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A Matemágica e seus segredos
Coordenadora: Thaiana Martins Marques Bolsistas: Nicole Ferreira Gonçalves, Mariana Gonçalves Teixeira e Mariana Rodrigues Santos Colaborador: Rudney Carlos da Mata Texto: Thaiana Martins Marques Campus: Araçuaí
Provocação de discussões acerca da atividade
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A Matemágica e seus segredos Projeto
Aeducação matemática é algo de extrema importância, pois trata-se de uma ciência viva, presente não só no cotidiano das pessoas, mas também em instituições e outros locais, “fazendo utilização de seu valor intrínseco, de sua natureza lógica que se fazem ferramentas na solução de diversos problemas, sejam eles científicos, tecnológicos, dentre outros“ (BRASIL, 1998).
Por ser tão abrangente, há sempre preocupação quanto ao seu proces
A preocupação com a educação Matemática é algo presente na comunidade escolar como um todo e, por meio dessa preocupação, surge a demanda local de uma escola que se faz parceira do IFNMG quanto à necessidade de aproximar os alunos do 9º ano do ensino fundamental à disciplina de Matemática. A partir disto, idealizou-se este projeto de extensão, que contou com três bolsistas, sendo elas alunas do Ensino Médio integrado. O projeto teve, por objetivo, aguçar o interesse dos alunos pela Matemática, apresentando-a de uma maneira divertida. Por metodologia, fez-se o uso de Matemágicas, um jogo baseado em mágicas, em que, ao desvendar os truques, revelamse os procedimentos matemáticos envolvidos. As atividades aconteceram no turno vespertino, na escola parceira. Foram momentos de grandes aprendizagens, percebidas pelo envolvimento e satisfação dos alunos atendidos e pelo relato apresentado pelas bolsistas. so de ensino-aprendizagem, havendo buscas de metodologias que possam auxiliar neste processo, sendo perceptível que o uso estratégico de diferentes técnicas, por parte do professor, fortalece o ensino-aprendizagem de Matemática, desde que seja feito, orientado e tenha objetivos bem definidos. Neste sentido, o uso do lúdico aparece com uma excelente fonte de motivação aos alunos.
De acordo com os Parâmetros Curriculares Nacionais de Matemática, (BRASIL, 1997, p.28), “Conhecer diversas possibilidades de trabalho em sala de aula é fundamental para que o professor construa sua prática. Dentre elas [. . . ] temos os jogos como recursos que podem fornecer os contextos dos problemas, como também os instrumentos para a construção das estratégias de resolução”.
Neste intuito, ao se utilizar das Matemágicas, consideradas um jogo com mágicas, buscou-se utilizar o lúdico por meio da perspectiva da re-
Apresentação da Matemágica para o grupo de alunos
solução de problemas, embasada no método proposto por Polya (2006), o qual afirma que o surgimento de um problema se dá quando procuramos maneiras/meios para conseguir um objetivo imediato, ocupando a maioria de nossa parte pensante com buscas incessantes para encontrar uma solução satisfatória. Para Polya, a heurística de resolução de um problema apresenta quatro etapas: compreender o problema; planejar a resolução; resolver o problema e verificar a solução.
A concepção da ideia e, assim, o planejamento e execução da presente proposta se deram a partir da preocupação, de cunho local, quanto ao interesse pela aprendizagem Matemática, pois, em visita a uma escola pública da cidade de Araçuaí-MG, um dos participantes deste projeto foi indagado pela diretora sobre como fazer com que os alunos do ensino fundamental “gostassem” de Matemática e como os professores do campus do IFNMG poderiam ajudar em relação a essa problemática. Diante disso, em conversa entre participantes deste projeto, este foi concebido e intitulado de “A Matemágica e seu segredos”, que, de uma maneira lúdica, envolve os alunos nas mágicas que, na verdade, são problemas, o que permite aguçar a curiosidade e prender a atenção dos discentes. Em contrapartida, expõem-se os segredos revelados a partir dos conteúdos matemáticos.
Aliaram-se, assim, a preocupação com o desinteresse dos alunos pela Matemática aos recursos lúdicos e aos métodos de resolução de problemas, buscando uma maneira que aguçasse o interesse pela Matemática, por meio de uma metodologia diferente, que explorasse a curiosidade e o encantamento, permitindo que os alunos, a partir da problematização e reflexão das informações obtidas nos problemas, buscassem construir suas soluções, desvendando e aplicando os conhecimentos envolvidos acerca da Matemática.
Metodologicamente, o projeto necessitou de recursos simples e altamente viáveis, pois, a partir da escolha das Matemágicas, o desenvolvimento dessas precisou, basicamente, de papel e caneta e de alguns outros objetos, como calculadoras e de materiais presentes na sala de aula. Mas o elemento principal para que o aprendizado acontecesse era o envolvimento dos alunos. O projeto contava, então, com a preparação das matemágicas pelos integrantes do projeto e as bolsistas desenvolviam, sob orientação, as atividades com os alunos. As atvidades foram desenvolvidas no período vespertino, em horários marcados pela escola.
Foram trabalhadas, com maior ênfase, as Matemágicas “Descobrin
Apresentação da Matemágica para o grupo de alunos Projeto buscou aguçar o interesse dos alunos pela Matemática, apresentando-a de uma maneira divertida
Arquivo Projeto
do o número de parentes” e “Soma mágica”, utilizando, por base, o caderno de Extensão Matemágica na Sala de Aula: Uma Perspectiva Pedagógica (2017), da Universidade Federal de Santa Maria (RS). Para a primeira matemágica citada, por exemplo, utilizou-se de papel e caneta e o propósito era descobrir o número de irmãos, irmãs e avós vivos. Os conteúdos matemáticos abordados foram as operações de adição, subtração e multiplicação, variáveis, representação de um número no sistema posicional decimal.
Inicialmente, os conteúdos a serem trabalhados não foram expostos. A apresentação da mágica foi conduzida para que houvesse a interação. Dessa forma, foi convidado um aluno da turma a participar da matemágica, e, assim, foram solicitadas as seguintes ações: a) Escrever o número de irmãos do sexo masculino que você tem; b). Multiplicar por 2; c) Ao resultado, adicionar três; d) Multiplicar este novo número por 5; e) A esse resultado, adicionar o número de irmãs que você tem; f) Multiplicar esta resposta por 10; g) Finalizando, adicionar o número de avós vivos.
Após a mágica, diz-se que, mesmo sem conhecer o participante, somente com o resultado, pode-se descobrir o número de irmãos do sexo masculino, irmãs e avós vivos. A partir da resposta obtida, o mágico subtraiu um determinado valor, e, assim, pela posição do algarismo no sistema posicional decimal, foi encontrado o número de parentes.
Foi notório o interesse dos alunos pelas atividades, prestaram atenção à aula e relataram que repetiram as matemágicas com amigos e familiares.
Pôde-se, de uma maneira lúdica, mostrar aos alunos como a Matemática está presente no cotidiano, e que esta pode se apresentar de maneiras divertidas que, muitas vezes, passam despercebidas.
Além da contribuição citada anteriormente, pôde-se perceber a contribuição do projeto também para as alunas bolsistas, que relataram que o contato com os alunos da outra escola oportunizou um crescimento pessoal e, também, como discente, pois ensinavam a alunos que tinham quase a mesma idade que elas, e, apesar disso, estavam sendo uma referência para eles, como foi relatado pela bolsista A. A bolsista B ainda contou: “A extensão é muito rica de aprendizado, porque levamos o nosso conhecimento para toda a sociedade e, mesmo sendo uma matéria complicada, foi incrível ver os alunos felizes por terem uma aula diferente e conseguirem aprender matemática por meio de mágicas que vemos na televisão. A matemática pode abrir a nossa mente para mundos incríveis.”