 foi equipado com o mítico motor boxer de 6 cilindros arrefecido a ar, tinha uma cilindrada de 1.991cc. e debitava, para a época, uns “muito expressivos” 130 CV. O 911 Carrera RS, de 1973, com uns fantásticos 210 CV, é ainda hoje um dos carros mais procurados por colecionadores e entusiastas da marca. A Porsche realizou em 2010 uma edição especial de 250 viaturas com o nome Sport Classic em que reflete muito do Carrera RS, de 1973, num Porsche moderno. Um destes Sport Classic esteve presente na comemoração dos 50 anos do 911 em Portugal. Para muitos, Porsche é muito mais que um carro, ou uma marca, é acima de tudo um estilo de vida!
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No fim de semana de 8 e 9 de Junho, realizou-se a maior reunião de Porsche 911 jamais presenciada em Portugal na festa de comemoração dos 50 anos do modelo. Mais de 240 viaturas estiveram presentes em Cascais
O palco da concentração foi a Marina de Cascais, onde o público presente conseguiu ver de perto o ícone da Porsche, devidamente organizado pelas diferentes gerações
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CARROÇARIA
Reparação especializada
Particularidades da maquinaria agrícola i Os processos de reparação utilizados nas máquinas agrícolas, como os tratores e ceifeiras debulhadoras, são muito diferentes dos que são aplicados a outros veículos
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desenvolvimento do sector agrícola dependeu e continua a depender fortemente da mecanização, a única forma de encarar as enormes tarefas dessa atividade sem mão-de-obra abundante e barata. Dentro da ampla gama de máquinas utilizadas na agricultura atualmente, os tratores e as ceifeiras debulhadoras são os equipamentos auto motores, que circulam mais frequentemente pelas vias rodoviárias, tendo alguns pontos de contacto com os veículos comuns. De qualquer forma, os processos de reparação utilizados nessas máquinas são muito diferentes dos que são aplicados a outros veículos. A primeira grande diferença que encontramos é na carroçaria dessas máquinas, que pode ser de apenas meia dúzia de peças, enquanto que nos automóveis é composta por dezenas de peças (Fig. 1). Q CARROÇARIA DAS MÁQUINAS AGRÍCOLAS Para reparar uma máquina agrícola, temos que compreender como é constituída e como se comportam os seus elementos em caso de impacto. Alguns tratores ainda têm um chassis onde se fixam os elementos da carroçaria, mas é cada vez mais frequente que estes sejam fixados diretamente no grande conjunto mecânico que é formado pelo motor, caixa de velocidades e pelo diferencial posterior, que passa a desempenhar a função de estrutura resistente. As máquinas tornam-se desse modo mais leves, mais eficientes e mais fáceis de reparar ou efetuar a manutenção. As peças da carroçaria são
fig. 3 Um banco de cabinas para camiões é o local adequado para reparar a cabina de um trator agrícola, que em grande parte é constituída por superfícies vidradas.
Colaboração: CESVIMAP www.cesvimap.com geralmente em plástico, que tem a grande vantagem de ser flexível e imune à corrosão. As cabinas são caracterizadas por terem grandes superfícies vidradas, para oferecer a máxima visibilidade para o exterior. Estes elementos têm pouca ou nenhuma deformação programada e absorção de energia, danificando-se em caso de impactos mais fortes.
Q REPARABILIDADE DE VEÍCULOS AGRÍCOLAS MECÂNICA - As peças que formam o motor e a caixa de velocidades são de aço de grande espessura, mas podem fracturar-se com certos impactos, porque recebem diretamente a energia do choque e não possuem qualquer capacidade de deformação (Fig. 2). CARROÇARIA - Em caso de danos, cada peça tem que ser analisada por si, porque a forma de reparação pode ser totalmente diferente de uma peça para outra.
fig. 1
Excluindo a cabina, um trator hoje em dia tem apenas os guarda-lamas das rodas e o capot do motor como as principais peças da sua carroçaria.
fig. 2 O conjunto mecânico motor/caixa de velocidades/diferencial forma um bloco único rígido, que é usado cada vez mais como suporte de outros componentes do trator agrícola. Em caso de acidente, as peças do conjunto mecânico podem ceder, como está ilustrado na foto.
O Cabina -A cabina destas máquinas é constituída por uma plataforma, assente sobre o chassis ou sobre o grupo mecânico, na qual se apoiam os pilares, que sustentam o tecto, as portas e as janelas. A escada de acesso à cabina, o assento do condutor e os comandos do veículo geralmente também se apoiam na referida plataforma, que é de chapa de aço de espessura apropriada. Em caso
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de impacto, a cabina é uma estrutura deformável e os danos podem ser globais ou localizados. Os danos localizados são reparados com a cabina montada no próprio veículo, mas os danos que exijam conformação estrutural implicam a desmontagem da cabina e a sua correta reparação num banco de cabinas de veículos industriais (Fig. 3). Danos estruturais globais podem ser identificados visualmente pelo ajustamento incorreto de portas e janelas, deformações das guarnições interiores ou por deformação dos pilares. Neste caso, é necessário confirmar as linhas diagonais de alinhamento da cabina pelos dados do construtor. O desvio numérico indicará o grau de deformação da estrutura da cabina. A reparação desta implica a desmontagem de todas as peças e acessórios, bem como guarnições e revestimentos. O Chassis - No caso dos tratores, o chassis praticamente deixou de existir, passando o conjunto mecânico a constituir o suporte de todos os restantes componentes do veículo. Os danos neste caso traduzem-se geralmente por fissuras ou mesmo ruptura das peças, que terão que ser recuperadas ou substituídas, consoante o que for mais indicado. Nos casos em que exista um chassis, este tem que ser alvo de uma verificação do alinhamento, em relação
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à sua linha central. Havendo deformação estrutural, o grupo mecânico e as peças da carroçaria têm que ser desmontados, para permitir a conformação num banco apropriado.
fig. 4
O Plásticos - Dependendo da extensão dos danos, estes poderão ser reparados pelos processos convencionais de reparação de plásticos, como sejam a soldadura ou a colagem, com ou sem reforços metálicos ou fibras. (Fig. 4). Se os danos não forem economicamente recuperáveis, a substituição da peça será e melhor solução.
O guarda-lamas de plástico de um trator pode ser reparado como um pára-choques de um automóvel.
fig. 5
As peças metálicas das máquinas agrícolas podem ser reparadas com as competências habituais de chapeiro de uma oficina de automóveis.
O Portões e chapas de aço - Nas ceifeiras debulhadoras, as peças mais frequentemente danificadas são os portões laterais e as chapas de proteção externas (Fig. 5). Os processos de reparação neste caso são os que se usam geralmente na reparação de outros veículos, incluindo a conformação, soldadura e colocação de reforços, caso seja necessário.
Em termos de conclusão, podemos afirmar que a reparação de máquinas agrícolas não coloca problemas específicos, nem exige tecnologias especiais, mas requer simplesmente um tratamento mais “personalizado“, isto é, cada caso tem que ser analisado separadamente e terá que ter soluções adaptadas às características do veículo e do tipo de danos.
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TÉCNICA
Reparação de veículos elétricos e híbridos
Ciclos históricos são inevitáveis i As novas tecnologias de mobilidade que usam a eletricidade como forma de propulsão levantam algumas questões, entre as quais a rentabilidade, funcionamento, segurança e reparabilidade dos novos veículos eléctricos e híbridos
Colaboração: CENTRO ZARAGOZA www.centro-zaragoza.com
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ecuando um pouco no tempo, verificamos que desde o final do século XVIII e ao longo de todo o século XIX a chegada dos primeiros automóveis revolucionou completamente a forma das pessoas se deslocarem, que até então estava dependente de veículos de tração animal. O motor a vapor, que teve uma carreira brilhante na indústria e nos transportes ferroviários e marítimos, não resistiu à chegada dos combustíveis derivados do petróleo, a primeira forma de energia verdadeiramente autónoma.
Entretanto, os motores de combustão interna a gasolina e a gasóleo consolidaram o seu domínio ao longo de todo o século XX, tendo-se invertido recentemente o domínio da tecnologia a gasolina, em relação ao diesel. Embora esse domínio prevaleça ainda nos transportes rodoviários, há muito que a tração eléctrica se impôs no transporte ferroviário, sobretudo devido à sua maior rentabilidade e à muito maior compatibilidade ambiental. No transporte automóvel, pese em-
bora a desvantagem de ser uma energia não autónoma, implicando uma fonte geradora e conceitos de armazenamento de energia, a eletricidade tem vindo a ganhar algum terreno, algo impensável até ao final do século passado. Grande economia, zero ruídos e zero emissões de CO2 são as grandes credenciais da mobilidade eléctrica, que bem lhe podem abrir as portas do futuro a curto prazo. Isso só ainda não aconteceu de forma evidente, porque o negócio hoje tradicional dos motores a combustão está instalado de uma forma muito resiliente. Efetivamente, os obstáculos da autonomia limitada e do maior custo dos veículos eléctricos são barreiras mais psicológicas do que reais, porque a
imensa maioria dos percursos diários dos veículos está dentro da autonomia atual e porque a economia de custos de utilização compensa e ultrapassa largamente o custo inicial superior de aquisição (Fig. 1). Além disso, o conceito está em permanente evolução e os limites atuais serão em breve coisa do passado. Q PARQUE DE VEÍCULOS ALTERNATIVOS Do que não restam dúvidas é que hoje quase todos os construtores de veículos têm ofertas mais ou menos extensas de veículos eléctricos e/ou híbridos, o que está a provocar o crescimento do parque “alternativo“ de viaturas. A médio/longo prazo esse crescimento será provavel-
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fig.1
Consumos da ordem de 1 Euro/100 Km são possíveis com veículos eléctricos. Juntamente com custos de manutenção reduzidos, estes veículos são uma alternativa realmente económica e financeiramente aliciante.
mente potenciado pela vida útil mais longa desses veículos, que supera normalmente a média de vida dos veículo atuais com motores de combustão. Do ponto de vista da reparabilidade, os novos veículos eléctricos e híbridos colocam várias questões, porque são semelhantes ao nível da carroçaria, mas são totalmente diferentes do ponto de vista mecânico e eléctrico. De facto, um dos factores a ter em conta é a existência de correntes eléctricas contínuas e alternas da ordem dos 400V a 600V, o que apresenta riscos evidentes para o sector de reparação. A segurança em termos técnicos está assegurada pela concepção e construção dos veículos, mas em termos humanos isso ainda tem que ser conseguido. Até que os profissionais de reparação interiorizem a noção de risco, os procedimentos corretos e a cultura de segurança, que inclui meios de proteção individual e ferramentas específicas, ainda pode decorrer um certo período de tempo. Seria óptimo que esse período de transição decorresse com tranquilidade e isento de surpresas desagradáveis. A eletricidade automóvel não comporta riscos superiores à eletricidade doméstica e das instalações públicas. A única diferença é que hoje todos sa-
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fig. 2 Os métodos de estudo do Centro Zaragoza incluem impactos simulados, através dos quais é analisada a danificabilidade e reparabilidade de vários modelos de veículos, com os híbridos e eléctricos incluídos.
bem quase geneticamente o que fazer e não fazer a respeito do assunto, incluindo as crianças. A sinistralidade continua a existir, mas é completamente marginal, atendendo aos biliões de utilizadores que existem atualmente. No automóvel eléctrico, chegaremos inevitavelmente ao mesmo patamar de segurança. Q PAPEL DA FORMAÇÃO A formação específica para profissionais de reparação automóvel desem-
fig. 3
Os cursos profissionais do Centro Zaragoza sobre “Veículos Eléctricos e Híbridos“, têm por base as últimas tecnologias e os mais recentes conhecimentos técnicos sobre estes veículos.
penha e continuará a desempenhar um papel importante no sucesso da abordagem à reparação de veículos híbridos e eléctricos. Uma das entidades formadoras que tem vindo a ampliar a sua oferta no campo da formação profissional orientada para a mobilidade eléctrica é o Centro Zaragoza, cuja principal missão é o estudo exaustivo e a divulgação de conhecimentos sobre as tecnologias do automóvel (Fig. 2). Está agora disponível um novo curso CZ “Veículos Eléctricos e Híbridos“, destinado a peritos de seguro e a profissionais de oficinas de reparação automóvel, que pretendam dominar todos os aspectos da segurança e da reparabilidade dos novos veículos. Peritos de várias seguradoras já participaram no referido curso com resultados positivos, sendo de prever que todos os participantes fiquem igualmente com habilitações e competências de valor acrescentado para as suas respectivas profissões. Este novo curso está dividido em formação teórica em sala de aula e formação prática, em ambiente oficinal. A parte teórica aborda todos os aspectos da tecnologia utilizada nos veículos híbridos/eléctricos e respectiva reparação (Fig. 3). Detalhada descrição de componentes eléctricos e electrónicos, bem como a sua correta manipulação e regras de segurança não podiam deixar de fazer parte deste curso. Na parte prática do curso é feita a introdução a ferramentas, equipamentos e meios individuais de proteção, tendo como base procedimentos reais de intervenção nos veículos (Fig. 4).
fig. 4
Conclusão
As aulas práticas dos cursos CZ são dadas com componentes autênticos e veículos reais.
Os veículos eléctricos e híbridos já estão ao alcance dos utilizadores e circulam pelas estradas numa base diária. O mercado de reparação destes veículos está pois à disposição de quem tiver interesse e competência para tal. Isso é já uma realidade nos concessionários de marca e nos reparadores autorizados. Compete agora aos reparadores independentes terem uma palavra a dizer, tendo para isso total apoio do Centro Zaragoza, como de resto já é habitual. Formação à medida do cliente é outra regra da casa há muito tempo.
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SERVIÇO
Problemas comuns
10 erros de manutenção i Como sempre houve, continuam a surgir erros na manutenção de veículos, que não prejudicam apenas os utilizadores, mas as próprias oficinas. Muitos deles resultam de erros na concepção dos próprios veículos, outros por falta de um diagnóstico correto, que é a pedra de toque da actual manutenção o óleo ao nível, se este baixar um pouco, à volta dos 15.000 ou 20.000 km percorridos. O nível correcto é sempre o da vareta de óleo do motor, com o motor frio, quando todo o óleo tiver escorrido para o cárter.
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Excesso de massa lubrificante no rolamento do cubo da roda é mero desperdício e não beneficia em nada a lubrificação, pelo contrário. O lubrificante deve ser colocado apenas no interior do rolamento, permitindo que o ar circule e ajude a eliminar o calor do cubo da roda. Os kits de substituição para rolamentos trazem a quantidade exacta de lubrificante para ser aplicada no rolamento novo. Mais importante do que grande quantidade de massa lubrificante é a sua qualidade, que deve ser resistente a altas temperaturas. Se não for assim, a massa degrada-se e escorre para fora do cubo da roda, privando o rolamento de lubrificação e este deteriora-se.
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A travagem depende em grande parte do alinhamento das rodas, especialmente o camber. Se este for excessivamente positivo, a roda tende a bloquear ao travar, porque grande parte da força de travagem está do lado interior da roda. Os carros modernos têm sistemas ABS para evitar o bloqueio das rodas, porque com a roda parada deixa de haver controlo direccional do veículo.
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Os rolamentos dos apoios da cambota e das bielas devem ter uma tolerância especificada, que permite o óleo jorrar através dos furos do sistema de lubrificação em abundância e o motor rodar perfeitamente, sem vibrações e sem resistências. Ao substituir esses rolamentos ou casquilhos multicapa, os técnicos de manutenção por vezes desgastavam um pouco as peças, para ficarem com a folga recomendável. Se a peça de substituição for muito justa, mais ainda aperta quando o motor aquece e a gripagem é inevitável, com as dramáticas consequências desse facto. Acontece que nos novos motores, em especial nos mais pequenos, os apoios são fabricados com metais e ligas de alta resistência, que não podem ser corrigidos pelos processos convencionais. Para evitar os problemas de ausência de folga ou excesso de folga nos rolamentos do motor, a solução correcta é rectificar a própria cambota, para que ao montar os rolamentos estes fiquem com a tolerância correcta especificada pelo construtor.
2
A temperatura do motor é dada pelo fluido de arrefecimento deste, devendo ter um valor especificado pelo construtor, que pode oscilar entre os 85º C e os 110º C nos modernos motores, depois destes estarem quentes. Geralmente, os técnicos de manutenção ficam muito preocupados com excesso de temperatura do motor, mas não dão a mínima importância a temperaturas abaixo do valor especificado de origem. No entanto, essas temperaturas abaixo do normal indicam geralmente um problema, seja ele do termostato, da combustão ou da injecção de combustível. Se não for solucionado correctamente esse problema, o consumo de combustível aumenta, há uma lubrificação insuficiente que provoca desgaste das peças do motor e as emissões de escape ficam alteradas.
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Grande parte dos motores modernos está equipada com impulsores hidráulicos ou mecânicos de válvulas que ajustam automaticamente o desgaste e as variações de temperatura do motor, mantendo a folga especificada de origem. Nos carros e motores com uma tecnologia mais convencional, a folga deve ser afinada periodicamente de forma manual. No entanto, muitos técnicos consideram que é menos “arriscado” afinar a folga por excesso, do que demasiado justa, porque esta pode danificar as peças da distribuição e inclusive as sedes das válvulas. O excesso de folga, no entanto, origina que as válvulas não se abram totalmente, tornando o fluxo de gases na câmara de combustão insuficiente. O motor perde rendimento e o consumo aumenta, porque o condutor é obrigado a carregar mais no acelerador, para obter a resposta pretendida.
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Em certos países existe a convicção errónea de que o motor deve ter sempre bastante óleo e que este deve ser acrescentado de forma regular. Isto radica na ideia de que a falta de óleo pode provocar a gripagem do motor. Isso pode acontecer com carros pouco evoluídos tecnicamente e já a caminho do final da sua vida útil, mas é totalmente incorrecto com motores novos, especialmente nos motores de cilindros horizontais, inclinados ou em V. De facto, excesso de óleo no cárter aumenta a resistência das peças móveis do motor e o excesso de lubrificação do cilindro leva à carbonização da câmara de combustão, com os problemas inerentes a essa situação. Há excesso de consumo de óleo, as peças desgastam-se mais devido à acumulação de resíduos e as emissões de escape ficam fora de controlo. Nos motores modernos e óleos da última geração sintéticos, o intervalo de substituição do óleo pode ser 30.000 km ou 40.000 e até mais, mas o construtor apenas manda colocar
A folga dos platinados não deve ser excessiva, embora muitos técnicos insistam nesse erro. Se a folga for excessiva, o tempo de fecho dos platinados é mais curto, fazendo com que a corrente gerada na bobina seja mais fraca, o que causa dificuldade de arranque do motor. Com as ignições electrónicas actuais, esse problema foi ultrapassado.
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O avanço da ignição ou o tempo de injecção não devem ser excessivos, porque isso provoca facilmente detonações, especialmente ao acelerar a fundo e ao arrancar nas subidas. Por outro lado, isso gera batida no êmbolo, que acaba por danificá-lo. O arranque do motor também se torna mais difícil.
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As uniões roscadas do motor têm valores especificados que têm em conta o comportamento térmico dos materiais e o seu coeficiente de dilatação. Se as porcas, pernos ou parafusos forem excessivamente apertados, como muitos gostam de fazer, pode haver deformações das peças (da cabeça do motor, por exemplo) e dar origem a fugas de fluidos. Se o limite elástico do metal for excedido, o aperto torna-se fraco e origina avarias. O binário de aperto especificado pelo construtor é fundamental para garantir qualidade e fiabilidade de reparação
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Muitos técnicos desmontam as peças antes de efectuarem completamente o diagnóstico, sendo obrigados a montá-las novamente, porque afinal estão em bom estado (um injector, por exemplo). Isso no entanto prejudica as peças, porque podem não ficar montadas exactamente como na origem, encurtando a sua vida útil. Além disso, se a peça for mexida ou não estiver montada, é mais difícil realizar um diagnóstico correcto. Com a moderna tecnologia dos veículos, a regra da correcta manutenção é efectuar em primeiro lugar um diagnóstico inequívoco das avarias, só mexendo no carro depois de ter a certeza do que é necessário fazer.
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