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Elaboração de hidrogel a partir do mesocarpo externo do pequi
Elaboração de hidrogel a partir do mesocarpo externo do pequi Projeto Coordenadora: Isis Celena Amaral
Bolsista: Iara Figueiredo Silva Voluntários: Dênis Nunes de Andrade e Raick Alves Ribeiro Colaboradores: Edilene Alves Barbosa e Alessandro de Paula Silva Texto: Isis Celena Amaral e Iara Figueiredo Silva Campus: Salinas (Caryocar brasiliense Camb.) como alternativa no aumento da capacidade de armazenamento de água em substrato para produção de mudas Iara Figueiredo Silva Seleção, higienização, cortes e secagem das cascas de pequi, no Laboratório de
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Bromatologia
O projeto avalia o reaproveitamento do mesocarpo externo do pequi, comercializado no município de Salinas (MG), para a elaboração de hidrogel que possibilita o aumento da capacidade de armazenamento de água no solo, além de promover a conscientização dos comerciantes de pequi, por meio de palestras sobre a importância do descarte e tratamento adequado dos frutos, a fim de reduzir o aumento da massa dos lixões, o que consiste em um problema ambiental. Para isso, o IFNMG - Campus Salinas contou com o apoio da Emater - MG. D evido ao grande consumo de pequi no município de Salinas, região do norte de Minas Gerais, torna-se necessário o reaproveitamento das cascas de pequi para geração de um novo produto, com o intuito de reduzir o impacto ambiental, agregar valor ao resíduo e promover melhoria na capacidade hídrica do solo. Sendo assim, por meio da elaboração e aplicação do hidrogel, a base de pectina da casca do pequi, vislumbram-se alternativas para o reaproveitamento dos resíduos, considerados “lixo” por parte dos comerciantes de pequi, além de desenvolver alternativas para contribuir na produção de mudas florestais em viveiro, por meio da otimização do uso da água na irrigação.
O projeto, desenvolvido pela professora Isis Celena Amaral, com os discentes Dênis Nunes de Andrade, do curso de Medicina Veterinária, Iara Figueiredo Silva e Raick Alves Ribeiro, ambos do curso de Engenharia de Alimentos, visa à elaboração de hidrogel à base de resíduos (cascas de pequi), por meio do reaproveitamento destes, promovendo a redução do uso da água nas plantações e da massa dos lixões. Parceria
Realizamos o contato com os comerciantes de pequi do município de Salinas, em Minas Gerais, por meio da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (EMATER-MG). Contamos com a participação de dez comerciantes de pequi, interessados em colaborar com o desenvolvimento do projeto, os quais disponibilizaram os resíduos (cascas) provenientes da venda exclusiva do fruto. Extração da pectina da casca de pequi, realizada pelos discentes Iara Figueiredo Silva,
Dênis Nunes de Andrade e Raick Alves Ribeiro, no
Laboratório de Análise Sensorial Iara Figueiredo Silva
Preparo dos materiais para a extração da pectina da casca de pequi, realizada pela discente Iara Figueiredo Silva, no Laboratório de Análise Sensorial
Iara Figueiredo Silva
Elaboração de hidrogel
Iara Figueiredo Silva
Moagem das cascas secas de pequi, no Laboratório de
Fenômenos de Transporte
Higienização, secagem e moagem
As cascas doadas pelos comerciantes foram selecionadas, higienizadas, cortadas, dispostas em bandejas e secas em estufa ventilada a 60 °C. Após atingir peso constante, as mesmas foram moídas para redução da granulometria, a fim de facilitar a extração do polissacarídeo desejado.
Iara Figueiredo Silva
Elaboração do hidrogel e mistura no substrato, no
Laboratório de Análise Sensorial
Extração da pectina da casca de pequi
A extração da pectina foi realizada em banho-maria, à temperatura constante de 84°C, por 1h20min e armazenada na geladeira por 2 h, a partir do instante em que o líquido alcançou 4°C. Realizou-se a passagem do concentrado em um filtro, observando o rendimento para o cálculo da quantidade de álcool a ser adicionado. Após a adição do álcool, na proporção de 2 para 1, obteve-se a pectina, havendo a necessidade de descanso durante 1 h, para sua extração completa. Por fim, as amostras de pectina foram colocadas em placas de Petri e levadas ao processo de secagem até o peso constante. Análises de umidade e cinzas foram realizadas com a pectina obtida.
Com o pó obtido pela secagem da pectina, efetuou-se a elaboração do hidrogel, com a hidratação deste, até a formação do gel desejado. Análises de pH, poder umectante e viscosimetria foram realizadas, com o intuito de caracterizar o hidrogel à base de casca de pequi. Concentrações diferentes (baseadas em produto sintético) de hidrogel foram misturadas em substratos, a fim de avaliar, por meio do pH e da condutividade elétrica, o comportamento do substrato com hidrogel, frente à capacidade de retenção de água. Para comparar a eficiência do hidrogel obtido da pectina extraída do pequi, foi utilizado o hidrogel comercial, ambos nas mesmas concentrações, e avaliados na produção de mudas.
Concluímos que a busca por alternativas de preservação dos recursos hídricos vem se tornando uma das principais preocupações. Atualmente, as motivações para o consumo consciente têm se tornado frequentes e necessárias. Assim, o desenvolvimento desse projeto estabelece um diferencial que possibilita agregar valor ao resíduo, além de fornecer um novo produto, o hidrogel, visando à redução dos resíduos e ao aumento da capacidade de retenção de água no solo. No entanto, novos estudos são necessários, para elucidar os resultados.